MUNDO35 QUINTA-FEIRA, 16 DE JULHO DE 2015 A GAZETA DIVULGAÇÃO/ESO - M. KORNMESSER Ilustração mostra o planeta extrassolar “gêmeo” de Júpiter na órbita de sua estrela Equipe liderada por professor da USP identificou exoplaneta “gêmeo” de Júpiter durante buscas por uma outra Terra Um planeta descoberto Uma equipe internacional de pesquisadores liderada por um professor da Universidade de São Paulo (USP) descobriu um planeta extrassolar que pode ser considerado um “gêmeo” de Júpiter. Identificado na órbitadeumaestrelamuito parecida e com a mesma idade de nosso Sol, designadaHIP11915,aumadistânciasemelhanteaqueJúpiter está de nossa estrela e comumamassatambémsimilar a do maior planeta de nossoSistemaSolar,onovo exoplaneta representa um importante passo na busca por um sistema planetário que seja similar ao nosso e que talvez abrigue um pequeno mundo rochoso no tamanho e posição certos para ser considerado uma possível “Terra 2”. De acordo com algumas das teorias mais aceitas atualmente, a vida só teria conseguido se desenvolver e evoluir na Terra graças à influência que o gigante Júpiter exerceu na configuração de nosso Sistema Solar. Sua enorme gravidade, por exemplo, teria ajudado a evitar que o Sistema Solar interior fosse “invadido” por detritos da formação de nosso sistema planetário, que na forma de grandes asteroides poderiam extinguir a vida no planeta diversas vezes em eventuais colisões, efetivamente “limpando” o ca- REPRODUÇÃO/TV GLOBO “A saga por uma ‘Terra 2’, e por um ‘Sistema Solar 2’ completo, é uma das buscas mais excitantes da astronomia” — JORGE MELENDEZ PROFESSOR DA USP E LÍDER DA PESQUISA minho para sua evolução. Até agora, porém, a maior parte dos sistemas planetários extrassolares já descobertos tem uma configuração muito diferente do nosso. Neles, gigantes gasosos como Júpiter e planetas até maiores ocupam as regiões mais próximas das suas estrelas, onde impediriam ou dificultariam a for- mação de pequenos mundos rochosos como o nosso nachamadazonahabitável, ondenãoestariamnemperto nem longe demais da estrela de forma que sua temperatura permitisse a existência de água em estado líquido na sua superfície, condição necessária para o desenvolvimento da vida como conhecemos. ESPELHO Já no nosso Sistema Solar, são os pequenos mundos rochosos – Mercúrio, Vênus, Terra e Marte – que habitam as regiões mais próximas do Sol, com os gigantes gasosos Júpiter, Saturno, Urano e Netuno ocupando órbitas bem mais afastadas. Assim, localizar um sistema planetário com um “gêmeo” de Júpiter em uma órbita afastada similar é um passo significativo no caminhoparaencontrarum que seja um “espelho” mais próximo do nosso, destaca JorgeMelendez,astrônomo daUSPelíderdaequiperesponsável pela descoberta. “A saga por uma ‘Terra 2’, e por um ‘Sistema Solar 2’ completo, é uma das buscas mais excitantes da astronomia.Estamosmuitosatisfeitos de fazer parte destas pesquisas de ponta, possibilitadas com o uso dos equipamentos de observação fornecidos pelo ESO (sigla em inglês para Observatório Europeu do Sul)”. NEW HORIZONS VOLTA AO MUNDO Plutão tem montanhas “jovens” na superfície Avião solar interrompe viagem Registro feito por sonda da Nasa sugere que elevações estejam em processo de formação Novas imagens divulgadaspelaNasaquemostrama superfíciedePlutãoa“curta” distância surpreenderam os cientistas da agência espacialamericanaaoevidenciar uma cadeia de montanhas com altitudes de até 3.500 metros acima da cobertura de gelo. As fotos foram enviadas pela sonda New Horizons, que, na terça-feira, passou a 12,5 mil quilômetros do planeta-anão. Essas elevações têm não mais do que 100 milhões de anos. Ou seja, são montanhas muito “jovens” quando comparadas aos 4,56 bilhões de anos do Sistema Solar. E podem ainda estar em processo de formação, segundo a equipe de geólogos e geofísicos da New Horizons.Tudoissosugereque a região registrada, que cobre cerca de 1% da superfíciedePlutão,podeaindaestar geologicamente ativa. DIVULGAÇÃO/NASA Foto de superfície de Plutão foi registrada a 800 mil km de distância por sonda O Solar Impulse 2, avião movido a energia solar que no início do mês bateu o recorde de voo solo mais longo da história, terá que interromperasuatentativade volta ao mundo por nove meses devido a danos sofridos em suas baterias duranteaviagemde118hquerealizoudoJapãoaoHavaí,disseontemaequiperesponsável pela façanha. A próxima viagem não deve ser antes de abril ou maio de 2016.