INOXfinalabrmaijun07.QXD
Qualidade
Novo
Duplex
or
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Maio a l d e
m u n d i ciais e
e
ligas esopxidáveis
aços in
A Ugitech sempre inova e cria
novas soluções para atender
todas as suas necessidades.
Em processo industrial, use a
nova liga duplex com baixo
níquel, por exemplo, o 1.4362
para substituir 316L.
11:57 PM
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Inovação
Rastreabilidade
Baixo
Níquel
Publicação do Núcleo de Desenvolvimento Técnico Mercadológico do Aço Inoxidável (Núcleo Inox) ■ Número 25 ■ Abril/Junho de 2007
ENTREVISTA
PESQUISADOR
COMPROVA QUE,
NA PRODUÇÃO DE
AÇÚCAR, TUBO EM INOX
É A MELHOR SOLUÇÃO
Pronta
Entrega
MERCADO
O USO DO AÇO INOX
NOS SISTEMAS
DE EXAUSTÃO DE
VEÍCULOS A DIESEL
Serviço
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TECNOLOGIA
Nobreart
UGITECH
10/24/07
DICAS DE
MANUTENÇÃO E
LIMPEZA DO INOX
NA ARQUITETURA
Condensador
barométrico
da evaporação da
Usina Sumaúma,
em Alagoas
DOCE
SABOR DO INOX
COM INOX, TROCA DE TUBOS EM EVAPORADORES DE
USINAS DE AÇÚCAR PODE SER ADIADA POR 30 ANOS
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10/25/07
12:05 AM
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curtas
destaque
CRIAÇÃO EM AÇO INOX
Fotos divulgação
Alunas da UFMG desenvolvem projeto de bebedouro em aço inox, ganham nota
máxima na criação e esperam patrocínio para comercialização do produto
NÚMERO 25
ABRIL/JUNHO
2007
2 INOX •ABRIL/JUNHO 2007
Publicação do Núcleo de Desenvolvimento Técnico Mercadológico
do Aço Inoxidável – Núcleo Inox
Av. Brigadeiro Faria Lima, 1234 cjto. 141 – cep 01451-913
São Paulo/SP – Fone (11) 3813-0969 – Fax (11) 3813-1064
[email protected]; www.nucleoinox.org.br
Conselho Editorial: Andrea Prata R. Barbosa, Celio Andrade, Celso
Barbosa, Eduardo H. da Cunha, Francisco Martins, Mayra Lisanti
Gomes e Osmar Donizete José
Coordenação: Arturo Chao Maceiras (Diretor Executivo)
Circulação/distribuição: Liliana Becker
Edição e redação: Ateliê de Textos – Assessoria de Comunicação
Rua Desembargador Euclides de Campos, 55, CEP 05030-050
São Paulo (SP); Telefax (11) 3675-0809;
[email protected]; www.ateliedetextos.com.br
Jornalista responsável: Alzira Hisgail (Mtb 12326)
Redação: Adilson Melendez e Silvana de Carvalho
Publicidade: contato pelo telefone: 3813-0969
ou pelo e-mail: [email protected]
Edição de arte e diagramação: Francisco Milhorança
Serviço de fotolito e impressão: Estilo Hum
Foto da capa: José Roberto de Andrade (Acesita)
A reprodução de textos é livre, desde que citada a fonte.
SEGMENTO
DE ESTRÉIA
O Núcleo Inox e as empresas associadas Acesita S.A., Acesita Serviços-São Paulo, Eletroinox
e Sander Inox participaram, pela primeira vez,
da FCE Pharma, Exposição Internacional de Público visita estande do Núcleo Inox e associados na FCE Pharma
Tecnologia para a Indústria Farmacêutica,
entre 15 e 17 de maio, em São Paulo-SP. Matéria-prima presente em empresa, mais chances do aço inoxidável estar presente", comenta
diversas aplicações da indústria farmacêutica, que dedica atenção Arturo Chao Maceiras, diretor-executivo do Núcleo Inox. A entidade
especial a aspectos relacionados à contaminação de materiais e também marcou presença na 10ª edição da Expocachaça, entre 31
produtos fabricados, o aço inoxidável é o material indicado para uso de maio e 3 de junho, em Belo Horizonte-MG. Ao lado das empresas
na linha de produção – tanques da fabricação de medicamentos e associadas Acesita Serviços-São Paulo, Mecanochemie e Metainox,
cosméticos e demais equipamentos – estendendo a utilização para a associação reforçou a importância do conceito de aplicação do
outras fases do processo de fabricação e armazenamento. "Quanto inox nesse segmento, cujo padrão de qualidade implica, diretamenmais rigoroso é o padrão de qualidade do trabalho realizado por uma te, no uso do material para a fabricação e exportação da bebida.
REVISTA ESCOLA DE MINAS PUBLICA ARTIGOS DO INOX 2006
A comissão organizadora do VIII Seminário Brasileiro do Aço Inoxidável, considerado o
mais importante evento voltado à ciência e tecnologia do inox no Brasil e na América
Latina, ocorrido durante o INOX 2006, fechou uma parceria com a REM - Revista Escola
de Minas, para a divulgação dos trabalhos apresentados no evento. Considerada a mais
tradicional publicação técnico-científica voltada para o setor mínero-metalúrgico da
América do Sul, a edição da REM, janeiro/março de 2007, já está em circulação e traz,
em seu editorial, 24 dos 28 artigos técnicos apresentados no Seminário e cujo conteúdo é um retrato atual das pesquisas e aplicações que envolvem o aço inox.
Para a realização desse trabalho, o Núcleo Inox contou com a colaboração do editor
da revista, Dr. Jório Coelho, que foi responsável pela revisão dos textos adaptando-os às
regras editoriais do periódico indexado. Para a entidade essa iniciativa tem como principal objetivo atrair cada vez mais membros da comunidade acadêmica a participarem do
Seminário. Além disso, propagar entre os assinantes da revista a missão do Núcleo
Inox, que é divulgar os atributos, as propriedades, as vantagens e as possibilidades de
utilização do aço inox em diversos setores da economia brasileira, assim como disseminar as parcerias realizadas com institutos de pesquisa e universidades de todo o
Brasil em prol do desenvolvimento tecnológico.
NOVOS ASSOCIADOS
As empresas Aços Canadá, Astus Medical Tecnology, Cosinox Eletrodomésticos do Brasil, Moziak-MR Design Ind. e Com, S&P Inox e Suprir
Importação e Comércio fazem parte do rol de novos associados do Núcleo Inox.
ABRIL/JUNHO 2007 • INOX 3
Fotos divulgação
podem deteriorar e afetar a qualidade da água e, sobretudo, as
condições higiênicas impressas pelo aço inoxidável em virtude
da superfície extremamente lisa do material. "Fazendo um comparativo com o bebedouro tradicional, o produto em aço inox fica
um pouco mais caro, mas as vantagens em termos de durabilidade, funcionalidade, praticidade e estética tornam essa diferença
desprezível”, afirma Fernanda Duarte.
A parte estética do produto também foi outro ponto importante para a escolha do aço inox. O design se baseou na idéia de
algo suspenso no ar, o que atribuiu um aspecto moderno ao
equipamento em contraposição aos modelos convencionais disponíveis no mercado, geralmente em formato quadrado. As formas curvas do protótipo foram modeladas de maneira que os
componentes internos – motor, serpentina, reservatório etc –
pudessem ser acomodados sem comprometer o funcionamento
do equipamento refrigerado.
Durante o processo de criação do bebedouro, as estudantes
participaram de todas as etapas do desenvolvimento do projeto,
desde a elaboração até a produção do protótipo, observando e,
até mesmo, ajudando na soldagem, cortes e colagem das chapas
de aço inox. “Tivemos um pouco de dificuldade no início, pois os
próprios vendedores de lojas especializadas na produção desses
bebedouros não sabiam nos dizer com clareza como eram e funcionavam esses equipamentos”, relembra Bárbara sobre alguns
desafios que encontraram durante o processo.
O projeto do bebedouro em inox, que já nasceu com a proposta
de ser instalado no quarto andar do prédio da Faculdade de Arquitetura, possibilitou a experimentação de um material
promissor na profissão das
futuras arquitetas. “Queremos muito ver o nosso projeto posto em prática, tornando-se uma nova opção de
uso não só na própria faculdade como em shoppings,
escolas e espaços públicos
em geral”, diz em coro a
dupla que agora busca patrocínio para a conclusão do
protótipo que foi iniciado no
laboratório da UFMG.
Detalhe lateral do bebedouro em inox
Fotos divulgação
u
so do Aço Inox na Arquitetura – foi nesta disciplina que as
alunas Bárbara Rabelo e Fernanda Duarte, do curso de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Minas
Gerais – UFMG, aceitaram o desafio de projetar um mobiliário urbano tendo o aço inoxidável como matéria-prima principal. O resultado
foi a criação de um bebedouro em inox, projeto que levou nota máxima e comprovou que o material é ideal para este tipo de produto.
A proposta apresentada por Bárbara e Fernanda foi a de criar
uma tipologia diferente das aplicadas aos bebedouros tradicionais, associando um material mais seguro no contato com a água
e visualmente mais moderno e atraente.
A idéia de utilização do material na área de design de produtos
em aço inox – um dos focos de apoio do Núcleo Inox com a UFMG
–, que mantém convênio com instituições de ensino estimulando experiências com o uso do material, foi motivada pelos ganhos
que o aço inox agrega ao produto. As alunas levaram em conta
aspectos como maior tempo de vida útil do inox, elevada resistência à corrosão, ausência de revestimentos protetores que
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12:05 AM
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curtas
destaque
CRIAÇÃO EM AÇO INOX
Fotos divulgação
Alunas da UFMG desenvolvem projeto de bebedouro em aço inox, ganham nota
máxima na criação e esperam patrocínio para comercialização do produto
NÚMERO 25
ABRIL/JUNHO
2007
2 INOX •ABRIL/JUNHO 2007
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Foto da capa: José Roberto de Andrade (Acesita)
A reprodução de textos é livre, desde que citada a fonte.
SEGMENTO
DE ESTRÉIA
O Núcleo Inox e as empresas associadas Acesita S.A., Acesita Serviços-São Paulo, Eletroinox
e Sander Inox participaram, pela primeira vez,
da FCE Pharma, Exposição Internacional de Público visita estande do Núcleo Inox e associados na FCE Pharma
Tecnologia para a Indústria Farmacêutica,
entre 15 e 17 de maio, em São Paulo-SP. Matéria-prima presente em empresa, mais chances do aço inoxidável estar presente", comenta
diversas aplicações da indústria farmacêutica, que dedica atenção Arturo Chao Maceiras, diretor-executivo do Núcleo Inox. A entidade
especial a aspectos relacionados à contaminação de materiais e também marcou presença na 10ª edição da Expocachaça, entre 31
produtos fabricados, o aço inoxidável é o material indicado para uso de maio e 3 de junho, em Belo Horizonte-MG. Ao lado das empresas
na linha de produção – tanques da fabricação de medicamentos e associadas Acesita Serviços-São Paulo, Mecanochemie e Metainox,
cosméticos e demais equipamentos – estendendo a utilização para a associação reforçou a importância do conceito de aplicação do
outras fases do processo de fabricação e armazenamento. "Quanto inox nesse segmento, cujo padrão de qualidade implica, diretamenmais rigoroso é o padrão de qualidade do trabalho realizado por uma te, no uso do material para a fabricação e exportação da bebida.
REVISTA ESCOLA DE MINAS PUBLICA ARTIGOS DO INOX 2006
A comissão organizadora do VIII Seminário Brasileiro do Aço Inoxidável, considerado o
mais importante evento voltado à ciência e tecnologia do inox no Brasil e na América
Latina, ocorrido durante o INOX 2006, fechou uma parceria com a REM - Revista Escola
de Minas, para a divulgação dos trabalhos apresentados no evento. Considerada a mais
tradicional publicação técnico-científica voltada para o setor mínero-metalúrgico da
América do Sul, a edição da REM, janeiro/março de 2007, já está em circulação e traz,
em seu editorial, 24 dos 28 artigos técnicos apresentados no Seminário e cujo conteúdo é um retrato atual das pesquisas e aplicações que envolvem o aço inox.
Para a realização desse trabalho, o Núcleo Inox contou com a colaboração do editor
da revista, Dr. Jório Coelho, que foi responsável pela revisão dos textos adaptando-os às
regras editoriais do periódico indexado. Para a entidade essa iniciativa tem como principal objetivo atrair cada vez mais membros da comunidade acadêmica a participarem do
Seminário. Além disso, propagar entre os assinantes da revista a missão do Núcleo
Inox, que é divulgar os atributos, as propriedades, as vantagens e as possibilidades de
utilização do aço inox em diversos setores da economia brasileira, assim como disseminar as parcerias realizadas com institutos de pesquisa e universidades de todo o
Brasil em prol do desenvolvimento tecnológico.
NOVOS ASSOCIADOS
As empresas Aços Canadá, Astus Medical Tecnology, Cosinox Eletrodomésticos do Brasil, Moziak-MR Design Ind. e Com, S&P Inox e Suprir
Importação e Comércio fazem parte do rol de novos associados do Núcleo Inox.
ABRIL/JUNHO 2007 • INOX 3
Fotos divulgação
podem deteriorar e afetar a qualidade da água e, sobretudo, as
condições higiênicas impressas pelo aço inoxidável em virtude
da superfície extremamente lisa do material. "Fazendo um comparativo com o bebedouro tradicional, o produto em aço inox fica
um pouco mais caro, mas as vantagens em termos de durabilidade, funcionalidade, praticidade e estética tornam essa diferença
desprezível”, afirma Fernanda Duarte.
A parte estética do produto também foi outro ponto importante para a escolha do aço inox. O design se baseou na idéia de
algo suspenso no ar, o que atribuiu um aspecto moderno ao
equipamento em contraposição aos modelos convencionais disponíveis no mercado, geralmente em formato quadrado. As formas curvas do protótipo foram modeladas de maneira que os
componentes internos – motor, serpentina, reservatório etc –
pudessem ser acomodados sem comprometer o funcionamento
do equipamento refrigerado.
Durante o processo de criação do bebedouro, as estudantes
participaram de todas as etapas do desenvolvimento do projeto,
desde a elaboração até a produção do protótipo, observando e,
até mesmo, ajudando na soldagem, cortes e colagem das chapas
de aço inox. “Tivemos um pouco de dificuldade no início, pois os
próprios vendedores de lojas especializadas na produção desses
bebedouros não sabiam nos dizer com clareza como eram e funcionavam esses equipamentos”, relembra Bárbara sobre alguns
desafios que encontraram durante o processo.
O projeto do bebedouro em inox, que já nasceu com a proposta
de ser instalado no quarto andar do prédio da Faculdade de Arquitetura, possibilitou a experimentação de um material
promissor na profissão das
futuras arquitetas. “Queremos muito ver o nosso projeto posto em prática, tornando-se uma nova opção de
uso não só na própria faculdade como em shoppings,
escolas e espaços públicos
em geral”, diz em coro a
dupla que agora busca patrocínio para a conclusão do
protótipo que foi iniciado no
laboratório da UFMG.
Detalhe lateral do bebedouro em inox
Fotos divulgação
u
so do Aço Inox na Arquitetura – foi nesta disciplina que as
alunas Bárbara Rabelo e Fernanda Duarte, do curso de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Minas
Gerais – UFMG, aceitaram o desafio de projetar um mobiliário urbano tendo o aço inoxidável como matéria-prima principal. O resultado
foi a criação de um bebedouro em inox, projeto que levou nota máxima e comprovou que o material é ideal para este tipo de produto.
A proposta apresentada por Bárbara e Fernanda foi a de criar
uma tipologia diferente das aplicadas aos bebedouros tradicionais, associando um material mais seguro no contato com a água
e visualmente mais moderno e atraente.
A idéia de utilização do material na área de design de produtos
em aço inox – um dos focos de apoio do Núcleo Inox com a UFMG
–, que mantém convênio com instituições de ensino estimulando experiências com o uso do material, foi motivada pelos ganhos
que o aço inox agrega ao produto. As alunas levaram em conta
aspectos como maior tempo de vida útil do inox, elevada resistência à corrosão, ausência de revestimentos protetores que
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capa
Em Pernambuco, usina
utiliza inox há 33 safras.
Nunca um tubo foi trocado
em razão de corrosão
Fotos StockXpert
a
proveitar o período de entressafra para realizar a manutenção de equipamentos que são
utilizados na transformação de matérias-primas em produtos acabados é um fato comum nas
indústrias que processam alimentos. No caso de uma
usina de açúcar, no entanto, chama a atenção a quantidade de técnicos e operários que, nesse período, trabalham nos interiores dessas indústrias. Muitas
vezes, até mesmo em número maior que os trabalhadores que ali desenvolvem suas atividades durante a
safra da cana, que varia de sete a oito meses.
ção, nunca devido à corrosão. A comparação do
desempenho entre os tubos de aço carbono e os de
aço inoxidável nessas situações é vantajosa para estes últimos, como prova Santos nos estudos que desenvolveu e que fundamentam sua tese de doutorado
(veja entrevista nessa edição, na pág. 7).
Entre outros fatos, o consultor constatou que,
depois de seis safras, em média, praticamente todos
os tubos de aço carbono dos evaporadores já foram
substituídos – alguns deles mais de uma vez. Verificou, também, que os diferentes tipos de inox poderiam ser utilizados com vantagens em todas as etapas da produção de açúcar. Independente disso, ele
focou a sua pesquisa nos tubos dos evaporadores
porque, em sua avaliação, eles são muito susceptíveis à corrosão quando construídos em aço carbono,
dificuldade que pode ser facilmente resolvida por
diferentes tipos de aço inox.
AMBIENTALMENTE MELHOR
Santos, em seus estudos, comparou os ciclos de
vida dos tubos construídos de aço carbono e, comparativamente, dos aços
inox 304, 444 e 439, utilizando uma ferramenta de
gestão ambiental denominada Avaliação do Ciclo
de Vida (ACV). Analisou,
também, o custeio dos ciclos de vida (CCV) desses materiais.
Informações colhidas em visitas às usinas, em
entrevistas com técnicos e pesquisadores do setor,
bem como dados levantados em artigos científicos,
publicações de entidades representativas do setor,
normas técnicas, manuais de fabricantes de equipamentos para usinas, etc, permitiram ao engenheiro
concluir que os tubos de aço carbono aplicados nos
evaporadores têm vida útil média de seis safras. Já
no caso do aço inox, a experiência da usina do interior de Pernambuco comprova que eles estão sendo
utilizados, sem trocas, desde 1974, ou seja, há 33
anos. Experiência semelhante é encontrada em toda
a indústria de alimentos e bebidas, cujos tubos, tanques e outros equipamentos em inox são usados por
décadas. Com base nesses dados, Santos estabeleceu então um ciclo de vida de 30 anos para o seu
estudo. Assim, um feixe de tubos em aço carbono
seria trocado cinco vezes em três décadas.
Um outro detalhe, enquanto os tubos em aço inox
têm espessura de 1,2 ou 1,5 mm, os tubos em aço carbono têm espessura de 2,65 mm. Isso significa também diferença de peso: enquanto 1 m de tubo em aço
carbono com 38,10 mm de diâmetro externo e 2,65
mm de espessura pesa 2.350 g, o tubo em inox com
1,5 mm de espessura pesa 1.350 g, enquanto que o
peso do tubo de inox com 1,20 mm se reduz 1.100 g,
José Roberto de Andrade (Acesita)
AS DOÇURAS DO INOX
4 INOX •ABRIL/JUNHO 2007
Lino José Cardoso Santos, engenheiro químico,
que trabalha como consultor para indústrias de alimentos e bebidas, acompanhou essas usinas em
sua rotina produtiva e detectou, pelo menos parcialmente, os motivos pelos quais isso ocorre. Como
parte significativa dos equipamentos dessas indústrias é fabricada em aço carbono, material que apresenta baixa resistência à corrosão – na entressafra
são dezenas e dezenas de profissionais, reformando
moendas, substituindo canaletas, tubulações, tubos
em evaporadores e aquecedores, separadores de
arraste, condensadores, entre outros.
É em função dessas operações que, às vezes,
nesse período, o número de pessoas que ali trabalha é
até maior do que na safra. "As usinas de açúcar transformam-se em enormes oficinas", compara Santos. "A
situação poderia ser diferente? Certamente", ele
mesmo responde. No que se refere à substituição dos
tubos dos evaporadores, por exemplo, um dos principais equipamentos da fabricação do açúcar, não há
dúvida que o contingente de pessoas seria reduzido
se eles fossem de aço inox, já que a troca poderia ser
"adiada" por, no mínimo, 30 anos.
No Brasil, há o caso da Usina Pumaty, de Joaquim
Nabuco, PE, que opera evaporadores com tubos de aço
inoxidável AISI 304 desde 1974. Os poucos tubos que
foram trocados até hoje foram por falhas na instala-
Na página oposta:
Tanto do ponto de vista
ambiental como em
termos de economia,
tubos em inox é a
melhor alternativa
em usinas de açúcar
ABRIL/JUNHO 2007 • INOX 5
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capa
Em Pernambuco, usina
utiliza inox há 33 safras.
Nunca um tubo foi trocado
em razão de corrosão
Fotos StockXpert
a
proveitar o período de entressafra para realizar a manutenção de equipamentos que são
utilizados na transformação de matérias-primas em produtos acabados é um fato comum nas
indústrias que processam alimentos. No caso de uma
usina de açúcar, no entanto, chama a atenção a quantidade de técnicos e operários que, nesse período, trabalham nos interiores dessas indústrias. Muitas
vezes, até mesmo em número maior que os trabalhadores que ali desenvolvem suas atividades durante a
safra da cana, que varia de sete a oito meses.
ção, nunca devido à corrosão. A comparação do
desempenho entre os tubos de aço carbono e os de
aço inoxidável nessas situações é vantajosa para estes últimos, como prova Santos nos estudos que desenvolveu e que fundamentam sua tese de doutorado
(veja entrevista nessa edição, na pág. 7).
Entre outros fatos, o consultor constatou que,
depois de seis safras, em média, praticamente todos
os tubos de aço carbono dos evaporadores já foram
substituídos – alguns deles mais de uma vez. Verificou, também, que os diferentes tipos de inox poderiam ser utilizados com vantagens em todas as etapas da produção de açúcar. Independente disso, ele
focou a sua pesquisa nos tubos dos evaporadores
porque, em sua avaliação, eles são muito susceptíveis à corrosão quando construídos em aço carbono,
dificuldade que pode ser facilmente resolvida por
diferentes tipos de aço inox.
AMBIENTALMENTE MELHOR
Santos, em seus estudos, comparou os ciclos de
vida dos tubos construídos de aço carbono e, comparativamente, dos aços
inox 304, 444 e 439, utilizando uma ferramenta de
gestão ambiental denominada Avaliação do Ciclo
de Vida (ACV). Analisou,
também, o custeio dos ciclos de vida (CCV) desses materiais.
Informações colhidas em visitas às usinas, em
entrevistas com técnicos e pesquisadores do setor,
bem como dados levantados em artigos científicos,
publicações de entidades representativas do setor,
normas técnicas, manuais de fabricantes de equipamentos para usinas, etc, permitiram ao engenheiro
concluir que os tubos de aço carbono aplicados nos
evaporadores têm vida útil média de seis safras. Já
no caso do aço inox, a experiência da usina do interior de Pernambuco comprova que eles estão sendo
utilizados, sem trocas, desde 1974, ou seja, há 33
anos. Experiência semelhante é encontrada em toda
a indústria de alimentos e bebidas, cujos tubos, tanques e outros equipamentos em inox são usados por
décadas. Com base nesses dados, Santos estabeleceu então um ciclo de vida de 30 anos para o seu
estudo. Assim, um feixe de tubos em aço carbono
seria trocado cinco vezes em três décadas.
Um outro detalhe, enquanto os tubos em aço inox
têm espessura de 1,2 ou 1,5 mm, os tubos em aço carbono têm espessura de 2,65 mm. Isso significa também diferença de peso: enquanto 1 m de tubo em aço
carbono com 38,10 mm de diâmetro externo e 2,65
mm de espessura pesa 2.350 g, o tubo em inox com
1,5 mm de espessura pesa 1.350 g, enquanto que o
peso do tubo de inox com 1,20 mm se reduz 1.100 g,
José Roberto de Andrade (Acesita)
AS DOÇURAS DO INOX
4 INOX •ABRIL/JUNHO 2007
Lino José Cardoso Santos, engenheiro químico,
que trabalha como consultor para indústrias de alimentos e bebidas, acompanhou essas usinas em
sua rotina produtiva e detectou, pelo menos parcialmente, os motivos pelos quais isso ocorre. Como
parte significativa dos equipamentos dessas indústrias é fabricada em aço carbono, material que apresenta baixa resistência à corrosão – na entressafra
são dezenas e dezenas de profissionais, reformando
moendas, substituindo canaletas, tubulações, tubos
em evaporadores e aquecedores, separadores de
arraste, condensadores, entre outros.
É em função dessas operações que, às vezes,
nesse período, o número de pessoas que ali trabalha é
até maior do que na safra. "As usinas de açúcar transformam-se em enormes oficinas", compara Santos. "A
situação poderia ser diferente? Certamente", ele
mesmo responde. No que se refere à substituição dos
tubos dos evaporadores, por exemplo, um dos principais equipamentos da fabricação do açúcar, não há
dúvida que o contingente de pessoas seria reduzido
se eles fossem de aço inox, já que a troca poderia ser
"adiada" por, no mínimo, 30 anos.
No Brasil, há o caso da Usina Pumaty, de Joaquim
Nabuco, PE, que opera evaporadores com tubos de aço
inoxidável AISI 304 desde 1974. Os poucos tubos que
foram trocados até hoje foram por falhas na instala-
Na página oposta:
Tanto do ponto de vista
ambiental como em
termos de economia,
tubos em inox é a
melhor alternativa
em usinas de açúcar
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entrevista
TROCA NA VALE DO ROSÁRIO
“As usinas devem trocar tubos
de aço carbono por aços inoxidáveis
por aspectos ligados à assepsia,
durabilidade, meio-ambiente e facilidade
de manutenção” ADAYR BORRO JÚNIOR,
da Inox Site Assessoria Técnica e da Tubevia
INOX COM MENOR CUSTO
Do ponto de vista econômico-financeiro valeria à
pena as usinas recorrerem ao inox nos evaporadores? Esse foi um outro aspecto contemplado no trabalho de Santos, uma vez que quase sempre que se
propõe a adoção do inox, argumenta-se que seu custo
é maior que o do aço carbono. Com base na sua pesquisa, ele assegura: "o custo contábil dos tubos de
evaporadores fabricados em aço carbono é algumas
vezes maior que estes custos para os sistemas de
evaporação em aço inox".
Na avaliação financeira, ele concluiu que dependendo da espessura do tubo, todos os aços inoxidáveis são igualmente favoráveis em comparação aos
tubos em aço carbono. Há, portanto, vantagens
ambientais e econômicas para o uso de tubos para
evaporadores em aço inox; bem como melhoria discreta na qualidade do açúcar produzido (cor e redução de pontos pretos magnetizáveis).
6 INOX •ABRIL/JUNHO 2007
Uma das maiores produtoras de açúcar no Brasil, a
Companhia Açucareira Vale do Rosário, faz uso de
tubos de inox em seus evaporadores desde a década
de 1990. Luiz Carlos da Silva, supervisor de produção
da usina conta que, mesmo antes da Acesita ter realizado trabalho de esclarecimento sobre a importância
do inox nos equipamentos das usinas, o corpo técnico da Vale do Rosário já havia feito a troca dos tubos
do quarto e quinto efeitos das suas quatro linhas de
evaporação. "A durabilidade do material, a redução
dos pontos pretos magnetizáveis, em nosso produto
final, e a redução na mão-de-obra na entressafra, nos
levaram a fazer a substituição", afirma.
Além da maior nobreza do inox, o supervisor de
produção da Vale do Rosário diz que a característica
de rugosidade dos dois materiais é bem diferente e
"as incrustações nas tubulações e caixas em inox são
menores, ou seja, há uma menor freqüência de parada para limpeza". Acrescenta, ainda, que há vantagens no que se refere à troca térmica nos tubos de
inox. Para o mesmo diâmetro externo (38,10 mm), os
tubos em inox por apresentarem menor espessura
apresentam uma superfície interna para troca térmica maior, igual a 7,1 % para os tubos com 1,50 mm de
espessura e 8,9 % para os tubos com 1,20 mm.
MATERIAIS E TENDÊNCIAS
Os argumentos de Adayr Borro Júnior, da Inox Site Assessoria Técnica e sócio da Tubevia – fabricante de tubos
soldados de aço inoxidável, em favor da ampliação do
uso do inox em usinas de açúcar, consolidam os resultados obtidos por Santos em sua tese. "As usinas devem
trocar tubos de aço carbono por aços inoxidáveis principalmente por aspectos ligados à assepsia, durabilidade,
meio-ambiente e facilidade de manutenção", afirma.
Para ele, as vantagens do emprego de aços inoxidáveis nas usinas de açúcar não se limitam a aspectos técnicos. "Estudos mostram que os ciclos de vida
dos aços inoxidáveis geram economia sobre os produtos feitos em aço carbono, as usinas que não substituíram os aços carbono por aços inoxidáveis ainda
não o fizeram por desconhecerem estudos econômicos de ciclos de vida destes materiais", diz ele.
Borro esclarece também que, em Engenharia de
Materiais, é importante a seleção adequada de ligas
conforme o meio e as condições gerais de operação.
"As usinas de açúcar e álcool apresentam meios diversos, o que nos leva a aplicar diferentes ligas inoxidáveis. As ligas austeníticas AISI 304 e, em menor escala, o AISI 316, têm aplicação consagrada em diversos
setores dessas empresas, mas o consumo de ligas
ferríticas AISI 444 vem crescendo em alguns equipamentos. No entanto, vejo num futuro próximo, a aplicação de ligas duplex de baixo Ni como grande novidade
no mundo dos aços inoxidáveis nas usinas", conclui.
VIDA LONGA AO INOX EM USINAS DE AÇÚCAR
Tese de doutorado do engenheiro Lino José dos Santos demonstra que tubos
de inox em evaporadores de usinas de açúcar evitam corrosão e aumentam
vida útil dos equipamentos. A seguir, ele explica porque isso ocorre
De onde vem seu interesse pelo inox
e, especificamente, na aplicação em evaporadores de usinas de açúcar?
Sou engenheiro químico e trabalhei muitos anos com o material, sempre pelo lado
do usuário. No caso, em indústrias de alimentos. Em uma reunião que tive com o
Núcleo Inox chamou-me a atenção o potencial que o aço inoxidável tinha para a aplicação em evaporadores de usinas de açúcar,
onde, em geral, são utilizados tubos de aço
carbono. Para mim foi uma surpresa constatar essa situação, porque na indústria de alimentos o uso de aço carbono é mínimo. Foi
a partir dessa constatação que começamos
a discutir a possibilidade de troca do aço carbono pelos tubos de inox nesses equipamentos. Os dados desse estudo serviram de
base à minha tese de doutorado:
Avaliação do Ciclo de Vida e Custeio
do Ciclo de Vida em Evaporadores
para Usinas de Açúcar, que será
apresentada, no segundo semestre,
na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
que é atacado quimicamente no processo de evaporação – o tubo vai corroendo e tem durabilidade pequena.
Em um evaporador novo, por exemplo,
normalmente já na segunda safra,
alguns tubos precisam ser trocados,
devido à corrosão. Na terceira safra,
aumenta o número de tubos danificados, até que, com cinco, seis safras,
no máximo sete já foram substituídos
todos os tubos do evaporador.
Divulgação
Divulgação
aproximadamente. "Então, além do número de tubos
que, em 30 anos é cinco vezes maior, há o gasto adicional de matérias-primas devido ao maior peso dos
tubos de aço carbono", detalha Santos.
Concluindo, o consumo de matérias-primas não
renováveis, tais como minério de ferro, carvão, calcário, gás natural, óleo combustível, etc., para a fabricação dos tubos de aço carbono, é pelo menos oito
vezes maior do que o utilizado para a produção dos
tubos em aço inox. Da mesma maneira, a emissão de
poluentes, tais como o dióxido de carbono (efeito
estufa), óxidos de enxofre e de nitrogênio (chuva
ácida), materiais particulados, entre outros, é muito
maior para o aço carbono. Ancorado nesses levantamentos, Santos conclui: "ambientalmente, os tubos
em aço carbono são mais agressivos que os três
tipos de aços inoxidáveis estudados".
“NA USINA PUMATY, EM PERNAMBUCO, HÁ 33 ANOS OS EVAPORADORES
EM INOX ESTÃO EM OPERAÇÃO SEM
SINAL ALGUM DE CORROSÃO”
Como se desenvolveu o trabalho?
A partir da primeira idéia, fui estudar como é o processo de produção do açúcar e
verifiquei que existem dois pontos críticos
nos equipamentos utilizados em uma usina:
o primeiro, nas moendas e, o segundo, nos
evaporadores. Em todas as usinas existe a
possibilidade do uso do inox, mas nesses
dois pontos notei que o aço carbono era
mais limitado e isso geraria uma oportunidade para o inox. Como já tinha experiência em
evaporadores, preferi concentrar meus
estudos neles e, também, porque o maior
número de empresas associadas ao Núcleo
são fabricantes de tubos. Outro motivo é que
o inox indicado para aplicação em moendas
é um produto um pouco diferente. Nos evaporadores o inox teria uso mais generalizado
e com maior potencial de mercado.
Qual a função do evaporador no ciclo
de produção de açúcar?
É uma etapa do processo onde é retirada
a água do caldo da cana para gerar o açúcar.
O caldo tem um teor de sólidos solúveis, que
é a quantidade de açúcar e outros componentes por volta de 15, 16 graus brix. No evaporador, conforme você vai retirando a água,
esse teor aumenta até chegar a 60, 65 graus
brix. Nesses equipamentos, são utilizados
feixes de tubos por onde circula o caldo de
cana, que são aquecidos com vapor para a
retirada da água. Em geral, os tubos desses
equipamentos são em aço carbono.
E qual a vantagem de substituir os tubos de aço carbono por tubos de inox?
O aço carbono tem uma única vantagem: é barato. Porém trata-se de material
Qual a conseqüência dessa corrosão nos tubos de aço carbono?
Há o risco de contaminação, porém, mais que essa questão, a corrosão pode fazer com que o evaporador
tenha que parar para a troca de tubos
mesmo durante a safra – essa operação normalmente é realizada no período da entressafra.
No caso do inox, quanto tempo eles
poderiam durar?
Temos um caso real, aqui no Brasil –
fora do Brasil, nas usinas de açúcar da
Europa todos os equipamentos são em inox
–, na Usina Pumaty, localizada no município
de Joaquim Nabuco, PE, cujos evaporadores
com tubos de aço inox 304 foram instalados
em 1973 e estão operando desde a safra de
1974. Portanto, há 33 anos os evaporadores
estão em operação sem nenhum sinal de
corrosão interna ou externa.
A conclusão de sua tese é de que o inox
é vantajoso tanto do ponto de vista ambiental como em termos financeiros?
Ambientalmente, constatei que todos os
aços inoxidáveis estudados: 304, 444 e
439 são menos agressivos que o aço carbono. Financeiramente, também ficou provado que o custo contábil dos tubos de evaporadores em aço carbono é muito maior que
de sistemas de evaporação em aço inox.
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entrevista
TROCA NA VALE DO ROSÁRIO
“As usinas devem trocar tubos
de aço carbono por aços inoxidáveis
por aspectos ligados à assepsia,
durabilidade, meio-ambiente e facilidade
de manutenção” ADAYR BORRO JÚNIOR,
da Inox Site Assessoria Técnica e da Tubevia
INOX COM MENOR CUSTO
Do ponto de vista econômico-financeiro valeria à
pena as usinas recorrerem ao inox nos evaporadores? Esse foi um outro aspecto contemplado no trabalho de Santos, uma vez que quase sempre que se
propõe a adoção do inox, argumenta-se que seu custo
é maior que o do aço carbono. Com base na sua pesquisa, ele assegura: "o custo contábil dos tubos de
evaporadores fabricados em aço carbono é algumas
vezes maior que estes custos para os sistemas de
evaporação em aço inox".
Na avaliação financeira, ele concluiu que dependendo da espessura do tubo, todos os aços inoxidáveis são igualmente favoráveis em comparação aos
tubos em aço carbono. Há, portanto, vantagens
ambientais e econômicas para o uso de tubos para
evaporadores em aço inox; bem como melhoria discreta na qualidade do açúcar produzido (cor e redução de pontos pretos magnetizáveis).
6 INOX •ABRIL/JUNHO 2007
Uma das maiores produtoras de açúcar no Brasil, a
Companhia Açucareira Vale do Rosário, faz uso de
tubos de inox em seus evaporadores desde a década
de 1990. Luiz Carlos da Silva, supervisor de produção
da usina conta que, mesmo antes da Acesita ter realizado trabalho de esclarecimento sobre a importância
do inox nos equipamentos das usinas, o corpo técnico da Vale do Rosário já havia feito a troca dos tubos
do quarto e quinto efeitos das suas quatro linhas de
evaporação. "A durabilidade do material, a redução
dos pontos pretos magnetizáveis, em nosso produto
final, e a redução na mão-de-obra na entressafra, nos
levaram a fazer a substituição", afirma.
Além da maior nobreza do inox, o supervisor de
produção da Vale do Rosário diz que a característica
de rugosidade dos dois materiais é bem diferente e
"as incrustações nas tubulações e caixas em inox são
menores, ou seja, há uma menor freqüência de parada para limpeza". Acrescenta, ainda, que há vantagens no que se refere à troca térmica nos tubos de
inox. Para o mesmo diâmetro externo (38,10 mm), os
tubos em inox por apresentarem menor espessura
apresentam uma superfície interna para troca térmica maior, igual a 7,1 % para os tubos com 1,50 mm de
espessura e 8,9 % para os tubos com 1,20 mm.
MATERIAIS E TENDÊNCIAS
Os argumentos de Adayr Borro Júnior, da Inox Site Assessoria Técnica e sócio da Tubevia – fabricante de tubos
soldados de aço inoxidável, em favor da ampliação do
uso do inox em usinas de açúcar, consolidam os resultados obtidos por Santos em sua tese. "As usinas devem
trocar tubos de aço carbono por aços inoxidáveis principalmente por aspectos ligados à assepsia, durabilidade,
meio-ambiente e facilidade de manutenção", afirma.
Para ele, as vantagens do emprego de aços inoxidáveis nas usinas de açúcar não se limitam a aspectos técnicos. "Estudos mostram que os ciclos de vida
dos aços inoxidáveis geram economia sobre os produtos feitos em aço carbono, as usinas que não substituíram os aços carbono por aços inoxidáveis ainda
não o fizeram por desconhecerem estudos econômicos de ciclos de vida destes materiais", diz ele.
Borro esclarece também que, em Engenharia de
Materiais, é importante a seleção adequada de ligas
conforme o meio e as condições gerais de operação.
"As usinas de açúcar e álcool apresentam meios diversos, o que nos leva a aplicar diferentes ligas inoxidáveis. As ligas austeníticas AISI 304 e, em menor escala, o AISI 316, têm aplicação consagrada em diversos
setores dessas empresas, mas o consumo de ligas
ferríticas AISI 444 vem crescendo em alguns equipamentos. No entanto, vejo num futuro próximo, a aplicação de ligas duplex de baixo Ni como grande novidade
no mundo dos aços inoxidáveis nas usinas", conclui.
VIDA LONGA AO INOX EM USINAS DE AÇÚCAR
Tese de doutorado do engenheiro Lino José dos Santos demonstra que tubos
de inox em evaporadores de usinas de açúcar evitam corrosão e aumentam
vida útil dos equipamentos. A seguir, ele explica porque isso ocorre
De onde vem seu interesse pelo inox
e, especificamente, na aplicação em evaporadores de usinas de açúcar?
Sou engenheiro químico e trabalhei muitos anos com o material, sempre pelo lado
do usuário. No caso, em indústrias de alimentos. Em uma reunião que tive com o
Núcleo Inox chamou-me a atenção o potencial que o aço inoxidável tinha para a aplicação em evaporadores de usinas de açúcar,
onde, em geral, são utilizados tubos de aço
carbono. Para mim foi uma surpresa constatar essa situação, porque na indústria de alimentos o uso de aço carbono é mínimo. Foi
a partir dessa constatação que começamos
a discutir a possibilidade de troca do aço carbono pelos tubos de inox nesses equipamentos. Os dados desse estudo serviram de
base à minha tese de doutorado:
Avaliação do Ciclo de Vida e Custeio
do Ciclo de Vida em Evaporadores
para Usinas de Açúcar, que será
apresentada, no segundo semestre,
na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
que é atacado quimicamente no processo de evaporação – o tubo vai corroendo e tem durabilidade pequena.
Em um evaporador novo, por exemplo,
normalmente já na segunda safra,
alguns tubos precisam ser trocados,
devido à corrosão. Na terceira safra,
aumenta o número de tubos danificados, até que, com cinco, seis safras,
no máximo sete já foram substituídos
todos os tubos do evaporador.
Divulgação
Divulgação
aproximadamente. "Então, além do número de tubos
que, em 30 anos é cinco vezes maior, há o gasto adicional de matérias-primas devido ao maior peso dos
tubos de aço carbono", detalha Santos.
Concluindo, o consumo de matérias-primas não
renováveis, tais como minério de ferro, carvão, calcário, gás natural, óleo combustível, etc., para a fabricação dos tubos de aço carbono, é pelo menos oito
vezes maior do que o utilizado para a produção dos
tubos em aço inox. Da mesma maneira, a emissão de
poluentes, tais como o dióxido de carbono (efeito
estufa), óxidos de enxofre e de nitrogênio (chuva
ácida), materiais particulados, entre outros, é muito
maior para o aço carbono. Ancorado nesses levantamentos, Santos conclui: "ambientalmente, os tubos
em aço carbono são mais agressivos que os três
tipos de aços inoxidáveis estudados".
“NA USINA PUMATY, EM PERNAMBUCO, HÁ 33 ANOS OS EVAPORADORES
EM INOX ESTÃO EM OPERAÇÃO SEM
SINAL ALGUM DE CORROSÃO”
Como se desenvolveu o trabalho?
A partir da primeira idéia, fui estudar como é o processo de produção do açúcar e
verifiquei que existem dois pontos críticos
nos equipamentos utilizados em uma usina:
o primeiro, nas moendas e, o segundo, nos
evaporadores. Em todas as usinas existe a
possibilidade do uso do inox, mas nesses
dois pontos notei que o aço carbono era
mais limitado e isso geraria uma oportunidade para o inox. Como já tinha experiência em
evaporadores, preferi concentrar meus
estudos neles e, também, porque o maior
número de empresas associadas ao Núcleo
são fabricantes de tubos. Outro motivo é que
o inox indicado para aplicação em moendas
é um produto um pouco diferente. Nos evaporadores o inox teria uso mais generalizado
e com maior potencial de mercado.
Qual a função do evaporador no ciclo
de produção de açúcar?
É uma etapa do processo onde é retirada
a água do caldo da cana para gerar o açúcar.
O caldo tem um teor de sólidos solúveis, que
é a quantidade de açúcar e outros componentes por volta de 15, 16 graus brix. No evaporador, conforme você vai retirando a água,
esse teor aumenta até chegar a 60, 65 graus
brix. Nesses equipamentos, são utilizados
feixes de tubos por onde circula o caldo de
cana, que são aquecidos com vapor para a
retirada da água. Em geral, os tubos desses
equipamentos são em aço carbono.
E qual a vantagem de substituir os tubos de aço carbono por tubos de inox?
O aço carbono tem uma única vantagem: é barato. Porém trata-se de material
Qual a conseqüência dessa corrosão nos tubos de aço carbono?
Há o risco de contaminação, porém, mais que essa questão, a corrosão pode fazer com que o evaporador
tenha que parar para a troca de tubos
mesmo durante a safra – essa operação normalmente é realizada no período da entressafra.
No caso do inox, quanto tempo eles
poderiam durar?
Temos um caso real, aqui no Brasil –
fora do Brasil, nas usinas de açúcar da
Europa todos os equipamentos são em inox
–, na Usina Pumaty, localizada no município
de Joaquim Nabuco, PE, cujos evaporadores
com tubos de aço inox 304 foram instalados
em 1973 e estão operando desde a safra de
1974. Portanto, há 33 anos os evaporadores
estão em operação sem nenhum sinal de
corrosão interna ou externa.
A conclusão de sua tese é de que o inox
é vantajoso tanto do ponto de vista ambiental como em termos financeiros?
Ambientalmente, constatei que todos os
aços inoxidáveis estudados: 304, 444 e
439 são menos agressivos que o aço carbono. Financeiramente, também ficou provado que o custo contábil dos tubos de evaporadores em aço carbono é muito maior que
de sistemas de evaporação em aço inox.
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mercado
©Faurecia. Foto de Stéphane Muratet
©Faurecia. Fotos de Stéphane Muratet
de exigências ambientais, o
Núcleo Inox preparou, no início deste ano, relatório com
informações sobre o mercado brasileiro, que corresponde a 80% do mercado sulSistema de exaustão,
americano de motores do
em aço inox, de Audi A3
V6 Quattro
ciclo diesel.
Este levantamento, realizado com base em informações fornecidas pela Acesita
e empresas fabricantes de
sistemas de exaustão, aponManifold, em aço inox, de Renault Clio 165
tou que o consumo do inox
em motores diesel é nulo no
Brasil, principalmente quando comparado ao mercado do Conama, que dispõe sobre a nova etapa do
europeu e asiático.
Proconve – Programa de Controle de Emissões VeiculaSegundo o Núcleo Inox, o inox é a escolha natural para res – são os seguintes os limites máximos de emisa fabricação de partes estruturais de catalisadores – cuja sões de poluentes por veículos com motores diesel:
adoção nos sistemas de escapamentos de veículos
movidos a diesel chegaria ao resultado esperado, ou seja,
Data de
Monóxido de Hidrocarbonetos
Óxidos de
Material
atendimento carbono (CO)
(HC)
nitrogênio (NOx) particulado
colaboraria com a diminuição de emissão dos poluentes.
Os principais compostos poluentes oriundos da queiAté 31/12/2005
4,0
1,1
7,0
0,25
ma de óleo diesel em motores automotivos são monóxiA partir de
do de carbono (CO), hidrocarbonetos (HC), metano
5,0
0,10 ou 0,13
0,66
2,1
1/1/2006
(CH4), óxidos de nitrogênio (NOx) e material particulado
(Proconve P-5)
(MP). A emissão de todos estes cinco poluentes pode
A partir de
ser reduzida a partir do uso de catalisadores. Os três pri1/1/2009
1,5
0,46
3,5
0,02
meiros poluentes (CO, HC e CH4) podem ser controlados
(Proconve P-6)
com o uso de catalisadores de tecnologia tradicional. Já
o NOx e o MP necessitam de tecnologias específicas. PaObservações:
ra o controle do MP, foi desenvolvido o CRT – Conti1. Para motores de cilindrada unitária inferior a 0,75 dm3 e rotação nominal
nuously Regenerating Trap – capaz de reduzir suas
superior a 3000 min-1
emissões em 93%. Para combater as emissões de NOx
2. Todas as unidades dos poluentes em [g/kW.h]
(composto que é o principal causador da chuva ácida e
É importante salientar que a legislação brasileira é
que também ataca a camada de ozônio) é necessário
lançar mão da tecnologia SCRT – Selective Catalitic Re- baseada nas leis européias sobre os limites de emissão
duction Trap – que reduz em 87% suas emissões e ainda de veículos. Assim, o Proconve P-5 advém da Euro III e o
permite a passagem de somente 3% dos MP.
Proconve P-6, da Euro IV.
Ambos os dispositivos – CRT e SCRT – têm as carcaA título de comparação, atualmente a Europa Ociças (e eventualmente outras partes) construídas em dental, que aplica o Euro IV, passará a aplicar o Euro V
aço inox. O SCRT usa uréia, agente redutor dos gases, em 2008 e o Euro VI, em 2011. Portanto, imagina-se
porém, este composto é oxidante para a maioria dos que as soluções técnicas nos sistemas de exaustão de
veículos a diesel a serem adotadas no Brasil não devemetais, o que pode induzir ao uso do inox.
Em nova fase de pesquisa do estudo realizado pela rão ser muito diferentes daquelas já colocadas em práentidade, o Núcleo Inox está entrando em contato com tica na Europa, o que permite a antevisão das alterafabricantes de catalisadores europeus para conhecer ções a partir da análise do panorama atual europeu.
mais detalhes sobre o uso de inox nos sistemas de
As restrições cada vez mais severas por parte da lei
exaustão de motores a diesel.
têm no inox um aliado. De acordo com o Núcleo Inox, as
razões que levam à especificação do material dentro
DENTRO DA LEI
dessa indústria vão além da estética e durabilidade.
O Núcleo Inox também realizou uma pesquisa
Resistência à oxidação a alta temperatura e à manusobre o que é apresentado na legislação brasileira em tenção da resistência mecânica em temperaturas elevarelação ao consumo do aço inox por esse segmento da das, assim como o bom comportamento do material no
indústria automobilística.
que se refere à fluência e à fadiga térmica, são outros
De acordo com a Resolução Nº 315, de 29/10/2002, quesitos importantes e plenamente atendidos pelo inox.
Catalisador em inox já é amplamente utilizado na Europa, visando a redução da concentração dos poluentes atmosféricos
O INOX NOS
s crescentes exigências ambientais que impõem
índices de emissões de poluentes cada vez menores a fim de combater os efeitos nocivos à saúde do planeta – leia-se aí aquecimento global, ataque à camada de
ozônio, entre outros fenômenos – imprime desafios
diversificados para os mais diferentes ramos industriais.
São muitas as iniciativas mundiais em prol de um
controle mais rígido sobre essas questões que abrangem o posicionamento de diferentes mercados, que
buscam cada vez mais o aperfeiçoamento tecnológico
a favor de ações para amenizar os riscos a que o
mundo está submetido.
No início de fevereiro, por exemplo, foi proposto em
Bruxelas que os fabricantes de veículos reduzam em até 18% as emissões de dióxido de carbono (o principal responsável pelo aquecimento global) dos carros vendidos a partir de 2012.
De acordo com a Comissão Européia, órgão executivo da União Européia, essa medida é parte
daquelas que visam adotar ações de combate ao aquecimento global antes que a situação se
deteriore ainda mais.
À parte as controvérsias que uma medida como esta pode suscitar – como, neste caso,
um possível aumento do preço dos carros para o consumidor final – a proposta visa a redução da concentração dos poluentes atmosféricos, uma questão que também tem importância para o mercado do aço inoxidável.
Com a proposta de colaborar com a consolidação de um estudo global realizado pelo International Stainless Steel Forum (ISSF) sobre as possibilidades de incremento do uso do aço
inoxidável no segmento de sistemas de exaustão de veículos com motores ciclo diesel, fruto
SISTEMAS DE
EXAUSTÃO
DE VEÍCULOS A DIESEL
Material é o
mais apropriado
na fabricação
de catalisadores
e outros
componentes
de controle
da poluição
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©Faurecia. Foto de Stéphane Muratet
©Faurecia. Fotos de Stéphane Muratet
de exigências ambientais, o
Núcleo Inox preparou, no início deste ano, relatório com
informações sobre o mercado brasileiro, que corresponde a 80% do mercado sulSistema de exaustão,
americano de motores do
em aço inox, de Audi A3
V6 Quattro
ciclo diesel.
Este levantamento, realizado com base em informações fornecidas pela Acesita
e empresas fabricantes de
sistemas de exaustão, aponManifold, em aço inox, de Renault Clio 165
tou que o consumo do inox
em motores diesel é nulo no
Brasil, principalmente quando comparado ao mercado do Conama, que dispõe sobre a nova etapa do
europeu e asiático.
Proconve – Programa de Controle de Emissões VeiculaSegundo o Núcleo Inox, o inox é a escolha natural para res – são os seguintes os limites máximos de emisa fabricação de partes estruturais de catalisadores – cuja sões de poluentes por veículos com motores diesel:
adoção nos sistemas de escapamentos de veículos
movidos a diesel chegaria ao resultado esperado, ou seja,
Data de
Monóxido de Hidrocarbonetos
Óxidos de
Material
atendimento carbono (CO)
(HC)
nitrogênio (NOx) particulado
colaboraria com a diminuição de emissão dos poluentes.
Os principais compostos poluentes oriundos da queiAté 31/12/2005
4,0
1,1
7,0
0,25
ma de óleo diesel em motores automotivos são monóxiA partir de
do de carbono (CO), hidrocarbonetos (HC), metano
5,0
0,10 ou 0,13
0,66
2,1
1/1/2006
(CH4), óxidos de nitrogênio (NOx) e material particulado
(Proconve P-5)
(MP). A emissão de todos estes cinco poluentes pode
A partir de
ser reduzida a partir do uso de catalisadores. Os três pri1/1/2009
1,5
0,46
3,5
0,02
meiros poluentes (CO, HC e CH4) podem ser controlados
(Proconve P-6)
com o uso de catalisadores de tecnologia tradicional. Já
o NOx e o MP necessitam de tecnologias específicas. PaObservações:
ra o controle do MP, foi desenvolvido o CRT – Conti1. Para motores de cilindrada unitária inferior a 0,75 dm3 e rotação nominal
nuously Regenerating Trap – capaz de reduzir suas
superior a 3000 min-1
emissões em 93%. Para combater as emissões de NOx
2. Todas as unidades dos poluentes em [g/kW.h]
(composto que é o principal causador da chuva ácida e
É importante salientar que a legislação brasileira é
que também ataca a camada de ozônio) é necessário
lançar mão da tecnologia SCRT – Selective Catalitic Re- baseada nas leis européias sobre os limites de emissão
duction Trap – que reduz em 87% suas emissões e ainda de veículos. Assim, o Proconve P-5 advém da Euro III e o
permite a passagem de somente 3% dos MP.
Proconve P-6, da Euro IV.
Ambos os dispositivos – CRT e SCRT – têm as carcaA título de comparação, atualmente a Europa Ociças (e eventualmente outras partes) construídas em dental, que aplica o Euro IV, passará a aplicar o Euro V
aço inox. O SCRT usa uréia, agente redutor dos gases, em 2008 e o Euro VI, em 2011. Portanto, imagina-se
porém, este composto é oxidante para a maioria dos que as soluções técnicas nos sistemas de exaustão de
veículos a diesel a serem adotadas no Brasil não devemetais, o que pode induzir ao uso do inox.
Em nova fase de pesquisa do estudo realizado pela rão ser muito diferentes daquelas já colocadas em práentidade, o Núcleo Inox está entrando em contato com tica na Europa, o que permite a antevisão das alterafabricantes de catalisadores europeus para conhecer ções a partir da análise do panorama atual europeu.
mais detalhes sobre o uso de inox nos sistemas de
As restrições cada vez mais severas por parte da lei
exaustão de motores a diesel.
têm no inox um aliado. De acordo com o Núcleo Inox, as
razões que levam à especificação do material dentro
DENTRO DA LEI
dessa indústria vão além da estética e durabilidade.
O Núcleo Inox também realizou uma pesquisa
Resistência à oxidação a alta temperatura e à manusobre o que é apresentado na legislação brasileira em tenção da resistência mecânica em temperaturas elevarelação ao consumo do aço inox por esse segmento da das, assim como o bom comportamento do material no
indústria automobilística.
que se refere à fluência e à fadiga térmica, são outros
De acordo com a Resolução Nº 315, de 29/10/2002, quesitos importantes e plenamente atendidos pelo inox.
Catalisador em inox já é amplamente utilizado na Europa, visando a redução da concentração dos poluentes atmosféricos
O INOX NOS
s crescentes exigências ambientais que impõem
índices de emissões de poluentes cada vez menores a fim de combater os efeitos nocivos à saúde do planeta – leia-se aí aquecimento global, ataque à camada de
ozônio, entre outros fenômenos – imprime desafios
diversificados para os mais diferentes ramos industriais.
São muitas as iniciativas mundiais em prol de um
controle mais rígido sobre essas questões que abrangem o posicionamento de diferentes mercados, que
buscam cada vez mais o aperfeiçoamento tecnológico
a favor de ações para amenizar os riscos a que o
mundo está submetido.
No início de fevereiro, por exemplo, foi proposto em
Bruxelas que os fabricantes de veículos reduzam em até 18% as emissões de dióxido de carbono (o principal responsável pelo aquecimento global) dos carros vendidos a partir de 2012.
De acordo com a Comissão Européia, órgão executivo da União Européia, essa medida é parte
daquelas que visam adotar ações de combate ao aquecimento global antes que a situação se
deteriore ainda mais.
À parte as controvérsias que uma medida como esta pode suscitar – como, neste caso,
um possível aumento do preço dos carros para o consumidor final – a proposta visa a redução da concentração dos poluentes atmosféricos, uma questão que também tem importância para o mercado do aço inoxidável.
Com a proposta de colaborar com a consolidação de um estudo global realizado pelo International Stainless Steel Forum (ISSF) sobre as possibilidades de incremento do uso do aço
inoxidável no segmento de sistemas de exaustão de veículos com motores ciclo diesel, fruto
SISTEMAS DE
EXAUSTÃO
DE VEÍCULOS A DIESEL
Material é o
mais apropriado
na fabricação
de catalisadores
e outros
componentes
de controle
da poluição
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tecnologia
Divulgação
Fachada do Banco Itaú, ex-Bank Boston, na marginal do rio Pinheiros, em São Paulo, mostra o bom resultado
com a utilização do aço inox
CONSERVAÇÃO
muito improvável que um projeto
predial não faça uso do aço inoxidável, pois o material apresenta
um rol de atributos únicos que o tornam
um forte concorrente frente a outros
materiais. Dentre estes atributos, é a longevidade do inox que o faz ser percebido
como um material superior. Esta durabilidade, por sua vez, é decorrente de outras
características, tais como resistência à
corrosão e resistência mecânica.
Graças ao seu longo ciclo de vida, o inox é competitivo quando comparado a materiais mais baratos, pois em detrimento de um maior
investimento inicial, garante-se economia no decorrer do uso do produto. No entanto, essa durabilidade pode ser ameaçada por agentes
externos e, deste modo, alguns cuidados devem ser observados a fim de garantir esta característica tão desejada impressa pelo material. Estes cuidados englobam as etapas de limpeza inicial (antes do término da obra) e limpeza de manutenção, as quais serão tratadas separadamente, a seguir:
é
10 INOX •ABRIL/JUNHO 2007
Da beleza à
longevidade:
aplicação de
aço inox em
forro em edifício
empresarial
DICAS DE LIMPEZA INICIAL
Divulgação
Encerrando a série
de matérias especiais
que a Revista INOX
publicou sobre a
conservação do aço
inoxidável, conheça
as dicas de limpeza
e manutenção do
material quando
aplicado nos
segmentos de
arquitetura e
construção civil
DO INOX NA
ARQUITETURA E NA
CONSTRUÇÃO CIVIL
Conheça as soluções para os problemas que surgem quando uma obra está para acabar:
• Respingos de massa: limpar com solução de
ácido fosfórico, enxaguar com água limpa e secar.
• Contato do inox com produtos removedores de
massa ou ácido clorídrico diluído: evitar. Em caso de
contato acidental, enxaguar o local imediatamente
com água limpa e abundante.
• Partículas de limalha de aço carbono (provenientes de soldagem, esmerilhamento, contato com andaimes etc.): lavar com água, sabão e bucha de nylon
imediatamente após o contato.
• Corrosão localizada: aplicar tratamento de decapagem ácida ou retificação mecânica.
• Resíduos de cola: utilizar os seguintes produtos
em ordem de preferência – MEK (metil etil cetona), tricloroetileno, álcool isopropílico, álcool etílico, benzina
ou thinner. Finalizar a limpeza, segundo a limpeza inicial padrão (conforme detalhamento a seguir).
Limpeza inicial padrão
• Esfregue a superfície do inox com um pano de
algodão macio, branco e limpo, embebido numa solução de detergente neutro dissolvido em água morna.
• Enxágüe com muita água.
• Seque com um pano de algodão limpo.
DICAS DE LIMPEZA DE MANUTENÇÃO
A freqüência da limpeza de rotina do inox é influenciada pelo ambiente ao qual o material está exposto. Para
aplicações externas, em atmosfera rural ou urbana com
baixo índice de poluentes, a água da chuva agirá como
um agente de limpeza natural (exceto em locais protegidos da chuva). Porém, recomenda-se uma lavagem anual
ou semestral, assim como é feito com as janelas de edifícios. Em localidades litorâneas ou altamente poluídas,
podem ser necessárias três ou quatro limpezas por ano.
• Manchas de dedos: como prevenção, aplicar óleo
mineral para bebês na superfície. Para limpeza, usar
água e sabão, detergente suave ou produtos em spray
específicos para limpeza do inox.
• Conservação do inox com acabamento espelhado:
usar produtos de limpeza para vidros (sem cloretos).
• Painéis de inox escovado (muito comuns em elevadores): devem ser esfregados sempre com movimentos que acompanham a direção das estrias ou
marcas de lixamento, evitando movimentos circulares.
• Manchas d’água: lavar com água limpa e secar
com pano macio.
• Manchas de óleo e graxa: usar produtos à base de
álcool (álcool isopropílico e acetona). Remover todos
os vestígios com solvente, limpando várias vezes com
pano suave e bem limpo. Não espalhe as manchas.
• Tintas e pichações: usar removedores alcalinos
para tintas ou à base de solventes. Nunca usar raspadores ou facas, para não arranhar o inox.
• Sujeiras abrangentes, resistentes e de difícil
identificação: usar polidor de metal para peças cromadas ou polidor para pintura automotiva.
Recomendações
• A garantia de um bom resultado quanto ao uso do
inox na arquitetura e construção civil está condicionada à observação das boas práticas de fabricação,
desde os procedimentos para manuseio e estocagem.
• Para especificar o correto tipo de inox para uma
aplicação externa, deve-se consultar o SALP – Sistema
de Avaliação de Localização e Projeto, disponível no
website do Núcleo Inox (www.nucleoinox.org.br).
FONTE:
• Revista
ESPAÇO ACESITA,
ano IV / número 29 /
dez-jan 2006, pág. 4
• Revista
ESPAÇO ACESITA,
ano IV / número 32 /
jun-jul 2006, pág. 7
ABRIL/JUNHO 2007 • INOX 11
INOXfinalabrmaijun07.QXD
10/25/07
12:23 AM
Page 10
tecnologia
Divulgação
Fachada do Banco Itaú, ex-Bank Boston, na marginal do rio Pinheiros, em São Paulo, mostra o bom resultado
com a utilização do aço inox
CONSERVAÇÃO
muito improvável que um projeto
predial não faça uso do aço inoxidável, pois o material apresenta
um rol de atributos únicos que o tornam
um forte concorrente frente a outros
materiais. Dentre estes atributos, é a longevidade do inox que o faz ser percebido
como um material superior. Esta durabilidade, por sua vez, é decorrente de outras
características, tais como resistência à
corrosão e resistência mecânica.
Graças ao seu longo ciclo de vida, o inox é competitivo quando comparado a materiais mais baratos, pois em detrimento de um maior
investimento inicial, garante-se economia no decorrer do uso do produto. No entanto, essa durabilidade pode ser ameaçada por agentes
externos e, deste modo, alguns cuidados devem ser observados a fim de garantir esta característica tão desejada impressa pelo material. Estes cuidados englobam as etapas de limpeza inicial (antes do término da obra) e limpeza de manutenção, as quais serão tratadas separadamente, a seguir:
é
10 INOX •ABRIL/JUNHO 2007
Da beleza à
longevidade:
aplicação de
aço inox em
forro em edifício
empresarial
DICAS DE LIMPEZA INICIAL
Divulgação
Encerrando a série
de matérias especiais
que a Revista INOX
publicou sobre a
conservação do aço
inoxidável, conheça
as dicas de limpeza
e manutenção do
material quando
aplicado nos
segmentos de
arquitetura e
construção civil
DO INOX NA
ARQUITETURA E NA
CONSTRUÇÃO CIVIL
Conheça as soluções para os problemas que surgem quando uma obra está para acabar:
• Respingos de massa: limpar com solução de
ácido fosfórico, enxaguar com água limpa e secar.
• Contato do inox com produtos removedores de
massa ou ácido clorídrico diluído: evitar. Em caso de
contato acidental, enxaguar o local imediatamente
com água limpa e abundante.
• Partículas de limalha de aço carbono (provenientes de soldagem, esmerilhamento, contato com andaimes etc.): lavar com água, sabão e bucha de nylon
imediatamente após o contato.
• Corrosão localizada: aplicar tratamento de decapagem ácida ou retificação mecânica.
• Resíduos de cola: utilizar os seguintes produtos
em ordem de preferência – MEK (metil etil cetona), tricloroetileno, álcool isopropílico, álcool etílico, benzina
ou thinner. Finalizar a limpeza, segundo a limpeza inicial padrão (conforme detalhamento a seguir).
Limpeza inicial padrão
• Esfregue a superfície do inox com um pano de
algodão macio, branco e limpo, embebido numa solução de detergente neutro dissolvido em água morna.
• Enxágüe com muita água.
• Seque com um pano de algodão limpo.
DICAS DE LIMPEZA DE MANUTENÇÃO
A freqüência da limpeza de rotina do inox é influenciada pelo ambiente ao qual o material está exposto. Para
aplicações externas, em atmosfera rural ou urbana com
baixo índice de poluentes, a água da chuva agirá como
um agente de limpeza natural (exceto em locais protegidos da chuva). Porém, recomenda-se uma lavagem anual
ou semestral, assim como é feito com as janelas de edifícios. Em localidades litorâneas ou altamente poluídas,
podem ser necessárias três ou quatro limpezas por ano.
• Manchas de dedos: como prevenção, aplicar óleo
mineral para bebês na superfície. Para limpeza, usar
água e sabão, detergente suave ou produtos em spray
específicos para limpeza do inox.
• Conservação do inox com acabamento espelhado:
usar produtos de limpeza para vidros (sem cloretos).
• Painéis de inox escovado (muito comuns em elevadores): devem ser esfregados sempre com movimentos que acompanham a direção das estrias ou
marcas de lixamento, evitando movimentos circulares.
• Manchas d’água: lavar com água limpa e secar
com pano macio.
• Manchas de óleo e graxa: usar produtos à base de
álcool (álcool isopropílico e acetona). Remover todos
os vestígios com solvente, limpando várias vezes com
pano suave e bem limpo. Não espalhe as manchas.
• Tintas e pichações: usar removedores alcalinos
para tintas ou à base de solventes. Nunca usar raspadores ou facas, para não arranhar o inox.
• Sujeiras abrangentes, resistentes e de difícil
identificação: usar polidor de metal para peças cromadas ou polidor para pintura automotiva.
Recomendações
• A garantia de um bom resultado quanto ao uso do
inox na arquitetura e construção civil está condicionada à observação das boas práticas de fabricação,
desde os procedimentos para manuseio e estocagem.
• Para especificar o correto tipo de inox para uma
aplicação externa, deve-se consultar o SALP – Sistema
de Avaliação de Localização e Projeto, disponível no
website do Núcleo Inox (www.nucleoinox.org.br).
FONTE:
• Revista
ESPAÇO ACESITA,
ano IV / número 29 /
dez-jan 2006, pág. 4
• Revista
ESPAÇO ACESITA,
ano IV / número 32 /
jun-jul 2006, pág. 7
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