www.revistaoutdoor.pt nº11 JUL/AGO/SET 2013 outdoor Revista Torna-te fã Entrevista com Ana Marisa Correia ESCALADA EXTREMA, OS 9A DE PORTUGAL por Aurélio Faria ÁGUA Stand Up Paddle projeto Volta ao Mundo Aventura Elbrus por Luísa Tomé descobrir Praias Fluviais das Aldeias do Xisto Diretrizes EDITORIAL 05 GRANDE REPORTAGEM ESCALADA EXTREMA, Os 9A de Portugal! 06 EM FAMÍLIA OPINIÃO— A Recompensa de Viajar com Crianças 16 entrevista Ana Marisa Correia — A Escalar no Feminino 2013 14 aventura DESAFIO — Elbrus nº11 Julho a Setembro 06 24 POR TERRA INDOOR — Preparação Indoor para Escalada 30 DESAFIO — Escalar nas Desertas por Rui Dantas 34 ÁGUA aventura — Mergulhar em Cascais com os Tubarões 40 ATIVIDADE — STAND UP PADDLE 46 SUGESTÕES — Sup em Portugal 51 FOTOGRAFIA PORTFOLIO DO MÊS — Vanda Abreu 54 FOTO-REPORTAGEM — Lisboa - Madrid em BTT 60 FOTO DO MÊS - Boulder Night Session 70 Aurélio Faria, apresenta-nos na grande reportagem a história dos escaladores portugueses e dos seus feitos nas vias 9A. Leopoldo e André em destaque numa reportagem sem dúvida a não perder. SOS Mentalidade de Auto-Preservação e Kit de Sobrevivência 72 PERFIL - Luís Varela 77 SAÚDE DO VIAJANTE — Guia de Escalada em Rocha 78 24 DESCOBRIR 21 PRAIAS FLUVIAIS DAS ALDEIAS DO XISTO 82 ALOJAMENTO - Onde ficar nas Aldeias do Xisto 91 LIVRO AVENTURA — Guia de Escalada em Rocha 94 PROJETO - Volta ao Mundo 96 kids P´a aventura no verão 102 ATIVIDADES OUTDOOR 106 DESPORTO ADAPTADO canyoning, um atividade para todos 110 ESPAÇO APECATE Novo Diploma para a Animação Turística 114 EQUIPAMENTO 118 a fechar 120 Ana Marisa Correia, é uma amante do desporto, fotografia e natureza. Ana Marisa, destaca-se no mundo da escalada e... Hoje é uma das atletas de referência desta modalidade em Portugal. 91 Venha conhecer as 21 Praias Fluviais da Rede das Aldeias do Xisto. Espaços belos e agradáveis, num território repleto de lendas. Os textos e imagens presentes na Revista Outdoor são da responsabilidade dos seus autores. Não é permitido editar, reproduzir, duplicar, copiar, vender ou revender, qualquer informação presente na revista. Editorial Ficha técnica 2º aniversário da outdoor C hegou mais uma edição da Outdoor, desta vez comemorativa! Já passaram dois anos desde o lançamento da edição 0… foram dois anos de pesquisas, descobertas e, essencialmente, de muita aventura. Para o número 11, procurámos atletas portugueses que têm feito história na escalada… Já ouviram falar de Leopoldo Faria e André Neres? Eles são os únicos 9ª portugueses e contamos-lhe muitas curiosidades na grande reportagem. Na entrevista, a escalada é no feminino com Ana Marisa Correia. Já conhecem esta grande aventureira? Para além de nos contar alguns segredos também ficamos a conhecer alguns truques e dicas para nos prepararmos para escalar. Nos desafios, Rui Dantas, conta-nos a sua experiência de escalar num pequeno paraíso… As Desertas! Da Terra para a água, fomos descobrir o Stand Up Paddle. Mergulhem nesta modalidade e encontrem alguns dos melhores locais em Portugal para a praticar. Continuando na água, partimos à aventura e descobrimos 21 praias fluviais nas Aldeias do Xisto, ideias para nos refrescarmos nos dias de mais calor. Se ainda não decidiram as vossas férias e querem ficar no nosso maravilhoso cantinho, esta é sem duvida uma passagem obrigatória. No SOS, fiquem a conhecer o perfil do nosso aventureiro Luis Varela, especialista em técnicas de sobrevivência e não percam mais conselhos para se aventurarem em segurança. Mergulhem nesta edição, recheada de sugestões, e partam à descoberta do fantástico mundo outdoor! Boas aventuras e até Outubro. ø www.portalaventuras.clix.pt Edição nº11 WPG – Web Portals Lda NPC: 509630472 Capital Social: 10.000,00 Rua Melvin Jones Nº5 Bc – 2610-297 Alfragide Telefone: 214702971 Site internet: www.revistaoutdoor.pt E-mail: [email protected] Registo ERC n.º 126085 Editor e Diretor Nuno Neves | [email protected] Marketing, Comunicação e Eventos Isa Helena | [email protected] Sofia Carvalho | [email protected] Revisão Cláudia Caetano Colaboraram neste número: ana barbosa, ana marisa correia, andré neres, antónio gavinho, Aurélio Faria, artur pegas, isa sebastião, josé carlos sousa, leopoldo faria, luís varela, luísa, miguel lacerda, tomé, rui dantas, vanda abreu, vera pereira. som bebiana cruz Design Editorial Inês Rosado Fotografia de capa ricardo alves Desenvolvimento Ângelo Santos 5 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Grande Reportagem Foto: Ricardo Alves ESCALADA EXTREMA, OS 9a DE PORTUGAL Grande Reportagem Escalada Extrema Grande Reportagem L eopoldo Faria entrou para a História da escalada em Portugal a 2 de março de 2013. Em Sagres, no setor Corgas, um dos mais reputados escaladores portugueses encadeou aos 29 anos de idade a Peixe-porco, a primeira via 9a em território português. A 22 de abril, mas a 1500 km de Sagres, em Siurana, no sul da Catalunha, André Neres obteve aos 27 anos a "medalha de prata" lusa dos 9a com o encadeamento da Estado Crítico. Em menos de 2 meses, André e Leo tornaram-se os primeiros escaladores nacionais a alcançar o patamar máximo da escalada desportiva. Desde 1991, data do primeiro encadeamento mundial 9a, foi alcançado apenas por algumas dezenas de escaladores. 9a, VENTO E ONDAS «Tem um ambiente incrível, especialmente nos dias de muito vento e ondas gigantes, que caracterizam tão bem esta zona do cabo de São Vicente. A qualidade da rocha é boa, com formações variadas de pequenos buracos e estalactites.» A escalada da Peixe-porco começa por um rappel até à base sinuosa da parede (Corgas), suficientemente confortável para admirar o Oceano Atlântico. Numa parede calcárea, a via tem 35 metros e inclinação extrema, mesmo por cima do mar, e um início relativamente fácil. A primeira rampa de 4 metros desemboca numa parede e nos primeiros dez metros Foto: Ricardo Alves LEO A Peixe-porco foi descoberta, por acaso, em 2011, quando Leo, como Leopoldo é conhecido entre amigos e os pares da escalada, recuperava do acidente sofrido no Paquistão, numa expedição atribulada às altas paredes de rocha da cordilheira do Karakorum. «Precisava de algo novo e inspirador, que me motivasse a ficar em forma» recorda o escalador. Mal sabia que, entre a descoberta e a conquista, sofreria 2 anos de contrariedades extremas. «A distância a que está de Lisboa, a dificuldade em arranjar companheiro de cordada porque não há escaladores em Sagres, as condições climatéricas, a própria via em si, e as dúvidas se alguma vez conseguiria...» Leo faz as contas ao vaivem entre Lisboa e Sagres, aos mais de 20.000 quilómetros de carro e dezenas de depósitos atestados, ao par de pneus dianteiros e aos dois pares de pés de gato, aos 20 metros de corda cortada e aos sacos de magnésio gastos e à muita pele esfolada. Os últimos 7 meses foram particularmente frustrantes «Estive muito perto de conseguir em agosto de 2012, mas caía quase sempre no último movimento...» 8 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR foi rigoroso, não consegui arranjar gente disposta a escalar à sombra, com 5 graus e num só de oitavos duros. Era uma má escolha, e honestamente nem eu tinha muita vontade! Com a Estado Crítico ao sol quase todo o dia, e com muita gente, foi fácil arranjar segurador. Na verdade, era uma via que já tinha pensado experimentar!» André precisou de 1 mês e dez dias para encadear a Estado Critico. 9a, SOL E ESPORÃO DE 40 M Localizada no El Pati da famosa escola de escalada de Siurana, no sul da Catalunha, a Estado Crítico é considerada uma via esteticamente bela .Num impressionante esporão de 40 metros, foi equipada em 1999 pelo Espanhol Daniel Andrada e é um desafio impressionante: «Começa com uma fissura técnica muito inclinada e desgastante de 20 metros até um repouso de 2 presas boas. Este é o último ponto onde conseguimos respirar antes do início da verdadeira "batalha". Entramos então numa sequência de movimentos duros onde inclusive temos de "saltar" uma proteção, para poupar energia até aos 3 últimos movimentos que, são sem dúvida, o "crux" da via.» No "crux" da via, André acabou por caír mais de 20 vezes.«Temos ainda 10 metros de escalada em presa muito pequena, técnica e exigente. Os últimos 6 movimentos decidem, se encadeamos ou não. Além de duros, estão mesmo no fim, onde chegamos muito cansados. Aqui, caí outras 20 vezes, antes de completar a via». ANDRÉ Aos 27 anos, André Neres é o mais internacional dos escaladores portugueses e compete já entre os 25 melhores do mundo com currículo que dispensa apresentações: 9 vezes campeão nacional, nº15 do ranking mundial 8A.nu, 47ª posição no campeonato do mundo de escalada 2012. Aos 15 anos, foi o atleta português mais novo a encadear uma via 8a. O 9a de abril acabou por ser uma evolução natural no percurso do escalador de Caneças. «Inicialmente tinha como objetivo a via Era Vella em Margalef (8b). Como fica num vale sombrio e húmido, no último inverno que OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 9 Grande Reportagem Escalada Extrema de escalada exigente até um buraco bom onde o repouso de alguns segundos permite seguir para a zona mais dura. «São 4 metros de rocha quase lisa, em que os movimentos têm de ser já de grande precisão». Foi na secção-chave da via que durante sete meses Leo registou as maiores dificuldades:«São 10 movimentos seguidos, de grande tensão e sem repouso possível porque as mãos agarram em nada. Demorei dias até descobrir a melhor sequência. Era frustrante porque normalmente caía no último, ou a meio.» Os últimos 15 metros são já menos exigentes mas também não permitem qualquer perda de concentração. «É dura!!!» resume Leo que até este ano tinha como conquista máxima 9 dias de "pegues" para um 8c+ de 50 metros, em Espanha. Grande Reportagem A mesma dupla, que acompanha atualmente escaladores portugueses de topo, foi também determinante na conquista de André. «Os problemas vieram durante o processo: a subida drástica das temperaturas, - numa via de presa pequena como esta faz toda a diferença na aderência-, depois queimei um dedo a cozinhar, fiquei ainda 3 dias de cama com um vírus. Aí as coisas começaram a complicar-se. Tinha 6 pessoas dependentes do meu sucesso: a minha família, a equipa vídeo e um amigo que me dava segurança...Com o "arrastar" da situação, tivemos de marcar o regresso, e a pressão instalou-se, e de que maneira. Quando já ninguém 10 Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR esperava, na última tentativa do último dia, a vontade foi mais forte e acabei por encadear!» A seguir ao encadeamento, veio um turbilhão de emoções «Costumo dizer que, quanto maior o sacrifício maior a satisfação e assim foi. Como projeto em que mais me sacrifiquei, a satisfação foi equivalente. A sensação foi magnífica, ao mesmo tempo senti um alívio enorme por poder avançar sem deixar este projeto pendente. Demorei dias a "digerir" e a cair em mim» resume André. 9a, 2º LEO E ANDRÉ E conquistado um 9a, - em Portugal, usa-se a escala francesa da modalidade -, como é que os 2 escaladores explicam tecnicamente as conquistas? Responde Leo: «9A é unicamente um valor na escala que mede a dificuldade de uma via de escalada. É uma classificação subjetiva que se baseia única e exclusivamente na opinião de escaladores que realizam essa via. Neste caso, está perto do fim da escala 9A, 9A+, 9B, 9B+, o fim da escala até ao momento.» Para o primeiro escalador 9a português, a classificação é secundária, e a conquista foi pessoal «Este encadeamento não tem importância pela dificuldade X ou Y. Para mim, foi uma história com principio, meio e fim porque descobri a via, equipei-a, fui lá durante 2 anos. O feito de chegar ao fim é que foi importante!» Foto: Ricardo Alves EMOÇÕES 9a A conquista da Peixe-porco foi o momento mais emocionante da vida de escalador de Leo «Foi a primeira vez que me comovi na chegada ao cimo de uma via, não pela via em si ou pela dificuldade, mas pela batalha travada nos meses anteriores» Mesmo em forma, e com os movimentos estudados, o escalador recorda os momentos de solidão, as dúvidas e os pensamentos de desistência. Com prazo imposto de regresso à capital até abril, a presença da equipa de filmagem da Hands Up Creations acabou por ser o talismã que quebrou o enguiço. «No dia 2 de março, não me sentia especialmente forte porque era o quarto dia seguido de escalada. Só escalei, porque estava lá a equipa de filmagem. Se calhar foi isso... Ia mais relaxado, dá para pensar...» E quando se fala de vias com inclinações negativas, presas de milímetros e o corpo suspenso por um dedo, a dúvida é inevitável: como é que se descansa neste tipo de vias? «Com muitas horas passadas em inclinações negativas, aprendemos que há posicões em que por vezes é possível retirar as mãos da parede, entalando o joelho ou o pé num buraco. Às vezes, bastam uns segundos para recuperar e avançar alguns metros…» responde Leo. Já para André «quando se atinge um certo nível físico na escalada, não é difícil e é até fundamental conseguir descansar "pendurado". A nossa capacidade de recuperação é treinada ao máximo e conseguimos repousar um braço em poucos segundos, quando estamos apoiados no outro. É só fazer esta gestão de tempo.» jeito de desafio « Ser profissional de escalada, não é fazer 9a ou ganhar competições, é uma questão de atitude, e ser exemplo para a comunidade. É o quão sério levamos a atividade mesmo antes de receber o que quer que seja. Só assim nos tornamos profissionais. É necessário sair da mentalidade do “ver se dá”. Como se diz em Siurana, é ir verdadeiramente “A Muerte!“. É o tudo ou nada, o resto é marketing!» Freelance, financeiramente dependente de biscates em trabalhos verticais ou como duplo de cinema, Leo mantém o rumo de vida depois da Peixe-porco. «Este é o meu desporto, onde mergulhei a fundo há 13 anos. Na vida pessoal, e com tanto tempo passado na falésia, não estamos em casa e acabamos por perder muita coisa. Se valeu a pena? Sim, valeu!.. Há compreensão e percebem que não sou demente!» O reconhecimento internacional poderá chegar brevemente. O percurso entre a malograda expedição ao Paquistão e a sofrida conquista da Peixe-porco é o argumento do filme-aventura Amin Brakk realizado pela Hands Up Creations. Para André e para os escaladores de topo, é válida a reflexão lida por Leo na apresentação online do filme, com estreia prevista a dezembro de 2013: «O caminho que percorremos tem o comprimento da nossa vontade e do nosso desejo. A única certeza que nos conforta é saber que continuaremos sempre a sonhar!» ø Aurélio Faria Jornalista Fotos : Ricardo Alves VIDAS 9a Depois da Estado Crítico, André voltou já à competição e aventurou-se no gelo e neve da média montanha em expedição aos Alpes com o alpinista João Garcia. Voltar a Siurana no próximo inverno é quase uma certeza. «Quem sabe, encadear a famosa "La Rambla" 9a+...?» lança em OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 11 Grande Reportagem Escalada Extrema Pedagógico, André considera que não é fácil explicar um 9a a quem nunca escalou, ou não atingiu ainda o nível máximo: «A explicação mais fácil será analogia com desporto mais conhecido. Por exemplo, será como correr a maratona em menos de 2:13h, ou correr os 100m em menos de 10 segundos. Resumindo: é extremamente difícil!» E por difícil, André contraria ideias feitas de que um 9a é uma parede lisa sem nada para se agarrar. «Não é o tamanho das presas nem a inclinação da parede mas, o conjunto de factores como exigência técnica, força pura, resistência, e até nível de exigência psicológica.», conclui o campeão nacional de escalada desportiva. Foto: Ricardo Alves Grande Reportagem 12 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Aos escaladores, Leo explica a Peixe-porco: «É uma via bastante peculiar, com um boulder muito duro a 10 metros do chão, envolvendo movimentos na maioria sobre aplats bastante maus e que obrigam a condições muito específicas. Encadeei ao terceiro pegue do dia. No primeiro, caí a 3 passos do final. No segundo, caí a 2. Ou seja, não é uma via de progressão, como são as vias de resistência ou continuidade, é uma via bastante única! Tem uma primeira secção inicial de 10 metros, que ronda o 8a+ de via, com boa presa de repouso no final dessa primeira parte. Depois, tem uma secção chave com cerca de 10 movimentos que devem rondar o 8a+ de boulder, e outro bom repouso seguido de uma outra secção de 10 movimentos de cerca de 7a+ de boulder. Daí são só 10 metros de 6c até ao top.» OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 13 Grande Reportagem Escalada Extrema A 9a de LEO Em Família Opinião 14 A recompensa de viajar com crianças Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Dar-lhes a oportunidade para que elas vejam in loco aquilo a que muitos só através da televisão podem ver; ensinar-lhes que há meninos e meninas que são felizes com um décimo das coisas que elas têm em casa; mostrar-lhes que nem só de príncipes e princesas é feito o mundo, mas que, apesar de tudo, vivermos num planeta fascinante é motivo mais que suficiente para continuarmos a fazer estas viagens familiares. Sou um apaixonado por viagens. Viajo sempre As crianças (pelo menos as minhas) ensinaque posso. E, quando não posso, viajo também, ram-me a respeitar o tempo em viagem. E replaneando viagens para outros ou simplesmen- firo-me ao tempo em sentido lato. A meia hora te magicando naquelas que ainda farei. Quan- que passamos a comer um gelado ou a brincar com as vacas nas pastagens austríacas é do, há cerca de onze anos, nasceu a nossa tão importante como a meia hora primeira filha, eu e a minha mulher que passamos a ver um museu assumimos que a partir do moou a caminhar num trilho. Com mento em que ela tivesse alguExperimentem elas o slow travel faz todo o ma autonomia a incluiríamos levar os vossos sentido, e acabo por perceber nas nossas deambulações filhos para além da que “menos é mais”. pelo mundo. Passado pouco mais de um ano, nasceu a vossa (e das deles) boPela experiência de pai e de nossa segunda filha e aplilha de conforto. Verão viajante, asseguro-vos que camos o mesmo princípio. que a recompensa é as crianças não se cansam. Por vezes fartam-se, concorenorme e as alegrias Contra opiniões de avós e até do, mas se lhes dermos um obde pediatras, desde os dois e múltiplas. jetivo diário a viagem fará parte um ano de idade, respetivamenintegrante das brincadeiras. te, que a Pilar e a Cármen têm connosco partilhado vivências e formas Outro tema recorrente no que toca às viade ver o mundo. gens em família é a segurança. Como em tudo Para a esmagadora maioria dos pais portugue- na vida, o bom senso deve dominar, e posso ses é inconcebível que se viaje com crianças dizer que a esmagadora maioria dos países para a Índia ou para o Egito. Para o Pantanal ou do mundo é seguro para viajar com crianças. para o Atlas marroquino. “Que horror!” – hão A ideia que muitas pessoas têm sobre alguns de muitos pensar. Mas digo-vos, do fundo do países e regiões é enviesada e formata pela cocoração, que as viagens em família são para municação social. A experiência ensinou-me nós um investimento na formação e educação que sempre, ou quase sempre, a realidade que encontramos tem pouco ou nada a ver com as das nossas filhas. ideias preconcebidas. Já vai longo este testemunho. Queria apenas deixar aqui o repto aos pais que resumem as suas viagens com crianças a levá-las para os “tudo incluído” da Riviera Maya, da República Dominicana ou de outro local “paradisíaco”. Experimentem levar os vossos filhos para além da vossa (e das deles) bolha de conforto. Verão que a recompensa é enorme e as alegrias múltiplas. ø Um abraço e boas viagens (em família), Artur Pegas OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 15 Em Família Viajar com crianças A vida faz-se de aprendizagens contínuas. É um lugar-comum dizer-se que os mais novos aprendem com os mais velhos, pela experiencia, pela atitude, por tudo. Não nego. No entanto, acrescento que o processo de aprendizagem é, e deverá ser sempre bidirecional, especialmente se viajarmos com crianças e virmos o mundo a pouco mais de um metro a partir do chão. Aventura Desafio Elbrus Aventura Elbrus Aventura “ Polícia pode pedir passaporte, visto ou visto de apoio. Provavelmente eles vão tentar dizer-te que algo está errado nos documentos. Não confie neles. A única violência real pode ser se você não estiver registado 72 horas após chegar à Rússia. Você pode ser multado por isso, mas apenas nos escritórios da OVIR/ UVIR e eles devem dar-lhe um recibo. Todos os outros pagamentos são ilegais e são apenas uma forma de ganhar dinheiro das pessoas pela polícia local. Não pague. Eles não podem fazer nada com você, eles só podem falar com você a tentar assustá-lo e forçá-lo a dar algum dinheiro. Isso é uma grande vergonha da polícia local, é difícil lutar contra isso porque os próprios turistas dão-lhes dinheiro.” que é a da linguística, étnica, religiosa ou territorial: a divisão em grupos nacionais distintos. Estes grupos nacionais são caracterizados não só através da linguística ou realidade étnica, mas também por realidades humanas globais como a opressão ou outras forças da história.” O Cáucaso foi cena dos cinco de oito conflitos armados étnicos que surgiram na União Soviética desde o início da glasnost em 1986. Respiro fundo depois de ler o último email da agência local russa. Além do treino físico para escalar os 5642m do monte Elbrus, preparo-me agora mentalmente para não ceder à corrupção da polícia local. Vamos para uma zona muito especial: apesar de pertencer à Rússia, é o Cáucaso e aqui até o dialecto é diferente, muitos nem sabem falar russo. Tento investigar esta zona, leio algo que vai fazer bastante sentido depois de estar alguns dias no vale de Baksan. “A raça humana nunca foi um todo uniforme, composto por indivíduos rigorosamente iguais. Há um certo número de características comuns a todos os seres humanos; outros atributos pertencentes a cada indivíduo. Além da divisão da raça humana por sexo, idade, classe social, há outra separação muito importante 18 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Terá que ficar no aeroporto à espera do último voo de Moscovo; nós partimos para o vale de Baksan. Durante as 4 horas de caminho até ao hotel vamos conhecendo as pessoas com as quais vamos passar os próximos dias. Ingleses, americanos, finlandeses; a mim agrada-me bastante os grupos internacionais. Há sempre uma troca de experiências a tantos níveis que torna a interação do grupo mais intensa e fluida. Aterramos no aeroporto de Mineralnye Vody acompanhados por locais que vêm certamente visitar os familiares ou russos que aproveitam esta cidade termal para fazer tratamentos. Contam-se pelos dedos das mãos os turistas, e os que são percebe-se o seu propósito, a montanha mais alta da Europa! - Será mesmo este o hotel? – Olho para o Artur, incrédula. O motorista que fala umas escassas palavras de inglês insiste para que entremos. Procuro na sala gigantesca, com as obras inacabadas algo que se pareça com uma recepção de hotel, mas encontro apenas o eco e o cimento cinzento das paredes. As mochilas empilham-se no chão. Resolvo subir umas escadas que apaJuntamo-nos no exterior ao guia, que para nos- rentemente vão dar a um corredor também em sa surpresa não é um homem mas uma obras, mas deparo-me com um mundo mulher. A montanha é preferencialnovo do outro lado. Aí sim, um balmente um mundo de homens e ter cão de hotel para nos receber. Esta Resolvo suguias femininas é pouco usual. é a época baixa nesta região; no bir umas escadas Simpatizo de imediato com ela, inverno quando a neve chega, vamos ser os dois únicos elegrupos de russos invadem este que aparentemente mentos femininos no grupo vale para esquiar. As obras de vão dar a um corredor e isso uniu-nos de imediato. ampliação do hotel realizam- também em obras, mas deparo-me com um mundo novo do outro lado. OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 19 Aventura Elbrus Esta esplêndida cadeia montanhosa que divide a região em dois, de noroeste para sudeste, é composta por altas montanhas com glaciares e neve permanente, como o monte Elbrus, que alimentam rios cuja água permite uma profusão de culturas e pastagens nos vales tanto a norte como a sul. O Cáucaso sempre foi conhecido pelas suas riquezas minerais desde longos tempos e estas riquezas têm-lhe trazido muita instabilidade. Aventura -se por motivos óbvios durante o verão. À saída encontram-se os meios mecânicos que transportarão os esquiadores para as pistas, também eles em remodelação. Instalamo-nos naquele hotel inacabado, desejosos por uma noite bem dormida. No pequeno almoço conversamos animadamente sobre montanhas. Entre vários fatores, um que poderá decidir o êxito duma ascensão é o equipamento. É feita uma revisão individual a cada elemento e saímos para a vila para alugar ou comprar algum material em falta. Sendo local de saída para o ponto mais alto da Europa, existem sempre algumas lojas onde encontrar material técnico. Há quem alugue botas, outros compram luvas e há quem simplesmente vagueie pela praça apreendendo os hábitos dos locais. – Não é a minha primeira montanha, mas venho sempre com o mesmo respeito como se o fosse. – Digo eu, respondendo às perguntas da guia. Iniciamos o nosso trekking de aclimatação numa floresta densa e fresca tão típica da região do Cáucaso. - Preciso de vos conhecer, para que todos tenham êxito, mas sobretudo para que estejam em segurança. Vou impor um ritmo mais rápido, sabes como é, sou mulher, tenho que lhes mostrar que sou mais forte do que eles. – E, dizendo isto, pisca-me o olho e “dispara” montanha acima. 20 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR No dia seguinte, partimos carregados com equipamento e garrafões de água para o campo base, os Barris. Que melhor refúgio para os esquiadores russos do que antigos barris de petróleo transformados em quartos? Assim é o campo base do Monte Elbrus, 11 barris alinhados com as cores da bandeira russa. Têm eletricidade, o que nos permite ter aquecedor, um luxo a que não estamos habituados. Instalamo-nos no n.º7 juntamente com o Bear, o David, o Doug e o Ben. Subimos utilizando os meios mecânicos ao nosso dispor. Uma telecabine antiga, suja e a precisar de revisão levou-nos até determinado ponto. A partir daí usamos as cadeirinhas. Este dia é passado a descansar; estamos a dar tempo ao nosso organismo para se habituar à falta de oxigénio. À altitude a que nos encon- tramos, 3800m, a pressão atmosférica é menor resultando uma maior rarefação de oxigénio no ar. Sentimos algumas dores de cabeça, a respiração mais ofegante e um maior cansaço. Este processo a que chamamos aclimatação demora o seu tempo e embora nos apeteça subir nesse mesmo dia temos que ser pacientes e aguardar. Com passada pausada e regular, subimos até Pastuckhov Rocks que se encontra a sensivelmente 4300 m. Podemos medir as nossas forças, apreciar as vistas para o cume, continuar o nosso processo de aclimatação. A boa disposição reina no grupo, todos estamos confiantes. O dia aqueceu e no regresso ao campo base a neve derretida forma uma corrente de água que nos ensopa as botas. Nada que nos incomode muito, terão tempo para secar, o importante agora é o bom tempo que nos permita atingir o cume. À noite temos a habitual reunião com os guias, uma conversa onde podemos tirar as nossas dúvidas, falar sobre as previsões meteorológicas, a hora de partida, as medidas de segurança. No dia de cume há mais do que um guia com o grupo. Pode haver ritmos diferentes, alguém que necessite voltar ao campo base ou simplesmente um apoio moral. OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 21 Aventura Elbrus Aceleramos o nosso passo para a acompanhar, a respiração torna-se ofegante, as conversas param, o som dos passos ritmados toma uma proporção maior. Chegamos a um local com vistas magníficas para o monte Elbrus. É o nosso objetivo. Percebo o que quis testar, o grupo separou-se, as pessoas vão chegando aos poucos, umas mais cansadas que outras, o seu olhar atento regista um a um todos os elementos. Aventura 22 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR go e a altitude exige um esforço maior. É com extrema alegria que atingimos o cume, abraços, fotografias, a vasta cordilheira, o vale ao longe, o nosso esforço recompensado. Alguns dos companheiros ainda sobem, nós optamos por iniciar o nosso regresso, que vai ser longo. Concentro-me no equilíbrio, solto as pernas e tento descer o mais relaxada possível. O Andrea e o seu filho acompanham-me. Dois companheiros excepcionais estes alemães de leste. Casado com uma russa, o Andrea foi uma mais-valia para o grupo, pois falava a língua e abriu muitas portas. Ainda falta algum tempo para chegar ao local de descanso. A luz ao nascer do sol dá-me novo ânimo, tiro fotografias, aprecio a paisagem e respiro fundo. O declive começa a diminuir, aproximamo-nos de Seddle a 5400m, ponto em que separa o cume Este do Oeste. São os dois muito próximos em altitude, sendo o oeste ligeiramente mais alto, e é para lá que nos dirigimos. Descansamos um pouco, bebemos muita água, comemos uma barra que nos dá energia e entregamo-nos de alma e coração àquela vertente mais inclinada que nos separa do nosso objetivo. Os guias animam-nos, a distância a percorrer já é muito pouca, mas o dia já vai lon- Quando venho para as montanhas, procuro o sucesso no dia de cume, é um dos objetivos. Mas, quando regresso a casa, descubro que o que mais procuro é o bom ambiente, o companheirismo, a partilha, o amor pela natureza. Afinal, não houve o mínimo problema com a polícia russa e as gentes que encontramos nestes locais remotos, com condições de vida tão duras, surpreendem-nos com a sua simplicidade e hospitalidade. ø Fomos chegando “a casa” aos poucos, a aproximação aos Barris coloridos enche-nos de alegria e aceleramos o passo pensando no merecido repouso. Quando nos reunimos todos, o entusiasmo é contagiante, e ali estamos na montanha como antigos amigos, construindo ligações, partilhando momentos. Luísa Tomé Papa-Léguas OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 23 Aventura Elbrus É ainda escuro quando o despertador toca. Começo a ouvir o som de quem se prepara para sair para a montanha, colocar arnês, vestir impermeável, gorro na cabeça e frontal ligado. O ar frio acorda-me os sentidos e ajuda-me a despertar. Em consenso o grupo decidiu apanhar “boleia” dos ratrack russos que nos deixam em Pastuckhov Rocks. Aqui existe um outro refúgio, embora esteja mais perto do cume é mais pequeno e não tem tanto conforto. Percorremos a mesma distância que fizemos no dia anterior, encolhidos com o frio e apertados uns contra os outros chocalhando montanha acima. É com alívio que salto daquela máquina infernal e aterro na neve com confiança. Iniciamos finalmente a nossa marcha. Concentro-me no som dos crampons no gelo, é um som familiar, transmite-me calma e tranquilidade. Imponho o meu ritmo, conecto-me com a respiração, é como uma lenta dança, alternando crampon, piolet, crampon, piolet… Em família Entrevista emanuel pombo, ana marisa correia um prazer sobre rodas a escaladora! por Bebiana Cruz fotografias: Luís lopes 24 Julho_Agosto 2011 2013 Janeiro_Fevereiro OUTDOOR OUTDOOR OUTDOOR Julho_Agosto 2011 Foto: Jorge Brás 25 Entrevista Ana Marisa Correia Entrevista Ana Marisa Correia, é uma amante do desporto, fotografia e natureza. Ana Marisa, destaca-se no mundo da escalada e... Hoje é uma das atletas de referência desta modalidade em Portugal. Com que idade tiveste o teu primeiro contacto com a modalidade? Sempre pratiquei desporto desde que me lembro, comecei no ballet aos 4 anos, passei pela ginástica, atletismo e basket, mas só aos 18 anos tirei um curso de iniciação à escalada em rocha por iniciativa de amigos e este foi o primeiro contacto “a sério” com a modalidade, uma vez que na escola uns anos antes já tinha experimentado. No início não estava muito convencida que fosse um desporto que me motivasse, mas enganei-me e passados 15 anos continuo apaixonadíssima. Quais são os erros mais comuns dos iniciantes? Os erros/acidentes acontecem especialmente pela falta de formação ou inexperiência dos iniciantes. Erros como os de encordamento e especialmente a má colocação da corda no “Gri-Gri” faz com que seja bastante perigoso. A escalada é um desporto seguro, mas muito perigoso se for feito por quem não tem conhecimentos das técnicas básicas de segurança! Qual é o equipamento necessário para praticar a modalidade em segurança? Para a escalada desportiva o equipamento é composto por, Arnês, Pés de Gato, Saco de Magnésio, Corda Dinâmica, Expresses, ”Gri-Gri” e Capacete. Para a escalada de bloco, basta apenas Pés de Gato, Saco de Magnésio e Crash Pad (colchão de quedas). Foto: José Carlos Sousa Quais são as vertentes da escalada com que mais te identificas? Porquê? A escalada desportiva e a escalada de bloco, são as vertentes com que mais me identifico e que pratico com regularidade pelas suas características, mas gosto bastante de escalada clássica e no verão do “psicobloc”, que é uma forma de escalar em rocha em autonomia, tendo água por baixo como proteção em caso de queda. O espírito de entreajuda está presente entre os praticantes? Sim sem dúvida, é fundamental que haja entreajuda e confiança entre os praticantes para que se possa desfrutar em pleno da escalada. A motivação, as conquistas e o incentivo por parte das pessoas que nos rodeiam são um estímulo para nós próprios. 26 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Entrevista Ana Marisa Correia Foto: Jorge Brás Para ti, quais são os melhores spots para escalar? Portugal tem vários spots muito bons, mas destacaria o Penedo da Amizade em Sintra, o Meio Mango no Cabo Espichel e Sagres. Como te preparas para as competições? Elaboro um plano de treino para esse fim específico e coordeno dois tipos de treino, um de preparação física onde treino no clube Fitness Hut das Amoreiras e outro de treino específico numa estrutura artificial de escalada indoor. Foto: José Carlos Sousa Quais são os benefícios de quem pratica este desporto? A escalada traz muitos benefícios, não só físicos como mentais. Em termos físicos é um desporto exigente e que “obriga” a que sejam utilizados uma grande variedade de músculos para tornar a progressão/subida eficiente e em termos mentais porque a conjugação da adrenalina, motivação e superação do medo liberta a alma! Costumas fazer treino indoor para a prática das atividades outdoor? Costumo, o treino indoor é o modo mais acessível para quem trabalha e tem que conjugar um horário de trabalho Portugal tem rígido com o treino. No vários spots muito meu caso o Fitness Hut, foi o que mais me agrabons, mas destacaria o dou pelas condições Penedo da Amizade em e ambiente e também Foto: José Carlos Sousa Sintra, o Meio Mango no Cabo Espichel e Sagres. OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 27 Foto: Ricardo Alves Entrevista 28 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Entrevista Ana Marisa Correia pela sua localização, uma vez que fica a dois minutos de distância do meu local de trabalho, podendo assim treinar à hora do almoço ou ao fim do dia sem perder muito tempo em deslocações. Que tipos de treino indoor realizas? No Fitness Hut com a ajuda de uma PT faço trabalho cardiovascular, de resistência e força. No muro de treino, o trabalho é mais técnico e específico. E outdoor? A parte do treino outdoor, passa por escalar, escalar, escalar… para sobretudo trabalhar o plano mental. Qual foi até agora o ponto alto da tua carreira como atleta? Para além das competições nacionais que ganhei ao longo dos anos, provavelmente o ter representado Portugal em campeonatos da Europa e do Mundo competindo com os melhores da modalidade. Praticas outras modalidades? Quais são os teus hobbies? Nesta altura estou centrada na escalada, mas o hobby que me ocupa o que resta do tempo livre é a fotografia que normalmente concílio também com a escalada, partilhando ambas as paixões com o meu namorado o que facilita a conjugação uma vez que ele também é escalador. Foto: Teresa Sousa O que te motiva para atingires novas metas? Especialmente ir superando dificuldades cada vez maiores. Que conselhos dás a quem se quer iniciar na competição? Primeiro que faça um plano de treino focado para o objetivo, se tiver dúvidas que procure ajuda de escaladores mais experientes e depois que o cumpra! Mas especialmente que desfrute ,quer a escalar em rocha quer a competir, porque só assim conseguirá obter os melhores resultados! Foto: Ricardo Alves Quais são os teus objetivos a curto e a longo prazo? Neste momento que tenho mais tempo livre estou a aproveitar para voltar a estar em forma, encadear algumas vias de escalada em rocha, ganhar ritmo e motivar-me para cumprir o calendário de provas do Campeonato Nacional de Escalada da Federação Portuguesa de Montanhismo e Escalada. OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 29 Por Terra Indoor PREPARAÇÃO Indoor para ESCALADA Por Ana Marisa Correia Atleta do Fitness Hut Amoreiras O plano de treino seguinte é um exemplo de um treino inicial de 60 minutos em ginásio, que deve ser realizado 2x por semana intercalado com o treino em estrutura artificial de escalada. Sempre que possível aconselho que o treino seja realizado com um personal trainner, uma vez que o acompanhamento para a correta execução dos exercicios, gestão do esforço e cumprimento dos tempos dos exercicios e descansos são muito importantes para a evolução, evitando ao máximo as lesões. ø www.fitnesshut.pt Notas de treino: 2 a 3 séries de cada exercício 12 repetições de cada exercício 15 a 20 segundos de transição entre exercícios 1 10’ Corrida – 6’ Intensidade moderada - 3’ Rápida – 1’ Lenta 2 4’ - Elevações de Braços na Barra Fixa – Sequência de 5 elevações por minuto x 4 30 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Por Terra Indoor 3 2’ - Flexões com os pés apoiados no TRX – Sequência de 10 por minuto x2. 5 5’ – Abodminais– Sequência de 10 por min x5 6 5’ – Elevações a uma perna com apoio de mãos no TRX – Sequência 3 por perna por minuto x5 7 5’ – Bloqueios a 1 Braço – Sequência 30’’ cada braço alternamente x5 OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 31 Por Terra 3 3’ – Jacobs Ladder – Intensidade Moderada 6 15’ – Alongamentos 7 15’ – Alongamentos 32 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Por Terra Indoor 7 15’ – Alongamentos OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 33 Por Terra Desafio escalar nas desertas... o Farelhão por rui dantas 34 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Por Terra Escalar nas Desertas OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 35 Por Terra Curiosidades e Histórias As designações por que é conhecido são demonstrativas da elegância e forma do rochedo. Mais conhecido por Farelhão, também é conhecido por Estátua da Virgem, Prego do Mar, Furilhão e Rocha do Navio. rio solicitar uma autorização especial, que deve incluir identificação e número de escaladores, finalidade da viagem e referência a eventual desembarque no Ilhéu Chão para visita breve. A embarcação deve possuir também autorização para a abordagem ao rochedo. O Farelhão apresenta desde logo um desafio: a sua localização. A 180 m do Ilhéu Chão e a aproximadamente 25 kms da marina da Quinta do Lorde no Caniçal, só é possível alcançá-lo de barco. Entre os locais possíveis de partida para o Farelhão, a Marina referida é a minha preferida devido à sua localização, e as boas condições para o embarque. Escalar na Via dos Velhos A via dos Velhos está situada a este, tem 49 m, e segue duas fendas que definem o trajeto. Apesar de equipada, é necessário ter em atenção a proximidade do mar, e a eventualidade do mau estado de alguns pernes, que podem apresentar um estado acentuado de degradação. Recomendo a utilização de equipamento adicional: a utilização de alguns friends e entaladores para compensar a menor qualidade dos pernes. Mas se o embarque é simples, no desembarque há que ter alguns cuidados. Com um diâmetro muito reduzido, o Farelhão está implantado numa área de fortes correntes marítimas. A “Via dos Velhos” é constituída por dois largos e O desembarque faz-se habitualmente pelo lado uma travessia, e oferece alguns desafios para os norte do rochedo e, para que nada falhe, amantes de escalada clássica. obriga a uma manobra rápida e a No primeiro largo, constituído por Apesar uma excelente coordenação entrês grandes blocos, é possível tre o passageiro e o timoneiro. escolher ultrapassar o obstácude equipada, Quando falha, o resultado é lo com recurso a “entalamené necessário ter em um excelente mergulho! Mal tos”, ou através de “bavareatenção a proximidade se coloca a mão ou o pé, em sa”, e tirar partido de uma terra, só há uma alternativa: fenda bem definida e com do mar, e a eventualidade ESCALAR rapidamente até boa aresta para aplicação da do mau estado de alguns uma posição resguardada técnica. pernes, que podem apreque nos permita preparação O basalto nesta fase de escapara o resto da via. lada é muito bom. Apesar da sentar um estado acenproximidade do mar, a face do tuado de degradaA primeira tentativa de escalar o rochedo está limpa e com boa ção. Farelhão foi realizada em fevereiaderência devido à predominância ro de 1990 por Izamberto Silva e por dos ventos e da chuva regular. mim, Rui Dantas. Com Orlando Nunes, repeti a tentativa, em meados de Abril do mesmo A travessia, após o primeiro largo, apela muito ano, e partilhei a conquista do topo do rochedo. a aderência, até atingirmos a base da fenda que define o segundo largo. Esta passagem indica ao Em 2012, outros 5 escaladores atingiram o topo escalador que as coisas vão mudar. do Farelhão, e bateram um recorde: no grupo, Passamos de rocha firme e “limpa” para um havia um escalador de 75 anos de idade. campo de jogos completamente diferente, onde a rocha é quebradiça e a via está revestida de 23 anos depois da primeira escalada, o Farelhão líquen que prejudica a aderência do calçado. já foi escalado diversas vezes sempre pelas mes- No final da travessia deparamo-nos com uma mas 5 pessoas. Infelizmente, nunca nenhuma pedra que é preciso contornar, e na qual se obmulher tentou esta aventura. tém algum apoio. Nunca fiando, a forma como O rochedo é composto por duas vias, em faces a pedra está, não oferece confiança aos escalaopostas. A mais utilizada é a via do lado este, a dores. Há que manter a frieza e a confiança e “via dos Velhos”, por ter uma plataforma mais preparar a entrada no segundo largo, contando ampla que permite estabelecer uma base de com o apoio de uma plaqueta, e a possibilidade apoio. de utilizar um friend nº 3. O ponto mais crítico de toda a subida é esta passagem para o segunQuem pode escalar nas desertas? do largo. As Desertas são reserva integral e geridas pelo Parque Natural da Madeira. Por isso, é obrigató- A parede deste segundo largo não transmite a 36 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Por Terra Escalar nas Desertas mesma confiança que a do largo anterior. É instável, quebradiça e sem grande aderência. Seguimos sempre a fenda, num primeiro momento estreita e a partir de metade do segundo largo muito larga, para colocar o equipamento que levamos, e garantir dessa forma uma confortável margem de segurança e consequentemente de confiança. Logo após a entrada no segundo largo, caso seja necessário, ou pré-definido, é possível estabelecer uma reunião numa pequena reentrância existente na via, apoiado por dois pitões e uma plaqueta. À entrada deste segundo largo é importante encontrar um bom jogo de pés, utilizar um friend nº1 para segurança, e ultrapassar uma zona de pedra solta até atingir a plaqueta situada um metro acima. A escalada sobre blocos soltos e semi-soltos da entrada dá lugar a uma escalada através de uma fenda que se vai abrindo até ao topo, com passos técnicos de alguma dificuldade. Esta parte final, constituída por quatro blocos, muito coberta por vegetação, conta com o apoio de plaquetas nos dois primeiros blocos, sendo necessário a utilização de friends para transpor os dois últimos. Numa conjugação de entalamento de punho e de pé, com aderência, é possível progredir com alguma rapidez, contando sempre com um friend nº 4 para segurança. Nos últimos dois metros, toda a atenção é importante para que não caiam pedras até à base, pois o resto da cordada não terá muito espaço para fuga e o ruído do mar pode dificultar a audição de qualquer tipo de alerta. Chegados ao topo é possível contar com uma área de aproximadamente 1,5 m2 para estar. Em 2012, as fixações no topo estavam em muito bom estado, possibilitando uma descida em rap- OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 37 Por Terra pel fácil, segura e muito bonita. Existem duas opções para a descida: novamente pela face Este, ou optar pela Sul, com a possibilidade de descer diretamente ao barco, seguindo uma linha de perfil que dá um excelente enquadramento para uma imagem colhida do topo do Ilhéu Chão. Duração da atividade: 1 dia Notas: Para a realização desta atividade é necessário itinerário sugerido Atenção à gestão da corda no topo, para que não caia, pois não há outra alternativa à descida: a perda de corda aqui, complica muito o resultado final da operação. Só não compromete totalmente pois do topo é possível ter contacto telemóvel... 8h30 – Chegada à marina da Quinta do Lorde + Preparação de embarque Equipamento: Viagem: A viagem até ao Farelhão, dependendo do barco, mar e timoneiro, varia entre os 30 minutos e os 45 minutos. Para além do equipamento individual, é aconselhável a utilização do material abaixo indicado para a via clássica: Desembarque: O tempo é variável. Depende do estado do mar, arrojo dos passageiros, destreza do timoneiro, número dos passageiros a desembarcar e meios utilizados para o efeito. Prever tempo mínimo de 40 minutos. - Revólver - 7 - Fita longa - 4 - Fita média - 4 - Mosquetões - 15 (não estão incluídos os mosquetões dos revolveres) - Mosquetões adicionais - 5 - Friends nº1,3(3),4 - Corda com 10m para apoio ao desembarque dá “jeito” - Cordelete guia para trabalho com bote, (quando barco não encosta à rocha) 20m - Duas cordas de escalada com 60m 9mm (depende da opção escolhida) Atividade: Numa cordada de dois, é previsível realização entre 1h a 1h30m. O rappel é de fácil montagem e execução. Se reservarmos 15 minutos para esta operação, incluindo a recolha da corda, podemos estimar estar de novo a bordo, 60 minutos depois do segundo cordada atingir o topo. Chegada novamente a bordo: 13h30 Tarde: Almoço em Terra e visita às desertas. Regresso à Ilha da Madeira: 18h ter embarcação contratada, e ter em conta estado do mar e do tempo. A época aconselhada é entre setembro e meados de outubro. Na viagem, é possível observar cetáceos e aves marinhas de alguma raridade. A possibilidade de visitar uma das mais emblemáticas reservas naturais do país é um aliciante extra. Uma boa câmara fotográfica ou de vídeo, é obrigatória: a vista do topo do Farelhão é única e exclusiva, e está ao alcance de muito poucos no mundo! ø Rui Dantas 38 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Por Terra Escalar nas Desertas OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 39 Por Água Aventura 40 Por Água Mergulhar com Tubarões Mergulhar em Cascais com os tubarões Patas-roxas Por Água N a sequência do trabalho que tenho vindo a realizar para o mar de Cascais “Roteiros Submarinos de Cascais”, que visa identificar os locais com mais interesse para a prática do mergulho recreativo nesta zona do país (um trabalho mais virado ao turismo) levou a que numa das minhas saídas de prospeção (com o centro de mergulho “CascaisDive”) descobríssemos um novo “spot” de mergulho que nominámos Pedra do Pata-roxa. Este facto deve-se à quantidade de exemplares desta pequena espécie de tubarão que conseguimos observar numa área bem delimitada de rocha, na cota dos 25 metros de profundidade, frente à Guia. Quando planeamos mergulhar num local diferente, normalmente temos como objetivo encontrar algo de novo, quer pelas caraterísticas do fundo, quer pela especificidade do mergulho, quer pela visibilidade das águas ou por tudo aquilo que possamos encontrar durante essa submersão. O facto de termos a garantia que vamos encontrar uma espécie diferente do que é habitual num preciso local, torna-se um grande atrativo para a comunidade do mergulho. Isto tem levado vários mergulhadores a procurarem mergulhar em Cascais de forma a satisfazer a curiosidade de mergulhar junto desta espécie, ou procederem a registos fotográficos e vídeo. Este “spot” se tornou num dos mais procurados e é um ex-líbris do mergulho em Cascais. Mergulhar com esta pequena espécie de tubarão é sem dúvida um mergulho curioso e muito se deve à passividade e á curta distância que este seláceo permite ao mergulhador. Tratando-se da espécie de tubarão mais comum da Europa, (muito apreciada na cozinha Portuguesa, principalmente na caldeirada), o encontro com mergulhadores é Mergulhar extremamente raro. com esta pequena Aliás, não se conheespécie de tubarão é ce outro local onde possamos enconsem dúvida um mergulho trar com tanta facurioso e muito se deve à cilidade esta espépassividade e á curta discie durante uma tância que este seláceo permite ao mergulhador. 42 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Por Água Mergulhar com Tubarões submersão, quer em Portugal, quer em toda vasta área citada para esta espécie que se estende pelo Atlântico Norte, desde o norte da Europa até à costa NW Africana tendo como limite o Sul do Senegal. É também comum no Mediterrâneo. Posso afirmar que em mais de 40 anos de mergulho, só me tinha cruzado com esta espécie duas vezes (de fugida), precisamente em Cascais e muito perto deste “spot”. Juntamente com o centro de mergulho CascaisDive, temos feito registos de todas as observações desta espécie neste local desde setembro do ano passado (altura em que identificámos o spot) e temos notado que o número de exemplares observados tem vindo a aumentar, chegando mesmo às duas dezenas por submersão. Possivelmente tem a ver com a altura citada para o acasalamento destes tubarões que é durante a primavera. Curiosamente dos registos feitos até à data ainda não há a identificação de um exemplar macho. Este facto é no mínimo interesCuriosasante e parece ter conteúdo, argumento e é acessível para que mente dos rese proceda um estudo mais rigistos feitos até à goroso e científico por forma data ainda não há a sabermos um pouco mais a identificação de sobre a espécie e a razão da- um exemplar macho. OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 43 Por Água 44 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR sobre as rochas (no limiar desses fundos móveis). Do que se conhece desta espécie é durante a noite que têm maior atividade, altura em que procuram os seus alimentos (moluscos, crustáceos e pequenos peixes). Os machos e as fêmeas vivem normalmente seUma pequena descrição sobre a espécie: O pata-roxa conhecido no norte da Europa por parados, tendo o encontro na altura da prima“small-spotted catshark” (pequeno tubarão- vera para o acasalamento, o que parece bater certo com as observações efetuadas até á -gato manchado) e no mundo científico data. como Scyliorhinus canicula pertence ao grupo dos tubarões (peixes carA postura é feita pelas fêmeas até tilagíneos) e é um parente próxiTrata-se de dois ovos de cada vez (até oito mo de muitas outras espécies de uma espécie por semana) em águas mais restubarões bem maiores como o costeira que pode guardadas e pouco profundas. tubarão-martelo, tubarão-tigre, o tubarão-baleia, etc. O pataEsses ovos em forma de “H” são ocorrer até cerca -roxa apesar de ter característiprotegidos por uma forte cápsula de 400 metros de cas muito semelhantes a outras que se fixa a algas, gorgónias ou profundidade espécies de tubarões tem a partiestruturas rígidas pelos vários filacularidade de só atingir cerca de 1 mentos. Nove a onze meses depois, metro de comprimento e pesar cerca dá-se a eclosão dos juvenis (com cerca de 10 cm de comprimento). de 3kg (na grande maioria das observações efetuadas rondam entre os 50 e os 70 cm de Para quem tenha curiosidade em mergulhar comprimento). com esta pequena espécie de tubarão, basta diTrata-se de uma espécie costeira que pode ocor- rigir-se a Cascais e contactar o centro de mergurer até cerca de 400 metros de profundidade. lho CascaisDive na praia da Duquesa. ø Encontramo-los normalmente durante o dia Miguel Lacerda repousados em fundos móveis (areia, areão) ou OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 45 Por Água Mergulhar com Tubarões quele local específico. Tomei a iniciativa de contactar um Professor da Faculdade de Ciências de Lisboa, que mostrou de imediato interesse pelo assunto e dentro em breve vamos criar sinergias para iniciar e trabalhar o tema. Por Água Atividade STAND UP PADDLE Por Água Stand Up Paddle E Por Água É cada vez mais frequente vermos nas praias portuguesa pessoas em pé na água … não, não é milagre: é o Stand Up Paddle (SUP). O SUP é a atividade física e desportiva que nos últimos anos mais cresceu ao nível de praticantes em todo o mundo. Pode mesmo falar-se da febre do Stand Up Paddle, uma febre boa e que vicia. Adequado para todas as idades, tipos de condição física e gostos, pode praticar-se no mar flat ou nas ondas, nos rios (rápidos e calmos), lagoas, albufeiras, enfim, em qualquer plano de água e para todos os tipos de emoções: fortes, tranquilas, exaustivas, amigos, família e até para passear com o cão. Será talvez a “bicicleta” da água em que todos vão poder andar! Origens do Stand Up Paddle O SUP é uma antiga forma de deslizar na água de pé em cima de uma prancha e utilizando um remo para progredir. A origem do SUP está ancorada nas raízes do surf e remonta à época dos grandes Reis havaianos da era pré-colonização. Eles costumavam viajar pelo arquipélago remando em canoas que acabaram por dar origem às pranchas. A tradução Havaiana da palavra é “Ku Hoe He’e NALU” ou seja “colocar-se de pé, remar e surfar a onda”. Nos finais dos anos 90, Laird Hamilton e Dave Kalama (surfis- 48 Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR tas de ondas gigantes) e um núcleo de watermens reintroduziu a modalidade como forma alternativa para os seus treinos nos dias em que não podiam surfar. Foram assim percebendo como o SUP é uma excelente opção de treino de condição física fortalecendo braços, pernas, abdómen, além de melhorar o equilíbrio, postura e concentração. Pode dosear-se o seu grau de intensidade facilmente, aplicando mais ou menos pressão nas remadas. Pode fazer-se desde um treino aeróbio de baixa ou alta intensidade, até um treino mais anaeróbio, voltado para força e potência muscular. Um aspeto interessante é a propriocepção muito estimulada durante a prática, o que ajuda a prevenir lesões como entorses do tornozelo ou lesões no joelho. Para não atletas é uma excelente opção a fim de melhorar ou manter a forma física assim como para quem quer perder peso (devidamente orientado…). Que Material Necessito para praticar - Prancha: As pranchas de SUP possuem dimensões e medidas próprias, as quais caracterizam tanto a sua forma como o seu comportamento na água. Estas medidas são referenciadas em “pés” e “polegadas” e devem adequar-se ao tamanho e peso do praticante bem como ao seu nível técnico e tipo de utilização. As pranchas mais compridas têm uma melhor performance na progressão (deslizamento), as pranchas mais largas têm Por Água Stand Up Paddle uma maior estabilidade; quanto mais curta é a prancha melhor responde à pressão dos pés e apoios do remo para mudança de direção. Existem os seguintes tipos de pranchas: All Around - ideais para quem quer fazer uma utilização familiar e de passeios. São normalmente compridas e largas com uma boa flutabilidade, o que lhe confere uma boa estabilidade (tamanhos entre os 9’ e 11’ pés) Ondas - mais instáveis mas mais fáceis de manobrar. Os seus tamanhos variam bastante tal como o seu shape que vai determinar o grau técnico e facilidade de manobra (tamanhos entre 7’11 e 9’ pés) Race - pranchas para realizar grandes distâncias, são normalmente utilizadas em competição. Existem pranchas de race 12’6 pés, 14’ e 17´com larguras variáveis. Os materiais de construção das pranchas pode passar pela Epoxy, wood ou carbono sendo os valores comerciais em crescendo pela ordem descrita. Remos: Podemos falar de três tipos de remos com composições de alumínio, madeira, carbono, ou kevlar: Ondas – a pá tem a forma de uma gota de água; Power – a base da pá é reta, o que faz com que a remada seja bastante potente sendo um remo bom para águas tranquilas e iniciação às ondas; Race – é uma mistura dos anteriores mas um pouco mais estreito, para que não ofereça muita resistência à água. Será ainda necessário o fato de neoprene (porque vamos querer praticar durante todo o ano), colete de flutuação (para quando fazemos remadas de distância – navegar), e leash para que a prancha esteja sempre ligada a nós. Antes de comprar material é fundamental fazer algumas aulas de forma a aprender as técnicas básicas e regras de segurança e perceber qual a OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 49 Por Água vertente de SUP que mais nos agrada e em função da nossa estatura e nível técnico escolher a melhor prancha e remo. Diferentes Vertentes do SUP Como fizemos referência anteriormente o SUP pode praticar-se em qualquer plano de água e com o objectivos muito diferentes, assim no mar podemos fazer grandes travessias, downwind (baixar ao vento) e ondas. Nos rios e albufeiras, passeios, expedições e rápidos. Podemos ainda praticar SUP Indoor (piscinas), SUP Fit, SUP Yoga, SUP Pilates ou com fins terapeuticos. Ao nível das competições desportivas existem atualmente: • Race Maratona: + 10 km • Race Técnico: 5 a 6 km • Race Sprint: 200 a 800 m • Ondas Portugal é um dos paises como melhores condições para a prática desta modalidade, com um clima ameno durante todo o ano, boas ondas, muitos rios, e com características únicas no mundo para a realização da vertente de downwind. Para começar a praticar, devemos procurar uma escola de SUP devidamente registada e autorizada com técnicos com formação especializada. ø Isa Sebastião www.supaddiction.com.pt 50 Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR Por Água Stand Up Paddle atividades stand sup paddle sup - stand up paddle sup South Adventures é uma empresa que é especializada na prestação de serviços relacionados com um dos mais bem sucedidos desportos de hoje e em grande crescimento: SUP - Stand Up Paddle Surf. A nossa oferta destina-se a todos os tipos de pessoas: desde principiantes absolutos aos mais experientes que desejam explorar lugares singulares, como praias, com ou sem ondas, rios e lagoas, de uma forma exclusiva e personalizada. Além disso, a South Adventures é capaz de organizar passeios para explorar a zona de Lisboa ou até mesmo a costa Portuguesa em cima de uma prancha de SUP. Organização: South Adventures Preços Contactos T. 916126305 / 300 E-mail: [email protected] [email protected] Registo RNAAT 101/2013 Apólice de Seguro Nº 85.021205 Mútua dos Pescadores STANDUP PORTUGAL ACADEMY A StandUp Portugal Academy, Lda., é uma empresa de animação turística registada que oferece programas de Stand Up Paddleboarding para turistas nacionais ou estrangeiros em locais privilegiados da Costa de Prata. Praticamos uma novidade da modalidade: O Stand Up Paddle Yoga, vem experimentar! Temos 3 spots onde realizamos a atividade de Sup Paddle. Spot 1: Lagoa de Óbidos - A paisagem deslumbrante da maior lagoa de água salgada da Europa permite realizar um passeio de SUP e “Bird Watching”. Spot2: Ilha da Berlenga - Fazer SUP nas zonas mais bonitas da ilha, é um experiencia única e inesquecível. Spot 3: Baía de São Martinho do Porto - O Passeio de Sup na Baia proporciona aos praticantes uma experiência de Sup no Oceano. De que esperas? Marca já a tua experiência de Sup. Organização: StandUp Portugal Academy Contactos T. 916126305 / 300 E-mail: [email protected] stand up paddle lagoa de óbidos Se está de férias na Costa de Portugal e procura uma nova atividade no meio aquático.. seguida, vêm e experimentar o Stand Up Paddleboarding na Lagoa de Óbidos connosco. Neste meio dia a aventura é garantida! A Lagoa é de água salgada das marés rodeado pelas aldeias Bom Sucesso, Pérola da Lagoa, Foz do Arelho e Nadadouro. Organização: Supxcape Contactos T. 937 841 307 E-mail: [email protected] OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 51 Por Água Aventura Sup com a Beyond Boards! O Stand up Paddling (SUP) tornou-se num dos desportos náuticos com maior crescimento, nos últimos tempos. No SUP, a não ser que se entre em competição, somos todos vencedores. É um desporto que depende apenas de nós próprios e da nossa vontade. Não tendo a dificuldade inicial que existe na maioria dos desportos náuticos, como o windsurf ou o surf, o SUP é adequado a todos, mas é aconselhada a sua prática a partir dos 10 anos. Uma vez um cliente disse-nos que a sua primeira experiência de SUP tinha sido fantástica, parecia estar a “andar sobre a água”…e é exatamente isso que o torna tão apetecível e é tão atrativo. Cada praticante dita o seu próprio ritmo, podendo decidir se vai apenas dar um pequeno passeio, fazer um exercício mais intenso ou uma grande corrida, tudo depende da sua vontade e habilidade. 52 Esta modalidade tem a vantagem de poder ser praticada em lagos, rios ou mar. Em Portugal, a nossa imensa costa oferece-nos um elevado leque de opções para praticar todas as categorias de SUP e em praticamente todas as estações do ano. Há vários lugares fabulosos a menos de 2h de Lisboa…nós na Beyond Boards levamos os principiantes normalmente para a baía de Cascais por ser um local muito protegido do vento e das correntes e, simultaneamente, com um cenário de fundo de cortar a respiração. Para os que têm mais tempo ou mais experiência, providenciamos tours de meio-dia e de dia inteiro bem como SUP camps, que incluem dormida num fantástico hostel, transferes diários para os locais de SUP, material completo e aulas com instrutor. As viagens de um dia são altamente aconselháveis para quem queira também conhecer um pouco do país de uma forma diferente. Deixe o carro de lado em alguns locais, e faça o passeio de Sup. Dependendo do interesse dos clientes Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR A Beyond Boards é especialista em pacotes de aulas de SUP, viagens de SUP, campos e ainda de SUP YOGA, uma forma muito divertida e claramente original de fazer ambas as modalidades, sobre a qual falaremos mais adiante neste artigo. Temos uma equipa multilingue de instrutores e com diferentes backgrounds e em que todos partilham a mesma paixão por este desporto. Com o aparecimento de várias empresas de SUP no mercado como é que pode saber qual é a melhor? Há alguns pontos que deve ter em conta nessa escolha: - Certificado de Instrução de SUP. A Beyond Boards é gerida por uma instrutora certificada em ASI níveis 1, 2 e 3, que garante que todos os elementos da sua equipa são extremamente profissionais. As aulas são bem estruturadas e pensadas para que cada aula tenha valor acrescentado. - Utilização de material de alta qualidade nas aulas. A Beyond Boards é também a empresa distribuidora oficial da melhor marca de fabricantes de SUP mundiais: a STARBOARD. Com isto conseguimos garantir nas aulas equipamento sempre em excelentes condições e os últimos modelos de pranchas e pagaias/remos. Para a melhor aprendizagem possível é fundamental ter o melhor material. Deve ter bem em atenção este ponto quando aluga ou compra material de SUP. Por vezes, na tentativa de reduzirem alguns custos, muitos operadores oferecem material mais barato e o cliente acaba por ter uma experiência menos positiva. Alguns exemplos são a prancha parecer um peso-morto, a pagaia não ter a altura indicada, entre outros aspetos. Para evitar este tipo de desapontamento questione sempre pela marca, o modelo e o ano da prancha, verifique a altura da sua pagaia/remo e pergunte quais são as opções de troca em caso de se sentir desajustado. Se possível experimente vários pois terá melhor termo de comparação. Se não lhe derem uma explicação razoável, é altura de procurar outro operador! Já está com vontade de entrar na água? Se ainda não se sente inspirado experimente SUP-YOGA, uma forma fabulosa de combinar os elementos do Yoga e do SUP que o deixarão rejuvenescido, uma vez que alia um treino de fitness com o equilíbrio da yoga. Fazer exercício numa prancha em vez de em chão firme treina vários músculos diferentes e melhora o seu equilíbrio central. Adicionando um bocadinho de passeio/remada antes e depois da aula de yoga, pensando também que estará na água rodeado de natureza, torna esta atividade uma experiência única para o corpo e mente. Não é necessário qualquer tipo de experiência. As aulas de SUP-YOGA são leccionadas por uma instrutora de yoga profissional para garantir que esta é uma experiência segura e divertida em simultâneo. ø OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 Entre nesta aventura! Tina Sahl Beyond Boards 53 Por Água Sup Paddle pode-se incluir passagem por monumentos históricos, marcos interessantes ou simplesmente zonas de natureza deslumbrante. Pelo caminho é ainda uma opcional parar em restaurantes típicos ou cafés locais. Fotografia Portofólio geossítios de arouca 54 Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR Fotografia Portofólio OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013 55 Fotografia 56 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Fotografia Portofólio OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 57 Fotografia 58 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Fotografia Portofólio Quem é Vanda abreu? Vanda Abreu, é uma apaixonada pela fotografia e pelos desportos de mar. Tudo começou nas viagens, primeiro com a família e uma pequena Olympus 35RC vinda de Nova Yorque e oferecida pelo meu avô aquando dos meus dezasseis anos! Continuou mais tarde nas férias, novas viagens, em festas e encontro de amigos, sempre a procurar captar com a minha máquina diferentes perspectivas das pessoas, dos objectos, dos detalhes. Quando a “pre’ jubilacion “ me foi “oferecida” pelo Banco, foi determinada que escolhi uma Canon 400D para dar um salto na qualidade técnica, nos motivos novos de fotografia que escolhi, bem como participar em workshops. Como desde sempre gostei e vivi perto do mar, com muito amigos praticantes de windsurf e sup esta passou a ser a minha “praia”. Exige capacidade de muita observação, paciência, para se conseguir captar aquele momento! Não importa que as condições climatéricas sejam difíceis...vento,chuva, frio... já que é nas condições piores que se consegue captar o melhor. Espero que sintam nas fotografias aqui colocadas o cheiro de mar, a luz, os sons, a emoção e prazer dos desportistas!” Facebook OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 59 Fotografia Foto-Reportagem geossítios de arouca 60 Novembro_Dezembro Abril_Maio_Junho 20132011 OUTDOOR OUTDOOR Fotografia Lisboa-Madrid BTT LISBOA MADRID EM BTT, A GRANDE EXPEDIÇÃO OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013 61 Fotografia Etapa 1 - Madrid a Miraflores (68km, 1200m ) O início da rota é no centro de Madrid, na famosa Plaza del Sol, onde se encontra o marco kilométrico que assinala o km 0 de todas as estradas que saem de Madrid! Segue-se por ruas pedonais passando e por alguns parques da cidade, tais como o Parque do Retiro. O percurso segue para Norte por grandes avenidas e passa junto ao mitico estádio Santiago Barnabéu. Alguns km depois e apenas 1h depois de iniciar a rota surge o primeiro troço de terra e alguns divertidos km em single-tracks junto ao caminho de Santiago. A grande cidade e começa a ficar para trás e atravessamos alguns belos campos dourados a caminho das montanhas! O destino é Miraflores a 1100m de altitude à entrada da Serra do Guadarrama. 62 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Fotografia Lisboa-Madrid BTT Etapa 2 - Miraflores a Cercedilla, (68km 1850m+) Partimos de Miraflores de la Sierra, atravessamos o rio Guadalix e iniciámos uma suave e calma subida entre pinheiros e carvalhos. Este dia é marcado por cenários de alta montanha, com fortes possibilidades de encontrar cavalos, gado e vida selvagem. Iremos encontrar alguns single-tracks divertidos num vale junto a uma ribeira de montanha, por en- tre um fantástico bosque. Grandes e longas subidas e divertidas descidas, este é um dia para recordar. O final deste belo dia nas montanhas é feito através de uma longa descida (os 10 km da etapa) para terminar em Cercedilla, hoje já com 1850m de acumulado de subida! Etapa 4 - Ávila – Barco D’Ávila (116km, 2000m+) Etapa 3 - Cercedilla a Ávila (92km, 1800m+) No terceiro dia da travessia, temos a primeira etapa mais longa com 91 km a iniciar em Cercedilla. Este é um dia de planaltos em altitude, caminhos florestais e alguns locais históricos interessantes, como a Cruz dos Caidos e El Escorial. Iremos pedalar parte do dia numa longa cumeada com um parque eólico. Para finalizar este longo dia, há um tesouro escondido, um espetacular single-track que o levará até ao interior da cidade de Ávila, uma das cidades históricas e culturais mais interessantes ao longo da rota. Deixamos a cidade medieval de Ávila, descendo pelas ruas ao longo das muralhas e dirigindo-se para oeste. A saída da cidade entra num fantástico single-track sinuoso ao longo de uma ribeira e no meio de uma denso e fabuloso bosque. Este é mais um dia de bicicleta em vai pedalar por incríveis caminhos de alta montanha e é ainda o dia com passagem a maior altitude de toda a travessia na Serra do Zapatero a 1822m no Montanha de Gredos. A beleza das paisagens e o fantástico percurso ao longo do rio Tormes com vários single-tracks e com as suas pontes romanas, ajudam a esquecer que este é um longo dia. Chegada a Barco d'Ávila, uma cidade histórica dentro desta cadeia de montanhas. OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 63 Fotografia Etapa 5 - Barco D’Avila to SotoSerrano (86km, 1800m+) Estamos no quinto dia da travessia e temos um desafio, a Montanha de Béjar. Este é um dia com subidas dificeis, trilhos técnicos, e muitos single-tracks que resultam em um progresso lento, mas sempre cheio de emoções. Atravessamos várias florestas de carvalhos e passamos pela espetacular e pitoresca Vila de Candelario. Com excelentes single tracks e depois de 83 km finalmente chegará a Sotoserrano, a tempo de repousar no final da tarde! Etapa 6 - Sotoserrano to Pinofranqueado, (84km, 1600m+) Este é um dia onde o terreno é mais suave, e uma boa maneira para se recuperar da última etapa bem mais difícil. As montanhas perdem alguma elevação e o terreno altera-se dos granitos para o xisto. Este é o reino de carvalhos e pinheiros com excelentes caminhos na floresta, muito agradáveis para pedalar. Atravessa ainda a região de Las Hurdes com excelentes paisagens, em mais cerca de 82 km e uns suaves 1650 m de subida, para terminar em Pinofranqueado. Etapa 7 - Pinofranqueado to Valverde del Fresno, (108km 1800m+) No sétimo dia da travessia, e com quase metade da distância percorrida é hora de desfrutar atravessando pequenas aldeias repletas de história e tradição, como que perdidas noutra época. 64 A Serra da Gata oferece belos trilhos e surpreendentes oportunidades para fotos durante este dia. A etapa termina em Valverde del Fresno depois de 2000 m de subida e 85 km pedalados. Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Fotografia Lisboa-Madrid BTT Etapa 8 - Valverde del Fresno ao Sabugal, (59km, 1500m+) Metade da travessia está feita! Este é o dia mais curto, bom para recuperar para as próximos 7 etapas. Subida a montanha para atravessar a fronteira entre Portugal e Espanha a cerca de 1000m na Serra da Malcata. O objetivo é atravessar esta região montanhosa isolada e selvagem para chegar às primeiras aldeias típicas de Portugal. O percurso segue através de uma floresta de pinheiros e carvalhos e contorna uma barragem para chegar à cidade de Sabugal. Etapa 9 - From Sabugal a Manteigas, (87km, 2500m+) Etapa de grande beleza numa região de aldeias históricas de Portugal. Passagem por Sortelha, uma incrivel aldeia de granito em estado medieval com um impressionante castelo! Calçadas medievais e single tracks em vales entre aldeias farão as delicias dos ciclistas nesta etapa. Entrada na maior serra de Portugal com passagem por belos bosques e chegada a pitoresca vila de Manteigas no leito de um vale glaciar! OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 65 Fotografia Etapa 10 - Manteigas a Piodão, (69km, 2200m+) Paisagens de montanha de grande beleza. Este é também o dia mais alto em Portugal com passagem aos 1600 m junto a uma lagoa da mais alta Serra de Portugal – A Serra da Estrela, um belo e imponente maciço granítico com bosques, prados de montanha e aldeias serranas típicas! Final da etapa na mais bela aldeia de Xisto de Portugal – Piodão! Etapa 11 - Piodão a Castanheira de Pera, (75km, 2150m+) Esta etapa atravessa o sistema de montanhas de xisto do centro de Portugal e o percurso segue grande parte do tempo por cumeadas próximas dos 1000m. É um dia de grandes paisagens e de travessias de longos parque éolicos. Este é o último dia acima dos 1000m. Final da etapa com uma incrível descida de 700 m de desnível até a tranquila vila de Castanheira de Pêra. 66 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Um dia incrível e com grande variedade de paisagens! Percurso de montanha com passagem em aldeias serranas e passagem pelo magnífico desfiladeiro da Foz do Alge. Cascata impressionante com single tracks super divertidos junto a ribeira. Entrada nas Serras de Calcário, paisagem que irá dominar as próximas etapas com os seus bosques de Oliveiras e Azinheira! Estamos no reino da Pedra! Etapa 13 - Tomar a Rio Maior, (95km, 1800m+) Saída de Tomar, cidade dos Templários, para um dia de Serras Calcárias. Um dia totalmente passado no reino da pedra! Os caminhos são ladeados por muros de pedra cons- truídos ao longo de centenas de anos, um cenário único e impressionante. No final do dia ao chegar a última cumeada da Serra vamos avistar pela primeira vez a Costa Atlântica! OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 67 Fotografia Lisboa-Madrid BTT Etapa 12 - Castanheira de Pêra a Tomar, (90km, 2200m+) Fotografia Etapa 14 - Rio Maior a Torres Vedras, (67km, 1700m+) No início deste dia dominam os bosques de Eucaliptos. Atravessa-se a última serra calcaria da travessia, Montejunto por um caminho a meia encosta com vistas soberbas sonre as planícies. Single tracks nas cumeadas repletas de típicos moínhos de vento e por ribeiras no meio de uma luxuriante vegetação mediterrânica são o ponto forte deste dia! Etapa 15 - Torres Vedras ao Cabo Espichel, (77km, 1700m+) Finalmente no último dia desta épica travessia chegamos ao mar! Para quem conseguiu atravessar 14 dias de montanha desde o centro da Peninsula Ibérica este é um grande dia! Estradas e caminhos sobre o mar, single-tracks, trilhos nas falésias e praias fazem deste um dia diferente e único nesta travessia. Chegada ao Cabo da Roca, a ponta mais ocidental da Europa! ø Próximo Madrid Lisboa: 14 a 28 Junho de 2014 António Gavinho www.bikemadridlisbon.com/# 68 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Fotografia do mês BOULDER NIGHT SESSION Realizou-se no passado dia 14 de Junho o “Desnível All Night”, uma Boulder Night Session na Peninha - Sintra. O evento organizado pela Associação de Desportos de Aventura Desnível, com o apoio da Camâra de Cascais e do grupo Boulder Sintra, contou com a presença de mais de 60 animadores participantes... O frio e nevoeiro que se fizeram sentir, não desmotivaram os fanáticos bloqueiros que passaram pelos inúmeros blocos ao longo da noite. Para terminar em beleza foi servido um caldo verde que aqueceu os mais friorentos e feito um sorteio de prémios oferecidos pela Petzl, Beal e Andrea Boldrini que animou o final de noite. Sem dúvida um evento a repetir! ø José Carlos Sousa Foto: José Carlos Sousa Fotografia Foto do Mês S.O.S. . Mentalidade .. de auto-preservação e kit de sobrevivência 72 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Mentalidade de auto-preservação Imagine que vai fazer uma viagem de 5 dias numa selva afastada da civilização, numa zona que não conhece minimamente e sem rede de telemóvel. Com certeza terá um guia contratado conhecedor profundo da zona, que o vai deixar descansado. Afinal só tem de seguir as suas instruções. Ora isto é um exemplo da ausência de mentalidade de auto-preservação: colocar-se completamente nas mãos de terceiros, por muito que confie neles. Imagine agora que a meio da viagem o guia adoece gravemente ou morre. Você está a 2 ou 3 dias da civilização, mas em que direção? Qual o caminho a tomar? E se comete um erro e se afasta ainda mais? Existem vários relatos de turistas em apuros porque o seu guia adoeceu ou acabou mesmo por morrer, ficando completamente dependentes deles próprios num ambiente desconhecido e por vezes hostil, com poucos ou nenhuns conhecimentos para lidar com a situação. É preciso então adquirir esta mentalidade de auto-preservação porque, por muito que os programas de TV lhe transmitam a ideia contrária, a sobrevivência não é nada divertida. É desgastante física e psicologicamente e em muitos casos fatal. Grande parte das pessoas que se perdem, morrem se não forem resgatadas nos 3 dias seguintes. O que pode fazer então? Estude a zona para onde vai, a sua fauna e flora, nomeadamente plantas comestíveis ou tóxicas e animais perigosos. Estude também o percurso e no último local com civilização informe alguém, de preferência as autoridades, do que vai fazer e do tempo que prevê demorar, para que saibam onde o procurar no caso de exceder esse tempo. Conheça também as doenças próprias do local e os seus sintomas, levando medicamentos para as combater. Resumindo, informe-se o mais possível sobre tudo o que puder em relação à viagem que vai fazer. OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 73 S.O.S. Sobrevivência O turismo de natureza está cada vez mais na moda. Hoje em dia já são muitas as pessoas que preferem passar uns dias numa selva na amazónia, na savana africana ou nas grandes montanhas europeias, em detrimento de um lugar de um destino de praia. Este afastamento da civilização deslumbra-nos mas ,também se pode tornar extremamente perigoso. Neste artigo abordaremos algumas práticas a implementar para quem vai fazer ou faz com regularidade viagens deste género. S.O.S. O kit de sobrevivência O kit de sobrevivência é um conjunto de artigos a que recorremos em caso de emergência, essencial para a maior parte das incursões na natureza. Devemos salientar que um kit de sobrevivência não é um kit de conforto. Não deve ser enorme e ocupar outra mochila, pelo contrário deve ser o mais compacto possível. Deve estar preso junto ao corpo, de modo a que seja mais difícil perdê-lo, pois muitos viajantes perdem a sua mochila e ficam apenas com a roupa que têm no corpo. Pessoalmente uso uma “equação” para definir o que deve conter um kit de sobrevivência: 5xC+POS (cinco vezes C mais POS). Os 5 “C” são em teoria os utensílios que mais dificilmente se encontram na natureza ou que sejam difíceis de fabricar apenas com materiais naturais. São 5 palavras começadas pela letra “C” para ser mais facilmente memorizável: Cortante, Combustão, Contentor, Cobertura e Corda. A estes 5 “C” acrescentaremos a sigla POS: Primeiros socorros, Orientação e Sinalização, resultando na “equação” acima mencionada. Este kit é muito pessoal e deve ser construído ponderando os seus conhecimentos ou competências, mas vamos deixar uma ideia geral do que o mesmo deve conter. Cortante: Prefira uma faca aos canivetes, porque o mecanismo dos mesmos pode partir-se e ficar 74 com esta ferramenta inutilizada. Junte-lhe uma pedra de afiar pequena e leve. Combustão: Aqui não pode facilitar, o fogo é importantíssimo e serve para várias funções que vão desde aquecer, afastar predadores e insectos e cozinhar até purificar água e outros fins. Faça então um pequeno kit de fogo, composto principalmente por um isqueiro. Esqueça a visão romântica do fogo com dois pauzinhos, senão ainda acaba em hipotermia ou mesmo morto. Junte algo que pegue fogo com facilidade (com uma faísca) e arda durante alguns minutos (por exemplo bolas de algodão embebidas em parafina). Como plano B coloque uma pederneira (que funciona mesmo molhada) e uma lupa pequena (dependendo da zona para onde for), que também não ocupam muito espaço. Contentor: Aqui falamos num recipiente que possa ir ao fogo e sirva para cozinhar e ferver água para a purificar e um saco dobrável apropriado para carregar água, que quando dobrado ocupe muito pouco espaço. Cobertura: Cobertura equivale a abrigo. Uma manta térmica ou uma lona pequena, leve e compacta, que consiga abrigá-lo rapidamente dos elementos. Corda: De preferência paracord, não só pela sua resistência e durabilidade, mas também porque podem ser aproveitadas as suas fibras interiores Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR S.O.S. Sobrevivência e multiplicar a quantidade disponível, dependendo do trabalho a realizar. Se estiver numa floresta a usar roupa com padrão camuflado, o mais certo é passar completamente despercebido, enquanto se usar roupa laranja (por exemplo) fará bastante contraste com o meio natural. Primeiros socorros: Partindo do princípio que leva um estojo mais completo na mochila, o que leva no kit de sobrevivência deve ser o mínimo possível para emergências e versões mini das coisas comuns, com principal incidência em medicação vital que possa estar a tomar e pastilhas de purificação de água (Plano B, no caso de não conseguir fazer fogo), anti-histamínicos, antidiarréicos, etc., tudo em quantidades reduzidas. Orientação: Uma bússola pequena mas fiável será o essencial e se possível um mapa da zona. Sinalização: Possivelmente das coisas mais menosprezadas e no entanto mais importantes. Neste item temos duas palavras-chave: contraste e movimento. Tudo o que possa fazer contraste com o meio natural pode ser utilizado, a começar pela sua roupa. Se estiver numa floresta a usar roupa com padrão camuflado, o mais certo é passar completamente despercebido, enquanto se usar roupa laranja (por exemplo) fará bastante contraste com o meio natural. Em relação ao movimento é usar a imaginação e criar movimentos que não sejam naturais (improvisar uma bandeira com uma peça de roupa, por exemplo). Junte ainda um bom apito (o som chega mais longe e você não se cansará tanto do que se estiver a gritar), um pequeno espelho sinalizador e até uma caneta laser, que ocupa pouco espaço e, dependendo da potência, pode ser vista a muitos kms assim que começa a anoitecer e pela noite fora (as aeronaves normalmente não fazem buscas de noite, mas em certos casos o socorro virá por terra). Adicione também uma pequena lanterna LED de dínamo. Faça uma fogueira com lenha e ramos verdes, para fazer bastante fumo que seja visível o mais longe possível. OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 75 S.O.S. Dicas adicionais e extras Tente diminuir ao máximo o tamanho e o volume do seu kit de sobrevivência. Coloque os artigos uns dentro dos outros, gerindo muito bem o espaço. Use a imaginação e escolha artigos com mais do que uma função. Por exemplo, uma lona laranja pode servir de abrigo e sinalização, assim como o kit de fogo poderá servir para cozinhar, purificar água, aquecer e sinalizar. Muito importante também é impermeabilizar o seu kit e para isso temos várias opções, basta Muito pesquisar um pouco (sacos importante zip lock, por exemplo). também é imperNão descure a tecnolomeabilizar o seu kit e gia. Se tiver um smartpara isso temos várias phone com gps, adquira um carregador com opções, basta pesquisar bateria incorporada, um pouco (sacos zip que lhe permita carlock, por exemregar o mesmo nos dias plo). que vai estar afastado da civilização. Use uma aplicação que registe todo o percurso (por exemplo Wikiloc) e em caso de emergência pode voltar para trás seguindo o percurso registado. Se não tiver esta possibilidade lembre-se de que se houver um bom plano, se souberem para onde vai e o horário previsto para regressar, provavelmente a única coisa que precisa de fazer é estar quieto e sinalizar. Neste artigo não é possível descrever ao pormenor como criar o seu kit de sobrevivência ou os seus artigos, mas fica com uma ideia geral do que deve fazer. Existem várias técnicas em caso de emergência que também não podemos descrever exaustivamente neste artigo, para isso pode consultar os meus artigos nas edições anteriores da Revista Outdoor. Mas o mais importante é procurar formação nesta área, só assim estará realmente preparado e mais confiante no caso de ser necessário, o que pode significar a diferença entre a vida e a morte. ø Luís Varela Instrutor de Bushcraft e Técnicas de Sobrevivência www.luisvarela.pt www.escoladomato.com 76 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Perfil Luís Varela é um dos poucos instrutores de Bushcraft e Técnicas de Sobrevivência em Portugal e um especialista em Preparação e Resposta a Catástrofes, com centenas de horas de formação dadas nestas áreas, um pouco por todo o país. É formador certificado pelo IEFP e diretor pedagógico da Escola do Mato, onde também é instrutor em diversos cursos. É aluno de David Canterbury, um conhecido especialista mundial em sobrevivência, com programas no Canal Discovery. É também convidado regular em palestras e workshops sobre estas temáticas. Como surgiu o gosto por esta área do bushcraft e da sobrevivência? A minha infância foi passada numa zona com baixa densidade populacional e com mato e o rio por perto. O contacto com a natureza era uma constante e era ali o meu local de eleição para passar a maior parte do meu tempo livre. Mais tarde, no início dos anos 90, surgiu o gosto pelas questões da sobrevivência quando servi na Força Aérea Portuguesa. O Bushcraft surge mais tarde como uma sequência lógica de tudo isto. Como são inseridas estas duas disciplinas no seu dia a dia? Quando não estou a dar formação ou a participar em nenhuma atividade, aproveito ao máximo para estudar, colocar em prática novas técnicas e treinar situações específicas ou cenários. Um formador tem de ter este nível de exigência consigo próprio, pois só assim está o mais preparado possível para ensinar os outros. Qual a diferença entre o Bushcraft e a Sobrevivência? As Técnicas de Sobrevivência incidem geralmente sobre uma situação de emergência e o que fazer para nos mantermos vivos até sermos resgatados dessa mesma situação. O Bushcraft vai mais além, porque cultiva o gosto de estarmos na natureza e nos sentirmos confortáveis nela, pelo seu estudo, proporcionando uma interação o mais harmoniosa possível e aprendendo a retirar dela maneiras de suprir a maior parte Sendo também Escoteiro-Chefe na Associação dos Escoteiros de Portugal, considera o escotismo uma base fundamental para o crescimento dos pequenos aventureiros? Sem dúvida! Mas o escotismo é muito mais do que isso: É uma associação educativa que utiliza a educação não formal como um complemento importantíssimo da escola. Visa, entre muitas outras coisas, formar cidadãos interventivos na sociedade, conscientes dos seus deveres e obrigações, com capacidade de liderança, solidários com o próximo e com elevados conhecimentos sobre a natureza. Com todas as restrições da sociedade moderna, o escotismo começa a ser das poucas atividades que tira os jovens de frente dos computadores e os coloca em contacto com a natureza. É a minha maneira de fazer voluntariado e contribuir um pouco para a sociedade, por isso adoro servir no escotismo. A sua família segue este seu gosto pela Natureza? O meus filhos João e o Gonçalo também são escoteiros por isso o gosto pela Natureza está muito enraizado neles. Sempre que podemos fazemos umas aventuras em conjunto, para compensar algum do tempo que passo no mato a dar formação ou em treino. Para tudo isto é essencial ter uma esposa de fora de série e eu tenho a sorte de ter a melhor do mundo. Quais os conselhos para quem quer aprender técnicas de bushcraft ou de sobrevivência? Em termos de sobrevivência torna-se necessário desmistificar os programas de TV, onde parece uma coisa simples e divertida, mas ter a vida em perigo não é nada divertido. As técnicas de sobrevivência são úteis para todos, não apenas para quem se aventura na natureza, pois uma situação destas pode ocorrer quando menos esperamos. Deve sobretudo procurar formação idónea e de qualidade reconhecida nestas áreas, porque não são vídeos no Youtube que lhe vão conseguir transmitir estes conhecimentos. Para dar um exemplo, muitas plantas conhecem-se pelo seu cheiro característico, coisa que o youtube ainda não consegue transmitir. Também na área do Bushcraft, são tantas as áreas de intervenção e as técnicas básicas, que o melhor é começar também por uma boa formação na área e depois continuar a praticar. ø OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 77 S.O.S. Perfil das nossas necessidades. São coisas distintas, embora se possam aplicar na Sobrevivência algumas das técnicas utilizadas no Bushcraft. S.O.S. Saúde do Viajante Malária A Malária é uma doença grave, prevalente em alguns países do mundo classificados como em vias de desenvolvimento. Caracteriza-se por uma infeção causada por um parasita denominado Plasmodium, transmitido através da picada de mosquitos do género Anopheles. Existem quatro tipos de parasita Plasmodium, possíveis de causar a malária, o Plasmodium falciparum, o Plasmodium vivax, o Plasmodium ovale e o Plasmodium malariae. O Plasmodium falciparum é frequentemente o mais perigoso, sendo responsável pela doença na sua forma mais severa e/ou morte. 78 O que acontece na Malária? Após a picada do mosquito, o Plasmodium é libertado na corrente sanguínea e infeta as células do fígado, levando à sua destruição e permitindo que milhares de parasitas entrem na corrente sanguínea e infetem os glóbulos vermelhos do sangue. Segue-se um ciclo de infeção, com a reprodução dos parasitas nos glóbulos vermelhos e a sua posterior destruição. Dependendo do tipo de parasita Plasmodium, o período de incubação pode levar de 9 dias a 10 meses, sendo o Plasmodium falciparum o responsável por um menor período de incubação, entre 9 a 14 dias. Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Países de risco As zonas de maior risco da malária incluem os países do continente africano, em especial a África do Norte, a América Central e do Sul, o Médio Oriente e a Ásia. Estima-se que mais de 100 países do mundo sejam considerados de risco para esta infeção, pelo que é importante estudar o risco do seu destino antes de viajar. Fotos: Clínica 121doc Prevenção da Malária Existem duas estratégias preventivas que pode adotar para evitar a infeção, a profilaxia da malária e a protecção contra as picadas de mosquito. Para prevenir as picadas dos mosquitos, deve evitar sair no período noturno, uma vez que este se caracteriza por uma maior atividade dos mosquitos responsáveis pela infeção. Opte por roupas que cubram as principais áreas do corpo e use repelente de insetos, principalmente nas áreas descobertas. O uso de redes mosquiteiras e sprays inseticidas é também muito útil, principalmente nas áreas de dormir. Em relação aos tratamentos profiláticos, a sua utilização depende do risco do país ou região de destino, uma vez que esta profilaxia deve ser adaptada às condições de saúde do paciente, em especial no caso dos mais “Após a picada jovens, idosos, grávidas e imunocomdo mosquito, o Plasprometidos. A maioria das pessoas infetadas com malária não segue a modium é libertado profilaxia, pelo que esta é muito imna corrente sanguínea portante para evitar a infeção. e infeta as células do fígado, levando à sua destruição (...)” Quais os sintomas? Segundo o Dr. Stam, médico da clínica 121doc: “Os sintomas da malária podem desenvolver-se 7 dias após a infeção e a sua severidade pode variar de acordo com o uso ou não de profilaxia, no caso de ser uma infeção recorrente, do estado de saúde da pessoa infetada e do tipo de parasita que causou a infeção.” Atualmente estão disponíveis vários tratamentos, adaptados ao risco do país de destino, podendo a sua toma e Os sintomas mais comuns assemelham-se aos de outras infeções como a gripe (vírus influenza) e podem incluir febre, dores de cabeça, dores musculares, tosse seca, arrepios, suores, fadiga e cansaço, náuseas e vómitos. Em casos OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 79 S.O.S. Malária mais raros, a malária pode afetar a função cerebral e levar a convulsões e à perda de consciência. S.O.S. duração variar de acordo com o tipo de tratamento. “Deve cumprir a dose e a duração recomendadas do tratamento e assegurar-se de que tem a quantidade de medicamento suficiente para a sua estadia e após regressar da sua viagem, uma vez que na maioria dos casos deve ser feita a toma após o regresso durante 1 a 4 semanas.” Se vai viajar para uma localização onde a malária é prevalente, é importante que siga a profilaxia da malária e adopte medidas preventivas para evitar a infeção. A malária é um doença grave e potencialmente mortal, mas também capaz de ser prevenida se tomar as devidas precauções. ø Tratamentos disponíveis Apesar de a profilaxia ser a melhor opção para prevenir a infeção de malária, existem tratamentos antimaláricos para o tratamento desta condição. A Cloroquina é o tratamento mais eficaz para tratar as infeções causadas pelo Plasmodium ovale ou Plasmodium malariae, sendo por isso recomendado para áreas de baixo a moderado risco de infeção. No caso das áreas de risco elevado, onde estão presentes as estirpes mais resistentes do Plasmodium falciparum ou Plasmodium vivax, o tratamento com a cloroquina não é eficaz, pelo que se recomendam o Malarone (atovaquona e proguanil) e a Doxiciclina. 80 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Clínica 121doc pt.121doc.net Descobrir geossítios de arouca 21 PRAIAS FLUVIAIS das aldeias do xisto 82 Novembro_Dezembro Abril_Maio_Junho 20132011 OUTDOOR OUTDOOR Descobrir Praias Fluviais Descobrir V enha conhecer as 21 Praias Fluviais da Rede das Aldeias do Xisto. Espaços belos e agradáveis, num território repleto de lendas. Descubra zonas refrescantes e um povo acolhedor que transformarão uma simples visite em momentos que desejará repetir. INICIE A SUA DESCOBERTA. Explora o site das praias fluviais: www.praiasfluviais.com piodão Praia Fluvial da Aldeia Histórica do Piódão. Um local apetecível, magnífico para as férias. Água fresca e límpida, num belo e envolvente local. Canaveias fragas de são simão O local ideal para descansar: nas margens do rio Ceira onde ainda se ouve o chilrear dos pássaros. Praia fluvial com relvados, acesso para pessoas com deficiência, parque infantil e bar/esplanada. Bons acessos e zona de estacionamento. Nas Fragas de S. Simão, encontrará uma praia de construção recente, rodeada das imensas fragas, que possibilitam a realização de desportos radicais (rappel, slide, escalada), num local de uma beleza ímpar, que poderá percorrer e assim desfrutar de toda a sua excelência. Ali existe um bar de apoio, instalações sanitárias e balneários. 84 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Localizada na região sul do Concelho de Mação e com a albufeira da Barragem de Belver como pano de fundo, a Praia Fluvial de Ortiga é desde há muito o local de eleição para quem visita Mação e para os próprios maçaenses. Equipada com infraestruturas de excelente qualidade é também possível a marcação de atividades desportivas de ar livre e lazer. malhadal aldeia ruiva Praia com bandeira Acessível. Esta Praia situa-se na ribeira de Isna. É uma praia muito completa, com balneários, bar-restaurante/ esplanada, parque de estacionamento, entre outras. Esta praia foi classificada como praia acessível e recebeu o galardão de “Praia Acessível, Praia para Todos”. Muito próxima da principal via de comunicação: IC8. fróia Na base da Serra de Alvéolos, bem no interior de Portugal, onde serpenteia a Ribeira da Isna (afluente do Rio Zêzere), a Praia Fluvial do Malhadal, tem para lhe oferecer um óptimo local de descanso e de contacto com a natureza. Caracteriza-se por uma enorme extensão de água (cerca de 1 Km), cercada de abundante vegetação e de relevo acidentado. O aproveitamento da Ribeira da Fróia permitiu a construção desta praia situada num pequeno vale, através da requalificação das suas margens com passeios, bancos e até candeeiros, que permitem um belo panorama nocturno. Trata-se de um espaço bem arranjado que se estende ao longo de cerca de duzentos metros da ribeira. OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 85 Descobrir Praias Fluviais ortiga Descobrir Poço Corga Situada no leito da Ribeira de Pêra, de águas límpidas e cristalinas, a Praia Fluvial do Poço Corga proporciona ao visitante a tranquilidade e serenidade necessárias para renovar forças e deliciar o corpo e o espírito. As paisagens bucólicas, que misturam o verde da Serra da Lousã com o azul do céu, o colorido das flores e o chilrear dos pássaros, propiciam um contacto pleno com a natureza. Açude Pinto Com um aproveitamento exemplar da Ribeira e das suas margens, a Praia Fluvial do Açude Pinto contém todas as infra-estruturas necessárias para que o visitante usufrua de belos dias de lazer e calma. Esta praia convida o visitante a usufruir de todos os espaços existentes: com muitas sombras, relva e duas piscinas. 86 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Cambas Praia Fluvial com uma vasta área verde e com aproveitamento natural do Rio Zêzere. Local privilegiado para um dia de descanso em contacto com a natureza. Nesta praia houve o aproveitamento perfeito do serpentear do Rio, constituindo um local único com uma riqueza natural e com pouca intervenção humana. Rocas A Praia Fluvial das Rocas é um complexo de lazer, animação e divertimento situado num lago com quase 1 km de extensão, bem no coração de Castanheira de Pêra. Uma ilha no centro da Praia, uma piscina de ondas (a maior do país), uma albufeira e uma ponte secular, constituem um ambiente onde o sonho e a realidade se confundem. Secarias Praia fluvial nas margens do rio Alva, junto a um açude. Tem muita sombra, proporcionada pela galeria ribeirinha de amieiros. Com vastos espaços verdes, estacionamentos e bons acessos. OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 87 Descobrir Praias Fluviais Louçainha A frescura, o verde das serras, a calma e a paz deste local, fazem das Represas Naturais da Louçainha um dos locais naturais mais aprazíveis do Concelho. Aqui poderá encontrar para além de piscinas naturais, um parque de merendas e um restaurante panorâmico. Descobrir Srª da Piedade Ana de Aviz Praia fluvial natural na ribeira de S. João, num local deslumbrante caracterizado pelas Ermidas de Nª Sra. da Piedade e o Castelo da Lousã. O local ideal para descansar mesmo junto ao IC8. A praia e a envolvente tem inúmeros recantos propícios para descansar, merendar ou sonhar com as lendas da Princesa Peralta. Peneda Paraíso de água e sol no rio Ceira entre as Serras do Açor e Lousã. Praia fluvial com relvados, ilha de areia no meio do rio, esplanada sobre o rio e monumentos como a ponte Joanina de Góis e o restante centro histórico. 88 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Praia fluvial com relvado, acesso a deficientes e bar/esplanada. Bons acessos, zona de estacionamento e parque de merendas com churrasqueira. Mosteiro Descobrir Praias Fluviais A praia fluvial do Mosteiro rodeada de pequenas e grandes hortas, propriedade dos habitantes da aldeia, que lhe confere um enquadramento rural. Banhada pela ribeira de Pera, esta praia tem grandes espaços verdes e uma zona extensa de água. Perpendicular à zona fluvial há uma pequena cascata com riacho. Os pinhais e os castiçais são altos e densos, proporcionando sombras bastante frescas e agradáveis. Srª da Graça Praia fluvial no rio Ceira, com boas instalações de apoio: bar e parque de campismo. Possui uma rampa e plataforma de apoio para acesso à água, além de uma piscina destinada a crianças. O local ideal para as suas férias.. OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 89 Descobrir pomares Junto à Serra do Açor, esta praia fluvial é contígua a um parque de campismo e convida a momentos de descanso e lazer. Possui uma bela envolvente natural e tem disponíveis bons equipamentos de apoio e segurança. Bogueira Praia fluvial no rio Ceira em Casal de Ermio, com bar de apoio e relvado com acesso por passadiço de madeira sobre o rio. Possui Bandeira de Praia Acessível para todos, garantindo o acesso às pessoas com mobilidade condicionada. Local tranquilo e ambiente familiar. 90 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Descobrir Praias Fluviais sugestões de alojamentO Hotel Santa Margarida O Hotel Santa Margarida, inaugurado em Outubro de 2012, está implantado num dos locais mais emblemáticos da Vila de Oleiros, na margem esquerda da ribeira com o mesmo nome. Um hotel moderno com 23 quartos (dos quais 4 suites) de design contemporâneo e surpreendente mas inspirado nas tradições da região – do Pinhal Interior Sul e da rota das Aldeias do Xisto – proporciona espaços amplos e luminosos em que conforto e modernidade se conjugam na perfeição com a tradição e hospitalidade. O Restaurante Callum inserido no Hotel homenageia as tradições gastronómicas locais recorrendo aos produtos da região, reinventando receitas como o Cabrito Estonado e os Maranhos, que pode saborear todos os Domingos ao almoço. A pensar na oferta de um serviço de excelência, o Hotel Santa Margarida dispõe de um bar, piscina, SPA, ginásio e loja de produtos regionais. Possui um conjunto de espaços excelentes para eventos desportivos, culturais, festas e reuniões.” Villa Pampilhosa Hotel No interior de Portugal há um novo objecto de paixão. Construído no topo da vila que lhe deu o nome, o Villa Pampilhosa Hotel é o lugar ideal para quem gosta de natureza, gastronomia, da cultura e tradições regionais. Com vista panorâmica sobre a serra e a vila, dispões de 52 quartos equipados com mini bar, ar condicionado, secador de cabelo, TV satélite, cofre, telefone e WiFi. O SPA dispõe de piscina interior climatizada, jacuzzi, sauna, banho turco, ginásio, duche vichy, e duas salas de massagens com cromoterapia.O Restaurante “O Buke”, combina os aromas e os cheiros suaves da cozinha serrana com o requinte e inspiração da cozinha de autor. O Villa Pampilhosa Hotel dispõe ainda de um Lobby Bar, Business Center, uma Sala de Reuniões e uma Sala de Eventos com capacidade máxima para 100 e 350 pessoas, respectivamente. Contactos: Contactos: Morada: Torna, 6140-498 Oleiros Telefone: (+351) 272 680 010 E-mail: [email protected] Website: www.hotelsantamargarida.pt GPS: 39.9157, -7.907 Facebook Morada: Rua Arlindo de Almeida Esteves, Lote 8E - 3320-242 Pampilhosa da Serra Telefone: 235 590 010 Email: [email protected] Website: www. villapampilhosahotel.com Facebook OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 91 Descobrir CERDEIRA VILLAGE Uma aldeia de xisto onde a natureza apela à criatividade. Um conceito em torno da sustentabilidade, cultura e bem estar. Uma oportunidade para conhecer a Casa de Artes e Ofícios, recuperada só com xisto, argila e madeira, que faz parte do roteiro internacional da Arquitectura Ecológica (EcoArq). Dispõe de três casas individuais totalmente equipadas para alojamento – Casa do Forno, Casa da Escada e Casa da Janela. Capacidade para receber grupos de 6 a 11 pessoas. Venha descobrir uma das maravilhas de Portugal! Contactos: Email: [email protected] Telefone: + 351 925 401 432 Website: www.cerdeiravillage.com Facebook água formosa As Casas de Água Formosa estão na parte mais baixa da aldeia no cruzamento de duas pequenas ribeiras. Construídas de Xisto e assentes no fundo rochoso da aldeia permanecem com o aspecto original exterior mas por dentro foram remodeladas e tornaram-se ainda mais confortáveis. As casas de Água Formosa são igualmente muito confortáveis no Inverno pois têm lareira. Recentemente a associação proprietária das casas inaugurou mais duas: a Casa Nova e a Casa da Fonte na aldeia vizinha de Vale das Casas. Iniciaram agora o restauro de mais duas casas em Água Formosa: a Casa Nascente e a Casa da Eira. Contactos: Email: [email protected] Telefone: + 351 919 275 993 Website: www.aguaformosa.com QUINTA DA FONTE Agro-turismo Quinta da Fonte é uma casa rural numa pequena aldeia de sete casitas. Duas delas foram recuperados por as donas holandesas Liedewij e Jolein. Nesse sítio pode aproveitar a natureza, a calma, o ar puro, a água da mina, refeições saborosas e especiais servidas com os produtos frescos cultivados na quinta e descansar sem stress e desperdício. Liedewij e Jolein pensaram em tudo o que pode fazer durante a sua estadia: Percursos pedestres sinalizados, workshops de pintura, de produção de sabao de azeite, pescar ou nadar no rio Zêzere. Pode dormir num quarto rústico, numa tenda equipada ou numa caravana para 4 pessoas. Também é possível acampar com uma tenda sua. Contactos: Email: [email protected] Telefone: + 351 933 011 017 Website: www.quintadafonte.nl 92 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Descobrir Livro Aventura Foto: José Carlos Sousa Guia de Escalada em Rocha - “Rock Climbing Guides – Portugal” 94 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR O objetivo é que seja prático e que a informação contida seja fidedigna. Englobará falésias de norte a sul do país e já contempla as falésias de Penha Garcia, Montejunto, Bucelas, Sintra, Cascais (Farol da Guia, Baía do Mexilhoeiro, Encosta dos Bêbados), Serra da Azóia, Sesimbra (Forte do Cavalo, Dente do Leão, Admirável Mundo Novo, Pedreiras) e Outão. Os guias estão também disponíveis em versão individual, impressa ou e-Book. Parta à aventura, desfrute da natureza e deixe-se encantar por alguns dos mais belos locais para a prática da escalada em Portugal. ø Autores: José Carlos Sousa - Escalador desde 1982, frequentou a Escola de Alta Montanha de Benasque e centra a sua área profissional na formação de trabalhos em altura. Ana Marisa Correia - Licenciada em Ensino Básico e Educação Física é escaladora desde 1998 e faz parte da Seleção Nacional de Escalada desde 2004. Facebook Guia de Escalada em Rocha Versão Impressa – 25€ Versão e-Book – 20€ OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 95 Descobrir Livro Aventura Este guia de escalada em rocha é o resultado de um projeto que se tem vindo a desenvolver ao longo de vários anos e recentemente compilado num dossier que está em constante atualização. Descobrir Projeto volta ao mundo Quando o sonho de uma volta ao mundo deixa de ser só um sonho. 96 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Aventura Volta ao Mundo Patagónia T udo começou com uma viagem de 3 semanas pela América Central e por descobrir que viajar é fácil. E porque soube a pouco rapidamente tomei a decisão que queria conhecer o Mundo e que ia precisar de tempo. E foi dai que nasceu a ideia de viajar durante um ano, com a mochila às costas, por vários países da América do Sul, Oceania e Ásia. E sozinha. A boa notícia é que o que mais gosto é diversidade e no Mundo é o que não falta. Foi necessário um pouco mais de um ano para preparar esta aventura, que começou em novembro na Colômbia e continuou para sul, durante quase 4 meses, em direção à Patagónia. Neste continente vive-se o espírito latino levado ao extremo, havendo divertimento garantido. E para quem está a viajar é abençoado e de extremos. Desde as florestas densas da Colômbia que terminam no mar, à cordilheira dos Andes que rasga de norte a sul todo o continente. Da selva amazónica cheia de vida ao salar de Uyuni com uma envolvente de cenário lunar. Terminando na Patagónia, com as suas esverdeadas ou azuladas lagoas glaciares que contrastam com as suas míticas montanhas, tais como o Fitz Roy ou as Torres del Paine que fazem sonhar qualquer escalador. Fiz kitesurf no Peru, desci em 60 kms os 3000 metros de altitude da famosa “Estrada da Morte” na Bolívia, por uma estrada estreita e de cascalho com precipícios do tamanho do Empire State Building. Vi o pôr do sol dum vulcão e o início de um novo dia na Porta do Sol a olhar para Machu Picchu. Fiz canyoning e andei a cavalo pelas inóspitas paisagens da Patagónia... OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 97 Descobrir Gili Islands - Indónesia Tongariro National Park - Nova Zelândia Grande Barreira de Coral - Austrália A despedida da América do Sul foi na remota ilha da Pascoa, no meio do Pacífico. Com uma tradição polinésia muito forte, vivi de perto o culto aos “moai’s” e a sua história que ninguém conhece ao certo. Mas também aí vi uma cratera que produz uma planta medicinal que dizem curar qualquer doença e vi as ondas mais bonitas e massivas de toda a minha vida. Queria ter ficado mais tempo neste continente mas um bilhete de avião já marcado obrigou-me a partir e continuar a viagem. E assim chegou o momento de mudar de ares, cultura e continente. A paragem seguinte foi na Nova Zelândia. Este país contrastou de todos os anteriores e foi onde senti o primeiro grande choque cultural. Tudo é limpo, brilhante e automático. E também extremanente organizado. Diria que é dos países do mundo onde é mais fácil viajar, estando totalmente orientado para o setor do Turismo. A ilha do norte não me deslumbrou, já a ilha do sul foi "entrando" devagar e gostei muito pela diversidade. No mesmo dia via praias impressionantes, florestas tropicais, montanhas de 4000 metros e ainda glaciares. Com a chegada mesmo a sul, em total ambiente de Senhor dos Anéis, rendi-me à Nova Zelândia. No entanto é um país excessivamente caro e todas as atividades radicais que tanto a caracterizam não estavam disponíveis ao meu orçamento, pelo que apenas andei a pé. A boa notícia é que é um excelente país para andar a pé porque as vistas são simplesmente fabulosas. E bebi também umas boas garrafas de vinho, não seja a Nova Zelândia um dos grandes produtores mundiais. Estas foram uma ótima companhia, em simultâneo com o céu estrelado e com umas boas conversas com viajantes que fui conhecen- 98 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR nífica costa portuguesa. Mas a forte cultura balinense é fascinante com as suas cores, simpatia e forma de viver a religião. A próxima paragem foi na Austrália e apenas para conhecer a Grande Barreira de Coral através dum E no final o paraíso existe mas está na ilha ao lado: liveaboard de três dias e onze mergulhos. Com Lombok. Primeiro nas pequenas Gili's com o seu 30 graus, dentro e fora de água, fez-me perceber mar azul. Estão rodeadas por um gigante aquário que realmente gosto muito de estar no fundo do azul onde se pode até encontrar tartarugas. São mar. Com muito coral e muitos peixes pequenos, pequenas ilhas, ideais para chill out e mergulho, incluindo o peixe-palhaço que todos conhecemos onde por várias vezes adiei a minha partida, tendo por "Nemo", mas também muitas barracudas, ficado muito mais tempo do que o previsto. Foram raias e tartarugas. À noite, tivemos ainda as férias das minhas longas férias. E para a companhia de tubarões, numa noite "fechar" a Indonésia rumei a sul de em que o coração bateu forte. Foi Lombok, para Kuta. É uma pequeTudo comepreciso entrámos na água e senna povoação onde o turismo é çou verdadeiratirmos verdadeiramente que os maioritariamente dedicado ao mente na Indonésia. tubarões só se aproximavam surf. Mas é também uma das por curiosidade, para o medo praias mais bonitas que vi na Aterrei em Bali para que sentia se transformar vida, agravado por ser muito aprender a fazer surf, mas num sentimento saudável de virgem, quase sem turistas, apesar da beleza das onadrenalina e divertimento, e em consequência, deserta. numa noite que acabou por Com alguns bons picos para das quentes, com magníser inesquecível e que ficará surf, sendo os melhores no outficas “direitas” e “espara sempre na memória. side, onde só se chega de barco, querdas” (...) senti-me uma verdadeira surfista E chegou o momento de seguir para a saltar de prancha para a água. E o desconhecido mundo asiático com a podia ainda intercalar com momentos de sua mistura de étnias e religiões. Tudo começou snorkeling e ver a vida aquática no reef que origiverdadeiramente na Indonésia. Aterrei em Bali na as próprias ondas. para aprender a fazer surf, mas apesar da beleza das ondas quentes, com magníficas "direitas" No início da viagem defini alguns objetivos aos e "esquerdas", as praias não deslumbraram pela quais me propus a concretizar. Um deles era merareia escura e por vezes suja, e por ser impossível gulhar com tubarões-baleia, pelo que segui para não comparar com a qualidade da "nossa" mag- a Tailândia, para Koh Tao, para voltar ao fundo Rurrenabaque - Bolívia OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 99 Aventura Volta ao Mundo do pelo caminho e com vidas bem mais alternativas que a minha. Descobrir Machu Picchu -Peru 100 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Aventura Volta ao Mundo mar, sendo este um típico destino onde é possível encontrá-los nesta altura do ano. No entanto é uma questão de sorte e desta vez não estivemos lado a lado. Em compensação mergulhei em Sail Rock, num penhasco no meio do mar e do nada, vi em simultâneo milhares de peixes, incluindo um grupo de mais de 300 barracudas a mover-se em grupo de forma circular. E assim passaram os primeiros 6 meses. E descobri que o que me fascina é a natureza no seu estado mais puro, seja rodeada de grandes montanhas ou a vaguear pelo fundo do mar. E confirmei o que já pensava, viajar é fácil e não é necessário um grande planeamento. O melhor é mesmo a decisão para "o dia seguinte" porque depois existe todo um mundo de hosteis e agências de turismo, com preços para todas as carteiras e que estão preparados para nos ajudar a chegar a todo lado. E também nunca estou sozinha e tenho conhecido pessoas de todo o lado que viajam também por este mundo fora. No início do mês de maio voei para o Camboja para participar num projeto de voluntariado como professora numa escola em Siem Reap. Fascinante. As crianças são o verdadeiro tesouro deste país. Entregues muitas vezes a si mesmas e obrigadas a crescer rapidamente, em ambientes familiares destruturados e num mundo em que os bens materiais são reduzidos ao mínimo, e o jogo da bola e do elástico são ainda os favoritos. É muito bom ajudar, para que estas crianças possam um dia ter a oportunidade de escolher uma profissão que lhes permita levar uma vida melhor. Os próximos meses serão ainda pelo sudoeste asiático, sendo o plano atual, terminar esta aventura em outubro a olhar para os Himalaias. E depois voltar a Portugal, com a mala muito cheia de histórias, aventuras e recordações. E não chorar porque acabou, mas sorrir porque aconteceu...ø Vera Marques www.omundoemecragigante.com OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 101 P´AVENTURA NO VERÃO PARQUE BIOLÓGICO DA SERRA DA LOUSÃ, Miranda do Corvo Programas de férias de verão na natureza. Neste verão não perca os programas de férias dedicados aos mais jovens, recheados de atividades lúdico-pedagógicas, associadas à natureza e ao quotidiano do parque – alimentação animal, maneio de equinos, tarefas na horta, ações de sensibilização ambiental, trabalhos manuais e artes plásticas, oficina de olaria, workshop do pão, ateliê de culinária, entre muitas outras. Os jovens com idades dos 7 aos 12 anos poderão inscrever-se nestes programas e render-se aos encantos da natureza e ao contacto com os animais de raças autóctones. Para além destas atividades o parque promove, ainda, passeios de charrete, tiro com arco, jogos de equipa, jogos tradicionais, festas de aniversário, visitas guiadas, entre outros. O Parque Biológico da Serra da Lousã é visita obrigatória para quem quer conhecer a vida selvagem de Portugal. Visa associar a biofilia e a paixão pela natureza com a inclusão de pessoas com deficiência ou doença mental grave, exemplo único no mundo. O Parque integra a Quinta Pedagógica com raças au- 102 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR tóctones da agro pastorícia tradicional, Centro Hípico, pioneiro na equitação adaptada e hipoterapia (1ª representação Paralímpica portuguesa em Atenas), mostra de Animais Selvagens, Labirinto de Árvores de Fruto (único no mundo), Ecomuseu Vivo de Artes e Ofícios Tradicionais e Tanoaria (onde os artesãos são pessoas com necessidades especiais), Loja de Artesanato e Restaurante Museu da Chanfana. O Parque recebeu o Prémio Damião de Góis 2012 atribuído pela Embaixada do Reino dos Países Baixos. Contatos: Parque Biológico da Serra da Lousã Quinta da Paiva, 3220-154 Miranda do Corvo Tel: 239 538 444/5 Tlm: 915 361 527 E-mail: [email protected] Promotor: Parque Biológico da Serra da Lousã Foto: Pena Aventura Park Kids Colónia externa lúdico-pedagógica que promove multiatividades na grande área de Lisboa, com partida entre as 8h30 e as 9h00 de pontos centrais em Lisboa e regresso entre as 17h30 e as 18h00. A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam. Uma semana de férias inesquecível, recheada de atividade e de novas amizades para crianças e jovens dos 6 aos 12 anos! As manhãs são de Praia com a Iniciação ao Bodyboard. As tardes desafiam-te com atividades Lúdico-pedagógicas: Mega Aventura - Circuito de Cordas Altas, Bowling&Lasermaze – Jogos de perícia, Score 100 – Jogos de orientação estratégica; LaserTag - Jogo tipo Paintball mas com um sistema inofensivo de laser, e ainda uma Grande Viagem ao Jardim Zoológico de Lisboa! Almoço, Lanche, Materiais, Entradas e Seguros incluídos. Contactos Local: Lisboa Telefone: Tel: +351 210 155 139 | 962 785 998 Email: [email protected] Promotor: Equinócio campo de férias sniper Os programas de Campo de férias do Parque Aventura Sniper destacam-se pelos seus desafios arrojados e únicos, levando os participantes a experienciar situações novas de vários níveis de dificuldade que lhes permite ganhar confiança, determinação e agilidade. Todos estes desafios estão acompanhados de diversão, emoção e histórias inesquecíveis. São muitas e variadas as atividades que constituem o programa do Campo de Férias: atividades de Desporto Aventura, paintball, slide, rappel, pontes de cordas, escalada, tiro com arco, percursos pedestres e de orientação, matraquilhos humanos, caça ao tesouro, jogos de dinâmicas de grupo, karaoke, gincanas, jogos de códigos, acampamento exterior em tenda e em abrigo improvisado, jogos de sobrevivência, etc., etc.. O Parque Aventura Sniper associa ao programa de Campo de Férias uma componente lúdica, mas tam bém uma forte componente pedagógica e cultural. Contactos Local: Parque Aventura em Bucelas Telefone: +351 912 426 118 Email: [email protected] Telef: +351 219 694 778 Promotor: Sniper OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 103 Kids Atividades colónia bodyboard&Aventura Kids experiência de Equitação Venham desfrutar de uma experiência com cavalos, que vai ser inesquecível. As aulas e baptismo incluem maneio do cavalo, limpeza e aprendizagem dos termos equestres, em especial para as crianças. Uma experiência a não perder! Quinta Pedagógica dos Olivais A Quinta Pedagógica dos Olivais é um espaço sempre disponível para todos. Queremos que nos visitem com olhos bem abertos, ávidos de conhecimento. Qualquer pessoa pode visitar a Quinta, ou participar, mediante inscrição, em atividade lúdico-pedagógicas diversas, que incluem afazeres da lavoura, da pecuária e das cozinhas tradicionais, entre outras. Contactos Email: [email protected] Telef: + 351 218 550 930 Promotor: Quinta Pedagógica dos Olivais BATISMO DE SURF OU BODYBOARD CAMPOS DE FÉRIAS PENA AVENTURA Vem aprender a modalidade de surf ou bodyboard na praia de Ribeira D´Ilhas na Ericeira. O surf promove a saúde e o bem-estar físico, e é uma excelente modalidade para combater o stress do quotidiano. Aqui, estaremos todo o ano para o receber e partilhar consigo aquilo que de melhor temos para lhe oferecer. A simpatia, o profissionalismo, o “know -how” do Surf local, e as ondas! Contactos Local: Ericeira Email: [email protected] Telef: +351 910 056 620 Promotor: Pocean Surf Academy Aceita o desafio e descobre o Pena Aventura, um lugar onde a aventura nunca tem fim! O Pena Aventura tem as opções mais divertidas para as tuas férias! Dispõe dois espaços únicos para o teu campo de férias, o Pena Aventura Park e Ecopark Azibo. Contactos Local: Cascais Email: [email protected] Telef: +351 259 498 085 Promotor: Pena Aventura Park 104 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam. Contactos Local: Cascais Email: [email protected] Telef: +351 934 479 075 Promotor: Guincho Adventours Atividades Outdoor Kayak Tour Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt Canyoning no Rio Poio Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt SCENIC STAND UP PADDLE (SUP) EXPERIENCE Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt 106 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR fantasticable Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt Rota das Cascatas Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt léguas no douro vinhateiro Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt Atividades Outdoor expedição em canoa douro internacional Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt escalada e rappel em sintra Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt Paintball nas termas do vimeiro Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt colónia bodyboard&aventura Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt canyoning no rio arado Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt sintra fantasmagórica Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 107 Atividades Outdoor arrábida mar Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt da montanha ao vale do douro Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt Caminhada na serra de Montejunto Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt 108 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR expedição em canoa no tejo Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt pirinéus - do deserto à alta montanha Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt expedição em canoa no minho Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt Atividades Outdoor canyoning no rio teixeira Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt gruta/Labirinto Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt kayak aventura Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt TRANSATLAS Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt canoagem no dão Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt canyoning fácil Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 109 Desporto Adaptado Cátia Valente canyoning, uma atividade para todos 110 Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR Desporto Adpatado Canyoning OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013 111 Desporto Adaptado D e uma forma geral, quando pensamos em realizar qualquer desporto de Natureza e Aventura, além da sensação de desafio e desejo de experimentar, por vezes, também sentimos sensações contraditórias relacionadas com a nossa capacidade para o fazer. Será que somos capazes? Tenho aptidões para fazer uma atividade deste tipo? Está ao meu alcance realizá-la? componentes lúdica e de lazer. Cada um dos percursos tem as suas caraterísticas especiais, tornando-os únicos na sua diversidade. Dada a variedade de percursos, é possível escolher rios com níveis de dificuldade variada e com caraterísticas especificas, o que permite desde logo selecionar os que se ajustam a grupos com caraterísticas especiais. Por tudo isto, o canyoning é uma modalidade inclusiva, capaz de permitir a prática a pesO canyoning é claramente uma dessas modali- soas com caraterísticas e aptidões diversas e dades que suscita uma mistura de sentambém com várias finalidades. Um sações, todas elas com grande dose determinado percurso pode ter O de intensidade e por isso torna características únicas para a canyoning é esta modalidade numa das prática de canyoning em mais apetecidas, desafiantes família, intergeracional, claramente uma dessas e fantásticas para se realipodendo receber a famímodalidades que suscita zar, sobretudo no verão. lia, desde o neto ao avô, uma mistura de sensações, em que os objetivos da Nos percursos de canyondescida também podem todas elas com grande dose de ing podemos encontrar variar. intensidade e por isso torna esta uma grande variedade modalidade numa das mais de locais de beleza, diríaPor outro lado podemos apetecidas, desafiantes e fanmos que incalculável, esapenas buscar emoções tando sempre presentes as fortes, locais fantásticos tásticas para se realizar, sobretudo no verão. 112 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Desporto Adpatado Canyoning e inacessíveis doutra forma, como buscar uma terapia usufruindo da paz que esses locais nos podem transmitir ou até mesmo procurando uma vertente ecológica onde podemos observar a fauna e flora desses lugares. Neste e outros casos particulares é necessário adaptar o percurso, as técnicas, a forma de acompanhamento dos participantes, a comunicação, o rácio de guia/cliente, de forma a que seja possível realizar a atividade com elevados níveis de segurança e lazer. O canyoning inclusivo é assim também uma atividade de cariz social na medida em que pessoas com características especiais, tais como invisuais, surdos, leves limitações físicas e mentais, poderão experimentar a modalidade. Nestes casos, o verdadeiro desafio passa pelo ultrapassar de barreiras mentais, físicas e convenções sociais, desafio esse também para a equipa de guias. É portanto, fundamental selecionar uma equipa de guias capaz de traçar um bom plano para a atividade, ajustado ao grupo (nível de dificuldade adequado, facilidade de acesso e saída do percurso, duração, níveis de água, complexidade das manobras com cordas, tipos de rocha, vegetação, ou outras especificidades que vão de encontro ao objetivo da atividade), adaptando as dificuldades para que estas sejam desafios e não barreiras intransponíveis. Portanto, podemos considerar o canyoning como uma modalidade que se adapta a grupos especiais, não desvirtuando a sua verdadeira essência – um desporto de Natureza completo e com emoções fortes! ø Boas aventuras! Manuel Costa, Joel Pereira e José Lopes www.toboga.pt OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 113 Espaço APECATE A Foto: Tobogã Novo diploma para a Animação Turística o fim de um longo período de gestação, saíu finalmente o DL nº95/2013 de 19 de Julho que regula, alterando, o acesso à atividade de animação turística. A APECATE participou muito activamente na elaboração do DL nº 108/2009 e foi sucessivamente consultada no âmbito desta sua primeira revisão, iniciada ainda no anterior Governo, mais precisamente em Março de 2010. Quais as razões que justificaram esta revisão, menos de 1 ano após a publicação do diploma original? Conforme foi oportunamente explicitado, este decreto-lei foi o primeiro ao qual foi aplicada a Directiva europeia para os Serviços. Diga-se a título de exemplo que consagrou, entre outros, o princípio do balcão único/taxa única, iniciou a simplificação e desmaterialização dos processos administrativos e procedeu a um abaixamento significativo da taxa devida pelo Registo. Em 2010, quando a Directiva Serviços foi transposta para a legislação portuguesa, os responsáveis pela avaliação do seu cumprimento em toda a actividade económica entenderam que o 108 114 precisava ainda de alguns acertos. Foi esta a causa próxima da revisão. Mas não a limitou. No quadro das alterações impostas pela Directiva, criou-se também a oportunidade para corrigir algumas formulações anteriores que a prática revelou inadequadas e contrárias aos interesses dos empresários. Assim aconteceu. O facto de termos sido consultados ao longo de todo este processo permitiu-nos, com o apoio dos nossos associados, contribuir para melhorar o diploma em pontos que consideramos relevantes. No entanto, como sempre acontece quando há várias partes envolvidas, se fizemos vingar o nosso ponto de vista nuns aspectos, outros houve que foram à partida declarados como não negociáveis. Vejamos então o fundamental das alterações efectuadas. Uma definição mais clara do sector É uma inovação do diploma que nos pareceu importante e para a qual contribuímos. Ficou claramente expresso que se consideram actividades de animação turística as actividades lúdicas de natureza desportiva, recreativa e cultural, que se configurem como actividades de Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR devida pelo Registo. Mas, ao contrário do que acontecia até agora, não têm que esperar pela resposta - permissão administrativa porque o Estado não tem que as autorizar a existir neste ramo de actividade. É isto que quer dizer a expressão veiculada na imprensa “eliminação do registo como condição de acesso e de exercício da actividade”. Neste novo quadro, cabe ao Turismo de Portugal verificar se a inscrição da empresa cumpre o estipulado na lei. Terminado o processo de Registo, a avaliação de eventuais incumprimentos na actividade empresarial será função das entidades fiscalizadoras, cuja acção o Governo se propõe reforçar. O que acontece a instalações ou equipamentos como os kartódromos, os autódromos e Duas excepções: similares? Considerou-se que não faria sentido que insta- a) a chamada comunicação prévia com prazo, aplicável às empresas que queiram opelações de natureza desportiva, que já estão rar com actividades de Turismo de licenciadas para práticas desportivas Natureza, sujeitas a uma classiformais ou informais, tivessem (...) ficação a cargo do ICNF; sem que ser obrigadas à inscrição consideram receberem esta classificação no RNAAT. Apenas terão que actividades de aninão podem operar nas Áreas o fazer aquelas onde se deProtegidas; senvolvem actividades mação turística as activiabrangidas pela nova defidades lúdicas de natureza b) a isenção de comuninição acima referida, como desportiva, recreativa e cação prévia para pessoas será o caso dos Parques de singulares ou colectivas Arborismo ou os chamacultural, que se configurem que operam em Portugal dos Parques Aventura, por como actividades de tuem regime de livre presexemplo. rismo de ar livre ou de tação de serviços – leia-se turismo cultural prestadores de serviços em O RNAAT não vai ser elimiterritório nacional que se ennado contram estabelecidos e reconheAo contrário do que algumas pescidos em Estados-Membros da UE ou soas inferiram das notícias já publicadas na comunicação social, o RNAAT não vai ser do espaço económico europeu – desde que se limitem a desenvolver actividades correseliminado. pondentes às tradicionalmente prestadas Vejamos a evolução. Com o DL nº 108/ 2009, acabaram-se os alvarás. por profissionais de informação turística. Nem todos terão compreendido que um registo e um alvará são duas realidades diferentes Taxas (4 anos passados, alguns ainda mantêm na sua É uma das grandes alterações do diploma e identificação comercial o nº de alvará em vez do emana directamente da Directiva europeia, nº de registo), mas têm pesos distintos. O alvará que é muito clara nesta matéria: uma taxa não é um licenciamento que subentende um con- é um imposto nem pode ser um entrave cortrato entre o administrador e o administrado; o porativo; é apenas o valor que se paga por registo tem o carácter de uma permissão admi- um serviço que nos é prestado pelo Estado. nistrativa leve. Neste caso, de que serviço se trata? Da criação e manutenção do RNAAT. Nuns O que acontece com esta alteração? A relação fica ainda mais ténue. As empresas casos, é apenas o Turismo de Portugal que está não podem começar a operar sem fazerem a envolvido; noutros, acresce o ICNF; noutros chamada “comunicação prévia”, que se tra- ainda, a DGRM e a DGAM. duz na inscrição electrónica no RNAAT, através da entrega da documentação estipulada na Quais foram as consequências destas novas lei e da qual fazem parte os comprovativos dos contas? pagamentos do seguros obrigatórios e da taxa a) As taxas baixaram substancialmente OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 115 Espaço APECATE Turismo Novo Diploma Bicicleta turismo de ar livre ou de turismo cultural, assim como o entendimento que se faz, no quadro do diploma, destes dois tipos de actividades. Esta chamada “densificação” da definição de Animação Turística é ainda corroborada por um Anexo exemplificativo de actividades. A melhor delimitação do âmbito do sector era uma vontade já antiga dos empresários, que tantas vezes nos comentaram que a Animação Turística parecia uma espécie de lugar indiscriminado onde cabia tudo o que não cabia noutros subsectores do Turismo, pelo que só podemos dar-nos por satisfeitos. Espaço APECATE b) Procurando reflectir o trabalho diferenciado que a administração tem com cada tipo de empresa, diferenciaram-se as taxas (para as microempresas variam entre €20 e €160, para as restantes entre €90 e €240) Este foi um dos pontos que nos pareceu uma má solução. Por um lado, a dinâmica interna do sector leva a que uma empresa que hoje apenas faz actividades em terra, amanhã lance um produto em meio aquático e vice-versa, o mesmo sucedendo com as actividades de turismo de natureza, de que dificilmente se pode fugir num país com uma percentagem tão elevada de território classificado. Por outro, perante os valores em causa, não se justifica o trabalho extra de upgrade em cima de upgrade que este esquema vai dar à administração, contraditório, aliás, com o objectivo da simplificação. Finalmente, a fiscalização encontrará novas dificuldades (ver ponto dos Seguros) que poderão traduzir-se em problemas inesperados para os empresários. Neste ponto há, no entanto, que não confundir a isenção de permissões e taxas sobre a actividade com a obrigatoriedade, já presente no 108, de ser cumprida a legislação em vigor quer para as actividades, quando se aplique, quer para a instalação ou utilização de equipamentos. Seguros Neste capítulo há, na nossa opinião, uma má notícia e uma boa notícia. A má é a isenção do Seguro de Acidentes Pessoais para actividades desenvolvidas em meio urbano, consideradas de reduzido risco, como os percursos pedestres e as visitas guiadas a museus, palácios e monumentos, ou seja, como acima se referiu, as actividades tradicionalmente desenvolvidas pelos profissionais de informação turística, agora abrangidos por este diploma. Por um lado, não nos parece que caiba ao Estado pronunciar-se sobre níveis de risco. Por outro, como a ressalva para esta isenção é que ela não se aplica se estas actividades forem realizadas Foto:Javsport Mas há boas notícias para contrabalançar: - ficaram consagradas no diploma as condições que obrigam ao pagamento da taxa de utilização privativa de recursos hídricos, o que vai traduzir-se em poupança para muitos; - e também está escrito preto no branco que as empresas de animação turística e os operadores marítimo-turísticos ficam isentos da obrigação de obtenção de permissões administrativas e do pagamento de quaisquer outras taxas exigidas para o exercício das actividades abrangidas pelo diploma, apenas com duas excepções: a da referida taxa dos recursos hídricos e a referente à pesca turística que também já constava do 108. 116 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR tados liberalizarem a actividade económica faz uma chamada de atenção muito relevante para o novo papel das associações sectoriais: é a elas que cabe promover a auto-regulação, implementando a qualificação dos sectores que representam e diferenciando as empresas no mercado pela via da certificação da qualidade. Esta foi outra das batalhas que perdemos e, a Não podemos estar mais de acordo. Somos nós, bem de todos nós, só esperamos não ter razão. empresários, que temos que cuidar de nós A boa notícia é que, finalmente, ficamos clara- próprios e, no nosso sector, já temos massa mente isentos de duplicações de seguros em crítica, força e maturidade suficientes para actividades que, por legislação especial, este- o fazer. jam sujeitas à contratação dos mesmos tipos de seguros. É uma isenção muito imporNo que nos diz respeito, estamos a assutante para todos e, em particular, para mir as nossas responsabilidades. Na quem trabalha com o mercado exsequência da elaboração da nossa Soterno, resolvendo também um Carta de Qualidade, estamos a mos nós, emdos problemas que tantas dúviultimar o Regulamento para a presários, que temos das tem colocado: como proceatribuição do Selo de Qualider com os seguros no caso de que cuidar de nós pródade APECATE, a primeira subcontratação entre empredistinção sectorial que queprios e, no nosso sector, sas de animação turística. remos que seja um factor já temos massa crítica, credível de diferenciação força e maturidade REFLEXÕES FINAIS: A IMPORdas empresas neste mercaTÂNCIA DA AUTO-REGULAÇÃO do aberto em que vivemos. ø suficientes para o Este diploma não se esgota nos Ana Barbosa fazer. temas que aqui foram abordados e Presidente da Direcção da APECATE nos motivaram estas primeiras notas. Outras dúvidas surgirão mas teremos, [email protected] guramente, oportunidade de promover sessões de esclarecimento após a sua publicação em DR. A pedido da autora este texto encontra-se escrito com o antigo acordo ortográfico. E, sobretudo, de reflectir sobre as suas consequências. Não se trata de um diploma perfeito nem devemos esperar que nos venha resolver todos os problemas, tanto mais que, diga-se em abono da verdade, a sua grande maioria não provém do Turismo mas de outras tutelas com as quais estamos, também, a trabalhar em colaboração com a Secretaria de Estado do Turismo. E, perante isto, só há duas posições possíveis: ou dizemos que o céu vai desabar sobre as nossas cabeças porque liberalizar a actividade económica num país onde a fiscalização e a justiça estão longe de ser exemplares é uma tragédia; ou consideramos que esta realidade é inspiradora da proactividade empresarial e associativa que nos vai fazer crescer. A mesma directiva europeia que manda os Es- Foto: Transserrano Mas é um diploma importante porque, para além de introduzir algumas melhorias, tem o mérito de nos dizer com toda a clareza e de uma vez por todas que o Estado deixou de ser o pai protector do sector turístico. OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 117 Espaço APECATE Turismo Novo Diploma Bicicleta de forma “notoriamente perigosa”, prevemos problemas para a fiscalização e, sobretudo, para os empresários que algum dia tenham que se defender do facto de a forma como exercem a sua actividade, taxada pelo mínimo e isenta do seguro, poder ser interpretada como notoriamente perigosa por um agente da ASAE... Equipamento Timex Expedition Shock-Resistant Descrição: Qualquer que seja a atividade que esteja a praticar, o Timex Expedition Shock-Resistant XL aguenta todos os “embates” inerentes a um estilo de vida ativo e aventureiro. Testados os seus níveis de resistência ao choque “Shock” pelos standards do I.S.O., resistente à água até 200 metros, este robusto relógio pode de cair, bater ou ficar submerso e continuará a trabalhar sem problemas. O Timex Expedition Shock – Resistant XL Vibrating Alarm, é um relógio digital de tamanho grande, para o ar livre, certificado pelo ISO em relação à resistência ao choque, com luz noturna INDIGLO®, Proterra Mid cronógrafo de 100horas com voltas/intervalos, contador regressivo de 24horas bem como 3 zonas horárias e três alarmes. A caixa resistente ao choque é suportada por uma bracelete robusta de borracha, proporcionando o máximo conforto e durabilidade, resistente a qualquer aventura ao ar livre. Este relógio é resistente à água até 200 metros e possui alarmes vibratórios - por isso, independentemente do ambiente em que se encontre, nunca vai perder os seus lembretes. O Timex Expedition Shock-Resistant XL estará disponível já a partir de Setembro de 2013. Mais informações: Timex Descrição: O novo modelo Proterra Mid é ideal para a prática de montanhismo. Com gáspeas em pele fabricadas com a revolucionária tecnologia Stratafuse™ o ajuste é otimizado fazendo com que pareça que foram criados para o pé de cada um. Possui costuras em rede para uma melhor respiração do pé e ainda a tecnologia M-Select FRESH que previne o mau odor de uma forma natural. A sola proporciona uma maior sensação do terreno e ainda uma tração duradora graças ao sistema M-Select GRIP. Mais informações: Merrel Speedcross 3 Descrição: Calçar umas Speedcross é como levar asas nos pés. É uma sapatilha leve, de perfil agressivo e perfeita para competição. A nova Speedcross 3 mantém a identidade e a essência do calçado de trail running para competir, mas apresenta inovações que a tornam ainda mais competitiva. É um calçado de competição leve e rápido, e o preferido de alguns dos melhores atletas de trail running do mundo, não só pela leveza, mas também pelas excecionais prestações em terrenos húmidos e com erva, graças à sua sola super especial de corrida (adjetivar). Mais informações: Salomon 118 Julho_Agosto_Setembro 2013 OUTDOOR Descrição: O Monterra vem equipado com o sistema operativo Android e é o primeiro GPS da Garmin com WiFi. O sistema operativo Android possibilita os utilizadores de acederem às suas apps de Outdoor favoritas, e disponíveis neste sistema. Para os apaixonados do montanhismo e alpinismo, outra boa notícia é que o Monterra traz pré instalada uma das apps recreativas de Outdoor mais populares na EuropePeakFinder que informa sobre os nomes e a altura das montanhas transalpinas. O seu altímetro barométrico tem a capacidade de acompanhar as mudanças na pressão para identificar a altitude exata e também pode traçar a pressão barométrica ao longo do tempo para monitorizar as condições meteorológicas. O Monterra possui um ecrã otimizado de vidro mineral de alta durabilidade, transmissivo e reflexivo para usar a energia do sol de modo a fornecer a melhor legibilidade dos conteúdos mesmo sob intensa luz solar. O Monterra possui uma câmara digital de 8 megapíxeis com autofoco que oferece imagens muito nítidas, tira fotografias de referências de geocaching para facilitar a navegação, e disponibiliza vídeos HD com 1080p e flash LED. Tem uma memória interna de 6 GB, além de um cartão microSD para uma capacidade extra. O novo Garmin Monterra já está disponível a um preço de venda ao público recomendado de 669 euros, IVA incluído, e traz de origem mapas da Europa com estradas Navteq®. Mais informações: Garmin Garmin apresenta a nova série Oregon Descrição: Os novos Oregon 600 e 650 são mais robustos e apresentam novas funcionalidades e mais avançadas do que a série anterior, nomeadamente maior potência, velocidade e precisão graças ao seu sistema de navegação de alta tecnologia que engloba GPS e GLONASS. Os novos equipamentos da marca apresentam melhorias significativas ao nível da performance: novas funcionalidades, um ecrã tátil aperfeiçoado, e duas vezes mais brilhante que os modelos anteriores, que oferece grande legibilidade na sombra e sobre intensa luz solar. Ainda devido ao sistema de navegação GPS + GLONASS, a nova série oferece maior precisão, velocidade e potência. Já disponíveis para compra, por um preço de venda ao público (PVP) recomendado de 379 euros (600), 449 euros (600t), 449 euros (650) e 519 euros (650t). Preços com IVA incluído. A nova série foi desenvolvida para ser a melhor ferramenta de navegação para diferentes atividades outdoor, com equipamentos que se posicionam como os melhores companheiro dos fãs de aventuras ao ar livre. Desta forma, os modelos Oregon “t” oferecem uma excelente cartografia topográfica para a Europeia (escala de 1:100K) e permitem acrescentar novos mapas topográficos, náuticos, de estradas, e inclusive a cartografia BirdsEye, de acordo com as necessidades dos utilizadores. Os Oregon estão disponíveis no mercado a um PVP disponível de 379 euros (600), 449 euros (600t), 449 euros (650), 519 euros (650t). IVA incluído em todos os valores. Mais informações: Garmin OUTDOOR Julho_Agosto_Setembro 2013 119 Descobrir Equipamento Garmin anuncia Monterra A fechar cARLOS SÁ VENCE ULTRAMARATONA BADWATER O ultramaratonista Carlos Sá, venceu a ultramaratona Badwater, uma das mais duras e seletivas provas mundiais da modalidade que decorreu no Vale da Morte (Dead Valey) nos Estados Unidos. Aos 39 anos, o atleta de Barcelos alcança o maior feito de um atleta português em corridas extremas de longa distância, depois de este ano já se ter tornado no homem mais rápido do mundo na ascensão ao Monte Aconcágua na Argentina. Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt Viver a lenda do Tour de France a pedalar A proposta é celebrar os 100 anos do Tour de France e viver a paixão da bicicleta em cenários únicos de montanha. Estamos a observar de perto etapas de montanha e contra-relógio para depois, em grupo e em autonomia, percorremos as lendárias subidas do Alpe d’Huez 1.860mts), Telegraphe (1.588m) Galibier (2.647m) numa volta circular com a bicicleta de montanha pelos Altos Alpes (400 kms) no Parque Nacional de Les Écrins. muitos foram os heróis que no passado cruzaram estas míticas subidas. SURF AT NIGHT O maior festival de Experiências e Emoções está de volta e já tem datas confirmadas. O Surf at Night 2013 vai acontecer entre os dias 12 e 18 de Agosto, na Vila do Surf (Praia de Cortegaça – Ovar) e traz novidades. Durante uma semana, o Surf At Night vai voltar a promover experiências como Surf à Noite, Bodyboard, Longboard, Stand Up Paddle, Skate, Surf Adaptado, Workshops de Shape, Atividades Radicais, Massagens, Fitness, Insufláveis para crianças e muito mais, tendo na componente social e sustentável um reforço da sua atitude. Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt Festival Bike celebra 10ª edição O 10º Festival Bike Portugal - Festival Internacional da Bicicleta, Equipamentos e Acessórios e Salão de Ciclismo Profissional apresenta as novidades do mercado entre os dias 18 e 20 de Outubro, no Centro Nacional de Exposições, em Santarém. Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt 120 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Já está disponível o novo website do Portal Aventuras. Agora é mais simples reservares a tua atividade preferida... Consulta o nosso mapa, escolhe a tua atividade e click, parte à aventura! Mas ao navegares na nossa página vais descobrir mais novidades... Aventura-te em segurança no Portal Aventuras e descobre tudo! Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt edições da revista outdoor Sabias que podes consultar todas a edições da Revista Outdoor, e sim desde o número 0. Não percas esta oportunidade de estar a par de todas as reportagens, entrevistas e novos conteúdos. Boas Aventuras! Sabe mais em www.revistaoutdoor.pt passatempos portal aventuras O Portal Aventuras tem constantemente passatempos com ofertas de atividades, equipamentos, bilhetes de parques zoológicos, aventura, corridas, maratonas e muitos mais! O que esperas? Concorre já aos passatempos em vigor e habilita-te a ser um dos vencedores! Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt agenda outdoor Já conheces a agenda outdoor semanal do Portal Aventuras? Descobre a atividade à tua medida e parte à descoberta... Por Terra, Água, ou Ar, a aventura não vai faltar. Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 121 A Fechar NOVO WEBSITE PORTAL AVENTURAS