UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS – UFSCar Departamento de Engenharia de Produção - DEP Curso de Especialização em Gestão Pública CLIMA ORGANIZACIONAL NO CONTEXTO DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR: UM ESTUDO DE CASO NA PRÓ-REITORIA DE ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS. Luisa Isabel Zanchim Seconelli Prof. Orientador: MsC. Felizardo Delgado São Carlos 2010 ii LUISA ISABEL ZANCHIM SECONELLI CLIMA ORGANIZACIONAL NO CONTEXTO DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR: UM ESTUDO DE CASO NA PRÓ-REITORIA DE ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS. Monografia Apresentada ao Curso de Especialização em Gestão Pública da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, para obtenção do título de Especialista em Gestão Pública. Prof. Orientador: MsC. Felizardo Delgado São Carlos 2010 iii AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus por esta e muitas outras oportunidades, sem Ele não chegaria a lugar nenhum. Aos meus pais Sr.Sebastião (in memorium) e Dona Cida, exemplo de amor, sabedoria, dignidade e honestidade que procuro seguir. Ao meu marido Toninho, amigo e companheiro. Aos meus filhos Regiane, Raquel e Rodrigo, razão pela qual persevero nesta caminhada terrena com muita ternura, amor e compreensão. Aos meus irmãos, irmã, cunhadas, cunhado, sobrinhos, sobrinhas que sempre me incentivaram e acreditaram em mim. Ao meu orientador Prof. Felizardo Delgado pela colaboração, tranquilidade e incentivo. A todos os professores do curso de especialização. Sem os ensinamentos deles não teria concluído esta etapa em minha vida. Aos colegas de classe pela convivência durante o curso e pelo espírito de solidariedade criado durante nossas aulas e em especial aos colegas de trabalho em grupo Carmen, Cidinha, Elien, Teresa, pelo apoio, sabedoria e companheirismo. A todos que de alguma forma ou de outra me apoiaram para a conclusão deste trabalho. iv A arte de interrogar não é tão fácil como se pensa. É mais uma arte de mestres do que de discípulos; é preciso ter aprendido muitas coisas para saber perguntar o que não se sabe. Jean Jacques Rousseau v RESUMO O presente trabalho teve por objetivo identificar o clima organizacional na PróReitoria de Administração da Universidade Federal de São Carlos, na cidade de São Carlos, Estado de São Paulo. A partir de uma Pesquisa sobre o Clima Organizacional, foi realizada uma análise a fim de identificar os pontos fracos, expectativas e aspirações de vários funcionários públicos efetivos atuantes na PróReitoria de Administração, buscando um entendimento das suas relações internas e um levantamento dos aspectos do clima organizacional. Atualmente com a crescente demanda por eficiência e eficácia, torna-se extremamente necessário às organizações manterem o índice de motivação de seus colaboradores o mais elevado possível, fazendo que este valor passe a ser um dos seus indicadores de resultado. Assim, as organizações que desejam atingir grande sucesso e a excelência, precisam acrescentar um novo e primordial componente em sua estratégia e estrutura funcional: a Gestão do Clima Organizacional, ou seja, essas organizações devem administrar as variáveis que dão sustentação ao Clima Organizacional positivo, fazendo frente nas questões que influenciam e afetam a motivação, o interesse, o envolvimento, a participação e o desempenho dos colaboradores. Com isso, através dessa pesquisa foi possível compreender alguns aspectos positivos e negativos que impactaram no Clima Organizacional de uma instituição de ensino superior. Palavras-chave: Clima organizacional; motivação; administração. vi LISTA DE SIGLAS UFSCar – Universidade Federal de São Carlos ProAd – Pró-Reitoria de Administração DiFiC – Divisão de Finanças e Contabilidade DiOr – Divisão de Orçamento DiAP – Divisão de Abastecimento e Patrimônio DiS - Divisão de Suprimentos DiRD - Divisão de Registro de Diplomas DePG – Departamento de Produção Gráfica DeCont – Departamento de Contabilidade DeCO – Departamento de Controle Orçamentário DeAlm – Departamento de Almoxarifado DePat – Departamento de Patrimônio DeCom – Departamento de Compras SeEA – Seção de Expedição e Arquivo SeRD - Seção de Registro de Diplomas DeEA - Departamento de Expedição e Arquivo IFES – Instituições Federais de Ensino Superior vii SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1 1. APRESENTAÇÃO DO TRABALHO ............................................................................... 4 1.1. Justificativa do Tema deste estudo....................................................................... 4 1.2 Definição do Problema de Pesquisa ..................................................................... 5 1.3 Objetivos .................................................................................................................. 6 1.4 Método...................................................................................................................... 7 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 9 2.1 Administração ......................................................................................................... 9 2.1.1 Os Primórdios da Administração....................................................................................11 2.1.2 Princípios da Administração Científica..........................................................................12 2.1.3 Princípios Gerais de Administração...............................................................................13 2.1.4 Administração no Contexto Atual ...................................................................................15 2.1.5 Administrador .............................................................................................................16 2.2 Administração de Recursos Humanos ............................................................... 18 3. CLIMA ORGANIZACIONAL.......................................................................................... 20 3.1 Conceitos ............................................................................................................... 22 3.2 Clima Organizacional e seu impacto sobre a Qualidade dos Serviços ........... 23 3.3 Tipos de Clima Organizacional ............................................................................ 23 3.4 Como se Manifesta o Clima Organizacional....................................................... 24 3.5 Indicadores do Clima Organizacional ................................................................. 25 3.6 Estratégias de avaliação do Clima Organizacional............................................ 26 3.7 Qualidade de Vida no Trabalho............................................................................ 28 3.7.1 Higiene do Trabalho..................................................................................................29 3.7.2 Segurança do Trabalho ............................................................................................31 3.8 Meios para aumentar a satisfação no trabalho .................................................. 33 3.9 Como implantar um Programa de bem-estar na Organização.......................... 33 3.10 Relações com as Pessoas.................................................................................... 34 3.10.1 Conflitos ......................................................................................................................34 3.10.2 Resultados dos Conflitos..........................................................................................35 3.10.3 Administração dos Conflitos ....................................................................................36 4. ESTUDO DE CASO .......................................................................................................... 37 4.1 A UFSCar – Apresentação da Instituição ................................................................ 37 4.2 A PROAD - Pró-Reitoria de Administração da UFSCar .......................................... 40 4.2.1 Departamentos da Pró-Reitoria de Administração e suas finalidades .....................42 4.2.2 Divisões da Pró-Reitoria de Administração e suas finalidades .................................44 5. RESULTADOS DA PESQUISA ........................................................................................ 46 5.1 Entrevistas ............................................................................................................. 46 5.1.1 Entrevista com o responsável pela Divisão de Abastecimento e Patrimônio ..46 5.1.2 Entrevista com a secretária executiva da PROAD...............................................47 5.1.3 Entrevista com o funcionário do Departamento de Compras.............................48 5.1.4 Entrevista com funcionário do Departamento de Orçamento ...........................49 5.1.5 Entrevista com funcionário do Departamento de Contabilidade........................50 5.1.6 Entrevista com funcionário do Departamento de Patrimônio .............................50 5.1.7 Entrevista com funcionário do Departamento Financeiro ...................................51 5.2 Análise do Clima Organizacional - Análise das entrevistas ............................. 52 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 53 7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................ 55 ANEXO: Questões da entrevista ...................................................................................... 57 1 INTRODUÇÃO Vivemos em um mundo altamente competitivo e para uma organização alcançar resultados cada vez mais expressivos é necessário um diferencial. Esse diferencial de sucesso das organizações está na qualidade de vida, com equipes saudáveis e comprometidas, esse é o grande desafio dos profissionais de sucesso, que está em saber lidar e respeitar as diferenças, trabalhando e reforçando a importância do trabalho em equipe, do equilíbrio entre a emoção e a razão, da responsabilidade social que cabe a cada um como cidadão. Entidades públicas e privadas estão promovendo mudanças em suas estruturas, com a tendência cada vez maior de “achatar” seu organograma, a fim de torná-las mais ágeis, mais enxutas e menos onerosas, aprimorando assim o processo de comunicação com, aquele que são os verdadeiros patrimônios da organização, os colaboradores. Nunca as organizações valorizaram tanto o trabalho humano diante desses processos. Hoje, o principal foco de toda organização está em gerenciar pessoas oferecendo um ambiente saudável, motivador e com qualidade de vida visando à lealdade e a produtividade do serviço. Porém, essas estratégias corporativas que se vem desenvolvendo no decorrer dessas alterações refletem-se diretamente no nível de satisfação das pessoas no ambiente de trabalho, pois essas estratégias contribuem para a mudança do comportamento dos colaboradores. Observa-se assim que uma grande desconfiança quanto à segurança no emprego vem surgindo devido ao impacto que essas mudanças causam. O clima das organizações acaba consequentemente, sofrendo com o impacto dessas mudanças, tornando-se assim uma grande preocupação para gestores e, especialmente para área de gestão de pessoas, já que os mesmos buscam assegurar um clima propício a realização dos objetivos das organizações e dos seus colaboradores. O Clima Organizacional está diretamente relacionado a alguns aspectos que envolvem especificamente o comportamento motivacional da equipe, um deles é a estrutura da organização que interfere no sentimento das pessoas quando a mesma esta voltada para as restrições em relação ao trabalho, como regras excessivas, regulamentos, procedimentos. Em suma, o Clima Organizacional é o indicador do 2 grau de satisfação dos colaboradores em relação a diferentes aspectos da cultura ou realidade aparente da organização, é resultante das percepções que os funcionários têm dos diferentes fatores que influenciam seu bem-estar e sua satisfação no dia-adia de trabalho. Pode-se afirmar que Clima Organizacional está intimamente relacionado com o grau de motivação dos integrantes da organização, por isso é um importante indicativo organizacional. Quando se tem um alto grau de motivação entre os membros, o clima motivacional também se eleva e se traduzem em relações de satisfação, animação, interesse e colaboração o que leva há uma maior produtividade. Entretanto, quando o grau de motivação é baixo entre os colaboradores, seja por frustração ou barreiras à satisfação das necessidades, isso faz com que o clima organizacional tende a baixar-se, caracterizando – se por estados de depressão, desinteresse, apatia, insatisfação entre outros, gerando uma baixa produtividade. Sendo assim, torna-se necessário saber o que os funcionários pensam sobre a organização e qual a sua atitude em relação aos diferentes aspectos de uma organização, só dessa forma é possível atingir melhores níveis na qualidade do ambiente de trabalho, na qualidade de vida das pessoas e consequentemente, a melhora na qualidade dos serviços prestados pela organização. As organizações visam equilíbrio em suas dinâmicas de relações, sendo como principal determinante para esse equilíbrio a identificação e o envolvimento das pessoas no processo de trabalho. Os responsáveis pela gestão vivem o desafio constante de gerar condições facilitadoras de desempenho, assegurando a consecução dos seus objetivos e atendendo às necessidades mais significativas dos indivíduos. Nas organizações públicas é grande a desproporção entre o crescimento nas demandas e a estrutura de pessoal atualmente existente, situação agravada principalmente pelas especificidades do setor, entre elas, o processo de recrutamento, seleção e manutenção de empregados, tudo tendo que seguir procedimentos previstos em lei, além de peculiaridades políticas A ProAd – Pró Reitoria de Administração, aqui estudada, apresenta certas dificuldades em gerir de maneira produtiva o clima organizacional, muitas vezes pelo fato de não ter conhecimento dos pontos negativos que podem proporcionar um clima ruim causando desmotivação e conflitos no ambiente de trabalho. 3 Sendo assim, esse trabalho pretende analisar o Clima Organizacional da ProAd, com base em estudos e teorias administrativas que contribuíram para o entendimento do tema, e também demonstrar a importância das organizações trabalharem as ações estratégicas que contribuem para o desenvolvimento profissional dos colaboradores. As idéias e sugestões apresentadas nesse trabalho têm como objetivo esclarecer possíveis dúvidas e identificar problemas no que diz respeito ao clima organizacional. 4 1. APRESENTAÇÃO DO TRABALHO 1.1. Justificativa do Tema deste estudo Este tema é de extrema relevância já que visa à identificar o Clima Organizacional da ProAd de uma Instituição Federal de Ensino Superior (IFES), com o intuito de buscar os valores humanos na organização. Deve-se considerar como estratégia para identificar oportunidades de melhorias contínuas no ambiente de trabalho. Atualmente as organizações têm se voltado para os seus parceiros, colaboradores de negócio, de forma a valorizá-los. A humanização das organizações está avançando. O ser humano não é mais considerado apenas um mero colaborador, já que estão caminhando paralelamente com os objetivos e o desenvolvimento das organizações. Os gestores estão reconhecendo que o ser humano está sendo o propulsor desse incremento. É a motivação que faz o indivíduo se especializar para se inserir em todo esse processo compensador. As organizações precisam saber o que pensam e como se sentem os seus colaboradores funcionais em relação às diversas variáveis que afetam o clima, tais como: a remuneração, o trabalho que realizam o relacionamento entre os setores da organização, a gerência, o processo decisório, a comunicação, a possibilidade de progresso profissional, dentre outras. A viabilidade do trabalho se dá principalmente à necessidade dos gestores visualizarem a situação real da empresa de uma forma organizacional. O tempo e complexidade não serão empecilhos para a elaboração do trabalho, tendo em vista o cronograma adequado e a disponibilidade das informações que estão próximas e tangíveis, devido à participação na execução das rotinas, e a proximidade com os gestores. Todas as pessoas envolvidas no trabalho têm um conhecimento e experiência na área em que atuam, além da mais valiosa e enriquecedora que é a real intenção de contribuir para o objetivo do trabalho, seja somando conteúdo, trocando experiências, corrigindo, e orientando para se obter o sucesso do mesmo. 5 1.2 Definição do Problema de Pesquisa A Pró Reitoria de Administração – PROAd da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, apresenta como um de seus principais desafios na atualidade gerenciar o Clima Organizacional de forma estratégica, buscando sucesso nos trabalhos e qualidade de vida de seus colaboradores. Administrar o clima pressupõe duas preocupações, uma de ordem social e outra econômica. A primeira refere-se aos cuidados com a qualidade de vida no trabalho, já a segunda, visa melhorar a produtividade das organizações com o aumento do engajamento, e comprometimento da motivação de seus colaboradores. No dia a dia das organizações, é possível se deparar com “sinais”, ou seja, indicadores de que o clima vai bem ou mal. Esses indicadores não fornecem bases que permita saber qual a causa que afeta o clima da organização de forma positiva ou negativa. Para isso, é necessário fazer uma pesquisa sobre o ambiente, e através da análise dessas pesquisas que é possível identificar os fatores que estão ocasionando os problemas dentro da organização. Sabe-se que os indicadores são negativos quando há baixa produtividade, altos desperdícios e rotatividade, conflitos, desmotivação e falta de comprometimento, prejudicando o clima organizacional. A falta de conhecimento das causas que levam a esses fatores negativos, também é a dificuldade da ProAd. Com isso, pergunta-se: Como a análise do Clima Organizacional pode auxiliar a organização a identificar oportunidades de melhoria no ambiente de trabalho? 6 1.3 Objetivos Objetivos Gerais Com o objetivo de identificar e analisar o clima organizacional da Pró-reitoria de Administração, propomos duas etapas para o desenvolvimento do trabalho. Objetivos Específicos 1) Identificar a situação do clima organizacional da ProAd, a partir de um estudo de caso através da realização de entrevistas com funcionários que atuam na Pró-reitoria de Administração, diretores, secretária executiva, funcionários que atuam no Departamento de Orçamento, Departamento Financeiro, Departamento de Contabilidade, Departamento de Compras e Departamento de Patrimônio; 2) Realizar uma análise através dos resultados das entrevistas feitas com funcionários que atuam na Pró-reitoria de Administração, diretores, secretária executiva; funcionários que atuam no Departamento de Orçamento, Departamento Financeiro, Departamento de Contabilidade e Departamento de Compras, para identificar os aspectos que mais afetam o ambiente organizacional da Pró-reitoria de Administração. 7 1.4 Método Tendo como base a linha fenomenológica proposta por Roesch (1999, p.123), onde o papel do cientista social deve ser o estudo objetivo, apreciando as diferentes construções e significados que as pessoas atribuem a sua experiência. O processo de escolha e seleção do ser humano se dá através das referencias pessoais e das crenças, valores e cultura adquirida ao longo da sua vida. Ao investigar problemas, é importante considerar que os fatos que induzem o ser humano a apresentar determinado comportamento são interpretados de forma diferente por cada indivíduo, no modelo ideal de pesquisa não basta estudar somente as causas, e sim todo o ambiente exposto. De acordo com Lima (2004, p. 37), diferentes tipos de pesquisa abrigam um conjunto de técnicas de coleta de materiais que funcionam como instrumentos confiáveis possibilitando ao pesquisador sistematizar o processo de localização, coleta, registro e tratamento dos dados e informações julgados como necessários à fundamentação das descrições, discussões, analises e reflexões à medida que permitem ao pesquisador dispor de referencial indispensável para a fundamentação da solução do problema investigado. O caso estudado tem como características a relação dos seus objetivos pela sua aplicação prática, tendo como fundamentação teórica a classificação apresentada por Vergara (2005, p. 46) que qualifica a pesquisa com relação a dois aspectos que seriam quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins, a pesquisa pode ser considerada exploratória e descritiva. Exploratória já que teve como foco investigar através de uma pesquisa empírica e teórica os problemas apresentados em relação ao tema em questão. Descritiva, pois procurou descrever as características, percepções e expectativas do tema e do ambiente analisado, estabelecendo assim relações entre as variáveis apresentadas. De acordo com Gil (2002, p. 41) a pesquisa exploratória “tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses”. Tem como objetivo principal o aprimoramento de idéias e a descoberta de intuições. 8 Ainda segundo o mesmo autor, “A pesquisa descritiva tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis”. Uma das características mais significativas dessa pesquisa está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. (GIL, 2002, p.42) Quanto aos meios, classifica-se como pesquisa de campo e bibliográfica. A pesquisa será de campo, pois coletará dados primários na organização através de entrevistas, aplicação de questionários e técnicas de observação participativa. Também será bibliográfica, pois para a fundamentação teórica metodológica do trabalho será realizada investigação em materiais já elaborados constituído principalmente de livros e artigos científicos. “A pesquisa bibliográfica é a atividade de localização e consulta de fontes diversas de informação escrita orientada pelo objetivo explicito de coletar materiais mais genéricos ou mais específicos a respeito de um tema”, enfatiza Lima (2004, p. 38). É procurar no âmbito dos livros e documentos escritos as informações necessárias para progredir na investigação de um tema de real interesse do pesquisador. A pesquisa realizada na organização classifica-se como quantitativa e qualitativa. Quantitativo por que utiliza aspectos quantitativos para traduzir em estatísticas opiniões e informações, promover sua classificação e análise, contudo, caracteriza-se também como de caráter qualitativo, devido à interpretação das informações obtidas pelas opiniões pesquisadas, numa relação dinâmica entre as variáveis investigadas. Considera-se a possibilidade de utilizar as informações obtidas, classificandoas e analisando-as sob a ótica dos conhecimentos já elaborados. A pesquisa será divida em duas fases distintas: a) Numa primeira fase serão realizados estudos qualitativos, na busca de dados primários e secundários, objetivando a geração de variáveis e atributos que servirão para estruturar o instrumento de coleta de dados (questionário e entrevista); b) Após identificar, analisar e classificar as variáveis, será desenvolvido o questionário e a entrevista a ser aplicado, com o objetivo de coletar os dados. 9 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Essa parte do trabalho tem por objetivo apresentar os principais conceitos teóricos necessários ao desenvolvimento do trabalho tendo como base fontes bibliográficas de diversos autores que se referenciam ao tema. A seguir, serão abordados alguns conceitos que permitirão entender melhor o desenvolvimento do presente trabalho. 2.1 Administração Administração é uma arte ou ciência? Administração é uma das áreas mais importante da atividade humana, onde o esforço cooperativo do homem é a base fundamental da sociedade. A tarefa básica da administração, segundo Chiavenato (2000, p. 14) é a de fazer as coisas por meio das pessoas de maneira eficiente e eficaz. Segundo Lacombe (2003, p. 48), administração é definida como um conjunto de objetivos de um grupo de indivíduos, para planejar, organizar, dirigir, coordenar e controlar seus esforços para atingir um resultado comum. Pode-se afirmar que todas as pessoas utilizam a administração não importa o cargo que ocupam ou sua profissão, quando utilizam recursos e tomam decisões, estão administrando, seja nas organizações, pessoal, familiar, ou social. De acordo com Kwasnicka (1995, p. 17) a administração é vista como um processo integrativo fundamental, que busca a obtenção de resultados específicos, onde o administrador cria, dirige, mantém, opera e controla uma organização. O processo de administrar é uma atividade organizacional que permeia nossa vida diária. A necessidade de administrar surge do confronto entre as variáveis que compõem uma atividade formalmente estruturada, como recursos materiais e humanos, tecnologia, restrições ambientais, entre outros. A definição da palavra “administrar” definida nos dicionários ou artigos científicos não é suficiente para entender o que significa administração, é preciso ir além da interpretação da palavra. É preciso também compreender o papel que a 10 administração desempenha para as organizações e para a sociedade. (MAXIMIANO, 2000 p. 24) Para Maximiano (2000, p.25) administração é um processo de atividade dinâmica, que consiste em tornar decisões sobre objetivos e recursos. O processo de administrar é inerente a qualquer situação em que haja pessoas utilizando recursos para atingir algum objetivo. Considera ainda que a finalidade do processo de administrar é garantir a realização de objetivos por meio da aplicação de recursos. O ato de administrar é o processo que procura assegurar a eficiência e eficácia das organizações. É importante em qualquer escala de utilização de recursos para realizarem objetivos – individual, familiar, grupal, organizacional ou social. Chiavenato (2000, p. 7), diz que a tarefa da administração é a de interpretar os objetivos propostos pela organização e transformá-los em ação organizacional por meio do planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da organização. Administrar é uma atividade dinâmica, que tem por base tomar decisões sobre objetivos e recursos. O processo administrativo é essencial para qualquer situação que haja pessoas utilizando recursos para atingir algum tipo de objetivo. Hoje, as atividades recebem o nome de áreas da administração: as atividades administrativas recebem o nome de área de administração geral; as funções técnicas recebem o nome de área de produção, manufatura ou operações; as atividades comerciais de área de vendas/marketing. As funções de segurança passaram para o nível mais baixo. E, finalmente, surgiu a área de recursos humanos. (Chiavenato, 1999 p. 57) As atividades administrativas englobam os elementos da administração, que fazem parte das funções do administrador: a) Planejar: visualizar o futuro e traçar o programa de ação. b) Organizar: constituir o duplo organismo material e social da empresa. c) Comandar: dirigir e orientar o pessoal. d)Coordenar: ligar, unir, harmonizar todos os atos e todos os esforços coletivos. e) Controlar: verificar que tudo ocorra conforme as regras estabelecidas e as ordens dadas. 11 Estes elementos constituem o chamado processo administrativo. São localizáveis em qualquer trabalho do administrador em qualquer nível ou área de atividade da empresa. Em outros termos, o diretor, o gerente, o chefe, o supervisor, como o encarregado, cada qual em seu nível, desempenha atividades de previsão, organização, comando, coordenação e controle, como atividades administrativas essenciais. (CHIAVENATO, 1999 p.57) 2.1.1 Os Primórdios da Administração Na visão de Chiavenato (1999, p.15) a administração, tal como se encontra hoje, é resultado histórico e integrado da contribuição cumulativa de inúmeros precursores, filósofos, físicos, economistas, estadistas, e empresários que, no decorrer dos tempos, foram cada qual no seu campo de atividades, desenvolvendo e divulgando suas obras e teorias. Referências pré-históricas acerca das magníficas construções erigidas durante a Antiguidade no Egito, na Mesopotâmia, na Assíria, testemunham à existência, em épocas remotas, de dirigentes capazes de planejar e guiar os esforços de milhares de trabalhadores em monumentais obras que perduram até os nossos dias. Os papiros egípcios atribuídos à época de 1300 a.C. indicam a importância da organização e administração da burocracia pública no Antigo Egito. Na China, nas parábolas de Confúcio surgem práticas para boa administração. Apesar dos progressos no conhecimento humano, a chamada “ciência da administração” somente surgiu no despontar do século XX. Teoria Geral da Administração (TGA) é uma área nova e recente do conhecimento humano. Para que ela surgisse foram necessários séculos de preparação e antecedentes históricos capazes de permitir a viabilizar as condições indispensáveis ao seu aparecimento. Para Kwasnicka (1995, p. 18) os princípios estabelecidos para a administração no início do século XX, previam uma administração rígida, na qual o chefe ou proprietário, no caso de pequena empresa, eram os donos absolutos das decisões, a autoridade vinha de cima para baixo e as suas atividades principais eram mandar fazer as tarefas e controlá-las com muito rigor. O objetivo principal da organização era produzir mais com maior eficiência para que o lucro fosse maior. 12 Com o passar dos anos, introduziam-se novas variáveis no processo administrativo, e houve necessidade de estabelecer novas premissas. Hoje se observa que a administração é feita de maneira mais flexível, e considera-se a empresa como uma união de esforços em torno de uma série de metas e objetivos. 2.1.2 Princípios da Administração Científica A Administração Científica teve como berço a Sociedade Americana dos Engenheiros Mecânicos em 1880, da qual Frederick Winslow Taylor era sócio e chegou à presidente. Para Maximiano (2000, p.167) Taylor defendia os princípios da administração científica acreditando que o objetivo da administração seria pagar salários altos e ter baixos custos de produção. Segundo ele com esse objetivo, a administração deveria aplicar métodos de pesquisa para determinar a melhor maneira de executar tarefas, sendo assim os empregados deveriam ser cientificamente selecionados e treinados, de maneira que as pessoas, mais qualificadas, e as tarefas, fossem compatíveis proporcionando uma atmosfera de íntima e cordial cooperação entre a administração e os trabalhadores, para garantir um ambiente psicológico favorável à aplicação desses princípios. Com base nesses princípios Taylor sintetiza os objetivos da administração científica que seriam: a) Desenvolver uma ciência para cada elemento do trabalho, para substituir o velho método empírico; b) Selecionar cientificamente e depois treinar, instituir e desenvolver o trabalho, que, no passado, escolhia seu próprio trabalho e treinava-se o melhor que podia. c) Cooperar sinceramente com os trabalhadores, de modo a garantir que o trabalho seja feito de acordo com os princípios da ciência que foi desenvolvida. d) Existe uma divisão quase igual do trabalho e de responsabilidade entre a administração e os trabalhadores. Assim, Chiavenato (1999, p.41) observa que a gerência deve seguir quatro princípios: 13 a) Princípio de planejamento: substituir o critério individual do operário, a improvisação e atuação empírico-prática pelos métodos baseados em procedimentos científicos. Substituir a improvisação pela ciência, por meio do planejamento do método. b) Princípio de preparo: selecionar cientificamente os trabalhadores de acordo com suas aptidões e prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor, de acordo com o método planejado. Além do preparo da mão-de-obra, também as máquinas e equipamentos de produção, o arranjo físico e a disposição racional das ferramentas e materiais. c) Princípio de controle: controlar o trabalho para se certificar que está sendo executado de acordo com as normas estabelecidas e o plano previsto. d) Princípios de execução: distribuir as atribuições e as responsabilidades para que a execução do trabalho seja feito pelos operários. 2.1.3 Princípios Gerais de Administração Como toda ciência, a administração deve se basear em leis ou princípios. Fayol tentou definir os “princípios gerais” de administração, sem muita originalidade, baseado em diversos autores da época. Ele adota a denominação princípio, afastando qualquer idéia de rigidez, pois nada existe de rígido ou de absurdo em matéria administrativa. Para Maximiano (2000, p.59) Fayol foi o pioneiro no reconhecimento de que a administração deveria ser vista como função separada das demais a empresa. O maior impacto dessa idéia esta em identificar o trabalho dos administradores e separá-lo das atividades operacionais da empresa. Segundo ele, os dirigentes que não conseguem perceber essa distinção envolvem-se com os detalhes técnicos da produção de serviços, negligenciando o papel de administrar a empresa com um todo. Tudo em Administração é questão de medida, de ponderação e de bom senso. Tais princípios são maleáveis e adaptam-se a qualquer circunstância, tempo ou lugar. Os 14 Princípios Gerais da Administração, segundo Fayol, são: a) Divisão do trabalho: consiste na especialização das tarefas e das pessoas para aumentar a eficiência. 14 b) Autoridade e responsabilidade: autoridade é o direito de dar ordens e o poder de esperar obediência. A responsabilidade é uma conseqüência natural da autoridade e significa ter o dever de prestar contas. Ambas devem estar equilibradas entre si. c) Disciplina: depende da obediência, aplicação, energia, comportamento e respeito às normas estabelecidas. d) Unidade de comando: cada pessoa deve receber ordens de apenas um superior. É o princípio da autoridade única. e) Unidade de direção: uma cabeça e um plano para cada conjunto de atividades que tenham o mesmo objetivo. f) Subordinação dos interesses individuais aos interesses gerais: os interesses gerais devem sobrepor-se aos interesses particulares. g) Remuneração do pessoal: deve haver justa e garantida satisfação para os empregados e para a organização em termos de retribuição. h) Centralização: refere-se à concentração da autoridade no topo da hierarquia da organização. i) Cadeia escalar: é a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais baixo. j) Ordem: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a ordem material e humana. k) Eqüidade: amabilidade e justiça para alcançar lealdade do pessoal. l) Estabilidade do pessoal: a rotatividade das pessoas tem um impacto negativo sobre a eficiência da organização. Quanto mais tempo uma pessoa permanecer num cargo, tanto melhor. m) Iniciativa: a capacidade de visualizar um plano e assegurar pessoalmente o seu sucesso. n) Espírito de equipe: harmonia e união entre as pessoas são as forças da organização. Assim, a Teoria Clássica caracterizou-se pelo seu enfoque prescritivo e normativo: quais os elementos da administração (funções do administrador) e quais os princípios gerais que o administrador deve seguir na sua atividade. Esse enfoque prescritivo e normativo indica como o administrador deve proceder no seu trabalho e passou a ser o principal vilão da Teoria Clássica. (CHIAVENATO, 1999 p. 58) 15 2.1.4 Administração no Contexto Atual Com a globalização cada vez mais forte no mundo, as organizações, precisam estar atentas para mudar o seu modo de pensar e agir, pois as empresas não se consideram mais do país de origem, mas sim mundial, não importa onde ela esteja estabelecida. Produtos, serviços e pessoas que não estiverem atentos às transformações podem se tornar obsoletos, não conseguindo mais reverter o quadro, ficando fora de suas funções. A competitividade é um item muito discutido hoje nas organizações pelos administradores, onde muitos correm atrás do melhor lugar para tornar-se competitivo no mercado. Segundo Kwasnicka (1995, p. 18) os princípios mais modernos da administração traduzem as seguintes filosofias: a) Todos os membros da organização participam da sua administração, uma vez que estão relacionados com pelo menos uma atividade; b) Com a divisão do trabalho, divide-se também a autoridade e a responsabilidade de cada um. O poder é conquistado na base da competência, da realização e da interação, e não imposto. c) A valorização do pessoal é feita sem discriminação, uma vez que uma organização tem necessidade tanto de pessoal técnico como administrativo; d) A implementação e a execução da política estão inseparavelmente interligadas e exigem a interação entre grande variedade de membros da organização em todos os níveis; e) Considerando que todas as organizações enfrentam problemas imprevistos, elas devem estar preparadas para solucionar esses problemas de forma criativa, com condições de fazer novas combinações de recursos; f) Não existem regras administrativas que possam ser aplicadas automaticamente a todos os problemas. Assim como as situações mudam, os princípios da administração precisam mudar também para poder enfrentar as novas condições; g) Uma organização nunca está fundamentada em um objetivo, mas sim em um grupo de objetivos que são às vezes gerados em cadeia; h) Não é somente o homem de topo que esta interagindo com o ambiente externo e sofrendo pressões do meio. Em uma organização existe um grande 16 número de pessoas de todos os níveis hierárquicos capazes de interagir com qualquer um dos segmentos do ambiente externo; i) Uma organização é parte integrante de um sistema maior e depende do intercâmbio mantido com esse sistema, ou seja, ela não é auto-suficiente para se manter. De acordo com Chiavenato (2005, p. 89) as organizações vivem em um contexto de negócios caracterizado pela globalização, mudanças e competitividade. Nesse ambiente incerto e instável, elas precisam ser administradas para poderem funcionar bem e atingir os seus objetivos. Isso requer um profundo conhecimento do comportamento organizacional. A administração constitui um produto típico do século XX e passou por várias ondas sucessivas. A primeira onda foi à ênfase nas tarefas marcada pela escola da Administração Científica de Taylor e seguidores, inaugurando a teoria administrativa. A segunda onda foi a ênfase na estrutura organizacional e teve quatro desdobramentos: a teoria clássica da administração de Fayol e seguidores, o modelo burocrático descrito por Max Weber, a Teoria Estruturalista que tentou integrar as diferentes abordagens e a Teoria Neoclássica que desenvolveu a idéia do processo administrativo – planejar, organizar, dirigir e comandar. A terceira onda foi à ênfase nas pessoas, iniciada com a escola das relações humanas e posteriormente com a teoria comportamental. A quarta onda foi a ênfase no ambiente, incrementada pela teoria de sistemas e realçada pela teoria da contingência. Assim com todo este ambiente sendo modificado a cada dia, não podemos esquecer da tecnologia e a informação que chega numa velocidade dinâmica, mudando tudo a cada segundo. Com os computadores e a tecnologia de ponta nosso trabalho não será mais o mesmo. A informação se tornou a principal fonte de energia da organização e afetam profundamente a estrutura, cultura e o comportamento das pessoas que trabalham nas organizações. 2.1.5 Administrador Chiavenato (2000, p. 14) afirma que o administrador deve estar focalizado no futuro para poder preparar sua empresa para enfrentar os novos desafios que surgem, seja através de novas tecnologias, novas condições sociais e culturais, 17 novos produtos e serviços. Além disso, deve pensar globalmente e agir localmente. Para levar sua empresa a excelência o administrador deve ter espírito empreendedor, aceitar desafios, assumir riscos e possuir um senso de inconformismo sistemático. Somente assim o administrador pode conduzir sua empresa a uma situação melhor. Na concepção de Lacombe (2003, p. 49) administrar é planejar, organizar, liderar, coordenar e controlar as atividades de uma empresa ou grupo de empresas, diagnosticando, identificando, estabelecendo metas, planos, programas e desenvolvendo suas deficiências, para tomada de decisões e providências necessárias, para tornar possível o cumprimento das metas estabelecidas. Lacombe (2003, p. 7) acredita que a essência do papel do administrador é a obtenção de resultados por meio de terceiros, do desempenho da equipe que ele supervisiona e coordena. Ele deve ter condições para liderar membros da sua equipe e de tomar decisões em nome desta equipe. Espera-se que, o administrador tenha como principal qualidade a iniciativa para conseguir soluções para as dificuldades encontradas e para colocá-las em ação. Chiavenato (2000, p. 3) explica que o Administrador depende mais do seu desempenho do que sua personalidade, sua habilidade deve ser capaz de transformar conhecimento em ação, para o melhor desempenho das funções são importantes algumas habilidades para que possam ser bem-sucedidos como: habilidade técnica que está relacionada com o fazer que envolva “coisas”, como processos materiais ou objetivos físicos e concretos, pois não contestam a ação do administrador; habilidades humanas com facilidade de relacionamento interpessoal e grupal, motivando, liderando, coordenando, e comunicando-se,com interação entre as pessoas; habilidades conceituais está na facilidade, de compreender a organização como um todo, entendendo como a organização se relaciona com ambiente e as mudanças, estão também relacionadas com o pensamento, o raciocínio e o diagnóstico das situações para formar alternativas para soluções de problemas. Além de todas estas habilidades os administradores precisam de três competências duráveis: o conhecimento, a perspectiva e a atitude. 18 2.2 Administração de Recursos Humanos Do ponto de vista de Chiavenato (2004 p. 291), a organização viável é aquela que não apenas capta e aplica seus recursos humanos adequadamente, mas também os mantém na organização. A manutenção dos recursos humanos exige uma série de cuidados especiais, entre os quais sobressaem os planos de compensação monetária, de benefícios sociais e de higiene e segurança no trabalho. Chiavenato (2004, p. 295) acredita que todos esses planos são importantes na definição da permanência das pessoas na organização e, mais do que isso, em sua motivação para o trabalho e para o alcance dos objetivos organizacionais. Em algumas organizações, esses processos de manutenção ganham uma nota muito baixa, por se aproximarem do modelo de homem econômico (que trabalha exclusivamente pelo salário), pela rigidez e inflexibilidade, e por seu caráter genérico e padronizado, tratando todas as pessoas pela média, sem respeitar suas diferenças individuais e suas diferentes contribuições à organização. Em outras organizações, esses processos ganham uma nota muito alta, por se aproximarem do modelo de homem complexo, por sua flexibilidade e adaptabilidade às pessoas e pelo respeito às diferenças individuais e às diferentes contribuições ao sucesso da organização. Assim, o papel dos Recursos Humanos deixa de ser a simples manutenção para se transformar gradativamente na área capaz de criar organizações melhores, mais rápidas, pro ativas e competitivas. Na visão de Lacombe (2005, p.14) o papel dos Recursos Humanos é de fundamental importância para selecionar, formar, integrar e aperfeiçoar um grupo de pessoas para trabalhar numa empresa como uma verdadeira equipe, com objetivos definidos, fazendo com que cada membro conheça seu papel, coopere com os demais e “vista a camisa” para produzir resultados é a responsabilidade mais importante dos administradores. A sobrevivência e progresso de uma grande empresa dependem, em grande parte, de sua capacidade de atrair, selecionar, treinar e posicionar corretamente, no presente, as pessoas com potencial para atuar, no futuro, na alta administração da empresa, assumindo responsabilidade e agindo como uma equipe integrada. 19 Quanto à administração da área de Recursos Humanos, Lacombe (2003, p.241) define que a função desse órgão é orientar e apoiar os gerentes e prestarlhes serviços, mas a cada gerente cabe a administração dos recursos humanos da empresa. A eficiência e a eficácia do departamento de Recursos Humanos dependerão, em grande parte, do conhecimento que se tem sobre o negócio da empresa, seus pontos fortes e fracos, seus principais competidores, as demandas dos clientes, as características do mercado financeiro em que a empresa opera o ambiente externo em que vive e a cultura da empresa. Só por meio de um diálogo com conhecimento do negócio será possível orientar e “educar” os chefes de linha responsáveis pelos resultados finais e mostrar-lhes a melhor maneira de administrar os recursos humanos. 20 3. CLIMA ORGANIZACIONAL O tema Clima Organizacional tem sido foco de estudos por parte de especialistas em psicologia organizacional e da administração, por tratar-se de um fenômeno comportamental cujo entendimento tem desafiado os estudiosos. Houve um aumento, nos últimos tempos, no interesse pelo assunto em virtude da crescente tomada de consciência da sua relação com o desempenho e resultados das organizações. (RESENDE e BENAITER, 1997 p. 50). Diversos autores dizem que Clima Organizacional é uma variável abrangente que influi direta e fortemente nos resultados de qualidade, produtividade e desenvolvimento das organizações. Assim, as organizações que buscam o sucesso e a excelência precisam acrescentar um novo e importante componente em sua estratégia e estrutura funcional, a Gestão do Clima Organizacional, ou seja, as empresas necessitarão administrar as variáveis que dão sustentação ao clima organizacional positivo. Para manter clima organizacional positivo é preciso atuar constantemente nas questões que influenciam e afetam a motivação, o interesse, o envolvimento, a participação e desempenho dos funcionários. Para Maximiano (2000, p.259) além dos grupos, das normas e da cultura, a organização informal compreende as percepções e sentimentos em relação à realidade objetiva da organização formal. Os sentimentos em relação à realidade objetiva podem ser classificados em três grandes categorias: satisfação, insatisfação e indiferença. Praticamente todos os componentes da instituição formal afetam os sentimentos. Desde a localização física até os objetivos, passando pelos salários, refeitórios, condições de trabalho, limpeza, programas de incentivos, benefícios e integração com os colegas, tudo afeta a forma como as pessoas se sentem em relação à organização. O produto dos sentimentos individuais e grupais em relação à realidade percebida chama-se Clima Organizacional. Em essência, o clima é uma medida de como as pessoas se sentem em relação à organização e a seus administradores. O clima é formado pelos sentimentos que as pessoas partilham a respeito da organização e que afetam de maneira positiva ou negativamente sua satisfação e 21 motivação para o trabalho. Sentimentos negativos exercem impacto negativo sobre o desempenho. Sentimentos positivos exercem impacto positivo. Estudar o clima e os mecanismos que afetam os sentimentos é a base para entender como a organização e sua administração influencia o interesse e o desempenho das pessoas. Luz (2003, p.128) entende por clima a qualidade do ambiente empresarial, o relacionamento interpessoal, o estilo gerencial e a imagem da empresa. Lacombe (2005, p. 236) considera que o clima organizacional reflete o grau de satisfação do pessoal com o ambiente interno e a qualidade do ambiente de trabalho percebida pelas pessoas da empresa. Está vinculado à motivação, à lealdade e a identificação com a empresa, à colaboração entre as pessoas, ao interesse no trabalho, à facilidade das comunicações internas, aos relacionamentos entre as pessoas, aos sentimentos e emoções, à integração da equipe entre outras variáveis e é fortemente influenciado pela cultura da empresa. Um bom administrador prioriza a criação de um ambiente na organização tal que as pessoas trabalhem de forma eficaz num esforço comum, desenvolvam suas competências realizem suas aspirações profissionais e atinjam reconhecimento apropriado e recompensas. Esse ambiente tem as seguintes características: existe absoluta honestidade e integridade em tudo o que todos dizem e fazem; há comunicação ampla em toda a organização em todos os sentidos: de cima para baixo, de baixo para cima e lateralmente; os superiores estão genuinamente interessados em ouvir o ponto de vista dos outros, especialmente dos subordinados; existe um real interesse em trazer à tona os problemas e em resolvê-los; todos trabalham dedicadamente como verdadeiras equipes. Quanto maior o ajustamento das necessidades e valores das pessoas com os da empresa, tanto maior tende a ser a motivação e, em conseqüência, tanto melhor o clima organizacional. Se o clima organizacional é bom, as pessoas tendem a ser pro ativas, partilhar conhecimentos, confiar nos chefes, colegas e subordinados, procurar inovar, ter iniciativas e agir com forte sentimento, se for ruim , tendem a fazer o mínimo indispensável para se manter no emprego, ou, às vezes, nem isso, agindo com descrença e revolta, aumentando a rotatividade e o absenteísmo, que, com freqüência, são sintomas de clima organizacional negativo. 22 3.1 Conceitos Luz (2003, p.12) conceitua que “Clima Organizacional é o reflexo de estado de ânimo ou do grau de satisfação dos funcionários de uma empresa, num dado momento”. Souza apud Luz (2003, p.10) advoga que “o Clima Organizacional é um fenômeno resultante da interação dos elementos da cultura. O Clima é mais perceptível do que suas fontes causais, comparando-se a um “perfume”, pois se percebe o seu efeito sem conhecer os ingredientes, embora às vezes seja possível identificar alguns deles”. Ainda segundo Souza apud Luz (2003, p.23), a definição de Clima, apesar de ser definido de diversas formas, aborda direta ou indiretamente três palavras chaves que são a satisfação, percepção e Cultura Organizacional. Para ele, o tema Clima Organizacional está relacionado a algumas dimensões que envolvem especificamente ao comportamento motivacional da equipe, uma delas seria a estrutura da organização que afeta o sentimento das pessoas quando a mesma está voltada para as restrições em relação ao trabalho, como regras excessivas, regulamentos, procedimentos. Souza apud Luz (2003, p.37), expõe outra dimensão que seria a responsabilidade que produz o sentimento de ser seu próprio chefe, de não haver dependência para a tomada de decisões; em relação aos riscos que levam à iniciativa de enfrentar desafios na situação de trabalho; recompensas que conduzem ao sentimento de ser recompensado por um trabalho bem feito; calor e apoio voltado para o sentimento de camaradagem de ajuda mútua; conflito relacionado ao sentimento que a administração não teme diferentes opiniões. Na visão de Chiavenato (2004, p.103), o conceito de Clima Organizacional traduz a influência ambiental sobre a motivação dos participantes, podendo ser descrito como a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que é percebida ou experimentada pelos membros da organização e que influencia seu comportamento. O termo refere-se especificamente às propriedades motivacionais do ambiente organizacional, ou seja, aos aspectos da organização que provocam diferentes tipos de motivação em seus participantes. 23 Segundo ele, Chiavenato (2004, p.111), o Clima Organizacional é alto e favorável em situações que proporcionam satisfação das necessidades pessoais e elevação do moral. É baixo e desfavorável em situações que proporcionam a frustração daquelas necessidades. No fundo, o clima influencia o estado motivacional das pessoas e é por ele influenciado: é como se houvesse uma retroação recíproca entre o estado motivacional das pessoas e o Clima Organizacional. 3.2 Clima Organizacional e seu impacto sobre a Qualidade dos Serviços Luz (2003, p.28) considera que para o funcionário prestar um bom serviço, é preciso que saiba que possa e queira fazer. Saber fazer é uma questão de conhecimentos, habilidades ou atitudes. Logo, uma questão de treinamento. Poder fazer é uma questão de ter e poder usar os recursos necessários. Querer fazer é uma questão volitiva que depende do estado de espírito, do ânimo, da satisfação das pessoas quando realizam seu trabalho. Logo, o “querer fazer” está associado ao Clima Organizacional, que muitas vezes é onde encontramos as causas da má qualidade nos serviços. Embora administrar o Clima seja uma responsabilidade da Administração de Recursos Humanos, no tocante à organização, em cada setor, passa a ser responsabilidade de quem exerce o cargo de gestão, pois conhecer o grau de satisfação, as expectativas e as necessidades da equipe de trabalho constitui um importante papel, um desafio gerencial, essencial para a melhoria do ambiente de trabalho e da qualidade dos serviços prestados. 3.3 Tipos de Clima Organizacional Para Luz (2003, p.31) o Clima de uma empresa é bom quando os funcionários indicam seus conhecidos e parentes para trabalharem nela, quando sentem orgulho em participar dela. O baixo turnover (rotatividade) e o alto tempo de permanência na empresa são bons indicadores desse clima. O clima é prejudicado ou ruim, quando algumas variáveis organizacionais afetam de forma negativa e duradoura o ânimo da maioria dos funcionários, gerando 24 evidências de tensões, discórdias, desuniões, rivalidades, animosidades, conflitos, desinteresses pelo cumprimento das tarefas, resistência manifesta ou passiva às ordens, ruído nas comunicações, competições exacerbadas entre outros. A intensidade com que essas situações se manifestam é que caracterizam o clima como prejudicado ou ruim. Nas empresas onde o clima é predominantemente ruim, o turnover (rotatividade) costuma ser alto, e alguns funcionários costumam omitir sua passagem profissional por elas. 3.4 Como se Manifesta o Clima Organizacional Na visão de Luz (2003, p. 32), o Clima Organizacional se materializa nas organizações através de alguns indicadores que dão “sinais” sobre a sua qualidade. No dia a dia das organizações podemos encontrar “sinais” de que o clima vai bem ou mal. Esses indicadores não nos fornecem elementos capazes de descobrirmos as causas que mais estão afetando positiva ou negativamente o clima de uma empresa. Todavia servem para alertar quando algo não está bem, ou ao contrário, quando o clima está muito bom. Segundo Resende e Benaiter (1997, p. 26) existem algumas disfunções crônicas nas organizações em geral que são encaradas com certo espírito de resignação e muitas vezes são utilizadas como desculpas ou justificativas para omissões, falhas e deficiências. Por serem problemas relacionados com o comportamento humano e organizacional, costumam ser classificados como não pertencentes à área de atuação e de responsabilidade da gerência, e por sua vez, a área de Recursos Humanos a quem cabe, direta ou indiretamente, criar as condições para resolvê-los, acaba sendo desviada para outras tarefas mais operacionais e imediatas, em virtude de poucos recursos, pouca visão de prioridades ou por incapacidade mesmo. E os problemas persistem, adquirem dimensões maiores, e de certa forma diluídos no ambiente organizacional misturado aos conjuntos dos pontos fracos da empresa que são acobertados pela cultura organizacional, reforçam as “invisíveis” forças de resistência às mudanças e inovações. 25 3.5 Indicadores do Clima Organizacional Segundo Luz (2003, p. 32), os indicadores servem para alertar quando algo não está bem na organização: a) Turnover ou Rotatividade: pode representar uma pista de que algo vai mal. Quando elevado, pode significar que as pessoas não têm comprometimento com a empresa e que falta algo para satisfazê-las. b) Absenteísmo: o excessivo número de faltas e atrasos que pode ter o mesmo significado do turnover. c) Pichações nos banheiros: as críticas, as agressões direcionadas aos líderes da empresa, indicam o estado de satisfação dos funcionários. d) Programas de sugestões: quando mal sucedidos podem revelar a falta de comprometimento dos funcionários que reagem à empresa, não apresentando em número ou em qualidade as sugestões que ela esperava. e) Avaliação de desempenho: quando a empresa utiliza um procedimento formal para avaliar o desempenho de seus empregados, as informações ali encontradas, muitas vezes, vão confirmar que o baixo desempenho de determinados colaboradores decorre de seu estado de ânimo, de sua apatia em relação à empresa ou até mesmo de problemas pessoais que estejam afetando o desempenho. f) Greves: embora as greves estejam mais vinculadas ao descumprimento de obrigações legais por parte das empresas, ou a omissão dos gestores em tomar determinadas providências que atendam as reivindicações, muitas vezes, revela uma reação dos empregados ao seu descontentamento com a empresa. g) Conflitos interpessoais e interdepartamentais: essa é a forma mais aparente do clima de uma empresa. A intensidade dos conflitos interpessoais e entre os diferentes departamentos é que vai muitas das vezes determinar o clima tenso ou agradável. h) Desperdício de material: uma das formas do trabalhador reagir contra a empresa é estragando os materiais, consumindo-os mais do que o necessário, danificando os equipamentos de trabalho. i) Queixas no serviço médico: nos consultórios os empregados descarregam suas angústias sobre os mais diferentes tipos de reclamações: sobrecarga de trabalho, humilhações, exposição a situações vexatórias, constrangimentos, discriminação. 26 Muitos desses problemas transformam-se em distúrbios emocionais, que acabam gerando doenças, influindo negativamente na qualidade de vida dos empregados. 3.6 Estratégias de avaliação do Clima Organizacional Na visão de Luz (2003, p.35) não podemos confundir uma estratégia de avaliação de clima com um indicador de Clima Organizacional. A primeira é o meio utilizado pela empresa para conhecer detalhadamente o seu clima, enquanto que o indicador serve apenas como um indício, um sinal, um alerta sobre o clima. A seguir, algumas formas estratégicas para avaliar o Clima: a) Contato direto dos gestores com seus subordinados: essa é uma maneira natural de avaliação do clima, feita através das reuniões, dos contatos mantidos entre os gestores e os membros de suas equipes de trabalho. Nesses contatos, os gestores percebem os problemas potenciais que possam afetar o clima da empresa. b) Entrevista de desligamento: essa estratégia é muito empregada e revestese de grande importância para o monitoramento do clima, contudo ela é limitada, pois estão circunscrita àqueles que estão deixando as organizações de forma voluntária ou compulsória. c) Entrevista do Serviço Social com os funcionários: as empresas que possuem um Serviço Social contam com uma importante estratégia de acompanhamento do clima. Os assistentes sociais são especializados nos contatos com os empregados e não só atende as suas demandas pessoais, como também identificam vários problemas potenciais no ambiente de trabalho. d) Ombudsman: esse é um papel relativamente novo nas organizações brasileiras. Trata-se de um ouvidor, alguém com competência e credibilidade para identificar reclamações de clientes, fornecedores, comunidade e também dos próprios empregados. e) Programa de sugestões: muitas empresas adotam essa estratégia com o objetivo de colher idéias, sugestões que possam melhorar seus processos, produtos ou serviços. Com relação ao clima, o programa de sugestões constitui uma estratégia de avaliação do clima, quando abrem espaço para sugestões que também possam aprimorar as condições de trabalho. 27 f) Linha direta com o presidente: canal direto e permanente mantido pelo presidente ou diretor de Recursos Humanos a fim de detectar reclamações ou sugestões que possam melhorar a qualidade do ambiente de trabalho. g) Pesquisa de Clima Organizacional: de todas as estratégias essa é a mais completa. É a que permite a empresa identificar seus pontos fracos, a satisfação de seus colaboradores com relação a vários aspectos da organização. A pesquisa de clima é um trabalho cuidadoso que busca detectar as imperfeições existentes na relação empresa e empregado, com o objetivo de corrigilas. Ela revela o grau de satisfação dos empregados e aponta também a tendência de comportamento dos mesmos. Identifica tanto problemas reais no campo das relações de trabalho como problemas potenciais, permitindo sua prevenção através do aprimoramento ou da adoção de determinadas políticas de pessoal. A pesquisa representa também, uma oportunidade para que os funcionários expressem seus pensamentos e sentimentos em relação à empresa. Luz (2003, p.128) considera que as pesquisas de clima organizacional vêm sendo cada vez mais utilizadas pelas empresas que passaram pelo processo de reestruturação e agora querem sentir de perto a impressão que os colaboradores que permaneceram têm da organização. O objetivo dessas pesquisas, segundo consultores, é verificar os pontos fortes e fracos da empresa e minimizá-los. Planejamento estratégico, realinhamento da cultura, melhoria de produtividade e rentabilidade, além do estabelecimento de um novo canal de comunicação entre colaborador e empresa são algumas realizações que se tornaram mais simples de serem resolvidas a partir do diagnóstico de clima organizacional. Segundo Maximiano (2000, p.262) a pesquisa do Clima Organizacional é uma técnica que permite aferir de modo sistemático os sentimentos das pessoas a respeito de vários aspectos da organização e de seus administradores. No conceito de Bom Sucesso (2002, p.53) a pesquisa de clima permite identificar os fatores relevantes do indivíduo com a organização, através do mapeamento de uma complexa rede de motivos e expectativas individuais, permitindo avaliar o grau em que essas expectativas podem ser atendidas pela empresa. 28 Na análise da realidade interna, o maior desafio é conhecer as pessoas, seu perfil e potencialidades, a capacidade de propor soluções e gerar resultados, empenhar-se na qualidade, conviver com tensões e conflitos. A pesquisa de clima e de qualidade de vida permite investigar o ambiente interno, constituindo, portanto, o ponto de partida para qualquer processo de mudança. 3.7 Qualidade de Vida no Trabalho Para Chiavenato (2004 p.348), Qualidade de Vida implica criar, manter e melhorar o ambiente de trabalho seja em suas condições físicas – higiene e segurança - ou em suas condições psicológicas e sociais. Tudo isso redunda em um ambiente de trabalho agradável e amigável e melhora a qualidade de vida das pessoas na organização e fora da organização. Qual é a organização que não gostaria de ser o melhor lugar para trabalhar? E qual é a pessoa que não gostaria de trabalhar em uma organização que fosse excepcionalmente bacana neste aspecto? Higiene e segurança do trabalho são duas atividades relacionadas no sentido de garantir condições pessoais e materiais de trabalho capazes de manter certo nível de saúde dos empregados. No conceito de Maximiano (2000, p.498) a Qualidade de Vida no Trabalho baseia-se em uma visão integral das pessoas, que é o chamado enfoque biopsicossocial que origina-se da medicina psicossomática, que propõe a visão integrada, ou holística do ser humano. Além do enfoque biopsicossocial, o conceito de Qualidade de Vida no Trabalho baseia-se em uma visão ética da condição humana. A ética, como base, procura identificar, eliminar ou, pelo menos, minimizar todos os tipos de riscos ocupacionais. Isso envolve desde a segurança do ambiente físico, ate o controle do esforço físico e mental requerido para a cada atividade, bem como a forma de gerenciar situações de crise, que comprometam a capacidade de manter salários e empregos. Pode assim ser avaliada sob dois ângulos: a satisfação dos funcionários e as práticas da empresa. a) Satisfação dos funcionários: quanto maior, mais alta é a Qualidade de Vida no Trabalho. Os funcionários podem estar mais ou menos satisfeitos, não apenas com os fatores motivacionais e higiênicos, mas também com outros fatores, como 29 sua própria educação formal, vida familiar e oportunidades para desfrutar de atividades culturais e sociais. b) Práticas da empresa: pelo lado da empresa, a qualidade de vida no trabalho pode ser avaliada pelas práticas que visam assegurar o bem-estar de seus empregados, considerados como seres humanos integrais, não apenas como executantes de tarefas. Para Bom Sucesso (2002, p.50) a análise da Qualidade de Vida no Trabalho começa pelo diagnóstico do clima interno, através do estudo das expectativas dos empregados e da sua percepção sobre a empresa, de modo a conhecer os fatores de satisfação e insatisfação. Na sua concepção viver com qualidade resulta tanto da busca individual, quanto dos esforços coletivo. Os líderes são responsáveis pelo incentivo e pela manutenção de medidas que assegurem clima positivo, uma vez que as relações interpessoais constituem um forte componente da satisfação com o trabalho e, devido a esta importância, requerem um guardião, empenhado em reforços diários para a prevenção de conflitos. Segundo França (2004, p.178) a competência da Qualidade de Vida no Trabalho está associada a questões de saúde, lazer e nutrição. É uma competência gerencial para o administrador e uma competência estratégica para a organização. È percebida também como atividade permanente, como forte efeito catalisador nas esferas psicossocial e organizacional. 3.7.1 Higiene do Trabalho Segundo Maximiano (2000, p.317) os fatores higiênicos criam o clima psicológico e material saudável e influenciam a satisfação com as condições dentro das quais o trabalho é realizado. Quanto melhores, por exemplo, as relações entre colegas e o tratamento recebido do supervisor, melhor será esse clima – mais higiênico o ambiente. Quanto mais contente a pessoa estiver com seu salário, menor será sua disposição para reclamar desse aspecto de sua relação com a empresa. Conseqüentemente, maior a satisfação do trabalho com o ambiente de trabalho. Chiavenato, (2004 p. 348) refere-se à higiene no trabalho como o conjunto de normas e procedimentos que visa à proteção da integridade física e mental do trabalhador, preservando-os dos riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao 30 ambiente físico onde são executadas. Tem caráter preventivo, pois objetiva a saúde e o conforto do trabalhador, evitando que adoeça e se ausente, provisória ou definitivamente do trabalho. Entre outros objetivos estão: eliminação das causas das doenças profissionais, redução dos efeitos prejudiciais provocados pelo trabalho em pessoas doentes ou deficientes, prevenção de agravamento de doenças e lesões, manutenção da saúde dos trabalhadores e aumento da produtividade por meio de controle do ambiente de trabalho. Um plano de higiene do trabalho geralmente envolve: a) Um plano organizado: envolve prestação de serviços de médicos, enfermeiros e auxiliares, em tempo integral ou parcial, dependendo do tamanho da empresa; b) Serviços médicos adequados: envolve emergência e primeiros socorros. Podem incluir: - exames médicos de admissão; - cuidados quanto a injurias pessoais provocadas por moléstias profissionais; - primeiros socorros; - eliminação e controle de áreas insalubres; - registros médicos adequados; - supervisão de higiene e saúde; - relações éticas e de cooperação com as famílias dos empregados doentes; - hospitais de boa categoria; - exames médicos periódicos de revisão e “check-up”; c) Prevenção de riscos a saúde: - riscos químicos (intoxicações, etc.), - riscos físicos (ruídos, temperatura, radiação, etc.) - riscos biológicos (microorganismos, etc.); d) Investimento para melhorar a saúde do empregado e da comunidade: - programa informativo para melhorar os hábitos de vida; - convênio ou colaboração com entidades locais para prestação de serviços de radiografia, recreativos, ofertas de leituras, filmes, etc. - verificações interdepartamentais sobre sinais de desajustamento, que implicam mudanças de tipo de trabalho, de departamento ou de horário; 31 - previsões de cobertura financeira em casos de afastamento do trabalho por doença ou acidente; - extensão de benefícios médicos a empregados aposentados, incluindo planos de pensão ou de aposentadoria; Os itens mais importantes das condições ambientais de trabalho são: a) Iluminação: refere-se à quantidade de luz no ponto focal do trabalho. A má iluminação causa fadiga à vista, prejudica o sistema nervoso, concorre para a má qualidade do trabalho e é responsável por razoável parcela de acidentes. b) Ruído: refere-se a um som ou barulho indesejado. Tem duas características principais: c) Freqüência: é o numero de vibrações por segundo, medida em ciclos por segundo; d) Intensidade: é medida por decibéis; Pesquisas mostram que o ruído não provoca diminuição no desempenho do trabalho, porém, a influência do ruído sobre a saúde do empregado e, principalmente sobre sua audição, é poderosa. O nível máximo de intensidade de ruído permitido legalmente em ambiente fabril é de 85 decibéis. a) Temperatura: existem locais de trabalho em que os empregados precisam vestir roupas adequadas para proteger sua saúde decorrente da temperatura baixíssima ou altíssima como em frigoríficos, fornos de siderurgia e cerâmica. Nesses casos, a insalubridade constitui a característica principal desses ambientes de trabalho. b) Umidade: existem condições ambientais de trabalho com elevada umidade, como é o caso das tecelagens e com ausência ou pouca umidade, que é o caso das indústrias de cerâmica. Nesses casos, a insalubridade constitui a característica principal desses ambientes de trabalho. 3.7.2 Segurança do Trabalho Na visão de Chiavenato (2004 p. 352), Segurança no Trabalho é o conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas para prevenção de acidentes, instruindo as pessoas de praticas preventivas. Um plano de segurança envolve os seguintes requisitos: a) A segurança é uma responsabilidade de linha e uma função de staff; 32 b) As condições de trabalho, ramo de atividade, tamanho, localização da empresa, determinam os meios materiais preventivos; c) A segurança deve abranger todas as áreas e não somente a área de produção; d) O plano de segurança envolve a adaptação da pessoa ao trabalho, adaptação do trabalho à pessoa, além de fatores sócio-psicológicos, razão em que muitas empresas vinculam a segurança ao Recursos Humanos; e) Treinamento e doutrinação de técnicos e operários, controle de cumprimento de normas de segurança, simulação de acidentes, inspeção periódica dos equipamentos, roupas e equipamentos apropriados em certas áreas da organização; f) Prevenção de acidentes: a segurança busca minimizar os acidentes do trabalho. Podemos conceituar acidente de trabalho como decorrente do trabalho, provocando, direta ou indiretamente, lesão corporal, perturbação funcional ou doença que determine a morte, a perda total ou parcial, permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. As leis englobam também os acidentes de trajeto, ou seja, que ocorrem no trajeto do empregado de sua casa para a organização, e vice-versa. Os acidentes de trabalho classificam-se em: a) Acidentes sem afastamento; b) Acidentes com afastamento: pode resultar em incapacidade temporária com período menor que um ano onde o funcionário retorna sem redução da sua capacidade, incapacidade permanente parcial com período menor que um ano em que o funcionário perde parcialmente sua capacidade e incapacidade total permanente em que o funcionário perde a sua capacidade total; c) Prevenção de Roubos: um plano de prevenção de roubos geralmente inclui: - controle de entrada e saída de pessoal; - controle de entrada e saída de veículos; - estacionamento fora da área da empresa; - ronda pelos terrenos da empresa e pelo interior da empresa; -registro de máquinas, equipamentos e ferramentas cabendo ao funcionário a responsabilidade da sua manutenção; 33 - controles contábeis feitos por empresas de auditoria a fim de evitar fraudes; d) Prevenção de incêndios: a prevenção e combate a incêndios exigem um planejamento cuidadoso. Não apenas um conjunto de extintores, mas também dimensionamento do reservatório de água, sistema de detecção e alarme e treinamento do pessoal. 3.8 Meios para aumentar a satisfação no trabalho Segundo Chiavenato (2004, p. 367) os meios para aumentar a satisfação no trabalho consiste em: a) Tornar os cargos mais divertidos; b) Pagar com justiça, dar benefícios e oportunidades de promoção; c) Adequar as pessoas com os cargos de acordo com seus interesses e habilidades; d) Desenhar cargos para torná-los desafiadores e satisfatórios. 3.9 Como implantar Organização um Programa de bem-estar na Segundo Chiavenato (2004, p. 367) para implantar um Programa de bemestar na organização é necessário: a) Fazer levantamento de riscos de saúde dos funcionários; b) Verificar onde se gasta mais dinheiro com cuidados médicos; c) Incluir membros da família e aposentados no programa de instruções sobre saúde; d) Proporcionar assessoria nutricional; e) Incluir opções de baixa caloria e saudáveis nos cardápios; f) Eliminar o fumo no ambiente de trabalho; g) Negociar descontos em clubes para os funcionários; h) Implantar um jornal semanal sobre saúde e bem estar físico; i) Focalizar a redução de um ou mais fatores de alto risco de saúde entre os funcionários; 34 3.10 Relações com as Pessoas Chiavenato (2004 p. 373), afirma que o sistema de RH impõe relacionamentos internos (com os colaboradores) e externos (com os representantes dos colaboradores, como sindicatos) na organização. As relações internas da organização com seus colaboradores são relacionados com promoções, transferências, demissões e afastamentos por aposentadoria. Disciplina e medidas disciplinares são também aspectos cruciais dessas relações internas. Contudo a Administração de Recursos Humanos atua também como consultoria interna, delegando aos gerentes e supervisores a responsabilidade no dia a dia. Um programa de relação com empregados deve incluir: a) Comunicação: a organização deve comunicar sua filosofia de Recursos Humanos aos funcionários e solicitar sugestões; b) Cooperação: a organização deve compartilhar a tomada de decisões e o controle de atividades com os funcionários para obter sua cooperação; c) Proteção: o ambiente psicológico de trabalho deve contribuir para o bemestar dos funcionários e oferecer proteção contra possíveis perseguições; d) Assistência: a organização deve dar assistência aos funcionários de acordo com suas necessidades; e) Disciplina e conflito: a organização deve definir regras claras para lidar com a disciplina e o conflito. 3.10.1 Conflitos As diferenças de objetivos e interesses pessoais sempre conduzem a alguma espécie de conflito. A maior parte dos conflitos organizacionais é provocada por conflitos pessoais. Um aspecto crítico da Administração de Recursos Humanos é a solução de conflitos em longo prazo. Quando um conflito é adequadamente solucionado, conduz a mudanças organizacionais que predispõem a inovação. Quando não é resolvido adequadamente, ou é apenas resolvido parcialmente, criam um contencioso entre a 35 organização, seus participantes e o sindicato, o que pode afetar negativamente o desempenho organizacional. O conflito e a cooperação estão inseparavelmente ligados na prática. Tanto que a resolução do conflito é muito mais entendida como uma fase de esquema conflito-cooperação do que como uma resolução final do conflito. O conflito não é causal nem acidental, mas é inerente ao uso do poder. Enquanto as fontes de cooperação residem nas semelhanças de interesses entre indivíduos e organizações, da mesma forma as fontes de conflitos se acham em algum grau de divergência de interesses. Para Chiavenato (2004, p. 376) as condições que predispõem ao conflito podem ser: a) Diferenciação de atividades: objetivos e interesses diferentes entre grupos que exercem atividades diferentes na organização; b) Recursos compartilhados: quando os recursos disponíveis na organização são escassos e um grupo pretende aumentar sua parcela de recursos, outro grupo terá que abrir mão de uma parte dos seus recursos; c) Atividades interdependentes: quando os grupos se tornam altamente interdependentes, surgem oportunidades para que um grupo auxilie ou prejudique o trabalho dos outros. 3.10.2 Resultados dos Conflitos Na visão de Chiavenato (2004, p. 379), o conflito pode ter resultados construtivos ou destrutivos para as partes envolvidas. Assim, o desafio reside em administrar o conflito, de modo a maximizar os efeitos construtivos e minimizar os efeitos destrutivos. a) Resultados construtivos: estimula o interesse e a curiosidade, aumenta a coesão grupal, aumenta a motivação para a tarefa, desperta a atenção para problemas, testa e reduz diferenças de poder. b) Resultados destrutivos: provoca sentimentos de frustração, hostilidade e ansiedade, cria pressão para conformidade das pessoas, provoca dispersão de energia, produz ações de bloqueio e recusa a cooperar, gera distorções perceptivas. 36 3.10.3 Administração dos Conflitos Para Chiavenato (2004, p. 380) o conflito pode ser resolvido de três maneiras, a saber: a) Resolução ganhar / perder: uma parte ganha, enquanto a outra perde; b) Resolução perder / perder: ambas as partes abrem mão de alguma coisa, isto é, ambas perdem; c) Resolução ganhar / ganhar: o êxito no diagnostico e na solução, faz com que ambas as partes ganhem. Os dois primeiros itens tendem a uma continuidade do conflito. No terceiro item o ciclo de continuidade do conflito é interrompido e a probabilidade de conflitos futuros é diminuída, pois ambas as partes deixam de perder. Daí a importância do treinamento dos supervisores e gerentes em administrar conflitos e na habilidade de negociação. É que nem sempre a resolução ganhar / ganhar é possível, dentro das circunstancias, principalmente em se tratando de conflitos trabalhistas. 37 4. ESTUDO DE CASO 4.1 A UFSCar – Apresentação da Instituição A Universidade Federal de São Carlos é uma entidade social, sem fins lucrativos, criada em 1968, cujo objetivo é garantir o ensino público, gratuito e de qualidade. As atividades da UFSCar se iniciaram em 1970 com os Cursos de Engenharia de Materiais e Literatura em Ciências. Atualmente possui três campi : São Carlos, Araras e Sorocaba. A UFSCar possui em seu corpo docente doutores, mestres e graduados em sua maioria com dedicação exclusiva. Além de seus vários cursos presenciais, passou a oferecer no interior do Estado de São Paulo e Paraná, cursos a distância. Atualmente conta com mais de vinte pólos em vários estados do Brasil. Para oferecer e manter todo o suporte administrativo ao Ensino, Pesquisa e Extensão, a UFSCar possui, entre outras pro-reitorias, a Pró-Reitoria de Administração (PROAD), que conta, com vários departamentos. São eles: Departamento de Compras (DECOM), Departamento de Controle Orçamentário (DECo), Departamento Financeiro (DEFIN), Departamento de Contabilidade (DECONT), Departamento de Patrimônio (DePAT)., Departamento de Almoxarifado (DeAlm), Departamento de Expedição e Arquivo (DeEA). Todos esses departamentos em conjunto funcionam de forma a proporcionar a aquisição de bens e obras para atender à demanda dos usuários dos vários campi da UFSCar. Para que o funcionamento desses setores seja de forma satisfatória, há necessidade de que eles funcionem como uma engrenagem, há a necessidade de que o relacionamento entre eles seja muito bem estruturado e baseado em respeito mútuo, obediência às regras e cumprimento do dever de cada um, almejando sempre o bem comum e o resultado final que é a garantia da qualidade do ensino, pesquisa e extensão da UFSCar. 38 QUADRO 1 - ORGANOGRAMA DA UFSCAR Fonte: www.ufscar.br TABELA 1 – A UFSCAR EM NÚMEROS 1 DADOS GRADUAÇÃO UFSCAR CURSOS PRESENCIAIS (GRADUAÇÃO) - T O T A L 57 CURSOS PRESENCIAIS DIURNOS 39 CURSOS PRESENCIAIS (NOTURNOS) 18 NÚMERO DE ALUNOS NA GRADUAÇÃO PRESENCIAL GRADUAÇÃO - CURSOS A DISTANCIA 5 NÚMERO DE ALUNOS NA GRADUAÇÃO Á DISTÂNCIA 2227 VAGAS NO VESTIBULAR 2010 PARA CURSOS PRESENCIAIS 2577 VAGAS NO VESTIBULAR INDÍGENA 2010 (37 SC / 06 ARARAS / 14 SOROC) 2 DADOS DA PÓS-GRADUAÇÃO CURSOS (32 MESTRADOS E 22 DOUTORADOS) 3 11683 TOTAL DE ALUNOS DA PÓS-GRADUAÇÃO NÚMERO DE SERVIDORES (ATIVOS E INATIVOS) 57 54 2375 DOCENTES EFETIVOS 912 DOCENTES COM DEDICAÇÃO EXCLUSIVA (98,8%) 872 39 DOCENTES SUBSTITUTOS 109 TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS 993 INATIVOS (DOCENTES E TÉCN.ADMINISTRATIVOS) 581 PENSIONISTAS 124 3591 TOTAL ---> 4 ASSISTÊNCIA E SERVIÇOS 522 TOTAL DE VAGAS NA MORADIA ESTUDANTIL RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO UAC - UNIDADE DE ATENDIMENTO A CRIANÇA 5 ÁREA CONSTRUÍDA (EM M2) 4000/DIA 120 CAMPUS SÃO CARLOS CAMPUS ARARAS CAMPUS SOROCABA LABORATÓRIOS E SALAS DE AULA 150.000 25.500 11.889 TOTAL DE LABORATÓRIOS TOTAL DE SALA DE AULAS DO AT1 TOTAL DE SALA DE AULAS DO AT2 TOTAL DE SALA DE AULAS DO AT3 (DESATIVADO) TOTAL DE SALA DE AULAS DO AT4 TOTAL DE SALA DE AULAS DO AT5 TOTAL DE SALA DE AULAS DO AT6 TOTAL DE SALA DE AULAS DO AT7 TOTAL DE SALA DE AULAS DO AT8 (EM CONSTRUÇÃO NA ÁREA SUL) TOTAL GERAL DE SALA DE AULAS EM SÃO CARLOS TOTAL DE SALA DE AULAS - ARARAS TOTAL DE SALA DE AULAS - SOROCABA DEPARTAMENTOS DE ESPORTES E LAZER * Uma Pista de Saúde, totalmente arborizada, piso de terra batida, com 2000 metros de extensão e 20 estações de exercícios. * Um Ginásio de Esportes com quadra poliesportiva * Cinco quadras poliesportivas descobertas * Duas quadras para vôlei de areia * Duas quadras de tênis de campo * Um campo de futebol * Uma pista de atletismo, com extensão oficial * Uma piscina infantil * Uma piscina semi-olímpica * Um ginasinho, que era Pavilhão de Ginástica Olímpica Fonte SPDI/DeII (Julho de 2010) 320 15 17 23 17 12 17 101 11 17 40 4.2 A PROAD - Pró-Reitoria de Administração da UFSCar A Universidade Federal de São Carlos, nos seus 40 anos de existência, completados no ano de 2010, passou por inúmeras reformas, tanto estrutural, quanto acadêmica e administrativa. Em 1991, ocorreu uma mudança administrativa de extrema importância para a comunidade acadêmica e administrativa da UFSCar. Aprovada pelo Conselho Universitário através do Parecer no. 146/91, de 04/02/91 e implantado a partir de 01/03/91 a Reorganização Administrativa da UFSCar. Apresentava alternativas que alavancavam melhorias nos problemas estruturais da instituição e estabelecia referenciais para a nova estrutura administrativa. O país passava por um período de transição com o fim de um regime de governo militar e a implantação do governo democrático, e a UFSCar, sentia os reflexos do momento histórico, pois seu funcionamento apresentava carências gerando insatisfação generalizada e um desequilíbrio entre a área acadêmica e a área administrativa. A definição de funções comissionadas e gratificadas através de decretos governamentais e a interpretação peculiar aplicada às especificações do Decreto 95.689 na Instituição haviam alterado o tradicional equilíbrio entre essas duas “áreas” e imposto uma situação onde a área acadêmica, responsável pela realização das atividades-fim da instituição, tinha um ‘status” definido pelo nível de remuneração das chefias dos diferentes órgãos prejudicados em relação à área administrativa. A Portaria 604/91, introduziu alterações como a criação das Pró-Reitorias e a modificação nos critérios de atribuição de funções gratificadas. Dessa forma, a criação das Pró-Reitorias serviu como elemento desejavelmente descentralizador dos processos que ocorriam na época, tanto na área acadêmica (ocorreu o fortalecimento dos órgãos colegiados e afins), quanto na área administrativa. Portanto, a reforma, buscou a consolidação estrutural daqueles órgãos, onde havia desigualdades e injustiças, no nivelamento linear, em relação à atribuição das gratificações, e precisavam ser corrigidas com urgência. Antes da criação das Pró-Reitorias, a Secretaria Geral desempenhava, entre outros, o papel de assessoria ao Reitor, assim sendo, além das funções executivas próprias do cargo, cuidava também da integração e coordenação das atividades dos 41 diversos departamentos a ela subordinados, deixando de executar parte de suas anteriores (e principais) funções, que passaram à esfera da Pró-Reitoria. Tornou-se estruturalmente obsoleta, visto que uma parte de suas tarefas anteriores passou a ser de competência do Pró-Reitor. Dessa forma, optou-se pela criação de tres divisões que integraram as atividades de seus departamentos, responsabilizando-se pelo bom gerenciamento das dificuldades corriqueiras do dia-a-dia. Também teriam a responsabilidade de articular e propor mudanças, inovações e melhoramentos em suas áreas, que após serem discutidas com o Pró-Reitor, definiriam as políticas administrativas. Isso permitiria que as funções do Pró-Reitor fossem efetivamente exercitadas sem interferência negativa em seu desempenho. Assim surgiu a PróReitoria de Administração e Planejamento – PROAP, que também passou por algumas mudanças desde sua criação. Em 1998, a Portaria GR no. 457/98 apresentava uma atualização e padronização das siglas oficiais da UFSCar. Isso afetou alguns departamentos vinculados à Pró-Reitoria de Administração. Dessa forma, a PROAP passou a ser ProAd e as divisões passaram a ser denominadas conforme abaixo: DiFiC – Divisão de Finanças e Contabilidade DiOr – Divisão de Orçamento DiAP – Divisão de Abastecimento e Patrimônio Os departamentos passaram a ser conhecidos como: DePG – Departamento de Produção Gráfica DeCont – Departamento de Contabilidade DeCO – Departamento de Controle Orçamentário DeAlm – Departamento de Almoxarifado DePat – Departamento de Patrimônio DeCom – Departamento de Compras As seções foram designadas de: SeEA – Seção de Expedição e Arquivo SeRD - Seção de Registro de Diplomas 42 Outras modificações aconteceram, mas as que merecem destaque para esse trabalho estão relacionadas com as seguintes unidades da ProAd: Departamento de Registro de Diplomas, Seção de Expedição e Arquivo e Departamento de Compras. O Conselho Administrativo, através da Resolução CoAd no. 002/09 transformou a Seção de Expedição e Arquivo em Departamento de Expedição e Arquivo com a sigla DeEA. O Departamento de Registro de Diplomas passou a ser Divisão de Registro de Diplomas com a sigla DiRD e finalmente, a Resolução Consuni 639/09 aprovou a criação da Divisão de Suprimentos – DiS, dessa forma o Departamento de Compras passou a ser vinculado à nova divisão, não mais pertencendo à Divisão de Abastecimento e Patrimônio – DiAP. Essas transformações, tanto de caráter estrutural quanto funcional, foram resultados da expansão física dos campi de São Carlos e Araras, da criação do campus Sorocaba e também pelas mudanças ocorridas na área acadêmica como o aumento no número de vagas na graduação e pós-graduação, novos cursos, vestibulares específicos, REUNI, etc. 4.2.1 Departamentos da Pró-Reitoria de Administração e suas finalidades Departamento de Almoxarifado (DeAlm/DiAP/ProAd) FINALIDADE: Suprir as unidades da Instituição em relação a todos os materiais de consumo e permanente, mantendo estoque organizado e atualizado de materiais de uso rotineiro necessários ao abastecimento. VINCULAÇÃO: Divisão de Abastecimento e Patrimônio Departamento de Compras (DeCom/DiS/ProAd) FINALIDADE: Estabelecer a programação das aquisições em suas diversas modalidades de compras e serviços de acordo com o cronograma de desembolso da Instituição. VINCULAÇÃO: Divisão de Suprimentos 43 Departamento de Patrimônio (DePat/DiAP/ProAd) FINALIDADE: Controlar o material permanente e seu estado de conservação, garantindo identificação de modo inequívoco e seguro gerando e sistematizando informações sobre a situação dos bens patrimoniais da Instituição. VINCULAÇÃO: Divisão de Abastecimento e Patrimônio Departamento de Contabilidade (DeCont/DiFiC/ProAd) FINALIDADE: Contabilizar os atos e fatos administrativos da UFSCar que compõem as demonstrações contábeis (balanços orçamentário, financeiro e patrimonial) no Sistema de Administração Financeira (SIAFi); levantar dados para suporte nas tomadas de decisões administrativas. VINCULAÇÃO: Divisão de Finanças e Contabilidade Departamento de Controle Orçamentário (DeCO/DiOr/ProAd) FINALIDADE: Dimensionar as necessidades de custeio/ investimento das unidades da Instituição; elaborar proposta de solicitações de créditos suplementares. VINCULAÇÃO: Divisão de Orçamento Departamento de Produção Gráfica (DePG/ProAd) FINALIDADE: Imprimir e reproduzir documentos produzidos pela UFSCar. VINCULAÇÃO: Pró-Reitoria de Administração 44 Departamento de Expedição e Arquivo (DeEA/ProAd) FINALIDADE: Receber, registrar, protocolar e arquivar os documentos da Administração Central da UFSCar; VINCULAÇÃO: Pró-Reitoria de Administração 4.2.2 Divisões da Pró-Reitoria de Administração e suas finalidades Divisão de Finanças e Contabilidade (DiFiC/ProAd) FINALIDADE: Acompanhar o orçamento e finanças da UFSCar. VINCULAÇÃO: Pró-Reitoria de Administração Divisão de Orçamento (DiOr/ProAd) FINALIDADE: Planejar e propor a execução do orçamento da UFSCar em termos orçamentários e financeiros. VINCULAÇÃO: Pró-Reitoria de Administração Divisão de Registro de Diplomas (DiRD/ProAd) FINALIDADE: Registrar diplomas expedidos pela UFSCar (Graduação e PósGraduação); registrar diplomas de Graduação de Instituições de Ensino Superior (IES) da região; apostilar habilitações em diplomas das IES; validar diplomas estrangeiros. VINCULAÇÃO: Pró-Reitoria de Administração Divisão de Abastecimento e Patrimônio (DiAP/ProAd) 45 FINALIDADE: Controlar o processo de controle patrimonial de bens e distribuição de materiais em estoque. VINCULAÇÃO: Pró-Reitoria de Administração Divisão de Suprimentos (DiS/ProAd) FINALIDADE: Controlar o processo de abastecimento da UFSCar correspondentes ao sistema de compras e importação. VINCULAÇÃO: Pró-Reitoria de Administração 46 5. RESULTADOS DA PESQUISA 5.1 Entrevistas Com a finalidade de atender aos objetivos deste trabalho, foram elaboradas algumas questões para realização de entrevistas com os responsáveis pela Divisão de Abastecimento e Patrimônio (DiAP), responsáveis pela Secretaria Executiva da Pró-Reitoria de Administração (PROAD), assim como os funcionários que atuam nos diversos departamentos que compõem a PROAD: Departamento de Orçamento, Departamento Financeiro, Departamento de Contabilidade, Departamento de Compras e Departamento de Patrimônio. Departamentos, esses, que diariamente necessitam de bom relacionamento e interação dos funcionários envolvidos para que o clima organizacional seja propício para o sucesso destes e da instituição. Portanto, as entrevistas foram efetuadas respectivamente com: - Divisão de Abastecimento e Patrimônio - Diretor - Secretaria Executiva da PROAD – Secretária Executiva - Funcionário do Departamento de Compras - Administrador - Funcionário do Departamento de Orçamento – Assistente Administrativo - Funcionário do Departamento de Contabilidade – Assistente Administrativo - Funcionário do Departamento de Patrimônio – Assistente Administrativo - Funcionário do Departamento Financeiro – Auxiliar Administrativo As questões foram elaboradas visando, de acordo com os objetivos específicos, identificar o entendimento dos entrevistados organizacional existente na PROAD em relação ao clima e realizar uma análise para identificar os aspectos que mais afetam a Pró-reitoria de Administração. 5.1.1 Entrevista com o responsável pela Divisão de Abastecimento e Patrimônio Em relação à questão nº. 01, sobre ter a disposição equipamentos e recursos necessários para realização do trabalho, o entrevistado respondeu que em termos de equipamentos a Instituição oferece boas condições, apesar de que toda aquisição para o serviço público deve seguir as regras de compras pelo menor preço, os equipamentos disponíveis oferecem boas condições, mas ressaltou que a 47 maior dificuldade está na falta de Recursos Humanos. Para este caso falta planejamento pelos responsáveis em RH, no que diz respeito ao aumento das tarefas realizadas no dia-a-dia, devido à criação de novos cursos, por exemplo, acarretando aumento no volume do trabalho, e ainda com relação as vagas que vão se perdendo quando acontece de funcionários se aposentarem. No que diz respeito às reclamações que surgem sobre condições de trabalho, se são atendidas prontamente, conforme a questão nº. 02, o entrevistado disse que as reclamações não são atendidas prontamente devido ao fato da dificuldade de qualquer providência a ser tomada envolver toda a burocracia que rege os órgãos públicos federais. Em relação à questão n. 03, que indagou se os funcionários formam uma equipe integrada, o entrevistado disse que sim, há muito respeito, solidariedade e principalmente, interação no ambiente de trabalho, proporcionando assim aos envolvidos formar uma equipe de trabalho. Com relação à questão n. 04, que indagou se a comunicação entre os setores da PROAD, contribui para a melhoria da qualidade do trabalho, o entrevistado respondeu que poderia ser melhor e mais clara. Nem sempre a comunicação tem o objetivo de avaliar o impacto do volume de trabalho, as dificuldades encontradas no dia-a-dia entre todas as unidades da PROAD, Ao ser questionado sobre se sente orgulho em fazer parte do quadro dos servidores da PROAD, na questão n. 05, o entrevistado respondeu que não sente orgulho em fazer parte do quadro da PROAD, mas que tem muito respeito pelo trabalho e independente de qualquer coisa, se dedica ao máximo pelo reconhecimento da Instituição. 5.1.2 Entrevista com a secretária executiva da PROAD Em relação à questão n. 01, sobre ter a disposição equipamentos e recursos necessários para realização do trabalho, o entrevistado respondeu não e que os equipamentos adquiridos são comprados quando há disponibilidade de recursos, e que a aquisição é feita após atender as solicitações de maior prioridade. a) No que diz respeito as reclamações que surgem sobre condições de trabalho, se são atendidas prontamente, conforme a questão n. 02, o entrevistado respondeu que as reclamações não são prontamente atendidas e que na 48 maioria das vezes nem chegam a ser atendidas, criando assim falsas expectativas e descontentamento, no caso, para o requisitante. Em relação à questão n. 03, que indagou se os funcionários formam uma equipe integrada, o entrevistado, respondeu que nem sempre, pois existem vários conflitos, devido às diferentes opiniões existentes com relação aos assuntos envolvidos, ocasionando problemas de relacionamento e de interação. Com relação à questão n. 04, que indagou se a comunicação entre os setores da PROAD, contribui para a melhoria da qualidade do trabalho, o mesmo respondeu que contribuiria se os departamentos trabalhassem em conjunto. Ao ser questionado sobre se sente orgulho em fazer parte do quadro dos servidores da PROAD, na questão n. 05 o entrevistado respondeu que sim, que sente orgulho da experiência profissional que adquiriu. E diz ainda que já houve épocas bem melhores, e que fazer parte do quadro não só da PROAD como da UFSCar, era motivo de muito orgulho e segurança para as pessoas. 5.1.3 Entrevista com o funcionário do Departamento de Compras Na questão n. 01 sobre ter a disposição equipamentos e recursos necessários para realização do trabalho, de acordo com o entrevistado, ele respondeu que sim, equipamentos e recursos necessários para realizar o trabalho são disponibilizados de acordo com as necessidades das atividades. Já a questão n. 02, quando perguntado sobre as reclamações que surgem sobre condições de trabalho são atendidas prontamente, o entrevistado respondeu que, nem sempre ou - às vezes - devido a grande rigidez da estrutura e pelo fato de ser uma instituição pública extremamente dependente de outros órgãos do governo, as necessidades não são prontamente atendidas, especialmente no que diz respeito a recursos humanos, pois a instituição depende de autorização para a contratação. Já quanto aos recursos materiais, esses as vezes também demoram em ser atendidos, porque muitas vezes dependem de processo licitatório para sua aquisição, o que demanda um certo tempo. A questão de n. 03 procurou saber se o entrevistado e seus colegas formam uma equipe integrada, a essa questão o entrevistado respondeu que na grande maioria das vezes sim, existe colaboração entre os colegas, principalmente quando o volume de trabalho aumenta. 49 Foi perguntado ao entrevistado, na questão n. 04, se a comunicação entre os setores da PROAD contribui para a melhoria da qualidade do seu trabalho, relatou o entrevistado que a comunicação entre os setores poderia ser bem melhor, que poderia haver algum tipo de troca de experiências entre os vários departamentos, que formam a PROAD, tornando mais claro as atividades que cada um desempenha, disse também que acha que o conhecimento do que o outro departamento efetivamente realiza, poderia contribuir muito para o aumento da qualidade do trabalho de cada um. Na questão n. 05, procurou saber se o entrevistado sente orgulho em fazer parte do quadro dos servidores da PROAD, a esse respeito, o entrevistado respondeu que sim, sente orgulho em fazer parte da equipe de funcionários da PROAD, e principalmente da equipe de funcionários da UFSCar, de maneira geral o ambiente de trabalho da Instituição é muito bom. 5.1.4 Entrevista com funcionário do Departamento de Orçamento Na questão n. 01 sobre ter a disposição equipamentos e recursos necessários para realização do trabalho, de acordo com o entrevistado, ele respondeu que sim, quando há necessidade os equipamentos são providenciados após a solicitação para os superiores hierárquicos. Já a questão n. 02, quando perguntado sobre as reclamações que surgem sobre condições de trabalho são atendidas prontamente, o entrevistado respondeu que, prontamente não, pois há a necessidade de trâmites burocráticos, como a aquisição de mobiliários ou equipamentos, por exemplo. A questão de n. 03 procurou saber se o entrevistado e seus colegas formam uma equipe integrada, a essa questão o entrevistado respondeu que sim, a equipe é integrada, havendo harmonia interpessoal e profissional no ambiente de trabalho. Foi perguntado ao entrevistado, na questão n. 04, se a comunicação entre os setores da PROAD contribui para a melhoria da qualidade do seu trabalho, relatou o entrevistado que nem sempre, em alguns casos, a comunicação não chega a todas as unidades. Na questão n. 05, procurou-se saber se o entrevistado sente orgulho em fazer parte do quadro dos servidores da PROAD, a esse respeito, o entrevistado respondeu que “sim, sinto orgulho”, que gosta muito de trabalhar na PROAD, mas 50 destacou que não se sente valorizado pela alta administração da PROAD, a qual não parece se preocupar com os servidores, apesar de no discurso mostrar o contrário. 5.1.5 Entrevista com funcionário do Departamento de Contabilidade Na questão n. 01 sobre ter a disposição equipamentos e recursos necessários para realização do trabalho, de acordo com o entrevistado, ele respondeu que sim, quando há necessidade os equipamentos são providenciados. Já a questão n. 02, quando perguntado sobre as reclamações que surgem sobre condições de trabalho são atendidas prontamente, o entrevistado respondeu que não, que as reclamações envolvem o número de servidores e esse problema envolve a PROAD como um todo e não é atendido prontamente. Estão sempre “apagando incêndio”. No momento quase toda a PROAD está com falta de servidores, por exemplo. A questão de n. 03 procurou saber se o entrevistado e seus colegas formam uma equipe integrada, a essa questão o entrevistado respondeu que sim, os servidores se identificam com o serviço e isso acaba refletindo no clima de forma positiva. Foi perguntado ao entrevistado, na questão n. 04, se a comunicação entre os setores da PROAD contribui para a melhoria da qualidade do seu trabalho, relatou o entrevistado que a comunicação é um fator imprescindível para a qualidade do serviço. Na questão n. 05, procurou saber se o entrevistado sente orgulho em fazer parte do quadro dos servidores da PROAD, a esse respeito, o entrevistado respondeu que - apesar do volume de serviço e de algumas dificuldades, adoro o que faço e tenho orgulho de trabalhar na PROAD. 5.1.6 Entrevista com funcionário do Departamento de Patrimônio Na questão n. 01 sobre ter a disposição equipamentos e recursos necessários para realização do trabalho, de acordo com o entrevistado, ele respondeu que recebe parcialmente, alguns equipamentos estão antigos e a reposição é lenta. Já a questão n. 02, quando perguntado sobre as reclamações que surgem sobre condições de trabalho são atendidas prontamente, o entrevistado respondeu 51 que, não, que os processos são morosos e político, devido ao fato de depender da burocracia que envolve os trâmites de órgãos públicos. A questão de n. 03 procurou saber se o entrevistado e seus colegas formam uma equipe integrada, a essa questão o entrevistado respondeu que no momento, sim, mas que, no caso dele, demorou anos para se integrar à equipe de seu departamento. Foi perguntado ao entrevistado, na questão n. 04, se a comunicação entre os setores da PROAD contribui para a melhoria da qualidade do seu trabalho, respondeu que não, que ainda há uma burocracia reinante. Na maioria das vezes, a morosidade, a lentidão prejudica a qualidade do trabalho. Na questão n. 05, procurou saber se o entrevistado sente orgulho em fazer parte do quadro dos servidores da PROAD, a esse respeito, o entrevistado respondeu que no momento não, porque a PROAD hoje é preterida em relação à área acadêmica. Faltam servidores, equipamentos, otimização em processos e uma gestão de bom relacionamento entre os servidores, na maioria das vezes, encobrindo interesses políticos. 5.1.7 Entrevista com funcionário do Departamento Financeiro Na questão n. 01 sobre ter a disposição equipamentos e recursos necessários para realização do trabalho, de acordo com o entrevistado, ele respondeu que sim, mas nem sempre os equipamentos solicitados atendem a necessidade do departamento. Já a questão n. 02, quando perguntado sobre as reclamações que surgem sobre condições de trabalho são atendidas prontamente, o entrevistado respondeu que, prontamente não, pois há também a necessidade de trâmites burocráticos, de estudos preliminares para atender as reclamações que surgem. A questão de n. 03 procurou saber se o entrevistado e seus colegas formam uma equipe integrada, a essa questão o entrevistado respondeu que sim, e que está sempre tentando se integrar, proporcionando assim o bom andamento do trabalho. Foi perguntado ao entrevistado, na questão n. 04, se a comunicação entre os setores da PROAD contribui para a melhoria da qualidade do seu trabalho, relatou o entrevistado que nem sempre, em alguns casos, a comunicação não atinge todas as unidades. 52 Na questão n. 05, procurou saber se o entrevistado sente orgulho em fazer parte do quadro dos servidores da PROAD, a esse respeito, o entrevistado respondeu que sim, que sente orgulho em ser funcionário público e que se preocupa com o bom andamento da Instituição. 5.2 Análise do Clima Organizacional - Análise das entrevistas Segundo os colaboradores entrevistados, percebeu-se que, quanto à parte de recursos materiais fornecidos pela organização, há um esforço muito grande, da entidade, para atender as demandas dos colaboradores, porém a falta de recursos e, talvez, a burocracia das organizações públicas, acabam inviabilizando os pedidos e algumas vezes, o recurso fornecido acaba não atendendo as necessidades dos reclamantes. Percebeu-se, pelas respostas da pergunta quanto às reclamações que surgem sobre condições de trabalho ser atendido prontamente, um grande problema para os líderes e a organização como um todo. A grande maioria diz que a instituição não atende suas reclamações, isso acaba gerando um mal estar que é um forte fator desmotivante, visto pelo colaborador. Porém, muitos apontam como resposta a esse problema, a rigidez das entidades públicas e o excesso de burocracia. Fatores estes identificados como os principais pontos colocados pelos entrevistados. Identificou-se a percepção de que as equipes de trabalho, dentro dos departamentos, são bem integradas o que indica um bom clima organizacional. Contudo, a comunicação entre os departamentos é falha e isso acaba dificultando o circuito administrativo de algumas tarefas e procedimentos que ajudariam na harmonia da organização geral. Entretanto, muitas vezes acontece o inverso, isto é, ocorre uma certa competitividade entre os departamentos. Enfim, percebeu-se que os colaboradores, em sua grande maioria, têm prazer em trabalhar na organização, até mesmo devido ao prestigio que a sociedade tem ao reconhecimento do trabalho de uma universidade pública, notadamente a Universidade Federal de São Carlos. 53 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho buscou, analisar e identificar o clima organizacional na Pró-Reitoria de Administração da Universidade Federal de São Carlos, na cidade de São Carlos, Estado de São Paulo. A partir de uma Pesquisa de Clima Organizacional, onde foi realizada uma análise a fim de identificar os seus pontos fracos, expectativas e aspirações visando um entendimento das suas relações internas e um levantamento dos aspectos do clima organizacional. Baseado na abordagem teórica pesquisada, no estudo de caso realizado, na avaliação do clima organizacional e das variáveis que interferem no clima, pode-se chegar a algumas conclusões que são expostas a seguir. Concluiu-se que a organização em todas as etapas do processo do trabalho mostrou-se não muito interessada no clima organizacional, nos resultados da pesquisa e, principalmente, em saber se os colaboradores estavam realmente satisfeitos ou não em trabalhar nela. Nem todos os colaboradores engajaram-se neste processo e procurou de alguma forma colaborar, fazendo críticas e elogios ao trabalho realizado. Sugere-se à Instituição que dê maior importância as pesquisas de clima organizacional, pois esta é uma importante ferramenta que auxilia na revelação da situação atual e real da organização, segundo as percepções e atitudes das pessoas que nela estão inseridas, bem como o estado de ânimo desses funcionários, apontando seu grau de satisfação ou insatisfação em relação ao trabalho realizado e a organização como um todo. Entretanto, de uma forma geral, pode-se afirmar que os colaboradores estão satisfeitos em trabalhar na instituição já que esta possui um clima organizacional que, na grande maioria das vezes, possibilita o crescimento pessoal e profissional de seus colaboradores, já que a imagem da instituição é de grande prestígio junto a todos os colaboradores. Observou-se também que a organização possui bem definido os níveis de responsabilidade e autoridade nos diferentes cargos existentes e que estão bem divulgadas em toda a organização. Porém, a comunicação entre os departamentos é vista como falha e que deve ser melhorada facilitando a cooperação de todos os integrantes e colaboradores. 54 Além disso, verificou-se que a instituição não considera que as pessoas são seu maior patrimônio, seu recurso mais importante, e os colaboradores sentem esse “descaso”, isso faz com que as pessoas não se sintam motivadas a fazerem o melhor delas em benefício da organização. Alguns colaboradores não se consideram bem aproveitados dentro da empresa, podendo ser melhores trabalhados em outras funções ou até mesmo a atual. Constatou-se também que - quase por unanimidade – que os colaboradores consideram grande sua identificação com a empresa e isto significa que esta é um bom lugar para se trabalhar e que possui e cultiva valores fortes que orientam, facilitam e coordenam às ações de todas as pessoas envolvidas dentro da organização. Portanto, o objetivo específico de identificar o clima organizacional, foi atingido. A organização apresenta um bom relacionamento no ambiente de trabalho, facilitando o diálogo e todos demonstram estar dispostos a ouvir e a considerar as diferentes opiniões. Observou-se ainda que o processo de comunicação, apesar de ser um pouco falho, é facilmente compreendido e podendo ser mais bem trabalhado, proporcionando uma visão integrada do todo e os colaboradores poderão ser sempre mantidos informados sobre os assuntos relacionados ao seu trabalho na organização como um todo Cabe ressaltar também, que os colaboradores admiram o trabalho que vem sendo desenvolvido pela instituição, através do publico interno e externo da mesma, e as dificuldades existentes certamente irão ser superadas, como tantas outras foram. Por fim, pode-se concluir que todos os objetivos propostos foram atingidos; verificou-se o grau de satisfação dos colaboradores em trabalhar na organização, mostrou-se – também, a importância de pesquisas de clima organizacional como uma ferramenta a mais no apoio à tomada de decisão das organizações. Procurou-se, ainda, melhorar o desempenho, proporcionando às lideranças informações que orientem na condução das equipes de trabalho e foi verificado que os colaboradores estão assimilando a filosofia, as políticas e os valores da organização. 55 7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAUJO, Luís César G., Teoria Geral da Administração, São Paulo: Atlas, 2004. BOM SUCESSO, Edina de Paula: Relações Interpessoais e Qualidade de Vida no Trabalho / Rio de Janeiro: Qualitymark Ed., 2002. CHIAVENATO, Idalberto, Comportamento Organizacional: a dinâmica do sucesso das organizações. 2. Ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. ________ Introdução à Teoria Geral da Administração, 2 Ed., compacta, Rio de Janeiro, campus 1999. ________ Introdução à Teoria Geral da Administração. 6. Ed. – Rio de Janeiro: Campus, 2000. _________ Recursos Humanos: o capital humano das organizações - 8 ed. São Paulo: Atlas, 2004. GIL, Antônio Carlos: Gestão de Pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo: Atlas, 2001. KWASNICKA, Eunice Laçava: Introdução à administração. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 1995. LACOMBE, Francisco José Masset. Dez segredos do gestor mais eficaz do mundo. Portugal: Abril Control jornal Editora, 1999.p. 94. _________ Administração Princípios e Tendências, Gilberto Luiz Jose Heiborn. – São Paulo: Saraiva, 2003. __________ Recursos humanos: princípios e tendências – São Paulo: Saraiva, 2005. LIMA, Manolita Correia. Monografia: a engenharia da produção acadêmica – São Paulo:Saraiva, 2004. 56 LIMONGI-FRANÇA, Ana Cristina: Qualidade de vida no trabalho – QVT: conceitos e práticas nas empresas da sociedade pós-industrial. 2. Ed. – São Paulo: Atlas, 2004. LUZ, Ricardo. Gestão do Clima Organizacional – Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003. MARCONI, Marina de Andrade; Eva Maria Lakatos - Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados – 3 Ed. – São Paulo : Atlas, 1996. MARRAS, Jean Pierre: Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico – 3º ed. – São Paulo: Futura, 2000. MAXIMIANO, Antônio César Amaru, Teoria Geral da Administração: da escola científica à competitividade na economia globalizada/ 2. ed, - São Paulo: Atlas, 2000. RESENDE, Ênio; Paulo R. Beinater: Gestão de Clima Organizacional: Uma ferramenta de melhoria contínua que leva em conta as pessoas, 1997. ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de Estágio e de Pesquisa em Administração, 2 Ed. São Paulo: Atlas, 1999. VERGARA, Sylvia Constant: Gestão de pessoas. 4. Ed. São Paulo – Atlas, 2005. 57 ANEXO: Questões da entrevista As questões abaixo referem-se ao trabalho de conclusão do curso de Especialização em Gestão Pública da UFSCar, cujo tema é: Clima Organizacional no contexto de uma instituição de Ensino Superior: Um Estudo de Caso na Pró-Reitoria de Administração da Universidade Federal de São Carlos. A presente entrevista tem como objetivo fazer parte do estudo de caso a que se propõe o trabalho. Não haverá identificação dos funcionários que responderão às questões. Os dados, resultados das entrevistas, serão mantidos em absoluto sigilo. 1. Você recebe equipamentos e recursos necessários para realizar seu trabalho? 2. As reclamações que surgem sobre condições de trabalho são atendidas prontamente? 3. Você e seus colegas de trabalho formam uma equipe integrada? 4. A comunicação entre os setores da PROAD contribui para a melhoria da qualidade do seu trabalho? 5. Você sente orgulho em fazer parte do quadro dos servidores da PROAD?