N.° 74
Jornal periódico
de distribuição gratuita
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JORNAL PERIÓDICO PORTUGUÊS DE FRIBOURG
Diretor: Jorge Vicente
1996
2015
FRI LUSO
«Portugal existe onde existe um português»
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE
ANO 2015 - Fevereiro
PERIÓDICO
14 de Fevereiro dia
de S. Valentim
S. Valentim
Hoje no dia de S. Valentim
Meu amor teve a ideia
Vamos jantar fora e, no im
A noite será uma epopeia!
S. Valentim santo popular
Pelos namorados é eleito,
À “festa” não pode faltar,
Com amor que vai ser feito!
S. Valentim eu t’imploro,
Outra intenção a gente ama,
Acabar com o nosso namoro,
Na igreja que nos chama!
História de São Valentim
São Valentim e o Dia dos Namorados
Entre nós, o Dia dos Namorados celebra o amor, a paixão entre amantes e a partilha de sentimentos.
Todos os anos, no dia 14 de Fevereiro, ocorre a azáfama da troca de chocolates, envio de postais e de
oferta de lores. Muitos casais planeiam jantares românticos, noites especiais e fazem planos para
surpreender e agradar à sua «cara-metade». Há também quem escolha este dia para se declarar à
pessoa amada e também quem avance com pedidos de casamento, embebido pelo espírito do dia.
Todos pedem a S. Valentim,
Todos, solteiros e casados,
Que seu romântico folhetim,
Os mantenha apaixonados!
Foi aqui neste restaurante
N’um dia de S. Valentim
A “janta” deveras, delirante
Com beijinhos até ao…im!
Hoje é dia de todos namorados,
Pedimos ao bom S. Valentim,
Que nos mantenha apaixonados,
Até ao padre dizerem: SIM!
Nelson F. Carvalho
Continua na página 7
Um novo Portugal dá-se a conhecer aos suíços
Estão a ser desenvolvidos novos contactos entre
algumas empresas portuguesas e suíças, incentivados pela Câmara de Comércio Luso-Suíça
através das viagens por si organizadas.
Aproveitando a ida de alguns empresários à Suíça, conversámos com José Ferreira, da Arch Innovation, e com Celina
Andrade, da Room 2 it, que integraram esse grupo, procurando saber as suas impressões da experiência mas, também,
compreender quais os desaios que o mercado suíço coloca e,
desta forma, olhar para as relações comerciais entre os dois
países.
Mais informações em: www.swissinfo.ch
Equipa da Dimscale que mostrou na Suíça o projeto arch innovation. (Divulgação)
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Fri-luso
Ainda Eusébio
Por Humberto Pinho da Silva
Sempre que igura pública desaparece, surgem vários “ amigos” que em bicos de pés, relatam episódios curiosos ocorridos com o falecido.
Com Eusébio, assim aconteceu.
E, como vem sendo costume, no funeral, não faltou séquito de “ amigos” dedicados, políticos, representantes de clubes, sindicatos e partidos, todos lamentando a perda de um dos maiores futebolistas
do mundo.
Logo levantaram a ideia de depositar o corpo no Panteão Nacional. Atitude que apoio, já que se abriu
excepção para Amália Rodrigues; mas, amigo, considera que ele, certamente, preferia icar no
Estado da Luz.
O que quase todos se esqueceram foram as diiculdades e desgostos que passou, após 1975; diiculdades que o levaram a emigrarem e a jogar em clubes de pequena dimensão.
Uns, acusam Salazar de o ter prejudicado, impedindo-o de sair do país. Outros, como o “ Relvado” em
artigo “ 25 de Abril, dia triste no Benica”, escrevem que Eusébio apelidava Salazar de “padrinho”.
Humberto Pinho da Silva
Mas o que disse o futebolista sobre o assunto?
Transcrevo, do” Diário de Notícias” de 06/01/2014, parte da entrevista, concedida ao “ Benica Ilustrado”
“ Tinha eu 22 anos e só não fui porque estava na tropa e o Salazar não quis. Foi um ano depois de termos ganho a taça dos Campeões da Europa e o
Juventos queria que eu fosse para lá. O Benica deve ter falado com o Salazar que me mandou chamar e disse-me que eu não podia sair do país, porque
era património do Estado.”
O Inter de Milão já lhe tinha oferecido três milhões de dólares.
Acredito que Salazar o tivesse convencido a permanecer em Portugal, e que o Benica não quisesse prescindir dele; mas é também reconhecido, por todos,
a grande amizade que Eusébio tinha pelo clube lisboeta.
Amor, que tão mal foi retribuído, porque, veriicando que pouco mais podiam esperar dele, dispensaram-no.
Em Portugal - e o mesmo acontece, um pouco, por todo o mundo, - quando já não se é útil, consideram que é descartável.
Felizmente, nos últimos anos, o Benica fez justiça, contratando-o e colocando-o em posição digna. Foi reparo que só enobrece o clube.
Mas essa atitude nobre, não é usual em Portugal: todos conhecem a situação triste a que chegou Camões, e como a viúva, do nosso maior escultor, Soares
dos Reis, obteve, pensão, após longos anos de espera.
Já agora, é bom recordar o que aconteceu à viúva de Eça de Queiroz, que não recebeu a pensão, que tinha direito, porque não quis, juntamente com os
ilhos apoiar a Republica.
É também de louvar o gesto de concederem à viúva de Eusébio, o direito de auferir o vencimento do marido. Atitude que só digniica o Benica.
Para concluir, queria expressar a minha simpatia pelo futebolista, não por ser excelente jogador - houve e haverá outros iguais ou até melhores, - mas por
ter sido sempre humilde e simples, convivendo com todos, o que infelizmente é raro; já que a fama e o dinheiro, tornam, em regra, as pessoas soberbas.
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Barco Rabelo
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Rio Douro
Desenho de Pinho da Silva
Fri-luso
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UM POEMA DE EUGÉNIO DE ANDRADE Comentário
Tenho presente o seguinte poema de Eugénio de Andrade que, quanto a mim, é uma das belas entre
as poesias moderna.As poesias modernas, enim, talvez não valha a pena fazer comentários.
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras:
Ódio, solidão, crueldade, alguns lamentos
e muitas espadas.
É urgente inventar alegrias, multiplicar os beijos
e as searas.
É urgente descobrir rosas e rios, e
manhãs claras.
Vai o silêncio nos ombros e luz impura
até doer.
É urgente o amor, é urgente permanecer.
Laurindo Barbosa
Apetece-me fazer um comentário, fazendo de conta que voltei aos bancos da escola e que no exame me pediam uma análise desta poesia.
É urgente o amor não só agora que o sabemos tão conspurcado, não só agora mas em todas as épocas e em todos os domínios. Há aqui uma intemporalidade. Grande é a preocupação do poeta e manifesta-a usando repetidamente o aviso – é urgente…é urgente.
Para que o amor seja adquirido e implantado com urgência, é também necessário outras coisas para além das apontadas pelo poeta.
É urgente um barco no mar é um apelo que tem qualquer coisa de ecológico. Poder-se-ia dizer “é urgente uma árvore na loresta”. Tanta coisa se tem
visto que tem o aspecto desolador de um mar que soubéssemos sem barcos em toda a sua extensão, onde não se via manifestações da vida humana,
onde só pudéssemos supor uma vida “subterrânea”, tao invisível que o tornaria a nossos olhos um “mar morto”.
É urgente o amor, mas também é urgente o trabalho e “amar o amor”, sendo optimista a respeito do amor, para multiplicar os beijos e descobrir manhãs
claras. Só assim poderemos banir o que nos pesa e faz doer os ombros – o silêncio doloroso e a luz impura. Agora há mais actualidade que intemporalidade.
Em toda a poesia há uma ideia de mudança que importa promover com urgência, atitude em que é urgente permanecer, seja para pôr barcos no mar,
seja para plantar árvores na loresta – acções de trabalho, vida e fé – seja para destruir certas coisas: certas palavras e muitas espadas. É “urgente permanecer” ainda na atitude de elevado ânimo que nos leve a inventar alegrias e a descobrir rosas e rios.
Esta poesia em que tanto se insiste que “é urgente o amor”, parece toda voltada para a fraternidade humana e para a ecologia, entendida esta como boas
relações do Homem com a Natureza. Na verdade, vemos referências à necessidade de afastar ódios e de multiplicar as searas.
Não se vislumbra, aparentemente, uma alusão àquele amor dos casais, casados ou não. Talvez entre eles não seja preciso lembrar que é urgente “multiplicar os beijos”. No entanto, o amor entre os casais está talvez mais conspurcado que o amor do Homem pela Natureza, e tanto em perigo como a
fraternidade humana. Também entre os casais é “urgente o amor” e também aí é “urgente permanecer” no amor. Também aí a mudança é urgente
– os amantes devem passar a ser namorados, não apenas amantes como agora são. É possível que o poeta tenha pensado neles quando se referiu à luz
impura que, pesando nos ombros, até faz doer.
Gostaria de saber que nota merecia este “ponto escrito” de um doutor, professor de Português e de Literatura. Se ele (ou ela…) tivesse uma amante,
não propriamente uma namorada, icava logo reprovado e nem sequer ia à prova oral!
PREZADO ANIVERSARIANTE
Uma sentença, que já vem dos antigos pensadores latinos, diz-nos que O SÁBIO ESTÁ CONSIGO MESMO.
É preciso, porém, saber interpretar esta máxima, para não concluirmos que se deve evitar a vida em comunidade, e que é lícito ensimesmar-se com altivez em pretensa superioridade.
Pelo contrário, esta máxima quer incitar todos a que, pela meditação e introspecção, mais pela sabedoria bíblica
que pela sabedoria académica, consigamos um bom e sincero relacionamento com todos. Por um lado, é muito
importante que haja essa amizade fraterna, mas por outro lado e para isso, é necessária a amizade que cada
qual deve ter por si próprio. Nem sempre é fácil possuir essa auto-estima, e, então, aí temos que a sabedoria do
que sabe “estar consigo mesmo” é de primordial importância. É a meditação e a introspecção, é a observação
para aprender com os erros próprios e alheios, para se corrigir e aperfeiçoar, não fazendo o que muitos fazem e
fazendo o que muitos não fazem: ser delicado sem afectação, ser forte ou chefe sem ser prepotente, corajoso mas
também prudente, sem arrogâncias mas também sem subserviências.
Viver é um ofício que, para ser bem desempenhado, também exige carisma, e o carisma de viver exige termos
simpatia, empatia e competência, que o saber “estar consigo mesmo” muito ajudam a adquirir e a preservar.
Porém, é sempre possível melhorar, e então, no seu dia de aniversário, o meu convite é para que continue no
caminhar dessa sabedoria, agora mais conscientemente.
Prezado(a) Aniversariante. Todas as idades têm as suas crises. São as crises da adolescência e da juventude, são
as crises da menopausa, da andropausa e as da terceira idade! Com “carisma de viver” e com a sabedoria de
saber “estar consigo mesmo”, vai superar todas as crises! Parabéns pelo aniversário, com saúde e felicidade em
longa vida, em nome do FRILUSO e em meu nome pessoal, como seu colaborador.
Afectuosamente
[email protected]
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JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro
Fri-luso
Humor
Entre um homem que tem 1 milhão de euros na sua conta bancária e um homem que é pai de 6
ilhos, qual deles é o mais satisfeito?
- É o homem que é pai de 6 ilhos. Aquele quem tem 1 milhão de euros quer sempre mais.
------Um homem todo vaidoso, à porta da maternidade por a mulher ter dado à luz 5 gémeos, diz:
- Tenho cá um canhão!
Responde o médico:
- Veja lá se o limpa, porque saíram todos pretos!
------Na prisão de máxima segurança em Robert Island um prisioneiro perde um dedo, depois uma
orelha depois um dente. Então, um policia diz ao colega:
- Vigia bem esse gajo, tá fugindo aos poucos!
------A mulher despede-se do marido que vai trabalhar noutro país:
- Quero notícia tuas todos os meses, prometes?
- Por carta ou por e-mail?
- Por cheque.
------Comprador:
- O cão que me vendeste não ladra nada, mas disseste que era cão-polícia.
O vendedor na maior calma diz:
- É da polícia secreta.
------No julgamento.
Juiz: - Como conseguiu entrar numa casa gradeada e tirar todos os bens?
Ladrão: - Vim para ser julgado pelos crimes que cometi, e não para ensinar a minha proissão.
------A Mais Linda rapariga do Mundo
— O meu namorado diz a toda a gente que vai casar com a mais linda rapariga do mundo...
— Oh! O estúpido! E tu deixas que ele faça isso depois de andar contigo tanto tempo?
------Desejo Cumprido
Um casal de namorados vai ao lago dos desejos. O rapaz atira uma moeda, debruça-se e formula
o desejo. A rapariga prepara-se para fazer o mesmo que ele, mas debruça-se de mais e cai para
dentro do lago. O rapaz, espantado, diz:
— E não é que isto resulta mesmo?
------Pergunta Comprometedora
Um rapaz está noivo há três anos.
— Não achas que já é tempo de casarmos? — pergunta à noiva.
— Acho que sim. Mas quem nos quererá?
------Rapaz Poupado
A ilha ao contar ao pai que tinha um namorado, ele começa logo a perguntar:
- Ao menos é um rapaz poupado?
- É papá, olha ainda na semana passada quando lá fui a casa e os pais dele não estavam, a primeira
coisa que ele fez foi apagar a luz!
Quando as loiras... falam...
A LOIRA NO ZOOLÓGICO!!!
Ao chegar perto da jaula do Leão, ela
viu uma placa:
CUIDADO COM O LEÃO!
Mais à frente, outra jaula, outra placa:
CUIDADO COM O TIGRE!
Mais à frente:
CUIDADO COM O URSO!
Depois chega a uma jaula que está vazia
e lê:
CUIDADO: TINTA FRESCA!
Desesperada, a loira corre aos gritos:
- O TINTA FRESCA FUGIU! O TINTA FRESCA FUGIU!!!!
A GARRAFA TÉRMICA
Uma loira entra numa loja e vê uma
coisa brilhante.
O que é isso? - pergunta ela.
- Uma garrafa térmica - responde o
vendedor.
- E o que ela faz? - pergunta ela.
O vendedor explica:
- Ela mantém frias as coisas frias e
quentes as coisas quentes. A loira
compra a garrafa térmica.
No dia seguinte ela a leva para o trabalho. Seu chefe, estranhando esse
objecto brilhante, pergunta
- O que é?
- Uma garrafa térmica - responde ela.
- E o que faz? - pergunta o chefe.
- Mantém quentes as coisas quentes e
frias as coisas frias - responde a
loira.
O chefe pergunta:
- E o que tem dentro?
A loira, satisfeita, diz:
- Duas chávenas de café e um sumo
gelado.
Oi, querid um .«.s.Acabo de desc
aco azul obrir
o que se pa a,
n
s
um subm» pendurado
contigo?...sa
arino!
J.Vicente
Fri-luso
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015- Fevereiro
CURIOSIDADES
5
INTERESSANTE
O vidro demora um milhão de anos para se decompor, o que signiica que nunca se
desgasta e pode ser reciclado um número ininito de vezes!
O ouro é o único metal que não enferruja, mesmo estando enterrado no solo por milhares de anos.
A língua é o único músculo do corpo que está ligado apenas a uma
extremidade.
Se parar de icar com sede, precisa beber mais água. Quando o corpo humano está desidratado, o mecanismo de sede é desligado.
Em cada ano, dois milhões de fumadores param de fumar ou morrem de doenças relacionadas com o tabaco.
Zero é o único algarismo que não pode ser representado por algarismos romanos.
Pipas foram utilizadas na Guerra Civil Americana para entregar cartas e jornais.
A canção, Auld Lang Syne, é cantada à meia-noite, em quase todos os países de língua Inglesa para celebrar o novo ano. Em Portugal, no Brasil,
França, Espanha, Grécia, Polónia e Alemanha, é uma canção de despedida. (Adeus amor eu vou partir…)
Beber água depois de comer reduz 61 por cento do ácido na boca.
O óleo de amendoim é usado para cozinhar em submarinos, porque não deita fumo a menos que seja aquecido acima de 450 F ou 232 C.
O barulho que ouvimos quando colocamos uma concha junto ao nosso ouvido não é o oceano, mas sim o som do sangue correndo nas veias da
orelha.
Nove em cada 10 seres vivos vivem no oceano.
A banana não se pode reproduzir por si só. Ela só pode ser reproduzida pela mão do homem.
Aeroportos em altitudes mais elevadas requerem uma pista mais longa, devido à menor densidade do ar.
A Universidade do Alaska abrange quatro fusos horários.
O dente é a única parte do corpo humano que não se pode curar ou regenerar.
Na Grécia antiga, atirar uma maçã a uma mulher era uma proposta de casamento. Pegá-la signiicava aceitar
Warner Communications pagou 28.000 mil dólares para os direitos de autoria da canção Parabéns pra Você.
As pessoas inteligentes têm mais zinco e cobre no seu cabelo.
A cauda de um cometa aponta sempre para longe do sol.
A vacina contra a gripe suína em 1976 causou mais mortes e doenças do que a doença pretendia evitar.
A cafeína aumenta o poder da aspirina e outros analgésicos, é por isso que é encontrada em alguns medicamentos.
A saudação militar é um gesto que evoluiu desde os tempos medievais, quando os cavaleiros de armadura levantavam suas máscaras para revelar
sua identidade.
Se estiver no fundo de um poço ou embaixo de uma chaminé alta e olhar para cima, verá as estrelas, mesmo estando no meio do dia.
Quando uma pessoa morre, a audição é o último sentido a desaparecer. O primeiro sentido perdido é a visão.
Nos tempos antigos estranhos apertavam as mãos para mostrar que estavam desarmados.
Morangos são os únicos frutos cujas sementes crescem na parte exterior.
Abacates têm calorias mais altas do que qualquer outra fruta: 167 calorias para cada cem gramas.
A Lua afasta-se da Terra cerca de dois centímetros por ano.
A Terra ica 100 toneladas mais pesada a cada dia devido à queda de poeira espacial.
Devido à gravidade da Terra é impossível montanhas serem mais altas do que 15 mil metros.
Mickey Mouse é conhecido como «Topolino», na Itália...
Soldados em formação não podem marchar quando atravessam pontes, porque poderiam criar vibração suiciente para derrubar a ponte.
Tudo pesa um por cento menos no equador.
Para cada kg adicional de carga num voo espacial, 530 kg adicionais de combustível são necessários para descolagem.
A letra J não aparece em qualquer lugar da tabela periódica dos elementos.
E por último:
Baseado na crença Chinesa Feng Shui, aquele que não repassar terá problemas de dinheiro para o resto do ano.
Supersticioso ou não, repassei porque as informações são interessantes e curiosas.
6
S. VALENTIM
Hoje é dia de S. Valentim
Pr’acabar em bom programa,
Depois da ceia, vamos sim,
Escangalhar nossa cama
S. Valentim é o meu patrono
Meu ídolo desde solteira
Neste noite ico sem sono,
Meu bem quer “brincadeira”!
S. Valentim, foi uma loucura,
Hoje os carinhos de meu bem,
Que teimoso d’um im procura
“Coisas” na cama se também!
Queria que fosse sempre assim,
Festejar o dia desta maneira,
Daqui, saímos amantes, sim
E d’amor foi uma bebedeira!
Que pena Ó meu S. Valentim
Não sejas lembrado todos os dias,
Meu amor tem mais frenesim,
Na cama tem força e manias!
Hoje no im de tanta afã,
Consegui todos desejos
Namoramos até de manhã,
Sempre a mexer acordados!
Nelson F. Carvalho
PÁTRIA AMADA
«Esta é a ditosa pátria minha amada»
Repito eu na distância que redime
Que seja enaltecida e aclamada.
Poderá ter minguado em terra irme
Mas foi demais por Deus abençoada
E de honra haverá quem o conirme
Mesmo que seja apenas patamar
Enorme é minha pátria com seu mar
Antepassados meus, não esmoreçais
Que ainda o povo vos venera e canta
Do que antes padecia, ora, jamais
Farão agrilhoar nossa garganta
Alonguem os olhares p’los areais
Louvemos pois senhores esta paz santa
Mais alto e mais além e mais veloz
Cantemos um só hino a uma só voz
Só resta espalhar co’engenho e arte
Este pensar de heróis e com irmeza
Que iquem a saber por toda a parte
Que Portugal é nobre na grandeza
Erguendo crença e fé por baluarte
A Deus que nos brindou em natureza
É povo, é terra, é mar e céu sem im
É bem mais do que um país, é um jardim!
Com gesto democrático irmámos
De Portugal, a moderna Historia!
Pelo mundo espalhando paz marchamos
De diálogo à diáspora cantamos vitória.
Nossas armas são o amor e a moral
Cumpra-se então, em grande, Portugal!
Maria Melo
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PERDOA AMOR A ESTES OLHOS VIS
QUE OUSARAM
___________________
Renã Leite Pontes
Perdoa amor a estes olhos vis que ousaram
Tentar voltar sem nem sequer lembrar teu nome.
Eu sou aquele cujo louco amor consome:
Tempo e distância por demais me maltrataram.
A minha ausência foi forçada, fui forçado
A desprezar o que eu nunca houvera olvidado.
Eu fui ferido por crime de lesa-alma
E mesmo assim a mea-culpa não se acalma.
Tenho-te visto nas mulheres, mais nas lores!
E os meus lamentos se propagam pelos ares,
Desesperado, pelo mundo te procuro,
Pois, sem você tudo é opaco, gris e escuro.
Se te ofendi porque meus olhos vis choraram,
Perdoa amor a estes olhos vis que ousaram.
Fri-luso
Nelson escreveu:
*TRÊS TROVAS D’UMA SERENATA!*
*--És tão diversa das outras!*
*Nem sei porque és tão rara…*
*Se é que tens alguns pesares,*
*Não se conhecem na cara….*
*Não se conhecem na cara;*
*Mas o peito bem os sente;*
*As penas do coração*
*Não as digo a toda gente!*
*Não as digo a toda a gente,*
*As penas do coração;*
*Co’o tempo há-de saber-se,*
*Se te quero bem ou não!...*
No dia 14 de dezembro de 2014
às 17:50, Facebook
Promessas de Ano Novo
Ano Novo
Carolina Ramos
Os sinos sacodem a noite silente!
Apitos, sirenes, febris, a anunciar
que parte o Ano Velho, tristonho e doente,
e nova esperança começa a brilhar!
Em meio à alegria, que explode em espuma,
transborda de taças e rola no chão,
rasteja a tristeza, iapos de bruma,
estranha entre risos confete e rojão!
É a mesma tristeza que rima com prece
e aquele que a sente é incapaz de a entender!
Tristeza que às vezes, receio parece,
receio de tudo que é inútil prever...
Mas, pulsam ao peito, no fundo... bem fundo,
reservas de Amor e de Fé e Coniança
- um eco escapado aos gemidos do mundo –
e mesmo sofrida... renasce a Esperança!!!
Odir Milanez
Do amor presente ou mesmo ausente, ou já vivido,
não falo mais das coisas más. Eu me prometo.
Para lembrar um pouco mais do prometido,
eu me declino a descrevê-lo num soneto.
Eu me prometo a denegar que fui olvido,
a me esquecer da incontinência e do faceto.
E me cometo em me fazer sempre esquecido
das artimanhas, dos feitiços, do amuleto.
Eu me prometo o desapego pressentido,
de proteger meu coração de algum dueto
para eximi-lo da extorsão do amor ingido.
Ao ano novo, intemporal me comprometo
a um novo amor estimular o colorido,
MINHA MÃEZINHA NO QUERER-TE FELIZ
Da inércia de tempos passados – idos,
O reencontro, com o amor, sem igual.
E que o que seja dado não sejam perdidos:
Os esforços, os afagos, o sentido original.
Vaguei; de mim me perdi; e levei comigo
Quem não merecia, senão o amor imaculado.
Passou-se o tempo, e algo em mim, incontido,
Disse-me: ai de quem, depois de achado,
O que então omitiu, não o traz, ao coração!
Disso iz fé, não descurei, e, intransigente,
Fiz-me outro, aqui havido, e toda a emoção.
E assim, pleno de felicidade, no que te dou,
- Ó minha mãe, que te encontras doente Seremos apenas eu e tu, e quem nos olhou.
Jorge Humberto
08/12/14
O pedido de um poeta Eugénio de Sá
Que pode um poeta querer
Que o possa satisfazer
No limiar d’outros anos?
Talvez mais paz, mais justiça
Fim dos actos de derriça
Tudo, menos desenganos!
Porque esses frustram a esperança
E sem ela na lembrança
Só a tristeza é parceira
Num novo ciclo da vida
Que ao levarmos de vencida
Auspiciamos faceira
Que pode um poeta pedir
Que todos possam sentir
Como seu, esse pedido?
Certamente algo que seja
Coerente c’o que almeja
Pelo seu crer mais sentido;
Do seu sonho, a realidade
Pra que toda a humanidade
Do amor sinta a fragrância
Que da fome essa memória
Se perca, porque em glória
Foi renegada a ganância!
Fri-luso
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro
14 de Fevereiro dia
de S. Valentim
Continuação da página 1
A História
O Dia dos Namorados é celebrado naquele que até 1969, era o Dia de São Valentim. No entanto a Igreja Católica decidiu não celebrar os santos cujas origens
não são claras. Isto porque até nós chegaram relatos de pelo menos dois Valentim, santos martirizados, directamente relacionados com o dia 14 de Fevereiro.
As raízes deste dia remontam à Roma Antiga e à Lupercália, festa em homenagem a Juno, deusa associada à fertilidade e ao casamento. O festival consistia numa lotaria, onde os rapazes tiravam à sorte de uma caixa, o nome da rapariga que viria a ser a sua companheira durante a duração das festividades,
normalmente um mês. A celebração decorreu durante cerca de 800 anos, em Fevereiro, até que em 496 d.c., o Papa Gelásio I decidiu instituir o dia 14 como o dia
de São Valentim, para que a a celebração cristã absorvesse o paganismo da data.
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Os versos que te iz
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem pra te dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim pra te oferecer.
Têm dolência de veludos caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!
Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda...
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz!
Amo-te tanto! E nunca te beijei...
E nesse beijo, Amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te iz!
Florbela Espanca
A dúvida persiste no entanto, em saber a qual dos santos se refere este dia. Muitos acreditam tratar-se de um padre que desaiou as ordens do imperador romano Claudio II.
A lenda diz que o imperador proibiu os casamentos com o argumento de que os rapazes
solteiros e sem laços familiares, eram melhores soldados. Valentim terá ignorado as
ordens e continuado a fazer casamentos em segredo a jovens que o procuravam. Segundo
a lenda, Valentim foi preso e executado no dia 14 de Fevereiro, por volta do ano 270 d.c.
Outra lenda diz que um outro padre católico se recusou a converter à religião de Claudio II,
e este mandou prendê-lo. Na prisão, Valentim apaixonou-se pela ilha do carcereiro que o
visitava regularmente, a quem terá deixado um bilhete assinando: «Do teu valentim» (em
inglês, «from your Valentine»), antes da sua execução, também em meados do século III..
Nesta lenda, a conotação do dia e do amor que ele representa não se relaciona tanto
com a paixão, mas mais com o «amor cristão» uma vez que ele foi executado e feito
mártir pela sua recusa em rejeitar a sua religião.
dia dos namorados
Seus Olhos
Seus olhos ... se eu sei pintar
O que os meus olhos cegou...
Não tinham luz de brilhar.
Era chama de queimar;
E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do Destino.
Divino, eterno!... e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de tão fatal poder,
Que, num só momento que a vi,
Queimar toda alma senti...
Nem icou mais de meu ser,
Senão a cinza em que ardi.
Almeida Garrett
www.venuscreations.ca
Os segredos de amar
Eugénio de Sá
Quem não experimentou, que o ouse ainda;
Trocando hálitos, sorvendo e exalando
Os alentos do amor, cousa mais linda
E deixe-se icar assim, amando.
Que amar é arte e é exaltação;
Mexe com quantas ibras há na gente
Dispara em acelerado o coração
Trememos c’o desejo assim fremente.
No amar há partilhas, conivências
Há ânsias de render e ser rendido
Há torvelinhos d’alma, impaciências. E no sossego dos prazeres vividos
Os olhares longos, as doces indolências
São esplendores nos nossos sentidos.
Sintra,
13.Janeiro.2015
Pousada de Juventude de Foz Côa
Alojamento | Pousadas de Juventude
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Quem ainda não ouviu falar em Foz Côa? A Pousada de Juventude de Foz
Côa, inaugurada em 1999, é o ponto de partida por excelência para uma
visita ao Parque Arqueológico do Vale do Côa, onde se encontra exposto
um conjunto de gravuras rupestres com cerca de 30 mil anos. Uma oportunidade única para perceber o que é que os nossos antepassado andavam
a fazer e ainda para conhecer uma região de paisagens deslumbrantes com
condições privilegiadas para a prática de actividades ligadas ao desporto de
aventura.
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro
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Fri-luso
Suíça faz progressos no setor inanceiro
Por Andreas Keiser
Suíça conseguiu fazer consideráveis progressos nos últimos meses em compatibilizar internacionalmente o setor inanceiro. Os pontos principais
são a troca automática de informações, regras mais rigorosas para assistência mútua entre os órgãos de controle e a redução dos fundos não declarados nos bancos. Porém ainda há muito que fazer em 2015.
Um setor inanceiro correto, cumpridor das legislações iscais: é o que deseja o governo suíço, a maioria no Parlamento federal e a Associação
Suíça de Bancos. Todos concordam que os bancos devam trabalhar na legalidade e no combate à sonegação iscal. O principal objetivo é permitir
a aceitação internacional do setor e também a melhorar a competitividade das instituições.
Cães farejadores trabalham para as autoridades alfandegárias
alemãs na procura de dinheiro não declarado.
A próxima etapa é a avaliação de países realizada em fevereiro pelo Fórum Global da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD). Em contraste com outros países europeus e grandes potências econômicas, a Suíça estava atrás nas questões regulatórias relacionadas à cooperação entre autoridades iscais e de lavagem de dinheiro. Por isso o país ainda encontra-se na chamada Fase um e, dessa forma,
em companhia de países como Botswana, Líbano e Panamá. É o grupo dos que não se adequam às regras e pode, portanto, ser incluídos na lista
negativa dos paraísos iscais da OECD.
A Suíça reforçou as leis regulatórias em 2014. As mudanças aplicadas a partir do verão fazem com que os clientes estrangeiros de bancos helvéticos
não sejam mais informados com antecedência da transmissão de dados das contas bancárias ao isco dos seus países via cooperação internacional.
Os proprietários de ações ao portador não poderão, futuramente, mais manter o anonimato, mas sim estarão obrigados a registrar a compra.
Troca de informações a partir de 2018
Isso signiica que a Suíça cumpriu os requisitos do Fórum Global. Os especialistas consideram que o ela irá passar à fase dois na avaliação de países
de fevereiro, que trata do controle da aplicação concreta das regras legais de transparência iscal e cooperação internacional com base nos padrões
da OECD.
Paralelamente, os padrões da OECD se desenvolveram rapidamente nos últimos dois anos. Em outubro passado mais de 90 países se comprometeram introduzir a troca automática de informações (AIA, na sigla em alemão) de dados
bancários, abolindo dessa forma o sigilo bancário para seus clientes estrangeiros. Cinquenta e oito países aplicam a AIA já a partir de 1° de janeiro
de 2017. Outros 35, dentre eles a Suíça, o fazem a partir de 1° de janeiro de 2018.
O im do sigilo bancário
2008: o ministro suíço das Finanças, diz: «O sigilo bancário não é negociável!»
Março de 2009: o governo federal cede à pressão da OCDE e lexibiliza o sigilo bancário. A cooperação judiciária não é possível apenas em fraude
iscal, mas também em sonegação.
2011: O modelo de retenção na fonte, no qual os sonegadores continuariam no anonimato, fracassa devido a não aceitação do parceiro comercial
da Suíça, a Alemanha.
Junho de 2013: o governo federal esclarece que a Suíça iria cooperar dentro da OCDE na elaboração de padrões para a troca automática de informações (AIA, na sigla em alemão) e incluir também suas exigências.
2014: o acordo FATCA (Lei de cumprimento iscal para contas no estrangeiro ou «Foreign Account Tax Compliance Act»), ou seja, a troca unilateral de informações, acaba de fato com o sigilo bancário em relação aos Estados Unidos.
Outubro de 2014: aproximadamente cem países decidem introduzir a AIA em 2017 e 2018, dentre os quais a Suíça após aprovação do Parlamento
federal. Não se destaca a realização de um plebiscito popular. www.swissinfo.ch
Fri-luso
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro
TARDE PRIMEVA
E o dia caminhou em orgias exóticas,
num oceano de sol por vales e montanhas.
A campina, a loresta, as feras mais despóticas
alegraram a terra em risadas estranhas.
Foram-se, por encanto, as convulsões caóticas...
E as pérolas de luz, nas teias das aranhas,
teceram um colar de cores apoteóticas,
brilhou o meio-dia em cálidas “cucagnas”.*
Prenunciou o tombar do sol exuberante
o entardecer primevo em poente tristonho,
a agonia solar do mundo principiante.
O dia se apagava, em dores, como em sonho,
vinha a primeira tarde a chorar nesse instante
toda a angústia de vir do anoitecer medonho.
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AMO A LUZ
Lino Vitti
(Príncipe dos Poetas Piracicabanos)
Amo o dia, amo o sol, amo o ininito,
Que nos dão o milagre astral da luz.
Em cuja tela Deus deixou escrito
O caminho que a Ele nos conduz.
Nesta terra vive o homem qual proscrito,
Ao seu mísero olhar tudo reluz.
Para mim quanto mais o espaço ito,
Mais sinto que o ininito me seduz.
É uma graça suprema, é o Céu que baixa,
Envolvendo a alma humana em santa faixa
Do seu Amor divino e celestial.
Amo a Luz Ininita, a Luz Divina
- o milagre que a todos ilumina- A espada que dissipa todo mal.
Lino Vitti
Lino Vitti
[email protected]
FELICIDADE ROCEIRA
Lino Vitti (P.P.P.
Onde se escuta a orquestra mais bonita,
Dos pássaros libertos e felizes?
Onde as árvores sugam a bendita
Seiva com as mais sôfregas raízes?
Onde as lores mais belas?Onde habita
Quem na alma não amoita cicatrizes
De maldades ou de ódio?... Urbe maldita
Que faz homens tristonhos e infelizes!!!
--------* A palavra “cucagna” é dialeto tirolês e se
pronuncia “cucanha”, o que rima perfeitamente com
montanhas, aranhas, estranhas. Signiica, outrossim,
uma festa dedicada à polenta gigantesca com que a
comunidade trentino-tirolesa do bairro rural do município de Piracicaba, denominado de “SANTANA”,
festeja ainda a Terça-feira de Carnaval.
Onde é que a natureza canta e explode
Em divinal beleza alta e sublime,
E ser feliz toda criatura pode?
É a roça, onde não mora o triste crime,
Onde a felicidade sempre acode,
Onde , amigo, a tristeza não te oprime.
Lino Vitti
SABEDORIA
Deus, às vezes, castiga os homens, enriquecendo-os.
Obtém-se mais facilmente o que se pede sem manifestar-se pressa em obtê-lo.
Deus não impôs aos ignorantes a obrigação de aprender,
sem antes ter tomado aos que sabem o juramento de
ensinar.
O invejoso adoece quando seu vizinho passa bem.
Se empregar todas as suas forças, até o rato pode devorar
o gato.
Se o homem de sorte cavalgar o vento para fugir de sua
fortuna, sua fortuna cavalgará o raio e o seguirá até lhe
ser entregue.
Senta-te, quando pequeno, onde deves; sentar-te-ás,
quando grande, onde gostas.
Se queres conservar um amigo, não lhe emprestes nem
lhe tomes emprestado nada.
REALISMO
Ser realista é saber tomar decisões acertadas, levando em conta um único fator: a
própria realidade. Esse realismo é lucidez
que permite ver com que pessoas e com
que recursos se pode contar, é objetividade
para prever as conseqüências de uma ação,
é capacidade para escolher os meios adequados tendo em mira a consecução de um
determinado im, sem permitir que o medo,
a covardia, a precipitação e os interesses
interesseiros inluenciem negativamente
essas avaliações e decisões. Curiosamente, o
árabe combina uma reinadíssima sensibilidade poética com o mais prosaico realismo,
em que o fato bruto é o que conta. Muitos
provérbios nomeiam, expressam e aconselham o voltar-se para a realidade.
UM HOMEM AVISADO
STOP SIDA
VALE POR DOIS
Boa noite
Fumo a menos, vida a mais.
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro
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Fri-luso
ATÉ DE AMANHÃ
Por Renata Iacovino
Paulinho, o da Viola, um dos compositores de nossa MPB pertencente à linhagem dos letristas-ilósofos, que bebeu
na fonte de grandes personalidades, como Cartola, Jacob do Bandolin e Pixinguinha, reúne em sua obra verdadeiras pérolas, que acabam morando no rol das composições que se eternizam, transcendendo tempo e espaço.
Falando em tempo, este é um dos temas recorrentes em suas composições, de melodias apuradas e singulares.
Quem não se lembra de: «Dinheiro na mão é vendaval/É vendaval/Na vida de um sonhador», versos de
Pecado Capital, música tema de abertura da novela homônima, que foi ao ar em 1975.
Dono de um ótimo vocabulário, aliado a rimas típicas do que encontramos na melhor literatura, Paulinho
esbanja reinamento em sua maneira mui modesta de ser.
Em Retiro, é fácil encontrar identiicação: «(...) Meu tempo às vezes se perde/Em coisas que não desejo/Mas
não repare esse lado/Pois meu amor é o mesmo/Nos momentos de carinho/Eu me desligo de tudo/Nos braços de
quem se ama/É fácil esquecer o mundo».
«Solidão é lava/Que cobre tudo/Amargura em minha boca/Sorri seus dentes de chumbo/Solidão palavra/Cavada no coração/Resignado e mudo/
No compasso da desilusão». Como passar supericialmente frente a versos que tocam tão diretamente nossa alma, como em Dança da Solidão?
Mas foi com Foi um Rio que Passou em Minha Vida, de 1970, que se tornou popular. Paulinho a compôs em homenagem à Portela, pois anteriormente havia composto Sei Lá Mangueira, em homenagem a outra escola. Como um bom portelense, não quis deixar nenhum mal entendido no ar, e fez
a música que se tornaria um hino da escola azul e branca: «Ah, minha Portela/Quando vi você passar/Senti meu coração apressado/Todo o meu corpo
tomado/Minha alegria a voltar/Não posso deinir aquele azul/Não era do céu/nem era do mar/Foi um rio que passou em minha vida/E meu coração se
deixou levar».
A serenidade de Paulinho nos faz querer ouvi-lo até de manhã, sem nenhum cansaço, apenas bons sambas nos braços.
E que bom poder ser abraçada por suas canções, que me aproxima um pouco mais do que sou e do meu tímido lado bom.
Ouvir Paulinho dá vontade de empunhar o violão, cantar e tocar, venerando o samba e a nossa música, naquilo que ela tem de mais pura e rara.
«Tanta coisa que eu tinha a dizer/Mas eu sumi na poeira das ruas»...
Renata Iacovino, escritora, poetisa e cantora / reiacovino.blog.uol.com.br /
reval.nafoto.net / [email protected]
Mosteiro da Batalha - Panteão do Soldado Desconhecido
Se conduzir não beba nem se drogue
Se beber ou se drogar não conduza
Cumpra sempre o código da estrada
Fri-luso
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro
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VERA CUZ- (Lembrando os Militares que um dia partiram para o Ultramar)
Por Filomena Gomes Camacho
Carlos, Manuel, Jorge…(não importa o nome) e seus companheiros, foi penetrando para o interior daquele navio
enorme, ancorado no rio Tejo.
Eram enormes as letras que destacava o nome do paquete: VERA CRUZ.
Pouco depois todos se acotovelavam, tentando visualizar o cenário exterior, para acenar à multidão que se distanciava
no cais de Lisboa.
VERA CRUZ era, na verdade, um navio enorme, requisitado nos anos de 1961 - tal como outras unidades, da Marinha
Mercante Portuguesa, pelo governo português - para transporte de tropas e material bélico com destino ao ultramar.
O seu peso bruto era de 21.765 toneladas; o comprimento de 185, 75 metros; a largura de 23 metros; e 15,80 metros de
pontal. Atingia a velocidade máxima de 42,6 quilómetros hora, sendo o consumo de combustível – óleo - de 140 toneladas e, diariamente, gastas 200 toneladas de água.
A sua capacidade era para alojar 1.242 passageiros com três classes.
No interior havia bares, cinema, jardim de inverno, duas piscinas, hospital, e era equipado com ar condicionado.
Carlos – (chamemos-lhe assim) deslumbrava-se com a imponência, com a construção…daquele navio, onde ele agora encetava a viagem que o marcaria
para toda a vida…viagem que, praticamente, já havia iniciado desde o dia em que fora mobilizado, agrupado ao batalhão, e lhe fora atribuído um número
de registo.
Viagem, praticamente, iniciada desde o dia em que lhe fora ministrado todo o tipo de estratégia - de como sobreviver em África - e quando recebera o
camulado e lhe foram dadas as vacinas…
Recordou-se dos dez dias gozados em casa, antes daquela partida, dias concedidos para se despedir da família, dos amigos, arranjar uma madrinha de
guerra e fotografar, mentalmente, cada rosto querido, cada lugar do seu lar, da sua cidade.
Sentimentos confusos e perturbantes iam-lhe dando a sensação de uma gravata apertada no pescoço.
Sentia desejos de chorar.
Sentia desamparo, solidão, incerteza…
Indubitavelmente, Vera Cruz, ia descrevendo, na sua trajectória, uma rota de ida… Para quantos dos que, naquele navio, iria ser apenas a viagem de ida!?
Estremeceu!
Na sua mente, em turbilhão, as ideias começaram a tumultuar-se! E, num misto de entusiasmo e desânimo…não visualizava senão apreensão! Como gostaria de ter feito aquela viagem programada…desejada… recreativa…como tantas viagens que izera acompanhado pelos seus pais, familiares, amigos!…
Esta era uma viagem diferente!
Não programada…mas imperiosa de ser feita!
Não desejada…por ser uma missão perigosa!
Não recreativa…pois, a incerteza, era tão patente como o camulado que envergava!
Carlos iniciava a sua carreira militar.
Um verdadeiro desaio a nível físico e psicológico!
Um trabalho árduo!
Uma outra faceta da sua vida!...
Uma outra faceta onde iria aprender novas matérias, desenvolver novas capacidades…
Ainda que imaginasse um pouco difícil, a adaptação, ao estilo da vida militar…achava-a cheia de experiências verdadeiramente aliciantes! Enfrentar
novos desaios, aprender a superar os seus limites, aprender o valor da camaradagem, fazer novas amizades…eram experiências que, esperava, constituírem factores positivos e empolgantes!
Continua na página 14
Dia dos Namorados
Dia de S. Valentim
Patrono dos apaixonados
Do Amor é padroeiro
O dia de S. Valentim
È a catorze de Fevereiro.
È um santo que inspira
Todos os apaixonados
Com lindas frases de amor
Ou com uma simples lor.
Aos casais apaixonados
Mantenham a tradição
Por que viver sem amor
É viver na escuridão.
Celebra-se assim o Amor
Neste dia especial
Sejam jovens, sejam velhos
O Amor é transversal.
São Tomé
Como é bom poder sonhar
Quando estamos apaixonados
Um simples gesto ou uma lor
È uma grande prova de amor.
Namorados.
Meu amor disse-me um dia
Que se apaixonou por mim
E encheu-me de poesia
Graças ao S. Valentim!
Domingueiros a passear
por um jardim acolhedor
e lá vão dando asas ao amor.
Existe sempre um porém
num encontro com alguém,
na troca desse olhar
ambos se itaram
se aproveitaram
por uma paixão
promovida
por desejos
onde trocaram
alguns beijos
educados
e honrados
p’lo dia dos
namorados.
São Tomé
Pinhal Dias
Este dia em que o Amor
É por todos mais lembrado
Celebramos com louvor
Um santo martirizado.
Hei-de lembrar neste dia
O dia em que te conheci
Foi por causa da poesia
Que me enamorei de ti.
NAMORADOS
Dotado dia de S.Valentim
Excelso amor ditando assim:
-Aprendendo a conhecer
Estéril jardim! É grande!...
Envolve ida, e um voltar
Ampliando o verbo amar!
Natureza Mãe! Tem predicados,
Instruindo seus namorados,
Apuram-se os dias distraídos,
Andam eicazmente convencidos.
Harmoniosamente desfrutam paixões
Ardente chama em seus corações
Dão a mão, lá se vão juntando,
No registo assinam! Estão casando!
Em pura aliança são abençoados.
Efemérides! Aos Namorados!
Pinhal Dias
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JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro
Fri-luso
Pudim de Leite
Condensado da Francesa
Culinária
Filé com Molho de Vinho
Ingredientes:
Ingredientes:
½ kg de ilé mignon cortado em bifes inos;
½ colher de chá de sal;
24 folhas pequenas de sálvia;
2 colheres de sopa de azeite;
1 xícara de chá de água fervente;
5 colheres de sopa de vinho tinto;
½ xícara de chá de maionese.
1 lata de leite condensado;
Leite na mesma medida do leite
condensado;
4 ovos;
1 xícara de chá de açúcar.
Passo a Passo:
Bata todos os ingredientes com
uma colher de pau.
Derrame a mistura em uma
forma redonda com um furo
no meio já camarelizada.
Para preparar o camarelo,
derreta o açúcar em fogo baixo,
mexendo sempre.
Asse o pudim em banho-maria
por 45 minutos.
Passo a Passo:
Tempere os ilés com o sal.
Coloque 2 folhas de sálvia no centro de cada ilé.
Enrole, prenda com palitos e reserve.
Em uma frigideria grande aqueça o azeite e refogue os rolinhos até dourar.
Adicione a água, o vinho e cozinhe em fogo baixo com a panela tampada por 10
minutos ou até a carne icar macia.
Acrescente a maionese e cozinhe por mais 2 minutos, mexendo sempre!
Passe para uma travessa e sirva em seguida.
Por que fevereiro é o mês com
menos dias?
por Gabriela Portilho
Tudo começou por volta do século 6 a.C., quando o rei Tarquínio reformulou o calendário romano, adicionando mais
dois meses - até então eram apenas dez - à folhinha: janeiro
e fevereiro. Ele fez isso, pois o novo calendário passou a basear-se nas mudanças de fase da Lua, totalizando um ano de
355 dias. Para facilitar a distribuição dos dias entre os meses,
fevereiro, à época o último mês do ano, acabou icando com
apenas 28 dias. Outros fatores contribuíram para que ele icasse
menor, como o fato de cair no ápice do inverno romano. «O
período de frio trazia muitas doenças, e fevereiro passou a ser
considerado de mau agouro. O próprio nome do mês faz uma
alusão à palavra ‘febre’ «, diz o astrônomo Roberto Bockzo,
do Instituto de Astronomia e Geofísica da USP. Em 44 a.C.,
o imperador Júlio César alterou o calendário de novo - agora
tendo por base o ciclo solar -, e o ano passou a contar com 365
dias, sendo que fevereiro ganhou mais um dia, icando com
29. Mas a fartura durou pouco. Mais tarde, César Augusto
assumiu o poder e, para homenageá-lo, o Senado rebatizou o
oitavo mês de agosto. Só que agosto tinha 30 dias, e pegaria
mal o novo soberano ter seu mês com menos dias do que o de
outro - Júlio César já tinha um mês em sua honra, julho, com
31 dias. Assim, decidiu-se que agosto teria 31 dias. Para isso,
tirou-se um dia do infeliz fevereiro, que voltou a ter somente
28, ganhando um diazinho a mais apenas nos anos bissextos.
Fri-luso
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AMANTES E NAMORADOS.
(Em dia de S. VALENTIM
14 de Fevereiro)
Ninguém poderia ser tão especial como
você ( DOLORES) é para mim preenche minha vida,
meu coração , meu mundo com tanta felicidade.
A UNIVERSAL HOMENAGEM
(S. VALENTIM)
Querida, (DOLORES) como é bom poder acordar
com você do meu lado, observar seu modo gostoso,
dar-lhe um beijo de bom dia e sentir
que desperta sorrindo pra mim, pra vida.
Ah... Você meu amor, companheira e
esposa que escolhi para viver comigo
o mais profundo carinho no dia dos namorados e
sempre da seu esposo que te ama!!!
Dia de S. Valentim, há sempre bom programa,
Entre (e)namorados em todos cantos do mundo,
A amostrar quem tem o amor maior profundo,
Que é uma acha certa, pr’alimentar a chama!
Isto sempre teve, foi um sucesso rotundo,
Este é o dia que qualquer amante aclama,
Pra revelar à sua amada quanto a ama,
Com presentes, lores jantares, e, tudo jucundo!
É fácil de presenciar, neste dia, tudo ferve,
N’um pinga amor recto que é a própria verve,
Que cada um lembra, dedilha, co’o mesmo im…
Ninguém mais poderia ser essa pessoa,
Deveras especial
Sempre meiga
Humor cativante
Sempre compreensiva
Permanete doce
Eterna carinhosa
Faceira encantadora
Aos meus ohos fascinante
Tão apaixonante como você é para mim.
Ninguém mais poderia me conhecer e me
compreender melhor do que você! == DOLORES ==
Ó meu amor, meu sonho, meu encanto,
Minha clara manhã d’Abril dourado,
Minha cândida lor, meu lírio santo,
Luz do meu coração desventurado!
Vai pra ti este apaixonado canto,
É, pois que o teu amor mo há inspirado,
Que o teu amor divino e sacrossanto,
Seja, mulher, por nosso Deus abençoado!
Que nossa vida seja lisa estrada,
Somente de camélias e rosas atapetada,
Como até aqui com tantos predicados….
Conservar! Cimentar um sentimento lindo,
Que deve unir dois seres n’um laço inindo,
É pra isso que se presta preito a S. Valentim
Que o nosso amor, enim, seja no mundo
Constantemente iel e, assaz profundo,
Em casa sempre DIA DOS NAMORADOS
Nelson Fontes
Nelson Fontes
022 348 47 46
043 243 81 21
GENEBRA
ZURIQUE
Chamada local
CONTE CONNOSCO EM:
emigração
14
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Fri-luso
VERA CRUZ - (Lembrando os Militares que um dia partiram para o Ultramar)
Continuação da página 11
Viajava com desconhecidos que iriam enfrentar, como ele: desaios, perigos, lutas, adaptações…naquele Pais de proporções enormíssimas (catorze vezes
e meia maior que o seu)!
Quantos contingentes militares já os haviam antecedido, numa viagem, como aquela, para um im semelhante, sem que muitos deles tivessem regressado!?
Ou regressado com sequelas traumáticas físicas ou emocionais!?
Ou regressado sem quaisquer sequelas…para fazerem dissertações de vivências incríveis, de episódios arrepiantes!?
Carlos pensava em qual destes quadros se iria agrupar o seu destino...
A algazarra dos colegas começava a abafar o barulho suave, mas também medonho, que o navio ia fazendo ao sulcar aquela imensidão de água. Aguas
que, relectindo a cor do céu, dava ideia de chumbo líquido e, junto à proa, uma brancura espumante a contrastar.
Permaneceu no convéns, por longo tempo, assim como a maioria de seus companheiros.
Carlos imaginava África!...
Imaginava a guerra!…
O seu contingente seguia rumo à guerra do Ultramar.
Deu consigo a arquitectar estratégias. Estratégias que o subtrairiam aos perigos…
Deu consigo a fazer conjecturas de como sobreviver num Pais cheio de leões, leopardos, cobras gigantescas, aranhas enormíssimas, para além de uma
guerra sangrenta!... Aquelas divagações eram balsamo para aquietar suas preocupações, e bálsamo a perspectivar ideias de um regresso heróico, pleno de inúmeras façanhas…façanhas para contar na esplanada do Café, contar aos seus pais, aos conhecidos e desconhecidos…nas esquinas onde o iriam interpelar…na rua…
em todo o lugar…
Ah! Quando regressasse!...
Falaria dessa África enigmática!... Não de uma forma inventada mas de uma maneira vivenciada!...
Traria, de lá, a cor com que o sol tórrido iria carimbar a sua pele!
Traria, de lá, um relato empírico dos muitos animais da selva que iria conhecer!
Traria, de lá, a lembrança dos odores e dos sabores da gastronomia Africana que a Europa desconhecia!
A lembrança das paisagens!...
Daquele povo diferente do seu…
Do sotaque desigual…
Das muitas palavras gentílicas…
Na quietude daqueles pensamentos transcorriam quietas, lentas e sem pressa, as horas…como que levadas pelos pés de uma criança.
Um toque de recolher tirou-o das suas cogitações.
Sentiu que umas pequenas gotículas lhe desciam para a comissura dos lábios…
Provou-as.
Era salgado o sabor…
Lágrimas? Salpicos do mar? Foi-lhe indiferente…
......
Filomena Gomes Camacho.
EXPRESSÕES POPULARES (O saber não ocupa lugar)
ERRO CRASSO
Signiicado: Erro grosseiro.
Origem: Na Roma antiga havia o Triunvirato: o poder dos generais era dividido por três pessoas. No primeiro destes Triunviratos , tínhamos: Caio Júlio,
Pompeu e Crasso. Este último foi incumbido de atacar um pequeno povo chamado Partos. Coniante na vitória, resolveu abandonar todas as formações
e técnicas romanas e simplesmente atacar. Ainda por cima, escolheu um caminho estreito e de pouca visibilidade. Os partos, mesmo em menor número,
conseguiram vencer os romanos, sendo o general que liderava as tropas um dos primeiros a cair.
Desde então, sempre que alguém tem tudo para acertar, mas comete um erro estúpido, dizemos tratar-se de um «erro crasso».
TER PARA OS ALFINETES
Signiicado: Ter dinheiro para viver.
Origem: Em outros tempos, os alinetes eram objecto de adorno das mulheres e daí que, então, a frase signiicasse o dinheiro poupado para a sua compra
porque os alinetes eram um produto caro. Os anos passaram e eles tornaram-se utensílios, já não apenas de enfeite, mas utilitários e acessíveis. Todavia,
a expressão chegou a ser acolhida em textos legais. Por exemplo, o Código Civil Português, aprovado por Carta de Lei de Julho de 1867, por D. Luís, dito
da autoria do Visconde de Seabra, vigente em grande parte até ao Código Civil actual, incluía um artigo, o 1104, que dizia: «A mulher não pode privar
o marido, por convenção antenupcial, da administração dos bens do casal; mas pode reservar para si o direito de receber, a título de alinetes, uma parte
do rendimento dos seus bens, e dispor dela livremente, contanto que não exceda a terça dos ditos rendimentos líquidos.»
DO TEMPO DA MARIA CACHUCHA
Signiicado: Muito antigo.
Origem: A cachucha era uma dança espanhola a três tempos, em que o dançarino, ao som das castanholas, começava a dança num movimento moderado, que ia acelerando, até terminar num vivo volteio. Esta dança teve uma certa voga em França, quando uma célebre dançarina, Fanny Elssler, a dançou na Ópera de Paris. Em Portugal, a popular cantiga Maria Cachucha (ao som da qual, no séc. XIX, era usual as pessoas do povo dançarem) era uma
adaptação da cachucha espanhola, com uma letra bastante gracejadora, zombeteira.
Fri-luso
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro
S. Valentim
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CONFIANÇA
São Valentim padroeiro
Do amor, idolatrado
A catorze de Fev’reiro
O seu dia é celebrado.
Quando nasce uma amizade
Ela brota com a esperança
Que entre os amigos há-de
Ser sincera a coniança !...
Uma data que extasia
Corações apaixonados
Por consagrar este dia
Dedicado aos namorados.
Vem o amor e depois
Une-se com aliança
P’ra que haja entre os dois
Recíproca coniança...
Acordam-se as emoções
Oferecendo uma lor
Ou até simples cartões
Contendo frases de amor...
Coniança é qualidade
Qu’inspira mútuo respeito
Em salutar lealdade
No seu mais puro conceito.
Soleniza-se o momento
Com muita simbologia
Dando ao nobre sentimento
Uma expansiva euforia !...
São fogosos os desejos
No coração de quem ama
Ao trocar ardentes beijos
Qu’acendem d’amor a chama !...
Que esta bela tradição
Se mantenha sempre assim
Dando ao amor distinção
Honrando São Valentim !…
Euclides Cavaco
Euclides Cavaco
Ter coniança é riqueza
Que todos nós deslumbramos
De coniar com irmeza
Em quem a depositamos.
É sem ver acreditar
Com íntima segurança
É não ter que duvidar
Quando existe coniança.
É virtude a coniança
Que deverá ser mantida
Desde os tempos de criança
Sempre até ao im da vida !...
Euclides Cavaco
AS APTIDÕES DO TRADUTOR
Por: Cândida Fernandes Meili
Para se ser tradutor é necessário possuir certas aptidões: domínio muito bom das duas línguas de trabalho, conhecimentos
de Teoria de Tradução, domínio do campo especíico em que se traduz, capacidade de pesquisa, etc. Sem estes pressupostos,
os “designados tradutores” estão certamente a prestar um mau serviço aos seus clientes.
Os conhecimentos de Teoria de Tradução dão ao tradutor a capacidade de saber destrinçar o que faz, como faz (método),
para quem faz (público a quem se destina a tradução), e que tipo de texto está a tratar e qual o seu objetivo.
Não se nasce tradutor, tal como não se nasce médico, enfermeiro ou contabilista. Para tudo é necessária a devida formação,
seguida de experiência sustentada.
Na minha singela opinião, deveria poder designar-se tradutor na Suíça apenas quem tivesse uma formação superior em
Tradução, fosse reconhecido por uma Associação de Tradutores (entre elas a ASTTI) ou fosse reconhecido pelo Tribunal.
Estes tradutores prestaram provas, e não são tradutores porque acham que têm jeito para isso, o que é um critério muito subjetivo!
Mas para além da formação, de preferência superior, em Tradução, que outras características deverá ter um tradutor?
Um tradutor deverá sem dúvida ser uma pessoa persistente, que não se contenta com a primeira solução encontrada, mas que busca sempre a melhor.
Tem, por isso, também de ser uma pessoa perfecionista.
É uma pessoa simples e que não se considera detentor de todo o saber; tem de ter apetência para aprender sempre mais.
No seu trabalho deve saber usar todos os recursos disponíveis atualmente: dicionários bilingues e monolingues, recursos terminológicos na net e dicionários e glossários do tema especíico.
Deve ser alguém com uma grande atenção, capaz de concentrar-se em pequenos detalhes (e não tanto no “todo”, como é o caso dos intérpretes, que se
dedicam à tradução oral e não escrita).
Tem, além disso, de ter um elevado sentido de ética e deontologia, não aceitar trabalhos para os quais não se sinta capacitado e dizer apenas a verdade.
Quem vai pôr nas mãos de um tradutor documentos se a pessoa que aceita traduzi-los não segue estes princípios?
Deve, também, ter interesse por variados temas e saber cambiar entre eles.
Na minha proissão de tradutora, na qual conto já com 24 anos de experiência, primei sempre por oferecer aos meus clientes um serviço de primeira
qualidade, um bom atendimento, uma transparência total nos preços e um sentido elevado de ética.
Atualmente as áreas em que atuo são sobretudo: traduções jurídicas, de diplomas e documentos académicos e de relatórios médicos para clientes na Suíça
que necessitem de traduções de documentos oiciais. Trabalho ainda para irmas e faço traduções na área da saúde para migrantes de língua portuguesa.
Como membro da ASTTI (Associação Suíça de Tradutores) desde 2001, estou obrigada no meu trabalho a seguir um código deontológico rigoroso,
segundo o qual me comprometo a aceitar apenas as traduções que me sinta capaz de realizar, a cumprir os prazos estipulados e a manter absoluto sigilo
relativamente às informações de que tenha conhecimento no âmbito do meu trabalho. E é isto que faço diariamente!
Cândida Fernandes Meili
Tradutora licenciada e membro da ASTTI (Associação Suíça de Tradutores, Terminólogos e Intérpretes), reconhecida pela embaixada e
consulados de Portugal na Suíça há 14 anos - www.uebersetzungen-portugiesisch.ch
- Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográico -
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JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro
Fri-luso
Portugueses na Suíça pedem ajuda para sobreviver
O número de pedidos de ajuda de emigrantes portugueses na Suíça que
chegam às missões católicas tem vindo a aumentar no último ano devido à
crise económica, disse hoje o conselheiro das Comunidades Portuguesas,
Manuel Beja.
«A situação dos emigrantes portugueses na Suíça está a agravar-se de forma
preocupante nos últimos tempos por causa da crise económica», adiantou
à agência Lusa Manuel Beja, salientando que além das missões católicas
portuguesas também ele próprio tem recebido muitos pedidos de auxílio.
O coordenador nacional da Pastoral das Missões Católicas na Suíça, padre
Aloísio Araújo, disse em declarações à Rádio Renascença que o número de
pedidos de ajuda à Igreja aumentou «80 por cento nos últimos dois anos,
havendo pessoas a dormir nas estações de comboios e nos abrigos comunais».
Contactado pela Lusa, o conselheiro das Comunidades Portuguesa na
Suíça, Manuel Beja, realçou o «importante» trabalho das missões católicas
junto dos portugueses em diiculdades.
«Temos famílias dependentes da assistência social na Suíça que estão a passar por problemas graves devido à perda de trabalho, problemas de carácter
económico e temos um outro grupo que são as pessoas que estão a chegar
ao país, candidatos à emigração que são na sua maioria jovens. Mas também temos famílias inteiras que se izeram à estrada», disse.
No entender de Manuel Beja, as pessoas muitas vezes deslocam-se de «forma leviana», sem pensar nas diiculdades, sem contrato de trabalho e sem
conhecer ninguém.
DN
160 mil portugueses trabalham na Suíça
Entre os 160 mil portugueses ativos no mercado do trabalho suíço, 40 mil
estão na indústria e outros 40 mil no comércio.
Os portugueses mantêm uma taxa de atividade laboral de 87,1%, sendo os
indivíduos entre 25 e 39 anos que registam a maior atividade, com 94.4%.
Sendo um dos países menos atingidos pela crise, as autoridades suíças
assinalaram, de maneira geral, um aumento da mão-de-obra estrangeira.
Entre o terceiro trimestre de 2012 e o terceiro trimestre de 2013, o número
de trabalhadores estrangeiros aumentou de 3,2%, enquanto o número de
trabalhadores suíços diminuiu 0,5%, de acordo com os dados do OFS.
«Há uma forte imigração na Suíça, o que faz que a proporção de trabalhadores estrangeiros aumente em relação à proporção de trabalhadores
suíços» comentou Magnus Fink, técnico de estatísticas no OFS, acerca
destes resultados.
Este trimestre, os trabalhadores estrangeiros atingiram cerca de 1,4 milhões e os suíços passaram a 3,4 milhões.
JN
Fri-luso
JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro
Breve história do azeite
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O Azeite
A oliveira, árvore de civilizações longínquas, tem lugar nos textos mais antigos: no «Génesis», a pomba de Noé traz no bico um ramo de oliveira para lhe
mostrar que o mundo revive. No «Éxodo», Yaveh prescreve a Moisés a «Santa Unção» na qual o azeite se mistura com prefumes raros. E a Árvore Bíblica.
No horto de Getsemani vivem ainda oito grandes oliveiras que viram rezar, chorar e morrer Cristo. O Corão canta a árvore que nasce no monte Sinai. Na
lenda grega, Palas Atenea, deusa da sabedoria e da paz, faz brotar a oliveira de um golpe, e, na sua grande bondade, ensina o seu cultivo e o seu uso. Por
sua vez Minerva oferece aos romanos este presente dívino, asilo também da divindade. Para os egípcios é a deusa Isis, mulher de Osiris, deus supremo;
para os gregos é Aristeo, ilho de Apolo e da ninfa Cirene e Acropos, fundador de Atenas, que ensinaram o processo de extracção do azeite desta «árvore
invencível que renasce de si mesma»(Sófocles), cujo cultivo Hércules propaga nos rios de Mediterrâneo.
Cantaram a oliveira Homero, Esquilo, Sófocles, Virgílio, Ovído, Plínio e Marcial.
De onde Vem?
Admite-se com frequência que a Síria e o Líbano sejam os seus lugares de origem. No terceiro milénio antes de Cristo, a oliveira cultivava-se na Fenícia,
na Síria, na Palestina, sobre este «solo de azeite e mel» onde o rei David o preservava dos ladrões por intendentes especiais. Durante a XIX dinastia egípcia encontra-se nos oásis líbios, em Creta, nas costas do mar Egeu, na Ásia Menor, depois, ao ritmo das conquistas e da expanção comercial, na Sícilia,
Itália, Tunes, Argélia, Marrocos, seguindo sempre de perto hoplitas e legionários, na Espanha, em Portugal, etc.
É sempre patrimómio dos países mediterrâneos, mas encontra-se também, na Argentina, na Austrália, no Brazil, no Chile, nos Estados Unidos da América, no Japão, no México, na República da África do Sul.
Cultivo e preparação
Segundo as diferentes regiões do Hemisfério Norte a loração tem lugar de Abril a Junho. A colheita em verde, de inais de Agosto a princípios de Novembro e em madura de Novembro a Março. Sendo frágil, a azeitona deve manipular-se com precaução.
Há que colher os frutos bem maduros preferentemente á mão, ou na impossibilidade, com varas, evitando mediante lonas, ou melhor ainda com redes,
todo o contacto com o solo. Utilizam-se também processos de colheita mecanizada com máquinas sopradoras, sacudidoras ou vibradoras, mas até agora
não deram resultados tão plenamente satisfatórios como a colheita manual.
Três dias depois de colhidas, com o im de que nenhuma fermentação provoque um aumento de acidez do azeite, as azeitonas passam à extracção: depois
de lavadas com água, vão seguidamente a uns trituradores de mós, segundo os processos clássicos. Obtido a frio a partir das azeitonas sãs, este azeite de
primeira pressão, puro sumo de fruta, resultado de uma acção estritamente mecânica, é o alimento mais são, mais seguro, mais rico em ologomoléculas,
muito valioso para as nossas células. Da pasta restante: extrair-se-á azeite que deverá ser reinado(acidez demasiado elevada, excesso de cor, cheiro e
sabor muito forte) e não terá direito à denominação de «azeite virgem».
Tipos de azeite
As disposições internacionais nesta matéria são estritas, reservando-se a denominação de «azeite» ao procedente unicamente da azeitona; a sua deinição
exclui desta denominação todos os óleos obtidos por solventes ou por procedimento de reesteriicação, assim como toda a mistura com óleo de outra
natureza.
1. Azeite virgem obtido unicamente por processos mecânicos sem haver sofrido nenhum tratamento químico; este azeite virgem:
• deve ir seguido, quanto á denominação do qualiicativo «extra», «ino», «corrente», ou «semi-ino», segundo, entre outras coisas, o grau de
acidez expresso em ácido oleico;
• pode ser classiicado como «produto natural»;
• pode ter as suas regiões, como os grandes vinhos e ser objecto de denominações de origem.
2. Azeite reinado obtido pela reinação do azeite virgem, com algumas características organolépticas ou de outro tipo que devem ser rectiicadas ou
corrigidas pela reinação.
3. Azeite ou azeite puro, obtido pela mistura de azeite virgem e azeite reinado, podendo este azeite constituir tipos(exemplo: tipo Riviera).
O azeite e a saúde
Na dietéctica e gastroenterologia: azeite, o rei, único entre todas as gorduras, é um sumo puro de fruta de pleno sol, rico portanto, em vitaminas. É a mais
digestivél das gorduras. Absorvido ante uma boa refeição protege as mucosas do estômago e protege-o contra as úlceras. Tomado como laxante(1 ou 2
colheres de sopa em jejum, com ou sem limão ou café) não irrita o intestino, não contrai demasiado profundamente a vesícula, não cria hábito. Actua
nas doenças das vias biliares e da vesícula.
Mercê do seu ácido oleico(que se metaboliza facilmente) é uma excelente fonte de energia, inclusivé para um coração doente.
Graças ao seu ácido linoleico, cuja escassa percentagem é correspondente às pouco elevadas necessidades do organismo humano, é benéico no maioria
dos casos.
Em pediatria: Parecido ao leite da mulher pela sua percentagem de ácido linoleico, pode humanizar o leite da vaca desnatado e atende às necessidades de
um organismo em crescimento. A sua acção emulsiva sobre as mucosas, faz dele uma indicação excelente na gastroenterite infantil. Limita as defeciências em ácidos essenciais no cérebro da criança.
Em gerontologia: Atrasa o processo de envelhecimento, em especial pela sua acção nas células nervosas e do cérebro e pelo valor da sua vitamina E,
alfacoterol especialmente activo uma vez que os tocoferois têm actividade precisamente sob a forma alta.
Em cardiologia e sector cerebro-vascular: É eicaz como medida preventiva e curativa. Contrariamente às gorduras animais saturadas, reduz o excesso
de colesterol sanguíneo: directamente pela sua associação lípidica parecida ao fruto, e directamente pela sua acção estimulante sobre a secreção da bílis,
cuja função é precisamente destruir as gorduras saponiicando-as e tornar solúveis os elementos que podem obtruir os iltros capilares. É o azeite tipo(no
qual prevalecem os ácidos gordos monoinsaturados) necessário na dieta preventiva de doenças cardiovasculares chamada « de distribuição por terços».
O azeite e a beleza
Nutre a pele, protege-a, suaviza-a, conserva a juventude do corpo e da cara. Desde a antiguidade continua a usar-se em ungentos, banhos, massagens,
máscaras de beleza ou champus.
O azeite velho recomenda-se para aquecer o corpo, provocar a transpiração, disolver os humores e dissipar a letargia. Posto na boca, conserva a brancura
dos dentes e fortiica as gengivas.
A oleoterapia, demasiado esquecida, merece ser defendida, ensinada e praticada. Acelera a corrente sanguínea, dá dinamismo ao organismo, arma-o
contra a toxemia.
O azeite e a cozinha
O azeite suporta muito bem as frituras: a sua temperatura «crítica» é de 210º a 220º, o que permite todas as formas de cozinhamento. O ponto de fusão
do azeite é de 5º a 7º: daí a sua boa digestabilidade. As suas virtudes nutritivas, digestivas, gustativas exaltam-se melhor, evidentemente, em crú. Conservando-o à volta dos 18º ao abrigo da luz. Podem-se juntar diferentes aromatizantes(alho, cebola, nós moscada, tomilho, louro...) e desta forma ter à mão
azeites dos mais diversos sabores e dietéticos.
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JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro
Fri-luso
Amendoeiras
Durante os meses de fevereiro e março as amendoeiras em lor proporcionam um espetáculo de cores
que se estende pelos vales do Douro. A paisagem envolvente adquire tons mais claros, transmitindo uma
sensação de paz e deslumbrando qualquer pessoa.
Os primeiros botões de lor de amendoeira desabrocham um mês antes da primavera, anunciando, sem demoras, a estação mais lorida. Desde a
segunda semana de fevereiro até aos primeiros dias de março as amendoeiras lorescem e o Douro adquire uma imagem nova, mais colorida, pura
e serena. Os vales despidos pelo Inverno adquirem uma nova roupagem em tons branco e rosa.
A amêndoa é um dos frutos mais produzidos na região do Douro, principalmente nos concelhos de Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro, Torre
de Moncorvo e Vila Nova de Foz Côa, que se inserem na Rota das Amendoeiras. Como forma de festejar o belo fenómeno natural, estes concelhos
organizam várias festividades durante aquela época, por forma a que esta bela região repleta de árvores loridas não passe despercebida a ninguém.
Em Freixo de Espada à Cinta realizam-se a Feira Transfronteiriça das Arribas do Douro e a Festa dos Gostos e Saberes, onde é ressalvado o artesanato regional e ibérico. Em Mogadouro a festa começa, também, no inal de fevereiro com a Feira Franca de Produtos da Terra. As festividades
prolongam-se durante o mês de março com o Encontro de Pauliteiros do Concelho de Mogadouro, o Festival de Folclore das Amendoeiras já em
Março e um percurso de BTT pelas Amendoeiras. Em Torre de Moncorvo não falta animação musical, além da Feira de Produtos da Terra e Stock.
Vila Nova de Foz Côa acolhe várias atividades de crosse, em torno dos campos de amendoeiras em lor, para além do Festival de Folclore, Feira
Franca, Passeio de Cicloturismo.
Reza a lenda que as amendoeiras surgiram em Portugal, antes de este ser reino, no tempo dos mouros. O jovem rei Ibn-Almundim terá sido o
responsável por tal cultivo, pois queria agradar a sua princesa nórdica, que sentia saudades da neve da sua terra Natal. Quando as amendoeiras
lorescem assemelham-se a um manto de neve que cobre o horizonte, com a vantagem de não serem frias e de aromatizarem o ar, com o doce perfume que anuncia a Primavera.
Douro Valley
Lenda das Amendoeiras em Flor
Há muitos e muitos séculos, antes de Portugal existir e quando o Al-Gharb pertencia aos árabes, reinava em Chelb, a futura Silves, o famoso e
jovem rei Ibn-Almundim que nunca tinha conhecido uma derrota. Um dia, entre os prisioneiros de uma batalha, viu a linda Gilda, uma princesa
loira de olhos azuis e porte altivo. Impressionado, o rei mouro deu-lhe a liberdade, conquistou-lhe progressivamente a coniança e um dia confessou-lhe o seu amor e pediu-lhe para ser sua mulher. Foram felizes durante algum tempo, mas um dia a bela princesa do Norte caiu doente sem
razão aparente. Um velho cativo das terras do Norte pediu para ser recebido pelo desesperado rei e revelou-lhe que a princesa sofria de nostalgia
da neve do seu país distante. A solução estava ao alcance do rei mouro, pois bastaria mandar plantar por todo o seu reino muitas amendoeiras que
quando lorissem as suas brancas lores dariam à princesa a ilusão da neve e ela icaria curada da sua saudade. Na Primavera seguinte, o rei levou
Gilda à janela do terraço do castelo e a princesa sentiu que as suas forças regressavam ao ver aquela visão indiscritível das lores brancas que se
estendiam sob o seu olhar. O rei mouro e a princesa viveram longos anos de um intenso amor esperando ansiosos, ano após ano, a Primavera que
trazia o maravilhoso espectáculo das amendoeiras em lor.
Contacto: e-mail: [email protected]
Fri-luso
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SÃO VALENTIM
Ente os santos populares
E os grandes da liturgia
Destacam-se nos altares
Alguns com grande valia
Mas também é bem verdade
Que alguns menos badalados
Com a sua santidade
São por todos bem-amados
CANTO À AMIZADE
As Amizades sinceras
Nunca falsas nem ingidas
São constantes primaveras
A lorir as nossas vidas…
Entre eles há um santo
Que no mundo faz fulgor
Torna a vida um encanto
Quando se trata de amor
Euclides Cavaco
Ele é o São Valentim
Que nos amores enredados
Intercede e faz assim
Dois felizes namorados
GLOSA
“As Amizades sinceras”
Todos as devem guardar,
Não como simples quimeras.
Mas bem dignas de estimar.
É patrono do amor
Ele ama o mundo inteiro
E o povo dá-lhe valor
Em meados de fevereiro
São afeições prestimosas
“Nunca falsas nem ingidas”
Que perfumam como as rosas,
Se ao nosso peito cingidas.
O comércio aproveitou
Este santo do amor
Para incitar a comprar
A prendinha com primor
Entre todas e as mais veras,
Permanecendo viçosas,
“São constantes primaveras”
A pôr as almas ditosas!
Amizades que envelhecem,
Jamais se querem perdidas;
São as que mais aparecem
“A lorir as nossas vidas…”
Clarisse Barata Sanches – Góis - Portugal
RONALDO O MIÚDO QUE VENCEU
TUDO, COM EMPENHO GRAÚDO
No que diz respeito ao empenho, ao compromisso,
Ao esforço, à dedicação, não existe meio-termo.
Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz.
Ayrton Senna
É uma boa ocasião
E grande oportunidade
P’ra mostrar sua paixão
À sua cara-metade
E levados pela mão
Do santo do amor sem im
Sentimos o coração
Inundado de paixão
Graças a São Valentim
Fernando Marçal – Rio Tinto
Olhos Negros
Por teus olhos negros, negros,
Trago eu negro o coração,
De tanto pedir-lhe amores...
E eles a dizer que não.
E mais não quero outros olhos,
Negros, negros como são;
Que os azuis dão muita esp’rança
Mas iar-me eu neles, não.
Só negros, negros os quero;
Que, em lhes chegando a paixão,
Se um dia disserem sim...
Nunca mais dizem que não.
Almeida Garrett
Competências são atributos pessoais que distinguem
Pessoas de alta performance de outras,
num mesmo trabalho
L. Trindade
São Valentim
CRISTIANO RONALDO, no séc’lo Vinte Um
É o astro unigénito, no mundo do futebol;
Seu nome, creio que já chegou…lua e sol
Como ele, não há, nunca houve, nenhum!
No dia de São Valentim
Dão-se beijos e abraços
Fugimos para um jardim
Unimos nossos lábios!
Três bolas d’ouro, bateu todos record’s, é, o rol
Co’o mundo aos seus pés, REAL é, número um,
Ídolo da juventude, cujo valor é incomum,
Não há prémios e preitos que não descol’!
Num ambiente de Jasmim
Adormecemos no amor
Perdemos o nosso latim
Sentimos apenas calor!
Em popularidade vence EUSÉBIO e PELÉ,
Já esgotaram os elogios a dizer o que ele é,
Que levou o nome de Portugal a todo mundo….
Os pares muito juntinhos
Parecem ser um só corpo
Dois seres adormecidos
Esquecendo o subcorpo!
Como não há outro astro é, foi natural,
A estátua gigante lá na sua terra, Funchal,
Eis o Menino D’OURO português, bem rotundo!
Nelson Fontes Carvalho
AMORA == BELVERDE
Inspiraram os meus versos
Com seus olhares cândidos
Talvez derivado aos anos
Sempre jovens lorescidos!
Jorge Vicente - Suisse
Fri-luso
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- Dores da coluna vertebral
- Dores musculares e tecidos moles
- Dores em articulações periféricas (ombros, cotovelos, joelhos e pés)
Custos: em função da duração do tratamento, as deslocações são
acrescidas de CHF 20.Contactos:
César Meneses (terapeuta diplomado)
Rue du Mont Carmel 23
CH 1762 Givisiez
Tel: 077 446 46 83
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Fri-luso
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