A.3.2 - Ensino de Física. O uso do desenho como recurso avaliativo longitudinal da compreensão das representações, propriedades e interações do par pósitron-elétron no Modelo Padrão de Partículas. Leidi K. Giehl1, Paulo S. de Camargo Filho2, Carlos E. Laburú3 1. Estudante de Física – Licenciatura da Universidade Federal da Fronteira Sul, UFFS, Realeza/PR * [email protected] 2. Pesquisador do Depto.de Física da Universidade Federal da Fronteira Sul, UFFS, Realeza/PR 3. Pesquisador do Depto.de Física da Universidade Estadual de Londrina, UEL, Londrina/PR Palavras Chave: Múltiplas Representações, Física de Partículas, Ensino Médio. Introdução Os aprendizes de ciências deveriam ser desafiados a desenhar mais? Foi a partir deste questionamento que Ainsworth, Prain e Tytler (2011) fundamentaram cinco razões pelas quais o desenho deve ser explicitamente reconhecido ao lado da escrita, leitura e fala como um elemento-chave na educação científica: (1) Desenhar para melhorar o engajamento; (2) desenhar para aprender a representar cientificamente; (3) desenhar para raciocinar cientificamente; (4) desenho como estratégia de aprendizagem; (5) desenho como forma de comunicação. Para esses autores, no entanto, os alunos nas aulas de ciências tem focado principalmente em interpretar representações visuais de outras pessoas. Mesmo quando os estudantes constroem representações visuais em sala de aula, é raro que sejam sistematicamente incentivados a criar suas próprias formas visuais para desenvolver e mostrar compreensão científica. Nesse sentido, este estudo abordou o uso do desenho como recurso avaliativo da evolução da aprendizagem do Modelo Padrão da Física de Partículas (Figura 1), em especial, o par partículaantipartícula elétron-pósitron. Portanto, nesse estudo os desenhos à mão livre foram usados como uma forma de acompanhar como os alunos criam modelos e explicam interações fundamentais da matéria de modo que esses registros, fornecessem feedback ao longo do tempo. O estudo longitudinal (WHITE; ARZI, 2005) proposto para esta investigação foi escolhido em virtude de ser um método de pesquisa mais adequado para avaliar a evolução da aprendizagem em dois momentos distintos, denominados Avaliação Diagnóstica 1 (AD1 - pré-teste) e Avaliação Diagnóstica 2 (AD2 - pós-teste). Figura 1. O Modelo Padrão da Física de Partículas. É importante destacar que este estudo insere-se em uma investigação que explorou o potencial didático de uma estratégia de ensino que aborda o Modelo Padrão da Física de Partículas no Ensino Médio. Em linhas gerais, a estratégia ampara-se no modelo de ensino por meio de multimodos e múltiplas representações, a qual tem por objetivo proporcionar aos alunos um leque de oportunidades para construir o conceito científico do Modelo Padrão de Partículas. A física de partículas é um ramo da física que estuda a natureza das partículas que são os constituintes do que é usualmente referido como matéria - partículas com massa; e radiação - partículas sem massa. No entendimento atual, as partículas são excitações de campos quânticos e interagem conforme sua dinâmica. Conceitua-se que antipartícula é a denominação que se utiliza para partículas consideradas elementares pela física e que apresentam a mesma massa, spin e paridade de uma partícula. Porém, sua carga elétrica, número bariônico, número leptônico e números quânticos de estranheza, força trifônica, opostos. Nota-se que para cada partícula corresponde uma antipartícula, sendo que os pares partícula-antipartícula pode aniquilar uns aos outros, produzindo fótons, uma vez que as cargas de que a partícula e antipartícula são opostas, carga total é conservada. Resultados e Discussão A análise conceitual dos desenhos desenvolvidos nos dois momentos de avaliação (AD1 e AD2) mostram que o desenho foi fundamental para gerar, justificar e refinar as representações dos pares elétron-pósitron, mostrando sua evolução e profundidade de compreensão. Isto foi possível pois foram explorados os três papéis principais que as Múltiplas Representações (AINSWORTH, 1999) desempenham na compreensão de determinado objeto de estudo – complementar, restringir e construir uma interpretação mais profunda. Conclusões Os resultados desse trabalho corroboram com vários programas de pesquisa focados no desenho no ensino de ciências e, em especial, no Ensino de Física. A proposta de ensino da qual este estudo tomou parte incentivou os estudantes a aprofundar a sua compreensão do propósito seletivo das escolhas de representação, assim como estimulou os mesmos a aprofundarem-se no conteúdo de Física de Partículas Elementares de uma forma mais atrativa utilizando recursos semióticos como ilustrações, simulações e jogos que possa tornar os conceitos envolvidos como algo plausível para o nível de ensino proposto, explicitando o que são as partículas elementares, o que estas representam, e como podemos entendê-las e compreendê-las como parte de nosso universo. Agradecimentos CAPES e CNPq. ____________________ ABDALLA, B.C. Maria. O Discreto Charme das Partículas Elementares. São Paulo: Editora UNESP, 2006. AINSWORTH, S. The functions of multiple representations. Computers & Education, v. 33, p. 131–152, 1999. AINSWORTH, S., PRAIN, V., TYTLER, R. Drawing to Learn in Science. Science, v. 33, n. 6046, p. 1096-1097, 2011 WHITE, R. & ARZI, H. Longitudinal Studies: Designs, Validity, Practicality, and Value. Research in Science Education, v. 35, n. 1, p. 137-149, 2005. 67ª Reunião Anual da SBPC