Diário DIVERSÃO & ARTE SANTA MARIA SEXTA-FEIRA, 19 DE NOVEMBRO DE 2010 2 REPRODUÇÃO GABRIEL ESTARÁ NA FEIRA DO LIVRO DE SANTIAGO Página 3 Editor: Francisco Dalcol ☎ 3220.1872 ✉ [email protected] Um caminhão O pianista Arthur Moreira Lima se apresenta hoje, no campus da UFSM, pelo projeto Um Piano na Estrada de boa música O clássico e o popular, às vezes, são conceitos antagônicos. De um lado, um pensamento mais tradicional, mais pomposo. De outro, manifestações que, teoricamente, agradam à massa. Mas, na sociedade contemporânea, é preciso rever essa situação, e trocar experiências entre esses dois mundos é uma boa forma de se fazer isso. É justamente esse o objetivo do projeto Um Piano pela Estrada, do pianista Arthur Moreira Lima, que chega hoje a Santa Maria para uma apresentação no largo do Planetário, no campus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), às 20h. A atividade faz parte das comemorações de aniversário dos 50 anos da instituição e, nos Estados do Sul do Brasil integra a edição Nos Caminhos dos Tropeiros . Misturar os dois tipos de manifestações artísticas não é uma iniciativa tão comum. E a apresentação fica ainda mais interessante se for considerada a estrutura para o show: um caminhão que se transforma em teatro. É quase algo no estilo Transformer. O veículo, pintado e adesivado com o logos de patrocinadores e com o nome do projeto, a primeira vista, parece normal. Mas, ao estacionar, vira um espaço ambulante para concertos. A porta em uma das laterais da carroceria se abre revelando um palco de aproximadamente 45 metros quadrados de área útil, camarim completo e sistema de luz, som, iluminação e telão. O tempo estimado para colocar tudo em seu devido lugar: cerca de duas horas. Não é para menos, já que viajam com o projeto uma equipe de 23 profissionais, entre produtores, assessores e técnicos. Assim, a céu aberto, sem ostentação, fica mais fácil democratizar a arte. Pois, dessa forma, não há distinção de classe social, já que muitas pessoas sentem-se intimadas com casas de espetáculos requintadas. No repertório, temas eruditos de artistas como Bach, Beethoven e Chopin, além composições de nomes bem conhecidos por boa parte dos brasileiros, como Pixinguinha,Villa-Lobos, Ernesto Nazareth, Luiz Gonzaga e Astor Piazzolla. Currículo – Arthur é reconhecido internacionalmente e já fez turnês mundo afora. Entre orquestras com as quais já se apresentou, estão as Filarmônicas de Leningrado, Moscou, Varsóvia, Sinfônicas de Berlim, Vie- na, Praga, BBC de Londres e National da França. Também já esteva ao lado de regentes como Kurt Sanderling, KiriIl Kondrashin, Mariss Jansons, Serge Baudo e Jesus Lopez-Cobos. A revista La Suisse chegou a chamar o músico de “o Pelé do piano”. O pianista nasceu no Rio de Janeiro e começou a estudar o instrumento aos 5 anos. Aos 9, tocou um concerto de Mozart com a Orquestra Sinfônica Brasileira. Entre seus mestres, estão Lúcia Branco (Rio de Janeiro), Marguerite Long (Paris) e Rudolf Kehrer (Conservatório Tchaikovsky de Moscou). Ele estudou e morou fora do Brasil, lançou diversos discos e recebeu inúmeros prêmios. Mesmo com uma carreira internacional consolidada, resolveu voltar para o seu país de origem e assumir o desafio de tornar a música clássica acessível ao maior número possível de pessoas. Junto com a equipe de Arthur, também está o projeto Um Sorriso Pela Estrada, atividade paralela que atende escolas da rede pública com orientações e prevenção da saúde bucal. Na cidade, a contemplada é a Escola Estadual Professora Margarida Lopes, em Camobi. FOTOS: CARLOS GUSTAVO KERSTEN, DIVULGAÇÃO Arthur chegou a ser chamado de ‘Pelé do piano’ EM RESUMO ■ O quê: Projeto Um piano pela Estrada, com concerto de Arthut Moreira Lima ■ Quando: hoje, às 20h, duração de 90min ■ Onde: largo do Planetário, campus da UFSM, em Camobi ■ Quanto: de graça Véuclo vira um teatro ambulante APROVEITE Saiba o que o público terá à disposição para o espetáculo ■ A USFM está disponibilizando cerca de 500 cadeiras. Por isso, quem puder, deve levar a sua ■ Haverá dois banheiros químicos. Os que ficam nos prédios do campus também estarão abertos para quem precisar usá-los ■ Não haverá praça de alimentação. Porém, há lanchonetes em alguns dos edifícios. As mais próximas do Planetário são a do prédio 74 e do CCR ■ Segundo a Agência Experimental de Relações Públicas, que trabalha na divulgação do evento, foi solicitado à Associação dos Transportadores Urbanos (ATU) mais ônibus perto dos horários de início e do fim da apresentação