ANEXO
EDMUNDO ANTÓNIO RIBEIRO MARQUES DE CAMPOS
Por ter sido aí que sua Mãe estava colocada como Professora, nasceu em Arcos de Valdevez na década de
1930, passando a residir em Guimarães aos dois meses de idade, no seio de uma Família que tinha como
referencial a memória do avô paterno, o advogado António Marques, que tinha sido Vice-Presidente da
Câmara Municipal presidida pelo Padre João Oliveira Guimarães, Abade de Tagilde, entre 1905 e 1907.
Estudou no Liceu de Guimarães e iniciou a sua vida profissional como bancário, tendo atingido em 1975
funções de sub-gerência da agência de Guimarães do então Banco Português do Atlântico, altura em que foi
convidado para presidir à Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Guimarães.
O convite surgiu na sequência das eleições para a Assembleia Constituinte, que decorreram em 25 de Abril de
1975, as primeiras realizadas no Portugal Democrático, nas quais o Partido Socialista foi o mais votado no
Município de Guimarães. Em consequência, a primeira Comissão Administrativa da Câmara Municipal,
presidida pelo advogado José Augusto da Silva e nomeada pelo MDP/CDE, considerou não ter legitimidade
eleitoral e solicitou a sua substituição por uma nova Comissão Administrativa a ser indicada pelo Partido
Socialista e que integrou igualmente elementos do então Partido Popular Democrático, a segunda força mais
votada.
Filiado no partido desde 1974, Edmundo Marques de Campos foi escolhido pelo Partido Socialista para presidir
a essa Comissão Administrativa. Antes, na década de 1970, tinha sido dirigente da Associação Recreativa
“Convívio” e da Associação dos Antigos Estudantes do Liceu de Guimarães.
O mandato da referida Comissão Administrativa decorreu durante todo o ano de 1976, no final do qual tiveram
lugar as primeiras eleições democráticas municipais.
Em 1976, para além da continuação da satisfação das primeiras necessidades básicas das populações,
nomeadamente no Município suburbano e rural, como pavimentação e abertura de caminhos e estradas
municipais, eletrificações e construção de escolas, foram aprovados pelo Governo, por proposta insistente da
Câmara Municipal, os novos limites da cidade que passaram a incluir a área de Pevidém e freguesias
confinantes, permitindo a classificação de Guimarães como Município urbano de 1ª.
Em dezembro de 1976, Edmundo Marques de Campos foi eleito Presidente da Câmara Municipal para o
mandato 1977/1979. Nesse mandato merecem especial referência:
- O início da reabilitação da cidade, designadamente com a aquisição da primeira fábrica de curtumes, no
quarteirão de Couros, com a aquisição da Casa da Rua Nova, mais tarde sede do GTL e Prémio Europa Nostra,
e, com a colaboração do arq. Gomes Fernandes, ao tempo Secretário de Estado e a seu pedido, a contratação
dos primeiros técnicos colocados na Câmara com vista à realização de estudos para a reabilitação urbanística
do casco histórico;
- a aquisição do Palácio de Vila Flor para as instalações provisórias da Universidade do Minho, decisão que foi
decisiva para a concretização de Guimarães como cidade universitária, num tempo em que a localização de
todos os cursos em Braga era defendida pela Reitoria universitária;
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ANEXO
- a conclusão das habitações sociais da Urbanização da Conceição, assumindo a Câmara Municipal a
responsabilidade da entrega de casas perante adiamentos constantes do Fundo de Fomento da Habitação,
entidade pública sua proprietária;
- as diligências para a decisão da construção do Bairro Social da Emboladoura, em Gondar, iniciada nesse
mandato, embora só concluída no mandato seguinte;
- a construção de várias estradas municipais de relevante função na estruturação viária do Município, como
Urgezes/Abação, por Pinheiro, e Serzedelo/Conde por Gandarela, entre outras;
- a adjudicação da elaboração do Plano Geral de Urbanização da Cidade de Guimarães ao Arquiteto Fernando
Távora, cuja apresentação decorreu no final do mandato em 1979, e que foi decisiva para a participação do
prestigiado Arquiteto no urbanismo da cidade e para a sua proposta futura de reabilitação da zona hoje
classificada como centro histórico;
- a decisão de aquisição do mobiliário da então designada “Albergaria da Oliveira”, mais tarde Pousada da
Oliveira, inaugurada em 1980, no ano seguinte ao termo do seu mandato.
- a construção de cerca de duzentas novas salas de aula do ensino primário, e várias novas escolas, como as de
Mascotelos e Mesão Frio, entre outras;
- a adjudicação do primeiro projeto global de saneamento da cidade;
- a instalação do Horto Municipal nos jardins do Palácio de Vila Flor, após a sua aquisição para as instalações da
Universidade do Minho;
- a conclusão da eletrificação de todo o concelho, com a instalação da luz pública em Gominhães, a última
freguesia a ser eletrificada;
- o alargamento da rede de transportes urbanos a Pevidém e freguesias confinantes, como consequência da
sua integração na área urbana da cidade;
- o início e desenvolvimento da construção da Pousada da Costa, inaugurada no mandato seguinte;
- o início da instalação do Parque Industrial de Ponte;
e
- o retomar das comemorações do 24 de Junho com a presença do Presidente da República Ramalho Eanes nas
cerimónias de 1979.
Edmundo Marques de Campos não se recandidatou às eleições de 1979, por opção profissional, tendo
regressado às suas funções profissionais de gerente bancário.
Alguns anos mais tarde, na década de 1980, passou a residir em Vila do Conde.
Manteve porém uma forte ligação afetiva a Guimarães e tem participado nas várias cerimónias oficiais do
Município na sua qualidade de anterior Presidente da Câmara Municipal.
Departamento/Divisão/Serviços
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Edmundo Campos - Município de Guimarães