Guia de Implantação de Serviço Pastoral para Casais em Segunda União nas Paróquias e Capelas Guia de Implantação de Serviço Pastoral para Casais em Segunda União nas Paróquias e Capelas Sumário: Descrição 1 – Introdução 2 – Objetivos 3 – Motivação do Pároco 4 – Motivação do Agente de Pastoral 5 – Formação do Agente de Pastoral 6 – Calendário Paroquial 7 – Identificação das Famílias em Segunda União 8 – Convite à participação 9 – Preparação para o Encontro 10 – Realização do Encontro 11 – Calendário das reuniões de pós-encontro 12 – A reunião de pós-encontro – acompanhamento 13 – A reinserção da Família na Igreja Página 1 1 2 2 3 3 4 5 5 6 10 11 11 1 – Introdução: Este guia de implantação foi elaborado pela equipe de agentes de pastoral familiar arquidiocesana de Londrina com intenção de subsidiar as equipes de agentes de pastoral familiar paroquiais e das capelas para acolherem os casais de segunda união que residem em suas comunidades. É expectativa razoável de que as famílias em segunda união frequentam as missas dominicais e estimulem a presença de seus filhos nos eventos de catequese e/ou grupo de jovens, contudo, não participam como casal da ação pastoral de suas Igrejas. É um guia dirigido ao agente de pastoral para estimulá-lo a trabalhar alinhado com a orientação de seu pároco, articulado com outras lideranças de movimentos e serviços de sua comunidade e, principalmente, trabalhar imbuído da responsabilidade do pastoreio das famílias como filhos e propriedade da Igreja. 2 – Objetivos: O objetivo pastoral desse guia é o de iluminar caminhos para que as famílias em segunda união sejam reinseridas na comunidade da Igreja, acolhendo-os para recebelos em um ambiente de caridade, misericórdia e fraternidade. O objetivo apostólico desse guia é o de orientar o agente de pastoral para o anúncio misericordioso da Doutrina e Tradição da Igreja, a partir do entendimento que a Igreja deseja ardentemente a presença de seus filhos nos caminhos de salvação, vocação de todos os batizados, e do próprio crescimento espiritual dos agentes que trabalham nesse setor da pastoral familiar. O objetivo cognitivo a ser alcançado é o de auxiliar agentes de pastoral e membros da comunidade a reconhecerem que as famílias em segunda união possuem pertença a Igreja como todos os outros irmãos e irmãs que compõem a comunidade, de modo que não faz sentido poder distingui-los dos demais sem que isso não se caracterize como preconceito. 3 – Motivação do Pároco: A autoridade eclesial na paróquia é o sacerdote. Tudo emana dele e dele deve partir a orientação sobre como agir pastoralmente. Mesmo que o ordinário local, o bispo arquidiocesano, recomende a existência de uma pastoral familiar ativa e organizada, como aliás recomendou o papa João Paulo II, cabe ao pároco acolher em seu coração tal iniciativa. Entretanto, existem muitos párocos que não possuem uma experiência pessoal familiar favorável ou mesmo pastoral positiva e isso os deixam relutantes em apoiar tal iniciativa. De qualquer forma é importante pontuar que a penúltima assembleia regional Sul II elegeu o pastoreio dos casais em segunda união como prioridade pastoral a partir de 2011 e, desde então, na arquidiocese de Londrina foram implantados os encontros de casais em segunda união ao nível arquidiocesano com duas ocorrências e, posteriormente, nos anos 2012 e 2013, ao nível decanal, realizou-se outros sete encontros decanais. A agenda de encontros de casais de segunda união para o ano de 2014 prevê a realização em quase todos decanatos à exceção de Sertanópolis, Tamarana e Porecatu, de modo que já se trata de uma realidade pastoral em nossa arquidiocese. Mesmo com essas experiências pastorais favoráveis, a realidade das famílias ainda requer grande atenção, como se pode observar nas estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, que aponta que ocorrem cerca de 1050 casamentos anualmente em nossa arquidiocese e cerca de 380 separações anuais, ou seja, um terço da quantidade de casamentos são desfeitos anualmente. Ainda que não seja uma realidade restrita à nossa arquidiocese e nem as estatísticas se referem aos casamentos exclusivamente católicos, pois são dados obtidos através de registros em cartórios civis, o fato é que um número alarmante de famílias estão se desfazendo, gerando frustrações e angústias onde se esses relacionamentos fossem evangelizados, certamente essa realidade seria mitigada. Não foi por acaso que o documento preparatório para a realização III Assembleia Geral dos Bispos sobre as Famílias, que irá transcorrer entre os dias 5 e 19 de outubro deste ano, quis levantar questões específicas acerca da situação das pastorais no enfrentamento de algumas situações matrimoniais difíceis, entre outras: a convivência em experiência; as uniões livres de fato e os recasados, querendo conhecer seus sentimentos com relação à aceitação, à pratica sacramental aos seus filhos e as propostas pastorais para lhes indicarem caminhos de salvação. Se a Igreja não está alheia à existência e à situação de clandestinidade de muitas centenas de famílias na barca de São Pedro, o pároco também precisa ser caridosamente sensibilizado para o acolhimento integral dessas famílias em estado especial. 4 – Motivação dos Agentes de Pastoral: Ser agente de pastoral familiar pode estar sendo uma prática caracterizada pela participação em eventos da Igreja onde a pessoa do agente se restrinja ao acolhimento daqueles que responderam positivamente ao convite feito de forma muitas vezes impessoal, ou ao servir lanches e cafés aos casais das famílias, ou a produzirem cartazes e lembrancinhas com frases evangélicas encorajadoras sobre o amor que Deus nutre por elas. Longe de ser uma crítica, tal situação é de suma importância desde que acompanhem uma atenção pastoral individualizada e pessoal a cada casal, transmitindo o amor de Deus e não apenas informando-os sobre o amor de Deus. O agente de pastoral acostumado com a pastoral de eventos, onde o irmão e a irmã são atendidos apenas naquele breve período, sem a construção de um vínculo de amor fraterno e de aceitação sem julgamento, precisará refletir sobre seu carisma para a melhor adaptação ao trabalho pastoral que se requer dele. O agente de pastoral que se vê no pastoreio dos casais das famílias em segunda união deve ter uma atitude pessoal atenta às necessidades desses casais; atento às deficiências de catequese e formação que tiveram na preparação para o seu matrimônio anterior; estar atento para a pedagogia com que utilizará para entusiasmar a nova família para o convívio na comunidade ao despeito de eventualmente não receberem uma calorosa acolhida. O agente de pastoral precisa refletir caridosamente consigo mesmo sobre seu chamado. Se seu carisma for o enfrentamento cuidadoso de situações difíceis, sem voluntarismo e com entendimento das consequências que seus atos ou omissões possam vir a causar na família, então ele deve se colocar disponível para o acompanhamento de algumas poucas famílias nesse processo de reinserção na vida pastoral paroquial dessas pessoas. 5 – Formação do Agente de Pastoral: A formação dos agentes de pastoral que atuam no subsetor de Casos Especiais para Casais de Segunda União é desenvolvida pelo conhecimento da Doutrina e Tradição da Igreja dirigida a esse tema. São muitos os subsídios nesse sentido, mas trata-se de formar e não informar ao agente, de modo que recomenda-se a leitura dirigida do parágrafo 84 da Encíclica Familiaris Consortio, do capítulo cinco do Diretório da Pastoral Familiar, documento 79 da CNBB e de reunião de formação promovidas pela equipe arquidiocesana da comissão para o subsetor de casos especiais para casais em segunda união. Essas reuniões são de cunho eminentemente prático e devem ser agendadas com alguma antecedência para que a comissão possa organizar sua agenda pastoral. 6 – Calendário Paroquial: Todos os anos, próximo a época das assembleias paroquiais, são preparados os calendários para o próximo ano. São muitos os desafios da calendarização dos eventos: quantos serão? Quando serão? Com que quantidade de agentes poderemos contar? Enfim, são muitas as perguntas. Não cabe aqui respondermos às possíveis perguntas, mas partindo-se do princípio que esse serviço pastoral ainda não é oferecido e, portanto, pouco conhecido, recomenda-se que sejam previstos, inicialmente, um encontro por semestre e em dias longe de datas “fortes”, como feriados prolongados ou que sejam de celebrações litúrgicas importantes, como dia da padroeira da comunidade ou de uma celebração diocesana popular, pois, certamente, parte do esforço pastoral estará sendo convocado a ajudar em algo que não seja o encontro de casais de segunda união. Certamente, o sucesso das primeiras experiências gerará demanda que torne obrigatória a maior frequência de encontros para o ano seguinte, mas ainda assim estará aquém da necessidade de atendimento da demanda. Só para explicitar, nos últimos seis anos, em nossa arquidiocese, segundo o IBGE, 25% dos casais que se separam tornam a se recasarem, gerando uma média anual de 80 famílias. Nos últimos dois anos, a arquidiocese promoveu o atendimento de cerca de 40 famílias em todos os encontros promovidos ao nível decanal. 7 – Identificação das Famílias em Segunda União: Os beneficiários dos trabalhos pastorais do subsetor de casos especiais de famílias em segunda união, são casais que já estiveram na Igreja e se deram em sacramento, mas que por algum motivo seus votos não se concretizaram conforme seus desej os. Hoje vivem uma nova união estável, constituindo uma família de batizados que possuem o direito ao caminhar com a comunidade nos caminhos de salvação. A Igreja, constituída para conduzir à salvação todos os homens e sobretudo batizados, não pode abandonar aqueles que procuram novas núpcias, por isso, irá se esforçar incansavelmente por oferecer-lhes os meios de salvação (FC84). O casal recasado não utiliza nenhuma identificação especial e são absolutamente iguais aos demais casais, e associado a isso, dado que sabem que seu estado matrimonial é irregular, evitam ser identificados como tal. Quase sempre, por desconhecer a Doutrina, ou por motivos diversos, como incompreensões recíprocas, incapacidades de abertura a relações interpessoais, podem ocorrer dolorosas fraturas em matrimônios válidos, de modo que o casal recasado não é facilmente reconhecido e, diante do simplificadamente exposto, são relutantes em aceitar uma proposta pública para adesão à ação pastoral para sua reinserção no âmbito da comunidade. Contudo, essa dificuldade de identificação do casal do recasado pode ser transposta por vários modos, a saber: Articulação com Movimentos e Serviços de Evangelização de Casais, pode e é uma poderosa aliada na identificação dos casais recasados em sua comunidade, pois certamente já lhes foram contatados por seus membros e agentes. Há alguns, como o projeto Santuário da Vida, cujo carisma está depositado na evangelização de catecúmenos que buscam o sacramento da confirmação, possuem relacionamento próximo com os pais e sabem de sua situação matrimonial. O mesmo ocorre com a catequese, onde frequentemente se faz um cadastro da situação matrimonial dos pais dos catecúmenos. Observar, entretanto, que deve haver uma articulação madura e uma relação de confiança entre a secretaria de catequese e os agentes de pastoral para não haver quebra de sigilo das informações prestadas pela família, o que poderia redundar em constrangimento desnecessário. A indicação do pároco local, que aconselha espiritualmente os casais recasados e sabem dos seus esforços para a retomada de uma normalidade familiar estável e profícua de obras de caridade e oração, é caminho certo para irmos ao encontro dos casais ou, como ocorre na maioria das vezes, o próprio pároco indica o casal para participarem. A comunidade também oferece um valoroso serviço ao incentivar os casais a buscarem uma aproximação com a pastoral a partir de uma relação de confiança e divulgação ampla do serviço prestado pelos agentes. Certamente há outros meios de identificação de casais recasados na comunidade, pois a maioria não está escondendo sua situação matrimonial, mas tão somente evitando situações que os podem causar constrangimento por rejeição ou julgamento inadequado por parte de outro irmão fiel desinformado. 8 – Convite à participação: Seja como for a identificação do casal recasado, o momento do convite é fundamental. Deve-se revestir de enorme acolhimento, empatia e discernimento por parte do agente de pastoral. Deve lembrar que não há duas estórias iguais e cada casal tem uma experiência própria e deve ser valorizado por isso. Independentemente da acolhida, não pode faltar a verdade, de modo que, por se tratar de pessoas adultas, o agente de pastoral deve realizar o convite antecipando as etapas que virão. Se for conveniente, pode evitar de antecipar os objetivos do encontro de casais ou informações acerca da quantidade de casais que irão participar. Temos testemunhado que nas áreas urbanas de nossa arquidiocese, o número de casais recasados que aceitam participar é bastante reduzido e menos de um terço se animam a perseverar com o grupo, provavelmente por falha na ação pastoral quanto aos requisitos de acolhimento e empatia. Dessa forma, deve-se apenas convidar para uma rápida reunião de casais recasados que trocarão impressões e expectativas futuras quanto à participação na vida de comunidade eclesial. O ideal, contudo, é que o agente de pastoral visite a família identificada. Faz uma ligação telefônica ou interpela pessoalmente o casal na comunidade, sugere a visita na casa, avisa do seu propósito, diz o quanto breve será sua permanência, combinam uma data e hora mais bem adequada para ambos e realiza o convite para participar da reunião de preparação. A experiência mostra que a assertividade desse método é maior do que os outros meios de convite. 9 – Preparação para o encontro: Não se trata do encontro em si. Longe disso. Contudo, a experiência nos mostrou que um alinhamento entre os propósitos da Igreja e a expectativa dos casais recasados se faz importante. Muitos não possuem quase nenhuma informação à respeito da sua verdadeira situação matrimonial perante à Igreja. Muitos, inclusive, só ouviram de outros que estão em pecado mortal e, portanto, não tem direito nada. Há muita desinformação ou informação equivocada. Os meios de comunicação social formam conceitos errôneos sobre a Doutrina e o Magistério da Igreja e criam uma antipatia antecipada sobretudo que se relaciona a ela. É dentro desse contexto que recomendamos haver uma reunião que anteceda o encontro. Evita-se constrangimentos dolorosos por expectativas frustradas como a que já pudemos presenciar, quando um dos esposos deixa o encontro contrariado com o outro e trocam acusações de omissão ou traição quanto aos propósitos de estarem ali. A Igreja os quer juntos, caminhando com a comunidade, mas isso precisa ser explicitado antes do encontro. Nessa reunião de preparação para o encontro não se deve dispensar as mesmas características de acolhimento e empatia. Deve-se proporcionar um ambiente o mais confortável possível dentro das possibilidades da paróquia, não é necessário servir lanche ou refeição, apenas um pequeno café ou chá, não precisa de Datashow ou palestrante, apenas um agente mediador que exporá aos casais o roteiro e as finalidades do encontro de casais recasados. Deve haver ênfase de que não se trata de apenas um evento, mas uma caminhada de relacionamento com a comunidade, franca e direta, que objetiva algo maior que a simples aproximação da mesa eucarística, mas o atendimento da vocação de todo batizado, que é a salvação. Também não se deve cair na tentação de se omitir algumas rotinas que os casais irão ter que perseverar, seja na frequência da escuta da Palavra, seja na participação nas missas dominicais ou nas boas obras caritativas que a comunidade promove apenas com a finalidade de atraí-los em maior número. Isso seria uma vaidade cruel. Acima de tudo essa reunião preparatória visa deixar os casais falarem, se assim o quiserem, sobre suas experiências de relacionamento comunitário eclesial, sobre suas expectativas quanto ao futuro de sua família no mesmo contexto, sobre as suas frustrações e angustias, mas sempre mediados pelo agente de pastoral que os incentiva a participar. A experiência nos mostrou que os casais recasados encontram grandes afinidades entre si, mesmo que as estórias de cada um sejam diferentes, e isso cria uma afinidade importante para a caminhada comunitária. Também permite ao agente de pastoral conhecer as características dos casais recasados que passarão a ser de sua responsabilidade, levando-o a orientar mais adequadamente a condução dos temas durante o encontro que está por vir. Situação concreta também deve acontecer de o grupo, ainda que individualmente, responder à pergunta do agente de pastoral acerca do interesse na participação do encontro. Este, por sua vez, se compromete a entrar em contato nas vésperas do compromisso para não deixá-los desanimar, ainda que com ajuda de outros agentes, e se coloca formalmente como responsável pelo pastoreio do grupo. O agente deve atentar para que a reunião não se transforme em uma terapia de casais recasados e deve planejar a reunião para ocorrer dentro de um período que não exceda 90 minutos. Se for o caso de haver mais do que seis a oito casais, a pastoral familiar local deve designar outro agente de pastoral para o pastoreio de outro grupo, permitindo assim um acompanhamento mais individualizado de cada casal. Aparentemente mais trabalhoso, a formação de grupos menores permitirá a participação mais intensa de cada casal, o que é o propósito. Se for o caso, limita-se o número de casais e aumenta-se a frequência de encontros na paróquia para atender à demanda. Enfim, não se trata de regra, mas recomendação. 10 – Realização do Encontro: Chegado o dia! Casais animados se reencontrarão com aquele que os acolheu e deve ser grande a expectativa. A pastoral familiar local está em festa para recebe-los com um pequeno café, uma cadernetinha e caneta para anotações de assuntos de seus interesses e são conduzidos para o local onde haverá a conversa do grupo. Sim, conversa. Por favor, evite-se as palestras em auditórios. Busque-se acomodar os casais dispostos em forma de circular ou outro modo, mas que permita-os se entreolharem. O mediador também se acomoda no meio deles. Se os temas forem conduzidos por outra pessoa que não seja o mediador, deixem uma cadeira vazia com uma mesinha atrás para permitir que se apoie papéis e água para aquele que irá falar. Como se trata de casais em segunda união, que buscam ali um encontro com a verdade e a misericórdia de Deus, pensamos que pode ser dispensável, ou melhor, não é absolutamente necessária a decoração ou equipar a sala com algo a mais, como flores ou lembrancinhas, que venham a caracterizar melhor ou mais intensa acolhida. Necessário é, de fato, que os agentes envolvidos precisam dirigir todas as suas atenções para os casais estarem ali, resolvendo problemas de locomoção que alguns possam ter, cuidar de filhos enquanto durar o encontro, se certificar que cada casal está confortável enquanto sentado, etc. Os demais agentes, se houver, devem promover uma intensa oração de intercessão pelo encontro, pedindo ao Espírito Santo luzes que abram os olhos e os corações desses casais para que percebem o amor que Jesus tem por eles e de quanto foi grande a espera para até que eles voltassem para a Igreja. Mais uma vez reiteramos a necessidade de se estabelecer um limite de casais que farão o encontro. Muitos casais requererão uma estrutura organizacional maior e, consequentemente, mais distante. O sistema de auditório contrapõe a pessoa que fala e “nós” que estamos na plateia e, também, quem fala o está fazendo de pé, olhando para “nós” de cima, manipulando imagens e com domínio emocional da reunião. Isso tudo é necessário em outras circunstâncias. Aqui não... Igualdade e fraternidade são os aspectos importantes. Se alguém quiser falar ou comentar algo que ouviu, deixe-se que fale. O mediador ou aquele que conduz o assunto saberá impor limites razoáveis àqueles mais empolgados ou sem senso de oportunidade. Outro aspecto muito importante do encontro é a flexibilidade do cronograma. Ao contrário da rigidez de horários, o encontro deve ter rigidez na percepção sobre os casais de modo que cada um esteja plenamente compreendendo o tema apresentado. Caso se perceba alguma dificuldade, o mediador deve voltar atrás e repassar o assunto até que perceba a melhor compreensão. O casal que está participando do encontro compara sua estória pessoal com aquilo que está ouvindo e daí “viaja” em seu passado. Essa viagem pode ser muito dolorosa de modo que o casal perde atenção ao que se diz dali para frente por alguns instantes. Quando “volta”, percebe que perdeu o sentido de alguma coisa e isso ele manifesta por expressões faciais, o jeito de sentar, enfim, toda uma comunicação gestual que o mediador precisa estar atento. Imaginem esse tipo de observação em um grupo de vinte pessoas. Seria exigir muita habilidade do mediador, não é mesmo? De qualquer forma, o tempo é mais importante no seu aspecto de ritmo do que no contar dos minutos. O encontro leva os casais como que a um passeio de “montanha russa”, subindo com eles quando lhes fala o quanto Deus lhes ama e estava aguardando pelo retorno deles; depois desce vertiginosamente quando lhes fala sobre a graça de perdoar aqueles que lhes infligiram grandes dores e humilhações; sobe com eles quando os convida para colocarem todas essas angústias aos pés de Cristo Eucarístico, trocando o coração de pedra por outro de carne, ainda doído, mas de carne. Pausa para o café. Descontração é o toque do ambiente. Música e louvor seria bom. Se não houver músicos, cumprimentos, abraços, tapinhas nas costas, enfim, contato pessoal. Pode haver “mimos” com algumas coisas gostosas de se comer, senão o básico mesmo. Café, leite, pão, algum bolo, biscoitos, enfim, tudo muito simples e de acordo com as características pessoais da comunidade. Aqui vai uma observação importante: será nessa comunidade que os casais serão inseridos, daí autenticidade ser fundamental. Nada de se fazer o que não se é. Basta amar os casais e isso será notado para sempre! Comentado [RP1]: Acomodados na sala, mais uma descida. Vamos falar do magistério da Igreja que é mãe e farol para todos que ela quer ver salvos. A verdade e a disciplina podem ser, num primeiro momento, algo aborrecedor, mas, à medida em que o tema é apresentado, com a caridade adequada, os casais vão experimentando uma revelação que os leva a pensar se já haviam ouvido aquilo e não deram ouvidos ou porque não prestaram atenção nesses ensinamentos antes. Iniciam uma “subida” emocional quando percebem quanto sofrimento poderia ter sido evitado com a devida atenção ao que a Igreja recomendava na fase de preparação para o matrimônio. Logo “descem” com diferentes emoções de frustrações e pesar de si mesmos e retomam uma nova subida quando ouvem o testemunho de um casal de segunda união que se deixou aprender sobre os objetivos doutrinais e pastorais do matrimônio, se lançaram na caminhada de comunidade e dão testemunho de casal equilibrado, temente a Deus, participante de todas as ações que proporciona a salvação que a Igreja deseja. Constatando o fato de Cristo, por sua Encarnação, ter redimido a humanidade do pecado, reconciliando-a com Deus, de quem se afastara livremente, os casais, quando ouvem sobre o valor da Eucaristia, rezam o Ângelus e recebem o convite para estarem diante daquele que experimentou todas essas situações na carne, porque foi obediente ao Pai e nos remiu de todos esses deslizes, pensam: Chegou a hora! Chegou o momento do “Tocar ao Senhor”! Para a maioria dos casais esse é o ponto mais alto da “montanha russa”. Ápice do encontro! O ambiente deve ser acima de tudo respeitoso com a dignidade Eucarística, contudo, o arranjo deve permitir que os casais rodeiem Jesus Eucarístico. Se for possível, com autorização do pároco, supervisionado por algum Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão, coloca-se o ostensório sobre uma mesa, no centro de uma sala, coberta com toalha, ladeado por duas velas. Ao chão, apenas um tapete. Não precisa flores, senão atrapalha a aproximação dos casais. Estes são convidados a se aproximarem, se ajoelharem ao redor de Jesus Eucarístico e colocarem as mãos sobre a toalha da mesa. O resto deixem com Jesus. Ele lhes falará ao coração. A comunicação que ocorre nessa comunhão espiritual é inenarrável, portanto, vamos ao próximo momento do encontro. É chegada a hora de irem para casa. Os agentes devem oferecer ajuda aos que precisam de transporte, hospedagem ou qualquer outra facilidade para estarem novamente no dia seguinte. Isso é outra observação importante: em tese, o encontro poderia ser realizado em um único dia, com almoço oferecido pela comunidade, mas a experiência demonstrou que tudo pelo qual ouviram meche tanto em suas lembranças, afeta de tal forma o estado emocional, que é necessário que se faça uma parada para refletirem sozinhos, em casa, tudo o que ouviram e viram nesse primeiro momento. É importante que conversem a sós. Que façam perguntas um ao outro sobre como se sentiram diante de tudo que ouviram. Vamos lembrar que há muito o que ser “demolido” antes de reconstruído, pois Jesus não faz reforma. Ele reconstrói com Seu projeto de amor. No dia seguinte, o acolhimento será naturalmente mais íntimo, embora feito do mesmo jeito anterior. Alguns casais ainda precisarão “digerir” a parte inicial do encontro, uma vez que poderia haver uma forte expectativa de aceitação da nova união contraída do jeito que pensavam que haveria, mas haverá, só que de um jeito muito melhor. Só que alguns ainda não perceberam. São conduzidos ao café matinal, que pode ser igual ao anterior, e são conduzidos à sala onde continuarão a conversar. Desta vez a conversa será sobre como se conversa com Deus. Fé e Oração, individual e em família é o tema inicial desse segundo bloco. As reações são tímidas, em geral. Vale o testemunho pessoal daquele que conduzirá o tema, sempre com a presença do mediador, e tem a finalidade de se explicitar a prática da oração, a caridade e a ascética cristã para a salvação da alma. O próximo momento é esperado por aqueles que vieram crendo que a Igreja tem uma solução para o caso especial em que se encontram. É hora de falarmos sobre o Direito Canônico associado ao Matrimônio. Também presenciamos que trata-se de boa nova para aqueles que já estão resignados com sua situação matrimonial, mas encontram pistas para reconstruir suas vidas a partir de uma possível revisão de sua estória e avaliarem e amadurecerem a possibilidade de obterem uma declaração de nulidade do casamento anterior. Normalmente se recomenda que a pessoa que conduz o assunto seja alguém formado e vivido no direito canônico, uma vez que ainda não se trata de se fazer o libelo, mas tão somente informar que a justiça eclesiástica existe e é a única que pode avaliar se o primeiro casamento deles aconteceu ou não. Que eles tenham a informação do preço, dos prazos de trâmite, endereço do Tribunal e primeiras providências para apresentar a causa. O mediador estando presente e conhecendo superficialmente seus casais, pode estimular a conversa fazendo perguntas genéricas acerca da situação matrimonial para que a pessoa que está conduzindo o tema possa fazer comentários acerca de se há indícios de se obter a declaração ou não. Feita a primeira pergunta, a experiência mostra que os casais farão as demais. Construído um clima de confiança e respeito, o restante do tempo deve ser consumido com calma. Ao longo da explanação do direito canônico, os casais podem ter feito registro das informações e formulado dúvidas sobre a sua situação perante o direito canônico nas cadernetas que ganharam quando entraram no encontro. O mediador deve estimular que os casais entreguem, se assim entenderem querer, ao que conduz o assunto para que este faça algum comentário sem indicar nomes ou apontar a origem do papel. Para isso, outro agente recolhe a pergunta/dúvida e entrega ao mediador que as conduz ao apresentador do tema. É importante pontuar que essa parte do encontro não é uma reunião coletiva com o advogado. Nem uma sessão de encaminhamentos dos assuntos dos casais. Isto, se for feito, ocorrerá em outro momento e no foro adequado. Pelo contrário, além de tomarem conhecimento que a Igreja é desejosa de avaliar cuidadosamente cada caso, os casais devem ser estimulados pelo apresentador do tema a refletirem sobre o processo que antecede a iniciativa de se procurar o Tribunal Eclesiástico. A experiência mostrou que há muitas dores na revisão da estória de cada um, onde nem sempre um dos esposos conhece a do outro na intensidade com que serão revistos. A própria pessoa, tendo guardado angústias no fundo mais escondido de seu coração, talvez, ela mesma não esteja preparada para essa revelação. É necessário, pois, recomendar-se a cautela e a oração. Também antevê-se que muitos casais chegam ao encontro com a confusão de declaração de nulidade e anulação do casamento, ainda que a esse ponto já estão bem informados sobre a diferença. Mas será que já compreenderam? Outra questão é a implicação familiar. Deve se orientar que deve haver uma conversa com os familiares mais próximos, principalmente filhos, acerca do que se trataria um processo de obtenção de declaração de nulidade. A declaração é só da nulidade do sacramento, mas não do amor que os pais têm por seus filhos, que só irá aumentar com o amor de Cristo na Família, ou a nulidade das responsabilidades com os demais parentes. O apresentador deve comentar, sem desestimular, sobre a confusão que a família do casal pode fazer com pedido de declaração de nulidade e rejeição ao passado. A família não participou do encontro, então porque esperar um posicionamento esclarecido por parte deles. Farão o encontro? Provavelmente não. Daí cabe o casal refletir sobre como conduzirão o assunto, de tal modo que ele seja acolhido pelos demais como uma benção de Deus. Não é situação oportunista, nem momento inadequado, para que os casais obtenham um cartão de visita comercial para entrar em contato com o apresentador, caso seja advogado que atue na área, pois a ideia é facilitar o casal a libertar-se de suas angústias e auxiliá-los a rever seu estado matrimonial. Importante que isso ocorra ao final da apresentação, que a solicitação de contato posterior parta dos casais e não por recomendação do apresentador e, muito menos, do mediador. Isso inclusive pode ser realizado durante o rápido café que segue essa apresentação. Portanto, não se trata de “tirar o pedido” de uma venda de serviços advocatícios, até porque, quase sempre não é necessário a constituição de um advogado para tal. O mediador, então, convida todos a retornar para a sala e lhes pergunta sobre se há muitas dúvidas “graves”, uma vez que não é de se esperar que todas as dúvidas tenham se dissipado. Consulta-lhes acerca de como foi a experiência do ponto de vista espiritual e emocional. Se for reativa, lembra-os da reunião de preparação para o encontro e torna a perguntar se as expectativas foram alcançadas. Agora o agente mediador realiza o convite para que os casais venham participar das reuniões de pós-encontro. Muito provavelmente nenhum casal fará registro de recusar a participar, contudo, a experiência mostrou que a adesão não tem excedido a um terço dos que fazem o encontro. O agente e seu grupo não deve desanimar. Não é por causa da qualidade do encontro que o casal aceitará ou não a adesão ao grupo. Obviamente, se durante o encontro alguns deles fizeram uma experiência pessoal com Cristo, certamente continuarão e motivarão os demais a continuarem. Por outro lado, pedimos aos agentes para refletir sobre como é a rotina de quem possui duas famílias, que estão afastados há muito tempo da comunidade eclesial, atarefados em muitas atividades, enfim, precisam de um tempo para se adaptarem a um novo jeito de viver. Da mesma forma que como foram convidados para um encontro de casais, agora são convidados para formarem um grupo de casais, nem que o grupo seja de apenas um casal! Essa certeza de que haverá acompanhamento por parte do agente mediador é reflexo do Bom Pastor, que vai atrás da ovelha perdida e a coloca sobre os ombros. Sendo assim, basta informar uma data e local para a primeira reunião do grupo. Assim se encerra o encontro. Com despedida calorosa, se tiver, podem doar uma plantinha para que cuidem; pergunta-se se alguém precisa de transporte ou outro auxílio qualquer. 11 - Calendário das reuniões de pós-encontro: Estão programadas uma sequência de dezesseis reuniões de espiritualidade e formação catequética, sendo que quatro delas são “festivas”, destinadas apenas à confraternização do grupo. Considerando que não se tratará de um grupo grande, a conciliação da agenda será mais fácil de se obter. Há diversos modos de se firmar o calendário. Algumas experiências fixaram reuniões mensais, com duração máxima de duas horas, em dias fixos, por exemplo: terceiro sábado de cada mês, das 16 às 18 horas. Outra experiência determinou semanalmente nas noites de quartas-feiras. Pensamos que não há um modelo de calendarização melhor que outro, mas que deve-se buscar o consenso ao máximo a fim de não se “perder” nenhum que Jesus nos trouxe. O agente mediador deve considerar, contudo, sua própria agenda. Pensamos que deve se evitar de alternar o pastoreio com outro agente por causa do calendário, a não ser em caso de força maior. Os casais estabelecerão uma relação de confiança com o agente de pastoral que é muito importante para o sucesso da reinserção do casal na comunidade eclesial. Esse vínculo, contudo, é mais frágil do que se pensa, de modo que o agente deve ter esse propósito bem claro em seu coração antes de se lançar a fazer “experiências” com essas famílias. 12 - A reunião de pós-encontro – acompanhamento: A reunião de pós-encontro obedece a proposição metodológica do Regional Sul II, cujo roteiro foi publicado pelo casal Sednir e Maristela, em 2012, a partir da eleição da atenção pastoral aos casais de segunda união pela Pastoral Familiar da CNBB Regional Sul II em 2010. O temário de reuniões encontra-se anexo a este guia. Lá poderão observar que a estrutura das reuniões é sempre a mesma: acolhida + oração + comentários sobre o objetivo da reunião + Leitura da Palavra + partilha da Palavra + alguma dinâmica, quando for o caso + oração final e partilha de alimentos. Mesmo nas reuniões “festivas” que tem por objetivo a confraternização do grupo, a oração deve ser o aspecto mais importante. A oração do grupo é o que fará com que eles tenham maior intimidade entre eles e, como benefício adicional, procurem marcar tal reunião em data e local em que o pároco possa comparecer. Não haverá maior felicidade para o grupo! Não há assunto do temário que o agente de pastoral mediador não saiba como conduzir, entretanto, como se tratam de adultos, perguntas inteligentes e, às vezes, até capciosas podem surgir e, portanto, não seria desnecessário recomendar que o agente encarregado do pastoreio do grupo procure antecipadamente se inteirar melhor sobre cada tema que será tratado. Consulta ao pároco, às encíclicas e outros documentos farão dissipar as dúvidas, enquanto favorecem o próprio crescimento do agente de pastoral. A realidade dessa ação pastoral é facilitar, promover e estimular a reinserção desses casais na vida comunitária eclesial, de modo que, ao longo das reuniões, o grupo deve ser instado a conhecer outros organismos vivos da comunidade. 13 – A reinserção da Família na Igreja: A Família estabelecida na segunda união não está imune a uma nova separação, do mesmo modo que aquelas que vivem sua primeira união, desde que os relacionamentos interpessoais não sejam evangelizados. A estabilidade do matrimônio está relacionada a busca do conhecimento de si mesmo e da pessoa com que se vive, de tal forma, que o desejo por felicidade passe por tornar visível o testemunho de fidelidade e harmonia do amor contido nesse relacionamento e pela vivência da escuta sincera e do perdão entre os esposos. Nas paróquias de nossa arquidiocese, há pelo menos um movimento ou serviço de evangelização de casais. De fato, alguns possuem como norma a aceitação de casais apenas em sua primeira união, contudo, existem outros movimentos e serviços que não fazem acepção de casais, mas não estão disponíveis em todas as localidades. O desafio do agente responsável pelo pastoreio dos casais de seu grupo é encontrar um movimento e serviço que esteja disponível para que façam a apresentação de seus carismas para que os casais possam discernir sobre qual ação pastoral pretenderão desenvolver ao longo das reuniões de pós-encontro e certamente ao final dos encontros. Somente assim será alcançado o objetivo dessa ação pastoral, que é a reinserção da Família na comunidade eclesial. Entretanto, ainda que venha faltar a disponibilidade e um movimento ou serviço de evangelização de casais que aceitem a participação dos casais de segunda união, a Pastoral Familiar tem o dever de promover as circunstâncias para que os casais tenham participação efetiva na comunidade. Algumas providências podem ser tomadas, entre outras, convidar a liderança dos movimentos Encontro Matrimonial Mundial ou Santuário da Vida ou Sara e Tobias para que organizem na sua paróquia, com apoio integral da Pastoral Familiar, um acolhimento aos casais de segunda união. Que eles se apresentem aos casais e entendam a proposta pastoral oferecida e decidam aderir a esse ou aquele movimento ou serviço da Igreja. Se mesmo assim houver dificuldades de direcionamento espontâneo dos casais, a Pastoral Familiar poderá acolher os casais em seus quadros de agentes, pois, com certeza, precisam de mais agentes para conduzir as ações pastorais que são de seu carisma. Os casais podem ser formados e instruídos a atuar em qualquer subsetor, não só de casos especiais, estimulando uma pastoral paroquial mais vigorosa e capaz de atender uma maior quantidade de famílias que ainda se formarão, que já estão formadas ou que se encontram na sua mesma situação matrimonial. Dependendo do carisma pessoal, podem ser integrados aos grupos de oração que o movimento de Schoenstatt ou ministério das Famílias da Renovação Carismática Católica promovem em quase todas as paróquias da arquidiocese. Se for o caso, alguns casais podem, individualmente, se tornarem valorosos agentes de pastoral para trabalhar na Acolhida do Povo de Deus, na Catequese, no Dízimo, ou em qualquer outra ação pastoral. Enfim, as Famílias podem e devem ser inseridas nas atividades pastorais da comunidade. Pensamos que não se trata de tema difícil de se conduzir, pois há uma riqueza de carismas disponíveis em quase toda a arquidiocese. A Pastoral Familiar paroquial, contudo, não deve aguardar o término das reuniões de pós-encontro para tomar tais providências. À medida que os grupos forem se formando, um estreitamento do relacionamento pastoral + movimento + serviço deve ser intensificado. Para outros casais, que intencionam pedir revisão de seus processos matrimoniais anteriores visando a obtenção da declaração de nulidade, a Pastoral Familiar deve dispensar especial atenção, motivando-os para a oração, frequência das missas dominicais, participação nas ações caritativas que a comunidade promove, pois o tempo decorrente para o julgamento pode minar o ânimo do casal e é momento propício para que desenvolvam o hábito de adoração ao Santíssimo Sacramento e vivam antecipadamente a ascética cristã que fortalecerá seu relacionamento matrimonial. Anexo I - Acolhimento da Igreja aos casais em 2ª união Reuniões pós retiro Sednir Edely de Lima Tápia e Maristela Pezzini Tápia “Um empenho pastoral ainda mais generoso, inteligente e prudente, na linha do exemplo do Bom Pastor, é pedido para aquelas famílias que – muitas vezes independentemente da própria vontade ou pressionadas por outras exigências de natureza diversas – se encontram em situações objetivamente difíceis”. FC 77 Introdução As reuniões pós retiro, tem por objetivo ser a primeira etapa de reinserção destes casais na Igreja. Não é a proposta do Setor Casos Especiais da Pastoral Familiar Regional SUL II que eles permaneçam para sempre participantes de um grupo de casais de segunda união. Não se pretende criar um novo movimento, uma nova pastoral ou um novo grupo de oração e formação dentro da Igreja Católica. Após o retiro esses casais precisam apenas aprofundar as discussões sobre alguns temas relacionados especificamente à situação irregular em que se encontram, além de serem apresentados às outras pastorais, movimentos e outros setores da Igreja, para que, se assim quiserem, escolherem onde pretendem se inserir. “Juntamente com o Sínodo, exorto vivamente os pastores e a inteira comunidade dos fiéis: a ajudar os divorciados, procurando, com caridade solícita, que eles não se considerem separados da Igreja, devendo, enquanto batizados, participar da sua vida. Sejam exortados a ouvir a palavra de Deus, a freqüentar o sacrifício da Missa, a perseverar na oração, a incrementar as obras da caridade e as iniciativas da comunidade em favor da justiça (...)” FC 84. Por isso propõe-se que sejam apenas 15 (quinze) as reuniões pós retiro e os temas e as sugestões de condução de cada uma destas reuniões são os motivos desta publicação. Acolhida Sugere-se, que os encontros ocorram em um local bem aconchegante e reservado, podendo ser em uma sala paroquial, ou outro ambiente disponível, mas especialmente preparado para receber os casais. Aconchegante porque eles precisam se sentir amados e sabedores de que esta Igreja estava ansiosa por esta reinserção. “Recomenda-se de modo especial que sejam examinados e aprofundadas pistas de atividades pastorais para atender os divorciados e recasados... Deverá ser uma pastoral de amor misericordioso... para evitar que haja dentro da própria Igreja, marginalizados e humilhados”. FC 84. Usem além de uma bela equipe de acolhida, velas, quadros, imagens, lembrancinhas, e o que mais a criatividade e os recursos disponíveis permitirem. Que a cada encontro eles sejam novamente agradavelmente surpreendidos. Reservado, para que seja dado mais segurança e privacidade a esses casais nos momentos de partilha de suas situações particulares. Convidem os sacerdotes da Paróquia para participar dos encontros. Enviem sempre um email, ou liguem com antecedência, para que eles possam se organizar e agendar a participação nos encontros. REUNIÃO I Reencontro pós retiro de acolhida Oração Inicial A presença de algum agente cantando e tocando violão, ajudará muito os participantes a se ambientar e tirar melhor proveito da oração. Que as músicas sejam previamente escolhidas a fim de que se encaixem com o tema a ser discutido e que tenham por objetivo levar a todos a uma aproximação maior com Deus. É importante que se tenha um roteiro programado para esta oração, mas que ela possa fluir de forma a se tornar algo prazeroso e não uma obrigação. A oração deve ser conduzida pelo coordenador do grupo, mas que espaços nela sejam abertos e que todos os participantes sejam motivados a também expressar o seu agradecimento ou súplica a Deus. Se o sacerdote estiver presente que ele seja convidado a dar a benção e boas vindas aos participantes. "Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou no meio deles" (Mt 18,20). Objetivo da reunião Neste primeiro encontro pós retiro de acolhida, é o momento da equipe diocesana, paroquial ou local, se apresentar e também apresentar a metodologia de trabalho a ser desenvolvida nas reuniões de reflexão. Que seja colocado a disposição dos casais, já nesta primeira reunião, uma lista com os nomes, telefones, e-mails e endereço de cada casal participante e da equipe de coordenação do setor da paróquia, diocese, província e Regional. Providenciem-se também duas urnas, uma para pedidos de oração e outra para perguntas de forma que eles sejam motivados a usar com freqüência destes expedientes. Lembrem que as perguntas direcionadas a esta urna facilita o anonimato, fazendo com que questões muito particulares e/ou que possam causar algum constrangimento também sejam abordadas e esclarecidas com naturalidade e discrição. É importante que nesta primeira reunião do grupo cada casal participante se apresente e fale sobre o que mais agradou e o que menos agradou no retiro e se durante a semana houve alguma mudança na rotina do casal por conta do que foi ouvido, visto e experimentado. Comunhão da Palavra - At. 2, 42-47 "Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, nas reuniões em comum, na fração do pão e nas orações. De todos eles se apoderou o temor, pois pelos apóstolos foram feitos também muitos prodígios e milagres em Jerusalém, e o temor estava em todos os corações. Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e os seus bens, e dividiam-nos por todos, segundo a necessidade de cada um. Unidos de coração, freqüentavam todos os dias o templo. Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e cativando a simpatia de todo o povo. E o Senhor cada dia lhes ajuntava outros, que estavam a caminho da salvação" Partilha da Palavra Dinâmica (Anjos) Para colocar a palavra do evangelho em prática em uma espécie de “amigo secreto” sejam colocados os nomes dos casais em um recipiente, e que cada um retire um dos papéis. Motive-se então que anonimamente eles fiquem responsáveis pelo casal sorteado, até o próximo encontro festivo. Dentro do que é possível ser feito, rezem pelo casal, mandem mensagens de incentivo por email, telemensagem, correio, etc. Com respeito a privacidade tentar saber se o casal não tem alguma necessidade especial a ser suprida. Mas principalmente que eles sejam lembrados e motivados dos próximos encontros. Enfim que se use a criatividade e com o espírito de verdadeiros anjos da guarda, os casais se cuidem e rezem uns pelos outros. Oração Final Confraternização Oração pelos alimentos (sacerdote) e partilha do que foi trazido por cada um. Deixar a disposição caneta e papel para quem queira fazer pedidos de oração e perguntas. REUNIÃO II Retorno ao lar Oração Inicial “Intensificai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos.” Ef. 6:18 Objetivo da reunião Cumpre a esta pastoral levar os casais que se encontram em segunda união a uma experiência de acolhimento da Igreja, a abertura de coração da comunidade católica e a descobrirem a necessidade de estarem a serviço uns dos outros. Assim, o objetivo central deste encontro é apresentar os Documentos da Igreja que fundamentam esta ação e principalmente demonstrar que a condição de rompimento com o Sacramento do Matrimônio não os exclui da comunidade católica. “A Igreja, instituída para conduzir à salvação e sobretudo os batizados, não pode abandonar aqueles que – unidos já pelo vínculo matrimonial sacramental- procuram passar as novas núpcias. Por isso, esforçar-se–á infatigavelmente para oferecer-lhes os meios de salvação.” FC84 Comunhão da Palavra- Lucas 15,11-32 11 Disse também: Um homem tinha dois filhos. 12 O mais moço disse a seu pai: Meu pai, dá-me a parte da herança que me toca. O pai então repartiu entre eles os haveres. 13 Poucos dias depois, ajuntando tudo o que lhe pertencia, partiu o filho mais moço para um país muito distante, e lá dissipou a sua fortuna, vivendo dissolutamente. 14 Depois de ter esbanjado tudo, sobreveio àquela região uma grande fome e ele começou a passar penúria. 15 Foi pôr-se ao serviço de um dos habitantes daquela região, que o mandou para os seus campos guardar os porcos. 16 Desejava ele fartar-se das vagens que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. 17 Entrou então em si e refletiu: Quantos empregados há na casa de meu pai que têm pão em abundância... e eu, aqui, estou a morrer de fome! 18 Levantarme-ei e irei a meu pai, e dir-lhe-ei: Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; 19 já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados. 20 Levantou- se, pois, e foi ter com seu pai. Estava ainda longe, quando seu pai o viu e, movido de compaixão, correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. 21 O filho lhe disse, então: Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. 22 Mas o pai falou aos servos: Trazei-me depressa a melhor veste e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e calçado nos pés. 23 Trazei também um novilho gordo e matai-o; comamos e façamos uma festa. 24 Este meu filho estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado. E começaram a festa. 25 O filho mais velho estava no campo. Ao voltar e aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. 26 Chamou um servo e perguntou-lhe o que havia. 27 Ele lhe explicou: Voltou teu irmão. E teu pai mandou matar um novilho gordo, porque o reencontrou são e salvo. 28 Encolerizou-se ele e não queria entrar, mas seu pai saiu e insistiu com ele. 29 Ele, então, respondeu ao pai: Há tantos anos que te sirvo, sem jamais transgredir ordem alguma tua, e nunca me deste um cabrito para festejar com os meus amigos. 30 E agora, que voltou este teu filho, que gastou os teus bens com as meretrizes, logo lhe mandaste matar um novilho gordo! 31 Explicou-lhe o pai: Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. 32 Convinha, porém, fazermos festa, pois este teu irmão estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado. Fonte – Bíblia Ave Maria Partilha da palavra Que o coordenador, ou outra pessoa da equipe da pastoral escolhida para partilhar a palavra, faça uma breve reflexão sobre a passagem. Neste caso é importante lembrar que pecadores todos somos, a diferença entre nós é que alguns reconhecem seus pecados e outros não. Para que isso ocorra é preciso contrariar nosso instinto de preservação da imagem, que nos torna orgulhosos e auto- suficientes, uma capa que nos envolve impedindo que sejamos banhados pela misericórdia divina. Outros pontos desta bela passagem do evangelho também podem ser enfatizados, porém não é a intenção esgotar o assunto, a riqueza da parábola será novamente explorada em outras ocasiões. Que os casais participantes sejam incentivados a partilhar o que absorveram do evangelho. Não somos órfãos Após colher as impressões sobre o evangelho proclamado. É importante que quem esteja conduzindo a reunião informe os participantes que tendo em vista as diretrizes apontadas pela exortação apostólica Familiaris Consortio e outros documentos tais como Sacramentum Caritatis, Reconciliatio et Paenitentia, Recomendações e sugestões pastorais a respeito dos divorciados novamente casados do Pontifício Conselho para a Família, Subsídios da CNBB para casais em Segunda União e demais documentos eclesiásticos observa-se um ponto em comum em todos eles: todos reconhecem a necessidade da Igreja acolher esses casais, ou seja, a Igreja continua a cumprir a missão pastoral de Jesus na terra e não desampara os seus filhos. Para que não haja distorções sobre o que a Igreja pensa sobre o assunto é importante que aqueles que estão com sede bebam água na fonte. Disponibilizamos aqui trechos de documentos, onde se encontra a palavra oficial da Igreja, que nos revela com clareza que os casais em situação matrimonial irregular são parte da comunidade católica, tanto que a Igreja reserva para si o dever de oferecer-lhes os meios de salvação. Convencidos de que, são parte desta comunidade, devem ser incentivados a encontrar dentro dela o seu lugar de atuação. 1 Bebendo na fonte Não será possível trabalhar os documentos em profundidade na reunião, mas que cada casal participante possa levar para casa cópias dos documentos da Igreja, onde estão os trechos específicos sobre o seu estado de vida. As dúvidas devem ser anotadas e trazidas nas próximas reuniões para serem debatidas e esclarecidas. Oração Final Documentos da Igreja que fundamentam o tema proposto João Paulo II, na Exortação Apostólica Familiaris Consortio 84 Recomendações e sugestões pastorais a respeito dos divorciados novamente casados – Pontifício Conselho para a Família. Exortação Apostólica, de João Paulo II, Reconciliatio et Paenitentia Exortação Apostólica, pós - Sinodal, do Papa Bento XVI, Sacramentum Caritatis. Os documentos podem ser encontrados no site do vaticano http://www.vatican.va/phome_po.htm , ou ainda www.maristelaesednir.com.br 1 Os recortes dos documentos foram feitos apenas para facilitar primeiro o estudo sobre a questão por parte dos casais. Porém, recomendamos que de acordo com a possibilidade de cada um os documentos sejam estudados na íntegra. REUNIÃO III Somos Igreja Oração Inicial Que sejam seguidas as mesmas orientações da reunião anterior com relação à música e espontaneidade da oração. (benção e boas vindas sacerdotal se o padre estiver presente) “Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto. Porque todo aquele que pede, recebe. Quem busca, acha. A quem bate, abrir-se-á.” Mt 7,7-8 Objetivo da reunião A coordenação da Regional Sul II entende que a missão do Setor casos especiais da Pastoral Familiar é promover a reinserção dos casais de segunda união na Igreja. Ocorre normalmente um afastamento destas pessoas do convívio com a Igreja assim que rompem a primeira união. Isso ocorre entre outros motivos por sentirem-se envergonhadas pela atual situação, por ignorância, por sentirem-se excluídas, e principalmente por falta de quem os acolha. Torna-se imprescindível informar a estes casais que assim como na parábola do filho pródigo, a Igreja está em festa pelo seu retorno e quer tê-los caminhando juntos rumo ao céu. “A Igreja, instituída para conduzir à salvação e, sobretudo os batizados, não pode abandonar aqueles que – unidos já pelo vínculo matrimonial sacramental- procuram passar as novas núpcias. Por isso, esforçar-se–á infatigavelmente para oferecer-lhes os meios de salvação”. FC84 Comunhão da Palavra I Cor 12, 27 -31 Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular. 28 E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. 29 Porventura são todos apóstolos? São todos profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres? 30 Têm todos o dom de curar? Falam todos diversas línguas? Interpretam todos? 31 Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho mais excelente. Catecismo da Igreja Católica - CIC §910 “Os leigos podem também sentir-se chamados ou vir a ser chamados para colaborar com os próprios pastores no serviço da comunidade eclesial, para o crescimento e a vida da mesma, exercendo ministérios bem diversificados, segundo a graça e os carismas que o Senhor quiser depositar neles." §951 “Na comunhão da Igreja, o Espírito Santo" distribui também entre os fiéis de todas as ordens as graças especiais" para a edificação da Igreja. Ora, "cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos" (1Cor 12,7). §801 “É neste sentido que se faz sempre necessário o discernimento dos carismas. Nenhum carisma dispensa da reverência e da submissão aos Pastores da Igreja. "A eles em especial cabe não extinguir o Espírito, mas provar as coisas e ficar com o que é bom", a fim de que todos os carismas cooperem, em sua diversidade e complementaridade, para o "bem comum" (1Cor 12,7). Partilha da palavra Que o coordenador, ou outra pessoa da equipe da pastoral escolhida para partilhar a palavra, faça uma breve reflexão sobre a passagem. Neste caso é importante que se destaque que a Igreja não é este ou aquele movimento, esta ou aquela pastoral. A nossa igreja é CATÓLICA2, ou seja, somos uma única comunidade. No entanto, em razão da característica de cada grupo ou trabalho a ser realizado, estamos organizados em grupos diferentes, mas que estamos unidos num mesmo rebanho, sob o comando de um único pastor. É importante que neste trabalho de reinserção do Setor Casos Especiais, os casais conheçam primeiro e saibam que são Igreja, que fazem parte deste todo, e ao mesmo tempo conheçam estes grupos específicos, movimentos e pastorais, a forma como rezam, o trabalho que realizam, as pessoas que deles participam, etc., a fim de saber com qual deles mais se identificam. É importante que cada um dos participantes tenha a oportunidade de falar se já tem algum grupo em mente e o que sabem dele. Com esta informação os coordenadores do grupo de reflexão busquem mais informações e mantenham contato com os coordenadores para já providenciar um primeiro contato e posterior aproximação definitiva do casal atendido. Nas próximas reuniões ou 2 Católico quer dizer “universal”. A palavra é originária do latim catholicus. Sua origem no grego Kathólicos, onde kata significa sobre e holos, significa todo, completo, inteiro. Dessa forma, kathólicos significa literalmente sobre o todo, através de todo, ou universal. O filosofo grego Aristóteles empregava a palavra para se referir-se a algo que era universal, para todos. em conversas durante a semana, com a ajuda dos membros do grupo de interesse, que os casais continuem sendo abastecidos com informações. Ação pastoral O Papa Bento XVI, na Exortação Apostólica, pós – Sinodal Sacramentum Caritatis dá algumas pistas de como os casais que se encontram em segunda união cultivem essa pertença em relação a Igreja como um todo, sentindo-se parte dela e atuando nela de forma prática. O Papa incentiva a participação na Santa Missa, e dá varias outras orientações, uma delas é o serviço da caridade. Vejamos o que a Exortação nos diz: “ Todavia os divorciados recasados, não obstante a sua situação, continuam a pertencer à Igreja, que os acompanha com especial solicitude na esperança de que cultivem, quanto possível, um estilo cristão de vida, através da participação na Santa Missa ainda que sem receber a comunhão, da escuta da palavra de Deus, da adoração eucarística, da oração, da cooperação na vida comunitária, do diálogo franco com um sacerdote ou um mestre de vida espiritual, da dedicação ao serviço da caridade, das obras de penitência, do empenho na educação dos filhos.” O documento Familiaris Consortio 84, também aponta as obras de caridade como uma importante forma de participação da vida da Igreja. Vejamos: “ Juntamente com o Sínodo, exorto vivamente os pastores e a inteira comunidade dos fiéis: a ajudar os divorciados, procurando, com caridade solícita, que eles não se considerem separados da Igreja, devendo, enquanto batizados, participar da sua vida. Sejam exortados a ouvir a palavra de Deus, a freqüentar o sacrifício da Missa, a perseverar na oração, a incrementar as obras da caridade e as iniciativas da comunidade em favor da justiça” (...) FC 84. Quem são os destinatários dos trabalhos de caridade? Onde você acha que há a necessidade deste trabalho na diocese? De forma prática, onde o nosso grupo de reflexão poderia de forma conjunta realizar na prática um trabalho de caridade? e porquê? _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ A partir da definição de que trabalho precisa ser realizado, é importante que o próprio grupo se organize, no sentido de realizar um trabalho conjunto de atendimento as necessidades verificadas. Estejam atentos também às necessidades dos integrantes do grupo, muitos enfrentam doenças, dificuldades financeiras, etc. e precisam ser auxiliados. Oração Final REUNIÃO IV Tradição e Magistério Oração Inicial “O Senhor disse-lhe: Ouvi a tua oração e a súplica que me dirigiste”; 1 Rs 9,3 (Benção e boas vindas sacerdotal se o padre estiver presente) Objetivo da reunião Conhecer a Igreja Católica Apostólica Romana e sua Tradição que preserva as doutrinas pregadas por Jesus primeiro aos seus Apóstolos e, mais tarde, repassadas aos sucessores dos Apóstolos, isto é, aos bispos. Comunhão da Palavra Jo 16,12-13 - Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora. 13 Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Partilha A Igreja é mais do que um grupo, um movimento, uma pastoral, ou uma e outra pessoa. Isso precisa ficar muito claro para estes casais. Alguns deles queixam-se de terem sido discriminados, excluídos e até maltratados quando tentaram uma reaproximação com a comunidade. A instituição nunca os exclui, nunca os abandonou, aliás, sempre esteve de braços abertos os aguardando. Ocorre que por falta de informação, muitos fecharam as portas de seus grupos de oração, ou até mesmo de paróquias inteiras para os casais em segunda união. Pode-se até serem fechados os templos, (é preciso perdoar e orar por quem os fecha) mas o casal de segunda união precisa ter a certeza que a Igreja Católica Apostólica Romana nunca estará fechada para eles, porque tem por missão dizer a Deus “Não perdi nenhum daqueles que me confiaste”. Jo18, 9. Por isso é tão necessário “beber na fonte”. Conhecendo a Igreja não corremos o risco de julgá-la pelas atitudes de alguns de seus membros. Bebendo na fonte A Sagrada Tradição (CIC. 75-83) A Sagrada Tradição não deve ser confundida com a simples tradição humana, geralmente chamada de costume ou disciplina. Algumas vezes Jesus condenou os costumes ou disciplinas, mas somente quando estes contradiziam os Mandamentos de Deus (cf. Mc 7,8). (...) A Sagrada Tradição preserva as doutrinas pregadas por Jesus primeiro aos seus Apóstolos e, mais tarde, repassadas aos sucessores dos Apóstolos, isto é, aos bispos. O Magistério (CIC 85-87; 888-892) Juntos, o papa e os bispos compõem a autoridade de ensino da Igreja, que é chamada de "Magistério" (do latim Magisterium que significa Mestre). O Magistério, guiado e protegido contra o erro pelo Espírito Santo, nos dá a certeza da doutrina. A Igreja defenda e proclama a mensagem da Bíblia fiel e precisamente. Trata-se de uma tarefa da Igreja, autorizada por Deus. Devemos ter em mente que a Igreja nasceu antes da redação do Novo Testamento; e não o inverso! Os membros da Igreja, inspirados por Deus, escreveram os livros que formam o Novo Testamento da mesma maneira como os escritores do Antigo Testamento também eram divinamente inspirados; e é a Igreja que é guiada pelo Espírito Santo para guardar e interpretar toda a Bíblia, tanto o Novo quanto o Antigo Testamento. Assim, torna-se absolutamente necessário um intérprete oficial quando precisamos compreender a Bíblia apropriadamente (ora, todos nós sabemos o que diz a Constituição Federal, porém, cabe ao Supremo Tribunal Federal interpretá-la realmente). O Magistério é infalível quando ensina oficialmente já que Jesus prometeu enviar o Espírito Santo para guiar os Apóstolos e seus sucessores no conhecimento de toda a Verdade (cf. Jo 16,12-13). REUNIÃO V Festiva Oração Inicial (Benção e boas vindas sacerdotal se o padre estiver presente) “Orai sem cessar”. 1Ts 5,17 Objetivo da reunião Promover a aproximação entre os participantes e a troca de experiências. Comunhão da Palavra Jo 17,20-21. "Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste" Rm 14,19 “Aqueles que querem glorificar a Deus incentivarão esta unidade entre os crentes: "Assim, pois, seguimos as cousas da paz e também as da edificação de uns para com os outros" Partilha da Palavra Dinâmica (Anjos) Que se faça a revelação dos “anjos da guarda” e cada casal tenha a oportunidade de falar sobre a experiência de cuidar de alguém e também ser cuidado. Motivá-los a dar detalhes sobre os métodos utilizados durante a “missão” de anjo. Depois que todos os “anjos” estejam revelados, dar sequência à dinâmica pedindo que cada um sorteie novamente um casal que novamente será cuidado até o próximo encontro festivo. Lembrar sempre que dentro do que é possível ser feito, rezem pelo casal, mandem mensagens de incentivo por e-mail, tele mensagem, correio, etc. Que eles principalmente sejam lembrados e motivados para participar dos próximos encontros. Enfim que se use a criatividade e com o espírito de verdadeiros anjos da guarda, os casais se cuidem e rezem uns pelos outros. Confraternização Oração pelos alimentos e partilha do que foi trazido por cada um. Deixar a disposição caneta e papel para quem queira fazer pedidos de oração e perguntas. REUNIÃO VI Batismo e Crisma Oração Inicial Que sejam seguidas as mesmas orientações da reunião anterior com relação à música e espontaneidade da oração. (Benção e boas vindas sacerdotal se o padre estiver presente) “E tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, vo-lo farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Qualquer coisa que me pedirdes em meu nome, vo-lo farei”. Jo 14,13-14 Objetivo da reunião A partir desta reunião os casais passarão a ter a oportunidade de estudar um pouco mais os Sacramentos da Igreja começando pelo Batismo e o Crisma que são os fundamentos de toda a vida cristã, a porta da vida no Espírito e a porta que abre o acesso aos demais sacramentos. A idéia é que como membros vivos e atuantes desta comunidade eles sejam também guardiões destes tesouros que nos foi dado por Deus. Comunhão da palavra Atos 2, 38-39: "Disse-lhes Pedro: 'Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados. E recebereis o dom do Espírito Santo. A promessa diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos que estão longe - a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar'." Sugestão de outras passagens. (Atos 16, 15; Atos 16, 33; Atos 18, 8 ou ainda 1Coríntios 1, 16) Partilha da Palavra – Importante aqui que o coordenador ou designado para a partilha da palavra fale que pelo Batismo e depois, na confirmação, no Crisma somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornamo-nos membros de Cristo, somos incorporados à Igreja e feitos participantes de sua missão: "Baptismus est sacramentum regenerationis per aquam in verbo - O Batismo é o sacramento da regeneração pela água na Palavra". O profeta João Batista, primo de Jesus, que veio ao mundo para preparar os caminhos para a vinda do Messias, era quem batizava as pessoas para a vinda de Cristo (Mc 1, 2s). Ele sabia que o seu Batismo era temporário, pois logo depois dele viria o seu primo Jesus que batizaria no Espírito Santo, ou seja, o profeta batizava com água e Jesus batizava com o Espírito Santo. A Bíblia sugere o batismo de todos, o que inclui as crianças. Jesus disse aos discípulos: "Vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês" (Mt 28, 19-20). O Catecismo da Igreja Católica responde as principais perguntas sobre estes sacramentos.3 BATISMO 252. Quais os nomes do primeiro sacramento da iniciação? 1213 – 1216 1276 – 1277 Chama-se Batismo por causa do rito central com que é celebrado: batizar significa «imergir» na água. O que é batizado é imerso na morte de Cristo e ressurge com Ele como «nova criatura» (2 Cor 5,17). Chama-se também «banho da regeneração e da renovação no Espírito Santo» (Tit 3,5) e «iluminação», porque o batizado se torna «filho da luz» (Ef 5, 8). 253. Como é prefigurado o Batismo na Antiga Aliança? 1217-1222 3 O Catecismo da Igreja Católica em perguntas e respostas – Editora Paulus Na Antiga Aliança encontram-se várias prefigurações do Batismo: a água, fonte de vida e de morte; a arca de Noé, que salva por meio da água; a passagem do Mar Vermelho, que liberta Israel da escravidão do Egito; a travessia do Jordão, que introduz Israel na terra prometida, imagem da vida eterna. 254. Quem conduz ao cumprimento tais prefigurações? 1223-1224 É Jesus Cristo, o qual, no início da sua vida pública, se fez batizar por João Baptista, no Jordão: na cruz, do seu lado trespassado, derramou sangue e água, sinais do Batismo e da Eucaristia, e depois da Ressurreição confia aos Apóstolos esta missão: «Ide e ensinai todos os povos, batizando-os no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo» (Mt 28, 19-20). 255. Desde quando e a quem é que a Igreja administra o Batismo? 1226 – 1228 Desde o dia de Pentecostes que a Igreja administra o Batismo a quem crê em Jesus Cristo. 256. Em que consiste o rito essencial do Batismo? 1229-1245 1278 O rito essencial deste sacramento consiste em imergir na água o candidato ou em derramar a água sobre a sua cabeça, enquanto é invocado o Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. 257. Quem pode receber o Batismo? 1246 - 1252 É capaz para receber o Batismo toda a pessoa ainda não batizada. OBS: cumpre esclarecer aqui que os filhos de casais que encontramse em situação irregular podem e devem receber o sacramento do batismo. Esclareça-se também que escolham padrinhos que não tenham impedimentos. É oportuno esclarecer que há impedimento para que casais em situação irregular sejam padrinhos de batismo. 258. Porque é que a Igreja batiza as crianças? 1250 Porque tendo nascido com o pecado original, elas têm necessidade de ser libertadas do poder do Maligno e de ser transferidas para o reino da liberdade dos filhos de Deus. 259. O que se requer dum batizando? 1253-1255 Ao batizando é exigida a profissão de fé, expressa pessoalmente no caso do adulto, ou então por parte dos pais e da Igreja no caso da criança. Também o padrinho ou madrinha e toda a comunidade eclesial têm uma parte de responsabilidade na preparação para o Batismo (catecumenato), bem como no desenvolvimento da fé e da graça batismal. 260. Quem pode batizar? 1266. 1284 Os ministros ordinários do Batismo são o Bispo e o presbítero; na Igreja latina, também o diácono. Em caso de necessidade, qualquer pessoa pode batizar, desde que entenda fazer o que faz a Igreja e derrame água sobre a cabeça do candidato, dizendo a fórmula trinitária batismal: «Eu te batizo em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo». 261. É necessário o Batismo para a salvação? 1257 O Batismo é necessário para a salvação daqueles a quem foi anunciado o Evangelho e que têm a possibilidade de pedir este sacramento. 262. É possível ser salvo sem o Batismo? 1258-1261 1281-1283 Porque Cristo morreu para a salvação de todos, podem ser salvos mesmo sem o Batismo os que morrem por causa da fé (Batismo de sangue), os catecúmenos, e todos os que sob o impulso da graça, sem conhecer Cristo e a Igreja, procuram sinceramente a Deus e se esforçam por cumprir a sua vontade (Batismo de desejo). Quanto às crianças, mortas sem Batismo, a Igreja na sua liturgia confia-as à misericórdia de Deus. 263. Quais são os efeitos do Batismo? 1262-1274 1279-1280 O Batismo perdoa o pecado original, todos os pecados pessoais e as penas devidas ao pecado; faz participar na vida divina trinitária mediante a graça santificante, a graça da justificação que incorpora em Cristo e na Igreja; faz participar no sacerdócio de Cristo e constitui o fundamento da comunhão entre todos os cristãos; confere as virtudes teologais e os dons do Espírito Santo. O batizado pertence para sempre a Cristo: com efeito, é assinalado com o selo indelével de Cristo (caráter). 264. Que significado assume o nome cristão recebido no Batismo? 2156-2159 2167 O nome é importante, porque Deus conhece cada um pelo nome, isto é, na sua unicidade. Com o Batismo, o cristão recebe na Igreja o próprio nome, de preferência o de um santo, de maneira que este ofereça ao batizado um modelo de santidade e lhe assegure a sua intercessão junto de Deus. CRISMA OU CONFIRMAÇÃO 265. Qual é o lugar da Confirmação no desígnio divino da salvação? 1285- 1288 1315 Na Antiga Aliança, os profetas anunciaram a comunicação do Espírito do Senhor ao Messias esperado e a todo o povo messiânico. Toda a vida e missão de Jesus se desenvolvem numa total comunhão com o Espírito Santo. Os Apóstolos recebem o Espírito Santo no Pentecostes e anunciam «as grandes obras de Deus» (Act 2,11). Comunicam aos neófitos, através da imposição das mãos, o dom do mesmo Espírito. Ao longo dos séculos, a Igreja continuou a viver do Espírito e a comunicá-lo aos seus filhos. 266. Porque se chama Crisma ou Confirmação? 1289 Chama-se Crisma (nas Igrejas Orientais: Crismação com o Santo Myron) por causa do rito essencial que é a unção. Chama-se Confirmação, porque confirma e reforça a graça batismal. 267. Qual o rito essencial da Confirmação? 1290-1301 1318 1320-1321 O rito essencial da Confirmação é a unção com o santo crisma (óleo misturado com bálsamo, consagrado pelo Bispo), feita com a imposição da mão por parte do ministro que pronuncia as palavras sacramentais próprias do rito. No Ocidente, tal unção é feita sobre a fronte do batizado com as palavras: «Recebe por este sinal, o Espírito Santo, o Dom de Deus». Nas Igrejas Orientais de rito bizantino, a unção faz-se também noutras partes do corpo, com a fórmula: « Selo do dom do Espírito Santo». 268. Qual é o efeito da Confirmação? 1302-1305 1316 – 1317 O efeito da Confirmação é a efusão especial do Espírito Santo, como no Pentecostes. Tal efusão imprime na alma um caráter indelével e traz consigo um crescimento da graça batismal: enraíza mais profundamente na filiação divina; une mais firmemente a Cristo e à sua Igreja; revigora na alma os dons do Espírito Santo; dá uma força especial para testemunhar a fé cristã. 269. Quem pode receber este sacramento? 1306–1311 1319 Pode e deve recebê-lo, uma só vez, quem já foi batizado, o qual, para o receber eficazmente, deve estar em estado de graça. 270. Quem é o ministro da Confirmação? 1312 – 1314 O ministro originário é o Bispo. Assim se manifesta o laço do crismado com a Igreja na sua dimensão apostólica. Quando o presbítero confere este sacramento – como acontece ordinariamente no Oriente e em casos especiais no Ocidente – o laço com o Bispo e com a Igreja é expresso pelo presbítero, colaborador do Bispo, e pelo santo crisma, consagrado pelo Bispo. Oração final REUNIÃO VII Reconciliação Oração Inicial “Doravante meus olhos estarão abertos e meus ouvidos atentos às preces feitas neste lugar” (benção e boas vindas sacerdotal se o padre estiver presente) 2 Cr 7,15 Objetivo da reunião A situação em que se encontram os casais de segunda união está diretamente em contraste com três sacramentos: Matrimônio, Reconciliação, Eucaristia. Não são raras as queixas destes casais por estarem privados destas três fontes de graça. Por este motivo, nestas reuniões é muito importante que eles conheçam profundamente a doutrina da Igreja, principalmente estes três sacramentos. Os vários testemunhos que nos tem chegado apontam que a partir do momento em que estes casais conhecem em profundidade a riquezas do Sacramento, por si, entendem o porquê dos impedimentos. E mais do que aceitar a limitação, passam a ser fiéis guardiões defensores dos mesmos. Comunhão da Palavra - Jo 6,41-42 Mt. 16,19 ― “Dar-te-ei as chaves do reino dos céus: e tudo o que ligares sobre a terra será ligado nos céus e tudo o que desligares sobre a terra será desligado também nos céus”. Mt. 18, 18 ― “Em verdade, vos digo: tudo que ligares sobre a terra, será ligado também no céu: e tudo o que desligardes sobre a terra será desligado também no céu”. Jo 20, 22-23: ― “Tendo dito estas palavras, soprou sobre eles e lhes disse: Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem vós perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; e a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos”. Jo 20,23: “Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se lhos retiverdes, são retidos.” Partilha da palavra É somente com muita oração e baseados na palavra de Deus e nos ensinamentos da Mãe Igreja que teremos em nossa comunidade casais cada vez mais cientes da importância dos Sacramentos. Nesta reunião sobre o Sacramento da Reconciliação, que os casais sejam instigados a buscar informações, realizarem estudos em grupo, a fim de que através de um maior conhecimento possam entender o porquê estão impedidos de adentrar o confessionário e todo o zelo da Igreja Católica com estas verdades de fé. É importante sempre que fique muito claro. A Igreja Católica não é dona, senhora dos Sacramentos. Eles pertencem a Deus e foi concedida a Igreja apenas a graça de administrá-los. O assunto não pode ser esgotado na reunião. Bebendo na fonte Depósito da fé No documento "Fidei Depositum" (Depósito da fé), o Papa João Paulo II explica sobre a missão da guarda da verdadeira doutrina, confiada à Igreja Católica pelo próprio Cristo e que a Igreja vem cumprindo em todos os tempos. Depósito da fé é o patrimônio sagrado da fé, contido na Sagrada Escritura e na Sagrada Tradição, foi confiado pelos apóstolos à totalidade da Igreja. Vale a pena lê-lo para entender que a Igreja ao orientar os casais sobre suas limitações está apenas cumprindo sua missão de guardar as verdades e tesouros entregues em suas mãos pelo próprio Jesus. Sobre o Sacramento da Reconciliação Documentos da Igreja Ordo Paenitentiae Reconciliatio et paenitentia. Catecismo da Igreja Católica O SACRAMENTO DA PENITÊNCIA E DA RECONCILIAÇÃO Como é chamado este sacramento? 1422 – 1424 É chamado sacramento da Penitência, da Reconciliação, do Perdão, da Confissão, da Conversão. Porque existe um sacramento da Reconciliação depois do Batismo? 1425 – 1426 1484 Porque a nova vida da graça, recebida no Batismo, não suprimiu a fragilidade da natureza humana nem a inclinação para o pecado (isto é, a concupiscência), Cristo instituiu este sacramento para a conversão dos batizados que pelo pecado d’Ele se afastaram. Quando foi instituído este sacramento? 1485 O Senhor ressuscitado instituiu este sacramento quando, na tarde de Páscoa, se mostrou aos Apóstolos e lhes disse: «Recebei o Espírito Santo; àqueles a quem perdoardes os pecados serão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes serão retidos» (Jo 20, 22-23). Os batizados têm ainda necessidade de conversão? 1427 – 1429 O apelo à conversão ressoa continuamente na vida dos batizados. Esta conversão é um empenho contínuo para toda a Igreja, que é santa, mas contém pecadores no seu seio. O que é a penitência interior? 1430 – 1433 1490 É o dinamismo do «coração contrito» (Sal 51,19), movido pela graça divina a responder ao amor misericordioso de Deus. Implica a dor e a repulsa pelos pecados cometidos, o propósito firme de não mais pecar e a confiança na ajuda de Deus. Alimenta-se da esperança na misericórdia divina. Como se manifesta a penitência na vida cristã? 1434 – 1439 A penitência manifesta-se de muitas maneiras, em especial pelo jejum, a oração e a esmola. Estas e muitas outras formas de penitência podem ser praticadas na vida quotidiana do cristão, especialmente no tempo da Quaresma e no dia penitencial de Sexta-feira. Quais os elementos Reconciliação? essenciais do sacramento da 1440 – 1449 São dois: os atos realizados pelo homem que se converte sob a ação do Espírito Santo e a absolvição do sacerdote, que em Nome de Cristo concede o perdão e estabelece a modalidade da satisfação. Quais são os atos do penitente? 1450 – 1460. 1487 – 1492 São: um diligente exame de consciência; a contrição (ou arrependimento), que é perfeita, quando é motivada pelo amor a Deus, e imperfeita, se fundada sobre outros motivos, e que inclui o propósito de não mais pecar; a confissão, que consiste na acusação dos pecados feita diante do sacerdote; a satisfação, ou seja, o cumprimento de certos atos de penitência, que o confessor impõe ao penitente para reparar o dano causado pelo pecado. Que pecados se devem confessar? 1456 Devem-se confessar todos os pecados graves ainda não confessados, dos quais nos recordamos depois dum diligente exame de consciência. A confissão dos pecados graves é o único modo ordinário para obter o perdão. Quando se é obrigado a confessar os pecados graves? 1457 Todo o fiel, obtida a idade da razão, é obrigado a confessar os seus pecados graves ao menos uma vez por ano e antes de receber a Sagrada Comunhão. Porque é que os pecados veniais podem ser também objeto da confissão sacramental? 1458 A confissão dos pecados veniais é muito recomendada pela Igreja, embora não estritamente necessária, porque nos ajuda a formar uma consciência reta e a lutar contra as más inclinações, para nos deixarmos curar por Cristo e progredirmos na vida do Espírito. Quem é o ministro deste sacramento? 1461 – 1466 1495 Cristo confiou o ministério da reconciliação aos seus Apóstolos, aos Bispos seus sucessores e aos presbíteros seus colaboradores, os quais, portanto se convertem em instrumentos da misericórdia e da justiça de Deus. Eles exercem o poder de perdoar os pecados no Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. A quem é reservada a absolvição de alguns pecados? 1463 A absolvição de alguns pecados particularmente graves (como os punidos com a excomunhão) é reservada à Sé Apostólica ou ao Bispo do lugar ou aos presbíteros por ele autorizados, embora todo o sacerdote possa absolver de qualquer pecado e excomunhão a quem se encontra em perigo de morte. O Confessor é obrigado ao segredo? 1467 Dada a delicadeza e a grandeza deste ministério e o respeito devido às pessoas, todo o confessor está obrigado a manter o sigilo sacramental, isto é, o absoluto segredo acerca dos pecados conhecidos em confissão, sem nenhuma exceção e sob penas severíssimas. Quais são os efeitos deste sacramento? 1468 – 1470 1496 Os efeitos do sacramento da Penitência são: a reconciliação com Deus e, portanto o perdão dos pecados; a reconciliação com a Igreja; a recuperação, se perdida, do estado de graça; a remissão da pena eterna merecida por causa dos pecados mortais e, ao menos em parte, das penas temporais que são conseqüência do pecado; a paz e a serenidade da consciência, e a consolação do espírito; o acréscimo das forças espirituais para o combate cristão. Quando se pode celebrar este sacramento com confissão genérica e absolvição coletiva? 1480 – 1484 Em casos de grave necessidade (como o perigo iminente de morte), pode-se recorrer à celebração comunitária da Reconciliação com confissão genérica e absolvição coletiva, respeitando as normas da Igreja e com o propósito de confessar individualmente os pecados graves no tempo oportuno. O que são as indulgências? 1471-1479 1498 As indulgências são a remissão diante de Deus da pena temporal devida aos pecados, já perdoados quanto à culpa, que, em determinadas condições, o fiel adquire para si ou para os defuntos mediante o ministério da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui o tesouro dos méritos de Cristo e dos Santos. Oração Final REUNIÃO VIII Matrimônio Oração Inicial “Tudo o que pedirdes com fé na oração, vós o alcançareis” Mt 21,22 ( benção e boas vindas sacerdotal se o padre estiver presente) Objetivo da reunião Levar os casais a descobrir as belezas do Sacramento do Matrimônio e sua condição irrevogável de indissolubilidade. É o momento também para que os casais reflitam sobre a situação sacramental irregular em que se encontram e com a ajuda da coordenação do grupo, dos documentos da Igreja e da palavra de Deus tenham esclarecimentos sobre cada situação em particular, suas limitações e alternativas. Comunhão da Palavra – Mateus 19 -1- 9 E aconteceu que, concluindo Jesus estes discursos, saiu da Galiléia, e dirigiu-se aos confins da Judéia, além do Jordão; 2 E seguiram-no grandes multidões, e curou-as ali. 3 Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo? 4 Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, 5 E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? 6 Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. 7 Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiála? 8 Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim. 9 Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério. Partilha da palavra Ao abordar o tema do Matrimônio, não há como não tratar especificamente da situação sacramental irregular dos casais participantes do grupo. Eles precisam ter consciência da riqueza do Sacramento do Matrimônio e também tenham a oportunidade de falar sobre suas experiências com o Sacramento. Como situações muito particulares serão abordadas que se faça um pacto entre os casais de que as histórias de cada um permaneçam apenas na reunião, o que possibilitará uma maior abertura para exposição de dúvidas com relação à primeira união. As dúvidas que não puderem ser esclarecidas sejam encaminhadas por email para a coordenação da Regional: [email protected] ou [email protected]. Bebendo na Fonte Documentos Familiares Consórcio Carta as famílias – João Paulo II Documento de Aparecida Orientações pastorais sobre o matrimônio – CNBB Os documentos podem ser encontrados no site do vaticano http://www.vatican.va/phome_po.htm , ou ainda www.maristelaesednir.com.br Catecismo O SACRAMENTO DO MATRIMÓNIO Qual é o desígnio de Deus acerca do homem e da mulher? 1601 – 1605 Deus, que é amor e criou o homem por amor, chamou-o a amar. Criando o homem e a mulher, chamou-os, no Matrimônio, a uma íntima comunhão de vida e de amor entre eles, «de modo que já não são dois, mas uma só carne» (Mt 19,6). Abençoando-os, Deus disse-lhes: «sede fecundos e multiplicai-vos» (Gn 1,28). Para que fim instituiu Deus o Matrimônio? 1659-1660 A união matrimonial do homem e da mulher, fundada e dotada de leis próprias pelo Criador, está por sua natureza ordenada à comunhão e ao bem dos cônjuges e à geração e bem dos filhos. Segundo o desígnio originário de Deus, a união matrimonial é indissolúvel, como afirma Jesus Cristo: «O que Deus uniu não o separe o homem» (Mc 10,9). Como é que o pecado ameaça o Matrimônio? 1606-1608 Por causa do primeiro pecado, que provocou também a ruptura da comunhão do homem e da mulher, dada pelo Criador, a união matrimonial é muitas vezes ameaçada pela discórdia e pela infidelidade. Todavia Deus, na sua infinita misericórdia, dá ao homem e à mulher a sua graça para que possam realizar a união das suas vidas segundo o desígnio originário de Deus. O que é que o Antigo Testamento ensina sobre o Matrimônio? 1609-1611 Deus, sobretudo através da pedagogia da Lei e dos profetas, ajuda o seu povo a amadurecer progressivamente a consciência da unicidade e da indissolubilidade do Matrimônio. A aliança nupcial de Deus com Israel prepara e prefigura a Aliança nova realizada pelo Filho de Deus com a sua esposa, a Igreja. Qual a novidade dada por Cristo ao Matrimônio? 1612-1617 1661 Jesus Cristo não só restabelece a ordem inicial querida por Deus, mas dá a graça para viver o Matrimônio na nova dignidade de sacramento, que é o sinal do seu amor esponsal pela Igreja: «Vós maridos amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja» (Ef 5,25). O Matrimônio é uma obrigação para todos? 1618-1620 O Matrimônio não é uma obrigação para todos. Deus chama alguns homens e mulheres a seguir o Senhor Jesus na vida da virgindade ou do celibato pelo Reino dos céus, renunciando ao grande bem do Matrimonio para se preocuparem com as coisas do Senhor e para procurar agradar-Lhe, tornando-se assim sinal do absoluto primado do amor de Cristo e da ardente esperança da sua vinda gloriosa. Como se celebra o sacramento do Matrimônio? 1621-1624 Uma vez que o Matrimônio coloca os cônjuges num estado público de vida na Igreja, a sua celebração litúrgica é pública, na presença do sacerdote (ou da testemunha qualificada da Igreja) e das outras testemunhas. O que é o consentimento matrimonial? 1625-1632 1662-1663 O consentimento matrimonial é a vontade, expressa por um homem e por uma mulher, de se entregarem mutua e definitivamente, com o fim de viver uma aliança de amor fiel e fecundo. Dado que o consentimento faz o Matrimônio, ele é indispensável e insubstituível. Para que o Matrimônio seja válido, o consentimento deve ter como objeto o verdadeiro Matrimônio e ser um ato humano, consciente e livre, não determinado pela violência ou por constrições. Que se requer quando um dos esposos não é católico? 1633-1637 Para serem lícitos, os matrimônios mistos (entre católico e batizados não católico) requerem a permissão da autoridade eclesiástica. Aqueles com disparidade de culto (entre católicos e não batizados) para serem válidos precisam duma dispensa. Em todo o caso, é essencial que os cônjuges não excluam a aceitação dos fins e das propriedades essenciais do Matrimônio e que o cônjuge católico confirme o empenho, conhecido também do outro cônjuge, de conservar a fé e de assegurar o Batismo e a educação católica dos filhos. Quais são os efeitos do sacramento do Matrimônio? 1638-1642 O sacramento do Matrimônio gera entre os cônjuges um vínculo perpétuo e exclusivo. O próprio Deus sela o consentimento dos esposos. Portanto o Matrimônio concluído e consumado entre batizados não pode ser nunca dissolvido. Este sacramento confere também aos esposos a graça necessária para alcançar a santidade na vida conjugal e para o acolhimento responsável dos filhos e a sua educação. Quais são os pecados gravemente contrários ao sacramento do Matrimônio? 1645-1648 São: o adultério; a poligamia, porque em contradição com a igual dignidade do homem e da mulher e com a unicidade e exclusividade do amor conjugal; a rejeição da fecundidade, que priva a vida conjugal do dom dos filhos; e o divórcio, que se opõe à indissolubilidade. Quando é que a Igreja admite a separação física dos esposos? 1629 1649 A Igreja admite a separação física dos esposos quando, por motivos graves, a sua coabitação se tornou praticamente impossível, embora se deseje uma sua reconciliação. Mas eles, enquanto vive o cônjuge, não estão livres para contrair uma nova união, a menos que o Matrimônio seja nulo e como tal seja declarado pela autoridade eclesiástica. Qual é a atitude da Igreja para com os divorciados recasados? 1655-1558 1666 Fiel ao Senhor, a Igreja não pode reconhecer como Matrimônio a união dos divorciados recasados civilmente. «Quem repudia a própria mulher e casa com outra comete adultério contra ela; se a mulher repudia o marido e casa com outro, comete adultério» (Mc 10, 11-12). Para com eles, a Igreja desenvolve uma atenta solicitude, convidando-os a uma vida de fé, à oração, às obras de caridade e à educação cristã dos filhos. Mas eles não podem receber a absolvição sacramental nem abeirar-se da comunhão eucarística, nem exercer certas responsabilidades eclesiais enquanto perdurar esta situação, que objetivamente contrasta com a lei de Deus. Porque é que a família cristã é chamada Igreja doméstica? 1655-1658; 1666 Porque a família manifesta e realiza a natureza de comunhão e familiar da Igreja como família de Deus. Cada membro, a seu modo, exerce o sacerdócio batismal, contribuindo para fazer da família uma comunidade de graça e de oração, escola das virtudes humanas e cristãs, lugar do primeiro anúncio da fé aos filhos. Para um aprofundamento recomenda-se a leitura da Familiares Consortio e Dignitas Connubii. O documento pode ser encontrados no site do vaticano http://www.vatican.va/phome_po.htm , ou ainda www.maristelaesednir.com.br REUNIÃO IX Festiva Oração Inicial (benção e boas vindas sacerdotal se o padre estiver presente) “Orai sem cessar”. 1Ts 5,17 Objetivo da reunião Promover a aproximação entre os participantes e a troca de experiências. Comunhão da Palavra Jo 17,20-21. "Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste" Rm 14,19 “Aqueles que querem glorificar a Deus incentivarão esta unidade entre os crentes: "Assim, pois, seguimos as cousas da paz e também as da edificação de uns para com os outros" Partilha da Palavra Dinâmica (Anjos) Que se faça a revelação dos “anjos da guarda” e cada casal tenha a oportunidade de falar sobre a experiência de cuidar de alguém e também ser cuidado. Motivá-los a dar detalhes sobre os métodos utilizados durante a “missão” de anjo. Depois que todos os “anjos” estejam revelados, dar sequência à dinâmica pedindo que cada um sorteie novamente um casal que novamente será cuidado até o próximo encontro festivo. Lembrar sempre que dentro do que é possível ser feito, rezem pelo casal, mandem mensagens de incentivo por e-mail, tele mensagem, correio, etc. Que eles principalmente sejam lembrados e motivados para participar dos próximos encontros. Enfim que se use a criatividade e com o espírito de verdadeiros anjos da guarda, os casais se cuidem e rezem uns pelos outros. Confraternização Oração pelos alimentos e partilha do que foi trazido por cada um. Deixar a disposição caneta e papel para quem queira fazer pedidos de oração e perguntas. REUNIÃO X Pastoreio Oração Inicial "Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou no meio deles" (Mt 18,20). (Benção e boas vindas sacerdotal se o padre estiver presente) Objetivo da reunião Orientar os casais participantes sobre o que é permitido e o que é proibido aos que estão em situação irregular com relação ao sacramento do Matrimônio. Comunhão da Palavra. Mt 18,20 Familiares Consorcio 84 “Ouvir a Palavra de Deus, a frequentar o sacrifício da Missa, a perseverar na oração, a incrementar as obras de caridade e as iniciativas da comunidade em favor da justiça, a educar os filhos na fé cristã, a cultivar o espírito e as obras de penitência... que se resume em "perseverarem na oração, na penitência e na caridade". Partilha É importantíssimo que a equipe de coordenação seja bem clara sobre cada um dos itens abordados e não prive os casais da verdade. Eles merecem a verdade, e a verdade inteira. Por isso há de se observar o diretório diocesano antes da reunião para verificar se existe alguma recomendação do Bispo local aos casais em segunda união. O documento que apresenta maior clareza com relação ao que pode ou não um casal de segunda união é a Carta aos Bispos da Congregação para a Doutrina da Fé escrita em 1994, pelo hoje Papa Bento XVI à época Prefeito Josef Card. Ratzinger. A sugestão é que a equipe o estude com profundidade antes da reunião, uma vez que a maioria das dúvidas dos casais estão respondidas nesta orientação do Vaticano. Um resumo deste documento está exposto em forma de perguntas e respostas no livro “Respostas aos casais em situação especial” *. As dúvidas que persistirem que sejam enviadas para os e-mails [email protected] e/ou [email protected] Bebendo na fonte D. Estevão Bettencourt, osb. resumiu desta forma a Carta aos Bispos da Igreja Católica a respeito da recepção da comunhão eucarística por fiéis divorciados novamente casados. Os Pontos Essenciais da Doutrina Católica. * Pode-se compendiar em sete pontos a doutrina católica concernente ao assunto. 1) Os fiéis divorciados recasados estão em situação que contrasta com o Evangelho. Basta lembrar a palavra de Jesus em Mc 10,11s: "Quem repudia a sua mulher e desposa outra, comete adultério contra ela; se a mulher repudia o marido e desposa outro homem, comete adultério". Em consequência, a Igreja afirma que ninguém, nem mesmo o Papa, tem o poder de declarar nulo um matrimônio validamente contraído e consumado. Aliás, a própria lei natural, impregnada no íntimo de cada ser humano, rejeita o divórcio, isto é, a dissolução do casamento com direito a novas núpcias. Do divórcio se distingue a separação conjugal, que pode ser legítima, quando a vida matrimonial se torna muito difícil ou insustentável. 2) Os fiéis divorciados e recasados continuam sendo membros da Igreja dentro da comunidade eclesial e devem experimental o amor de Cristo e o acompanhamento materno da Igreja. As segundas núpcias de pessoas divorciadas privam da Comunhão Eucarística, mas não acarretam a excomunhão. Esta é uma pena jurídica, de foro externo, e prova, de modo geral, da comunhão com a Igreja e não apenas priva da Eucaristia. A solicitude materna da Igreja deve estender-se a todos os filhos, inclusive aos que vivem em situação irregular. A Igreja é chamada a procurar promover a salvação de todos. Daí as palavras de João Paulo II: "A Igreja não pode abandonar aqueles que, ligados pelo vínculo matrimonial sacramental, passam a novas núpcias. Por isto Ela se esforçará incansavelmente por colocar à sua disposição os meios de salvação". (Familiaris Consortio, nº 84). Não somente os sacerdotes, mas também os fiéis leigos ou toda a Igreja têm a obrigação de procurar fazer que os irmãos de vida irregular não se considerem separados da Igreja: "A Igreja reze por eles, estimuleos, mostre-se Mãe misericordiosa e assim os sustente na fé e na esperança" (ibid. nº 84). Leve-se em conta que há diversas situações de cristãos divorciados recasados: existem aqueles que passaram a novas núpcias depois de haver tentado todos os meios possível para salvar seu casamento, e existem aqueles que culpadamente destruíram seu matrimônio. Existem aqueles que contraíram novas núpcias em vista da educação dos filhos e, no momento, não se podem separar. Existem também os que se recasaram porque, em consciência, julgavam ter sido nulo o primeiro casamento (embora não pudessem provar a nulidade). Por fim, há também aqueles que em sua nova união descobriram os valores da fé e perfazem uma caminhada religiosa de grande significado; cf. Familiaris Consortio nº 84. 3) Na qualidade de cristãos batizados, os fiéis divorciados recasados são chamados a tomar parte ativa na vida da Igreja na medida em que isto seja compatível com a sua situação dentro da Igreja. "Juntamente com o Sínodo, exorto vivamente os pastores e a inteira comunidade dos fiéis a ajudar os divorciados, promovendo com caridade solícita que eles não se considerem separados da Igreja, podendo e, melhor, devendo, enquanto batizados, participar na sua vida. Sejam exortados a ouvir a Palavra de Deus a frequentar o Sacrifício da Missa, a perseverar na oração, a incrementar as obras de caridade e as iniciativas da comunidade em favor da justiça, a educar os filhos na fé cristã, a cultivar o espírito e as obras de penitência para assim implorarem, dia a dia, a graça de Deus. Reze por eles a igreja, encoraje-os, mostre-se mão misericordiosa e sustente-os na fé e na esperança" (Familiaris Consortio nº 84). A pertença à Igreja não se manifesta apenas na frequentação da Comunhão Eucarística. Existem várias possibilidades de participar da vida da Igreja no campo extra sacramental. 4) Em virtude da sua situação irregular, os fiéis divorciados recasados não podem exercer certas funções na comunidade católica. Tais funções seriam, entre outras, a de padrinho ou madrinha do Batismo e da Crisma, pois tal tarefa implica dar testemunho e vivência católica aos afilhados, que necessitam de ver concretamente a fidelidade dos mais velhos. Eis outras funções excluídas: a de ministros extraordinários na Liturgia, a de catequista, a de membro do Conselho Pastoral, pois tais encargos exigem lúcido testemunho de vida católica; são funções de certo relevo, que não podem ser entregues aos que não vivem integralmente segundo o Evangelho, pois isto poderia suscitar confusão no povo de Deus. Estas restrições não implicam injusta discriminação, mas são consequências naturais da situação em que se acham os fiéis divorciados recasados. 5) Desde que os divorciados recasados deixem seu estado irregular, separando-se ou vivendo em plena continência, podem ser readmitidos aos sacramentos. Para receber o sacramento da Reconciliação, que no caso é a única via para a Comunhão Eucarística, requer-se que o fiel faça o propósito de não tornar à vida irregular. Isto implica que o(a) penitente se separe do(a) ilegítimo(a) consorte ou, caso não seja possível (por causa dos filhos ou por outras razões), deixe de ter relações sexuais; cf. Familiaris Consortio nº 84. No caso de voltarem aos sacramentos, os dois interessados deverão procurar evitar mal entendidos ou escândalos por parte do povo de Deus. 6) Os divorciados recasados que estão convictos da nulidade de seu precedente casamento, devem regularizar sua situação por vias de foro externo, ou seja, por vias jurídicas. O casamento é uma realidade pública que afeta tanto a Igreja quanto a sociedade civil. Por isto o consentimento matrimonial não é um ato meramente privado, mas cria uma situação de caráter social. Por isto não compete à consciência de cada um julgar, na base de suas convicções, se o respectivo casamento foi válido ou não e daí tirar conclusões de ordem pública e prática, contraindo novas núpcias. Por isto a experiência da Igreja atribui aos tribunais eclesiásticos o exame da validade dos casamentos dos fiéis católicos. 7) Os divorciados recasados nunca perdem a esperança de obter a salvação eterna. Diz Papa João Paulo II em Familiaris Consortio nº 84: "Com firme confiança a Igreja crê que mesmo aqueles que se afastaram dos mandamentos do Senhor e vivem atualmente nesse estado, poderão obter de Deus a graça da conversão e da salvação, se perseverarem na oração, na penitência e na caridade". Embora não possa aprovar formas de vida contrastantes com a Palavra do Evangelho, a Igreja não deixa de amar seus filhos em situação matrimonial irregular. Ela compreende seus sofrimentos e dificuldades e acompanha-os com ânimo materno, procurando fortalecê-los na fé e incutir-lhes a confiança na misericórdia de Deus, que tem amplos recursos para levar os homens à salvação eterna. O documento podem ser encontrados no site do vaticano http://www.vatican.va/phome_po.htm , ou ainda www.maristelaesednir.com.br REUNIÃO XI Eucaristia Oração Inicial “Contudo, Senhor, meu Deus, atendei à prece suplicante de vosso servo, acolhei o clamor e os votos que ele vos dirige”. 2 Cr 6,19 (Benção e boas vindas sacerdotal se o padre estiver presente) Objetivo da reunião Esclarecer alguns pontos sobre o Sacramento da Eucaristia, motivar os casais a um estudo mais aprofundado e despertá-los para a adoração. Esclarecer de forma fundamentada porque sua condição lhes impede que sejam admitidos a recepção da eucaristia. Comunhão da Palavra - João 6,41-42 Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne. Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como pode este dar-nos a sua carne a comer? Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu; não é como o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre.” (João 6:50-58) Partilha da palavra O maior tesouro confiado à humanidade está esquecido. Por falta de conhecimento sobre as infinitas graças presentes no Santíssimo Sacramento do altar, além de grande parte dos cristãos católicos não recebê-lo de forma adequada na Santa Missa, são poucos os que o visitam no sacrário. O Amor não é amado! O Amor não é amado! Como é que os homens podem amar uns aos outros se não amam o Amor?”(São Francisco de Assis). O Santíssimo Sacramento do Altar não é uma “coisa” e sim uma pessoa e é de fundamental importância que aqueles que por algum motivo estão impedidos de comer sua carne e beber o seu sangue estejam aos seus pés para adorá-lo. "Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem", (João 4: 23). Ninguém ama o que não conhece, por isso que os casais sejam motivados a aprofundar os estudos sobre o Santíssimo Sacramento da Eucaristia. Bebendo na fonte Documentos da Igreja “Ecclesia de Eucharistia” “Mane Nobiscum Domine “Misterium Fidei” .SACRAMENTO DA EUCARISTIA O que é a Eucaristia? CIC 1322-1323 É o próprio sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor Jesus, que Ele instituiu para perpetuar o sacrifício da cruz no decorrer dos séculos até ao seu regresso, confiando assim à sua Igreja o memorial da sua Morte e Ressurreição. É o sinal da unidade, o vínculo da caridade, o banquete pascal, em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da vida eterna. Quando é que Jesus Cristo instituiu a Eucaristia? CIC 1323 1337-1340 Instituiu-a na Quinta Feira Santa, «na noite em que foi entregue» (1 Cor 11,23), ao celebrar a Última Ceia com os seus Apóstolos. Como é que a instituiu? CIC 1337-1340 1365, 1406 Depois de reunir os Apóstolos no Cenáculo, Jesus tomou em suas mãos o pão, partiu-o e deu-lho dizendo: «Tomai e comei todos: isto é o meu corpo entregue por vós». Depois tomou em suas mãos o cálice do vinho e disse-lhes: «tomai e bebei todos: este é o cálice do meu sangue para a nova e eterna aliança, derramado por vós e por todos para a remissão dos pecados. Fazei isto em memória de mim». O que significa a Eucaristia na vida da Igreja? CIC 1324-1327 1407 É fonte e cume da vida cristã. Na Eucaristia, atingem o auge a ação santificadora de Deus em nosso favor e o nosso culto para com Ele. Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja: o próprio Cristo, nossa Páscoa. A comunhão da vida divina e a unidade do Povo de Deus são significadas e realizadas na Eucaristia. Pela celebração eucarística unimo-nos desde já à liturgia do Céu e antecipamos a vida eterna. Como é chamado este sacramento? CIC 1328 – 1332 A insondável riqueza deste sacramento exprime-se com diferentes nomes que evocam alguns dos seus aspectos particulares. Os mais comuns são: Eucaristia, Santa Missa, Ceia do Senhor, Fração do pão, Celebração Eucarística, Memorial da paixão, da morte e da ressurreição do Senhor, Santo Sacrifício, Santa e Divina Liturgia, Santos Mistérios, Santíssimo Sacramento do altar, Santa Comunhão. Qual o lugar da Eucaristia no desígnio da salvação? CIC 1333 – 1344 Na Antiga Aliança, a Eucaristia é preanunciada, sobretudo na ceia pascal anual, celebrada cada ano pelos judeus com os pães azimos, para recordar a imprevista e libertadora partida do Egito. Jesus anuncia-a no seu ensino e institui-a, celebrando com os seus Apóstolos a última Ceia, durante um banquete pascal. A Igreja, fiel ao mandamento do Senhor: «Fazei isto em memória de mim» (1 Cor 11, 24), sempre celebrou a Eucaristia, sobretudo ao Domingo, dia da ressurreição de Jesus. Como se desenrola a celebração da Eucaristia? CIC 1345 – 1355 1408 Desenrola-se em dois grandes momentos que formam um só ato de culto: a liturgia da Palavra, que compreende a proclamação e escuta da Palavra de Deus; e a liturgia eucarística, que compreende a apresentação do pão e do vinho, a oração ou anáfora, que contém as palavras da consagração, e a comunhão. Quem é o ministro da celebração da Eucaristia? CIC 1348 1411 É o sacerdote (Bispo ou presbítero), validamente ordenado, que age na Pessoa de Cristo Cabeça e em nome da Igreja. Quais os elementos essenciais e necessários para realizar a Eucaristia? CIC 1412 Como é que a Eucaristia é memorial do sacrifício de Cristo? CIC 1362– 1367 A eucaristia é memorial no sentido que torna presente e atual o sacrifício que Cristo ofereceu ao Pai, uma vez por todas, na cruz, em favor da humanidade. O caráter sacrifical da Eucaristia manifesta-se nas próprias palavras da instituição: «Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós» e «este cálice é a nova aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós» (Lc 22,19-20). O sacrifício da cruz e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício. Idênticos são a vítima e Aquele que oferece, diverso é só o modo de oferecer-se: cruento na cruz, incruento na Eucaristia. Como é que a Igreja participa no sacrifício eucarístico? 1368 – 1372 1414 Na Eucaristia, o sacrifício de Cristo torna-se também o sacrifício dos membros do seu Corpo. A vida dos fiéis, o seu louvor, o seu sofrimento, a sua oração, o seu trabalho são unidos aos de Cristo. Enquanto sacrifício, a Eucaristia é também oferecida por todos os fiéis vivos e defuntos, em reparação dos pecados de todos os homens e para obter de Deus benefícios espirituais e temporais. A Igreja do céu está unida também à oferta de Cristo. Como é que Jesus está presente na Eucaristia? 1373 – 1375 1413 Jesus Cristo está presente na Eucaristia dum modo único e incomparável. De fato, está presente de modo verdadeiro, real, substancial: com o seu Corpo e o seu Sangue, com a sua Alma e a sua Divindade. Nela está presente em modo sacramental, isto é, sob as espécies eucarísticas do pão e do vinho, Cristo completo: Deus e homem. Que significa transubstanciação? 1376 – 1377 1413 Transubstanciação significa a conversão de toda a substância do pão na substância do Corpo de Cristo e de toda a substância do vinho na substância do seu Sangue. Esta conversão realiza-se na oração eucarística mediante a eficácia da palavra de Cristo e a ação do Espírito Santo. Todavia as características sensíveis do pão e do vinho, isto é as «espécies eucarísticas», permanecem inalteradas. A fração do pão divide Cristo? 1377 A fração do pão não divide Cristo: Ele está presente todo inteiro em cada uma das espécies eucarísticas e em cada uma das suas partes. Até quando continua a presença eucarística de Cristo? 1377 Ela continua enquanto subsistem as espécies eucarísticas. Que tipo de culto é devido ao sacramento da Eucaristia? 1378 – 1381 1418 É devido o culto de latria, isto é, de adoração reservado só a Deus quer durante a celebração eucarística quer fora dela. De fato, a Igreja conserva com a maior diligência as Hóstias consagradas, leva-as aos enfermos e às pessoas impossibilitadas de participar na Santa Missa, apresenta-as à solene adoração dos fiéis, leva-as em procissão e convida à visita frequente e à adoração do Santíssimo Sacramento conservado no tabernáculo. Porque é que a Eucaristia é banquete pascal? 1382 – 1384 1391 – 1396 A Eucaristia é o banquete pascal, porque Cristo, pela realização sacramental da sua Páscoa, nos dá o seu Corpo e o seu Sangue, oferecidos como alimento e bebida, e nos une a si e entre nós no seu sacrifício. Que significa o altar? 1383 1410 O altar é o símbolo do próprio Cristo, presente como vítima sacrifical (altar- sacrifício da cruz) e como alimento celeste que se nos dá (altarmesa eucarística). Quando é que a Igreja obriga a participar na santa Missa? 1389 1417 A Igreja obriga os fiéis a participar na santa Missa cada Domingo e nas festas de preceito, e recomenda a participação nela também nos outros dias. Quando se deve comungar? 1389 A Igreja recomenda aos fiéis que participam na santa Missa que também recebam, com as devidas disposições, a sagrada Comunhão, prescrevendo a obrigação de a receber ao menos pela Páscoa. Que se requer para receber a sagrada Comunhão? 1385–1389; 1415 Para receber a sagrada Comunhão é preciso estar plenamente incorporado à Igreja católica e em estado de graça, isto é, sem consciência de pecado mortal. Quem tem consciência de ter cometido pecado grave deve receber o sacramento da Reconciliação antes da Comunhão. São também importantes o espírito de recolhimento e de oração, a observância do jejum prescrito pela Igreja e ainda a atitude corporal (gestos, trajes), como sinal de respeito para com Cristo. 292. Quais são os frutos da sagrada Comunhão? 1391 – 1397 1416 A sagrada Comunhão aumenta a nossa união com Cristo e com a sua Igreja, conserva e renova a vida da graça recebida no Batismo e no Crisma, e faz-nos crescer no amor para com o próximo. Fortalecendonos na caridade, perdoa os pecados veniais e preserva-nos dos pecados mortais, no futuro. 293. Quando é possível administrar a sagrada Comunhão aos outros cristãos? 1398-1401 Os ministros católicos administram licitamente a sagrada comunhão aos membros das Igrejas orientais que não têm plena comunhão com a Igreja católica, sempre que estes espontaneamente a peçam e com as devidas disposições. No que se refere aos membros doutras Comunidades eclesiais, os ministros católicos administram licitamente a sagrada comunhão aos fiéis, que, por motivos graves, a peçam espontaneamente, tenham as devidas disposições e manifestem a fé católica acerca do sacramento. 294. Porque é que a Eucaristia é «penhor da futura glória»? 1402 – 1405 Porque a Eucaristia nos enche das graças e bênçãos do Céu, fortalecenos para a peregrinação desta vida, faz-nos desejar a vida eterna, unindo-nos desde já a Cristo, sentado à direita do Pai, à Igreja do Céu, à santíssima Virgem e a todos os santos. Na Eucaristia, partimos «o mesmo pão, que é remédio de imortalidade, antídoto para não morrer, mas para viver eternamente em Jesus Cristo» (S. Inácio de Antioquia). REUNIÃO XII Adoração Encontro para Adoração ao Santíssimo Sacramento do altar Oração Inicial “Antes mesmo que me chamem, eu lhes responderei; estarão ainda falando e já serão atendidos”. Is 65,24 (Benção e boas vindas sacerdotal se o padre estiver presente) Objetivo da reunião Que previamente a coordenação do grupo converse com o sacerdote responsável pela paróquia onde ocorrem as reuniões a fim de que se possa fazer uma noite de adoração ao Santíssimo Sacramento. O ideal é que os casais sejam levados à um sacrário. Mas caso haja dificuldade, em função de outros eventos no mesmo horário, que, com autorização do vigário local, o Santíssimo Sacramentos seja transladado até a sala de reuniões ou um local adequado. O translado só pode ser feito pelo sacerdote ou por um ministro ordenado devidamente autorizado. Independentemente de onde a adoração ocorra que se providenciem velas, castiçais, toalhas de mesa, ostensório, enfim todo o necessário para que o ambiente esteja digno para receber Jesus, e que se respeite rigorosamente a liturgia. Não se trata aqui de uma noite de palestra ou aconselhamento. O centro deve ser o Santíssimo Sacramento, por isso que se providenciem um grupo de canto e de condução para que os casais sejam levados a perceber a presença de Jesus na hóstia consagrada e ter com Ele momentos de intimidade. Que sejam orientados de como se realiza uma adoração. Bebendo na fonte “A presença de Jesus no tabernáculo deve constituir como que um pólo de atração para um número sempre maior” de almas apaixonadas por ele, capazes de ficar longo tempo escutando a voz e quase que sentindo o palpitar do coração”. João Paulo II - “Mane Nobiscum Domine. n. 18, p. 20. “É preciso, em particular, cultivar, quer na celebração da missa, quer no culto eucarístico fora da missa, a viva consciência da presença real de Cristo.” MND, n.18, p. 19. “Permaneçamos longamente prostrados diante de Jesus presente na Eucaristia, reparando com a nossa fé e o nosso amor os descuidos, os esquecimentos e até os ultrajes que nosso Salvador deve sofrer em tantas partes do mundo.” MND, n.18, p. 20. “Viemos adorá-lo” (Mt 2,12). REUNIÃO XIII Festiva Oração Inicial “Aproximemo-nos, pois, confiadamente do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia e achar a graça de um auxílio oportuno”. Hb 4,16 (Benção e boas vindas sacerdotal se o padre estiver presente) Objetivo da reunião Promover a aproximação entre os participantes e a troca de experiências. Comunhão da Palavra Fl 2,2-4 “Como servos de Deus em comunhão com o Espírito Santo, deveremos trabalhar humildemente para manter a unidade:” . . . completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. Nada façais por partidarismo ou vangloria, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros" (...). Partilha da Palavra Dinâmica (Anjos) Que se faça a revelação dos “anjos da guarda” e cada casal tenha a oportunidade de falar sobre a experiência de cuidar de alguém e também ser cuidado. Motivá-los a dar detalhes sobre os métodos utilizados durante a “missão” de anjo. Depois que todos os “anjos” estejam revelados, dar sequência à dinâmica pedindo que cada um sorteie novamente um casal que novamente será cuidado até o próximo encontro festivo. Lembrar sempre que dentro do que é possível ser feito, rezem pelo casal, mandem mensagens de incentivo por e-mail, tele mensagem, correio, etc. Que eles principalmente sejam lembrados e motivados para participar dos próximos encontros. Enfim que se use a criatividade e com o espírito de verdadeiros anjos da guarda, os casais se cuidem e rezem uns pelos outros. Confraternização Oração pelos alimentos e partilha do que foi trazido por cada um. Deixar a disposição caneta e papel para quem queira fazer pedidos de oração e perguntas. REUNIÃO XIV Nulidade Oração Inicial “e vós, pois, que sois maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celeste dará boas coisas aos que lhe pedirem”. Mt 7,11 ( benção e boas vindas sacerdotal se o padre estiver presente) Objetivo da reunião Oportunizar aos casais saber um pouco mais sobre o que diz o Direito Canônico sobre a Nulidade Matrimonial. Muitos deles não tiveram casamentos válidos e encontram-se em situação irregular por não terem submetido suas histórias a análise do Tribunal Eclesiástico competente. Há outros, no entanto, mesmo tendo passado por um processo de nulidade matrimonial verificarão que não há nulidade alguma no matrimônio celebrado. Mesmo assim, na hipótese da primeira união ser válida, o direito Canônico auxilia na compreensão da atual situação em que o casal se encontra, possibilitando uma reinserção mais harmoniosa na Igreja. "Todavia os divorciados recasados, não obstante a sua situação continuam a pertencer à Igreja, que os acompanha com especial solicitude (...) Sacramentum Caritatis, 29 Comunhão da Palavra – I Cor 7, 2-5 ...cada homem tenha sua mulher e cada mulher seu marido. Que o marido cumpra seu dever em relação à mulher e igualmente a mulher em relação ao marido. A mulher não dispõe de seu corpo, mas sim o marido. Igualmente o marido não dispõe de seu corpo, mas sim a mulher. Não se recusem um ao outro... Familiaris consortio, n. 20. ..."é dever fundamental da Igreja reafirmar fortemente a indissolubilidade do Matrimônio a todos aqueles que, nos nossos dias, consideram difícil ou até impossível que uma pessoa se vincule por toda a vida; e a todos os que são arrastados por uma cultura que rejeita a indissolubilidade matrimonial e que abertamente se ri do compromisso dos esposos à fidelidade, importa repetir o bom anúncio da perenidade do amor conjugal, que tem em Cristo fundamento e força. FC 20 Ora, eu vos declaro que todo aquele que rejeita sua mulher, exceto no caso de matrimônio falso, e desposa uma outra, comete adultério. E aquele que desposa uma mulher rejeitada, comete também adultério. Mt 19,9 – (grifo nosso) Partilha da palavra Se possível que se leve alguém especializado no assunto para tratar do tema e dirimir duvidas que surgirão durante o encontro. Caso isso não seja possível que a equipe de coordenadores do grupo se utilize do material de apoio a disposição, como por exemplo, o livro “Respostas aos casais em situação especial”*. As duvidas que persistirem que sejam enviadas para os emails [email protected] e/ou [email protected]. Bebendo na fonte CIC 1660 E CDC 1055 - O casamento é "o pacto matrimonial, pelo qual um homem e uma mulher constituem entre si uma íntima comunidade de vida e de amor, fundado e dotado de suas leis próprias pelo Criador. Por sua natureza, é ordenado ao bem dos cônjuges, como também à geração e educação dos filhos. Entre batizados, foi elevado, por Cristo Senhor, à dignidade de sacramento." O vínculo matrimonial é, por instituição divina, perpétuo e indissolúvel, uma vez contraído, não se pode romper senão com a morte de um dos cônjuges. "Não separe o homem o que Deus uniu" Mt. 19,6-9 e Mc. 10,9. A Igreja, por isto declara que o Matrimônio não é obra dos homens, mas de Deus e portanto as suas leis não estão sujeitas ao arbítrio humano. Pio XI, Casti Connubii, n. 3 Diversa pode vir a ser a situação do cônjuge "inocente" que não pediu e que não consentiu ilegitimamente com o divórcio e que se mantém célibe, neste caso pode vir a ser exemplo de fidelidade e coerência cristã FC, n. 8 REUNIÃO XIV COMUNHÃO ESPIRITUAL Oração Inicial “Como a corça anela pelos cursos da águas, assim minha alma anela por ti, ó Deus” (Sl. 41,2). Objetivo da reunião: Apresentar a grande graça da comunhão espiritual aos casais em segunda união. A prática é milenar e muita difundida em épocas em que havia muita dificuldade em se estar presente em uma Santa Missa. As dificuldades de locomoção dos fiéis ou dos sacerdotes fizeram com que os amantes da Eucaristia buscassem maneiras de estar próximos a ela contando com a misericórdia divina. A literatura nos traz testemunhos belíssimos de experiências com Jesus através da comunhão espiritual, vale ressaltar, no entanto, que a extensão da justiça e da misericórdia divina nos são um grande mistério para o beneficio de nossas próprias almas. Saber até onde vai a justiça divina poderia nos amedrontar e nos afastar de Deus, já conhecer toda a extensão de sua misericórdia poderia nos deixar acomodados acreditando que Ele alargará a porta estreita. Comunhão da Palavra – “Permanecei em Mim, e Eu permanecerei em vós” (Jo. 15,4). Partilha da palavra A oração de Santo Afonso de Ligório pode nos aproximar do que seja a graça da comunhão espiritual: “Meu Jesus, eu creio que vós estais no Santíssimo Sacramento. Eu vos amo sobre todas as coisas. Eu vos desejo em minha alma. E, já que agora não posso receber-Vos Sacramentalmente, vinde pelo menos espiritualmente ao meu coração. (pausa) Como já tendo vindo, eu Vos abraço e me uno a Vós. Não permitais que eu me separe mais de vós.”. A comunhão espiritual é uma grande graça nos reservada por Jesus para os nossos momentos de maior dificuldade, já que apesar de desejar, por mais que nos esforcemos não conseguimos nos aproximar de seu majestoso coração.Comungar Jesus espiritualmente é o recurso nos dado quando desejamos ardentemente recebê-lo no santíssimo Sacramento do altar e por algum motivo não podemos. Para isso além de desejar é preciso. Recomendada pela Igreja, explicada pelos Papas e vivida por inúmeros santos na história da Igreja Católica a Comunhão espiritual tem sido responsável por muitas graças conforme as disposições de quem a faz, conforme maior ou menor o desejo de recebê-lo ou a fé que se tem em sua presença na hóstia consagrada. Já que se trata de um momento íntimo entre Jesus e nós, nada melhor do que sermos verdadeiros e nos perguntarmos: quão grande é o meu desejo em recebê-lo sacramentalmente? A algo que esteja ao meu alcance para que ocorra esse reencontro com Jesus Sacramentado? Estes questionamentos são importantes já que nos ensina Santo Inácio de Loyola: “ Orar como se tudo dependesse de Deus e trabalhar como se tudo dependesse de nós”. Bebendo na fonte REUNIÃO XVI Festiva de encerramento Oração Inicial “Ouvi a oração que vosso servo vos faz neste lugar”. 1Rs 8, 29 ( benção e boas vindas sacerdotal se o padre estiver presente) Objetivo da reunião Despedida do grupo e motivação para continuara caminhada na Igreja. Que com a ajuda dos casais sejam preparada uma confraternização especial de despedida. Comunhão da Palavra Jo 17,20-21. "Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste" Rm 14,19 “Aqueles que querem glorificar a Deus incentivarão esta unidade entre os crentes: "Assim, pois, seguimos as cousas da paz e também as da edificação de uns para com os outros" Partilha da Palavra Dinâmica (Anjos) Que se faça a revelação dos “anjos da guarda” e cada casal tenha a oportunidade de falar sobre a experiência de cuidado de alguém e também ser cuidado. Motivá-los a dar detalhes sobre os métodos utilizados durante a “missão” de anjos. Depois que todos os “anjos” estejam revelados, motivar os casais a prosseguir na Igreja, cada um no grupo, movimento ou pastoral que escolheu além de colocar o Setor Casos Especiais a disposição para qualquer eventualidade ou aconselhamento. Para encerramento possibilitar que cada casal partilhe um pouco do que viveu durante os encontros. Confraternização Oração pelos alimentos e partilha do que foi trazido por cada um. Deixar a disposição caneta e papel fichas de avaliação do encontro e do trabalho prestado pela equipe. ÍNDICE INTRODUÇÃO PAGINA 2 REUNIÃO I: REENCONTRO PÓS RETIRO DE ACOLHIDA – PÁGINA 4 REUNIÃO II : RETORNO AO LAR PÁGINA 6 REUNIÃO III: : SOMOS IGREJA PAGINA 10 REUNIÃO IV : TRADIÇÃO E MAGISTÉRIO PAGINA 14 REUNIÃO V : FESTIVA PAGINA 17 REUNIÃO VI BATISMO E CRISMA PÁGINA 19 REUNIÃO VII: RECONCILIAÇÃO PÁGINA 27 REUNIÃO VIII MATRIMÔNIO PÁGINA 34 REUNIÃO IX :FESTIVA PÁGINA 41 REUNIÃO X: PASTOREIO PÁGINA 43 REUNIÃO XI: EUCARISTIA PÁGINA 48 REUNIÃO XII: ADORAÇÃO PÁGINA 57 REUNIÃO XIII: FESTIVA PÁGINA 59 REUNIÃO XIV : NULIDADE PÁGINA 61 REUNIÃO XV : COMUNHÃO ESPIRITUAL PÁGINA 63 REUNIÃO XVI : FESTIVA DE ENCERRAMENTO PÁGINA