UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI CRISTINA INOUE VAZQUEZ CRITÉRIOS TÉCNICOS PARA SELEÇÃO DE EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL EM CONCORRÊNCIAS DE OBRAS NAS EMPRESAS PRIVADAS SÃO PAULO 2008 ii CRISTINA INOUE VAZQUEZ CRITÉRIOS TÉCNICOS PARA SELEÇÃO DE EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL EM CONCORRÊNCIAS DE OBRAS NAS EMPRESAS PRIVADAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Anhembi Morumbi Orientador: Prof. Dr. Wilson Shoji Iyomasa SÃO PAULO 2008 iii CRISTINA INOUE VAZQUEZ CRITÉRIOS TÉCNICOS PARA SELEÇÃO DE EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL EM CONCORRÊNCIAS DE OBRAS NAS EMPRESAS PRIVADAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Anhembi Morumbi Trabalho____________ em: ____ de_______________de 2008. ______________________________________________ Prof. Dr. Wilson Shoji Iyomasa ______________________________________________ Nome do professor(a) da banca Comentários:_________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ iv Dedico este trabalho aos meus pais, que me incentivaram a cursar engenharia civil, sempre dispostos a ajudar e a compreender a indisponibilidade de tempo e necessidade de empenho em todo o curso e a este trabalho. v AGRADECIMENTOS Agradeço em especial ao orientador Prof. Dr. Wilson Shoji Iyomasa pela dedicação, competência, empenho e auxílio ao orientar este trabalho desde o início de sua elaboração e ao Eng° Gerson Tamaki da empresa Pharmako Consultoria por estar sempre disposto a ensinar e a quem devo todo o conhecimento na área de gerenciamento de contratações. vi RESUMO Este trabalho discute os principais sistemas contratuais, métodos de seleção, modalidades de pagamento e arranjos funcionais no sistema de contratação de empresas de construção civil. A complexidade técnica e gerencial da construção de edifícios tem impulsionado a introdução de formas específicas de contratação e organização. Sistemas contratuais inovadores permitem maior eficiência e eficácia na construção minimizando problemas relatados nos métodos convencionais. A presente pesquisa caracteriza e analisa, criticamente, a implantação de sistema de gestão de contratação. O desenvolvimento foi feito a partir da revisão bibliográfica e estudo de caso comparativo, realizado em empreendimentos de construção civil privados, envolvendo empresa multinacional de bebidas e empresa alimentícia de domínio familiar, com participação da empresa gerenciadora, empresa de consultoria e profissionais da área de engenharia e qualidade. Palavras-Chave: Contratação, gerenciamento, sistemas contratuais. vii ABSTRACT This research offers a discussion concerning the main contractual systems, selection, payment methods and functional arrangements in the recruitment system in civil construction. The technical and managerial complexity of building construction has boost the implementation of new ways of selection and organize system. An innovative contractual system allows more efficiency and effectiveness at the construction, minimizing some problems reported at the conventional methods. The research characterizes and analyze in a criticism way the implementation of systems of management hire staff. The development was made from the bibliographic revision and case study undertaked in private civil construction business, comparative involving a multinational corporation of beverages and food company under family control with participation of the main company, consultancy company and professionals of engineering and quality area. Key Words: Contraction, management, delivery system options. viii LISTA DE FIGURAS Figura 5.1 – Modelo genérico para sistemas contratuais .......................................... 20 Figura 5.2 – Alocação de risco nas modalidades de pagamento ............................. 30 Figura 5.3 – Alocação de riscos em diferentes sistemas contratuais ........................ 31 Figura 6.1 – Vista fachada frontal da fábrica 3 – Empresa Alimentícia ..................... 38 Figura 6.2 – Vista depósito – Empresa Alimentícia ................................................... 39 Figura 6.3 – Área produção em reforma – Empresa Alimentícia ............................... 40 Figura 6.4 – Vista frontal do novo prédio no período da construção ......................... 55 Figura 6.5 – Fachada do novo prédio e dos anexos J1B e J1A ................................ 55 Figura 6.6 – Fachada do novo prédio e do anexo J1A (PHARMAKO, 2008) ............ 56 Figura 6.7 – Área Hall Diretoria ................................................................................ 56 Figura 6.8 – Área interna futura locação departamento de vendas ........................... 57 Figura 6.9 – Fluxograma do processo de encerramento de obra da empresa multinacional de bebidas. ................................................................................... 74 Figura 7.1 – Fluxograma processo de concorrência empresa de alimentos familiar . 76 Figura 7.2 – Fluxograma processo de concorrência empresa de bebidas multinacional. ..................................................................................................... 77 ix LISTA DE TABELAS Tabela 5.1 – Resumo dos estudos de desempenho dos sistemas contratuais ......... 25 Tabela 6.1 – Ranking parcial ..................................................................................... 52 Tabela 6.2 – Ranking final ......................................................................................... 53 Tabela 7.1 – Análise comparativa dos processos de concorrência das empresas ... 78 x LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ACM Aluminium Composite Material ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária ART Anotação de Responsabilidade Técnica ASBEA Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura BDI Benefícios e Despesas Indiretas BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BPF Boas Práticas de Fabricação CAT Certidão de Acervo Técnico CD Compact Disc cGMP current Good Manufacturing Practices CREA Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia CREA-SP Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo DDS Diálogo Diário de Segurança EUA Estados Unidos da América FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço GRD Guia de Remessa de Documentos MP Medida Provisória MS Project Microsoft Office Project ONG’s Organizações não governamentais PBQPh Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Habitat PDCA Plan - Do - Check - Act / Planejar - Executar - Conferir - Agir PL Patrimônio Líquido PMBOK Project Management Body of Knowledge PMI Project Management Institute xi SIF Serviço de Inspeção Federal do Ministério da Agricultura UK United Kingdom xii SUMÁRIO p. 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1 2. OBJETIVOS ......................................................................................................... 3 2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 3 2.2 Objetivo Específico ........................................................................................ 3 3. MÉTODO DE TRABALHO .................................................................................. 5 4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 7 5 FORMAS DE CONTRATAÇÃO E SELEÇÃO DE EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL EM CONCORRÊNCIAS ......................................................... 9 5.1 Histórico dos processos de concorrência, cenário e tendência mundial . 9 5.2 Categorias e modalidades de contratação ................................................. 10 5.2.1 Empresas privadas .................................................................................. 11 5.2.2 Órgãos Públicos ...................................................................................... 12 5.2.3 Terceiro Setor .......................................................................................... 16 5.3 Normas, diretrizes e sistemas de qualidade .............................................. 17 5.4 Sistemas Contratuais ................................................................................... 20 5.4.1 Sistemas Separados ............................................................................... 22 5.4.2 Sistemas Gerenciados ............................................................................ 23 5.4.3 Sistemas Integrados ................................................................................ 24 5.5 Fluxo de informações................................................................................... 26 5.6 Exigências básicas da construção civil para a elaboração de editais de concorrência e contratos........................................................................................ 26 5.7 Gestão de riscos ........................................................................................... 29 xiii 5.8 Gerenciamento pós-contratação ................................................................. 33 5.9 Encerramento do contrato ........................................................................... 36 6 ESTUDO DE CASO ........................................................................................... 38 6.1 Empresa alimentícia de domínio familiar ................................................... 38 6.1.1 Categoria e modalidade .......................................................................... 40 6.1.2 Normas diretrizes e sistema de qualidade ............................................... 46 6.1.3 Sistema contratual ................................................................................... 48 6.1.4 Fluxo de informação, exigências da documentação e contrato. .............. 49 6.2 Empresa de bebidas multinacional ............................................................. 54 6.2.1 Categoria e modalidade .......................................................................... 57 6.2.2 Normas diretrizes e sistema de qualidade ............................................... 59 6.2.3 Sistema contratual ................................................................................... 62 6.2.4 Fluxo de informação, exigências da documentação e contrato ............... 64 6.2.5 Gestão de riscos...................................................................................... 68 6.2.6 Gerenciamento pós-contratação ............................................................. 69 6.2.7 Encerramento do contrato ....................................................................... 73 7 ANÁLISE DOS RESULTADOS ......................................................................... 75 8 CONCLUSÕES .................................................................................................. 81 9 RECOMENDAÇÕES.......................................................................................... 83 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 84 ANEXO A - TABELA DE RESULTADOS DA ANÁLISE TÉCNICA ......................... 86 ANEXO B - CRITÉRIOS PARA ATRIBUIÇÃO DE PESOS...................................... 88 ANEXO C - TABELA DE RESULTADOS DA ANÁLISE COMERCIAL ................... 91 xiv ANEXO D - RELATÓRIO DE ATIVIDADES: PERÍODO ENTRE 06/04/2007 E 31/05/07 .................................................................................................................... 94 1. INTRODUÇÃO Nos dias atuais com os advindos da tecnologia ocorreu um maior dinamismo no mercado da construção civil, no que diz respeito ao projeto, contratação, passando pela execução da obra até sua entrega final e start up da área de implantação. A complexidade tecnológica e gerencial dos empreendimentos colocou em discussão todo o sistema e resultou no aumento das exigências referentes aos prazos de produção, normas de qualidade e desempenho de todas as fases da obra. Em conseqüência dessas exigências desenvolveram-se novas formas de contratação e organização do empreendimento, destacando a importância do planejamento adequado para o sucesso da gestão do projeto com o controle das variáveis de escopo, tempo e custos, a fim de reduzir os riscos de fracasso e a minimização das incertezas. Segundo PMBOK – Project Management Body of Knowledge (PMI, 2004) esse processo de controle pode ser classificado em cinco grupos (iniciação, planejamento, execução, controle e encerramento) e nove áreas de conhecimento (gerência de integração de projetos, gerência de escopo de projetos, gerência de tempo de projetos, gerência de custo de projetos, gerência de qualidade de projetos, gerência de recursos humanos de projetos, gerência de comunicações de projetos, gerência de riscos de projetos e gerência de aquisições de projetos). O gerenciamento de aquisições é responsável pela descrição do processo de compra ou aquisição de produtos, serviços ou resultados, além de gerenciar contratos. Fazem parte desta área de conhecimento os processos: planejar compras e aquisições, planejar contratações, solicitar respostas de fornecedores, selecionar fornecedores, administrar e encerrar o contrato. Os processos envolvidos no gerenciamento de aquisições interagem entre si e também com os processos em outras áreas de conhecimento, reflete desde a elaboração do projeto até a entrega da obra e finalização do contrato. 2 As empresas públicas e privadas apresentam métodos diferentes de contratação. Para as empresas públicas, a lei n° 8.666 que regulamenta esta atividade, burocratiza o processo despendendo maior tempo para a finalização do processo. As empresas privadas são guiadas por procedimentos e normas de qualidade determinadas segundo diretrizes de cada organização, o que proporciona uma maior agilidade nas contratações, sem que resulte em processos fraudulentos, já que todo o processo é desenvolvido conforme procedimentos rastreáveis e normas auditáveis. Este trabalho apresenta os critérios técnicos para a seleção das empresas de construção civil em concorrência de obras nas empresas privadas. Para isso, abordam-se as diversas modalidades de contratação, e o estudo de caso, fundamentado no conhecimento adquirido, procura comparar o tipo de contratação realizada entre uma empresa multinacional de bebidas, desenvolvida segundos procedimentos internos e normas de qualidade e uma empresa alimentícia de domínio familiar, que apresenta divergências consideráveis no processo com relação aos procedimentos e tomadas de decisão. As interfaces do processo de concorrência com as fases do projeto, controle de riscos, gerenciamento pós-contratação e entrega da obra consta no estudo de caso da empresa de bebidas. 3 2. OBJETIVOS O presente trabalho tem por objetivo abordar os conceitos gerais sobre técnicas de seleção de empresas de construção civil e apresentar o método utilizado na elaboração de processos de concorrência em empresas privadas. 2.1 Objetivo Geral A pesquisa visa explicar o desenvolvimento da documentação técnica pertinente para o processo de concorrência civil, indicando o procedimento e fluxo de informações existente entre os diversos departamentos envolvidos na elaboração do edital para licitação. Ainda como objetivo geral a pesquisa tem a finalidade em demonstrar a necessidade de rastrear o processo de contratação sob o conceito de sistema de qualidade, adotando-se os procedimentos interno estabelecidos na empresa contratante, passível de um processo de auditoria. 2.2 Objetivo Específico Esta pesquisa busca esclarecer os aspectos técnicos envolvidos em todas as etapas do processo de concorrência desde a fase de pré-qualificação e elaboração do edital de concorrência civil até a fase de negociação entre contratante e contratada. O estudo tem, ainda, por objetivo, apresentar toda a documentação necessária que compõe um processo de licitação em uma empresa privada, indicando o fluxo de informações e diretrizes técnicas que passa pelo departamento de engenharia e suprimentos da empresa contratante, pela gerenciadora do projeto e pela construtora. 4 Por fim, a análise realizada em dois processos de contratação, uma realizada por empresa alimentícia de domínio familiar e o outro por uma empresa multinacional de bebidas, permite mostrar as diferenças existentes na condução desses processos, mesmo que essas atividades de contratação sejam realizadas pelo departamento técnico da uma empresa gerenciadora de construção civil. 5 3. MÉTODO DE TRABALHO O trabalho foi desenvolvido fundamentado em pesquisas bibliográficas realizadas em livros que abordam conceitos de licitações e de gerenciamento de contratações. Buscaram-se, ainda, nas publicações técnicas, artigos em revistas, sites na internet, os processos de gerenciamento de subcontratadas, bem como, leis e decretos que regem as licitações e as contratações. As informações técnicas foram obtidas em relatórios técnicos, reportagens, normas e procedimento interno das indústrias, normas de segurança, normas patrimoniais, procedimentos de suprimentos, editais de concorrência e as diversas modalidades de contratação e minutas de contratos. Após a reunião de todos os documentos relativos ao tema, foi possível organizá-los para o desenvolvimento ordenado da pesquisa. Portanto, as fases compreendidas na pesquisa abrangem desde o estudo do conceito do projeto, estudo de diretrizes e normas da empresa contratante, determinação do escopo da contratação, apresentação do escopo do serviço técnico, recebimento e emissão de toda a documentação do processo de concorrência, solicitação de esclarecimentos e informações complementares, equalização das propostas e auxílio na negociação. Como atividade prática da pesquisa realizada, desenvolveu-se o estudo de dois casos práticos de processo de contratação, uma realizada por empresa alimentícia de domínio familiar e o outro por uma empresa de bebidas multinacional. Tais estudos foram realizados e vivenciados em todas as fases desde a elaboração do projeto, gerenciamento da contratação, debates e reuniões com os representantes do departamento de engenharia e departamento de compras da indústria contratante. Para garantir o nível de segurança necessário para o empreendimento, foi necessário compreender o sistema de qualidade da empresa contratante para que o processo fosse realizado de acordo com as normas e procedimentos que permitissem o rastreamento de licitação e contratação. 6 Nesse sentido, a presente pesquisa foi estendida até a fase de acompanhamento da execução do projeto, ou seja, pós-contratação da empresa construtora. 7 4 JUSTIFICATIVA O trabalho apresentado tem sua importância para fixação de conceitos apresentados no curso de Engenharia Civil, enfocando conceitos administrativos, gestão de contratos, adoção do sistema de qualidade, segurança e meio ambiente, demonstrando a necessidade de conhecimentos técnicos e analíticos, fundamentais ao desenvolvimento da documentação técnica para o processo de concorrência e para a equalização das propostas apresentadas pelas empresas construtoras. Justifica-se essa pesquisa pela necessidade em publicar ao meio técnico os procedimentos utilizados nas indústrias de grande porte para as contratações de obras civis, já que é pouco conhecida a metodologia adotada por essas empresas na construção de novos projetos e nas ampliações dessas indústrias. Outra justificativa dessa pesquisa é procurar, de certa forma, desmistificar a existência de prováveis processos fraudulentos ou sem a adoção de normas nas indústrias privadas, demonstrando a seriedade do processo de concorrência e das equipes envolvidas. Esse aspecto visa destacar a necessidade em atender aos procedimentos e diretrizes industriais específicos do setor, e ao mesmo tempo, deve satisfazer as necessidades das boas práticas de construção civil. Justifica-se, ainda, a verificação das diferenças básicas entre os processos de licitação no meio privado e no meio público (Prefeituras, Secretarias Municipais e Estatuais, entre outras) e o que isto representa no mercado da construção civil. A justificativa em desenvolver o tema se dá pela experiência na área, pela gerência de vários processos em indústrias de grande porte, de multinacionais e de empresas com capital nacional, em vários segmentos industriais, como bebidas, farmacêutica, cosmética, alimentícia, fabricante de insumos farmacêuticos, dentre outras empresas. A participação na coordenação do departamento de processos de concorrência de uma empresa de consultoria e gerenciamento de projetos em obras sanitárias 8 permitiu o desenvolvimento do tema, fundamentando-se em casos práticos na construção e reforma de empreendimentos de edificações industriais. 9 5 FORMAS DE CONTRATAÇÃO E SELEÇÃO DE EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL EM CONCORRÊNCIAS Os sistemas contratuais visam estabelecer relações harmoniosas entre projetistas, construtores e clientes, onde o cliente é representado principalmente pelo departamento de engenharia e de suprimentos. Isso ocorre devido ao aumento da complexidade técnica e gerencial da construção de edifícios que estimula a introdução de novas formas de contratação e organização (GRILLO e MELHADO, 2001). As principais formas de contratação e seleção das empresas são estabelecidas segundo métodos de seleção, elaboração de documentação técnica, normas e diretrizes, modalidades de pagamento e arranjos funcionais, embasados em sistemas de qualidade e riscos envolvidos. 5.1 Histórico dos processos de concorrência, cenário e tendência mundial As contratações eram anteriormente realizadas no sistema de contratação tradicional caracterizado por três agentes, dois contratos e três etapas (projetoconcorrência-construção). Porém com a complexidade tecnológica e gerencial dos empreendimentos colocou-se em discussão esse sistema e resultou no aumento das exigências referentes aos prazos de produção, normas de qualidade e desempenho. Em conseqüência dessas exigências desenvolveram-se novas formas de contratação e organização do empreendimento (GRILLO e MELHADO, 2001). Os sistemas tradicionais no mercado norte-americano não-residencial são empregados em 60% dos empreendimentos, o projeto-construção (“design-build”) em 25% e o gerenciamento da construção (“construction management”) em 15%. Esta nova tendência de sistemas contratuais inovadores está sendo aplicado, pois há possibilidade em reduzir de custo e diminuir a taxa de administração, permitindo a obtenção de edifícios conforme o orçamento e as especificações previstas, mesmo em cenários econômicos e políticos incertos. (MOLENAAR et al. 1998). 10 Os objetivo destes sistemas alternativos são atendidos seguindo alterações: por meio da transferência do risco para construtores e gerenciadores; nas responsabilidades contratuais, já que a responsabilidade do desenvolvimento do empreendimento é da projetista ou do gerenciador; inserção de especialistas, sendo os gerenciadores representantes do cliente que podem estabelecer um novo fluxo de comunicação, conduzindo as revisões do construtor durante a elaboração do projeto; inserir nova seqüência do processo decisório e na execução da obra, por meio de sistemas que permitem sobreposição e interposição entre as etapas de projeto e execução; novos critérios de seleção dos participantes, como desempenho em empreendimentos anteriores. 5.2 Categorias e modalidades de contratação O processo de compra pode ser definido, segundo PEREIRA et al. (2003), como aquisição de bens, produtos e serviços que serão entregues pelo fornecedor ao comprador mediante compensação financeira equivalente, não sendo este um ato isolado, mas uma série de procedimentos ordenados que tem como objetivo atender as expectativas de qualidade e financeira do comprador. A união de todos os procedimentos, normas e diretrizes são chamadas processo de compras. Existem normas diferentes para cada processo de compras dependendo da entidade que efetuará a contratação, ou seja, para empresas privadas existem procedimentos, normas de qualidade a serem seguidas que posteriormente sofrerão auditoria. Para empresas públicas existem leis que regem as contratações como a lei n° 8.666 para as licitações públicas e a lei n° 10.520 que regulamenta a modalidade de pregão. As empresas que compõe o terceiro setor, efetuam as contratações na maioria dos casos, por meio de regulamentos internos que permitem realizar compras diretas, e nos contratos de prestação de serviços obedecem as regras e normas das empresas contratantes. Há casos de fundações que também adotam os procedimentos estabelecidos nas leis 8.166 e 10.520, à semelhança de empresas públicas. Porém, a estrutura reduzida dessas fundações, torna possível a redução no prazo para as contratações. 11 5.2.1 Empresas privadas Nas empresas privadas não existe uma lei que rege as contratações, porém depende diretamente do procedimento e normas vigentes nas empresas. Estes procedimentos são seguidos por todos os departamentos envolvidos, já que os processos de contratação e compras sofrem inevitavelmente auditorias internas ou externas. O processo de concorrência resulta em um contrato para o desenvolvimento de um projeto, com as fases e responsabilidades, preço, prazo, obrigações e responsabilidade, e todas as peculiaridades que compõem o processo de produção do empreendimento. Os prazos e valores não devem comprometer as etapas de projeto, que necessitam de tempo para que as idéias e opções de partidos sejam analisadas. As formas de contratação dos serviços de arquitetura e engenharia, segundo ASBEA (2000) são: • Convite direto: Pode ser feito pelo cliente, por indicação ou confiança. Neste caso, normalmente existe uma relação de confiança entre as partes, podendo ocorrer deficiência no tipo de contrato que será firmado. A auditoria da empresa aceita o convite direto, desde que estabelecidos valores limites, determinados pela normativa da empresa, a fim de evitar abusos e fraudes nas contratações e geralmente estes valores são baixos. • Seleção Restrita: Representa a segunda forma direta de contratação, sendo que o cliente pré-seleciona um número restrito de proponentes, de acordo com a experiência de cada um, procedendo a apresentação de seus titulares e visitas à empresa, trabalhos executados, verifica disponibilidade de efetivo cumprir o prazo, a tarefa e execução do empreendimento. Conforme o atendimento aos requisitos estabelecidos, o contratante seleciona a empresa prestadora do serviço. Existe a possibilidade do contratante escolher uma empresa para cada fase do projeto, contratando o responsável, engenheiro ou arquiteto antes mesmo da contratação da equipe responsável pela obra. 12 Ressalte-se que este tipo de contratação pode não garantir a qualidade do produto final, pois fere o princípio da simultaneidade na participação de todos os intervenientes no processo de construção. • Apresentação de Propostas Técnicas em Seleção Restrita: Como na forma anterior, dentro de um número restrito de empresas, é solicitada a elaboração de proposta técnica para a metodologia de trabalho e conceito teórico do projeto a ser executado. Nesta modalidade, antes da escolha dos profissionais que executarão o projeto, existe um programa pré-definido de necessidades, para que os participantes da seleção possam demonstrar sua habilidade técnica. O edital de concorrência é definidor do tipo de propostas, pois nele estarão descritas todas as responsabilidades e obrigações do contratado, sendo que este último poderá demonstrar a melhor metodologia de trabalho, não sendo mais obrigatoriamente as percepções do contratante. A qualidade do sistema de trabalho e as relações entre os agentes do processo irão contribuir para maior qualidade do produto final, embora a escolha da melhor técnica e metodologia ainda seja feita pelo contratante. • Cadastro de empresas: O cadastramento prévio é definido por uma série de determinações e normativas: técnicas e financeiras, por meio de apresentação de diversos documentos em tudo semelhante ao das licitações e também regido pela LEI 8666/93, como modelo a ser seguida por empresas privadas. Quando da oportunidade de contratação, o cliente escolhe de acordo com o porte e experiência profissional, a empresa que mais se enquadra com o projeto a ser executado. 5.2.2 Órgãos Públicos As leis que regulamentam os processos de compras e contratações das entidades públicas brasileira são as leis n° 8.666 e n° 10.520, que estabelecem regras e situações em que a compra ou contrato deve ser realizada por processos licitatórios e outras normativas pertinentes. 13 O comprador público é impedido por lei de conduzir os processos de compra de forma que conteste com os interesses públicos ou que de alguma maneira afronte com os procedimentos que não são amparos por lei. As entidades públicas devem realizar seus processos, seguindo casos previstos por lei, as denominadas Licitação Pública, definido segundo CITADINI (1999) como “processo pelo qual o poder público seleciona a melhor proposta para o contrato de seu interesse e se constitui no principal instrumento de realização de outros princípios constitucionais como os da moralidade administrativa e do tratamento isonômico dos eventuais contratantes com o Poder Público”. A lei n° 8666, artigo 3° define o objetivo da licitação como: “a licitação destina-se a garantir a observância do principio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probabilidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que são correlatos”. Nas Licitações Públicas, a lei n° 8.666 estabelece cinco modalidades de licitação, e uma sexta modalidade de licitação foi implementada com a Medida Provisória 2.026/00 de 2000 Pregão com regimento na lei n° 10.520/02 (BORGES, 2000). O valor estimado da obra objeto da licitação é determinante para a incidência da modalidade de concorrência, é o intervalo do montante total de valores que determina qual modalidade será utilizada. A concorrência pública, a tomada de preços e o convite são as modalidades mais utilizadas, segundo art. 22 da Lei n° 8.666/93, as demais modalidades, são menos utilizadas. A principal diferença entre essas modalidades é a fase de habilitação. Na concorrência a análise da proponente é preliminar e anterior a abertura das propostas, anterior ao julgamento, mas é posterior à abertura do processo seletivo. Na tomada de preços, a habilitação é prévia, anterior à abertura da licitação, com execução do cadastramento, possibilitando licitantes não cadastrados. Nesta 14 modalidade de contratação existe a comissão de licitação, sendo esta responsável pelo recebimento da documentação, análise e qualificação, concedendo um registro provisório às empresas para a participação do processo. No convite, a habilitação é dispensada, subentendendo que a Administração selecionou candidatos habilitados e idôneos, que preencham os requisitos mínimos para a habilitação. Quanto aos limites de valor das compras ou contratos dessas modalidades e das demais previstas na lei n° 8.666 são: • Concorrência: é processo para licitações de maior montante econômico, para licitações internacionais, compra e alienação de bens e imóveis, concessões de direito real de uso. A utilização desta modalidade se dá nos mesmos casos da tomada de preços e convite. Nesta modalidade as proponentes na fase inicial de habilitação deve comprovar que possuem requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital. Qualquer interessado, mesmo sem cadastro, pode participar da seleção para a execução do objeto do edital. O valor estimado para a concorrência é acima de R$ 1.500.000,00 para serviços e obras de engenharia; acima de R$ 650.000,00 para compras e serviços (valores de 1998, enquanto a Lei 1794/07 ainda tramita no Congresso nacional). • Tomada de preço: para licitações com valores mais reduzidos que a modalidade anterior, com o objetivo de agilizar o processo são subtraídas algumas formalidades e burocracias, que facilitam a Administração Pública na contratação. A participação nesta modalidade de licitação é realizada pelo banco de dados da Administração Pública com os interessados devidamente cadastrados ou os que atenderem a todas as condições exigidas para o cadastramento. Os interessados devem se pronunciar até o terceiro dia anterior à data de entrega das propostas, prazo máximo para a qualificação. 15 O valor estimado para tomada de preços é acima de R$ 150.000,00 até R$ 1.500.000,00 para obras e serviços de engenharia e acima de R$ 80.000,00 até R$ 650.000,00 para compras e outros serviços. • Convite: a Administração Pública escolhe os fornecedores segundo critérios adotados por estes, do ramo pertinente ao seu objeto, no mínimo de três empresas que resultará em três propostas. As empresas convidadas podem ou não ter cadastro, se não há necessidade de cadastramento e qualificação. A Administração Pública envia as cartas convites, como instrumento convocatório com o objetivo de convidar as empresas para envio das propostas comerciais. Esta carta convite é publicada, caso haja interesse da participação de outros interessados na disputa, essa publicação permite a extensão do convite aos demais cadastrados na correspondente especialidade e estes devem manifestar seu interesse na participação com antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas. O valor estimado para convite é até R$ 150.000,00 para obras e serviços de engenharia e até R$ 80.000,00 para compras e outros serviços (MUKAI, 2000). • Pregão: para aquisição de bens e serviços comuns pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, conforme disposto em regulamento, independente do valor estimado da contratação. A disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas e lances em sessões públicas, vedadas sua utilização na contratação de serviços de transporte de valores e de segurança privada e bancária, os lances são efetuados sucessivamente até que seja homologado o vencedor. Os pregões podem ser realizados em sessões publicas e presenciais ou em pregão eletrônico, por meio da Internet. • Concurso: utilizada para a contratação de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 dias, para quaisquer interessados. 16 • Leilão: utilizado para a venda de bens móveis inservíveis para a administração, ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados e para alienação de imóveis. O leilão é realizado em sessão publica, os licitantes fazem lances verbais até ser declarado o vencedor que oferece o maior lance e esta é presidida por um leiloeiro. Esta modalidade de licitação é para quaisquer interessados. 5.2.3 Terceiro Setor O Terceiro Setor é constituído por organizações privadas sem fins lucrativos que geram bens, serviços públicos e privados. Todas elas têm como objetivo o desenvolvimento político, econômico, social e cultural no meio em que atuam. Exemplos de organizações do Terceiro Setor são as organizações não governamentais (ONGs), as associações e fundações. O terceiro setor precisa apresentar uma gestão transparente, face aos seus compromissos com conceitos ligados à questão ética e democracia. Têm a obrigação de instituir um gerenciamento cristalino, tornando as informações relativas à forma pela qual administram seus recursos conhecidos pelo conjunto dos membros e disponíveis para a sociedade como um todo. O controle e o acompanhamento das ações desenvolvidas, monitoramento da relação entre a aplicação de recursos e o alcance dos resultados pretendidos é necessário (HUDSON, 1999). Atualmente existe a discussão sobre como o Terceiro Setor deve efetuar suas contratações, na realidade não existe nenhuma norma a seguir que regulamente estas contratações, desde que siga o preceito de relações transparentes. As empresas que compõe o Terceiro setor efetuam desde compras diretas, algumas seguem a lei n° 8.666 e outras acabam por seguir as normas das empresas privadas no que tange contratação e suas modalidades. 17 5.3 Normas, diretrizes e sistemas de qualidade O procedimento de abertura das propostas é rigoroso evitando a possibilidade de fraudes no processo. O recebimento das propostas deverá seguir procedimentos auditáveis com o recebimento de envelopes em duas vias lacradas com as propostas técnicas e comerciais separadas. Somente serão abertas com todos os envolvidos presentes e com a assinatura de termo de abertura das propostas. Em licitações públicas a abertura das propostas ocorre em sessão pública com dia e hora pré-estabelecidos. O termo de abertura das propostas deve citar o nome de todas as proponentes, o número e nome da proposta, formas de pagamento, contendo o sinal e medições, prazo de execução da obra, percentual de horistas e mensalistas, BDI, taxas de administração de terceiros, taxa de materiais, taxa de administração de contratos e de subcontratados. Qualquer hipótese de violação das propostas e conseqüentemente do vazamento de informações de seu conteúdo, a providência a ser tomada é o cancelamento da concorrência, desclassificação da empresa segundo autorização do cliente se houver suspeita de envolvimento em fraude. Os requisitos de segurança para a regulamentação das propostas segundo PEREIRA et al. (2003), são: • Verificabilidade: A proponente deve receber uma prova de que sua proposta foi entregue dentro do prazo estabelecido, por meio de guia de recebimento de documentos ou protocolo assinado pela pessoa responsável pelo recebimento das propostas. Em muitas as normativas de empresas privadas o departamento responsável apara o recebimento das propostas é a auditoria. • Temporalidade: o prazo para a entrega das propostas deve ser respeitado, e nenhuma proposta deve ser entregue fora deste período. Porém nas empresas privadas há uma maior flexibilidade no recebimento oscilando em 18 24 horas o prazo excedido. Desde que as propostas sejam abertas de uma única vez e com o termo de recebimento assinado. • Unicidade: cada proponente tem o direito de concorrer somente com uma proposta. • Confidencialidade: as propostas são secretas e invioláveis até a abertura. • Integridade: conteúdo da proposta é inalterável até a negociação ou até a solicitação de esclarecimentos. • Autonomia: As propostas devem ser abertas e seu conteúdo expressar valores e todos os enfoques técnicos, sem que haja a necessidade de consultar a proponente. • Irrefutabilidade: após abertura a proposta é irrevogável e irrefutável por parte da proponente. • Não coerção: Proponente não pode identificar oferta antes de sua abertura, para nenhum envolvido, seja cliente, gerenciador de contratos ou compras, ou qualquer outra pessoa deve ter ciência da proposta. • Legalidade ou licitude: não serão aceitas fraudes ou atos ilícitos no processo de compra. • Disponibilidade: Possibilidade de acesso às informações propostas e conteúdo de pessoas envolvidas ou não no processo, participantes ou não, inclusive da empresa ganhadora. Este item de disponibilidade é lei para as licitações públicas, nos processos de concorrências privados esta disponibilidade e transparência fica a critério da empresa, não havendo regulamentações de obrigatoriedade na transparência da documentação, exceto quando a solicitação é advinda da auditoria. 19 • Auditoria interna: todos os participantes do processo devem seguir os procedimentos e normas da instituição, seja esta publica ou privada. • Auditoria externa: Todo o processo dever ser verificável por terceiros, ou seja, empresas previamente estabelecidas com competência para tal podem ser contratadas para auditar todo o processo. A implementação destes requisitos cria um controle confiável sobre o tempo que as propostas permaneçam confiáveis. A confidencialidade e inviolabilidade do processo estão previstos no artigo 94 da lei 8.666, que diz: que devassar o sigilo da proposta terá a pena de dois a três anos e multa para licitação publica e prevista em todas as normativas e procedimentos nas empresas privadas. O contrato está diretamente relacionado com a gestão de qualidade, já que estabelece as relações de todas as partes envolvidas e a forma de integração entre os envolvidos no empreendimento. Portanto todas as resoluções de contrato e decisões de projeto devem ser de conhecimento geral, assim estabelece a importância do contrato na gestão da qualidade do processo da construção civil. A qualidade pode ser definida como adequação a determinados requisitos, conceito este que se enquadra com o movimento de ascensão da construção civil na década de 90. A partir dessa data as empresas incorporaram novos conceitos de gerenciamento da produção, com foco na execução da obra. Segundo Salgado (2004) as novas normativas de qualidade são: • A divulgação e adoção das normas de especificação e controle da qualidade no recebimento dos materiais de construção; • A definição dos procedimentos operacionais e de execução de serviços praticados nas obras; • A sensibilização e treinamento da mão-de-obra sobre os processos padronizados. Os investimentos do Governo Federal tiveram uma importância decisiva na qualidade com o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Habitat 20 (PBQPh) com a promoção da qualidade e produtividade do setor da construção habitacional, visando aumentar a competitividade de bens e serviços da construção, estimulando projetos que melhorem a qualidade do setor (CAIADO e SALGADO, 2006). Este conceito impacta diretamente na qualidade na produção do edifício e a gestão do processo do projeto, fomentando o desenvolvimento e a implantação de instrumentos e mecanismos de garantia de qualidade de projetos e obras, promove a melhoria da qualidade de gestão nas diversas formas de projetos e obras habitacionais. 5.4 Sistemas Contratuais Segundo GRILLO e MELHADO (2001), os sistemas contratuais formam o arcabouço de cinco subsistemas principais: arranjos funcionais, modalidades de pagamento, método de seleção. Figura 5.1 – Modelo genérico para sistemas contratuais (GRILLO e MELHADO, 2001). 21 Segundo KUMARASHAMY e DISSANAYAKA (1998): pode-se classificar os sistemas contratuais segundo seu arranjo funcional em sistemas: os sistemas separados, no qual podemos subdividi-los em seqüencial tradicional e acelerado tradicional ou “construção em fases”, sistemas integrados composto de projeto-construção e “chave-na-mão” e sistemas gerenciados com divisões de “gerenciamento da construção, gerenciamento de contrato”. O sucesso do empreendimento depende da inter-relação e a integração entre os envolvidos: arquitetos, engenheiros, construtores e gerenciadores. Esse sucesso é relativo ao desempenho do empreendimento, em prazos, custos, qualidade, ausência de disputas e retorno do investimento do empreendedor. Os arranjos organizacionais definem as relações contratuais e funcionais entre os participantes, o envolvimento do construtor no projeto, os fluxos de informações, o processo de tomada de decisão e a convergência entre os objetivos das equipes. Cada arranjo funcional se aplica a uma determinada modalidade: de empreendimento e interferem diretamente nas responsabilidades dos agentes no nível de integração entre clientes, projetistas e construtores; e no fluxo de informações na tomada de decisões. Desta forma, a eficácia do sistema contratual depende da habilidade para elaborar especificações nas fases iniciais do projeto e monitorar o impacto das mudanças na qualidade do produto, da importância conferida pelo cliente ao custo, prazo, risco de flutuações no orçamento e na qualidade bem como a sua capacidade de influência nas decisões de projeto. A ponderação entre custo, prazo e qualidade da construção tem sido uma das preocupações centrais da gestão do empreendimento. Estabelecer critérios iniciais são fundamentais como: velocidade e duração do projeto e a construção, variabilidade, flexibilidade de alterações de projeto, qualidade, complexidade, alocação e prevenção de riscos, responsabilidade, preço total, disputas e arbitragem. 22 5.4.1 Sistemas Separados Os sistemas separados de projeto e construção podem ser divididos em: tradicional (seqüencial) e acelerado (sobreposto ou construção por fases). A maioria dos empreendimentos adota o sistema tradicional composto por três fases seqüenciais: projeto, concorrência e construção. O projeto é concebido segundo as necessidades do cliente, sendo os projetistas responsáveis pela definição dos requisitos do cliente e pela transmissão do escopo do empreendimento para os concorrentes. O construtor é responsável pela execução da obra, de acordo com as especificações de projeto, planos e o preço acordado. Os benefícios desse sistema são: análises sistemáticas do desempenho da construção segundo projeto, representatividade do cliente; período longo para alterações no projeto a custos moderado; preço fixo antes da construção; e riscos transferidos ao construtor. Os riscos para o cliente resumem-se a tempo de entrega; falta de incorporação; possibilidade de conflitos entre os participantes e alterações de projeto (MOLENAAR et al. 1998). A segregação entre projeto e construção executados por empresas diferentes permite análises do desempenho da construção. O projeto deve ser bem elaborado e planejado, a fim de representar o interesse do cliente, mesmo que demande diversos estudos, já que alterações nesta etapa são menos dispendiosas que na execução do empreendimento, por outro lado pode conduzir a atrasos. O construtor deve entregar a obra com os documentos de contrato e o valor acordado. Esta divisão de responsabilidades permite verificar o desempenho tanto no que diz respeito à elaboração correta do projeto já que o construtor verificará a validade do mesmo e a construção permitirá ao executor do projeto e cliente controlar a obra. Existe um risco potencial decorrente de alterações de projeto e omissões dos projetistas, no que diz respeito a solicitações de adicionais, provocar relações competitivas entre os agentes. Mas existem medidas mitigadoras como a negociação do contrato ao invés de concorrência; contratação de um representante 23 do cliente; estabelecimento de parcerias. A negociação do contrato não altera a linearidade do processo, mas permite comunicações entre construtores e contratantes. A contratação de um gerenciador como mediador pode ser uma solução, com um contrato entre o cliente e o gerenciador. As parcerias podem aumentar o desempenho do empreendimento em diferentes sistemas contratuais. O sistema acelerado é a construção por fases ou pacotes (“fast-track”), ou seja, o projeto e construção em empreendimentos são subdivididos em pacotes macros (fundação, estrutura, entre outras). Cada etapa é abordada de forma individual no que tange a elaboração do projeto, da concorrência e da construção. A construção por fases aumenta os riscos na construção, não havendo visão do todo e o limiar de responsabilidades entre os pacotes, sem a possibilidade de antecipar os processos executivos e coordenar os projetos. Portando há necessidade de reservas de valores para possíveis adicionais, devido a alterações de projeto. A vantagem é a redução do prazo de entrega, com início da construção imediatamente após a elaboração do projeto base, mesmo que outras partes ainda não tenham sido projetadas. O processo é arriscado, dependente da contratação dos pacotes, da logística de implantação e da qualidade do projeto. Nesta avaliação a contratação de um gerenciador ou construtora torna-se fundamental, já que a contratação que envolve grande capacidade técnica e experiência para completar um contrato desta modalidade com êxito e a parcela de alto risco envolvido. 5.4.2 Sistemas Gerenciados Os sistemas gerenciados apresentam três fases distintas (projeto, concorrência e construção), porém com enfoques diferentes de gerenciamento. As modalidades de gerenciamento podem ser classificadas em: gerenciamento como mediação, gerenciamento da construção e gerenciamento com risco. No gerenciamento como mediação, o gerenciador instrui sobre construtibilidade ao cliente e é responsável pelo monitoramento de uma parcela das atividades de construção. O contrato de projetistas e dos riscos de atrasos e valores é de 24 responsabilidade do cliente e a função é de consultor técnico. As vantagens e desvantagens são similares aos sistemas tradicionais, pois os arranjos contratuais e estruturas de comunicação se assemelham. No gerenciamento da construção, o gerenciador divide o empreendimento em fases com concorrências separadas. Difere dos sistemas de construção acelerada, pois há a contratação isolada dos serviços micros (infra-estrutura, superestrutura, instalações, fechamentos, acabamentos), com a necessidade de um fluxo intenso de comunicação entre os subempreiteiros e o gerenciador. No gerenciamento de risco, o cliente decide a intensidade que o gerenciador é responsável pela contratação dos projetistas e do construtor, com uma parcela considerável dos riscos associados ao empreendimento. Segundo MOLENAAR et al., (1998), os benefícios para o cliente são significativos, já que há um aumento da representatividade na equipe do empreendimento, incremento da engenharia de valor, possibilidade de emprego da construção em fases, transferência de responsabilidades e riscos. Os principais riscos são: as incertezas na subdivisão das fases; envolvimento intenso do cliente; dificuldade de alterações de projeto; e ausência de regulamentação do exercício profissional. O gerenciador deve: interagir com o cliente e os projetistas; liderar a equipe de construção; proporcionar de alternativas construtivas e a avaliação dos impactos nos custos e prazos; programações e planejamento financeiro; monitoramento do desempenho; coordenação da aquisição de recursos e das atividades dos construtores e subempreiteiros; inspeção da conformidade com os requisitos de projeto; provisão de relatórios sobre o andamento da obra; e manutenção de uma relação harmoniosa com as equipes. 5.4.3 Sistemas Integrados Nos sistemas integrados, o projeto-construção apresenta suas fases concomitantes. Há somente um responsável, tanto no que se refere ao projeto, quanto em relação a construção, portanto, uma única linha de comunicação com o cliente e um contrato 25 que contempla o escopo de projeto e construção. A construtora contratada geralmente trabalha com diferentes equipes ou subcontratados, para a realização de ambas atividades. O maior benefício é o único foco de responsabilidade; diminuição no tempo de projeto e redução do prazo de entrega da obra; elevada construtibilidade; um único adiantamento; relação ágil entre envolvidos e grau elevado de responsabilidade e rapidez nas alterações no escopo. Por outro lado, há menores oportunidades para avaliações do desempenho, uma vez que estão concentrados o projeto e a construção em uma única empresa; representatividade reduzida do cliente; dificuldade na definição do escopo; exigência de tomadas de decisão completa e sucinta; dificuldade de distribuir o risco decorrente de alterações de projeto. O desempenho dos sistemas contratuais está resumido abaixo. Tabela 5.1 – Resumo dos estudos de desempenho dos sistemas contratuais Custo Unitário Velocidade da construção CII Penn State (EUA) Projeto-construção e gerenciamento da construção CII Penn State (EUA) Projeto-construção e sistema tradicional Reading DB Forum (UK) Projeto-construção e sistema tradicional - 4,5% - 6% - 13% + 7% + 12% + 12% Velocidade da entrega + 23% + 33 % + 30 % Fonte: Modelo genérico para sistemas contratuais (GRILLO e MELHADO, 2001). O projeto-construção se mostra significativamente mais rápido e econômico, mas não significa que a relação custo/benefício mais vantajosa para o cliente, uma vez que cada empreendimento apresenta objetivos específicos. Desta forma, a seleção da empresa responsável pelo projeto-construção adquire importância. O cliente geralmente formula um programa detalhado, apresentado a um conjunto de empresas qualificadas, na Solicitação de Propostas (“Request for Proposals”). As proponentes providenciam propostas, equalizam-se as propostas e seleciona-se uma das propostas, segundo critérios técnicos e comerciais. Após negociacao, formaliza-se o contrato. A contratação anterior ao término dos projetos restringe a seleção por menor preço. As propostas possuem escopos distintos, em 26 decorrência da interpretação dos objetivos do cliente, dificultando a avaliação. A ausência de documentação completa demanda uma parceria e um alto nível de confiança entre o cliente e o construtor-projetista (“design-builder”). A vantagem do sistema reside na possibilidade de uma definição mais detalhada do escopo da “Solicitação das Propostas”, transferindo potenciais riscos dos projetos para o construtor-projetista. A principal deficiência se refere à possível redução da construtibilidade, na medida em que se posterga a entrada dos construtores no processo. 5.5 Fluxo de informações As fases que compõe a licitação pública, segundo PEREIRA et al. (2003), consistem primeiramente na preparação, com o inicio do processo administrativo e elaboração de instrumento convocatório, com a devida publicação para tornar o processo publico. Seguido da fase de habilitação, onde os interessados na participação do processo entregam documentação em envelopes lacrados e individuais, assim como as propostas comerciais também separadas e lacradas. Os documentos de habilitação são abertos e analisados, caso a empresa não seja qualificada nesta etapa os envelopes da proposta comercial são devolvidas. A fase final do processo é a de julgamento, no qual as propostas comerciais são abertas, analisadas seguindo os requisitos mínimos do instrumento convocatório, julgadas e classificadas segundo critérios de avaliação decididos previamente. 5.6 Exigências básicas da construção civil para a elaboração de editais de concorrência e contratos As empresas nos contratos de construção apresentam duas tipologias de contratos: a empreitada e a administração, segundo responsabilidade nominal das despesas GONZÁLEZ (1998). Nos contratos de empreitada as despesas são das construtoras, com repasse posterior dos custos à contratante, e na administração os gastos são 27 faturados diretamente ao contratante, com a administração dos serviços e materiais de responsabilidade da construtora ou somente a contratação da mão-de-obra. Os “stakeholder” envolvidos diretamente com o projeto são basicamente o empreendedor, o cliente que contrata e paga a construção da obra e o contratado para a execução, também chamado de “construtor” ou “empreiteiro”. O construtor é responsável técnico da obra e deve ser legalmente habilitado no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura. Além destes envolvidos pode ser contratada uma gerenciadora de compras, para auxiliar ou executar como um todo o processo de concorrência, e ser tecnicamente competente para a análise das propostas e a equalização necessária. As partes podem ser pessoas físicas ou jurídicas, individuais ou coletivas, de ambas as partes. O objeto do contrato de construção é a execução da obra, em sua totalidade ou em partes e para cotação da obra e contratação são necessárias especificações e características que identifiquem a obra, como projetos, memoriais, especificações, prazo de execução entre outros documentos. O contrato, dependendo de sua tipologia, deve fixar ou estimar os valores a serem pagos ao construtor, podendo ser acertado previamente no total, em valores unitários, após o cumprimento de uma meta ou o término de uma etapa, em percentuais sobre os gastos, dependendo de ajustes e medições. O contrato de empreitada estabelece ao construtor executar a obra sem nenhuma subordinação ou dependência do cliente para o escopo no qual foi contratado, ou seja, independente da contratação ser para o fornecimento de mão-de-obra e materiais, somente mão-de-obra, por preço determinado global ou por andamento físico, as medições, não há necessidade de autorizações ou de depender de alguma informação do cliente, já que tem como responsabilidade a entrega da obra finalizada (MILHOMENS e ALVES, 1996). As empreitadas podem ser subdivididas em diversas formas particulares de contratação segundo o objeto e a fixação de preços. As modalidades de pagamento no segmento de obras para terceiros, sendo estes os contratos com projetistas, construtores, gerenciadores, construtoras, estas 28 consideram diversos itens e fatores que devem ser estabelecidos e particularizados em contrato segundo múltiplos fatores como: tipo da edificação, características e normativas do cliente, alocação de riscos, tamanho e complexidade do empreendimento, prazos tanto em relação à projetos, quanto à execução da obra, realização de concorrência, possibilidade de alterações de escopo no decorrer da obra, interfaces com produção, política interna da empresa, normativas e regulamentos. Com relação à modalidade de pagamento, os contratos podem ser subdivididos em três categorias principais (GONZÁLEZ, 1998): • Preço fixo ou global: O preço global é fixado anteriormente à assinatura do contrato, ou seja, no momento da elaboração da proposta, mediante estudo dos documentos para a cotação, sendo um valor geral para todo os escopo de serviço a ser executado em uma determina obra. A proposta geralmente é parte integrante do contrato. Esta forma de pagamento apresenta uma principal vantagem, a certeza do preço final, garantindo a contratante o conhecimento do valor e possibilitando o aporte dos recursos. • Preços unitários: No momento da elaboração do orçamento são solicitados os preços unitários de material e mão-de-obra, possibilitando a análise dos valores se são condizentes com os aplacados no mercado e se as quantidades são similares às discutidas em projeto. As partes não convencionam o valor global, somente preços por unidades, por meio de medições conforme a produção. • Preço de custo ou administração contratada: empreitada de preço móvel, em que a execução da obra ocorre mediante o reembolso das despesas incorridas e o pagamento de uma remuneração ao construtor, geralmente fixada como um percentual do valor das despesas. Uma outra modalidade pode ser destacada segundo GRILLO e MELHADO (2001), o “chave-na-mão” (“turn-key”) similar a um projeto-construção. O empreendedor encarrega um agente para o desenvolvimento do projeto e da construção, este 29 assume as responsabilidades do cliente, estabelecendo contratos e tomando decisões relativas ao desenvolvimento do projeto. O envolvimento do cliente não acontece até a entrega do empreendimento. O ”chave-na-mão” originou o sistema Construção-Operação-Transferência (“BuildOperate-Transfer”), empregado em privatizações, obras industriais e infra-estrutura e edificações de grande porte. O agente pode ser uma empresa privada, e as vezes o governo como usuário final. Os investidores privados são responsáveis pelo financiamento, projeto, operação e manutenção do empreendimento por um período de tempo preestabelecido. Após o retorno do investimento, o empreendimento é transferido do consórcio privado para o governo. Os principais benefícios são: data de transferência flexível; flexibilidade para o empreendedor; e redução do investimento inicial. Os riscos para o cliente são: contratos múltiplos; limitação estatutária da aplicação; e definição acurada das cláusulas de responsabilidade. A principal vantagem diz respeito à participação de um especialista financeiro e operacional no consórcio. O sistema possibilita ao governo acesso a empreendimentos que não poderiam ser viabilizados, em virtude de limitações financeiras (MOLENAAR et al. 1998). 5.7 Gestão de riscos Diversos problemas podem emergir nas diversas fases da concorrência, que podem ser transferidas de problemas oriundos de projeto e causam impactos negativos na execução. A elaboração do processo de concorrência conciso, que apresente uma gestão de risco integrada minimiza problemas na execução e possibilita um préestudo de medidas mitigadoras. Um fator preponderante é a escolha do contrato e a alocação dos riscos nele envolvido, quando os riscos são inadequadamente transferidos para uma das partes, incapaz de gerenciá-los ou controlá-los. Para minimizar, combinações das modalidades de contratos e diferentes sistemas poderão ser empregados em fases distintas na execução de um mesmo empreendimento. 30 Uma alocação de riscos inadequada pode resultar em impactos diretos nos custos do empreendimento ou no descumprimento do contrato por uma das partes, segundo GRILLO e MELHADO (2001). Empreendedor Arquiteto, Construtor, etc. Tipo de Contrato Preço Global Preço Unitário Administração Figura 5.2 – Alocação de risco nas modalidades de pagamento (MOLENAAR et al., 1998). A escolha inadequada dos sistemas contratuais pode causar problemas nas relações funcionais entre agentes, acarretando em acréscimos nos custos, descumprimentos dos prazos, disputas e gerar problemas com qualidade de execução do empreendimento. Portanto, deve-se analisar o sistema compatível coma as necessidade do cliente e do construtor e peculiaridades do empreendimento. Estabelecer o melhor arranjo funcional (GRILLO e MELHADO, 2001). 31 Tipo de contrato Empreendedor Construtor Projeto e gerenciamento Projeto-construçãochave-na-mão Preço global Preço global com flutuações Administrativo com preço alvo Preços unitários Gerenciamento com preço global pela construção Gerenciamento com construção por administração Gerenciamento com preço máximo garantido Gerenciamento da construção Figura 5.3 – Alocação de riscos em diferentes sistemas contratuais (GRILLO e MELHADO, 2001). Os critérios acima evidenciam que a análise dos riscos deve ser cuidadosamente avaliada pelo cliente na seleção do sistema contratual. A seleção incorreta do sistema contratual aumenta os riscos do empreendimento. A alocação de riscos representa um aspecto estratégico na contratação e organização do empreendimento. Em contratos de projeto-construção, o construtor assimila a maior parcela dos riscos. No gerenciamento, por sua vez, o empreendedor absorve os riscos. No sistema tradicional, a alocação dos riscos depende da modalidade de pagamento adotada. Em contratos com preço global, os riscos podem ser assumidos pelo construtor ou pelo cliente (Figura 5.3). A seguir, são descritas as principais características dos sistemas separados de construção e projeto, como o sistema seqüencial ou tradicional. 32 Outro fator de risco que deve ser previsto é a qualidade do projeto de arquitetura, tendo em vista que grande parte dos problemas técnicos encontrados na fase de execução está estritamente relacionada a compatibilização dos projetos, falta de integração dos projetistas com a obra, e falta de integração entre os profissionais de projeto. (CAIADO e SALGADO, 2006). O projeto é um fator crítico e merece especial atenção, já que alguns fatores não podem ser ignorados no momento da elaboração do projeto, e são importantíssimos se retratados neste momento, pois possibilitam minimizar problemas posteriores, como a inter-relações entre a equipe de projeto e a obra, freqüências d as visitas à obra, o grau de detalhamento do projeto, entre outros aspectos, porém estes itens somente são lembrados e abordados na etapa pós-contratação (CAIADO e SALGADO, 2006). O gerenciamento da qualidade é um item que incide diretamente em todas as etapas, principalmente nas relações entre os agentes da cadeia da construção civil e nas formas de contratação dos profissionais de projeto. Os agentes, o fluxo de informações e a contratação têm influência direta na obra e na qualidade do projeto e da construção, os agentes são responsáveis pelas soluções adotadas pelas construtoras que procuram alternativas em função de suas próprias experiências e tecnologias inovadoras. Deve-se buscar de um sistema de contratação que garanta a qualidade do processo de projeto, caso o gerenciamento de qualidade não seja tratado na etapa da contratação, pode gerar aumento nos custos e formação de imagem negativa junto aos clientes. (CAIADO e SALGADO, 2006). Portanto o contrato interfere diretamente nas decisões na qualidade do projeto. Havendo a necessidade de premissas conjuntas entre cliente, projetista, construtoras, no que se refere aos procedimentos, requisitos e premissas, a partir de um anteprojeto, definir grande parte das soluções traçadas e interferirá na qualidade do projeto, pois as soluções serão as metas do empreendimento, qualificando o tipo de projeto e as premissas básicas para o desenvolvimento do produto final, com o completo envolvimento dos profissionais envolvidos na cadeia de produção da edificação e a visão geral do empreendimento (CAIADO e SALGADO, 2006). 33 5.8 Gerenciamento pós-contratação Segundo consta no PMBOK, considera-se a administração de contratos como sendo o processo que assegura o desempenho do fornecedor verificando se está adequado aos requerimentos contratuais. A chave é gerenciar as interfaces entre os diversos fornecedores de produtos e serviços. A natureza da relação contratual obriga que a equipe de projeto e o administrador de contrato, estejam perfeitamente cientes das implicações legais das ações tomadas (PMI, 2004). A administração do contrato tem como função verificar a aplicação dos processos apropriados de gerência de projeto, corroborar nas relações contratuais e na integração como um todo. Os processos de gerência de projetos ocorrem em diversos níveis de integração e coordenação, deve-se prever a execução de um plano de projeto para autorizar o trabalho do contratado e verificar etapas e prazos, monitorar o custo, o cronograma e o desempenho técnico de contratado, por meio de relatórios de desempenho (PMI, 2004). Outros fatores extremamente importantes são o controle da qualidade e as mudanças geradas com o objetivo de inspecionar e verificar o produto contratado. Tais controles são para comprovar se atende às necessidades contratuais e especificações técnicas, assegurando que as mudanças inseridas estejam adequadamente aprovadas e que todos necessitam tomar conhecimento. Além do componente financeiro, no qual as condições de pagamento devem ser definidas no contrato, é necessário que o administrador estabeleça uma ligação clara entre o processo medido e a remuneração do fornecedor (PMI, 2004). Portanto, após o processo de contratação e assinatura do contrato inicia-se a execução do empreendimento de acordo com o planejamento de prazos, custos e qualidade. O gerente da obra é responsável em garantir que as metas sejam cumpridas, disponibiliza projeto, verifica os detalhes de execução, programa a entrega de materiais e confere a qualidade da execução para dar o aceite final (CHOMA e CHOMA, 2005). 34 Na etapa de execução existem dois itens importantes, prazo e qualidade, para que não haja problemas com ambos é necessária a execução de um planejamento detalhado das atividades contemplando todas as partes envolvidas (stakeholders) no empreendimento. Com uma programação estável para a compra e a entrega de materiais, análise e alternativas para viabilidade das soluções para a execução, verificação do desempenho das equipes e gerenciamento das empresas subcontratadas. Previamente à execução, na etapa do firmamento do contrato, os equipamentos e ferramentas devem ter sua responsabilidade de guarda e fornecimento estabelecidos, assim como toda a verificação da capacidade técnica das equipes. Uma fiscalização técnica atuante durante todas as etapas da obra garante a qualidade na entrega do produto final. Desde a etapa de locação da obra, o gerente começa a definir a qualidade desejada do empreendimento, estabelecendo o nível de controle e de cobrança sobre todos os envolvidos. Os retrabalhos advindos do gerenciamento inadequado e conseqüente má execução são extremamente onerosos. O Código de Defesa do consumidor e o novo Código Civil Brasileiro defendem os clientes e recaindo toda a responsabilidade da execução da obra nas construtoras, as empresas investem cada vez mais na verificação da qualidade e na vistoria dos serviços executados, minimizando transtornos e melhorando a imagem da empresa, visando à diminuição dos custos com manutenção e de responsabilidade civil de cinco anos (CHOMA e CHOMA, 2005). O desperdício de materiais é outro item de gerenciamento que merece atenção, as perdas na construção civil estão presentes em inúmeras etapas, segundo CHOMA e CHOMA (2005) as principais são: • Projetos: os projetistas não consideram modulações, interfaces, interferências e peças estruturais ultra dimensionadas. • Recebimento: aceitação de cargas com material faltante. 35 • Estoque: materiais acondicionados de maneira incorreta e com a presença de umidade. • Transporte interno: quebra de peças e materiais. • Aplicação: quebra de materiais durante a aplicação e desperdício na execução das tarefas. • Perda incorporada: é todo o material utilizado além da necessidade ou do especificado em projeto. Estas perdas, não previstas em orçamento, provocam queda acentuada na margem da construtora podendo gerar prejuízos. Se o contrato não for elaborado de maneira correta com todas as cláusulas bem estabelecidas, pode por ventura causar custos adicionais ao cliente. Avaliações periódicas de desempenho dos serviços prestados são necessárias e visam à aplicação do ciclo PDCA (Plan – Planejar, Do – Executar, Check – Conferir, Act – Agir). Durante a fase de execução deve-se comparar o desempenho da equipe com o planejamento, em relação a prazo, qualidade e custos; verificar desvios e providenciar ações corretivas para que o projeto seja concluído conforme planejado. As avaliações ajustam o planejamento do empreendimento e todo o controle do projeto (CHOMA e CHOMA, 2005). A periodicidade das avaliações depende dos serviços, do empreendimento, desempenho da construtora, dos procedimentos internos de qualidade, e devem-se realizar reuniões periódicas de coordenação com todos os stakeholders. Diagramas de balanço de equipe e testes aleatórios são interessantes para o gestor da obra, caso o contrato for por administração ou homem-hora ou para verificar a produtividade da construtora em contratos por preço unitário e toda esta avaliação pode causar impacto no prazo de finalização do empreendimento, alem de mostrar rapidamente onde estão os pontos falhos no processo de trabalho. 36 A entrega da obra é o aceite formal de todas as etapas dos trabalhos realizados, podendo ser aceites por eventos de cada etapa do empreendimento, sendo este um facilitador do aceite final da obra. Para o encerramento do empreendimento toda a documentação deverá estar correta e formalizar o término das relações clienteconstrutora, construtora-fornecedores, contrutora-empreiteiros, cliente-gerenciadora, gerenciadora-construtura. Segundo PMBOK encerramento do projeto é: “O grupo de processos de encerramento inclui os processos usados para finalizar formalmente todas as atividades de um projeto ou de uma fase do projeto, entregar o produto terminado para outros ou encerrar um projeto cancelado. Esse grupo de processos, quando terminado, verifica se os processos definidos estão terminados dentro de todos os grupos de processos para encerrar o projeto ou uma fase do projeto, conforme adequado, e estabelece formalmente que o projeto ou a fase do projeto está concluída” (PMI, 2004). Para o gestor da obra dar o aceite final e receber o serviço executado deve realizar um check list de todas as atividades que necessitam ser refeitas ou retocadas, assim como constar todos os documentos faltantes. Quando finalizarem as pendências o serviço é aceito e a próxima etapa é a formalização do encerramento do contrato. 5.9 Encerramento do contrato Para o encerramento do contrato envolve a documentação dos termos de aceitação provisória e definitiva da obra, e é gerado um documento chamado Termo de Encerramento do Contrato. O cliente terá de solicitar à construtora, empreiteiros e subcontratados todos os comprovantes de pagamentos e encargos sociais, todas as documentações de recolhimento de impostos eximindo o cliente das responsabilidades e obrigações caso haja alguma pendência. No termo deverá constar ainda o serviço adicional que não faziam parte do contrato original, visando proteger o cliente de cobranças por serviços que já tenham sido pagos. 37 Assim como no contrato deverá ficar claro as condições para a liberação das retenções contratuais de garantia. Algumas vezes são realizadas retenções de até 10% do total dos serviços por um prazo de dois anos, para se garantir contra eventuais reclamatórias trabalhistas de ex-empregados. Essa retenção deve ser estipulada previamente em contrato, respeitando requisitos para que não haja reivindicações de valores retidos indevidamente e ainda com a correção do período. Este termo é importante, pois envolve o término do vínculo e o início do prazo de garantia dos serviços executados. É recomendado que seja realizada uma auditoria da contratação, um processo interno que avalia todo o processo de contratação, desde o planejamento até a administração desse contrato, visando identificar sucessos e falhas do processo no projeto (CHOMA e CHOMA, 2005). 38 6 ESTUDO DE CASO Os estudos de caso fundamentados no conhecimento apresentam os critérios técnicos para a seleção das empresas de construção civil em concorrência de obras realizadas por duas empresas privadas, sendo o primeiro caso uma empresa alimentícia de domínio familiar e o segundo caso uma empresa de bebidas multinacional. A escolha de dois estudos visa à realização do comparativo da contratação realizada pelas empresas e as divergências com relação aos procedimentos, tomadas de decisão, normas, fluxos de informações. O caso da empresa de bebidas multinacional contempla todo o processo de concorrência e as demais interfaces com as fases de projeto, controle de riscos, gerenciamento, entrega da obra e encerramento do contrato. 6.1 Empresa alimentícia de domínio familiar A empresa alimentícia está localizada no município de Embu no Estado de São Paulo. Uma de suas instalações, denominada fábrica 3 (três) direcionada à mistura e embalagem de componentes pulverogênicos, assim como o armazenamento de matéria prima e produto acabado, sofreu um sinistro no final de 2006, decorrente do incêndio de toda a instalação. Portanto, o processo estudado é relativo à reconstrução de toda a fábrica e a contratação de uma construtora para o fornecimento de material e mão-de-obra de construção civil. Figura 6.1 – Vista fachada frontal da fábrica 3 – Empresa Alimentícia (PHARMAKO, 2008). 39 O empreendimento consiste na reconstrução dos prédios sinistrados e a ampliação da área atual para re-implantação da unidade de produção da Fábrica 3, projeto denominado como “Projeto Fênix”, a edificação composta inicialmente por áreas de produção, depósitos, vestiários, restaurante, arruamentos e jardinagem, bem como todas as utilidades e áreas de suporte necessárias para a operação da planta. Figura 6.2 – Vista depósito – Empresa Alimentícia (PHARMAKO, 2008) A edificação do depósito terá altura útil elevada para 18 m. O edifício de produção e áreas de apoio receberá mais um pavimento, e o pavimento sobre o prédio produtivo será direcionado à área de escritórios. A empresa em questão tem sua estrutura societária composta pelo chefe da família e pelos três filhos, configurando uma empresa familiar. Portanto, as decisões ficam a cargo da decisão da família e do conselho da empresa. Essa empresa alimentícia contratou uma empresa de projetos e consultoria especializada em plantas sanitárias, ou seja, especializada em plantas certificadas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a elaboração inicialmente do projeto básico e posteriormente para a elaboração do projeto executivo. 40 O projeto de reconstrução civil foi desenvolvido considerando-se a integração com o plano diretor da empresa, assim como todos os fluxos, capacidades, arranjos físicos e outras demandas, dimensionadas para as futuras ampliações previstas pela organização. Além disto, todas as atividades do escopo foram realizadas de acordo com as boas práticas de engenharia, seguindo-se o current Good Manufacturing Practices (cGMP) e o correspondente nacional das Boas Práticas de Fabricação (BPF). O objetivo dessa integração foi garantir a efetividade da produção sem afetar os objetivos de qualidade intrínseca do produto alimentício, mas ampliando o conceito de qualidade também para os processos produtivos, otimizando os custos operacionais e o próprio projeto de reconstrução civil. Figura 6.3 – Área produção em reforma – Empresa Alimentícia (PHARMAKO, 2008) O gerenciamento de compras também foi realizado pela mesma empresa, que elaborou toda a documentação, responsável pela análise das propostas e acompanhamento na negociação até a assinatura do contrato. 6.1.1 Categoria e modalidade As modalidades adotadas neste processo de concorrência pela empresa gerenciadora de contratações, devidamente autorizada pela empresa alimentícia a intermediar o processo de concorrência, foram: o cadastro da empresa com posterior apresentação de propostas técnicas em seleção restrita. 41 • Cadastro das empresas Na modalidade de cadastro das empresas construtoras, o cadastramento prévio foi definido por uma série de determinações e normativas: técnicas, financeiras e por meio de apresentação de diversos documentos. Inicialmente foi efetuado um documento denominado vendor list, elaborado em conjunto cliente-gerenciadora, contendo o nome das empresas, que atendessem aos requisitos mínimos estabelecidos. A escolha das empresas construtoras deu-se a partir da avaliação da complexidade dos serviços e da qualidade esperada no fornecimento. A partir destes dados, foram pré-avaliadas as empresas que se mostraram interessadas por meio de contatos da gerenciadora e o departamento de gerência industrial. Os requisitos mínimos exigidos das empresas construtoras foram: porte compatível com a obra, experiência em serviços similares, renome no mercado. A partir destes critérios, foram selecionadas dez empresas que apresentaram diversos documentos comprobatórios. Como condição de participação foi necessário apresentar a planilha de pré-qualificação, que possibilitou a análise econômica e técnica, que teve como principal quesito a execução de obras sanitárias similares, como edificações para indústria de cosmético, farmacêutico, alimentício, bebidas e eletrônico. Outros quesitos analisados foram: balanço patrimonial, idoneidade financeira, consistência, capacidade financeira para análise financeira. Com a planilha de pré-qualificação preenchida pelas empresas os dados foram transferidos para um programa computacional que possui diversos macros e que permite a execução de ordenamento, segundo critérios pré-selecionados. • Análise Técnica As empresas construtoras participantes do processo de pré-qualificação foram avaliadas tecnicamente, com base nas suas respectivas informações, atestados de obra e portfólios. Os documentos solicitados às empresas, após decisão conjunta com o cliente, foram: 42 • Currículo do Licitante. • Detalhe dos Serviços que atualmente presta. • Inscrição, Habilitação, Certificados e Comprovantes. • Acervo técnico no CREA. Considerou-se a experiência de cada proponente, especificamente nas realizações de obras similares, na participação do mercado em nichos também semelhantes. Além disso, considerou-se muito importante a experiência da empresa construtora em realizar obras em plantas sanitárias, com a produção em funcionamento. Com base nos dados recebidos, foram atribuídas notas a cada um dos quesitos avaliados, que, ponderados entre si, resultaram na pontuação total da análise técnica da empresa (Anexo A). A partir da análise dos dados contidos na tabela de execução técnica os resultados obtidos foram: A empresa B obteve má classificação técnica por não ter experiência na execução de obras civis sanitária, embora tivesse apresentado comprovantes de experiência em obras civis de áreas produtivas. A Empresa G não apresentou o Acervo Técnico no CREA-SP, alegando que as empresas contratantes não exigiram a emissão de ART’s, pois a obra estava subordinada a um departamento de engenharia. Alegou possuir corpo técnico experiente e um registro junto ao CREA (n° 685489). A empresa C apresentou em substituição aos documentos do Acervo Técnico do CREA, os atestados de capacidade técnica emitida pelos clientes, com firmas reconhecidas em cartório, o que em nada desqualificou a empresa. As demais empresas avaliadas possuem experiência e capacitação técnica suficientes para a execução dos serviços da empresa alimentícia, além de apresentarem experiência em serviços similares, de maior ou menor complexidade. 43 • Análise Comercial As empresas foram avaliadas economicamente com base nos seus balanços patrimoniais e demonstrações de resultado (não auditados) dos três últimos exercícios. Os documentos solicitados às empresas, após decisão conjunta com a Liotécnica, foram: • Certidão negativa • Comprovante de inscrição e de situação cadastral • Certificado de regularidade do FGTS • Certidão de não apresentar protestos • Inscrição, Habilitação, Certificados e Comprovantes • Balanço patrimonial junto à junta comercial • Contrato social • Nome e RG do representante legal da empresa Estes serviram de base para a obtenção de índices, que foram avaliados comparativamente e de acordo com pontuações e percentagens pré-estabelecidas. As demonstrações financeiras foram analisadas e reclassificadas em grupos de contas segundo critérios que permitissem a verificação de sua consistência, bem como a comparação imediata dos principais índices de desempenho. O resultado da avaliação final foi apresentado em um grupo de indicadores que juntos evidenciam a situação econômico-financeira de cada empresa individualmente, e comparativamente no conjunto da pré-qualificação. Esse grupo de indicadores reflete o nível de liquidez, rentabilidade, rotatividade e de endividamento, em cada exercício, permitindo uma análise consistente do desempenho passado, e projetando-se resultados futuros. Os índices verificados em cada empresa proponente foram pontuados, após avaliação comparativa ponderada, conforme critérios decididos em conjunto com o cliente (Vide Anexo B). 44 Destacou-se dentre o grupo de indicadores os de receita bruta, liquidez corrente, endividamento geral, rentabilidade do PL e o fator de insolvência, como responsáveis diretos pela pontuação final da empresa nesse quesito (Vide Anexo C). Com a análise da tabela de adequação comercial verificou-se que: As empresas apresentaram todas as documentações pertinentes. As empresas B, D, F, H, E enviaram o balanço patrimonial reconhecido em cartório, sem a abertura e fechamento do balanço dos anos pertinentes na Junta Comercial, o que não as desqualifica economicamente. A empresa D não enviou o valor total em crédito em bancos, nem o limite da carta fiança. Somente enviou a referência bancária. Configurando um risco potencial recomendou-se que caso a empresa vencesse a concorrência, não fosse efetuado o adiantamento e que os pagamentos fossem realizados embasados em avanços físicos (medições). Com base nos dados avaliados e nas notas atribuídas na análise econômica das empresas proponentes, todas as empresas abaixo foram qualificadas para a execução dos serviços, sendo: A, B,C,D,E,F,G,H. • Análise Pré-qualificação Devido ao conteúdo do material recebido no que se refere ao critério técnico, foram feitas três avaliações diferentes: • Considerando os dados conforme recebidos • Considerando somente obras semelhantes, ou seja, obras sanitárias. Segmentos aceitos: Cosmético, Farmacêutico, Alimentício, Bebidas e Eletrônico. • Considerando balanço patrimonial, idoneidade financeira, consistência, capacidade financeira. Conclui-se que no primeiro quesito, a avaliação mostrou a seguinte seqüência: E, A, F, C, D, H, G, B, I. A avaliação do segundo quesito mostrou: E, A, F, D, H, C, G, B, I. 45 No terceiro quesito a avaliação mostrou: B, A, C, F, D, H, G, E. A empresa I apresentou seus balanços inconsistentes, ora seus ativos estavam maiores que os passivos e ora os passivos estavam maiores que os ativos. Portanto foi desconsiderada sua classificação econômica na planilha de pré-qualificação. A empresa não foi removida da planilha de Excel para que fosse possível a visualização da inconsistência. As primeiras empresas colocadas na classificação técnica estavam em condições melhores para realizar a obra proposta, já que apresentavam obras sanitárias em andamento, portando um maior conhecimento para a realização dos serviços e metodologias executivas compatíveis com a atualidade. Segundo análise de dados econômicos as oscilações foram muito pequenas entre as empresas, variando de 5,94 até 4,93. Portanto economicamente todas atendiam ao pré-requisito. As seis primeiras empresas no ranking geral (E, A, F, C, D, H) apresentaram mais consistência nos três critérios de avaliação, demonstrando que possuíam totais condições de realizar o evento. A empresa alimentícia solicitou que o processo de concorrência para construção civil fosse realizado com as 8 empresas, mesmo que algumas as empresas apresentassem ressalvas, como: G por não apresentou o CAT e B não possuía nenhuma obra sanitária em andamento. As cartas convites foram emitidas ainda na fase de pré-qualificação, onde o nome da empresa não foi divulgado devido à normativa de compromisso de sigilo e confidencialidade. • Propostas Técnicas e Comerciais em Seleção Restrita Dentro de um número restrito de participantes, as empresas pré-qualificadas foram convidadas a elaborar a proposta técnica com a metodologia de trabalho e conceito teórico do projeto a ser executado. Nesta modalidade há critérios pré-definidos para que os participantes da seleção possam demonstrar sua habilidade técnica. 46 A empresa responsável pelo gerenciamento das contratações elaborou a documentação para compor o processo de concorrência, incluindo o edital de concorrência, documento que define o tipo de propostas, descreve todas as responsabilidades e obrigações do contratado e contratante. A escolha da melhor técnica e metodologia, assim como a análise comercial é realizada pelo contratante e pela gerenciadora. 6.1.2 Normas diretrizes e sistema de qualidade A empresa alimentícia por ser de domínio familiar apresentou suas diretrizes e normas de qualidade, porém as regras estipuladas são flexíveis, podendo ser alteradas no momento que melhor convir aos sócios-diretores da empresa. O processo de tomada de decisão torna-se dinâmico e produz agilidade na comunicação de informação, que corresponde a um ganho significativo no processo de contratação. As propostas foram entregues em duas vias lacradas com propostas técnicas e comerciais separadamente. O recebimento das propostas dá-se pelo departamento de suprimentos, a abertura das propostas é realizada pela coordenadora do projeto, a gerente industrial com um dos sócios da empresa. E é encaminhada ao departamento técnico da gerenciadora. O termo de abertura das propostas é preenchido pela gerenciadora, este compondo um dos documentos de equalização das propostas comerciais, contendo o nome de todas as proponentes, o número e nome da proposta, formas de pagamento, contendo o sinal e medições, prazo de execução da obra, percentual de horistas e mensalistas, BDI, taxas de administração de terceiros, taxa de materiais, taxa de administração de contratos e de subcontratados. Os requisitos de segurança foram mais amenos para a regulamentação da proposta o que difere do proposto PEREIRA et.al. (2003), sendo: • Verificabilidade: a proponente elabora uma guia de remessa de documentos (GRD) ou protocolo como prova de que sua proposta foi entregue dentro do 47 prazo estabelecido. Porém é a critério e segurança da proponente e não uma obrigatoriedade. • Temporalidade: o prazo para a entrega das propostas deve ser respeitado, e nenhuma proposta deve ser entregue fora deste período. Na empresa em questão há uma maior flexibilidade no recebimento sendo aceitas as propostas entregue posteriormente, dependendo do cronograma e do número de propostas entregue. As propostas foram repassadas à gerenciadora a medida que foram entregues. • Unicidade: cada proponente tem o direito de concorrer somente com uma proposta para o processo de concorrência referida. No entanto, nada impede que a mesma empresa possa concorrer em outro projeto ou em outra tipologia, como eletromecânica. • Disponibilidade: o acesso às informações e o processo somente fica disponível e acessível aos envolvidos no processo e aos membros da diretoria da empresa, não sendo possível a verificação por parte da empresa vencedora. • Auditoria interna: não existe auditoria interna para este processo, considerado de grande porte, pois a diretoria e sócios-proprietários estão diretamente envolvidos. • Auditoria externa: o processo foi criado com o intuito de permitir a verificação por terceiros, a fim de auditar todo o processo. Porém esta empresa não apresenta auditorias externas. Os demais requisitos como confidencialidade, integridade, autonomia, irrefutabilidade, não coerção, legalidade ou licitude, foram cumpridos como previsto e de acordo com a proposta apresentada por PEREIRA et.al. (2003). A gestão de qualidade foi controlada nesta fase de contratação por meio de solicitação de planos e diretrizes de qualidade, empregadas nas empresas. No 48 processo de concorrência é solicitado o aceite, por meio de carta oficial da proponente, das normas e procedimentos impostos pela empresa alimentícia, do edital de concorrência e da minuta do contrato. Esta carta indica a aceitação dos termos para a participação do processo pelo proponente. 6.1.3 Sistema contratual O sistema contratual utilizado neste processo de concorrência foi o sistema tradicional de projeto e construção composto por três fases seqüenciais: projeto, concorrência e construção. O projeto é concebido segundo as necessidades do cliente, uma empresa de alimentos com fabricação de produtos pulverogênicos, regidos pela ANVISA (Agência nacional de Vigilância Sanitária), portanto devem atender aos requisitos mínimos de fabricação deste órgão e do SIF (Serviço de Inspeção Federal do Ministério da Agricultura), sendo assim existem diversas peculiaridades do projeto e processos específicos de fabricação. Para atender esta normativa a empresa contratou uma empresa de projetos especialista em projetos de áreas limpas e sanitárias. A empresa de projetos tornou-se responsável pela definição dos requisitos do cliente, atendimento da normativa vigente dos órgãos regulamentadores e pela transmissão do escopo do empreendimento para os concorrentes. A construtora ganhadora do processo de concorrência ficou com a responsabilidade de executar a obra, de acordo com as especificações de projeto, planos e o preço acordado. Segundo MOLENAAR et al. (1998) existem benefícios neste sistema. No empreendimento em questão estes benefícios foram observados e atingidos, já que houve um item facilitador: a contratação de um gerenciamento de obras efetivo, não implicando somente no apoio técnico, mas também na instalação de uma equipe de gerenciadores na obra, composto por engenheiro civil residente e auxiliar técnico. Este sistema possibilita análises sistemáticas do desempenho da construção, por meio de comparações periódicas com o projeto segundo conferências das seqüências de execução da obra. A representatividade do cliente na obra se dá pela 49 equipe gerenciadora e em reuniões de coordenação semanal juntamente com os coordenadores do projeto por parte do cliente e todos os envolvidos. Neste processo houve um período longo para alterações no projeto visando redução de custos, possibilitando assim a contratação com preço fixo e riscos transferidos ao construtor. O projeto executivo foi elaborado e planejado considerando os interesses do cliente, demandando diversos estudos de fluxos de processos e por fim estudos drásticos de redução de custos, o que implicou em atraso de dois meses para o início da obra. Por outro lado o budget inicial previsto foi atingido beneficiando o cliente em 30% do valor do projeto inicial. As alterações de projeto ocorreram simultaneamente ao processo de concorrência, e diversas alterações do projeto foram solicitadas pelo cliente após a contratação, provocando uma única solicitação de adicionais. Uma medida mitigadora na negociação do contrato foi o estabelecimento de uma parceria com a construtora, que se comprometeu, em contrato, a dar apoio à contratante e a estudar uma redução de custos de R$ 200.000,00 a ser revertida em ganho para a contratante e as reduções de custos subseqüentes serão divididas igualmente entre a empresa e a construtora, permitindo uma maior comunicação entre construtores e contratante. Esta parceria aumenta o desempenho na execução do empreendimento. Alguns riscos para a contratante ainda permanecem e devem ser estudados e controlados pelos gerenciadores, em relação ao tempo de entrega da obra, mesmo que o contrato vincula o prazo com multas contratuais o que ameniza o risco de grandes atrasos e os conflitos entre os participantes, porém são intermediados periodicamente pelos gerenciadores. 6.1.4 Fluxo de informação, exigências da documentação e contrato. Nos subitens que seguem apresenta-se o fluxo de informações e exigências do início do processo até a assinatura do contrato, segundo normativa exigida pela empresa alimentícia de domínio familiar. 50 • Emissão da documentação e visita técnica As empresas receberam a documentação via e-mail, tendo a emissão oficial dada pela gerenciadora. A apresentação do projeto às proponentes foi realizada na visita técnica visando à explanação dos projetos, do escopo e das características da obra, com a finalidade de reestruturar medidas necessárias para a realização do trabalho, identificando facilidades, dificuldades e eventuais restrições ao trabalho a ser desenvolvido, foi realizada entre proponentes e gerenciadora. As visitas técnicas para levantamento em campo, apresentação do local e para futura elaboração de orçamento foram agendadas com as empresas para apresentação individual. Algumas empresas declinaram do processo devido à grande quantidade de trabalhos de recuperação e reforço estrutural, alegando que não possuíam experiência e corriam o risco de não atender ao cumprimento do prazo estabelecido. • Informações complementares e resposta aos questionamentos Os questionamentos levantados pelas proponentes durante a reunião de apresentação do projeto e, posteriormente por e-mail, foram sanados por meio da emissão de circular com as respectivas respostas (informações complementares), cuja responsabilidade das respostas técnicas e comerciais para as empresas foi da gerenciadora. A prorrogação do prazo de entrega das propostas foi decidida em conjunto clientegerenciadora. • Entrega e abertura das propostas As propostas técnicas e comerciais foram entregues ao departamento de compras do cliente. Algumas propostas chegaram após o horário e data limite do processo de concorrência e mesmo assim não foram desclassificadas. 51 As propostas técnicas e comerciais foram abertas pela diretoria da empresa, representada pelo diretor superintendente, gerente industrial e coordenadora do projeto. As propostas foram encaminhadas para a equipe técnica da gerenciadora, para iniciar o processo de análise técnica comparativa. • Avaliação e equalização das propostas técnicas e comerciais A análise técnica e comercial foi realizada pela gerenciadora, responsável pelo processo de concorrência, com função de fornecer um relatório conclusivo para o cliente e auxilia-lo na negociação. A análise técnica atestou os seguintes quesitos técnicos: • Qualidade da proposta; • Conhecimento das características específicas da obra • Coerência no planejamento; • Avaliação do cronograma proposto; • Dados dos recursos disponíveis para a execução da obra; • Obediência às exigências de segurança do trabalho e patrimonial; • Obediência às exigências administrativas; • Declaração de conhecimento do local. O escopo de fornecimento foi balizado segundo uma análise específica das propostas técnicas com os itens principais e essenciais colocados em planilha pontual e comparando o fornecimento entre todas as empresas. A análise comercial das propostas se deu pela comparação pontual de cada item da planilha orçamentária, colocando todas as planilhas orçamentárias “em espelho” (lado a lado, numa planilha única) de todas as empresas participantes do processo de concorrência para possibilitar uma análise pormenorizada e pontual e gerando desvios tanto para mais como para menos. As diferenças entre as empresas puderam ser analisadas, em princípio, como a forma das proponentes lançarem os custos unitários do BDI de uma forma geral, assim como os encargos sociais e de mão-de-obra local, assim como a possibilidade 52 de ocorrer diferenças interpretativas sobre o projeto, ou diferentes considerações e premissas. Algumas empresas não se atentaram para as informações complementares e consideraram alguns itens que foram retirados e / ou incluídos no escopo. • Solicitação de esclarecimentos Com a finalidade de nivelar qualitativamente as propostas e de forma a abranger todos os itens necessários para a tomada de preços por todas as proponentes, foi elaborada uma solicitação de esclarecimentos pontual para cada uma das proponentes a respeito de discrepâncias verificadas nas propostas, em relação à documentação, como levantamentos e testes, escopo, considerações técnicas e partes omissas. Essa atitude visou contemplar todos os itens da proposta para o mesmo patamar de fornecimento, além de apresentar os principais desvios entre as empresas em relação ao quantitativo e valores aplicados, de maneira a não beneficiar, nem prejudicar, qualquer uma das proponentes. • Inclusão de uma nova empresa Atendendo ao pedido do cliente uma nova empresa foi incluída no processo de concorrência após fase de solicitação de esclarecimentos, mediante assinatura de acordo de confidencialidade e a retirada de toda a documentação técnica na gerenciadora. • Ranking Após duas rodadas de propostas e revisões o ranking resultante foi: Tabela 6.1 – Ranking parcial Colocação Empresa Custo Diferença em relação ao 1º colocado 1º Empresa A R$ 11.803.936,64 - 2º Empresa E R$ 11.843.307,34 0,33% 3º Empresa C R$ 12.763.224,26 8,13% 4º Empresa F R$ 13.444.613,02 13,90% 5º Empresa G R$ 15.172.179,08 28,53% 53 • Alteração de layout e diretrizes A verba dedicada a este projeto foi um valor de R$ 10.000.000,00 referente ao financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) automático. Os valores das propostas extrapolaram este limite, para possibilitar a viabilidade da obra, diversos estudos de layout, acabamentos, custos foram efetuados pelos departamentos técnicos da empresa de projetos e gerenciadora. Diferentemente do processo que ocorreu até esta etapa da concorrência, a partir deste momento as solicitações de esclarecimentos e novas diretrizes de projeto foram apresentadas às proponentes por meio de reuniões com o cliente. Nova diretriz de classificação foi imposta pela diretoria da empresa de alimentos. As proponentes participantes desta etapa foram as melhores colocadas comercialmente, desde que obtivessem qualidade técnica para a execução do projeto. Após agendar as reuniões com as proponentes classificadas, foi elaborada uma pauta de reunião pontual para cada uma das proponentes a respeito das discrepâncias verificadas nas propostas. Decorrentes dessas reuniões foram emitidas atas de reunião para documentação das resoluções para a empresa de alimentos e para as empresas. • Ranking final As propostas foram revisadas entregues e equalizadas, proporcionando o novo ranking abaixo: Tabela 6.2 – Ranking final Colocação Empresa Custo Diferença em relação ao 1º colocado 1º Empresa E R$ 10.732.246,83 - 2º Empresa C R$ 11.079.407,37 3,23% 3º Empresa A R$ 11.163.518,58 4,02% 54 • Visita às proponentes Conforme solicitação do cliente, visitas às instalações das proponentes foram agendadas a fim de verificar a infra-estrutura da empresa, métodos operacionais e organizacionais, fluxos de serviços, desenvolvimento do orçamento. • Negociação e assinatura do contrato A negociação foi efetuada com a participação da equipe da empresa de alimentos, gerenciadora e construtora. Após inúmeras revisões por parte das três envolvidas, o contrato foi assinado, tendo sido inseridas ferramentas de vínculos de planejamento e metodologia de trabalho, além do cronograma em MS Project com data limite para a finalização da obra. Tais ferramentas passaram a ser parte integrante do contrato. 6.2 Empresa de bebidas multinacional A sede administrativa da empresa de bebidas está localizada no bairro de Jurubatura na capital de São Paulo. Em decorrência da aquisição de uma nova fábrica de produção de bebidas alcoólicas fermentadas, houve a transferência da unidade administrativa alocada no Centro Empresarial para a unidade de Jurubatuba. Com isso, foi necessário remanejar toda a equipe alocada em Jurubatuba e conseqüentemente partir para a construção de novo prédio integrando os prédios administrativos existentes, denominados J1A e J1B. Para a realização completa desta obra e posterior gerenciamento foi necessária a contratação de três empresas: uma construtora responsável pela execução da fundação e estrutura do novo prédio, incluindo a construção de uma estrutura independente no centro da edificação central constituindo a nova recepção; outra construtora responsável pelo acabamento do novo prédio, recepção e da reforma dos dois prédios anexos J1A e J1B; e uma terceira empresa especializada em fachada com pele de vidro e placas de material composto de alumínio. 55 Figura 6.4 – Vista frontal do novo prédio no período da construção (PHARMAKO, 2008) Figura 6.5 – Fachada do novo prédio e dos anexos J1B e J1A (PHARMAKO, 2008) A empresa de bebidas do estudo de caso é uma indústria multinacional, sendo a maior empresa integrada de bebidas da América Latina, servindo a mais de 200 milhões de consumidores e com três unidades de negócios. Portanto, apresenta uma estrutura centrada e tradicional, com procedimento e diretrizes rigorosos, auditorias periódicas e normativas de qualidade. 56 Figura 6.6 – Fachada do novo prédio e do anexo J1A (PHARMAKO, 2008) A empresa de bebidas contratou uma empresa de projetos para a elaboração do layout para a adequação da unidade de Jurubatuba, contemplando toda a adequação do escritório. Não sendo escopo de projeto a execução do projeto de estrutura, elétrica e hidráulica predial e arquitetura. Figura 6.7 – Área Hall Diretoria (PHARMAKO, 2008) 57 Para o processo de concorrência o fornecimento de projetos às proponentes seria somente o layout conceitual. Sendo escopo da proponente a elaboração dos projetos executivos e do dimensionamento de valores constantes nas propostas técnica e comercial. Figura 6.8 – Área interna futura locação departamento de vendas (PHARMAKO, 2008) O gerenciamento de compras foi realizado pela gerenciadora em conjunto com o departamento de engenharia da empresa e o departamento de compras, com o cumprimento do procedimento da empresa multinacional. 6.2.1 Categoria e modalidade As modalidades adotadas neste processo de concorrência pela empresa de bebidas multinacional é a seleção restrita seguida da apresentação de propostas técnicas em seleção restrita. • Seleção Restrita Na modalidade de seleção restrita, o cliente em conjunto com o gerenciador de compras pré-seleciona um número restrito de proponentes, de acordo com a experiência de cada um, disponibilidade efetiva de cumprir o prazo, a tarefa e execução do empreendimento. Neste caso as empresas escolhidas para a apresentação das propostas técnicas e comerciais foram em sua maioria empresas que já prestaram serviço dentro da multinacional e empresas que habitualmente efetuam cotações para o departamento de concorrência da gerenciadora. 58 Efetuado um documento denominado vendor list, elaborado em conjunto clientegerenciadora com a escolha das empresas, o total de empresas convidadas para participar dos processos de concorrência foram cinco empresas. A construção do empreendimento foi dividida em fases: estrutura do prédio central, estrutura da recepção, reforma dos prédios anexos e acabamento do prédio central e recepção. Para a execução dos serviços, após processos executados em apresentação das propostas técnicas e comerciais em seleção restrita, foi selecionada uma empresa para as fases estruturais e uma segunda empresa para as fases de acabamento. Para o processo de fachada as empresas participantes são empresas especializadas nesse tipo de atividade. Para acompanhamento da obra, compatibilização dos projetos, interface com os departamentos internos da empresa, principalmente a diretoria de recursos humanos do Mercosul, responsável pela decisão do layout, foi contratado o apoio técnico da gerenciadora e um engenheiro residente por parte do cliente. Foi necessário realizar o trabalho de acompanhamento das obras com muito rigor para garantir a qualidade do produto final, pois a simultaneidade de todos os intervenientes no processo de construção foi exaustivamente planejado. • Propostas Técnicas e Comerciais em Seleção Restrita As empresas escolhidas elaboram as propostas técnica e comercial com a metodologia de trabalho e conceito teórico do projeto a ser executado, segundo diretrizes e metodologias estabelecidas pela empresa de bebidas por meio de normativas e procedimentos. O edital de concorrência é o documento principal que rege todo o processo de concorrência, a empresa responsável pelo gerenciamento das contratações elaborou a documentação do processo de concorrência. A emissão oficial e carta convite foram fornecidas pelo departamento técnico da empresa de bebidas. 59 6.2.2 Normas diretrizes e sistema de qualidade A empresa de bebidas por ser uma empresa multinacional possui diretriz e normas de qualidade rígidas, padronizadas com procedimentos internos, para terceiros e que regem as concorrências. As tomadas de decisão são mais lentas já que há necessidade de assinatura de diversos membros em diversos níveis de gerência e diretoria, e o número de pessoas envolvidas é proporcional aos valores máximos das concorrências. As propostas são entregues em duas vias lacradas com propostas técnicas e comerciais separadamente. O recebimento das propostas dá-se pelo departamento de suprimentos, a abertura das propostas é efetuada em conjunto com representantes de compras e do departamento de engenharia industrial. A abertura é oficializada por meio de um documento denominado termo de abertura, assinado por todos os presentes no ato da abertura. Todas as propostas e respectivos envelopes são arquivados por processo no departamento, e após a análise são destinados para o arquivo morto. As propostas em hipótese nenhuma podem sair da unidade onde foram entregues. As propostas são analisadas em conjunto cliente-gerenciadora. É realizada uma reunião onde todos os envolvidos que analisam todas as propostas técnicas e comerciais. Elabora-se uma planilha de análise técnica contemplando toda a documentação entregue e o escopo de fornecimento completo. A gerenciadora somente tem autorização para gravar os arquivos eletrônicos da proposta comercial embasada na planilha orçamentária, para que seja elaborada a planilha comparativa de valores unitários e quantitativos. Esta autorização é cedida, pois os envolvidos da gerenciadora assinam um termo de confidencialidade. O termo de abertura das propostas é um dos documentos de equalização das propostas comerciais, contendo o nome de todas as proponentes, o número e nome da proposta, formas de pagamento, contendo o sinal e medições, prazo de execução da obra, percentual de horistas e mensalistas, BDI, taxas de administração de terceiros, taxa de materiais, taxa de administração de contratos e de 60 subcontratados, semelhante ao processo do estudo de caso anterior (empresa familiar). Não é tolerada qualquer hipótese de violação das propostas e conseqüentemente do vazamento de informações de seu conteúdo ou fraude. Caso haja suspeitas ou a confirmação a providência é o cancelamento da concorrência, desclassificação da empresa e a retirada do banco de dados de fornecedores. Em casos graves pode ser acionado o departamento jurídico, e a empresa fraudulenta sofre processo pelo não cumprimento do acordo de confidencialidade ou se comprovada a fraude a empresa e respectivos envolvidos são autuados segundo Código Penal que trata de fraudes. Os requisitos de segurança para a regulamentação das propostas segundo PEREIRA et.al. (2003) é aplicável a este caso da empresa de bebidas multinacional: • Verificabilidade: A proponente elabora uma guia de remessa de documentos (GRD) ou protocolo como prova de que sua proposta foi entregue dentro do prazo estabelecido. Porém é a critério e segurança da proponente e não uma obrigatoriedade. A assinatura da GRD é dada pelo departamento de compras. • Temporalidade: o prazo para a entrega das propostas deve ser respeitado, e nenhuma proposta deve ser entregue fora deste período. Nessa empresa de bebidas não se recebem propostas que não sejam entregues pessoalmente pelos proponentes ou seus representantes, impreterivelmente até a data estipulada, prazo este que consideram como finalizado o fechamento do processo de concorrência. Também não se recebem propostas posteriores ao horário limite sinalizado precedentemente. Caso a empresa não siga estas condições é automaticamente desclassificada do processo da concorrência. Somente são aceitas propostas fora destas condições se não tiver atingido o limite mínimo de três propostas, número que valida o processo de concorrência. • Unicidade: Cada proponente tem o direito de concorrer somente com uma proposta para o processo de concorrência referência. Nada impede da 61 mesma empresa concorrer em outro projeto ou em outra tipologia, sendo sua participação viabilizada segundo convite do departamento de compras. • Disponibilidade: O acesso às informações e o processo somente fica disponível e acessível aos envolvidos no processo, sendo o departamento de compras e engenharia industrial, além dos auditores internos e externos. Em hipótese nenhuma as proponentes, sendo ganhadora ou perdedora terão acesso à proposta, equalização, conhecimento de alguma informação do processo ou a possibilidade de verificação. • Auditoria interna: todos os participantes devem seguir os procedimentos e normas da instituição, sejam funcionários da empresa, gerenciadores de compras e as proponentes. O processo de concorrência, contratação e gerenciamento da obra são auditados periodicamente. E mesmo após sua conclusão pode haver auditorias. A empresa possui um departamento especifico de auditorias internas e estas pessoas trabalham em local fisicamente isolado para que não haja influencia no trabalho executado. • Auditoria externa: Todo o processo foi criado com o intuito de possibilitar ser verificável por terceiros. A empresa possui equipes de auditorias externas advindas do país sede da empresa localizada no México. Este processo foi auditado três vezes desde inicio do projeto até a conclusão da obra três vezes, já que o montante da obra era representativo financeiramente. Os demais requisitos como confidencialidade, integridade, autonomia, irrefutabilidade, não coerção, legalidade ou licitude, são cumpridos como previsto segundo PEREIRA et.al. (2003). A gestão de qualidade é controlada na fase de contratação por meio de solicitação dos planos e das diretrizes de qualidade empregadas nas empresas. Assim como o aceite do cumprimento de normas e procedimentos da empresa, do edital de concorrência e minuta do contrato rubricada, indicando a aceitação dos seus termos pelo licitante ou as eventuais ressalvas que deverão se interpretadas em conjunto, e 62 aceitas pela empresa de bebidas antes de terem validade, sob quaisquer circunstâncias. A gestão de qualidade no processo de pós-contratação é rigorosa, considerando o controle de qualidade do concreto e aço, dos materiais a serem instalados na obra, na análise dos projetos antes da execução e sua aprovação por parte da engenharia da empresa e gerenciadora. Todas as resoluções da obra, seja tecnicamente, prazo, controle e planejamento são decididas em conjunto construtora, empresa e gerenciadora por meio de reuniões de coordenação semanal. A interface entre as construtoras é resolvida em reuniões conjuntas de todos os envolvidos ou por cobranças sistemáticas da empresa e gerenciadora. 6.2.3 Sistema contratual O sistema contratual utilizado no processo de concorrência da empresa de bebidas é o sistema separado acelerado, sobreposto ou construção por fases, composto por três fases seqüenciais: projeto, concorrência e construção. O projeto desta concorrência foi exclusivamente layout conceitual contemplando todas as áreas de escritórios da empresa, concebido segundo as necessidades do cliente, uma empresa de bebidas com a aquisição de uma empresa de bebidas fermentadas e fusão de todas as áreas, por exemplo, recursos humanos, compras auditorias e todas as demais áreas. O layout seguiu a estratégia da empresa de novas aquisições, futuras ampliações e crescimentos, portanto o departamento de recursos humanos estava envolvido diretamente na elaboração do layout. Esse layout foi elaborado por uma empresa de projetos escolhida pela engenharia industrial e que tem familiaridade por plantas sanitárias. A empresa tornou-se responsável pela definição dos requisitos do cliente, e pela transmissão do escopo do empreendimento para os concorrentes. Os layouts sofreram diversas revisões solicitadas pelo departamento de recursos humanos, cada alteração de estratégia da empresa refletia diretamente nos desenhos. As construtoras ganhadoras dos processos de concorrência foram os responsáveis pela execução de todo o projeto executivo de fundação, elétrica, hidráulica e arquitetura. Com a apresentação das 63 propostas e valores para o projeto executivo e execução da obra, as proponentes foram também os responsáveis pelo pleno funcionamento das instalações, não cabendo adicionais por omissões de itens necessários para o perfeito funcionamento do sistema. O sistema acelerado adotado pela empresa foi a construção por fases ou pacotes (“fast-track”). A construção do empreendimento foi subdividida em pacotes macros: estrutura do prédio central e recepção, reforma dos prédios adjacentes J1A e J1B juntamente com o acabamento do prédio central e recepção, fachada com revestimento de vidro em composição com placas de alumínio e portaria. O layout conceitual foi elaborado por uma mesma empresa, mas cada etapa da concorrência e da construção foi executada por uma construtora. Segundo MOLENAAR et al. (1998) a maior vantagem deste sistema é a redução do prazo de entrega, já que as construtoras trabalham simultaneamente, com início da construção imediatamente após a elaboração do projeto base, mesmo que outras partes ainda não tenham sido projetadas. A construção por fases aumenta os riscos na construção, não havendo visão do todo e o limiar de responsabilidades entre os pacotes, sem a possibilidade de antecipar alguns processos executivos, mas havendo uma coordenação eficiente minimiza os impactos. De qualquer forma houve a necessidade em efetuar reservas financeiras para adicionais, advindo das recorrentes alterações de projeto providos das alterações de estratégia da empresa multinacional. O processo separado e por fases é arriscado, dependente diretamente do planejamento e prazo das contratações, da logística e estratégia de implantação e da qualidade do projeto. Nesse processo é fundamental um acompanhamento efetivo de obra, para atender a essa necessidade a empresa optou por contratar um engenheiro residente e uma equipe técnica da gerenciadora. Mesmo com o alto risco envolvido e gerenciamento de conflitos entre os participantes a obra foi muito bem sucedida, com acompanhamento e dinamismo nas alterações de layout, estratégia de implantação e a compatibilidade entre as construtoras e os respectivos projetos. 64 As alterações de layout ocorreram em todos os processos de concorrência, após a contratação e no andamento da obra, gerando diversos adicionais e aumentos de escopo em comparação com ao que foi contratado. Estes acréscimos criaram um impasse que foi resolvido com diversas uniões de centros de custos, manutenção dos recursos humanos e de novos investimentos e a inserção de medidas técnicas para minimização de custos. Alguns riscos para o cliente ainda permaneceram e devem ser estudados e controlados pelos gerenciadores, como o prazo de entrega da obra, mesmo que o contrato contenha cláusulas de com multas contratuais o que ameniza o risco de grandes atrasos e os conflitos entre os participantes, porém são intermediados periodicamente pelos gerenciadores. 6.2.4 Fluxo de informação, exigências da documentação e contrato Apresentação do fluxo de informações e exigências desde o início do processo até a assinatura do contrato, segundo diretrizes e procedimentos exigidos pela empresa de bebidas multinacional. Maiores detalhes Anexo D. • Emissão da documentação e visita técnica As empresas receberam a documentação em CD (compact disc), tendo a emissão oficial dada pelo departamento de compras da empresa de bebidas multinacional. A apresentação do projeto às proponentes foi realizada em visitas técnicas individuais visando à explanação dos projetos, do escopo e das características da obra, com a finalidade de reestruturar medidas necessárias para a realização do trabalho, identificando facilidades, dificuldades e eventuais restrições ao trabalho a ser desenvolvido, foi realizada entre proponentes, gerenciadora e cliente. Uma empresa declinou do processo. • Informações complementares e resposta aos questionamentos Os questionamentos levantados pelas proponentes durante a reunião de apresentação do projeto, bem como aqueles enviados posteriormente por e-mail, foram remetidos ao departamento de compras, que repassou as duvidas técnicas e 65 comerciais à gerenciadora, responsável pela elaboração e emissão de circular com as respectivas respostas (informações complementares). A responsabilidade das respostas técnicas e comerciais para as empresas proponentes é conjunta entre gerenciadora e cliente. A prorrogação do prazo de entrega das propostas foi decidida em conjunto clientegerenciadora. • Entrega e abertura das propostas As propostas técnicas e comerciais foram entregues ao departamento de compras do cliente. O prazo de data e horário para a entrega das propostas foi rigorosamente cumprido, diferentemente do que ocorreu na empresa familiar. As propostas técnicas e comerciais foram abertas e devidamente documentadas pelos departamentos de compras e engenharia industrial da empresa. As propostas foram analisadas em conjunto pela empresa e pela gerenciadora em um único dia na unidade que está localizado o departamento de compras, já que as propostas não puderam ser retiradas do local onde foram entregues. A equipe técnica da gerenciadora gerou a documentação de equalização técnica e elaborou as planilhas de análise de valores e quantitativos unitários denominada planilha “espelho”, por meio das planilhas orçamentárias constantes nas propostas entregues, sendo este o único documento autorizado para a gravação em meio magnético. • Avaliação e equalização das propostas técnicas e comerciais A análise técnica e comercial foi realizada em conjunto cliente-gerenciadora. A gerenciadora forneceu um relatório final para o cliente e todo embasamento técnico para a negociação. A análise técnica atestou os mesmo requisitos já descritos no estudo anterior: • Qualidade da proposta; • Conhecimento das características específicas da obra • Coerência no planejamento; 66 • Avaliação do cronograma proposto; • Dados dos recursos disponíveis para a execução da obra; • Obediência às exigências de segurança do trabalho e patrimonial; • Obediência às exigências administrativas; • Declaração de conhecimento do local. O escopo de fornecimento foi balizado segundo uma análise específica das propostas técnicas com os itens principais e essenciais colocados em planilha pontual e comparando o fornecimento entre todas as empresas. A análise comercial das propostas se deu pela comparação pontual de cada item da planilha orçamentária, por meio de planilhas orçamentárias “em espelho” (lado a lado, numa planilha única) de todas as empresas participantes do processo de concorrência para possibilitar uma avaliação e análise pormenorizada e específica, permitindo gerar os desvios dos valores de cada item. As diferenças entre as empresas puderam ser analisadas, empregando-se o mesmo procedimento já descrito quando foi efetuada a análise do processo apresentado para a empresa familiar. • Solicitação de esclarecimentos Para atender a este item adotou-se os mesmos procedimentos já descritos no item 6.1.4. • Alteração de layout e diretrizes Diversas revisões de layout foram solicitadas pelo departamento de recursos humanos da empresa, visando abranger todas as estratégias da organização, as fusões e o crescimento da empresas e a aquisição de novas marcas. Estas alterações resultaram em um complicador para os processos de concorrência. Em principio, conforme o andamento dos processos as alterações eram enviadas para todas as proponentes. Como essas alterações ocorriam sistematicamente foi fixado um layout para as contratações e ficou previsto que deveriam ser considerados os adicionais, posteriormente. 67 Em momento algum houve alterações nas diretrizes iniciais de contratação, os procedimentos e normativas foram seguidos rigorosamente. • Ranking e relatório final As propostas foram revisadas entregues e equalizadas pela gerenciadora com suporte e acompanhamento do cliente. As propostas foram revisadas chegando até a três rodadas de equalização. Após o encerramento de todo o processo, as propostas por estarem no mesmo nível de escopo e balizadas, a gerenciadora elaborou o relatório final de equalização para cada processo, cujo documento resultante apresenta todo o histórico do processo. • Negociação e assinatura do contrato A negociação foi efetuada com as empresas primeira e segundo colocadas com a participação das pessoas envolvidas do departamento de compras e engenharia industrial da empresa multinacional de bebidas. As diretrizes adotadas no processo para a composição do ranking das empresas foi o de menor valor além da necessidade em atender ao item de capacidade técnica para a execução da obra. Nas últimas rodadas de equalização as empresas já estando no mesmo patamar de fornecimento e escopo, os valores apresentados oscilavam em média de 35%. O processo de assinatura do contrato foi lento e burocrático na corporação. O departamento de compras gerou um pedido de compras, no qual assegura ao contratado a comprovação da realização do serviço, possibilitando o inicio de todos os procedimentos internos da contratada para a aquisição de suprimentos demandados na execução da obra. O contrato foi elaborado pelo departamento jurídico da unidade de Jurubatuba e iniciou-se o processo de assinatura. Como o valor ultrapassava o valor máximo estipulado pela empresa, as assinaturas seguiram um longo fluxo: iniciou no departamento de compras, seguiu para a gerência de engenharia industrial, depois 68 para a Diretoria Mercosul de recursos humanos e por fim foi assinado pelo Presidente Mercosul da corporação. Vinculado ao contrato está o edital de concorrência, planilha orçamentária, propostas consolidadas e cronograma físico e existe uma multa contratual por atraso da obra decorrente de problemas ocasionados pela contratada ou pela contratante. 6.2.5 Gestão de riscos Na fase de concorrência o maior problema constatado foi a sistematização de alterações no layout do projeto por solicitação do departamento de recursos humanos da empresa. Para minimizar os riscos foi fixado um layout para a contratação e as alterações posteriores resultaram em adicionais para as contratadas e os valores foram pagos considerando valores unitários de material e mão-de-obra. A escolha do contrato foi executada com combinação de modalidade de contrato, ou seja, para o escopo do layout de concorrência foi elaborado em preço global e para os adicionais o preço unitário. Havendo uma melhor alocação dos riscos entre contratante e contratado, embora os riscos maiores ficaram para o contratado, já que no contrato por preço global ou por preço unitário o contratante não tem condições de aumentar o valor do serviço, mesmo que haja uma oscilação nos valores de mercado de materiais ou da mão-de-obra e teve que arcar com os prejuízos da “lei da oferta e da procura”. O risco maior assumido pelo construtor foi estimar os valores corretamente para os itens onde não há projetos, por exemplo: hidráulica, elétrica, mesmo que haja um erro de orçamento para estes itens o construtor deverá executar a instalação sem a solicitação de adicionais. Por outro lado existe o fato que as empresas participantes do processo inserem um coeficiente de risco alto, a fim de minimizar futuros prejuízos. Caso as propostas não sejam bem analisadas a contratante corre o risco de contratar por um valor bem maior, do que se comparado ao mesmo serviço com o projeto executivo elaborado. A empresa optou por arcar com este risco. 69 A qualidade foi gerenciada e os procedimentos da empresa de bebidas foram elaborados, segundo PMBOK – Project Management Body of Knowledge (PMI, 2004), no que diz respeito à administração dos contratos, qualidade e controle, além da gerência de riscos. Os agentes e o fluxo de informações têm influência direta na obra e na qualidade do projeto e da construção. Os agentes neste caso foram três construtora, gerenciadora e contratante representada pelos departamentos de recursos humanos, engenharia industrial. Todos com conhecimentos técnicos para a perfeita conclusão da obra. A intermediação e a união de todos os agentes e informações ficaram sob a responsabilidade da gerenciadora. A garantia da qualidade e a minimização de riscos somente foram possíveis com todos os envolvidos trabalhando no mesmo patamar de informação e visando o mesmo objetivo. 6.2.6 Gerenciamento pós-contratação Após a assinatura de contrato, iniciou-se a mobilização da obra de estruturas e reformas, posteriormente acabamentos e fachada. O gerenciamento de obras consistiu em gerenciar a construção civil, instalações elétricas e hidráulicas e ar condicionado. As atividades desenvolvidas foram: 9 Acompanhamento de campo. 9 Desenvolvimento de projeto de detalhes de campo. 9 Aprovação de detalhes elaborados pelas construtoras. 9 Controle qualitativo e quantitativo da construção e da montagem. 9 Gerenciamento das interferências. 9 Controle de segurança do trabalho. 9 Gerenciamento do Contrato. 9 Análise, aprovação e controle de serviços adicionais. 9 Acompanhamento do progresso da obra (Cronograma Físico). 9 Verificação das tendências de desvio, com apresentação de soluções alternativas para recuperar o prazo previsto. 9 Elaboração e acompanhamento da lista de pendências. 9 Coordenação de construtoras e interface das mesmas com o cliente. 70 Reuniões semanais foram agendadas com todas as construtoras, no qual foram tomadas as decisões que envolviam o planejamento, apresentação de soluções para dúvidas de interpretação de projeto, cumprimento de prazos, itens relacionados à segurança do trabalho, discussão de adicionais e cronogramas, entre outros problemas. Nada impede, no entanto, que esses assuntos fossem tratados fora das reuniões, nos momentos que os problemas surgiam. Quando houve necessidade de agilidade na tomada de decisão e resolução dos problemas, as reuniões foram realizadas in loco potencializando a rapidez e agilidade. A gerenciadora emitiu, periodicamente, relatórios de vistoria (ANEXO D) ou quando ocorreu alguma anomalia, que contribuiu para a falta de segurança no trabalho, a não-conformidade técnica na execução do trabalho ou a execução em desacordo ao que estava estabelecido no projeto, bem como, quando houve reincidência de algo alertado anteriormente. Por diversas vezes, o assunto foi tratado e solucionado imediatamente, sem que houvesse a necessidade de emissão do relatório de vistoria. Este relatório serviu como ferramenta para atuar como informativo das atividades desenvolvidas. Quando os assuntos tratados eram graves ou requeriam documentações oficiais emitiam-se cartas oficiais para as construtoras ou para a empresa de bebidas. Como ferramenta de controle gerencial solicitou-se às construtoras um cronograma detalhado com as atividades desenvolvidas. O cronograma, contendo todas as atividades previstas e realizadas, permitia, ainda, verificar o andamento físico, as etapas da obra, a duração de cada atividade, datas de início e término, vínculo entre as tarefas, para vislumbrar a data final de entrega da obra. Além de ser essencial para o acompanhamento das atividades e verificação de atrasos, o cronograma possibilitou a tomada de decisões para minimizá-los desenvolvimento da obra e reduziu problemas de prazo. os impactos no 71 Para visualização dos prazos máximos da obra e para o controle dos processos de concorrência, foi elaborado pela gerenciadora um outro cronograma contendo todos os processos em desenvolvimento e futuros. Este cronograma continha os prazos de execução da obra, tempo para a elaboração dos “pacotes”, equalização das propostas, prazo de negociação de compras e emissão dos pedidos de compras. Os itens considerados foram: pacote civil, recepção, fundação e estrutura, portaria, fachada, facahda de “pele de vidro” em composição com ACM (Aluminum Composite) e Spider Glass, paisagismo. Os diários de obra instituídos serviram para o melhor controle sobre o andamento da obra, tendo sido autorizado o envio dos diários de obra por meio eletrônico e a freqüência foi de fato diária. Duas construtoras optaram por apresentar os diários de obra preenchidos da forma tradicional em livro com páginas numeradas em duas vias. Para o acompanhamento da qualidade do concreto e para a verificação da resistência mínima de projeto foi solicitado os resultados de ensaios, constando o rompimento dos corpos de prova e a resistência atingia aos 7 dias e aos 28 dias. Coube à gerenciadora a responsabilidade em aprovar ou reprovar o lote de concreto, considerando as áreas de lançamento do concreto, as datas de concretagens, resistências requeridas no projeto e resistências atingidas. As concretagens foram acompanhadas por um profissional habilitado da gerenciadora, que conferiu as armações e o lançamento do concreto, gerando posteriormente um relatório de acompanhamento que contém registro fotográfico e o rastreamento, ou seja, as áreas de lançamento de cada betoneira. A análise de custos da obra e as medições ficaram sob a responsabilidade do departamento de engenharia da companhia. Entretanto, o estudo de budget inicial em comparação ao que se vislumbrava para a finalização da obra, logística de remanejamento de áreas, viabilidade do projeto que teve um aumento considerável, foi realizado pela gerenciadora. As análises dos adicionais foram executadas de duas formas: uma análise dos adicionais propriamente ditos de serviços gerais, que puderam ser analisados 72 separadamente da planilha contratual; e uma segunda análise dos valores e quantitativos em relação à planilha contratual. Com objetivo de acompanhar o andamento da obra e informar todas as pessoas envolvidas foram elaborados relatórios de atividades periódicas, que foram desenvolvidos para descrever os serviços gerais, todas as interfaces da obra, controles e o registro fotográfico. As aprovações legais foram de responsabilidade do departamento específico da empresa de bebidas juntamente aos órgãos públicos. O controle de qualidade foi observado nos relatórios de vistorias da obra estão sendo indicados os pontos a serem melhorados quanto à qualidade, ainda durante a execução. Antes da entrega da área para uso, são realizadas vistorias especificamente para verificação da qualidade dos serviços executados. Eventuais pontos a serem melhorados serão listados para que a construtora providencie a correção antes da liberação da área para uso. Atividades ou materiais que requeiram testes como, por exemplo, o concreto e o aço, têm tratamento especial, com controle de qualidade durante a execução com acompanhamento da concretagem e após, com a apresentação de resultados de testes de corpos de prova que comprovem que a resistência requerida foi atingida. A segurança do trabalho na obra teve um enfoque especial devido à construção estar sendo executada concomitantemente à operação dos escritórios. Isolamentos foram criados de forma a segregar totalmente as áreas de obras das de operação. Em relação à segurança dentro das obras, verificaram-se alguns descumprimentos e alertados imediatamente aos responsáveis das obras. No entanto, atitudes graves que exigiam a retirada de qualquer prestador de serviço da obra, não ocorreram. As construtoras foram obrigadas a manter técnicos de segurança full time e a elaboração de DDS (Diálogo Diário de Segurança) com palestras e explanações aos funcionários diariamente. 73 6.2.7 Encerramento do contrato O encerramento de contrato somente foi possível no momento em que todas as construídas áreas foram concluídas para uso. Como a estratégia de implantação apresentava subdivisões, as entregas foram parciais e por áreas corporativas. Foi estabelecido como procedimento de entrega de áreas, a emissão por parte da construtora de um termo de entrega provisória da obra para cada área de contrato, documento apresenta, no anexo emitido pela gerenciadora, uma lista de pendências. Tal lista de pendências foi emitida pela gerenciadora que executa a vistoria do local antes da entrega e relata a existência de pendências na obra. Nas listas emitidas às construtoras constam inúmeras solicitações de reparos, resoluções seqüenciais de ocorrências, falta de segurança no trabalho, má qualidade de execução, desacordo de premissas anteriores, reincidência de algo alertado anteriormente, que não foram solucionadas. Este documento de pendências foi gerado para pressionar o reparo imediato dos problemas. A partir da emissão da lista de pendências, que foi anexada ao termo de entrega da obra, o documento passou a ser denominado termo de recebimento provisório da obra, que foi assinado por todos os envolvidos: construtora, gerenciadora e empresa de bebidas. Após as assinaturas liberou-se a medição final da obra e a validação de todos os adicionais, porém com a retenção de 5% que foi liberado após conclusão de todas as pendências. Após a adoção dos reparos das pendências uma nova vistoria foi efetuada para verificação da solução empregada a fim de liberar a obra com o termo de recebimento definitivo, liberando o pagamento da medição. Assim que todas as obras do contrato foram concluídas providenciou-se no departamento jurídico a finalização dos contratos. Este procedimento foi executado com as três construtoras. A Figura 6.6 representa o fluxo de processo de encerramento de contrato. 74 INÍCIO ESTABELECER COMISSÃO DE RECEBIMENTO EMPRESA / GERENCIADORA ESTABELECER AS UNIDADES DE ACEITAÇÃO EMPRESA / GERENCIADORA VERIFICAR AS PENDÊNCIAS EXISTENTES GERENCIADORA CONSOLIDAR AS PENDÊNCIAS (LISTAS DE VERIFICAÇÃO) CONSTRUTORA ACOMPANHAR A SOLUÇÃO DAS PENDÊNCIAS LISTADAS CONSTRUTORA/ GERENCIADORA SIM HÁ PENDÊNCIAS? ELABORAR TERMO DE ACEITAÇÃO PROVISÓRIA NÃO DOCUMENTAR A ENTREGA PROVISÓRIA E SOLICITAR DOC. À CONSTRUTORA EMPRESA / GERENCIADORA ELABORAR TERMO DE ACEITAÇÃO DEFINITIVA GERENCIADORA EMPRESA/ GERENCIADORA ENVIAR A DOC. SOLICITADA FINALIZAR CONTRATO E LIBERAR GARANTIA CONTRATADA EMPRESA SIM NÃO HÁ PENDÊNCIAS? FIM Figura 6.9 – Fluxograma do processo de encerramento de obra da empresa multinacional de bebidas. 75 7 ANÁLISE DOS RESULTADOS Apresenta-se no estudo de caso um comparativo dos processos de concorrência contendo critérios técnicos para a seleção das empresas de construção civil para obras realizadas em uma empresa alimentícia de domínio familiar e uma empresa de bebidas multinacional, enfocando as diferenças na condução do processo. Ambas as empresas adotam a seleção prévia de empresas para apresentação das propostas técnicas e comerciais. Todavia existem algumas diferenças fundamentais, como o processo de tomada de decisão, qualidade e detalhamento do projeto, procedimentos, normativas que interferem diretamente no prazo de entrega da obra, custo e qualidade. O fluxo de informações, normativas, etapas de análise das propostas, entre as duas empresas envolvem os mesmos “atores”: empresa (clientes), gerenciadora e construtora. Entretanto, os enfoques são diferentes e com responsabilidades distintas. A empresa de alimentos estabelece uma maior autonomia para a gerenciadora que se apresenta como consultora e representa diretamente o cliente. Já no caso da empresa de bebidas, por ter procedimentos definidos e inflexíveis todos os tramites são respeitados e as tomadas de decisão ficam a cargo do departamento de engenharia e departamento de compras. Porém, a autonomia da gerenciadora é observada no pós-contratação e no apoio técnica à obra. Podemos observar estas alterações de fluxos nos fluxogramas de concorrência para a empresa de alimentos familiar e no fluxograma de concorrência da empresa multinacional de bebidas, figuras 7.1 e 7.2. Estas figuras representam o inicio ao fim do processo deste o projeto, classificação das empresas, emissões no mercado da concorrência até a negociação e assinatura do contrato. 76 Fluxograma Processo de Concorrência Empresa de Alimentos Familiar ELABORAÇÃO EMISSÃO DE INFORMAÇÕES COMPLEMANTARES GERENCIADORA INÍCIO PROJETO EXECUTIVO EMPRESA / EMP. PROJ GERENCIADORA RECEBIMENTO DAS PROPOSTAS EMPRESA ELABORAÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO DE PRÉ-QUALIFICAÇÃO E ENVIO DE CARTA CONVITE GERENCIADORA / NOME EMPRESA NÃO DIVULGADA RECEBIMENTO DAS PROPOSTAS DE PRÉ-QUALIFICAÇÃO GERENCIADORA ANÁLISE PROPOSTAS TÉCNICA E COMERCIAL DA PRÉ-QUALIFICAÇÃO GERENCIADORA ELABORAÇÃO DOCUMENTOS DA CONCORRÊNCIA GERENCIADORA CONTATAR AS PROPONETES GERENCIADORA EMISSÃO OFICIAL ÀS PROPONETES PROPOSTAS TÉCNICAS E COMERCIAIS EM SELEÇÃO RESTRITA CADASTRO PRÉVIO VENDOR LIST EMPRESA / GERENCIADORA ABERTURA DAS PROPOSTAS EMPRESA ANÁLISE E EQUALIZAÇÃO DAS PROPOSTAS GERENCIADORA SOLICITAÇÃO DE ESCLARECIMENTOS GERENCIADORA ANÁLISE E EQUALIZAÇÃO DAS PROPOSTAS GERENCIADORA REVISÃO DE LAYOUT SIM HÁ PENDÊNCIAS? NÃO RELATÓRIO FINAL GERENCIADORA VISITA AS PROPONENTES EMPRESA/ GERENCIADORA NEGOCIAÇÃO E ASSINATURA DO CONTRATO EMPRESA/ GERENCIADORA GERENCIADORA VISITAS TÉCNICAS GERENCIADORA FIM DÚVIDAS TÉCNICAS E COMERCIAIS GERENCIADORA Figura 7.1 – Fluxograma processo de concorrência empresa de alimentos familiar 77 Fluxograma Processo de Concorrência Empresa de Bebidas Multinacional INÍCIO ABERTURA DAS PROPOSTAS EMPRESA LAYOUT CONCEITUAL ANÁLISE E EQUALIZAÇÃO DAS PROPOSTAS EMPRESA / GERENCIADORA SELEÇÃO RESTRITA EMPRESA / EMP. PROJ GERENCIADORA VENDOR LIST EMPRESA / GERENCIADORA ELABORAÇÃO SOLICITAÇÃO DE ESCLARECIMENTOS GERENCIADORA EMISSÃO SOLICITAÇÃO DE ESCLARECIMENTOS ELABORAÇÃO DOCUMENTOS DA CONCORRÊNCIA EMPRESA GERENCIADORA ANÁLISE E EQUALIZAÇÃO DAS PROPOSTAS EMPRESA / GERENCIADORA PROPOSTAS TÉCNICAS E COMERCIAIS EM SELEÇÃO RESTRITA CONTATAR AS PROPONENTES EMPRESA EMISSÃO OFICIAL ÀS PROPONETES EMPRESA REVISÃO DE LAYOUT SIM HÁ PENDÊNCIAS? NÃO VISITAS TÉCNICAS EMPRESA / GERENCIADORA RELATÓRIO FINAL GERENCIADORA RECEBIMENTO / DÚVIDAS TÉCNICAS NEGOCIAÇÃO E ASSINATURA DO CONTRATO EMPRESA EMPRESA ELABORAÇÃO DE INFORMAÇÕES COMPLEMANTARES GERENCIADORA FIM EMISSÃO DE INFORMAÇÕES COMPLEMANTARES EMPRESA RECEBIMENTO DAS PROPOSTAS EMPRESA Figura 7.2 – Fluxograma processo de concorrência empresa de bebidas multinacional. 78 A análise comparativa entre as empresa no que refere a categoria e modalidade, normas e diretrizes, sistema contratual e fluxo de informações e normativas conta na tabela 7.1: Tabela 7.1 – Análise comparativa dos processos de concorrência das empresas ANÁLISE COMPARATIVA DOS PROCESSOS DE CONCORRÊNCIA DAS EMPRESAS Pontos ressaltados Empresa de Alimentos de Domínio Familiar Empresa de Bebidas Multinacional Categoria e Modalidade Cadastramento prévio seguido de apresentação das propostas técnicas em seleção restrita Seleção Restritac seguido de presentação das propostas técnicas em seleção restrita Normas e Diretrizes Sem procedimentos fixos. Tomada de Procedimentos e normas de qualidade decisão dos sócios-diretores. bem regulamentadas Sistema Contratual Sistema separado tradicional. Projeto/ Concorrência/ Construção Processo de Concorrência Empresas Projeto Vendor list Carta Convite Projeto executivo Layout conceitual Indicações de empresas em conjunto gerenciadora e empresa Indicação de empresas que já trabalharam algumas vez na multinacional Emissão gerenciadora Emissão departamento de compras Análise técnica e comercial das empresas - Elaboração da documentação Emissão às proponetes Visitas técnicas Recebimento Dúvidas técnicas Gerenciadora Gerenciadora Gerenciadora Gerenciadora recebe dúvidas Gerenciadora Departamento de compras Gerenciadora e empresa Departamento de compras Informações complementares Gerenciadora elabora e emite Gerenciadora elebora e departamento de compras emite Entrega das propostas Empresa de Alimentos de Domínio Familiar Empresa de Bebidas Multinacional Abertura das propostas Diretoria empresa Todos os envolvidos no projeto da empresa Pré-qualificação Fluxo de informações e normativas Seistema separado acelerado Análise e equalização das propostas Solicitações de esclarecimentos Relatório final Visita às proponentes Negociação e assinatura do contrato Gerenciamento de riscos Gerenciadora Gerenciadora e empresa Gerenciadora elabora e emite Gerenciadora elebora e departamento de compras emite Gerenciadora Gerenciadora e empresa Gerenciadora e empresa - Gerenciamento pós-contratações - Encerramento do contrato - Gerenciadora Empresa de Bebidas Multinacional PMBOK Relatórios, Controle, Análises, Reuniões de coordenação. Termo de entrega provisória e definitiva Nas categorias e modalidades da empresa alimentícia adotou-se o cadastramento prévio e a empresa de bebidas a seleção restrita, ambas seguidas de apresentação das propostas técnicas por seleção restrita. Essa diferença reflete na préqualificação da empresa alimentícia possibilitando uma maior confiabilidade no processo e na maior garantia da saúde financeira da empresa e capacidade de 79 execução do serviço. Por outro lado a empresa de bebidas efetua suas concorrências com empresas que já prestaram serviço, o que garante a capacidade técnica, mas que não garante a parcela financeira e a finalização da obra. Segundo normativas a empresa de bebidas possui sistema de qualidade baseado no PMBOK, que deve ser seguido em sua totalidade e o processo é auditado. Já na empresa de bebidas há uma flexibilização maior. As tomadas de decisão são ágeis no que possibilita um ganho de prazo significativo. Por outro lado não garante a qualidade do processo e não existe um regimento interno, o que torna as decisões dos sócios diretores leis que devem ser seguidas estando tecnicamente e comercialmente corretas ou não. O sistema contratual separado adotado pelas duas empresas possibilita um maior controle, pois a empresa que elabora o projeto não é a mesma empresa que executa. O sistema tradicional considera todo o escopo de fornecimento do empreendimento e o acelerado subdivide em processos menores. O ganho de prazo é realmente considerável, porém os riscos financeiros e nas interfaces são altos. Cabe a empresa analisar qual o melhor caminho e qual é o item mais importante prazo ou custo. O projeto também é um item que merece uma atenção especial. É o projeto a base para o processo de concorrência e o início do projeto e reflete as preferências do cliente. A empresa de alimentos optou por elaborar um projeto executivo contemplando todas as disciplinas e detalhamento para a implantação. O que mesmo assim acarretou em estudos para a redução de custos. A empresa de bebidas preferiu utilizar um layout conceitual, delegando a responsabilidade do conceito e execução das outras disciplinas e detalhamento do projeto para a construtora. Os riscos do layout são maiores em relação aos custos e adicionais. O executivo possibilita uma melhor estimativa de valores para a obra e minimiza adicionais futuros. Os processos de concorrências das duas empresas apresentam um agente importante, a presença da gerenciadora como agente principal na interface empresa 80 e construtoras, além de ser fundamental no apoio técnico para as empresas, tano na contratação, como na execução da obra. 81 8 CONCLUSÕES A pesquisa desenvolvida permitiu abordar os conceitos gerais sobre técnicas de seleção de empresas de construção civil e apresentar o método utilizado na elaboração de processos de concorrência em empresas privadas. Os critérios técnicos para seleção de empresas de construção civil em concorrências de obras nas empresas privadas apresentam métodos diferentes, que difere segundo normativas das empresas, fluxos, gestão da qualidade. Os resultados da pesquisa efetuada mostraram, ainda, que é necessário que o processo de contratação possa ser rastreado sob o conceito de sistema de qualidade, adotando-se os procedimentos internos estabelecidos na empresa contratante, e que seja passível de um processo de auditoria. Os processos de concorrência nas empresas privadas distinguem-se do conceito do viés publico pela flexibilidade, e também por não haver um regimento ou lei que regulamente este processo nesse tipo de empresas, como a Lei n° 8.666 que estabelece normas para que os órgãos públicos possam efetuar as contratações. Os aspectos técnicos e comerciais envolvidos em todas as etapas do processo de concorrência desde a fase de pré-qualificação e elaboração do edital de concorrência civil até a fase de negociação entre contratante e contratada, apresentam peculiaridades segundo: forma societária da empresa, normas e diretrizes de qualidade, a capacidade técnica do coordenador do projeto por parte da empresa, o coordenador do projeto por parte da gerenciadora, as equipes de orçamentos e gerentes das construtoras participantes do projeto. Os fluxos dos processos dependem estritamente da normativa empregada, capacidade técnica dos envolvidos no projeto, confiança gerenciadora, projeto bem elaborado, categoria e modalidade escolhida para realização do processo. 82 Estes aspectos principais foram demonstrados e analisados nos estudos de caso, relativos a dois processos de contratação. O primeiro caso corresponde ao processo de contratação desenvolvido por uma empresa alimentícia de domínio familiar, e em contraponto, o segundo caso analisado é de uma empresa multinacional do setor de bebidas. No estudo comparativo verificaram-se diferenças na condução desses processos decorrentes principalmente em função da base societária e do regimento interno das empresas, tendo inclusive implicações diretas nas contratações das construtoras de obras civis. Vale ressaltar que embora as duas empresas apresentem grande diferença na base societária, as duas necessitaram do apoio de uma empresa gerenciadora para a execução de obras civis, desde o processo contratação passando pelo acompanhamento técnico durante a fase executiva das obras até a fase de encerramento final do contrato com a entrega oficial das obras. 83 9 RECOMENDAÇÕES A partir da pesquisa realizada foi possível identificar elementos que podem ser críticos na elaboração dos processos de concorrência em empresas privadas. Recomenda-se que em processos de concorrências alguns elementos sejam destacados e tratados com maior atenção, como os procedimentos internos adotados em empresas multinacionais, que acabam burocratizando o processo de contratação, gerando um desgaste em toda a cadeia de envolvidos e retardando os fluxos de documentos. Acredita-se, que este problema pode ser evitado com um programa computacional que tem como objetivo integrar os envolvidos e proporcionar agilidade na validação dos procedimentos, desde que estes sejam realizados “on line” com assinaturas digitais. A falta de procedimentos e rotinas de qualidade pode, também, gerar problemas da mesma forma que o excesso provoca a estagnação do processo. Sem procedimentos não há parâmetros e diretrizes que devem ser seguidos e documentados, e proporcionam a falta de veracidade do processo e impossibilitam a realização de uma auditoria. Essa falta de procedimento permite ainda, tomadas de decisão de “cima para baixo” e gera complicações no que tange aos métodos executivos, como a escolha das empresas, rompimento da cadeia de contração, que impossibilita um processo íntegro. Neste caso o executor do processo, sendo este um gerenciador, deve explanar sobre os procedimentos a serem seguidos, embasados em parâmetros conceituais utilizados no mercado e na literatura pertinente, a fim de demonstrar ao proprietário do empreendimento da necessidade em se adotar um processo com fluxo de informações, e seja rastreado em processo de auditoria. 84 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASBEA – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA, Manual de Contratação dos Serviços de Arquitetura e Urbanismo, 2ed. São Paulo. Editora PINI, 2000. BORGES, Alice Gonzalez. O pregão criado pela MP 2026/00: breves reflexões e aspectos polêmicos. Jus Navigandi, Teresina, ano 4, n. 43, jul. 2000. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=425>. Acesso em: 25 maio 2008. CITADINI, Antonio R. Comentários e jurisprudência sobre a lei de licitações públicas. São Paulo: Editora Max Limonad, 1999. CHOMA, André A.; CHOMA, Adriana C. 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Tese (Mestrado em Engenharia) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo. HUDSON, Mike. Administrando organizações do Terceiro Setor. São Paulo: Makron Books,1999. KUMARASHAMY; DISSANAYAKA. Linking procurement systems to project priorities. Building Research & Information. E & F Spon, 1998. 85 MILHOMENS, J.; ALVES, G. M. Manual prático dos contratos. Rio de Janeiro: Forense, 1996. MOLENAAR, K.; ZIMRING, C.; AUGENBROE, G. A guide to project delivery for federal buildings. Report to the U.S. General Services Administration, Washington, DC, Novembro 1998. Disponível em: <http://cem.ce.gatech.edu/GSA/default.htm.> Acesso em: 20/03/2008. MUKAI, T. A Empresa Privada nas Licitações Públicas. São Paulo: ATLAS, 2000. OLIVEIRA, Otávio, J. Modelo de gestão para pequenas empresas de projetos de edifícios. 2005, 261 f. Tese (Doutorado em Engenharia) Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo. PEREIRA, Fernando C.; CUSTÓDIO, Ricardo F.; NOTOYA, Adriana E. 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In: CONFERÊNCIA LATINOAMERICANA DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL, 1 E ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO: MODERNIDADE E SUSTENTABILIDADE, São Paulo: USP/ANTAC, 2004. 86 ANEXO A - TABELA DE RESULTADOS DA ANÁLISE TÉCNICA 10% Obras semelhantes dentro de áreas em funcionamento 6,00 4,31 Obras semelhantes executadas nos últimos 5 anos Obras semelhantes dentro de áreas em funcionamento TOTAL 6,00 Obras semelhantes em andamento ITEM ADEQUAÇÃO TÉCNICA - TABELA I 3,54 4,23 4,56 5,83 0,43 2,40 3,00 3,11 3,24 0,00 3,22 3,51 4,29 3,87 0,32 1,40 2,15 3,25 3,56 3,19 3,13 3,29 3,04 3,15 0,3 1,3 1,5 6,00 3,32 3,21 3,14 3,25 3,65 3,44 0,3 1,3 1,8 3,00 3,00 0,00 1,50 0,3 1,2 0,0 EMPRESA I NOTA PONTOS 3,53 0,60 1,33 1,61 EMPRESA D NOTA PONTOS EMPRESA H NOTA PONTOS 3,34 0,32 1,42 1,59 EMPRESA C NOTA PONTOS EMPRESA G NOTA PONTOS 1,61 0,31 1,30 0,00 EMPRESA B NOTA PONTOS EMPRESA F NOTA PONTOS 4,33 0,35 1,69 2,28 EMPRESA A NOTA PONTOS EMPRESA E NOTA PONTOS 40% Obras semelhantes executadas nos últimos 5 anos TOTAL 50% PESO Obras semelhantes em andamento ITEM ADEQUAÇÃO TÉCNICA - TABELA I 87 88 ANEXO B - CRITÉRIOS PARA ATRIBUIÇÃO DE PESOS 89 CRITÉRIO DE ATRIBUIÇÃO DE PESOS TABELA I ADEQUAÇÃO TÉCNICA DESCRIÇÃO PESO % Obras semelhantes em andamento 50% Obras semelhantes executadas nos últimos 5 anos 40% Obras semelhantes dentro de áreas em funcionamento 10% TOTAL 100% TABELA II ADEQUAÇÃO ECONÔMICA DESCRIÇÃO RECEITA BRUTA - US$ 1000 ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE FATOR DE INSOLVÊNCIA ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL RENTABILIDADE DO P.L. RECEITA BRUTA - US$ 1000 ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE FATOR DE INSOLVÊNCIA ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL RENTABILIDADE DO P.L. RECEITA BRUTA - US$ 1000 ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE FATOR DE INSOLVÊNCIA ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL RENTABILIDADE DO P.L. TOTAL PESO % 2006 2006 2006 2006 2006 2005 2005 2005 2005 2005 2004 2004 2004 2004 2004 5% 20% 15% 15% 5% 2% 2% 20% 3% 3% 1% 1% 5% 2% 1% 100% 90 RESUMO DESCRIÇÃO PESO % 1 - Adequação Técnica 50% 2 - Adequação Econômica 50% TOTAL 100% 91 ANEXO C - TABELA DE RESULTADOS DA ANÁLISE COMERCIAL 92 ADEQUAÇÃO ECONÔMICA - TABELA II ITEM PESO EMPRESA A EMPRESA B EMPRESA C NOTA PONTOS NOTA PONTOS NOTA PONTOS 5% 20% 15% 15% 5% 10,00 5,19 4,24 9,59 4,07 0,50 1,04 0,64 1,44 0,20 4,07 9,00 7,00 6,00 4,10 0,20 1,80 1,05 0,90 0,20 4,50 6,13 5,09 6,29 4,66 0,22 1,23 0,76 0,94 0,23 2% 2% 20% 3% 3% 10,00 4,38 3,36 8,10 3,25 0,20 0,09 0,67 0,24 0,10 4,19 6,19 4,59 5,62 3,28 0,08 0,12 0,92 0,17 0,10 4,95 8,00 6,00 5,00 3,94 0,10 0,16 1,20 0,15 0,12 1% 1% 5% 2% 1% 10,00 3,20 2,30 6,85 2,12 0,10 0,03 0,12 0,14 0,02 4,00 5,38 3,68 4,33 2,06 0,04 0,05 0,18 0,09 0,02 4,46 5,09 3,63 4,63 2,46 0,04 0,05 0,18 0,09 0,02 2006 RECEITA BRUTA - US$ 1000 ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE FATOR DE INSOLVÊNCIA ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL RENTABILIDADE DO P.L. 2005 RECEITA BRUTA - US$ 1000 ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE FATOR DE INSOLVÊNCIA ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL RENTABILIDADE DO P.L. 2004 RECEITA BRUTA - US$ 1000 ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE FATOR DE INSOLVÊNCIA ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL RENTABILIDADE DO P.L. TOTAL 100,00% 5,52 5,94 5,51 ADEQUAÇÃO ECONÔMICA - TABELA II ITEM PESO EMPRESA D EMPRESA E EMPRESA F NOTA PONTOS NOTA PONTOS NOTA PONTOS 5% 20% 15% 15% 5% 9,07 5,53 4,73 6,67 5,37 0,45 1,11 0,71 1,00 0,27 5,06 5,56 4,05 8,54 4,00 0,25 1,11 0,61 1,28 0,20 7,21 5,44 4,42 8,09 6,73 0,36 1,09 0,66 1,21 0,34 2% 2% 20% 3% 3% 8,27 4,57 3,69 6,20 3,78 0,17 0,09 0,74 0,19 0,11 5,09 4,70 3,00 8,26 3,11 0,10 0,09 0,60 0,25 0,09 7,37 5,23 3,76 6,50 6,00 0,15 0,10 0,75 0,20 0,18 1% 1% 5% 2% 1% 6,88 4,98 3,95 4,00 2,34 0,07 0,05 0,20 0,08 0,02 5,39 3,65 2,00 6,70 2,00 0,05 0,04 0,10 0,13 0,02 8,55 3,69 2,40 6,12 5,00 0,09 0,04 0,12 0,12 0,05 2006 RECEITA BRUTA - US$ 1000 ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE FATOR DE INSOLVÊNCIA ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL RENTABILIDADE DO P.L. 2005 RECEITA BRUTA - US$ 1000 ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE FATOR DE INSOLVÊNCIA ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL RENTABILIDADE DO P.L. 2004 RECEITA BRUTA - US$ 1000 ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE FATOR DE INSOLVÊNCIA ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL RENTABILIDADE DO P.L. TOTAL 100,00% 5,25 4,93 5,46 93 ADEQUAÇÃO ECONÔMICA - TABELA II ITEM PESO EMPRESA G EMPRESA H EMPRESA I NOTA PONTOS NOTA PONTOS NOTA PONTOS 5% 20% 15% 15% 5% 4,00 5,42 4,44 8,29 4,00 0,20 1,08 0,67 1,24 0,20 4,96 5,00 4,00 10,00 4,30 0,25 1,00 0,60 1,50 0,22 7,87 6,14 5,12 6,05 7,00 0,39 1,23 0,77 0,91 0,35 2% 2% 20% 3% 3% 4,00 4,71 3,56 7,61 3,00 0,08 0,09 0,71 0,23 0,09 5,87 4,00 3,01 9,00 3,74 0,12 0,08 0,60 0,27 0,11 6,09 4,51 3,44 6,95 3,71 0,12 0,09 0,69 0,21 0,11 1% 1% 5% 2% 1% 4,18 4,10 2,90 5,67 2,32 0,04 0,04 0,15 0,11 0,02 5,78 3,00 2,05 8,00 2,17 0,06 0,03 0,10 0,16 0,02 5,03 7,00 5,00 4,42 2,31 0,05 0,07 0,25 0,09 0,02 2006 RECEITA BRUTA - US$ 1000 ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE FATOR DE INSOLVÊNCIA ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL RENTABILIDADE DO P.L. 2005 RECEITA BRUTA - US$ 1000 ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE FATOR DE INSOLVÊNCIA ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL RENTABILIDADE DO P.L. 2004 RECEITA BRUTA - US$ 1000 ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE FATOR DE INSOLVÊNCIA ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL RENTABILIDADE DO P.L. TOTAL 100,00% 4,96 FATOR DE INSOLVÊNCIA = X1+X2+X3-X4-X5 onde, X1 = Rentabilidade do capital próprio (LL/PL) x 0,05 X2 = Liquidez geral x 1,65 X3 = Liquidez Seca x 3,55 X4 = Liquidez corrente x 1,06 X5 = Exigível total / PL x 0,33 Intervalos: de 0 a 7 Solvência de -3 a 0 Penumbra de -7 a -3 Insolvência 5,12 5,35 94 ANEXO D - RELATÓRIO DE ATIVIDADES: PERÍODO ENTRE 06/04/2007 E 31/05/07 NÚMERO PHARMAKO 327-001-G14-004 NÚMERO DO CLIENTE LOGO DE EMPRESA DE BEBIDAS E GERENCIADORA REVISÃO 0 REVISÃO PÁGINA 1 de 17 CLIENTE: EMPRESA DE BEBIDAS PROJETO: READEQUAÇÃO DE LAYOUT DISCIPLINA: GERENCIAMENTO ASSUNTO: RELATÓRIO DE ATIVIDADES PERÍODO ENTRE 06/04/2007 E 31/05/07 0 01/06/07 REV. DATA Para Informação DESCRIÇÃO ELABORADO POR: Cristina Vazquez REVISADO POR: Gerson Tamaki NÚMERO DO ARQUIVO ELETRÔNICO: 327001G14004-0.doc GT REVISADO POR SR APROVADO POR APROVADO POR: Silvio Rodrigues LOGO DE EMPRESA DE BEBIDAS E GERENCIADORA NÚMERO PHARMAKO 327-001-G14-004 NÚMERO DO CLIENTE REVISÃO 0 REVISÃO PÁGINA 2 de 17 ÍNDICE 1. OBJETIVO ............................................................................................................ 3 2. DESCRIÇÃO SUMÁRIA ....................................................................................... 3 3. ESCOPO .............................................................................................................. 3 4. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES ......................................................................... 4 5. CONTROLE DOS PRAZOS ............................................................................... 15 6. CONTROLE FINANCEIRO ................................................................................ 16 7. APROVAÇÕES LEGAIS .................................................................................... 16 8. CONTROLE DE QUALIDADE ........................................................................... 17 9. SEGURANÇA DO TRABALHO ......................................................................... 17 10. RELATÓRIO FOTOGRÁFICO ........................................................................... 17 NÚMERO DO ARQUIVO ELETRÔNICO: 327001G14004-0.doc LOGO DE EMPRESA DE BEBIDAS E GERENCIADORA NÚMERO PHARMAKO 327-001-G14-004 NÚMERO DO CLIENTE REVISÃO 0 REVISÃO PÁGINA 3 de 17 1. OBJETIVO O objetivo deste documento é descrever as atividades desenvolvidas no período compreendido entre 06/04/07 e 31/05/07 para elaboração do layout e gerenciamento da implantação de novo prédio e remanejamento do layout da Unidade da Empresa de Bebidas, em Jurubatuba, São Paulo – SP. 2. DESCRIÇÃO SUMÁRIA A Empresa de Bebidas, em seu plano de expansão, irá transferir a unidade administrativa da empresa de cervejas, alocada atualmente no Centro Empresarial, para a unidade da Empresa de Bebidas em Jurubatuba. Com isso, é necessário remanejamento de toda a equipe alocada em Jurubatuba e conseqüente construção de novo prédio integrando os prédios administrativos existentes (J1A e J1B). 3. ESCOPO 3.1. Do Projeto O escopo compreende a adequação das instalações existentes, com adequação do layout existente, e a criação de novo prédio para distribuição da equipe administrativa no site de Jurubatuba. Para isso, estão consideradas intervenções nas seguintes áreas: • Edifício Administrativo – J1A (contemplando prédio existente e anexo, a ser construído): 9 Pavimento térreo. 9 1º pavimento. 9 2º pavimento. • Edifício Administrativo – J1B: 9 Pavimento térreo. 9 Pavimento superior. • Edifício Administrativo – J2: 9 Pavimento superior. • Recepção: 9 Pavimento térreo. O escopo contratado contemplava somente a adequação das áreas para comportar novo contingente. No entanto, após finalizado o estudo, foi solicitada a incorporação de áreas de expansão futura. NÚMERO DO ARQUIVO ELETRÔNICO: 327001G14004-0.doc LOGO DE EMPRESA DE BEBIDAS E GERENCIADORA 3.2. NÚMERO PHARMAKO 327-001-G14-004 NÚMERO DO CLIENTE REVISÃO 0 REVISÃO PÁGINA 4 de 17 Do Gerenciamento O escopo compreende o gerenciamento da construção e do remanejamento das áreas para adequação ao novo layout proposto em projeto. As atividades do gerenciamento dividem-se em: • Processos de concorrência, que compreendem as seguintes atividades: 9 Elaboração do Edital de Concorrência. 9 Pré-seleção de empresas proponentes. 9 Preparação e entrega da documentação às proponentes. 9 Equalização das propostas. 9 Relatório Final com recomendação de negociação. • Gerenciamento da Construção Civil, instalações elétricas e hidráulicas e ar condicionado, que compreende as seguintes atividades: 9 Acompanhamento de campo. 9 Desenvolvimento de projeto de detalhes de campo. 9 Aprovação de detalhes elaborados pelas empreiteiras. 9 Controle qualitativo e quantitativo da construção e da montagem. 9 Gerenciamento das interferências. 9 Controle de segurança do trabalho. 9 Gerenciamento do Contrato. 9 Análise, aprovação e controle de serviços adicionais. 9 Acompanhamento do progresso da obra (Cronograma Físico). 9 Verificação das tendências de desvio, com apresentação de soluções alternativas para recuperar o prazo previsto. 9 Elaboração e acompanhamento da lista de pendências. 9 Coordenação de empreiteiras e interface das mesmas com o cliente. 4. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES 4.1. Projeto A PharmaKo Consultoria foi contratada, para desenvolver o layout, no período de 09 de Junho de 2006 com a finalização no dia 07 de Março de 2007. Prazo entendido após várias solicitações de revisão pelo departamento de RH da Empresa de Bebidas. Após a data de finalização do layout ocorreram mais algumas revisões dos desenhos e elaboração de estudos de áreas antes não contempladas, como por exemplo, portaria. Foram elaborados os seguintes documentos no período de 06 de abril de 2006 até 31 de maio de 2007: Descrição Layout Prédio J1A – Planta do Pavimento Térreo Prédio J1A – Planta do Primeiro Pavimento Prédio J1A – Planta do Segundo Pavimento NÚMERO DO ARQUIVO ELETRÔNICO: 327001G14004-0.doc Número Revisão 327-001-A01-001 327-001-A01-002 327-001-A01-003 19 à 21 19 16 LOGO DE EMPRESA DE BEBIDAS E GERENCIADORA NÚMERO PHARMAKO 327-001-G14-004 NÚMERO DO CLIENTE Prédio J1B – Planta do Pavimento Térreo Prédio J1B – Planta do Primeiro Pavimento Prédio J2 – Planta do Primeiro Pavimento Portaria 1 - Pavimento Térreo Opção 1, 2 e 3. Execução Prédio J1A - Planta do Pavimento Térreo Prédio J1A - Planta do Primeiro Pavimento Prédio J1A - Planta do Segundo Pavimento Prédio J1B - Escada do Térreo ao Superior Prédio J1B – Planta do primeiro pavimento Demolição / Construção Memorial descritivo de civil – Fachada Memorial de cálculo – quantitativo de divisórias novas Arquitetura Prédio J1A – Planta de Arquitetura do Pavimento Térreo Prédio J1A – Planta de Arquitetura do Primeiro Pavimento Prédio J1A – Planta de Arquitetura do Segundo Pavimento Prédio J1B – Planta de Arquitetura da Cobertura Civil Memorial descritivo Memorial descritivo Fachada REVISÃO 0 REVISÃO PÁGINA 5 de 17 327-001-A01-004 327-001-A01-005 327-001-A01-006 327-001-A01-010 14 14 7 2 327-001-A01-012 327-001-A01-013 327-001-A01-014 327-001-A01-015 327-001-A01-020 0 0 0 0 327-001-C04-004 327-001-A05-001 0 0 327-001-A01-016 327-001-A01-017 327-001-A01-018 0 0 0 0 327-001-A01-019 0 327-001-C04-003 327-001-C04-004 1 0 4.1.1. Layout O layout foi desenvolvido de forma a atender às necessidades da Empresa de Bebidas, sempre em consonância com o departamento de RH, que foi quem forneceu os dados para distribuição dos departamentos e pessoas, definiu premissas, avaliou fluxos de pessoas e interferências, além de avaliar o layout em todo o processo de elaboração. O departamento de RH considerando as novas estratégias da empresa age diretamente na execução da obra e refaz algumas disposições sobre o que foi contratado, segundo o vislumbre das necessidades a fim da entrega das áreas estarem em conformidade com o que está passando na atualidade da empresa. Os desenhos foram desenvolvidos e/ou revisados no escritório da PharmaKo e apresentados ao departamento de engenharia da Empresa de Bebidas em reuniões para se discutir melhorias e estratégias de localização. Posteriormente estes desenhos são apresentados pela engenharia ao departamento de RH para a validação dos desenhos. NÚMERO DO ARQUIVO ELETRÔNICO: 327001G14004-0.doc LOGO DE EMPRESA DE BEBIDAS E GERENCIADORA NÚMERO PHARMAKO 327-001-G14-004 NÚMERO DO CLIENTE REVISÃO 0 REVISÃO PÁGINA 6 de 17 No período compreendido de 06 de abril de 2007 até 31 de maio de 2007, foram solicitadas algumas alterações nos layout’s, com remanejamento de áreas e o estudo mais aprofundado da portaria. 4.1.2. Execução Os desenhos de demolição / construção / acabamentos foram desenvolvidos de forma a auxiliar as empreiteiras durante a elaboração dos orçamentos e, principalmente, para a execução do empreendimento. Esses desenhos, no entanto, somente foram elaborados para o processo de concorrência de acabamentos / instalações elétricas / ar condicionado. Houve a necessidade da elaboração do desenho n° 327-001-A01-020 rev. 0, Prédio J1B – Planta do primeiro pavimento Demolição / Construção, para o auxílio da elaboração do orçamento de demolição do prédio J1B, área que atualmente contém os antigos vestiários e para a execução dos sanitários que atenderão futuramente as pessoas locadas no segundo pavimento do prédio novo. Este área apresentava a previsão de ser utilizada para a área da auditoria e controles internos, área que não será reformada neste projeto. Este desenho foi enviado para a Empresa Y Ltda que estará elaborando orçamento como adicional no contrato da Readequação Jurubatuba FCB. 4.1.3. Arquitetura Os desenhos de arquitetura foram desenvolvidos somente para o prédio novo. As reformas se basearam nos desenhos de layout. 4.2. Gerenciamento A PharmaKo Consultoria contratada para o Gerenciamento elaborou os seguintes documentos: Descrição Concorrência Edital de concorrência geral – Complemento Edital de concorrência Fachada Planilha orçamentária – Complemento Planilha orçamentária Fachada Vendor list geral – Complemento Vendor list Fachada Informações Complementares Readequação de Layout Geral Informações Complementares Readequação de Layout Geral Solicitação de Esclarecimentos – Civil Geral Solicitação de Esclarecimentos – Civil Geral NÚMERO DO ARQUIVO ELETRÔNICO: 327001G14004-0.doc Número Revisão 327-001-L02-004 327-001-L02-005 327-001-L03-004 327-001-L03-005 327-001-L04-001 327-001-L04-002 1 0 1 0 0 0 327-001-L06-001 0 327-001-L06-002 0 327-001-L08-001 327-001-L08-002 0 0 LOGO DE EMPRESA DE BEBIDAS E GERENCIADORA NÚMERO PHARMAKO 327-001-G14-004 NÚMERO DO CLIENTE Equalização – Modelo de resumo das Propostas Equalização – Modelo de resumo final das Propostas Equalização – Planilha espelho comparativa das propostas originais apresentada para as proponentes Equalização – Planilha espelho comparativa das propostas com correção das fórmulas apresentadas pelas proponentes. Equalização – Planilha espelho comparativa das propostas originais revisadas apresentadas para as proponentes Equalização – Planilha espelho comparativa das propostas revisadas com correção das fórmulas apresentadas pelas proponentes. Equalização – Resumo das propostas – conforme propostas Equalização – Resumo das propostas – com correção das fórmulas propostas Equalização – Resumo das propostas revisadas – conforme propostas Equalização – Resumo das propostas revisadas – com correção das fórmulas propostas Equalização – Análise específica das propostas Equalização – Análise específica das propostas revisadas Equalização – Relatório de equalização técnica e comercial para a adequação do layout – Processo de concorrência geral REVISÃO 0 REVISÃO 327-001-L07-001 327-001-L07-002 327-001-L07-003 PÁGINA 7 de 17 0 0 0 327-001-L07-003 1 327-001-L07-003 2 327-001-L07-003 3 327-001-L07-004 327-001-L07-004 327-001-L07-004 327-001-L07-004 327-001-L07-005 327-001-L07-005 0 1 2 3 0 1 327-001-L08-002 0 Atas de reunião Ata de reunião – Empresa Y 12/04/07 Ata de reunião – Empresa X – 18/04/07 Ata de reunião – Empresa Y – 18/04/07 Ata de reunião – Empresa X – 25/04/07 Ata de reunião – Empresa Y – 25/04/07 Ata de reunião – Empresa X – 02/05/07 Ata de reunião – Empresa Y – 02/05/07 Ata de reunião – Empresa X – 09/05/07 Ata de reunião – Empresa Y – 09/05/07 Ata de reunião – Empresa X – 16/05/07 Ata de reunião – Empresa Y – 16/05/07 Ata de reunião – Empresa X – 23/05/07 Ata de reunião – Empresa Y – 23/05/07 Ata de reunião – Empresa Y – 31/05/07 327-001-K15-018 327-001-K15-019 327-001-K15-020 327-001-K15-021 327-001-K15-022 327-001-K15-023 327-001-K15-024 327-001-K15-025 327-001-K15-026 327-001-K15-027 327-001-K15-028 327-001-K15-029 327-001-K15-030 327-001-K15-031 - Vistorias Vistoria de 11/04/07 – Empresa Y Vistoria de 17/04/07 – Empresa Y 327-001-G09-006 327-001-G09-002 - NÚMERO DO ARQUIVO ELETRÔNICO: 327001G14004-0.doc LOGO DE EMPRESA DE BEBIDAS E GERENCIADORA NÚMERO PHARMAKO 327-001-G14-004 NÚMERO DO CLIENTE REVISÃO 0 REVISÃO PÁGINA 8 de 17 Cartas Modelo de Termo de Aceitação Provisória de obra 327-001-G16-001 - Cronogramas Cronograma dos Processos de Concorrência 327-001-G05-001 0 Controle de qualidade do concreto Controle de qualidade – Resistência do Concreto 327-001-G20-001 0 327-001-G04-001 327-001-G04-002 327-001-G04-003 - 327-001-G04-004 - 327-001-G04-005 - 327-001-G04-006 - 327-001-G06-001 0 327-001-G06-002 0 327-001-G06-003 1 327-001-G06-004 0 327-001-G06-005 327-001-G06-006 3 0 Lista de pendências Lista de Pendências Empresa X 03/04/07 Lista de Pendências Empresa Y 03/04/07 Lista de Pendências Empresa Y 31/05/07 – Anexo Termo de Entrega Provisória de obra – Área: Sistemas Lista de Pendências Empresa Y 31/05/07 – Anexo Termo de Entrega Provisória de obra – Área: Desenvolvimento comercial Lista de Pendências Empresa Y 31/05/07 – Anexo Termo de Entrega Provisória de obra – Área: RH Lista de Pendências Empresa Y 31/05/07 – Anexo Termo de Entrega Provisória de obra – Área: On Premise / Top Beer. Análise de Adicionais e controle de custos Controle de Custos Adicionais – Empresa Y Serviços Diversos – Geral Análise de Custos Adicionais - Empresa X Serviços Gerais Controle de Custos Adicionais – Empresa Y Adequação do escopo por troca de material Análise de Custos Adicionais – Empresa X Adequação do Escopo para a Inclusão do 3° Pavimento Análise da RDA Controle de custos adicionais – Empresa Y Relatórios Relatório de Atividades no período de 09/06/06 até 327-001-G14-001 05/04/07 Relatório de Acompanhamento de Concretagem da 327-001-G14-002 Fundação em 07/04/07 Relatório de Acompanhamento de Concretagem da 327-001-G14-003 Laje do Primeiro Pavimento em 28/04/07 0 0 0 4.2.1. Implantação Devido à complexidade para transferência de pessoas e mobiliário, foi desenvolvida anteriormente uma estratégia de implantação que engloba desenhos indicando a NÚMERO DO ARQUIVO ELETRÔNICO: 327001G14004-0.doc LOGO DE EMPRESA DE BEBIDAS E GERENCIADORA NÚMERO PHARMAKO 327-001-G14-004 NÚMERO DO CLIENTE REVISÃO 0 REVISÃO PÁGINA 9 de 17 origem e destino do mobiliário, além de memorial descritivo informando as datas de conclusão das atividades. Neste período em questão do dia 06/04/07 à 31/05/07 a estratégia de implantação foi colocada em prática segundo a entrega das áreas pela empresa Empresa Y Ltda. As transferências de áreas foram realizadas nos finais de semana, com o acompanhamento da pessoa designada pelo departamento de RH. A empresa Empresa Y Ltda. efetuou nestes finais de semana a interligação elétrica final e a empresa EDS executou a interligação de dados e voz e a instalação de cada posto de trabalho. As áreas relocadas foram: 9 Sistemas e EDS: saindo do Primeiro Pavimento do prédio J1B para o Primeiro Pavimento do prédio J2. 9 Desenvolvimento Comercial: Anteriormente locados no Pavimento Térreo do Prédio J1A e instalados no primeiro pavimento do prédio J1B, local antes ocupado por Sistemas. 9 On Premise / Top Beer: anteriormente ocupando área do Pavimento Térreo do prédio J1B e área de logística do pavimento térreo dão prédio J1A. 9 RH: Relocado do prédio J1B pavimento térreo para o próprio pavimento térreo. 4.2.2. Concorrência A PharmaKo elaborou os processos de concorrência de todos os “pacotes”. No entanto, para a contratação dos dois primeiros “pacotes”, não houve gerenciamento da contratação (a Empresa de Bebidas conduziu todo o processo, sem envolvimento da PharmaKo). Esses processos referem-se à contratação da Empresa X para a execução do prédio novo e da Empresa Y para adequação do layout do prédio J1B, Vestiários e Sistemas. Para o processo de concorrência que envolve a contratação de acabamentos, instalações elétricas e instalações de ar condicionado, a PharmaKo está conduzindo conforme o estabelecido com a Engenharia da Empresa de Bebidas: • Preparação do pacote de concorrência, com projetos, edital de concorrência e planilha orçamentária. • Pré-seleção de empresas proponentes. • Acompanhamento das empresas aos locais de intervenção para explanação do projeto. • Emissão de respostas aos questionamentos das proponentes. • Primeira equalização das propostas. • Solicitação de esclarecimentos. • Segunda equalização das propostas (revisadas). • Elaboração de relatório de conclusão da equalização. • Segunda Solicitação de Esclarecimentos. • Terceira equalização das propostas. • Revisão do relatório técnico. NÚMERO DO ARQUIVO ELETRÔNICO: 327001G14004-0.doc LOGO DE EMPRESA DE BEBIDAS E GERENCIADORA • NÚMERO PHARMAKO 327-001-G14-004 NÚMERO DO CLIENTE REVISÃO 0 REVISÃO PÁGINA 10 de 17 Apoio ao departamento de compras. As propostas revisão 0 foram estudadas e analisadas com o departamento de engenharia da Empresa de Bebidas após a entrega oficial dada na Unidade de Jundiaí. Os procedimentos do departamento de compras da Empresa de Bebidas e as premissas principais foram discutidas e acordadas na reunião de abertura das propostas. Após a solicitação de esclarecimentos e segunda equalização os valores apresentados nas propostas foram altos demais em comparação com o budget do projeto. Foram realizadas diversas reuniões com o departamento de engenharia da Empresa de Bebidas para que o projeto fosse viabilizado. O que acarretou na eliminação de alguns itens do escopo de fornecimento das proponentes. Para a oficialização destas informações foi emitido o documento n° 327-001-L08-002, solicitando nova revisão das propostas. Segundo novas diretrizes do Departamento de Compras da Empresa de Bebidas todos os documentos para as proponentes deverão ser emitidos pelo próprio departamento, inclusive as solicitações de esclarecimentos. A última solicitação de esclarecimentos elaborada para este processo de concorrência já se enquadrou nesta nova diretriz. Portanto o novo fluxo da documentação obedece a seguinte ordem: a Pharmako Consultoria elabora a documentação, emite para a aprovação da engenharia, havendo a aprovação sem comentários é enviado para o departamento de compras. Até o fechamento deste relatório, o processo de revisão das propostas por parte das proponentes estava em andamento. Futuramente será efetuada uma nova equalização e a revisão do relatório final de equalização para o departamento de compras. Caso contrário, retorna para a Pharmako Consultoria revisar o documento, este é enviado para a engenharia, que envia para compras após aprovação. Existem alguns itens que necessitarão de elaboração de processos de concorrência, sendo estes: 9 Fachada 9 Paisagismo 9 Portaria 9 Recepção e estrutura (avanço da diretoria) O processo de recepção e estrutura dependerá dos valores fornecidos pela Empresa X, já que este serviço foi considerado adicional para a empresa contratada para a execução do prédio novo. O orçamento de adicional está sendo revisado pela construtora, partindo da nova premissa de utilização de estacas metálicas e recepção em nível diferente ao estipulado para o prédio novo. Sendo assim gerando novos valores para a área contaminada. Os valores dos adicionais serão analisados pela Pharmako Consultoria e pelo Departamento de engenharia da Empresa de Bebidas e verificada a possibilidade de considerar como um simples adicional ou será efetuado um novo processo de concorrência. NÚMERO DO ARQUIVO ELETRÔNICO: 327001G14004-0.doc LOGO DE EMPRESA DE BEBIDAS E GERENCIADORA NÚMERO PHARMAKO 327-001-G14-004 NÚMERO DO CLIENTE REVISÃO 0 REVISÃO PÁGINA 11 de 17 4.2.3. Atas de reunião As reuniões estão sendo realizadas às quartas-feiras, divididas da seguinte forma: • 9h00 às 10h00 – Empresa de Bebidas e PharmaKo. • 10h00 às 11h30 – Empresa de Bebidas, PharmaKo e Empresa X. • 11h30 às 12h30 – Empresa de Bebidas, PharmaKo e Empresa Y. Nestas reuniões são tomadas as decisões que envolvem planejamento, apresentação de soluções para dúvidas de interpretação de projeto, cumprimento de prazos, itens relacionados à segurança do trabalho, discussão de adicionais e cronogramas, etc. Nada impede, no entanto, que esses assuntos sejam tratados fora das reuniões, em momentos em que os problemas surgem. A Empresa X foi dispensada da última reunião de coordenação, pois a obra está paralisada e as pendências da construtoras são envio de cronograma e orçamentos. Os mesmos foram solicitados à construtora por contato telefônico e por e-mail. A Empresa Y teve suas reuniões realizadas “in loco” para contornar provblema com maior rapidez e agilidade. 4.2.4. Vistorias Quando é julgado pertinente, a PharmaKo emite um relatório de vistoria à obra. Isso ocorre quando há alguma ocorrência que, de alguma forma, contribui para a falta de segurança no trabalho, à má qualidade do trabalho executado, ao desacordo de algo estabelecido anteriormente e quando há reincidência de algo alertado anteriormente. Por diversas vezes, o assunto é tratado e solucionado imediatamente, sem que haja necessidade de emissão do relatório de vistoria. O relatório de vistoria atua, também, de forma informativa, relatando atividades desenvolvidas. O relatório de vistoria este período foi elaborado no dia que as áreas de desenvolvimento comercial, on premise e top beer, RH foram entregues pela Empresa Y. 4.2.5. Cartas Quando necessário a PharmaKo emite comunicados oficiais para as construtoras ou para a Empresa de Bebidas. Em alguns casos é enviado pela Pharmako um modelo de carta que deve ser seguido pela contratada. Com o gerenciamento de obras da Empresa Y, onde o contrato é subdividido por áreas de atuação, foi elaborado um modelo de termo de entrega provisória de obra. Sendo estabelecido como procedimento de entrega de áreas a emissão por parte da Empresa Y uma carta para cada área de contrato, com a entrega provisória da obra com o anexo emitido pela Pharmako consultoria denominado Lista de Pendências. NÚMERO DO ARQUIVO ELETRÔNICO: 327001G14004-0.doc LOGO DE EMPRESA DE BEBIDAS E GERENCIADORA NÚMERO PHARMAKO 327-001-G14-004 NÚMERO DO CLIENTE REVISÃO 0 REVISÃO PÁGINA 12 de 17 4.2.6. Cronograma Como ferramenta de controle gerencial está sendo solicitado às construtoras um cronograma detalhado com as atividades desenvolvidas. O cronograma deve apresentar atividades realizadas e respectivos andamentos físicos, etapas da obra, duração das atividades, datas de inicio e término, vínculo entre as tarefas, para vislumbrar a data final de entrega da obra. Além de ser essencial para o acompanhamento das atividades, verificação de atrasos e possibilitar tomadas de decisões para minimizá-los; diminuir problemas e estrangular prazos e ser documento informativo de andamento físico para o envio para todos os envolvidos no projeto. Os cronogramas somente estão sendo enviados pelas construtoras após insistentes cobranças por e-mail e através de contato telefônico. Todas as reuniões de coordenação são solicitados os cronogramas. Inicialmente os cronogramas deveriam ser entregues as sextas-feiras, porém ocorriam diversos atrasos na entrega. Atualmente os cronogramas devem ser entregues na segunda-feira com prazo máximo até 16h00 da quarta-feira. Para visualização dos prazos máximos para a inicialização dos processos de concorrência foi elaborado pela Pharmako Consultoria um cronograma contendo todos os processos em desenvolvimento e futuros. Este cronograma contém os prazos de execução da obra, tempo para a elaboração dos “pacotes”, equalização das propostas, prazo de negociação de compras e emissão dos pedidos de compras. Os itens considerados são: Pacote civil complementar, que está em andamento e em etapa de segunda revisão das propostas; Recepção fundação e estrutura, considerada como adicional da Empresa X, porém em estudo de viabilidade de custos poderá ser um processo enviado para a concorrência; Portaria, atualmente em estudo de layout; Fachada, concorrência para a instalação de “pele de vidro” em composição com ACM (Aluminum Composite) e Spider Glass; Paisagismo, visando o melhoramento da área próxima à recepção. 4.2.7. Diários de obra Os diários de obra estão sendo verificados a fim da obtenção de um maior controle sobre o andamento da obra. Após contínuos preenchimentos errôneos por parte da Empresa X foi autorizado o envio dos diários de obra eletrônicos e este enviou estabelecido que a freqüência é realmente diária. Exceto neste período de paralisação da obra. Os diários de obra da Empresa Y estão sendo preenchidas da forma tradicional em livro com páginas numeradas e duas vias. 4.2.8. Controle de qualidade do concreto Para o acompanhamento da qualidade do concreto e para a verificação da resistência mínima de projeto é solicitado o laudo do ensaio, constando o rompimento dos corpos de prova e a resistência atingia aos 7 dias e aos 28 dias. NÚMERO DO ARQUIVO ELETRÔNICO: 327001G14004-0.doc LOGO DE EMPRESA DE BEBIDAS E GERENCIADORA NÚMERO PHARMAKO 327-001-G14-004 NÚMERO DO CLIENTE REVISÃO 0 REVISÃO PÁGINA 13 de 17 Nesta planilha, denominada Controle de qualidade – Resistência do Concreto n° 327001-G20-001, a Pharmako Consultoria aprova ou reprova o concreto, considerando as áreas onde o concreto foi lançado, datas de concretagem, resistência de projeto e resistências atingidas. As concretagens efetuadas pela Empresa X foram acompanhadas por um profissional habilitado da Pharmako Consultoria, que conferiu as armações e o lançamento do concreto, gerando posteriormente um relatório de acompanhamento que contém relatório fotográfico e o rastreamento, ou seja, as áreas de lançamento de cada betoneira. 4.2.9. Listas de Pendências e Termos de Recebimento Provisório da Obra Assim como a vistoria, a PharmaKo emite uma lista de pendências quando pertinente e quando existem diversas pendências na obra, que não foram documentadas nas atas de reunião. Isso ocorre quando há inúmeras solicitações para reparos, resoluções seqüenciais de ocorrências, falta de segurança no trabalho, má qualidade de execução, desacordo de premissas anteriores, reincidência de algo alertado anteriormente, que não são solucionadas e este documento de pendências é gerado para pressionar a resolução imediata dos problemas. Outra finalidade da lista de pendências é compor o termo de recebimento provisório da obra, esta é anexada ao termo de recebimento da obra, explanando todas as soluções a serem tomadas por parte da construtora para a entrega definitiva da obra. No período em questão a empresa Empresa Y gerou os seguintes termos de entrega de obra: 9 9 9 9 9 Vestiário Femsa Sistemas Desenvolvimento Comercial On Premise / Top Beer RH Para cada área citada acima a Pharmako Consultoria elaborou uma Lista de Pendências para que sejam sanados os problemas, que se resumem basicamente na limpeza da área e retoques de pintura, para que as devidas providências sejam tomadas e possibilite gerar o termo de entrega definitiva da obra. 4.2.10. Análise de adicionais e controle de custos As análises de custos não estavam contempladas no escopo de serviço contratado com a Pharmako Consultoria. Porém em virtude das alterações em relação ao previsto inicialmente para esta obra houve a necessidade de um estudo elaborado em relação ao budget inicial em comparação ao que se vislumbra para a finalização desta obra. NÚMERO DO ARQUIVO ELETRÔNICO: 327001G14004-0.doc LOGO DE EMPRESA DE BEBIDAS E GERENCIADORA NÚMERO PHARMAKO 327-001-G14-004 NÚMERO DO CLIENTE REVISÃO 0 REVISÃO PÁGINA 14 de 17 Diversos serviços antes não contemplados agora fazem parte deste escopo, como por exemplo, a portaria; fachada em “pele de vidro”, acabamento mais elaborado e oneroso do que manter padrão atual; avanço do pavimento da diretoria para a área da laje da recepção; reforço estrutural para uma futura terceira laje. Juntamente com itens extraescopo, diversas alterações de layout foram solicitadas e um remanejamento interno de pessoas tornou-se imprescindível para a reestruturação da empresa. Estes fatores demandaram logística de remanejamento de área e a incorporação de pessoas da Kaiser antes locadas no prédio do Centro empresarial para a Unidade de Jurubatuba, geraram-se maiores custos de acabamentos, aumento de áreas de intervenção e alterações de acabamentos. Outro fator que interfere diretamente nos custos estimados para o projeto e que não poderiam ser previstos na RDA são as contingências de obra, como é o caso da quebra da viga invertida do prédio J1A, corte da estrutura do galpão, rede esgoto irregular com desemboque nas águas pluviais, entre outras. Um estudo amplo para viabilizar o projeto foi executado com o departamento de engenharia da Empresa de Bebidas e a Pharmako Consultoria, através de reuniões e análise detalhada da RDA. Esta análise foi executada embasada em orçamentos contratados, serviços adicionais da Empresa X e a Empresa Y, orçamentos de fornecedores e estimativas de valores. Os valores das propostas com valor global maior foram subdivido em itens principais como sanitário, boutique, copa, e tudo que se resumiu a novos acabamentos. Este estudo tem o objetivo de ser apresentado um comparativo do que foi previsto inicialmente para este projeto em termos de custos e o novo conceito empregado para este projeto a ser apresentado à diretoria da empresa visando o aumento de budget para viabilidade e término da obra. As análises dos adicionais estão sendo executadas de duas formas: uma análise dos adicionais propriamente ditos de serviços gerais, que podem ser analisados separadamente da planilha contratual e uma segunda análise dos valores e quantitativos em relação à planilha contratual. Para a análise em relação à planilha contratual, os valores da planilha original são colocados em espelho para a análise de aumento de quantitativo e permanecendo os valores unitários de material e mão-de-obra. No caso da construtora Empresa Y com a grande alteração de acabamentos e aumento de área está sendo executado um comparativo de valores contendo débitos e créditos. A planilha contratual a Empresa X também foi colocada em espelho, devido ao aumento de escopo, onde foi necessária a inclusão do reforço na fundação e na estrutura para abrigar a terceira laje de escritório e uma laje de cobertura. As planilhas de serviços de adicionais gerais das duas construtoras compilam todos os itens de adicionais solicitados e fornecidos pelas empresas. NÚMERO DO ARQUIVO ELETRÔNICO: 327001G14004-0.doc LOGO DE EMPRESA DE BEBIDAS E GERENCIADORA 4.2.11. NÚMERO PHARMAKO 327-001-G14-004 NÚMERO DO CLIENTE REVISÃO 0 REVISÃO PÁGINA 15 de 17 Relatório das Atividades Os Relatórios de Atividades são desenvolvidos para descrever os serviços gerais desenvolvido na periodicidade mencionada no relatório. Outros relatórios elaborados no período deste relatório de 06/04/07 até 31/05/07 são os relatórios de acompanhamento de concretagem realizadas nos dias 07/04/07 e no dia 28/04/07. Estes relatórios contêm a descrição das atividades, relatório fotográfico e o rastreamento das áreas de lançamento de concreto das respectivas betoneiras e segundo número das notas fiscais. 5. CONTROLE DOS PRAZOS 5.1. Paralisação da obra A obra de interferência da Empresa X, execução do prédio novo, foi paralisada pela primeira vez no dia 19/04/07 às 15h30 em virtude de irregularidade da documentação junto à Prefeitura de São Paulo, a responsabilidade de regularização junto à prefeitura é da Empresa de Bebidas. O Fiscal da Prefeitura na ocasião notificou a Empresa de Bebidas sobre a irregularidade e a paralisação imediata tornou-se necessária para evitar que a obra fosse embargada. Os serviços foram suspensos até segunda ordem. Às 18h15 do mesmo dia um comunicado oficial da Empresa de Bebidas, via telefone e via e-mail, informou que as atividades e serviços poderiam ser retomados normalmente no dia 20/04/07. A empresa Empresa X deu andamento normal a obra em questão até o dia 03/05/07, quando foi solicitada a paralisação dos serviços às 14h30 por ordem do fiscal da prefeitura. A obra até a finalização da periodicidade deste relatório continua paralisada por tempo indeterminado e aguardando um posicionamento oficial da Empresa de Bebidas sobre a retomada da obra. 5.2. Empresa X A Empresa X encontrou algumas interferências na realização da obra neste período do dia 06/04/07 até a data da paralisação primeiramente dia 19/04/07 e posteriormente no dia 03/05/07, como a necessidade da demolição da viga da fachada do primeiro pavimento do prédio J1A e a quebra da viga invertida no segundo pavimento J1B. Os cronogramas foram atualizados semanalmente pela Empresa X, após várias cobranças para a entrega semanal. NÚMERO DO ARQUIVO ELETRÔNICO: 327001G14004-0.doc LOGO DE EMPRESA DE BEBIDAS E GERENCIADORA NÚMERO PHARMAKO 327-001-G14-004 NÚMERO DO CLIENTE REVISÃO 0 REVISÃO PÁGINA 16 de 17 Após a paralisação da obra, sem tempo determinado para retorno, foi solicitado à empresa que atualizasse o cronograma mantendo os vínculos e amarrações (realizado em MS Project) e estendendo o prazo de entrega da obra, para que os envolvidos no projeto tivessem a possibilidade de ter a visão macro dos atrasos previstos pela paralisação. Foi acordado que após a retomada da obra a Empresa X apresentará um cronograma recuperando o prazo, tentando minimizar os atrasos e manter a conclusão da obra o mais próximo da data estabelecida inicialmente. Utilizando métodos de execução mais rápidos e minimizando os tempos de execução de algumas atividades que estavam esparsas. 5.3. Empresa Y A Empresa Y adequou o cronograma em função da estratégia de implantação. O cronograma está sendo atualizado semanalmente pela Empresa Y, após várias cobranças para a entrega semanal. No período em questão as áreas entregues foram: 9 9 9 9 9 Vestiário Sistemas Desenvolvimento Comercial On Premise / Top Beer RH Possibilitando manter a estratégia de implantação e relocar as áreas internamente nos finais de semana posteriores a entrega. 6. CONTROLE FINANCEIRO A própria Empresa de Bebidas é quem está realizando o controle financeiro, ficando a cargo da PharmaKo a análise preliminar das solicitações de adicionais, que posteriormente são discutidos em conjunto com a Engenharia da Empresa de Bebidas. A análise das medições é efetuada pela Engenharia da Empresa de Bebidas, sem envolvimento da PharmaKo. 7. APROVAÇÕES LEGAIS A Empresa de Bebidas, através de seu departamento específico, está cuidando dos trâmites das aprovações legais junto aos órgãos públicos. Algumas pendências perduram nas aprovações legais, como a paralisação da obra junta à prefeitura e em relação à Cetesb com o tema de contaminação da área. NÚMERO DO ARQUIVO ELETRÔNICO: 327001G14004-0.doc LOGO DE EMPRESA DE BEBIDAS E GERENCIADORA NÚMERO PHARMAKO 327-001-G14-004 NÚMERO DO CLIENTE REVISÃO 0 REVISÃO PÁGINA 17 de 17 8. CONTROLE DE QUALIDADE Nos relatórios de vistorias à obra estão sendo indicados os pontos a serem melhorados quanto à qualidade, ainda durante a execução. Antes da entrega da área para uso, no entanto, será realizada uma vistoria especificamente para verificação da qualidade dos serviços executados. Eventuais pontos a serem melhorados serão listados para que a empreiteira providencie a correção antes da liberação da área para uso. Atividades ou materiais que requeiram testes como, por exemplo, o concreto, terão tratamento especial, com controle de qualidade durante a execução (com acompanhamento da concretagem) e após, com a apresentação de resultados de testes de corpos de prova que comprovem que a resistência requerida foi atingida. As reuniões de coordenação, especificamente da empresa Empresa Y a partir do dia 16/05/07 passou a ser elaborada “in loco”, com recorrido de todas as áreas para a verificação de todas as pendências e solicitação imediata das soluções a serem executadas. 9. SEGURANÇA DO TRABALHO Este item tem sido tratado com especial cuidado devido à construção estar sendo executada concomitantemente à operação dos escritórios. Isolamentos têm sido criados de forma a segregar totalmente as áreas de obras das de operação. Em relação à segurança dentro das obras, têm sido verificados alguns descumprimentos e alertados aos responsáveis das obras: não uso de cinto de segurança em andaimes acima de 2,00 m de altura; não uso de capacetes em áreas em obra; não proteção de pontas de barras de ferro; não isolamento de valas; não limpeza de áreas; etc. Não foram, no entanto, atitudes graves que requeressem a retirada de qualquer prestador de serviço da obra. A empresa Empresa X manteve constantemente na obra o técnico de segurança. A empresa Empresa Y apresentou o a técnica de segurança na reunião de coordenação do 09/05/07, permanecerá na obra todas as segundas-feiras e quartasfeiras, durante todo o período de trabalho. 10. RELATÓRIO FOTOGRÁFICO As fotos estão separadas por área de intervenção. NÚMERO DO ARQUIVO ELETRÔNICO: 327001G14004-0.doc