Projeto “Nós do Pisca” – Articulação Social e Restauração Florestal na Sub-bacia do Ribeirão Piracicamirim RELATÓRIO 1 META 5 – Monitoramento e Avaliação do Projeto ATIVIDADE 5.2 – MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS Ana Paula Capello Rezende Piracicaba Janeiro 2008 Processo de elaboração da atividade No início do projeto, foi necessário estudar todas as metas e atividades e ver as possibilidades de cada uma delas, entender como funcionariam, quais parcerias seria necessário reforçar, refazer ou criar, como cada uma delas sairia do papel para fazer parte do projeto. No Monitoramento Hidrológico isso não foi diferente. Em um primeiro momento foi estudado o que estava proposto e decidido que parcerias precisavam ser resgatadas para planejar e realizar os monitoramentos. Em seguida foram feitos novos contatos e decididas como seriam realizadas as atividades. O Professor Walter de Paula Lima que auxiliou no momento de escrever o projeto, havia se aposentado, portanto essa parceria já não existia. Foi contatado então o professor Plínio Barbosa de Camargo do Laboratório de Ecologia Isotópica do CENA e orientador do GEPURA- Grupo de Estudos e Práticas do Uso Racional da Água e a Pós Graduanda Carla Daniela Câmara do Laboratório de Hidrologia Florestal, coordenado pelo Walter de Paula Lima, para apresentar a idéia inicial do projeto Constavam inicialmente no projeto o monitoramento e a avaliação dos recursos hídricos da sub-bacia através de 2 pontos próximos a nascentes e 2 pontos que recebessem influência de áreas de contribuição de aproximadamente 20 km². Em cada um dos pontos seriam coletadas amostras de água mensalmente, durante 30 meses. Os pontos de coleta ainda não estavam definidos e seriam escolhidos principalmente por receberem influência direta das áreas a serem reflorestadas pelo projeto e de áreas de intenso uso e ocupação do solo por pastagens e monocultura de cana-de-açúcar. Os parâmetros para a análise da qualidade da água seriam: pH, turbidez, oxigênio dissolvido, nível de sódio, fósforo, nitratos, condutividade elétrica e temperatura. As análises para determinação de pH, turbidez, nível de sódio, fósforo, e nitratos seriam realizadas no laboratório de Ecologia Aplicada da ESALQ/USP. A concentração de oxigênio dissolvido, a temperatura da água e a condutividade elétrica seriam medidas no campo, utilizando um medidor portátil da marca YSY, modelo 85. A coleta seria de responsabilidade do técnico do projeto; sendo estimulada a participação dos diversos beneficiários durante as oficinas de trabalho. As medições de vazão seguiriam o cronograma das coletas de água para análises físicas, químicas e biológicas. Nos pontos próximos às nascentes, a vazão seria medida por meio do método volumétrico. Nos pontos à jusante, onde há influência de áreas de contribuição iguais ou superiores a 20 km² e o volume de água é maior, a medição seria feita pelo método do molinete, seguindo a metodologia descrita por Lima (1996). Em cada um dos pontos de coleta seria instalada uma régua linimétrica para o registro da altura da lâmina de água nas datas de coleta. Foram então apontadas as dificuldades de realização do que estava proposto no projeto. A idéia de avaliar a quantidade e a qualidade da água para constatar a influência dos plantios era inviável em um período de apenas 30 meses, já que poucas diferenças poderiam ser avaliadas diretamente na água. Para a instalação e utilização dos dois molinetes, seria necessário realizar leituras diárias das réguas para que os dados de vazão pudessem ser analisados. Não haveria verba suficiente para realizar todas as análises de sódio, fósforo e nitratos das amostras mensais, uma vez que a parceria com o laboratório já não existia. Num momento seguinte, reuniram-se as pessoas e grupos que trabalham com água na ESALQ e conhecem a sub-bacia do Ribeirão Piracicamirim para pensar quais poderiam ser as contribuições de cada um nesse monitoramento hidrológico. Nessa primeira reunião estavam presentes: o Projeto “Nós do Pisca” (Aurélio e Ana Paula), O Projeto Bacias Irmãs (Cristiano e Mariana), O Laboratório de Hidrologia Florestal (Carla e Carolina), o professor Plínio Barbosa de Camargo do Laboratório de Ecologia Isotópica/CENA, o GEPURA (Ricardo, Ana Paula e Camila). Foi marcada, após essa reunião, uma excursão pela subbacia do Ribeirão Piracicamirim para que cada um mostrasse o que conhece da sub-bacia e ajudasse a definir quais seriam os pontos iniciais de monitoramento. O professor Plínio desde 1999 analisa a qualidade da água de 7 pontos do Ribeirão Piracicamirim, com o objetivo de verificar se o aumento da eficiência da Estação de Tratamento de Esgoto Piracicamirim proporcionou uma melhora nas condições do ribeirão, levando em conta as várias modificações que acontecerem nos últimos anos ao longo do leito do rio. Desse modo sua sugestão foi dar continuidade a esse monitoramento que no momento não estava sendo realizado e o que já englobaria pontos da parte urbana de Piracicaba, incluindo a foz do Ribeirão, sendo necessário ainda acrescentar pontos da cabeceira da sub-bacia, região pouco conhecida por ele. Segundo o professor a análise de uma maior quantidade de dados em um período maior de tempo de alguns dos pontos seria um acompanhamento válido e muito interessante para a análise dos resultados. Primeira atividade Realização de uma saída de campo preparatória para a excursão a ser realizada com o grupo de colaboradores. Era necessário elaborar um roteiro mínimo para ser seguido com o grupo durante a excursão pela sub-bacia. Estiveram presentes nesse dia Karine que já possuía experiência em excursões pela sub-bacia, Aurélio e Ana Paula que acompanhariam o grupo na excursão e Ricardo Lascane que não poderia acompanhar a saída na outra data. Os pontos visitados foram georreferenciados, foi realizado um registro fotográfico e um roteiro foi elaborado. Segunda atividade A excursão com os colaboradores do monitoramento aconteceu no dia 5 de maio de 2007, com a participação de 11 pessoas (Aurélio, Ana Paula, Juliana, Ricardo, “Cuia” e “Fera”, Plínio, Carolina, Cristiano, Guidotti e Jéferson, os dois últimos foram convidados da atividade), na van do laboratório do professor Plínio e utilizando seus equipamentos para o monitoramento em campo de alguns parâmetros. A saída de campo foi muito rica, muitas idéias foram discutidas, lugares novos foram visitados, foi constatada por todos os estado de degradação da sub-bacia. Após esse dia e mais algumas reuniões, se estabeleceu que seria interessante monitorar com alguns parâmetros sugeridos e já utilizados pelo professor Plínio uma maior quantidade de pontos que abrangessem uma maior parte da sub-bacia. Foram escolhidos 18 pontos levando em conta a possibilidade de comparar os resultados obtidos em cada um dos pontos com pelo menos duas realidades diferentes no mesmo curso d’água. A partir de junho de 2007 os monitoramentos realizaram-se mensalmente como descrito abaixo. OBJETIVO Monitorar a qualidade da água do Ribeirão Piracicamirim e seus afluentes de modo a acompanhar as atividades do Projeto “Nós do Pisca” e identificar as possíveis modificações na água de acordo com as modificações do ambiente de entorno. Objetivos Específicos • • • • • • • Conhecer a sub-bacia do ribeirão Piracicamirim através do monitoramento da água de seus afluentes; Acompanhar a evolução e as tendências, a curto e médio prazo, da qualidade das águas da sub-bacia do Ribeirão Piracicamirim; Avaliar as conseqüências do uso do solo da sub-bacia, identificando suas possíveis fontes pontuais e difusas de contaminação; Entender como ocorre a variação da qualidade da água ao longo do ano hídrico e a interferência do ambiente de entorno nesta variação; Promover o envolvimento de novas pessoas a cada atividade de campo; Criar oficinas de monitoramento hidrológico salientando a importância de se preservar a qualidade dos mananciais; Divulgar os dados obtidos; Parcerias estabelecidas Para realização dos monitoramentos foram estabelecidas parcerias com: • Laboratório de Ecologia Isotópica CENA/USP do professor Plínio Barbosa de Camargo que disponibilizaria os equipamentos de campo, os frascos para coleta de água e faria as análises de DBO, DIC, DOC, Nitrato e Fosfato em seu laboratório. • GEPURA – Grupo de Estudos e Práticas de Uso Racional da Água, sob orientação do professor Plínio que faria em conjunto com o Projeto “Nós do Pisca” as saídas de campo para monitoramento e coleta de água. METODOLOGIA (descrição da atividade) Os primeiros monitoramentos aconteceram com o acompanhamento do professor Plínio, para que algumas pessoas se habilitassem na utilização dos equipamentos. Inicialmente o monitoramento era realizado em dois períodos de dias diferentes, após algumas saídas e com a prática adquirida pela equipe foi possível realiza-lo em um dia completo. Pontos Estabeleceu-se uma rede de monitoramento mensal, totalizando dezenove pontos de coleta, da nascente à foz, incluindo especificidades da bacia como entrada e saída dos núcleos urbanos, áreas de pastagem e plantios de cana-de-açúcar nas APPs, pontos antes e depois da estação de tratamento de esgoto. Abaixo estão descritos cada um dos pontos. Ponto 1 – Cosan Ponto 2 – Pista Pira-Tanquinho Ponto 3 – Viveiro Saltinho – Neste ponto a água é coletada dentro do Viveiro de Saltinho. A água é exatamente a mesma que é utilizada para irrigar as mudas do projeto. Ponto 4 – Ponte Saltinho – ponto logo após o núcleo urbano da cidade de Saltinho. A primeira foto refere-se ao monitoramento de julho, quando o ribeirão estava completamente seco em alguns pontos. Ponto 5 – “Casa do Senhor Benedito” – Este córrego é um dos afluentes que irá formar o Joaquim Bento. Há um histórico levantado desse local. O senhor Benedito, vive neste local a mais de sessenta anos e acompanhou toda a modificação do entorno da região, inclusive quando estourou um tanque de armazenamento de vinhaça da usina e contaminou a água do córrego, utilizada até então por ele e sua família. Após o ocorrido, a usina passou a fornecer água neste reservatório mostrado na segunda foto que era abastecido regularmente. Em meados de setembro de 2007, após aproximadamente um ano de fornecimento de água, ele foi cortado, alegando que a qualidade da água do ribeirão já estava própria para consumo. Como em nossos monitoramentos não tínhamos parâmetros suficientes para avaliar esse caso, coletamos uma amostra e levamos para ser analisada em laboratório. Os resultados ainda estão para serem avaliados. Ponto 6 – Afluente Joaquim Bento – este córrego recebe as águas da Escola Técnica de Rio das Pedras, segundo depoimentos locais, muitas vezes apresenta características estranhas. Os resultados analisados até então não podem afirmar nada. Ponto 7 – Nascente ETEC – Essa nascente localiza-se dentro da Escola Técnica de Rio das Pedras e dela é retirada toda a água consumida pela escola. Nesse ponto também haverá grande recomposição da mata ciliar, importante observar as condições de degradação da nascente. Ponto 8 – Viveiro Palmeiras – viveiro de mudas clonais de Eucalipto enviadas principalmente para o plantios no Mato Grosso. É possível visualizar água contento insumos utilizados no viveiro caindo diretamente no ribeirão. Ponto 9 – Nascente Estrada – nascente com água muito parada. Situações muito variadas já foram encontradas nessas águas, desde grande quantidade de pequenos peixes até uma aparência estranha, como se esgoto tivesse sido jogado nela. Ponto 10 - “Ruínas” – esse ponto se encontra ao lado de ruínas de uma casa abandonada, seu entorno também se encontra bastante degradado. Ponto 11 – Bairro Chicó – No entorno desse ponto, onde existe principalmente pasto, serão restaurados vários hectares. Esta privada que aparece na foto foi retirada por nós em uma de nossas saídas a campo. Ponto 12 – Ponte Chico-Ceasa Ponto 13 – Jardim Oriente – acrescentado recentemente aos monitoramentos, é um ponto interessante por conta da atuação do Projeto “Nós do Pisca” no bairro, da possível utilização dos dados de forma didática com os jovens. (ainda não há foto deste ponto) Ponto 14 – Ponte Cristóvão – Deste ponto em diante estão os já monitorados pelo professor Plínio desde 1999. São dois pontos na parte urbana de Piracicaba e mais quatro pontos dentro da ESALQ para avaliar a qualidade da água antes e depois de despejados os efluentes da ETE Piracicamirim e também as contribuição da ESALQ ao Ribeirão. Ponto 15 – Elevatória – no momento está em construção uma nova ponte sob esse ponto exatamente aonde se encontra a tubulação que leva o esgoto para a ETE. Essa obra certamente está causando impactos no ribeirão e possivelmente alguma mudança poderá ser observada na qualidade da água. Ponto 16 – Jd. Japonês – O primeiro ponto dentro da ESALQ. Nele pode ser identificado um ponto de descarga irregular de esgoto. Ponto 17 – Entomologia – é exatamente nesse ponto que é possível comparar a qualidade da água antes e depois do despejo dos resíduos da Estação de Tratamento de Esgoto do Piracicamirim. Os resultados são bastante significativos e mostram a pouca eficiência com que a ETE está funcionando. Ponto 18 – Florestal – este é um ponto muito importante, porque a partir de novembro de 2007, o Grupo Florestal Monte Olimpo, orientados pelo professor Stape, instalou uma régua para medir a vazão. Ponto 19 – Várzea – é o último ponto monitorado, apesar de não ser exatamente na várzea é o mais próximo possível de se monitorar. No entorno desse ponto foi realizada uma restauração há alguns anos. Em 2007 o grupo PET Ecologia orientados pelo professor Flávio Bertin Gandara, fez uma avaliação completa do estágio de restauração da área. Metodologia de coleta As amostras são obtidas pela imersão de um balde amarrado a uma corda, que balançado da maneira correta coleta perfeitamente a água. No próprio balde os elétrodos dos aparelhos de medição de campo são imersos na água coletada para a leitura dos parâmetros. Após isso são coletadas as amostras de água para análise em laboratório. Parâmetros analisados em campo • • • • • • Temperatura ambiente (°C) Temperatura da água (°C) pH Condutividade (µScm-2) Oxigênio dissolvido (OD) (mg/L) Saturação de Oxigênio (%) Parâmetros analisados em laboratório • • • • • Demanda Biológica de Oxigênio (DBO) (mg/L) Carbono Orgânico Dissolvido (COD) (mg/L) Carbono Inorgânico Dissolvido (CID) (mg/L) Nitrato Fosfato Materiais Para a realização do monitoramento hidrológico são necessários alguns materiais básicos. Carro Prancheta, lápis e tabela para anotação dos dados de campo Máquina fotográfica GPS (utilizado para georreferenciar os pontos) Mapa da sub-bacia do Ribeirão Piracicamirim Equipamentos do laboratório: • pHmetro, • condutivímetro • oxímetro • termômetro • 6 frascos de vidro por ponto, para análise de DBO em laboratório • Caixa para armazenar os frascos de vidro • 1 frasco por ponto para as demais análises • Isopor para armazenar os frascos • Balde com corda para a coleta de água Resultados Alcançados Dá-se muita importância ao envolvimento de novas pessoas aos monitoramentos hidrológicos, uma vez que foi considerado que eles funcionam como uma boa ferramenta para conhecer a bacia, se estado de degradação, o projeto e a metodologia de um monitoramento de água. Os grupos e pessoas que já fizeram parte dos monitoramentos estão listados abaixo. Realização até o momento de duas saída de reconhecimento e 7 monitoramentos hidrológicos com a participação de 8 grupos e 25 pessoas. 4 e 5 de Maio - Plínio Camargo – CENA/Gepura, Ana Paula Capello – Pisca/Gepura, Aurélio Padovezi – Pisca, Ricardo Rettmann – Gepura, “Fera” – Gepura, Cristiane – Gepura, Rafael – Gepura, Cristiano – Bacias Irmãs, Juliana – Pisca, Carolina – Laboratório de Hidrologia. 21 e 22 de Junho – Plínio Camargo – CENA/Gepura, Ana Paula Capello – Pisca/Gepura, Aurélio Padovezi – Pisca, Ricardo Rettmann – Gepura, Danitiele Laranja – Pisca/Gepura, Fernanda Moraes - NACE-PTECA. 11 e 12 de Julho – Ana Paula Capello – Pisca/Gepura, Aurélio Padovezi – Pisca, Ricardo Rettmann – Gepura, Karina – Gepura, Giseli – Gepura, Nelson – Gepura. 21 e 30 de Agosto – Ana Paula Capello – Pisca/Gepura, Aurélio Padovezi – Pisca, Ricardo Rettmann – Gepura, Giseli – Gepura, Rafael – Gepura, Felipe – CENA, Rafael – Gepura. 27 de Setembro – Ana Paula Capello – Pisca/Gepura, Giseli Mariano – Gepura, César Piccirelli Santos – Gepura, Nelson – Gepura, Elvis G. de França – CENA/Radis, Vanessa Santos - CENA/Radis, Cláudio Gonzaga - CENA/Radis, André - CENA/Radis, Felipe CENA/Radis. 25 de Outubro Ana Paula Capello – Pisca/Gepura, Giseli Mariano – Gepura, César Piccirelli Santos – Gepura, Rafael – Gepura, Henrique – Gepura. 29 de Novembro – Ana Paula Capello – Pisca/Gepura, Aurélio Padovezi – Pisca, Ricardo Rettmann – Gepura, Julia Faro – Pisca/PET Ecologia. 19 de Dezembro - Plínio Camargo – CENA/Gepura, Giseli Mariano – Gepura, Danitiele Laranja – Pisca/Gepura, Rafael – Gepura. As parcerias estabelecidas entre o Projeto “Nós do Pisca” – Articulação Social e Restauração Florestal da Sub-bacia do Piracicamirim, o GEPURA – Grupo de Estudos e Práticas de Uso Racional da Água, ambos da ESALQ, e o Laboratório de Ecologia Isotópica do CENA, que viabilizaram o início do monitoramento mensal da sub-bacia do ribeirão Piracicamirim. Elaboração e realização de uma oficina de monitoramento hidrológico para o I Fórum da Sub-bacia do Ribeirão Piracicamirim que aconteceu em 22 de setembro de 2007, na ESALQ. Publicação de textos nos Boletins 1, 2 e 3 do Projeto “Nós do Pisca” com temas relacionados a água. Apresentação de trabalho no 15º SIICUSP em novembro de 2007. Parcerias a serem estabelecidas Como comentado anteriormente, em novembro de 2007 o grupo Florestal Monte Olimpo, sob orientação do professor José Luiz Stape instalou uma régua limnométrica no ponto 18, na ponte após o Departamento de Engenharia Florestal, ao lado da casa sede do grupo. A Brigada Ambiental, como é chamada essa parte do grupo, realiza a leitura da régua três vezes ao dia. Em dezembro traçaram a curva do Ribeirão Piracicamirim e com mais alguns cálculos que ainda falta fazer medirão a vazão do rio. Ao instalar a régua o professor fez grande divulgação de seu feito, houveram comentários até de que finalmente alguém estava fazendo algo pelo Ribeirão Piracicamirim. Ao conversar com o professor e os estudantes do grupo nota-se que ainda não há um projeto concreto com objetivos reais para tal monitoramento. É intenção do grupo avaliar também a qualidade da água do ribeirão. Foi iniciado no final de 2007 uma conversa com os envolvidos a fim de formar uma parceria, uma vez que o GFMO visualiza o mesmo laboratório do professor Plínio para realizar as análises de qualidade da água e que os dados gerados pelos grupos se complementam. Esse processo está em andamento e deve ser retomado em 2008. É necessário que os envolvidos no projeto se conversem e estabeleçam formalmente uma parceria. Considerações Finais Após oito meses de monitoramentos pudemos observar o estágio de degradação que se encontra o rio em muitos dos pontos monitorados, e quantas influências sofre ao longo de seu curso. A simples restauração da mata ciliar pode não mudar a situação do ribeirão e de sua água. Outras medidas seriam necessárias, como por exemplo, a garantia do bom funcionamento da ETE, o não descarte de esgotos sem tratamento provenientes da ESALQ, a não utilização das margens dos rios para o plantio de cana de açúcar utilizando grande quantidade de insumos agrícolas, o não descarte de resíduos da cana nos ribeirões ou em áreas de influência hídrica e a não utilização de áreas ciliares para pastagem. Fica clara a responsabilidade que temos como Projeto Pisca e como atores sociais dessa sub-bacia de fazer algo que realmente transforme essa triste realidade.