PROPOSTA DE SESSÃO DIRIGIDA Título NOVAS ABORDAGENS PEDAGÓGICAS E ATIVIDADES COMPLEMENTARES NOS CURRÍCULOS COMO PROPOSTAS DE MUDANÇA NA FORMAÇÃO DO ENGENHEIRO Coordenador Nome: Adriana Maria Tonini E-Mail: [email protected] IES: Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – CEFET-MG Formação Titulação: Engenharia Civil – Doutora em Educação Relator Nome: Danilo Pereira Pinto E-Mail: [email protected] IES: Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF Formação Titulação: Engenharia Elétrica – Doutor em Engenharia Elétrica Possíveis Autores que submeteriam trabalhos à SD Autor 01 Nome: Luis Maurício Resende E-Mail: [email protected] IES: Universidade Tecnlógica Federal do Paraná/UTFPR - Campus Ponta Grossa 1 Autor 02 Nome: Washington Luis Vieira da Silva E-Mail: [email protected] IES: Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP Autor 03 Nome: Paula Bamberg E-Mail: [email protected] IES: Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG Autor 04 Nome: Francisco José Gomes E-Mail: [email protected] IES: Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF RESUMO A sessão dirigida proposta visa promover discussões sobre abordagens pedagógicas e Atividades Complementares presentes nos currículos dos cursos de engenharia e como podem ser implementadas de modo a promover uma significativa alteração do perfil do engenheiro a ser formado nas escolas, centros e institutos de engenharia do país. Espera-se com as atividades desta sessão reunir experiências de profissionais que se interessam e dedicam a essa temática para o enriquecimento dos debates e que estes sirvam de ponto de partida para as próximas iniciativas. O resultado desta seção dirigida será divulgado através de um capítulo de livro a ser elaborado pelo coordenador e pelo relator da sessão, baseado nos artigos enviados e aprovados e nos debates realizados. O livro será publicado no COBENGE 2014. 2 INTRODUÇÃO A Resolução 48/76 atendendo aos pressupostos teóricos da Lei 5.540/1968 propunha um currículo baseado em disciplinas da área básica e profissional, voltado para a especialização e com reserva de mercado, oferecia um currículo estruturado, linear e fechado, que privilegiava o cumprimento de crédito na área de ciências exatas e tecnológicas, oferecendo algumas atividades pedagógicas livres que complementavam a formação do engenheiro (TONINI, 2009). Com o advento da nova Lei da Diretrizes e Bases da Educação Nacional promulgada em 21 de dezembro de 1996, Lei nº 9394, novos eixos passam a orientar a organização acadêmica dos cursos, quais sejam: a flexibilização curricular e a avaliação educacional (TONINI, 2009). Nesse contexto da nova Lei 9394/96 são aprovadas, pelo Conselho Nacional de Educação, em abril de 2002, as Diretrizes Curriculares para o Curso de Engenharia, trazendo entre suas indicações a proposição das Atividades Complementares, Art.5º, (TONINI, 2009). As discussões em torno da adequação curricular às proposições das Diretrizes Curriculares Nacionais n° 11/2002 para a engenharia motivaram iniciativas de pesquisa e desenvolvimento pedagógico e metodológico para implementação tanto em cursos já existentes como em novos cursos, em todas as escolas de engenharia do País. As alterações na legislação vêm mudando o foco da organização dos cursos que passam a se orientar pelas competências e habilidades da aprendizagem, inovando as metodologias dos processos de ensino-aprendizagem na formação dos engenheiros e os processos de avaliação do aluno, dos currículos e dos cursos. Torna-se de vital importância a necessidade do Projeto PolíticoPedagógico, a gestão acadêmica dos cursos, as alterações na atuação dos docentes, a incorporação de Atividades Complementares nos currículos dos cursos de engenharia, pois possivelmente alterarão significativamente o perfil do egresso (TONINI, 2009). Apesar da base legal, o que ainda hoje vige, na grande maioria dos cursos de graduação em engenharia, no Brasil, é a visão da relação ensino/aprendizagem baseada na transmissão do conhecimento, na qual o aluno seria um mero agente passivo. A LDB e as DCN buscam mudar essa concepção, quando alteram o foco do processo de ensino/aprendizagem centrando-o no aluno, que passa então a ser agente ativo de sua formação, esperando-se que tenha papel 3 ativo e responsável no processo de aprendizagem, chegando até a definir, inclusive, seu programa de estudos. (Pinto et al 2012). As atividades compelentares apresentam-se como alternativas interessantes para atualização dos currículos dos cursos de engenharia. OBJETIVOS Fomentar discussões sobre as atividades complementares que estão sendo implementadas nos currículos dos cursos de engenharia as Atividades Complementares presentes na resolução 11/2002 (CNE/CES) vêm promovendo a mudança do perfil de formação dos egressos após 2002, para uma formação mais generalista, crítica e reflexiva em oposição aos formados antes de 2002, que apresentam uma formação mais tecnicista, considerando a vinculação da formação as novas demandas voltadas para a organização do trabalho na sociedade. JUSTIFICATIVA Em função dos novos paradigmas da formação profissional, observadas com as alterações curriculares e filosóficas introduzidas com as Atividades Complementares estabelecidas na resolução 11/2002 (CNE/CES), é que a escolha das Atividades Complementares como proposta para a Sessão Dirigida justifica-se, porque, são elas que fazem as mediações sociais entre os conteúdos técnicos e as dimensões generalista, humanística e crítica deste conhecimento na formação do engenheiro. O desafio para a educação em engenharia é implantar formas ativas de construção de conhecimento que aproximem o estudante da ambiência do trabalho real (COMMITTEE, 2005). A metodologia de formação dominante envolve, basicamente, aulas expositivas, complementadas por exercícios numéricos e práticas laboratoriais, que pode se revelar apropriada para equipar os estudantes com conhecimentos factuais e habilidades para solução de problemas, mas é inadequada para desenvolver atributos como valores éticos, comunicação, trabalho em equipe, solução de conflitos, liderança, percepção dos impactos sociais, culturais e ambientais do trabalho profissional, que hoje integram o perfil profissional; esses atributos exigem alternativas para planejamento dos cursos, desenvolvimento do ensino, construção do conhecimento e avaliação do aprendizado 4 (Felder & Brent, 2003). O modelo tradicional centra-se na transmissão de conhecimentos, enquanto as novas abordagens têm o processo de aprendizagem como elemento central e exigem responsabilidade própria do aluno. Ou seja, a escola necessita rever sua prática, pois os métodos atuais de ensino-aprendizagem praticados, na maioria das escolas, não respondem à demanda da pela sociedade (Pinto et all., 2013) RESULTADOS ESPERADOS NA SESSÃO DIRIGIDA Espera-se nesta sessão dirigida que os trabalhos avaliados e aceitos se compatibilizem na proposta para que os organizadores da sessão produzam o Capítulo do livro referente a temática da sessão. Para atingir tal objetivo é preciso que os trabalhos selecionados estejam em consonância com as seguintes temáticas: Metodologias de Aprendizagem; Metodologia de implementação das Atividades Complementares; Metodologia de Avaliação das Atividades Complementares; Atividades complementares nos currículos dos cursos; Novas abordagens pedagógicas; Flexibilização curricular e novos saberes; Identidade e subjetividade do engenheiro. Desse modo, esse Capítulo apresentará propostas para currículos de engenharia de melhor uso desse instrumento curricular como alternativa para a verdadeira mudança pedagógica do ensino de engenharia. CONSIDERAÇÕES FINAIS Construir um currículo nos cursos de engenharia será sempre um grande desafio para os envolvidos nesse processo, porque todos os conteúdos da matriz curricular devem ser pensados e estruturados objetivando a produção do conhecimento, das habilidades, das competências, do atendimento as demandas da sociedade entre outras questões. Conforme TONINI (2009) para atingir esse fim, as Atividades Complementares devem se apresentar nos currículos dos cursos de engenharia como o instrumento curricular de mudança da abordagem pedagógica e devem ser efetivamente incorporadas aos currículos, inclusive com carga horária integralizadora e não mais como atividades extracurriculares como se tem observado na maioria dos projetos político-pedagógicos e nos currículos de cursos de engenharia do País. 5 Assim, a formação e atuação profissional do engenheiro contemporâneo requerem profissionais capazes de transpor a condição de engenheiros com formação apenas tecnicista, mas agregada a essa formação um perfil profissional apto a enfrentar os desafios e problemas que a profissão de engenharia exige, propondo soluções que considerem não somente as tecnicamente corretas, mas as que possam contribuir com o desenvolvimento social mais democrático e igualitário e que contemplem, também, a sustentabilidade das atividades de engenharia para a segurança, o conforto e a saúde dos seres humanos (TONINI, 2009). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Committee on Engineering Education. Educating the Engineer of 2020: Adapting Engineering Education to the New Century Committee on the Engineer of 2020 - Phase II. National Academy of Engineering, 2005. Felder, R. M.; Brent, R.. Designing and Teaching Courses do Satisfy the ABET Engineering Criteria, Journal of Engineering Education, 92(1), pag. 7-25, 2003 Pinto, D. P.; Gomes, F. J.; Carvalho, D.; Hattum-Janssen, N.; Lima, R. M.;. IMPLANTAÇÃO DA ESTRATÉGIA P2BL NA FE/UFJF: RELATO, ANÁLISE E AVALIAÇÃO. Artigo aprovado para apresentação no Project Approaches in Engineering Education – PAEE 2013, Eindhoven - Holanda, julho de 2013 Pinto, D. P.; Gomes, F. J.; Carvalho, D.; Hattum-Janssen, N.; Lima, R. M.;. APRENDIZAGEM ATIVA NA DISCIPLINA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA: UM EXPERIMENTO METODOLÓGICO. Anais: Project Approaches in Engineering Education – PAEE 2012, São Paulo, julho de 2012 TONINI, Adriana Maria; LIMA, M. L. R. Atividades Complementares: Uma Abordagem Pedagógica para Mudar o Ensino de Engenharia. Revista de Ensino de Engenharia, v. 28, p. 36-44, 2009. TONINI, Adriana Maria; Novos Tempos, Novos Rumos para a Engenharia. Ed. FUNDAC, V.01, p. 140, 2009. 6