Discurso de Posse da Presidente 2015-2016
Maria Teresa de Almeida Rosa Cárcomo Lobo
Ao assumir a Presidência do Rotary Club do Rio de Janeiro, o primeiro no mundo da lusofonia e cujos 92 anos de
existência lhe conferem uma particular responsabilidade,
procurei captar a grandeza da missão rotariana de SERVIR,
por forma a conferir à gestão do RCRJ uma visão dinâmica
da realidade contemporânea, que enfrenta uma das mais
graves crises humanitárias de que há memória.
Neste sentido, escolhi como divisa norteadora da minha
gestão – Na integridade dos princípios, a dinâmica da
mudança.
E, ao fazê-lo, tenho presente a advertência de Paul Harris – o genial criador do Rotary nos idos de 1905, iniciado
há CENTO E DEZ ANOS, com cinco cidadãos apostados em
unir esforços para SERVIR O PRÓXIMO – o Lema Oficial
do Rotary é DAR DE SI ANTES DE PENSAR EM SI, que hoje
congrega hoje cerca de 35.000 clubes rotarianos, espalhados por cerca de 219 países, reunindo cerca de 1 milhão e
trezentos mil rotarianos.
Rotarianos de culturas diferentes, Rotarianos de etnias diferentes que, falando línguas diferentes, FALAM A
MESMA LINGUAGEM uma linguagem inteligente porque
interconectada, uma linguagem compassiva porque atenta
às demandas humanitárias, uma linguagem perseverante
porque mantem acesa a chama do Bem e uma linguagem
inspiradora porque busca TRANSFORMAR VIDAS.
Prova desta admirável gesta humanitária é a erradicação
da Pólio, hoje circunscrita a 3 Países – em 1988 eram 125 –
dois dos quais o Paquistão e a Nigéria têm feito progressos
bastante animadores. Gesta que mereceu de Bill Gates, cuja
Fundação, impulsada pelo Rotary, tem aportado importantes
recursos financeiros, o reconhecimento de que
“O Rotary é a coração e a mente do combate à pólio.”
E a advertência de Paul Harris é a de que
o Rotary de hoje não é o Rotary de ontem, o Rotary
de amanhã não é Rotary de hoje,
incentivando os rotarianos a ser revolucionários na bus-
ca por um mundo que, nas palavras do Papa João Paulo II,
hoje Santo João Paulo , deverá assentar na “globalização
da solidariedade”, um mundo que deve combater a
“globalização da INDIFERENÇA”, nas palavras do Papa
Francisco, ao conclamar os jovens a SERVIR, sendo revolucionários do BEM, nessa inesquecível Jornada Mundial
da Juventude, não esquecendo, outrossim, a dinâmica
implacável da desigualdade.
Esta divisa norteadora está presente (i) nas Metas Presidenciais, (ii) na criação de duas novas Comissões – a
de “Serviços Internacionais, que procura expandir a visão
mundial dos rotarianos uma perspectiva de PAZ e a de
“Prevenção e Políticas Públicas “,em reta sintonia com as
Áreas de Enfoque da Fundação Rotária, (iii) nos mecanismos de administração, destacando no Conselho Diretor as
Reuniões Deliberativas, designadamente para estudo de
Propostas de Emendas e de Resoluções a serem apresentadas trienalmente ao Conselho de Legislação do Rotary,
na sua função de Assembleia Constituinte e as Reuniões
Operacionais, para acompanhamento do trabalho das
Comissões, em estreita colaboração com a FUNDAÇÂO
ROTÁRIA, que em 2013 recebeu a nota A+ do Instituto
Americano de Filantropia, o nível máximo de 4 estrelas
da Charity Navigator e a acreditação plena da Wise Giving
Alliance Do Better Business Bureau e que consagra 89% das
suas receitas para Programas Humanitários na Europa, na
África Sub-Saariana, no Oriente Médio e Norte de África, na
Rússia, Geórgia, Comunidade dos Estados Independentes,
no Sul da Ásia e no Sudeste Asiático e Pacífico, formando
Parcerias com Instituições públicas e organizações privadas; (iv) na interconexão com os Clubes Rotários do Rio de
Janeiro, para uma conjugação operacional das respectivas
atividades e com participação em Reuniões Plenária; (v) na
potencialização das associações de jovens , como o Interact, o Rotaract, o Alumni, Ryla, o Intercâmbio de Jovens, as
Bolsas Educacionais, considerando que, segundo a ONU, a
população de jovens representa cerca de 30 da população
mundial e que inexistem politicas públicas de qualidade
para os Jovens num mundo mudou. E que mudou muito.
Em síntese:
O RCRJ buscará a conscientização da realidade ôntica
do Rotary, de acordo com os preceitos do Manual de Procedimento, a meu ver, uma espécie de Carta Constitucional,
nos termos dos quais:
“O Rotary é, fundamentalmente, uma filosofia de
vida, que se propõe solucionar o eterno conflito entre o
desejo de lucro pessoal e o dever de auxiliar o próximo.”
A filosofia do Rotary não é, porém, uma filosofia meramente subjetiva. Ela se traduz em ações objetivas de
SERVIR em atividades humanitárias, educacionais, sociais,
de desenvolvimento sustentável, respondendo a reais preocupações das comunidades que, com as pessoas, formam
os dois polos da Realidade Total.
Diz o Manual que
“Qualquer assunto que envolva o bem-estar geral da
comunidade, da nação e do mundo, é do interesse dos
associados, devendo ser estudado e discutido de maneira
justa e imparcial para esclarecimento dos rotarianos na
formação de suas opiniões individuais.” (pg. 221)
O Rotary sistematizou as suas atividades em 5 Avenidas
de Serviços, que constituem as bases filosóficas e práticas
do seu trabalho: Serviços Internos; Serviços Profissionais;
Serviços à Comunidade; Serviços Internacionais e Serviços
à Juventude, desenvolvidas num ambiente de Companheirismo, que é pedra angular do Rotary e expressão de uma
cidadania global, criando entre os rotarianos laços de compromisso com a Missão e o Ideal de SERVIR.
Neste contexto, cabe referir a instituição dos Programas
Piloto, de acordo com o Plano Visão de Futuro, concebido
em 2013, com o objetivo de testar novas modalidades de
SERVIR, numa como que antecipação do Futuro.
De entre esses Programas Piloto, destaco o do Associado
Corporativo, que cria uma nova categoria de associado, uma
pessoa jurídica, agregando um importante diferencial à sua
Imagem Pública e propiciando às empresas a obtenção de
um inestimável SELO DE RESONSABILIDADE SOCIAL.
A ACRJ tornou-se o 1º Associado Corporativo do RCRJ,
na gestão do seu então Presidente, o rotariano Antenor de
Barros Leal, que demonstrou com essa adesão a sua larga
visão empresarial, mantendo íntegro o legado imperecível
do Visconde de Mauá.
Em síntese:
O Rotary faz filantropia, mas não é uma organização
filantrópica.
O Rotary faz caridade, mas não é uma instituição de
caridade.
O Rotary faz coisas, mas a sua Missão é FAZER GENTE.
Importa, assim, sensibilizar a sociedade para o papel
crucial do Rotary no mundo conturbado de hoje, em que
impera o individualismo, – o chamado “ownerismo”, o consumismo, cujos imperativos de mercado, como observa Bill
Gates, fazem com que se invista mais na calvície masculina
do que na vacina contra a malária.
Esse papel crucial é expressamente reconhecido pelas
Nações Unidas, onde o Rotary, através da sua Rede de Representantes, detém o mais alto status consultivo oferecido
a uma Organização pelo Conselho Econômico e Social, que
supervisiona várias de suas Agências.
Em reconhecimento desse papel ímpar, a ONU instituiu
o Dia 5 de novembro, como o UN ROTARY’S DAY, celebrado na sede em Nova York, consagrando a valia do trabalho
do Rotary no enfrentamento dos desafios que compõem a
dramática realidade contemporânea.
Para as Nações Unidas:
“ROTARY brings together great minds from everywhere
in this world, in a multidisciplinary approach.
“O Rotary congrega grades intelectos de todas as partes
do mundo, a nível multidisciplinar.”
“Rotary units people from all continents, cultures and
occupations.”
O Rotary une pessoas de todos os continentes, culturas
e ocupações.
“It’s truly one of our greatest strengths”.
“É, verdadeiramente, uma das nossas maiores forças.”
Neste passo, o da sensibilização da sociedade para a
importância do Rotary, agradeço a Maurício de Castilho
Dinepi, Diretor Presidente do Jornal do Commércio e Associado Honorário do RCRJ, a Coluna Quinzenal ofertada
para divulgação das atividades rotarianas. O JCommercio
fundado em 1827, é o Jornal mais antigo em circulação
ininterrupta na América Latina.
Quero, outrossim, agradecer ao Presidente da Associação
Comercial do Rio de Janeiro, Dr. Paulo Manoel Lenz Cesar
Protasio, a sua inestimável compreensão do papel do Rotary
na problemática realidade contemporânea e da parceria
que as duas Organizações podem estabelecer entre si em
prol de um crescimento ajustado humanitário.
E, no momento em que assumo a Presidência do Rotary
Club do Rio de Janeiro, presto uma homenagem muito
sincera e muito especial aos Presidentes que me antecederam, pela sua valiosa contribuição para o crescimento e
o fortalecimento do Rotary Club do Rio de Janeiro.
OBRIGADA
Milton Ferreira Tito
Ricardo Costa Garcia
Alice Cavaliere Lorentz
Eduardo Costa Garcia
José Carlos Schimdt Murta Ribeiro
Ruy Barreto
Joel Mendes Rennó
Antes de terminar, agradeço a Deus toda a força que me
tem dado – Tudo posso naquele que me dá Força.
Agradeço aos meus Filhos e Netos o amor e o desvelado apoio em todos e atos e circunstâncias de vida, numa
expressão plena do Valor da Família.
Termino com a convocação feita aos Rotarianos do
mundo inteiro pelo Presidente do Rotary, K.R.Ravidran, Rotariano de SRI LANKA, desde 1974, empresário de sucesso,
fundador e CEO da empresa PRINTCARE PLC, líder global
na indústria do chá:
BE A GIFT TO THE WORLD
SEJA UM PRESENTE PARA O MUNDO
“Todos nós – diz Ravindran – temos algo a oferecer, independentemente de quem somos e do nosso estilo de vida.
Podemos oferecer nossos talentos, conhecimentos,
habilidades, empenho, dedicação e devoção.
Através do Rotary, poderemos deixar algo real duradouro
Através do Rotary, podemos usar estas dádivas para fazer
uma diferença verdadeira na vida das pessoas e do mundo.”
E o Rotary faz a DIFERENÇA.
E, nós Rotarianos devemos SER A DIFERENÇA.
Muito obrigada.
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Discurso de Posse da Presidente 2015