PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE T emática Acessibilidades, M obilidade e Logística António Pérez Babo RELATÓRIO SECTORIAL JUNHO DE 2009 Todas as posições expressas nos documentos são da estrita responsabilidade dos seus autores, não vinculando nem comprometendo, em caso algum, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte – CCDR-N PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Sumário AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A S u m á r i o Pág. PARTE I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional 5 0. Introdução 6 1. Padrão de Mobilidade no NW da RN 1.1. Um padrão de mobilidade pouco evoluído 9 “ 1.2. Indicadores mais significativos 10 Acessibilidade e Transportes Rodoviários 2 . 1 . Acessibilidades rodoviárias 18 “ 2. 2.1.1. O ciclo das novas estradas ainda não terminou 3. 4. “ 2.1.2. A coesão territorial 19 2.1.3. O Plano Rodoviário Nacional 20 2.1.4. A hierarquização das diferentes redes rodoviárias 23 2 . 2 . O transporte rodoviário de pessoas 27 O Norte Ferroviário 3 . 1 . As diferentes Redes e Serviços 35 “ 3.1.1. As redes ferroviárias “ 3.1.2. A cobertura territorial “ 3.1.3. O Programa de Investimentos da REFER concluído em 2006 40 3.1.4. Hierarquia ferroviária e níveis de oferta e de procura 41 3.1.5. A escala ibérica do (novo) transporte ferroviário 44 3.1.6. A rede de Metro Ligeiro de Superfície 45 3.1.7. A rede ultraligeira na cidade do Porto 50 O Norte Logístico 4 . 1 . Introdução 4.1.1. A nova aposta infraestrutural 53 “ “ 4.1.2. O transporte de mercadorias e as suas infraestruturas âncora 54 4.1.3. O sector da actividade logística na Região do Norte 66 4.1.4. A logística como actividade de escala sub-regional, mas sobretudo metropolitana 69 4.1.5. As plataformas e os problemas existentes nas áreas de concentração de actividades 71 logísticas 5. 4.1.6. O “Portugal Logístico” 77 4.1.7. Outras infraestruturas regionais 79 4.1.8. Mercado potencial para as Plataformas Logísticas 82 4.1.9. Organização estratégica do sector 85 4.1.10. Plataformas de Segunda Geração e sua gestão 90 Conclusões 94 Quadros, Figuras e Gráficos Quadro 1 - Repartição Modal das Deslocações (2000) Quadro 2 - Dados Gerais de Mobilidade da População Residente em 2000 Quadro 3 - Tempo Médio das Viagens Quadro 4 - Distâncias-tempo das Sedes de Concelho aos Itinerários P e C previstos no PRN2000 Abril de 2009 11 12 14 21 2 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Sumário AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Quadro 5 - Lista de realizações para a Região do Norte decorrentes do PRN 2000 Quadro 6 - Transportes Urbanos Quadro 7 - Transporte Rodoviário Transfronteiriço por Autocarro Quadro 8 - Visitantes não Residentes Quadro 9 - Fronteiras Rodoviárias da RN Quadro 10 - As “Fronteiras” da RN com a Região Centro Quadro 11 - Extensão quilométrica dos diferentes tipos de ferrovia em operação na RN Quadro 12 - Serviços Ferroviários na RN e cidades abrangidas Quadro 13 - Indicadores comparativos RN com Portugal, Galiza e Espanha Quadro 14 - Hierarquia ferroviária na RN Quadro 15 - Níveis de serviço/ procura na rede ferroviária na RN Quadro 16 - Dados gerais do MLS do Porto Quadro 17 - Dados gerais do Serviço do MP 26 28 30 “ 32 33 35 36 39 42 43 46 47 Quadro 18 - Dados da procura do MP Quadro 19 - Dados gerais da rede ferroviária ultraligeira Quadro 20 - Carga no Aeroporto FSC em 2006 Quadro 21 - Carga no Aeroporto FSC em 2006, por Companhia Quadro 22 - Tráfego comercial aéreo de mercadorias em 2003 Quadro 23 - Movimentos nos Portos marítimos em 2004 Quadro 24 - Tráfego Portuário Quadro 25 - Tráfego de Contentores em Leixões, em 2005 Quadro 26 - Mercadorias transportadas por ferrovia em 2003 Quadro 27 - Mercadorias transportadas por rodovia em 1998 Quadro 28 - Mercadorias transportadas por rodovia em 1998 Quadro 29 - Parque de veículos pesados de mercadorias e seu tipo (1998) Quadro 30 - Transporte Internacional de mercadorias Quadro 31 - Mercadorias de "interesse logístico" na Região do Norte Quadro 32 - Carga Internacional na RN todos os Modos de Transporte (estimativa) Quadro 33 - O “Portugal Logístico” na RN Quadro 34a - Organização tipológica e funcional da “infraestrutura” logística de iniciativa pública RN Quadro 34b - Organização tipológica e funcional da “infraestrutura” logística de iniciativa pública RN 48 51 55 56 57 58 59 “ 60 61 62 “ 63 65 66 78 86 87 Gráfico 1 - Repartição Modal Gráfico 2 - O papel dos TP‟s na Mobilidade da População Gráfico 3 - Grau de “Metropolitanização” dos 33 Concelhos Gráfico 4 - Evolução das diferentes categorias de itinerários (em extensão) Gráfico 5 - Evolução da Carga no Aeroporto FSC 11 13 15 24 55 Figura 1- Grau de metropolitanização dos 33 concelhos Figura 2 - Distâncias-tempo das sedes de concelho aos IP‟s e IC‟s Figura 3 - Cobertura territorial da ferrovia convencional e sua hierarquia (ver Quadro 4) Figura 4 - Patamares de Velocidade na Rede Ferroviária na RN Figura 5 - Redes ferroviárias ligeira e ultraligeira na Área Metropolitana do Porto Figura 6a - Áreas de concentração de actividades logísticas e Infraestruturas existentes na RN Figura 6b - Áreas de concentração de actividades logísticas e Infraestruturas existentes na RN Figura 6c - Áreas de concentração de actividades logísticas e Infraestruturas existentes na RN 15 22 38 44 49 73 80 81 Esquema 1- Mercadorias transportadas por rodovia em 1998 Esquema 2- ÁREAS de concentração de actividades LOGÍSTICAS na AMP e Infraestruturas âncora 64 75/ 76 3 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Sumário AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A PARTE II – Modelo Territorial 1. As Estradas 1.1. Ponto prévio 1.3. Correcção da hierarquia rodoviária 103 1.4. Redefinição da rede de itinerários complementares ” 1.5. A rede regional de estradas – critérios e objectivos 105 1.6. Redes de Itinerários Municipais 106 “ 1.8. Três questões estruturantes para a definição futura de rede viária principal 109 As Redes Ferroviárias 110 “ 2.2. A rede de altas prestações (1435mm) 111 2.3. A potenciação da articulação entre as duas redes ferroviárias 114 2.4. A questão ferroviária no Vale do Douro 117 2.5. O programa das “ecopistas” em linhas desactivadas 118 2.6. A expansão da rede de metro na AM Porto 119 2.7. A criação de redes de eléctricos 120 Outras infraestruturas de transporte e logística 122 3.1. Aeroportuárias 4. “ 101 2.1. A rede convencional (1668mm) 3. 100 1.2. Revisão “em baixa” do PRN 1.7. Conexões com os espaços de fronteira – Galiza, Castela-Leão e Região Centro 2. 99 “ 3.2. Marítimo-portuárias 123 3.3. Via Navegável do Douro 124 3.4. Plataformas logísticas e outras infraestruturas 125 Conclusões 130 Figuras e Quadros Figura 1 – Proposta de correcção da hierarquia viária na RN Figura 2 – Rede Viária Estruturante de articulação externa Figura 3 – Redes Ferroviárias no NW Peninsular Figura 4 – Áreas de concentração de actividades logísticas e Infraestruturas existentes na RN Figura 5 – Infraestruturas de Transportes e Sistema Urbano – Cenário Prospectivo 103 108 113 126 131 Quadro 1 – Exemplos (propostas) de definição de novos itinerários complementares na RN Quadro 2 – Organização tipológica e funcional da infraestrutura logística na RN 104 127 PARTE III – Normas Orientadoras 133 1. Acessibilidades, Mobilidade e Logística 1.1. Orientações Estratégicas 1.2. Directivas - Acessibilidades, Mobilidade e Logística 134 “ 139 Anexo Técnico 143 PARTE IV – Indicadores 146 Indicadores de realização e de resultado – os desafios regionais para 2000-13 147 PARTE V – Programa de Execução 149 FICHA TÉCNICA 173 4 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A PARTE I Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional Maio 2007 Abril de 2009 5 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A 0. Introdução De acordo com a metodologia definida para a elaboração deste Plano Regional, a presente caracterização beneficia de trabalho anteriormente elaborado no âmbito do Diagnóstico Prospectivo da Região do Norte – Norte 2015, que apontava para a necessidade de se encarar os tema das acessibilidades e transportes numa óptica bastante mais alargada do que é corrente, ou seja, não sobrevalorizando a acessibilidade rodoviária como solução para todos os atrasos. Até porque diferentes indicadores de mobilidade apontam para uma insuficiência que poderá precisamente residir na excessiva dependência das pessoas e organizações relativamente ao transporte individual motorizado, cujo recente incremento resulta também do grande desenvolvimento verificado nos diferentes níveis da rede rodoviária. Por outro lado, a dotação de infraestruturas logísticas deverá tomar nos próximos anos um papel de primeira linha, dadas as consequências benéficas que poderá acarretar para a estrutura económica regional. Sendo certo que os próximos anos terão de reflectir a capacidade regional de enveredar por opções viradas fundamentalmente para a qualificação das pessoas, das organizações, dos serviços prestados e também das infraestruturas de suporte, a verdade é que ainda se pode considerar a RN deficitária em termos de diferentes tipos de infraestruturas de transportes, sendo certo que uma alteração do paradigma modal choca com as carências ainda existentes ao nível da rede viária nacional no interior da região. Preenchendo em geral um quadro de preocupações e reivindicações consensuais, a rede viária em todos os seus níveis poderá estar a encaminhar-se para um sobredimensionamento inútil, engodo conducente tanto a uma economia altamente dependente quer do ponto de vista energético e ambiental, como a uma ideia de grande mobilidade e condição de desenvolvimento, que pode acabar por sucumbir no próprio congestionamento que gera, sem permitir que se desenvolvam alternativas válidas a diferentes escalas – a inter e a intraurbana. Frisa-se que o problema também tem diferentes escalas: ninguém antevê congestionamentos numa auto-estrada que ligue Viana do Castelo a Ponte de Lima, por exemplo, mas o que é certo é que a vantagem temporal oferecida por essa infraestrutura quando completada, pode muito bem vir a ser anulada pelos tempos de entrada, de estacionamento e de saída nos centros urbanos que liga. Poderemos ser tentados a afirmar que os transportes públicos são uma questão menor ou secundária haja estradas que depois alguém os resolverá! - não tendo por isso lugar na discussão das políticas, quando estas estão muito viradas para a aplicação à escala regional de ajudas financeiras externas. Pelo contrário, julga-se que quanto maiores forem as possibilidades de se oferecer, a todos os níveis, em todos os locais, para todas as idades e para todas as condições, alternativas competitivas ao transporte 6 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A individual, mais se contribuirá para uma região qualificada. Atenda-se ainda que a questão não está numa dicotomia de usos ou numa fronteira de acesso que se passa, no sentido da entrada ou no da saída, para sempre e de forma definitiva; não se trata de aceder ao automóvel e nunca mais o largar, nem de voltar aos transportes públicos para nunca mais usufruir do conforto de uma solução individual. A questão está na variedade de opções e na capacidade de escolha da melhor solução (combinação de diferentes modos de transporte) para cada necessidade em concreto, e que pode variar de dia para dia. Face ao nível já atingido pelas taxas de motorização em Portugal, a questão coloca-se agora do lado do abaixamento dos índices de utilização do carro próprio, mesmo nos casos de manifesto sobredimensionamento das redes rodoviárias. Mas, a viabilização da mobilidade na condição urbana em que se encontra ou encontrará a grande maioria da população na RN, não passa só pela questão dos modos de transporte, mas também pela organização do abastecimento urbano e da logística associada a formas menos nefastas de o fazer. A questão mais evidente desta problemática reside no que se costuma designar por “cargas e descargas” que afectam o quotidiano das nossas ruas e estradas, e que condicionam enormemente o padrão de utilização dos espaços-canal (sobrelargura do espaço automóvel), sendo por isso uma das causas principais da desqualificação urbana e do atrofiamento de modos de transporte alternativos – quantos quilómetros de corredores BUS estão por fazer, ou quantos quilómetros de passeios estão por alargar e arborizar nas nossas cidades, por causa da falta de organização do abastecimento urbano? Associado a este tema está a questão do estacionamento automóvel; o espaço que a cidade reserva às diferentes componentes do estacionamento é também um dos entraves à qualificação do espaço público e ao crescimento da mobilidade urbana. O financiamento das componentes que, a montante, permitam a reestruturação do espaço público e o desenvolvimento de outros modos de transporte é por isso estratégico para a mobilidade e para a qualidade de vida dos cidadãos; e também o é para o aumento da competitividade dos indivíduos, das organizações e das próprias cidades. O presente documento trata em partes distintas quatro temas principais: - O da MOBILIDADE, caracterizada por três ou quatro indicadores mais importantes (número de viagens/ dia por pessoa, tempos de deslocação casa-trabalho e taxa de população não móvel); - O da ACESSIBILIDADE RODOVIÁRIA e dos transportes públicos a ela associados, sendo a finalização do Plano Rodoviário Nacional e a Hierarquização das Redes a principal dificuldade que será necessário vencer, a par com a organização do transporte em zonas de baixa densidade de utilização; 7 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A - O das INFRAESTRUTURAS FERROVIÁRIAS quer no que respeita ao projecto estratégico da bitola europeia, como à consolidação da rede convencional (ferrovia pesada), e ainda a questão da expansão das ferrovias ligeira e ultraligeira; - O das INFRAESTRUTURAS LOGÍSTICAS como resposta a um dos sectores da actividade económica cujo estrangulamento poderá estar a contribuir para a lentidão com que a economia no Norte de Portugal responde aos novos desafios da globalização. 8 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A 1. PADRÃO DE MOBILIDADE NO NW DA RN 1.1. 1.1.1. Um padrão de mobilidade pouco evoluído 1 Com base na informação disponível , fica a ideia genérica de que a população na RN apresenta médios e baixos níveis de mobilidade e que o transporte individual em carro próprio e o transporte a pé representam uma percentagem maioritária das soluções utilizadas. Têm-se assistido a uma perda ou estagnação de passageiros no transporte público, mesmo nas conurbações mais densas (Quadro 6), sendo que nas cidades médias e pequenas e no interurbano “de curta e média distâncias”, o perfil dos utentes do transporte público assenta basicamente na população escolar, na componente feminina dos agregados de baixos recursos e nos idosos. Do ponto de vista dos motivos da mobilidade das pessoas, as últimas décadas mostram um crescimento galopante das deslocações por “outros motivos”, sendo que as deslocações casa-trabalho e casa-escola, apesar de ainda serem maioritárias, estão a perder peso relativo. 2 Nos espaços de baixa e muito baixa densidade assiste-se ao desaparecimento generalizado da oferta de transportes público rodoviário fora dos principais eixos interurbanos ou nos locais em que o transporte escolar está a decrescer; são frequentes os casos de carreiras licenciadas que só operam no período escolar, na medida em que o nível de utentes nos períodos de férias não permitem aguentar as despesas de operação. Paralelamente, existem estudos que indiciam os elevados custos que estará a atingir a subvenção pública ao transporte escolar. A tendência para a diminuição da população escolar e encerramento de escolas aponta assim para o duplo agravamento da situação: aumento do custo de transporte por aluno e maior retracção na oferta de carreiras com isolamento de mais população. 1.1.2. Face a este mau panorama, tanto em meio urbano como rural, não é difícil antever as dificuldades das empresas de transportes públicos em melhorar a qualidade e a fiabilidade do serviço, o que acentua a perda de passageiros. Acresce ainda o processo em que a maioria das cidades se encontra e que espelha o conhecido “ciclo vicioso do congestionamento” - mais automóveis, mais oferta de estacionamento central e infraestrutura viária, mais congestionamento, menor desempenho do autocarro, menos passageiros, mais recurso ao carro próprio.... Note-se ainda que os altos níveis de deslocação a pé na região indiciam não uma política de promoção desse transporte por via da qualificação urbana e periurbana da infraestrutura associada (passeios, 1 2 Dados do Inquérito à Mobilidade realizado pelo INE/ DGTTF em 2000 abrangendo 33 concelhos do Arco Metropolitano do Porto. Freguesias rurais tanto do interior como do litoral, ou até mesmo em algumas sedes de concelho mais periféricas. 9 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A 3 bermas de estrada, etc. ), mas antes a conjugação de vários factores tais como falta de fiabilidade do autocarro (preso no congestionamento), baixas frequências e diminuição do poder de compra na região. 4 Não fosse este último factor, conjugado com a elevada taxação associada ao automóvel , e a RN estaria com graves problemas no sistema de mobilidade, com fortes implicações ambientais e energéticas 5 decorrentes da excessiva dependência do automóvel [2]. A generalização do automóvel no espaço europeu nas últimas décadas permitiu contudo que a mobilidade das pessoas tivesse subido, em média, de 17 para 35 km por pessoa dia entre 1970 e 2000, em paralelo com a explosão das cidades-região. Esse fenómeno, ainda que mais tardio, também está em curso no Arco Metropolitano do Porto e assenta também no forte incremento que teve a rede de autoestradas numa faixa territorial relativamente pequena (100 x 60 km) entre Aveiro e Viana do Castelo com uma profundidade que vai até Amarante/ Fafe. 1.2. Indicadores mais significativos 1.2.1. No ano de 2000 a DGTTF em conjunto com o INE realizaram o Inquérito à Mobilidade (curta duração) da população residente nas sub-regiões do Grande Porto, Entre Douro e Vouga, Cávado/ Ave, e Sousa/ Baixo Tâmega, num total de 33 concelhos abrangidos (3/4 da população da RN), tendo por base respostas de cerca de 214 mil indivíduos, 64% dos quais na AMP. “Nos dias úteis, cerca de 50% das deslocações são realizadas por automóvel, sendo a ocupação dos veículos fraca (70% só com o condutor); cerca de 3/4 das famílias possuem carro próprio e a despesa média das famílias com esse meio de transporte é o quádruplo do despendido em transportes públicos. Cerca de 1/4 da população residente na área abrangida pelo inquérito não realizou qualquer viagem no período de referência...”. [3] Sendo em média metade das deslocações feitas em automóvel, existem algumas diferenças entre as sub-regiões inquiridas, e alguma variância na repartição da outra metade pelos restantes modos de transporte: a pé, transporte público, motociclo e outros modos (Quadro 1 e Gráfico 1). Como é natural é maior o peso da utilização dos transportes públicos na AMP (especialmente na cidade do Porto) e na envolvente de Braga. 3 Factores que o PNPOT [1] agrupa e designa por “abandono” de difícil recuperação, tais como “…os atropelos às regras do ocupar, do edificar e do habitar: a nova dispersão urbana, a ocupação de fundos de vales e encostas sem critérios que respeitem o ambiente natural e sem capacidades para gerarem ambientes humanizados atraentes, os ruídos, os maus cheiros, os pisos irregulares e agressivos de passeios e de outros espaços públicos, as barreiras à acessibilidade dos deficientes.” 4 Imposto automóvel, impostos sobre os combustíveis, taxa municipal de circulação, portagens, etc. 5 Não cabe aqui apresentar um diagnóstico relativo ao quadro negro em que se encontra Portugal do ponto de vista energético (dependência da economia do petróleo) e ambiental (níveis de poluição com origem nos transportes em geral). Sabe-se contudo que os indicadores são em geral maus e que nos estamos a afastar das metas estabelecidas (Quioto). 10 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Quadro 1 - Repartição Modal das Deslocações (2000) - valores percentuais Zona de Inquérito Automóvel Cidade do Porto Área Metropolitana do Porto Cávado / Ave Sousa / Baixo Tâmega Entre Douro e Vouga Média dos 33 concelhos inquiridos A Pé 42 TP 30 51 25 48 32 50 22 51 1 2 26 Outros 2 3 11 7 5 25 61 Motociclo 25 19 4 5 8 7 14 4 10 5 5 Gráfico 1 Motorizado RepartiçãoModal: APé EntreDouro-e-Vouga Sousa/ BaixoTâmega 68% 55% AMP 53% CidadedoPorto 0% 7% 35% 14% 31% 19% 28% 52% 11% 37% 43% 20% 5% 27% 58% Média33concelhos Cávado/ Ave Transp. Públ. 32% 40% 60% 25% 80% 100% Por razões diversas é também relevante a quota da soma das deslocações a pé mais as “outras” (que englobam sobretudo a bicicleta), com relevância para o Cávado/ Ave (37%) e Sousa/ Baixo Tâmega (35%). De referir os valores extremos do EDV em que os modos motorizados constituem solução para 68% das deslocações, sendo baixo o peso das soluções não motorizadas (27%) e baixíssima a utilização do transporte público (5%). Ora, este tipo de repartição, altamente dependente do automóvel, poderá também estar a verificar-se noutras zonas da RN não abrangidas por este inquérito; ou seja, não há razões para deduzir o contrário se pensarmos que nos últimos anos se têm multiplicado os sinais que apontam para a grande fragilidade dos serviços de transportes públicos interurbanos, principalmente nas sub-regiões do Douro e Trás-osMontes. 11 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A “Estas características de repartição modal não deixam de permitir levantar interrogações diversas associadas à capacidade de oferta e às condições de operacionalidade dos sistemas regionais de transporte público, e à sua difícil adequação a trajectos curtos e de carácter diversificado em contraste com o que acontece com o transporte „a pé‟ ou em automóvel”. 1.2.2. 6 Ainda de acordo com os resultados do mesmo inquérito (Quadro 2), verifica-se que em média o índice de mobilidade da população total residente [4] é da ordem das 2,5 viagens por dia útil e por pessoa, valor que sobe para 3,3 viagens por dia, contabilizando apenas a população móvel. Mesmo na 7 cidade do Porto, onde é maior o nível de oferta de transportes públicos, esse valor é apenas de 3,2 . A percentagem de população móvel é especialmente baixa no EDV, onde a motorização é especialmente elevada. No Gráfico 2 evidencia-se a relação entre o nível de transportes públicos utilizados (percentagem de deslocações por TP) e a percentagem de população não móvel. No EDV o cenário é extremo no que respeita à falta de mobilidade (presumivelmente associada a falta de oferta de transportes públicos), e no Cávado/ Ave o cenário é relativamente interessante (relação 118 para-24 contra 14-para-25 na média dos 33 concelhos), valores que são anteriores à finalização das recentes intervenções nas Linhas ferroviárias de Braga e Guimarães. Quadro 2 - Dados Gerais de Mobilidade da População Residente em 2000 (fonte: DGTTF/ INE - Inquérito à Mobilidade, 2001) Dia Útil Nº Viagens / pessoa / dia (valor absoluto) Pop. Móvel / Pop. Residente Pop. Móvel MOTORIZADA/ Pop. Móvel Nº Viagens / pop. móvel / dia Cávado / AMPorto Sousa/ Bx E. Douro Média (33 Ave (cidade Porto) Tâmega e Vouga concelhos) 2,2 71 % 80 % 3,3 2,1 67 % 81 % 3,2 2,5 75 % 79 % 3,3 2,6 78 % 76 % 3,4 2,5 (3,2) 76 % 81 % 3,3 6 Ver [6], Página 26. Valor (absoluto) igual à média das cidades francesas (sem aglomeração de Paris) no início da década de 70, e que se manteve praticamente constante até 1994; o que tem variado, para mais, é as distâncias médias percorridas nessas deslocações. 8 Percentagem de deslocações em TP-para-percentagem de população não móvel. 7 12 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Gráfico 2 - O papel dos TP’s na Mobilidade da População 50% % População Não Móvel 40% % Deslocações em Transp. Público 33% 29% 30% 25% 24% 22% 20% 19% 10% 14% 11% 5% 7% 0% Média dos 33 concelhos inquiridos 1.2.3. Entre Douro e Vouga Sousa / Baixo Tâmega Cávado / Ave Área Metropolitana do Porto Outro dado caracterizador da mobilidade e que poderá ser relacionado com a qualidade de vida da população, respeita aos tempos gastos nas deslocações casa-trabalho e regresso. No Quadro III apresentam-se os valores para os trinta e três concelhos inquiridos. No Gráfico III relacionam-se esses tempos médios de viagem com a distância da sede concelhia ao Porto o que poderá constituir uma espécie de medida do “grau de metropolitanização” de cada concelho, uma vez que tenderá a existir uma certa dependência da sub-região (maior ou menor conforme os casos) do emprego oferecido nos concelhos mais dinâmicos da área metropolitana, designadamente o do Porto. Os 33 concelhos distribuem-se então por quadrantes que representam: o “congestionamento” para os casos em que os tempos de viagem são demasiado altos face às menores distâncias em questão; a “dependência” quando para distâncias muito elevadas se verificam também tempos de deslocação muito elevados, o que significa que grande parte do emprego está fora desses concelhos; a “autonomia” quando precisamente há tempos de viagem “casa-trabalho” baixos, sendo elevadas as distâncias ao Porto; e finalmente o “privilégio” quando se associam distâncias curtas ao Porto com tempos de viagem pequenos (o emprego local é determinante). 13 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A De realçar que 64% dos concelhos (10 “congestionados” + 11 “dependentes”) apresentam tempos de viagem “casa-trabalho” superiores à média (40 minutos), e 52% dos concelhos (6 “autónomos” + 11 “dependentes”) estão a mais de 45 km do Porto. É ainda de salientar: a. Os tempos médios verificados no Cávado e Ave, entre os 30 - 50 minutos; b. Os elevados tempos (+ de 50 minutos) nos casos do Sousa e Baixo Tâmega onde se localiza muito do mercado de emprego do Grande Porto, mesmo beneficiando da oferta suburbana da Linha do Douro; c. A relativa autonomia de Esposende no que respeita aos locais de emprego fora do concelho quando está equidistante e relativamente longe de centros como Viana, Barcelos e AMP; d. A ultraperificidade de Baião; e. A posição ultradesfavorecida de Gondomar localizado bem perto da cidade do Porto mas com fraca acessibilidade; f. As interessantes posições da Feira e Santo Tirso com elevado grau de empregabilidade face à pequena distância a que se encontram do núcleo central da área metropolitana. g. Casos de Guimarães e Braga cuja posição só não é de autonomia porque os tempos de viagem reflectem já algum congestionamento automóvel. Quadro 3 - Tempo Médio das Viagens [(casa-trabalho) + (trabalho-casa) - dias úteis] (fonte: DGTTF/ INE - Inquérito à Mobilidade, 2001) TEMPO de VIAGEM 9 33 Concelhos Inquiridos (TMV) 25 a 30 MINUTOS Esposende (26) 31 a 40 MINUTOS Feira, Paços Ferreira, Santo Tirso, SJ Madeira (31), Felgueiras (34), Paredes, Vale Cambra (36), Póvoa Varzim, Trofa (37), Barcelos, Oliveira Azeméis (40) 41 a 50 MINUTOS Famalicão, Vila Verde (41), Fafe, Guimarães (42), Braga (44), Vila Conde (45), Espinho (46), Amares, Lousada (48), Vizela (49) 51 a 60 MINUTOS Arouca, Matosinhos (52), Maia (53), Amarante, Marco (57), Porto, Gaia (59) 61 e + MINUTOS Valongo (62), Baião (64), Penafiel (66), Gondomar (67) 9 É provável que a abertura do IC29 entre Porto e Gondomar tenha tirado este concelho do fim da lista. 14 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Gráfico 3 e Figura 1 – Grau de “Metropolitanização” dos 33 Concelhos 80 congestionados dependentes 70 Tempos Viagem casa -trabalho -casa (M) GONDOMAR PORTO 60 PENAFIEL BAIÃO VALONGO GAIA MARCO MAIA AMARANTE LOUSADA 50 ESPINHO MATOSINHOS VIZELA AMARES BRAGA FAMALICÃO GUIMARÃES 40 TROFA PÓVOA VARZIM S. TIRSO 30 AROUCA V. CONDE FEIRA V.VERDE O.AZ V.CAMBRA PAREDES PAÇOS FERREIRA S J MADEIRA FAFE BARCELOS FELGUEIRAS ESPOSENDE 20 10 privilegiados autónomos 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Distância ao Porto (km) VILA VERDE AMARES ESPOSENDE BARCELOS BRAGA GUIMARÃES FAFE PÓVOA DE VARZIM FAMALICÃO VIZELA VILA DE CONDE SANTO TIRSO FELGUEIRAS TROFA PAÇOS DE FERREIRA LOUSADA MAIA VALONGO PAREDES MATOSINHOS MARCO DE CANAVESES PORTO GONDOMAR PENAFIEL BAIÃO GAIA ESPINHO S. MARIA DA FEIRA AROUCA S. JOÃO DA MADEIRA VALE DE OLIVEIRA DE CAMBRA AZEMÉIS PRIVILEGIADOS CONGESTIONADOS DEPENDENTES AUTÓNOMOS 15 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Por último, é de notar o subgrupo dos que estando muito perto do Porto (distâncias inferiores a 15 km) apresentam tempos de deslocação casa-trabalho superiores a 50 minutos devido ao forte congestionamento automóvel; os concelhos de Gaia, Gondomar, Maia, Matosinhos e Valongo (juntamente com o Porto) representam por isso o território vocacionado para a densificação da rede de metro ligeiro de superfície. 1.2.4. De realçar também os resultados à “Mobilidade de Longa Distância na RN” [5] que indicam cerca de 88% 10 da amostra como não tendo realizado uma única viagem 11 no período de referência; o principal 12 motivo das viagens (43%) é o “recreativo e lazer” , para distâncias médias de percurso de 363km 13 e4 14 horas de duração média. O modo de transporte mais utilizado (53%) é o automóvel ligeiro , e 70% dessas viagens pertencem a indivíduos com profissões intelectuais e científicas (26%), quadros superiores (24%) e pessoal administrativo (20%). Quanto a destinos preferenciais 34% são a própria RN, 30% Lisboa e Vale do Tejo, 19% a RC, 8% o Alentejo e Algarve e apenas 10% o estrangeiro (sendo 8% para a UE). Verifica-se portanto uma débil mobilidade à escala supraregional e regional (“fraca geração de viagens tanto em termos da percentagem de população que viajou como do número de percursos face à população inquirida”), com uma fraca utilização do transporte público mais acessível - autocarro e comboio (31%). 10 Segundo dados do EUROSTAT para 1998, e a título comparativo, a população sem viagem no período de referência era de 40% em França, 63% na Suécia e 85% em Espanha. 11 Na Viagem de longa distância o destino está a mais de 100 km do ponto de origem. 12 Seguindo-se o motivo “negócios/ profissionais” (37%) e “visitas a familiares e amigos” (19%). 13 Sendo que 25% dos percursos são relativos a distâncias entre 100-149km e 45% entre 200-499km. 14 Segue-se o autocarro (18%), o aéreo (13%) e o ferroviário (5%), sendo a medida utilizada os passageiros/ km e por modo de transporte. 16 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A REFERÊNCIAS Gerais [1] MAOT/ DGOTDU - Programa Nacional da Política Ordenamento do Território (PNPOT), Relatório e Programa de Acção, 2ª Versão - Fevereiro de 2005 [2] CCDRN/ BABO, António Pérez – Norte 2015, QRE/ Diagnóstico Prospectivo da Região do Norte, Atelier Temático “Mobilidade, Transportes e Acessibilidades”, Dezembro 2005. Mobilidade [3] INE - Inquérito à Mobilidade da População Residente 2000, Informação à Comunicação Social - DESTAQUE , Abril 2001. [4] DGTTF/ INE-DRN - Inquérito à Mobilidade da População Residente 2000, Ano 2002. [5] LEMOS, Bernardo J. - Inquérito piloto à mobilidade de longa distância na Região Norte, INE, Estatísticas e Estudos Regionais Nº 15. [6] INE (MELO, Carla) - Mobilidade Casa-trabalho da População Empregada Residente na AMP. 17 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A 2. ACESSIBILIDADES E TRANSPORTES RODOVIÁRIOS 2.1. 2.1.1. Acessibilidades rodoviárias O ciclo das novas estradas ainda não terminou Acresce ao débil panorama traçado anteriormente a falta de estratégias globais que possam ajudar a canalizar investimento público para projectos que invertam aquelas tendências, sendo certo que muito do dinheiro gasto com novas acessibilidades quer à escala urbana como regional, não estarão a promover mais mobilidade no médio e longo prazos. Não está em causa, naturalmente, a capacidade e autonomia locais para a prossecução das políticas de transportes que melhor servem as respectivas comunidades; a questão está em saber se é válido vir a disponibilizar financiamento externo para projectos que não perspectivam uma alteração significativa das debilidades com que nos confrontámos. Nos últimos anos assistiu-se a um fortíssimo investimento em rede viária, quer à escala nacional (Itinerários Principais e Complementares) como local (variantes urbanas e rede capilar). Esse investimento envolve o estado central, as autarquias e até o investimento privado se pensarmos na extensa rede associada à nova urbanização (essencialmente ruas e ligações integradas em novos loteamentos) ou em intervenções de vulto associadas a empreendimentos comerciais (grossistas, hipermercados, centros comerciais, etc.). Este incremento tem servido de suporte ao desenvolvimento de uma mobilidade de pessoas e mercadorias que assenta maioritariamente no transporte rodoviário privado; ora, o aumento dos índices de motorização 15 (e de utilização do automóvel) para níveis europeus de topo, e que decorre fundamentalmente da melhoria do nível de vida nas últimas décadas, tem originado um crescimento notório dos níveis de congestionamento urbano, com reflexos na perda de algum do recente ganho nos tempos de deslocação interurbana. Ao contrário, a valorização considerável que se tem verificado na rede viária nacional fez aumentar a acessibilidade e as mobilidades interurbanas, permitindo uma profunda alteração da escala de leitura que tínhamos do território, com influência decisiva no alargamento do âmbito territorial das deslocações casatrabalho, no aumento das oportunidades de actividade, na alteração do padrão de distribuição dos 16 produtos essenciais , e na abertura ao mercado ibérico. 15 Segundo os últimos dados do Eurostat a Taxa de Motorização em Portugal é de 572 automóveis por mil habitantes, contra 472 de média na UE. 16 Profundas alterações na forma do abastecimento familiar em resultado da implantação de inúmeras cadeias grossistas especializadas e de hipermercados com logística estruturada à escala nacional. 18 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A 17 Se as áreas urbanas mais densas sofrem do aumento crescente do congestionamento , demorando as soluções bem estruturadas do lado dos transportes públicos, em parte também devido à dispersão territorial da nova urbanização a par da desertificação habitacional nos centros das cidades, também é verdade que à escala regional, muitas das sedes de concelho ainda apresentam deficiente amarração à rede principal (nova), sendo grande a dependência de vias nacionais 18 onde terá de se manter o investimento necessário à sua melhoria e manutenção. 2.1.2. A coesão territorial [1] Constituindo o transporte rodoviário o principal suporte do sistema de mobilidade de pessoas e mercadorias, é normal que os anseios das diferentes comunidades resida na melhoria da rede viária de ligação aos centros de serviços de melhor oferta; este é, por isso, um argumento muito forte do ponto de vista da garantia da igualdade de oportunidades nos diferentes centros urbanos, independentemente da sua dimensão demográfica. Assim, a melhoria da rede viária, seja qual for o seu tipo, ainda constitui um argumento central da coesão territorial (igualdade de oportunidades), muito embora provoque efeitos perversos sobre os quais é necessário começar a reflectir: os custos imediatamente associados à exploração, manutenção e conservação terão grande peso nos orçamentos públicos, principalmente quando baseados numa subtaxação; e o designado efeito de “aspirador” pode ser contrário à ideia de fixar população por via do aumento de oportunidades, se a essa melhoria de acessibilidades não corresponder maior investimento do exterior. A ilusão de que a nova rede de auto-estradas (quer sejam IP‟s ou IC‟s) chegará a todo o lado num prazo 19 conveniente e em substituição integral dessa rede antiga e desadequada , origina a ideia de uma total falta de coesão territorial e social decorrente da desequidade existente no acesso aos grandes centros económicos ou na fixação de oportunidades em espaços menos acessíveis. O problema do completamento do PRN reside em saber se a sua conclusão implica um investimento ao alcance do nosso desempenho económico, mesmo com apoios comunitários, tanto mais que tudo indica a escolha de um tipo de estrada (a auto-estrada) como a única solução a aplicar nessa rede nova, independentemente dos volumes de tráfego e características orográficas em presença. Essa expectativa, que aliás o elevado grau de sinistralidade rodoviária pressiona, conduz-nos a uma visão preocupante relativamente ao que ainda falta fazer e à necessidade de alteração do paradigma automóvel como solução única para todas as necessidades quer à escala regional, metropolitana ou urbana. 17 Convém acentuar que o erro não está do lado da densidade ou da compactação urbana que em Portugal até tende a ser demasiado débil, mas antes da falta de soluções credíveis alternativas ao transporte individual nas cidades. 18 Estradas nacionais de 1ª ou 2ª categorias. 19 Uns casos por deficientes características de traçado, outros por excesso de tráfego, outros por excesso de urbanização lateral, etc.. 19 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Outra questão que se coloca é ainda a de saber se a excessiva reivindicação de “mais rede viária” com características de sobredimensionamento (quer a nacional como a municipal), não passou já a ser um factor de desagregação macro-económica que afecta a coesão sócio-territorial. Mesmo que esta assunção passe a ser consensual à escala regional, será muito difícil travar a lógica instalada, principalmente porque se terá de contar com a difícil aceitação por parte de quem sempre foi penalizado e aspira a ser tratado em igualdade segundo critérios agora tidos como incomportáveis. 2.1.3. O Plano Rodoviário Nacional A rede de Itinerários Principais e Complementares prevista para a RN parece equilibrada dentro dos 20 critérios que presidiram à elaboração do PRN . Apesar de alguma discrepância na distância quilométrica a que muitas sedes de concelho ficam ou ficarão de um IP ou IC quando estiver concluído o PRN, podese verificar como a definição do traçado dos itinerários (malha de cobertura) é equilibrada e ambiciosa. Na verdade, das 86 sedes de concelho, 70 (81%) ficarão a menos de 1/2 hora de um Itinerário Principal 21 22 e 15 (17%) a menos de 1 hora , restando Miranda do Douro a 75 minutos quer do IP2 como do IP4. Há contudo um conjunto de 10 sedes de concelho que ficarão numa franja superior a 30 minutos de distância de um IP ou IC: casos de Tabuaço, Terras de Bouro, Valpaços e Vimioso (a 40 minutos); Freixo, Montalegre e Vieira Minho (50); Melgaço e S.J. da Pesqueira (60); e Miranda Douro (72 minutos). Poderão por isso justificar outras medidas de compensação, caso se considere que o valor de referência adequado às nossas disponibilidades financeiras deveria ser da ordem dos 30 minutos; poderá estar em causa, concretamente, a prioridade que pode e deve ser dada à melhoria das actuais estradas nacionais de acesso dessas sedes de concelho ao IP ou IC mais próximo. Com este plano concluído deverá alterar-se a forma como nos habituámos a encarar o litoral e o interior, na medida em que a facilidade de acesso a um IP passa a ser a mesma quer se esteja por exemplo no Porto ou no Peso da Régua, na Trofa ou em Tarouca, em Barcelos ou em Boticas, e em Caminha ou em Carrazeda. Convém contudo não esquecer que esta questão manterá sempre uma grande relatividade, na medida em que um determinado quilómetro de cada IP ou IC terá sempre um valor/ importância diferente, consoante: a. Este seja auto-estrada ou não; b. O destino de acesso a que permite e o nível de serviços aí existente; c. O sentido de circulação que estiver em análise - serve ao desenvolvimento ou à mais rápida sucção dos recursos humanos; 20 Por exemplo, igualdade de tempo de acesso de todas as sedes de concelho a IP‟s e IC‟s. E 37 sedes (47%) a menos de 10 minutos. 22 Contudo, muitos destes estão a menos tempo de um IC, a maioria dos quais também são auto-estrada – caso, por exemplo, do IC5 entre Póvoa e Vila Pouca de Aguiar. 21 20 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A d. O âmbito da ampliação dos fenómenos de pendularidades resultantes das novas acessibilidades. Quadro 4 - Distâncias-tempo das Sedes de Concelho aos Itinerários P e C previstos no PRN2000 Tempo de Percurso Ao IP mais próximo Ao IC mais próximo (*) 1a5 MINUTOS Amarante (IP4), Braga (1), Bragança (4), Espinho (1), Feira (1), Gondomar (1), Guimarães (9), Lamego (3), Lousada (9), Maia (1), Macedo Cavaleiros (2), Matosinhos (4), Mirandela (4), Murça (4), Paredes (4), Penafiel (4), Peso Régua (2), Ponte Lima (1), Porto (1), Santo Tirso (1), Torre Moncorco (2), Valença (1), Valongo (4), Viana Castelo (9), VN Famalicão (1), VN Foz Côa (2), VN Gaia (1), V Pouca Aguiar (3) e Vila Real (4). Alfândega Fé (IC5), Arcos (28), Barcelos (14), Braga (14), Castelo Paiva (35), Espinho (1 e 24), Esposende (1), Fafe (5), Felgueiras (25), Gondomar (29), Lousada (25), Maia (24), Matosinhos (4), Mesão Frio (26), Miranda Douro (5), Mogadouro (5), Moimenta Beira (26), Oliveira Azeméis (2), Paços Ferreira (25), Ponte Barca (28), Porto (23), Póvoa Varzim (1), Ribeira Pena (5), S. João Madeira (2), Sernancelhe (26), Tarouca (26), Vale Cambra (35), Viana Castelo (1), Vila Conde (1), Vila Flor (5), VN Famalicão (5), VN Foz Côa (34), VN Gaia (23) e V Pouca Aguiar (5). 6 a 10 Chaves (3), Fafe (9), Felgueiras (9), S Marta Penaguião (3), Tarouca (3), Trofa (1), Vila Flor (2) e Vizela (9). Arouca (35), Caminha (1), S Marta Penaguião (26) e Vizela (5). 11 a 20 Alfândega Fé (2), Alijó (4), Arcos (1), Armamar (3), Barcelos (12), Baião (4), Boticas (3), Castelo Paiva (4), Esposende (1), Marco (4), Mesão Frio (3), Moimenta Beira (3), Oliveira Azeméis (1), Paços Ferreira (9), Paredes Coura (1), Ponte Barca (1), Ribeira Pena (3), Sabrosa (15), S João Madeira (1), Vale Cambra (1), Vila Conde (1), V Nova Cerveira (1) e Vila Verde (1). Baião (26), Cabeceiras Bastos (5), Carrazeda (5), Celorico Bastos (5), Mondim Bastos (5) e Resende (26), VNova Cerveira (1). 21 a 30 Amares (1), Caminha (9), Carrazeda (2), Monção (1), Mondim Bastos (9), Póvoa Lanhoso (9), Póvoa Varzim (22), Resende (3), Sernancelhe (2), Valpaços (4) e Vinhais (4). Amares (14), Cinfães (35), Freixo (34), Penedono (26). 31 a 40 Arouca (2), Cabeceiras Bastos (9), Celorico Bastos (9), Cinfães (4), Mogadouro (2), Penedono (2), Tabuaço (3), T Bouro (1) e Vimioso (4). Tabuaço (26) e Vimioso (5). 41 a 50 Freixo (2), Montalegre (3) e Vieira Minho (9). 51 a 60 S João Pesqueira (3) e Melgaço (1). + de 61 Miranda Douro (4). Para velocidades em EN de 45 Km/h (*) - Sempre que uma sede de concelho está mais próxima de um IP do que um IC, a distância a este não foi considerada. 21 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional A C E S S I B I L I D A D E S , M O BI L I D A D E E L O G Í S T I C A Figura 2 – Distâncias-tempo das sedes de concelho aos IP’s e IC’s MELGAÇO MONÇÃO VALENÇA V. N. DE CERVEIRA IP2 PAREDES DE COURA CAMINHA A3/ IP1 A28/ IC1 A24/ IP3 IP4 PONTE DE LIMA VIANA DO CASTELO TERRAS DE BOURO BOTICAS VILA VERDE AMARES A28/ IC1 A3/ IP1 BARCELOS BRAGA A11/ IC14 A11/ IP9 A28/ IC1 V. N. DE FAMALICÃO A7/ IC5 TROFA A28/ IC1 VIEIRA DO MINHO PÓVOA DE LANHOSO ESPOSENDE PÓVOA DE VARZIM GUIMARÃES A24/ IP3 CABECEIRAS DE BASTO FAFE VALPAÇOS IP4 RIBEIRA DE PENA IP2 VILA POUCA DE AGUIAR MIRANDELA MACEDO DE CAVALEIROS MIRANDA DO DOURO A7/ IC5 MONDIM DE BASTO A7/ IC5 VIZELA SANTO TIRSO A3/ IP1 PAÇOS DE FERREIRA FELGUEIRAS CELORICO DE BASTO A11/ IP9 AMARANTE A4/ IP4 VILA REAL IP4 A24/ IP3 IP2 IP4 AROUCA S. JOÃO DA MADEIRA IC2 VALE DE CAMBRA OLIVEIRA DE AZEMÉIS IC2 MOGADOURO ALIJÓ SABROSA LOUSADA A24/ IP3 A42/ IC25 IC26 PAREDES S. MARTA DE PENAGUIÃO VALONGO PENAFIEL A4/ IP4 MARCO DE CANAVESES MATOSINHOS IC23 BAIÃO MESÃO FRIO PORTO RÉGUA IC29 V. N.GAIA IC35 RESENDE IC23 GONDOMAR A1/ IC1 LAMEGO A24/ IP3 ARMAMAR A29 A20/ IP1 CINFÃES A29/ IC1 IC2 CASTELO IC24 DE PAIVA A1/ IP1 ESPINHO TAROUCA IC35 ALFÂNDEGA DA FÉ VILA FLOR CARRAZEDA DE ANSIÃES MAIA S. MARIA DA FEIRA VIMIOSO MURÇA IP4 A41/ IC24 A28/ IC1 IP4 CHAVES A27/ IP9 VILA DO CONDE BRAGANÇA MONTALEGRE PONTE DA BARCA A27/ IP9 A28/ IC1 VINHAIS ARCOS DE VALDEVEZ IC28 MOIMENTA DA BEIRA S. JOÃO DA PESQUEIRA TABUAÇO IP2 TORRE DE MONCORVO IP2 FREIXO DE ESPADA À CINTA VILA NOVA DE FOZ CÔA IC34 PENEDONO IC26 SERNANCELHE Itinerários Principal (IP) 1cm ≈ 18min* Complementar (IC) EN´s * Para velocidade média de circulação nas EN´s de 45 Km/h 22 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Mas, a questão central está em saber quando poderão estar concluídos os quilómetros que ainda faltam construir e reabilitar para cumprimento do PRN2000, a que preço, e se o custo/ benefício é ou não positivo para a Região e para o País. A obsessão quanto à realização deste plano e quanto a uma suposta acessibilidade equitativa num único modo de transporte não estará a prejudicar outras áreas de 23 investimento público mais produtivas de riqueza individual e colectiva? Deverá ou não ser actualizado o PRN tendo como objectivo principal a reconversão das expectativas criadas, assumindo-se por exemplo, num exercício de racionalidade económica, que uma parte dos troços de itinerários por construir deverão antes ser concretizados através da recuperação e beneficiação das actuais Estradas Nacionais. 2.1.4. A hierarquização das diferentes redes rodoviárias A rede rodoviária no território regional (e nacional) é composta, no essencial, por: Uma rede nova de estradas (do tipo auto-estrada ou via rápida) que integra os itinerários principais (IP‟s) e complementares (IC‟s) estabelecidos pelo PRN; Uma rede antiga de estradas 24 que oferecem níveis de satisfação comparativamente tornados inaceitáveis para ligações interurbanas importantes, por excesso de tráfego, por traçado inadequado, ou por más condições de segurança, etc.; Uma rede regional incipiente que poderá vir a ser potenciada caso haja tomador a essa escala com autonomia financeira; uma rede municipal desconexa, de características demasiado diversas e à qual falta, normalmente, uma estratégia hierarquizadora. A generalização da auto-estrada como tipo de infraestrutura inerente aos IP‟s e IC‟s conduziu à ideia de que não é admissível e existência desses itinerários baseados noutro tipos de infraestrutura; os fortes índices de sinistralidade, em grande parte motivada por desrespeito pelas regras e condições de 25 circulação adequadas ao tipo de estrada em causa , ajudam à convicção de que precisamente a autoestrada é “obrigatória” nos IP‟s e IC‟s, mesmo que não haja previsão de volumes de tráfego justificativos para esse investimento. Este equívoco poderá ter como consequência a afectação de recursos nacionais (mesmo que apoiados por fundos estruturais) a investimentos de muito fraco efeito reprodutor, ou seja, que por inaplicabilidade 23 Por exemplo, aceleração do incremento de outras infraestruturas de mobilidade, designadamente as ferroviárias. Do tipo faixa única com dois sentidos e cruzamentos de nível, com edificação marginal mais ou menos abundante. 25 Incapacidade de contenção por parte dos utentes em estradas novas que não tenham a tipologia de auto-estrada e, também, falta de fiscalização preventiva. 24 23 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A estratégica acabam por constituir pesos mortos (custos imediatamente associados de manutenção, conservação e exploração) que dificultam a recuperação do equilíbrio das contas públicas, principalmente quando baseados numa subtaxação. 26 Para não falar dos impactes negativos que muitas dessas infraestruturas provocam sobre o meio ambiente, algumas explorações agrícolas e a paisagem. É certo que as (novas) acessibilidades rodoviárias estão a alterar o padrão das relações interurbanas à escala regional, e isso terá implicações no ordenamento do território, porventura traduzível na evolução das centralidades abertas a um processo de reformatação baseado numa nova geo-estratégia de alianças dentro do sistema urbano; ou seja, a coesão territorial nunca se fará à luz da leitura espacial apreendida no passado recente, razão pela qual o planeamento estratégico continua actual. Parece ser cada vez mais necessário promover acções de melhoria e requalificação da rede nacional e da regional que deve fazer o papel de interface entre os itinerários principais e complementares, e a rede local. A utilização por todos nós das novas auto-estradas evidenciam como existe, frequentemente, uma transição demasiado brusca do “nó” para uma rede capilar não preparada para esse impacte. Gráfico 4 - Evolução das diferentes categorias de itinerários (em extensão) EM’s IM’s ER’s IR’s IC’s + EN’s IC’s IP’s IP’s Extensão das redes propostas PRN 2000 (estimativa) Cenário desejável após exercício de hierarquização O que está em causa e merece portanto uma ampla discussão em face dos constrangimentos orçamentais, das reais necessidades de tráfego e do “novo mapa” das conexões territoriais, é saber se o 26 Alguns autores consideram mesmo que os baixos custos associados ao transporte rodoviário, resultantes da infraestrutura rodoviária nova disponibilizada a custo zero, constitui um dos principais factores de promoção dos fenómenos de deslocalização de fases da produção e do “armazenamento sobre rodas”, com efeitos nefastos para as economias locais menos competitivas. 24 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A 27 PRN deverá ou não ser revisto “em baixa” com base numa hierarquia de itinerários (municipais , regionais e nacionais) menos distorcida, conjugada com a adequada escolha do tipo de estrada a adoptar em cada caso. A consolidação da rede de “estradas nacionais” tutelada pela instituição de âmbito nacional e a sua articulação com uma rede supramunicipal não reduzida a um somatório de estradas desclassificadas para as autarquias locais, deverá concentrar o trabalho de planeamento físico para os próximos anos. Esse exercício deverá resultar na estruturação de uma rede regional mais extensa (ver Gráfico 4) definida à custa de algumas das actuais EN‟s classificadas como rede 28 complementar e ainda das estradas municipais que desempenham um papel supramunicipal . Acresce ainda como possibilidade a ponderar, passar a designar-se também de “itinerários complementares” as Estradas Nacionais que devem manter-se na rede complementar mas cujo nível de serviço se adequa à procura previsível (estradas a sujeitar a uma remodelação profunda das suas características físicas sem que no entanto se altere a sua configuração base de 1x1 via). Tal opção permitiria, a prazo, abandonar a designação “estradas nacionais”. Ou seja, das actualmente existentes uma parte passaria a itinerário complementar e uma outra a itinerário regional. 27 As estradas municipais de importância intermunicipal. O que também deverá implicar um claro e voluntário compromisso municipal no sentido de se estancar o crescimento das redes municipais. 28 25 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Quadro 5 - Lista de realizações para a Região do Norte decorrentes do PRN 2000 VIA Troços Observações Portelo (fronteira) - Bragança (IP4) IP2 Macedo Cavaleiros (IP4) - Torre Moncorvo 20 (1) EN102 Pocinho - V.N. Foz Côa (limite concelho) IP4 55 10 Amarante - Vila Real (IP3) Vila Real – Bragança - Quintanilha Km 40 Em concurso ou em projecto. 150 IC1 V. Nova Cerveira – Valença (IP1) A28, Euroscut Norte 15 IC2 S. João Madeira – V. Nova Gaia (IP1) A32, SCUT Grande Porto (em projecto) 20 Vila Pouca Aguiar (IP3) - Murça (IP4) (1) EN212 35 Murça (IP4) - Vila Flor (1) EN212 35 Vila Flor - IP2 - Alfândega Fé (1) EN215 25 Alfândega Fé - Mogadouro (1) EN‟s 315 e 221 30 Mogadouro - Miranda Douro (fronteira) (1) EN221 45 IC5 IC24 IC26 Sobrado (IC25) - Valongo (IP4) Valongo (IP4) - Gaia (IC2) 15 A41, SCUT Grande Porto 30 Amarante (IP4) - Peso Régua (IP3) (1) EN‟s 101 e 108 30 Lamego (IP3) - Sernancelhe (IP2) (1) EN226 60 IC28 Ponte da Barca - Lindoso (1) EN‟s 203 e 304-1 35 IC29 Gondomar - Aguiar Sousa (IC24) A43, EP IC34 Foz Côa (IP2) - Barca de Alva (fronteira) (1) IC35 7 EN‟s 222/ 332 Penafiel (IP4) - Entre-os-Rios Castelo de Paiva - Vale de Cambra (IC2) 30 15 Em projecto 55 (1) - O tipo de estrada deverá ser definido em função da procura de tráfego previsível, das características do terreno, impactes de variada ordem (ambiental, paisagística, etc.) e possibilidades de reconversão da estrada existente. 26 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A 2.2. O transporte rodoviário de pessoas 2.2.1. A oferta de transportes públicos de passageiros em modo rodoviário e à escala regional assenta em Carreiras de carácter interurbano operadas por empresas que obtêm licenças junto da autoridade nacional de transportes (DGTTF/ SET); o resultado de quase 60 anos de aplicação do RTA 29 é a relativa implantação das empresas por bolsas territoriais, o que não significa que daí resulte qualquer disponibilização das vantagens da organização de um serviço “em rede” - articulação de horários, tarifário ajustado, coordenação dos transbordos, infraestruturas de interface, etc.. Ao nível das áreas urbanas, 30 com excepção da AMP , alguns municípios têm vindo a desenvolver serviços de transportes urbanos, quer por administração directa (serviços ou empresas municipais), quer por concessão a operadores privados de redes de pequena ou muito pequena dimensão 31 (Quadro 6). A criação dessas redes urbanas acarreta normalmente problemas de viabilidade às carreiras interurbanas (“de curta distância”) que sobrevivem do transporte suburbano que as últimas décadas de crescimento urbanístico das cidades médias e pequenas geraram. O problema só tem sido menorizado quando os operadores concessionários da rede urbana incluem as empresas que detinham até aí o serviço interurbano ou urbano; nos casos em que os municípios enveredam por soluções próprias, abrese normalmente um litígio por concorrência pelo mesmo mercado. 2.2.2. Nesses espaços interurbanos “de curtas distâncias” coloca-se também o problemas da existência de várias Estações Centrais de Camionagem ou Centros Coordenadores de Transportes (ECC/ CCT) dependentes de critérios exclusivamente municipais de gestão e operação, o que introduz uma excessiva diversidade para os operadores que possuem carreiras que em pouco tempo tocam várias infraestruturas desse tipo - diferentes regulamentos a cumprir, diferentes critérios de cálculo de custos, vários regimes 32 de funcionamento , etc. Por outro lado, esses equipamentos apresentam-se para as próprias Câmaras Municipais com custos de gestão e manutenção exagerados para a eficácia desempenhada como locais de interface de transportes com capacidade para atrair mais utentes para o TP. 29 Regulamento do Transporte Automóvel - Decreto 37272 de 31 de Dezembro de 1948. Situação particular onde existiu uma Comissão Instaladora da Autoridade Metropolitana de Transportes. 31 O número anual de passageiros transportados em redes urbanas fora da AMP é verdadeiramente irrisório - menos de 1/4 do transportado só pela STCP na AMP. 32 Preços, por toque, preços anuais por cais, preço por estacionamento ou lugares gratuitos, etc.. 30 27 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Quadro 6 - Transportes Urbanos A - Dados Anuais em 2001 (fonte: DGTTF, STCP e MP) Lugares x Operador de Transportes Urbanos Regime STCP, SA (R.C. de 2003) Exclusividade MP, S.A. (R.C. de 2004) TUB-EM (Concelho Braga) Concessão Serv. Municip. STUA - Cidade Aveiro Serv. Municip. Vila Real TUG-Cidade Guimarães (**) Conces. 2004 Conces. 1979 Bragança (**) Viana do Castelo Santo Tirso V.N. Famalicão Mirandela (**) Serv. Municip. Conces. 2004 Conces. Conces. Conc. em adj. Nº Tra- Passageiros Passag. x Km Km Idade média balha- Transportados Transportados Oferta frota autoc. dores (milhões) (milhões) (milhões) (anos) 222 (293 em 1990*) 9,8 24 (33 em 1990*) 3,8 35 (4,4 em 1990 *) 0,036 (11 em 1990*) 0,015 - 881 (1.111 *) 46,5 101 2.853 (2.809 *) 417,8 450 95 (43,3 *) 1,98 - 7,16 (11,7 *) 13 (**) (9,7 *) 13,5 (15 *) (1,42 *) - 8 (11 *) 11 - 2.197 (3.672*) 357 (381*) 127 (79 *) 102 (101*) 28 - (*) - fonte: CGEA - DUCHENE, Chantal/ SILVA, Fernando Nunes/ HENRIQUES, José Pinheiro, Les potentialités de developpement des transports collectifsroutiers au Portugal, Julho 1994. (**) - Dados de 2004 do “Relatório de Demonstração de Autocarros Eléctricos Amigos do Ambiente Urbano”, DGTTF/ APVE, Set. 2004) B - Dados de 1993 Braga (TUB) Guimarães Gaia Aveiro Póvoa Varzim Espinho Maia Viana do Castelo Serv. Municip. Concessão (***) Serv. Municip. (***) (***) (***) (***) Total 33,513 11,394 8,890 4,384 1,217 0,121 0,078 0,066 55,279 (***) - Carreiras Urbanas Licenciadas pela DGTTF 2.2.3. A situação das empresas 33 de transporte público interurbano de passageiros é relativamente 34 pouco desafogada, não havendo margem para novos investimentos , caracterizando-se a evolução recente por uma atitude de contenção de custos da qual resulta o encerramento de carreiras não 33 “A situação actual do sector traduz-se numa incapacidade de gerar meios financeiros que lhe permitam uma renovação acentuada da sua frota e de alcançar um desenvolvimento sustentável e prestar um serviço de qualidade aos seus clientes”. [6] 34 Com excepção de alguns casos recentes por entrada de capital estrangeiro através de empresas (francesas e inglesas) que têm procedido à compra de pequenos e médios operadores, na maioria dos casos empresas de transporte de cariz familiar. 28 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A rentáveis, quer nas zonas rurais fora dos grandes eixos de ligação interurbana, e também nos eixos de ligação entre sedes de concelhos do interior - Trás-os-Montes e Alto Douro principalmente. Têm sobrevivido as ligações com forte componente de transporte de alunos, sendo corrente encontrarem-se carreiras cuja operação encerra fora das épocas de abertura das escolas, deixando populações isoladas, em que a alternativa é o recurso ao transporte público individual (táxi) ou a outras soluções menos ortodoxas. Acresce assim às dificuldades das empresas de transportes, o aumento verificado nos últimos anos de 35 soluções próprias de transporte (escolar e não só ), promovido pelas autarquias locais, associações ou mesmo escolas, com recurso a uma enorme variedade e tipologia de veículos, nem sempre cumprindo as regras devidas (habilitação de motoristas, manutenção dos veículos, etc.); na opinião das empresas está-se portanto perante um círculo vicioso de enfraquecimento quer por perda de passageiros no serviço regular (para o transporte individual), quer por não adição de novos nichos de mercado. 2.2.4. Face aos elevados valores que estão em causa na subvenção ao transporte escolar por parte das administrações local e central, quer seja com transporte regular, como com recurso a soluções especiais de transportes, começa hoje a perceber-se que esses quantitativos deverão poder alargar o âmbito das soluções ao transporte em zonas de baixa densidade, desde que seja possível alterar a sua natureza de regular para transporte a pedido. [9] 2.2.5. Analisando agora os passageiros transportados em autocarro (carreiras regulares) por fronteiras de entrada e saída - movimentos de e a partir da RN - (Quadro 7), verifica-se que apenas 40% dos movimentos se fazem por fronteiras localizadas fora da região (principalmente Vilar Formoso), seguindose em importância a de Chaves (28%) e depois a de Bragança-Quintanilha (17%), sendo muito fracos os movimentos com a Galiza pela fronteira de Valença (4% contra 11% de movimentos por Melgaço). Destes valores decorre a importância na conclusão do PRN relativamente à ligação a Chaves (IC5 e IP3), ligação estratégica que foi claramente descurada nas últimas décadas, principalmente depois da conclusão da auto-estrada entre Ourense e Benavente (A52). Atenda-se a que o total de movimentos de entrada e saída da RN em autocarro pela totalidade das fronteiras nacionais (cerca de 280 mil passageiros/ ano) representa 58% do total nacional. Em 2000 os principais movimentos estabeleceram-se com a UE (79%) e com a Suíça (18%); dentro da UE destaque para os movimentos com França (53%), Alemanha (14%), Espanha (7%), Luxemburgo (4%) e Reino Unido (1%). 35 Há ainda o mercado turístico, principalmente com a terceira idade, e o transporte associado à saúde, com o argumento do serviço social e de solidariedade. 29 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Quadro 7 - Transporte Rodoviário Transfronteiriço por Autocarro [2] Milhares de Passageiros, com Origem e Destino na RN Fronteira Entrados Saídos Valença 7,1 6,8 % (média E/S) 4% S. Gregório (Melgaço) 14,6 16,4 11 % Vila Verde da Raia (Chaves) 36,3 40,9 28 % Quintanilha (Bragança) 21,9 24,6 17 % Outras fronteiras fora RN 51,7 58,9 40 % 131,6 147,7 100 % Total movimentos 2.2.6. Considerando agora os visitantes não residentes entrados em Portugal pelas principais fronteiras da RN (9,59 milhões que correspondem a 42% do total do país), temos um importante fluxo (7,94 milhões/ ano) pela fronteira de Valença (Quadro 8), sendo a que tem mais entradas de turistas e excursionistas (35%), seguida de Vilar Formoso (19%). Este aspecto deverá ser determinante na definição das políticas regionais de divulgação em Espanha. Quadro 8 - Visitantes não Residentes [3] Turistas + Excursionistas (Milhões) em 2003 2.2.7. Fronteira Entrados Valença 7,94 83 % Vila Verde da Raia (Chaves) 1,28 13 % Quintanilha (Bragança) 0,37 4% Total movimentos RN 9,59 100 % Total Nacional 22,96 Atenda-se ainda à importância nacional da fronteira de Valença do Minho em termos do tráfego médio diário anual (Quadro 9) que no conjunto das duas pontes é de cerca de 22.000 veículos/ dia, 36 quando comparada com Vilar Formoso , sendo grande o peso relativo dos movimentos locais em Valença, contra os de longo curso em VF 37 [4]. A fronteira de Chaves apresenta um TMDA apreciável (4.810 veículos/ dia) e são de referir também as fronteiras de Lindoso, Quintanilha e Miranda do Douro com TMDA entre os 1.800 e os 800 veículos/ dia. De realçar o pouco movimento relativo de Quintanilha (1.718 V/d) em que os movimentos locais têm 36 Onde a estimativa é de cerca de 7.460 veículos dia. Em 2004 o total de TMDA nas principais fronteiras do Continente foi de 49 mil veículos ligeiros e pesados de passageiros nos dois sentidos, representando o tráfego de veículos ligeiros 81% do total. 37 30 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A pouco peso, apesar de que, e do ponto de vista das ligações a Castela-Leão por Bragança, se deverá considerar o somatório daquela com Portelo, dada a ligação que esta fronteira estabelece com a A52 para Benavente (alternativa a Zamora para tráfego não pesado e de longo curso); as duas fronteiras totalizam uma média anual de cerca de 2.126 veículos por dia. Mais uma vez se reforça o atraso em que esteve durante estes anos a ligação estratégica da Região do Porto à fronteira de Vila Verde da Raia por Chaves, na medida em que constitui a melhor alternativa para o tráfego pesado. 31 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Quadro 9 - Fronteiras Rodoviárias da RN [4] e Tráfego Médio Diário Anual em 2004 - IEP / DGC Fronteiras Ligações rodoviárias da RN com Galiza e Castela-Leão TMDA 1ª Ordem (4) apoiadas em Itinerários Principais quer na RN como na Galiza e Castela-Leão Valença Minho / Tui Chaves (Vila Verde Raia) / Vérin - Ponte Nova: IP1 (A1) - A55 (Lisboa/ Porto/ Braga - à Corunha) 16.798 - Ponte Velha: N13 / N551 5.569 - N103-5 - N532 4.810 - IP3 - A52 (Coimbra/ Viseu/ Vila Real/ Chaves - a Ourense e Benavente/ Irun); e IP1/ IC5/ IC25 - A5 (Porto/ Guimarães/ Chaves - a Benavente/ Leon e Irun) Bragança (Quintanilha) / Alcanices - IP4 - N122 (Porto/ Vila Real/ Bragança - a Zamora e Valladolid) 1.718 - N218-1 - N122 Bragança (Portelo)/ Puebla de - N103-7/ IP2 - C622 até à A52 (Guarda/ Foz Côa/ Macedo/ Sanabria (Calabor) Mirandela/ Bragança - a Benavente). 408 2ª Ordem (3) apoiadas directamente em Itinerários Complementares em Portugal Lindoso/ Aceredo - M304-1/ IC28 - G540 / ou futura auto-pista a Ourense (Viana/ 1.416 Ponte da Barca - a Ourense) Miranda do Douro/ Moralina - N218/ IC5 - ZA324 (Murça/ A. Fé/ Miranda Douro - a Zamora); 800 Barca de Alva/ La Fregenada - ER221/IC34 - C517 (Foz Côa/ Barca de Alva - a Salamanca e 936 Zamora). 3ª Ordem (3) apoiadas indirectamente em Itinerários Complementares quer em Portugal Caminha/ A Guarda - por barco à N13 / IC1 Vila Nova de Cerveira/ Goian - por ponte Rio Minho à N13/ IC1 Bemposta/ Fermoselle - pela barragem ao IC5. 4ª Ordem (11) apoiadas em vias locais (abertura permanente ou não) Monção/ Salvaterra Miño - N101 - PO403 6.000 Melgaço (Peso)/ Arbo - por ponte Rio Minho à N202 1.413 Melgaço (S. Gregório)/ P. Barxas - N301 - OU410 1.076 Castro Laboreiro (Ameijoeira)/ - EM 15 Guxinde Portela do Homem/ Torneiro - ER308-1 - OU312 189 Tourém (Montalegre)/ Calvos - EM 184 Montalegre (Sendim)/ Baltar - N103-9 - OU304 562 Carvalhas (Vinhais)/ Manzalvos - EM Rio de Onor (Bragança)/ Rio Honor - EM308 - ZA921 74 (Castilla) Avelanoso (Vimioso)/ Alcanices - EM Poiares (Freixo)/ Saucelle - pela barragem 32 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Quadro 10 - As “Fronteiras” da RN com a Região Centro Concelhos Ligações rodoviárias Apoiadas em Itinerários Principais Porto / Foz Côa / Lamego - IP1 entre Porto e Coimbra (IP3) - IP2 entre Bragança e Guarda (IP5) - IP3 entre Chaves/ Vila Real e Viseu (IP5) Apoiadas em Itinerários Complementares Porto / V.N. de Gaia / Sernancelhe - IC1 entre Porto e Aveiro (IP5) - IC2 entre Porto e Coimbra (IP3); - IC26 entre Régua/ Lamego e Celorico da Beira (IP2) - IC34 entre Foz Côa e Barca de Alva/ Figueira Castelo Rodrigo Apoiadas na Rede Complementar de “estradas nacionais” Oliveira de Azeméis / Moimenta da - N224 entre Oliveira de Azeméis e Estarreja Beira / Sernancelhe / Foz Côa - N323 entre Moimenta da Beira e Vila Nova de Paiva - N229 entre Sernancelhe e Aguiar da Beira - N332 entre Almendra (Foz Côa) e Figueira de Castelo Rodrigo e Barca de Alva Apoiadas na Rede Regional de estradas Arouca / Cinfães / Penedono / Freixo - R225 entre Alvarenga (Arouca) e Castro Daire - R321 entre Cinfães e Castro Daire - R331 entre Penedono e Meda - R221 entre Freixo de Espada à Cinta e Figueira de Castelo Rodrigo. Apoiadas em estradas nacionais em vias ou já desclassificadas Espinho / Vale de Cambra / Penedono - (M)109 entre Espinho e Estarreja / Foz Côa - (M)328 entre Vale de Cambra e Sever do Vouga - (M)229-1 entre Penedono e Trancoso; - (M)324 entre Freixo de Numão (Foz Côa) e Meda 33 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A REFERÊNCIAS [1] CCDRN/ BABO, António Pérez – Norte 2015, QRE/ Diagnóstico Prospectivo da Região do Norte, Atelier Temático “Mobilidade, Transportes e Acessibilidades”, Dezembro 2005. [2] INE - Estatísticas dos Transportes e Comunicações, 2000. [3] MOPTH, GEP/ MF - Observatório Transfronteiriço Espanha-Portugal, 3º Relatório, Dezembro 2004. [4] MOPTH, GEP/ MF - Observatório Transfronteiriço Espanha-Portugal, 4º Relatório, Março 2006 34 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A CAPÍTULO III - O NORTE FERROVIÁRI O 3.1. As diferentes Redes e Serviços 3.1.1. As redes ferroviárias Na Região do Norte existem diferentes tipos de redes ferroviárias que prestam uma diversidade de serviços produzidos por diferentes operadores. Estão em causa distintas infraestruturas ferroviárias onde operam diferentes tipologias de serviços – ferrovia pesada, ligeira e ultraligeira -, classificação que varia conforme o grau de compromissos entre a circulação ferroviária e outros tipos de circulações (automóvel, a pé, etc.), com o nível de sinalização e segurança envolvidos, e com o tipo de material circulante. Nos Quadros 11 e 12 apresenta-se uma síntese das diferentes redes ferroviárias, dos respectivos tomadores e dos operadores dos serviços de passageiros actualmente existentes na RN. Conforme se pode verificar a tipologia de situações é já actualmente muito diversa, caso se considerem as diferentes bitolas ferroviárias cuja infraestrutura está a cargo da REFER, e ainda as redes afectas aos sistemas de metro ligeiro do Porto e Mirandela e ao sistema de “eléctricos” também do Porto. No total estão em operação cerca de 586 km de ferrovia de diferentes tipos sendo maioritária a pesada gerida pela REFER, que representa 89% da rede. Quadro 11 - Extensão quilométrica dos diferentes tipos de ferrovia em operação na RN [7] 3.1.2. Ferrovia Pesada 1668 mm (REFER) Ferrovia Pesada 1000 mm (REFER) Sub-total (REFER) Ferrovia Ligeira (MP) Ferrovia Ultraligeira (STCP) Total Troços desactivados a partir de 1980 393 km 127 km 519 km 60 km 7 km 586 km 367 km 67 % 22 % 89 % 10 % 1% 100 % (-41%) Extensão máxima atingida pela rede ferroviária (1980) 886 km (só REFER) A cobertura territorial Na RN, 27 sedes de concelho (30% do total) são servidas pela ferrovia pesada, maioritariamente em 38 bitola ibérica, dispondo de serviço de passageiros . A população desses concelhos totaliza cerca de 2,09 milhões de habitantes, ou seja, 57% do total (INE, 2001). 38 Excluindo a Linha de Cintura de Leixões exclusivamente de mercadorias. 35 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Quadro 12 - Serviços Ferroviários na RN e cidades abrangidas SERVIÇOS Ligações que estabelecem (2 sentidos) Sedes de Concelho com Paragem Tipo de Ferrovia: PESADA em bitola ibérica (1.668 mm); Gestor Infraestrutura: REFER, EP; Operador: CP- Caminhos de Ferro Portugueses, EP; Unidades Negócios CP: Serviço de Longo Curso (CP Longo Curso e CP Regional) e Serviço Urbano Grande Porto (CP Porto). (* / **) Alfa Pendular Intercidades InterRegional Braga - Porto – Lisboa. Braga, Espinho, Porto, VN Famalicão e VN Gaia (5 / 5) Alarga as ligações da Linha do Norte a Guimarães. Espinho, Guimarães, Porto, Santo Tirso, Trofa, VN Gaia e Vizela (7 / 8) Porto - Aveiro - Coimbra - Lisboa. Porto – Livração; Porto – Régua; Porto – Pocinho; Régua – Pocinho. Porto - Viana do Castelo - Valença. Barcelos, Caminha, Espinho, Marco, Paredes, Penafiel, P Régua, Porto, Trofa, Valença, Valongo, Viana Castelo, VN Cerveira, VN Famalicão (14/ 40) Regional Acrescenta às anteriores as ligações: Nine - Viana; Viana - Valença; Porto – Marco; Penafiel – Marco; Caíde - Marco; Régua - Pocinho; Entroncamento - Porto; Porto - Ermida; e Nine - Valença. Barcelos, Caminha, Espinho, Marco, Paredes, Penafiel, P Régua, Porto, Trofa, Valença, Valongo, Viana Castelo, VN Cerveira, VN Famalicão (14 / 63) Urbano Porto - Aveiro; Porto - Braga; Porto Guimarães; Porto – Marco; Porto – Ermesinde Braga, Espinho, Guimarães, Paredes, Penafiel, Porto, Santo Tirso, Trofa, Valongo, VN Famalicão, VN Gaia e Vizela (12/ 67) Internacional Porto – Valença (- Vigo) Barcelos, Caminha, Porto, Trofa, Valença, Viana Castelo, VN Cerveira, VN Famalicão (8/ 13) Tipo de Ferrovia: PESADA em bitola métrica (1.000 mm); Gestor Infraestrutura: REFER, EP; Operador: CP Regional Livração - Amarante; Régua - Vila Real; Espinho – Aveiro; Tua - Mirandela Amarante, Espinho; Mirandela, Oliveira Azeméis, P Régua, S. João Madeira, Vila Feira, Vila Real (8 / 49) Tipo de Ferrovia: LIGEIRA em bitola métrica (1.000 mm); Gestor Infraestrutura: REFER, EP; Operador: Metro de Mirandela Local Mirandela – Carvalhais Mirandela Tipo de Ferrovia: LIGEIRA em bitola europeia (1.435 mm); Gestor Infraestrutura: Metro do Porto, SA; Operador: TRANSDEV Metro Ligeiro de Superfície Porto - Matosinhos; Porto - Maia; Porto VN Gaia; Porto - Póvoa de Varzim; Porto – ISMAI; Porto – Aeroporto FSC Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa, Vila do Conde e VN Gaia (6 / 69) Tipo de Ferrovia: ULTRALIGEIRA em bitola europeia (1.435 mm); Gestor Infraestrutura: STCP, SA/ CMP; Operador: STCP, SA Eléctrico Porto (rede interna: Passeio Alegre Infante; Massarelos – H.S. António) Porto * - Número de sedes de concelho servidas; ** - Número de Paragens nas Linhas 36 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Se a essa lista se juntar a população de mais 11 concelhos servidos pela mesma rede ferroviária (mas 39 não directamente a sede de concelho ) então teremos uma população servida de 2,5 milhões de habitantes, bastante mais de metade da população da Região (67%). Há ainda um conjunto de mais 7 concelhos que se encontram “encostados” à ferrovia, na maioria dos casos localizados ao longo do Rio Douro mas na margem contrária à da Linha; nestes casos a acessibilidade ao comboio dependerá da configuração da rede viária e da localização das pontes que permitem uma acessibilidade mais ou menos directa às estações e apeadeiros (Figura 3). Considerando ainda este grupo, então a população total dos 45 concelhos atravessados ou “encostados” ao caminhode-ferro totaliza os 2,6 milhões de habitantes (71% do total). Convém contudo acrescentar que, face às características da infraestrutura (via dupla electrificada e desnivelada do sistema rodoviário) e ao serviço perspectivado para a Linha da Póvoa com a aquisição de novo material circulante por parte do sistema MLS do Porto (train-tram), poderá considerar-se que os concelhos de Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim também são servidos por ferrovia de tipo suburbano, apesar de não estarem directamente conectados com a restante rede convencional considerada. Estamos então perante 48 concelhos de alguma forma servidos por via ferroviária, totalizando 2,92 milhões de habitantes, ou seja, 79% do total da Região. No que respeita à cobertura territorial pela ferrovia, a Região do Norte apresenta alguma debilidade comparativamente com o total nacional e mesmo com a Galiza (Quadro 13), sendo a parte da Euroregião com piores indicadores (quilómetros de extensão de via férrea por mil habitantes e por milhares de quilómetros quadrados). Aos 24 quilómetros de via-férrea existentes por cada 1.000 km2 na RN, correspondem 30 no total nacional e na Galiza; e esse valor ainda é preocupantemente menor (18 km/ km2) caso se excluam as linhas em bitola métrica. O rácio da extensão da rede relativamente à população residente é muito baixo (0,14 ou 0,10 caso não se considere a rede métrica) quando comparado com o total nacional (0,27), o total espanhol (0,29) ou o total da Galiza (0,32). Mesmo considerando a rede ferroviária da RN na dimensão máxima atingida na década de 80 do século passado (antes do início do processo de regressão da rede, principalmente a de bitola métrica), os rácios referidos seriam mais confortáveis e respectivamente de 0,24 km/ 1.000 habitantes e de 42 km/ 1.000 km2, valor superior ao da actual média nacional. Frisa-se que a extensão de rede encerrada (“1668” e “1000”) é de 367 km na RN, o que representa 42% da extensão máxima então operada. 39 Casos, por exemplo, de Gondomar, Baião, Mesão Frio, Alijó, Carrazeda, Foz Côa, etc. 37 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional A C E S S I B I L I D A D E S , M O BI L I D A D E E L O G Í S T I C A Figura 3 – Cobertura territorial da ferrovia convencional e sua hierarquia Valença V. N. de Cerveira Caminha Viana do Castelo Braga Barcelos Mirandela Guimarães Murça Famalicão Póvoa de Varzim Vila de Conde Vizela Santo Tirso Trofa Lousada Maia Matosinhos Porto Valongo Paredes Gondomar Gaia Penafiel Marco de Canaveses Vila Flor Vila Real Amarante S. Marta de Penaguião Mesão Frio Baião Alijó Sabrosa Resende Lamego S. João da Pesqueira Armamar Tabuaço Cinfães Espinho Carrazeda de Ansiães Torre de Moncorvo Régua Vila Nova de Foz Coa S.ta Maria da Feira S. João da Madeira Vale de Cambra Oliveira de Azeméis Rede Ferroviária e Concelhos da Região Norte Com serviço ferroviário na sede (27) : 2,09 MHab. Atravessados pelo Caminho de ferro (11) : 0,41 MHab. Total dos 38 concelhos - 2,5 MHab. (68% da População Residente 2001) "Encostados" ao Caminho de ferro (7) : 0,11 MHab. Total dos 45 concelhos - 2,6 MHab. (71% da População Residente 2001) A que acresce a passagem do MLS do Porto (3) :0,3 MHab. Total dos 48 concelhos - 2,9 MHab. (79% da População Residente 2001) Hierarquia da Rede [3] Principal Complementar Secundária 38 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Ou seja, a Galiza apresenta hoje, relativamente à RN, uma densidade de rede ferroviária mais robusta para uma população menor e menos dispersa pelo território. Por outro lado, a RN detendo 36% da população residente no Continente e 23% da sua superfície, dispõe de uma rede ferroviária que, em extensão, representa apenas 18% do total nacional. Quadro 13 – Indicadores comparativos RN com Portugal, Galiza e Espanha Km de via “1668” Km de via “1000” Total de km de via Nº de estações passag. Habitantes Km 2 Km/ 1.000 Hab. Km/ 1.000 Km 2 Região Norte 393 127 519 157 3.687.293 Portugal Galiza 891 Espanha 2.791 650 10.356.117 18% 36% 891 136 2.767.524 12.808 1.736 44.708.964 21.354 92.117 3.687.293 23% 29.575 505.986 21.354 0,14 24 0,27 0,32 0,29 0,24 30 30 25 42 RN/P RN (*) 421 466 24% 886 - (*) – Caso não tivesse encerrado nenhum quilómetro de ferrovia na RN A expansão da rede ferroviária na RN (extensão das linhas existentes) e a continuação de uma política de reconversão da bitola métrica para ibérica, parecem poder constituir dois importantes objectivos que terão de ser assumidos com grande relevância na estratégia territorial deste Plano Regional, na medida em que: a. A maior dispersão populacional (relativamente à Galiza e ao Continente) permitirá rentabilizar os percursos ferroviários, ainda que com velocidades menores, dada a maior frequência de paragens. Sabe-se como as novas acessibilidades encurtaram de forma muitas vezes drástica distâncias entre centros urbanos, o que torna o comboio muito menos competitivo relativamente ao modo rodoviário; mas, também se percebe hoje que uma parte dessa vantagem será anulada pelo efeito do aumento do congestionamento automóvel nas cidades e pela dificuldade de estacionamento central. b. E, também, na medida em que a potenciação do caminho-de-ferro pode contrariar a desertificação demográfica em territórios mais periféricos. Designadamente na Bacia do Douro, sub-região onde a exploração comercial como “transporte” público terá forçosamente de ser combinada com a exploração turística; e esta é com toda a certeza uma questão essencial ao aprofundamento da diferenciação do Douro como produto turístico. 39 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A O fecho de malhas ferroviárias parece ainda poder ser uma das principais apostas a definir dentro dos objectivos estratégicos do PROT, principalmente se essas ampliações poderem vir a reverter num aumento da área de influência das novas linhas em bitola europeia. Tal como se referia no Norte 2015, o prolongamento da Linha de Guimarães a Braga articulando com o Porto-Vigo em velocidade alta, constitui porventura o melhor exemplo de como o fecho de malha pode cumprir múltiplos objectivos. Convém também referir que esta estratégia só poderá dar (bons) resultados a médio ou longo prazo, caso se verifiquem três critérios a nosso ver determinantes: a. Uma visão não estritamente financeira dos investimentos a realizar; b. A permanente opção por localizações muito centrais por parte das estações ferroviárias, mesmo que essa opção faça aumentar o investimento inicial; c. Uma excelente articulação intraurbana com outros modos de transporte, incluindo o a pé e a bicicleta. 3.1.3. O Programa de Investimentos da REFER concluído em 2006 O programa de investimentos do sector ferroviário para a RN (Plano 2000-2006) concluiu nos últimos anos importantes remodelações de infraestrutura, cujo potencial de oferta de serviço - aumento de frequências e diferenciação de regimes de exploração - pode ainda crescer bastante quando a modernização atingir os sistemas de comunicações, a sinalização e a segurança na operação. Por exemplo, e de acordo com estudos já realizados, a dimensão da Estação de Campanhã deverá ser perfeitamente compatível com a chegada ao actual feixe ferroviário da Alta Velocidade a partir de Lisboa. Por outro lado, deverá iniciar-se em 2007 a obra da Variante ferroviária na cidade da Trofa, possibilitando eliminar um importante estrangulamento que está a afectar os tempos de percurso na Linha do Minho, Ramal de Braga e Linha de Guimarães. Existe pois um forte potencial de infraestrutura que deve ser aproveitado também ao nível de novas articulações, quer por extensão da rede ferroviária já existente (fecho de malha), como ainda pela criação 40 de interfaces com outros modos de transporte, o que terá reflexos no aumento da procura . O aumento continuado do congestionamento nos diferentes níveis das redes rodoviárias subregionais, metropolitanas e urbanas, encarregar-se-á de promover novos utentes no modo ferroviário, desde que haja uma evolução conjugada com o incremento de políticas de transporte público intraurbano. 40 O que está em causa é inverter o ciclo de: diminuição da oferta; menos procura; encerramento de infraestrutura. 40 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A A ferrovia (pesada) existente na RN apresenta por isso um duplo potencial baseado por um lado na rede (infraestrutura) existente e amplamente melhorada nos últimos anos e, por outro lado, na sua ampla cobertura territorial que pode servir de forma mais ou menos atractiva uma grande percentagem (71%) da população residente na região, caso haja o engenho de articular, em convergência, os diferentes modos e sistemas de transporte (público e privado). 3.1.4. Hierarquia ferroviária e níveis de oferta e de procura Como é sabido a rede ferroviária na RN completou-se integralmente num período relativamente curto de 87 anos entre a chegada do comboio a Vila Nova de Gaia (1862) e a finalização da Linha do Tâmega. Neste período são de salientar ainda as datas históricas de conclusão da Ponte Maria Pia (1877) e da Estação de S. Bento na sua configuração actual (1916). As Linhas do Minho (1879), do Douro (1889), do Tua (1906), de Guimarães, Póvoa e Vouga (1908-10), do Corgo (1921), Sabor (1938) e finalmente do Tâmega (1949) constituíram a dimensão máxima da rede que chegou a ter 886 quilómetros (421 km em bitola ibérica e 466 em bitola métrica). A partir da década de 80 do século passado inicia-se um processo regressivo de encerramento dos “extremos” das linhas que servem territórios mais distantes, à medida que a exploração ia sendo afectada pela concorrência do transporte rodoviário (público e privado) que beneficia de percursos mais directos nas ligações, principalmente, à cidade do Porto e área metropolitana. É o caso dos encerramentos: da Linha de Guimarães entre Guimarães e Fafe (1985); da Linha do Douro entre Pocinho e Barca de Alva e da Linha do Sabor entre Pocinho e Duas Igrejas, Miranda do Douro (1988); da Linha do Corgo entre Vila Real e Chaves, da Linha do Tâmega entre Amarante e Arco de Baúlhe e da Linha do Minho entre Valença e Monção (1990); e da Linha do Tua entre Carvalhais, Mirandela e Bragança (1992). No total, encerraram 367 km de via-férrea maioritariamente de bitola métrica, ou seja, cerca de 42% do total máximo que tinha sido construído (em todas as bitolas); este valor é impressionante e demonstra o grau de regressão sofrido pelo caminho-de-ferro na Região do Norte no último quarto de século. Na sua configuração actual a rede ferroviária está classificada em três categorias [3] de acordo com as características de serviço que proporciona (Quadro 14): rede Principal, rede Complementar e rede Secundária, representando esta última metade da extensão total. 41 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Quadro 14 – Hierarquia ferroviária na RN CATEGORIA KM CARACTERÍSTICAS FÍSICAS (*) (**) Linha do Norte entre Espinho e Campanhã 24 Via (1668) dupla electrificada Linha do Minho entre S. Bento e Nine 34 Via (1668) dupla electrificada LINHAS E RAMAIS HIERÁRQUICA PRINCIPAL 92 km (18%) Grandes tráfegos EIXO NORTE/ SUL Padrão superior de oferta Pontos principais de intermodalidade COMPLEMENTAR 165 km (32%) Tráfegos médios (2,3 km de via múltipla) Ramal de Braga 15 Via (1668) dupla electrificada 19 Via (1668) única electrificada 42 Via (1668) única CINTURA Linha de Leixões EIXO LITORAL NORTE Linha do Minho entre Nine e Viana Castelo EIXOS TRANSVERSAIS Corredores adjacentes Linha do Douro entre Ermesinde Caíde 33 Via (1668) dupla electrificada ligação rede principal Linha do Douro entre Caíde e Régua 59 Via (1668) única Fecho de malha Linha de Guimarães entre Lousado e Guim. 31 Via (1668) única electrificada SECUNDÁRIA EIXO LITORAL NORTE 253 km (50%) Linha do Minho Viana Castelo e Valença Serviços de baixa 54 Via (1668) única EIXOS INTERIORES procura Linha do Douro entre Régua e Pocinho 72 Via (1668) única Abertura da Linha do Tua entre Tua e Mirandela 55 Via (1000) única Linha do Corgo entre Régua e Vila Real 26 Via (1000) única Linha do Tâmega entre Livração e Amarante 13 Via (1000) única 33 Via (1000) única exploração a parcerias externas (PPP) Linha do Vouga entre Espinho e Oliveira de Azeméis (*) – Valores arredondados. (**) - Todas as linhas electrificadas são a 25 kV/ 50 Hz. 42 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Os serviços disponibilizados pela CP, principal operador ferroviário de passageiros na RN, baseiam-se nas unidades de exploração: dos Urbanos do Porto com ligações a Braga, Guimarães, Caíde e Aveiro; dos Regionais/ inter-regionais 41 com ligações a partir do Porto com Valença, Pocinho, Amarante, Vila Real, Mirandela e Oliveira de Azeméis; dos Intercidades com ligações a partir do Porto com Guimarães e Espinho; dos Alfa Pendular com ligações a Braga (e Lisboa); e dos Internacionais entre Porto e Vigo. Quadro 15 – Níveis de serviço/ procura na rede ferroviária na RN LIGAÇÃO SERVIÇOS Km TEMPO Menor Km/ h COMBOIOS/ DIA (Minutos) PROCURA Aproximadamente 6,6 Milhões de Passageiros (MP) em 2005 nos “urbanos”. “Urbanos” Regional Inter-regional Intercidades Alfa Pendular 23 37 36 40 8 1 4 11 PORTO / BRAGA “Urbanos” Alfa Pendular 51 45 68 24 3 4,9 MP/ ano (2005) nos “urbanos” PORTO / GUIMARÃES “Urbanos” 54 70 46 12 1,02 MP/ ano (2005) PORTO / CAÍDE “Urbanos” 44 45 59 23 4,4 MP/ ano (2005) PORTO / VIANA Regional Inter-regional 76 81 90 56 51 10 3 VIANA / VALENÇA Regional Inter-regional 54 62 41 52 79 4 3 PORTO / VIGO Internacional 187 191 59 2 PORTO / RÉGUA Regional Inter-regional 103 100 62 5 7 RÉGUA / POCINHO Inter-regional 72 86 50 5 RÉGUA / VILA REAL Regional 26 52 30 5 6 Mil Passageiros (*) TUA / MIRANDELA Regional 55 94 33 3 4 Mil Passageiros (*) LIVRAÇÃO/ Regional 13 26 30 33 61 32 PORTO / AVEIRO 8 125 Mil Passageiros (*) 48.000 (em 2001) 34.400 (em 2003) 114 Mil Passageiros (*) 5 Mil Passageiros (*) AMARANTE ESPINHO / OLIVEIRA AZEMÉIS Regional 8 12 Mil Passageiros (*) (*) – Valores para o mês de Maio de 2006 41 Serviços mais directos sem paragem em todas as Estações e Apeadeiros. 43 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Figura 4 – Patamares de Velocidade na Rede Ferroviária na RN Fonte: REFER [4] 3.1.5. A escala ibérica do (novo) transporte ferroviário Entre 1999 e 2001 o movimento transfronteiriço de passageiros por caminho-de-ferro entre Portugal e Espanha decresceu 6%; essa quebra ficou a dever-se muito provavelmente à abertura do IP1 entre Braga e Valença/ Tui, dado que o movimento por ferrovia nessa fronteira decresceu 40% no mesmo período. Os cerca de 48 mil passageiros que atravessaram (nos dois sentidos) a fronteira de Valença por caminho-de-ferro em 2001, representaram apenas 15% do total nacional de movimentos no mesmo modo de transporte. [6] Entre 2001 e 2003 a quebra de movimento transfronteiriço por ferrovia entre os dois países atinge os 20,5%, e a fronteira de Valença/ Tui fica-se pelos 34,4 mil passageiros, ou seja, 14% do total nacional que foi de 245,8 mil passageiros. Em 2004 este valor já tinha baixado para 180 mil. É portanto claro que a tendência regressiva verificada na rede convencional internacional não constitui a base de fundamentação para a importância da integração de Portugal na rede ferroviária de altas prestações que será construída em bitola europeia e que determina a calendarização para 2013 e 2015, da finalização das Linhas de Alta Velocidade (infraestruturas da Categoria I) entre Lisboa e Madrid e entre Lisboa e Porto (Campanhã), colocando estas cidades a tempos de viagem de 02:45 e 01:15 horas respectivamente. [5] 44 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Incluída na Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T) está também previsto para 2013 a entrada ao serviço do troço Braga-Valença da Linha de Velocidade Alta (Categoria II) entre Porto e Vigo. A restante parte da infraestrutura que permitirá a ligação contínua entre Campanhã, o Aeroporto FSC e Braga não tem calendário atribuído, 42 mas a sua importância não deixará de ser decisiva para a afirmação do Aeroporto do Porto no quadro das infraestruturas aeroportuárias da frente atlântica no NW Peninsular. O prazo para a abertura da nova ligação entre Braga e Vigo deverá corresponder ao da operacionalização da remodelada Linha entre Vigo e Corunha (em grande parte com troços novos já em construção), sendo portanto decisivo para o desenvolvimento económico da Euro-região Norte de Portugal/ Galiza, o fecho dessa malha ferroviária que permitirá também no prazo esperado de 2013, conectar com a nova ligação em Alta Velocidade (exclusiva de passageiros) entre Santiago e Madrid. Tratando-se de uma aposta estratégica de médio/ longo prazo que deverá mudar o panorama da mobilidade e da repartição modal nas deslocações de médio e longo curso, ela só poderá ter êxito se for acompanhada de investimento à escala regional na melhoria da articulação entre os diferentes níveis hierárquicos ferroviários, e também de uma política de incremento dos transportes públicos urbanos e metropolitanos que cuide muito especialmente da organização concertada das correspondentes interfaces multimodais de transportes. Neste âmbito, é de especial relevância a opção por localizações muito centrais para as novas gares ferroviárias a criar. Com estas perspectivas espera-se uma profunda alteração no quadro actual de utilização da rede ferroviária convencional ao nível da Região e do Arco Metropolitano do Porto. O prosseguimento dos investimentos na rede convencional, a sua eventual expansão em situações claras de fecho de malha ferroviária e a perspectiva de aumento do grau de integração das actuais linhas de bitola métrica na rede de bitola ibérica (expansão do serviço “urbanos”), constituem desafios que não podem ser abandonados no próximo quadro de programação estratégica, mesmo sabendo-se que grande parte dos recursos serão colocados na nova infraestrutura de altas prestações. 3.1.6. A rede de Metro Ligeiro de Superfície A actual rede de metro abrange 6 concelhos da Área Metropolitana do Porto 43 e apresenta uma extensão de 59,3 km com troços de linhas de diferentes graus de desempenho. Como é sabido, a “ideia” inicial para o Metro do Porto partiu da iniciativa das Câmaras Municipais do Porto, Matosinhos e Vila Nova de Gaia e tinha como objectivo uma ligação entre Gaia e Matosinhos com o aproveitamento da linha 42 Ver [3], pág. 108 – Ligação Porto-Vigo “destinada a tráfego misto, com características técnicas ajustadas a um tempo de percurso, na ligação directa, da ordem dos 60 minutos...”, ou seja, redução de cerca de 70% no tempo actual pela Linha convencional. 43 Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia, com uma população total de 0,98 milhões de habitantes em 2001. 45 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A ferroviária de bitola métrica entre a Trindade e a Boavista. Os estudos inicialmente elaborados por encomenda dos três municípios tinham como base para o traçado o aproveitamento dos canais centrais da Av. da República em Gaia e da Av. da Boavista no Porto. Circunstâncias de variada ordem determinaram a evolução desta “ideia” inicial para o projecto (fase) agora concluído, designadamente a recusa da CP em ceder a parte terminal da Linha da Trindade e a baixa procura de passageiros dada pelos estudos elaborados com a inclusão da Boavista. Este segundo dado determinou o abandono da Avenida da Boavista por um traçado alternativo pela Senhora da Hora e Hospital Pedro Hispano a caminho do centro da cidade de Matosinhos, e o primeiro (majorado por esta alteração de objectivos) determinou que o projecto tenha sido forçado a absorver as linhas ferroviárias da CP entre a Senhora da Hora e a Trofa, e entre a Senhora da Hora e a Póvoa de Varzim. Tendo como base o designado sistema de ferrovia ligeira de superfície, o projecto do metro desenvolvese maioritariamente em canal próprio não partilhado com outros tipos de tráfego, apesar de admitir cruzamentos nivelados com outro tráfego motorizado e com peões e bicicletas. Apresenta velocidades médias da ordem dos 25-35 km/h e velocidades de ponta que podem chegar aos 80km/h [9]. Apoia-se num sofisticado sistema de sinalização que lhe permite um alto grau de segurança quer nos troços em túnel como à superfície. A distância média entre paragens é muito variável mas próxima ou superior a 500 metros e em alguns casos com valores superiores aos 700 metros, o que, no caso extremo da Póvoa (1.045 metros) configura uma situação intermédia com a do comboio “urbano”. A extensão das Linhas também é muito variável e alguns dos serviços em operação apresentam extensões menos recomendáveis com valores superiores a 25 km‟s (Quadro 16). Mais uma vez o caso da Póvoa é extremo com um serviço até ao Dragão que chega praticamente aos 40 km. Quadro 16 – Dados gerais do MLS do Porto (ver Figura 3) Percursos Km (*) Em Túnel 6,3 Em canal próprio à superfície 53,0 Em partilha de canal (**) Total 59,3 Troços a partir da TRINDADE 1. T - HS João 2. T – Dragão 3. T – Gaia 4. T – Matosinhos 5. T – Aeroporto 6. T – Póvoa Varzim 7. T - Maia Média dos 6 troços (s/ Trindade-Póvoa) Extensão (km) 4,5 3,6 2,8 12,4 14,5 30,3 16,2 DMP (m) 643 720 466 729 966 1.045 852 9,0 730 SERVIÇOS em Operação A. HSJ - Gaia Extensão (km) 7,3 B. Dragão - Matosinhos 16,0 C. Dragão - Aeroporto D. Dragão – Maia (ISMAI) 18,1 E. Dragão - Póvoa Média dos 6 serviços (s/ Dragão-Póvoa) 33,9 19,8 19,02 (*) – Apenas os que têm exploração comercial. (**) – Valor residual correspondente a pequenos troços em Matosinhos (Rua Brito Capelo) e no centro da Maia. DMP – Distância Média entre Paragens. 46 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A 44 Os veículos actualmente em operação têm 2,65 metros de largura e 35 metros de comprimento , viabilizam uma oferta de 432 lugares em cada passagem de uma composição (2 veículos) por sentido, e apresentam características adequadas à circulação à superfície em resultado da tecnologia associada à “plataforma rebaixada”. A eficiência do sistema poderá por isso ser avaliada tendo por base um valor compreendido entre os 15 e os 20 mil passageiros por sentido na HP (intervalos médios de passagem da ordem dos 90 segundos). [9] A velocidade comercial (Quadro 17) varia actualmente entre os 24 e os 37 km/ h, sendo o valor máximo relativo aos serviços directos entre Póvoa e o Dragão, para um tempo ligeiramente inferior aos 60 45 minutos. É interessante comparar a situação actual entre o Porto-Guimarães e o Porto-Póvoa mesmo sabendo-se que no caso da Linha de Guimarães não houve correcções de traçado nem duplicação; para uma diferença de extensão de 18,8 km (contados a partir de Campanhã) a velocidade comercial na ligação a Guimarães está nos 43,8 contra 31,2 km/h (-29%) no caso da Póvoa, e para ligações que param em todas as estações. Quadro 17 – Dados gerais do Serviço do MP Frequências Linha Extremos actuais Azul Violeta Dragão - Matosinhos Dragão - Aeroporto 10 20 Vermelha Dragão - Póvoa 20 Verde Amarela Dragão - Maia (ISMAI) HSJ - Gaia 15 6 (minutos) Veículos/ hora 6 3 3 + Directos 4 10 Km Tempo de viagem Velocidade comercial 39‟ 22‟‟ 35‟ 34‟‟ 65‟ 13‟‟ 54‟ 04‟‟ 43‟ 11‟‟ 19‟ 30‟‟ 24,4 30,5 31,2 37,6 27,5 22,5 16,0 18,1 33,9 19,8 7,3 (km/ h) Do conjunto de projectos inicialmente considerados como pertencendo à 1ª Fase da rede (empreitada inicial mais extensões entretanto aprovadas pelo Governo), ficou por executar o troço entre o ISMAI na Maia e a Trofa, com uma distância da ordem dos 11 km e que inclui uma pequena extensão até à futura Estação ferroviária da Trofa a construir muito brevemente com a Variante ferroviária prevista. Em Gaia também está suspenso o prolongamento da Linha até ao futuro Parque de Máquinas de Laborim, equipamento essencial para a redução de custos de exploração na Linha Amarela. Os dados de exploração que constam dos Relatórios de Contas da MP 47 46 apresentam como dados da procura valores de 5,96, 9,84 e 18,48 milhões de passageiros transportados respectivamente em 2003, 2004 e 2005 (Quadro 18). É claro que estes valores respeitam a fases diferentes da rede total em 44 Cada veículo possui 216 lugares dos quais 80 são sentados. Ambos pertenceram ao troço ferroviário comum entre a Senhora da Hora e a Trindade. 46 Actualmente esta Linha é alimentada de veículos a partir de Guifões, pela Senhora da Hora. 47 Ver www.metrodoporto.pt. 45 47 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A 48 serviço , mas indiciam um impressionante crescimento da procura – entre 2003 e 2005 o número de passageiros/ ano triplicou - o que reflecte a importância e o impacte da introdução deste modo de transporte na área metropolitana e no seu núcleo central mais compacto. Os efeitos sobre os indicadores de mobilidade na AMP serão com toda a certeza perceptíveis quando for possível comparar dados de novo Inquérito com os de 2001, principalmente no que se refere ao número de viagens/ pessoa e por dia e ao tempo médio das deslocações casa-trabalho/ escola-casa. Quadro 18 – Dados da procura do MP ANO 2003 2004 2005 2006 (*) Passageiros Transportados 5.960.000 9.843.000 18.481.000 35.100.000 Variação Passag.x km Variação 65% 88% 68% 26.476.000 46.506.000 96.674.000 76% 108% - Km/ passag. 4,4 4,7 5,2 (*) – Dados provisórios até Novembro de 2006 publicados na Imprensa. A extensão média das viagens realizadas tem naturalmente vindo a aumentar à medida que a rede se estende e estava em 2005 nos 5,2 quilómetros por passageiro. A média diária de passageiros transportados na rede metro no ano de 2005 era de 102,7 mil e de acordo com os dados provisórios citados, esse valor aumentou para 152,6 mil em 2006 (+50%). Esta subida deve-se sobretudo à entrada em funcionamento da Linha Amarela entre o Hospital de São João e a Paragem de João de Deus em Vila Nova de Gaia, linha que corresponde à maior expectativa de tráfego segundo todos os estudos de procura realizados. A consolidação dos hábitos de utilização do metro, o efeito “rede”, a articulação com outros modos de transporte (ferroviário pesado, rede de autocarros da STCP e “P+R” 49 existentes em regime de integração tarifária) e finalmente a consolidação do “Andante”, deverão produzir a breve prazo um efeito em cadeia que determinará, muito possivelmente, ainda mais crescimentos da procura nos próximos anos mesmo sem aumento da extensão da rede. 48 A última abertura respeita a Maio de 2006 para o ramal do Aeroporto. Ou “parque metro” na designação da MP. Actualmente existem dois com dimensão apreciável: Dragão e Parque Central da Maia. 49 48 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional A C E S S I B I L I D A D E S , M O BI L I D A D E E L O G Í S T I C A Figura 5 – Redes ferroviárias ligeira e ultraligeira na Área Metropolitana do Porto Póvoa de Varzim 17,2 Ismai 3,0 Aeroporto 1,4 6 VER Maia 6,0 6,1 Fonte do Cuco Senhor de Matosinhos 0,9 S. da Hora 2,1 Hospital São João 4,1 Matosinhos 2,4 4,5 Salgueiros 0,8 Marquês Casa Musica 1,7 1,3 Trindade 1,15 1,2 1,25 0,7 Passeio Alegre 2,81 2,29 Massarelos Dragão Campanhã Carmo Campo 24 Agosto São Bento 1,7 1,3 Infante General Torres 0,8 km km Rede de Metro (59,3 km) João de Deus Rede de Eléctrico (6,8 km) 49 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A 3.1.7. A rede ultraligeira na cidade do Porto Também com uma bitola de 1.345 mm, a rede de “eléctricos” na cidade do Porto é constituída por linhas integralmente novas apesar da extensão que já teve a anterior Rede 50 cujo último troço a funcionar respeitou à ligação entre Massarelos e o Castelo do Queijo. O sistema ferroviário ultraligeiro apresenta características próprias das quais se destacam [8]: Transporte de carácter intraurbano de cobertura densa (desejavelmente complementar ao metro), servindo movimentos pendulares mas, sobretudo, apoiando o crescimento dos movimentos por outros motivos que o casa-trabalho/ estudo (indutor de maior número de deslocações por pessoa e por dia); Transporte electrificado em canal próprio mas bastante mais aberto e permeável ao acesso automóvel a edifícios, parques de estacionamento, cargas e descargas eventuais, etc., ficando contudo liberto do congestionamento automóvel, principalmente nas horas de ponta; Partilha da mesma plataforma com peões em linha única ou dupla; Aceita estacionamento marginal na faixa de rodagem automóvel e sempre que a largura do arruamento o permita; Soluções construtivas mais “leves” e baratas (via, postes para catenária, infraestruturas de sinalização, comunicações, etc.), e muito melhor integração urbanística; Linhas menos extensas (menores distâncias ao centro); Menores distâncias entre paragens (mais paragens). A actual rede apresenta uma extensão de 6,8 km e compreende duas linhas que estão articuladas na Estação de Recolhas de Massarelos 51 e que se desenvolvem em canal partilhado com os peões estando a sua operação liberta do congestionamento automóvel. Está a ser explorado com uma vocação eminentemente turística, apesar de circularem alguns veículos com cadência certa. Contudo, a oferta é tão pequena que a sua utilização como transporte público é praticamente nula; a infraestrutura está assim em claro subaproveitamento, factor extremamente negativo do ponto de vista do respeito pelo canal por parte do restante tráfego motorizado (circulação e, principalmente, o estacionamento). 50 Na década de 50 do século passado a rede de eléctricos na cidade do Porto e concelhos limítrofes era composta por 45 Linhas com um total de 85 km e onde chegaram a operar 150 veículos de diferente tipo.[7] 51 Partilha instalações com o Museu do Carro Eléctrico da STCP. 50 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Quadro 19 – Dados gerais da rede ferroviária ultraligeira (minutos) Veículos/ hora Km Tempo de viagem Velocidade comercial Infante – Massarelos – Passeio Alegre 30 2 4,51 23 Minutos 11,8 Massarelos – Carmo 30 2 2,29 10 “ 13,7 Linha Extremos actuais “1” “18” Frequências Total Linha parcialmente em construção: Cordoaria-BatalhaAliados-Carmo (km/ h) 6,8 2,5 Um serviço de eléctricos baseado neste tipo de infraestrutura permite velocidades médias da ordem dos 10-20 km/h e velocidades de ponta que podem chegar aos 60 km/h. O sistema de segurança é baseado na condução à vista e em semaforização de cruzamentos. A distância média entre paragens deve ser inferior a 350 metros e não são aconselháveis extensões de linha superiores a 10-15 km. Com material circulante moderno (da ordem dos 150 passageiros/ veículo) é possível intervalos de passagem da ordem dos 3-10 minutos, o que garante uma eficiência baseada numa oferta de 2 a 6 mil lugares por HP e sentido com composições de dois veículos. Dadas as características da inserção urbanística deste tipo de redes, a largura dos veículos não deve exceder os 2,40 metros e o seu comprimento deverá ter entre 25 e 30 metros. [9] 51 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A REFERÊNCIAS Gerais [1] MAOT/ DGOTDU - Programa Nacional da Política Ordenamento do Território (PNPOT), Relatório e Programa de Acção, 2ª Versão - Fevereiro de 2005 [2] BABO, António Pérez – Norte 2015, QRE/ Diagnóstico Prospectivo da Região do Norte, Atelier Temático “Mobilidade, Transportes e Acessibilidades”. Porto, CCDRN, Dezembro 2005. Ferroviário [3] MOPTC/ SET – Orientações Estratégicas para o Sector Ferroviário, Outubro 2006. [4] REFER – Directório da Rede Ferroviária Portuguesa 2006, Setembro 2005. [5] RAVE/ REFER – Alta Velocidade, Portugal mais próximo, Dezembro de 2005. Acessibilidades [6] MOPTH, GEP/ MF - Observatório Transfronteiriço Espanha-Portugal, 2º Relatório de Julho de 2003, 3º Relatório de Dezembro 2004 e 4º Relatório de Março 2006. Mobilidade [7] BABO, A.P., COSTA, A.P., STUSSI, R. e TAVARES, J.P. – Programa de Mobilidade para a Baixa do Porto. Porto 2001 S.A. Capital Europeia da Cultura, 2001. [8] BABO, António Pérez – Programa de Transportes e Mobilidade para a Cidade do Porto, Relatório Técnico final para a Revisão do PDM do Porto. Câmara Municipal do Porto, Dezembro de 2002. [9] HALL, Peter e HASS-KLAU, Carmen - “Can rail save the city?”, Gower Publishing Company - England (1985). 52 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A CAPÍTULO IV – O NORTE LOGÍSTICO 4.1. Introdução 4.1.1. A nova aposta infraestrutural Uma das questões fundamentais que terá de ser colocada neste Plano Regional consiste em saber se é válido continuar a insistir indiscriminadamente nas acessibilidades rodoviárias como pedra de toque para as várias escalas do desenvolvimento (do local ao regional/ nacional), o que significa insistir em projectos que em muitos casos podem já não perspectivar qualquer alteração ao quadro de debilidades com que se confronta a Região do Norte e que representam atrasos estruturais. Ainda que se possa considerar não suficiente o nível da estrutura rodoviária no interior da região, a verdade é que no litoral, designadamente no arco metropolitano, existem hoje em dia insuficiências ao nível de outras infraestruturas, que se tornam mais decisivas para o desenvolvimento da economia regional e para a qualificação urbana nas diferentes conurbações desse arco. É notório o atraso da região (e do país) na criação de infraestruturas de apoio ao desenvolvimento de actividades logísticas que acrescentem valor a funções de base do tipo transporte/ armazenagem de 52 mercadorias , tanto à escala internacional como nacional e metropolitana. Sabendo-se que essas actividades funcionam com margens económicas muito estreitas, não é possível esperar que a actividade privada possa resolver problemas próprios (o das suas necessidades estritas), contribuindo ao mesmo tempo para uma organização territorial planeada que tenha reflexos no ambiente, na qualidade de vida urbana (por exemplo redução de níveis de tráfego nos centros das cidades), e ainda na política energética nacional. Com a globalização, as expectativas de crescimento do sector dos transportes de mercadorias e da logística estão associadas aos novos paradigmas da produção, cada vez mais dispersa à escala planetária, em que a matéria prima, os produtos em diferentes fases da sua cadeia de fabrico e depois a embalagem/ distribuição, circulam por entre diversos tipos de “especializações” que os territórios desenvolvem cada vez mais sem atender às distâncias e obstáculos que os separam. E esse crescimento expectante é demasiado grande para que este sector não seja considerado nos próximos anos, e na Região do Norte, como a prioridade das prioridades no que respeita à construção de nova infraestrutura. 52 Transferência de carga entre modos de transporte, grupagem e distribuição, consolidação/ desconsolidação, embalagem e etiquetagem, etc. 53 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A A criação de infraestruturas dedicadas à localização de actividades logísticas de apoio tanto à distribuição como a produção, e de outras actividades de natureza diversa, não é só uma necessidade em resposta à procura crescente de transporte de mercadorias, mas é também uma oportunidade de desenvolvimento empresarial que têm de ser assumida em toda a região como factor de potenciação da tradicional capacidade empreendedora demonstrada noutros ciclos económicos. Ou seja, a Região do Norte terá de preparar nos próximos cinco a sete anos infraestruturas capazes de fixarem funções especializadas na cadeia logística tendo como base uma economia vista à escala do país e também da Euroregião Norte de Portugal/ Galiza, estabelecendo as pontes necessárias para Castela-Leão. 4.1.2. 53 O transporte de mercadorias e as suas infraestruturas âncora 4.1.2.1. Como se sabe, há uma fortíssima interligação entre o desenvolvimento da actividade logística e o transporte rodoviário de mercadorias, cujas empresas estão na base da constituição de grande parte dos operadores logísticos existentes. A localização do Porto de Leixões e do Aeroporto determinaram ao longo das últimas décadas a concentração, nas suas proximidades, de empresas de transporte rodoviário de mercadorias. Essas duas infraestruturas determinaram também a criação de uma linha ferroviária dedicada de mercadorias que liga o porto de Leixões à rede nacional mista em Ermesinde (Linha do Minho) com articulação para norte, nascente (Linha do Douro) e para sul. Considera-se pois adequado estabelecer uma análise sumária do peso do movimento de mercadorias associado aos diferentes modos de transporte na Região do Norte, designadamente o aéreo, o marítimo, o ferroviário e o rodoviário, para que se possa ter uma ideia aproximada da dimensão do mercado em presença. 4.1.2.2. No que respeita à carga aérea no Aeroporto FSC, os anos de 2000 e 2004 correspondem a inversões de tendência na evolução dos movimentos totais de embarque mais desembarque. Se o ano de 2001 correspondeu a uma quebra da elevada tendência de subida que se vinha verificando nos anos anteriores, o ano de 2006 já configura a consolidação da retoma para valores semelhantes aos de 1999 (Gráfico 5). Na verdade, entre 1998 e 2000 registou-se um crescimento de 32% chegando a um máximo de 40,76 milhares de toneladas num só ano. Esse valor decresceu consideravelmente até 2004 (-34%, ou seja -8,4% ao ano) tendo atingido um mínimo de 27,03 milhares de toneladas. Entre 2004 e 2006 assiste-se a uma retoma que representa uma subida de 25% em dois anos. Esta evolução acaba por reflectir de forma expressiva a crise económica verificada a partir de 2000 e que teve contornos especialmente mais acentuados na região; contudo, a manter-se a tendência de crescimento dos dois últimos anos será de esperar uma equivalência em 2007 com o ano pico de 2000. 53 Se a Região Centro também dispõe de frente atlântica com infraestruturas portuárias, a Região de Castela-Leão poderá vir a potenciar a sua frente de mar de maior proximidade/ facilidade com a finalização quer do IP3 como do IP4. 54 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Gráfico 5 – Evolução da Carga no Aeroporto FSC Anos 1998 a 2006 45 Milhares Toneladas 40,76 40 36,16 34,79 33,89 35 34,25 30 30,77 27,76 25 27,03 28,31 20 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Quadro 20 - Carga no Aeroporto FSC em 2006 Origem/ Destino Total Carga Embarques/ Desembarques Toneladas Percentagem Colónia 6.252 19% Vitoria 3.882 12% Londres 2.933 9% Frankfurt 2.478 7% Atenas 2.427 7% Liége 2.242 7% Lisboa 2.077 6% Paris 2.071 6% Madrid 1.724 5% Sub total: > 1.500t por O/D 26.086 78% São Paulo 1.397 4% Bruxelas 1.054 3% Hong Kong 941 3% Nottingham 927 3% Funchal 707 2% Rio de Janeiro 669 2% Newark 425 1% 1% Sevilha 414 Ponta Delgada 360 1% Sub total: 200 a 1.500 t por O/D 6.894 20% Sub total: < 200 t por O/D 908 2% TOTAL GERAL 33.888 100% Sub total Europa (s/ Portugal) 26.8824 80% Sub total Ligações Nacionais 3.144 9% Sub total Países Terceiros 3.693 11% Fonte: ANA - DEMA, Estatísticas de Tráfego Aéreo 2006 para o Aeroporto FSC, pág.60 (www.ana.pt) 55 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Em 2006 o movimento de carga aérea com a Europa representou 80% do total processado no aeroporto, sendo apenas de 9% a carga com origem ou destino em aeroportos nacionais e de 11% o total para países terceiros. Destaque para o total de carga movimentada em 2006 com Colónia (19%) e com o aeroporto de Vitória (12%), hub ibérico de carga (Quadro 20). Em 1999 as companhias de carreiras expresso já detinham 36% do mercado (na quase totalidade DHL e UPS), e a TAP operava 24% das mercadorias [1]. Em 2006 cerca de 59% do movimento de carga faz-se já através de companhias dedicadas – a Star Air e a EAT com 24% cada e a TNT com 6%. Os restantes 41% através de companhias que operam aviões mistos e só de carga. A TAP já só representava 15,5% de toda a carga movimentada em 2006 e as três restantes companhias eram a British Airways (10,2%), a Lufthansa (6,6%) e a Air France (4,9%). 54 Quadro 21 - Carga no Aeroporto FSC em 2006, por Companhia Companhias Carga em 2006 Toneladas % Star Air 9.137 24,4 EAT (c/ DHL) 9.092 24,2 TAP 5.814 15,5 British Airways 3.829 10,2 Lufthansa 2.482 6,6 TNT Airways 2.251 6,0 Air France 1.850 4,9 Swiftair 967 2,6 Portugália 554 1,5 SATA 445 1,2 Farnair 417 1,1 Ibéria 263 0,7 SubTotal 37.101 98,9 Restantes 417 1,1 Total 37.518 100 Fonte: ANA - DEMA, Estatísticas de Tráfego Aéreo 2006 para o Aeroporto FSC, pág.59 (www.ana.pt) Tomando agora como referência as Estatísticas dos Transportes (INE) é interessante verificar a posição do Aeroporto FSC no conjunto nacional em termos de mercadorias transportadas. Para o conjunto da carga mais o correio, o total de tonelagem deste aeroporto representava 18% do total movimentado em todos os aeroportos portugueses, mas em termos dos movimentos exclusivamente internacionais esse valor sobe para 23% confirmando o perfil exportador da região. A confirmar está o facto de a tonelagem 54 A partir de Outubro de 2005 a British Airways e a Air France operam semanalmente dois aviões para a INDITEX, um dos principais distribuidores de moda do mundo. 56 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A embarcada no aeroporto ser sempre superior à desembarcada, quer se trate de carga em geral como de correio (Quadro 22). Se o AFSC representava em 2003 18% de toda a carga movimentada por via aérea em Portugal, a verdade é que o conjunto de todos os restantes aeroportos nacionais, exceptuando o da Portela, movimentou no mesmo ano 19%, ou seja, um valor praticamente equivalente; os restantes 63% pertenceram precisamente ao aeroporto de Lisboa. Para o total de carga embarcada e desembarcada, as mercadorias com destino ou origem internacional representavam cerca de 86% do total movimentado, enquanto que para a totalidade dos aeroportos nacionais esse valor desce para os 66%. Quadro 22 - Tráfego comercial aéreo de mercadorias em 2003 Toneladas No Aeroporto FSC Carga Embarcada Desembarcada Sub-total % Correio Embarcado Desembarcado Sub-total % T. Carga + Correio Nacional 2.165 1.575 3.740 14% Nacional 66 17 83 22% Nacional 3.823 14% 58% 42% 80% 20% Internacional 11.814 10.495 22.309 86% Internacional 245 47 292 78% Internacional 22.601 86% 53% 47% Total 13.979 12.070 26.049 54% 46% 84% 16% Total 311 64 375 83% 17% Total 26.424 Todos aeroportos Portugal T. Carga + Correio 51.392 34% 97.811 66% 149.203 AFSC / TOTAL P 7% 23% 18% Fonte: INE, Estatísticas de Transportes 4.1.2.3. A actividade portuária de mercadorias na RN pesava em 2004 cerca de 24% do total do Continente, com especial relevância para o Porto de Leixões-Douro que representava só por si 23% e o de Viana do Castelo cerca de 1% (Quadro 23). Em termos de contentores Leixões movimentou em 2004 38% do total do Continente, sendo maior a percentagem dos descarregados (39%). O Porto de Leixões representa, em termos gerais, “ 25% do comércio externo Português e movimenta 14 milhões de toneladas de mercadorias ano .... é um dos portos mais competitivos ao nível nacional, já que 57 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A passam por Leixões cerca de 3.000 navios por ano, e todo o tipo de cargas: têxteis, granitos, vinhos, madeira, automóveis, cereais, contentores, sucata, ferro e aço, álcool, aguardente, açúcares, óleos, melaços, produtos petrolíferos e ainda passageiros de navios cruzeiro.” 55 Em Leixões tem especial relevância a Carga Geral que movimentou cerca de 4,47 milhões de toneladas 56 (Mt) em 2006 e representa 32% do total de carga carregada e descarregada no próprio Porto. Na Carga Geral tem especial importância a operação de Contentores que no ano de 2006 movimentou 3,87Mt, ou seja, 28% do total geral (Quadro 24), seguindo-se a Carga Fraccionada e o RO-RO com valores muito mais baixos. A existência da refinaria de Leça determina para o Porto de Leixões uma importância maioritária no que respeita ao movimento de Granéis Líquidos (7,4Mt – 53% do total geral em 2006), dos quais a grande maioria é combustíveis. Por último os Granéis Sólidos que representaram 15% do total de carga movimentada. Quadro 23 – Movimentos nos Portos marítimos em 2004 Embarcações de comércio entradas PORTOS Leixões % Leixões / Cont. Viana Castelo % VCastelo / Cont. TOTAL L + VC % (L+VC) / Cont. Aveiro Restantes Cont. Total Continente Contentores Carregados 2.611 26% 208 2% 2.819 28% 1 038 6.315 10 172 Descarregados Mercadorias Total C + D Carregadas número 111.289 37% 0,0% 111.289 37% 189.950 301 239 116.947 39% 0,0% 116.947 39% 2 183.521 300 470 Descarregadas Total C + D Milhares de toneladas 228.236 38% 0,0% 228 236 38% 2 373.471 601 709 3.454 22% 47 0,3% 3.501 22% 664 11.707 15 872 9.529 23% 573 1,4% 10.102 24% 2 464 28.983 41 549 12.983 23% 621 1,1% 13.603 24% 3.128 40.691 57.421 Fonte: INE, Estatísticas de Transportes São precisamente os Granéis (líquidos e sólidos) que determinam a diferença substancial entre Leixões e o Porto de Vigo. Em 2005 Leixões movimentou praticamente treze vezes mais do que Vigo (em 2004) para o conjunto dos granéis líquidos e sólidos (10Mt contra 0,78Mt) com a principal diferença a pertencer aos líquidos; mas, no que respeita à Carga Geral a situação é muito equivalente – 4,47Mt em Leixões (2006) contra 3,46Mt em Vigo (2004). Comparando agora o tráfego de Contentores, Leixões movimentou em 2006 cerca de 3,87Mt e Vigo 2,12 em 2004; no que respeita ao RO-RO Leixões movimentou 26 mil toneladas (2006) 57 e Vigo 1.030 Mt (2004), valor que inclui o respeitante aos automóveis, o que influencia 58 o total da carga geral . 55 Ver página da APDL em www.apdl.pt. Em 2005 esse valor foi de 3,31 Mt e representou 27% da Carga Geral de todos os portos do Continente. 57 A subida de 9 para 26 mil toneladas entre 2055 e 2006 fica a dever-se à linha Leixões – Liverpool que operou entre Setembro e Março. 58 PSA Citroen 56 58 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Quadro 24 – Tráfego Portuário Dados de 2004, 2005 e 2006 Milhares de Toneladas Carga Geral Portos Graneis Líquidos Fraccionada Contentorizada RO-RO (*) Vigo (2004) - F2 Subtotal 310 2.119 3.459 1.030 Aveiro (2005) - F1 Subtotal % do total nacional (**) Viana Castelo (2005) - F1 Subtotal % do total nacional (**) Leixões-Douro (2005) - F1 Subtotal % do total nacional (**) 1.376 0 1.376 11,2% 0 170 0 170 Combustíveis Outros Total Nacional (**); (2005) - F1 Leixões-Douro (2006) - F3 Subtotal 4.240 570 2.819 3.315 27,0% 7.659 12.295 3.870 4.466 32% Total Geral 686 4.234 45,9 88,8 0 1,4% 487 42,9 Graneis Sólidos 9 396 26 536 1.416 3.328 1,8% 7,5% 5,4% 58,4 376 604 0,2% 2,0% 1,0% 7.713 2.302 13.330 25,5% 12,3% 21,8% 30.199 18.782 61.276 2.150 14.020 15% 100% 7.264 7.404 53% 140 (*) - Inclui o movimento de automóveis (**) - Total Nacional corresponde aos seguintes Portos: Leixões, Aveiro, Lisboa, Setúbal, Sines, Viana do Castelo, Figueira da Foz, Faro, Portimão e IPTM Douro Fontes: F1 - Movimentos de mercadorias segundo o tipo de cargas nos portos principais e secundários de Portugal Continental (2003-2005) IPTM - Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos ( www.imapor.pt) F2 - Memoria Anual del Puerto de Vigo, 2004. Autoridad Portuaria de Vigo (www.apvigo.com) F3 - Boletim Estatístico Mensal - Acumulado Dez. 2006, APDL (www.apdl.pt) No que respeita à carga em Contentores (Quadro 25) é interessante perceber que o perfil do Porto de Leixões se encontra num patamar estritamente europeu – fachada atlântica – na medida em que as trocas com países do mesmo continente (incluindo outros portos de Portugal), representavam 85% do total de TEU‟s movimentados, e que em 2005 atingiram os 302.811; destaque para os movimentos com os Portos dos Países-Baixos (25%), de Portugal (21%) e Espanha (14%). O Continente Africano aparece em segundo lugar com 43.893 TEU‟s, ou seja, 12% do total de 2005. Quadro 25 – Tráfego de Contentores em Leixões, em 2005 Origem/ Destino TEU's Perc. Origem/ Destino Portugal 75.029 21% AFRICA Holanda 67.141 19% ASIA Espanha 50.984 14% AMERICA Reino Unido 30.065 8% AUSTRÁLIA/ OCE. Bélgica 20.810 6% T. Resto do Mundo Outros Países 58.782 17% Total EUROPA 302.811 85% TOTAL GERAL Fonte: Boletim Estatístico Anual - 2005, APDL (www.apdl.pt) TEU's 43.893 5.730 2.336 923 52.882 Perc. 12% 2% 1% 0% 15% 355.693 100% 59 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A O crescimento do movimento de contentores nos últimos anos, indicia esta como uma das actividades melhor consolidadas na afirmação regional do Porto de Leixões. 59 No actual quadro de ordenamento portuário os dois terminais de contentores que estão a ser explorados em regime de concessão têm uma capacidade anual que ronda os 550.000 TEU‟s, pelo que a sua utilização actual é da ordem dos 65%. Face aos dados disponíveis pode dizer-se que o Porto de Leixões constitui uma importante plataforma do tráfego de mercadorias do Norte de Portugal, quer ao nível nacional como internacional e que se encontra especialmente vocacionado para o desenvolvimento do tráfego marítimo de curta distância, principalmente com a Europa do Norte. Contudo, parece claro que só por si a economia da região não é suficiente para fazer crescer o tráfego de mercadorias em Leixões e melhorar o índice de aproveitamento das infraestruturas e serviços instalados. 4.1.2.4. Em 1998 o transporte ferroviário de mercadorias no conjunto nacional representou 7,7 milhões de toneladas; 80% desse valor respeitava ao corredor Lisboa-Porto e 16% a tráfego internacional. O transporte de granéis (cimento, carvão, areia e minerais) representava 80% daquela tonelagem. [1] Em 2003 a Região do Norte representava 37% do tráfego de mercadorias na rede ferroviária nacional, considerando tanto o tráfego interno como o que tinha origem/ destino fora da região (Quadro 26). O tráfego interno é residual (2% desse total) e a grande maioria da carga movimentada (87%) entra na RN a partir do restante território continental. Contudo, praticamente metade das mercadorias que em 2003 se movimentaram em percursos inter-regionais no Continente, entraram ou saíram na RN, ou seja 2,98 milhões de toneladas, o que representa 45% do total. Quadro 26 – Mercadorias transportadas por ferrovia em 2003 Milhares de toneladas Intra-regional Inter-regional Total Origem na RN 53 343 11% 395 Destino RN 2% 2.638 87% 2.638 Total Região Norte 53 2.980 98% 3.033 Continente 1.477 6.661 82% 8.138 % RN / Cont. 4% 45% 37% Fonte: INE, Estatísticas de Transportes Em termos de trocas intracomunitárias, o transporte ferroviário foi responsável por menos de 0,5% de mercadorias entradas na RN e por 0,8% das saídas, valores correspondentes, respectivamente, a 34 e 28 mil toneladas em 1998. [2] 59 Evolução de 150.000 TEU‟s em 1990 para 380.000 em 2006 (crescimento de 153%, ou seja, 9,6% ao ano). 60 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A 4.1.2.5. Os dados mais recentes no Continente relativamente ao transporte rodoviário dizem respeito aos resultados do Inquérito ao Transporte Rodoviário de Mercadorias (ITRM) realizado pelo INE em 1998. Cerca de 80% das viagens de mercadoria transportada por via rodoviária no Continente não ultrapassa os 50km, e 60% processa-se no interior de cada região, o que significa que será difícil atrair esse mercado para plataformas específicas com manuseamento intermédio justificável. [1] Na sua globalidade a RN situa-se no trajecto de 33% de toda a carga movimentada no Continente por rodovia (87,2Mt) considerando a carga movimentada no seu interior (65,4Mt), a carga entrada (12,4Mt) e a saída (9,4Mt) para as restantes partes do Continente (Quadro 8). Quadro 27 – Mercadorias transportadas por rodovia em 1998 Milhares de Toneladas Regiões de origem Norte Norte 65.414 Regiões de destino Lisboa e Vale do Tejo 84% 87% Lisboa e Vale Tejo Restantes regiões Total Destinos 3.539 77.849 30% 3% 4% 5% 3% 8.896 2.939 90.229 6.771 6.499 Total Origens 74.852 28% 9% 90% 86% 11% Restantes regiões 11.611 105.379 40% 11% 7% 99.939 66.855 82.522 84.965 262.753 38% 32% Total movimentos na ou pela RN: 87.287 31% 33% Fonte: INE, Inquérito ao Transporte Rodoviário de Mercadorias Relativamente à totalidade do tráfego no Continente, a maior parte das mercadorias (40% da tonelagem) foram carregadas na Região de LVTJ, 28% na Região do Norte e 31% no resto do país. O transporte rodoviário de mercadorias com origem na RN (Quadro 27) significava então um volume de cerca de 75 milhões de toneladas em 1998, das quais 40% a partir do Grande Porto, 30% do Minho/ Lima/ Cávado e Ave, e outros 30% do conjunto Trás-os-Montes, Douro, Tâmega e Entre Douro e Vouga. [1] Quantos aos destinos, 87% dessa carga (65Mt) não sai da região e só o Grande Porto absorve 36% (23,4Mt); LVTJ recebe 4% da mercadoria emitida pela RN e as restantes regiões do Continente 9%. Do total de saídas para fora da região (cerca de 9,5Mt), 54% tem origem nos concelhos que integram o Grande Porto e 31% nos do Entre Douro e Vouga. [1] 61 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Para a RN o saldo de mercadoria transportada por rodovia de e para o resto do país era negativo (-3Mt), na medida em que recebia cerca de 9,4Mt e expedia 12,4Mt de carga; a movimentada internamente na RN (65,4Mt) representava 75% do total de mercadorias com circulação na Região (Quadro 28). Quadro 28 – Mercadorias transportadas por rodovia em 1998 POR GRUPOS DE MERCADORIAS (NST/R) Milhares de Toneladas Região do Norte Origem Destino Internas Sub total Restantes Regiões O D Internas Sub total Total Continente O/D Internas TOTAL Carga Geral 6.201 11.449 57.808 75.458 86% 27.259 22.015 141.401 190.675 88% 33.462 199.209 232.671 89% 8% 15% 77% 14% 12% 74% 14% 86% Granéis Sólidos 1.073 21% 716 14% 3.235 64% 5.024 6% 3.029 19% 3.388 21% 9.647 60% 16.064 7% 4.103 24% 12.882 76% 16.985 6% Granéis Líquidos 2.162 32% 272 4% 4.371 64% 6.805 8% 1.913 18% 3.805 37% 4.649 45% 10.367 5% 4.076 31% 9.020 69% 13.096 5% Total Carga 9.436 11% 12.437 14% 65.414 75% 87.287 100% 32.201 29.208 155.697 217.106 15% 13% 72% 100% 41.641 221.111 262.752 16% 84% 100% Fonte: INE, Inquérito ao Transporte Rodoviário de Mercadorias A mercadoria a granel (sólidos e líquidos) movimentada na região representam apenas 14% do total e esse valor é superior à média nacional (11%); a refinaria de Leça da Palmeira é mais uma vez responsável pelo peso dos granéis líquidos, cujo transporte abastece uma área superior à da região como indicia o elevado valor da carga que sai para fora da região (2,16Mt). Relativamente à Carga Geral 77% correspondia a transporte intra-regional. O hinterland extra-regional do Porto de Leixões também explica o elevado valor dos granéis sólidos que saíram da RN em 1998 e que correspondiam a 21% de todos os movimentos para esse tipo de cargas. A nível nacional (Continente) aos 263Mt de carga movimentada haverá que acrescentar mais 9Mt de carga internacional o que perfaz um total anual de 273Mt em 1998. [3] Quadro 29 – Parque de veículos pesados de mercadorias e seu tipo (1998) Continente Região Norte % RN/ Cont. Total 117.752 34.204 29% Por conta Própria Outrem 92.689 25.063 27.888 6.316 30% 25% % Out./ T 21% 18% Fonte: INE, Inquérito ao Transporte Rodoviário de Mercadorias 62 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Em 1998 a Região do Norte detinha 29% do parque de veículos pesados (camiões mais tractores) existente no Continente, ou seja cerca de 34 mil unidades (Quadro 29). Destas, cerca de 82% estavam a operar por conta própria (27,9 mil veículos pesados), valor ainda inferior ao da média do Continente. Havia assim uma débil estrutura da frota rodoviária disponível do ponto de vista da posição de empresas com dimensão capaz de sustentar o desenvolvimento do sector logístico; admite-se contudo que esta situação tenha evoluído razoavelmente nos últimos 8 anos e que tenha aumentado o peso relativo da frota que está a ser operada por conta de outrem. 4.1.2.6. O transporte internacional de mercadorias na RN por modo rodoviário e com origem/ destino no mercado comunitário (todos os países da actual UE25), representava cerca de 98% do total em 1998 (Quadro 30) e que era de 2,9 Mt, ou seja, 35% de todo o movimento internacional de carga por estrada com Portugal. Os países que concentram a maioria dos movimentos rodoviários de entradas e saídas com a RN eram a Espanha, Alemanha, França e Itália, sendo que em 7 casos essas trocas representam mais de 1/3 dos movimentos com todo o país; com a Dinamarca esse valor é de 49%. A carga entrada era superior à saída da RN para outros países, em cerca de 4%, enquanto que para o total nacional essa percentagem era ligeiramente superior (4,4%), o que confirma o carácter exportador da região no contexto nacional. A tonelagem de mercadorias saídas da RN para o exterior do país e por rodovia é assim inferior às entradas (défice que se tem vindo a agravar) e totaliza cerca de 59 mil toneladas, sendo o mercado Espanhol a origem de 68% das entradas e de 58% das saídas. Quadro 30 – Transporte Internacional: mercadorias transportadas por Países de Destino / Origem para RN e Continente (1998) Milhares de toneladas Região Norte Total Global Espanha Alemanha França Itália Bélgica Holanda Reino Unido Suécia Dinamarca Áustria Total Outros < 5.000 Total UE Suiça Marrocos Total Outros C+D Continente Total Local de CARGA Continente Total RN / Cont. Região Norte RN / Cont. Local de DESCARGA Continente Região Norte Total RN / Cont. 2.920 8.359 35% 1.431 4.090 35% 1.489 4.269 35% 1.833,895 248,377 273,054 238,581 87,962 72,763 59,361 29,236 10,320 5,590 4,765 2.863,904 98% 54,858 0,902 55,760 5.008,271 735,822 1.055,357 572,157 277,614 213,906 143,639 71,369 21,274 75,689 52,366 8.227,464 98% 129 3 132 37% 34% 26% 42% 32% 34% 41% 41% 49% 7% 9% 35% 826,796 122,519 164,293 140,043 28,692 47,271 40,370 7,850 8,071 5,590 3,521 1.395,016 98% 34,710 0,902 35,612 2.339,020 324,713 580,718 302,567 118,035 84,330 89,854 36,434 14,193 71,128 51,122 4.012,114 98% 74,602 2,807 77,409 35% 38% 28% 46% 24% 56% 45% 22% 57% 8% 7% 35% 1.007,099 125,858 108,761 98,538 59,270 25,492 18,991 21,386 2,249 0,000 1,244 1.468,888 99% 20,148 0,000 20,148 2.669,251 411,109 474,639 269,590 159,579 129,576 53,785 34,935 7,081 4,561 1,244 4.215,350 99% 54,128 0,000 54,128 38% 31% 23% 37% 37% 20% 35% 61% 32% 0% 100% 35% 43% 32% 42% 47% 32% 46% 37% Fonte: INE, Inquérito ao Transporte Rodoviário de Mercadorias 63 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A 4.1.2.7. Em termos globais, em 1998 foram transportados na RN 90 milhões de toneladas de mercadorias pela rodovia, sendo que 65Mt em trânsito intra-regional, 22Mt em trânsito inter-regional e 3Mt em trânsito internacional (nestes dois últimos casos entradas e saídas na região). Esquema 1 – Mercadorias transportadas por rodovia em 1998 No interior da Região do Norte: 65 Milhões toneladas (72%) Trocas com outros países: 3 Milhões t (3%) Trocas com resto país: 22 Milhões toneladas (25%) 4.1.2.8. Fazendo uma síntese da mercadoria reportada a cada modo de transporte tendo presente apenas a que interessa à estruturação logística associada à produção e distribuição 60 (Quadro 31), podemos verificar que o modo rodoviário detém uma quota maioritária da ordem dos 95% da tonelagem transportada no interior da região e com origem/ destino fora, em todos os modos de transporte. Dada a antiguidade dos dados disponíveis, estará em causa para o modo rodoviário um valor da ordem dos 100 milhões de toneladas por ano, considerando uma tendência de crescimento de 3% ao ano desde 1998 (INE - IRTM, 1998). Parece pois claro que as novas plataformas logísticas a criar na Região deverão ter uma excelente articulação com a rede viária principal, não descurando a promoção da intermodalidade principalmente com o caminho de ferro, tendo em vista a futura diminuição da excessiva dependência que actualmente se verifica relativamente ao transporte rodoviário. Também parece claro que a natureza policêntrica da actual concentração da actividade logística deverá determinar uma distribuição de novas plataformas pelo conjunto do Arco Metropolitano em articulação com a rede de auto-estradas praticamente concluída. Considerando apenas a Carga Geral movimentada anualmente em Leixões, podemos dizer que essa infraestrutura conjuntamente com a aeroportuária e com a carga de não granéis movimentada na ferrovia, representam um total anual que já ultrapassa os 5Mt, ou seja, apenas 6,2% do total. Face ao baixíssimo peso do transporte de mercadorias (não granéis) por comboio, que na RN é inferior a 1%, deverá considerar-se haver uma grande margem de progressão no transporte de carga geral por caminho-de-ferro, questão que estará seguramente associada ao desenvolvimento da rede de bitola europeia, quer para o Porto-Lisboa como para o Porto-Vigo. A articulação ferroviária com a Galiza 60 Excluindo granéis sólidos e líquidos, e sabendo que se estão a somar valores de diferentes anos. 64 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A para mercadorias, quer nessa bitola como na rede convencional e na interface entre ambas, deverá ser matéria a exigir grande acompanhamento futuro. A potencial concorrência do sistema 61 “Porto de Vigo-PLISAN ” ligados por ferrovia, deverá justificar também um grande esforço de articulação das plataformas logísticas previstas para o Arco Metropolitano do Porto com a rede ferroviária convencional. Quadro 31 – Mercadorias de "interesse logístico" na Região do Norte Estimativa por modos de transporte (diferentes anos de referência) Modo transporte/ infraestrutura Ano de referência Rodoviário Intra-regional Inter-regional Internacional 1998 1998 1998 Milhões toneladas Observações Só Carga Geral Toda a carga Sub total Rodoviário: Marítimo Porto Leixões Ferroviário Nacional Internacional Aéreo Aeroporto FSC 2006 Só Carga Geral (fraccionada+contentores+RO-RO) 2004 1998 Excluindo Granéis estimados em 80% do total Todo o tipo de mercadorias Sub total Ferroviário: 2006 Carga incluindo correio Sub total modos não rodoviários: Total entre uma base de uma estimativa de Percentagem 57,808 69,24% 17,650 21,14% 2,919 3,50% 78,377 93,8% 4,465 5,35% 0,607 0,062 0,669 0,73% 0,07% 0,80% 0,038 0,04% 5,171 83,486 e 107 6,2% 100% (*) (*) - Considerando para o rodoviário um crescimento de 3% ao ano desde 1998. Muito embora se considere que a estruturação da actividade logística no Arco Metropolitano do Porto terá de ter em conta, em primeira linha, o transporte rodoviário e o ferroviário, não há duvida que as plataformas a criar deverão ter uma articulação muito próxima com aquelas duas infraestruturas principais, principalmente com o Porto de Leixões dado o interesse estratégico no desenvolvimento do Transporte Marítimo de Curta Distância (TMCD) e nas designadas “auto-estradas do mar”. Entretanto a potencialidade do Aeroporto FSC para a carga aérea parece confirmar-se no quadro da Euroregião Norte de Portugal-Galiza, o que justifica a consideração do futuro Centro no programa “Portugal Logístico”. 4.1.2.9. Considerando agora apenas o tráfego internacional de mercadorias com origem e destino na Região do Norte e analisando a sua distribuição pelos diferentes modos de transporte (Quadro 32) 61 Plataforma rodo-ferroviária logística e industrial com cerca de 420 hectares envolvendo a Autoridade Portuária de Vigo, o consórcio da Zona Franca de Vigo e o Instituo Galego da Vivenda e Solo. 65 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A verifica-se que para valores estimados a partir dos dados existentes e respeitantes a anos muito diversos, o transporte marítimo já detém uma quota de mercado que se aproxima da metade. Quadro 32 – Carga Internacional na RN todos os Modos de Transporte (estimativa) Modo de Transporte Milhões toneladas Percentagem MODO Percentagem Marítimo 3,572 47,7% MAR 47,7% Estimativa c/ crescimento 3% ao ano desde 1998 Rodoviário 3,809 50,8% Estimativa c/ crescimento 3% ao ano desde 1998 TERRA 51,9% Ferroviário 0,081 1,1% Estimativa c/ percentagem de tráfego internacional igual a 2003 Aéreo 0,032 0,4% AR 0,4% TOTAL 7,494 ANO 2006 Estimativa de 80% de tráfego internacional – carga geral (*) – Considerando um crescimento médio anual de 3%. O transporte rodoviário é responsável pela restante metade e o aéreo mais o ferroviário são residuais. Se atendermos a que o transporte aéreo nunca atingirá valores percentuais muito maiores, a grande transformação (desafio) que se espera para os próximos anos reside na transferência de mercadoria do rodoviário para o ferroviário e para o marítimo. A articulação rodo-ferroviária e rodo-marítima nas plataformas logísticas a criar será por isso determinante para essa transferência, em paralelo com o desenvolvimento das auto-estradas a partir de Leixões. Segundo dados relativos às transferências de mercadoria entre a Península Ibérica e o resto da Europa (sem aéreo), 51% processa-se pela via marítima e 49% pela via terrestre, tendo o modo ferroviário uma quota irrisória de 2%. Ora os valores verificados para a RN não se afastam muito deste padrão, com potencialidades para o crescimento do tráfego marítimo. 4.1.3. O sector da actividade logística na Região do Norte “A actividade logística em Portugal caracteriza-se, ainda hoje, pela predominância do transporte rodoviário, efectuado na sua grande maioria por conta própria, pela utilização de infraestruturas e edificações instaladas de forma desordenada no território, pela inexistência de áreas logísticas intermodais eficientes e competitivas tanto a nível nacional como internacional, e pelo baixo nível organizativo e tecnológico da grande maioria das empresas de transporte de mercadorias. Esta situação traduz-se num sistema pouco eficaz que não tem permitido à sua estrutura produtiva externalizar custos de transporte e armazenagem, na desqualificação de zonas importantes do território em particular nas áreas metropolitanas, e numa incapacidade de gerar sinergias e economias de escala, aspectos que afectam o desenvolvimento e a capacidade competitiva de muitas empresas e sectores da economia.”[4] 66 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Mais recentemente a CCDR-N promoveu um estudo sobre a “logística e a sua perificidade” regional [5] especificamente destinado a caracterizar o sector na região, cujas conclusões são muito próximas deste enunciado. Em síntese, este estudo chega a quatro grupos de conclusões que passaremos a citar, algumas das quais estarão já algo desactualizadas (no que respeita ao Grupo 4) face aos programas “Portugal Logístico” e “Orientações para o Sector Ferroviário” entretanto apresentados pelo governo. 1º “Baixa maturidade logística do tecido empresarial da Região Norte, nas vertentes de estratégia e tácticas logísticas, organização, processos e tecnologias, e sistemas de informação, o que significa: a. 62 A fragmentação do tecido empresarial e a baixa cooperação sectorial causam dispersão na procura de serviços logísticos, uma baixa escala operacional e elevados custos logísticos; b. Percepção operacional dos processos logísticos dispersando-os pela organização; c. Baixa oferta de soluções de formação, particularmente ao nível profissionalizante e para os sectores tradicionais, de forma a incrementar a maturidade da procura; d. Dificuldade na percepção das vantagens/ desvantagens da externalização de actividades logísticas, na medição destas actividades no negócio e em identificar as actividades “core”; e. Procura de serviços logísticos ocasional e numa lógica de curto prazo; f. Margem de progresso intermédia da procura logística, superior à oferta de serviços logísticos, nomeadamente em termos de redução de custos; g. Média das empresas da Região Norte no Estado de maturidade 1 – Ênfase Funcional.” 2º “Baixa maturidade da oferta de serviços logísticos na Região Norte, dado o papel actual dos operadores logísticos, das entidades formadoras e das entidades difusoras das melhores práticas logísticas, o que significa: a. Baixa orientação para coberturas regionais, ibéricas e deficiente orientação aos fluxos mais importantes por parte dos Operadores Logísticos; b. Baixo nível de serviço em relação às necessidades dos diversos tipos de produtos/ cadeias por parte da oferta de serviços logísticos; 62 “Sendo constituído por um elevado número de PME‟s, o que origina uma procura logística de pequena escala, que aliada aos baixos níveis de agregação não favorece a oferta dos modos de transporte de maior escala (ferro e marítimo). Mesmo no modo rodoviário (largamente utilizado) são necessárias elevadas taxas de grupagem com consequências negativas em termos de prazos de resposta e níveis de serviço.” [5] 67 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A c. Baixa oferta de serviços logísticos especializados de acordo com tipos de cadeias e especificidades de produtos; d. Baixa oferta de serviços logísticos flexível e rápida para responder a lógicas mais eficientes de produção e colaboração na cadeia, e mais simples no caso de serviços “porta-a-porta”; e. Baixa oferta de frequências e destinos no Transporte Marítimo de Curta Distância (TMCD), visto pelas empresas como alternativo ao rodoviário para alguns pontos da Europa; f. Baixa atracção dos sectores tradicionais da Região Norte pelas actividades de inovação logística promovidas pelas entidades difusoras e promotoras da logística a nível nacional; g. Baixa oferta de soluções de formação, particularmente ao nível profissionalizante e para os sectores tradicionais; h. Baixo contributo por parte dos prestadores de serviços logísticos no incremento do nível das tecnologias e sistemas de informação e na oferta de serviços integrados, de forma a reduzir os tempos de espera provocados pela carga burocrática, e de forma a facilitar a integração com os sistemas dos clientes.” 3º “Gaps e missing-Links infraestruturais, nomeadamente plataformas logísticas de consolidação de cargas e conectividades Intraregionais e Trans-Europeias, o que significa: a. As infra-estruturas actuais não são um facilitador na oferta de serviços integrados “porta-a-porta”, na utilização da intermodalidade e em adequar os serviços logísticos às necessidades do tecido; b. A falta de plataformas de agregação de cargas 63 dificulta a utilização de modos de transporte de maior escala, dada a elevada fragmentação do tecido; c. 64 A falta de conectividades , em particular de acesso a plataformas de rotura e consolidação de cargas, reduz a possibilidade de utilização da intermodalidade, e consequentemente a oferta de serviços logísticos integrados; 63 “Em particular nos sectores Têxtil e de Componentes para a Indústria Automóvel, sente-se a necessidade de plataformas logísticas de consolidação de cargas, com vista à melhor articulação dos modos de transporte, à redução dos tempos de entrega e à redução de custos. As empresas, no entanto, sentem dificuldades ao nível das ligações a plataformas já existentes. Por exemplo o Porto de Leixões, o único Porto de tráfego elevado de mercadorias na Região Norte é de muito difícil acesso por empresas situadas a Sul do rio Douro.” [5] 64 “Em particular de acesso a plataformas de rotura e consolidação de cargas, também reduz a possibilidade de utilização da intermodalidade, e consequentemente a oferta de serviços logísticos integrados. A necessidade destas conectividades às plataformas sente-se essencialmente em sectores exportadores, como o caso das Bebidas, Madeira e Cortiça, Têxtil, etc.” [5] 68 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A d. Estrangulamentos e faltas de conectividades da rede rodoviária nos principais acessos à Europa; e. Rede ferroviária antiquada e desarticulada com a rede Espanhola e Europeia, e baixa oferta de serviços integrados “porta-a-porta” inibem a sua utilização.” 4º “Baixa assertividade no Planeamento, Governo e Políticas Logísticas Nacionais, não permitindo um desenvolvimento equilibrado da Região Norte como plataforma de fluxos, e a agilização dos processos associados ao Comércio Internacional.” 4.1.4. A logística como actividade de escala sub-regional, mas sobretudo metropolitana A Área Metropolitana do Porto localiza-se num entorno regional fortemente industrializado e urbanizado 65 que representa cerca de metade do emprego na indústria transformadora nacional, sendo cerca de 2025% a pequena parte que se concentra dentro dos limites da área metropolitana. No espaço urbanoindustrial entre Aveiro e Braga/ Viana, a população residente é da ordem dos 2,5 a 3 milhões de habitantes, dos quais 46% localizados na AMP (1,3 milhões), 25% (0,7 milhões) no Baixo Ave e Vale do Sousa (incluindo as cidades de Guimarães, Famalicão, Santo Tirso, Paredes/ Penafiel e Amarante), 12% (0,3 milhões) no Baixo Cávado (incluindo as cidades de Braga e Barcelos), e mais 12% da população a Sul da AMP, abrangendo o Entre Douro e Vouga e o Baixo Vouga (cidade de Aveiro). Neste contexto sub-regional, a AMP não pode ser entendida como uma entidade territorial isolada, até porque esse entorno detém um potencial económico e demográfico mais importante e mais dinâmico do que a própria metrópole. O modelo produtivo, que está territorialmente disperso, caracteriza-se por uma forte presença de indústrias exportadoras, nomeadamente nas fileiras têxtil-vestuário, calçado, cortiça, madeira, mobiliário, metalomecânica, incluindo a indústria de moldes e outras subsidiárias do ramo automóvel. O carácter duplamente dependente da inserção internacional dessas indústrias, por um lado importadoras de matérias primas, produtos semifinais e máquinas e equipamentos e, por outro lado, exportadoras, sobretudo de bens de consumo corrente, determinou o desenvolvimento de serviços logísticos nas áreas tradicionais do transporte e do comércio internacional, tendo a cidade do Porto e o Porto de Leixões desempenhado um papel decisivo (e central) nessa estruturação espacial. Na perspectiva logística, o núcleo central da AMP distingue-se sobretudo por uma dupla dinâmica económica e funcional (de centrifugação e dispersão regional da actividade industrial, e de concentração de infraestruturas e serviços logísticos e direccionais); constitui por isso uma plataforma logística de 65 O Arco Metropolitano do Porto (designação do PNPOT). 69 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A importância regional (e internacional), por via das infraestruturas existentes (nó rodoviário, porto de mar, aeroporto, terminal internacional rodoviário, e nó ferroviário) e aglomera uma forte concentração de serviços na fileira distributiva (comércio grossista, retalhista e transportes) que se desenvolveram em função das necessidades do consumo final de bens no espaço intrametropolitano, assim como do consumo de bens finais e intermédios no território de proximidade. O modelo territorial da AMP está longe da imagem que normalmente se associa às áreas metropolitanas, ou seja, um núcleo central bem definido concentrando as funções de emprego, e uma periferia suburbana residencial crescendo em mancha de óleo, ambas ligadas por um sistema viário e de transportes coerente e dimensionado para movimentos pendulares de alto débito. Na verdade, as sedes dos concelhos parceiros na AMP também desenvolveram serviços e comércio de apoio a um território de ocupação dispersa, quer em termos de residência como de localização de emprego. A área metropolitana estende-se por cerca de 900 km2, pelo que a sua densidade demográfica (1.450 habitantes /km2) é muito baixa quando comparada com outras da mesma dimensão. 66 As três cidades centrais onde ocorre o maior contínuo urbano (ainda em processo de estruturação e consolidação) - Porto, Gaia e Matosinhos - são só responsáveis por cerca de 31% da população residente, (pouco mais de 400 mil habitantes), e apresentam uma densidade 4-5 vezes mais elevada do que a média metropolitana. A área metropolitana apresenta assim uma estrutura essencialmente polinucleada, de matriz muito diversificada, com cidades secundárias que distam alguns quilómetros do centro do Porto: a Póvoa e Vila do Conde (27 km), Espinho (16), Valongo (11), Maia (9) e Gondomar (7). Todos estes aspectos são pois essenciais à compreensão da (macro)logística na afirmação do arco metropolitano do Porto no quadro peninsular, como ainda da (micro)logística associada aos problemas do abastecimento urbano nas diferentes cidades. [6] Os estudos preparatórios que conduziram à elaboração do “Programa para o Desenvolvimento do Sistema Logístico Nacional” [4] identificam oito tipos de problemas estruturais das duas áreas metropolitanas nacionais [7] a saber: 1º “Rotura tradicional do território nas duas áreas metropolitanas devido às barreiras fluviais que condicionam a sua estratégia territorial e, por conseguinte, a sua logística”; 2º “A problemática dos terrenos que, por várias razões, implicam um factor de perda de competitividade”; 3º “As áreas logísticas tradicionais apresentam riscos de congestionamento”; 4º “Uma ocasião histórica: a reestruturação da rede viária metropolitana”; 66 Por exemplo, áreas metropolitanas tão diversas como Newcastle, Valência ou Amesterdão, com uma dimensão demográfica próxima da do Porto (1,1, 1,2 e 1 milhão de habitantes respectivamente), apresentam respectivamente densidades da ordem dos 2.100, 3.000 e 4.000 Hab./Km2. 70 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A 5º “Os acessos aos portos assim como a outras áreas de primeiro nível, são de estrangulamento do sistema logístico metropolitana”; 6º “Nas duas áreas encontram-se em fase de implantação novas infraestruturas nodais de interesse estratégico”; 67 7º “O sector dos transportes e da logística encontra dificuldades perante o desafio da sua adaptação às exigências de procura”; 8º “A necessidade de infraestruturas logísticas para o sector rodoviário”. 4.1.5. As plataformas e os problemas existentes nas áreas de concentração de actividades logísticas 4.1.5.1. As principais plataformas actualmente existentes na RN e outras infraestruturas regionais de vocação mais ou menos logística (públicas e privadas), são: O Terminal de Triagem de Leixões da CP com 6ha que opera contentores (1 comboio diário com Lisboa), madeiras e outros granéis (transhipment); O TER/ TIR com 27ha, 29 mil metros quadrados cobertos, vocacionada para contentores, veículos, minério de ferro e carga em geral, e opera com cerca de 40 transitários; O Terminal Multimodal da SPC (SAPEC) em Valongo (12ha) operando contentores, produtos de consumo e alimentar e ainda produtos metálicos; As áreas de armazenagem de combustíveis, designadamente as associadas à Refinaria de Leça, e ao Porto de Leixões; O COL de Gaia da Luís Simões Logística Integrada, S.A. com 4ha, 14 mil m2 de área coberta para produtos de consumo e alimentar (funções de armazenamento, cross-docking, picking e reworking); O Terminal Ferroviário de Mercadorias de Tadim/ Aveleda (Braga) que a CP pretende ou pretendia vocacionar para o tráfego de automóveis; O Terminal Ferroviário de Mercadorias de Darque (Viana do Castelo); A plataforma logística regional de Macedo Cavaleiros, da Luís Simões Logística Integrada, S.A. Ao longo das últimas décadas, as áreas de concentração de actividades logísticas da Área Metropolitana do Porto foram polarizadas pelo Porto de Leixões, pelo Aeroporto e também pelo TER/ TIR uma vez que esta infraestrutura desempenhou, no seu primeiro período de funcionamento e antes da adesão de Portugal à UE, um papel essencialmente alfandegário para onde convergia todo o transporte rodoviário internacional. A sua deslocalização para o Freixieiro 68 desencadeou, na altura, um processo de grande envergadura de deslocalização por arrastamento de escritórios de transitários da Marginal do Douro para o eixo da EN 107 entre a Refinaria de Leça e o Aeroporto, onde já existiam precedentes de localização 67 68 Exemplo da recente abertura do troço inicial do IP4 e Via Rápida Interior (VRI) que o liga ao IC24 no nó do Aeroporto FSC. Essa função era inicialmente desempenhada no edifício da Alfândega do Porto. 71 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A de algumas empresas transportadoras rodoviárias. Aquelas três infraestruturas, sendo de escala regional, determinaram a concentração de actividades transportadoras e, depois, logísticas, acabando por concentrar a maioria do movimento internacional de cargas. 4.1.5.2. A Área Metropolitana do Porto (Figura 6a) apresenta todas aquelas características, agravadas por uma hiper dispersão de actividades pequenas e médias por diferentes zonas do território, o que determinou que todos os estudos até agora realizados tenham assumido a consideração de uma zona de actividades logísticas de múltiplos centros, abrangendo cinco ou seis áreas territoriais de estruturação 69 logística (áreas logísticas ): I A polarizada pelo Porto de Leixões e Terminal do Freixieiro onde é diminuta a presença industrial e tem significativo o elevado conjunto de espaços sem classificação de uso; no Freixieiro é de realçar o peso dos transitários, da armazenagem e dos serviços às empresas. II A polarizada pelo Aeroporto FSC e áreas adjacentes a poente e a Sul até às Carvalhas; é significativo o peso dos transitários, da armazenagem e, na zona sul, de empresas de correio expresso. III A do Leandro na zona industrial Maia Leste com extensões até à CIMPOR/ Siderurgia e Aeródromo de Vilar da Luz; é a mais dispersa de todas e com uma natureza menos clara do ponto de vista da fileira logística - maior concentração de armazenagem de produtos frescos e hortícolas e um peso significativo de indústrias transformadoras. IV A localizada a Sul do Douro entre a Rechousa e a Boavista da Estrada incluindo o eixo da antiga N1 de tradicional localização de importantes empresas de transportes de mercadorias (Luís Simões, TRACAR, etc.). [6 e 7] 69 Foram cinco os critérios de base [7] que conduziram à definição das Áreas Logísticas: a). a integração dos serviços e infraestruturas logísticas já existentes, levando a aproximar os novos investimentos do mercado actual e dos potenciais clientes; b). existência ou previsão de boas acessibilidades rodoviárias e, em alguns casos, também ferroviárias; c). a existência de bolsas de solo livre nas proximidades dessas áreas, em alguns casos com capacidade de uso (prevista em PDM‟s) compatível com as funções logísticas; c). proximidade do núcleo central de consumo, considerando a barreira do Douro como um elemento condicionante da estratégia metropolitana e da qual resulta a necessidade de uma área logística a sul do rio; d). necessidade de garantir a ligação a áreas de “influência territorial” diversas, tais como o Litoral Norte, o Interior ou o Litoral Sul. 72 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional A C E S S I B I L I D A D E S , M O BI L I D A D E E L O G Í S T I C A Figura 6a – Áreas de concentração de actividades logísticas e Infraestruturas existentes na RN 8 C 6 II III 2 D 7 4 5 I B A 1 IV PORTO 3 VII 9 VI 10 Áreas Logísticas na AMP Infraestruturas-âncora existentes I. Leixões 1. Porto de Leixões Plataformas Portuárias II. Aeroporto 2. Aeroporto A. Leixões - Gatões/ Guifões III. Maia/ Trofa 3. Terminal Multimodal SPC/ REFER B. Leixões - Gonçalves IV. Valongo 4. TER/ TIR Plataformas Urbanas Nacionais V. Gaia - Rechousa/ BE 5. Refinaria Petrogal C. Maia/ Trofa VI. Gaia - Caves 6. Siderurgia Centros de Carga Aérea Infraestruturas-âncora existentes 7. Cimentos D. Centro de Carga Aérea do Porto 8. Aeródromo Vilar da Luz Plataformas do "Portugal Logístico" 9. COL - Luis Simões 10. Centro TracarLogística 73 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Desta multipolaridade espontânea e de carácter não planeado, resultam certas carências ou deficiências que diminuem a competitividade da região e da metrópole, assim como das empresas aí instaladas e de todo o sector em geral. É ainda de recordar que a actividade logística apresenta especificidades que tornam muito difícil a sua estruturação territorial. Assim, a questão da disponibilidade do solo é uma questão central, porque as actividades logísticas necessitam de terrenos bem localizados (boas acessibilidades) e de áreas extensas (prevendo futuras expansões), usam menores rácios de aproveitamento do solo, pelo que é maior o custo das infraestruturas por metro quadrado de terreno e, por último, geram rendimentos baixos o que dificulta a sua estruturação e localização. Relativamente às três primeiras áreas de concentração de actividades logísticas os dados recolhidos [2] em estudo específico promovido pela DGTTF, permitem conhecer o universo das actividades implantadas à data (2001). O número total de actividades implantadas era da ordem das 900, 630 na AL Leixões, 380 na do Aeroporto e 190 no Leandro. As actividades mais ligadas à fileira logística 70 e da distribuição representavam cerca de 26, 39 e 26% do total de cada uma das áreas, respectivamente; os serviços pessoais e pequeno comércio representavam 31, 22 e 27% das actividades; os serviços às empresas 11, 10 e 8%; e, finalmente, a industria transformadora com 9, 16 e 31% das actividades implantadas em cada uma das três áreas estudadas. 4.1.5.3. As Outras infraestruturas entretanto criadas justificam hoje a consideração de mais áreas de concentração de actividades logísticas, designadamente as mais recentes tendências locacionais em Valongo ditadas pela abertura do Terminal Multimodal da SPC em colaboração com a REFER e CP, e pela extensão do IC24 para Nascente de Ermesinde. A Câmara Municipal tem em curso a promoção de uma extensa área de acolhimento empresarial adjacente a esse terminal e ao caminho-de-ferro, o que constitui um importante factor de localização de novas actividades logísticas, principalmente quando esta vir a disponibilizar de um nó próprio de ligação directa ao IC24. Relativamente à parte do Arco Metropolitano a sul do Douro, o estudo em referência [1] apontava para a criação de uma plataforma logística numa localização junto ao caminho-de-ferro entre Gaia e a Vila da Feira. Contudo, e muito embora possa parecer justificar-se em face dos sectores produtivos existentes no Entre Douro e Vouga, esta proposta terá de ser equacionada com a área logística proposta noutros trabalhos para Gaia, e que poderá estar também vocacionada para a distribuição urbana com vantagens dada a maior proximidade do núcleo central da AMP. E deverá também ser equacionada à luz das propostas constantes do “Portugal Logístico” quer para o Porto de Aveiro (Plataforma portuária com 70ha), como para Cacia (mais 16ha). 70 Incluindo uma parte da indústria transformadora. 74 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Esquema 2 – ÁREAS de concentração de actividades LOGÍSTICAS na AMP e Infraestruturas âncora I - Área Logística de Leixões Centro logístico do Porto de Leixões: Porto de Leixões Plataforma Logística Leixões – Pólo de Gonçalves (*) Plataforma Logística Leixões – Pólo de Gatões/ Guifões (*) Outras infraestruturas/ serviços âncora: TER/ TIR Refinaria PETROGAL Sedes de Transitários Sedes Empresas Transportes Instalações de Operadores logísticos Parques de armazenagem ao ar livre Vocações: Logística de apoio à produção e à distribuição metropolitana (produtos da “via marítima”!) Tipologia de Interfaces: Rodo-marítima Rodo-rodo Rodo-ferroviária Marítimo-ferroviário II - Área Logística do Aeroporto FSC Centro logístico do Aeroporto: Aeroporto FSC Centro de Carga Aérea do Porto (*) Outras infraestruturas/ serviços âncora: Sedes de Transitários Instalações de Operadores logísticos (designadamente correio rápido) Parques de armazenagem ao ar livre (contentores) Vocações: Logística de apoio à produção e à distribuição metropolitana (produtos da “via aérea”!) Tipologia de Interfaces: Rodo-aérea Rodo-rodo Rodo-ferroviária (eventual/) III - Área Logística da MAIA/ TROFA Plataforma Logística Maia/ Trofa (*) Outras infraestruturas/ serviços âncora: Siderurgia; Cimentos; Fábrica de Oxigénio Aeródromo Vilar da Luz Armazéns de flores e outros Vocações: Logística de apoio à produção e à distribuição metropolitana (produtos frescos e alimentar!) Tipologia de Interfaces: Rodo-rodo Rodo-ferroviária (*) – Plataformas que constam da Rede Nacional de Plataformas Logísticas [8] 75 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Esquema 2 – ÁREAS de concentração de actividades LOGÍSTICAS na AMP e Infraestruturas âncora (cont.) IV - Área Logística de valongo Terminal Multimodal Serviço Português de Contentores (SAPEC) c/ FEFER (porto seco) Outras infraestruturas/ serviços e “espacializações”: Parque empresarial em construção Proximidade do Vale do Sousa (móvel e pedra) Vocações: Logística de apoio à produção e à distribuição metropolitana. Armazenamento extensivo Tipologia de Interfaces: Rodo-rodo Rodo-ferroviária (em funcionamento) V - Área Logística de Gaia-Rechousa/ Boavista da estrada Plataforma âncora inexistente Outras infraestruturas/ serviços âncora: Sedes Empresas Transportes Centro de Operações Logísticas (COL de Gaia), Grupo Luís Simões Centro da TracarLogística Áreas municipais de localização empresarial Vocações: Logística de apoio à produção e à distribuição metropolitana (fileira materiais de construção!) Tipologia de Interfaces: Rodo-rodo VI - Área Logística de Gaia-caves Infraestruturas/ serviços âncora: Cais fluvial Armazéns de (engarrafamento) e envelhecimento de Vinho do Porto Oferta turística associada Vocações: Logística vinícola; Turismo Tipologia de Interfaces: Rodo-rodo Rodo-ferroviária Rodo-fluvial (com a conclusão da obra dos molhes na Foz do Douro) 76 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A A localização de uma infraestrutura logística rodo-ferroviária na margem sul da AMP constitui em todo o 71 caso uma situação de difícil concretização nos concelhos de Gaia e Espinho, por diferentes razões . Ora, quanto mais para Sul (Vila da Feira, por exemplo), mais a plataforma se afasta do mercado de distribuição intrametropolitano e mais tenderá a concorrer com as localizações de Cacia e/ou Aveiro, afastando-se também da Linha do Norte. Por último uma referência ao carácter logístico da actividade desenvolvida na área das Caves de Gaia associada às operações de engarrafamento, armazenagem/ envelhecimento, rotulagem e embalagem do 72 Vinho do Porto , mas onde a componente turística ganha especial peso no contexto da afirmação das cidades do Porto e de Gaia à escala internacional. A próxima finalização das obras nos Molhes do Douro deverão por outro lado valorizar o papel do cais de Gaia como infraestrutura de interface entre o modo rodoviário e o fluvial à escala urbana e metropolitana, principalmente em articulação com a infraestrutura que se perspectiva para o Porto de Leixões em termos de movimento de passageiros (cruzeiros). 4.1.6. O “Portugal Logístico” O governo português criou recentemente o programa denominado Portugal Logístico [8] que visa a criação de uma Rede Nacional de Plataformas Logísticas (RNPL) com áreas e infraestruturas dedicadas à fixação de actividades do sector logístico de apoio à produção e à distribuição, preferencialmente assentes no reforço da intermodalidade rodo-ferroviária em articulação com Portos de Mar e Aeroportos. As Plataformas Logísticas que integram essa rede foram classificadas em diferentes categorias, designadamente as Plataformas Urbanas Nacionais, as Plataformas Portuárias, as Transfronteiriças e as Regionais. Na Região do Norte estão previstas as seguintes Plataformas (Quadro 33). A plataforma urbana nacional é pensada sobretudo para o papel da logística do abastecimento metropolitano beneficiando duma especial proximidade relativamente aos nós da rede nacional de itinerários, no caso da RN o eixo Norte/ Sul (IP1) e a Circular Regional Externa do Porto (IC24) que deverá articular com todas as radiais de cobertura nacional e regional. A proximidade a actividades logísticas já implantadas, designadamente em termos de produtos perecíveis, e a sua preferencial articulação com as subregiões da parte norte do Arco Metropolitano, poderão atribuir-lhe alguma vocação na área do alimentar. A relativa proximidade do aeroporto é desse ponto de vista também vantajosa. 71 Alto valor fundiário dos terrenos; inexistência de áreas extensas (15-20 ha) livres e localizadas entre o caminho de ferro e os nós do IC1; existência de restrições várias decorrentes de compromissos urbanísticos e das reservas agrícola e ecológica; e ainda, porque o IC1 (auto-estrada não taxada) apresenta um enorme potencial de crescimento de tráfego entre Aveiro e Porto, com forte peso do tráfego sazonal. [16] 72 Actividades que se mantêm apesar da perda de exclusividade relativamente à Região Demarcada do Douro. 77 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Quadro 33 – O “Portugal Logístico” na RN (Figuras 6a e 6c) Tipos de Plataformas Plataforma Urbana Nacional Localização Área de referência Agentes públicos que podem estar associados MAIA / TROFA 150 a 200 ha REFER pela localização da plataforma relativamente à Linha do Minho APDL que será a entidade promotora LEIXÕES Plataformas Portuárias Plataforma Aeroportuária Plataformas Transfronteiriças Pólo de Gonçalves 20 a 25 ha Pólo Gatões/ Guifões 35 a 40 ha CENTRO DE CARGA AÉREA do Aeroporto FSC 15 a 20 ha ANA VALENÇA 45 a 50 ha Câmara Municipal de Valença CHAVES 10 a 15 ha Câmara Municipal de Chaves Às plataformas portuárias cumprem os seguintes 5 objectivos principais: “Tirar partido da capacidade portuária existente e da sua localização privilegiada na costa ocidental do continente europeu”; “Complementar a actividade portuária, conferindo maior valor à sua operação”; “Promover a intermodalidade, particularmente com o transporte ferroviário”; “Alargar o hinterland portuário, estendendo-o a Espanha”; “Ordenar o conjunto de actividades logísticas já hoje presentes nas imediações dos Portos”. As plataformas transfronteiriças localizam-se nos principais eixos rodoviários de articulação com Espanha (IP1 e IP3) onde se concentram (ou irão concentrar) os principais fluxos rodoviários de mercadorias, principalmente no caso do IP3 que a curto prazo constituirá uma das principais portas rodoviárias da Região do Norte, quando estiver concluída a ligação por auto-estrada entre a fronteira de Chaves e a auto-estrada Orense-Benavente. A questão aduaneira será determinante na formatação do perfil das duas plataformas previstas para a RN. O Centro de Carga Aérea “tem como objectivo aumentar a capacidade actual de processamento de carga aérea e concentrar as operações num mesmo local, agilizando-as e reduzindo substancialmente os tempos envolvidos”. Tal como tem sido expresso em outros documentos circunstanciais, é intenção do governo transformar a proposta inicial do “Portugal Logístico” num Plano Sectorial e elaborar pelo IMTT. Há por isso outras plataformas (caso do Terminal Multimodal de Valongo) que poderão vir ou já reunirão as condições ou 78 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A regras para futura adesão à lista de plataformas de importância nacional no âmbito do plano sectorial da logística. Considera-se ainda que este Plano deverá listar outras infraestruturas que podem vir a ter um papel importante na estruturação da logística à escala regional ou sub-regional. 4.1.7. Outras infraestruturas regionais Poderão identificar-se fora da Área Metropolitana do Porto outras áreas em que se verifica alguma tendência ou apetência para a fixação ou futura concentração de actividades logísticas, principalmente no que respeita ao apoio à distribuição e abastecimento urbano, e onde se localizam infraestruturas regionais ou sub-regionais que podem vir a ser relevantes como âncora para o aprofundamento dessa vocação. Ainda no Arco Metropolitano do Porto são de destacar os Terminais ferroviários de Mercadorias de Darque em Viana do Castelo e de Tadim/ Aveleda, este último localizado entre as cidades de Braga e Barcelos. O primeiro pode vir a desempenhar um papel logístico associável ao Porto de Viana e à Portucel Viana, caso haja condições para a sua integração numa área mais vasta de vocação logística a definir em fases posteriores deste plano e tendo em atenção a articulação que também poderá vir a poder fazer-se com a Plataforma de Valença, num cenário de maior complementaridade entre os Portos de Viana e Leixões. Quanto ao Terminal de Tadim, é de grande relevo a sua proximidade às duas principais cidades do Cávado e também a outras infraestruturas logísticas já existentes como será o caso do Marcado Abastecedor de Celeirós e de outras actividades que se têm concentrado nos últimos anos polarizadas quer pela “zona industrial” como pelos eixos viários das EN‟s 14 e 103 na direcção de Barcelos (Figura 6b). A vocação a dar pela REFER ao Terminal de Tadim e as tendências de localização que ele pode gerar, deverão estar presentes na futura consideração quanto à criação de uma plataforma logística de importância sub-regional para o Vale do Cávado, localizada entre aquelas duas estradas. Relativamente ao Vale do Ave julga-se que deverá ser equacionada uma infraestrutura de características semelhantes que aproveite as novas acessibilidades e o entorno industrial e de serviços existente ou previsto para o eixo Pevidém-Brito, polarizado pelo nó das A7 e A11 e pelas novas acessibilidades à “zona industrial” de Guimarães-Taipas. A integração da AMAVE na REDETRAL 73 concede a esta associação de municípios um papel que pode ser decisivo na estruturação da actividade logística no Vale do Ave em torno de uma infraestrutura (plataforma) de escala sub-regional. 73 Regional Development and Transport Logistics 79 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional A C E S S I B I L I D A D E S , M O BI L I D A D E E L O G Í S T I C A Figura 6b – Áreas de concentração de actividades logísticas e Infraestruturas existentes na RN Barcelos Braga 11 VII 12 14 VIII Guimarães Áreas Logísticas na RN VII. Braga/ Barcelos VIII. Guimarães IX. Vila Real Infraestruturas-âncora existentes 11. Terminal ferroviário de Mercadorias de Tadim/ Aveleda 12. Mercado Abastecedor 13. Aeródromo 14. Parque Industrial de Guimarães Vila Real 13 IX 80 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional A C E S S I B I L I D A D E S , M O BI L I D A D E E L O G Í S T I C A Figura 6c – Áreas de concentração de actividades logísticas e Infraestruturas existentes na RN Valença F Chaves Viana do Castelo 16 15 VII Barcelos E ZAL m TRN 17 Bragança 11 Braga 12 VIII 14 Guimarães 2 5 I 41 II 8 6 7 Porto VI 9 Vila Real III IX 3 IV 18 10 V 13 Régua Lamego ZAL m AMP Plataformas do "Portugal Logístico" Infraestruturas-âncora existentes Plataformas Portuárias 1. Porto de Leixões A. Leixões - Gatões/ Guifões 2. Aeroporto B. Leixões - Gonçalves 3. Terminal Multimodal SPC/ REFER Plataformas Urbanas Nacionais 4. TER/ TIR C. Maia/ Trofa 5. Refinaria Petrogal Centros de Carga Aérea 6. Siderurgia D. Centro de Carga Aérea do Porto 7. Cimentos Plataformas Transfronteiriças 8. Aeródromo Vilar da Luz E. Chaves F. Valença Áreas Logísticas I. Leixões II. Aeroporto III. Maia/ Trofa IV. Valongo V. Gaia - Rechousa/ BE VI. Gaia - Caves VII. Braga/ Barcelos 9. COL - Luis Simões 10. Centro TracarLogística 11. Terminal ferroviário de Mercadorias de Tadim/ Aveleda 12. Mercado Abastecedor 13. Aeródromo 14. Parque Industrial de Guimarães 15. Terminal Ferroviário Mercadorias Darque 16. Porto de Viana 17. Aeródromo Bragança 18. Porto Fluvial Régua/ Lamego VIII. Guimarães IX. Vila Real 81 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Fora do Arco Metropolitano e fora o caso da Plataforma Transfronteiriça de Chaves, considera-se existirem mais duas situações de potencial concentração de actividade logística à escala sub-regional e dirigida para o apoio ao abastecimento urbano. A primeira respeita à infraestrutura em preparação pela Câmara Municipal de Vila Real em articulação com a actual “zona industrial” de Constantim e Aeródromo, em conexão directa com o IP3, o que permite encarar esta área de concentração de actividades à escala do Eixo Vila Real/ Régua/ Lamego, dados os escassos tempos de viagem entre as três cidades possibilitados pela nova auto-estrada (A24). A articulação com o Porto Fluvial da Régua/ Lamego terá também de ser considerada numa estratégia de âmbito sub-regional, dado o interesse na promoção da navegabilidade do Rio Douro, agora que termina a construção dos molhes na sua foz. Por último, poderá antever-se o desenho de uma situação semelhante polarizada pelo Aeródromo de Bragança, atendendo à sua posição estratégica relativamente às futuras vias de acesso quer à Galiza como a Castela-Leão (IP2 e IP4), e ainda à sua proximidade da cidade. Poderá encontrar-se aqui uma vocação logística de âmbito local (abastecimento urbano), mas também regional pensando no interesse do aeródromo numa escala transfronteiriça, ou em termos de “porta de entrada” rodoviária em paralelo com o que acontece com Valença, Chaves ou Guarda, apesar da diferença de importância dessas fronteiras em termos do tráfego de mercadorias existente e futuro. 4.1.8. 74 Mercado potencial para as Plataformas Logísticas 4.1.8.1. “O tráfego marítimo, principalmente o tráfego de alto mar tem tendência a seguir o desenvolvimento da economia global. Os contentores contribuíram para o crescimento do tráfego marítimo já que as principais companhias de logística focalizaram-se no tráfego de contentores, que permite uma movimentação rápida e eficaz nos maiores portos. ... Nos países do Arco Atlântico, o impacte da globalização tem por consequência: a redução da produção doméstica; a mudança nos hábitos de consumo; a especialização crescente dos produtos e uma mais vasta escolha para o consumidor; a redução de algumas barreiras comerciais internacionais, dos custos de comércio e de despesas de transporte; globalização/ regionalização da produção e do comércio, promovendo assim economias de escala.” [10] “Para o Arco Atlântico tudo isto significa um aumento de tráfego, quer interno, quer externo. Embora os portos do Arco Atlântico sejam claramente importadores, são também exportadores significativos, se bem que a maioria das exportações esteja destinada a outros países europeus. Alguns portos atlânticos como Bilbao, converteram-se em lugares e baldeação, onde a carga, por exemplo do Extremo-Oriente, é dividida para ser enviada a uma série de destinos na Europa.” [10] 74 Em 2004 o tráfego médio diário de veículos pesados de mercadorias nessas fronteiras era de: 2.107 veículos em Vilar Formoso; 1.481 em Valença; 221 em Chaves e 210 em Quintanilha. [9] Estes valores são portanto anteriores às recentes aberturas da A7 e A24 entre Guimarães e a Fronteira de Chaves. 82 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Como se sabe, tendo por base o crescimento verificado nos últimos 30 anos, o Livro Branco dos Transportes publicado pela EU em 2001 75 prognosticou um aumento de 38% da carga transportada na EU e um aumento de 50% no tráfego de pesados de mercadorias até 2010. “A regulação dos efeitos destes aumentos prognosticados requer um desenvolvimento significativo da intermodalidade, assim como uma estratégia de reorganização espacial da produção e dos serviços de logística. Para isto, pressupõe-se uma estratégia de cooperação entre as regiões, as autoridades portuárias e os diversos actores envolvidos no transporte. Existem quatro tipos de tráfego a considerar: o Local, interno às regiões; o Regional; o Internacional; e o Em trânsito.” [10] 4.1.8.2. No caso da AMP sabe-se como as principais três infraestruturas de transportes (Leixões, Aeroporto e TER/TIR) determinaram a concentração de actividades transportadoras e, depois, logísticas, complementos de uma fileira cuja importância, como anteriormente se viu, será crescente num quadro de acelerado processo de globalização económica não só à escala europeia como, agora, mundial. O crescimento esperado para o transporte de mercadorias e para as actividades da fileira logística nos próximos anos é grande pelo que a construção das plataformas de âmbito nacional deverá representar também um importante factor de ordenamento do território e de qualificação ambiental. A grande dúvida que outros trabalhos complementares poderão ajudar a perceber é a do potencial de crescimento do sector logístico no NW da RN nos próximos anos. Apesar de um grande número de operadores e de actividades complementares já estarem instaladas nas Áreas Logísticas definidas, a verdade é que é bem possível que venham a ocorrer dois fenómenos em paralelo: Por um lado a instalação de novos operadores logísticos que ainda não trabalham no mercado do Arco Metropolitano do Porto; Por outro lado, numa eventual conjuntura económica mais favorável para as empresas nos próximos anos, poderá assistir-se a uma deslocalização de actividades já instaladas nas proximidades mas que sofrem de estrangulamentos diversos tais como acessibilidades rodoviárias assentes em vias locais com congestionamentos crescentes, falta de serviços especializados de apoio e área coberta sem possibilidades de expansão face ao crescimento do sector. E esta tendência poderá ser tanto ou mais forte quanto a valia dos usos alternativos que possam ser dados aos terrenos ou às instalações abandonadas pelos operadores que decidam por uma 75 http://ec.europa.eu/transport/white_paper/index_fr.htm. Comissão Europeia, Livro Branco sobre A Política europeia dos transportes para o horizonte de 2010: a hora das decisões, Bruxelas, 2001. 83 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A deslocalização para as Plataformas Logísticas. A criação de incentivos a essa deslocalização, tanto na área Metropolitana do Porto como de Lisboa no quadro do próximo QREN, deverá ser uma medida a considerar com efeitos de largo espectro em termos de ordenamento do território e qualificação ambiental das actuais áreas de concentração logística, principalmente por redução do tráfego de pesados em rede viária de características locais. Ora, estes aspectos deverão ser devidamente compreendidos pelas Câmaras Municipais da AMP, dados os profundos benefícios urbanísticos e de qualificação ambiental que se abrem para as cidades, sendo que as autarquias também poderão criar o seu quadro de incentivos à deslocalização de actividades para as novas plataformas logísticas. 76 A ser assim (cenário optimista), é bem provável que o lançamento das diferentes iniciativas, que à primeira vista parecem colocar uma oferta excedentária de hectares de terreno infraestruturado para a logística, possa ser um êxito afastando dessa forma os piores cenários de concorrência por parte de outras plataformas em desenvolvimento, designadamente a PLISAN, que prepara uma oferta e 400 ha na margem norte do Rio Minho. Sendo esta plataforma um investimento em que a parceria do Porto de Vigo é decisiva, o seu perfil de plataforma de 2ª linha perspectiva um potencial ao Porto que pode, a prazo, fazer alterar a actual relação de dimensão/ mercado de influência dos dois Portos de Vigo e Leixões no contexto da frente atlântica entre Aveiro e Pontevedra. A rápida criação dos dois pólos da Plataforma de Leixões e a sua célere operacionalização do ponto de vista da componente imobiliária (fixação de clientes mediante garantias sólidas de prazos de construção) poderá reduzir a eventual ameaça que a PLISAN possa já estar a constituir para o Porto de Leixões e poderá não deixar atrasar este porto marítimo do Noroeste Peninsular na corrida às principais 77 infraestruturas das auto-estradas do mar . 4.1.8.3. Parece pois interessante que o PROT possa vir a estabelecer em articulação com a revisão dos Planos Directores dos municípios abrangidos por “áreas de concentração de actividades logísticas” e por plataformas de nível nacional ou sub-regional, uma delimitação dessas áreas no sentido e se estabelecerem critérios locacionais para a futura aplicação de incentivos que possam vir a ser conjugados entre o Programa Operacional da Região do Norte e as próprias Câmaras Municipais. Nas Figuras 1a e 1b apresentam-se hipóteses de delimitação dessas Áreas Logísticas que terão agora de ser avaliadas detalhadamente com as respectivas autarquias. 76 Conjunto de medidas que possam vir a ser tomadas por parte das Câmaras Municipais como incentivo à deslocalização de operadores e, por exemplo, de parques de armazenamento ao ar livre, tendo em vista quer o rápido sucesso da promoção das diferentes plataformas, como alterações a médio prazo no campo urbanístico e ambiental (pressão de tráfegos sobre o território envolvente). 77 Short-sea-shiping. 84 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A 4.1.9. Organização estratégica do sector 4.1.9.1. A estratégia de transportes ou da organização da logística na RN não pode continuar a ser o somatório das decisões parciais tomadas por cada empresa, operador logístico, operador de transporte (visão unimodal), ou ainda por cada conjunto de municípios (área metropolitana, associações de municípios, etc.), ou por cada entidade ou associação de interesses (ainda que legítimos) em particular. Carece antes da definição conjunta de objectivos estratégicos concretos que podem e devem reflectir opções por determinadas ideias de projecto indutoras de novos comportamentos colectivos. 78 O desenvolvimento das infraestruturas de apoio à estruturação do sector logístico no Arco Metropolitano do Porto (e no conjunto da RN) não pode esperar mais tempo, sob risco de perda de competitividade com a consequente redução da área de influência natural e potencial no Noroeste Peninsular. A fim de garantir alguma coerência na trajectória logística da Região do Norte, propõe-se um quadro organizativo (inclusive de nomenclaturas) que possa uniformizar a linguagem a desenvolver por cada um dos inúmeros agentes interessados no sector (Quadros 34a e 34b). Para além da proposta de constituição (organizativa ou de gestão estratégica) de duas zonas de apoio logístico à escala regional uma para o Arco Metropolitano e outra para a restante região onde é determinante a interface fronteiriça (Figura 6c) – sintetizam-se critérios ou características de tipologização funcional tendo por base o importante Manual publicado recentemente pelo Ministério de Fomento de Espanha, documento único, pelo menos à escala ibérica. [11] 4.1.9.2. Conceitos adoptados (1) – Zona de Apoio Logístico multicentros (ZALm): 79 Definição : considera-se uma Zona de Apoio Logístico um conjunto de áreas logísticas localizadas num determinado território, que devem ser alvo de uma programação/ gestão estratégica conjunta em termos da sua definição vocacional. Para a RN propõe-se a consideração de duas ZAL, uma para o Arco 80 Metropolitano do Porto e outra para o Espaço Transfronteiriço . 78 Ainda que sujeitas a posteriores estudos de procura e de viabilidade técnico-económica. A designação de ZAL - Zona de Apoio Logístico surgiu inicialmente para designar as plataformas (um ou vários recintos logísticos) destinados ao apoio de Portos de Mar (ZAL‟s portuárias). Neste trabalho utiliza-se a designação de ZAL num sentido bem mais amplo e dirigido para a programação/ gestão estratégica da logística num determinado território. 80 Segundo este critério, seriam de admitir 7 ZAL‟s para a globalidade do território continental: ZAL Transfronteiriça do Norte; ZAL do Arco Metropolitano do Porto; ZAL do Triângulo Aveiro-Coimbra-Leiria; ZAL Transfronteiriça do Centro; ZAL do Arco Metropolitano de Lisboa; ZAL de Sines (esta claramente portuária); ZAL do Algarve. 79 85 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Quadro 34a – Organização tipológica e funcional da “infraestrutura” logística de iniciativa pública na RN ZAL - Zona de Actividades Logísticas Critérios ou características de tipologização funcional Classificação proposta 1. Integrada Grau de integração com as áreas portuárias e aeroportuárias Adjacente 2. Regime jurídicoadministrativo do solo I ZAL multicentros do ARCO 3. Amplitude do seu âmbito de influência METROPO- PORTO (ZALmAMP) Logística e Próxima INTRA (portuária e aeroportuária) e EXTRA (portuária e aeroportuária) Nacional Regional e Euroregional Integrada LITANO DO AL - Área 4. Intermodalidade ferroviária de actual concentração de actividades de Adjacente Próxima e Remota CL do Porto de Leixões: AL I – Área Logística de LEIXÕES / Freixieiro AL II – Área Logística do AEROPORTO FSC/ Carvalhas AL III – Área Logística da MAIA/ TROFA (***) AL IV – Área Logística de VALONGO (***) AL V – Área Logística de GAIA (Rechousa/ Boavista da Estrada) 6. Especialização sectorial Multicentros Multifuncional AL VI – Área Logística de GAIA (Caves VP) AL VII – Área Logística de BRAGA/ BARCELOS (Aveleda/ Tadim/ Celeirós) (***) AL VIII – Área Logística de Viana do Castelo (***) AL IX - Área Logística de GUIMARÃES (Brito) (***) AL X – Área Logística do EDV (***) Porto Leixões PLL-G – Plataforma Logística de Leixões Pólo de Gonçalves (#) PLL-G/G – Plataforma Logística de Leixões Pólo Gatões/ Guifões (#) Terminal Intermodal rodo/ ferroviária (#) Terminal Intermodal marítimo/ ferroviário CL do Aeroporto: Aeroporto FSC CCAP – Centro de Carga Aérea do Porto (#) CL da Maia: (***) 5. Concentração espacial CL - Centro Logístico PL - Plataforma Logística IL - Infraestrutura Logística (*) PL M/T – Plataforma Logística Maia/ Trofa incluindo Centro Intermodal rodo/ ferro (#) Aeródromo Vilar da Luz CL de Valongo: Porto Seco (**) Terminal Multimodal da SPC (SAPEC) Terminal Ferroviário REFER Outras IL’s de âmbito subregional: Terminal Ferroviário de Mercadorias de Tadim/ Aveleda da REFER Terminal Ferroviário de Mercadorias de Darque da REFER Mercado Abastecedor do Porto Mercados Abastecedores (*) – Ou com potencial locacional para a atracção de mais actividade logística. (**) – Terminal intermodal de mercadorias localizado no interior e ligado por via-férrea ao Porto de Leixões. (***) – Áreas preferenciais para a localização de “Centros de Consolidação Urbana”. (#) – Plataformas que constam da Rede Nacional de Plataformas Logísticas. 86 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Quadro 34b – Organização tipológica e funcional da “infraestrutura” logística de iniciativa pública na RN (cont.) ZAL (1) Zona de Actividades Logísticas Critérios ou características de tipologização funcional Classificação proposta AL (2) Área de concentração actual de actividades de Logística 1. Grau de integração com as áreas portuárias e aeroportuárias 2. II ZAL multicentros Regime jurídicoadministrativo do solo TRANS- 3. FRON- Amplitude do seu âmbito de influência TEIRIÇA DA REGIÃO 4. NORTE Intermodalidade ferroviária (ZALmTRN) CL de Valença (/ Salvaterra-As Neves): Remota EXTRA (portuária e aeroportuária) Local Subregional e 6. Especialização sectorial PL Valença (#) Parque empresarial Terminal ferro/ ferro (PLISAN) PL de Chaves (#) AL XI – Área Logística de VILA REAL/ RÉGUA/ LAMEGO (***) Próxima Outras Infraestruturas de âmbito sub-regional (e que também podem potenciar a logística associada ou não à distribuição urbana): Aeródromo de Vila Real e Zona Industrial/ Empresarial contígua CCU de Vila Real (plataforma municipal) Porto Fluvial Régua / Lamego Aeródromo de Bragança Remota 5. Concentração espacial CL (3) Centro Logístico PL (4) Plataforma Logística IL (5) Infraestrutura Logística (*) Multicentros Multifuncional (****) (*) – Ou com potencial locacional para a atracção de mais actividade logística. (***) – Áreas preferenciais para a localização de “Centros de Consolidação Urbana”. (****) – O Grupo Luís Simões possui uma Plataforma Regional em Macedo de Cavaleiros. (#) – Plataformas que constam da Rede Nacional de Plataformas Logísticas. 87 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Objectivo estratégico: criação de uma unidade funcional de “programação/ gestão” de um conjunto de Áreas Logísticas e de Plataformas Logísticas, encarregue de articular políticas sectoriais e locais, e de criar condições para a estruturação do investimento público (central e municipal) e privado, potenciando determinadas vocações específicas, se for o caso. Situação perante o planeamento formal: considerando a ZAL como uma unidade funcional estratégica, não há que encontrar correspondência formal em termos dos Instrumentos de planeamento e gestão do território. Papel auto-atribuído ao PROT: proposição de um quadro de partida para o modelo de gestão da ZAL 81 (gestão assumida pelo Governo , tendo por base de funcionamento no terreno uma Comissão Consultiva ZAL liderada pelas CCDR‟s e onde teriam assento as Associações de Municípios, a ANTRAM, as Associações de operadores logísticos e de transitários, Administrações aero-portuárias, REFER, Operadores ferroviários, Estradas de Portugal e entidades regionais de estradas). (2) – Área Logística (AL) Definição: espaço territorial onde já se concentram actividades logísticas ou para-logísticas, e que poderão ou não vir a ser polarizadas por uma ou mais Plataformas da Rede Nacional de Plataformas Logísticas. 82 Objectivo estratégico: nas AL‟s deverão ser conjugados investimentos públicos e privados de diferente natureza, no sentido de serem ultrapassadas as situações de “baldios logísticos”, através da sua infraestruturação e dotação de equipamentos e serviços de apoio (incluídos ou não nas plataformas a criar). Situação perante o planeamento formal: do ponto de vista do ordenamento do território (Planos Directores Municipais) não se pretende fixar para as AL‟s uma única afectação de usos de solo; ou seja, não está em causa a EXCLUSIVIDADE de actividades logísticas nestas Áreas, assim como também não está em causa a OBRIGATORIEDADE de que todas as novas actividades logísticas se venham a localizar apenas nestas Áreas. Papel auto-atribuído ao PROT: considera-se que deverá ser incumbência do PROT a definição dos limites das AL‟s, em face do conhecimento do terreno (localização das actividades logísticas) e de eventuais estudos já realizados [3] apontando-se para uma vocação estratégica de base em função do 81 Através do Instituto de Mobilidade e Transportes Terrestres (IMTT). Poderá dar-se o caso da definição de uma AL em zona de forte concentração actual de actividades, mas na qual não se prevê a construção de qualquer plataforma logística; tal não invalida a necessidade de outras medidas de infraestruturação e equipamento. 82 88 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A maior ou menor pendor em termos de apoio à produção ou à distribuição, e ainda em função da predominância de determinados sectores de actividades já implantadas. Articulação com os PDM’s e Programas Operacionais: o que se pretende em concreto com a delimitação das AL‟s neste PROT e em sede de PDM‟s, se os municípios virem oportuna essa articulação, é fazer passar a mensagem às actividades instaladas, e às novas que se desejem vir a instalar, da maior probabilidade de vir a existir investimento público nessas Áreas, 83 tendo em vista a melhoria das suas condições de operação (infraestruturas e equipamentos); ou seja, é dentro das AL„s que fará sentido apoiar iniciativas privadas ou públicas (municipais, por exemplo) de novas plataformas de escala subregional. Por outro lado, poderá estar em causa a definição futura de vocações sectoriais para cada uma das AL‟s, se for essa uma necessidade encontrada. 84 (3) – Centro Logístico (CL) Definição: Considera-se o conjunto de infraestruturas integradas, adjacentes ou próximas cuja promoção ou gestão dependa da mesma entidade ou holding, ou então de entidades distintas mas associadas estrategicamente por protocolo específica de colaboração. Objectivo estratégico: colocar diferentes infraestruturas a desempenharem um papel integrado em associação directa com uma infraestrutura principal motora do desenvolvimento logístico (porto de mar, aeroporto, etc.). Situação perante o planeamento formal: considerando-se o CL uma questão organizacional e de gestão de diferentes infraestruturas associadas, não há que encontrar correspondência formal em termos dos Instrumentos de planeamento e gestão do território. Papel auto-atribuído ao PROT: considerar possibilidades para novas associações estratégicas. Articulação com os PDM’s e Programas Operacionais: apoiar a sua consolidação e a integração territorial das diferentes infraestruturas pertencentes a um CL. (4) – Plataforma Logística (PL) Definição: espaços infraestruturados e devidamente equipados destinados à concentração de actividades logísticas, situados estrategicamente em relação às diferentes infraestruturas de acessibilidade. As PL‟s poderão ser uni ou multimodais e deverão ser promovidas e geridas por entidades próprias (publicas, privadas ou mistas) segundo lógicas próprias associáveis à sua vocação e dimensão específica, tal como 83 Investimento que pode vir a ser enquadrado por um pacote regional de apoios, independentemente dos investimentos programados para a criação das Plataformas previstas na RNPL. 84 Eventual regulamentação local impedindo a localização de actividades indesejáveis em determinadas AL‟s. 89 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A vier a constar do Plano Sectorial da Logística Nacional (evolução prevista para o programa “Portugal Logístico”). Objectivo estratégico: criar condições infraestruturais para que a oferta logística ao tecido empresarial da Região do Norte poça ganhar maturidade; “passagem do Estado 3 – serviços de valor acrescentado, para o Estado 4 – serviços dedicados”. [4] Situação perante o planeamento formal: há a possibilidade de suspensão formal dos PDM‟s ou aprovação de Medidas Preventivas para os locais designados para as PL‟s. Está em preparação legislação específica 85 que simplifique o processo de licenciamento de Operações de Loteamento, Obras de Urbanização e Edificação nas PL‟s da Rede Nacional de Plataformas Logísticas. Papel auto-atribuído ao PROT: proposta de plataformas de nível sub-regional, principalmente na óptica da estruturação da distribuição urbana. Articulação com os PDM’s e Programas Operacionais: previsão em termos de uso do solo, segundo uma categoria que os PDM‟s podem ou devem adoptar, e que seja mais específica (exigente!) do que a simples área “industrial e de armazenagem” ou “área de localização empresarial”. (5) – Infraestrutura Logística (IL) Definição: são infraestruturas que, muito embora não estejam previstas no Portugal Logístico, poderão vir a adquirir características que cumpram as regras que irão ser criadas para adesão ao PL. Objectivo estratégico e papel auto-atribuído ao PROT: identificação das infraestruturas (públicas ou privadas) mais significativas em termos logísticos ou para-logísticos na RN. Articulação com os PDM’s e Programas Operacionais: eventual criação nos PDM‟s de uma categoria de uso de solo dedicada a infraestruturas logísticas. 4.1.10. Plataformas de Segunda Geração [11] e sua gestão 4.1.10.1. Um dos aspectos mais interessantes da evolução do sector logístico nos últimos anos respeita ao aparecimento de um novo tipo de projectos de centros e plataformas logísticas, que obedecem a um conceito mais evoluído do que os primeiros Centros de Transportes, os mais representativos dos quais são o CTM de Madrid, os CTM´s de Sevilha e Málaga e o CIM de Vallès. Efectivamente esses centros podem hoje ser designados de Primeira Geração obedecendo a projectos unimodais rodoviários, e a uma concepção funcional mais ou menos homogénea composta por centro de 85 Regime Jurídico da Rede Nacional de Plataformas Logísticas. 90 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A serviços e centro (naves) de fraccionamento e distribuição de mercadoria para uma dimensão total de cerca de 30 a 50 hectares e um modo de promoção predominantemente de iniciativa pública. Contudo, a intermodalidade constitui hoje um aspecto essencial da política económica e social como eixo estratégico no desenvolvimento do transporte de mercadorias e da logística tanto à escala europeia como nacional, tendo como pano de fundo a futura sustentabilidade do sector dos transportes. O incremento da intermodalidade apresenta múltiplas componentes em âmbitos variados e complementares, tais como a gestão, os serviços e as infraestruturas, sendo certo o importante papel das plataformas logísticas multimodais que favorecem o encontro entre modos, empresas e operadores. Deste ponto de vista, os novos projectos de plataformas logísticas intermodais, sobretudo as que os autores citados designam por plataformas de Segunda Geração, terão de encontrar um quadro político e institucional, a diferentes níveis, especialmente favorável ao seu desenvolvimento, marco imprescindível para a gestão e viabilidade de projectos desta complexidade, sejam de gestão pública, privada ou mista. Exemplos destacados de projectos de segunda geração são a PlaZa, a PLISAN de Vigo na margem do Rio Minho, a CAE de Burgos, a área logística do Campo em Gibraltar e o futuro centro de SevilhaMajaravique. Uma das características centrais dessas plataformas é a sua grande dimensão em área, a multiplicidade interna de funções, a vinculação à intermodalidade e à multimodalidade e a sua inserção em estratégias de desenvolvimento regional e de promoção supra regional, assim como a complexidade dos modelos de promoção e gestão, abertos a processos de parceria público-privados. 4.1.10.2. A metodologia prevista pelo Governo para o lançamento das plataformas incluídas na RNPL baseia-se em três aspectos essenciais: a. Definição de critérios de escolha para as futuras Sociedades Gestoras; b. Modalidade contratual de exploração assente na definição de objectivos, níveis de serviço, prazos e fases de concretização; c. Estabelecimento de regras para contratos assentes na qualidade dos projectos e sua adequação a cada plataforma, na qualidade das acessibilidades e na multimodalidade, no ritmo e prazos previstos para o seu faseamento, no grau de viabilidade económico-financeira e risco assumidos pela sociedade gestora, e compromissos de instalação de empresas de referência no sector. Estarão assim criadas as condições para que possam surgir nos próximos anos infraestruturas logísticas de grande impacte na economia regional. A questão que se coloca é também a possibilidade de atracção 91 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A de outras actividades económicas que não só as logísticas (“encontro entre modos, empresas e operadores”), na perspectiva do desenvolvimento regional, e tendo como base de diferenciação a proximidade/ articulação com diferentes modos de transportes e uma localização adequada à estruturação quer do arco metropolitano como dos espaços transfronteiriços onde se joga uma articulação com investimentos da mesma natureza em curso na Galiza ou em Castela-Leão. 92 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A REFERÊNCIAS Logística e Abastecimento Urbano [1] EC CF / Halcrow Fox - Portuguese Freight Villages Masterplan, Final Report, February 2000. [2] QUATERNAIRE P. - Programa para o Reordenamento de Áreas com Densidade Significativa de Transporte rodoviário na Área Metropolitana do Porto, Relatório Final. Lisboa, APAT / DGTTF, Março 2002. [3] INE – Transporte Rodoviário de Mercadorias 1998 – Resultados Definitivos, 2000. [4] MES / SEAMP e SET / DGTTF - Desenvolvimento do Sistema Logístico Nacional, 1999 [5] BESSA, Daniel - A logística e a perificidade. Situação da RN face aos mercados de destino e aos seus pontos de abastecimento – coerência com as políticas públicas de dotação de infraestruturas, Escola de Gestão do Porto com IBM e INEGI. Porto, CCRD-N, 2003-05. [6] BABO, António Pérez - Programas de Ordenamento em “Áreas Problema” da Área Metropolitana do Porto, Relatórios 1 e 2, GNG.APB, lda. Lisboa, DGTTF, Dezembro 2000 e Abril 2001. [7] DGTTF / SPIM - Bases Estratégicas de Desenvolvimento da Logística e dos Transportes de Mercadorias nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, Outubro 1998 [8] MOPTC / SET – Portugal Logístico, 2006 [9] MOPTH, GEP/ MF - Observatório Transfronteiriço Espanha-Portugal, 4º Relatório de Março 2006. [10] COLE, Stuart e VILLA, Armand – Intermodalidade no transporte de carga: portos e hinterland, transporte marítimo, incluindo o de curta distância. Relatório Preliminar, 2005. Grupo Trabalho “Acessibilidades”, REDE TRANSNACIONAL ATLÂNTICA DOS PARCEIROS ECONÓMICOS E SOCIAIS. [11] MANCHÓN, Filipe e outros – Guia para el Desarollo de Zonas de Actividades Logísticas Portuárias, 2ª Edición. Madrid, Ministério de Fomento, 2002. [12] MOPTH / CSOPT - Comissão de Avaliação da Plataforma Logística do Grande Porto, Relatório Final, Fevereiro 2003. [13] METL/ CERTU / BESTUFS - Logistique urbaine en Europe: quelques éléments statistiques et expériences de régulation dans des villes européennes, Abril 2002 Gerais [14] MAOT/ DGOTDU - Programa Nacional da Política Ordenamento do Território (PNPOT), Relatório e Programa de Acção, 2ª Versão - Fevereiro de 2005 [15] CCDRN/ UTAD - PROT de Trás-os-Montes e Alto Douro, Redes de Equipamentos e Serviços Públicos, Dezembro 2004. [16] BABO, António Pérez – Norte 2015, QRE/ Diagnóstico Prospectivo da Região do Norte, Atelier Temático “Mobilidade, Transportes e Acessibilidades”. Porto, CCDRN, Dezembro 2005. 93 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A 5. Conclusões 5.1. A complementaridade entre as redes rodoviária (nacional) e ferroviária (principal e secundária), deverá constituir uma componente muito importante de uma estratégia “sustentável” para a RN em matéria de coesão interna e de articulação com os territórios exteriores, tendo em vista a gradual diminuição da dependência do automóvel para os movimentos interurbanos tanto à escala regional como inter-regional. Do ponto de vista da Euroregião Norte de Portugal/ Galiza, o principal estrangulamento diagnosticado reside no muito fraco desempenho da actual ligação ferroviária entre as cidades do Porto e Vigo, espaços metropolitanos cujo relacionamento deverá ser aprofundado. Deste ponto de vista, o projecto da nova Linha entre Braga e Vigo, numa primeira fase, e depois entre Braga, o Aeroporto FSC e Campanhã, irá desempenhar um papel estruturante com reflexos a diferentes escalas do relacionamento interurbano. Ou seja, será mais importante para a “sustentabilidade” da região a operação do serviço de velocidade alta entre Porto-Braga-Valença/ Tui-Vigo, do que o futuro e paulatino alargamento da(s) autoestrada(s) 86 N/S para 2x3 vias, à medida que for crescendo a procura de tráfego. Na verdade, seja neste caso como nos restantes níveis da rede viária, o ciclo do contínuo crescimento da oferta como resposta à crescente procura (e que dessa forma se incentiva ainda mais), constitui um processo de retro alimentação positiva de consequências nefastas para as questões ambiental, energética e da qualidade de vida. A aposta em estratégias de desenvolvimento da multimodalidade, ou seja a passagem do paradigma rodoviário para o ferroviário (e não só), aparece como o principal desafio para a próxima década. Tomando ainda outro exemplo, o do cordão litoral entre Porto e Valença, é notório o crescimento de tráfego no IC1 desde a sua conclusão até Viana e, depois, quando foi acrescido com a conclusão da sua conexão com o IC5 entre Póvoa e Guimarães e com o IC14 entre Esposende e Barcelos/ Braga. Este processo irá continuar com a abertura do seu prolongamento até Vila Nova de Cerveira; ora, a manter-se o não pagamento neste itinerário (IC1), é admissível pensar que a futura resolução da ligação CaminhaValença constituirá o último entrave à transferência de mais tráfego do IP1 (pago) para este corredor litoral. A necessidade de um corredor ferroviário suburbano junto ao Litoral, complementar do modo rodoviário, parece pois mais uma evidência estratégica que deverá ser pensada tão cedo quanto possível. 5.2. Os próximos anos necessitam de estratégias integradas de “limitação de danos” no que respeita aos resultados do processo de decisão a que estamos habituados, e que produz uma infraestrutura a partir do planeamento de uma entidade pública sectorial, dirigida para um concessionário ou um operador. Na verdade, não é possível continuar a não planear intersectorialmente articulando por 86 A3 (IP1) e A28 (IC1). 94 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A exemplo prioridades entre ferrovia e rodovia; raciocínio que é válido tanto para o interurbano como para o intrametropolitano. A estratégia de transportes ou da organização da logística para a RN não pode continuar a ser o somatório das decisões parciais tomadas por cada empresa/ operador - visão unimodal -, por cada conjunto intermunicipal, ou por cada entidade ou associação de interesses em particular (ainda que legítimos); carece antes da definição conjunta de objectivos estratégicos concretos que podem e devem reflectir opções programáticas e determinadas ideias de projecto indutoras de novos comportamentos colectivos. A elaboração do PROT parte deste princípio, pelo que esta caracterização/ diagnóstico deverá ser o ponto de partida para propostas que deverão ser testadas quer em termos políticos como técnicos 87 envolvendo também as entidades públicas responsáveis por programas sectoriais. 5.3. Apresentam-se de seguida os pontos críticos que, em nosso entender, devem merecer especial reflexão em termos de conclusão desta primeira fase do Plano de Ordenamento do Território para a Região do Norte, no que respeita às temáticas em análise neste documento. Sete Pontos Críticos I. A falta de afirmação de uma estratégia regional que oriente um conjunto estruturante de decisões em matéria de transportes será um claro impedimento ao eficiente aproveitamento reprodutivo dos recursos financeiros que serão disponibilizados no futuro próximo, se daí resultarem investimentos indiscriminados com muito pouca repercussão na qualificação das pessoas e organizações. Parece pois possível que a debilidade de planeamento estratégico ao nível regional, e a falta de administração e gestão a essa escala, para diferentes tipos de infraestrutura (não só a rodoviária), estejam a impedir o desenvolvimento equilibrado das hierarquias funcionais, donde poderá resultar um sobredimensionamento de infraestruturas e equipamentos, assim como o empolamento de custos de gestão. É por isso importante perceber se a poupança de custos com esse nível de administração não estará a provocar o sobreaquecimento do investimento público em “betão”, quando decidido à escala estritamente municipal ou central. II. A recente (r)evolução verificada no sistema rodoviário, que passou a ser evidente com a abertura 88 dos grandes eixos que já não são exclusivamente “Portocêntricos” , está a originar uma reformatação geo-estratégica da rede e sistema de relações interurbanas que justificam a própria reavaliação do PRN, tendo em vista a redefinição de itinerários (pontos a ligar) e, principalmente, a redefinição do tipo de 87 Por exemplo ao nível de estudos viabilidade técnico-económica. Casos do IP9/ IC28 entre Viana e Ponte da Barca, do IC14 entre Braga e Barcelos, do IP9 entre Braga e Guimarães, do IC5 entre Póvoa e Guimarães, do IC25 entre Maia e Felgueiras, do IP3 entre Lamego e Vila Real, etc.. 88 95 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A estrada a integrar em cada troço desses itinerários. Ora, a racionalização do investimento futuro na(s) rede(s) viária(s) só é possível de sustentar se for solidamente fundamentada numa hierarquização e num novo mapa de itinerários baseado em 4 escalões: o Principal (IP), o Complementar (IC), o Regional (IR) e o Municipal principal (IMp). III. É que para completar o Plano Rodoviário Nacional na RN falta ainda construir um conjunto significativo de intervenções em diferentes tipos de estradas, o que poderá comprometer por mais uns anos a mudança de paradigma modal. Contudo, tal situação, que decorre da necessidade de resolver o “encravamento” de muitas sedes de concelho, principalmente no interior, não deverá inibir o PROT de formular propostas de expansão dos sistemas de transportes alternativos ao rodoviário, mesmo sabendose que grande parte desses projectos não terão cabimento orçamental no QREN (PO Valorização Territorial e PO Norte). IV. A ferrovia (pesada) existentes na RN apresenta um duplo potencial que se baseia por um lado na rede (infraestrutura) existente e muito melhorada nos últimos anos e, por outro lado, na sua ampla cobertura territorial que pode servir, de forma directa e indirecta, uma grande percentagem (75%) da população residente na RN, caso haja o engenho de articular, em convergência, os diferentes modos e sistemas de transporte (público e privado). Acresce que a tendência para o encerramento de mais linhas da rede complementar deverá ser amplamente contrariada dada a sua inserção maioritária num espaço sub-regional (o Douro) que é estratégico para a RN quer do ponto de vista turístico como patrimonial e económico; não tendo a componente comercial regular dessas linhas mínimos que garantam a sua manutenção, terão de ser desenvolvidos todos os esforços no sentido da viabilização de parcerias público/ privado que as possam justificar na componente turística e lúdica. V. A melhoria de alguns indicadores de mobilidade (número de viagens/ dia por pessoa, tempos de deslocação casa-trabalho, ou percentagem de população não móvel), só poderá ser atingida com estratégias multi e intermodais que assentem na articulação em REDE de diferentes modos de transporte em diferentes escalas. O recente exemplo da articulação do Metro com a renovada Linha ferroviária de Guimarães deverá ser possível de reproduzir noutros corredores do Arco Metropolitano do Porto, nomeadamente para melhorar a situação interna do Entre Douro-e-Vouga e do seu relacionamento com o núcleo central da área metropolitana. VI. À escala dos espaços urbanos e periurbanos, o desafio que se coloca em termos dos critérios de financiamento futuro, reside nas medidas que possibilitem a conciliação do serviço público de transportes com a racionalização do uso do automóvel, em paralelo com a qualificação dos espaços públicos centrais e periféricos, incluindo o das novas urbanizações. A capacidade de, em paralelo, se conjugarem medidas de diferentes escalas (da auto-estrada transfronteiriça aos passeios da cidade) é essencial à obtenção de resultados na qualificação do território e, consequente, na melhoria da qualidade de vida das populações, 96 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A principalmente numa região que poderá vir a ser, no curto/ médio prazo, uma das mais críticas do país. O PROT deverá pois conceber estratégias que favoreçam o bom aproveitamento de instrumentos de financiamento futuros, tendo em vista a qualificação tanto dos centros da multipolarização como das periferias mais abandonadas. VII. O desenvolvimento das infraestruturas de apoio à estruturação do sector logístico no Arco Metropolitano do Porto não pode esperar mais tempo, sob risco de definitiva perda de competitividade com a consequente redução da área de influência natural e potencial no Noroeste Peninsular. O desenvolvimento de uma economia assente em importações/ exportações numa forma global de relacionamento, é extremamente exigente em termos da organização das cadeias de abastecimento e escoamento tanto da produção como da distribuição/ consumo; deste ponto de vista a construção das infraestruturas que viabilizem o incremento dos agentes e operadores logísticos constitui a prioridade das prioridades em termos de investimento público na Região do Norte. A inserção na Euroregião determina também uma estratégia consertada de gestão das infraestruturas logísticas de desempenho transfronteiriço. 97 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte I – Estudos Complementares de Caracterização Territorial e Diagnóstico Regional AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Matriz SWOT PONTOS FORTES / Strengthes PONTOS FRACOS / Weaknesses 1. Novas acessibilidades rodoviárias (para além das que consolidam um modelo “Portocêntrico”) que induzem uma reformatação geo-estratégica do território. 1. Falta de definição da hierarquia rodoviária, principalmente a regional e a municipal, o que origina desiquilíbrios entre os diferentes níveis de redes. 2. Redes ferroviárias de ampla cobertura territorial em termos da população potencialmente servida (75% da população da RN). 2. A expansão da rede ferroviária (pesada) à escala regional ainda não é encarada como séria alternativa ao congestionamento automóvel e à mudança de paradigma ambiental e energético. 3. Decisão atempada quanto à ampliação do Aeroporto FSC e sua articulação com a Velocidade Alta em bitola europeia para a Galiza, ainda que prevista para uma 2ª fase. 4. Localização da RN num espaço territorial vasto (NW Peninsular) com margem de definição estratégica em termos da sua polarização; “fronteiras” numerosas para a consolidação ao nível principalmente da Euroregião NP/ Galiza. 5. Boa margem de progressão do sector logístico no Arco Metropolitano do Porto, se forem criadas as condições para a estruturação de uma ZAL-multicentro assente em 5 ou 6 Área Logísticas bem infraestruturadas e na contrução das Plataformas do “Portugal Logístico”. 3. Indefinição quanto à articulação (interfaces de passagerios e de mercadorias) entre a ferrovia de bitola ibérica e a nova rede de bitola europeia, principalmente no caso da ligação para a Galiza. 4. Falta de abertura da região e de afirmação da cidade do Porto no espaço exterior mais próximo (Galiza, Região Centro e Castela-Leão), em complemento/ rede com outras cidades da Euroregião. 5. Excessiva dependência do sistema de mobilidade de pessoas e mercadorias do transporte individual (excessiva taxa de motorização e de utilização automóvel), com efeitos muito nefastos para o ambiente, o equilíbrio energético e para a qualidade das cidades. 6. Existência de políticas comunitárias bem definidas em matéria de transportes e ambiente, e extensa lista de casos e experiências externas que podem servir de referencial à actuação regional e local (nas cidades). 6. Atraso na compreensação de que a multimodalidade é essencial ao futuro das cidades, questão que não pode ficar remetida para a gestão ambiental e da saúde pública, antes necessitando de ser encarada como desafio ao sector do urbanismo e transportes. OPORTUNIDADES / Opportunities AMEAÇAS / Threats 1. Consensualização de critérios para a redefinição de itinerários regionais e intermunicipais e de anteriores prioridades de investimento ainda não realizado. 1. Risco de esgotamento de recursos financeiros limitados, com uma rede rodoviária “obsessiva” quer ao nível interurbano como urbano. 2. Articulação, em convergência, dos diferentes modos e sistemas de transporte (público e privado) com a(s) rede(s) ferroviária(s) existente(s). 2. Falta de uma estratégia regional para os diferentes tipos de redes ferroviárias (pesada, ligeira e ultraligeira) que articulem as prioridades de investimento tendo em vista o seu rápido impacte nos indicadores de mobilidade. 3. Possibilidade de se dar início (ou continuidade) a uma fase de concentração de investimento público nas infraestruturas de transportes colectivos e proindividuais públicos. 4. Possibilidade de convergência de meios de actuação no sentido da afirmação e concretização de uma estratégia e programa regional no âmbito dos transportes e logística. 3. Incapacidade de gerar vantagens na articulação do modo ferroviário com os transportes públicos urbanos por insufuciências ao nível das meso e microdecisões. 4. Eventual esgotamento de espaço próprio de polarização quer na RN como na cidade do Porto, em benefício de Lisboa e Madrid. 5. Existência de estudos e projectos logísticos suficientemente amadurecidos que permitem sustentar estratégias em termos de ordenamento metropolitano e transfronteiriço. 5. Inércia na definição do enquadramento legal que permita o incremento de soluções de transporte público “alternativo” em zonas de baixa densidade de procura, em sinergia com os gastos em transporte escolar. 6. Crescente apetência e percepção dos cidadãos para soluções alternativas mais compatíveis com o equilíbrio orçamental familiar, e mais vantajosas em termos do seu equilíbrio emocional (stress automóvel) e de saúde. 6. Prosseguimento de políticas cujos efeitos negativos estão mais do que comprovados, por inalteração dos critérios tradicionais de planeamento e projecto, que perpetuam a solução automóvel como transporte intraurbano excessivamente dominante. 98 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A PARTE II Modelo Territorial Dezembro 2007 99 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A 1. 1.1. As Estradas Ponto prévio Do ponto de vista da consolidação do modelo territorial para a Região do Norte, considera-se que a questão da(s) rede(s) viária(s) está consideravelmente bem definida na perspectiva da cobertura proposta no Plano Rodoviário Nacional (PRN). A sua construção está praticamente concluída no Litoral, e estão em curso os principais processos que levarão à finalização, nos próximos anos, da maioria da rede de Itinerários Principais (IP‟s) previstos para o interior da região. Percebendo-se contudo que não será viável a conclusão da totalidade dos Itinerários Complementares (IC‟s) no próximo ciclo de programação de investimentos públicos, julga-se que será de grande utilidade considerar uma estratégia realista de adaptação do planeamento realizado (PRN) às efectivas capacidades para a sua concretização. Tal significa, em última análise, uma proposta de revisão do PRN, mas pensada de forma a não colocar em causa a cobertura territorial anteriormente aprovada e que criou expectativas que já não podem ser desfeitas; neste pressuposto, a única variável passível de ser alterada tendo em vista a adaptação do desejado ao possível, parece ser a escolha do tipo de estrada com que deverão ser concretizados muitos dos troços dos itinerários em falta. Assistiu-se nos últimos anos a uma sobreposição de critérios na forma como foram tratadas as estradas que estão para além das redes fundamental e complementar previstas no plano rodoviário, designadamente com a construção de inúmeras “variantes” às estradas existentes (EN‟s) ou novas 89 ligações de ordem “nacional” não classificadas . Sucessivas revisões parcelares do PRN aumentaram o número de estradas com diferentes classificações em diferentes troços, uns que se mantiveram no nível “nacional” e outros que foram remetidos para uma classificação de ”estrada regional”, em alguns casos em função da existência ou não de alternativa não taxada, critério que aliás não é possível de manter com coerência à escala nacional; outros troços foram ainda passados para a jurisdição municipal, o que aumenta a dificuldade de planeamento de uma rede coerente à escala regional. Perante este panorama considera-se que a principal achega que o PROT pode dar nesta matéria e tendo em vista a consolidação de um modelo territorial coerente, reside precisamente num contributo metodológico para a reorganização das redes, possibilitando, a prazo, a definição de uma REDE REGIONAL de estradas que funcione como verdadeira interface entre a nacional (IP‟s e IC‟s) e a municipal, e concebida a partir de itinerários de ligação criados segundo um conjunto estável de critérios que ajudem a consolidar a proposta da Rede Urbana preconizada neste Plano. 89 Por exemplo ligação da EN13 ao IC1 em Vila Praia de Âncora. 100 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Sendo certo que esse trabalho de planeamento, pela sua complexidade face à densidade das redes existentes e à diversidade de situações criadas, não pode ser elaborado no âmbito deste Plano, considerou-se essencial explicitar as hipóteses que parecem poder ajudar a resolver muitas das questões em aberto. Para a sua cabal compreensão decidiu-se exemplificar as sugestões apresentadas com casos concretos; tal não significa a inexistência de outros casos de teor semelhante e que naturalmente terão de ser detalhadamente levantados no âmbito da futura elaboração de um plano rodoviário regional. 1.2. Revisão “em baixa” do PRN Face ao que ainda falta realizar de novas vias para o integral cumprimento do Plano Rodoviário Nacional na Região do Norte, o diagnóstico elaborado torna clara a dificuldade financeira quanto à sua plena concretização no horizonte do QREN e nos termos em que estava a ser levado a cabo, designadamente quanto ao seu modelo tradicional de financiamento, uma vez que ficaram para o fim as vias que suportarão níveis substancialmente mais baixos de tráfego e em zonas menos desenvolvidas. Estando o PRN praticamente concluído no que respeita ao litoral da região, coloca-se então um problema de coesão territorial na medida em que será difícil manter o ritmo de construção passada, mesmo que já não esteja em causa a opção pela forma de concretização em “auto-estrada”. Mas a questão também reside na consolidação e generalização do conceito de “itinerário” (ligação) introduzido pelo Plano Rodoviário de 1985, considerando-se que a actual sobreposição entre as designações de “itinerário” e de “estrada” não ajuda a clarificar a definição futura de outros itinerários de carácter regional. Se por um lado se terá de admitir a possibilidade de um determinado itinerário poder ser concretizado por diferentes tipos de estrada consoante as variáveis em jogo do ponto de vista das quantidades de tráfego envolvidas, da orografia do território, da importância do que se liga no seu trajecto, da segurança rodoviária, dos impactes ambientais e paisagísticos, etc.; por outro lado, essa sobreposição 90 poderá ser desfeita se vier a considerar-se que todas as estradas existentes terão obrigatoriamente de passar a integrar um determinado itinerário. 91 O que se preconiza para uma revisão “em baixa” do PRN pode ser traduzido em 6 aspectos (princípios) essenciais: Em PRIMEIRO lugar considerar que todas as estradas existentes devem integrar um ITINERÁRIO principal, complementar, regional ou municipal, terminando em definitivo as 90 Que começa a gerar uma nítida confusão para os utentes quando se acumula a nomenclatura dos itinerários com a nomeração das auto-estradas. 91 Em alternativa também será possível abandonar a nomenclatura dos itinerários e voltar simplesmente à das estrada nacional e auto-estrada. 101 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A designações de “Estrada Nacional”, “Variante à EN”, “Estrada Regional” e “Estrada Municipal”. Em SEGUNDO lugar admitir que os Itinerários Complementares não têm necessariamente de ser integralmente concretizados em auto-estrada, princípio que não é novo 92 e que estará presente nas novas realizações a levar a cabo. Em TERCEIRO lugar admitir que os Itinerários Complementares devem integrar Vias Rápidas construídas de raiz, ou Variantes a centros urbanos ou a estradas nacionais 93 existentes , sempre que esteja em causa a obtenção de uma ligação considerada de nível equivalente às prosseguidas pela actual rede de IC‟s. Em QUARTO lugar considerar que os Itinerários Complementares também podem integrar Estradas Nacionais 94 sempre que esteja em causa a obtenção de uma ligação considerada de nível equivalente às prosseguidas pela actual rede de IC‟s, admitindo-se ainda que, dentro das possibilidades orçamentais a programar, essas estradas serão alvo, no futuro, de uma 95 remodelação de traçado que inclua a sua ampla beneficiação . Em QUINTO lugar considerar que todas as EN‟s com Variantes novas devem, em princípio, passar a integrar um itinerário regional e não a rede municipal, terminando assim o processo de desclassificação de estradas para os municípios. Em SEXTO lugar considerar que podem ser criados diferentes níveis (1º, 2º e 3º) para diferentes troços de um mesmo itinerário complementar, consoante o tipo de estrada existente, ficando claro para o utente qual a expectativa que deverá ter perante o tipo de infraestrutura que encontrará em cada nível. Este último princípio baseia-se na convicção de que, na actual situação, seria desejável a associação entre o tipo de estrada a disponibilizar e cada um dos três níveis de itinerários complementares preconizados, respectivamente a “auto-estrada”, a “via rápida” e a “estrada nacional”, com diferentes gamas atribuídas às principais componentes técnicas do seu traçado. 92 Como é o caso do IC28 entre Ponte de Lima e Arcos/ Ponte da Barca ou do IC35 em Castelo de Paiva. Por exemplo a “Via do Tâmega” entre Amarante e Celorico de Basto (variante à EN210) ou Variante à EN202 entre Monção e Melgaço. 94 É certo que este princípio pode ser mais facilmente generalizado no interior da região onde o modelo de ocupação territorial no espaço interurbano não assenta na edificação ao longo das vias, tal como acontece mais frequentemente no litoral. 95 Como foi o caso, por exemplo, da EN101 entre Valença e Monção. 93 102 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A 1.3. Correcção da hierarquia rodoviária Ficou também claro na caracterização elaborada na fase anterior deste plano, que é necessário corrigir a hierarquia das redes envolvidas com aumento do número de estradas passíveis de virem a integrar uma rede regional de estradas, composta na sua maior parte pelas actuais ER‟s, pelas EN‟s que serão objecto 96 da construção de novas variantes , mas também por vias municipais (principais) de relevância supramunicipal. Esta categoria de rede deveria permitir uma redução em extensão da actual soma entre itinerários complementares e “estradas nacionais”, posicionando-se como a rede de interface entre a rede nacional e a municipal. Nesse caso estará em causa a inclusão numa rede de itinerários regionais de todas as actuais EN‟s que não passem a integrar um itinerário complementar (de 3º nível). Também a extensão da rede de estradas municipais deverá diminuir por reforço da rede regional, passando esta a abranger todas as vias cuja importância supramunicipal seja inquestionável na lógica da definição de itinerários regionais, assim como novas estradas intermunicipais construídas de raiz. Figura 1 – Proposta de correcção da hierarquia viária na RN IM’s > 5.500 km (actual/ EM’s > 6.500 km) IR’s (actual/ ER’s EM’s supra municipais + EN’s a desclassifi a car ER’s actuais > 4.000 km = 1.270 km) 1º nível: em auto -estrada IC’s IC1 a 99 (actual/ RC IC’s + EN’s IC200 IC300 a a 299 399 2.00 2.50 2º nível: vias rápidas – km 3º nível: actuais EN’s estratégicas > 2.800 km) IP’s 550 a 600 km (actual/ RF – IP’s = 650 km) Extensão desejável 0 1.4. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 = 650 km Redefinição da rede de itinerários complementares Podem ser apresentados exemplos de definição de novos IC‟s tendo por base a conjugação de um ou de mais do que um dos princípios enunciados, considerando-se a hipótese de poderem contemplar diferentes níveis consoante o tipo de estrada existente em cada um dos seus troços (Quadro 1). Estes exemplos incluem assim casos de construção de novas estradas previstas (auto-estradas ou vias 96 Casos por exemplo da EN14 entre Porto e Braga ou da EN106 entre Penafiel e Entre-os Rios. 103 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A rápidas), de integração de estradas nacionais 97 e de Variantes já construídas; consideram ainda propostas concretas de novas vias, dado o seu carácter estruturante para a região (ponto 1.8). Quadro 1 – Exemplos (propostas) de definição de novos itinerários complementares na RN ITINERÁRIO (Ligação) Troços 1. Lisboa - Porto A Lisboa - Porto - Valença Fronteira de S. Gregório 2. Porto – Valença – Monção/ Salvaterra 3. Monção - Melgaço 4. Melgaço – Fronteira S. Gregório 1. Porto - Famalicão Norte/ Braga Sul Tipo de estrada (vias em causa) Nível auto-estrada (A9, A17, A29) 1º auto-estrada (A28 e sua extensão a Salvaterra) 1º estrada 1x1 (Variante EN202 e troços da EN202) 3º estrada 1x1 (EN301) 3º auto-estrada (“Via Norte” + Variante EN14) 1º B 2. Braga Sul – Braga Norte via rápida (Variante Sudeste de Braga) 2º Porto - Braga - Monção 3. Braga Norte - Cávado via rápida (Variante às EN‟s 101 e 201) 2º estrada 1x1 (EN101) 3º 4. Cávado – Monção C 1. Esposende - Braga Oeste auto-estrada (A11) 1º Esposende - Braga – Chaves – Bragança – Miranda do Douro 2. Braga Oeste - Braga Este via rápida (Variante Norte de Braga) 2º estrada 1x1 (EN103) 3º estrada 1x1 (EN218) 3º D 1. Cabeceiras de Basto – Celorico Basto estrada 1x1 (EN210) 3º Cabeceiras de Basto Amarante - Lamego Sernancelhe 2. Celorico de Basto - Amarante via rápida (Via do Tâmega) 2º 3. Lamego - Sernancelhe via rápida e/ ou estrada 1x1 (EN226) 2º/ 3º E 1. Guimarães – Vizela - Lousada via rápida e/ ou estrada 1x1 (EN106) 2º/ 3º via rápida (Variante EN206) 2º auto-estrada (Variante EN106) 1º 98 3. Braga Este - Bragança 4. Bragança – Miranda do Douro 99 2. Lousada - Penafiel Guimarães - Vizela Penafiel – Castelo Paiva – 3. Penafiel – Castelo Paiva Sever do Vouga 4. Castelo Paiva – Arouca – V. Cambra F via rápida (Variante EN224) 2º 1. V.N. Gaia – Castelo de Paiva via rápida e/ ou estrada 1x1 (EN222) 2º/ 3º 2. Castelo de Paiva – Lamego/ Régua100 estrada 1x1 (EN222) 3º estrada 1x1 (EN222) (estrada turística) 3º 4. S.J. Pesqueira – Foz Côa estrada 1x1 (EN222) 3º 5. Foz Côa – Barca de Alva via rápida e/ ou estrada 1x1 (EN222) 2º/ 3º 101 V.N. Gaia – Barca de Alva 3. Lamego/ Régua – S.J. Pesqueira G 1. V.N. Gaia – Gondomar (Rio Douro) V.N. Gaia – Gondomar – Valongo 2. Gondomar (Rio Douro) – Ermesinde (IC24) 1º auto-estrada (A29) 1º 97 Aliás, este critério já não é novo no PRN, na medida em que está previsto o IC28 entre Arcos/ Ponte da Barca e a Fronteira do Lindoso, por integração das EN‟s 203 e 304-1. 98 Passando por Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Montalegre e Boticas. 99 Passando por Vinhais e Vimioso. 100 Servindo Cinfães e Resende. 101 Servindo Armamar e Tabuaço. 104 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A 1.5. A rede regional de estradas – critérios e objectivos A definição, num prazo tão curto quanto possível, de uma REDE de ITINERÁRIOS REGIONAIS em articulação com a revisão do PRN, constitui uma das principais apostas deste Plano para a correcção da debilidade encontrada ao nível da falta de uma rede bem estruturada de transição entre a rede nacional e a rede local (municipal). Os critérios para a definição de uma rede regional deverão atender aos seguintes dois objectivos estratégicos: PRIMEIRO manter sob a mesma gestão as estradas de âmbito nacional (EN‟s de 1ª e 2ª categorias) que passam a dispor de uma alternativa em IP, IC ou Variante construída, evitando-se a sua fragmentação por diferentes municípios. Podem ser apresentados exemplos de EN‟s passíveis de virem a integrar a rede de IR‟s tendo por base a consideração de que as ligações que estabelecem, apesar de deixarem de ser essenciais na cobertura nacional por via da construção das suas alternativas (variantes), continuam a desempenhar um papel muito importante nas relações interurbanas e periurbanas, por exemplo em termos da operação dos transportes públicos rodoviários. Casos da EN14 entre Porto e Braga, da EN13 entre Porto e Valença, da EN1 entre Gaia e Oliveira de Azeméis (após construção do IC2), da EN106 entre Penafiel e Castelo de Paiva quando estiver construído o IC35, da EN210 entre Amarante e Cabeceiras de Basto, da EN 206 entre Póvoa e Vila Pouca de Aguiar 102 , da EN2 entre Lamego e Chaves, etc. Em muitos casos estas vias já não constam da lista de “estradas regionais” do actual Plano, pelo que são objecto de municipalização sempre que se estabelece acordo entre administração central e autarquias. Esta solução, para além de poder gerar descontinuidades nos critérios de gestão ao longo da mesma via conforme o município a que pertence cada uma das suas partes, terá como consequência um aumento em extensão das redes municipais agravando o actual desequilíbrio da hierarquia rodoviária 103 . A aplicação deste princípio terá como consequência imediata estancar o processo de municipalização de estradas que manterão sempre um papel supramunicipal, como será em princípio o caso das EN‟s de 2ª e 3ª categorias. SEGUNDO, incluir na rede regional as vias municipais principais de evidente importância supramunicipal, no quadro de uma definição hierárquica realizada de baixo para cima e que 102 Neste como noutros casos, há troços desta estrada que ainda se mantêm na rede nacional e outros que o PRN considera nas “estradas regionais”. 103 Ver Gráfico 4 do Relatório da 1ª Fase. 105 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A agregue municípios vizinhos segundo unidades de planeamento convenientemente definidas para esse efeito. Há estradas intermunicipais construídas nos últimos anos por associação de municípios cuja importância supramunicipal é evidente, o que deverá justificar a sua inclusão na rede de IR‟s projectos em carteira para novas vias intermunicipais 105 104 ; existem ainda cuja avaliação do ponto de vista da sua integração na rede regional deverá depender do grau de aproveitamento (por remodelação) de estradas existentes seja de que categorias forem. 1.6. Redes de Itinerários Municipais Face à extensão de vias municipais existentes com características e regimes diversos 106 , considera-se ainda estratégico para a boa estruturação da rede viária no seu conjunto, a definição, por grupos de municípios, de uma rede de ITINERÁRIOS MUNICIPAIS Principais (IMp‟s) em articulação com a rede regional. É aliás no âmbito da realização desse exercício que se preconiza a definição das vias municipais de importância intermunicipal passíveis de virem a integrar a rede regional de estradas. Do ponto de vista do modelo territorial em definição o que se considera urgente no âmbito da formatação das redes viárias, é a capacidade de nos próximos anos se clarificar através de intervenções concretas de beneficiação 107 e sinalização, uma rede de vias municipais principais definida em conjunto por grupos de municípios. Esse exercício de planeamento e a consequente intervenção física deverão ser prioritários, na medida em que é certa a indefinição porque irá ainda passar a rede regional durante alguns anos, designadamente em termos da clarificação do seu tomador e do envelope financeiro que poderá garantir a sua manutenção, conservação e beneficiação. Tal não invalida que sejam adiantados os trabalhos de planeamento para a definição da rede de IR‟s em paralelo com uma revisão do PRN 108 , clarificando-se a rede que, futuramente, ficará a cargo dos municípios e as vias que podem sair (ou voltar a sair) da sua jurisdição para integrarem a rede regional. 1.7. Conexões com os espaços de fronteira – Galiza, Castela-Leão e Região Centro A articulação rodoviária de primeiro nível com os espaços de fronteira estabelece-se, como seria de esperar, pela rede de Itinerários Principais, muito embora se entenda que nem todos desempenham o 104 Caso paradigmático da “Via Intermunicipal do Ave - VIM” entre Vizela e Joane. Casos da ligação entre Terras de Bouro e Ponte de Lima (EN307), ou da Via do Ave de ligação entre Guimarães (Taipas) e Póvoa de Lanhoso (EN310). 106 Estradas Municipais, Caminhos e inúmeras vias e arruamentos de construção recente sem classificação. 107 Principalmente a eliminação de pontos negros em termos de segurança rodoviária. 108 Admite-se que a revisão deste plano sectorial possa ou deva ocorrer logo após a finalização dos PROT, aproveitando da reflexão realizada em termos do modelo territorial e da sua influência na definição de novos critérios para o estabelecimento de itinerários rodoviários de diferentes níveis hierárquicos. 105 106 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A mesmo papel na estruturação interna do território e nas suas relações com as regiões vizinhas. Na maioria dos casos está programada uma articulação desses itinerários com os espaços vizinhos, apesar de ainda existir algum desfasamento nas prioridades de conclusão das principais ligações de continuidade. Na Figura 2 explicitam-se os corredores considerados estruturantes do território da RN e da sua articulação de fronteira: IP1/ [AP9] entre Coimbra, Porto, Braga, Santiago e Corunha e que materializa o eixo da frente atlântica do noroeste peninsular. IP1/ IC5/ IP3/ [A52] entre o litoral da Região Norte e Benavente, com futura continuação por Palência e ligação ao eixo Vitória-Irun, constituindo o principal corredor de penetração no centro da Europa a partir do Arco Metropolitano do Porto. IP4/ [A11] entre Porto, Vila Real e Bragança, passando depois por Zamora e Valladolid em direcção a Sória e Saragoça (segue o Vale do Douro em Espanha); este corredor poderá vir a ter um papel importante na logística ibérica se considerarmos que nos seus extremos estão o Porto de Leixões e a importante zona logística de Saragoça, aspecto que pode vir a ser interessante no posicionamento de Leixões no quadro das auto-estradas do mar. IP9/ IP4/ IP3/ IP5/ [A50] entre Viana, Braga/ Guimarães, Vila Real, Viseu e Guarda, passando depois por Salamanca e Ávila em direcção a Madrid, corredor que permite ainda ligações para Sul até Sevilha por Cáceres [A66]. Face a este conjunto de ligações estruturantes, seria de equacionar em sede de futura revisão do plano sectorial de estradas (PRN) a inclusão do troço do IC5 entre Famalicão e Vila Pouca de Aguiar na rede de Itinerários Principais, hipótese que teria necessariamente de ser enquadrada numa reavaliação dos critérios a definir para cada tipo de itinerário nacional em conjugação com a prossecução do modelo territorial preconizado em cada PROT. 107 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial A C E S S I B I L I D A D E S , M O BI L I D A D E E L O G Í S T I C A Figura 2 – Rede Viária Estruturante de articulação externa GIJÓN CORUÑA AP9 Santander SANTIAGO LÉON A66 A67 PONTEVEDRA OURENSE VIGO A52 A52 PALENCIA A52 Vitória/ Irún BENAVENTE IP1 A6 BRAGANÇA IP9 CHAVES V. CASTELO GUIMARÃES A11 VALLADOLID A11 Sória/ Zaragoza ZAMORA IP3 BRAGA A62 Tordesilhas IC5 IP4 A66 IP9 VILA REAL IP4 A62 A6 IP2 PORTO SALAMANCA IP1 A62 Madrid IP3 IP1 IP2 VISEU AVEIRO ÀVILA A66 GUARDA IP5 Lisboa Coimbra Castelo Branco Cáceres 108 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A 1.8. Três questões estruturantes para a definição futura da rede viária principal Do ponto de vista da rede viária principal considera-se que a RN está suficientemente servida de nova infraestrutura (existente e prevista) apesar das alterações preconizadas em termos da futura revisão do plano rodoviário e da necessidade, considerada urgente, quanto à definição de um plano rodoviário regional a elaborar em articulação com aquela revisão. Há contudo três casos que merecem uma atenção especial pela importância que poderão vir a desempenhar futuramente: o do prolongamento do IC1 entre Valença e Monção/ Salvaterra, o da consideração da grande importância da ligação AmaranteMesão Frio e, finalmente, o da definição de uma alternativa à Ponte do Freixo por completamento de um “segundo anel” rodoviário 109 na Área Metropolitana do Porto. PRIMEIRO CASO - Relativamente ao IC1 considera-se adequada a possibilidade do seu prolongamento para Nascente do IP1 em Valença, resolvendo o acesso à Plataforma Logística e Centro Intermodal, assim como à nova Estação de Passageiros da Linha de Velocidade Alta. Esta solução tem ainda a vantagem de ajudar a melhorar a ligação entre Valença e Monção, podendo até vir a fundir-se parcialmente num só traçado com a actual estrada (EN101). Por outro lado permite ligar a Plataforma Logística de Valença directamente à PLISAN em Salvaterra, aumentando o grau de compromissos passíveis de se estabelecerem entre essas duas infraestruturas logísticas e empresariais, ao mesmo tempo que resolve a necessidade de reforço do atravessamento do Rio Minho que não poderá ficar dependente da actual ponte urbana em Monção. É ainda de considerar que esta hipótese pode garantir uma ligação directa entre o IP1 e a A52 por via da ligação prevista entre esta última auto-estrada e a PLISAN, evitando que o tráfego entre Valença e Ourense tenha de ir ao nó do Porrinho. SEGUNDO CASO - No que respeita à ligação entre Amarante e Mesão Frio, a questão que se coloca é a da imprescindibilidade de dotar a ligação a partir do Aeroporto e do Porto de Leixões (futuro Terminal de Cruzeiros) de acesso ao Vale do Douro em condições de fiabilidade tão constantes quanto possível – velocidade, segurança, e conforto – em toda a extensão do percurso, questão que se prende com a escolha do tipo de intervenção a realizar na estrada actual. A distância do Aeroporto FSC à Régua é de cerca de 100 km, pelo que um tempo máximo de viagem da ordem dos 60 minutos deverá ser o objectivo a atingir na definição dessa intervenção entre Amarante-Mesão Frio, sabendo-se que existe sempre a possibilidade de ultilização do novo traçado do IP4 (auto-estrada) entre Amarante e Vila Real, e depois do IP3 até à Régua. Contudo, não deverá ficar sem solução o atravessamento da cidade da Régua por uma variante à N108. 109 Anel formado pelas A29 entre Miramar e Avintes e A4 entre Matosinhos e Ermesinde. Considerando o primeiro anel o IC23/ VCI e o terceiro o IC24. 109 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A TERCEIRO CASO - A consideração de uma alternativa ao Freixo (IP1/ IC23) para o corredor Norte-Sul, insere-se numa política de reserva de canal que permita, a prazo, tomar medidas em função das conclusões a retirar do real impacte do IC24 entre Espinho e Alfena, no desvio de tráfego do actual sistema de atravessamentos do Douro na AMP, ou seja, da dupla de pontes Arrábida/ Freixo. Na verdade, a extensão do seu percurso e o facto de vir a ser taxado, poderão impedir que se torne suficientemente atractivo para os movimentos extra-metropolitanos entre a A1 e a A3 110 , o que significará a perpetuação dos actuais constrangimentos na VCI, principalmente entre o nó com a A3 e a Ponte do Freixo, situação que poderá até ser agravada com a próxima ampliação de capacidade no túnel de Águas Santas, com o alargamento para 2x3 vias dos troços iniciais das A3 e A4 (para montante do nó de Águas Santas) e, depois, com a posterior entrada em funcionamento das plataformas logísticas. Neste mesmo sentido têm trabalhado os municípios de Vila Nova de Gaia e Gondomar que coordenaram uma proposta conjunta de reserva de canal para uma ligação entre a A29/ A32 e a A43, solução que pode continuar para Norte até à A4 utilizando um troço comum com a A43. 2. As Redes Ferroviárias 2.1. A rede convencional (1668mm) Apesar da baixa densidade da rede ferroviária convencional na Região do Norte, a sua concentração no Arco Metropolitano do Porto confere-lhe uma especial importância quer em termos de passageiros – principalmente no que respeita ao serviço suburbano – e em termos de mercadorias, uma vez que liga entre si as principais infraestruturas de transportes. Pode pois concluir-se que esta rede de bitola ibérica será por largos anos decisiva para a estruturação do espaço territorial que vai de Viana a Braga e que passa por Guimarães, Régua e Aveiro. Por outro lado, constitui a cabeça norte da ligação a Lisboa, Setúbal e Sines, onde é também relevante o serviço de mercadorias, o que terá justificado os investimentos feitos nas últimas décadas na Linha do Norte. A futura construção de uma nova Linha entre Porto e Lisboa exclusivamente para passageiros, vai possibilitar o crescimento da procura na Linha do Norte, quer em termos dos comboios suburbanos 111 (Porto-Aveiro) como regionais, como em termos dos comboios de mercadorias que actualmente estão muito limitados pela grande frequência de utilização da infraestrutura pelos serviços “Alfa” e “Intercidades”; admite-se que estes irão rebater integralmente para o serviço de “alta velocidade”. 110 111 E, por maioria de razão, entre o IP1-Sul e as Áreas Logísticas do Porte de Leixões e Aeroporto. Actualmente a CP designa este serviço por “urbanos”. 110 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Na Região do Norte estão em curso ou em carteira intervenções que integram o plano de investimentos da REFER 112 , designadamente a Variante da Trofa e nova Estação, a quadruplicação do troço Contumil- Ermesinde, a modernização da Linha do Douro entre Caíde e Marco de Canaveses, a remodelação do troço Ovar-Gaia da Linha do Norte e ainda a beneficiação global das Linhas do Tâmega e Corgo. Seguindo a lógica das intervenções passadas e em curso, resultam como próximas prioridades a modernização da Linha do Minho entre Nine e Viana do Castelo 113 (integrando esta cidade no serviço dos “urbanos”), assim como da Linha do Vouga, entre Espinho ou Gaia/ Campanhã e Oliveira de Azeméis, intervenção que poderá ter contornos semelhantes à levada a cabo na Linha de Guimarães, apesar de estarem em curso acções de melhoria do actual serviço tendo por base a linha de bitola métrica e apesar de se conhecerem as limitações físicas a essa remodelação. Ficaria assim completada uma importante infraestrutura de articulação e promoção de uma rede de cidades decisiva para o equilíbrio e aprofundamento da característica policêntrica do Arco Metropolitano do Porto, com reforço evidente das cidades de Braga, Guimarães e Viana do Castelo, e ainda das cidades de Espinho, Famalicão, Barcelos, Santo Tirso, Vizela, Paredes/ Penafiel, Marco, Feira, S. João da Madeira e Oliveira de Azeméis. Fora do arco metropolitano, seria dado um impulso forte á cidade da Régua, se atendermos a que a exploração do serviço dos “urbanos” constitui um contributo decisivo para a mobilidade intra-regional e para a consolidação duma alternativa não rodoviária ao transporte interurbano na faixa litoral. Os piores indicadores de mobilidade verificados no Entre Douro e Vouga (ver relatório da primeira fase) aconselhariam até a equacionar com prioridade a remodelação da Linha do Vouga e a sua relação com o núcleo central da área metropolitana, que poderá assumir diferentes hipóteses de solução, designadamente em articulação com um reforço da parte final da Linha do Norte permitindo uma ligação directa a Campanhã e servindo ainda a zona nascente do concelho de Gaia. 2.2. A rede de altas prestações (1435mm) De acordo com a programação existente para a rede de altas prestações ao nível nacional, prevê-se a conclusão de uma nova linha em bitola europeia entre Braga e Valença até 2013. As opções relativas à rede ferroviária na Galiza apontam para a conclusão do corredor Porrinho-Vigo-Corunha também para essa data, pelo que será possível antever para um calendário próximo a plena operação de ligações directas entre Campanhã e Vigo num tempo próximo dos 60 minutos 114 , com possibilidade de continuação para Norte, uma vez que a Estação de Vigo deixará de funcionar como terminal. Para 2015 está prevista a conclusão da nova linha de alta velocidade em bitola europeia entre Lisboa e Porto, sendo 112 Período 2009-2011. Que poderá ser estendida até Valença caso se justifique para o transporte de mercadorias, nomeadamente entre Viana (cluster das eólicas) e a PL Valença. 114 MOPTC/ SET, Orientações estratégicas para o sector ferroviário – Outubro de 2006, pág. 108. 113 111 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A claro que o sobredimensionamento da actual Estação de Campanhã permite a operação das duas bitolas, inclusive com utilização simultânea da Ponte de S. João por mais alguns anos 115 . Não estando definido qualquer calendário para a migração de bitola na linha em remodelação entre Vigo e Corunha, também não é possível antever quando isso poderá ter de acontecer no novo troço a construir entre Braga e Valença 116 . E, por maioria de razão, fica também indefinido o calendário para a ligação em bitola europeia entre o Aeroporto FSC e Braga. Tal não impede que os estudos técnicos a cargo da RAVE não possam permitir, tão cedo quanto possível, a reserva dos respectivos canais, questão essencial para os municípios atravessados e que estão a rever os seus planos directores. Também deverá ser admitida a possibilidade de antecipação do troço entre Campanhã e o Aeroporto FSC, caso essa solução permita consolidar a área de influência do aeroporto para Sul da RN, questão relacionável com a decisão sobre a localização do novo aeroporto internacional de Lisboa. Apesar de existir um cenário favorável no que respeita ao novo quadro de infraestrutura ferroviária entre a Região do Norte e a Galiza, não é previsível saber-se quando é que a rede ferroviária que suporta o sistema logístico na área metropolitana e que liga entre si as principais infraestruturas ferroviárias existentes (Porto de Leixões, Terminal de Valongo, outros terminais da REFER, etc.) poderá beneficiar de condições mais favoráveis do que as existentes actualmente, principalmente se pensarmos que o trajecto Campanhã-Tui se faz por Viana do Castelo. A verdade é que não existem dados suficientemente seguros quanto às decisões a tomar relativamente à evolução da infraestrutura e que permitam antever um cenário para mercadorias “pesadas” sobre nova bitola e à escala ibérica, até porque o sistema ferroviário metropolitano e de ligação Norte-Sul até Sines deverá operar por muitos anos com a bitola actual; e o mesmo deverá acontecer nas ligações para o centro de Espanha por Salamanca e Badajoz. A única certeza parece para já ser a possibilidade de realização de uma interface ferro/ ferro em Valença, uma vez que as duas linhas – variante a construir à linha convencional e nova linha de bitola europeia - terão um trajecto em paralelo antes do atravessamento do Rio Minho. Oportunidade que também ocorrerá na zona do Porrinho, onde uma infraestrutura da mesma natureza poderá ser a chave para a resolução da ligação da PLISAN e Porto de Vigo à linha Norte-Sul remodelada e com nova bitola. Ou seja, do lado português e do ponto de vista das mercadorias “pesadas”, deverá ser irrelevante a mudança de bitola no eixo Braga-Vigo-Corunha, uma vez que se mantém a possibilidade de ligar Ourense, o Porto de Vigo e a PLISAN à rede convencional em Valença. Do lado Galego, a aprovação da ligação ferroviária entre Pontevedra e Ourense e a futura remodelação do eixo Ourense-Palência poderá vir a possibilitar uma nova ligação ferroviária para a Europa em complemento do eixo Aveiro-Salamanca (Figura 3). 115 Tal opção poderá determinar a reactivação da Ponte Maria Pia para circulação dos “urbanos”, hipótese que constitui uma excelente oportunidade para a sua recuperação dado o inquestionável valor patrimonial em causa. 116 Ou, inclusivamente, saber se o novo troço não se constrói desde logo em bitola europeia. 112 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial A C E S S I B I L I D A D E S , M O BI L I D A D E E L O G Í S T I C A Figura 3 – Redes Ferroviárias no NW Peninsular CORUNA LUGO SANTIAGO DE COMPOSTELA LÉON PONTEVEDRA OURENSE VIGO PALENCIA BRAGANÇA VALLADOLID V. CASTELO ZAMORA BRAGA Nine GUIMARÃES Medina del Campo VILA REAL Aeroporto PORTO Campanhã Régua SALAMANCA ÁVILA AVEIRO VISEU GUARDA Rede Convencional (1668) Principal e Secundária Rede de Altas Prestações (1435) Exclusiva de Passageiros Mista (Passageiros e Carga) em projecto ou construção Mista sem calendário definido 113 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A A localização das estações das novas linhas ferroviárias é uma questão essencial à definição do modelo territorial para o Litoral Norte, na medida em que se determinam novos arranjos nas ligações interurbanas, mesmo noutros modos de transporte. Percebendo-se a opção pelo aproveitamento da Estação de Campanhã e Ponte de S. João (redução do investimento inicial), parece ser certa a previsão de mais três estações principais na fachada a Norte de Coimbra: Aveiro, Braga e Valença, esta última servindo também a cidade de Tui. No que respeita às estações a criar na RN considera-se de grande relevância a sua localização em espaço muito central, como forma de potenciar o seu valor para a estruturação urbana e na medida em que se possam estabelecer as interfaces com diferentes modos de transporte, incluindo o “a pé”. A possibilidade de levar a nova bitola à cidade de Braga deve constituir objectivo central da política de reforço quer do sistema urbano como do sistema de transportes públicos, mesmo que essa solução represente acréscimo de custos. O risco desta opção poderá ser um atraso na posterior construção do troço Braga-Aeroporto FSC, caso se confirme um encarecimento relevante no acesso Sul à Estação de Braga. Associada a esta opção deverá também estar a relocalização da Estação Rodoviária de Passageiros da cidade de Braga para que se possa potenciar a utilização da ferrovia a partir do espaço subregional não servido por caminho-de-ferro. 2.3. A potenciação da articulação entre as duas redes ferroviárias Sendo certo que o próximo ciclo de investimento público coloca em primeira prioridade as novas linhas de altas prestações - vertebração à escala ibérica -, pode-se considerar que um novo impulso na rede convencional e na perspectiva dos serviços interurbanos de curta distância no âmbito do arco metropolitano, só acontecerá após 2015, apesar da importância do actual plano de investimentos da REFER até 2011. Este intercalar de prioridades poderá acarretar vantagens na potenciação da utilização do modo ferroviário, considerando que a introdução das novas linhas evidenciará ainda mais a futura necessidade de articular a alimentação da bitola europeia a partir da convencional, o que permitirá uma nova concepção para a exploração e, consequentemente, ampliação da rede de bitola ibérica. Por outro lado, não pode ser ignorada a possibilidade futura de utilização de material circulante fácil e rapidamente adaptável às duas bitolas, concebido para ligações transregionais, o que significa o interesse estratégico quanto à conexão mútua das redes em pontos chaves do sistema, potenciando a oferta de novos serviços sem necessidade de transbordo de passageiros. É pois evidente a necessidade de que sejam tomadas as opções correctas na articulação (futura) entre a rede convencional e a rede de nova bitola, até porque o reforço da rede convencional tem de ser 114 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A interpretado como um dos principais futuros alimentadores desta. Ou seja, há decisões relativas à rede de altas prestações, designadamente em termos da localização das estações, que deverão ter em linha de conta futuros desenvolvimentos da rede convencional. Do ponto de vista da consolidação do modelo territorial na RN considera-se essencial colocar algumas hipóteses (6) que evidenciem opções a tomar no longo prazo, isto é, no ciclo de investimentos pós 2015, que possam desde já influenciar opções de curto e médio prazo a outras escalas (e agentes) de decisão. PRIMEIRA: é imprescindível a remodelação da Linha do Minho entre Nine e Viana do Castelo, dotando-a das mesmas características técnicas da restante infraestrutura que suporta a rede dos comboios “urbanos” da CP, para que esse serviço se possa alargar com o mesmo grau de qualidade às cidades de Barcelos e Viana. SEGUNDA: como ficou referido, julga-se ser de grande interesse estratégico para a consolidação do relacionamento entre o núcleo central da AMP, a cidade de Espinho e as do Entre Douro e Vouga, assim como para a estruturação e fortalecimento do relacionamento entre si das cidades da Feira, S. João da Madeira e Oliveira de Azeméis 117 , a remodelação da Linha do Vouga com rectificação de traçado, mudança de bitola (métrica para ibérica) e sua electrificação, à semelhança da intervenção realizada na Linha de Guimarães. O estudo da viabilidade técnico-económica desta intervenção deveria ser realizado já no âmbito do próximo QREN, avaliando-se hipóteses de alterações pontuais de traçado, designadamente com eventual relocalização da estação da Feira para um posicionamento mais central na cidade. Por outro lado, terá de ser equacionada a questão da saturação da Linha do Norte entre Espinho e Porto, o que, no limite, poderá justificar a previsão a longo prazo de um canal alternativo 118 directo à Ponte de S. João e sensivelmente paralelo à EN1, questão que poderá ser estudada em termos de viabilidade programática (esta alternativa colocaria as cidades do Entre Douro e Vouga e outros centros urbanos 119 a um tempo de viagem muito atractivo relativamente ao núcleo central da área metropolitana). TERCEIRA: a possibilidade de futuro prolongamento da Linha de Braga até Guimarães permitindo o fecho de um anel ferroviário de articulação entre as cidades de Braga, Guimarães, Vizela, Santo Tirso, Trofa e Famalicão. Esta possibilidade permite ligar entre si os dois pólos universitários e estes ao AvePark, ao futuro Instituto Ibérico das Nanotecnologias e ainda ao novo Hospital a localizar em Gualtar. Por outro lado, cria um novo campo de “alimentação” da Linha Porto-Vigo a partir da Estação de Braga e para territórios em que essa articulação poderá ser vantajosa do ponto de vista das distâncias-tempo, designadamente para Guimarães, Fafe, Vizela, Felgueiras, etc. Esta possibilidade determina a 117 Eixo-centro urbano regional em termos de rede urbana, por efeito de conjunto. Eventual aproveitamento do primeiro corredor estudado para o IC2 e durante alguns anos reservado em PDM, e que foi definitivamente preterido em favor de uma segunda alternativa. 119 Santa Maria da Lamas, Lourosa e Carvalhos. 118 115 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A necessidade de se encontrar uma solução para a Estação de Braga que articule em simultâneo a ligação da nova linha para Valença com a actual, e com o seu futuro prolongamento para Sul (aeroporto), não eliminando a correspondência com a rede convencional existente e passível de ser prolongada em direcção a Guimarães. QUARTA: fica assim definido um programa ambicioso para uma Estação Multimodal no centro da cidade de Braga capaz de articular entre si os dois sistemas ferroviários e estes ao modo rodoviário privado e público (transportes interurbanos e urbanos). Nesta perspectiva, acresce ainda a possibilidade de se poderem vir a considerar novos serviços ferroviários entre Braga, Nine, Barcelos e Viana do Castelo também dirigidos para a potenciação da ligação Porto-Vigo; e, por maioria de razão, admitir a possibilidade de ligações complementares entre Guimarães e Viana. QUINTA: a possibilidade, a longo prazo, de integração da cidade de Vila Real no sistema ferroviário principal, proposta cuja sustentabilidade só pode ser confirmada com um estudo de viabilidade técnica de remodelação da Linha do Corgo entre Régua e Vila Real (dada a sinuosidade do traçado, pendentes elevadas, largura de canal insuficiente, etc.). A verdade é que a existência da universidade, a sua proximidade ao caminho-de-ferro, ao aeródromo, etc., poderiam potenciar a integração do eixo Vila Real/ Régua entre si e com o arco metropolitano. Sendo esta proposta de (excessivo) longo prazo, a verdade é que o seu enunciado pode potenciar decisões de menor escala que ajudem à sua futura viabilidade, e num quadro de claro reforço do papel da cidade de Vila Real no contexto regional. 120 Tais objectivos não contradizem os investimentos em curso para a sua beneficiação geral que sempre se justificariam até por razões segurança. SEXTA: a possibilidade de, também a longo prazo, se encarar o reforço do papel da Linha da Póvoa para Norte da Senhora da Hora na sua função train (comboio) em detrimento da sua função tram (metro ligeiro), no âmbito do projecto train-tram que está a ser desenvolvido pela Metro do Porto. Tal cenário teria de ser equacionado no âmbito de um prolongamento da linha até Viana do Castelo por Esposende, ainda com a eventual possibilidade de integração do actual canal ferroviário da Linha do Minho entre Viana e Valença/ Tui. Esta hipótese terá de se basear na confirmação de quatro pressupostos essenciais: Ser indesejável um modelo de intensificação urbanística ao longo do corredor da linha entre Matosinhos e Póvoa como solução para o aumento da sua utilização, possibilidade que este plano não considera; 120 De referir o exemplo de Viana do Castelo em que a relocalização da “Estação Central de Camionagem” para junto da estação ferroviária constituiu um factor de crescimento na utilização do caminho-de-ferro (uma decisão local que passa a condicionar opções a um nível mais global). 116 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Manter-se a baixa procura neste serviço, o que significa uma relação custo/ benefício muito desfavorável, a par de elevados custos de exploração; Acentuar-se a procura rodoviária no IC1 ao longo do cordão litoral entre Porto e Valença, principalmente nos meses de Verão, mesmo com cobrança de portagens; Eventualidade de vir a ser dispensável o troço entre Viana e Valença para o serviço de mercadorias, com a construção da linha mista de velocidade alta para Norte do Aeroporto. Considera-se ainda que esta solução poderá ser bastante mais viável num cenário de uma (única) concessão multimodal – IC1 mais linha ferroviária – em que as receitas da portagem possam ser aplicadas na construção do corredor ferroviário em vez de suportarem o gradual alargamento da rodovia para 2x3 vias, à medida que o tráfego o exija 121 . Uma solução deste tipo, para além de limitar a utilização rodoviária deste corredor (manutenção estratégica das 2x2 vias em qualquer cenário de procura 122 ) permitiria financiar a solução ferroviária alternativa. Apesar da distância temporal a que pode estar a concretização de determinado tipo de propostas, considera-se muito relevante o seu equacionamento no âmbito da consolidação do conceito de rede para as cidades do arco metropolitano. E, tal como outras análises confirmam, haverá todo o interesse na estruturação, também do ponto de vista dos transportes públicos não rodoviários, de um “corredor” de cidades 123 a Norte do núcleo central da área metropolitana e potenciadores do papel de Braga no Noroeste Peninsular. O reforço do sistema urbano a Sul desse núcleo é também de extrema importância para o desenvolvimento regional e para o equilíbrio de um espaço mais vasto que vai de Aveiro a Viana do Castelo. 2.4. A questão ferroviária no Vale do Douro Mesmo considerando que a remodelação da Linha do Douro até à Régua pode não ser integralmente concretizada no próximo ciclo de investimento público 124 , a verdade é que a sua consideração não pode deixar de estar contemplada como objectivo a prosseguir a curto/ médio prazo. Relativamente à restante parte da Linha entre Régua e Pocinho (em actividade) e entre Pocinho e Barca de Alva (desactivada), a questão deverá ter outros contornos na medida em que nunca será a exploração regular de passageiros ou de mercadorias a justificar a sua manutenção. A mesma questão se coloca relativamente aos ramais 121 Cláusula normalmente obrigatória para os concessionários a partir de determinados volumes de tráfego. Solução que pode ser mantida dada a existência do IP1 como alternativa. 123 Viana, Barcelos/ Famalicão, Braga, Guimarães/ Vizela. 124 Plano de Investimentos da REFER 2009-2011. 122 117 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A existentes de bitola estreita, designadamente o da Linha do Corgo entre Régua e Vila Real e o da Linha do Tua até Mirandela. Contudo, o valor dessas linhas ferroviárias ultrapassou há muito o da sua utilidade prática, pelo que a questão que se coloca é de natureza patrimonial 125 , ou seja, a sua representação simbólica inserida numa paisagem muito específica e determinada torna-as indissociáveis do ponto de vista do produto turístico a consolidar. A manutenção dessas infraestruturas passa a constituir uma obrigação patrimonial e cultural como condição necessária para a afirmação do Vale do Douro como um destino turístico coerente e de qualidade, e para a sua manutenção como Património da Humanidade, classificação atribuída em 2001 pela UNESCO. Nesta perspectiva, o país tem forçosamente de as manter, assim como mantém os seus monumentos nacionais, muito embora, tal como em muitos outros casos, se deva explorar a viabilidade de concertação com agentes privados tendo em vista a sua rentabilização com a operação de serviços turísticos, aproveitando o material circulante antigo e conservado. Por outro lado, não deverá ser descartada a possibilidade de, da parte de Castela-Leão, poder vir a confirmar-se a reabilitação da Linha até Salamanca o que constituiria um novo fôlego no sentido do aumento da atractividade desta infraestrutura. Do ponto de vista do curto e médio prazos haveria que trabalhar hipóteses de constituição de PPP para a exploração turística/ comercial não regular das Linhas a montante da Régua, assim como será aconselhável mobilizar financiamento público para a reabilitação, tão breve quanto possível, do troço Pocinho-Barca de Alva. 2.5. O programa das “ecopistas” em linhas desactivadas A manutenção de todos os canais de linhas ferroviárias desactivadas desde o início da década de 80 deve constituir um objectivo a prosseguir à escala regional, dada a grande extensão dos casos existentes (cerca de 340 km). A REFER tem em curso junto das autarquias um programa de facilitação da conversão desses corredores para uma utilização pedonal e de bicicletas – programa das ecopistas – 126 estando em operação, entre outros, troços na antiga Linha do Minho entre Valença e Monção , na Linha do Sabor entre Moncorvo e Larinho, e ainda na Linha do Corgo entre Vila Pouca de Aguiar e Pedras Salgadas. Paralelamente a este programa a REFER está a desenvolver o de aproveitamento do património edificado através de parcerias/ concessões estabelecidas com privados, ou não. Para além da integração deste projecto com outros no âmbito do turismo da natureza, considera-se este programa de grande interesse estratégico para o desenvolvimento de “cidadãos multimodais”. Em 125 126 Em certa medida passa-se o mesmo que com a Ponte Maria Pia. Primeira ecopista aberta em Portugal, desde 2004, com 13 km de extensão. 118 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A primeiro lugar porque incentiva ao aumento do parque de bicicletas, modo de transporte que será essencial ao incremento da mobilidade urbana; em segundo lugar porque induz hábitos que com facilidade serão transpostos para uma utilização mais frequente e para outros motivos que não só o lúdico e o de manutenção física. Ou seja, criam-se condições favoráveis à futura introdução da bicicleta como modo de transporte urbano desde que as cidades venham a admitir a afectação de espaço-canal a corredores dedicados e estrategicamente localizados. Será pois muito importante que futuras adesões ao programa possam ser objecto de apoios específicos, preferencialmente no caso dessas ecopistas integrarem extensões para o interior dos núcleos urbanos ou ligando os seus centros a periferias residenciais. 2.6. A expansão da rede de metro na AM Porto A rede de metro do Porto encontra-se numa fase de redefinição programática relativa à sua próxima expansão, concluída que está a primeira fase do projecto. Desta ficaram por resolver quer a ligação da Maia à Trofa como a construção de um parque de máquinas de alimentação da Linha de Gaia ao Hospital de S. João, inicialmente previsto para a Circunvalação. Por outro lado, está identificado um outro problema que respeita ao potencial congestionamento do troço entre a Senhora da Hora e a Trindade, onde operam actualmente quatro serviços, muito embora se admita que esta questão ainda tolere prazos muito dilatados de resolução. Do conjunto de linhas em operação, parece ser consensual a dificuldade que o serviço da Linha da Póvoa tem tido no que respeita à sua atractividade face à solução comboio que substituiu. Na verdade, os problemas associados à excessiva extensão quilométrica, à distância média entre paragens e à desadequação do material circulante, não foram compensados pela duplicação da linha e pelas características técnicas adoptadas que permitem velocidades mais adequadas a um comboio. A aquisição de novo material circulante permite a introdução do conceito train-tram aproximando esse serviço das características de um serviço ferroviário suburbano. É com base nestes pressupostos que se admite, a longo prazo, a possibilidade anteriormente descrita de esta linha ser autonomizada da rede metro para operar um comboio, desde que prolongada para Norte até Viana. Solução que pode acarretar claras vantagens para a MP dado que o investimento em causa poderá ser mais bem rentabilizado a outra escala territorial. Da análise realizada quer à rede quer aos dados de mobilidade disponíveis, ficou clara a prioridade que deverá ser dada, na próxima fase, à expansão da rede para a sede do concelho de Gondomar 127 , dado ser esta a única centralidade no interior do núcleo duro da área metropolitana ainda não servida. A extensão da Linha de Gaia até Laborim e ao futuro Parque de Máquinas deverá também constituir uma 127 Concelho com maiores tempos médios de deslocação casa-trabalho-casa em 2001. 119 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A prioridade, dados os custos de exploração associados à operação em vazio dos veículos que operam a Linha Amarela. O acordo de princípio recentemente assinado entre o Governo e a Junta Metropolitana do Porto estabelece os pressupostos de enquadramento para os estudos a realizar no sentido da definição de novos traçados e suas prioridades. Do ponto de vista do modelo territorial preconizado para o arco metropolitano considera-se essencial a densificação da rede de metro no interior do núcleo central da área metropolitana, evitando-se situações semelhantes às herdadas no caso da Póvoa e Trofa e que consubstanciam “antenas” demasiado longas (extensões superiores a 10-15 km) mais adequadas ao modo ferroviário pesado, percorrendo periferias de baixa densidade populacional de forma mais ou menos sinuosa à “procura” de utentes. A zona central da área metropolitana deverá assim ser dotada de um esqueleto que garanta a diversidade de oferta de soluções de transportes (viabilização do indivíduo multimodal) a uma população da ordem dos 0,5 a 0,7 milhões de habitantes, sem prejuízo do desenvolvimento de um policentrismo saudável baseado noutros núcleos até certo ponto concorrenciais entre si. Outras leituras que consideram a criação de “cidade linear” ao longo de linhas de metro como justificação para esses investimentos, não correspondem ao modelo territorial preconizado. A evolução da rede dentro de um conceito de densificação de linhas na zona central, deverá ter presente a necessidade da sua estruturação num misto de ligações radiais/ diametrais em paralelo com a consolidação de ligações de tipo circulares, que respondam às exigências internas das cidades-centro mas também às novas solicitações de deslocação entre pólos da primeira coroa envolvente à cidade do Porto. A importância das ligações circulares reside também na progressiva substituição de movimentos sequencialmente centrípetos e centrífugos à medida que entrem em sobrecarga os serviços radiais. 2.7. A criação de redes de eléctricos As cidades do Porto e Braga, tal como outras cidades europeias, apresentam uma morfologia urbana pouco favorável do ponto de vista dos espaços-canal disponibilizáveis para o sistema de mobilidade. Ao longo dos últimos trinta anos o crescimento da motorização (circulação e estacionamento automóvel) conduziu ao estrangulamento da rede de eléctricos que tinha sido desenvolvida nesses concelhos 128 , assim como reduziu ao mínimo essencial espaços necessários ao correcto funcionamento de modos alternativos, designadamente o “a pé” e a bicicleta, entretanto praticamente desaparecida. A substituição dos eléctricos pelo autocarro (e pelo trolleybus) como suporte para a reorganização do sistema de transportes públicos, constituiu a resposta ao processo de crescimento e expansão das duas cidades, na medida em que o fim do condicionamento aos carris representava a resposta (flexível) quer 128 E, no caso do Porto, também nos concelhos limítrofes, o que aliás ajudou a formatar a actual área metropolitana. 120 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A ao crescimento do tráfego/ estacionamento indevido, quer à necessidade de irrigação das novas urbanizações. Contudo percebe-se hoje que o sistema de transportes públicos assim montado constituiu um incentivo à hiper organização das respostas individuais baseadas no automóvel e apoiadas por uma intensa construção de infraestruturas rodoviárias. O resultado é uma repartição modal com muito baixa quota de utilização dos transportes públicos (que apresentam perda progressiva de passageiros), e grandes dificuldades financeiras por parte dos operadores; se no caso da AMP o sistema é suportado pela administração central, já no caso de Braga é o município que subvenciona por inteiro os transportes urbanos. Sendo certo que no caso da AMP o projecto do metro constitui a alavanca possibilitadora de uma mudança profunda no sistema de mobilidade, a verdade é que o aprofundamento da organização da aglomeração do Porto e a resolução dos problemas de transportes no sistema interurbano BragaBarcelos-Amares-Vila Verde, necessitam de uma reforma estrutural que passa pela alteração do modelo empresarial associado aos transportes públicos, assim como do seu modelo de financiamento, contratação e nova forma de “autoridade” específica. Uma definição estratégica conducente ao aprofundamento do tema é determinante para o futuro fortalecimento, no quadro europeu e da Euroregião, destas duas realidades territoriais, é no âmbito dessa profunda e múltipla reestruturação que se preconiza o equacionamento da criação de duas redes de eléctricos (modernos) de serviço “porta a porta” centradas no espaço urbano das cidades do Porto e Braga, e que permitam, a prazo, uma profunda alteração do paradigma de utilização e organização do espaço/ mobilidade oferecido. A utilização do eléctrico em corredor próprio está testada na cidade do Porto com as linhas existentes e em ampliação, apesar do serviço estar suportado na operação de veículos antigos; a sua ampliação pressupõe contudo a resolução de um importante tema que é o da substituição generalizada do estacionamento de rua por outras alternativas fora dos espaços-canal, principalmente para moradores. Da mesma forma se incentiva, no quadro de um fortalecimento empresarial dos operadores de transportes públicos nas aglomerações do Porto e Braga, o desenvolvimento de outros projectos de interesse estratégico para a mobilidade urbana, designadamente em termos da gestão da procura em conjunto com os grandes geradores de deslocações, ou na oferta de novos serviços como por exemplo o de carsharing ou bikesharing amplamente testados em muitas cidades europeias de dimensão semelhante. O que está em causa é uma aposta séria no reforço das cidades do “urbano intensivo” através de exercícios de compactação e sobreposição de funções, sendo determinante nessa política a multimodalidade, a articulação entre os transportes públicos (colectivos ou individuais) e os privados 121 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A (motorizados ou não), assim como a organização e reforço da capacidade de gestão dos diferentes sistemas urbanos. 3. Outras infraestruturas de transporte e logística 3.1. Aeroportuárias São numerosas e de características muito variadas as infraestruturas aeroportuárias existentes na Região do Norte. O Aeroporto internacional Francisco Sá Carneiro (FSC), sendo uma infraestrutura de pequena dimensão à escala europeia, (estando na casa dos 4 milhões de passageiros/ ano 129 ), apresenta alguma relevância no Espaço Atlântico uma vez que integra um grupo de 10 aeroportos com tráfego significativo para além do interno (país de pertença). Acresce ainda, nos últimos 15 anos, um crescimento muito importante na carga aérea, pelo que é indiscutível a importância desta plataforma no Noroeste Peninsular. Para além deste, apenas o Aeródromo de Bragança apresenta historial de ligações extra-nacionais e nacionais, no que é acompanhado pelo de Vila Real para movimentos internos (escala das ligações entre Bragança e Lisboa). Outras infraestruturas aeroportuárias – Alijó, Braga, Chaves, Espinho, Maia, Mirandela, Moimenta da Beira, Pedras Salgadas, Mogadouro, Valença, etc. – posicionam-se para utilizações múltiplas combinando transporte ocasional de passageiros com protecção civil, emergência médica, trabalho aéreo, combate a incêndios florestais e actividades desportiva, educacional e lúdica. Melhoramentos nestas infraestruturas, a par de outros projectos que estarão em carteira, terão de ser avaliados em trabalho de especialidade capaz de elencar as valências que se justificam em cada um dos casos e no âmbito das Opções Estratégicas definidas para o Sistema Aeroportuário Nacional. Para além do AFSC, Bragança e Vila Real posicionam-se como “portas” de entrada na região para tráfego interno, e internacional no caso de Bragança, podendo este beneficiar de um hinterland ajustável ao território vizinho de proximidade na Galiza interior e em Castela-Leão, o que justifica a consolidação e melhoria das suas condições de operação enquanto aeroporto. Poderá ainda ser visto como uma alternativa ao do Porto no âmbito do incremento turístico internacional com destino específico ao Douro, caso se venha a justificar. Outras hipóteses alternativas representariam uma disseminação de aplicação de meios financeiros, com reflexos negativos para a totalidade das infraestruturas secundárias; mas tal não significa que, por exemplo, Alijó e Vila Real não se possam fundir numa única infraestrutura de maior abrangência. 129 Crescimento consolidado passando dos 2,6 para os 3,3 milhões de passageiros/ ano entre 2002 e 2006 (6,7%/ ano). 122 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A 3.2. Marítimo-portuárias Na Região do Norte, os Portos de Leixões, e até certo ponto Viana do Castelo, são os únicos que apresentam relevância estratégica do ponto de vista do relacionamento marítimo quer com o resto do país quer com o espaço europeu e transatlântico. O facto de Leixões se localizar no núcleo central do arco metropolitano com acrescidas condições de acessibilidade rodoviária e ferroviária a todo o seu hinterland natural, posiciona-o indiscutivelmente como a “porta de entrada” supra-regional em termos do Transporte Marítimo de Curta Distância (TMCD). Neste capítulo criam-se condições para uma forte concorrência com Vigo, apesar de este porto movimentar 3 vezes menos carga (em toneladas) o que se fica a dever, fundamentalmente, aos granéis líquidos associados à Refinaria de Leça da Palmeira. A localização da PSA no Porrinho e o movimento que gera para o Ro-Ro de Vigo, constitui um ponto forte deste porto, que a curto prazo será reforçado com a construção da plataforma logística (também porto seco) de Salvaterra do Minho. Contudo, a importância do movimento de contentores em Leixões e a sua vocação para o tráfego marítimo no espaço europeu, determina para este porto uma vantagem muito interessante do ponto de vista da fixação de linhas regulares de contentores (e também Roll-on – Roll-off) no âmbito dos projectos das “auto-estradas do mar”. A próxima construção de uma plataforma logística bipolar num raio de 1km do porto, incluindo interface rodo-ferroviário, e a previsível relocalização da estação de mercadorias da CP para outra plataforma logística metropolitana (mantendo-se a ligação ferroviária ao espaço portuário), deverão criar condições acrescidas de operação e atracção de novos negócios (logísticos, por exemplo), decisivos para a afirmação do Porto de Leixões na Euroregião Norte de Portugal-Galiza. Deste ponto de vista, são também essenciais as acessibilidades locais (em finalização) e regionais existentes e a criar, designadamente os eixos do IP1, IC5/ IP3, IP4 e IP3/ IP5, encurtando os tempos de viagem às fronteiras de Valença, Chaves, Bragança e Vilar Formoso. Outra questão que terá de ser avaliada a longo prazo respeita ao interesse em conectar a futura linha de bitola europeia entre Campanhã e o Aeroporto FSC com o Porto de Leixões. No que respeita às infraestruturas de acessibilidade, considera-se pertinente resolver as ligações rodo/ ferroviária ao Porto de Viana do Castelo; neste último caso, é evidente o interesse na manutenção da conexão em Nine com a linha Porto-Braga. No que respeita à vocação e ao papel do Porto de Viana, é de considerar a importância dos Estaleiros e a próxima instalação do complexo industrial associado às eólicas; contudo, as transformações que se irão operar no âmbito da gestão portuária em resultado da “fusão” em curso com Leixões, aconselham a esperar por uma reflexão estratégica interna para perceber quais as acções e medidas que a região deve assumir em favor de cada um dos dois portos. 123 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Por último, uma referência à importância e dimensão regional do projecto do novo Terminal de Passageiros de Leixões, que permitirá a atracção de novos visitantes (em cruzeiros) a uma variedade de temas e interesses, tais como os centros históricos (Porto, Guimarães, Braga e Viana do Castelo), o turismo religioso (Santuários de Braga, Guimarães, Viana e Lamego), o Douro Património Mundial, e outros locais específicos, nomeadamente Serralves, Casa da Música, Caves de Gaia, Baixa Comercial do Porto. No caso da acessibilidade ao Douro será decisivo o tempo de viagem por estrada entre Leixões/ Aeroporto e Mesão Frio, „porta de entrada‟ no Douro. Para além dos dois portos comerciais referidos, há ainda um conjunto de infraestruturas portuárias associadas à pesca (Caminha, Vila Praia de Âncora, Viana do Castelo, Esposende, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Leixões, Vila Nova de Gaia e Espinho) e à navegação de recreio (Viana do Castelo, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Leixões e Douro), cuja manutenção e modernização é importante para as dinâmicas locais dos núcleos urbanos em que se inserem. 3.3. Via navegável do Douro O projecto da via navegável do Douro constitui um interessante exemplo de planeamento iniciado à um longo prazo e cuja conclusão, em termos de obra física, ainda não pode ser completamente definida. 130 Estando em finalização as obras da Barra do Douro, poderá afirmar-se que deixam de existir entraves de vulto à plena utilização deste corredor de transporte; existem ainda troços que necessitam de regularização do canal fluvial para eliminação algumas limitações e constrangimentos, assim como falta concluir a rede de cais fluvial. Mais difícil será perspectivar o tempo de uma plena utilização económica desta via, mas admite-se que uma futura articulação com interesses de agentes e empresas da região de Castela-Leão possam vir a dinamizá-la. Frise-se ainda que os cais de Sardoura, Várzea do Douro e Lamego movimentaram em 2006 cerca de 140 mil toneladas através de 79 navios 131 . O cais fluvial de Lamego está apto ao incremento de actividades diversas, podendo admitir-se que alguma logística associada à vitivinícola possa vira a utilizar quer essa infraestrutura assim como a via navegável. Mantendo-se como aposta estratégica para o futuro da Região do Norte, a via navegável foi sem dúvida nos últimos anos um factor decisivo do crescimento da actividade turística no Douro. A gestão das complementaridades entre a via navegável e o caminho de ferro, designadamente em termos turísticos, constitui um tema a trabalhar no sentido do mútuo incremento, e também em conjugação com a capacidade de alojamento e sua acessibilidade a esses dois modos de transporte. 130 O que aliás é um incentivo ao enunciado de outros projectos cuja viabilidade tem de ser encarada a muito longo prazo, mas cuja consensualização é necessária para influenciar decisões de outra natureza e com diferentes prazos e escalas. 131 Em 1996 esses valores foram de 36 mil toneladas e 27 navios. 124 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A 3.4. Plataformas logísticas e outras infraestruturas No trabalho de caracterização e diagnóstico sectorial foram apontadas pistas para a organização da nomenclatura logística tendo por base as infraestruturas programadas e a identificação das principais áreas de concentração de actividade logística já existente. Sendo este um sector estratégico no quadro da reacção que a economia regional terá de ter perante o impacte da globalização, e tendo em conta o crescimento expectante do transporte de mercadorias ao nível europeu, é grande a prioridade quanto à concretização das infraestruturas programadas no “Portugal Logístico”. Por outro lado, a construção dessas plataformas e de outras à escala mais local, deverão proporcionar nos próximos anos uma racionalização do mercado e a afirmação dos operadores logísticos, designadamente no que respeita às actividades de abastecimento de uma rede urbana policêntrica. Esta evolução poderá constituir um importante factor de ordenamento do território e de qualificação ambiental, quer em termos latos como ao nível dos impactes do tráfego comercial no ambiente urbano (poluição do ar, ruído, intrusão, etc.). Muito embora o mercado rodoviário de transporte de mercadorias detenha uma estimativa de cerca de 132 95% de toda a carga intra e inter-regional , a articulação entre os diferentes modos de transporte deve estar presente em algumas das Plataformas previstas, uma vez que a intermodalidade constitui hoje um aspecto essencial da política económica e social como eixo estratégico do desenvolvimento do transporte de mercadorias e da logística, tendo como pano de fundo a futura sustentabilidade do sector dos transportes. O incremento da intermodalidade apresenta múltiplas componentes em âmbitos variados e complementares, tais como a gestão, os serviços e as infraestruturas, sendo certo o importante papel das plataformas logísticas multimodais que favorecem o encontro entre modos, empresas e operadores Do ponto de vista da gestão estratégica das infraestruturas de transportes e logísticas (decisão sobre localização de novas actividades e sobre perfis vocacionais para as diferentes áreas logísticas e infraestruturas de transporte), considerou-se a existência de duas áreas funcionais, uma Zona de Apoio Logístico multicentros do Arco Metropolitano do Porto 133 (ZALmAMP) e outra para o Espaço Transfronteiriço (ZALmTRN) - Figura 4 e Quadro 2. 132 133 Pouco mais de 4% para o transporte marítimo, 0,8% para o ferroviário e 0,05% para o aéreo. Ver Ponto 7.9. do Relatório da 1ª Fase. 125 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial A C E S S I B I L I D A D E S , M O BI L I D A D E E L O G Í S T I C A Figura 4 – Áreas de concentração de actividades logísticas e Infraestruturas existentes na RN Valença F Chaves E ZAL m TRN Viana do Castelo 17 Bragança 16 VIII 15 VII Barcelos 11 Braga 12 IX 14 Guimarães 2 5 I 41 II 6 8 7 Porto VI 9 Vila Real III XI 3 IV 18 10 V 13 Régua Lamego ZAL m AMP Feira X S. João da Madeira Oliveira de Azemeis Plataformas do "Portugal Logístico" X. EDV Plataformas Portuárias XI. Vila Real/ Régua/ Lamego A. Leixões - Gatões/ Guifões Infraestruturas-âncora existentes B. Leixões - Gonçalves 1. Porto de Leixões Plataformas Urbanas Nacionais 2. Aeroporto C. Maia/ Trofa 3. Terminal Multimodal SPC/ REFER Centros de Carga Aérea 4. TER/ TIR D. Centro de Carga Aérea do Porto 5. Refinaria Petrogal Plataformas Transfronteiriças 6. Siderurgia E. Chaves F. Valença Áreas Logísticas I. Leixões II. Aeroporto III. Maia/ Trofa IV. Valongo V. Gaia - Rechousa/ BE VI. Gaia - Caves VII. Braga/ Barcelos VIII. Viana do Castelo IX. Guimarães 7. Cimentos 8. Aeródromo Vilar da Luz 9. COL - Luis Simões 10. Centro TracarLogística 11. Terminal ferroviário de Mercadorias de Tadim/ Aveleda 12. Mercado Abastecedor 13. Aeródromo 14. Parque Industrial de Guimarães 15. Terminal Ferroviário Mercadorias Darque 16. Porto de Viana 17. Aeródromo Bragança 18. Porto Fluvial Régua/ Lamego 126 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Quadro 2 – Organização tipológica e funcional da infraestrutura logística na RN ZAL - Zona de Actividades Logísticas Critérios ou características de tipologização funcional Classificação proposta 1. Integrada Grau de integração com as áreas portuárias e aeroportuárias Adjacente 2. Regime jurídicoadministrativo do solo I ZAL multicentros do ARCO 3. Amplitude do seu âmbito de influência METROPO- PORTO (ZALmAMP) Logística e Próxima INTRA (portuária e aeroportuária) e EXTRA (portuária e aeroportuária) Nacional Regional e Euroregional Integrada LITANO DO AL - Área 4. Intermodalidade ferroviária de actual concentração de actividades de Adjacente Próxima e Remota CL do Porto de Leixões: AL I – Área Logística de LEIXÕES / Freixieiro AL II – Área Logística do AEROPORTO FSC/ Carvalhas AL III – Área Logística da MAIA/ TROFA (***) AL IV – Área Logística de VALONGO (***) AL V – Área Logística de GAIA (Rechousa/ Boavista da Estrada) 6. Especialização sectorial Multicentros Multifuncional AL VI – Área Logística de GAIA (Caves VP) AL VII – Área Logística de BRAGA/ BARCELOS (Aveleda/ Tadim/ Celeirós) (***) AL VIII – Área Logística de Viana do Castelo (***) AL IX - Área Logística de GUIMARÃES (Brito) (***) AL X – Área Logística do EDV (***) Porto Leixões PLL-G – Plataforma Logística de Leixões Pólo de Gonçalves (#) PLL-G/G – Plataforma Logística de Leixões Pólo Gatões/ Guifões (#) Terminal Intermodal rodo/ ferroviária (#) Terminal Intermodal marítimo/ ferroviário CL do Aeroporto: Aeroporto FSC CCAP – Centro de Carga Aérea do Porto (#) CL da Maia: (***) 5. Concentração espacial CL - Centro Logístico PL - Plataforma Logística IL - Infraestrutura Logística (*) PL M/T – Plataforma Logística Maia/ Trofa incluindo Centro Intermodal rodo/ ferro (#) Aeródromo Vilar da Luz CL de Valongo: Porto Seco (**) Terminal Multimodal da SPC (SAPEC) Terminal Ferroviário REFER Outras IL’s de âmbito subregional: Terminal Ferroviário de Mercadorias de Tadim/ Aveleda da REFER Terminal Ferroviário de Mercadorias de Darque da REFER Mercado Abastecedor do Porto Mercados Abastecedores (*) – Ou com potencial locacional para a atracção de mais actividade logística. (**) – Terminal intermodal de mercadorias localizado no interior e ligado por via-férrea ao Porto de Leixões. (***) – Áreas preferenciais para a localização de “Centros de Consolidação Urbana”. (#) – Plataformas que constam da Rede Nacional de Plataformas Logísticas. 127 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Quadro 2 – Organização tipológica e funcional da “infraestrutura” logística na RN (cont.) ZAL (1) Zona de Actividades Logísticas Critérios ou características de tipologização funcional Classificação proposta AL (2) Área de concentração actual de actividades de Logística 1. Grau de integração com as áreas portuárias e aeroportuárias 2. II ZAL multicentros Regime jurídicoadministrativo do solo TRANS- 3. FRON- Amplitude do seu âmbito de influência TEIRIÇA DA REGIÃO 4. NORTE Intermodalidade ferroviária (ZALmTRN) CL de Valença (/ Salvaterra-As Neves): Remota EXTRA (portuária e aeroportuária) Local Subregional e 6. Especialização sectorial PL Valença (#) Parque empresarial Terminal ferro/ ferro (PLISAN) PL de Chaves (#) AL XI – Área Logística de VILA REAL/ RÉGUA/ LAMEGO (***) Próxima Outras Infraestruturas de âmbito sub-regional (e que também podem potenciar a logística associada ou não à distribuição urbana): Aeródromo de Vila Real e Zona Industrial/ Empresarial contígua CCU de Vila Real (plataforma municipal) Porto Fluvial Régua / Lamego Aeródromo de Bragança Remota 5. Concentração espacial CL (3) Centro Logístico PL (4) Plataforma Logística IL (5) Infraestrutura Logística (*) Multicentros Multifuncional (****) (*) – Ou com potencial locacional para a atracção de mais actividade logística. (***) – Áreas preferenciais para a localização de “Centros de Consolidação Urbana”. (****) – O Grupo Luís Simões possui uma Plataforma Regional em Macedo de Cavaleiros. (#) – Plataformas que constam da Rede Nacional de Plataformas Logísticas. A primeira comporta os designados “centros logísticos” do Porto de Leixões (Porto, plataforma logística bipolar, terminal rodo-ferro e terminal ferro-marítimo), do Aeroporto FSC (Aeroporto e centro de carga aérea), da Maia (plataforma nacional e Aeródromo VL) e de Valongo (terminal rodo-ferro). A segunda comporta o “centro logístico” de Valença que integra a plataforma transfronteiriça e a consequente necessidade de articulação com a plataforma de Salvaterra, e ainda a plataforma transfronteiriça de Chaves. Existem ainda outras infraestruturas que podem vir a ter um papel importante na organização logística da região. É o caso dos terminais rodo-ferroviários de Valongo, Tadim/ Aveleda (Braga) e Darque (Viana), dos mercados abastecedores do Porto e Braga, da “zona” industrial multipolar de Guimarães, do 128 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A aeródromo e área empresarial contígua de Vila Real, do porto fluvial de Lamego/ Régua e do aeroporto de Bragança. Face à localização destas infraestruturas na proximidade de núcleos urbanos de maior dimensão e potencial como centros distribuidores, considera-se que podem vir a estar reunidas condições para a criação de Centros de Consolidação Urbana de nível sub-regional, plataformas a impulsionar pelas Câmaras Municipais em parceria com operadores mais vocacionados para a distribuição urbana. Poderão ser os casos de: Vila Nova e Gaia, aproveitando a existência do COL Luís Simões e do Centro TracarLogística, e ainda da forte implantação nas zonas a sul da “plataforma da cidade”, de importantes actividades ligadas aos materiais de construção; Viana do Castelo, aproveitando até algumas sinergias com o futuro complexo industrial do cluster das eólicas; Braga/ Barcelos, aprofundando o arco locacional industrial Celeirós-Aveleda-Sequeira (entre a EN14 e a EN103); Vila Real, associando as infraestruturas localizadas no eixo até Lamego, designadamente o aeródromo, áreas empresariais e plataforma de iniciativa municipal e o Porto Fluvial de Lamego/ Régua; Guimarães onde a dispersão industrial e urbana podem justificar um “centro” de racionalização logística localizado nos territórios de novas acessibilidades a Norte do Nó de Silvares da A7/ A11/ EN206, e equidistante das Taipas/ Brito, do centro da Cidade e de Pevidém; Bragança, associando eventual concentração de actividade logística de abastecimento urbano ao aeródromo ou entre este e a cidade; Vila da Feira ou S.J. Madeira/ Oliveira de Azeméis, muito embora o aprofundamento de uma plataforma sub-regional no EDV deva ser estudada tendo em atenção a realidade a sudoeste, entre Estarreja e Aveiro. 129 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A 4. Conclusões As profundas transformações que a evolução das acessibilidades rodo e também ferroviárias ajudaram a concretizar nas últimas décadas na Região do Norte, definiram um novo quadro geoestratégico para a rede urbana. O exemplo mais significativo e cuja recente conclusão ainda não deu tempo a transformações visíveis, é o do IP9 entre Viana e Amarante; esta diagonal, juntamente com o IC14 e o IC5, irão porventura marcar nos próximos anos a evolução das relações entre as diferentes cidades que tinham por base as facilidades de comunicação apenas na mesma bacia hidrográfica. Ou seja, abre-se uma nova era de relações entre as cidades dos diferentes vales – Minho, Lima, Cávado, Ave, Sousa, Tâmega e Douro – que fogem à anterior lógica em que as deslocações só eram melhor conseguidas na direcção da cidade do Porto. Esta nova geometria comunicacional poderá acentuar a crise de identidade dos concelhos mais centrais da AMP, que têm reagido a esse fenómeno aceitando uma evolução organizativa de lógica expansionista, por pressão dos concelhos envolventes que apostam numa suposta maior visibilidade quando integrantes desse espaço. A aposta organizativa por geometrias variáveis, segundo temáticas e sectores de intervenção, permitirá que a complexa rede urbana evolua mais rapidamente para um policentrismo efectivo, em que novos protagonistas podem servir de motores complementares do núcleo duro da área metropolitana - especialização urbana diferenciada. O fortalecimento das relações institucionais no quadrilátero Braga-Guimarães-Famalicão-Barcelos é demonstrativo do novo quadro de relacionamentos físicos em que a transposição dos vales deixou de ser um estrangulamento natural. O mesmo se passa na múltipla vectorização de Viana do Castelo relativamente a Caminha, Ponte de Lima e Esposende, o que explica a sua consolidação como centro urbano de topo no quadro regional. Da mesma forma se afirma com grande clareza Vila Real, quer no eixo tradicional até à Régua e Lamego, como começando a beneficiar do seu prolongamento até à fronteira de Chaves (IP3) e das novas possibilidades de conexão com os Vales do Ave e Cávado através dos IC5 e IP9. A excessiva dependência que o sistema de transportes demonstra, em todos os indicadores, relativamente ao “carro próprio”, aconselha a apostas claras de médio prazo no fortalecimento da rede ferroviária vocacionada para o transporte interurbano de médias distâncias. 130 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial A C E S S I B I L I D A D E S , M O BI L I D A D E E L O G Í S T I C A Figura 5 – Infraestruturas de Transportes e Sistema Urbano – Cenário Prospectivo Melgaço Monção Valença V. N. Cerveira BRAGANÇA Caminha Ponte Lima Chaves IP1 VIANA CASTELO Vila Verde Amares Barcelos Póvoa Lanhoso BRAGA Esposende GUIMARÃES Fafe Macedo Cavaleiros IP3 IC5 IP4 V P Aguiar Famalicão P. Varzim Mirandela Felgueiras Trofa Vizela S. Tirso Paços Ferreira Lousada Vila Conde Amarante Paredes PORTO Gai/ Gon/ Mai/ Mat/ Val Penafiel Marco Mesão Frio IP4 Espinho Murça IP9 IP2 VILA REAL Sª M Penaguião Régua Lamego IP3 IP1 S. Maria Feira S. João Madeira Vale Cambra Oliveira Azeméis Rede Viária Estruturante Rede(s) Ferroviária(s) - Serviço Suburbano Rede Ferroviária de Altas Prestações Estação Ferroviária Multimodal Infraestruturas de Transportes e Logística Aglomeração Metropolitana Cidade de Equilíbrio Regional Cidade/ Conjunto de Cidades Regionais Centro Estruturante Sub-regional Centro Estruturante Municipal 131 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte II – Modelo Territorial AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Contudo, o próximo ciclo de investimentos ferroviários será tomado pelas linhas da nova bitola à escala ibérica (Porto-Vigo e Porto-Lisboa) com redução drástica do investimento na rede convencional, pelo menos na Região do Norte. A rede de metro no núcleo central da área metropolitana deverá também ter um novo impulso de expansão afectando importantes recursos financeiros. Parece por isso óbvio poder considerar-se que a rede convencional, apesar dos investimentos programados, terá um ciclo de espera de alguns anos, o que não invalida a necessidade de se iniciar um pensamento estratégico em termos do novo mapa a concretizar a médio e longo prazo. Por outro lado, criam-se expectativas à escala municipal que devem ser geridas responsavelmente pelos agentes locais, ponderando micro e meso decisões em benefício dessas opções (aumento dos argumentos a favor). Também se admite que o crescimento da rede ferroviária convencional (cenário prospectivo da Figura 5) possa vir a demonstrar-se benéfico para a alimentação da nova rede ferroviária, assim como para a resolução de muitos dos maus indicadores ambientais e energéticos. O impulso na infra-estruturação logística, na racionalização e subvenção/ contratação de serviços urbanos de transportes públicos, a par com a redução automóvel nos espaços-canal em meio urbano, a multimodalidade, e a resolução de rupturas eminentes em serviços de transportes públicos em zonas de baixa densidade, poderão fazer alterar em alguns anos o quadro de vida e a qualificação das cidades na Região do Norte. O caminho a percorrer em concorrência e tendo como objectivo a competitividade no espaço europeu, deverão fazer-nos reflectir sobre a velocidade que é necessário imprimir às mudanças na região. Está em causa uma mobilidade intra e interurbana menos dependente do automóvel e energeticamente mais correcta, uma maior competitividade dos centros urbanos, o que implica melhores padrões ambientais, assim como a consolidação de um policentrismo capaz de competir à escala do sistema urbano ibérico. 132 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte III – Normas Orientadoras AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A PARTE III NORM AS ORIENTADORAS Março 2009 133 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte III – Normas Orientadoras AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A 1. Acessibilidades, Mobilidade e Logística 1.1. Orientações Estratégicas Face ao nível actual de desenvolvimento do sistema de transportes e logística e aos problemas de mobilidade e de infraestruturação detectados no diagnóstico prospectivo, formulou-se uma ideia de modelo territorial consentâneo com uma política regional para o sistema urbano no Norte de Portugal. Os 7 objectivos gerais presentes nesse modelo, do ponto de vista da mobilidade, transportes, acessibilidades e logística, são: 1. Melhorar as condições de organização e decisão sobre o sistema de transportes e logística à escala regional, potenciando a articulação sectorial e intersectorial. 2. Consolidar as infraestruturas de transporte e logística que são essenciais à afirmação da RN no contexto da globalização económica e à estruturação da rede urbana na frente atlântica peninsular. 3. Promover o aumento da mobilidade sustentável de pessoas e mercadorias, a par do reforço da coesão interna das estruturas urbanas, através do reequilíbrio entre modos de transporte. 4. Melhorar substancialmente a qualidade urbana das nossas cidades através da conjugação de esforços entre a reestruturação/ qualificação dos espaços-canal e novas políticas de mobilidade sustentável, em paralelo com a qualificação dos espaços das grandes concentrações residenciais. 5. Potenciar as ligações ferroviárias entre as principais cidades da Região, a utilização da rede de “altas prestações” a construir e a componente turística no Douro, preparando desde já um novo ciclo de investimentos na rede ferroviária convencional após a conclusão da linha Lisboa-PortoVigo em bitola europeia. 6. Promover o reequilíbrio da rede rodoviária na Região, melhorando a hierarquia estabelecida pelos níveis nacional, regional e municipal e criando condições de planeamento para a futura gestão de uma rede de itinerários regionais. 7. Promover os transportes públicos colectivos e individuais, actuando quer sobre a dimensão empresarial do sector quer sobre a procura de transportes maximizando a utilização da oferta já disponível e tendo em vista melhorar a repartição modal com diminuição da dependência dos cidadãos e das organizações do transporte individual motorizado. 134 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte III – Normas Orientadoras AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A A – Mobilidade e Transportes Promover o reforço da mobilidade intraurbana através do incentivo da multimodalidade, do transporte público colectivo e individual e da mobilidade não motorizada, tendo também em vista a melhoria da qualidade ambiental, designadamente da qualidade do ar por redução da poluição atmosférica e do ruído e o cumprimento das metas nacionais e internacionais para redução das emissões. Para tal deverão ser desenvolvidas estratégias de intervenção que garantam a articulação de medidas cobrindo os seguintes domínios: a) Políticas de estacionamento; b) Diversificação modal; c) Transportes públicos colectivos e individuais; d) Articulação com as políticas de ordenamento do território; e) Características físicas e geométricas das vias para as diferentes circulações. Melhorar o desempenho ambiental e energético das cidades, promovendo uma menor utilização dos veículos motorizados, o que pressupõe incrementar a multifuncionalidade de canais (ruas) estrategicamente escolhidos, através de projectos urbanos que redistribuam por outros modos de transporte o espaço libertado pelas medidas de redução do congestionamento automóvel. Reforçar a mobilidade entre concelhos contíguos que apresentem acentuados movimentos pendulares inter-concelhios. As Câmaras Municipais de concelhos vizinhos e próximos, situados na mesma “bacia de transportes” interurbanos, deverão organizar-se por livre iniciativa para a gestão conjunta das Estações Centrais de Camionagem, na modalidade gestão directa intermunicipal, ou por concessão de serviço. Promover as condições de acessibilidade aos equipamentos e serviços básicos de proximidade em zonas de baixa densidade de procura. Para tal, os municípios deverão agrupar-se por “bacias de transportes” para proceder à elaboração de programas intermunicipais de cobertura das Zonas de Baixa Densidade de Procura (ZBDP) com transportes alternativos fora dos corredores servidos pelos eixos de transportes interurbanos. A organização de transportes alternativos deverá ser realizada, tendo em vista resolver a acessibilidade aos equipamentos e serviços públicos de proximidade, em complemento de soluções baseadas em unidades móveis, e integrando sempre as soluções para a prestação de serviços especiais de transportes escolares. Melhorar as condições de gestão das infraestruturas de transportes e aumentar a acessibilidade dos transportes públicos às áreas de forte concentração residencial, com o fornecimento dos parâmetros de ocupação futura em novas urbanizações, a título informativo, a todos os operadores de transportes públicos implicados. 135 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte III – Normas Orientadoras AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A B – Hierarquia da Rede Rodoviária Reforçar e qualificar a rede rodoviária regional, ou seja, o conjunto de estradas de articulação entre a rede de nível superior – IP e IC – e a rede de nível municipal, através de vias com características adequadas a essa função, desenvolvendo o seguinte objectivo do PNPOT: “Dar significativa prioridade à definição, beneficiação e aumento da segurança rodoviária na rede municipal principal, tarefas que deverão ser baseadas em metodologias comuns de concepção e de realização, devidamente articuladas com a definição da rede regional e com um mecanismo durável de monitorização”. Em complemento desta orientação, defende-se uma reformulação do PRN no sentido de equilibrar a distribuição, em extensão, da rede rodoviária pelos três níveis já consagrados (nacional, regional, e municipal), integrando o redimensionamento (ampliação) do nível regional. Promover a análise permanente dos problemas do tráfego rodoviário, através da criação de um “Laboratório Rodoviário Regional”, em parceria com grupos de municípios, outras entidades relevantes e um laboratório de análise de tráfego associado a um centro de investigação. Dar significativa prioridade à definição, beneficiação e aumento da segurança rodoviária na rede municipal, tarefas que deverão ser baseadas em metodologias comuns de concepção e de realização, devidamente articuladas com a definição da rede regional e com um mecanismo durável de monitorização. C – Redes Ferroviárias Consolidar e reabilitar a rede ferroviária convencional, tendo em vista a sua potenciação após o ciclo de investimento público nas linhas de “altas prestações” ferroviárias na ligação Lisboa-Porto-Vigo, incluindo o estudo da sua eventual expansão, a prazo. Para esse efeito, haverá que aprofundar a avaliação da pertinência e a fundamentação da oportunidade das componentes de consolidação e expansão da rede ferroviária convencional e da rede de bitola europeia, nos seguintes percursos: a) Renovação e electrificação da Linha do Douro, entre Caíde e Régua, e reabilitação do troço restante até Barca D‟Alva; b) Renovação e electrificação da Linha do Minho entre Nine e Viana; c) Renovação ou construção parcial da Linha do Vouga, entre Espinho e Oliveira de Azeméis, incluindo uma eventual mudança para bitola ibérica e electrificação, em articulação também com as soluções que venham a ser consideradas para o reforço da Linha do Norte na AMP; d) Prolongamento da Linha de Guimarães até à futura Estação de Velocidade Alta de Braga, fechando o anel com a linha actual de Braga ao Porto; e) Ligação ferroviária ao Porto de Viana, em bitola ibérica; 136 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte III – Normas Orientadoras AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A f) Ligação, em bitola europeia, ao Porto de Leixões, a partir da Linha de AV Campanhã - Aeroporto FSC - Braga; g) Renovação ou construção parcial da Linha do Corgo entre Régua e Vila Real, e renovação da Linha do Tâmega; h) Prolongamento da actual Linha da Póvoa até Viana do Castelo. A CCDR-N deve dinamizar, com o concurso da REFER e da RAVE, e a colaboração dos municípios relevantes para cada caso, o desenvolvimento dos estudos de fundamentação de cada uma das componentes de consolidação ou expansão das redes ferroviárias referidas anteriormente. Por seu lado, os municípios deverão aproveitar a articulação entre as duas redes ferroviárias - altas prestações/ convencional – para potenciar os transportes urbanos e locais, através da promoção da intermodalidade em transporte público. Paralelamente deverá proceder-se à consolidação e expansão das redes ferroviárias de transportes urbanos, como alternativa de futuro à excessiva dependência do modo rodoviário nas principais cidades da Região do Norte. D – Infra-estruturas Aeroportuárias Consolidação das redes fundamental e complementar de infra-estruturas aeroportuárias na Região do Norte, nomeadamente através do apoio a expansão do Aeroporto FSC em conformidade com o ritmo de crescimento dos tráfegos de passageiros e mercadorias, contemplando a finalização do Centro de Carga Aérea, a futura passagem da linha ferroviária de “altas prestações”, e ainda equacionando o modelo de gestão empresarial mais adequado à potenciação da infra-estrutura num contexto de concorrência com outras infra-estruturas de transporte aéreo da fachada atlântica da Península Ibérica. Desenvolver estudos técnicos de caracterização, diagnóstico e formulação de propostas para a criação de uma rede secundária de aeródromos e heliportos, incluindo a definição vocacional das infraestruturas existentes e a prever na Região. Promover a melhoria das articulações intermodais do Aeroporto FSC e do Aeroporto de Bragança/ Nordeste Trasmontano, assim como do Aeródromo de Vila Real-Alijó/ Douro com as redes de transportes terrestres. E – Infra-estruturas Portuárias Afirmação das potencialidades portuárias existentes ao longo da fachada marítima da Região do Norte e do eixo navegável do Rio Douro até à fronteira de Barca d´Alva, nomeadamente através: 137 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte III – Normas Orientadoras AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A a) Do apoio a todas as iniciativas que tenham por objectivo potenciar as instalações portuárias da Região do Norte, para que no seu conjunto possam desempenhar um papel central na fachada atlântica, designadamente em termos da operação das “auto-estradas do mar”, em articulação com as redes ferroviárias convencional e de bitola europeia e com desenvolvimento para o interior da Península Ibérica. b) Da promoção das infra-estruturas necessárias à utilização da via navegável do Rio Douro nas suas diferentes componentes, designadamente a turística, a de mercadorias e a de lazer, visando a articulação com os territórios adjacentes, tanto do Douro e Trás-os-Montes, como de Castela – Leão e o aproveitamento dos fluxos por eles gerados, por meio de soluções e formas de exploração que promovam a inter-modalidade e a logística do Vale do Douro e garantam a manutenção da qualidade da água do rio e a compatibilidade com o modelo de desenvolvimento turístico desta região, nomeadamente em termos de impactos paisagísticos e de gestão e utilização das zonas potenciais de recreio e lazer. F – Infra-estruturas Logísticas Desenvolvimento de nós de especialização funcional baseados na combinação de plataformas logísticas com infraestruturas de acolhimento empresarial, aproveitando as sinergias decorrentes das duas valências. Facilitar todas as iniciativas que garantam, para as infraestruturas logísticas nacionais da Região do Norte, uma efectiva articulação rodo-ferroviária tendo em vista combater os riscos de acréscimo de congestionamento rodoviário. Promover, em complemento das plataformas constantes do “Portugal Logístico” na Região do Norte, plataformas regionais de apoio à logística da distribuição urbana, sendo certo que estas infraestruturas deverão contribuir fortemente para a racionalização do tráfego comercial no interior das cidades. Apoiar a deslocalização de operadores logísticos instalados nas zonas urbanas e outras áreas de concentração de actividades, para as novas plataformas a construir. 138 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte III – Normas Orientadoras AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A 1.2. Directivas - Acessibilidades, Mobilidade e Logística Instrumento Responsável Aplicação PLA N MUN As Câmaras Municipais de concelhos contíguos, não abrangidos pela Autoridade Metropolitana de Transportes do Porto, que apresentem acentuados movimentos pendulares do tipo casa-trabalho/ escola através das suas fronteiras administrativas, e em que pelo menos um dos municípios seja detentor de transportes urbanos por exploração própria ou concessão, devem desenvolver protocolos de entendimento que possibilitem o alargamento da rede de transportes públicos locais aos concelhos vizinhos. Esses protocolos devem incluir, pelo menos, os aspectos constantes do Anexo Técnico II (ETC2). PLA N MUN Os municípios devem agrupar-se por “bacias de transportes” para proceder à elaboração de programas intermunicipais de cobertura das Zonas de Baixa Densidade de Procura (ZBDP) afastadas dos corredores servidos pelos eixos de transportes interurbanos. Os princípios orientadores para a criação de transportes numa ZBDP constam do Anexo Técnico II (ETC3). PLA N MUN Directiva A - Mobilidade e transportes D13.01 Programas de A - As Câmaras Municipais dos concelhos não abrangidos pela Autoridade Metropolitana de Transportes do Porto devem proceder à elaboração de Programas de Mobilidade intra-urbana que definam os principais objectivos e as opções estratégicas para os centros urbanos mais relevantes do seu concelho, integrando as temáticas que se mostrem relevantes de entre as referidas no Anexo Técnico II (ETC1). Mobilidade B – Em simultâneo com a realização dos Programas de Mobilidade é aconselhável que os Municípios participem em redes europeias de cooperação e troca de experiências de “boas práticas”. D13.02 Transportes Locais D13.03 Transportes em ZBDP D13.04 Informação aos Operadores de Transportes D13.05 Medidas para o Espaço Viário As Câmaras Municipais da Área Metropolitana do Porto deverão passar a exigir nos processos de licenciamento de operações urbanísticas de dimensão relevante e nos planos de pormenor que não sejam de modalidade específica, uma avaliação das condições existentes de acessibilidade por transporte público, devendo tal avaliação e os parâmetros de ocupação futura ser fornecidos pelas Câmaras Municipais, a título informativo, a todos os operadores de transporte público presentes na área de influência da operação. Os projectos de criação ou remodelação da via pública devem aplicar critérios de gradual ajustamento das medidas de dimensionamento do espaço viário, tendo em vista a redução da „pressão automóvel‟ sobre o espaço urbano, o abaixamento da taxa de utilização de carro próprio, a diminuição do custo das infra-estruturas e a „acalmia de tráfego‟ em zonas exclusivamente residenciais. As recomendações para os projectos de via pública tendo em vista a promoção de uma cultura do „cidadão multimodal‟ constam do Anexo Técnico II (ETC4). NJ MUN NT EXE C MUN 139 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte III – Normas Orientadoras AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Responsável Directiva Instrumento Aplicação B – Hierarquia da rede rodoviária D13.06 Rede Rodoviária Regional D13.07 Prioridades Regionais D13.08 Revisão PRN D13.09 Hierarquia Viária Municipal D13.10 Medidas-tipo D13.11 Segurança Rodoviária D13.12 Sinalização Indicativa D13.13 Laboratório Rodoviário Regional Estabelecer, através de procedimento dinamizado pela CCDR-N com o concurso das entidades relevantes para a temática, uma rede rodoviária regional com itinerários definidos recorrendo quer a vias existentes, independentemente da sua actual classificação – EN, ER, EM ou outras vias sem classificação específica –, quer a novas vias propostas, sujeitando a rede a um processo de avaliação ambiental estratégica, de modo a acautelar os riscos ambientais, energéticos e sociais decorrentes dessa reconfiguração. Os trâmites para a configuração da rede rodoviária regional constam do Anexo Técnico (ETC5). PLA N Independentemente da eventual reformulação do PRN, adoptar a rede rodoviária regional configurada e consensualizada como referencial para a hierarquização de prioridades das políticas públicas de planeamento ou intervenção à escala regional, com vista ao reforço das funções a cumprir por essa rede. PP Avaliar, em sede de revisão do PRN, as recomendações que decorrem do modelo territorial, das opções estratégicas e das normas orientadoras do presente plano, nomeadamente em matéria de rede rodoviária regional, devendo privilegiar-se, nas alterações a adoptar para as vias que servem o sistema urbano, as configurações em malha fechada relativamente às configurações em árvore. PLA N Reconfigurar as redes rodoviárias municipais hierarquizando-as em dois níveis, um PRINCIPAL – Itinerários Municipais (IM) – e outro COMPLEMENTAR, que no limite pode contemplar toda a restante rede. Do nível principal deverão ser excluídas as vias que, no entender dos grupos de municípios, devam passar a integrar a rede regional de estradas. A metodologia para a reconfiguração da hierarquia rodoviária municipal consta do Anexo Técnico II (ETC6). PLA N MUN Desobrigar os regulamentos dos PDM´s e PU´s da definição de medidas-tipo para cada um dos níveis hierárquicos que venham a estabelecer para a rede rodoviária municipal, sendo mais importante para o seu desempenho e segurança a definição de adequadas medidas de gestão configuradas de acordo com os diferentes níveis hierárquicos. PMO T MUN Elaborar e adoptar, por grupos de municípios, programas detalhados de financiamento de intervenções físicas de correcção de pontos negros e de aumento da segurança rodoviária nos itinerários municipais definidos, bem como de definição dos circuitos preferenciais para o transporte de resíduos industriais e mercadorias perigosas, e respectivo regime de funcionamento. EXE C MUN Após estabilização da proposta da rede rodoviária regional, estabelecer, por grupo de municípios, programas circunstanciados de sinalização indicativa da rede de itinerários municipais, de acordo com a nomenclatura que vier a ser definida nos termos do Anexo Técnico II (ETC6, c). PLA NEX EC MUN Criação de um “Laboratório Rodoviário Regional” para a promoção e análise permanente dos problemas do tráfego rodoviário, em parceria com os grupos de municípios, outras entidades relevantes e um laboratório de análise de tráfego associado a um centro de investigação, e cuja missão, em termos genéricos, consta do Anexo Técnico (ETC7). ORG CCDR T.OPT C MUN CCDR T.OPT C T.OPT C CCDR MUN 140 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte III – Normas Orientadoras AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A D13.14 Acessibilidade s Relevantes Garantir a boa definição e articulação dos acessos às áreas de acolhimento empresarial de dimensão relevante, assim como a outras infraestruturas e equipamentos considerados estruturantes do sistema de transportes, designadamente os logísticos. EXE C Responsável Directiva Instrumento Aplicação AP C - Redes ferroviárias D13.15 Expansão das Redes Ferroviárias D13.16 Salvaguarda de Canais D13.17 Promoção da Intermodalida de D13.18 Expansão da Rede de Metro D13.19 Rede de Eléctricos no A CCDR-N deve dinamizar, com o concurso da REFER e da RAVE, e a colaboração dos municípios relevantes para cada caso, o desenvolvimento dos estudos de fundamentação da pertinência e oportunidade de cada uma das componentes propostas para a consolidação ou expansão das redes ferroviárias. A validação pelos municípios das propostas decorrentes desses estudos, não implica qualquer compromisso das restantes entidades públicas com a concretização desses projectos ou com a sua calendarização. PLA N Em função das propostas decorrentes dos estudos, e quando o seu grau de validação e especificação territorial o permitirem, as Câmaras Municipais dos concelhos abrangidos devem promover a adequação dos respectivos PDM por meio de opções de classificação e qualificação dos usos do solo que facilitem a salvaguarda dos canais identificados para o desenvolvimento da rede convencional. PDM MUN Os municípios deverão adaptar as respectivas redes de transportes rodoviários urbanos e locais de forma a aproveitar da articulação entre as duas redes ferroviárias - altas prestações/ convencional – potenciando a intermodalidade e a maior utilização de todos os sistemas de transportes públicos. ORG MUN A expansão da rede de metro da Área Metropolitana do Porto deve prosseguir o objectivo principal de consolidação do seu núcleo central, tendo por base uma identificação da procura actual sem acesso ao sistema, mas numa lógica de complementaridade com outros sistemas de transportes colectivos, designadamente o modo eléctrico e o autocarro. EXE C Promover a expansão da rede de eléctricos modernos na cidade do Porto na perspectiva do incremento da mobilidade intra-urbana baseada num serviço de tipo “porta-a-porta” complementar do metro. EXE C Desenvolver estudos de viabilidade de uma rede de eléctricos modernos na cidade de Braga. PLA N CCDR REFE R RAVE MUN AMP METR O STCP MUN Porto D13.20 Rede de Eléctricos em MUN Braga 141 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte III – Normas Orientadoras AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Responsável Directiva Instrumento Aplicação PLA N MUN D – Infra-estruturas aeroportuárias D13.21 Promoção da Intermodalida de D13.22 Rede Secundária Adoptar planos de melhoria das articulações intermodais do Aeroporto FSC, do Aeroporto de Bragança/ Nordeste Trasmontano e do Aeródromo de Vila Real-Alijó/ Douro com as redes de transportes terrestres, a promover pelas Câmaras Municipais dos concelhos abrangidos pelas respectivas localizações, em cooperação com as entidades gestoras dessas infra-estruturas aeroportuárias. Promover o estudo de caracterização, diagnóstico e propostas para a criação de uma rede secundária de aeródromos e heliportos, incluindo a definição vocacional das infra-estruturas existentes e a prever na Região, para as seguintes valências: transporte ocasional/ turístico de passageiros, protecção civil, emergência médica, trabalho aéreo, combate a incêndios florestais e actividades desportiva, educacional e lúdica. PLA N AMT T.OPT C MUN T.AI E – Infra-estruturas portuárias D13.23 “Autoestradas do Mar”, Intermodalida de e Turismo D13.24 Navegabilidad e do Douro Desenvolver iniciativas que tenham por objectivo potenciar a complementaridade entre os Portos de Leixões e de Viana do Castelo, para reforço de um papel central na fachada atlântica em termos da operação das “auto-estradas do mar”, da articulação com as redes ferroviárias convencional e de bitola europeia com desenvolvimento para o interior da Península Ibérica, e das infra-estruturas de apoio ao turismo da Região, com particular relevância para o novo Terminal de Cruzeiros de Leixões. Promover as infra-estruturas necessárias à utilização da via navegável do Rio Douro, nas suas diferentes componentes, designadamente a turística, a de mercadorias e a de lazer, em plena articulação com a rede rodoviária e com a Linha do Douro entre a Régua e Barca D‟Alva, garantindo que o material navegável e as infra-estruturas em terra possuam sistemas de gestão dos efluentes e resíduos que não afectem a qualidade das águas do rio. PLA N ORG CCDR T.OPT C T.OPT C ORG OBR A CCDR / EMRD D MUN F – Infra-estruturas logísticas D13.25 Plataformas Regionais D13.26 Centros de Consolidação Promover, em complemento das plataformas constantes do “Portugal Logístico” na Região do Norte, plataformas regionais de apoio à logística da distribuição urbana, tendo por referencial os territórios polarizados pelos centros urbanos dos dois níveis superiores identificados no Modelo Territorial. EXE C Fomentar a constituição de centros de consolidação de logística urbana de escala sub-regional, através de acordos de parceria associando os municípios envolvidos e operadores logísticos interessados. ORG CCDR MUN CCDR MUN Urbana D13.27 Incentivos à Relocalização Estabelecer formas de apoio à deslocalização de operadores logísticos instalados nas principais áreas de concentração de actividades, para as novas plataformas a construir. ORG AP INC Logística 142 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte III – Normas Orientadoras AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Anexo Técnico DIRECTIVAS ELEMENTOS TÉCNICOS COMPLEMENTARES (ETC) D13.01 ETC1 – Âmbitos que devem integrar os Programas de Mobilidade intraurbana, caso se mostrem relevantes: Programas a) Estacionamento central nas suas componentes de residência, emprego, apoio ao comércio/ serviços (oferta rotativa) e cargas/ descargas; de Mobilidade b) Acessibilidade multimodal às principais zonas de centralidade comercial e de serviços e aos principais equipamentos públicos; c) Estacionamento em urbanizações dominantemente residenciais, tendo em vista a sua qualificação em termos de espaço público pela diminuição da presença automóvel em favor de mais espaços de desporto de bairro, lazer, enquadramento paisagístico, etc; d) Estruturação e organização de serviços de transportes públicos urbanos, se for esse o caso, e para as cidades com dimensão julgada adequada, segundo avaliação conjunta com o IMTT; e) Desenvolvimento de modos suaves de transporte individual, designadamente o “a pé”, a bicicleta, etc; f) Criação de corredores de transporte uni ou multifuncionais; g) Criação e gestão de interfaces de transportes que articulem entre si diferentes modos, seja qual for a sua escala; h) Equacionar a dimensão financeira dos sistemas de transportes e mobilidade, designadamente através da programação dos investimentos, consideração de eventuais subsídios e captação de valor junto dos beneficiários indirectos, de forma a assegurar a boa gestão e a sustentabilidade da sua exploração. D13.02 Transportes Locais ETC2 – Os protocolos de entendimento que possibilitem o alargamento da rede de transportes públicos aos concelhos vizinhos de um município detentor de transportes urbanos ou locais, devem incluir necessariamente: a) Um estudo de mobilidade intermunicipal que evidencie a complementaridade entre centros urbanos vizinhos, e elabore propostas tendo em vista uma maior integração das cidades com o espaço envolvente, assim como contemplem soluções de transporte acessível para todos; b) Autorização da tutela para a criação de uma entidade intermunicipal outorgadora da rede de transportes abrangendo uma área predefinida por proposta intermunicipal a designar por Perímetro de Transporte Local (PTL); c) A definição da rede a explorar incluindo todas as suas componentes de serviço; d) A definição de um modelo conjunto de financiamento do sistema de transporte público, em que participem as Câmaras Municipais envolvidas; e) Um acordo de princípio com os operadores interurbanos implantados na zona, no que respeita à repartição de serviço de tipo suburbano. 143 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte III – Normas Orientadoras AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A DIRECTIVAS ELEMENTOS TÉCNICOS COMPLEMENTARES (ETC) D13.03 ETC3 – A criação de transportes públicos em Zonas de Baixa Densidade de Procura (ZBDP) por “bacias de transportes” intermunicipais, deverá seguir os seguintes princípios orientadores: Transportes a) O princípio do serviço de transportes a criar será o do ajustamento da oferta à procura previamente manifestada e registada através de uma Central de Reservas; em ZBDP b) As soluções a definir deverão resolver a acessibilidade aos equipamentos e serviços públicos de proximidade, em complemento de soluções baseadas em unidades móveis, e integrando sempre as soluções para a prestação de serviços especiais de transportes escolares cujo orçamento deverá ser absorvido; c) Preferencialmente os serviços de transportes deverão ser organizados e geridos por um operador de transportes públicos implantado na zona, aglutinando o universo de soluções especiais e individuais já existentes; d) Na formulação de um plano de actuação e concretização, e também do acordo com o operador de transportes públicos para a gestão da Central e Reservas do serviço, deverá incluirse um pedido ao IMTT, por parte das Câmaras Municipais envolvidas, para a criação de uma entidade intermunicipal outorgadora da concessão e gestão dos transportes em ZBDP; e) O IMTT definirá as condições em que essa entidade poderá exercer as funções de acompanhamento da concessão, em face das características dos projectos apresentados. D13.05 Medidas para o Espaço Viário ETC4 – A promoção de uma cultura do „cidadão multimodal‟ implica, concretamente, atender às seguintes constatações que, só por si, sugerem algumas recomendações a ter em conta em projectos de criação ou remodelação da via pública: a) Larguras excessivas nas vias de circulação automóvel, independentemente da sua posição na hierarquia viária definida, promovem em geral velocidades acima das permitidas em meio urbano, com efeitos nefastos em termos energéticos e de poluição do ar, ruído e níveis de sinistralidade; b) Quando o estacionamento lateral às vias também apresenta medidas excessivas, para além do agravamento daqueles efeitos, promove-se ainda a paragem ilegal em segunda fila, o que contribui para o aumento da poluição, da taxa de utilização automóvel baseada em hábitos insustentáveis de acessibilidade „porta a porta‟, e compromete políticas correctas de gestão do estacionamento; c) Essas sobre-larguras, ou “espaços de ineficiência” são normalmente conseguidos à custa de passeios estreitos e insuficientes para a eficácia do modo “a pé”, o que deve ser evitado e corrigido em arruamentos existentes; d) A arborização das ruas com recurso à intermediação entre carros estacionados e árvores, constitui uma falsa racionalidade que deve ser contrariada, porque tem sido utilizada para a viabilização de maior largura das faixas de rodagem e/ ou dos espaços de estacionamento. Assim, é o alargamento dos passeios que, por norma, deverá absorver a desejável colocação de árvores; e) A eliminação de estacionamento nos arruamentos estratégicos, e a afectação desse espaço a canais próprios ou multifuncionais que incrementem a multimodalidade urbana, a par da criação de alternativas de estacionamento para residentes, deverão constituir critérios de preferência em projectos de qualificação urbana. 144 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte III – Normas Orientadoras AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A DIRECTIVAS ELEMENTOS TÉCNICOS COMPLEMENTARES (ETC) D13.06 ETC5 - A configuração da rede rodoviária regional a levar a cabo pela CCDR-N deverá seguir a seguinte tramitação: Rede Rodoviária Regional a) Encetar um processo de trabalho com os municípios da região segundo uma metodologia participada, e tendo como referência de base uma proposta de hierarquia municipal/ intermunicipal a elaborar por grupos de municípios, entendidos como o conjunto de concelhos da mesma NUTIII, ou subconjuntos dessa NUT, desde que haja acordo entre todos os que a integram; b) Após recepção das propostas de hierarquia municipal/ intermunicipal por parte dos grupo de municípios, elaboração de uma proposta global de rede rodoviária regional, a submeter à apreciação dos mesmos grupos; c) Após parecer recebido pelos grupos de municípios, elaboração da proposta final destinada a apreciação governamental. ETC6 – A metodologia para a reconfiguração da hierarquia rodoviária municipal deverá incluir: D13.09 Hierarquia Viária Municipal a) Identificação, para além da Rede Rodoviária prevista no PRN, uma proposta das vias que, no entender do Grupo de Municípios, devem integrar a rede rodoviária regional, independentemente da sua actual classificação; b) Proposta das vias que devem integrar a rede municipal principal – Itinerários Municipais (IM) numa lógica de articulação e continuidade intermunicipal. As vias que o Grupo de Municípios entenda propor para integrarem a rede rodoviária regional devem ficar de fora dos itinerários municipais principais; c) Para efeitos de avaliação da proposta inicial, os itinerários municipais deverão ser designados por um conjunto de letras até ao máximo de 4, retiradas do nome do respectivo concelho, seguido de três algarismos com numeração de 010 a 990 e sempre às dezenas, agrupados preferencialmente por itinerários radiais, diametrais, circulares, transversais e/ ou longitudinais conforme as conveniências de cada concelho (ver trabalhos-piloto desenvolvidos nos municípios de Guimarães e Trofa); d) Após conclusão da proposta da rede rodoviária regional referida na Directiva 13.06, os municípios que não tenham visto integrar todas as suas propostas num itinerário da rede regional, deverão rever a sua classificação integrando-as de novo na rede de itinerários municipais; e) Após a conclusão dos trabalhos de definição dos itinerários municipais e após a aceitação de princípio da rede rodoviária regional por parte do InIR, as Câmaras Municipais devem promover num prazo de 6 meses, a adaptação do respectivo Plano Director Municipal à nova hierarquia. ETC7 – O “Laboratório Rodoviário Regional” deverá ter como missão o apoio técnico a: D13.13 a) Levantamento e monitorização das características físicas e de funcionamento das redes rodoviárias regional e municipal principal; Laboratório b) Análise da funcionalidade das soluções dos nós, intersecções e traçados que concretizem a articulação da rede intermédia com os restantes níveis; Rodoviário Regional c) Identificação de pontos negros e monitorização da sinistralidade rodoviária, bem como obtenção de soluções de incremento da segurança na rede rodoviária municipal e elaboração de propostas de reforma e reforço da sinalização; d) Definição dos circuitos preferenciais para o transporte de resíduos industriais e respectivo regime de funcionamento. 145 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte IV - Indicadores AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A PARTE IV INDICADORES Março de 2009 146 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte IV - Indicadores AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Indicadores de realização e de resultado – os desafios regionais 2000-13 Segue-se a apresentação de um conjunto de indicadores de realização e de resultado tendo como referência as medidas de política/ programa de acção anteriormente apresentadas, e ainda a visão prospectiva considerada ajustada tendo em vista o impulsionamento que é necessários imprimir à realização de muitos dos objectivos enunciados. Como é natural nem todos os objectivos específicos são passíveis de serem traduzidos em indicadores, sejam de realização ou de resultado, o que significa igual dificuldade no estabelecimento de metas a atingir. No quadro seguinte apresenta-se a lista de indicadores inerentes a alguns dos objectivos específicos enunciados, tendo-se seguido para a sua organização a metodologia aplicada no Programa Operacional Temático de Valorização do Território. Quadro 1 – Objectivos específicos e respectivos INDICADORES ACESSIBILIDADES, MOBILIDADE E LOGÍSTICA Número de viagens pessoa/ dia Tempo médio de viagem casatrabalho-casa População Não Móvel > 2,5 em todas as NUT‟s III da RN > 2,7 na AMP, Ave e Cávado > 3,5 nos concelhos de Matosinhos, Porto e Vila Nova de Gaia Nº (valor absoluto para totalidade da população residente) < 55 em todos os Concelhos da RN MINUTOS < 28 em todos os Concelhos da RN % (População não móvel / população residente) Indicador do nível de desenvolvimento da mobilidade num 134 determinado espaço territorial. Inquérito Mobilidade Inquérito Mobilidade A sua comparação com outras cidades e sub-regiões é importante como aferição do seu grau de competitividade Associado ao conhecimento da extensão média dessas viagens (sendo que aquele também depende deste), serve para caracterizar a qualidade de vida de uma comunidade. O objectivo central consiste na diminuição do tempo médio de viagem para igual extensão de percursos. Inquérito Mobilidade O Objectivo reside na diminuição da população que normalmente não efectua viagens por falta de serviços de transportes ou por incapacidade 134 Não se pode deixar de realçar neste local a ideia de que a entrada ao serviço do metro do Porto ou o crescimento da oferta de comboios “urbanos” no arco metropolitano, não têm apenas como efeito a transferência modal do carro próprio para o transporte público (nem sequer é essa a principal transferência), mas antes e principalmente, permitir o crescimento do número de viagens que a população passa a poder realizar por uma diversidade de motivos, e que até aí não eram passíveis de satisfação. 147 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte IV - Indicadores AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A económica de os pagar. < 65 nos concelhos de Matosinhos, Porto e Vila Nova de Gaia Utilização do carro próprio < 70 na AMP % (População c/ carro próprio que o usa diariamente) Inquérito Mobilidade % (Viagens c/ carro próprio / total viagens) Inquérito Mobilidade < 75 em todas as NUT‟s III da RN Repartição modal viagens casatrabalho/ escolacasa < 40 nos concelhos de Matosinhos, Porto e Vila Nova de Gaia < 45 na AMP < 50 em todas as NUT‟s III da Região do Norte Viagens por “outros motivos” > 45 em todas as NUT‟s III da RN O objectivo é maior equilíbrio na repartição modal entre modos motorizados individuais, transportes públicos e transporte a pé/ individual não motorizado (bicicleta, por exemplo). Viagens que não são casa-trabalho e casa-escola. > 50 nos concelhos de Matosinhos, Porto e Vila Nova de Gaia > 47 na AMP Avaliação da diversidade de utilização dos diferentes modos de transporte e do grau de dependência dos cidadãos do carro próprio. % (Viagens por ”outros motivos” / total viagens) Inquérito Mobilidade Avaliação do grau de despadronização das viagens diárias, o que reflecte a necessidade ou não de maior diversidade de oferta de soluções (a despadronização, ou seja, o menor peso das deslocações casatrabalho/ estudo, também aumenta com a diversidade de soluções). O objectivo de aumentar o número de viagens por outros motivos, associa-se ao seu significado em termos da melhoria da qualidade de vida e acesso à cultura, informação, lazer, etc. 148 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte V – Programa de Execução AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A PARTE V PROGRAM A DE EXECUÇÃO Março 2009 149 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte V – Programa de Execução AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A O presente Programa de Execução integra uma lista de projectos e acções consideradas prioritárias para o desenvolvimento de Região do Norte nos próximos anos, num calendário que naturalmente ultrapassa o de aplicação do QREN (2008/ 2013). Muitas das acções e projectos preconizados terão o seu pleno desenvolvimento depois desse período e o seu custo nem sequer está considerado na estimativa elaborada. Estudos de viabilidade deverão entretanto ser realizados até para fundamentarem a sua posterior validação do ponto de vista das prioridades e apostas regionais. Dividiu-se o Programa em quatro grandes grupos estratégicos de acções e projectos, segundo temáticas definidas e agregadas, em alguns casos por tipo de infraestrutura de suporte: I. LOGÍSTICA: ESTRUTURAÇÃO/ GESTÃO DE ZONAS DE APOIO LOGÍSTICO (ZAL) E DE OUTRAS INFRAESTRUTURAS COMPLEMENTARES II. FERROVIA: AMPLIAÇÃO DO SISTEMA FERROVIÁRIO REGIONAL DE PASSAGEIROS EM TRÊS NÍVEIS DISTINTOS. III. RODOVIAS E PORTOS: MELHORIA DO QUADRO DE ACESSIBILIDADES MULTIMODAIS ÀS SUB-REGIÕES DO INTERIOR, REVISÃO DOS PLANOS PARA AS REDES RODOVIÁRIAS, E MELHORIA CONTINUA DAS INFRAESTRUTURAS PORTUÁRIAS E AEROPORTUÁRIAS. IV. TRANSPORTES: MELHORIA DO QUADRO DE OPERAÇÃO DOS TRANSPORTES PÚBLICOS NAS CIDADES, NAS CONURBAÇÕES E NAS ZONAS DE BAIXA DENSIDADE DEMOGRÁFICA. Para cada grupo de acções e projectos (em geral englobando múltiplas intervenções dentro de uma temática restrita), inclui-se uma breve descrição das principais razões pelas quais são considerados estratégicos, independentemente da sua prioridade; apresentam-se ainda as possíveis entidades responsáveis, o horizonte temporal e a prioridade segundo o seguinte critério: primeira prioridade para acções a iniciar em 2008; segunda para 2009; e terceira prioridade para acções e projectos a desenvolver a partir de 2010. No Quadro I apresenta-se uma síntese de todas as acções e projectos prioritários considerados, assim como a distribuição da estimativa de custos por tipologias e prioridades. 150 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte V – Programa de Execução AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Este Programa não é exaustivo pelo que não abrange a totalidades das intervenções passíveis de serem realizadas no quadro desta temática. Por outro lado, muitos dos valores apresentados para os custos de referência, foram estabelecidos sem qualquer fundamento de suporte. 135 Quadro I – Síntese do Programa preconizado por grupos de acções e projectos Milhões € Prioridades (estimativa referênca) 1-3 Acções/ Projectos de maior relevância Calendário possível I. Estruturação das ZAL da RN e de outras Infraestruturas complementares Milhões € por PRIORIDADES 1 2 3 2013 2015 2017 1.1 Entidade Consultiva das ZAL do Arco Metropolitano e Transfronteiriça 0,10 1 2009/ 2013 0,10 1.2 Plataformas Logísticas Nacionais na AMP 50,00 1 2009/ 2013 50,00 1.3 Outras plataformas logísticas nacionais e regionais 26,00 1-2 2009/ 2015 6,00 1.4 Colocar Leixões na linha da frenta do projecto europeu das "autoestradas do mar" 50,00 1 2009/ 2013 50,00 1.5 Nó Rodo-ferroviário do Porto Viana Castelo e expansão interna 57,00 1-2-3 2009/ 2017 7,00 1.6 Operacionalização da Navegabilidade no Rio Douro 43,00 1 2009/ 2013 43,00 1.7 Criação de micro plataformas intraurbanas de racionalização das C/ D 9,50 1-2 2009/ 2015 2,50 1.8 Infraestruturas portuárias locais em toda a costa da RN 44,40 1 2009/ 2013 44,40 280,00 203,00 3% 73% 20,00 15,00 35,00 7,00 42,00 15% 35,00 13% II. Ampliação dos sistemas ferroviários nacional/ regional de passageiros 2.1 AV/ VA Campanhã-Aeroporto FSC-Braga-Valença 2.2 Estação Multimodal de Braga e outras Interfaces 2.3 2.4 1.900,00 1-2-3 2009/ 2017 845,00 420,00 100,00 1-2 2009/ 2015 70,00 30,00 Reabilitação e beneficiação da Linha Douro entre Régua e Barca D'Alva 25,00 1 2009/ 2013 25,00 Remodelação e electrificação da Linha Douro entre Caíde, Marco e Régua 80,00 1 2009/ 2013 80,00 2.5 Linhas do Tâmega, Corgo e Tua 70,00 1 2009/2013 70,00 2.6 Recuperação e integração na rede convencional da Linha ferroviária do EDV 100,00 3 2015/ 2017 2.7 Expansão da rede de metro no Núcleo central da AMP (2ª Fase) 1-2-3 2009/ 2017 660,00 2.8 Optimização da exploração das infraestruturas ferroviárias existentes 200,00 1 2009/ 2013 200,00 2.9 Estudos, projectos e primeiras obras de expansão rede ferroviária convencional 60,00 2e3 2013/2017 1.125,00 635,00 100,00 3.660,00 1950,00 45% 53% 280,00 185,00 15,00 45,00 745,00 965,00 20% 26% III. Melhoria das acessibilidades multimodais na Região do Norte 3.1 IP4 Amarante - Bragança- Quintanilha 860,00 1 2009/ 2013 3.2 IC26 entre Amarante, Mesão Frio e Régua 100,00 1e2 2009/ 2015 860,00 50,00 3.3 IC5 entre Murça e Mogadouro 200,00 1 2009/ 2013 200,00 3.4 IP2 entre Foz Côa e Macedo Cavaleiros - 70km X 2,5M€/ Km 150,00 1 2009/ 2013 150,00 3.5 Variante à EN14 entre Maia e Famalicão - 35km X 5M€/ Km 250,00 1-2-3 2009/ 2017 100,00 100,00 50,00 3.6 Construções das restantes vias do PRN 1.200,00 1-2-3 2009/ 2017 200,00 400,00 600,00 3.7 Intervenções estruturantes estratégicas na Rede Viária Nacional na Região 500,00 1-2-3 2009/ 2017 150,00 150,00 200,00 3.8 Hierarquização das redes regional e municipal + Programa de beneficiação geral 300,00 1-2-3 2009/ 2017 100,00 100,00 100,00 3.9 Ampliação dos aeroportos FSC e Bragança 300,00 1e2 2009/ 2015 150,00 150,00 3.10 Terminal de Cruzeiros de Leixões e Porto de Recreio 46,00 1 2009/ 2013 46,00 3.11 3.12 Estudo de localização de Aerodromo do Douro Rede de Aeródromos e Heliportos na Região do Norte * 10,00 1 1e2 2009/2013 2009/ 2015 * 5,00 3.13 Projecto Regional das Ecopistas 25,00 1e2 2009/ 2015 8,3 16,7 3.916,00 2011,00 955,00 48% 51% 50,00 5,00 24% 950,00 24% IV. Melhoria do quadro de operação dos transportes públicos 4.1 Autoridades intermunicipais de transportes (AM e outras para fins específicos) 1,00 1 2009/ 2013 1,00 4.2 Novas soluções de transportes em zonas de baixa densidade de procura 4,00 1 2009/ 2013 4,00 4.3 Gestão conjunta e integrada de Interfaces de Transportes 5,00 1 2009/ 2013 5,00 4.4 Redes de eléctricos rápidos nas cidades do Porto e Braga 200,00 1-2-3 2009/ 2017 50,00 50,00 4.5 Interfaces multimodais de passageiros 60,00 1-2-3 2009/ 2017 20,00 20,00 20,00 80,00 70,00 120,00 270,00 3% TOTAL FINAL * Incluído no custo da Acção/ Projecto 3.11 8.126,00 8.126,00 100,00 30% 26% 44% 4.244,00 1.812,00 2.070,00 52% 22% 25% 135 Por exemplo, o custo do investimento a realizar no Aeroporto FSC para o horizonte de 9 milhões de passageiros/ ano não tem qualquer suporte em estimativas efectuadas. 151 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte V – Programa de Execução AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A I – Estruturação/ gestão de zonas de apoio logístico (ZAL) e de outras infraestruturas complementares TEMA LOGÍSTICA DESÍGNIOS 1 - Potenciação das infraestruturas portuárias (terrestres, marítimas e aéreas). 2 - Incremento de todos os modos de transporte em meio interurbano e urbano. 3 - Incremento da logística associada à organização do abastecimento nas cidades. 4 – Desenvolver o sector empresarial da logística de apoio à produção e à distribuição. OBJECTIVO CENTRAL Criação de plataformas logísticas uni e multimodais que ajudem à competitividade das empresas da cadeia logística, consolidando a RN e a AMP como hub regional capaz de alargar o seu hinterland à Galiza e Castela-Leão. OBJECTIVOS COMPLEMENTARES 1 - Resolver estrangulamentos ao nível das infraestruturas, dos equipamentos e do crescimento urbanístico envolvente às 5 Áreas Logísticas em formação mais ou menos espontânea na AMP. 2 - Criação de plataformas logísticas de segundo nível fora da área metropolitana em complementaridade com a Galiza. 3 - Criar condições para o desenvolvimento de novas soluções para o abastecimento urbano e mobilização dos principais intervenientes, com reflexos na diminuição do congestionamento automóvel nas cidades (plataformas sub-regionais). 280 Milhões € CUSTO DE REFERÊNCIA Acções/ Projectos 1.1 Designação Criação de uma ENTIDADE GESTORA para cada uma das duas Zonas de Apoio Logístico da Região do Norte: ZAL do Arco Metropolitano e ZAL Transfronteira Descrição Entidade a constituir com representantes da administração pública central e regional, com competências e capacidade financeira para a programação e desenvolvimento de um plano de acções para a promoção e desenvolvimento das Áreas Logísticas identificadas no PROT-N, incluindo a definição do seu perfil vocacional. Natureza da Acção Instrumentos Estratégicos, Planeamento e Programação - PLAN Fundamentação 1 - Enquadramento e promoção interna e externa dos investimentos públicos na logística metropolitana e regional. 2 - Manter um quadro de relacionamento estratégico com outros operadores públicos e privados e com as plataformas Espanholas de fronteira. 3 - Promover a deslocalização de empresas logísticas para as plataformas criadas ou em criação. Entidades Responsáveis CCDR-N / SE Transportes (GabLogis) Grau de Prioridade Prioridade 1 Horizonte Temporal 2009/ 2013 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 0,1 Milhões € 152 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte V – Programa de Execução AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Acções/ Projectos 1.2 Designação Descrição Natureza da Acção Fundamentação Entidades Responsáveis Grau de Prioridade Horizonte Temporal Custo de Referência / Fontes de Financiamento Construção de duas PLATAFORMAS LOGÍSTICAS RODO-FERROVIÁRIAS na ZAL do Arco Metropolitano 1 - Plataforma bi-polar portuária de Leixões - Gonçalves/ Gatões/ Gueifões. 2 Interface rodo-ferroviário de Gatões/ Guifões associada à PL de Leixões. 3 Plataforma urbana nacional da AMP. Intervenções físicas e obras – OBRA 1 - Criar duas plataformas preferenciais de instalação de operadores logísticos e serviços à escala metropolitana e também de apoio à distribuição urbana. 2 Resolver a localização da Gare de Mercadorias da AMP associada a uma plataforma logística rodoviária e relativamente próxima dos centros das cidades do Porto, Maia e Matosinhos onde é mais problemático o abastecimento urbano. 3 Libertar o Porto de Leixões da estação ferroviária, permitindo-lhe outras ampliações estratégicas. 4 – Criar as condições de acessibilidade rodo-ferroviária à rede nacional e local. 5 – Aproveitar a atractividade portuária resultante da implementação do projecto da Janela Única Logística. 6 – Necessidade de atrair operadores logísticos novos ou de deslocalizar e melhorar as condições de operação dos já instalados na AMP. SE Transportes (GabLogis); APDL; REFER; CP; Concessionários. Prioridade 1 2009/ 2013 50 Milhões € Acções/ Projectos 1.3 Designação Construção e/ ou reforço de outras PLATAFORMAS LOGÍSTICAS nas ZAL Transfronteira e do Arco Metropolitano Descrição 1 - Duas plataformas transfronteiriças de nível nacional: Valença e Chaves. 2 - Plataformas subregionais de vocação rodo-ferroviária: Terminal Multimodal de Valongo e porto seco associado, Tadim/ Celeirós em Braga e Darque em Viana. 3 - Plataformas subregionais de apoio à distribuição urbana: Gaia, Braga/ Barcelos, Guimarães, Viana, EDV, Bragança e Vila Real/ Régua. 4 – Outras Plaformas de apoio à distribuição urbana associadas a AAE. Natureza da Acção Intervenções físicas e obras – OBRA Fundamentação 1 - Potenciar o desenvolvimento da logística regional em parceria (complementaridade) com a política de plataformas em Espanha nos espaços fronteiriços. 2 - Potenciar o investimento municipal realizado (caso de Chaves) dando-lhe dimensão regional com integração numa estratégia conjunta entre o NP e a Galiza em matéria de infraestruturas logísticas (caso de Valença/ PLISAN). 3 – Potenciar Áreas de Acolhimento Empresarial que venham a ser aprovadas. 4 - Penetração dos produtos portugueses na Galiza e Castela-Leão. 5 - Potenciar o Aeródromo de Bragança no espaço peninsular de influência. 6 – Potenciar investimentos da REFER e CP. 7 - Criação de infraestruturas de apoio à organização da distribuição urbana - Centros de Consolidação Urbana (CCU). Entidades Responsáveis SE Transportes (GabLogis); Câmaras Municipais; Associações de Municípios; REFER; CP. Grau de Prioridade Prioridades 1-2 Horizonte Temporal 2009/ 2015 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 26 Milhões € 153 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte V – Programa de Execução AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Acções/ Projectos 1.4 Designação Colocar o Porto de Leixões na linha da frente do projecto europeu das “autoestradas do mar” incluídas nas Redes Transeuropeias de Transportes (RTET) Descrição 1 - Desenvolvimento das infraestruturas portuárias internas de carga e de passageiros. 2 - Apoio à definição da articulação portuária com outros modos de transporte (rodo e ferroviário) a concretizar com a criação de infraestruturas complementares tais como a plataforma logística bipolar e as interfaces marítimorodo-ferro, seja para bitola ibérica como para bitola europeia. 3 - Aumentar a dimensão dos terminais de contentores existentes e construção do terminal multiusos do molhe Sul. 4 - Implementação dos processos de simplificação de procedimentos portuários (Janela Única Portuária) e do projecto de acompanhamento virtual da carga. Natureza da Acção Intervenções físicas e obras – OBRA e Apetrechamento institucional / organizativo / técnico da Administração Pública – ORG Fundamentação 1 – Afirmar a competitividade do Porto de Leixões no Noroeste Peninsular. 2 – Potenciar a utilização do modo marítimo especialmente nas relações comerciais com a UE. 3 – Contenção da dependência energética e da qualidade ambiental por contenção do tráfego comercial rodoviário. Entidades Responsáveis SE Transportes; APDL. Grau de Prioridade Prioridade 1 Horizonte Temporal 2009/ 2013 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 50 Milhões € Acções/ Projectos 1.5 Designação Construção do NÓ RODO-FERROVIÁRIO DO PORTO DE VIANA DO CASTELO E EXPANSÃO INTERNA Descrição 1 - Construção de nova ligação rodoviária a partir da rede nacional (IC1) e construção de ligação ferroviária a partir da Linha do Minho. 2 - Melhoria da acessibilidade marítima. 3 – Obras internas de expansão e melhoramentos. Natureza da Acção Intervenções físicas e obras – OBRA e Apetrechamento institucional / organizativo / técnico da Administração Pública – ORG Fundamentação 1 - Potenciar a multimodalidade no Porto de Viana do Castelo tendo em vista a sua integração vocacional no sistema logístico regional clarificado que esteja o quadro de complementaridades e vantagens mútuas com o Porto de Leixões. 2 - Melhorar as condições de ligação com o espaço sub-regional assim como as condições internas de navegabilidade. 3 – Consolidar a primeira fase de expansão do Porto de Viana. 4 – Reforçar a importância dos estaleiros navais, das novas unidades de fabrico de componentes para eólicas. 5 - Potenciar as dinâmicas induzidas pela criação das plataformas logísticas de maior proximidade. Entidades Responsáveis IPTM; APDL. Grau de Prioridade Genericamente 2-3; acesso rodoviário 1. Horizonte Temporal 2009/ 2017 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 57 Milhões € 154 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte V – Programa de Execução AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Acções/ Projectos 1.6 Designação Finalização das obras de OPERACIONALIZAÇÃO DA NAVEGABILIDADE NO RIO DOURO para as vertentes turística e mercadorias. Descrição 1 - Eliminação de estrangulamentos do canal navegável. 2 – Criação de infraestruturas de acostagem turísticas e de mercadorias. Natureza da Acção Intervenções físicas e obras – OBRA Fundamentação 1 - Potenciar o Vale do Douro através da vertente turística. 2 – Potenciar a utilização da via navegável como porta de entrada de carga no centro da Península Ibérica (Salamanca, Valladolid e Madrid). 3 – Aumentar a utilização das infraestruturas fluviais, designadamente o Porto de Lamego/ Régua, potenciando a criação do parque empresarial e de logística associada ao vinho. 4 – Acautelar os transportes de Risco no Rio e o seu grau de compatibilização com as restantes valências. Entidades Responsáveis IPTM Grau de Prioridade Prioridade 1 Horizonte Temporal 2008/ 2013 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 43 Milhões € Acções/ Projectos 1.7 Designação Criação de MICRO PLATAFORMAS abastecimento nas cidades. INTRAURBANAS de apoio ao Descrição Construção de micro-plataformas locais capazes de operarem a racionalização das cargas/ descargas nas zonas de forte concentração comercial. Natureza da Acção Intervenções físicas e obras – OBRA e Apetrechamento institucional / organizativo / técnico da Administração Pública – ORG Fundamentação 1 - Dotar as principais áreas comerciais dos centros das cidades de infraestruturas locais de cargas/ descargas e de armazenamento e de lojistas, tendo em vista diminuir o tráfego automóvel nos principais eixos de comércio e peões. 2 – Permitir o desenvolvimento de operadores logísticos vocacionados para o abastecimento urbano em articulação com as plataformas nacionais ou urbanas (CCU) de concentração de actividades logísticas. 3 – Permitir políticas de redução do espaço automóvel em zonas determinadas, beneficiando a multimodalidade. Entidades Responsáveis Câmaras Municipais Grau de Prioridade Prioridades 1-2 Horizonte Temporal 2009/ 2015 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 9,5 Milhões € 155 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte V – Programa de Execução AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Acções/ Projectos 1.8 Designação Construção de MELHORAMENTOS NAS INFRAESTRUTURAS PORTUÁRIAS LOCAIS em toda a frente costeira da RN Descrição Conjunto de intervenções definidas e programadas. Natureza da Acção Intervenções físicas e obras – OBRA Fundamentação 1 - Dotar os pequenos portos marítimos de melhoramentos de apoio à navegação e actividade de pesca, assim como à de recreio. 2 - Intervenções de melhoria da operação fluvial em barras de rios. Entidades Responsáveis IPTM Grau de Prioridade Prioridade 1 Horizonte Temporal 2009/ 2013 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 44,4 Milhões € 156 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte V – Programa de Execução AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A II. AMPLIAÇÃO DO SISTEMA FERROVIÁRIO NACIONAL/ REGIONAL DE PASSAGEIROS EM QUATRO NÍVEIS DISTINTOS: Rede de Altas Prestações em bitola europeia; Rede Convencional em bitola ibérica; Rede de Metro Ligeiro do Porto; Redes de Eléctricos. TEMA FERROVIA DESÍGNIOS 1 – Aumento da mobilidade das pessoas e mercadorias. 2 - Incremento de todos os modos de transporte em meio interurbano e urbano. 3 – Diminuição da dependência das pessoas e das empresas do transporte individual. 4 - Contribuição para a resolução do problema energético nacional. 5 – Redução das emissões de gases com efeitos de estufa. 5 – Contribuição para a qualificação dos espaços-canal nas cidades. OBJECTIVO CENTRAL 1 - Aumento da coesão regional através da sua vertebração territorial baseada na multimodalidade. 2 – Melhoria da competitividade das principais cidades. OBJECTIVOS COMPLEMENTARES 1 – Fecho da malha ferroviária de altas prestações em bitola europeia entre Lisboa-Madrid-Santiago-Vigo-Porto-Lisboa. 2 – Ampliação e reforço da rede ferroviária convencional na prestação de serviço “urbano” no Arco Metropolitano e diminuição de tempos de viagem por articulação com a nova linha de altas prestações. 3 – Potenciar a utilização do eixo N/S de altas prestações através do aumento das correspondências a partir da rede convencional. 4 - Estruturar o núcleo central da área metropolitana com a consolidação/ expansão da rede de metro. 5 – Melhorar as ligações do grande espaço metropolitano com o interior. 4 – Favorecer a mobilidade intraurbana como factor de competitividade das cidades designadamente em termos da consolidação da procura turística. CUSTO DE REFERÊNCIA 3,585 Mil Milhões € Acções/ Projectos 2.1 Designação Construção da LINHA LISBOA-PORTO-VIGO DE “ALTAS PRESTAÇÕES” em bitola europeia Descrição 1 - Construção faseada mas sequencial dos troços Braga-Valença no mesmo calendário das realizações previstas a Norte (Vigo-Tui), Aeroporto FSC-Campanhã no mesmo calendário do Lisboa-Porto, e imediatamente a seguir o fecho entre Aeroporto FSC e Braga. 2 – Estudo de viabilidade da Ligação Aeroporto – Porto de Leixões. Natureza da Acção Intervenções físicas e obras – OBRA e Apetrechamento institucional / organizativo / técnico da Administração Pública – ORG Fundamentação 1 - Fecho da malha ferroviária de bitola europeia no âmbito do triângulo LisboaMadrid-Santiago-Porto-Lisboa. 2 - Reforçar os argumentos de competitividade regional quer ao nível do tecido económico quer da rede de cidades médias da RN. 3 – A ligação Campanhã-AFSC deverá potenciar esta infraestrutura aeroportuária na divisão com Alcochete da catchment area da Região Centro. 4 – O troço Aeroporto FSC-Braga é decisivo para potenciar a utilização do aeroporto a partir da Galiza, com ligação directa. 157 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte V – Programa de Execução AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Entidades Responsáveis RAVE Grau de Prioridade Prioridade 1 - Troço Braga-Valença (2013). Prioridade 2 - Troço CampanhãAeroporto FSC (2015); Prioridade 3 - Troço Aeroporto FSC-Braga (2017) Horizonte Temporal 2009/ 2017 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 1,9Mil Milhões € Acções/ Projectos 2.2 Designação Criação de uma ESTAÇÃO MULTIMODAL EM BRAGA e de outras Interfaces associadas à expansão da Rede Convencional e à nova linha ferroviária de bitola europeia Descrição 1 - Aproveitar a oportunidade da passagem da via de “altas prestações” para aumentar a articulação com a rede convencional expandida ao fecho do anel Porto-Braga-Guimarães. 2 – Criação de uma estação rodoviária de passageiros mista interurbana/ urbana associada ao programa ferroviário. 3 – Potenciar a correspondência de transporte rodoviário individual e colectivo com outras estações das redes ferroviárias convencional e de bitola europeia. Natureza da Acção Intervenções físicas e obras – OBRA Fundamentação 1 - Potenciar a cidade de Braga com uma interface de transportes capaz de incrementar a utilização do transporte público na cidade e no Médio Cávado. 2 – Viabilizar a futura correspondência de Guimarães com a velocidade alta num arco sub-regional fortalecido (Guimarães-Braga) e alternativo à congestionada AMP. 3 – Viabilizar a operação ferroviária na rede convencional entre Viana-Barcelos-Braga de acesso à VA. 4 – Rebatimento da área de influência de Braga em termos do transporte interurbano de passageiros, para os dois sistemas ferroviários. Entidades Responsáveis RAVE; REFER; CM Braga; IMTT; CM´s; CCDR-N. Grau de Prioridade Prioridade 1-2 Horizonte Temporal 2009/ 2015 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 100 Milhões € Acções/ Projectos 2.3 Designação Reabilitação e beneficiação da LINHA DO DOURO entre Régua e Barca D’Alva Descrição 1 – Beneficiação geral da Linha activa entre Régua e Pocinho. 2 – Reactivação do troço Pocinho Barca D‟Alva, incluindo reposição da via, drenagem, reabilitação de túneis, pontes e apeadeiros, intervenções geotécnicas, etc. Natureza da Acção Intervenções físicas e obras – OBRA Fundamentação 1 - Consideração do alto valor patrimonial da Linha e do seu potencial turístico. 2 A obra de infraestrutura deverá ser o suporte de uma solução do tipo Parceria Público Privado para exploração mista - turística e comercial não regular - entre Régua e Barca D‟Alva. 3 - Não poderá ser descurada uma hipótese de solução transfronteiriça que viabilize um projecto integrado com Castela e Leão, nem a parceria com outros agentes económicos de áreas complementares (turismo, excursões rodoviárias a partir das regiões envolventes, barcos do Douro, etc.). 4 A Estação da Régua deverá gradualmente assumir um papel particularmente importante como interface multimodal do eixo Vila Real/ Régua/ Lamego, principalmente quando terminar a renovação da Linha do Douro entre Caíde e Régua, o que implicará não descurar a sua função também como terminal 158 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte V – Programa de Execução AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A rodoviário de rebatimento. Entidades Responsáveis REFER; CCDR-N; Operadores Privados. Grau de Prioridade Prioridade 1 Horizonte Temporal 2009/ 2013 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 5 M € + 20 M€ Acções/ Projectos 2.4 Designação Remodelação e electrificação da LINHA DO DOURO entre Caíde e Régua Descrição Intervenção no âmbito da já realizada entre Ermesinde e Caíde. 1 – Troço entre Caíde e Marco de Canaveses. 2 – Troço entre Marco e Régua. Em ambos os casos com ou sem duplicação da via. Natureza da Acção Intervenções físicas e obras – OBRA Fundamentação Progressiva aproximação do Douro ao espaço do arco metropolitano quer em termos rodo como ferroviários, tendo em atenção a necessária coesão territorial e social e ainda a potenciação do turismo no Vale do Douro. Entidades Responsáveis REFER (Plano de Investimentos 2009/ 2011) Grau de Prioridade Prioridade 1 Horizonte Temporal 2009/ 2013 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 80 Milhões € Acções/ Projectos 2.5 Designação LINHAS DO TÂMEGA, CORGO E TUA. Descrição Beneficiação geral das linhas do Tâmega entre Livração e Amarante, do Corgo entre Régua e Vila Real e do Tua entre a Foz do Tua e Mirandela (em função da decisão sobre o AHFT). Natureza da Acção 1 – Construção de paragens desniveladas, substituição do leito da linha, correcções pontuais de traçado e sinalização adequada. 2 – Reabilitação de material circulante. Fundamentação Intervenções físicas e obras – OBRA Entidades Responsáveis REFER/ Privados em PPP Grau de Prioridade Prioridade 1 Horizonte Temporal 2009/ 2013 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 70 Milhões € 159 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte V – Programa de Execução AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Acções/ Projectos 2.6 Designação Integração da LINHA DO VOUGA na rede ferroviária convencional Descrição Reconversão para bitola ibérica em linha simples e electrificada entre Espinho (Silvalde) e Oliveira de Azeméis. (Solução que poderá ser combinada com a eventual criação de uma Variante à Linha do Norte por Nascente da cidade de Gaia, servindo então o eixo da N1 para Sul dos Carvalhos). Carece de estudos de fundamentação e validação da viabilidade física. Natureza da Acção Intervenções físicas e obras – OBRA Fundamentação 1 - Sendo o Entre Douro-e-Vouga uma das sub-regiões com piores indicadores de mobilidade e com a pior dependência relativamente ao transporte individual, justifica-se a integração do eixo urbano-industrial de Espinho, Feira, S. João da Madeira, Oliveira de Azeméis no sistema ferroviário dos “urbanos” do Porto, até pela intensidade das relações com o núcleo central da área metropolitana. 2 – Não invalida acções em curso conducentes ao incremento da utilização da linha, designadamente com obras na infraestrutura, criação de mais paragens, novo material circulante, etc. Entidades Responsáveis REFER Grau de Prioridade Prioridades 3 Horizonte Temporal 2015/ 2017 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 100 Milhões € Acções/ Projectos 2.7 Designação EXPANSÃO DA REDE DO METRO no núcleo central da Área Metropolitana do Porto (2ª Fase) Descrição 1 - Extensão das Linhas actuais para Sul até Laborim, para Nascente até Venda Nova/ Cabanas e para Norte até à Trofa. 2 - Linha do Campo Alegre/ Matosinhos Sul. 3 - Ligação da Linha de Matosinhos ao H. S. João por S. Mamede Infesta. 4 – Linha de Gondomar directa a Campanhã. (Não se enumeram aqui as propostas do Plano de Expansão do Metro de Outubro de 2008 relativas a uma 3ª fase) Natureza da Acção Intervenções físicas e obras – OBRA, reforço do material circulante e equipamentos complementares, designadamente estacionamento dissuasor (P+R). Fundamentação 1 - Aumento da densidade da rede no concelho do Porto e nas freguesias mais próximas dos concelhos de Gondomar, Maia, Matosinhos e Vila Nova de Gaia. 2 – Expansão da rede numa lógica de complementaridade com outros sistemas de transportes, designadamente o eléctrico e o autocarro. 3 – Reforço da competitividade da cidade-região com as principais aglomerações urbanas europeias periféricas. 4 - Necessidade de um programa de interfaces de estacionamento dissuasor no seguimento das experiências já concretizadas (casos do Dragão e Maia). Entidades Responsáveis Metro do Porto Grau de Prioridade Prioridades 1-2-3 Horizonte Temporal 2009/ 2017 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 1,125 Mil Milhões € 160 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte V – Programa de Execução AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Acções/ Projectos 2.8 Designação Medidas de OPTIMIZAÇÃO DA EXPLORAÇÃO DAS INFRAESTRUTURAS FERROVIÁRIAS existentes. Descrição 1- Plano de Investimentos 2009/ 2011 da REFER para a RN que inclui supressão de passagens de nível, modernização de estações e apeadeiros, quadruplicação do troço Contumil-Ermesinde, Variante da Trofa, remodelação do troço Ovar/ Gaia da Linha do Norte, incluindo o futuro Terminal de Silvalde e outras beneficiações na rede convencional actual. 2 - Modernização da sinalização, reforço e modernização do material circulante, diferenciação de serviços e maior articulação intermodal. 3 – Continuação do processo de integração dos sistemas tarifários (Andante) e alargamento do sistema de bilhética sem contacto aos operadores privados. 4 – Implementação de um sistema de comboios frequentes na Linha do Vouga em parceria REFER/ CM´s. 5 – Construção da Variante de Valença à Linha do Minho para articulação com a rede VA quer para passageiros (nova estação) quer para mercadorias (interface ferro/ ferro). Natureza da Acção Melhoria da infraestrutura, telecomunicações, material circulante e equipamentos. Fundamentação Melhoria da oferta do serviço ferroviário na rede dos “urbanos” e “regionais” e que foi objecto de recentes beneficiações, tendo em vista aumentos da frequência dos comboios e diminuição de tempos de viagem. Entidades Responsáveis REFER; RAVE; CP; TIP; Operadores Privados; CM´s Grau de Prioridade Prioridade 1 Horizonte Temporal 2009/ 2013 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 200 Milhões € Acções/ Projectos 2.9 Designação Estudos, projectos e primeiras obras de EXPANSÃO REDE FERROVIÁRIA CONVENCIONAL Descrição 1 – Remodelação e electrificação da Linha do Minho entre Nine e Viana do Castelo e depois Valença caso se justifique para o transporte de mercadorias. 2 Prolongamento da Linha de Guimarães até Braga fechando um anel ferroviário Porto-Guimarães-Braga-Porto e articulando com a estação da VA em Braga, ligando entre si os pólos da UM a o AvePark. 2 – Reconversão e integração na rede convencional de bitola ibérica da linha ferroviária entre Régua e Vila Real, ligando esta capital sub-regional ao sistema dos “urbanos do Porto”. 3 – Evolução da Linha da Póvoa do metro para um sistema ferroviário regional (reforço da função tram em detrimento da função trem), com estação terminal na Senhora da Hora e com prolongamento para Norte da Póvoa até Viana por Esposende. Natureza da Acção Elaboração de estudos de viabilidade técnico-económica, lançamento de projectos e primeiras obras de infraestrutura. Fundamentação 1 - Alargamento da cobertura territorial da infraestrutura de suporte dos comboios “urbanos”. 2 - Preparar com antecedência um programa ferroviário de médio e longo prazo que permita consensualizar atempadamente quais as grandes infraestruturas que devem marcar os investimentos públicos e o financiamento comunitário pós 2013. Entidades Responsáveis REFER; RAVE; CCDR-N. Grau de Prioridade Prioridades 2-3 (ciclo de investimentos após conclusão do eixo Norte-Sul em bitola europeia). Horizonte Temporal 2013/ 2017 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 60 Milhões € 161 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte V – Programa de Execução AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A III. MELHORIA DO QUADRO DE ACESSIBILIDADES MULTIMODAIS ÀS SUB-REGIÕES DO INTERIOR, REVISÃO DOS PLANOS PARA AS REDES RODOVIÁRIAS, E MELHORIA CONTÍNUA DAS INFRAESTRUTURAS PORTUÁRIAS E AEROPORTUÁRIAS TEMA RODOVIA E PORTOS. DESÍGNIOS 1 - Aumentar a coesão territorial e social. 2 - Incremento dos factores de competitividade, fixação de actividades e criação de emprego. OBJECTIVO CENTRAL Aumento da coesão regional através da sua vertebração territorial baseada na multimodalidade. OBJECTIVOS COMPLEMENTARES 1 - Redefinição da(s) rede(s) rodoviária(s) às diferentes escalas hierárquicas. 2 - Potenciar a ligação rápida às infraestruturas de escala internacional do ponto de vista da potenciação do turismo no Douro. 3 – Melhoria das condições de relacionamento com os espaços europeus da emigração. 4 - Alargar a influência transfronteiriça do Douro e das cidades de Bragança, Chaves e Vila Real. 5 - Evitar o encerramento do sistema ferroviário secundário. 6 – Potenciar a utilização turística da Região, designadamente o Vale do Douro. 3,05 Mil Milhões € CUSTO DE REFERÊNCIA Acções/ Projectos 3.1 Designação Reconversão para perfil de auto-estrada do IP 4 ENTRE AMARANTE E BRAGANÇA com ligação à Fronteira de Quintanilha e concessão do Túnel do Marão. Descrição 1 - Construção do troço Amarante-Vila Real, incluindo túnel do Marão. 2 – Reconversão para auto-estrada do actual IP4 entre Vila Real-Bragança-Fronteira Quintanilha (reconversão parcial da actual via rápida e construção de novos troços). Natureza da Acção Intervenções físicas e obras – OBRA Fundamentação Dotar o IP4 dos níveis de segurança exigíveis no quadro da rede fundamental nacional, principalmente na transposição do Marão. Entidades Responsáveis InIR; EP; Concessionária Auto-estrada do Marão. Grau de Prioridade Prioridade 1 Horizonte Temporal 2009/ 2013 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 860 Milhões € 162 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte V – Programa de Execução AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Acções/ Projectos 3.2 Designação Construção/ reconstrução do IC26 ENTRE AMARANTE E RÉGUA Descrição Inclui construção de troços novos assim como partes de recuperação e beneficiação de estradas nacionais existentes (N101 e N108), principalmente nas zonas de forte impacte paisagístico e patrimonial. Natureza da Acção Intervenções físicas e obras – OBRA Fundamentação Ligar a sub-região do Douro à rede de auto-estradas metropolitanas criando condições para um maior desenvolvimento económico e potenciação do turismo 136 no Douro Vinhateiro . Entidades Responsáveis InIR; EP Grau de Prioridade Prioridades 1-2 Horizonte Temporal 2009/ 2015 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 100 Milhões € Acções/ Projectos 3.3 Designação Construção do IC5 ENTRE MURÇA, VILA FLOR, ALFÂNDEGA DA FÉ E MOGADOURO. Descrição Via-rápida que inclui a construção de troços novos e aproveitamento de outros já construídos. Natureza da Acção Intervenções físicas e obras – OBRA Fundamentação 1 - Melhorar a acessibilidade rodoviária a um dos conjuntos de municípios mais periféricos da Região do Norte (aos quais se juntam pela proximidade Carrazeda e Moncorvo). 2 - Potenciar novas “portas” de acesso rápido ao Vale do Douro vinhateiro. Entidades Responsáveis InIR; EP Grau de Prioridade Prioridades 1 Horizonte Temporal 2009/ 2013 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 200 Milhões € Conexão ao Aeroporto FSC e Porto de Leixões – visitas a partir de cruzeiros marítimos colocando Mesão Frio (“porta” do Douro) equidistante de Leixões relativamente a outros destinos turísticos. 136 163 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte V – Programa de Execução AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Acções/ Projectos 3.4 Designação Construção do IP2 ENTRE VILA NOVA DE FOZ CÔA E MACEDO DE CAVALEIROS Descrição Inclui construção de troços novos assim como partes de recuperação e beneficiação da N102, com um traçado e características físicas que não coloquem em causa o valor patrimonial da paisagem do Douro, ajustando-se aos níveis de tráfego expectantes (baixa procura). Natureza da Acção Intervenções físicas e obras – OBRA Fundamentação 1 - Melhorar a acessibilidade rodoviária a um dos conjuntos de municípios mais periféricos da Região do Norte (aos quais se juntam pela proximidade Carrazeda e Moncorvo). 2 - Potenciar novas “portas” de acesso rápido ao Vale do Douro vinhateiro. 3 – Favorecer a articulação inter-regional com o Centro Interior. Entidades Responsáveis InIR; EP (Subconcessão Douro Interior) Grau de Prioridade Prioridade 1 Horizonte Temporal 2009/ 2013 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 150 Milhões € Acções/ Projectos 3.5 Designação Construção da VARIANTE À N14 ENTRE MAIA E FAMALICÃO e alargamento da sua inserção na cidade do Porto (Via Norte). Descrição 1 – Primeira fase entre Maia e Famalicão (A7) com ligação à nova estação multimodal da Trofa, às áreas empresarias da Trofa, Lousado e Ribeirão, assim como à A3 no Nó de Santo Tirso. 2 – Segunda fase entre Maia e IC23 (reabilitação da Via Norte). 3 – Terceira fase entre Famalicão (A7) e Cruz com ligação à Variante Nascente. Natureza da Acção Intervenções físicas e obras – OBRA Fundamentação 1 – Resolução e um dos principais estrangulamentos de tráfego na região, com custos económicos e ambientais insustentáveis para as cidades de atravessamento, designadamente Trofa, Maia e Famalicão. 2 – Reforço da inserção regional da Plataforma Logística da AMP dado o papel que deverá desempenhar na racionalização da distribuição ao consumo nas cidades da área metropolitana. 3 – Consolidar a estruturação do triângulo estratégico constituído pelas cidades de Famalicão, Santo Tirso e Trofa e importantes plataformas industriais e comerciais existentes. Entidades Responsáveis InIR; EP Grau de Prioridade Prioridade 1-2-3 Horizonte Temporal 2009/ 2017 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 250 Milhões € 164 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte V – Programa de Execução AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Acções/ Projectos 3.6 Designação Construção das restantes VIAS DO PRN Descrição Realização do PRN actual e outras intervenções a definir em sede de futura revisão do plano rodoviário Natureza da Acção Intervenções físicas e obras – OBRA Fundamentação 1 - Melhorar a acessibilidade rodoviária ao conjunto de municípios mais periféricos da Região do Norte, designadamente os que se situam nos eixos: do IC5 entre Mogadouro e Miranda do Douro; do IC26 entre Lamego e Sernancelhe; do IC35 entre Penafiel e Vale de Cambra/ Server do Vouga. 2 – Melhorar a articulação secundária na Euroregião NP-Galiza, designadamente com o prolongamento do IP2 para Puebla de Sanábria, do IC28 para LindosoOurense e do IC34 até Barca D‟Alva. 3 – Resolução do atravessamento N/S da AMP (reforço do sistema do Freixo) através de uma ligação entre Gaia (Avintes) e Valongo (Ermesinde). 4 – Terminar o IC1 até Valença e futuro prolongamento para Monção com ligação à A52 na Galiza, servindo a Plataforma Logística, a futura estação de VA. 5 – Terminar o IC24 no âmbito da concessão existente.. Entidades Responsáveis InIR; EP Grau de Prioridade Prioridade 1-2-3 Horizonte Temporal 2009/ 2017 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 1,2Mil Milhões € Acções/ Projectos 3.7 Designação Intervenções estruturantes na REDE VIÁRIA NACIONAL na Região Descrição Realização de outras intervenções estruturantes de beneficiação geral de EN‟s pertencentes à Rede Nacional Natureza da Acção Intervenções físicas e obras – OBRA Fundamentação Intervenções em eixos estruturantes tais como: 1 – Monção/ Melgaço/ São Gregório (N203 e N301). 2 – Braga/ Vila Verde/ Ponte da Barca/ Arcos de Valdevez/ Monção/ Salvaterra (N101). 3 – Esposende/ Barcelos/ Braga/ Povoa de Lanhoso/ Vieira do Minho/ Montalegre/ Boticas/ Chaves/ Vinhas/ Bragança/ Vimioso/ Miranda do Douro (N103-1, N103, N218). 4 – Terras de Bouro/ Vieira do Minho/ Cabeceiras de Basto/ Celorico de Basto/ Amarante (N304, N205 e N210). 5 – Braga/ Guimarães/ Vizela/ Lousada/ Penafiel (N101 e N1). 6 – Santa Maria da Feira/ Castelo de Paiva/ Cinfães/ Resende/ Lamego/ Armamar/ Tabuaço/ São João da Pesqueira/ V. N. de Foz Côa (N223 e N222). 7 – Penafiel/ Marco de Canaveses/ Baião/ Cinfães/ RC (N211, N321-1, N321-2 e N222-2). 8 – Chaves/ Valpaços/ Mirandela/ Vila Flor/ Carrazeda de Ansiães/ São João da Pesqueira/ Penedono/ Sernancelhe (N213, N214 e N229). Entidades Responsáveis InIR; EP Grau de Prioridade Prioridades 1-2-3 Horizonte Temporal 2009/ 2017 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 500 Milhões € 165 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte V – Programa de Execução AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Acções/ Projectos 3.8 Designação Programas de HIERARQUIZAÇÃO DA REDE VIÁRIA REGIONAL E LOCAL e de BENEFICIAÇÃO GERAL DE ESTRADAS Descrição Elaboração do plano rodoviário regional e programa geral de beneficiação de estradas regionais e municipais principais, variantes urbanas, correcção de pontos negros de sinistralidade e sinalização da rede municipal principal. Natureza da Acção Planeamento, beneficiação e recuperação de infraestrutura e sinalização. Fundamentação 1 - Necessidade de correcção da pirâmide de “extensões de vias” respeitantes a cada nível hierárquico da rede viária existente, com diminuição da rede nacional de “outras estradas” e da rede municipal principal, conseguida através da estruturação de uma rede regional coerente. 2 - Urgência quanto à correcta distribuição de tráfego local por uma rede municipal principal coerente e bem sinalizada, com reflexos imediatos na segurança e qualificação ambiental. 3 – Intervenções de beneficiação de estradas existentes, seja qual o seu nível hierárquico. 4 – Construção de variantes a centros urbanos. 5 – Intervenções de redução de impactes ambientais, designadamente em termos de ruído rodoviário. Entidades Responsáveis InIR; EP Grau de Prioridade Prioridade 1-2-3 Horizonte Temporal 2009/ 2017 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 300 Milhões € Acções/ Projectos 3.9 Designação AMPLIAÇÃO DOS AEROPORTO FSC E BRAGANÇA Descrição 1 – Obras de ampliação e reordenamento interno do Aeroporto FSC para uma operação no patamar dos 9-10 Milhões de passageiros/ ano e conclusão do Centro de Carga Aérea. 2 – Reforço infraestrutural e equipamental do aeródromo de Bragança. Natureza da Acção Construção de infraestrutura e dotação equipamental. Fundamentação 1 – Preparar atempadamente o AFSC para os desafios futuros em face das tendências recentes de crescimento de tráfego de passageiros e mercadorias atendendo ainda à sua catchment area de 5-6 milhões de habitantes potenciada pela ferrovia de “Altas Prestações”. 2 – Potenciar para o aeroporto de Bragança uma catchment area alargada a Castela-Leão e ao interior da Galiza, em parte face à futura proximidade da AV em Puebla de Sanábria. 3 - Progressiva aproximação do Douro ao espaço do arco metropolitano e ainda a potenciação do turismo a partir do Nordeste Transmontano. Entidades Responsáveis ANA; Câmara Municipal de Bragança. Grau de Prioridade Prioridade 1-2 Horizonte Temporal 2009/ 2015 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 300 Milhões € Acções/ Projectos 3.10 166 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte V – Programa de Execução AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Designação TERMINAL DE CRUZEIROS DO PORTO DE LEIXÕES e novo Porto de Recreio. Descrição 1 - Construção de obras portuárias complementares, designadamente novo cais de acostagem. 2 - Edifício do Terminal de Cruzeiros e CIMAR e equipamento de apoio. 3 - Porto de Recreio adjacente. 4 – Sistema de acessos e mobilidade interna. Natureza da Acção Construção de infraestrutura e equipamentos. Fundamentação 1 - Aumentar o turismo regional potenciando importantes crescimentos no mercado metropolitano (Centros Históricos do Porto e Gaia, Caves do Vinho do Porto, Casa da Música, Serralves, etc.), mas também à escala regional (Centros Históricos de Guimarães, Braga, Vila do Conde, Viana, Lamego, Santuários religiosos e Douro Património Mundial), e ainda de âmbito local (baixa de Matosinhos, marginal marítima e parque da cidade. 2 – Potenciar a articulação entre a actividade portuária turística e de recreio e a envolvente urbana directa. 3 – Integração com actividade científica e de investigação ligada ao mar. Entidades Responsáveis APDL; CM Matosinhos; STCP; UP. Grau de Prioridade Prioridade 1 Horizonte Temporal 2009/ 2013 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 46 Milhões € 167 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte V – Programa de Execução AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Acções/ Projectos 3.11 Designação ESTUDO DE LOCALIZAÇÃO DO AERODROMO DO DOURO Descrição Promover os estudos conducentes a uma decisão atempada quanto à localização definitiva do Aeródromo de serviço ao Douro e à Cidade de Vila Real. Natureza da Acção PLAN Fundamentação Necessidade de decidir qual o tipo de estrutura aeroportuária de serviço ao Douro e à Cidade de Vila Real, bem como a respectiva localização. Entidades Responsáveis ANA; CCDR-N Grau de Prioridade Prioridade 1 Horizonte Temporal 2009/ 2013 Custo de Referência / Fontes de Financiamento - (Incluído no custo da acção/ projecto 3.12) Acções/ Projectos 3.12 Designação REDE DE AERÓDROMOS E HELIPORTOS NA RN. Descrição Conjunto de intervenções capazes de aprofundarem a vocação de cada infraestrutura aeroportuária. Natureza da Acção Melhoria de infraestrutura e do nível equipamental. Fundamentação 1 - Definição vocacional das infraestruturas existentes e a prever, pelo menos nas seguintes valências: protecção civil, emergência médica, trabalho aéreo, combate a incêndios florestais e aviação desportiva e educacional. 2 - Poderá ainda ser oportuna a realização de outras intervenções enquadradas num futuro esquema director das acessibilidades aéreas regionais, que visem nomeadamente melhorar as condições de operacionalidade e cobertura da rede de serviços colectivos territoriais de proximidade. Entidades Responsáveis Câmaras Municipais. Grau de Prioridade Prioridade 1-2 Horizonte Temporal 2009/ 2015 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 10 Milhões € 168 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte V – Programa de Execução AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Acções/ Projectos 3.13 Designação Projecto Regional das ECOPISTAS. Descrição Desenvolvimento do Projecto Regional das ECOPISTAS. Natureza da Acção Intervenções físicas e obras – OBRA Fundamentação Potenciar os antigos canais para um projecto mais amplo assente na utilização da bicicleta para fins múltiplos, no turismo ambiental e na integração com ciclovias urbanas. Entidades Responsáveis INVESFER, CM´s Grau de Prioridade Prioridade 1-2 Horizonte Temporal 2009/ 2015 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 25 Milhões € 169 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte V – Programa de Execução AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A IV. MELHORIA DO QUADRO DE OPERAÇÃO DOS TRANSPORTES PÚBLICOS NAS CIDADES, NAS CONURBAÇÕES E NAS ZONAS DE BAIXA DENSIDADE DEMOGRÁFICA TEMA TRANSPORTES PÚBLICOS. DESÍGNIOS 1 – Aumento generalizado da mobilidade das pessoas e também da sua capacidade económica por via da menor utilização do transporte individual. 2 – Reforço da repartição modal a favor do transporte público e dos modos suaves. 3 - Contribuição para a resolução do problema energético nacional. 4 – Melhoria da qualidade ambiental nas cidades. OBJECTIVO CENTRAL Aumentar os níveis de utilização dos transportes públicos e diminuir a dependência dos cidadãos do carro próprio baixando a taxa de utilização automóvel principalmente nos movimentos intraurbanos. OBJECTIVOS COMPLEMENTARES 1 – Criar condições para a alteração das concessões “por carreiras” para serviços “em rede” nas principais conurbações da região. 2 – Potenciar a formação de soluções alternativas em zonas de baixa utilização de transportes. 3 – Criar novas interfaces de transportes e racionalizar a gestão das existentes. 4 – Produzir uma reestruturação do espaço urbano em promoção da mobilidade com diversificação dos modos de transporte. 5 – Melhorar a cultura do cidadão multimodal. 270 Milhões € CUSTO DE REFERÊNCIA Acções/ Projectos 4.1 Designação AUTORIDADES INTERMUNICIPAIS DE TRANSPORTES Descrição 1 – Autoridade Metropolitana de Transportes do Porto. 2 - Criação de autoridades intermunicipais para fins específicos e estruturas técnicas mínimas de suporte. Natureza da Acção Organizativa e formação de competências. Fundamentação 1 – Apoiar a constituição e o funcionamento da Autoridade Metropolitana de Transportes do Porto, tendo em vista a articulação entre o PROT e o planeamento próprio a desenvolver. 2 – Fora da área metropolitana, resolução dos problemas actuais em termos de resposta aos movimentos suburbanos que extravasam os limites concelhios e aos quais a concessão de carreiras interurbanas não responde cabalmente. 3 – Formatação de novas soluções intermunicipais para os transportes em zonas de baixa densidade de procura, em articulação com o transporte escolar especial. Entidades Responsáveis IMTT; AMTP; AM‟s para fins específicos. Grau de Prioridade Prioridade 1 Horizonte Temporal 2009/ 2013 170 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte V – Programa de Execução AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Custo de Referência / Fontes de Financiamento 1 Milhões € Acções/ Projectos 4.2 Designação Novas soluções de TRANSPORTES EM ZONAS DE BAIXA DENSIDADE Descrição Financiamento da organização e instalação de redes de operação de novas soluções de transportes em zonas de baixa densidade e débil procura de transportes. Natureza da Acção Organizativa e de financiamento de novas redes de serviços. Fundamentação 1 - Necessidade de dar resposta à gradual quebra de cobertura com transportes públicos nas zonas rurais localizadas fora dos grandes eixos de operação dos serviços interurbanos. 2 - Necessidade de articulação das novas soluções com o transporte escolar especial que está a atingir elevados custos públicos. 3 Necessidade de enquadrar legalmente o recurso generalizado a soluções informais, em concorrência com os operadores licenciados. Entidades Responsáveis Associações de Municípios para fins específicos ou por NUT‟s III. Grau de Prioridade Prioridade 1 Horizonte Temporal 2009/ 2013 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 4 Milhões € Acções/ Projectos 4.3 Designação GESTÃO CONJUNTA E INTEGRADA DE INTERFACES DE TRANSPORTES. Descrição Organização intermunicipal para uma gestão conjunta de estações rodoviárias de passageiros, por bacia de transportes, segundo a modalidade de gestão directa ou por concessão de serviço público. Natureza da Acção Organizativa e de financiamento. Fundamentação 1 - Necessidade de dar resposta à disparidade de critérios de gestão e preços praticados em diferentes Estações. 2 – Melhoria do desempenho dos transportes públicos com redução de encargos para as empresas. 3 – Redução dos custos de gestão para as entidades públicas. Entidades Responsáveis Associações de Municípios para fins específicos ou por NUT‟s III. Grau de Prioridade Prioridade 1 Horizonte Temporal 2009/ 2013 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 5 Milhões € 171 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Parte V – Programa de Execução AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A Acções/ Projectos 4.4 Designação REDES DE ELÉCTRICOS RÁPIDOS NAS CIDADES DO PORTO E BRAGA Descrição 1 - Expansão da rede de eléctricos existente na cidade do Porto, aquisição de material circulante novo e construção de um parque de máquinas e oficinas em complemento do Museu do Carro Eléctrico. 2 - Elaboração de estudos de viabilidade de uma rede de eléctricos na cidade de Braga. Natureza da Acção Construção de infraestrutura e aquisição de material circulante. Fundamentação 1 – Promover a multimodalidade urbana com um transporte “porta-a-porta” complementar ao metro (caso do Porto). 2 – Baixar de forma consistente a taxa de utilização automóvel nas duas cidades e, consequentemente a dependência dos cidadãos do carro próprio. 3 - Necessidade de dar utilização à actual (nova) rede de eléctricos do Porto (Marginal e Baixa) pelo menos com expansão da linha da Marginal até Matosinhos e até S. Bento. 4 – Potenciar a utilização turística da Marginal entre Leixões (Terminal de Cruzeiros) e o Centro Históricos do Porto e Gaia. 5 – Melhorar a densidade de cobertura urbana por transporte em sítio próprio, a custos claramente inferiores ao Metro. 6 – Prossecução de políticas adequadas nas duas cidades do ponto de vista ambiental e energético. Entidades Responsáveis STCP; TUB-EM, Câmaras Municipais do Porto e Braga. Grau de Prioridade Prioridades 1-2-3 Horizonte Temporal 2009/ 2017 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 200 Milhões € Acções/ Projectos 4.5 Designação INTERFACES MULTIMODAIS DE PASSAGEIROS Descrição Concretização de um programa de interfaces multimodais de passageiros na área metropolitana do Porto, assim como acções concretas de melhoria da acessibilidade de peões e bicicletas ao sistema metro e aos “urbanos da CP”. Natureza da Acção Criação de infraestrutura nova e adaptação da existente. Fundamentação 1 - Melhorar a intermodalidade potenciando a utilização dos sistemas de transporte colectivo existentes, designadamente o metro e o comboio. 2 – Criação de estacionamento dissuasor e de uma rede integrada de P+R (com MP). 3 – Melhorar as condições de funcionamento das paragens de transportes públicos generalizando a prioridade aos autocarros. 4 - Melhorar a acessibilidade multimodal de e para as estações do metro dado o contributo decisivo que este sistema pode dar para o aumento da sustentabilidade num contexto de melhoria dos indicadores de mobilidade. 5 - Reestruturação de espaços-canal como forma de promover a mobilidade dos cidadãos por via da diversificação das soluções de transporte (ciclovias, melhoria de passeios, arborização, etc.). Entidades Responsáveis Autoridade Metropolitana de Transportes; Câmara Municipais; Junta Metropolitana. Grau de Prioridade Prioridade 1-2-3 Horizonte Temporal 2009/ 2017 Custo de Referência / Fontes de Financiamento 60 Milhões € 172 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE AC E S S I B I L I D AD E S , M O B I L I D AD E E L O G Í S T I C A FICHA TÉCNICA Título: PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE Cliente: CCDR-N, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do NORTE Temática Acessibilidades, Mobilidade e Logística Tipo de Documento: Relatório Final Nº Relatório: Doc. 039/0-125-PLA-06-RL-0 Data Emissão: Junho de 2009 Revisão: EQUIPA TÉCNICA António Pérez Babo Marta Campos Oliveira Adelaide Vieira Monteiro 173