IX Congresso Brasileiro de Análise Térmica e Calorimetria 09 a 12 de novembro de 2014 – Serra Negra – SP - Brasil Desenvolvimento e caracterização físico-química de membranas de gelatina contendo ácido úsnico e nanopartículas de prata Luciana G. B. Teixeira, Paula S. Nunes, Maria Joseli M. Jesus, Anny Kelly T. Jesus, Bruna M. H. Souza, Polliana B. P. Santos, José Joatan R. Júnior, Mairim R. Serafini, Paula P. Menezes, Adriano A. S. Araújo Resumo A gelatina e o colágeno têm sido amplamente utilizados em biomateriais, permitindo a incorporação de fármacos e desenvolvimento de sistemas de liberação controlada. O ácido úsnico é o metabólito liquênico mais estudado e apresenta propriedades biológicas importantes. Além disso, atua diretamente sobre a cicatrização de feridas provocadas por queimaduras. A eficácia da prata como agente antimicrobiano em queimaduras já foi comprovada e com o uso da nanotecnologia é possível aumentar ainda mais o seu efeito. Nessa perspectiva, o objetivo deste estudo foi desenvolver e caracterizar físico-quimicamente membranas bioativas de gelatina contendo ácido úsnico e nanopartículas de prata. Inicialmente as membranas foram analisadas quanto a resistência à tração (TS), alongamento (E), módulo de Young (YM) e capacidade de intumescimento. Posteriormente, foram feitas caracterizações por calorimetria exploratória diferencial (DSC), termogravimetria/termogravimetria derivada (TG/DTG), espectrofotometria de absorção na região do infravermelho (FTIR) e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Bandas similares entre as membranas foram observadas, indicando que a polimerização não afetou a estabilidade do fármaco. Da mesma forma, a termogravimetria e as curvas DSC também se mostraram bastante semelhantes. As micrografias analisadas por MEV sugerem que os cortes das membranas contendo nanopartículas de prata apresentam uma constituição mais uniforme. Estes resultados corroboram com os achados mecânicos e capacidade de absorção de água. Palavras chaves: Ácido úsnico, Cicatrização, Colágeno, Queimaduras cutâneas, Nanopartículas de prata. 1. Introdução As queimaduras constituem um dos traumas mais graves que pode atingir o ser humano, visto que provoca uma resposta metabólica intensa, com repercussões sistêmicas [1]. O colágeno e a gelatina podem ser utilizados como biomateriais pela sua excelente biocompatibilidade e biodegradabilidade [2]. O ácido úsnico é um derivado de líquens extensamente pesquisado principalmente devido aos seus efeitos anti-inflamatório, antioxidante e antimicrobiano [3]. Sistema ácido úsnico/lipossoma é uma excelente estratégia para superar a baixa solubilidade do composto em água, aumentar a absorção cutânea e promover a sua liberação controlada [4]. Associadamente, a nanotecnologia permite desenvolver produtos com características terapêuticas interessantes e melhorar a tolerância tecidual. Dentre os compostos com atividade bactericida, a prata é, provavelmente, a mais utilizada e efetiva em caso de queimaduras [5]. Nesta perspectiva, esse projeto é justificado pela busca de um produto inovador que atue frente ao controle da proliferação de microorganismos e acelere as etapas da cicatrização, além de ser biocompatível, biodegradável e de baixo custo para o tratamento de pacientes queimados. 2. Material e Métodos 2.1. Materiais Para a preparação das membranas foi utilizado (+)-ácido úsnico Sigma-Aldrich (98%, cód. MKBC3299) e gelatina em pó (fornecedor NP Comércio de produtos alimentícios, lote LFP 9766). Para o preparo dos lipossomas, foi utilizado fosfatidilcolina a 75%, (Lipoid GMBH 75% Lote 776095-1). As nanopartículas de prata foram preparadas no Departamento de Física da UFS, a partir de um colóide composto de citrato de sódio, nitrato de prata e água destilada. O colóide formado possui nanopartículas de prata com tamanhos que variam de 60 a 200 nanômetros, para essa pesquisa ele foi denominado coloide A. Parte dele foi submetido ao tratamento com laser para a obtenção de nanopartículas ainda menores, com cerca de 10 nm, este foi chamado colóide B. 2.2. Preparo das membranas Foram desenvolvidos três tipos de membranas: membranas contendo gelatina/ácido úsnico/lipossoma (AUL) e membranas contendo gelatina/ácido úsnico/lipossoma e nanopartículas de prata (A - aproximadamente 10 nm e B - aproximadamente 60 nm). Para o preparo da membrana GEL/LIP utilizou-se uma solução contendo 1 g de gelatina em pó em 0,2 g do plastificante propilenoglicol dispersos em 60 mL de ácido acético 0,5 mol/L e deixou-se em agitação branda por 12 horas. Os lipossomas foram preparados em um balão de fundo redondo dissolvendo 270 mg de IX Congresso Brasileiro de Análise Térmica e Calorimetria 09 a 12 de novembro de 2014 – Serra Negra – SP - Brasil fosfatidilcolina a 75%, em 30 mL de clorofórmio. Essa solução foi sonicada durante 5 minutos e em seguida submetida à rota-evaporação. Após o solvente ter sido evaporado, o balão foi mantido na capela por 12 horas para que o solvente pudesse volatilizar completamente. Após esse tempo é possível visualizar a formação de um filme lipídico no fundo do balão. Este foi ressuspenso com 40 mL de água destilada e colocado por 30 minutos em ultrassom. Depois verteu-se essa solução no béquer contendo a gelatina e deixou-se agitando por mais 12 horas. Para obtenção da membrana bioativa, foi utilizado o método denominado "casting”, que consiste em verter a dispersão aquosa do polímero em suportes adequados. Sendo assim, a solução formada foi vertida em placas de petri, com 30 mL cada placa, e colocados à temperatura ambiente até a secagem. O processo de obtenção da membrana contendo ácido úsnico a 1% foi semelhante ao processo de obtenção da membrana GEL/LIP. A etapa de diferenciação foi realizada a partir do acréscimo de 10 mg de ácido úsnico, respectivamente, no momento inicial do preparo dos lipossomas. Já para a confecção da membrana com nanopartículas de prata utilizou-se o mesmo processo, porém no momento da mistura do lipossoma com a gelatina a solução gelatina/ácido úsnico/lipossoma (AUL) foi dividida em béquers e diferentes quantidades dos coloides de nanopartículas de prata foram adicionadas. As quantidades utilizadas foram 1, 3 e 5 mL de solução contendo nanopartículas de prata (A e B), respectivamente. 2.3. Análise térmica As membranas foram caracterizadas por calorimetria exploratória diferencial (DSC) e termogravimetria/termogravimetria derivada (TG/DTG). As curvas DSC e TG/DTG foram obtidas na faixa de temperatura entre 25-500°C e 25-900°C, respectivamente, utilizando equipamento da Shimadzu DSC-60 e TGA-60, sob atmosfera dinâmica de nitrogênio (100 mL/min), razão de aquecimento de 10°C/min, utilizando cápsula de alumínio (DSC) e platina (TG/DTG) contendo aproximadamente 2 mg de amostra. Os equipamentos foram previamente calibrados e/ou verificados antes dos ensaios no eixo de temperatura utilizando padrão de oxalato de cálcio com pureza de 99,99%, no caso da TG, e índio metálico no caso do DSC. 2.4. Espectroscopia de absorção na região do infravermelho (FTIR) Os espectros de absorção na região do infravermelho foram obtidos no comprimento de onda de 4000500 cm-1, na forma de filmes utilizando sistema de ATR, utilizando equipamento FTIR-Shimadzu modelo IRTracer-100, em temperatura ambiente. 2.5. Microscopia eletrônica de varredura (MEV) As amostras da α-β-CD, MF, MA e CE foram montadas em stubs de alumínio, posteriormente metalizados com feixes de ouro e visualizadas em um microscópio eletrônico (JEOL modelo JSM-6390LV) em aceleração de voltagem de 12 kV. 2.6 Capacidade de intumescimento O intumescimento das membranas foi medido pela técnica de imersão, segundo o método descrito por Hasani-Sadrabadi e colaboradores (2011). As membranas com área de 2x2 cm 2 foram imersas em tampão fosfato pH 7,4 com temperatura do meio de 37 ± 2°C. As amostras foram pesadas antes e após o intumescimento com o fluido, avaliadas em diferentes tempos (0, 20, 40, 60, 90, 120, 180 e 240 minutos). Após cada tempo, as amostras foram retiradas do meio e o excesso de líquido da superfície foi removido com o auxílio de papel filtro e posteriormente pesadas. A quantidade de líquido absorvido pelas amostras foi expressa em ganho de massa em gramas e percentual de ganho de peso. Todas as medidas foram realizadas em triplicata. 2.7 Ensaios Mecânicos Os ensaios mecânicos foram realizados utilizando um analisador de textura (TAXT-Stable Micro System). A resistência à tração (TS), alongamento (E) e módulo de Young (YM) foram determinados utilizando amostras das membranas de 25 mm x 10 mm em conformidade com a norma ASTM D882 (ASTM, 1995). 3. Resultados e Discussão Sistemas contendo ácido úsnico/lipossomas adicionados a nanopartículas de prata mostram-se promissores para o desenvolvimento de membranas para o tratamento de queimaduras devido as suas IX Congresso Brasileiro de Análise Térmica e Calorimetria 09 a 12 de novembro de 2014 – Serra Negra – SP - Brasil propriedades cicatrizantes e antimicrobianas. As membranas produzidas nesse trabalho mostraram-se finas, de superfície regular, levemente amareladas, moderada opacidade e boa flexibilidade. Os resultados de TG mostraram-se similares entre todas as membranas, sendo caracterizados por três perdas de massa nas seguintes faixas de temperatura: 25-150°C, 150°-435°C e 435-600°C, com percentuais aproximados de 10, 61 e 5%, respectivamente. Comparando-se o percentual total de perda de massa entre as membranas contendo prata e a membrana controle contendo apenas ácido úsnico pode-se observar uma diferença em torno de 2% da perda de massa total. Nas curvas TG também observou-se diferença no teor de umidade entre a membrana controle (m= 10,6%) e as membranas com prata (m= 8,2%) (Figura 1). Da mesma forma que a termogravimetria, as curvas DSC também se mostraram bastante semelhantes. Pequenas diferenças foram observadas principalmente na comparação entre o grupo controle (contendo apenas ácido úsnico) e os grupos contendo nanopartículas de prata. Assim como a TG, pode-se observar na membrana controle um evento endotérmico mais evidente caracterizando maior quantidade de água (Figura 2). Fig. 1. Curva TG/DTG das membranas na razão de aquecimento de 10oC.min-1 em atmosfera de nitrogênio. Fig. 2. Curvas DSC das membranas na razão de aquecimento de 10oC.min-1 em atmosfera de nitrogênio. Os espectros de FTIR do ácido úsnico livre e membranas contendo nanopartículas de prata são descritos na Figura 3 para fins de comparação. A banda em 1629 cm-1 refere-se a grupos conjugados e grupos doadores de elétrons em anéis aromáticos. Nesta banda é possível verificar um deslocamento maior do pico na região espectral em virtude de ligações entre o átomo de prata e a proteína presente na matriz da membrana, principalmente na concentração de 5 mL (B). De maneira geral, o perfil dos espectros em ATR são similares aqueles da matriz inerte contendo apenas ácido úsnico (AUL), o que sugere que a incorporação de nanopartículas de prata não afetou a estabilidade química das membranas. Fig. 3 Espectro de absorção da região do infravermelho. 1A, 3A e 5A - 1, 3 e 5 mL de nanopartículas de prata com 60 nm, respectivamente. 1B, 3B e 5B – 1, 3 e 5mL de nanopartículas de prata com 10 nm, respectivamente. As micrografias analisadas por MEV são apresentadas na Fig. 4. As imagens demonstraram estruturas densas, típicas de membranas contendo proteínas, como já visto em membranas com proteínas de amaranto [6]. No estudo descrito por Nunes et al., 2010, membranas contendo colágeno e ácido úsnico também revelaram densidade e formações porosas difusas no material. IX Congresso Brasileiro de Análise Térmica e Calorimetria 09 a 12 de novembro de 2014 – Serra Negra – SP - Brasil Por fim é possível notar que os cortes das membranas contendo nanopartículas com 10 nm, 1B, 3B e 5B sugerem uma constituição mais uniforme, quando comparadas às membranas com nanopartículas de prata maiores, ou seja, 60 nm. Vimala et al., 2010 caracterizaram compostos de curcumina e quitosana e, do mesmo modo, as membranas com prata mostraram-se mais homogêneas. AUL 1B 3B 5B 1A 3A 5A Fig. 4. Microscopia eletrônica de varredura da superfície das membranas 1A, 3A e 5A (1, 3 e 5 mL de nanopartículas de prata com 60 nm) e 1B, 3B e 5B (1, 3 e 5 mL de nanopartículas de prata com 10 nm). A capacidade de intumescimento é um dos parâmatros mais importantes de uma membrana que apresenta como característica promover ação antibacteriana, cicatrizante e preservação do ambiente da pele, principalmente esta última que diz respeito a sua capacidade em reter água. Essa habilidade permite a absorção de moderada quantidade do exsudato da ferida, o que auxilia e acelera a cicatrização da pele [7]. O grau de intumescimento foi aplicado neste estudo para determinar o nível de hidratação das membranas obtidas. Esses ensaios demonstraram, conforme a Figura 5 que o comportamento das membranas produzidas foi semelhante, e sofreu influência do meio. As membranas iniciaram o intumescimento após a imersão com ganho de massa em aproximadamente 400% e 800%. A maioria das membranas mantiveram intumescimento ascendente, havendo ganho de massa gradativo e controlado em relação à massa inicial durante todo o ensaio. Porém, a membrana 1 mL (A) apresentou uma curva em cerca de 50 minutos, que indica perda de massa rápida, que se mantém por mais ~ 100 minutos de teste. Além disso, é possível notar que a membrana correspondente a 1 mL (B) apresenta menor grau de intumescimento dentre as demais. No entanto, podemos sugerir que a adição da nanopartícula de prata na membrana de gelatina propiciou aumento da capacidade de intumescimento, provavelmente pela presença de grupos hidrofílicos adicionais ao colágeno hidrolisado - gelatina, indicando a incorporação do composto utilizado. Essa condição também é sugestiva de ocorrer aumento de área ativa disponível na malha polimérica, facilitando a absorção da água pelos grupos químicos hidrofílicos. Segundo Assis e Albertini, 2010, à medida que aumentam as interações água – polímero, as forças de interação entre as cadeias poliméricas diminuem. As cadeias, então, apresentam maior mobilidade. Numa observação macroscópica do processo de intumescimento, a velocidade de penetração da água no sistema matricial condiciona o modo de liberação do fármaco. Labouta e Schneider, 2013 afirmaram que curativos para cicatrização de feridas incorporados a nanopartículas de prata apresentam a vantagem de proporcionar liberação controlada e prolongada da prata a área da ferida. IX Congresso Brasileiro de Análise Térmica e Calorimetria 09 a 12 de novembro de 2014 – Serra Negra – SP - Brasil Figura 5. Capacidade de intumescimento de membranas contendo ácido úsnico e nanopartículas de prata. 1A, 3A e 5A (1, 3 e 5 mL de nanopartículas de prata com 60 nm) e 1B, 3B e 5B (1, 3 e 5 mL de nanopartículas de prata com 10 nm). O modelo de ensaio mecânico foi realizado com as membranas contendo nanopartículas de prata. As Tabelas 1 e 2 ilustram, esquematicamente, que a medida que se aumenta a concentração de prata nas membranas aumenta-se também sua espessura. Os valores que se referem ao alongamento não mostraram diferenças significativas entre as membranas dentro de um mesmo grupo para diferentes concentrações de prata. Em relação a tensão foi observada apenas diferença significativa para a membrana que utilizou 1 mL da solução contendo nanopartículas de prata com 60 nm no mesmo grupo, essa diferença refletiu também no módulo de Young. Tabela 1. Comparação entre os parâmetros de avaliação mecânica quanto à concentração de prata no grupo utilizando nanopartículas de prata em torno de 60 nm. Espessura (mm) Alongamento (µm) Tensão (MPa) Módulo de Young (MPa) 1A 0,044 ± 0,010# 1,133 ± 0,504 64,731 ± 8,606# 473,400 ± 92,088# # * 3A 0,045 ± 0,003 0,837 ± 0,515 24,770 ± 12,26 321,124 ± 77,195#* * * 5A 0,063 ± 0,005 1,175 ± 0,148 28,811 ± 3,132 247,496 ± 30,454* Tabela 2. Comparação entre os parâmetros de avaliação mecânica quanto à concentração de prata no grupo utilizando nanopartículas de prata em torno de 10 nm. 1B 3B 5B Espessura (mm) 0,048 ± 0,005# 0,049 ± 0,010# 0,061 ± 0,008* Alongamento (µm) 1,525 ± 0,9794 1,337 ± 0,611 1,137 ± 0,966 Tensão (MPa) 33,574 ± 11,976 33,465 ± 10,705 18,765 ± 9,3972 Módulo de Young (MPa) 255,116 ± 80,207 278,463 ± 76,238 254,681 ± 201,49 A Tabela 3 mostra que os resultados obtidos a partir da comparação entre os diferentes tamanhos de nanopartículas de prata para uma mesma concentração, ou seja, 1 mL x 1 mL, por exemplo, é possível verificar que houve diferença significativa apenas entre tensão e módulo de Young para as membranas que utilizaram 1 mL de solução. Tabela 3. Comparação entre os parâmetros de avaliação mecânica quanto à concentração de prata entre os grupos utilizando nanopartículas de prata com 60 e 10 nm. 1A 1B Espessura (mm) 0,0449 ± 0,0107 0,0487 ± 0,0058 Alongamento (µm) 1,1333 ± 0,5046 1,5250 ± 0,9794 Tensão (MPa) 64,7315 ± 8,6064# 33,5748 ± 11,9764* Módulo de Young (MPa) 473,4003 ± 92,0884# 255,1169 ± 80,2073* 3A 3B 0,0450 ± 0,0038 0,0498 ± 0,0100 0,8375 ± 0,5153 1,3375 ± 0,6116 24,7708 ± 12,2673 33,4658 ± 10,7059 321,1245 ± 77,1957 278,4638 ± 76,2386 5A 5B 0,0636 ± 0,0059 0,0616 ± 0,0081 1,1750 ± 0,1488 1,1375 ± 0,9665 28,8110 ± 3,1327 18,7656 ± 9,3972 247,4968 ± 30,4549 254,6812 ± 201,4998 Vimala et al., 2010 afirmaram que polímeros naturais tem aplicabilidade limitada para o tratamento de queimaduras em virtude de suas pobres propriedades mecânicas. Porém, seu estudo utilizando membranas de curcumina incorporada em quitosana e nanopartículas de prata mostraram melhor resistência mecânica quando esses compostos foram associados. IX Congresso Brasileiro de Análise Térmica e Calorimetria 09 a 12 de novembro de 2014 – Serra Negra – SP - Brasil 4. Conclusão O presente estudo demonstra um método promissor para o desenvolvimento de membranas que combinam nanopartículas de prata a um composto natural, o ácido úsnico, o qual nos fez encontrar um potencial agente antimicrobiano e cicatrizante. É possível afirmar que as nanopartículas foram incorporadas ao polímero como visto na análise térmica e imagens colhidas por microscopia eletrônica de varredura. Os análogos dos compostos utilizados foram observados no espectro do infravermelho, indicando a presença dos fármacos no sistema. Além disso, as membranas expressam boa resistência mecância e eficaz capacidade de absorção de água. No entanto, novos estudos são necessários para avaliar concluir as etapas de caracterização e iniciar os testes de avaliação do efeito biológico. Agradecimentos Agradecemos a CAPES, CNPq, e FAPITEC/SE pelo suporte financeiro nesta pesquisa. Ao apoio dos professores Dra. Maria Lúcia Vieira Moreno, Dr. Cláudio Pereira Figueira e a Profa. Adriana Lanfredi Rangel pelas imagens da MEV obtidas no Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz da Fundação Oswaldo CruzFIOCRUZ, Salvador. Referências [1] Bayram, Y.; Parlak, M.; Aypak C. Bayram, I.Three-year Review of Bacteriological Profile and Antibiogram of Burn Wound Isolates in Van, Turkey Int. J. Med. Sci. 10, 19-23, 2013. [2] Abou Neel, E. A. et al. Collagen – Emerging collagen based therapies hit tha patient. Advanced Drug Delivery Reviews. Elsevier. 2012. [3] Song, Y.; Dai, F.; Zhai, D.; Dong, Y.; Zhang, J.; Lu, B.; Liu, M.; Yi, Z. Usnic acid inhibits breast tumor angiogenesis and growth by suppressing Vegfr2-mediated AKT and ERK1/2 signaling pathways. Angiogenesis 15, 421–432, 2012. [4] Nunes, P.S.; Bezerra, M.S.; Albuquerque-Júnior, R.L.C.; Cavalcante, D.R.R.; Dantas, M.D.M., Cardoso, J.C.; Souza, J.C.C.; Serafini, M.S.; Quintans-Jr, L.J., Bonjardim, L.R., Araújo, A.S.A. 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