UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES ANTROPOLOGIA - C PROJETO DE PESQUISA REMANESCENTES INDÍGENAS E AFRO-DESCENDENTES DO RN PVC797-02 Base vinculada: BCC053-00 - CULTURA, IDENTIDADE E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS COORDENADOR DA PESQUISA JULIE ANTOINETTE CAVIGNAC 5-2002 a 4-2004 RESUMO A história das populações indígenas e dos afro-descendentes no Rio Grande do Norte é bastante controvertida e pouca conhecida. No Nordeste, desde os anos 1970-80 assistimos a um crescimento das Populações emergentes: grupos que reinvidicam o pertencimento a um grupo étnico e que pedem a delimitação de um território próprio, reafirmando sua identidade diferencial. A idéia de uma pesquisa sobre a questão étnica no estado surgiu em 2000, com a criação de um espaço de discussão teórico-metodológico de aspectos ligados às narrativas, à história e às representações simbólicas, privilegiando a oralidade e a memória, permitiu apontar para questões ligadas ao passado colonial e às identidades étnicas no Rio Grande do Norte, sabendo que a identidade das comunidades rurais passa primeiramente pela referência à uma cultura e ou uma história comum. Tais preocupações evidenciam-se sobretudo nos argumentos das pesquisas realizadas na referida base. A investigação sobre a memória e as narrativas dos norte-rio-grandenses, parte da preocupação em recolher o discurso ligado ao passado, à origem,através de histórias de vida, de lembranças, etc. RELAÇÃO DE PESSOAL ENVOLVIDO Nome: JULIE ANTOINETTE CAVIGNAC - Professora / Coordenadora, PÓS-DOUTOR UFRN, PGCS, DAN, Antropologia - C Nome: Glória Cristiana de Oliveira Morais - Aluno bolsista, graduação em C. Sociais, UFRN Nome: Rafaela Meneses Ramos - Aluno bolsista, graduação em C. Sociais, UFRN Nome: LUIZ ANTONIO DE OLIVEIRA - Mestrando, UFPE/ PPA Nome: SILESIA MARIA SALES PASSOS - Mestrando, UFRN / PGCS Nome: RITA DE CáSSIA RIBEIRO - Mestre, UFRN / PGCS Nome: ANTONIO MOTTA - Professor, Doutor, UFPE/ PPA Nome: MARIA ISABEL DANTAS - Professor, Mestre, UFRN / PGCS Nome: MUIRAKYTAN KENNEDY DE MACEDO - Professor, Mestre, UFRN / PGCS Nome: RODRIGO DE AZEVEDO GRUNEWALD - Professor, Doutor, UFPb Nome: MARIA ROSARIO GONCALVES DE CARVALHO - Professora, Doutora, UFBA INTRODUÇÃO Este projeto de pesquisa inscreve-se no esforço do grupo em discutir as questões relacionadas à memória e à história, reflexão iniciada em 2001 com o projeto TRADICAO: TEMPORALIDADES, MARCAS E FRAGMENTOS NARRATIVOS DO RIO GRANDE DO NORTE aprovado pela PPPG-UFRN com o número de registro PVC180-01. A idéia de uma pesquisa sobre a questão étnica no estado surgiu com a criação deste espaço de discussão teórico-metodológico, tratando de aspectos ligados às narrativas, à história e às representações simbólicas, privilegiando a oralidade e a memória sobretudo do ponto de vista antropológico. As leituras, os seminários, os cursos e as discussões realizadas ao longo do ano permitiram apontar para questões ligadas ao passado colonial e às identidades étnicas no Rio Grande do Norte. Tais preocupações evidenciam-se sobretudo nos argumentos das pesquisas desenvolvidas na base de pesquisa BCC053-00 - CULTURA, IDENTIDADE E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS por alunos da graduação e da pós-graduação sejam eles bolsistas, orientandos ou voluntários. Essas pesquisas privilegiam a investigação sobre a memória e as narrativas dos norte-rio-grandenses, tendo como principal preocupação a coleta do discurso ligado ao passado, à origem, através de histórias de vida, lembranças, etc. A identidade das comunidades rurais do RN que tem um elemento étnico distintivo da sociedade englobante passa primeiramente pela referência a uma cultura e ou a uma história comum. Assim, o interesse será centrado sobre a história das populações indígenas e dos afro-descendentes no Rio Grande do Norte, no intuito de elucidar eventos históricos bastante controvertidos. A ausência de estudos sobre essas populações nos leva a questionar a história oficial mas também a investigar a realidade destes grupos, utilizando como metodologia os instrumentos clássicos da Antropologia. JUSTIFICATIVA No Nordeste, desde os anos 1970 assistimos a um crescimento das Populações emergentes: grupos que reinvidicam o pertencimento a um grupo étnico e que pedem a delimitação de um território próprio. A partir dos anos 80 este movimento acelera-se. Os grupos começam a reivindicar direitos sobre os territórios das missões ou de terras tradicionalmente ocupadas por famílias reinvidicando uma especificidade étnica, levando-os a afirmar uma identidade diferencial. De um outro lado, a questão étnica - seja ela ligada a afro-descendentes ou a remanescentes indígenas - ocupa um espaço crescente nos estudos antropológicos e históricos bem como na sociedade civil (partidos políticos, ONGs, Assembléia legislativa, etc.). Por exemplo, a temática da Campanha da Fraternidade 2002 Por uma terra sem Males - centrada nas populações indígenas, busca rediscutir a presença destas populações na história e na atualidade do país. Ao nível local, há uma preocupação particular pois o RN é um dos poucos estados da Federação a não ter o registro de populações indígenas. Assim, o grupo constituiu-se devido à ausência de estudos de cunho acadêmico no Estado do Rio Grande do Norte tratando de comunidades de remanescentes indígenas e afro-descendentes. O estudo ou o registro dos grupos por jornalistas e outros meios de comunicação foi realizado de maneira atomizada, sem relacionar os resultados. A nossa proposta é justamente agrupar as informações existentes, racionalizar o tratamento dos dados bibliográficos e empíricos antes de partir para estudos específicos. Desta forma, foi pensado um primeiromapeamento dessas comunidades que, ao nosso ver, este levantamento deve estar associado ao registro do Patrimônio construído do Estado, pois a evocação dos monumentos (igrejas, cemitérios, pinturas rupestres, etc.) acompanha-se do registro oral de acontecimentos passados, de fatos históricos não registrados pelos historiadores locais. De fato, os pesquisadores e estudantes da UFRN, integrantes do Projeto de pesquisa e do projeto de extensão TAPERA vem discutindo as questões ligadas a memória, o patrimônio, a tradição e a etnicidade no Rio Grande do Norte. Para o ano, são previstas viagens até os sítios arqueológicos e às comunidades estudadas. Destas viagens exploratórias, nasceram novas pesquisas à nível da graduação e da pós-graduação, permitindo contatos com os responsáveis e os moradores das localidades visitadas. A abordagem antropológica da memória, do tempo e das marcas culturais permite iniciar uma reflexão sobre a importância social (identitária) e simbólica da tradição. Ao se discutir as questões relacionadas à etnografia e à história nas pesquisas realizadas, aprofundando os temas propostos pelos pesquisadores, abrem-se novas perspectivas para a pesquisa dos processos étnicos e, de um modo geral, identitários (Barth 2000 Carvalho s.d. Cunha 1992). Sobre populações culturalmente pouco diferenciadas mas que, no entanto, se distinguem da sociedade local do ponto de vista étnico, João Pacheco de Oliveira aponta para a necessidade de uma reavaliação dos modelos teóricos sobre etnicidade, sendo três os movimentos: o primeiro, propõe uma reflexão sobre os índios do Nordeste a partir de investigações desenvolvidas a nível nacional e internacional. A seguir, o autor analisa conceitos como etnicidade e identidade a partir da idéia de territorialização. Por fim, levanta um debate sobre as comunidades miscigenadas. Aparecendo como paradoxo, o surgimento maciço de povos considerados originários no contexto da sociedade moderna, o autor busca novos rumos interpretativos para construir uma etnologia dos índios misturados , promovendo uma maior articulação da antropologia com a história(Oliveira 1998). No Rio Grande do Norte, verificamos a possibilidade em estudar os grupos citados, explicitando as suas mudanças ao longo do tempo, bem como a recuperação da história dos grupos culturais e de suas representações como memória a ser preservada. Assim, pensamos que é necessário realizar uma pesquisa em conjunto sobre o patrimônio cultural e a consciência étnica da população do RN. Propomos, num primeiro momento, um levantamento das comunidades remanescentes indígenas e de afro-descendentes no Estado. Em nossa primeira tentativa de organizar o material, com base em informações orais e bibliográficas, encontramos treze registros de comunidades de afrodescendentes no Rio Grande do Norte e doze registros de presença de uma história indígena ou de populações reinvidicando um passado indígena. São comunidades que vivem em ambientes rurais ou que foram absorvidas recentemente pelo mundo urbano -, sobrevivendo de atividades, geralmente, ligadas à agricultura e à criação de animais e, algumas vezes, mantendo contato com o comércio da região (vendendo produtos fabricados por eles mesmos nas feiras livres). Apesar das dificuldades econômicas, esses grupos tentam conservar a terra em que vivem repassando-a através das gerações, sendo muitas vezes o único bem que possuem. Mesmo quando são reconhecidos pela população vizinha como negros ou caboclos, é interessante observar que os integrantes não se percebem sempre de tal forma. Assim, queremos verificar a visão que estas comunidades têm de si enquanto grupo social, problematizando a questão da identidade étnica. Assim, podemos falar em índios misturados (Oliveira 1998)? Como tratar da questão da invisibilidade dos negros e dos índios na história oficial e nas representações do senso comum? (Leite 1996: 40-42). A identidade, a memória, os discursos, a história e as representações simbólicas são temas privilegiados da Antropologia clássica e contemporânea. Os antropólogos começam a investigar o passado, coletando a memória e a tradição oral dos povos que eram tidos como desprovidos de história, devolvendo assim a voz a quem não tinha oportunidade de expressar o seu próprio passado e suas experiências, as suas vidas e seu cotidiano. Atendendo a isso nasceu a etno-história, cujo principal objetivo é (re)escrever a história dos povos colonizados, integrando a representação do contato à memória coletiva da comunidade estudada (Price 1994, Wachtel 1990). Para entender as adaptações locais de uma cultura à invasão colonial ou a reconstrução do passado das sociedades sem escrita, os antropólogos devem, então, confrontar os testemunhos coletados com os documentos escritos pelos viajantes, pelos eruditos locais ou missionários e os produzidos no momento da conquista (Gruzinski e Bernand 1990, 1993 Sahlins 1987). Da mesma forma, os historiadores começaram a interessar-se sobre temas antes de domínio exclusivo dos antropólogos e sociólogos: infância, família, sexualidade, morte, cotidiano, escola, hábitos, formas associativas, partidos políticos, sociabilidade, etc. e, partiram para uma história do tempo presente (Ferreira 1996). Os historiadores também iniciaram a coleta de testemunhos orais para recompor uma história paralela: a dos excluídos da história, capaz de oferecer um outro olhar sobre o passado (Le Goff 1996). Ou ainda, procurando nas lembranças pessoais e no passado individual das testemunhas, isto é, na história de vida, os pesquisadores deixam aflorar o passado recente de uma comunidade, sua organização social, suas profissões, suas práticas e costumes, sua vida cotidiana, reformulando totalmente o objeto e o método da história e aproximando-a mais ainda das Ciências Humanas (Le Goff 1996, Nora 1984-1993), introduzindo também uma reflexão sobre história e tradição (Hobsbawn e Ranger 1984). A lembrança individual apresentada durante uma história de vida e um evento histórico reconstituído pelos documentos e os estudos históricos quando são lidos em conjunto, deixam geralmente uma imagem atípica da história vivida e contada. Às vezes, nem mesmo nenhum rastro fica de um evento específico e o esquecimento torna-se significativo de um período difícil, de uma parte da vida recheada de dificuldades, que é melhor esquecer (Pollack 1998). Do lado da literatura, a coleta e a análise dos textos orais e da memória é relativamente recente. Assim, cada vez mais, os sociólogos que escolhem a memória como tema de investigação, adotam a história oral como metodologia, aproximando-se das preocupações das outras disciplinas. OBJETIVOS O objetivo principal desta pesquisa é traçar um perfil das comunidades rurais do Rio Grande do Norte que têm um elemento étnico distintivo da sociedade local. Assim, queremos incentivar pesquisas ligadas à questão étnica, às narrativas, à história e às representações simbólicas, privilegiando a oralidade e a memória, sobretudo do ponto de vista antropológico. A médio prazo, temos como objetivo a formação de um grupo de discussão ao nível local e regional, para desenvolver projetos comuns e realizar parcerias integrando pesquisadores isolados e instituições engajadas na temática. 1 Objetivos específicos: - Realizar um mapeamento das comunidades de remanescentes indígenas e afro-descendentes - Escolher algumas comunidades (até 5) realizar e orientar pesquisas à nível da graduação e da pós-graduação - Realizar seminários em torno da questão étnica no estado, incluída na discussão dos conceitos antropológicos (memória e representações simbólicas) - Publicar os resultados das pesquisas do grupo em revista e ou livro coletivo. METODOLOGIA Utilizar-se-ão os métodos clássicos da Antropologia: a pesquisa etnográfica com a coleta de discursos contextualizados. 2 Fundamentando-nos em pesquisas bibliográficas, monografias 1 Desde já participamos de uma rede virtual de pesquisadores sobre a questão étnica: NEPE (http : www. nepe.ufpe.br). históricas ou antropológicas realizadas na região ou em outros lugares do Brasil. 3 Na pesquisa de campo, serão priorizados os aspectos etnográficos e a etno-história, acompanhados de uma crítica da história oficial. O método utilizado pela antropologia permite tornar visiveis realidades m icroregionais a partir das realidades locais das comunidades: não se baseia unicamente na documentação produzida pela administração colonial (uso da tradiçao oral/ memória coletiva e analise do sistema de parentesco). Assim, deter-se num caso específico permite apreender realidades micro-locais obscurescidas. Todas as pesquisas associadas ao projeto reflitem sobre a oralidade, a memória, a história e as representações simbólicas do Rio Grande do Norte. A abordagem pluri-disciplinar - etnografia e literatura, mas também usando os resultados da geografia, da sociologia, da história, etc. - parecenos a única via para compreender em quais termos os atores reinterpretam o passado e reelaboram suas identidades: a cultura tradicional sendo o cimento através do qual opera-se todo um conjunto de transformações simbólicas que dão coerência ao presente e ao mundo em perpétua mudança. Nas preocupações teóricas das diferentes disciplinas, aparece claramente a materialização da lembrança, como o elemento constante. Quer seja um lugar, um monumento mesmo em ruínas, um livro, uma fotografia, um cheiro, ou uma comida, o pretexto à memória é geralmente associado a um objeto material ou um indivíduo significativo para a pessoa que registrou o fato na sua lembrança. A partir daí, ele torna-se evento e integra-se à vida da pessoa de uma maneira durável. Se o objeto fixa e reativa a memória, a materialização da lembrança aparece como um fenômeno intrínseco à rememoração de um fato, de uma experiência sensível ou de uma história, correspondendo geralmente à um período importante da vida do narrador e permitindo entender o processos ligados à memorização dos acontecimentos ou dos textos narrativos. Afinal, podemos propor uma reflexão sobre os mecanismos de rememoração e sobre a importância da história familiar na constituição da identidade individual (Pollack 1998). 2 3 Ver Cavignac 1994, 1997, 1999 Encontramos muitas pesquisas etnográficas sobre comunidades de afro-descendentes sobretudo no sul, Cf. Leite 1996 BIBLIOGRAFIA ANDRADE, Pedro Carrilho de Andrade. 1912. Memória sobre os índios do Brasil, Revista do I G H R N, vol. VII, Natal. BANDEIRA, Maria de Lourdes. (1972). 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