Nome: Luiz Fernando Lolli Nível: Doutorado - defesa em 12/02/11 Orientadora: Profª. Adj. Suzely Adas Saliba Moimaz Título: Estudo Longitudinal de Fatores Relacionados à Cárie Dentária e Oclusopatias na Infância A relação mãe-filho é fundamental para o desenvolvimento físico, emocional e psíquico da criança. Dentre os cuidados maternos, destaca-se a amamentação como fator protetor do bom desenvolvimento infantil. A promoção de saúde na infância inclui ainda a adoção de hábitos saudáveis que possam reduzir os fatores de risco às patologias bucais. O objetivo deste trabalho foi estudar, no “binômio mãe-filho”, fatores potencialmente relacionados ao desenvolvimento de cárie dentária e oclusopatias na infância. Trata-se de um estudo longitudinal prospectivo, desenvolvido com 80 pares mãe-filho. A seleção amostral ocorreu com gestantes residentes em dois municípios do interior paulista, analisandose o cadastro SIS-Prénatal. Após os nascimentos dos bebês, visitas domiciliares foram realizadas mensalmente entre 0 e 6 meses e semestralmente entre 6 e 30 meses de idade infantil. As mães foram entrevistadas com a utilização de questionários estruturados sobre os temas “aleitamento materno”, “conhecimento e cuidados sobre saúde bucal dos (as) filhos (as)” e “hábitos bucais infantis”. Exames intrabucais foram realizados nas crianças aos 12, 18 e 30 meses para a verificação de cárie e aos 30 meses para a verificação de oclusopatias, considerando as variáveis o trespasse vertical, horizontal e a mordida cruzada posterior. Os dados foram processados em planilhas eletrônicas e apresentados de forma descritiva e em tabelas de associação entre as variáveis de entrevista e de exame. Os resultados demonstraram que o aleitamento materno foi associado à menor utilização de chupeta (p<0.05). Os hábitos de sucção mais prevalentes foram mamadeira (n=77) aos 30 meses e chupeta (n=34) aos 12 meses. Foram encontradas 3 crianças com lesões cavitadas após os 18 meses e as lesões de mancha branca foram incidentes entre o 18º (n=5) e 30º (n=36) mês. A dieta cariogênica esteve alta aos 12 (n=51) e 30 (n=71) meses. A higienização bucal aconteceu na minoria das crianças (n=37) aos 12 meses, mas aumentou aos 30 meses (n=52) contribuindo para evitar a lesão de mancha branca neste período (p=0.0005). Sobre o conhecimento materno predominaram mães que reconheceram a importância dos elementos decíduos (n=50) bem como a importância da saúde bucal para a saúde geral das pessoas (n=63). Metade delas respondeu corretamente sobre a dentição decídua (n=40) e a minoria acertou sobre dentição permanente (n=30). Poucas mães responderam corretamente sobre cárie dentária (n=16) e grande parte não havia sido orientada sobre a saúde bucal do filho (n=69). Sobressaliência (n=46) e mordida cruzada posterior (n=34) foram as oclusopatias mais presentes. As crianças suctoras de dedo (p<0,05) e de chupeta (p<0,0001) apresentaram mais “sobressaliência” e “mordida aberta”. As que faziam uso de “mamadeira” (p<0,05) tiveram mais “mordida cruzada posterior”. O mesmo ocorreu para os “respiradores bucais” (p<0,05). O hábito de “aleitamento materno” esteve associado à menor prevalência de “sobressaliência” (p<0,0001) e “mordida aberta” (p<0,05). Conclui-se que dentre os fatores analisados, a higienização bucal esteve associada à menor prevalência de cárie dentária e aos hábitos de mamadeira, chupeta, dedo e respiração bucal foram predisponentes às oclusopatias. O aleitamento materno teve efeito protetor sobre a aquisição de hábitos de sucção e também sobre ocorrência das maloclusões. Palavras-chave: Relações mãe-filho, cárie dentária, má oclusão, hábitos.