Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (William Okubo, CRB-8/6331, SP, Brasil) INSTITUTO ARTE NA ESCOLA Zimmermann: o criador de atmosferas / Instituto Arte na Escola ; autoria de Marília de Oliveira Diaz ; coordenação de Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. – São Paulo : Instituto Arte na Escola, 2006. (DVDteca Arte na Escola – Material educativo para professor-propositor ; 47) Foco: FC-11/2006 Forma-Conteúdo Contém: 1 DVD ; Glossário ; Bibliografia ISBN 85-98009-54-7 1. Artes - Estudo e ensino 2. Artes - Forma 3. Pintura 4. Zimmermann, Carlos Eduardo I. Diaz, Marília de Oliveira II. Martins, Mirian Celeste III. Picosque, Gisa IV. Título V. Série CDD-700.7 Créditos MATERIAIS EDUCATIVOS DVDTECA ARTE NA ESCOLA Organização: Instituto Arte na Escola Coordenação: Mirian Celeste Martins Gisa Picosque Projeto gráfico e direção de arte: Oliva Teles Comunicação MAPA RIZOMÁTICO Copyright: Instituto Arte na Escola Concepção: Mirian Celeste Martins Gisa Picosque Concepção gráfica: Bia Fioretti ZIMMERMANN: o criador de atmosferas Copyright: Instituto Arte na Escola Autor deste material: Marilia de Oliveira Diaz Revisão de textos: Soletra Assessoria em Língua Portuguesa Diagramação e arte final: Jorge Monge Autorização de imagens: Ludmilla Picosque Baltazar Fotolito, impressão e acabamento: Indusplan Express Tiragem: 200 exemplares DVD ZIMMERMANN: o criador de atmosferas Ficha técnica Gênero: Documentário a partir de depoimento do artista em sua casa-ateliê. Palavras-chave: Luz; cor; figura/fundo; pintura; procedimentos técnicos inventivos; poética pessoal; ação pictórica. Foco: Forma-Conteúdo. Tema: O trabalho do artista, focalizando o seu percurso, seu processo de criação, suas obras. Artistas abordados: Carlos Eduardo Zimmermann, Guido Viaro, René Magritte, De Chirico. Indicação: 7a e 8a séries do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Direção: Maria Ester Rabello. Realização/Produção: Rede SescSenac de Televisão, São Paulo. Ano de produção: 2000. Duração: 23’. Coleção/Série: O mundo da arte. Sinopse Mesclando falas do artista em sua casa-ateliê, comentários de João Henrique Amaral e da narradora, o documentário se apresenta em três blocos. No primeiro, a câmera percorre os objetos que constituem a sua memória, o material de pintura e instrumentos de trabalho. Zimmermann faz referência aos temas, às diversas fases nos seus 30 anos de produção e sua busca pelo vivido e o sonhado. No segundo bloco, diários de viagem e fotografias conduzem o artista a mostrar seus registros de viagens em Box-form. No terceiro, as cores e as técnicas de Zimmermann reforçam a busca pelo domínio técnico dos materiais. O documentário comprova a importância da obra do artista para a arte do Paraná, do Brasil e do mundo. Trama inventiva Onde se vê a forma, lá está o conteúdo. Kandinsky discute essa questão de modo certeiro. Para ele, “a forma é a expressão exterior do conteúdo interior”1 . A forma visual – linhas, volumes, cores, etc. e suas relações compositivas – é o meio pelo qual o artista dá ressonância, nos materiais, à sua idéia/pensamento e à emoção que quer expressar. A forma conjuga-se com a matéria por meio da qual se exprime, ligada aos significados que imprimem cada artista, período ou época. Forma e conteúdo são, assim, intimamente conectados, inseparáveis, imantados. A aproximação deste documentário ao território Forma-Conteúdo da cartografia oferece acesso a vias de compreensão para além do olhar analítico que separa a forma estética do conteúdo tematizado. O passeio da câmera É na sua casa-ateliê que Zimmermann nos recebe. De arquitetura contemporânea, concebida para morar e trabalhar, situada nas imediações de um dos trinta parques da cidade de Curitiba, ela é palco para este documentário. Na trajetória poética que a câmera nos revela, identificam-se os temas, a técnica apurada, a busca pela cor e pela luz, os materiais e a forma com que Zimmermann aproxima o real do irreal, criando um clima que perpassa o ilusionismo. No ano de 1974, o mistério e a irrealidade envolvem todo o percurso do artista que beira o surrealismo e o hiper-realismo - considerado muito mais pela sua linguagem do que propriamente em seu sentido estrito. Brinquedos em sua infância, os papéis passam a ser cada vez mais o foco do seu interesse e se materializam no ano de 1976 junto aos estudos de cor, se transformando em papéis amassados, dobrados, pacotes com amarraduras, caixas de papelão. 2 As viagens deixam marcas visíveis na materialidade da cor, na textura, na corporeidade de telas recortadas. Nos Diários de bordo, exercita o papel do bricoller sobre seu universo perceptivo com elementos díspares – cartas de baralho, cartão material educativo para o professor-propositor ZIMMERMANN – O CRIADOR DE ATMOSFERAS telefônico, areia, conchas, pedras, fotos e outros –, espaços construídos que, por vezes, demandaram dois anos de trabalho. Na série Corações traz a memória do México, dos rituais maias e astecas. Evidencia-se cada vez mais a importância das cores e dos procedimentos técnicos, assunto tratado no terceiro bloco do documentário, no qual explica como busca a cor com a sobreposição das camadas pictóricas, o leitoso, o opaco e as alternativas para não usar o preto. A dramaticidade continua quando a câmera percorre a obra O atirador de facas, mostrando alguns detalhes que tornam a pintura extremamente narrativa e cênica, com temas recorrentes. O documentário convida para proposições pedagógicas que podem focalizar: Saberes Estéticos e Culturais – arte contemporânea, impressionismo, hiper-realismo, multiculturalidade; as questões das Linguagens Artísticas – pintura, assemblage, fotografia, literatura; Materialidade – escolha das tintas, procedimentos técnicos inventivos, a velatura; Processo de Criação - a poética pessoal, a ação pictórica, as referências, o ateliê, viagens de estudos; além das Conexões Transdisciplinares – mitologia, cotidiano, geografia. Neste material, a escolha incide em Forma-Conteúdo, focalizando especialmente a atmosfera criada a partir das relações fundo/forma, da cor, da luz, das sobreposições e velaturas. Sobre Carlos Eduardo Zimmermann (Antonina/PR, 1952) ... ir e vir, dentro de um território que te é familiar. Carlos Eduardo Zimmermann Não há como desconectar a vida de Zimmermann de sua obra, e nem ele o deseja. Apesar de Curitiba estar nele a ponto da narradora dizer, no início do documentário, que “ele é de Curitiba”, nasce em Antonina, município circunvizinho, distante 77 quilômetros da capital paranaense. Sua mãe, professora de arte, é sua incentivadora e referência. Adolescente, entre os anos de 1967 e 1969, freqüenta o curso de desenho e pintura no Centro Juvenil de Artes Plásticas, 3 criado e dirigido por Guido Viaro. Essa escola de arte para crianças e jovens antecede os trabalhos da Escolinha de Artes do Brasil/RJ2 , visto que sua inauguração data de 1937. Com Viaro, Zimmermann trabalha naturezas mortas, paisagens e figuras humanas em uma atmosfera irreal, utilizando as linguagens do desenho e da aquarela. Seu processo torna-se solitário e o trabalho vai paulatinamente eliminando os elementos acessórios. Aos vinte anos, faz sua primeira exposição individual em Curitiba, exercendo por pouco tempo sua graduação como médico, em 1976. Entre os anos de 1970 e 1978, recebe a orientação de Carlos Scliar, no Rio de Janeiro, período em que descobriu as fendas, os volumes que pendem para o erotismo da forma. Começa a usar o pastel encerado, técnica com a qual se identifica muito e trabalha até os dias de hoje. Em 1973 e 1975, participa da Bienal de São Paulo. Recebe bolsa de estudos do governo inglês para a pós-graduação, na qual foi aluno de David Hockney e Allen Jones, entre os anos de 1978 e 1979. Como trabalho de curso, desenvolve uma série de desenhos intitulados Os meses do ano – calendário, espécie de relato do tempo vivido na Europa. Na década de 1980, recorta seus suportes deixando-os irregulares, abandona as cortinas e os embrulhos para dar lugar às composições abstratas. Recomendado para o programa de especialização em artes na School of Visual Arts, em Nova York, em 1982, viaja mais uma vez. O virtuosismo na execução das obras bem como o domínio técnico no uso dos materiais e o cuidado com a luz imprime caráter fotográfico às suas pinturas. Zimmermann confessa que se não fosse pintor, seria fotógrafo. Por outro lado, independente de preocupações paralelas a da fotografia, não parte do fundamento desta linguagem para a realização de seu trabalho. O que mais encanta o crítico de arte Olívio Tavares de Araújo3 : 4 é justamente essa capacidade de lidar, ambiguamente, com o cotidiano e o irreal, com o objeto e sua aura, com a precisão e o mistério, com o infinito e o detalhe, com o vivido e o sonhado, mantendo-se ao material educativo para o professor-propositor ZIMMERMANN – O CRIADOR DE ATMOSFERAS mesmo tempo em nível de alta dignidade e contenção. O que Zimmermann propõe é que se olhe de novo para certos objetos, tornados novos por sua própria visão. Convocar o olhar é seu desejo. “O que pretendo é lidar, ambiguamente, com o cotidiano e o irreal, com a precisão e o mistério (...) minha obra é um comentário sobre o real”, diz ele 4 . Zimmermann propõe olhar os objetos como se fossem vistos pela primeira vez, com a curiosidade da criança, que efetivamente habita aquilo que tem interesse, olhar de novo as coisas conhecidas renovando a percepção, propiciando novas descobertas e experiências. A busca pelo equilíbrio e pela disciplina propicia uma vida mais reflexiva ao artista, que atualmente prepara um livro misturando vida e obra, no qual o homem sensível talvez possa narrar sua predileção pelo doce olho de sogra, sua admiração por Clark Kent, sua paixão por animais, pelo cinema ou mostrar o seu jardim japonês com bonsai, tecendo fios de sua vida arte. Processos de trabalho e de criação estão juntos na vida de Zimmermann, ilusionista do cotidiano, que mescla o formalismo da planificação a aspectos subjetivos, o vivido ao sonhado. Os olhos da arte O que tento fazer é colocar certos objetos cotidianos sob uma atmosfera de irrealidade e mistério. Minhas intenções e processos de trabalho nada têm a ver, por exemplo, com o hiper-realismo em sentido estrito. Eu não pretendo uma apreensão crítica ou uma denúncia através de instantâneos do dia-a-dia como a escola hiper-realista americana (...) O que pretendo é lidar, ambiguamente, com o cotidiano e o irreal, com a precisão e o mistério. Carlos Eduardo Zimmermann Irrealidade e mistério. Capturar uma névoa. Registrar um clima melancólico. Dramaticidade, energia, vibração, um tom silencioso. A obra de Zimmermann é um convite ao olhar que deseja adentrar nas relações entre forma e conteúdo, percebendo o ar que respira por dentro da paisagem intimista, como que a tridimensionalizando, criando um volume mágico, mesmo que seja num envelope, ou embrulho. 5 No documentário, é possível observar o processo de criação do artista. Diz ele, logo no início: “estou começando a mudar a luz, começando pelo fundo...” No contraste sutil entre as sombras e a luminosidade, ele vai criando a atmosfera, intensificando as relações entre figura/fundo. Para isso, Carlos Eduardo Zimmermann - Sem título, 2004 sobrepõe cores, como Pastel encerado e neocolor, 68 x 68 cm velaturas, com pincel Fotos: Vilma Slomp quase seco, criando como que espaços de ar. Ou encera amorosamente seus pastéis, integrando camadas e camadas de cor. De Chirico é um de seus mestres. A questão maior da obra desse mestre, segundo Gombrich5 , é captar a sensação de estranheza, o inesperado, criar uma atmosfera enigmática. Para este efeito, elabora luzes ilusórias que provocam longas sombras projetadas. Inspira-se na arquitetura histórica das cidades européias. Cores, formas, linhas, códigos de linguagem a serviço do imaginário do artista. Outro mestre para Zimmermann é Magritte. Como ele, o domínio da técnica realista quer desafiar a lógica do olhar, bem como a referência da memória. 6 A atmosfera em Zimmermann se vincula às paisagens mais íntimas, aos objetos que ocupam a vida cotidiana. Faca, sapato, envelopes, embrulhos, torneiras. Cores e formas se enlaçam no diálogo com a matéria, preferindo o acrílico, que seca mais rápido, não tem o cheiro forte da terebentina utilizada com a pintura a óleo e tem um manejo mais fácil. No documentário, acompanhamos sua pintura em processo: “no trabalho, parece que a mão, às vezes, não obedece muito à cabeça. Eu estava tentando deixá-lo mais leitoso, mais opa- material educativo para o professor-propositor ZIMMERMANN – O CRIADOR DE ATMOSFERAS co, mas ele ficou mais vibrante, mais colorido”. Zimmermann não fala aqui de tons das cores, mas de suas qualidades. Fala das relações entre elas – opaco, leitoso, vibrante, colorido. Cores que se afastam ou aproximam, que se confrontam com o fundo, o qual importa tanto quanto a forma que o invade. O gesto persegue as cores, com pincel cheio de tinta ou quase seco, e o preto nasce da mistura amorosa de vermelho e marrom, o que o torna um preto denso de cor. Essas relações foram pacientemente testadas pelo artista nos seus exercícios de pintura, para educar o próprio olhar, como as dez naturezas mortas tratadas de modo diverso. Na lição impressionista, apreende uma nova maneira de representar a forma e a luz a partir da impressão visual produzida por cenas externas com variações de luminosidade, o emprego das cores e as relações de contraste. A “impressão” produzida pelas cenas é causada pelo uso da tinta que prevê efeitos dinâmicos, seja pela mancha, seja pela pincelada mais curta. Efeitos esses que necessitavam de um novo olhar, do distanciamento do observador da obra, pois, desse modo, constrói-se outro tipo de relação entre forma e conteúdo e descobre-se que a cor não é uma característica do objeto, mas está associada à luz, ao reflexo, ao clima. Para Zimmermann, é preciso “parar para poder observar o trabalho e ver o rumo que ele está tomando”. Atmosfera buscada pacientemente no amadurecimento do olhar, na sobreposição de cor e luz, numa certa conotação realista e um certo clima surrealista. Carlos Eduardo Zimmermann - Sem título, 2004 Pastel encerado e neocolor, 68 x 68 cm - Fotos: Vilma 7 O passeio dos olhos do professor Convidamos você a ser um leitor do documentário. Antes do planejamento de sua utilização, é importante que você o assista e registre suas impressões. A sugestão é que suas anotações iniciem um diário de bordo, como um instrumento para o seu pensar pedagógico, durante todo o processo de trabalho junto aos alunos. Uma pauta do olhar poderá ajudá-lo: O documentário desperta em você quais pensamentos? Quais sensações? Como o artista constrói a cor em seu trabalho? E a luz? O documentário provoca lembranças? Quais? Na última obra mostrada no documentário, O atirador de facas, de caráter realista figurativo, o que Zimmermann parece buscar? Quais perguntas o documentário desperta? Como você imagina que o artista constrói suas pinturas tridimensionalizadas? O documentário te provoca lembranças? Quais? Pensando em seus alunos, o que lhes causaria atração ou estranhamento? Quais eixos norteadores para o trabalho a ser realizado em sala de aula com os seus alunos poderiam surgir a partir do documentário? As suas anotações revelam o modo singular de sua percepção e análise. A partir delas e da escolha do foco de trabalho, quais questões você faria numa pauta do olhar para o passeio dos olhos dos seus alunos no documentário? 8 material educativo para o professor-propositor ZIMMERMANN – O CRIADOR DE ATMOSFERAS Percursos com desafios estéticos Os percursos sugeridos se apresentam como possibilidades de caminhos que podem ser trilhados por você e pelos seus alunos de acordo com os seus interesses e necessidades. A análise do contexto, a ação dialógica, as escolhas coletivas, o contrato verbal são extremamente importantes para a construção de um mapa que pode ser aprofundado gerando novos encaminhamentos. As proposições aqui apresentadas são oferecidas para que você as recrie, transforme e invente outras. O passeio dos olhos dos alunos Algumas possibilidades: Munidos de papel e lápis, os alunos podem ver, primeiramente, o terceiro bloco do documentário, registrando aspectos intrigantes e levantando perguntas sobre o que viram. Como um jogo entre grupos, os alunos formam equipes que têm como desafio perguntar e responder às perguntas de outra equipe, com regras definidas pela classe. A verificação irá se dar pela exibição do mesmo bloco do documentário, aguçando o olhar para ver mais detalhes e levantar outras perguntas. Essa ação detonou maior curiosidade para verem o restante do documentário? O coração 6 é uma imagem muito presente. Mas, de que coração estamos falando? Como os alunos representam esse órgão? A riqueza de imagens e significados possíveis que lhe são atribuídos pode ser o início de um projeto. A leitura das imagens trazidas pelos alunos os prepara para ver o segundo bloco do documentário, focalizando, especialmente, os Diários de viagem. Chame a atenção dos alunos para a forma que o artista usa para representar o coração. O interesse aí gerado pode prosseguir com uma proposição presente em Conhecendo pela pesquisa. Solicite que desenhem a forma como representam esse órgão. 9 fotografia, assemblage, colagem, técnica mista, box-form meios novos meios tradicionais qual FOCO? artes visuais pintura literatura literatura qual CONTEÚDO? temáticas figurativa: natureza morta, paisagem, objetos cotidianos, meteoros não-figurativa: abstrata o que PESQUISAR? relações entre elementos da visualidade Linguagens Artísticas elementos da visualidade relação figura/fundo, transições, composição, profundidade, ritmo, sobreposição, atmosfera forma, luz, cor - luminosidade, opacidade, relações, fabricação da cor Forma - Conteúdo Saberes Estéticos e Culturais Materialidade história da arte arte contemporânea, impressionismo, surrealismo, hiper-realismo procedimentos técnicos inventivos, velatura procedimentos Conexões Transdisciplinares política cultural bolsas de incentivo Processo de Criação pincéis, brochas largas, dedos suporte ferramentas tela, madeira, caixas Zarpando ação criadora poética pessoal, ação pictórica, percurso de experimentação, diálogo com a matéria natureza da matéria poéticas da materialidade pesquisa de materiais, elementos da natureza potências criadoras pintura a óleo, acrílica, pastel arte e ciências humanas cotidiano, mitologia, geografia observação sensível, coleta sensorial, memória, repertório pessoal e cultural ambiência de trabalho ateliê, casa, acervo pessoal, coleções, viagens de estudo Para investigar a cor, suas relações e possibilidades, proponha trabalhos com a mesma forma e com materiais diferentes – guache, tintas transparentes, giz de cera e outros. Uma pequena exposição em classe discutindo o exercício pode preparar os alunos para ver o terceiro bloco. Problematize as diferenças, o uso das formas, cores, a sobreposição, que podem continuar, conforme sugestão em Ampliando o olhar. As idéias não devem se esgotar aqui, mas gerar novas e infinitas relações, que por sua vez, podem gerar outras, responder questões e levantar dúvidas. O documentário pode ser o ponto de partida e pode ser visitado no todo ou em partes, para alargar o entendimento sobre as questões de forma e conteúdo, entre outras. A troca de olhares e a democratização do conhecimento construído devem ser valorizadas. Lembre-se que o documentário, sem a sua provocação para um olhar mais sensível e demorado, pode não instigá-los para a entrada no universo da arte por meio do artista em foco. Desvelando a poética pessoal O acompanhamento do processo de cada aluno, provocando e oferecendo condições para que eles aprofundem cada vez mais o seu conhecimento e poética pessoal é fundamental. A proposição neste item é que os alunos possam escolher um foco e mergulhar nele, criando uma série de trabalhos. Sugerimos algumas idéias: Criando atmosferas – a partir do documentário, os alunos podem perceber o modo como Zimmermann cria as atmosferas em seu trabalho. Os meteoros parecem dançar no ar, assim como parece haver volume e mistério em seus envelopes e embrulhos. Cor, luz, relações de figura/fundo, procedimentos de sobreposição de tons nas velaturas podem gerar uma série de trabalhos. Registrando memórias – as colagens, as assemblages, as Box-form de Zimmermann podem instigá-los para o regis- 12 material educativo para o professor-propositor ZIMMERMANN – O CRIADOR DE ATMOSFERAS tro de suas próprias memórias. Os alunos podem produzir vários trabalhos, não só pensando em suas próprias memórias, mas trabalhando sobre a memória de seus pais e de sua comunidade, sintonizados com os aspectos da multiculturalidade. Além dessas idéias, outras podem ser inventadas para que a poética pessoal, o modo singular de cada aluno se expressar, possa vir à tona. O acompanhamento destes processos individuais é importante, inclusive nutrindo-os com idéias e imagens. Você pode planejar com eles como fazer a apresentação do processo e das produções. Ampliando o olhar Se você utilizou para a entrada no documentário a sugestão de trabalhos com a mesma forma e com materiais diferentes, você pode continuar a proposição retomando as produções feitas e sugerindo que experimentem velaturas, com sobreposição de diversas camadas, inclusive de materiais diferentes como, por exemplo, giz de cera e tinta transparente. Em âmbito prático, a cor pode ser tratada “por dentro” dela, assim como a luz, pois o efeito de sobreposição também pode ser explorado para construir a massa pictórica, visto que, na maioria das vezes, os alunos usam a cor saída do pote, construindo áreas com as cores puras, sem experimentar camadas de tinta. Fazer estudos nesse sentido amplia a percepção do aluno no que diz respeito à construção e recepção da cor. A pesquisa sobre a luz no espaço pode ser instigada pelo uso de diferentes materiais: acetato, papel celofane, retroprojetor, lanternas, velas, lampiões. A luminosidade pode criar diferentes atmosferas que podem ser captadas na meia luz ou no ambiente conseguido a partir do desenho ou da pintura. Outros artistas podem ser apresentados para ampliar as possibilidades. 13 Usando estratégias do hiper-realismo para a apreensão da imagem real, os alunos podem empregar a projeção como forma de produção do desenho usando retroprojetor ou outro modo de capturar a imagem. Projetada sobre um papel ou tela, os alunos não terão dificuldade de copiá-la para recriála depois, de um modo hiper-realista ou experimentando outras possibilidades. Zimmermann fala de cores opacas, leitosas, vibrantes. Como os alunos podem experimentar cores com essas qualidades? Quais procedimentos usarão para isso? A experimentação possibilitará tanto o apuramento do olhar, como o apuramento dos procedimentos da pintura. No segundo bloco do documentário, aparecem as caixas de viagem. Os alunos podem fazer viagens imaginárias pela história da arte, pelos continentes, pelos países, pelas redondezas de sua comunidade. Partindo de uma temática ou não, as caixas podem trazer um olhar sobre as miniaturas e escalas, produzindo assemblages. Um espetáculo de mágica ou ilusionismo pode ampliar o olhar para a atmosfera que Zimmermann aponta. O primeiro bloco do documentário pode ser revisto e o professor de física pode ajudá-los a relacionar o que foi observado com as possibilidades da ótica, da luz. Dependendo da faixa etária dos alunos e da maturidade deles, pode-se propor um seminário com demonstrações das descobertas e do que foi desvelado. Artistas contemporâneos como Cláudio Alvarez, Carmela Gross, Jesús Soto, M.C. Escher ou do passado como George de la Tour e Rembrandt, que empregam a luz e a ótica em suas produções, podem ampliar o olhar dos alunos. 14 Como Zimmermann trabalha com temas recorrentes em seu percurso, proponha a produção de um livreto com histórias em que apareçam diferentes objetos vistos sobre novos pontos de vista. Pendure objetos pela sala e peça aos alunos que subam nas cadeiras, deitem no chão para procurar novos modos de vê-los. As relações fundo/forma podem aí ser bem exploradas. material educativo para o professor-propositor ZIMMERMANN – O CRIADOR DE ATMOSFERAS Conhecendo pela pesquisa A imagem do coração foi proposta no Passeio dos olhos dos alunos. A partir da problematização iniciada ali, você pode propor uma exposição de objetos com esta temática: almofadas, chaveiros, cadernos, bijuteria, roupas e outros elementos do universo do aluno. Como o coração pode ser representado? Um cardiologista, ou o professor de ciências, pode vir falar sobre o funcionamento do coração. Muitas imagens podem ser buscadas, inclusive com obras de artistas que já desenvolveram trabalhos com esse tema: Alice Yamamura, ceramista; Maria Inês Hamann, artista que trabalha com corações desidratados de boi, frango, rato e outros; Sérgio Monteiro de Almeida, artista que mescla imagens sacras às da propaganda; Frida Kahlo, artista que retrata sua vida, etc. Busque histórias sobre o tema, como por exemplo: O coração de Corali 7 . Será interessante discutir o real e o simbólico, os ícones e outros elementos presentes em diferentes mídias. Novos desenhos sobre o tema coração, após as pesquisas, podem ser realizados, comparando-os com as primeiras produções. A história dos objetos sempre interessou Zimmermann. No passado, uma rádio educativa8 produzia um programa com um quadro intitulado A alma das coisas, no qual era dada voz aos objetos. É possível dar voz aos objetos? Os alunos podem inventar vozes/sons para as cortinas, envelopes, facas, sapatos e pacotes de Zimmermann ou de objetos escolhidos por eles, contando suas próprias histórias. O que está velado, oculto, na obra de Zimmermann? Que relações poderiam ser pensadas entre a sua obra e a de Magritte? Oculte objetos sob lençóis, faça jogos para que os alunos descubram formas a partir de outros sentidos, que não só a visão. Em uma perspectiva multidisciplinar, faça contato com professores de outras áreas do conhecimento e proponha o tema “velado” para ser discutido e trabalhado, por exemplo, na propaganda, política e outros. 15 Em relação aos pacotes, pesquise como as pessoas embalam as coisas em outros continentes e como as carregam. Os alunos podem pesquisar as embalagens de ovos do Oriente tecidas com palha, as fotos de Sebastião Salgado sobre a colheita da alfazema, veja livros de design sobre embalagens. Conforme a idade de seus alunos, você pode convidar os avós para virem à sala de aula mostrar como carregavam banha e o que mais compravam nos antigos armazéns de secos e molhados, ou um escoteiro para ensinar a fazer nós. A multiculturalidade pode ser enfocada pela produção de diferentes tipos de pacotes e amarraduras, valorizando os modos de fazer e as diferenças culturais. A partir do segundo bloco do documentário, você pode destacar a idéia de diários de bordo ou cadernos de viagem e propor uma pesquisa visual em que os alunos busquem elementos em diferentes contextos. Junto com eles, você pode buscar informações sobre: coleções e colecionadores (lembrando também de coleções que os alunos ou seus familiares fazem); os Gabinetes de curiosidades, locais onde se acumulavam registros de viagens, objetos estranhos, elementos da natureza. Muitos artistas criam obras que remetem aos guardados do passado, como: Jeanete Musatti, Kurt Schwitters, Sebastião Pedrosa, Farnese de Andrade, além de outros. As pesquisas podem se transformar em criações dos alunos, tanto verbais como plásticas. Uma pesquisa sobre pedras – cores, usos, dureza, procedência – pode levá-los a descobrir possibilidades de criar campos para que levitem, por exemplo, a partir do uso de imãs, como emprega a artista Deise Marin, ou com o ar, como faz Guto Lacaz. Os registros gráficos e fotográficos de todo o processo podem gerar uma pequena exposição que alimente a produção dos alunos, inclusive com a criação de atmosfera, de clima de mistério, com velaturas e uma adequada relação figura/fundo. 16 A obra de Vermeer, de Zimmermann e dos hiper-realistas podem gerar comparações instigantes. Como as imagens material educativo para o professor-propositor ZIMMERMANN – O CRIADOR DE ATMOSFERAS do cotidiano interferem na produção do artista? Será interessante perceber as diferenças dos procedimentos utilizados por cada artista em épocas e lugares tão diferentes. Amarrações de sentidos: portfólio Como uma forma de unir, de interligar os resultados alcançados no projeto, tanto em âmbito plástico como em relação às pesquisas escritas, proponha uma caixa, tipo diário de bordo, onde cada aluno estabeleça a seqüência, as relações e os significados vividos. Os alunos podem tomar como base as caixas de viagem de Zimmermann que protagonizam cenas, idéias, emoções e introduzir a busca por outros sentidos, como por exemplo, sabores, odores, tato, que remetam às questões tratadas. Caixas contendo elementos que construam uma síntese da aprendizagem, acompanhadas de um texto argumentativo, possibilitando para os alunos uma visão de conjunto do projeto vivido e para você a possibilidade de uma avaliação formativa e somativa. Valorizando a processualidade A observação do desempenho, do desenvolvimento e do crescimento dos alunos só poderá ser feita através de situações e atividades variadas. Rosamaria Calaes de Andrade 9 Avaliar é um processo complexo, pois deve levar em conta a experiência dos envolvidos, o ritmo e a mobilização para a apreensão das novas situações de aprendizagem. Em arte, constitui-se objeto de estudos recentes e há mais dúvidas do que certezas. O aluno tem responsabilidade no processo de construção de conhecimento e precisa compartilhar com o professor o gerenciamento de seu percurso. A leitura das caixas/portfólio e do envolvimento dos alunos pode mostrar o que puderam estudar, o que parecem ter incorporado como uma aprendizagem significativa. É momento também de você refletir sobre o processo vivido: o que repetiria com esse documentário? Que outras idéias poderiam ser melhor trabalhadas? O que poderia ser inventado? 17 Glossário Assemblage – “termo cunhado em 1953, por Jean Dubuffet, denotativo de obras de arte elaboradas a partir de fragmentos de materiais naturais ou fabricados, como o lixo doméstico”. Volume construído em processo de colagem com diferentes materiais. Fonte: CHILVERS, Ian. Dicionário Oxford de arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 32. Box-form – arte em forma de caixa, construída geralmente em colagem com diferentes materiais. A escala reduzida faz com que o espectador, em limitação corporal, viaje com os olhos pelo espaço circunscrito. Provenientes da tradição renascentista flamenga, quando era moda fazer mostruários de coisas curiosas e interessantes que as viagens de descobrimento e exploração revelavam. Fonte: Marilia Diaz, autora desse material educativo e produtora de Box-form há 20 anos. Bricoller – pesquisador, colecionador que recolhe resíduos e cola combinando esses materiais. Jean Arp e Kurt Schwitters são exemplos de artistas que empregaram a técnica da colagem em suas obras, configurando-se como bricoller ao buscar diferentes materiais para resolver suas inquietações. Fonte: STRICKLAND, Carol. Arte comentada: da pré-história ao pósmodernismo. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002, p.148. Figura/fundo – os elementos figura/fundo são complementares e só se pode falar neles tendo em vista determinada imagem, pois suas funções podem mudar com uma simples troca de cores. Em imagens figurativas, geralmente, as figuras são consideradas como o tema da obra e o entorno é o fundo. Fonte: OSTROWER, Fayga. Universos da arte. Rio de Janeiro: Campus, 1983, p. 55. Hiper-realismo – o termo remete a uma tendência artística que tem lugar no final da década de 60, sobretudo em Nova York e na Califórnia, nos Estados Unidos. Trata-se da retomada do realismo na arte contemporânea. Hiper-realismo ou foto-realismo, como preferem alguns: os termos permitem flagrar a ambição de atingir a imagem em sua clareza objetiva, a partir de um diálogo cerrado com a fotografia. Os hiper-realistas “fazem quadros que parecem fotografias”, afirma o crítico Gilles Aillaud, por ocasião de uma exposição no Centro Nacional de Arte Contemporânea de Paris, em 1974. Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais, disponível em: <www.itaucultural.org.br>. Impressionismo – movimento artístico que surge em 1862, em Paris, com um grupo de jovens artistas que freqüentavam o mesmo ateliê. Rompem com os padrões vigentes na época, realizam o processo pictórico ao ar livre com interesse nas mudanças da atmosfera e da luz, constroem a cor com pinceladas curtas e cores puras. Somente em 1880 os pintores impressionistas foram aceitos e aclamados. São representantes deste movimento Renoir, Monet, Bazille, Sisley, Pissarro, Manet e outros. Fonte: ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna. São Paulo: Companhia das Letras: 1995, p. 75-77. 18 material educativo para o professor-propositor ZIMMERMANN – O CRIADOR DE ATMOSFERAS Luz (claro-escuro) – é o elemento da visualidade que se identifica no contraste formal entre o claro e o escuro (valor). Permite uma vibração espacial possibilitando efeitos de avanço e recuo, de expansão e contração, criando volume e profundidade, pausas e ritmos intensificados. Apresenta também qualidades expressivas e simbólicas. Fonte: OSTROWER, Fayga. Universos da arte. Rio de Janeiro: Campus, 2004. Poética – é a expressão de um gosto e um ideal específico de arte. A poética de um artista é sua maneira individual de expressão. Fonte: PAREYSON, Luigi. Os problemas da estética. São Paulo: Martins Fontes, 1984. Velatura – “Camada transparente de tinta aplicada sobre alguma outra cor ou sobre a base, de modo que a luz incidente seja refletida pela superfície coberta e modificada pela própria velatura. O efeito da combinação de uma velatura com uma cor é diferente daquele resultante da mistura de dois pigmentos na pintura direta, pois a velatura confere uma profundidade e uma luz especiais.” Fonte: CHILVERS, Ian. Dicionário Oxford de arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 545. Bibliografia ANDRADE, Geraldo Edson de. 15 pintores contemporâneos brasileiros. Brasília: Spala, 1991. ARCHER, Michael. Arte contemporânea: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2001. ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. AYALA, Walmir. Dicionário de pintores brasileiros. Curitiba: UFPR, 1986, v. 2. CHILVERS, Ian. Dicionário Oxford de arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996. OSTROWER, Fayga. Universos da arte. Rio de Janeiro: Campus, 2004. PAREYSON, Luigi. Os problemas da estética. São Paulo: Martins Fontes, 1984. RICHTER, Sandra. Manchando e narrando: o prazer visual de jogar com cores. In: RANGEL, Susana V.C. (org.). Cor, som e movimento. Porto Alegre: Mediação, 2001. p. 37-58. STRICKLAND, Carol. Arte comentada: da pré-história ao pós-modernismo. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002. ZANINI (org.). Walter. História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles,1983. v. 2, p. 760, e p. 1058. Seleção de endereços sobre arte na rede internet Os sites abaixo foram acessados em 12 ago. 2005. ANDRADE, Farnese de. Disponível em: <www.revistamuseu.com.br/ galeria.asp?id=5910>. 19 DE CHIRICO, Giorgio. Disponível em: <www.mac.usp.br/projetos/percursos/abstracao/chirico.html>. DE LA TOUR, Georges. Disponível em: <www.christusrex.org/www2/art/ Latour.htm>. LACAZ, Guto. Disponível em: <www.estadao.com.br/divirtaseonline/galeria/gutolacaz/>. GROSS, Carmela. Disponível em: <www.pucsp.br/artecidade/novo/gross.htm>. MAGRITTE, René. Disponível em: <www.culturabrasil.pro.br/magritte.htm>. MARIN, Deise. Disponível em: <www.caeda.ufpr.br/muvi/lendo_arte/ bini/tabia_bloomfield_e_deise_marin_fernando_bini.htm>. ESCHER, M.C. Disponível em: <www.mcescher.com> PEDROSA, Sebastião. Disponível em: <www.mariaavila.com/pedrosa05.html>. REMBRANDT. Disponível em: <www.bb.com.br/appbb/portal/hs/ rembrandt/index.jsp>. SCHWITTERS, Kurt. Disponível em: <www.mac.usp.br/exposicoes/99/ secarte/obras/schwitters.html>. SOTO, Jesús-Rafael. Disponível em: <www.rioartecultura.com/soto.htm> (Soto faleceu em 2005). ZIMMERMANN, Carlos Eduardo. Disponível em: <http://beta. geracaopedreira.com.br/cgi-bin/showmat.pl?g=gr6&mat=256>. Notas 1 KANDINSKY, Wassily. Sobre a questão da forma. In: ___. Olhar sobre o passado. São Paulo: Martins Fontes, 1991, p. 118. 2 A Escolinha de Artes do Brasil foi inaugurada em 1948, tendo à sua frente o artista Augusto Rodrigues e a educadora Noemia Varela. Há um DVD sobre Noemia na DVDteca Arte na Escola. 3 Texto disponível em Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais. <www.itaucultural.org.br>. Acesso em 8 ago. 2005. 4 Trecho de entrevista para o catálogo de sua exposição Pastel encerado, no Centro de Arte Cambona em Porto Alegre. 5 GOMBRICH, E.H. História da arte. Rio de Janeiro: LTC, 1995, p. 589. 6 O coração foi o mote de uma série de trabalhos de artista. Disponível em: <www.sintomnizado.com.br/artepulsa.htm>. Acesso em 10 ago. 2005. 7 GANEM, Eliane. O coração de Corali. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1985. 8 Não foi possível localizar a estação de rádio, que na década de 1950 oferecia o programa em Curitiba/PR. 9 20 ANDRADE, Rosamaria Calaes de. Avaliação Escolar: novas perspectivas. Educando, Belo Horizonte, n. 282, p. 29-33, abr. 1999, p.31.