N.° 74 Jornal periódico de distribuição gratuita - JORNAL PERIÓDICO PORTUGUÊS DE FRIBOURG Diretor: Jorge Vicente 1996 2015 FRI LUSO «Portugal existe onde existe um português» JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE ANO 2015 - Fevereiro PERIÓDICO 14 de Fevereiro dia de S. Valentim S. Valentim Hoje no dia de S. Valentim Meu amor teve a ideia Vamos jantar fora e, no im A noite será uma epopeia! S. Valentim santo popular Pelos namorados é eleito, À “festa” não pode faltar, Com amor que vai ser feito! S. Valentim eu t’imploro, Outra intenção a gente ama, Acabar com o nosso namoro, Na igreja que nos chama! História de São Valentim São Valentim e o Dia dos Namorados Entre nós, o Dia dos Namorados celebra o amor, a paixão entre amantes e a partilha de sentimentos. Todos os anos, no dia 14 de Fevereiro, ocorre a azáfama da troca de chocolates, envio de postais e de oferta de lores. Muitos casais planeiam jantares românticos, noites especiais e fazem planos para surpreender e agradar à sua «cara-metade». Há também quem escolha este dia para se declarar à pessoa amada e também quem avance com pedidos de casamento, embebido pelo espírito do dia. Todos pedem a S. Valentim, Todos, solteiros e casados, Que seu romântico folhetim, Os mantenha apaixonados! Foi aqui neste restaurante N’um dia de S. Valentim A “janta” deveras, delirante Com beijinhos até ao…im! Hoje é dia de todos namorados, Pedimos ao bom S. Valentim, Que nos mantenha apaixonados, Até ao padre dizerem: SIM! Nelson F. Carvalho Continua na página 7 Um novo Portugal dá-se a conhecer aos suíços Estão a ser desenvolvidos novos contactos entre algumas empresas portuguesas e suíças, incentivados pela Câmara de Comércio Luso-Suíça através das viagens por si organizadas. Aproveitando a ida de alguns empresários à Suíça, conversámos com José Ferreira, da Arch Innovation, e com Celina Andrade, da Room 2 it, que integraram esse grupo, procurando saber as suas impressões da experiência mas, também, compreender quais os desaios que o mercado suíço coloca e, desta forma, olhar para as relações comerciais entre os dois países. Mais informações em: www.swissinfo.ch Equipa da Dimscale que mostrou na Suíça o projeto arch innovation. (Divulgação) JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro 2 Fri-luso Ainda Eusébio Por Humberto Pinho da Silva Sempre que igura pública desaparece, surgem vários “ amigos” que em bicos de pés, relatam episódios curiosos ocorridos com o falecido. Com Eusébio, assim aconteceu. E, como vem sendo costume, no funeral, não faltou séquito de “ amigos” dedicados, políticos, representantes de clubes, sindicatos e partidos, todos lamentando a perda de um dos maiores futebolistas do mundo. Logo levantaram a ideia de depositar o corpo no Panteão Nacional. Atitude que apoio, já que se abriu excepção para Amália Rodrigues; mas, amigo, considera que ele, certamente, preferia icar no Estado da Luz. O que quase todos se esqueceram foram as diiculdades e desgostos que passou, após 1975; diiculdades que o levaram a emigrarem e a jogar em clubes de pequena dimensão. Uns, acusam Salazar de o ter prejudicado, impedindo-o de sair do país. Outros, como o “ Relvado” em artigo “ 25 de Abril, dia triste no Benica”, escrevem que Eusébio apelidava Salazar de “padrinho”. Humberto Pinho da Silva Mas o que disse o futebolista sobre o assunto? Transcrevo, do” Diário de Notícias” de 06/01/2014, parte da entrevista, concedida ao “ Benica Ilustrado” “ Tinha eu 22 anos e só não fui porque estava na tropa e o Salazar não quis. Foi um ano depois de termos ganho a taça dos Campeões da Europa e o Juventos queria que eu fosse para lá. O Benica deve ter falado com o Salazar que me mandou chamar e disse-me que eu não podia sair do país, porque era património do Estado.” O Inter de Milão já lhe tinha oferecido três milhões de dólares. Acredito que Salazar o tivesse convencido a permanecer em Portugal, e que o Benica não quisesse prescindir dele; mas é também reconhecido, por todos, a grande amizade que Eusébio tinha pelo clube lisboeta. Amor, que tão mal foi retribuído, porque, veriicando que pouco mais podiam esperar dele, dispensaram-no. Em Portugal - e o mesmo acontece, um pouco, por todo o mundo, - quando já não se é útil, consideram que é descartável. Felizmente, nos últimos anos, o Benica fez justiça, contratando-o e colocando-o em posição digna. Foi reparo que só enobrece o clube. Mas essa atitude nobre, não é usual em Portugal: todos conhecem a situação triste a que chegou Camões, e como a viúva, do nosso maior escultor, Soares dos Reis, obteve, pensão, após longos anos de espera. Já agora, é bom recordar o que aconteceu à viúva de Eça de Queiroz, que não recebeu a pensão, que tinha direito, porque não quis, juntamente com os ilhos apoiar a Republica. É também de louvar o gesto de concederem à viúva de Eusébio, o direito de auferir o vencimento do marido. Atitude que só digniica o Benica. Para concluir, queria expressar a minha simpatia pelo futebolista, não por ser excelente jogador - houve e haverá outros iguais ou até melhores, - mas por ter sido sempre humilde e simples, convivendo com todos, o que infelizmente é raro; já que a fama e o dinheiro, tornam, em regra, as pessoas soberbas. d e s e n h o Barco Rabelo ∞ Rio Douro Desenho de Pinho da Silva Fri-luso JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro 3 UM POEMA DE EUGÉNIO DE ANDRADE Comentário Tenho presente o seguinte poema de Eugénio de Andrade que, quanto a mim, é uma das belas entre as poesias moderna.As poesias modernas, enim, talvez não valha a pena fazer comentários. É urgente o amor. É urgente um barco no mar. É urgente destruir certas palavras: Ódio, solidão, crueldade, alguns lamentos e muitas espadas. É urgente inventar alegrias, multiplicar os beijos e as searas. É urgente descobrir rosas e rios, e manhãs claras. Vai o silêncio nos ombros e luz impura até doer. É urgente o amor, é urgente permanecer. Laurindo Barbosa Apetece-me fazer um comentário, fazendo de conta que voltei aos bancos da escola e que no exame me pediam uma análise desta poesia. É urgente o amor não só agora que o sabemos tão conspurcado, não só agora mas em todas as épocas e em todos os domínios. Há aqui uma intemporalidade. Grande é a preocupação do poeta e manifesta-a usando repetidamente o aviso – é urgente…é urgente. Para que o amor seja adquirido e implantado com urgência, é também necessário outras coisas para além das apontadas pelo poeta. É urgente um barco no mar é um apelo que tem qualquer coisa de ecológico. Poder-se-ia dizer “é urgente uma árvore na loresta”. Tanta coisa se tem visto que tem o aspecto desolador de um mar que soubéssemos sem barcos em toda a sua extensão, onde não se via manifestações da vida humana, onde só pudéssemos supor uma vida “subterrânea”, tao invisível que o tornaria a nossos olhos um “mar morto”. É urgente o amor, mas também é urgente o trabalho e “amar o amor”, sendo optimista a respeito do amor, para multiplicar os beijos e descobrir manhãs claras. Só assim poderemos banir o que nos pesa e faz doer os ombros – o silêncio doloroso e a luz impura. Agora há mais actualidade que intemporalidade. Em toda a poesia há uma ideia de mudança que importa promover com urgência, atitude em que é urgente permanecer, seja para pôr barcos no mar, seja para plantar árvores na loresta – acções de trabalho, vida e fé – seja para destruir certas coisas: certas palavras e muitas espadas. É “urgente permanecer” ainda na atitude de elevado ânimo que nos leve a inventar alegrias e a descobrir rosas e rios. Esta poesia em que tanto se insiste que “é urgente o amor”, parece toda voltada para a fraternidade humana e para a ecologia, entendida esta como boas relações do Homem com a Natureza. Na verdade, vemos referências à necessidade de afastar ódios e de multiplicar as searas. Não se vislumbra, aparentemente, uma alusão àquele amor dos casais, casados ou não. Talvez entre eles não seja preciso lembrar que é urgente “multiplicar os beijos”. No entanto, o amor entre os casais está talvez mais conspurcado que o amor do Homem pela Natureza, e tanto em perigo como a fraternidade humana. Também entre os casais é “urgente o amor” e também aí é “urgente permanecer” no amor. Também aí a mudança é urgente – os amantes devem passar a ser namorados, não apenas amantes como agora são. É possível que o poeta tenha pensado neles quando se referiu à luz impura que, pesando nos ombros, até faz doer. Gostaria de saber que nota merecia este “ponto escrito” de um doutor, professor de Português e de Literatura. Se ele (ou ela…) tivesse uma amante, não propriamente uma namorada, icava logo reprovado e nem sequer ia à prova oral! PREZADO ANIVERSARIANTE Uma sentença, que já vem dos antigos pensadores latinos, diz-nos que O SÁBIO ESTÁ CONSIGO MESMO. É preciso, porém, saber interpretar esta máxima, para não concluirmos que se deve evitar a vida em comunidade, e que é lícito ensimesmar-se com altivez em pretensa superioridade. Pelo contrário, esta máxima quer incitar todos a que, pela meditação e introspecção, mais pela sabedoria bíblica que pela sabedoria académica, consigamos um bom e sincero relacionamento com todos. Por um lado, é muito importante que haja essa amizade fraterna, mas por outro lado e para isso, é necessária a amizade que cada qual deve ter por si próprio. Nem sempre é fácil possuir essa auto-estima, e, então, aí temos que a sabedoria do que sabe “estar consigo mesmo” é de primordial importância. É a meditação e a introspecção, é a observação para aprender com os erros próprios e alheios, para se corrigir e aperfeiçoar, não fazendo o que muitos fazem e fazendo o que muitos não fazem: ser delicado sem afectação, ser forte ou chefe sem ser prepotente, corajoso mas também prudente, sem arrogâncias mas também sem subserviências. Viver é um ofício que, para ser bem desempenhado, também exige carisma, e o carisma de viver exige termos simpatia, empatia e competência, que o saber “estar consigo mesmo” muito ajudam a adquirir e a preservar. Porém, é sempre possível melhorar, e então, no seu dia de aniversário, o meu convite é para que continue no caminhar dessa sabedoria, agora mais conscientemente. Prezado(a) Aniversariante. Todas as idades têm as suas crises. São as crises da adolescência e da juventude, são as crises da menopausa, da andropausa e as da terceira idade! Com “carisma de viver” e com a sabedoria de saber “estar consigo mesmo”, vai superar todas as crises! Parabéns pelo aniversário, com saúde e felicidade em longa vida, em nome do FRILUSO e em meu nome pessoal, como seu colaborador. Afectuosamente [email protected] 4 JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro Fri-luso Humor Entre um homem que tem 1 milhão de euros na sua conta bancária e um homem que é pai de 6 ilhos, qual deles é o mais satisfeito? - É o homem que é pai de 6 ilhos. Aquele quem tem 1 milhão de euros quer sempre mais. ------Um homem todo vaidoso, à porta da maternidade por a mulher ter dado à luz 5 gémeos, diz: - Tenho cá um canhão! Responde o médico: - Veja lá se o limpa, porque saíram todos pretos! ------Na prisão de máxima segurança em Robert Island um prisioneiro perde um dedo, depois uma orelha depois um dente. Então, um policia diz ao colega: - Vigia bem esse gajo, tá fugindo aos poucos! ------A mulher despede-se do marido que vai trabalhar noutro país: - Quero notícia tuas todos os meses, prometes? - Por carta ou por e-mail? - Por cheque. ------Comprador: - O cão que me vendeste não ladra nada, mas disseste que era cão-polícia. O vendedor na maior calma diz: - É da polícia secreta. ------No julgamento. Juiz: - Como conseguiu entrar numa casa gradeada e tirar todos os bens? Ladrão: - Vim para ser julgado pelos crimes que cometi, e não para ensinar a minha proissão. ------A Mais Linda rapariga do Mundo — O meu namorado diz a toda a gente que vai casar com a mais linda rapariga do mundo... — Oh! O estúpido! E tu deixas que ele faça isso depois de andar contigo tanto tempo? ------Desejo Cumprido Um casal de namorados vai ao lago dos desejos. O rapaz atira uma moeda, debruça-se e formula o desejo. A rapariga prepara-se para fazer o mesmo que ele, mas debruça-se de mais e cai para dentro do lago. O rapaz, espantado, diz: — E não é que isto resulta mesmo? ------Pergunta Comprometedora Um rapaz está noivo há três anos. — Não achas que já é tempo de casarmos? — pergunta à noiva. — Acho que sim. Mas quem nos quererá? ------Rapaz Poupado A ilha ao contar ao pai que tinha um namorado, ele começa logo a perguntar: - Ao menos é um rapaz poupado? - É papá, olha ainda na semana passada quando lá fui a casa e os pais dele não estavam, a primeira coisa que ele fez foi apagar a luz! Quando as loiras... falam... A LOIRA NO ZOOLÓGICO!!! Ao chegar perto da jaula do Leão, ela viu uma placa: CUIDADO COM O LEÃO! Mais à frente, outra jaula, outra placa: CUIDADO COM O TIGRE! Mais à frente: CUIDADO COM O URSO! Depois chega a uma jaula que está vazia e lê: CUIDADO: TINTA FRESCA! Desesperada, a loira corre aos gritos: - O TINTA FRESCA FUGIU! O TINTA FRESCA FUGIU!!!! A GARRAFA TÉRMICA Uma loira entra numa loja e vê uma coisa brilhante. O que é isso? - pergunta ela. - Uma garrafa térmica - responde o vendedor. - E o que ela faz? - pergunta ela. O vendedor explica: - Ela mantém frias as coisas frias e quentes as coisas quentes. A loira compra a garrafa térmica. No dia seguinte ela a leva para o trabalho. Seu chefe, estranhando esse objecto brilhante, pergunta - O que é? - Uma garrafa térmica - responde ela. - E o que faz? - pergunta o chefe. - Mantém quentes as coisas quentes e frias as coisas frias - responde a loira. O chefe pergunta: - E o que tem dentro? A loira, satisfeita, diz: - Duas chávenas de café e um sumo gelado. Oi, querid um .«.s.Acabo de desc aco azul obrir o que se pa a, n s um subm» pendurado contigo?...sa arino! J.Vicente Fri-luso JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015- Fevereiro CURIOSIDADES 5 INTERESSANTE O vidro demora um milhão de anos para se decompor, o que signiica que nunca se desgasta e pode ser reciclado um número ininito de vezes! O ouro é o único metal que não enferruja, mesmo estando enterrado no solo por milhares de anos. A língua é o único músculo do corpo que está ligado apenas a uma extremidade. Se parar de icar com sede, precisa beber mais água. Quando o corpo humano está desidratado, o mecanismo de sede é desligado. Em cada ano, dois milhões de fumadores param de fumar ou morrem de doenças relacionadas com o tabaco. Zero é o único algarismo que não pode ser representado por algarismos romanos. Pipas foram utilizadas na Guerra Civil Americana para entregar cartas e jornais. A canção, Auld Lang Syne, é cantada à meia-noite, em quase todos os países de língua Inglesa para celebrar o novo ano. Em Portugal, no Brasil, França, Espanha, Grécia, Polónia e Alemanha, é uma canção de despedida. (Adeus amor eu vou partir…) Beber água depois de comer reduz 61 por cento do ácido na boca. O óleo de amendoim é usado para cozinhar em submarinos, porque não deita fumo a menos que seja aquecido acima de 450 F ou 232 C. O barulho que ouvimos quando colocamos uma concha junto ao nosso ouvido não é o oceano, mas sim o som do sangue correndo nas veias da orelha. Nove em cada 10 seres vivos vivem no oceano. A banana não se pode reproduzir por si só. Ela só pode ser reproduzida pela mão do homem. Aeroportos em altitudes mais elevadas requerem uma pista mais longa, devido à menor densidade do ar. A Universidade do Alaska abrange quatro fusos horários. O dente é a única parte do corpo humano que não se pode curar ou regenerar. Na Grécia antiga, atirar uma maçã a uma mulher era uma proposta de casamento. Pegá-la signiicava aceitar Warner Communications pagou 28.000 mil dólares para os direitos de autoria da canção Parabéns pra Você. As pessoas inteligentes têm mais zinco e cobre no seu cabelo. A cauda de um cometa aponta sempre para longe do sol. A vacina contra a gripe suína em 1976 causou mais mortes e doenças do que a doença pretendia evitar. A cafeína aumenta o poder da aspirina e outros analgésicos, é por isso que é encontrada em alguns medicamentos. A saudação militar é um gesto que evoluiu desde os tempos medievais, quando os cavaleiros de armadura levantavam suas máscaras para revelar sua identidade. Se estiver no fundo de um poço ou embaixo de uma chaminé alta e olhar para cima, verá as estrelas, mesmo estando no meio do dia. Quando uma pessoa morre, a audição é o último sentido a desaparecer. O primeiro sentido perdido é a visão. Nos tempos antigos estranhos apertavam as mãos para mostrar que estavam desarmados. Morangos são os únicos frutos cujas sementes crescem na parte exterior. Abacates têm calorias mais altas do que qualquer outra fruta: 167 calorias para cada cem gramas. A Lua afasta-se da Terra cerca de dois centímetros por ano. A Terra ica 100 toneladas mais pesada a cada dia devido à queda de poeira espacial. Devido à gravidade da Terra é impossível montanhas serem mais altas do que 15 mil metros. Mickey Mouse é conhecido como «Topolino», na Itália... Soldados em formação não podem marchar quando atravessam pontes, porque poderiam criar vibração suiciente para derrubar a ponte. Tudo pesa um por cento menos no equador. Para cada kg adicional de carga num voo espacial, 530 kg adicionais de combustível são necessários para descolagem. A letra J não aparece em qualquer lugar da tabela periódica dos elementos. E por último: Baseado na crença Chinesa Feng Shui, aquele que não repassar terá problemas de dinheiro para o resto do ano. Supersticioso ou não, repassei porque as informações são interessantes e curiosas. 6 S. VALENTIM Hoje é dia de S. Valentim Pr’acabar em bom programa, Depois da ceia, vamos sim, Escangalhar nossa cama S. Valentim é o meu patrono Meu ídolo desde solteira Neste noite ico sem sono, Meu bem quer “brincadeira”! S. Valentim, foi uma loucura, Hoje os carinhos de meu bem, Que teimoso d’um im procura “Coisas” na cama se também! Queria que fosse sempre assim, Festejar o dia desta maneira, Daqui, saímos amantes, sim E d’amor foi uma bebedeira! Que pena Ó meu S. Valentim Não sejas lembrado todos os dias, Meu amor tem mais frenesim, Na cama tem força e manias! Hoje no im de tanta afã, Consegui todos desejos Namoramos até de manhã, Sempre a mexer acordados! Nelson F. Carvalho PÁTRIA AMADA «Esta é a ditosa pátria minha amada» Repito eu na distância que redime Que seja enaltecida e aclamada. Poderá ter minguado em terra irme Mas foi demais por Deus abençoada E de honra haverá quem o conirme Mesmo que seja apenas patamar Enorme é minha pátria com seu mar Antepassados meus, não esmoreçais Que ainda o povo vos venera e canta Do que antes padecia, ora, jamais Farão agrilhoar nossa garganta Alonguem os olhares p’los areais Louvemos pois senhores esta paz santa Mais alto e mais além e mais veloz Cantemos um só hino a uma só voz Só resta espalhar co’engenho e arte Este pensar de heróis e com irmeza Que iquem a saber por toda a parte Que Portugal é nobre na grandeza Erguendo crença e fé por baluarte A Deus que nos brindou em natureza É povo, é terra, é mar e céu sem im É bem mais do que um país, é um jardim! Com gesto democrático irmámos De Portugal, a moderna Historia! Pelo mundo espalhando paz marchamos De diálogo à diáspora cantamos vitória. Nossas armas são o amor e a moral Cumpra-se então, em grande, Portugal! Maria Melo JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro PERDOA AMOR A ESTES OLHOS VIS QUE OUSARAM ___________________ Renã Leite Pontes Perdoa amor a estes olhos vis que ousaram Tentar voltar sem nem sequer lembrar teu nome. Eu sou aquele cujo louco amor consome: Tempo e distância por demais me maltrataram. A minha ausência foi forçada, fui forçado A desprezar o que eu nunca houvera olvidado. Eu fui ferido por crime de lesa-alma E mesmo assim a mea-culpa não se acalma. Tenho-te visto nas mulheres, mais nas lores! E os meus lamentos se propagam pelos ares, Desesperado, pelo mundo te procuro, Pois, sem você tudo é opaco, gris e escuro. Se te ofendi porque meus olhos vis choraram, Perdoa amor a estes olhos vis que ousaram. Fri-luso Nelson escreveu: *TRÊS TROVAS D’UMA SERENATA!* *--És tão diversa das outras!* *Nem sei porque és tão rara…* *Se é que tens alguns pesares,* *Não se conhecem na cara….* *Não se conhecem na cara;* *Mas o peito bem os sente;* *As penas do coração* *Não as digo a toda gente!* *Não as digo a toda a gente,* *As penas do coração;* *Co’o tempo há-de saber-se,* *Se te quero bem ou não!...* No dia 14 de dezembro de 2014 às 17:50, Facebook Promessas de Ano Novo Ano Novo Carolina Ramos Os sinos sacodem a noite silente! Apitos, sirenes, febris, a anunciar que parte o Ano Velho, tristonho e doente, e nova esperança começa a brilhar! Em meio à alegria, que explode em espuma, transborda de taças e rola no chão, rasteja a tristeza, iapos de bruma, estranha entre risos confete e rojão! É a mesma tristeza que rima com prece e aquele que a sente é incapaz de a entender! Tristeza que às vezes, receio parece, receio de tudo que é inútil prever... Mas, pulsam ao peito, no fundo... bem fundo, reservas de Amor e de Fé e Coniança - um eco escapado aos gemidos do mundo – e mesmo sofrida... renasce a Esperança!!! Odir Milanez Do amor presente ou mesmo ausente, ou já vivido, não falo mais das coisas más. Eu me prometo. Para lembrar um pouco mais do prometido, eu me declino a descrevê-lo num soneto. Eu me prometo a denegar que fui olvido, a me esquecer da incontinência e do faceto. E me cometo em me fazer sempre esquecido das artimanhas, dos feitiços, do amuleto. Eu me prometo o desapego pressentido, de proteger meu coração de algum dueto para eximi-lo da extorsão do amor ingido. Ao ano novo, intemporal me comprometo a um novo amor estimular o colorido, MINHA MÃEZINHA NO QUERER-TE FELIZ Da inércia de tempos passados – idos, O reencontro, com o amor, sem igual. E que o que seja dado não sejam perdidos: Os esforços, os afagos, o sentido original. Vaguei; de mim me perdi; e levei comigo Quem não merecia, senão o amor imaculado. Passou-se o tempo, e algo em mim, incontido, Disse-me: ai de quem, depois de achado, O que então omitiu, não o traz, ao coração! Disso iz fé, não descurei, e, intransigente, Fiz-me outro, aqui havido, e toda a emoção. E assim, pleno de felicidade, no que te dou, - Ó minha mãe, que te encontras doente Seremos apenas eu e tu, e quem nos olhou. Jorge Humberto 08/12/14 O pedido de um poeta Eugénio de Sá Que pode um poeta querer Que o possa satisfazer No limiar d’outros anos? Talvez mais paz, mais justiça Fim dos actos de derriça Tudo, menos desenganos! Porque esses frustram a esperança E sem ela na lembrança Só a tristeza é parceira Num novo ciclo da vida Que ao levarmos de vencida Auspiciamos faceira Que pode um poeta pedir Que todos possam sentir Como seu, esse pedido? Certamente algo que seja Coerente c’o que almeja Pelo seu crer mais sentido; Do seu sonho, a realidade Pra que toda a humanidade Do amor sinta a fragrância Que da fome essa memória Se perca, porque em glória Foi renegada a ganância! Fri-luso JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro 14 de Fevereiro dia de S. Valentim Continuação da página 1 A História O Dia dos Namorados é celebrado naquele que até 1969, era o Dia de São Valentim. No entanto a Igreja Católica decidiu não celebrar os santos cujas origens não são claras. Isto porque até nós chegaram relatos de pelo menos dois Valentim, santos martirizados, directamente relacionados com o dia 14 de Fevereiro. As raízes deste dia remontam à Roma Antiga e à Lupercália, festa em homenagem a Juno, deusa associada à fertilidade e ao casamento. O festival consistia numa lotaria, onde os rapazes tiravam à sorte de uma caixa, o nome da rapariga que viria a ser a sua companheira durante a duração das festividades, normalmente um mês. A celebração decorreu durante cerca de 800 anos, em Fevereiro, até que em 496 d.c., o Papa Gelásio I decidiu instituir o dia 14 como o dia de São Valentim, para que a a celebração cristã absorvesse o paganismo da data. 7 Os versos que te iz Deixa dizer-te os lindos versos raros Que a minha boca tem pra te dizer! São talhados em mármore de Paros Cinzelados por mim pra te oferecer. Têm dolência de veludos caros, São como sedas pálidas a arder... Deixa dizer-te os lindos versos raros Que foram feitos pra te endoidecer! Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda... Que a boca da mulher é sempre linda Se dentro guarda um verso que não diz! Amo-te tanto! E nunca te beijei... E nesse beijo, Amor, que eu te não dei Guardo os versos mais lindos que te iz! Florbela Espanca A dúvida persiste no entanto, em saber a qual dos santos se refere este dia. Muitos acreditam tratar-se de um padre que desaiou as ordens do imperador romano Claudio II. A lenda diz que o imperador proibiu os casamentos com o argumento de que os rapazes solteiros e sem laços familiares, eram melhores soldados. Valentim terá ignorado as ordens e continuado a fazer casamentos em segredo a jovens que o procuravam. Segundo a lenda, Valentim foi preso e executado no dia 14 de Fevereiro, por volta do ano 270 d.c. Outra lenda diz que um outro padre católico se recusou a converter à religião de Claudio II, e este mandou prendê-lo. Na prisão, Valentim apaixonou-se pela ilha do carcereiro que o visitava regularmente, a quem terá deixado um bilhete assinando: «Do teu valentim» (em inglês, «from your Valentine»), antes da sua execução, também em meados do século III.. Nesta lenda, a conotação do dia e do amor que ele representa não se relaciona tanto com a paixão, mas mais com o «amor cristão» uma vez que ele foi executado e feito mártir pela sua recusa em rejeitar a sua religião. dia dos namorados Seus Olhos Seus olhos ... se eu sei pintar O que os meus olhos cegou... Não tinham luz de brilhar. Era chama de queimar; E o fogo que a ateou Vivaz, eterno, divino, Como facho do Destino. Divino, eterno!... e suave Ao mesmo tempo: mas grave E de tão fatal poder, Que, num só momento que a vi, Queimar toda alma senti... Nem icou mais de meu ser, Senão a cinza em que ardi. Almeida Garrett www.venuscreations.ca Os segredos de amar Eugénio de Sá Quem não experimentou, que o ouse ainda; Trocando hálitos, sorvendo e exalando Os alentos do amor, cousa mais linda E deixe-se icar assim, amando. Que amar é arte e é exaltação; Mexe com quantas ibras há na gente Dispara em acelerado o coração Trememos c’o desejo assim fremente. No amar há partilhas, conivências Há ânsias de render e ser rendido Há torvelinhos d’alma, impaciências. E no sossego dos prazeres vividos Os olhares longos, as doces indolências São esplendores nos nossos sentidos. Sintra, 13.Janeiro.2015 Pousada de Juventude de Foz Côa Alojamento | Pousadas de Juventude Tel: 279764041 Fax: 279768191 Peça mais informações: www.pousadasjuventude.pt Quem ainda não ouviu falar em Foz Côa? A Pousada de Juventude de Foz Côa, inaugurada em 1999, é o ponto de partida por excelência para uma visita ao Parque Arqueológico do Vale do Côa, onde se encontra exposto um conjunto de gravuras rupestres com cerca de 30 mil anos. Uma oportunidade única para perceber o que é que os nossos antepassado andavam a fazer e ainda para conhecer uma região de paisagens deslumbrantes com condições privilegiadas para a prática de actividades ligadas ao desporto de aventura. JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro 8 Fri-luso Suíça faz progressos no setor inanceiro Por Andreas Keiser Suíça conseguiu fazer consideráveis progressos nos últimos meses em compatibilizar internacionalmente o setor inanceiro. Os pontos principais são a troca automática de informações, regras mais rigorosas para assistência mútua entre os órgãos de controle e a redução dos fundos não declarados nos bancos. Porém ainda há muito que fazer em 2015. Um setor inanceiro correto, cumpridor das legislações iscais: é o que deseja o governo suíço, a maioria no Parlamento federal e a Associação Suíça de Bancos. Todos concordam que os bancos devam trabalhar na legalidade e no combate à sonegação iscal. O principal objetivo é permitir a aceitação internacional do setor e também a melhorar a competitividade das instituições. Cães farejadores trabalham para as autoridades alfandegárias alemãs na procura de dinheiro não declarado. A próxima etapa é a avaliação de países realizada em fevereiro pelo Fórum Global da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD). Em contraste com outros países europeus e grandes potências econômicas, a Suíça estava atrás nas questões regulatórias relacionadas à cooperação entre autoridades iscais e de lavagem de dinheiro. Por isso o país ainda encontra-se na chamada Fase um e, dessa forma, em companhia de países como Botswana, Líbano e Panamá. É o grupo dos que não se adequam às regras e pode, portanto, ser incluídos na lista negativa dos paraísos iscais da OECD. A Suíça reforçou as leis regulatórias em 2014. As mudanças aplicadas a partir do verão fazem com que os clientes estrangeiros de bancos helvéticos não sejam mais informados com antecedência da transmissão de dados das contas bancárias ao isco dos seus países via cooperação internacional. Os proprietários de ações ao portador não poderão, futuramente, mais manter o anonimato, mas sim estarão obrigados a registrar a compra. Troca de informações a partir de 2018 Isso signiica que a Suíça cumpriu os requisitos do Fórum Global. Os especialistas consideram que o ela irá passar à fase dois na avaliação de países de fevereiro, que trata do controle da aplicação concreta das regras legais de transparência iscal e cooperação internacional com base nos padrões da OECD. Paralelamente, os padrões da OECD se desenvolveram rapidamente nos últimos dois anos. Em outubro passado mais de 90 países se comprometeram introduzir a troca automática de informações (AIA, na sigla em alemão) de dados bancários, abolindo dessa forma o sigilo bancário para seus clientes estrangeiros. Cinquenta e oito países aplicam a AIA já a partir de 1° de janeiro de 2017. Outros 35, dentre eles a Suíça, o fazem a partir de 1° de janeiro de 2018. O im do sigilo bancário 2008: o ministro suíço das Finanças, diz: «O sigilo bancário não é negociável!» Março de 2009: o governo federal cede à pressão da OCDE e lexibiliza o sigilo bancário. A cooperação judiciária não é possível apenas em fraude iscal, mas também em sonegação. 2011: O modelo de retenção na fonte, no qual os sonegadores continuariam no anonimato, fracassa devido a não aceitação do parceiro comercial da Suíça, a Alemanha. Junho de 2013: o governo federal esclarece que a Suíça iria cooperar dentro da OCDE na elaboração de padrões para a troca automática de informações (AIA, na sigla em alemão) e incluir também suas exigências. 2014: o acordo FATCA (Lei de cumprimento iscal para contas no estrangeiro ou «Foreign Account Tax Compliance Act»), ou seja, a troca unilateral de informações, acaba de fato com o sigilo bancário em relação aos Estados Unidos. Outubro de 2014: aproximadamente cem países decidem introduzir a AIA em 2017 e 2018, dentre os quais a Suíça após aprovação do Parlamento federal. Não se destaca a realização de um plebiscito popular. www.swissinfo.ch Fri-luso JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro TARDE PRIMEVA E o dia caminhou em orgias exóticas, num oceano de sol por vales e montanhas. A campina, a loresta, as feras mais despóticas alegraram a terra em risadas estranhas. Foram-se, por encanto, as convulsões caóticas... E as pérolas de luz, nas teias das aranhas, teceram um colar de cores apoteóticas, brilhou o meio-dia em cálidas “cucagnas”.* Prenunciou o tombar do sol exuberante o entardecer primevo em poente tristonho, a agonia solar do mundo principiante. O dia se apagava, em dores, como em sonho, vinha a primeira tarde a chorar nesse instante toda a angústia de vir do anoitecer medonho. 9 AMO A LUZ Lino Vitti (Príncipe dos Poetas Piracicabanos) Amo o dia, amo o sol, amo o ininito, Que nos dão o milagre astral da luz. Em cuja tela Deus deixou escrito O caminho que a Ele nos conduz. Nesta terra vive o homem qual proscrito, Ao seu mísero olhar tudo reluz. Para mim quanto mais o espaço ito, Mais sinto que o ininito me seduz. É uma graça suprema, é o Céu que baixa, Envolvendo a alma humana em santa faixa Do seu Amor divino e celestial. Amo a Luz Ininita, a Luz Divina - o milagre que a todos ilumina- A espada que dissipa todo mal. Lino Vitti Lino Vitti [email protected] FELICIDADE ROCEIRA Lino Vitti (P.P.P. Onde se escuta a orquestra mais bonita, Dos pássaros libertos e felizes? Onde as árvores sugam a bendita Seiva com as mais sôfregas raízes? Onde as lores mais belas?Onde habita Quem na alma não amoita cicatrizes De maldades ou de ódio?... Urbe maldita Que faz homens tristonhos e infelizes!!! --------* A palavra “cucagna” é dialeto tirolês e se pronuncia “cucanha”, o que rima perfeitamente com montanhas, aranhas, estranhas. Signiica, outrossim, uma festa dedicada à polenta gigantesca com que a comunidade trentino-tirolesa do bairro rural do município de Piracicaba, denominado de “SANTANA”, festeja ainda a Terça-feira de Carnaval. Onde é que a natureza canta e explode Em divinal beleza alta e sublime, E ser feliz toda criatura pode? É a roça, onde não mora o triste crime, Onde a felicidade sempre acode, Onde , amigo, a tristeza não te oprime. Lino Vitti SABEDORIA Deus, às vezes, castiga os homens, enriquecendo-os. Obtém-se mais facilmente o que se pede sem manifestar-se pressa em obtê-lo. Deus não impôs aos ignorantes a obrigação de aprender, sem antes ter tomado aos que sabem o juramento de ensinar. O invejoso adoece quando seu vizinho passa bem. Se empregar todas as suas forças, até o rato pode devorar o gato. Se o homem de sorte cavalgar o vento para fugir de sua fortuna, sua fortuna cavalgará o raio e o seguirá até lhe ser entregue. Senta-te, quando pequeno, onde deves; sentar-te-ás, quando grande, onde gostas. Se queres conservar um amigo, não lhe emprestes nem lhe tomes emprestado nada. REALISMO Ser realista é saber tomar decisões acertadas, levando em conta um único fator: a própria realidade. Esse realismo é lucidez que permite ver com que pessoas e com que recursos se pode contar, é objetividade para prever as conseqüências de uma ação, é capacidade para escolher os meios adequados tendo em mira a consecução de um determinado im, sem permitir que o medo, a covardia, a precipitação e os interesses interesseiros inluenciem negativamente essas avaliações e decisões. Curiosamente, o árabe combina uma reinadíssima sensibilidade poética com o mais prosaico realismo, em que o fato bruto é o que conta. Muitos provérbios nomeiam, expressam e aconselham o voltar-se para a realidade. UM HOMEM AVISADO STOP SIDA VALE POR DOIS Boa noite Fumo a menos, vida a mais. JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro 10 Fri-luso ATÉ DE AMANHÃ Por Renata Iacovino Paulinho, o da Viola, um dos compositores de nossa MPB pertencente à linhagem dos letristas-ilósofos, que bebeu na fonte de grandes personalidades, como Cartola, Jacob do Bandolin e Pixinguinha, reúne em sua obra verdadeiras pérolas, que acabam morando no rol das composições que se eternizam, transcendendo tempo e espaço. Falando em tempo, este é um dos temas recorrentes em suas composições, de melodias apuradas e singulares. Quem não se lembra de: «Dinheiro na mão é vendaval/É vendaval/Na vida de um sonhador», versos de Pecado Capital, música tema de abertura da novela homônima, que foi ao ar em 1975. Dono de um ótimo vocabulário, aliado a rimas típicas do que encontramos na melhor literatura, Paulinho esbanja reinamento em sua maneira mui modesta de ser. Em Retiro, é fácil encontrar identiicação: «(...) Meu tempo às vezes se perde/Em coisas que não desejo/Mas não repare esse lado/Pois meu amor é o mesmo/Nos momentos de carinho/Eu me desligo de tudo/Nos braços de quem se ama/É fácil esquecer o mundo». «Solidão é lava/Que cobre tudo/Amargura em minha boca/Sorri seus dentes de chumbo/Solidão palavra/Cavada no coração/Resignado e mudo/ No compasso da desilusão». Como passar supericialmente frente a versos que tocam tão diretamente nossa alma, como em Dança da Solidão? Mas foi com Foi um Rio que Passou em Minha Vida, de 1970, que se tornou popular. Paulinho a compôs em homenagem à Portela, pois anteriormente havia composto Sei Lá Mangueira, em homenagem a outra escola. Como um bom portelense, não quis deixar nenhum mal entendido no ar, e fez a música que se tornaria um hino da escola azul e branca: «Ah, minha Portela/Quando vi você passar/Senti meu coração apressado/Todo o meu corpo tomado/Minha alegria a voltar/Não posso deinir aquele azul/Não era do céu/nem era do mar/Foi um rio que passou em minha vida/E meu coração se deixou levar». A serenidade de Paulinho nos faz querer ouvi-lo até de manhã, sem nenhum cansaço, apenas bons sambas nos braços. E que bom poder ser abraçada por suas canções, que me aproxima um pouco mais do que sou e do meu tímido lado bom. Ouvir Paulinho dá vontade de empunhar o violão, cantar e tocar, venerando o samba e a nossa música, naquilo que ela tem de mais pura e rara. «Tanta coisa que eu tinha a dizer/Mas eu sumi na poeira das ruas»... Renata Iacovino, escritora, poetisa e cantora / reiacovino.blog.uol.com.br / reval.nafoto.net / [email protected] Mosteiro da Batalha - Panteão do Soldado Desconhecido Se conduzir não beba nem se drogue Se beber ou se drogar não conduza Cumpra sempre o código da estrada Fri-luso JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro 11 VERA CUZ- (Lembrando os Militares que um dia partiram para o Ultramar) Por Filomena Gomes Camacho Carlos, Manuel, Jorge…(não importa o nome) e seus companheiros, foi penetrando para o interior daquele navio enorme, ancorado no rio Tejo. Eram enormes as letras que destacava o nome do paquete: VERA CRUZ. Pouco depois todos se acotovelavam, tentando visualizar o cenário exterior, para acenar à multidão que se distanciava no cais de Lisboa. VERA CRUZ era, na verdade, um navio enorme, requisitado nos anos de 1961 - tal como outras unidades, da Marinha Mercante Portuguesa, pelo governo português - para transporte de tropas e material bélico com destino ao ultramar. O seu peso bruto era de 21.765 toneladas; o comprimento de 185, 75 metros; a largura de 23 metros; e 15,80 metros de pontal. Atingia a velocidade máxima de 42,6 quilómetros hora, sendo o consumo de combustível – óleo - de 140 toneladas e, diariamente, gastas 200 toneladas de água. A sua capacidade era para alojar 1.242 passageiros com três classes. No interior havia bares, cinema, jardim de inverno, duas piscinas, hospital, e era equipado com ar condicionado. Carlos – (chamemos-lhe assim) deslumbrava-se com a imponência, com a construção…daquele navio, onde ele agora encetava a viagem que o marcaria para toda a vida…viagem que, praticamente, já havia iniciado desde o dia em que fora mobilizado, agrupado ao batalhão, e lhe fora atribuído um número de registo. Viagem, praticamente, iniciada desde o dia em que lhe fora ministrado todo o tipo de estratégia - de como sobreviver em África - e quando recebera o camulado e lhe foram dadas as vacinas… Recordou-se dos dez dias gozados em casa, antes daquela partida, dias concedidos para se despedir da família, dos amigos, arranjar uma madrinha de guerra e fotografar, mentalmente, cada rosto querido, cada lugar do seu lar, da sua cidade. Sentimentos confusos e perturbantes iam-lhe dando a sensação de uma gravata apertada no pescoço. Sentia desejos de chorar. Sentia desamparo, solidão, incerteza… Indubitavelmente, Vera Cruz, ia descrevendo, na sua trajectória, uma rota de ida… Para quantos dos que, naquele navio, iria ser apenas a viagem de ida!? Estremeceu! Na sua mente, em turbilhão, as ideias começaram a tumultuar-se! E, num misto de entusiasmo e desânimo…não visualizava senão apreensão! Como gostaria de ter feito aquela viagem programada…desejada… recreativa…como tantas viagens que izera acompanhado pelos seus pais, familiares, amigos!… Esta era uma viagem diferente! Não programada…mas imperiosa de ser feita! Não desejada…por ser uma missão perigosa! Não recreativa…pois, a incerteza, era tão patente como o camulado que envergava! Carlos iniciava a sua carreira militar. Um verdadeiro desaio a nível físico e psicológico! Um trabalho árduo! Uma outra faceta da sua vida!... Uma outra faceta onde iria aprender novas matérias, desenvolver novas capacidades… Ainda que imaginasse um pouco difícil, a adaptação, ao estilo da vida militar…achava-a cheia de experiências verdadeiramente aliciantes! Enfrentar novos desaios, aprender a superar os seus limites, aprender o valor da camaradagem, fazer novas amizades…eram experiências que, esperava, constituírem factores positivos e empolgantes! Continua na página 14 Dia dos Namorados Dia de S. Valentim Patrono dos apaixonados Do Amor é padroeiro O dia de S. Valentim È a catorze de Fevereiro. È um santo que inspira Todos os apaixonados Com lindas frases de amor Ou com uma simples lor. Aos casais apaixonados Mantenham a tradição Por que viver sem amor É viver na escuridão. Celebra-se assim o Amor Neste dia especial Sejam jovens, sejam velhos O Amor é transversal. São Tomé Como é bom poder sonhar Quando estamos apaixonados Um simples gesto ou uma lor È uma grande prova de amor. Namorados. Meu amor disse-me um dia Que se apaixonou por mim E encheu-me de poesia Graças ao S. Valentim! Domingueiros a passear por um jardim acolhedor e lá vão dando asas ao amor. Existe sempre um porém num encontro com alguém, na troca desse olhar ambos se itaram se aproveitaram por uma paixão promovida por desejos onde trocaram alguns beijos educados e honrados p’lo dia dos namorados. São Tomé Pinhal Dias Este dia em que o Amor É por todos mais lembrado Celebramos com louvor Um santo martirizado. Hei-de lembrar neste dia O dia em que te conheci Foi por causa da poesia Que me enamorei de ti. NAMORADOS Dotado dia de S.Valentim Excelso amor ditando assim: -Aprendendo a conhecer Estéril jardim! É grande!... Envolve ida, e um voltar Ampliando o verbo amar! Natureza Mãe! Tem predicados, Instruindo seus namorados, Apuram-se os dias distraídos, Andam eicazmente convencidos. Harmoniosamente desfrutam paixões Ardente chama em seus corações Dão a mão, lá se vão juntando, No registo assinam! Estão casando! Em pura aliança são abençoados. Efemérides! Aos Namorados! Pinhal Dias 12 JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro Fri-luso Pudim de Leite Condensado da Francesa Culinária Filé com Molho de Vinho Ingredientes: Ingredientes: ½ kg de ilé mignon cortado em bifes inos; ½ colher de chá de sal; 24 folhas pequenas de sálvia; 2 colheres de sopa de azeite; 1 xícara de chá de água fervente; 5 colheres de sopa de vinho tinto; ½ xícara de chá de maionese. 1 lata de leite condensado; Leite na mesma medida do leite condensado; 4 ovos; 1 xícara de chá de açúcar. Passo a Passo: Bata todos os ingredientes com uma colher de pau. Derrame a mistura em uma forma redonda com um furo no meio já camarelizada. Para preparar o camarelo, derreta o açúcar em fogo baixo, mexendo sempre. Asse o pudim em banho-maria por 45 minutos. Passo a Passo: Tempere os ilés com o sal. Coloque 2 folhas de sálvia no centro de cada ilé. Enrole, prenda com palitos e reserve. Em uma frigideria grande aqueça o azeite e refogue os rolinhos até dourar. Adicione a água, o vinho e cozinhe em fogo baixo com a panela tampada por 10 minutos ou até a carne icar macia. Acrescente a maionese e cozinhe por mais 2 minutos, mexendo sempre! Passe para uma travessa e sirva em seguida. Por que fevereiro é o mês com menos dias? por Gabriela Portilho Tudo começou por volta do século 6 a.C., quando o rei Tarquínio reformulou o calendário romano, adicionando mais dois meses - até então eram apenas dez - à folhinha: janeiro e fevereiro. Ele fez isso, pois o novo calendário passou a basear-se nas mudanças de fase da Lua, totalizando um ano de 355 dias. Para facilitar a distribuição dos dias entre os meses, fevereiro, à época o último mês do ano, acabou icando com apenas 28 dias. Outros fatores contribuíram para que ele icasse menor, como o fato de cair no ápice do inverno romano. «O período de frio trazia muitas doenças, e fevereiro passou a ser considerado de mau agouro. O próprio nome do mês faz uma alusão à palavra ‘febre’ «, diz o astrônomo Roberto Bockzo, do Instituto de Astronomia e Geofísica da USP. Em 44 a.C., o imperador Júlio César alterou o calendário de novo - agora tendo por base o ciclo solar -, e o ano passou a contar com 365 dias, sendo que fevereiro ganhou mais um dia, icando com 29. Mas a fartura durou pouco. Mais tarde, César Augusto assumiu o poder e, para homenageá-lo, o Senado rebatizou o oitavo mês de agosto. Só que agosto tinha 30 dias, e pegaria mal o novo soberano ter seu mês com menos dias do que o de outro - Júlio César já tinha um mês em sua honra, julho, com 31 dias. Assim, decidiu-se que agosto teria 31 dias. Para isso, tirou-se um dia do infeliz fevereiro, que voltou a ter somente 28, ganhando um diazinho a mais apenas nos anos bissextos. Fri-luso JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro 13 AMANTES E NAMORADOS. (Em dia de S. VALENTIM 14 de Fevereiro) Ninguém poderia ser tão especial como você ( DOLORES) é para mim preenche minha vida, meu coração , meu mundo com tanta felicidade. A UNIVERSAL HOMENAGEM (S. VALENTIM) Querida, (DOLORES) como é bom poder acordar com você do meu lado, observar seu modo gostoso, dar-lhe um beijo de bom dia e sentir que desperta sorrindo pra mim, pra vida. Ah... Você meu amor, companheira e esposa que escolhi para viver comigo o mais profundo carinho no dia dos namorados e sempre da seu esposo que te ama!!! Dia de S. Valentim, há sempre bom programa, Entre (e)namorados em todos cantos do mundo, A amostrar quem tem o amor maior profundo, Que é uma acha certa, pr’alimentar a chama! Isto sempre teve, foi um sucesso rotundo, Este é o dia que qualquer amante aclama, Pra revelar à sua amada quanto a ama, Com presentes, lores jantares, e, tudo jucundo! É fácil de presenciar, neste dia, tudo ferve, N’um pinga amor recto que é a própria verve, Que cada um lembra, dedilha, co’o mesmo im… Ninguém mais poderia ser essa pessoa, Deveras especial Sempre meiga Humor cativante Sempre compreensiva Permanete doce Eterna carinhosa Faceira encantadora Aos meus ohos fascinante Tão apaixonante como você é para mim. Ninguém mais poderia me conhecer e me compreender melhor do que você! == DOLORES == Ó meu amor, meu sonho, meu encanto, Minha clara manhã d’Abril dourado, Minha cândida lor, meu lírio santo, Luz do meu coração desventurado! Vai pra ti este apaixonado canto, É, pois que o teu amor mo há inspirado, Que o teu amor divino e sacrossanto, Seja, mulher, por nosso Deus abençoado! Que nossa vida seja lisa estrada, Somente de camélias e rosas atapetada, Como até aqui com tantos predicados…. Conservar! Cimentar um sentimento lindo, Que deve unir dois seres n’um laço inindo, É pra isso que se presta preito a S. Valentim Que o nosso amor, enim, seja no mundo Constantemente iel e, assaz profundo, Em casa sempre DIA DOS NAMORADOS Nelson Fontes Nelson Fontes 022 348 47 46 043 243 81 21 GENEBRA ZURIQUE Chamada local CONTE CONNOSCO EM: emigração 14 JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro Fri-luso VERA CRUZ - (Lembrando os Militares que um dia partiram para o Ultramar) Continuação da página 11 Viajava com desconhecidos que iriam enfrentar, como ele: desaios, perigos, lutas, adaptações…naquele Pais de proporções enormíssimas (catorze vezes e meia maior que o seu)! Quantos contingentes militares já os haviam antecedido, numa viagem, como aquela, para um im semelhante, sem que muitos deles tivessem regressado!? Ou regressado com sequelas traumáticas físicas ou emocionais!? Ou regressado sem quaisquer sequelas…para fazerem dissertações de vivências incríveis, de episódios arrepiantes!? Carlos pensava em qual destes quadros se iria agrupar o seu destino... A algazarra dos colegas começava a abafar o barulho suave, mas também medonho, que o navio ia fazendo ao sulcar aquela imensidão de água. Aguas que, relectindo a cor do céu, dava ideia de chumbo líquido e, junto à proa, uma brancura espumante a contrastar. Permaneceu no convéns, por longo tempo, assim como a maioria de seus companheiros. Carlos imaginava África!... Imaginava a guerra!… O seu contingente seguia rumo à guerra do Ultramar. Deu consigo a arquitectar estratégias. Estratégias que o subtrairiam aos perigos… Deu consigo a fazer conjecturas de como sobreviver num Pais cheio de leões, leopardos, cobras gigantescas, aranhas enormíssimas, para além de uma guerra sangrenta!... Aquelas divagações eram balsamo para aquietar suas preocupações, e bálsamo a perspectivar ideias de um regresso heróico, pleno de inúmeras façanhas…façanhas para contar na esplanada do Café, contar aos seus pais, aos conhecidos e desconhecidos…nas esquinas onde o iriam interpelar…na rua… em todo o lugar… Ah! Quando regressasse!... Falaria dessa África enigmática!... Não de uma forma inventada mas de uma maneira vivenciada!... Traria, de lá, a cor com que o sol tórrido iria carimbar a sua pele! Traria, de lá, um relato empírico dos muitos animais da selva que iria conhecer! Traria, de lá, a lembrança dos odores e dos sabores da gastronomia Africana que a Europa desconhecia! A lembrança das paisagens!... Daquele povo diferente do seu… Do sotaque desigual… Das muitas palavras gentílicas… Na quietude daqueles pensamentos transcorriam quietas, lentas e sem pressa, as horas…como que levadas pelos pés de uma criança. Um toque de recolher tirou-o das suas cogitações. Sentiu que umas pequenas gotículas lhe desciam para a comissura dos lábios… Provou-as. Era salgado o sabor… Lágrimas? Salpicos do mar? Foi-lhe indiferente… ...... Filomena Gomes Camacho. EXPRESSÕES POPULARES (O saber não ocupa lugar) ERRO CRASSO Signiicado: Erro grosseiro. Origem: Na Roma antiga havia o Triunvirato: o poder dos generais era dividido por três pessoas. No primeiro destes Triunviratos , tínhamos: Caio Júlio, Pompeu e Crasso. Este último foi incumbido de atacar um pequeno povo chamado Partos. Coniante na vitória, resolveu abandonar todas as formações e técnicas romanas e simplesmente atacar. Ainda por cima, escolheu um caminho estreito e de pouca visibilidade. Os partos, mesmo em menor número, conseguiram vencer os romanos, sendo o general que liderava as tropas um dos primeiros a cair. Desde então, sempre que alguém tem tudo para acertar, mas comete um erro estúpido, dizemos tratar-se de um «erro crasso». TER PARA OS ALFINETES Signiicado: Ter dinheiro para viver. Origem: Em outros tempos, os alinetes eram objecto de adorno das mulheres e daí que, então, a frase signiicasse o dinheiro poupado para a sua compra porque os alinetes eram um produto caro. Os anos passaram e eles tornaram-se utensílios, já não apenas de enfeite, mas utilitários e acessíveis. Todavia, a expressão chegou a ser acolhida em textos legais. Por exemplo, o Código Civil Português, aprovado por Carta de Lei de Julho de 1867, por D. Luís, dito da autoria do Visconde de Seabra, vigente em grande parte até ao Código Civil actual, incluía um artigo, o 1104, que dizia: «A mulher não pode privar o marido, por convenção antenupcial, da administração dos bens do casal; mas pode reservar para si o direito de receber, a título de alinetes, uma parte do rendimento dos seus bens, e dispor dela livremente, contanto que não exceda a terça dos ditos rendimentos líquidos.» DO TEMPO DA MARIA CACHUCHA Signiicado: Muito antigo. Origem: A cachucha era uma dança espanhola a três tempos, em que o dançarino, ao som das castanholas, começava a dança num movimento moderado, que ia acelerando, até terminar num vivo volteio. Esta dança teve uma certa voga em França, quando uma célebre dançarina, Fanny Elssler, a dançou na Ópera de Paris. Em Portugal, a popular cantiga Maria Cachucha (ao som da qual, no séc. XIX, era usual as pessoas do povo dançarem) era uma adaptação da cachucha espanhola, com uma letra bastante gracejadora, zombeteira. Fri-luso JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro S. Valentim 15 CONFIANÇA São Valentim padroeiro Do amor, idolatrado A catorze de Fev’reiro O seu dia é celebrado. Quando nasce uma amizade Ela brota com a esperança Que entre os amigos há-de Ser sincera a coniança !... Uma data que extasia Corações apaixonados Por consagrar este dia Dedicado aos namorados. Vem o amor e depois Une-se com aliança P’ra que haja entre os dois Recíproca coniança... Acordam-se as emoções Oferecendo uma lor Ou até simples cartões Contendo frases de amor... Coniança é qualidade Qu’inspira mútuo respeito Em salutar lealdade No seu mais puro conceito. Soleniza-se o momento Com muita simbologia Dando ao nobre sentimento Uma expansiva euforia !... São fogosos os desejos No coração de quem ama Ao trocar ardentes beijos Qu’acendem d’amor a chama !... Que esta bela tradição Se mantenha sempre assim Dando ao amor distinção Honrando São Valentim !… Euclides Cavaco Euclides Cavaco Ter coniança é riqueza Que todos nós deslumbramos De coniar com irmeza Em quem a depositamos. É sem ver acreditar Com íntima segurança É não ter que duvidar Quando existe coniança. É virtude a coniança Que deverá ser mantida Desde os tempos de criança Sempre até ao im da vida !... Euclides Cavaco AS APTIDÕES DO TRADUTOR Por: Cândida Fernandes Meili Para se ser tradutor é necessário possuir certas aptidões: domínio muito bom das duas línguas de trabalho, conhecimentos de Teoria de Tradução, domínio do campo especíico em que se traduz, capacidade de pesquisa, etc. Sem estes pressupostos, os “designados tradutores” estão certamente a prestar um mau serviço aos seus clientes. Os conhecimentos de Teoria de Tradução dão ao tradutor a capacidade de saber destrinçar o que faz, como faz (método), para quem faz (público a quem se destina a tradução), e que tipo de texto está a tratar e qual o seu objetivo. Não se nasce tradutor, tal como não se nasce médico, enfermeiro ou contabilista. Para tudo é necessária a devida formação, seguida de experiência sustentada. Na minha singela opinião, deveria poder designar-se tradutor na Suíça apenas quem tivesse uma formação superior em Tradução, fosse reconhecido por uma Associação de Tradutores (entre elas a ASTTI) ou fosse reconhecido pelo Tribunal. Estes tradutores prestaram provas, e não são tradutores porque acham que têm jeito para isso, o que é um critério muito subjetivo! Mas para além da formação, de preferência superior, em Tradução, que outras características deverá ter um tradutor? Um tradutor deverá sem dúvida ser uma pessoa persistente, que não se contenta com a primeira solução encontrada, mas que busca sempre a melhor. Tem, por isso, também de ser uma pessoa perfecionista. É uma pessoa simples e que não se considera detentor de todo o saber; tem de ter apetência para aprender sempre mais. No seu trabalho deve saber usar todos os recursos disponíveis atualmente: dicionários bilingues e monolingues, recursos terminológicos na net e dicionários e glossários do tema especíico. Deve ser alguém com uma grande atenção, capaz de concentrar-se em pequenos detalhes (e não tanto no “todo”, como é o caso dos intérpretes, que se dedicam à tradução oral e não escrita). Tem, além disso, de ter um elevado sentido de ética e deontologia, não aceitar trabalhos para os quais não se sinta capacitado e dizer apenas a verdade. Quem vai pôr nas mãos de um tradutor documentos se a pessoa que aceita traduzi-los não segue estes princípios? Deve, também, ter interesse por variados temas e saber cambiar entre eles. Na minha proissão de tradutora, na qual conto já com 24 anos de experiência, primei sempre por oferecer aos meus clientes um serviço de primeira qualidade, um bom atendimento, uma transparência total nos preços e um sentido elevado de ética. Atualmente as áreas em que atuo são sobretudo: traduções jurídicas, de diplomas e documentos académicos e de relatórios médicos para clientes na Suíça que necessitem de traduções de documentos oiciais. Trabalho ainda para irmas e faço traduções na área da saúde para migrantes de língua portuguesa. Como membro da ASTTI (Associação Suíça de Tradutores) desde 2001, estou obrigada no meu trabalho a seguir um código deontológico rigoroso, segundo o qual me comprometo a aceitar apenas as traduções que me sinta capaz de realizar, a cumprir os prazos estipulados e a manter absoluto sigilo relativamente às informações de que tenha conhecimento no âmbito do meu trabalho. E é isto que faço diariamente! Cândida Fernandes Meili Tradutora licenciada e membro da ASTTI (Associação Suíça de Tradutores, Terminólogos e Intérpretes), reconhecida pela embaixada e consulados de Portugal na Suíça há 14 anos - www.uebersetzungen-portugiesisch.ch - Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográico - 16 JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro Fri-luso Portugueses na Suíça pedem ajuda para sobreviver O número de pedidos de ajuda de emigrantes portugueses na Suíça que chegam às missões católicas tem vindo a aumentar no último ano devido à crise económica, disse hoje o conselheiro das Comunidades Portuguesas, Manuel Beja. «A situação dos emigrantes portugueses na Suíça está a agravar-se de forma preocupante nos últimos tempos por causa da crise económica», adiantou à agência Lusa Manuel Beja, salientando que além das missões católicas portuguesas também ele próprio tem recebido muitos pedidos de auxílio. O coordenador nacional da Pastoral das Missões Católicas na Suíça, padre Aloísio Araújo, disse em declarações à Rádio Renascença que o número de pedidos de ajuda à Igreja aumentou «80 por cento nos últimos dois anos, havendo pessoas a dormir nas estações de comboios e nos abrigos comunais». Contactado pela Lusa, o conselheiro das Comunidades Portuguesa na Suíça, Manuel Beja, realçou o «importante» trabalho das missões católicas junto dos portugueses em diiculdades. «Temos famílias dependentes da assistência social na Suíça que estão a passar por problemas graves devido à perda de trabalho, problemas de carácter económico e temos um outro grupo que são as pessoas que estão a chegar ao país, candidatos à emigração que são na sua maioria jovens. Mas também temos famílias inteiras que se izeram à estrada», disse. No entender de Manuel Beja, as pessoas muitas vezes deslocam-se de «forma leviana», sem pensar nas diiculdades, sem contrato de trabalho e sem conhecer ninguém. DN 160 mil portugueses trabalham na Suíça Entre os 160 mil portugueses ativos no mercado do trabalho suíço, 40 mil estão na indústria e outros 40 mil no comércio. Os portugueses mantêm uma taxa de atividade laboral de 87,1%, sendo os indivíduos entre 25 e 39 anos que registam a maior atividade, com 94.4%. Sendo um dos países menos atingidos pela crise, as autoridades suíças assinalaram, de maneira geral, um aumento da mão-de-obra estrangeira. Entre o terceiro trimestre de 2012 e o terceiro trimestre de 2013, o número de trabalhadores estrangeiros aumentou de 3,2%, enquanto o número de trabalhadores suíços diminuiu 0,5%, de acordo com os dados do OFS. «Há uma forte imigração na Suíça, o que faz que a proporção de trabalhadores estrangeiros aumente em relação à proporção de trabalhadores suíços» comentou Magnus Fink, técnico de estatísticas no OFS, acerca destes resultados. Este trimestre, os trabalhadores estrangeiros atingiram cerca de 1,4 milhões e os suíços passaram a 3,4 milhões. JN Fri-luso JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro Breve história do azeite 17 O Azeite A oliveira, árvore de civilizações longínquas, tem lugar nos textos mais antigos: no «Génesis», a pomba de Noé traz no bico um ramo de oliveira para lhe mostrar que o mundo revive. No «Éxodo», Yaveh prescreve a Moisés a «Santa Unção» na qual o azeite se mistura com prefumes raros. E a Árvore Bíblica. No horto de Getsemani vivem ainda oito grandes oliveiras que viram rezar, chorar e morrer Cristo. O Corão canta a árvore que nasce no monte Sinai. Na lenda grega, Palas Atenea, deusa da sabedoria e da paz, faz brotar a oliveira de um golpe, e, na sua grande bondade, ensina o seu cultivo e o seu uso. Por sua vez Minerva oferece aos romanos este presente dívino, asilo também da divindade. Para os egípcios é a deusa Isis, mulher de Osiris, deus supremo; para os gregos é Aristeo, ilho de Apolo e da ninfa Cirene e Acropos, fundador de Atenas, que ensinaram o processo de extracção do azeite desta «árvore invencível que renasce de si mesma»(Sófocles), cujo cultivo Hércules propaga nos rios de Mediterrâneo. Cantaram a oliveira Homero, Esquilo, Sófocles, Virgílio, Ovído, Plínio e Marcial. De onde Vem? Admite-se com frequência que a Síria e o Líbano sejam os seus lugares de origem. No terceiro milénio antes de Cristo, a oliveira cultivava-se na Fenícia, na Síria, na Palestina, sobre este «solo de azeite e mel» onde o rei David o preservava dos ladrões por intendentes especiais. Durante a XIX dinastia egípcia encontra-se nos oásis líbios, em Creta, nas costas do mar Egeu, na Ásia Menor, depois, ao ritmo das conquistas e da expanção comercial, na Sícilia, Itália, Tunes, Argélia, Marrocos, seguindo sempre de perto hoplitas e legionários, na Espanha, em Portugal, etc. É sempre patrimómio dos países mediterrâneos, mas encontra-se também, na Argentina, na Austrália, no Brazil, no Chile, nos Estados Unidos da América, no Japão, no México, na República da África do Sul. Cultivo e preparação Segundo as diferentes regiões do Hemisfério Norte a loração tem lugar de Abril a Junho. A colheita em verde, de inais de Agosto a princípios de Novembro e em madura de Novembro a Março. Sendo frágil, a azeitona deve manipular-se com precaução. Há que colher os frutos bem maduros preferentemente á mão, ou na impossibilidade, com varas, evitando mediante lonas, ou melhor ainda com redes, todo o contacto com o solo. Utilizam-se também processos de colheita mecanizada com máquinas sopradoras, sacudidoras ou vibradoras, mas até agora não deram resultados tão plenamente satisfatórios como a colheita manual. Três dias depois de colhidas, com o im de que nenhuma fermentação provoque um aumento de acidez do azeite, as azeitonas passam à extracção: depois de lavadas com água, vão seguidamente a uns trituradores de mós, segundo os processos clássicos. Obtido a frio a partir das azeitonas sãs, este azeite de primeira pressão, puro sumo de fruta, resultado de uma acção estritamente mecânica, é o alimento mais são, mais seguro, mais rico em ologomoléculas, muito valioso para as nossas células. Da pasta restante: extrair-se-á azeite que deverá ser reinado(acidez demasiado elevada, excesso de cor, cheiro e sabor muito forte) e não terá direito à denominação de «azeite virgem». Tipos de azeite As disposições internacionais nesta matéria são estritas, reservando-se a denominação de «azeite» ao procedente unicamente da azeitona; a sua deinição exclui desta denominação todos os óleos obtidos por solventes ou por procedimento de reesteriicação, assim como toda a mistura com óleo de outra natureza. 1. Azeite virgem obtido unicamente por processos mecânicos sem haver sofrido nenhum tratamento químico; este azeite virgem: • deve ir seguido, quanto á denominação do qualiicativo «extra», «ino», «corrente», ou «semi-ino», segundo, entre outras coisas, o grau de acidez expresso em ácido oleico; • pode ser classiicado como «produto natural»; • pode ter as suas regiões, como os grandes vinhos e ser objecto de denominações de origem. 2. Azeite reinado obtido pela reinação do azeite virgem, com algumas características organolépticas ou de outro tipo que devem ser rectiicadas ou corrigidas pela reinação. 3. Azeite ou azeite puro, obtido pela mistura de azeite virgem e azeite reinado, podendo este azeite constituir tipos(exemplo: tipo Riviera). O azeite e a saúde Na dietéctica e gastroenterologia: azeite, o rei, único entre todas as gorduras, é um sumo puro de fruta de pleno sol, rico portanto, em vitaminas. É a mais digestivél das gorduras. Absorvido ante uma boa refeição protege as mucosas do estômago e protege-o contra as úlceras. Tomado como laxante(1 ou 2 colheres de sopa em jejum, com ou sem limão ou café) não irrita o intestino, não contrai demasiado profundamente a vesícula, não cria hábito. Actua nas doenças das vias biliares e da vesícula. Mercê do seu ácido oleico(que se metaboliza facilmente) é uma excelente fonte de energia, inclusivé para um coração doente. Graças ao seu ácido linoleico, cuja escassa percentagem é correspondente às pouco elevadas necessidades do organismo humano, é benéico no maioria dos casos. Em pediatria: Parecido ao leite da mulher pela sua percentagem de ácido linoleico, pode humanizar o leite da vaca desnatado e atende às necessidades de um organismo em crescimento. A sua acção emulsiva sobre as mucosas, faz dele uma indicação excelente na gastroenterite infantil. Limita as defeciências em ácidos essenciais no cérebro da criança. Em gerontologia: Atrasa o processo de envelhecimento, em especial pela sua acção nas células nervosas e do cérebro e pelo valor da sua vitamina E, alfacoterol especialmente activo uma vez que os tocoferois têm actividade precisamente sob a forma alta. Em cardiologia e sector cerebro-vascular: É eicaz como medida preventiva e curativa. Contrariamente às gorduras animais saturadas, reduz o excesso de colesterol sanguíneo: directamente pela sua associação lípidica parecida ao fruto, e directamente pela sua acção estimulante sobre a secreção da bílis, cuja função é precisamente destruir as gorduras saponiicando-as e tornar solúveis os elementos que podem obtruir os iltros capilares. É o azeite tipo(no qual prevalecem os ácidos gordos monoinsaturados) necessário na dieta preventiva de doenças cardiovasculares chamada « de distribuição por terços». O azeite e a beleza Nutre a pele, protege-a, suaviza-a, conserva a juventude do corpo e da cara. Desde a antiguidade continua a usar-se em ungentos, banhos, massagens, máscaras de beleza ou champus. O azeite velho recomenda-se para aquecer o corpo, provocar a transpiração, disolver os humores e dissipar a letargia. Posto na boca, conserva a brancura dos dentes e fortiica as gengivas. A oleoterapia, demasiado esquecida, merece ser defendida, ensinada e praticada. Acelera a corrente sanguínea, dá dinamismo ao organismo, arma-o contra a toxemia. O azeite e a cozinha O azeite suporta muito bem as frituras: a sua temperatura «crítica» é de 210º a 220º, o que permite todas as formas de cozinhamento. O ponto de fusão do azeite é de 5º a 7º: daí a sua boa digestabilidade. As suas virtudes nutritivas, digestivas, gustativas exaltam-se melhor, evidentemente, em crú. Conservando-o à volta dos 18º ao abrigo da luz. Podem-se juntar diferentes aromatizantes(alho, cebola, nós moscada, tomilho, louro...) e desta forma ter à mão azeites dos mais diversos sabores e dietéticos. 18 JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro Fri-luso Amendoeiras Durante os meses de fevereiro e março as amendoeiras em lor proporcionam um espetáculo de cores que se estende pelos vales do Douro. A paisagem envolvente adquire tons mais claros, transmitindo uma sensação de paz e deslumbrando qualquer pessoa. Os primeiros botões de lor de amendoeira desabrocham um mês antes da primavera, anunciando, sem demoras, a estação mais lorida. Desde a segunda semana de fevereiro até aos primeiros dias de março as amendoeiras lorescem e o Douro adquire uma imagem nova, mais colorida, pura e serena. Os vales despidos pelo Inverno adquirem uma nova roupagem em tons branco e rosa. A amêndoa é um dos frutos mais produzidos na região do Douro, principalmente nos concelhos de Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro, Torre de Moncorvo e Vila Nova de Foz Côa, que se inserem na Rota das Amendoeiras. Como forma de festejar o belo fenómeno natural, estes concelhos organizam várias festividades durante aquela época, por forma a que esta bela região repleta de árvores loridas não passe despercebida a ninguém. Em Freixo de Espada à Cinta realizam-se a Feira Transfronteiriça das Arribas do Douro e a Festa dos Gostos e Saberes, onde é ressalvado o artesanato regional e ibérico. Em Mogadouro a festa começa, também, no inal de fevereiro com a Feira Franca de Produtos da Terra. As festividades prolongam-se durante o mês de março com o Encontro de Pauliteiros do Concelho de Mogadouro, o Festival de Folclore das Amendoeiras já em Março e um percurso de BTT pelas Amendoeiras. Em Torre de Moncorvo não falta animação musical, além da Feira de Produtos da Terra e Stock. Vila Nova de Foz Côa acolhe várias atividades de crosse, em torno dos campos de amendoeiras em lor, para além do Festival de Folclore, Feira Franca, Passeio de Cicloturismo. Reza a lenda que as amendoeiras surgiram em Portugal, antes de este ser reino, no tempo dos mouros. O jovem rei Ibn-Almundim terá sido o responsável por tal cultivo, pois queria agradar a sua princesa nórdica, que sentia saudades da neve da sua terra Natal. Quando as amendoeiras lorescem assemelham-se a um manto de neve que cobre o horizonte, com a vantagem de não serem frias e de aromatizarem o ar, com o doce perfume que anuncia a Primavera. Douro Valley Lenda das Amendoeiras em Flor Há muitos e muitos séculos, antes de Portugal existir e quando o Al-Gharb pertencia aos árabes, reinava em Chelb, a futura Silves, o famoso e jovem rei Ibn-Almundim que nunca tinha conhecido uma derrota. Um dia, entre os prisioneiros de uma batalha, viu a linda Gilda, uma princesa loira de olhos azuis e porte altivo. Impressionado, o rei mouro deu-lhe a liberdade, conquistou-lhe progressivamente a coniança e um dia confessou-lhe o seu amor e pediu-lhe para ser sua mulher. Foram felizes durante algum tempo, mas um dia a bela princesa do Norte caiu doente sem razão aparente. Um velho cativo das terras do Norte pediu para ser recebido pelo desesperado rei e revelou-lhe que a princesa sofria de nostalgia da neve do seu país distante. A solução estava ao alcance do rei mouro, pois bastaria mandar plantar por todo o seu reino muitas amendoeiras que quando lorissem as suas brancas lores dariam à princesa a ilusão da neve e ela icaria curada da sua saudade. Na Primavera seguinte, o rei levou Gilda à janela do terraço do castelo e a princesa sentiu que as suas forças regressavam ao ver aquela visão indiscritível das lores brancas que se estendiam sob o seu olhar. O rei mouro e a princesa viveram longos anos de um intenso amor esperando ansiosos, ano após ano, a Primavera que trazia o maravilhoso espectáculo das amendoeiras em lor. Contacto: e-mail: [email protected] Fri-luso JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro 19 SÃO VALENTIM Ente os santos populares E os grandes da liturgia Destacam-se nos altares Alguns com grande valia Mas também é bem verdade Que alguns menos badalados Com a sua santidade São por todos bem-amados CANTO À AMIZADE As Amizades sinceras Nunca falsas nem ingidas São constantes primaveras A lorir as nossas vidas… Entre eles há um santo Que no mundo faz fulgor Torna a vida um encanto Quando se trata de amor Euclides Cavaco Ele é o São Valentim Que nos amores enredados Intercede e faz assim Dois felizes namorados GLOSA “As Amizades sinceras” Todos as devem guardar, Não como simples quimeras. Mas bem dignas de estimar. É patrono do amor Ele ama o mundo inteiro E o povo dá-lhe valor Em meados de fevereiro São afeições prestimosas “Nunca falsas nem ingidas” Que perfumam como as rosas, Se ao nosso peito cingidas. O comércio aproveitou Este santo do amor Para incitar a comprar A prendinha com primor Entre todas e as mais veras, Permanecendo viçosas, “São constantes primaveras” A pôr as almas ditosas! Amizades que envelhecem, Jamais se querem perdidas; São as que mais aparecem “A lorir as nossas vidas…” Clarisse Barata Sanches – Góis - Portugal RONALDO O MIÚDO QUE VENCEU TUDO, COM EMPENHO GRAÚDO No que diz respeito ao empenho, ao compromisso, Ao esforço, à dedicação, não existe meio-termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz. Ayrton Senna É uma boa ocasião E grande oportunidade P’ra mostrar sua paixão À sua cara-metade E levados pela mão Do santo do amor sem im Sentimos o coração Inundado de paixão Graças a São Valentim Fernando Marçal – Rio Tinto Olhos Negros Por teus olhos negros, negros, Trago eu negro o coração, De tanto pedir-lhe amores... E eles a dizer que não. E mais não quero outros olhos, Negros, negros como são; Que os azuis dão muita esp’rança Mas iar-me eu neles, não. Só negros, negros os quero; Que, em lhes chegando a paixão, Se um dia disserem sim... Nunca mais dizem que não. Almeida Garrett Competências são atributos pessoais que distinguem Pessoas de alta performance de outras, num mesmo trabalho L. Trindade São Valentim CRISTIANO RONALDO, no séc’lo Vinte Um É o astro unigénito, no mundo do futebol; Seu nome, creio que já chegou…lua e sol Como ele, não há, nunca houve, nenhum! No dia de São Valentim Dão-se beijos e abraços Fugimos para um jardim Unimos nossos lábios! Três bolas d’ouro, bateu todos record’s, é, o rol Co’o mundo aos seus pés, REAL é, número um, Ídolo da juventude, cujo valor é incomum, Não há prémios e preitos que não descol’! Num ambiente de Jasmim Adormecemos no amor Perdemos o nosso latim Sentimos apenas calor! Em popularidade vence EUSÉBIO e PELÉ, Já esgotaram os elogios a dizer o que ele é, Que levou o nome de Portugal a todo mundo…. Os pares muito juntinhos Parecem ser um só corpo Dois seres adormecidos Esquecendo o subcorpo! Como não há outro astro é, foi natural, A estátua gigante lá na sua terra, Funchal, Eis o Menino D’OURO português, bem rotundo! Nelson Fontes Carvalho AMORA == BELVERDE Inspiraram os meus versos Com seus olhares cândidos Talvez derivado aos anos Sempre jovens lorescidos! Jorge Vicente - Suisse Fri-luso JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro 20 21 JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Fevereiro Fri-luso Andares, moradias terrenos em diversos pontos de Portugal Tel. 026 402 21 56 ** Andares T2 T3 T4 c/ garagem. (Á beira mar) Cascais - Algarve diversas regiões ** Garantimos empréstimos Tel. 026 402 21 56 Natel: 076 383 55 44 PRO-MASSAGENS - Massoterapia clínica a domicílio ou consultório. 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