EVOLUÇÃO DA FRAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA NO VOLUME TOTAL DE SEDIMENTOS PRODUZIDOS EM AREA DEGRADADA SUBMETIDA A DIFERENTES TRATAMENTOS CONSERVACIONISTAS 1 2 3 Silva, R.T: ; Coelho, G. ; Valcarcel, R. ; 4 Pontes, P.A.S. 1 Graduando em Eng. Florestal, UFRRJ, Lab. de Manejo 2 de Bacias Hidrográficas-UFRRJ, Seropédica-RJ; Eng. florestal, Lab. de Manejo de Bacias Hidrográficas-UFRRJ, aluno do curso de mestrado em Ciências Ambientais e 3 Florestais, IF-UFRRJ; Professor Adjunto IV, DCA4 UFRRJ; Eng. florestal, Lab. de Manejo de Bacias Hidrográficas, UFRRJ RESUMO - Áreas de empréstimo são áreas onde o homem promoveu a retirada de substrato para diversos fins deixando exposto o subsolo. Estas áreas mudaram seu patamar de equilíbrio homeostático de tal forma que não conseguem readquirir suas funções originais e nem reverter a tendência de degradação ao longo do tempo. O laboratório de manejo de bacias hidrográficas vem atuando desde 1993 na área de empréstimo de 10,81 ha na Ilha da Madeira em Itaguaí-RJ, onde em 1979 se extraiu aproximadamente 1.800.000 m3 de substrato, chegando-se em alguns trechos a 27m de profundidade, com um decapeamento médio de 13m para o aterro na construção do Porto de Sepetiba. Em 1980 a remoção foi cessada ficando a área abandonada até 1993, quando recebeu a devida intervenção conservacionista, implantando-se uma série de medidas físicas e a partir de 1994 as medidas físico-biológicas e biológicas Neste trabalho as medidas físicas (caixas de sedimentação) foram utilizadas como instrumento de captura e coleta de sedimentos para avaliar a eficiência dos diferentes tratamentos conservacionistas nos trechos hidrológicos ou microbacias. O objetivo deste trabalho é avaliar o aumento da fração de matéria orgânica presente nos sedimentos produzidos pelos processos erosivos naturais da área submetida a diferentes tratamentos conservacionistas. Para isso, foram coletadas anualmente amostras de sedimentos depositadas nas caixas de sedimentação entre o período de 1994 à 2000. As caixas estão situadas a jusante dos trechos hidrológicos que captam água da chuva e transportam sedimentos para as drenagens. As amostras foram secas até que seus pesos tornaram-se constantes, sendo então separadas manualmente as frações mais grosseiras da matéria orgânica. Os sedimentos remanescentes foram separados com o tamizador utilizando diâmetros diferentes. As amostras foram pesadas separadamente, calculando-se a seguir a contribuição relativa da matéria orgânica no total de sedimentos. Os resultados apontam crescimento exponencial da participação de sedimentos orgânicos no tempo, onde as folhas e galhos de espécies de rápido crescimento foram os maiores componentes. De 1994 à 1996 a fração da matéria orgânica nos sedimentos foi desprezível; em 1997 foi de 0,75% do volume de sedimentos, 0,83% em 1998, 16,6% em 1999 e 41,6% em 2000. Estes resultados, associados à redução do volume de sedimentos produzidos no ano, apontam para a eficiência das medidas aplicadas, pois refletem a redução dos processos erosivos e o aporte de matéria orgânica ao solo, contribuindo para aumentar o potencial biótico de sítio e permitir, associado a outros fatores, a oferta de atributos ambientais para que novas espécies, mais evoluídas, de grupos ecológicos mais avançados possam colonizar com sucesso o ambiente e conseqüentemente a sustentabilidade das medidas de recuperação de áreas degradadas a longo prazo. SILVA,R.T; COELHO,G; VALCARCEL,R; & PONTES,P.AS (2000) Evolução da fração da matéria orgânica no volume total de sedimentos produzidos em area degradada submetida a diferentes tratamentos conservacionistas In: Congr. Exposição Internacional sobre Florestas, VI Resumos..., 607p. p505-506, BIOSFERA. Porto Seguro, BA (23-26/10/00). Apresentação em Painel. CDD 634.906