divulgação Painel Cultural [DVD] Minha vida sem mim Drama promove a reflexão e pode ser um bom tema para debates POR CRIS FRANÇA Adaptado pela diretora espanhola Isabel Coixer a partir de um conto de Nanci Kincaid, o filme “Minha vida sem mim” conta a história de Ann (Sarah Polley), uma moça que trabalha duro, tem duas filhas e um marido (Scott Speedman), que passa mais tempo desempregado do que trabalhando; uma mãe que tem uma história de sonhos fracassados e um pai que passou os últimos dez anos na prisão. Enquanto outras mulheres de sua idade estão se divertindo, Ann passa as noites trabalhando como faxineira de uma faculdade que ela jamais poderia pagar. Ela mora com sua família num pequeno trailer no quintal de sua mãe. De alguma forma, consegue manter a cabeça para fora da água, sobrevivendo. Apaixonada pelo marido e feliz com as crianças, Ann vive uma vida pacata, porém feliz. Um dia, Ann tem um desmaio e vai fazer um check-up, quando o médico 44 maio 2008 | lhe dá uma notícia chocante: ela tem um câncer que lhe tirará a vida em dois meses. Ela não conta a ninguém, ficando determinada a poupar seu marido e suas filhas da verdade e ao mesmo tempo assumir o controle de sua própria vida, tirando o máximo proveito dela. Para o marido Don, Laurie (sua excêntrica amiga de trabalho) e suas crianças, Ann encobre sua fraqueza com um caso de anemia. Secretamente ela faz uma lista de coisas que sempre quis alcançar na vida, mas nunca fez por falta de tempo ou disposição. Na lista, os desejos variam desde a mudança do estilo do penteado e unhas postiças, até uma paixão por outro homem e uma nova esposa para seu marido. De repente sua vida desabrocha, e a força que brota dessa jovem trabalhadora de vinte e três anos torna-se uma grande determinação. Obrigada a carregar seu segredo, mas libertada por seu novo senso de controle, a jornada emocional de Ann a conduz a lugares inesperados e dá à sua vida um novo significado: os momentos de carinho, as emoções voláteis que ela tem que manter para si, o reconhecimento de sua essência e o exame de sua própria vida. Esta é a maneira que Ann encontra para deixar para suas filhas lembranças de dias felizes e de aproveitar o tempo que lhe resta de vida, sem remédios, hospital ou sofrimento. O filme nos faz refletir sobre até onde Ann tinha o direito de manter a doença em segredo e brincar com o destino, envolvendo outras pessoas em seus últimos desejos. O silêncio da protagonista pode ser entendido tanto como uma tentativa de poupar a família quanto como um egoísmo egocêntrico. “Minha Vida sem Mim” é uma lição de como as pequenas coisas da vida podem nos trazer grandes alegrias, e que nunca é tarde para aproveitar a vida. O filme não se resume ao talento de Polley; há também o excelente texto, a direção inventiva e os personagens muito bem moldados (com destaque para a cabeleireira fã de Milli Vanilli, interpretada pela portuguesa Maria de Medeiros), além de uma história triste e emocionante. As opiniões sobre a atitude de Ann divergem. “Minha vida sem mim” faz pensar sobre a vida e as relações com as pessoas – um ótimo tema para discussão. FICHA TÉCNICA MINHA VIDA SEM MIM (MY LIFE WITHOUT ME / EUA 2003) Direção: Isabel Coixet Elenco: Sarah Polley, Mark Ruffalo, Scott Speedman, Deborah Harry, Leonor Watling Duração: 106 min Distribuidora: Imagem Filmes [Artes Plásticas] Painel Cultural O Museu do Louvre O Museu do Louvre foi aberto para visitação pela primeira vez em 8 de novembro de 1793, durante a Revolução Francesa. Instalado no Palácio do Louvre, localiza-se no centro de Paris, entre o rio Sena e a Rue de Rivoli. É um dos maiores museus do mundo e já foi sede do governo francês. Ao ser reformulado, passou por inúmeras ampliações, sendo uma das últimas a construção da polêmica pirâmide de cristal desenhada por Leoh Ming Pei, arquiteto chinês. A pirâmide de cristal, localizada no pátio central, tornou-se o acesso principal ao museu. O Louvre é um dos museus mais visitados do mundo. Em 2007, atingiu um total de 8,3 milhões de visitantes. Trata-se de um dos mais importantes do mundo, onde você poderá conhecer um acervo imenso que abrange obras de Bosch, Botticelli, Caravaggio, Cimabue, Delacroix, Dürer, Fragonard, Giotto, Goya, Ingres, Michelângelo, Murilo, Rafael, Rubens, Uccello, Van Eyck, Renoir e muitos outros. Além de pinturas e esculturas, esse museu possui um grande acervo da arte da antigüidade – cultura egípcia, grega, romana, etrusca, assíria, persa, artesanato islâmico e mobiliário ocidental. Este imenso acervo também poderá ser visitado pela Internet, no endereço: www.louvre.fr P O R M A R I S T H E R M O T TA B E L L O LA GIOCONDA Medindo apenas 77x53 cm, a Mona Lisa é uma das obras mais famosas de todo mundo. Pintada por Leonardo da Vinci no século XVI, levou cerca de quatro anos para ficar pronta. A obra viajou por muitos lugares, mas após a morte de da Vinci, ficou na corte francesa. Em 1793, já era parte do acervo do Museu do Louvre, foi roubada em 1911, reaparecendo tempos depois na Itália. Esses encontros e desencontros acabaram gerando a grande fama da obra, que hoje é uma das imagens mais conhecidas no mundo. Existem muitas histórias sobre o quadro. Alguns estudiosos da arte acreditam que Leonardo convidou músicos e bufões palhaços para divertir a Gioconda enquanto pintava o retrato. Outros afirmam que era para inspirálo a criar um sorriso diferente. Também se questiona a identidade da pessoa que pode ter sido modelo ou inspirado a obra. Alguns crêem que o artista queria retratar a mulher ideal ou a mãe. Outros pensam que ela era a amante do artista ou de quem lhe BELEZA CLÁSSICA No Museu do Louvre, você não pode deixar de ver a Vênus de Milo, uma das estátuas mais conhecidas em todo mundo por representar o ideal de beleza clássica. A estátua, feita em mármore, tem 203 cm de altura e muitos estudiosos da arte acreditam que foi esculpida em 130 a.C., por um escultor de Antioquia chamado Alexandros. A estátua da Vênus de Milo representa Afrodite, a deusa grega do amor e beleza física, e foi encontrada em 1820 por Yorgos, um camponês, na ilha de Melos. Hoje ela está no museu do Louvre em Paris, mas ficou escondida por muito tempo. Quando Yorgos encomendou a obra e, ainda, há estudiosos que investigam a idéia de que seria um auto-retrato do artista. Mas a maioria acredita que Mona Lisa era uma dama florentina chamada Lisa Gherardini, esposa de Francesco di Bartolomeo di Zanoli de Gicondo, influente comerciante de Florença, e o nome da obra se deve a origem das palavras Madonna (Mona), que quer dizer senhora em italiano, e Lisa. La Gioconda ou La Joconde é devido ao nome do marido de Lisa. a encontrou, escondeu sua descoberta. Depois, oficiais turcos a encontraram e a apreenderam. Bem mais tarde, um outro oficial da marinha chamado Jules Dumont d’Urville reconheceu que era uma obra de grande valor e a vendeu ao Marquês de Rivière, um embaixador francês que estava na Turquia e presenteou o Rei Luís XVIII com a obra. Este, por sua vez, doou a estátua ao museu do Louvre. | maio 2008 45