FLUXO GÊNICO CONTEMPORÂNEO VIA PÓLEN EM Annona crassiflora Mart., UM RECURSO GENÉTICO DO CERRADO Edivaldo Barbosa de Almeida Júnior1; Deisiany Ferreira Neres2; Eduardo Borges Rodrigues1; Lázaro José Chaves3; Mariana Pires de Campos Telles4; Thannya Nascimento Soares4 Doutorandos em Genética e Melhoramento de Plantas – UFG/Goiânia-GO/Brasil. Bolsistas CAPES – email: [email protected]; 2 Graduanda em Engenharia Florestal – UFG/Goiânia-GO/Brasil. Bolsista PIBIC. 3Professor – Setor de Melhoramento de Plantas – Escola de Agronomia – UFG/Goiânia-GO/Brasil. Bolsista de Produtividade em Pesquisa CNPq; 4 Professoras – Laboratório de Genética & Biodiversidade – Instituto de Ciências Biológicas – UFG/Goiânia-GO/Brasil. Bolsistas de Produtividade em Pesquisa CNPq. 1 A espécie A. crassiflora, popularmente conhecida por araticunzeiro é uma árvore nativa do bioma Cerrado. A planta é considerada como recurso genético, em especial devido ao aproveitamento alimentar dos frutos, que são consumidos in natura, ou processados. A espécie é muito interessante para estudos de polinização, pois há uma relação estreita entre os polinizadores e a flor da planta. Os insetos são atraídos pelo odor da flor, que também apresenta termogênese. A câmara floral abriga os besouros durante a noite, que se alimentam das pétalas. Além disso, os insetos podem iniciar uma cópula, o que favorece a polinização. Assim, o objetivo do trabalho é avaliar o fluxo gênico mediado por pólen, em uma população natural de A. crassiflora, usando marcadores SSR. Foram amostradas 460 sementes, além das folhas de 20 árvores matrizes (23 sementes por árvore) e folhas de outras 92 plantas adultas. Todas as árvores foram georreferenciadas. O DNA do material vegetal foi extraído por meio do protocolo CTAB 2% e amplificado via reação em cadeia da polimerase (PCR), com seis pares de iniciadores SSR, marcados com fluorescência. Os fragmentos amplificados foram analisados no ABI 3500 (Applied Biosystems) e os genótipos obtidos no programa GeneMapper. Inicialmente, foi avaliado o nível de variabilidade na população, por meio do número de alelos (A) e diversidade genética (He), além do coeficiente de endogamia (f), estimados no pacote “hierfstat”, em ambiente R. A dispersão de pólen foi avaliada por meio da análise de paternidade, no programa CERVUS, com dois níveis de confiança; estrito de 95% e relaxado de 85%. Os resultados dessa análise foram utilizados, juntamente com os pontos de GPS para calcular a distância dos eventos de polinização, em metros. Além disso, foi construído um histograma com a distribuição da frequência desses eventos, em classes de distâncias. Por fim, foi avaliada a ocorrência de paternidade múltipla nos frutos. O número de alelos por loco variou de 4 a 12, com média 8,5 e total de 51 alelos. Foi observado um índice moderado de diversidade genética (0,628). O coeficiente de endogamia não diferiu estatisticamente de zero (-0,019), o que indica ausência de desvios da panmixia nessa população, considerando o conjunto de locos avaliado. Com as análises de paternidade foi possível identificar o genitor paterno de 25% das sementes com 95% de confiança (estrito) e 38% das sementes com 85% de confiança (relaxado). A distância máxima de dispersão do pólen foi de 360,7 m, com média igual a 131,5 m. O histograma com a distribuição dos eventos de polinização indicou que 71% dos casos de polinização ocorreram em até 160 metros. Foi observada em A. crassiflora a presença de paternidade múltipla. Em média, as sementes de um fruto apresentaram 2,7 genitores paternos. Palavras-chave: análise de paternidade; dispersão de pólen; espécie frutífera; marcadores SSR. Apoio Financeiro: CNPq/MCT/CAPES nº. 564717/2010-0, 563727/2010-1, 563624/2010-8, Universal/CNPq nº 473277/2012-3 e Pronex/FAPEG nº 07/2012.