QUALIDADE DO ENSINO MÉDIO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO CENTRO DE ENSINO MÉDIO SETOR OESTE BRASÍLIA - DF CARACTERIZAÇÃO O aluno do Centro de Ensino Médio Setor Oeste é oriundo, em sua maioria, de outras escolas públicas da rede mantida pelo DF e, da região do Entorno, mantidas por GO, na faixa etária de 14 à 18 anos, sem qualquer tipo de seleção. Historicamente a população do sexo feminino supera à do sexo masculino. Para melhor caracterizarmos o que aconteceu na escola, em termos administrativos e pedagógicos, após a implantação do PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, em pauta, vamos apresentar, para discussão e reflexão, os dados dos 4 anos que antecederam a sua implantação e, compararmos com o que tem acontecido na sua vigência. 2004 1ª série 2ª série 3ª série Resultados Diurno Percentual Diurno Percentual Diurno Percentual Matrícula Inicial 375 100% 326 100% 231 100% Matrícula após 59 15,73% 23 7,05% 34 14,71% Transferências 78 17,97% 31 8,88% 35 13,20% Matrícula Final 356 94,93% 318 97,54% 230 99,56% Aprovado sem 142 37,86% 143 43,86% 167 72,29% 97 25,86% 97 - - 117 31,2% 78 24% 63 27,4% 19 5,33% 08 2,51% 01 0,43% 3/03/2004 dependência Aprovado com dependência Reprovados Abandono Perda anual 29,75% 117+ 19 + 78 + 8 + 63 + 1 = 286 / 904 X 100 = 31,63% 2005 1ª série 2ª série 3ª série Resultados Diurno Percentual Diurno Percentual Diurno Percentual Matrícula Inicial 392 100% 252 100% 235 100% Após 30/03/2005 143 36,47% 101 101 57 24,25% Transferências 88 16,44% 68 40,07% 33 11,30% Matrícula Final 447 83,35% 285 80,73% 259 88,69% Aprovado sem 252 56,37% 119 41,75% 208 80,30% 54 12,08% 69 24,21% - - 129 28,85% 87 30,52% 49 18,91% 12 2,68% 10 3,5% 02 0,77% dependência Aprovado com dependência Reprovados Abandono Perda anual (repr. 141 + 97 + 51 = 289 / 991 X 100 = 29,16% 2006 1ª série 2ª série 3ª série Resultados Diurno Percentual Diurno Percentual Diurno Percentual 394 100% 331 100% 189 100% Após 30/03/2005 25 6,34% 14 4,3% 8 4,23% Transferências 43 10,26% 28 8,11% 18 9,13% Matrícula Final 376 89,73% 317 91,88% 179 90,86% Aprovado sem 217 57,71% 163 51,41% 143 79,88% 74 19,68% 69 21,76% - - 79 21,01% 77 24,29% 31 6 1,59% 8 2,52% 5 Matrícula Inicial dependência Aprovado com dependência Reprovados Abandono Perda anual (repr. +aband) 85 + 85 + 36 = 206 / 872 X 100 = 23,62% 17,31% 2,79% 2007 1ª série 2ª série 3ª série Resultados Diurno Percentual Diurno Percentual Diurno Percentual 420 100% 313 100% 231 100% 9 2,14% 4 1,27% 3 1,29% Transferências 29 6,76% 23 7,25% 8 3,41% Matrícula Final 400 93,24% 294 93,92% 226 96,58% Aprovado sem 168 42% 130 44,21% 190 84,07% 90 22,5% 83 - - 139 34,75% 76 25,85% 36 15,92% 3 0,75% 2 0,68% 0 0% Matrícula Inicial Após 30/03/2005 dependência Aprovado com dependência Reprovados Abandono Perda anual (repr. +aband) 28,23% 139 + 3 + 76 + 2 + 36 = 256 / 920 X 100 = 27,82% 2008 1ª série 2ª série 3ª série Resultados Diurno Percentual Diurno Percentual Diurno Percentual 437 100% 309 100% 206 100% Após 30/03/2005 25 5,72% 5 1,6% 9 4,36% Transferências 32 7,32% 12 3,88 5 2,42% Matrícula Final 430 98,39% 302 97,73% 209 101,45% Aprovado sem 250 58,13% 214 70,86% 206 98,56% 83 19,30% 62 - - 94 21,86% 22 7,28% 03 3 0,7% 4 1,32% 1 Matrícula Inicial dependência Aprovado com dependência Reprovados Abandono Perda anual (repr. +aband) 20,52% 94 + 22 + 3 + 8 = 127 / 941 X 100 = 13,49% 1,43% 0,47% 2009 1ª série 2ª série 3ª série Resultados Diurno Percentual Diurno Percentual Diurno Percentual 421 100% 362 100% 293 100% Após 30/03/2005 35 8,3% 31 8,56% 4 1,36% Transferências 21 4,6% 25 6,36% 6 2,02% Matrícula Final 435 103,3% 368 101,65% 295 100,68% Aprovado sem 256 58,85% 229 62,22% 258 87,45% 97 22,98% 92 25% - - 80 18,39% 43 11,68% 30 2 0,45% 4 1,08% 3 Matrícula Inicial dependência Aprovado com dependência Reprovados Abandono Perda anual (repr. +aband) 80+2+43+4+30+3= 162/1098 X 100 = 14,75% 10,16% 1,01% 2010 1ª série 2ª série 3ª série Resultados Diurno Percentual Diurno Percentual Diurno Percentual Matrícula Inicial 408 100% 374 100% 336 100% Após 30/03/2005 114 27,94% 77 20,58% 13 3,87% Transferências 131 25,09% 100 22,17% 29 8,30% Matrícula Final 391 95,83% 351 93,85% 320 95,23% Aprovado sem 222 56,77% 218 62,10% 263 82,18% 74 18,92% 84 23,93% - - 89 22,76% 49 13,96% 51 6 1,53% - - 6 dependência Aprovado com dependência Reprovados Abandono Perda anual (repr. +aband) 89+6+49+51+6 = 201/1062 x 100 = 18,92% 15,94% 1,87% 2011 1ª série 2ª série 3ª série Resultados Diurno Percentual Diurno Percentual Diurno Percentual Matrícula Inicial 421 100% 325 100% 326 100% Após 30/03/2005 123 29,21% 63 19,38% 14 4,29% Transferências 122 22,42% 68 17,52% 39 11,47% Matrícula Final 422 100,23% 320 98,46% 301 92,33% Aprovado sem 230 54,50% 217 67,81% 290 96,34% 91 21,56% 86 26,87% - - 95 22,51% 16 5% 8 2,65% 6 1,42% 1 0,31% 3 010% dependência Aprovado com dependência Reprovados Abandono Perda anual (repr. +aband) 95+6+16+1+8+3 = 129/1043 x 100 = 12,37% Para melhor entendermos, definimos a chamada “perda anual” que consiste no somatório de reprovações e abandonos da três séries da escola. O gráfico, a seguir, demonstra a variação percentual deste índice, nessa série histórica CORREIO BRAZILIENSE Desempenho Setor Oeste recupera qualidade do ensino Priscilla Borges Da equipe do Correio Conseguir bons resultados em vestibulares às vezes parece meta inatingível para as escolas públicas. Especialmente diante das dificuldades enfrentadas por elas. Mas o Centro de Ensino Médio Setor Oeste está mostrando que essa realidade pode sim ser alcançada. Desde o início do ano, as divulgações dos aprovados em diversos processos seletivos do país têm feito a direção comemorar. Até agora, eles já registraram 14 aprovações no Programa de Avaliação Seriada (PAS) da Universidade de Brasília (UnB), quatro na Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS) — três em medicina e uma em enfermagem — e 54 em instituições particulares do Distrito Federal e públicas de outros estados Júlio Gregório Filho, diretor do Setor Oeste, acredita que esses números vão melhorar. Há muitos resultados de vestibulares que ainda não saíram, inclusive o da UnB. “Entusiasmo e compromisso” são as chaves de tanto sucesso, segundo ele. Estudantes e docentes confirmam. “A dedicação dos alunos e dos professores mudou a história desse colégio”, afirma Michael Wenderson Gomes de Matos, 17 anos, aprovado no PAS para o curso de engenharia do câmpus da UnB no Gama. “Há muito tempo não entrava tanta gente do Setor Oeste na UnB”, diz lio Gregório Filho, diretor do Setor Oeste, acredita que esses números vão Nathália Guedes, 17, aprovada em letras-português. A história do Setor Oeste começou a ser resgatada no início do ano passado, quando houve processo para eleição de diretores. Segundo as novas regras da Secretaria de Educação do DF, as chapas deveriam se organizar e a própria comunidade deveria eleger os dirigentes. Caso só existisse uma equipe concorrendo à direção, a proposta apresentada por ela deveria ser analisada — e aprovada, claro! — pelo Conselho Escolar e pelos professores. Assim, a chapa de Júlio Gregório apresentou uma proposta audaciosa. Ela estipulava metas para, já em 2009, colocar o colégio em primeiro lugar entre as escolas públicas do DF no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), acabar com o abandono sem justificativa e melhorar o atendimento aos alunos portadores de necessidades especiais. Além disso, Júlio queria reduzir o índice de reprovação a 15% e, a partir de 2010, classificar o Setor Oeste entre as 15 melhores escolas do DF. A boa notícia é que não foram só os resultados externos que mostraram o bom desempenho dos estudantes do Setor Oeste. O índice de reprovação e de abandono caiu drasticamente. Em 2004, 258 jovens reprovaram e 28 abandonaram a escola. Juntos, os números representavam fracasso escolar de 31,63%. Em 2007, os mesmos índices caíram, mas continuavam altos (27,82%). No ano passado, a quantidade de alunos que reprovaram ou abandonaram o colégio ficou em torno de 10% do total. Nome: Michael Wenderson Gomes de Matos Idade: 17 anos No que passou: engenharia, pelo PAS, na UnB Onde vai estudar: no câmpus do Gama Onde mora: Valparaíso (GO) O que sentiu na aprovação: “Quando a gente chega ao ensino médio, não acha que vai conseguir chegar à UnB. Como vê a escola: “A dedicação dos alunos e dos professores este ano mudou a história desse colégio. As mudanças foram um incentivo a mais para a gente estudar. O que está acontecendo agora é a prova de que se nós nos empenharmos, somos capazes de conseguir. Quando a direção decidiu separar a gente por desempenho, todo mundo criticou. Depois, percebemos que foi muito melhor”. Nome: Raíssa Maya Santana dos Santos Idade: 16 anos No que passou: medicina na ESCS Onde vai estudar: na Asa Norte Onde mora: Guará II O que sentiu na aprovação: “Foi uma surpresa, porque nunca fui de estudar. Estava em dúvida entre 14 cursos quando procurei a psicóloga da escola para fazer um teste vocacional. Aí, deu música. Não sabia o que fazer, porque esse era o único curso que não queria. Como medicina era a segunda opção, fui nela. Depois das provas da ESCS, imaginava que tinha ido bem, mas fiquei muito feliz com o resultado” Como vê a escola: “Acho que as mudanças partiram de cima, da direção, mas contaminaram todo mundo. A motivação de professores e alunos aumentou bastante. Os métodos de ensino e avaliação também foram alterados e tudo surtiu efeito" Nome: Amanda Carolline Cavalcante Idade: 17 anos No que passou: medicina na ESCS; engenharia florestal pelo PAS na UnB e engenharia ambiental na Católica Onde vai estudar: ainda não decidiu, mas está quase certa de que fará engenharia florestal Onde mora: Samambaia O que sentiu na aprovação: “Não esperava passar agora. Achei que teria de estudar pelo menos mais um semestre antes de ser aprovada. Via todo mundo estudando tanto. Achei que era uma coisa muito distante de mim. Fiquei sem reação. Ainda mais com tantos resultados. Fiquei muito feliz” Como vê a escola: “A escola, que teve uma história de excelência nos estudos, parecia que estava morrendo até o Júlio chegar. Com a nova proposta, os professores ficaram mais motivados a dar aulas. Os estudantes perceberam isso e a qualidade do ensino aumentou. Acho que tudo isso vai contribuir para que os alunos do Setor Oeste se estimulem a também acreditar no vestibular. Meu irmão já está empolgado. Disse que se eu consegui, ele também pode” Nome: Victor Oliveira Alves Idade: 18 anos No que passou: medicina, na ESCS Onde vai estudar: na Asa Norte Onde mora: Candangolândia O que sentiu na aprovação: “Desde que decidi, sabia que teria de me esforçar muito, mas coloquei na minha cabeça que não deixaria nenhum fracasso me abalar. Não passei no PAS e tinha consciência de que não daria. Antes do resultado da ESCS, estava muito ansioso. Quase não dormia direito. Foi uma surpresa, muito emocionante. Liguei para todo mundo” Como vê a escola: “Os nossos professores nos incentivaram muito ao longo do ano. Houve diferença desde que a nova direção assumiu. Alguns professores estavam até pensando em sair da escola e voltaram atrás por conta da proposta pedagógica apresentada pelo Júlio. Eles ficaram mais motivados e nós também. Foi uma mudança drástica.” AÇÕES QUE VIABILIZARAM O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - PPP Elaborar, apresentar e discutir o PPP a todos os segmentos (corpos docente e discente e os responsáveis pelos alunos, que se propuseram a participar). Receber as sugestões e acatar todas as que não descaracterizam os fundamentos do PPP e não comprometeriam a concretização das metas estabelecidas. PACTUAR, principalmente com os professores, coordenadores e funcionários, o compromisso com a execução do PPP. Aprovar o PPP, no Conselho Escolar. Aprovar o PPP junto aos setores próprios da Secretaria da Educação. Buscar os meios materiais mínimos para a execução do PPP. - papel e tinta para rodar as provas; - correção eletrônica das provas e simulados (em 2008 foram, aproximadamente, 35 mil) - programa de computador para controle da vida escolar do aluno - registros individuais e coletivos Agir de forma permanente, com o objetivo de garantir a execução dos elementos contidos no PPP. - criar mecanismos para suprir as faltas de professores decorrentes de aposentadoria, licença médica, etc. -cumprir e fazer cumprir as ações pactuadas nas formas e nos tempos estabelecidos. - aproveitar o tempo das aulas de LEM para leitura, produção e interpretação de textos. -realizar reuniões bimestrais com os responsáveis pelos alunos visando assegurar o compromisso com a execução do PPP. PRINCIPAL ELEMENTO PARA A EXECUÇÃO DO PPP – AUTONOMIA DA DIREÇÃO