VIGÍLIA DE ORAÇÃO
EU INVOCO O ESPÍRITO SANTO
Cântico inicial
Introdução:
Falar do Espírito Santo, não é coisa fácil. E isto porque ele não se deixa definir com muitas ou poucas
palavras. Ele não se deixa prender em conceitos ou definições.
O Espírito Santo revela-se através de símbolos. Símbolos que têm a ver com a nossa vida e que são
indispensáveis à nossa vida. Deste modo ele dá-nos a entender que necessitamos d’Ele para viver, para
caminhar, para crescer, para irmos ao encontro dos outros e de Deus.
A Sagrada Escritura fala-nos de alguns desses símbolos. Eles são o vento, a água e o fogo.
Nos Actos dos Apóstolos é-nos relatado como foi a descida do Espírito Santo sobre os Discípulos de
Jesus reunidos no Cenáculo. Vamos escutar esse relato:
“Quando chegou o dia de Pentecostes, todos eles estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do
céu um barulho como o sopro de um forte vendaval, e encheu a casa onde eles se encontravam.
Apareceram então uma espécie de línguas de fogo, que se espalharam e foram poisar sobre cada um
deles. Todos ficaram repletos do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o
Espírito lhes concedia que falassem.
Acontece que em Jerusalém moravam judeus devotos de todas as nações do mundo. Quando ouviram o
barulho, todos se reuniram e ficaram confusos, pois cada um ouvia os discípulos a falar na sua própria
língua”.
Actos 2,1-6
Também nós estamos aqui reunidos – retirados do resto do mundo – para rezar, para meditar, para invocar
a vinda do Espírito Santo sobre cada um de nós.
Diz-nos este relato que o Espírito desceu em forma de línguas de fogo sobre cada um dos discípulos e
começaram a falar diversas línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem. Isto quer dizer que o
Espírito Santo não desceu sobre cada um da mesma forma e com um único dom, mas de acordo com a
vontade do mesmo Espírito Santo.
E isto quer dizer, que o Espírito Santo manifesta-se através de vários dons. Estes dons têm a ver com
qualidades humanas, mas são sobretudo um dom que devemos pôr ao serviço dos outros.
Vamos escutar um outro texto que nos fala sobre os vários dons do Espírito Santo:
“Existem dons diferentes, mas o Espírito é o mesmo; diferentes serviços, mas o Senhor é o mesmo;
diferentes modos de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos.
Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos. A um, o Espírito dá a palavra
de sabedoria; a outro, a palavra de ciência segundo o mesmo Espírito; a outro, o mesmo Espírito dá a
fé; a outro ainda, o único e mesmo Espírito concede o dom das curas; a outro, o poder de fazer milagres;
a outro, a profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro, o dom de falar em línguas; a outro
ainda, o dom de as interpretar. Mas é o único e mesmo Espírito quem realiza tudo isto, distribuindo os
seus dons a cada um, conforme Ele quer”.
1Cor 12, 4-11
Ao longo da história, a Igreja “condensou” os dons do Espírito Santo em 7 dons. Destes dons “saem”,
desenvolvem-se muitos outros dons de acordo com as necessidades da Igreja e da Sociedade, de acordo
com a capacidade de cada um de nós.
Rezar, invocar a presença do Espírito Santo é tomar consciência dos dons – ou do dom do Espírito Santo
já presente em mim. Rezar, invocar a presença do Espírito Santo é aperceber-se também de que tenho um
caminho a percorrer e para tal necessito deste ou daquele dom para melhor corresponder ao Plano de
Deus.
Vamos invocar sobre nós a vinda do Espírito Santo com os seus dons:
Cântico: Vem Espírito Santo, vem!
Vem iluminar-me!
• O dom do entendimento.
Acende-se uma vela que se coloca junto à língua de fogo. Canta-se um cântico.
O dom do entendimento deixa-nos ver a vida sob várias dimensões e não somente sob o aspecto do
momento. Através do dom do entendimento colocamos os pés na terra e não nos deixamos iludir pelos
sentimentos de euforia ou de tristeza. O dom do entendimento ajuda-nos a entender a vida na sua
globalidade e sob a perspectiva de Deus.
Vem Espírito Santo, vem!
Vem iluminar-me!
• O dom da ciência.
Acende-se uma vela que se coloca junto à língua de fogo. Canta-se um cântico.
O dom da ciência ajuda-nos a desenvolver com responsabilidade a tarefa que Deus nos confiou de
cultivar e cuidar a Terra. O dom da ciência manifesta-se em nós quando criamos e desenvolvemos coisas
que melhoram a nossa vida e facilitam o nosso trabalho, quando descobrimos as causas de certos males,
como também as suas soluções, por exemplo no campo da medicina.
Vem Espírito Santo, vem!
Vem iluminar-me!
• O dom da sapiência, isto é o dom da sabedoria.
Acende-se uma vela que se coloca junto à língua de fogo. Canta-se um cântico.
O dom da sapiência ou da sabedoria ajuda-nos a distinguir o bom do menos bom/do mau para vivermos
de acordo com o Plano de Deus. Quantas vezes encontramo-nos em encruzilhadas e temos dificuldade em
decidir por este ou por aquele caminho porque não temos a certeza qual é o melhor caminho para nós, o
que é que está de acordo com o Plano de Deus para a minha vida.
Vem Espírito Santo, vem!
Vem iluminar-me!
• O dom do conselho.
Acende-se uma vela que se coloca junto à língua de fogo. Canta-se um cântico.
O dom do conselho manifesta-se sobretudo naquela palavra que damos a alguém num determinado
momento e que o outro se sente compreendido, encorajado, apoiado... na sua vida. Este dom manifesta-se
também naquela palavra que ouvimos quando procuramos um conselho ou uma opinião de uma pessoa
experiente. Mas este dom faz-se também sentir como voz interior que sentimos e que nos impele a agir
numa determinada forma.
Vem Espírito Santo, vem!
Vem iluminar-me!
• O dom da piedade.
Acende-se uma vela que se coloca junto à língua de fogo. Canta-se um cântico.
O dom da piedade vem-nos ajudar no nosso relacionamento com Deus. Relacionamento este que deve
estar marcado pela qualidade e não pela quantidade de orações que eu faço. É aquele dom que me ajuda a
ver a acção de Deus na minha vida e que me leva a ver Deus em todas as coisas. É ser contemplativo no
meio da acção.
Vem Espírito Santo, vem!
Vem iluminar-me!
• O dom do temor de Deus.
Acende-se uma vela que se coloca junto à língua de fogo. Canta-se um cântico.
O dom do temor de Deus ajuda-me na minha relação pessoal e comunitária com Deus. Deus que é Amigo,
Companheiro. Mas também o Autor da minha Vida. A Ele devo tudo o que sou e tenho. E por isso a
minha relação é de respeito, de veneração. O fundamento do meu respeito é a confiança e a certeza que
Ele é Pai, é Amor incondicional.
O dom do temor ajuda-me a tomar consciência do meu lugar e da minha liberdade frente a Deus. Este
dom faz com que Deus seja o Deus da minha vida, Deus que caminha comigo... e que eu o respeito como
tal.
Vem Espírito Santo, vem!
Vem iluminar-me!
O dom da fortaleza.
Acende-se uma vela que se coloca junto à língua de fogo. Canta-se um cântico.
A fortaleza é aquele dom que dá consistência à minha vida, que me faz estar e ficar de pé quando tudo
parece ser contra mim ou que já não tenho nenhuma segurança. É aquela força que cada um nós tem e
sente para superar momentos de crise e de desânimo causados pela morte repentina de um ente querido ou
de ser confrontado pessoalmente por uma doença incurável.
Acção
Como disse no início da nossa oração, o Espírito manifesta-se através de vários símbolos como o vento, a
água e o fogo. Quando estes elementos entram em contacto com outros elementos ou coisas, transformaos. Assim, quando o vento toca as velas de um barco, este põe-se em movimento... quando o vento toca as
hastes de um moinho, este é capaz de transformar milho ou trigo em farinha...
Quando a água entra em contacto com a terra, esta começa a produzir frutos... Quando temos sede e
bebemos água, não só saciamos a nossa sede como recobramos forças para a caminhada... Quando
estamos sujos ou suados e tomamos um banho, sentimo-nos mais frescos – renovados.
Quando os metais são colocados no fogo, estes são purificados de suas impurezas e tornam-se mais
belos... ou quando metemos o ferro no fogo, este torna-se mais maleável... o fogo serve também para
aquecer, para iluminar...
O vento, a água, o fogo possuem uma força que transforma. O Espírito Santo também nos quer
transformar. Ele quer transformar o nosso coração de pedra em coração de carne – com os mesmos
sentimentos de Jesus Cristo. Ele quer modelar o nosso coração. Assim nos diz o profeta Ezequiel:
“Derramarei sobre vós uma água pura, e ficareis purificados. Vou purificar-vos de todas as vossas
imundícies e de todos os vossos ídolos. Dar-vos-ei um coração novo e colocarei em vós um espírito novo.
Tirar-vos-ei o coração de pedra, e dar-vos-ei um coração de carne. Colocarei dentro de vós o meu
espírito, para que vivais de acordo com os meus estatutos, observeis e ponhais em prática as minhas
normas.
Ez 36, 25-27
Cada um de nós recebe agora um pedaço de barro que pode simbolizar aquilo que cada um de nós é:
alguém inacabado, imperfeito, alguém que quer e pode ser transformado...
E tal como cada um de nós é, olha para os vários dons do Espírito Santo e olha também para o seu
coração... qual é o dom que necessito para ser transformado, para ser um homem, uma mulher diferente,
mais parecido/a com Deus?
Cada um procura modelar o seu coração... e neste modelar, presto atenção aos sentimentos, aquilo que se
passa em mim (as resistências em relação a essa transformação, os desejos profundos de querer ser
melhor, diferente...)
No fim, cada um escreve o seu nome no coração, pois assim diz o Senhor: «Levanta-te e desce à casa do
oleiro e lá te comunicarei a minha Palavra». Desci à casa do oleiro e encontrei-o a fazer um objecto no
torno. O objecto que ele estava a modelar deformou-se, mas ele aproveitou o barro e fez outro objecto,
conforme lhe pareceu melhor. Então foi-me dirigida a palavra de Javé: Não poderei fazer de vós, ó casa
de Israel, o que faz este oleiro? - oráculo de Javé. Como barro nas mãos do oleiro, assim estais vós nas
minhas mãos, ó casa de Israel.
Musica de fundo
Numa atitude de oração, cada um coloca o seu coração junto daquele dom que mais necessita para a sua
vida, ou que acha que já possui, mas que necessita da força do Alto para melhor o desenvolver.
Cântico
Oração:
Deus, Tu é s Água viva a brotar no deserto.
Eu, teu servo sedento junto à fonte das águas.
Tu és a Brisa e Vento que refresca e remove.
Eu, a flor que estremece e a pedra rolada.
Tu és Fogo brilhante que alumia e caustica.
Eu, metal que se funde e amolda à tua graça.
Tu és Vida, que anima tudo quanto tem nome.
Eu, teu sonho e projecto em constante arrancada.
Tu és Tu – plenitude em querer, ser e poder.
Eu sou teu. Faz-me fiel a mim mesmo. Mais nada.
Lopes Morgado
Benção final
“Quando chegou o dia de Pentecostes, todos eles estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do
céu um barulho como o sopro de um forte vendaval, e encheu a casa onde eles se encontravam.
Apareceram então uma espécie de línguas de fogo, que se espalharam e foram poisar sobre cada um
deles. Todos ficaram repletos do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o
Espírito lhes concedia que falassem.
Acontece que em Jerusalém moravam judeus devotos de todas
as nações do mundo. Quando ouviram o barulho, todos se
reuniram e ficaram confusos, pois cada um ouvia os discípulos a
falar na sua própria língua”.
Actos 2,1-6
“Existem dons diferentes, mas o Espírito é o mesmo; diferentes serviços, mas o Senhor é o mesmo;
diferentes modos de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos.
Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a
utilidade de todos. A um, o Espírito dá a palavra de sabedoria; a
outro, a palavra de ciência segundo o mesmo Espírito; a outro, o mesmo Espírito dá a fé; a outro ainda,
o único e mesmo
Espírito concede o dom das curas; a outro, o poder de fazer milagres; a outro, a profecia; a outro, o
discernimento dos
espíritos; a outro, o dom de falar em línguas; a outro ainda, o dom de as interpretar. Mas é o único e
mesmo Espírito quem
realiza tudo isto, distribuindo os seus dons a cada um, conforme
Ele quer”.
1Cor 12, 4-11
«Levanta-te e desce à casa do oleiro e lá te comunicarei a minha Palavra». Desci à casa do oleiro e
encontrei-o a fazer um objecto no torno. O objecto que ele estava a modelar deformou-se, mas ele
aproveitou o barro e fez outro objecto, conforme lhe pareceu melhor. Então foi-me dirigida a palavra de
Javé: Não poderei fazer de vós, ó casa de Israel, o que faz este oleiro? - oráculo de Javé. Como barro
nas mãos do oleiro, assim estais vós nas minhas mãos, ó casa de Israel.
Jer
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