Relatório técnico-científico FALE/UFMG (2006)
Aluna: Maria Amélia Rodrigues de Mello
Orientadora: Márcia Cançado
Papel Temático e Aktionsart
1. Introdução
Nos estudos a respeito das classes acionais, teorizadas inicialmente por Vendler e
desenvolvidas por diversos outros lingüistas, é freqüente que na definição dessas classes sejam
envolvidas noções ligadas a papel temático, tal como agentividade e causalidade. É o caso de
trabalhos como o de Bertinetto (2001) e Van Valin (2005). Contudo, ainda não há uma
sistematização acerca das possíveis relações entre papéis temáticos e classes acionais. O objetivo
deste trabalho é entender as formas como essa relação pode ou não se estabelecer por meio de
análises de dados empíricos. Como suporte teórico, foram adotadas, para classes acionais, as
definições de Wachowicz & Foltran (2005) e, para papel temático, o trabalho de Cançado (2005).
2. Fundamentação teórica
2.1. Classes acionais
As classes acionais, ou aspecto gramatical, foram propostas por Vendler, retomando
Aristóteles, o qual já havia criado uma classificação dos verbos segundo o tipo de evento que
representam. Vendler propõe a divisão dos predicados das línguas naturais em quatro classes:
estado, atividade, accomplishment e achievement, também chamadas Aktionsart. Tal divisão é
baseada na noção de que cada verbo toma a noção de tempo de uma maneira distinta, e pressupõe
um determinado esquema temporal. As classes acionais representam esses possíveis esquemas.
A primeira delas, estado, denota uma eventualidade que se mantém inalterada num intervalo
temporal, portanto não envolvem um processo que se desenrola no tempo (Vendler, 1967). Os
exemplos prototípicos de estado são as construções com verbos como amar, saber, ser, ter, dentre
outros (para outros exemplos, consultar Moreira, 2000). Bertinetto (2001) atribui ao estado a
característica de durativo, isto é, estados ocorrem em um tempo físico, em oposição a eventos
instantâneos, como achievements, os quais serão vistos a seguir. Caracterizam-se na literatura como
não-agentivos (Wachowicz & Foltran, 2005), e como eventos homogêneos, ou seja, se X ama/sabe
Y, isso é verdadeiro em qualquer subintervalo de tempo.
Atividade igualmente é uma classe caracterizada pela homogeneidade. Entretanto, denotam
processos que se desenvolvem no tempo, embora não caminhem para um ponto final (ponto télico).
“João andou.” é um exemplo de construção classificada como atividade. Accomplishment
compartilha a característica de se desenvolver no tempo, mas com a diferença de progredir para
uma culminância, um ponto final, portanto recebe a classificação de télico. Exemplos típicos são
“João comeu a maçã” e “A neve derreteu”. Ao contrário da atividade, não é homogêneo, mas
quantizado, o que significa que a natureza de cada parte do evento não corresponde ao todo, isto é,
se X comeu/pintou Y, não é verdadeiro que isso ocorreu em cada subintervalo de tempo entre o
início e o fim do processo. Ambas as classes, atividades e accomplishments, são durativas.
Já o achievement possui todas as características de um accomplishment, mas não tem
duração interna, é instantâneo. É a passagem súbita de um estado a outro, exemplificada por
sentenças como “João caiu”. As três classes não estativas — atividade, accomplishment,
1
achievement — todas elas possuem, segundo Bertinetto (2001), a característica de dinâmico, noção
ligada à agentividade (Wachowicz & Foltran, 2005), o que significa que, na literatura, agentividade
é usada na distinção entre classes acionais.
2.2. Papéis temáticos
Tradicionalmente, é atribuída às funções gramaticais, tais como sujeito, objeto e outras, a
capacidade de expressarem, numa sentença, quem é causador da ação, quem sofre a ação, etc. Por
exemplo, (1) e (2):
(1) O leão matou o homem.
(2) O homem matou o leão.
Uma teoria anterior aos papéis temáticos afirmaria que é possível saber quem matou
observando o que ocupa a posição de sujeito, portanto agente, e quem morreu pelo que está na
posição de objeto. Entretanto, ao deparar com sentenças como:
(3) João abriu a porta com a chave.
(4) A chave abriu a porta.
(5) A porta abriu.
Essa hipótese deixa de funcionar. A posição de sujeito não é mais, necessariamente, ocupada
pelo agente da ação. Era preciso, portanto, algum conceito que explicasse como os falantes sabem
quem faz o quê na sentença separadamente da função gramatical. Dessa necessidade, a partir dos
estudos de Gruber (1965), Fillmore (1968) e Jackendoff (1972), surge a noção de papel temático,
que não é uma função gramatical, mas uma noção semântica (Cançado, 2005).
A literatura desenvolveu a teoria dos papéis temáticos, e vários lingüistas criaram listas dos
papéis temáticos encontrados nas línguas naturais. De uma forma geral, contudo, não foi conseguida
uma homogeneidade de quais seriam esses papéis, e de quais são suas características. Cada autor
propõe uma definição diferente para um mesmo papel temático. Agente, por exemplo, pode ser um
elemento que tem controle sobre o desencadeamento da ação (Halliday, 1967) ou simplesmente
aquilo que causa a ação, voluntária ou involuntariamente (Chafe, 1970). É essa inconsistência que
dificulta a correlação de noções de papel temático com outras teorias, como a das classes acionais.
Para contornar esse problema, este trabalho adotou a proposta teórica de Cançado (2005). A
autora não toma papéis temáticos como princípios teóricos, ou seja, não considera os papéis
temáticos como os elementos básicos da teoria. Ela parte de propriedades derivadas de
acarretamentos lexicais para compor cada papel temático.
Por exemplo, o verbo comprar acarreta um comprador, um objeto comprado, alguém de
quem se compra, o valor da compra. Acarreta também que esse comprador desencadeia a ação, tem
controle sobre ela, que o objeto comprado é deslocado e afetado, dentre outros. Dos acarretamentos
lexicais possíveis, foram selecionados, por meio de evidências empíricas, quatro que são
gramaticalmente relevantes, uma vez que a seu respeito podem ser feitas generalizações gramaticais
e porque têm impacto sobre a sintaxe. Esses acarretamentos são as seguintes propriedades:
desencadeador, controle, afetado, objeto estativo. O último se desdobra em subcategorias, como
experienciador, locativo etc, as quais têm relevância nos estudos de hierarquia temática.
No exemplo com o verbo comprar, o comprador é marcado com as propriedades
“desencadeador” e “controle”, pos é ele quem inicia a ação e é quem tem o poder de interrompê-la.
Já o objeto comprado, de “afetado”, pois ao passar para outra pessoa ele tem suas propriedades
modificadas. Dessa forma, os argumentos do verbo recebem não mais os rótulos de “agente”,
“paciente”, “tema”, os quais careciam de uma definição uniforme na literatura, mas uma
combinação das propriedades acima citadas.
2
3. Metodologia
A fim estabelecer quais são, precisamente, as relações entre classes acionais e papel
temático, isto é, para verificar se havia sistematicidade entre a cace acional de uma sentença e os
possíveis papéis temáticos que nela ocorreriam, levantaram-se de 10 a 15 sentenças em cada classe
acional. Uma ampla variação de papéis temáticos foi buscada, para ampliar as possibilidades de
correlação.
Primeiramente, cada uma das sentenças foi testada para que se comprovasse qual era sua
classe acional e a seguir, foram atribuídos os papéis temáticos, segundo os critérios da teoria
adotada. As sentenças, separadas em classes acionais, e também com as atribuições de papel
temático, encontram-se no anexo A.
Foram adotados os seguintes testes para definição da classe acional:
I- Teste para estado:
1) Não ocorre com advérbios “deliberadamente”, “cuidadosamente”( Dowty, 1979)
2) Não ocorre com advérbios do tipo “lentamente” (Van Valin, 2005)
II- Teste para atividade:
1) Ocorre com advérbio “por X tempo”, e a sentença com o advérbio acarreta que a
ação se deu (Se Maria andou por duas horas, Maria andou). (Dowty, 1979)
2) O progressivo acarreta que a ação se deu (Se Maria estava andando, ela andou).
(Dowty, 1979)
3) Ocorre com advérbios “deliberadamente”, “cuidadosamente”( Dowty, 1979)
III-Teste para accomplishment:
1) Ocorre com advérbios do tipo “em X tempo”. (Maria pintou o quadro em dois dias).
(Dowty, 1979)
2) O progressivo não acarreta que a ação se deu. (Se Maria estava pintando o quadro,
ela não pintou o quadro.) (Dowty, 1979)
3) O advérbio “quase” deixa a sentença ambígua. (Maria quase pintou o quadro tem
dois sentidos: ou ela nem começou a pintar o quadro, ou ela começou a pintá-lo e não
terminou) (Wachowicz & Foltran, 2005)
IV- Teste para achievement:
1) Não é ambíguo com “quase”.
2) Não ocorre com advérbio “por X tempo”
Cabe ressaltar que, embora os testes escolhidos tenham sido elaborados para verificar as
propriedades das sentenças que caracterizam determinada classe aspectual, como telicidade,
dinamicidade Bertinetto (2001), cumulatividade e quantização (Krifka, 1998), muitas vezes a
sentença não passa pelo teste não por pertencer a uma classe diferente, mas porque outro elemento é
barrado por aquele teste.
Por exemplo, no teste 1 para estado, “cuidadosamente” muitas vezes não é aceito na
sentença não porque ela não é um estado, mas porque esse advérbio pede, na posição de
desencadeador da ação, o traço [+controle]. Por esse motivo, a aplicação dos testes às sentenças vai
além de a sentença passar pelo teste ou não, mas exige uma análise do por que da obtenção de
determinado resultado.
Na atribuição dos papéis temáticos, com as sentenças já divididas em classes acionais,
foram usadas quatro propriedades: desencadeador, afetado, objeto estativo e controle, sendo que
3
esta última ocorria sempre combinada às outras três. Para decidir qual propriedade se aplicava a
cada argumento, usou-se a intuição de falante da autora desse trabalho e a de sua orientadora.
Por fim, foram cruzadas as duas análises, a fim de verificar quais eram os papéis temáticos
que ocorriam com cada classe acional. Procurava-se esclarecer se, conforme propõe a literatura, o
aspecto gramatical determina em algum grau quais papéis temáticos podem ocorrer nas sentenças
do português brasileiro.
4. Resultados
Estabelecida uma relação sistemática entre papel temático e classe acional, obteve-se a
seguinte distribuição:
Para sentenças classificadas em “estado”, esperava-se encontrar objetos estativos com ou
sem controle. De fato são a maioria, conforme se observa na tabela A, entretanto foram encontradas
sentenças cuja posição de argumento externo era ocupada por desencadeadores sem controle. Já nos
argumentos internos, foram encontrados somente objetos estativos.
Argumento externo
Argumento interno
Tabela A – Quantificação de tipo de papel temático por classe acional (Estado)
Desencadeador Desencadeador Afetado Afetado Objeto estativo Objeto estativo
controle
controle
controle
2
0
0
0
3
5
0
0
0
0
10
0
total
10
10
Em achievement, a possibilidade de construções ergativas ou seu oposto, as causativas (O
balão estourou/ O gato estourou o balão) fazem com que a distribuição de papel temático nos
argumentos externos se equilibre entre afetado e desencadeador. Os objetos estativos aparecem
quando um elemento marcado com [+afetado] ocorre como argumento externo num verbo que não
seja mono argumental.
Argumento externo
Argumento interno
Tabela B – Quantificação de tipo de papel temático por classe acional (Achievement)
Desencadeador Desencadeador Afetado Afetado Objeto estativo Objeto estativo
controle
controle
controle
1
5
5
0
0
0
0
6
0
2
0
total
11
8
Por um processo semelhante, accomplishments aceitam, no argumento externo,
desencadeador e afetado. Sentenças como (5) O técnico consertou o computador de Maria., e (4) O
computador de Maria consertou., demonstram como o processo de ergativização permite que
desencadeador e afetado assumam o lugar de argumento externo. A sentença em que o argumento
interno é um objeto estativo previsivelmente não possibilita a formação de uma ergativa, pela
restrição já colocada em Whitaker-Franchi (1989), em que se determinam duas restrições para
formação de ergativas: que o verbo não seja estritamente agentivo e a presença de um argumento
interno afetado na alternância causativa correlata. Essa restrição explica bem o motivo pelo qual a
sentença (1), Maria dirigiu até a festa., não origina uma ergativa — até a festa é um objeto estativo.
Entretanto, algumas sentenças que aceitam ergativa possuem verbos agentivos, como a
sentença (5) acima citada, enquanto para outras, como (6) Maria comeu uma maçã., a restrição de
verbo agentivo é válida, pois parecem não aceitar a formação de ergativa, ainda que o argumento
interno, na formação causativa, seja afetado. Uma discussão aprofundada sobre a relação entre
papel temático e formação de ergativas é encontrada em Ciríaco & Cançado (2006).
Tabela C – Quantificação de tipo de papel temático por classe acional (Accomplishment)
Desencadeador Desencadeador Afetado Objeto estativo total
controle
Argumento externo 1
6
4
0
11
Argumento interno 0
0
5
1
6
4
Ao contrário de accomplishments e achievements, não foi possível formar ergativas de
atividades, pelo fato de que essas construções não recebem um argumento interno marcado com
[+afetado]. Em todas as sentenças em existiam argumentos internos, eles foram todos classificados
como objeto estativo. Nos argumentos externos, ocorreram sempre desencadeadores, sendo que
controle não é um traço obrigatório.
Tabela D – Quantificação de tipo de papel temático por classe acional (Atividade)
Desencadeador Desencadeador Objeto estativo total
controle
Argumento externo
1
9
0
10
Argumento interno
0
0
5
5
5. Conclusões
Ao verificar empiricamente as relações entre classes acionais e papel temático, algumas
predições da literatura não se confirmaram. O traço [+dinâmico], definido por Bertinetto (2001)
como ligado à característica de agentividade (desencadeador, controle), era atribuído a todas as
classes acionais, menos ao estado. Neste trabalho, observou-se que não somente desencadeador
pode ocorrer como argumento externo, mas também argumentos cuja propriedade temática é
[+afetado] tanto em accomplishments quanto em achievements. A hipótese de Bertinetto, contudo,
foi válida para as atividades. Contrariamente, em “estado”, onde não se esperava encontrar
desencadeador, eles ocorreram em duas das sentenças analisadas.
Por outro lado, verifica-se que nenhuma vez um objeto estativo foi argumento externo de
construções de atividade, accomplishment ou achievement, portanto pode-se afirmar que objeto
estativo só ocorre como argumento externo para construções estativas.
Em suma, este trabalho conclui que na classe acional ‘estado’ na maior parte das vezes
ocorrem, na posição de argumento externo, objetos estativos, e algumas vezes um desencadeador.
Na posição de argumento interno, há exclusivamente objetos estativos. Nos achievements,
encontraram-se argumentos externos com o traço [+desencadeador] e outros com [+afetado], na
mesma proporção, enquanto os argumentos internos dividem-se em afetados e uma minoria de
objetos estativos. Este mesmo padrão foi verificado nos accomplishments. Quanto às atividades, é
possível fazer uma generalização consistente de que os argumentos externos são desencadeadores,
pois nenhum outro foi encontrado, e os argumentos internos foram todos objetos estativos. O traço
[+/- controle] foi encontrado junto a desencadeadores em atividade, accomplishment e achievement,
não em estado, classe em que surge acompanhando o objeto estativo na posição de argumento
externo.
Este é um trabalho preliminar que aborta a questão de uma forma rápida. É necessário mais
pesquisas com maior coleta de dados para que essas relações se comprovem sistemáticas de fato.
Encontraram-se, com este estudo, algumas abordagens e reflexões a respeito de um tema que deve,
em pesquisas posteriores, terminar de ser desenvolvido.
6. Bibliografia
BERTINETTO, P. M. On a frequent misunderstanding in the temporal-aspectual domain: the
‘perfective-telic confusion. In: CECHETTO, C. et alii. Semantic Interfaces: reference, anaphora
and aspect. Stanford: CSLI Publications, 2001.
CANÇADO, M. Posições Argumentais e Propriedades Semânticas. DELTA. V. 21.1, 2005a.
CANÇADO, M. . Manual de Semântica: noções básicas e exercícios. 1. ed. Belo Horizonte: Editora
UFMG, 2005b. v. 1. 183 p
5
CANÇADO, M. . Uma Aplicação da Teoria Generalizada dos Papéis Temáticos: Verbos
Psicológicos. Revista do Gel, São Paulo/Humanitas/Contexto, v. Especial, 2002.
DOWTY, D. Word Meaning and Montague Grammar. Dordrecht: Kluwer, 1979.
FILLMORE, C.J. The Case for Case. In: Bach, E. & R.T. Harms (eds.) Universals in Linguistic
Theory. New York: Holt, Rinehart and Winston, Inc, 1968
GRUBER, J. S. Studies in Lexical Relations. Tese de Doutorado.MIT, 1965; reeditado como parte
de Lexical Structures in Syntax andSemantics. Amsterdam: North Holland, 1976.
JACKENDOFF, R. Semantic interpretation in Generative Grammar. Cambridge/Mass: The MIT
Press, 1972
KRIFKA, Manfred. Thematic relations as links between nominal reference and temporal
constitution. In SAG, I. A.; SZABOLCSI, A. (Ed.). Lexical matters. Stanford: CSLI lecture notes,
n. 24, p. 29-53, 1992.
MOREIRA, C. Princípio de Ligação Sintaxe/Semântica: Construções Estativas. Dissertação de
Mestrado. UFMG, 2000
ROTHSTEIN, S. Structuring Events: A Study in the Semantics of Lexical Aspects. Oxford:
Blackwell Publishing, 2004
VAN VALIN, R. D. Jr. Exploring the Syntax-Semantics Interface. New York: Cambridge
University Press, 2005.
VENDLER, Z. Linguistics in Philosophy. Ithaca: Cornell. 1967
WACHOWICZ, T. & FOLTRAN, M. J. Sobre a Noção de Aspecto. Comunicação 53 Seminário do
GEL. São Carlos, 2005
6
ANEXO A
Aplicação dos testes acionais às sentenças
Estado
1- Maria sabe grego.
a) *Maria sabe grego cuidadosamente.
b) *Maria sabe grego lentamente.
2- Maria tem um carro.
a) *Maria tem um carro cuidadosamente.
b) *Maria tem um carro lentamente.
3- Maria conhece Paris.
a) *Maria conhece Paris cuidadosamente
b) Maria conhece Paris lentamente
4- *Maria mora no Paraná.
a) *Maria mora no Paraná cuidadosamente.
b) *Maria mora no Paraná lentamente.
5- Maria deseja escrever um livro.
a) *Maria deseja escrever um livro cuidadosamente.
b) *Maria deseja escrever um livro lentamente.
6- Maria está na casa da avó.
a) *Maria está na casa da avó cuidadosamente.
b) *Maria está na casa da avó lentamente.
7- Maria precisa de mais tempo.
a) *Maria precisa de mais tempo cuidadosamente.
b) *Maria precisa de mais tempo lentamente.
8- Cachorros assustam Maria.
a) *Cachorros assustam Maria cuidadosamente.
b) *Cachorros assustam Maria lentamente.
9- Música agrada Maria.
a) *Música agrada Maria cuidadosamente.
b) *Música agrada Maria lentamente.
10- Ronaldo curte passar férias no Brasil.
a) *Ronaldo curte passar férias no Brasil cuidadosamente.
b) *Ronaldo curte passar férias no Brasil lentamente.
Achievement
1- Maria perdeu a caneta.
a) Maria quase perdeu a caneta. (não é ambígua Æ Maria não perdeu a caneta.)
7
b) *Maria perdeu a caneta por duas horas.
2- O balão estourou
a) O balão quase estourou (não é ambígua Æ O balão não estourou)
b) *O balão estourou por duas horas.
3- O gato estourou o balão.
a) O gato quase estourou o balão. (não é ambígua Æ O gato não estourou o balão.)
b) *O gato estourou o balão por duas horas.
4- O calor estourou o balão.
a) O calor quase estourou o balão. (não é ambígua Æ O calor não estourou o balão.)
b) *O calor estourou o balão por duas horas.
5- A abelha morreu com o inseticida.
a) A abelha quase morreu com o inseticida. (não é ambígua Æ
b) *A abelha morreu com o inseticida por duas horas.
6- Maria levou a irmã à festa.
a) Maria quase levou a irmã à festa. (não é ambígua Æ Maria não levou a irmã à festa.)
b) *Maria levou a irmã à festa por duas horas.
7- Maria lançou novo livro na Bienal.
a) Maria quase lançou novo livro na Bienal. (não é ambígua Æ Maria não lançou novo livro na
Bienal.)
b) *Maria lançou novo livro na Bienal por duas horas.
8- Maria lançou a pedra no lago.
a) Maria quase lançou a pedra no lago. (não é ambígua Æ Maria não lançou a pedra no lago.)
b) *Maria lançou a pedra no lago por duas horas.
9- O vento lançou as folhas no chão.
a) O vento quase lançou as folhas no chão. (não é ambígua Æ O vento não lançou as folhas no
chão.)
b) *O vento lançou as folhas no chão por duas horas.
10- A criança nasceu em outubro.
a) A criança quase nasceu em outubro. (não é ambígua Æ A criança não nasceu em outubro.)
b) A criança nasceu em outubro por duas horas.
11- O cantor venceu a disputa com a estilista.
a) O cantor quase venceu a disputa com a estilista. (não é ambígua Æ O cantor não venceu a
disputa com a estilista.)
b) *O cantor venceu a disputa com a estilista por duas horas.
Accomplishment
1- Maria dirigiu até a festa.
a) Maria dirigiu até a festa em duas horas.
b) Maria estava dirigindo até a festa. (Maria não dirigiu até a festa.)
c) Maria quase dirigiu até a festa. (É ambígua: Maria nem começou a dirigir, ou dirigiu por um
tempo sem contudo chegar à festa)
2- Maria colou o vaso.
a) Maria colou o vaso em duas horas.
b) Maria estava colando o vaso. (Maria não colou o vaso.)
c) Maria quase colou o vaso. (É ambígua: Maria nem começou a colar o vaso, ou colou-o por
um tempo sem contudo colar por completo)
3- O vaso colou.
a) O vaso colou em duas horas.
b) O vaso estava colando. (O vaso não colou.)
c) O vaso quase colou. (É ambígua: O vaso nem começou a colar, ou colou em parte sem
8
contudo colar por completo)
d) O vaso colou.
4- O computador de Maria consertou.
a) O computador de Maria consertou em duas horas.
b) O computador de Maria estava consertando. (O computador de Maria não consertou.)
c) O computador de Maria quase consertou. (É ambígua: O computador nem começou a
consertar, ou consertou em parte sem contudo consertar por completo)
5- O técnico consertou o computador de Maria.
a) O técnico consertou o computador de Maria em duas horas.
b) O técnico estava consertando o computador de Maria.( O técnico não consertou o
computador de Maria.)
c) O técnico quase consertou o computador de Maria. (É ambígua: O técnico nem começou a
consertar o computador, ou consertou em parte sem contudo consertar por completo)
6- Maria comeu uma maçã.
a) Maria comeu uma maçã em duas horas.
b) Maria estava comendo uma maçã. (Maria não comeu uma maçã.)
c) Maria quase comeu uma maçã. (É ambígua: Maria nem começou a comer a maçã, ou comeu
em parte sem contudo comê-la por completo)
7- O artista pintou o quadro.
a) O artista pintou o quadro.em duas horas.
b) O artista estava pintando o quadro. (O artista não pintou o quadro.)
c) O artista quase pintou o quadro. (É ambígua: O artista nem começou a pintar o quadro, ou
pintou em parte sem contudo pintá-lo por completo)
8- O avião decolou.
a) O avião decolou em duas horas.
b) O avião estava decolando. (O avião não decolou.)
c) O avião quase decolou. (É ambígua: O avião nem começou a decolar, ou decolou por um
tempo sem contudo terminar o processo de decolagem)
d) O avião decolou.
9- O sol derreteu o gelo.
a) O sol derreteu o gelo em duas horas.
b) O sol estava derretendo o gelo. (O sol não derreteu o gelo.)
c) O sol quase derreteu o gelo. (É ambígua: O sol nem começou a derreter o gelo, ou derreteu
em parte sem contudo derretê-lo por completo)
10- O gelo derreteu.
a) O gelo derreteu em duas horas.
b) O gelo estava derretendo. (O gelo não derreteu.)
c) O gelo quase derreteu. (É ambígua: O gelo nem começou a derreter, ou derreteu em parte
sem contudo derreter por completo)
Atividade
1- Maria andou.
a) Se Maria andou por duas horas, Maria andou.
b) Se Maria estava andando, Maria andou.
c) Maria andou cuidadosamente.
2- Maria dirigiu ontem.
a) Se Maria dirigiu ontem por duas horas, Maria dirigiu ontem.
b) Se Maria estava dirigindo ontem, Maria dirigiu ontem.
c) Maria dirigiu ontem cuidadosamente.
9
3- Maria contou piadas para seus amigos.
a) Se Maria contou piadas para seus amigos por duas horas, Maria contou piadas para seus
amigos.
b) Se Maria estava contando piadas para seus amigos, Maria contou piadas para seus amigos.
c) Maria contou piadas para seus amigos.
4- A atriz arrancou gargalhadas e aplausos do público.
a) Se a atriz arrancou gargalhadas e aplausos do público por duas horas, a atriz arrancou
gargalhadas e aplausos do público.
b) Se A atriz estava arrancando gargalhadas e aplausos do público, A atriz arrancou
gargalhadas e aplausos do público.
c) A atriz arrancou cuidadosamente gargalhadas e aplausos do público.
6- Maria estudou grego.
a) Se Maria estudou grego por duas horas, Maria estudou grego.
b) Se Maria estava estudando grego, Maria estudou grego.
c) Maria estudou grego.
7- Maria toca violão.
a) Se Maria toca violão por duas horas, Maria toca violão.
b) Se Maria estava toca violão, Maria toca violão.
c) Maria toca cuidadosamente violão.
8- A Sandra não cozinha todos os dias.
a) Se a Sandra não cozinha todos os dias por duas horas, Sandra não cozinha todos os dias.
b) Se a Sandra não está cozinhando todos os dias, Sandra não cozinha todos os dias.
c) A Sandra não cozinha todos os dias.
9- Laura nadou.
a) Se Laura nadou o dia por duas horas, Laura nadou.
b) Se Laura estava nadando, Laura nadou.
c) Laura cuidadosamente nadou.
10- Laura recitou poemas.
a) Se Laura recitou poemas por duas horas, Laura recitou poemas.
b) Se Laura estava recitando poemas, Laura recitou poemas.
c) Laura cuidadosamente recitou poemas.
10
ANEXO B
Atribuição de papéis temáticos às sentenças
Estado
1- Maria sabe grego.
Maria: objeto estativo, controle
grego: objeto estativo
2- Maria tem um carro.
Maria: objeto estativo, controle
um carro: objeto estativo
3- Maria conhece Paris.
Maria: objeto estativo, controle
Paris: objeto estativo
4- Maria mora no Paraná.
Maria: objeto estativo
no Paraná: objeto estativo
5- Maria deseja escrever um livro.
Maria: objeto estativo, experienciador
escrever um livro: objeto estativo, objeto
6- Maria está na casa da avó.
Maria: objeto estativo, controle
a casa da avó: objeto estativo, locativo
7- Maria precisa de mais tempo.
Maria: objeto objeto estativo, controle
mais tempo: objeto estativo
8- Cachorros assustam Maria.
Cachorros: desencadeador
Maria: objeto estativo.
9- Música agrada Maria.
Música: desencadeador
Maria: objeto estativo
10- Ronaldo curte passar férias no Brasil.
Ronaldo: objeto estativo
passar férias no Brasil: objeto estativo
Achievement
1- Maria perdeu a caneta.
Maria: afetado
11
a caneta: objeto estativo
2- O balão estourou
O balão: afetado
3- O gato estourou o balão.
O gato: desencadeador, controle
o balão: afetado
4- O calor estourou o balão.
O calor: desencadeador
o balão: afetado
5- A abelha morreu com o inseticida.
a abelha: afetado
6- Maria levou a irmã à festa.
Maria: desencadeador, controle
a irmã: afetado
7- Maria lançou novo livro na Bienal.
Maria: desencadeador, controle
novo livro: afetado
8- Maria lançou a pedra no lago.
Maria: desencadeador, controle
a pedra: afetado
9- O vento lançou as folhas no chão.
O vento: desencadeador
as folhas: afetado
10- A criança nasceu em outubro.
A criança: afetado
11- O cantor venceu a disputa com a estilista.
o cantor: afetado
a disputa: objeto estativo
Accomplishment
1- Maria dirigiu até a festa.
Maria: desencadeador, controle
até a festa: objeto estativo
2- Maria colou o vaso.
Maria: desencadeador, controle
o vaso: afetado
3- O vaso colou.
o vaso: afetado
4- O computador de Maria consertou.
o computador de Maria: afetado
5- O técnico consertou o computador de Maria.
O técnico: desencadeador, controle
o computador de Maria: afetado
6- Maria comeu uma maçã.
Maria: desencadeador, controle
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uma maçã: afetado
7- O artista pintou o quadro.
O artista: desencadeador, controle
o quadro: afetado
8- O avião decolou.
O avião: afetado
9- O sol derreteu o gelo.
o sol: desencadeador
o gelo: afetado
10- O gelo derreteu.
o gelo: afetado
Atividade
1- Maria andou.
Maria: desencadeador, controle
2- Maria dirigiu ontem.
Maria: desencadeador, controle
3- Maria contou piadas para seus amigos.
Maria: desencadeador, controle
piadas: objeto estativo
4- A atriz arrancou gargalhadas e aplausos do público.
A atriz : desencadeador, controle
gargalhadas e aplausos: objeto estativo
6- Maria estudou grego.
Maria: desencadeador, controle
grego: objeto estativo
7- Maria toca violão.
Maria: desencadeador, controle
violão: objeto estativo
8- A Sandra não cozinha todos os dias.
A Sandra: desencadeador, controle
9- Laura nadou o dia todo.
Laura: desencadeador, controle
10- Laura recitou poemas.
Laura: desencadeador, controle
poemas: objeto estativo
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Papel Temático e Aktionsart