ESTUDO 11 DEIXEM DE JULGAR UNS AOS OUTROS O mandamento: “Portanto, deixemos de julgar uns aos outros. Em vez disso, façamos o propósito de não colocar pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão”. (Rm. 14.13) – Versão Almeida. Observação sobre o julgar: Mesmo antes da conversão de Paulo, Jesus havia enunciado este mandamento, no Sermão do Monte. O Senhor somente não desdobrou a explicação do mandamento, como Paulo mais tarde o faria em Rm. 14. Confira o que Jesus disse: “Não critiquem, e assim vocês não serão criticados! Porque como vocês tratam os outros, eles também vão tratar vocês. E porque se preocupar com um cisco no olho dum irmão, quando vocês tem uma tábua no seu próprio olho? Você diria: Amigo, deixe-me ajudar você a tirar esse cisco do seu olho, quando você mesmo nem pode enxergar, com uma tábua em seu próprio olho? Fingido! Livre-se da tabua primeiro, assim você poderá enxergar para ajudar seu irmão”. (Mt. 7.1-5). Definição daquilo que devemos evitar: Julgar-nos uns aos outros significa tomarmos por certo que a nossa ideia sobre determinada prática duvidosa ou questão doutrinária secundária é a única admissível. Ao assim fazer, criticamos e condenamos a qualquer outro irmão que não esteja compactuando e concordando com a nossa ideia. Exemplo negativo: “Escrevi à igreja, mas Diótrefes, que gosta muito de ser o mais importante entre eles, não nos recebe. Portanto, se eu for, chamarei a atenção dele para o que está fazendo com suas palavras maldosas contra nós. Não satisfeito com isso, ele se recusa a receber os irmãos, impede os que desejam recebê-los e os expulsa da igreja” (III Jo. 1.9-10). Como isso se aplica a nós? O mandamento de não julgarmos uns aos outros implica em várias considerações. Por exemplo: 1. Há certos aspectos da doutrina e dos padrões de conduta que a escritura não especifica, mas deixa a critério da consciência individual do cristão. Um crê que pode comer de tudo; já outro, cuja fé é fraca, come apenas alimentos vegetais. Aquele que come de tudo não deve desprezar o que não come, e aquele que não come de tudo não deve desprezar o que come, pois Deus o aceitou. Quem é você para julgar o servo alheio?... (Rm. 14.2-4ª). A respeito de tais coisas (as duvidosas e secundarias) não temos o direito de exigir a total conformidade. 2. Os cristãos não devem exigir de seus irmãos aquilo que a própria Escritura não tenha ordenado. Assim fazendo, estariam julgando a própria Escritura. Pelo contrário: Não vos critiqueis uns aos outros, meus irmãos. Se o fizerdes, julgais vosso irmão e colocai-vos acima da Lei de Deus, porque no fim de contas chegastes a ser crítico da Lei em vez de a ela obedecer, passais a serem juízes, quanto afinal há um só Juiz. O que promulgou a Lei, e tem nas mãos o poder da vida e da morte. Como podereis ser tão ingênuos para imaginar que sois juízes do próximo? (Tg 4.11-12, paráfrase de Philips). 3. A Escritura deixa a critério da consciência individual certos aspectos da doutrina e do comportamento. Por isso, a igreja não deve exigir a um cristão que ele pense ou aja, em relação a estas coisas, de maneira idêntica à nossa, como condição de o acolhermos como membro da igreja. (Rm. 14.1,3-4). 4. Embora certas coisas sejam deixadas ao critério individual, cada um deve estar plenamente convicto em sua própria mente (Rm. 14.5b). Quando o cristão tem a convicção de que a sua maneira de entender e agir é certa, ele deve agir de acordo com essa convicção. Mas nem por isso deve acusar de pecado ao irmão que tenha formado outra convicção, nem menosprezar ou desprezá-lo (Rm. 14.3). 5. Em última analise, é ao Senhor que cada irmão terá de prestar contas, pelo que faz e pelo que pensa. (Rm14.4, 6-10; 1Co. 4.3-4). 6. Não somente devemos evitar julgar os irmãos a respeito de coisas secundárias, como também devemos aceitá-los e suportá-los de maneira generosa, como tendo igual direito à liberdade que há em Cristo. (Rm 15.7, Cl 3.13). Distinção entre o julgamento proibido e aquele que é permitido Embora a Escritura proíba o tipo de julgamento que acabamos de considerar, ela mesma ensina que existem certos tipos de julgamentos que deve ser praticado pelos cristãos. Devemos: Tomar decisões que combinem com propósitos certos; Avaliar tudo o que ouvimos e lermos, para reter somente o que for bom, e Aplicar disciplina aos rebeldes da igreja. REFLETIR: Rm. 14.13 diz, literalmente, no grego: “Não nos julguemos mais uns aos outros; antes julguemos isto: não colocar tropeço ou escândalo ao irmão”. 1.Esta maneira certa de se julgar significa: decidir, resolver. O jogo de palavras que Paulo faz, nesse versículo, entre não julguemos... antes julguemos, aparece mais claramente na paráfrase de Philips, Cartas às Igrejas Novas, onde se lê: “Acabemos com a crítica aos nossos irmãos. Ou então se quisermos ser críticos, façamos a crítica ao nosso próprio procedimento, e não dificultemos a vida do nosso semelhante, pondo-lhe obstáculos no caminho onde possa tropeçar e cair.” 2. Como filhos adultos de Deus, temos a responsabilidade (1Co. 14.29) e a capacidade (Jo. 10.5,14) de julgar as comunicações que recebemos. Devemos avaliá-las quanto à sua procedência divina (1Jo 4.1-6) e utilidade para as nossas vidas (1Ts 5.21). Neste sentido – e não no da crítica mesquinha e egoístas – é que devemos, como pessoas espirituais, discernir todas as coisas (1Co. 2.14-15) 3. Para que todos os cristãos possam exercer, quando necessário, o ministério interdependente de aconselhar-nos uns aos outros, e para que os líderes exerçam a disciplina na igreja, é preciso que membros sejam avaliados quanto à sua obediência à Palavra de Deus. A Escritura mostra que isto deve ser: a. Feito somente quando necessário; b. Limitado pelo mandamento: Suportem-se uns aos outros; e c. Dirigido mais à verificação de uma possível atitude de rebeldia do que à crítica das coisas feitas pelo irmão (a rebeldia é focalizada nas frases: não ouvir... e recusar a ouvir... em Mt. 18.16-17: “Mas se ele não ouvir...; Se ele se recusar a ouvi-los...; e se ele recusar a ouvir também a igreja...”). O valor do mandamento de não julgar: O mandamentod de deixarmos de julgar uns aos outros, é essencial à manutenção da unidade do Corpo de Cristo. Um grande perigo para a paz e unidade do grupo de cristãos, é uma pessoa com espírito de crítica. Rápida no gatilho critica tudo o que não gosta ou não entende. Semeia dúvida e suspeitas. Em outras palavras, infecciona o Corpo! Quando os cristãos ficam se julgando uns aos outros, surgem divisões, contendas, amarguradas, orgulho e maledicência. Tais coisas destroem a harmonia que deve caracterizar o Corpo de Cristo. Por conseguinte, a glória de Deus é diminuída. Quando, porém, os irmãos evitam julgar-se uns aos outros, tais coisas não tem vez, e o Corpo de Cristo pode expressar, tanto na vida interna com também nos relacionamentos