nº10 abril/Maio/Junho 2013
www.revistaoutdoor.pt
outdoor
Revista
Torna-te fã
trailers portugueses
nascidos para correr
por Aurélio Faria
Entrevista
Trail Running no Feminino
Aventura
com Natércia Silvestre
Ararat por Luísa Tomé
soS
Sobrevivência Urbana
projeto
Desafio a Dois
descobrir
Pequenas Rotas de Arouca
desporto adaptado
A Hipoterapia
Diretrizes
EDITORIAL
05
GRANDE REPORTAGEM
Trailers portugueses, Nascidos para correr!
06
PUBLIREPORTAGEM — Connect to your World com a Merrel
14
nº10 Abril a Junho
2013
EM FAMÍLIA
EVENTO — 8ª Maratona do Douro Vinhateiro
18
ATIVIDADE — Caminhada Forte Ajuda Grande
20
VIAGEM — As rosas de Atacama
22
06
aventura
DESAFIO — Juncal, Nova Via de Canyoning
24
DESAFIO — Ararat por Luísa Tomé
28
CRÓNICA — Lousã, Uma caminhada Interna por Sílvia Romão
34
entrevista
Natércia Silvestre — Trail Running no Feminino
40
POR TERRA
DESCOBRIR — Geoparque de Arouca
46
ROTAS — PR´s de Arouca
50
EVENTO — Oh meu Deus 2013
60
INDOOR — Preparação Indoor para Trail Running
64
ÁGUA
atividade — Canyoning
66
SUGESTÕES — Onde fazer Canyoning em Portugal
68
FOTOGRAFIA
PORTFOLIO DO MÊS — Sérgio Azenha
74
FOTO-REPORTAGEM — Os Geosítios de Arouca
80
SOS
Sobrevivência Urbana por Luís Varela
86
Após 12 horas de trabalho, que partilha desportiva há entre um médico de 57 anos e um
empresário quarentão de horários incertos?
Na grande reportagem teremos a resposta
dada por Aurélio Faria.
40
DESCOBRIR
LIVRO AVENTURA — Alma de Viajante
90
PROJETO — Desafios a 2
94
kids
campos de férias e FESTAS DE ANIVERSÁRIO com aventura
ATIVIDADES OUTDOOR
98
102
DESPORTO ADAPTADO
HIPOTERAPIA
Natércia Silveste, um nome do Trail em Feminino. Para Natércia, o trail começou quase por engano... Hoje é uma das principais
atletas desta modalidade em Portugal.
106
ESPAÇO APECATE
Certificação de Activos em Turismo de Ar Livre:
RVCC ou Reconhecimento APECATE?
112
PUBLIREPORTAGEM
116
EQUIPAMENTO
120
a fechar
122
106
Ana Marisa Brito, conta-nos a importância
da hipoterapia e dá-nos a conhecer alguns
casos reais de crianças portadoras de deficiências que aderiram a esta modalidade.
Os textos e imagens presentes na Revista Outdoor são da responsabilidade dos seus autores.
Não é permitido editar, reproduzir, duplicar, copiar, vender ou revender, qualquer informação presente na revista.
Editorial Ficha técnica
chegou o
número 10!
N
esta edição rendemo-nos à
nova febre do Mundo Outdoor:
o Trail Running! Identificámos
praticantes desta modalidade e
surpreendemo-nos com a quantidade de fãs que está a atrair (acreditamos que
inspirados na fantástica história de Carlos Sá,
que revelámos na edição 6). Sabiam que o João
Garcia e João Rodrigues já praticam Trail Running? Descubram
estes e outros praticantes portugueses na grande reportagem.
Também temos revelações no feminino: Natércia Silvestre, na
grande entrevista.
Ainda no Trail Running, descobrimos alguns eventos que se vão
realizar, ideais para quem se pretende aventurar na modalidade e damos a conhecer mais um fantástico fotógrafo português,
num portfólio dedicado aos fãs de corridas na natureza.
Parando de correr e passando a caminhar, aceitem o nosso convite internacional: explorar o Ararat com a Luísa Tomé. Por cá,
sugerimos o Geoparque de Arouca e apresentamos algumas
das suas rotas.
www.portalaventuras.clix.pt
Edição nº8
WPG – Web Portals Lda
NPC: 509630472
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Rua Melvin Jones Nº5 Bc – 2610-297 Alfragide
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Editor e Diretor
Nuno Neves | [email protected]
Marketing, Comunicação e Eventos
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Sofia Carvalho | [email protected]
BEBIANA CRUZ | [email protected]
Porque o tempo já convida, que tal iniciar-se no Canyoning?
Tome nota de alguns dos locais onde pode praticar a modalidade em Portugal. Se gosta do tema, não perca a aventura da
abertura da maior via de canyoning existente no nosso país.
Revisão
Cláudia Caetano
Na secção do desporto adaptado o destaque vai para a hipoterapia. Neste artigo pode conhecer alguns casos reais de crianças
portadoras de deficiências que aderiram a esta modalidade.
Colaboraram neste número:
Amâncio Santos, ana barbosa, Aurélio Faria,
filipe morato gomes, ivo brandão, luís varela,
luísa tomé, marisa brito, natércia silvestre,
sérgio azenha, sílvia romão, telmo veloso.
Para fechar e, para além das habituais sugestões de equipamentos e atividades para miúdos e graúdos, queremos que
estejam preparados para sobreviver a catástrofes em meio urbano. Este é o convite do SOS desta edição. E aproveitando a
primavera, sugerimos que aproveite o bom tempo para quebrar
a rotina do dia a dia e abrir o espírito para um enorme mundo
de aventuras tão perto de nós!
Divirta-se! Até julho e… boas aventuras. ø
som
bebiana cruz
Design Editorial
Inês Rosado
Fotografia de capa
berg outdoor
Desenvolvimento
Ângelo Santos
5
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Grande Reportagem
 Por Aurélio Faria
6
Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR
Grande Reportagem
Trailers Portugueses
TRAILERS PORTUGUESES,
NASCIDOS PARA CORRER
Grande Reportagem
A
pós 12 horas de trabalho, que
partilha desportiva há entre um
médico de 57 anos e um empresário quarentão de horários incertos?
Que gosto comum une um alpinista dos Himalaias a um velejador do Atlântico?
O que é que reforçou o casamento entre uma
técnica de Recursos Humanos e um engenheiro
químico?
A resposta simples é: Trail running.
A explicação mais original pode estar na Mensagem de Fernando Pessoa e no poema breve
mais conhecido da língua portuguesa, tornado
lema de vida por um trail runner de 57 anos, o
economista e administrador bancário João Neto.
mista que inclui no palmarés a participação em
Ultratrails (provas superiores a 42,195km, a distância da maratona) e em provas extremas como
a Maratona das Areias (240km em autonomia no
deserto do Sahara), o Ultratrail do Monte Branco
(168km) e a Comrades (89km, África do Sul)
Outsider que pratica a modalidade como complemento ao treino sem altas montanhas quando
está em Portugal, o alpinista João Garcia destaca «a camaradagem única e a família fantástica» que são os trail runners portugueses. «É
engraçado perceber a origem desportiva de
cada um: há aqueles oriundos do atletismo de
estrada, os que vieram da BTT, e os começaram
no montanhismo/pedestrianismo, e que, tal
como eu, querem cumprir mais rápido a mesma
distância.» - descreve Garcia.
Há ainda os praticantes improváveis como João
Rodrigues. O velejador e atleta olímpico madei«(...)Tudo vale a pena se a alma não é pequena
rense iniciou-se na modalidade em resposta ao
Quem quer passar além do Bojador
desafio de uns amigos inscritos numa prova na
Tem que passar além da dor.
floresta Laurissilva de Santana. «Pela simples
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
razão de viver numa ilha com uma natureza abMas nele é que espelhou o céu. »
solutamente ímpar, ao mesmo tempo agressiva
e desafiadora, ter o privilégio de correr neste ceA Associação de Trail Running de Pornário, foi e é uma necessidade!» - explica
tugal define a modalidade como
o atleta de 41 anos que sempre adorou
corrida pedestre em Natureza,
O mesmo
a sensação de caminhar ou correr
com o mínimo de 10% de perem plena natureza, e pratica Trail
gosto pela Natucurso pavimentado em serra,
running como complemento da
reza, e a vontade de
montanha, alta montanha, e
preparação para o windsurf.
planície, e em terrenos como
transpirar e ultrapasestradões, caminhos e trilhos
A família fantástica de que fala
sar limites levou David
florestais.
João Garcia inclui ex-maratoFaustino a sair das
Aos 54 anos, faça chuva ou
nistas amadores como o emcorridas em alcabrilhe o sol, de dia ou já noite
presário João Neto que desejava
escura, sinta frio ou transpire
apenas recuperar a forma física.
trão.
de calor, Rui calça as sapatilhas e
Aos 43 anos concilia corrida e gosto
sai de casa para treinar, e prepararda natureza «Não há melhor conjugação.
-se para corridas extenuantes de 10 horas,
Neste momento não preciso de motivações,
mas que o deixam sempre relaxado e despreo- estou completamente viciado. Sinto-me bem e
cupado.
faz parte do meu dia a dia, tal como comer ou
dormir.»
UMA FAMÍLIA FANTÁSTICA
«Depois de ter tentado diversas atividades, che- O mesmo gosto pela natureza, e a vontade de
guei à corrida e acabei por ficar. Porque é fácil, transpirar e ultrapassar limites levou David
permite pensar e meditar em muitas coisas en- Faustino a sair das corridas em alcatrão. «Gosquanto corremos em contacto com a natureza. tando de correr e de ar livre, a escolha foi naE eu adoro a montanha, apesar de ter vertigens tural.» O engenheiro químico de 47 anos subterríveis!» - conta Rui Pedras que começou a pra- linha a motivação proporcionada pelo equilíbrio
ticar trail running pela necessidade de mudar de físico e psíquico. «A cada treino ou prova, essa
estilo de vida.
motivação fica reforçada. E o facto da minha
«Penso em muitas coisas, normalmente posi- mulher participar comigo nas provas e em
tivas. Se começarem a surgir pensamentos nega- muitos treinos, é só por si uma importante fonte
tivos, a prova não vai ser acabada ou vai ser mal de motivação porque partilhamos objetivos e
acabada! Já encontrei soluções para problemas experiências.» David recorda, em particular,
complexos durante a corrida!» - relata o econo- os quilómetros finais das duas últimas provas
8
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Grande Reportagem
Trailers Portugueses
Rui Pedras com Carlos Sá e Armando
Teixeira no Ultra Trail do Monte Branco
de 100kms em que participou
em Espanha. Em ambas, encontrou casualmente Isabel «É
marcante o facto do companheiro nessas aventuras, principalmente nos momentos finais onde o desgaste é elevado
e as emoções estão ao rubro,
ser o nosso companheiro de
vida.»
Isabel Moleiro é técnica de Recursos Humanos e aos 45 anos,
satisfeita a curiosidade, acabou
por encontrar motivações para
partilhar experiências e objetivos desportivos longe do ar
condicionado.«Proporciona-me bem estar físico e psicológico, para além de ser uma
modalidade que consigo conciliar com a minha vida profissional e familiar.»
E aos 57 anos, Pedro Amorim
é um dos veteranos da modalidade em Portugal. No trail
running, o médico anestesista
e professor universitário recuperou o gosto da juventude
pela montanha e pela aventura, e encontrou forma de
combater o stress de turnos
laborais de 12 horas. «Além de
adiar o envelhecimento, permaneço saudável, faço amigos
e socializo...»
íDOLOS E PROVAS
Dean Karnazes, Killian Jornet
e Ann Trason são referências
internacionais dos trailrunners portugueses. Em Portugal,
todos referem com orgulho o
nome de Carlos Sá como atleta
de renome mundial. Armando
Teixeira e Susana Simões e
Rosália Camargo são também
apontados como modelos desportivos.
Em Portugal, o Ultra Trail da
Serra da Freita, o Trilhos dos
Abutres, a OMD Run Series
Vila do Rei, a Madeira Island
UT, o Trail noturno da Lagoa
de Óbidos e Barcelos Amigos
da Montanha são algumas das
provas mais concorridas.
No estrangeiro, o EcoTrail Paris
(80 kms) deste ano contou já
com a participação de trailers
portugueses.
David Faustino e Isabel
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
9
Grande Reportagem
conversas com atletas com quem partilhou 2
O CÉU E A SOLIDÃO
Do suor, das cãimbras ou 3 horas de percurso em provas anteriores.
e das dores musculares Depois, diz «fico atento, oiço, cheiro, toco na
não se fala aos profanos vegetação e nas pedras, desfruto dos abastecida modalidade. Os trail mentos, cumprimento os habitantes locais com
runners preferem sempre quem me vou cruzando, e algumas horas derecordar os momentos pois chego, feliz por não ter pensado em nada
felizes. «A mais difícil foi do que habitualmente me atormenta.» Mais raa Freita» - recorda João cional, Isabel explica que «os pensamentos vão
Neto. «Por ser a mais longa surgindo e, procuro pensar em coisas positivas,
e com mais altimetria, de que sou capaz...»
tenho boas memórias do
percurso e das conversas. O TREINO
A única má memória são Conhecer um trail runner amador é também coas dores musculares, mas nhecer alguém que, por mais que trabalhe, tem
habituamo-nos incrivel- sempre tempo para correr num dia de 24 horas.
mente depressa»
Já para Rui Pedras, nada David Faustino garante que a conciliação é conseguida com disciplina. «Treina-se sempre
se compara à expeque possível e não se pode passar
riência de abril
tempo improdutivo no escritório.
de 2011 e
Os
Horário de treino só mesmo
ao
«céu
treinos variam
João Garcia
no fim de semana, com saída
fantásconsoante a minha
por volta das 9h30. Durante
tico do deserto do Sahara e
a semana, por vezes muito
disponibilidade e as
à solidão, durante a noite
cedo (no verão), de prefeda etapa mais longa da Maprovas programadas.
rência ao início da manhã,
ratona das Areias. Rui desNormalmente faço treinos
mas também muitas vezes à
taca ainda outras 2 provas:
mais curtos durante a
noite, depois das 22h.»
«O início da Comrades Marathon (cerca de 90 kms) na
semana e ao fim de
David é também o treinador
África do Sul, quando os partisemana são mais
de Isabel, mãe trabalhadora, e
cipantes entoam a Shololosa e o
longos.»
sempre com tempo para treinar
hino sul africano… é uma emoção
«Não é uma tarefa fácil… O meu hotremenda! O mais difícil até hoje:
rário ideal é de manhã bem cedo, antes
a neve nos primeiros 50 kms da Western
States, prova de 160 kms na Califórnia, o que em da família acordar entre as 06h00 e as 07h00...
montanhas, para quem tem vertigens como eu, Os treinos variam consoante a minha disponibilidade e as provas programadas. Normalmente
foi extraordinariamente difícil.»
faço treinos mais curtos durante a semana e ao
David Faustino afiança que tenta controlar a fim de semana são mais longos.»
inquietação nos minutos antes da partida em
Rui Pedras
10
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Armando Teixeira
Isabel em prova
Isabel e David
João Rodrigues
Grande Reportagem
Trailers Portugueses
João Garcia
Normalmente,e
para evitar lesões,
realizo-os longe de provas relevantes. Procuro
escolher percursos técnicos,
que exijam atenção constante,
e não escolho percursos rápidos, porque não servem os
meus propósitos para a
prancha à vela».
Para Pedro Amorim, que
trabalha diariamente 12
horas, e por vezes aos fins
de semana, as sapatilhas
são calçadas para correr
depois das 22h ou 23h, ou
até mesmo mais tarde. «Os
treinos têm normalmente
entre 8 e 30Kms, sendo a
distância mais habitual os 12
a 15kms, ou então cerca de 2
a 2h30mins para treino mais técnico.» - explica este médico do Porto.
Rui Pedras diz que o importante é «encontrar
sempre um período para treinar, seja a que
horas for. Aos fins de semana, o treino é matinal; durante a semana de trabalho, o treino é à
noite. Desde intervalos de 400 metros a treinos
de longa distância, que podem ir até aos 60/70
kms aos sábados ou aos domingos.» João Neto
aproveita também organizar da melhor maneira
os intervalos laborais. «Treino muitas vezes às
6:30 da manhã, também à hora do almoço e
quase sempre faço treinos longos aos fins de semana. Procuro fazer muitas subidas e nas fases
que estou a preparar Maratonas para recorde
pessoal, faço muitas séries.»
Trail runner por carolice,
o velejador João Rodrigues treina de acordo com
a programação da época
de prancha à vela. «Normalmente, e para evitar
lesões, realizo-os longe de
provas relevantes. Procuro
escolher percursos técnicos,
que exijam atenção constante,
e não escolho percursos rápidos,
porque não servem os meus propósitos para a prancha à vela».
OBJETIVOS
Aumentar as distâncias percorridas e o prazer
retirado de cada experiência é o objetivo dos
praticantes regulares de trail running.
Para quem prefere correr até 12 horas e distâncias
entre 60 e 100km, como David Faustino, a próxima
etapa é a participação na prova com mais desnível
do mundo «Vou continuar a tentar ir ao Ultra Trail
do Monte Branco… Por isso, se o sorteio permitir,
talvez para o ano!». Para se candidatar ao sorteio,
David terá de obter 7 pontos em não mais que três
provas realizadas durante o ano.
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
11
Grande Reportagem
Os 168km e 10km de desnível positivo da famosa corrida dos Alpes são também o objetivo
de Pedro Amorim e João Neto nos próximos 2
anos. Pedro sonha ainda com a mais mítica das
provas, a Maratona das Areias e os 240km em
autonomia no deserto do Sahara.
Rui Pedras, que cumpriu já as duas provas, e
correu ainda a Comrades, na África do Sul, continua a preferir as provas de montanha com trilhos pouco técnicos «A Western States (100 milhas, Califórnia) é a prova que mais me fascina,
até porque desisti aos 90 kms, o que me obriga
a pensar que tenho de regressar! Para 2013, o
grande desafio é o Tor des Géants (330km), em
setembro, nos Alpes italianos».
Depois de ganhar endurance nos 45/50km,
Isabel Moleiro experimentou novas distâncias
de 98km e 103km. «Não me dei mal, pelo que
julgo estar numa nova fase e à procura de novos
desafios».
Atletas de outras modalidades, João Rodrigues
e João Garcia não têm objetivos tão ambiciosos.
O velejador madeirense prefere continuar a
apostar em trails curtos que permitam desfrutar
da Natureza da ilha. Por sua vez, e habituado à
autonomia das expedições himalaianas, o alpinista lisboeta não faz questão de participar em
ultratrails concorridos.
«Para a minha idade e para aquilo que treino, 5070km é a distância preferida. 100km já envolve
sacrifício e capacidade de sofrimento que não
tenho necessidade porque me obriga a treinar
só atletismo com risco de lesões.»
AOS INICIADOS, DIGO...
David Faustino garante que, «com o mínimo de
preparação, qualquer um termina uma prova de
10kms em 40 minutos, ou em 2 horas. «Mas todos
nós, no fim de um ou dois anos de trail, tivemos
uma má prova longa, que não terminámos.
A longa distância não perdoa!» - avisa o trail
runner que aconselha os estreantes a iniciar-se
por «distâncias pequenas, ir aumentando muito
gradualmente, até ganhar experiência antes de
arriscar distâncias mais longas. Isabel Moleiro
confirma os conselhos do marido, e acrescenta
que é preciso «criar rotinas, disciplina, e objetivos. Se não for capaz sozinho, arranjar amigos
para correr.»
Como médico-atleta, Pedro Amorim dá os conselhos mais enquadrados: «Deve evoluir-se passo
a passo, com calma. Aprender a sentir o corpo.
Alternar corrida e marcha. Procurar o “cross
training”. Juntar-se a um grupo ou clube. Fazer
musculação e aquecimento e estiramentos.
Nadar, Pedalar, Ir ao ginásio. Participar em
provas, populares de strada ou de trail ou montanha. Ler. Procurar os melhores sites e blogues
e revistas e livros. Assinar uma boa revista.»
Já João Neto diz que «é só começar e evoluir durante um ano até não custar. Depois, é automático...».
Como alpinista habituado a outras provações,
João Garcia dá conselhos práticos.
Aos iniciados, digo que é preciso ir primeiro
a algumas provas, a trails curtos (inferiores a
21,0975km, a distânica da meia maratona), e
João Neto com outros atletas portugueses na partida da Comrades, África do Sul.
12
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
aprender teoria do treino com outros atletas.
Devemos evitar overtraining e nunca dar passos
maior que as pernas. As lesões maltratadas
acompanham-nos para o resto da vida»
Grande Reportagem
Trailers Portugueses
Carlos Sá
Filosoficamente, Rui Pedras conclui que «a
vontade, a paciência e a disciplina são os elementos essenciais, e que vamos adquirindo com
o tempo. A recompensa final é enorme: sentimo-nos melhor com nós próprios e com os outros.»
SEM ARREPENDIMENTOS...
Felizes os que participam nas provas e, terminam sem lesões podia ser uma das ladainhas
dos trail runners.
Para quem começou sozinho, e por iniciativa
própria, David Faustino ganhou já muitos novos
amigos na modalidade. E reforça a opinião de
Isabel Moleiro que sublinha o «espírito de entreajuda, partilha e respeito que existe entre
atletas, com muito poucas atitudes desportivas
anti-éticas». Conclui Pedro que «as longas distâncias requerem sobretudo superação mental
e como a idade proporciona sabedoria e experiência, torna-se mais fácil resistir à dor, ao sofrimento e superar os limites.»
E como é possível esquecer o sofrimento e o
esforço físico extremo?
Os lemas de vida de cada um respondem à
questão.
«Um dia, quando olhares para trás, só te irás
arrepender do que não fizeste» - responde
David Faustino. Isabel prefere antes a frase de
Horácio. “A adversidade desperta em nós capacidades que, em circunstâncias favoráveis, teriam ficado adormecidas”.
Pedro Amorim cita Nelson Mandela “It always
seems impossible until it's done”. (Até que seja
feito, parece sempre impossível.)
Aurélio Faria
Jornalista
Fotos: Lina Branco Costa
Mas é Rui Pedras, o trail runner que cita Fernando Pessoa, que melhor resume o espírito da
tal família fantástica: «Penso sempre na máquina
que é o corpo humano e nas pessoas que me são
mais próximas: os meus filhos e a minha mulher, estão sempre comigo, e têm uma paciência
enorme para esta minha atividade. Espero, na
minha próxima Marathon des Sables, levar a
minha filha Inês! Já andamos a treinar.» ø
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
13
Publireportagem
“Connect to Your
World” com a
MERRELL
A MERRELL dá-lhe um motivo para se desligar
das tomadas, sair de casa e conectar-se com o ar
livre e com os outros através da sua campanha
“Connect to Your World” da linha M-Connect. Esta
campanha proporciona uma experiência outdoor
mais rica, celebrando os benefícios do ar livre e
a ligação ao que nos rodeia. A linha M-Connect
conjuga todas as facetas da MERRELL, desde a
ligação ao terreno à abordagem minimalista no
design dos modelos. Através de quatro coleções
- Barefoot, Bare Access, Mix Master e Proterra - ,
a M-Connect apresenta várias propostas para
atletas adeptos da natureza, através de um ajustamento mais natural e de um design que garante
maior rapidez e leveza, seja no asfalto, na pista,
na montanha ou num treino mais generalizado.
Cada uma das coleções garante soluções para as
necessidades de cada atleta em cada atividade
dependendo da finalidade do treino e do terreno.
14
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
“
Connect to Your World” chega com os
4 Fundamentals of Outside Fitness, um
programa de fitness em quatro etapas,
concebido por Tim Ferriss, mentor da
MERRELL, autor e adepto do minimalismo, que contempla todo o corpo para um benefício otimizado através da conexão ao ar livre.
“A campanha “Connect to Your World” é a nossa maneira de inspirar todos a reconectarem-se
com o ar livre e com os que os rodeiam,” afirmou Craig Throne, vice-presidente de marketing da MERRELL. “Os nossos fãs continuam a
dizer-nos o quanto apreciam estar ao ar livre
quando conseguem sentir o terreno que pisam.
Esta ideia de sentir e conectar-se com o terreno orientou a marca para criar formas de desbloquear o ponto de ligação – com os modelos
minimalistas da linha M-Connect e uma campanha conjunta que chama todos para a ação. Os
4 Fundamentals of Outside Fitness são a forma
“A conexão, para mim, significa ter a noção do
que nos rodeia, assim como estar presente no
próprio corpo enquanto este se relaciona com
o que está ao seu redor,” afirmou Tim Ferriss, o
autor do bestseller The 4-Hour Body. “O importante a reter deste programa é que o fitness tem
de ser simples e elegante para cativar o maior
número de pessoas. Desenvolvi os 4 Fundamentals com uma abordagem minimalista, focando-me no poder da conexão com o ar livre, o que,
espero, tire as pessoas da frente dos ecrãs e as
desperte para a natureza, mesmo que seja por
curtos períodos de tempo.”
Os 4 Fundamentals são quatro movimentos simples que trabalham um maior número de músculos no menor tempo para um efeito otimizado.
É um programa inclusivo que pode ser realizado
por uma pessoa, por um grupo num parque na
cidade, ou mesmo como parte de um treino mais
alargado. O objetivo é que as pessoas saiam para
o ar livre de uma forma ativa e conectada com
o mundo.
Os essenciais incluem:
1. The Trap Walk – um movimento inspirado no
yoga que ajuda a aquecer todo o corpo
2. The Cat Crawl (ou a variação Bear Crawl) –
um exercício de gatas, para trás e para a frente,
que conecta as mãos e os pés ao terreno e tra-
KIDS
homem
mulher
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
15
Publireportategm
Conect to your World
que criámos com Tim Ferriss para encorajar todos a saírem para a rua e conectar-se.”
Publireportagem
16
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Publireportategm
Conect to your World
balha o core
3. The Blurpee – uma variação do blurpee tradicional que trabalha os músculos das costas ao
puxar as pernas e glúteos para a frente
4. The One-Legged Pistol – um agachamento
numa só perna
Através da campanha “Connect to Your World”, a
MERRELL pretende demonstrar visual e socialmente a importância de se reconectar com o ar
livre e com os outros. Para marcar o lançamento
da campanha, a MERRELL apresenta a sua linha
M-Connect, que proporciona uma conexão otimizada ao terreno graças ao seu design minimalista. ø
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
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Em Família
 Evento
EDP 8ª Meia Maratona
do Douro Vinhateiro
O
ra aí está mais uma edição daquela que é já aclamada como A
MAIS BELA CORRIDA DO MUNDO, a EDP 8ª Meia Maratona do
Douro Vinhateiro. Terá lugar no
próximo dia 19 de Maio, pelas 11.00 horas.
Um corrida de vinte um quilómetros sempre
ao longo das margens do Rio Douro, a escassos
metros do espelho de água, com as gigantescas
encostas vinhateiras (quer de um lado, quer do
outro). Uma estrada plana, que serve de pista, e
uma linha de comboio na outra margem que parece acompanhar todo o percurso. Uma corrida
que oferece a serenidade silenciosa do Vale do
Douro e o fascínio do cultivo secular dos Vinhos
do Douro e Porto.
Com organização da Global Sport, o evento conta com o intenso apoio da melhor maratonista
de todos os tempos a nível mundial, a madrinha
Rosa Mota, que desde 2010 oferece a imagem
18
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
ao projeto vinhateiro, e também com o apoio do
Diretor Técnico do evento, o mais prestigiado
técnico do atletismo português, o professor João
Campos.
E assim nasce um fenómeno mundial, com
uma dinâmica muito própria: o evento do Vale
do Douro atrai já participantes de mais de vinte
países, congrega concertos musicais, noites de
fado, exposições de fotografia, showcookings e
uma conferência internacional sobre sustentabilidade rural, culminando com uma prova desportiva de excelência, nos vinte e um quilómetros que a Organização anuncia como os mais
belos do planeta.
A EDP 8ª Meia Maratona do Douro Vinhateiro
tem lugar naquela que é a Mais Antiga Região
Demarcada e Regulamentada do Mundo, o Douro Vinhateiro, considerado Património Mundial
da UNESCO, prova integrada nos calendário
AIMS e, com elevada distinção, prova premium
Em Família
Maratona Douro Vinhateiro
do novo projeto mundial RUNNING WONDERS,
um circuito mundial que irá englobar um conjunto de meias maratonas realizadas em Patrimónios Mundiais de ímpar beleza, como as Cataratas do Iguaçu, no Brasil, a Cidade Velha, em
Cabo Verde, a Grande Muralha, na China ou os
Glaciares de Calafate, na Argentina.
É difícil encontrar um projeto desta natureza
em Portugal, que concentra a união de dezanove municípios, constituintes da Comunidade Intermunicipal do Douro, numa prova de
união autárquica para promover
a Região no seu todo. Mas este
projeto não se fica por aqui,
Uma prova
e tem também a participacom um percurção ativa de outras entiso rápido, praticadades da Região, como
a Confraria dos Vinhos
mente plano, de ímpar
do Douro, que integra o
beleza,
que se transforprojeto desde o primeimou numa gigantesro minuto, assim como
o Museu do Douro, local
ca festa do Vale do
onde a Organização deDouro.
senvolve um vasto conjunto
de ações integradas, e ainda o
envolvimento do Turismo do Douro, da Escola de Hotelaria e Turismo do Douro,
da Associação de Hotelaria e Turismo do Douro
e da Associação Comercial e Industrial do Peso
da Régua.
Para esta edição, para além da tradicional garrafa de Vinho do Douro que a Organização tem por
hábito oferecer a todos os atletas que cortam a
meta dos vinte e um quilómetros, nesta edição,
no lugar da medalha a Global Sport irá oferecer
um símbolo da Região, que para já é surpresa.
Para chegar ao Douro é hoje muito acessível,
quer através das novas auto-estradas que ligam
Bragança, Aveiro, Viseu, Guimarães, Chaves ou
Porto à cidade do Peso da Régua. É possível também chegar através de comboio, com viagens
acessíveis disponibilizadas pela CP, sublinhando
a beleza da viagem de comboio entre o Porto e
a Régua.
Uma prova com um percurso rápido, praticamente plano, de ímpar beleza, que se transformou numa gigantesca festa do Vale do Douro.
Seja na Meia Maratona ou na Mini Maratona,
(cinco quilómetros) , A CORRER OU A CAMINHAR EU VOU LÁ ESTAR! ø
Organização Maratona Douro Vinhateiro
Inscrições abertas:
www.meiamaratonadouro.com
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
19
Em Família
 Atividade
percurso pedestre:
Ajuda Grande
20
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2011
20
P
As Linhas de Torres foram uma
obra realizada numa extensão
de 88Kms ao longo de 4 linhas
defensivas, que envolveu a
construção de 152 fortificações
e redutos armados com 600
peças de artilharia defendidos
por mais de 140.000 homens,
com estradas de ligação e sistema de comunicações, uma
obra inigualável de engenharia
construída em tempo recorde.
O percurso pretende associar
ao local de interesse histórico,
ou seja, o forte da Ajuda Grande, uma componente panorâmica sobre o natureza envolvente, serão abordados temas
como a flora, fauna e geologia
local, a necessidade de conservação e recuperação do património histórico e paisagístico
entre outros.
Ao longo do percurso serão
atravessados diversos pontos
de interesse como por exemplo, um bosque de carvalhos,
um rio sazonal, um vale, moinhos, uma quinta de interesse
vinhateiro, uma perspetiva diferente sobre o Rio Tejo e respetivas lezírias. Será efetuada
uma visita ao Forte recuperado
onde estaria uma bateria formada com quatro peças de artilharia de calibre 12 e cerca de
300 soldados.
Este Forte faz parte de um conjunto de obras recuperadas na
comemoração do bicentenário
das Invasões Francesas a Portugal.
Em Família
Atividade
ara além das paisagens urbanas e campestres, do monte ou
da planície, há agora
um novo caminho
para descobrir… Alie a marcha/caminhada/pedestrianismo à história e desfrute de um
percurso pedestre pela 2ª Linha defensiva de Torres criada
durante as Invasões Napoleónicas.
Um percurso circular com uma
extensão de aproximadamente
11km em trilhos rurais e antiga
estrada militar, iniciando-se e
terminando no Parque Aventura, com visita ao Forte da Ajuda
Grande (obra militar n.º 18),
com um grau de dificuldade
baixo/médio adequando-se assim a todos os participantes.
Este percurso também é "Dog
Friendly", ou seja, pode trazer
o seu Cão para o/a acompanhar neste percurso.
Estes companheiros também
podem desfrutar de um maravilhoso passeio ao ar livre e em
ambientes naturais. ø
Nuno Sousa
Um programa: Sniper
ficha técnica
Tipo de percurso: Caminhos rurais
e trilhos pedestres.
Grupo Mínimo: 10 pessoas
Duração: 4 a 5h.
Dificuldade: Fácil
Preço: 9,90 €
Programa:
10h00 -Receção
10H30 - Exibição de pequeno filme
sobre as Linhas de Torres
11H00 - Início Caminhada
12H30 - Chegada ao forte da Ajuda
Grande + almoço (não incluído no
valor)
13H15 - Explicação de toda a estrutura das linhas de Torres.
14H00 - Início do Regresso
15H30 - Chegada ao Parque Aventura
16H00 - Fim do Programa
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
21
Em Família
 Viagem
As rosas de Atacama
Uma viagem fascinante…
A
viagem percorre os caminhos do
Norte da Argentina e Chile e do Salar
de Uyuni na Bolívia, oferecendo-nos
uma experiência inigualável nas regiões do Altiplano, da Quebrada e
dos Salares. Tanto pela espetacular paisagem
que usufruiremos, como também pela hospitalidade e riqueza patrimonial e cultural de séculos
de ocupação humana.
seleção dos locais percorridos reflete-se nas espetaculares paisagens do Norte Argentino, do Salar de Uyuni na Bolívia e de Atacama no Chile.
O itinerário foi desenhado tendo em conta a
adequada combinação entre as caminhadas que
faremos e os locais que visitamos, a cuidadosa
Esta viagem aos confins da América do Sul, é contagiante, pitoresca e transbordante de cores e luz.
Surpreende qualquer viajante pela sua beleza. ø
22
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Partiremos à descoberta das culturas ancestrais
da região, percorrendo os caminhos dos Kolas e
dos Incas, admirando os campos de cultivo nas
terras altas e nos vales e contemplando os terrenos de pastagens nos terraços das quebradas.
Em Família
Viagenm
ficha técnica
Tipo: Cultural e Descoberta
Número de dias de viagem: 17
Tipo de Alojamento: Hostel Refúgio
Grau de dificuldade: Médio
Próximas datas:
14/06; 05/07; 26/07; 16/08
Programa previsto
Fotos: Papa-Léguas
Dia 1: Voo cidade de origem - Salta
Dia 2: Chegada a Salta
Dia 3: Salta - San Antonio de los Cobres
- Salinas Grandes - Tilcara
Dia 4: Garganta do diabo - Tilcara
Dia 5: Tilcara - Iruya - Humahuaca
Dia 6: Uquia - Quebrada das Señoritas Humahuaca
Dia 7: Região das Quebradas de mil cores
Dia 8: Quebrada de Sapagua - Comunidade indígena de Hornaditas
Dia 9: Humahuaca – La Quiaca, Villazon – Uyuni (Bolívia)
Dia 10: Salar de Uyuni
Dia 11: Salar de Uyuni - Lagoas do altiplano
Dia 12: Lagoas do altiplano - San Pedro de Atacama
Dia 13: Lagoas de sal de Cejar e
Esta viagem
Tebinquinche
aos confins da
Dia 14: Caminhada nas cornijas
América do Sul, é
da cordilheira de La Sal
contagiante, pitoresca Dia 15: San Pedro de Atacama Salta
e transbordante de
Dia 16: Voo Salta - cidade de oricores e luz (...)
gem
Dia 17: Chegada à cidade de origem
Preços:
2370€ (Preço Terra)
Desde 1100€ (Preço voo)
Um Programa: Papa-Léguas
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
23
Aventura
 Desafio: A minha expedição - Rui Dantas
juncal
O MAIOR CANYON DE PORTUGAL
24
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
25
Aventura
Nova Via de Canyoning
P
ara quem pratica canyoning, a Madei- gosta de montanhismo como eu, este era, e ainra está desde 1989 referenciada como da é, um atrativo extra para a prática do canyoum dos melhores locais para a moda- ning. Há muito tempo que tinha referenciado o
Juncal, mas só o ano passado alcancei as
lidade em Portugal. Mas poucos
condições ideais para concretizar a
sabem ainda que existe na
O
descida com o José Orlando Nuilha o maior canyon até hoje exnes e o Paulo Sérgio Camacho.
plorado em território nacional:
canyon que se
a Ribeira do Juncal.
inicia nas imediações
A margem direita é de
do pico do Arieiro tem 8
acesso mais fácil a parO canyon que se inicia nas
tir da estrada, mas fiz a
imediações do pico do
cascatas, 253 m de rappels,
primeira descida a 7 de
Arieiro tem 8 cascatas, 253
e foi aberto a 7 de outubro de
outubro de 2012, pela
m de rappels, e foi aberto
2012 por um grupo liderado
margem esquerda - a
a 7 de outubro de 2012 por
primeira vertical tem
um grupo liderado por Rui
por Rui Dantas, um madeirencerca de 60 metros!
Dantas, um madeirense
se ativamente envolvido na
ativamente envolvido na
organização de atividaorganização de atividades
LOCALIZAÇÃO E ACESSOS
des Outdoor.
A ribeira do Juncal nasce no
Outdoor.
Pico do Arieiro, e ganha verticalidade aos 1530m de altitude,
O PROJETO
muito próximo da chamada curva do
Sou um apaixonado pela cordilheira
Poço da Neve.
central da Madeira, e é lá que se encontra um
conjunto significativo de grandes verticais, com
uma envolvente de média montanha. Em 1988, As coordenadas Google 32º 43´39,46” N e 16º
quando iniciei esta atividade, as linhas de água 55´10,77”O marcam o início da descida da ribeieram mais constantes e mais fáceis, e para quem ra e do canyon que termina nas imediações da
Aventura
central hidroelétrica da Fajã da Nogueira (32º mas que não aconselho pessoalmente: em vez
de continuar em frente pela ribeira até à Fajã
44´19,23”N e 16º 54´15,44”O ).
Para a abertura, optámos por um dia de nível 1, da Nogueira, pode-se optar, à direita, pela lequase seco, e com pouco caudal... Mas a varia- vada que segue até aos Balcões; está em muito
mau estado, e é extremamente perigoção do nível da água pode ser radical,
sa, especialmente quando estamos
e há dias em que o canyon se torO
cansados e carregados de equina impraticável. Desde outubro,
maior dos rapamento.
já fiz filmagens no Juncal com
caudal de nível 5.
ppels tem 253 metros,
RAPPELS E CASCATAS
e está fracionado em
Para o Juncal, é preciso conOBSTÁCULOS E DESAFIOS
três: o primeiro tem 40m, o
tar com um percurso de 6
A vertical (V) é sempre de
horas em que se têm de fanível 5, e o “obstáculo-espesegundo tem 70m (passará
zer dez rappels e atravessar
táculo” é o terceiro rappel
em breve, a
oito cascatas.
de 143 m - cem metros são
90m), e o 3º com 143 m
suspensos, sem contacto com
a parede, o que dificulta o fraO maior dos rappels tem 253
(vamos diminui-lo
cionamento deste troço.
metros,
e está fracionado em
para 123m).
três: o primeiro tem 40m, o segunAté ao verão, contamos atenuar
esta dificuldade, e deslocalizar 20 m
mais para baixo a 3ª ancoragem, de
forma a equilibrar melhor os desníveis
entre os 2º e o 3º rappels.
Na saída, há um desafio facultativo,
26
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Aventura
Nova Via de Canyoning
do tem 70m (passará em breve, a 90m), e o 3º
com 143 m (vamos diminui-lo para 123m).
PAISAGEM E METEOROLOGIA
O cerro (escória vulcânica) com grandes diques
basálticos marca geologicamente este canyon.
A flora é predominantemente Laurissilva, com
espécies arbustivas desta floresta endémica e
protegida da Madeira.
A nível de passarada, pode ter-se a sorte de
avistar um tentilhão (Fringilla coelebs), ou um
bisbis (Regulus ignicapillus madeirensis), a ave
mais pequena existente no arquipélago.
Por mim, fevereiro e março são os meses mais
favoráveis para este canyon porque se pode (teoricamente) escolher o nível de água mais a
gosto, e dentro dos padrões de segurança. No
verão, o Juncal está habitualmente seco!
CANYONING NA MADEIRA
Haverá novidades este ano porque neste momento trabalhamos já num canyoning com uma
vertical substancialmente superior ao Juncal!
A não ser durante as grandes chuvadas, habitualmente irregulares, a Madeira não tem canyoning tecnicamente muito aquático, de nível 4 e
5, mas esse aparente “handicap” é compensado
por um conjunto de ofertas únicas para a prática da modalidade: a concentração de canyons
numa ilha tão pequena, as verticais, a floresta
Laurissilva, e a possibilidade de terminar a descida no oceano Atlântico com um bom mergulho!
Acresce a logística das empresas credenciadas
e a informação já existente sobre os percursos.
Tive o privilégio de ser pioneiro desta modalidade na Madeira.
Conheci o Fréderic Fau que comercializou pela
primeira vez em 1990 o canyoning madeirense
através dos franceses da Atalante.
Com outro francês, que editou o único livro sobre os Canyons da Madeira, o Antoine Florin,
(infelizmente já falecido), aprendi muito. Mas
de todos os pioneiros, destaco o Izamberto Silva,
que fez equipa comigo desde a primeira hora, e
é irmão do Dr. Rui Silva, o mais conhecido montanhista madeirense. ø
Conversa editada por Aurélio Faria
Jornalista
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
27
Aventura
Perfil
ararat
28
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
S
Aventura
Ararat
olto uma gargalhada sonora, não consigo evitar. O Artur mostra-me o cartão
de visita mais curioso que recebi na
minha vida. Sobre uma foto antiga da
montanha leio “Dono do Monte Ararat”.
A primavera tinha começado em Portugal há bem
pouco tempo, quando recebo um email dum amigo que vive na Turquia cujo título era Have you
ever climbed a 5,000 m summit? Come and do it
in Turkey - July. A ideia encantou-me; regressar à
Turquia, um país que adoro, conhecer a sua zona
leste e estar com o Zé Pedro que nos acolheu em
sua casa em Ankara uns anos antes. A mensagem
tinha o itinerário descrito, com toda a informação para podermos decidir e pouco bastou para
começarmos a sonhar com esta viagem. Ironia
do destino, o nosso amigo acabou por cancelar a
sua ida, a nós já ninguém nos demovia, havemos
de encontrar a Arca de Noé!
Das primeiras histórias que ouvimos
do livro do Génesis, a da Arca de
Noé é talvez a mais fascinante.
Monte AraLembro-me ainda criança
de pensar que maravilhorat, Agri Dagi em
sa aventura esta de partir
turco, é um maciço
numa enorme arca cheia
vulcânico extinto a leste
de animais. Esta alegoria
bíblica tão encantadora
da Turquia na converaos olhos dos mais novos,
gência das fronteiras
ganhou novo sentido e
da Turquia, Irão e
parti com espírito expediArménia.
cionário em busca de vestígios desta grande embarcação.
Deus salvou Noé e sua família do
grande dilúvio. Era o único homem
virtuoso do seu tempo que merecia viver sobre
a Terra. Foram 40 dias e 40 noites de chuva ininterrupta, que eu esperava não encontrar durante
a minha estadia, e a água permaneceu sobre a
Terra durante 150 dias. E quando finalmente as
águas começaram a diminuir a Arca acabou por
vir a descansar no cume do monte Ararat.
Monte Ararat, Agri Dagi em turco, é um maciço
vulcânico extinto a leste da Turquia na convergência das fronteiras da Turquia, Irão e Arménia.
Todo o maciço tem cerca de 40 km de diâmetro.
Consiste em dois picos, que distam cerca de 11
km entre eles. Grande Ararat, ou Büyük Agri
Dagi, que atinge uma altitude de 5137 metros
acima do nível do mar, é o pico mais alto da Turquia. Pequeno Ararat, ou Küçük Agri Dagi, sobe
numa superfície lisa e íngreme, num cone quase perfeito para 3896 metros. Ambos Grande e
Pequeno Ararat são produto da atividade erupti-
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
29
Aventura
va vulcânica. O único verdadeiro glaciar é encontrado no lado norte do Grande Ararat, perto do
seu cume.
A sensação de fazer parte de um filme de Kusturica acompanha-me desde que saí do avião em
Van e iniciei a viagem de carro até Dogubeyazit. As aldeias, as gentes, a música, até a língua,
tudo é muito distinto da Turquia que eu conhecia. Esta é uma zona maioritariamente curda, e
a proximidade com o vizinho Irão sente-se tanto
nos costumes da população, como na quantidade
30
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
de tanques de guerra apontados para a fronteira, que avistamos ao longe. Dada a sua posição
geográfica é um local de ténue estabilidade, está
muito militarizada e as paragens para mostrar
identificação são constantes. Fazemos o nosso
melhor sorriso para os militares que espreitam
para dentro da carrinha.
E ali estávamos nós em frente do homem que
se intitula dono do ponto mais alto da Turquia.
Entramos na sua carrinha em Dogubeyazit,
pequena cidade situada no planalto seco que cir-
Aventura
Ararat
E ali estávamos
nós em frente do homem que se intitula
dono do ponto mais
alto da Turquia.
cunda o monte Ararat. Após
2 horas de caminho chegamos à aldeia de Eli que se
encontra a 2200m, onde iniciamos a nossa ascensão para
o campo 1 a 3340m. Ao começarmos tranquilamente a caminhada cruzamo-nos com os aldeões
que vivem nas aldeias circundantes, pastores na
sua maioria. Passam por nós crianças que tentam
vender leite de cabra. Ganham uma sanduíche
e correm pelo trilho poeirento. Meninas aparecem com bonecas de trapos, cabelo seco do pó e
do sol, tez escura de quem vive ao ar livre, olhos
profundos e sinceros de criança. Afastamo-nos a
sorrir.
Chegamos ao campo 1 a meio da tarde, procuramos o melhor local para montar a nossa tenda, rodeada por muros de pedra para proteger
do vento. O terreno pedregoso rapidamente fica
pintalgado do cor de laranja das tendas, subo um
pouco para apreciar o cenário, gosto de ver o
efeito que tem o acampamento, a sua disposição,
o local das refeições, a tenda cozinha, afinal vai
ser a nossa casa por uns dias e quem não gosta de
ter a sua casa arrumada!
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
31
Aventura
A hora das refeições é onde o grupo mais confraterniza e os nossos amigos turcos através das
refeições saborosas que confecionaram tornaram esta hora numa verdadeira festa. Seis mesas
alinhadas olhando o Irão enchiam-se de iguarias
turcas que agradavam todos os paladares.
ter oportunidade de se habituar à escassez de oxigénio que se faz sentir com o aumento de altitude
e consequente diminuição da pressão atmosférica. Este processo em que existe um aumento de
hemoglobina no sangue para que a quantidade
de oxigénio a ser transportada seja maior chama-se aclimatação. Convém que tudo seja tranquiGrupo curioso o nosso. Búlgaros e belgas.
lo e a um ritmo lento, e por isso foi um
Os búlgaros trouxeram as mochilas
dia de conversas, histórias de viagens
cheias de comida, que se tornaram
anteriores, e claro canto, muito
Convém
desnecessárias dada a excelente
canto búlgaro. À noite, as tenque tudo seja
qualidade da que nos era servidas messe iluminadas mostram
tranquilo e a um
da. Traziam também grandes
outro encanto ao acampamencâmaras de filmar para fazer
to, e é debaixo daquele céu de
ritmo lento, e por isso
uma reportagem. Começamos a
mil estrelas que repousamos e
foi um dia de conversa,
apelidá-los de bardos, qualquer
recuperamos energias para o
histórias de viagens
momento é bom para começadia seguinte.
rem a cantar, ouvimos um bom
anteriores, e claro
repertório de música tradicio- Rafa! És mesmo tu? – O seu sorcanto, (...)
nal dos Balcãs. Os belgas traziam
riso não me engana, o meu comconsigo o romance de D. M. Thomas,
panheiro do Kilimanjaro desce pelo
Ararat, começando numa Rússia do sécutrilho seguido de um enorme grupo de
lo XIX até à Nova Iorque de hoje, o enredo do espanhóis. O marinheiro que se tornou num
poeta Sergel Rosanov envolve o leitor com uma montanheiro ali estava para mais uma ascensão.
fantasia complexa e brilhante. Foi essa fantasia Que surpresa tão boa reencontrar aquele amique os trouxe até esta montanha, notava-se a sua go tão pitoresco. O nosso grupo dirige-se para o
falta de conhecimento de montanhismo mas uma campo avançado. Este campo localiza-se numa
forte vontade de realizar um sonho.
zona onde a montagem da tenda é mais comO dia seguinte aproximou-nos um pouco mais. plicada, ficamos encarrapitados numa pequena
Dia calmo em que subimos ao campo avançado e área inclinada. Temos que ter cuidado ao sair
regressamos ao campo 1, para o nosso organismo da tenda. A escuridão do céu anuncia trovoada,
32
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Aventura
Ararat
e em poucos minutos o vale é varrido por uma
chuva forte; como se dum espetáculo se tratasse,
a minha atenção foca-se na luz etérea, no som
dos trovões, na fúria do vento, na capa de água
que dança perante os nossos olhos. Estará Deus a
lançar um novo dilúvio sobre a Terra? Somos apenas espetadores, a trovoada dirige-se para leste.
A algumas horas da ascensão o grupo mostra-se
mais cabisbaixo, a meteorologia é determinante
no nosso sucesso.
Despertamos às 4 horas da manhã e depois de um
breve pequeno-almoço, iniciamos a subida. Eu e
o Artur fazemos a ponte entre os dois grupos, à
frente ficam os que têm mais dificuldades, os belgas; atrás os búlgaros. Frontais ligados, seguimos
a um passo lento. O trilho é bastante pedregoso o
que dificulta a progressão e a atenção tem que ser
redobrada. Começo a ouvir um burburinho, os
búlgaros estão a impacientar-se. É certo que o ritmo tem que ser lento, mas estava a impor-se uma
lentidão tal que para espíritos mais inquietos era
difícil acompanhar. Ia connosco um guia auxiliar
que a pedido de Ercan, o nosso guia, segue com
os mais rápidos. É melhor assim, quem está a
“atrasar” o grupo ainda fica mais nervoso, sente-se “culpado” e assim se torna muito mais difícil
avançar. Ficamos para trás. É importante haver
alguém a fechar o grupo. Depois de amanhecer
o cansaço já é grande e Ercan decide que eu, o
Artur, Koen e Jan devemos avançar. Naquele
momento já não tem a certeza que os mais lentos cheguem ao cume e isso também iria por em
causa a nossa ida. Poder ir ao nosso ritmo dá-nos
ânimo e em pouco tempo conseguimos alcançar
o restante grupo. Encontramo-nos mesmo à chegada do glaciar, avistamos o cone quase perfeito
do pequeno Ararat. Colocamos também os nossos
crampons que nos ajudarão a progredir no gelo.
Vento frio e cortante faz-se sentir, mas ao avistar o
nosso objetivo tudo parece mais fácil, os músculos
respondem de outra maneira, as pernas tornam-se mais leves, os pulmões aumentam de tamanho, os planaltos da Anatólia e os vales do Irão
encantam-nos o olhar. Sob a bandeira da Bulgária
tiro uma fotografia nos 5165m do monte Ararat.
Iniciamos o regresso ao campo base sem tempo
para procurar vestígios da Arca de Noé, a descida pode ser tão ou mais penosa que a subida e
a atenção deve ser redobrada. Na refeição dessa
noite deliciámo-nos com um bolo de chocolate
para comemorar o dia. Nem todos subimos ao
cume, mas foi sem dúvida para todos uma bela
aventura. ø
Luísa Tomé
Papa-Léguas
www.papa-leguas.com
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
33
Aventura
 Crónica
 Crónica por Sílvia Romão
lousã,
lOUSÃ,
Uma caminhada
caminhadainterna...
Interna...
Uma
34
Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR
Aventura
Lousã
OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013
35
Aventura
O
mês passado propus-me a uma caminhada pela serra da Lousã. Normalmente estou à vontade para me
fazer à montanha sozinha. Tenho
alguma experiência em escalada e
montanhismo. E este percurso anunciava-se fácil. Coisa para durar umas duas horas.
Parei por momentos para beber água. Continuei
enquanto trincava uma tosta. Talvez me tenha
distraído com a tosta, com a aldeia ou com os
meus pensamentos, quando dei por mim já não
havia sinais do trilho. Não foi muito tempo que
estive desatenta, mas dado o meu inexistente
sentido de orientação foi o suficiente para me
perder.
No início o trilho oferecia uma estrada larga,
bem definida, com sombras e fresco. Foram dez Tinha três hipóteses:
minutos neste cenário até encontrar o rio. A partir daqui começou a subida. Nada de especial. - Aventurar-me por um outro caminho de pé
Depois um pouco mais íngreme. Fazível. Ainda posto que havia ali ao lado, correndo o risco de
mais íngreme. E uma hora depois já tinha de me perder ainda mais para dentro da montanha.
usar três apoios (dois pés e uma mão) para tre- - Seguir pela estrada asfaltada sabendo que tepar. Haviam pedras altas e rochas incontorná- ria 18 quilómetros pela frente até ao local onde
veis. Se o percurso está classificado com dificul- tinha deixado o carro.
dade média, esta subida há-de acabar não tarda, - Regressar pelo trilho que tinha feito, conhepensei. E acabou. Uma hora e meia depois para cendo as dificuldades que já me tinham sido
dar lugar a uma descida acentuada e de casca- apresentadas no caminho até ali.
lho que me fazia escorregar a cada passo.
Meia hora a deslizar encosta abaixo.
Uma viagem que iria terminar em
Terminou.Outra subida. Desta vez
meia hora, perspetivava-se agora
de terra batida mas bastante inbem mais longa.
Corra melhor ou
clinada. Mais um hora. Já ia
com as duas horas que tinha
Nos caminhos que já percorri
pior estamos naquele
previsto e mais meia quando
por essas montanhas, sempercurso porque escolhefinalmente cheguei à aldeia
pre tive dificuldade em lidar
mos. Os nossos sonhos, tal
de xisto. Linda. Mágica. Em
com as subidas. Olho para
ruínas.
elas e acho que não sou cacomo os caminhos, acon-
tecem porque demos o
primeiro passo.
36
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Aventura
paz, as minhas pernas vão ceder, vai faltar-me o
fôlego. Sofro por antecipação. É uma espécie de
vertigem mas ao contrário.
O que me fez optar por voltar pelo mesmo caminho foi exatamente o facto de ter passado tanto
tempo a subir. Era quase sempre a descer, havia
de ser rápido. As subidas que agora iam ser descidas não deviam ter sido assim tão complicadas
porque afinal eu tinha-as conseguido fazer.
Três dificuldades: Algum cansaço, sol abrasador
e falta de água.
Avancei. Ficar ali parada é que certamente não
me ia levar de volta ao início. Nestes passos de
regresso percebi que afinal a subida que eu tinha empreendido era mesmo difícil e demorada. O que tornou a respetiva descida também
ela um desafio. Espantei-me de a ter conseguido
fazer e quase que me alegrei pela forma que o
destino tinha arranjado para me mostrar a real
dimensão das minhas capacidades físicas.
A partir daqui começaram a encaixar-se algumas conclusões.
Enfrentar a adversidade da montanha é como
concretizar um sonho ou perseguir uma paixão.
Se não, vejamos:
Corra melhor ou pior estamos naquele percurso
porque escolhemos. Os nossos sonhos, tal como
os caminhos, acontecem porque demos o primeiro passo. Seja para tomar contacto profundo
com a natureza e paisagens que só estão acessíveis através de caminhos de pé posto ou para
correr atrás de uma paixão, temos de decidir
que queremos fazê-lo. E a seguir temos de agir.
Mesmo com as adversidades e dificuldades próprias de quem decide arriscar, o resultado é
sempre compensador. A concretização de um
sonho pode falhar. Mas a maior frustração vai
para quando nunca se tentou. Tal como uma caminhada. Há locais e paisagens que nunca conheceria se nunca tivesse penetrado no coração
de algumas serras por veredas onde só cabem as
minhas botas de caminhada. As aldeias, os riachos e as árvores que vi, os sons, e os cheiros da
montanha dificilmente os teria experimentado
se tivesse optado por não sair da comodidade do
carro na estrada asfaltada.
Quando começamos a nossa viagem, seja ela a
busca de um sonho ou por trilhos sinuosos de
uma serra, é fundamental irmos estabelecendo pequenos objetivos que vamos celebrando
como grandes vitórias até à nossa meta final.
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
37
Aventura
Por vezes a distância a percorrer
até ao destino a alcançar é longa e esse facto pode ser bastante
desmotivador. No meu caminho
de regresso, cansada, sem água e
com o sol a queimar pensava: é só
chegar ao cimo daquela ladeira
e descanso, se conseguir passar
aquela curva, depois o caminho
até à ruína é mais fácil ou no final deste destrepe há o rio, posso
refrescar-me. E assim sucessivamente.
Devemos focar-nos no momento presente. No meu percurso de
regresso houve uma altura em
que dei por mim a escorregar várias vezes e a desequilibrar-me.
Abrandei e pensei que arriscar-me a torcer um pé não podia
ser uma hipótese. Por isso trouxe
mais atenção à minha passada,
abrandando o ritmo e assegurando-me que colocava os pés em
locais firmes. Abandonei a ansiedade e a urgência de chegar. Por
vezes, ao decidirmos concretizar
um sonho deixamos a nossa mente pousar num futuro onde o caminho já foi percorrido. O futuro
é algo que ainda não existe e se
desviarmos a nossa atenção do
que estamos a viver no presente
corremos o risco de que nunca
chegue a existir.
Calar as vozes traiçoeiras. É importante reconhecermos quando
as nossas vozes internas estão
apenas a tentar boicotar-nos.
Muitas vezes essas vozes são apenas os nossos medos infundados.
A dada altura do meu caminho,
no início de uma subida inclinada
e sem sombras, surgiram vozes
na minha cabeça que repetiam
constantemente: “Não tens pernas para isto. Estás exausta. Não
tens água. O sol que está vai acelerar a desidratação. Para.” Estas
vozes somos nós mesmos. Como
tal temos o poder de as controlar.
Temos autoridade sobre elas. Foi
assim que decidi por um ponto de
ordem e silenciá-las.
Chegar ao final e fazer uma re38
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
ci que era.
Viajar sem grandes planos por este país e partilhar esta experiência através da escrita é o
que estou a fazer cada vez mais assiduamente.
O caminho que tenho feito para chegar aqui
é muito semelhante à minha experiência na
serra da Lousã. Os métodos aprendidos pela
experiência da escalada e da caminhada têm
sido boas ferramentas nesta epopeia. Afinal na
vida tudo se toca. ø
Sílvia Romão
30dp.org
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
39
Aventura
Lousã
trospetiva. Tomarmos consciência do nosso valor real. Arriscar a sair da zona de conforto, concretizar um sonho é um grande feito. A modéstia
excessiva, a falta de valorização das nossas verdadeiras capacidades traem-nos tanto quanto a
presunção exagerada. Há que gozar o momento
em pleno, sermos honestos connosco mesmos.
Nesta minha experiência tive a oportunidade de
perceber que as minhas capacidades físicas e de
determinação eram muito mais fortes do que eu
julgava. Mais, ao fazer o caminho de regresso, o
destino demonstrou-me que tenho muito mais
potencial para fazer subidas íngremes do que
alguma vez eu tinha julgado. Olhando para trás
agora parece-me que nem foi assim um esforço
tão grande como na altura eu quase me conven-
Em família
Entrevista
natércia silvestre,
o trail em feminino
por Isa Helena
emanuel pombo,
um prazer sobre rodas
por Bebiana Cruz
fotografias: Luís lopes
40
Julho_Agosto 2011 2013
Janeiro_Fevereiro
OUTDOOR
OUTDOOR
OUTDOOR Julho_Agosto 2011
41
Entrevista
Natércia Silvestre
Entrevista
Natércia Silvestre, um nome sonante do Trail
em Feminino. Para Natércia, o trail começou
quase por engano... Hoje é uma das atletas de
referência desta modalidade em Portugal.
Como surgiu a paixão pelo Trail Running?
A minha paixão pelo Trail Running começou
quase ao engano! Em 2008, um amigo desafiou-me a participar numa prova que ia haver na
zona dele.
Fui com um grupo de amigos, almoçámos junto a uma praia fluvial e depois alguns foram à
caminhada e outros à corrida. Lembro-me que
a prova custou um pouco, mas gostei tanto do
ambiente da prova e da paisagem, dos locais por
onde passámos, que decidi começar a inscrever-me noutras provas do género, quase só com o
intuito de conhecer alguns cantos deste Portugal que eu desconhecia.
O que te fascinou para escolheres esta
modalidade?
Desde há muito tempo que me lembro de correr só por correr. Sair de casa e ir correr para
espairecer. E raramente participei em provas
de estrada. No que respeita a participação em
provas, quase comecei no trail e por ter gostado
tanto decidi continuar a participar neste género
de provas.
Entretanto um desafio chama outro, as distâncias das provas que me aventurei fazer foram
aumentando e continuo a querer superar novos
desafios… Gosto muito do ambiente das provas,
das pessoas amigas que se lá encontram, do desafio que é ultrapassar
certos obstáculos, do
superar-nos a nós mesmos…
O que te motiva
para
praticares
esta modalidade?
O gosto pela natureza.
Acho que é acima de
tudo isso. A liberdade
que se sente ao estar
em contacto com a natureza, o desafio de ultrapassar os obstáculos
que ela nos impõe – incluindo as condições
atmosféricas, a beleza
com que nos deparamos em certos locais
42
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
ao longo da prova, seja um arco-íris, um riacho
fantástico, um animal… É isso que neste momento me leva também a inscrever-me em provas lá fora, utilizando a corrida como estímulo
para ir conhecer outros locais…
Entrevista
Natércia Silvestre
Como são os teus treinos de preparação para as provas?
Treino com a orientação do meu treinador, Paulo Pires. Desde meados de 2011 é ele o responsável pela minha orientação para as provas em
que me proponho a participar. Semanalmente
faço 5 a 7 treinos de corrida, para além de uma
parte importante de flexibilidade e musculação
após o treino propriamente dito.
Praticas outras modalidades para além
do Trail Running?
Não. Sinceramente não tenho muito tempo, a
maioria das semanas não consigo sequer cumprir o plano de treino…
Qual a distância que preferes correr?
Distâncias acima dos 30-40km.
Em que é que inspiras quando praticas
este desporto?
Nunca pensei nisso… Há
várias pessoas que admiro e que acho que
Talvez a
são um exemplo de
pessoa que mais
superação,
mas
me tem motivado e
não os vejo como
fonte de inspirainspirado seja mesmo o
ção.
Paulo. É ele que tem acre-
ditado em mim e me tem
Talvez a pessoa
desafiado a traçar para
que mais me tem
motivado e inspimim mesma desafios
rado seja mesmo
e a tentar superáo Paulo. É ele que
-los.
tem acreditado em
mim e me tem desafiado a traçar para mim mesma
desafios e a tentar superá-los. Obrigada Paulo!
Quais os teus principais objetivos no
mundo do Trail Running?
Em termos concretos nem sei bem definir os
meus objetivos no mundo do trail. Tento viver
o dia a dia de cada vez! Há 2 anos não me imaginava a fazer uma prova de 42km, há um ano
achava que seria incapaz de completar uma de
80km.
Neste momento não sonho fazer mais que 100km
numa mesma prova… Quem sabe para o próximo ano… Os meus principais objetivos no mundo do trail são na verdade o querer ultrapassar,
pouco a pouco, os obstáculos e desafios que me
proponho a fazer. Também como experiência
ou moral de vida, de querer sentir que somos
mais fortes do que algumas vezes pensamos,
que por vezes a força surge nem sabemos bem
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
43
Entrevista
de onde… E as provas
mais longas, como desafio de superação,
têm-me ensinado a
conhecer-me um pouco melhor, a perceber
que realmente às vezes valho mais do que
penso e que tenho aqui
ou ali uma estrelinha
que me guia e apoia,
que me leva a seguir
em frente sem cair ou
desmoralizar…
Achas que esta paixão pelo trail está a
crescer entre as mulheres?
Penso que sim. Felizmente há cada vez mais
mulheres a participar em provas de trail.
Qual foi até agora o ponto alto da tua
carreira como atleta?
Talvez a prova em que participei nos Pirinéus
em agosto de 2012. Foi a primeira (e única por
enquanto) prova que fiz fora de Portugal, a primeira com distância superior a 50Km e em que
corri acima dos 2000m de altitude.
Foi uma experiência gratificante em termos
pessoais, correu bastante melhor do que eu esperava e permitiu-me conhecer um pouco dos
Pirinéus, que eu não conhecia.
Que conselhos dás a quem se quer iniciar na modalidade?
A quem não faz desporto por rotina sugiro começar correr progressivamente e inscrever-se
em caminhadas (porque as há em quase todas
as provas de trail), para conhecer um pouco o
ambiente e perceber qual o terreno e em que
consiste o trail. A quem já é um corredor habitual, sugiro apenas que se inscreva numa prova
e participe!
Vai ver que é um ambiente fantástico e apaixonante e ficará certamente a vontade de participar noutras provas. ø
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Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Entrevista
Natércia Silvestre
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
45
Por terra
 Descobrir
Arouca Geopark
descobrir-se a si mesmo, numa viagem no
A
rouca, o território «Arouca Geopark»,
não é um sítio onde se vai, ou onde
se chega. Arouca é um destino que
se descobre. Que se vai descobrindo.
Que interroga o viajante. Que o seduz. Que se deixa descobrir.
Quando o viajante inicia a descida para o vale de
Arouca, já depois de se ter deixado invadir pela
magia das montanhas, experimenta o mesmo
que muitos dos que o fizeram anteriormente relataram nas suas crónicas de viagem. Aquilino,
que por aqui fez passar o seu «Malhadinhas».
Camilo, que aqui contou os seus «Vulcões de
Lama». Saramago, o Nobel, que narrou a sua
viagem de uma forma parecida à de Alexandre Herculano. Se tantos o imortalizaram pelas
palavras, é porque o que resta de imaginário,
46
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
a fotografia deste passeio, tem de ser preenchido pelo próprio viajante. Disse Herculano:
«Torneia-se o monte e começa a descida para
o vale de Arouca. A encosta e o vale igualam
em beleza Sintra, e excedem-na em vastidão».
É aqui, na estrada que nos conduz, a direito, ao
coração destas terras, que se inicia a odisseia
do viajante.
A chegada
À medida que se vai aproximando do centro da
vila, o viajante vê crescer, diante de si, um edifício a cuja monumentalidade o olhar não consegue fugir. Depois de um primeiro olhar sobre a
vila, o viajante verifica que não consegue descobrir todos os encantos por si mesmo. São muitos
e demasiado profundos para não serem interpretados e devidamente absorvidos. No Posto de
Por terra
Arouca Geopark
Turismo local, sede da Associação Geoparque Arouca, recolhe as informações e desenha o mapa da sua descoberta. O Mosteiro
de Arouca, o tal edifício monumental, que
ainda espreita por uma nesga da janela do
Posto de Turismo, parece atraí-lo, como se
o convidasse a uma viagem no tempo.
A viagem no tempo
De facto, Arouca nasceu e desenvolveu-se
«à sombra» do seu Mosteiro, como o povo
costuma dizer e como se pode ver pela
forma como as casas foram «abraçando» o
edifício. Numa rápida subida ao monte da
Senhora da Mó, com uma vista ampla sobre
o vale, o viajante poderá ver isso mesmo.
O Mosteiro de Arouca, um dos legados da
ordem de Cister, marcou, como todos os
mosteiros, a identidade e a dinâmica desta
terra.
o tempo
Foto: Arouca Geopark
Ao iniciar a visita ao Museu de Arte Sacra,
instalado numa das alas do edifício, o viajante é surpreendido pelo silêncio que as
grossas paredes do monumental espaço
conseguem conservar. A grossa chave de
ferro rodou sobre a fechadura, depois de
uma breve passagem pelo claustro. O viajante inicia uma outra viagem, desta vez no
tempo.
A respiração sustém-se e o olhar é, de repente, inundado pelo brilho e pela imponência do cadeiral. Ao cimo, a Rainha Santa
Mafalda, filha de D. Sancho I, outrora rosto
do governo deste Mosteiro e destas terras,
manifesta a sua autoridade com um sorriso, presidindo a um capítulo, em
que as santas freiras de Cister
estão dispostas lateralmente,
À medida que se
nas estátuas de Jacinto Vieira.
vai aproximando do
centro da vila, o viajante
vê crescer, diante de si, um
edifício a cuja monumentalidade o olhar não
consegue fugir.
Em baixo, o viajante deixa-se absorver pelo som e
pela monumentalidade do
fabuloso órgão de tubos,
de 1743, exemplar raro da
organaria ibérica. Ao lado,
na Igreja, repousa o corpo
de Santa Mafalda, como que
conduzindo, ainda, as almas deste povo. Na ala do Museu, o viajante
percebe que era esta casa o centro da vida
cultural, religiosa, política e até mesmo
tecnológica. Aqui se ensinou e aprendeu,
aqui se fez a melhor música da época, aqui
se rezou, aqui se desenvolveram as melhores espécies e técnicas de cultivo, na cerca,
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
47
Por terra
milhões de anos. No xisto, ficaram
a «quinta». Lá dentro, da joalharetratados os animais de aspeto
ria à paramentaria, da pintuCom o mesmo
enigmático que habitavam os
ra à escultura, do mobiliário
nome, «Trilobite», o
mares dessas eras: as trilobites.
aos utensílios quotidianos, o
Aqui, no «Arouca Geopark», o
viajante para se deixar surviajante deixa-se seduvisitante descobre, nesta viapreender pela riqueza dos
zir pelos sabores tradigem no tempo, os maiores
manuscritos musicais, ricacionais, aliados à teexemplares do mundo, fossimente iluminados, concebilizados na rocha, no xisto, com
dos, os mais antigos, pela mão
mática geológica.
características bem diferentes de
dos copistas medievais. De reoutros testemunhos geológicos que
gresso ao claustro, o viajante está
encontrará, entretanto. A fome aperreticente em regressar ao tempo de
ta, e o viajante procura prosseguir a sua
que realmente é. Sobre o claustro quadrangular, penetrando as arcadas, há um sol descoberta. Recorre ao mapa traçado, e segue
viagem.
que o convida a prosseguir viagem.
Os retratos na rocha
O viajante apercebe-se que o «Arouca Geopark»,
vai passar o tempo a interrogá-lo, a levá-lo a
buscar no passado a explicação para o presente e a vontade de preservar esse legado para o
futuro. Embrenha-se, novamente, na montanha, aprecia o ondulado do terreno verde que
o ladeia. Volta a subir à montanha, e encontra
um edifício onde o xisto impera. A viagem no
tempo que está prestes a começar é bem mais
longa. O viajante chegou ao Centro de Interpretação Geológica de Canelas, e prepara-se
para mergulhar num vasto mar de cerca de 500
48
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Com o mesmo nome, «Trilobite», o viajante
deixa-se seduzir pelos sabores tradicionais,
aliados à temática geológica. A vitela arouquesa, que marca os sabores destas terras, ganha
outra forma, mas mantém o paladar. O viajante
delicia-se com as iguarias que não encontrará, sente-o, em mais nenhum destino, e espera
pela sobremesa para, no imaginário, regressar
ao Mosteiro, e saborear a fabulosa doçaria conventual, ainda confecionada seguindo o receituário monástico. É hora de partir, para outra
viagem no tempo.
«Pedra que pare pedra»
O viajante volta a consultar o mapa de viagem.
Encontra traçados vários percursos pedestres,
verdadeiras rotas mágicas, que o levarão à descoberta de si mesmo, ladeado por paisagens
que talvez já não pensasse existirem. Ao caminho. Do alto do ponto mais alto da Freita, em
São Pedro Velho, o viajante sente-se no topo do
mundo. Além, a ria de Aveiro, o mar, o Porto,
mais ao lado, outras montanhas mágicas, roda
o olhar para o Montemuro, e volta a si mesmo.
O viajante está pleno de si mesmo, e volta ao
centro da vila. É tempo de retemperar forças.
O regresso
De regresso, o viajante não deixa de reparar nas
vacas de raça arouquesa que pontuam as margens da estrada. Dizem-lhe, com toda a verdade, que é daqui, de forma absolutamente natural, que é criada a carne que saboreou e que vai
saborear à mesa. O viajante está, sem dar conta, quase a terminar o capítulo da sua viagem.
No Hotel Rural Quinta de Novais, espera-o um
jantar e um alojamento com um acolhimento
praticamente familiar. O viajante distende-se, e
sente-se em casa. Fecha o livro de viagens. E
verifica que há muito do que viu, muito do que
descobriu que estava em si mesmo. O «Arouca
Geopark» apenas teve o dom de o interrogar a
cada passo. Voltará às (boas) memórias sempre
que queira. Será sempre bem-vindo. ø
Ivo Brandão
www.geoparquearouca.com
o que é um
geoparque?
Um Geoparque é um território com limites bem
definidos que possui um notável Património Geológico aliado a toda uma estratégia de Desenvolvimento Sustentável. Os principais pilares de
um Geoparque são a Geoconservação, a Educação
para o Desenvolvimento Sustentável e o Turismo,
com o propósito de fomentar a construção de novas
infraestruturas, que promovam a conservação do
património geológico, a educação e o turismo; o desenvolvimento de novos produtos locais e serviços;
o encorajamento do artesanato e do crescimento
económico local e, assim, a criação de novas oportunidades de emprego.
O «Arouca Geopark», correspondendo à área administrativa do Concelho de Arouca, é reconhecido
pelo seu excecional Património Geológico de relevância internacional, com particular destaque para
as Trilobites gigantes de Canelas, para as Pedras
Parideiras da Castanheira e para os Icnofósseis do
Vale do Paiva.
Este valioso e singular Património Geológico inventariado, num total de 41 geossítios, constitui a
base do projeto Arouca Geopark, cuja entidade responsável pela gestão é a AGA - Associação Geoparque Arouca.
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
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Por terra
Arouca Geopark
«Pedras Parideiras» foi o nome com que os habitantes da aldeia da Castanheira, em plena Serra
da Freita, batizaram uma ocorrência geológica
única no mundo, tão intrigante como belo, no
seu aspeto e no imaginário que desperta. Depois
de subir à Serra da Freita, e depois de deixar o
tempo parar diante da Frecha da Mizarela (uma
queda de água de cerca de 60 metros de altura, junto à nascente do rio Caima), o viajante
acaba de percorrer um caminho que serpenteia
por entre a urze colorida, até chegar à Casa das
Pedras Parideiras, um centro de interpretação,
recentemente inaugurado, e que serve de bússola ao viajante nesta nova viagem no tempo.
Da «rocha mãe» de granito, vão-se destacando
nódulos negros, de textura e densidade diferentes, o que levou os aldeões a dizerem que aqui
há «pedra que pare pedra».
Por terra
 Descobrir
Arouca Geopark
13 pequenas rotas para descobrir
PR1— Percurso de Santa Maria:
O PR1 é um percurso pedestre de pequena rota,
circular, com um pequeno ramal de acesso à Sra.
do Monte. Tem cerca de 19 km.
Sai do Santuário da Sra. do Monte por um caminho
florestal que se inicia no largo em frente ao portão
daquele, indo pela curva de nível, quer dizer, não
sobe nem desce… Passado 1 quilómetro encontra-se numa portela (Fojo) onde há cinco caminhos.
O Marco Geodésico da Pedra Posta é o ponto
mais alto do Concelho de Arouca e um dos pontos
mais altos deste recanto da Serra do Montemuro
(1222m).
características:
Distância a percorrer: 19 km (circular)
Duração média do percurso: cerca de 6 horas
Local de saída/chegada: Srª do Monte (Alvarenga)
Dificuldade: Médio
Mais Informações: Arouca Geopark
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Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
PR2— Caminhos do Vale do Urtigosa:
Por terra
Arouca Geopark
Pode iniciar o percurso, por ser em circuito, em
qualquer uma das localidades por onde passa.
Siga em direção ao lugar de Torneiro, depois de
atravessar o rio Urtigosa e um dos seus maiores
afluentes: o ribeiro de Escaiba. Depois de Torneiro iniciará uma subida que o levará ao lugar de
Póvoa. Daqui irá avistar uma maravilhosa paisagem sobre Souto Redondo e o vale do rio Urtigosa, com Rossas ao fundo.
É por caminhos centenários de calçada marcada
por carros de bois que seguirá até Souto Redondo. Em Lourosa de Matos desça até ao rio Urtigosa, que atravessará por uma antiga ponte de
arco. Siga um caminho tradicional acompanhando o rio para jusante. Após 300 metros vire à sua
esquerda e siga o trilho estreito que acompanha
a levada. Sem subir nem descer, à sombra fresca
dos castanheiros... rapidamente alcançará o lugar da Cavada e de seguida a igreja de Rossas,
que se toma como ponto de partida.
características:
Distância a percorrer: 11 km (circular)
Duração média do percurso: cerca de 5 horas
Local de saída/chegada: Igreja Matriz de Rossas
Dificuldade: Baixo / Médio
Mais Informações: Arouca Geopark
PR3— Caminhos do Sol Nascente:
O PR3 é um percurso que se inicia junto à Igreja
Matriz de Moldes e que termina no mesmo local.
No entanto, por ser circular pode ser iniciado em
qualquer dos lugares por onde passa e em qualquer sentido.
Durante esta caminhada desfrutará de uma deslumbrante panorâmica sobre o Vale de Moldes e
a Srª da Mó. Destes caminhos ora asfaltados, ora
empedrados, estenda sobre a paisagem os derradeiros olhares de quem está de partida, já com
vontade para voltar.
características:
Distância a percorrer: 13 km (circular)
Duração média do percurso: cerca de 5 horas
Local de saída/chegada: Igreja Matriz de Moldes
Dificuldade: Médio
Mais Informações: Arouca Geopark
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
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Por terra
PR4— Percurso de Santa Maria:
O percurso inicia-se junto à capela de Stª. Maria do
Monte, na freguesia de Stª. Eulália. Começamos a
marcha rumando para sul, em direção à Serra da
Freita.
Chegando ao topo da aldeia da Ameixeira, atravessa-se a estrada de asfalto e por estreito carreiro
atinge-se um estradão que se dirige ao lugar de
Currais. Para se chegar aí, toma-se um caminho à
direita, que sobe, primeiro, suavemente, e depois
de passar o ribeiro, de forma mais acentuada, até
atingir um estradão que se desenvolve pela curva
de nível e se encaminha para os Viveiros da Granja. Deste estradão tem-se uma imponente panorâmica sobre o vale de Arouca ao fundo e sobre a
Serra do Montemuro ao longe.
características:
Distância a percorrer: 13,3 km (circular)
Duração média do percurso: cerca de 5 horas
Local de saída/chegada: Capela de Stª Maria do Monte;
Dificuldade: Médio
Mais Informações: Arouca Geopark
Toma-se este estradão, à esquerda, até à antiga
casa do guarda florestal e parque de merendas, rumando, de seguida, para Chão de Espinho. Depois
de uns 500 metros de asfalto volta-se a atravessar
uma estrada de asfalto e inicia-se a descida para o
vale de Arouca, em direção ao pequeno povoado
de Povos. O caminho até esse povoado é um dos
recantos mais belos do percurso. Daí continua-se
por um estradão agradável até à Forcada. Daqui
até Stª Maria do Monte o percurso faz-se por caminhos antigos de rara beleza.
PR5— Rota das Tormentas:
O PR5 “Rota das Tormentas” inicia-se junto à capela de Silveiras, percorrendo caminhos comuns
com o GR28 “Por Montes e Vales de Arouca”.
Desce até à ribeira das Silveiras, que atravessa,
iniciando a subida, primeiro por um caminho de
calçada, depois por trilhos de montanha até ao
ponto mais alto do percurso: a portela Malhada
com 646 metros de altitude.
O caminho prossegue pela curva de nível, não
descendo nem subindo significativamente, até
iniciar a descida para Cortegaça.
características:
Distância a percorrer: 8,1 km (linear)
Duração média do percurso: cerca de 3 horas;
Local de saída/chegada: Capela de Silveiras / Janarde
Dificuldade: Médio
Mais Informações: Arouca Geopark
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Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Durante este trajeto, a paisagem é deslumbrante: vales profundos que se encaminham para o
vale do Paiva, encostas íngremes e floridas, a
vista da Serra de Montemuro ao longe, a norte…
Em Cortegaça inicia-se uma pequena subida até
à cumeada, onde existe uma estrada asfaltada
seguindo-se por ela, pela esquerda, iniciando-se
aqui a descida para Meitriz.
É no pequeno largo da velha aldeia tradicional de
Rio de Frades que se inicia este percurso.
Pouco antes do fim do asfalto, toma-se, à esquerda,
o antigo caminho que inicia a subida para Cabreiros. Depois de passar por algumas galerias das antigas minas e respetivas cascalheiras, prossegue-se, durante algum tempo, pela curva de nível, sem
subir, nem descer, à vista do Rio Frades. Logo de
seguida, inicia-se suave descida que nos conduz ao
pequeno pontão pelo qual é feita a travessia do Rio.
Dobrado o Rio, vem a subida constante até Cabreiros. À entrada do lugar, deparamos com a escola
primária, depois da qual tomamos o caminho da
direita que nos leva até Tebilhão. O trajeto entre as
duas aldeias é de rara beleza: do lado de Cabreiros
avistam-se as deslumbrantes leiras em socalcos de
Tebilhão; do lado contrário avistam-se o casario
da velha aldeia de Cabreiros e o verde que cobre
os seus múltiplos e pequenos campos de cultivo.
Prosseguindo o trajeto dobramos a capela de Sta.
Bárbara de Tebilhão e atingimos a carreira de moinhos do mesmo lugar, junto à estrada de asfalto.
Aí chegados, volta-se pelo mesmo caminho até Cabreiros. Retemperadas as forças, inicia-se a longa
descida até Rio de Frades.
Por terra
Arouca Geopark
PR6— Caminhos do Vale do Urtigosa:
características:
Distância a percorrer: 6 km (linear) (iniciando junto ao
cemitério +1000m)
Duração média do percurso: cerca de 3 horas
Local de saída/chegada: Largo de Rio de Frades / Carreira de Moinhos de Tebilhão
Dificuldade: Alto
Mais Informações: Arouca Geopark
PR7— Nas Escarpas da Mizarela:
Este percurso inicia-se no parque de lazer fronteiro ao parque de campismo do Merujal, através de
um caminho que se dirige à Mizarela.
Chegando à Mizarela, passa-se pelo miradouro e
prossegue-se descendo pela estrada de acesso à aldeia da Ribeira. 300 metros abaixo do miradouro,
vira-se à esquerda, por um carreiro, entre um carvalhal, com vista soberba sobre a Frecha da Mizarela. Seguindo este carreiro, toca-se mais a baixo,
numa curva, a referida estrada de acesso à aldeia
da Ribeira que, logo de seguida, se deixa para continuar por outro carreiro, que desce abruptamente
por entre escarpas com a bela cascata da ribeira da
Castanheira, do lado de lá, em escadaria. Chegando ao ponto de confluência desta com o rio Caima,
o caminho torna-se suave e, pela margem esquerda do rio rapidamente se chega à aldeia da Ribeira.
Passada a aldeia, atravessa-se o rio num pequeno pontão rumando-se à esquerda por um trilho
que, subindo ao longo da margem direita do rio,
chega à ribeira da Castanheira, acompanhando-a.
Transposta esta, atinge-se a crista da escarpa leste
e rapidamente se chega à ribeira dos Cabaços e à
escola de escalada.
Após a passagem de um colo toca-se o PR15, já
junto à estrada de asfalto, que se toma à esquerda,
chegando-se à aldeia da Mizarela. Aqui retoma-se
o caminho.
características:
Distância a percorrer: 8 Km (Circular)
Duração média do percurso: cerca de 3h30m
Local de saída/chegada: Parque de Campismo do Merujal (Serra da Freita)
Dificuldade: Alto
Mais Informações: Arouca Geopark
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
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Por terra
PR8— Rota do ouro Negro:
O PR8 – “Rota do Ouro Negro” tem o seu início em
Fuste (Freguesia de Moldes), junto à capela de
Santa Catarina onde também passa o PR3 – “Caminhos do Sol Nascente”.
características:
Distância a percorrer: 6 km (linear)
Duração média do percurso: cerca de 2h30m
Local de saída/chegada: Capela de St.ª Catarina de Fuste (Moldes)
/ Rio de Frades (Cabreiros)
Dificuldade: Médio /Alto
Mais Informações: Arouca Geopark
Durante uns 150 metros percorrem caminhos comuns até que, no meio do lugar o PR3 diverge para
a esquerda e o PR8 para a direita descendo por entre os campos da aldeia para o lugar do Pedrógão
continuando, a partir daqui, para as minas da Pena
Amarela. Após alguns estradões florestais, chega
ao trilho agora refeito e que passa em frente de
dezenas de bocas de minas rudimentares. Lá em
baixo, num vale profundo e encaixado, uma majestoso ribeiro da Pena Amarela recebe a água do
ribeiro da Covela, que ali chega por um leito em escadaria, formando cascatas. Ainda na zona de mineração atravessa o ribeiro da Pena Amarela numa
pequena ponte de madeira iniciando, de seguida,
a subida por um carreiro tradicional. Chegado ao
alto desta subida inicia a descida para o lugar de
Rio de Frades (Freguesia de Cabreiros) onde, faz
ligação com o PR6 – “Caminho do Carteiro”, outro
emblemático percurso pedestre de Arouca.
Como o percurso é em travessia, isto é, termina
num sítio diferente daquele onde se iniciou, tanto pode ser começado em Fuste como em Rio de
Frades.
PR9— Rota do Xisto:
A Rota do Xisto é um percurso pedestre de pequena rota com cerca de 16 quilómetros, em circuito.
Inicia-se junto à igreja matriz de Canelas e termina no mesmo local.
Todo este troço do PR9 decorre por caminhos comuns ao GR 28 “ Por montes e Vales de Arouca”,
grande rota esta que, no Centro de Interpretação
Geológica de Canelas, se separa da “Rota do Xisto”
para continuar para o Gamarão de Cima e depois
para Arouca, onde termina.
As Aldeias de Canelas e Vilarinho e a Mina do Pereiro são alguns dos pontos de interesse deste percurso.
características:
Distância a percorrer: 16 km (circular)
Duração média do percurso: cerca de 6 horas
Local de saída/chegada: Igreja Matriz de Canelas
Dificuldade: Médio
Mais Informações: Arouca Geopark
54
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
PR13— Na Senda do Paivô:
As grandes lages que acamam o caminho, e que
seguem em direção a Covêlo de Paivô, o nosso
destino, estão profundamente marcados pelo
desgaste das incontáveis passagens dos carros
de bois. Ao fim de cerca de dois quilómetros a
ribeira de Regoufe junta-se ao rio Paivô, que nos
vai acompanhar até Covêlo de Paivô. Doravante, a paisagem que se mostra durante este percurso encontra-se marcada pela forte presença
daquelas linhas d’água, sulcando um vale de
elevada beleza.
Ao chegar a Covêlo de Paivô pode passear pela
aldeia e mais tarde procurar a sua pequena praia
fluvial para um descanso merecido. Para voltar,
a pé, ao local de partida, terá de percorrer, em
sentido contrário, o mesmo caminho.
Por terra
Arouca Geopark
Para iniciar o percurso há que atravessar a aldeia até às últimas casas, localizadas na zona
oeste, onde se vai encontrar um trilho. Seguimos
por ele e um pouco mais à frente encontramos
um cruzamento, no qual tomamos a esquerda.
características:
Distância a percorrer: 4,5 km (linear)
Duração média do percurso: cerca de 1h30m
Local de saída/chegada: Regoufe / Covelo de Paivô
Dificuldade: Baixo
Mais Informações: Arouca Geopark
PR14— A Aldeia Mágica
Deixe o carro no início de Regoufe e passeie-se
pelas ruas tranquilas.
Partindo da capela, segue-se em frente, passando pelo meio da povoação. Vire no primeiro desvio à esquerda. Caminha-se então cerca de 100
metros entre muros de pedra que delimitam as
hortas, até atravessar uma ponte sobre a Ribeira
de Regoufe. De seguida inicia-se o percurso por
um carreiro do lado direito, marcado por uma
subida de elevada inclinação. Atingido o topo,
será surpreendido pela beleza e imensidão da
paisagem. Continuamos então por um trilho à
esquerda onde se avista, incrustada num fundo
vale, a aldeia de Drave.
Na entrada de Drave começam os originais muros de pedra, construídos de forma a sustentarem o homem nestas terras de acentuado declive. Nos dias de mais calor poderá, depois da
caminhada, refrescar-se nas águas da ribeira de
Palhais que atravessa a aldeia.
Para voltar faça o mesmo percurso, agora no
sentido inverso, até Regoufe, onde poderá visitar ainda as minas abandonadas de volfrâmio.
caracteristicas:
Distância a percorrer: 4 Km (Linear)
Duração média do percurso: cerca de 3 horas
Local de saída/chegada: Regoufe/Drave
Dificuldade: Baixo
Mais Informações: Arouca Geopark
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
55
Por terra
PR15— Viagem à Pré-história:
O percurso inicia-se na aldeia do Merujal. Segue
pela estrada nova, em asfalto até ao Parque de
Campismo.
Logo após o Parque de Merendas segue pelo trilho da direita até Albergaria da Serra. No cemitério
desta aldeia segue por um pequeno carreiro que
se apresenta pela sua esquerda, paralelo com o
lindíssimo rio Caima até ao Junqueiro. Junto ao
muro segue as marcas no trilho bem definido até
ao chamado Vidoeiro. A agradável e abundante
sombra proporcionada pelas “Bétulas” convida a
uma pausa.
Continua o trilho pela direita, passando pela Manoa da Portela da Anta à sua direita e pouco depois,
envereda pela esquerda por estrada de paralelos
numa distância considerável. Atravessa a estrada
principal de asfalto e segue pela direita até à Mamoa do Monte Calvo. Aí toma o carreiro da direita,
em pleno monte, até à aldeia da Castanheira.
Chegando à aldeia visite as “Pedras Parideiras” e
PR16— Passeio Exótico:
O início do itinerário faz-se na aldeia do Merujal.
Regresse à estrada de alcatrão e vire à direita na
direção de Albergaria da Serra. De seguida opte
pelo primeiro caminho de terra, à esquerda.
Chegados ao nível de cota mais baixa do percurso
(400m), e após atravessar a linha de água, deparamo-nos com um pinhal velho.
Prossegue-se o caminho sempre em frente até
encontrarmos um primeiro desvio à direita. De
imediato iniciamos a subida. Ao encontrarmos um
caminho florestal bem definido, correspondendo
ao segundo desvio à direita viramos, começando
a subir a encosta por trajeto em zig-zag bastante
íngreme.
Segue-se sempre pelo caminho melhor definido
que vai terminar, no fim da subida, noutro que percorre a encosta ao longo das curvas de nível, onde
se vira à direita. Seguindo em frente, chegamos à
estrada de alcatrão. Neste ponto opte pela esquer56
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
pare um pouco para se familiarizar com a população. Atravessa os campos da aldeia e sobe a encosta até à aldeia tradicional dos Cabaços. Passando a
estrada principal para a Zona de Lazer, atravessa a
ponte em madeira até um carreiro rodeado de muros que segue pela esquerda até à aldeia da Mizarela. Poucos metros à frente da aldeia encontrará o
miradouro para a Frecha da Mizarela. Contemple
as águas a despenharem-se desde 70 metros, antes
de se fazer ao caminho que o levará de novo à aldeia do Merujal.
características:
Distância a percorrer: 17 km (circular)
Duração média do percurso: Cerca de 5 a 6h
Local de saída/chegada: Merujal (Serra da Freita)
Dificuldade: Médio
Mais Informações: Arouca Geopark
da e entre no primeiro trilho de terra. Pouco depois
vira-se à direita por um antigo caminho rural entre
muros. No cimo da encosta tem-se uma vista bastante ampla, antes de se entrar num pinhal que vamos atravessar até chegarmos a um pequeno vale
com Pinheiro-Silvestre e tuias. Atingimos de novo
uma estrada de alcatrão, onde vamos virar à direita na direção do Parque de Campismo do Merujal.
Mais à frente viramos à esquerda, na direção da
Frecha da Mizarela e pouco depois deparamo-nos
com um desvio à direita não sinalizado para a aldeia do Merujal, término do percurso.
características:
Distância a percorrer: 9 km (circular)
Duração média do percurso: cerca de 3horas
Local de saída/chegada: Aldeia do Merujal (Serra da
Freita)
Mais Informações: Arouca Geopark
Por terra
Arouca Geopark
 Alojamento
Casa do Paúl
A Casa do Paúl resulta da recuperação de um
imóvel em ruínas, mantendo as paredes exteriores em xisto.
O conforto, a simplicidade e a adequação ao
espaço rural foram os critérios determinantes na recuperação do imóvel. Fica localizada
próximo do rio Paiva com praia fluvial a 100
metros e excelentes condições para a prática
de desportos de aventura, em particular em
águas bravas.
Contactos:
Dulce Soares
Telefone: +351 938 336 017
E-mail: [email protected]
Mais Informações: Casa do Paúl
Casa do Passadiço
“A Casa do Passadiço encontra-se localizada
no Centro Histórico de Alvarenga junto ao seu
Pelourinho. Recuperada pelos seus proprietários com materiais da região como o granito
mas adaptando-a aos tempos modernos com
todo o conforto. São 11 suites climatizadas,
um salão muitíssimo acolhedor e um pequeno bar no antigo lagar.”
Contactos:
Lugar de Trancoso Alvarenga
4540-048 Arouca
Telefone: +351 915 499 171
Morada: [email protected]
Mais Informações: Casa do Passadiço
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
57
Por terra
 Alojamento
hotel são pedro
Hotel S. Pedro é um hotel moderno no centro
de Arouca, que disponibiliza quartos e suites
contemporâneos e um bar no terraço com vista para as serras envolventes.
O Hotel tem restaurante próprio que apresenta uma mistura de receitas tradicionais,
receitas locais e cozinha inovadora. O elegante, bar no piso térreo apresenta uma grande
oferta de vinhos locais e espirituosas.
Hotel S. Pedro está equipado com tecnologias
amigas do ambiente, incluindo painéis solares
e sistema de tratamento de águas residuais.
Durante a estadia em Arouca, os hóspedes
podem visitar o Arouca Geopark, classificado
pela UNESCO. O centro da vila fica a uma caminhada de 5 minutos do Hotel S. Pedro. Poderá estacionar gratuitamente no local.
Contactos:
Dulce Soares
Telefone: +351 256 944 580
Morada: [email protected]
Mais Informações: Hotel de São Pedro
58
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Por Terra
 Evento
OMD Run 2013
C
“Estes loucos que correm”
orrer, libertar-se, exceder-se e passear. Tudo num só e ainda acompanhado de paisagens magníficas,
numa “nova” modalidade que encanta dos mais novos aos mais velhos. Tudo isto representa o Trail Run.
O Trail Run, ou corrida por trilhos, é uma modalidade que tem ganho importância e adeptos por
todo o mundo, e Portugal não é exceção. As provas e as suas inscrições têm aumentado substancialmente por todo o país, fazendo com que
o calendário das provas esteja pomposamente
preenchido. Compostas geralmente por largos
quilómetros, este é um novo desporto que desperta interesse e paixões. Desde logo, por ser
corrida fora de alcatrão, tem muito mais para
oferecer aos olhos. E à alma. O que atrai mais
nestas provas é o contacto com a Natureza, é a
superação de limites pessoais e a descoberta de
locais onde dificilmente se chega de carro, ou
60
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
não se chega de todo. E Portugal tem tanto para
descobrir…
De Proença-a-Nova, surge a Horizontes, uma
empresa especializada na criação e gestão de
eventos desportivos de cariz de natureza, um
“turismo desportivo” como gosta de dizer Paulo
Garcia, responsável pela empresa. “O objetivo
é conhecer Portugal, fazer turismo ao mesmo
tempo que se pratica desporto”, explica.
Uma das provas de maior nome desta empresa
é o “Oh Meu Deus” (OMD), que se bifurca nas
modalidades de corrida e bicicleta. A origem
do nome tem dois principais pontos: primeiro,
a universalidade da expressão. Segundo, é um
presságio para a sua própria composição: isto
não é para meninos!
O OMD Run, teve a sua primeira edição em 2011
e desde aí tem vindo a ganhar participantes.
Este ano, à semelhança do ano passado, reali-
Já a segunda etapa, realizada
em março, contou com a participação de 150 pessoas. Foi
uma prova bastante dura, com
subidas íngremes até ao Centro
Geodésico de Portugal e com
algumas travessias que bem
podiam ser feitas a nado. Parece que os deuses quiseram dar
mais uma pitada de dificuldade
no trajecto, e por isso, fizeram
chover durante uma semana
inteira, alagando muitos dos
locais por onde os atletas iriam
passar. Mas para quem corre
em montanhas, com trilhos de
uma exigência técnica tremenda, a chuva não assusta! E no
final, a medida que os atletas
iam chegando à linha de meta,
era notório o sorriso de felicidade que esboçavam. E aqui
as opiniões eram unânimes:
paisagens fantásticas, uma dificuldade acima da média e uma
diversão enorme, que culminaram numa excelente prova.
É este o espírito do Trail Run.
Não é chegar em primeiro e
ganhar contra não sei quantos
participantes. Não é ganhar um
prémio monetário quando se
chega ao fim. É uma luta pessoal, é um ultrapassar de expectativas, é o chegar ao fim. E
aqui vence-se (quase) sempre!
É turismo, é desporto, é aventura, é diversão!
A Etapa Rainha
Já diz o ditado: “ à terceira é de
vez”. E aqui o ditado aplica-se
de uma forma singular. A terceira etapa do OMD vai ser a
rainha da prova, a majestade
do Trail em Portugal Continental. Além do local privilegiado,
Por Terra
OMD
zou-se em três etapas, tendo
duas já concluídas. A primeira em “casa” da organização,
em Proença-a-Nova, logo no
início do ano, que contou com
mais de 130 participantes. Luís
Mota, um expert na matéria alcançou o primeiro lugar, numa
prova onde o frio e a chuva
também participaram.
Não
é ganhar um
prémio monetário
quando se chega ao fim.
É uma luta pessoal, é um
ultrapassar de expetativas,
é o chegar ao fim. E aqui
vence-se (quase) sempre!
É turismo, é desporto, é
aventura, é diversão!
a Serra da Estrela, esta será
a primeira prova em Portugal a percorrer 160 km. Mas
as novidades não se esgotam
por aqui: além de ser a prova
mais comprida, esta será também a única prova em Portugal Continental pontuável com
quatro pontos para o Ultra-Trail de Mont-Blanc, a Meca
do Trail Run. Esta corrida, pela
sua exigência e dificuldade, só
pode ser feita por quem tenha
conquistado pontos em provas
similares. Para o ano de 2014
são exigidos sete pontos, que
podem ser conquistados na
execução de três provas. Até
agora, era necessário rumar
à Madeira para conquistar
quatro pontos, dia 26 de abril
já pode ser feito em Portugal
Continental. Além dos quatro
pontos, o OMD Covilhã irá ainda pontuar três pontos nos 100
km e dois pontos nos 60 km.
Esta prova contará ainda com a
“participação especial” de Márcio Villar, um analista de sistemas brasileiro que tem como
principal motivação “fazer algo
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
61
Por Terra
que nunca ninguém fez”. Encontrou a solução
na sua nova “mania”: dobrar as provas em que
participa. Ou seja, em vez de 160 km, Márcio vai
percorrer 320 pelos trilhos da Serra da Estrela.
Esta prova é tão especial que até vai ser objecto
de estudo. Miguel Ângelo Oliveira, docente e investigador da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física (FCDEF) da Universidade
de Coimbra (UC) vai levar a cabo uma série de
testes médicos aos atletas dos 160 km que queiram contribuir para os avanços científicos desta
modalidade. No âmbito da sua dissertação para
obtenção de grau de Doutor, sobre a fisiologia
do treino e o esforço em altitude, o investigador
pediu a colaboração do Oh Meu Deus, na crença
de que será um excelente meio para a sua investigação.
O Trail mais bonito do Mundo
Não satisfeitos com a prova mais longa de Portugal, a Horizontes decidiu também fazer a prova
mais bonita. E que local poderia responder melhor a esse apelo sem ser Sintra? É claro que a
competição era fincada, em Portugal temos esse
problema de ter uma paisagem natural tão bela
quanto vasta de norte a sul do país, de este a
oeste. Mas Sintra, pelo seu misticismo e esplendor, tinha que ter uma prova de Trail. A organização explica essa escolha: “O Trail Monte da
Lua é uma viagem pela Sintra encantada, cheia
de história e glamour que tanto encanta nativos
como forasteiros. É um dos mais emblemáticos
destinos turísticos de Portugal e é património
mundial.”
Esta vai ser a segunda edição do Trail Monte
da Lua, que passa por locais tão emblemáticos
como a Quinta da Regaleira, o Palácio da Pena
ou o Castelo dos Mouro, quase como que numa
História de Encantar. Se a prova da Covilhã é a
Rainha, esta é sem dúvida a prova Princesa!
A prova realiza-se a 13 de julho e não será fácil.
Os mais de 50 km de percurso da prova (existe
ainda o percurso de 25 km) irão resultar numa
prova às capacidades de sofrimento e superação de todos os participantes. “Os quilómetros
finais, no regresso ao mar, serão de êxtase paisagístico e uma enorme dificuldade para progredir nos acentuados declives junto às Arribas
do Cabo da Roca” lê-se no site da organização.
As inscrições para estas provas estão abertas e
podem ser feitas no site da organização, em:
www.horizontes.com.pt. ø
Organização OMD
62
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Por Terra
OMD
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
63
Por Terra
 Indoor
PREPARAÇÃO
Indoor para
trail running
Por Amâncio Santos
Club Manager Fitness Hut Amoreiras
O
trail running é uma corrida realizada em percursos de trilhos, muitas apenas acessíveis a pé. Zonas
montanhosas, subidas de pequenos
riachos, com fundos rochosos e com
pouca água, entre outros tipos de piso… Por vezes a tecnicidade e dureza desta atividade impede
que os atletas consigam correr, tendo que caminhar, saltar e subir pedras.
Normalmente são provas longas e são feitas em
corrida lenta. É uma modalidade muito saudável,
com muito respeito pela natureza e pelos participantes. ø
www.fitnesshut.pt
Notas de treino:
2 a 3 séries de cada exercício
12 repetições de cada exercício
15 a 20 segundos de transição entre exercícios
1
Jacob ladders - 5min
2
Batling ropes - 3 exercícios
64
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Por Terra
Indoor
4
3
Squat com salto com barra - 25kg
Push ups - peso corporal
5
6
Subida banco unilateral com barra - 20kg
7
Remada com halteres em posicão prancha
- 5kg
Burpees - peso corporal
8
Knees to elbows no banco
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
9
Lombares no chão
65
Por Água
 Atividade
canyoning
66
Maio_Junho 2012 OUTDOOR
Fotos: Tobogã
Por Água
Canyoning
Por Água
É cada vez mais notória a reaproximação do
Homem à Natureza, não só pelo crescimento
de praticantes de desportos de evasão mas
também pela aproximação a estas atividades
por parte daqueles que se limitavam a ser
“meros espetadores”. Estamos perante uma
mudança de atitudes em que aqueles que
apenas “contemplam” a Natureza procuram
agora modos de a “viver” recorrendo aos Desportos de Evasão e ao Turismo de Ar Livre
como meios para atingir esse fim.
Uma das atividades que vai de encontro às
perspetivas destes “novos exploradores” é o
Canyoning por possibilitar o acesso a locais,
que, de outra forma seriam impossíveis de alcançar ainda nos esperam as mais belas, selvagens e intactas paisagens onde a ação do
Homem é quase nula.
piscinas naturais de água cristalina e beleza
ímpar, destrepar pequenos ressaltos, descer em
rapel, slide e outras técnicas de cordas necessárias para ultrapassar os sucessivos desníveis
naturais que os desfiladeiros nos apresentam.
É, sem dúvida, uma das atividades de exploração da Natureza mais completas através da qual
podemos descobrir e desfrutar de paisagens que
de outro modo seriam impossíveis de apreciar,
aliando as componentes de aventura, desporto
e lazer. As sensações refrescantes de mergulhar
e nadar em piscinas naturais de água límpida e
cristalina, a beleza natural das paisagens mais
escondidas como as cascatas e os desfiladeiros,
a aventura e a emoção, tudo numa só atividade!
QUEM PODE PRATICAR?
O Canyoning é uma atividade para todas as idades e sexos, desde que o nível de dificuldade do
percurso seja adequado ao grupo. Começando
pela etapa inicial, recomenda-se que participantes comportem habilidades básicas de progressão/caminhada em terrenos irregulares como
os de montanha, por períodos de pelo menos 2
horas a uma intensidade baixa, com várias pausas. Devido à flutuabilidade do equipamento e
ajuda dos guias, não é necessário saber nadar.
O QUE É O CANYONING?
O Canyoning é uma das atividades de Natureza
que maior crescimento tem registado nos últimos anos.
Consiste na descida de rios ou ribeiras em vales
de montanha ultrapassando todos os obstáculos
,recorrendo às mais variadas técnicas,
usando o indispensável equipamento de proteção individual. No mesmo percurso, é possível caminhar
Consiste na
pelo leito dos rios, nadar, merdescida de rios
gulhar e saltar (facultativo) para
ou ribeiras em vales de montanha
(...)
68
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
QUAL O EQUIPAMENTO
NECESSÁRIO?
É muito importante utilizar o
equipamento adequado, específico para a modalidade e que cum-
Por Água
Canyoning
(...) muitas
pra as Normas Europeias. Uma
to que não é fornecido aos partivez cumpridas as normas, ainda
cipantes, pela dificuldade óbvia
vezes para enexiste uma grande variedade no
em garantir os mais variados
trar ou sair do
que respeita à qualidade e contamanhos que os diferentes
canyon é necessário grupos podem apresentar. No
textualização dos equipamentos.
Por exemplo, se estamos a falar
entanto, na Tobogã há a possirealizar camide Canyoning no nosso país, os
bilidade
de alugar, não estando
nhadas (...)
fatos isotérmicos deverão ter entre
incluído no EPI devido à impossi4mm a 5mm de espessura. Se falarbilidade de garantir sempre o stock,
mos de Canyoning no norte da europa
como atrás referido);
devem ser mais espessos e em países tropicais
mais finos. Sendo assim, vamos descrever ape- OS PROCEDIMENTOS DE UMA DESCIDA
nas o EPI (Equipamento de Proteção Individual) TURÍSTICA
mínimo necessário para um praticante iniciado Uma descida turística envolve processos difee devidamente enquadrado (acompanhado por rentes de uma descida desportiva, principalGuias) em Portugal.
mente devido ao facto de muitas vezes estarmos
na presença de estreantes na modalidade. As• Fato de neoprene de 5mm no tronco e 4mm sim sendo, mesmo antes de entrar no canyon, é
nos membros de forma a tornar-se mais con- necessário passar por um briefing inicial onde,
fortável, não condicionando negativamente os entre muitos aspetos, será apresentada a modamovimentos necessários a uma boa progressão; lidade, as regras e os procedimentos que se irão
• Meias de neoprene de 3mm;
efetuar.
• Capacete com a norma EN12278 (de preferência um modelo totalmente ajustável, leve e con- Após a distribuição do devido equipamento, cofortável);
meça a verdadeira aventura. É importante re• Arnês de norma EN12277 equipado com longe ferir que muitas vezes para entrar ou sair do
dupla de EN566;
canyon é necessário realizar caminhadas de
• Conectores (mosquetões) com norma EN12275 aproximação/saída cuja duração varia consoane EN362 (segurança com aperto de rosca);
te os percursos.
• Descensor oito com certificação ISO ou CE;
• Calçado anfíbio, com boas características de Na seleção dos canyons de iniciação esse factor
aderência em pisos húmidos, boa proteção e es- deve ser tido em conta, optando por percursos
tabilidade dos tornozelos (no meio da animação com aproximações e saídas curtas.
turística, geralmente este é o único equipamenOUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
69
Por Água
ONDE POSSO PRATICAR?
Em Portugal o Canyoning é praticado em algumas ilhas dos arquipélagos dos Açores e Madeira e nas zonas Centro/Norte.
No continente português, considera-se como
sendo o melhor local para a prática desta atividade o Parque Nacional Peneda Gerês por vários
fatores, destacando-se as suas paisagens únicas
e as águas cristalinas das suas piscinas naturais
escavadas em granito, de tons azul-turquesa ou
esverdeados quando expostas ao sol. É sem dúvida o paraíso do Canyoning em Portugal Continental. Além disso, devido às caraterísticas
geológicas destes percursos, tornam-se menos
escorregadios e por isso de mais fácil progressão.
IMPORTANTE SABER
O Canyoning, assim como muitas das outras
atividades de exploração da Natureza, não está
isento de riscos. De forma a minimiza-los, recorra sempre a empresas devidamente certificadas/legalizadas, com equipamento adequado e
acompanhamento por Guias Profissionais e Especializados, respeitando e cumprindo todas as
regras de segurança que lhe forem transmitidas.
Ser conduzido por alguém que saiba comunicar
de forma simples e esclarecedora, antecipe devidamente todos os passos/riscos, selecione e
conheça muito bem os percursos, domine todas
as técnicas envolvidas, haja em função de todos
os participantes, entre outros pormenores, certamente distinguirá positivamente uma experiência deste tipo.
Estamos a falar de lazer mas também na nossa
segurança, por isso não descorar estes princípios de seleção. É fundamental para que a experiência se torne inesquecível em toda a sua
plenitude.
Agora…não se fique pela imaginação quando
já sabe do que precisa para experimentar! Tal
como um bom jantar, que é melhor saborear do
que observar, o Canyoning também é muito melhor experimentar!
Tudo está previsto para o contacto com a água,
como a utilização obrigatória dos fatos de neoprene. Venha divertir-se e não se esqueça do
protetor solar, não vá o Sol fazer das suas… ø
Bruno Silveira, Manuel Costa, Joel Pereira
ww.toboga.pt
70
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Por Água
Canyoning
atividades canyoning em portugal
canyoning no gerês
ficha técnica:
Duração: 5 a 6 horas
Nível: Fácil
Mínimo: 4 pessoas
Preço: 50€ por pessoa
Organização: Tobogã
canyoning ribeira da pena (góis)
ficha técnica:
Duração: Cerca de 5 horas
Nível: Médio
Mínimo: 6 pessoas
Preço: 35€ por pessoa
Organização: Transserrano
Canyoning só com a TRILHOS.
Primeira empresa Portuguesa de Canyoning.
Responsável pela abertura de mais de meia centena
de novos Canyons:
Rio Caima/ Mizarela, Rio Olo/ Fisgas do Ermelo,
Rio Poio/Ribeira de Pena, Rios Conho, Arado, Germil, etc, na Serra do Gerês, inúmeros rios nas Serra
de Arga, Douro Internacional, Açores, Madeira, etc.
Primeiras descidas no estrangeiro com clientes
(desde 1996): Espanha, França, Suíça.
Primeiras descidas Noturnas com clientes(2000)
canyoning rio frades + teixeira
ficha técnica:
Duração: 2 dias
Nível: Médio/Alto
Mínimo: 10 pessoas
Preço: 95€ por pessoa
Organização: Vertente Natural
Responsável Técnico: Pedro Pacheco
Primeiro Monitor Português da Ecole Francaise de
Canyoning (1996)
Treinador Desportivo do IPDJ com a Cédula de Instrutor de Escalada e Alta Montanha e de Monitor de
Canyoning; Iniciador Alpino da Federação Francesa de Montanha
A sua escolha para realizar canyons com a segurança de + 20 anos de experiência.
Contactos: [email protected] | +351 967 014 277
www.trilhos.pt Facebook
Youtube
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
71
Por Água
canyoning no rio lordelo
canyoning rio arado
ficha técnica:
Duração: Cerca de 5 horas
Nível: Médio
Mínimo: 5 pessoas
Preço: Desde 50€ por pessoa
ficha técnica:
Duração: Cerca de 5/6 horas
Nível: Fácil
Mínimo: 10 pessoas
Preço: 50€ por pessoa
Organização: Geoaventura
Organização: Javsport
canyoning na madeira
canyoning em mortágua
ficha técnica:
Duração: 4 a 6 horas
Nível: Alto
Mínimo: Sob consulta
Preço: 60€ por pessoa
ficha técnica:
Duração: 2 horas
Nível: Médio
Mínimo: Sob consulta
Preço: 20€ por pessoa
Organização: Vertente Natural
Organização: Aventuris
72
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Fotografia
 Portfólio do mês — Sérgio Azenha
74
Novembro_Dezembro 2011 OUTDOOR
Fotografia
Portfólio
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2011
75
Fotografia
Biografia
sérgio azenha:
Nascido em Coimbra, em 1980, licenciou-se em Jornalismo pela Universidade de Coimbra em 2002. Enveredou pelo fotojornalismo após um estágio curricular
no Jornal de Notícias, iniciando a atividade profissional
no Diário As Beiras. Trabalhou depois, a partir de 2003,
no jornal Público. Em 2005 torna-se freelancer, mantendo colaborações com o Público, o jornal i, as revistas
Sábado e Exame Informática, bem como as agências
noticiosas Associated Press (AP) e LUSA. Colabora também com entidades fora do mundo do jornalismo, como
a Universidade de Coimbra, a Universidade Católica e o
Círculo de Leitores. ø
76
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Site: www.sergioazenha.com
Fotografia
Portfólio
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
77
Fotografia
78
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Fotografia
Portfólio
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
79
Fotografia
 Foto-Reportagem
geossítios de arouca
Marco Geodésico da Pedra Posta
Aspetos Geotectónicos de Espiúnca
80
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Cascata das Agueiras
Fotografia
Geossítios de Arouca
Garganta do Paiva
Sítio de Mira Paiva
Côto do Boi
Pedra Má
Marco Geodésico de S. Pedro Velho
Contacto Litológico da Mizarela
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
81
Fotografia
Miradouro da Frecha da Mizarela
Pedras Parideiras
Filão de Quartzo de Cabaços
82
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Campo de Dobras da Castanheira
Panorâmica da Costa da Castanheira
Fotografia
Geossítios de Arouca
Pedras Boroas do Junqueiro
Pias do Serlei
Bolas Quartzodioríticas dos Viveiros da Granja
Minas da Penas Amarela
Galeria do Vale da Cerdeira (Rio de Frades)
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
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Fotografia
Conheiros de Janarde
Meandros do Paiva
Complexo Mineiro da Poça da Cadela (Regoufe)
Portal do Inferno e Garra
84
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Gola do Salto
Fotografia
Geossítios de Arouca
Coleção de Fósseis do CIGC
Panorâmica da Srª. da Mó
Graptólitos do Silúrico Inferior
Conglomerado Carbónico
Crista Quartzítica da Gralheira d’Água
Praia Fluvial do Vau
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
85
S.O.S.
...
Código de Segurança
Outdoor
sobrevivência
urbana…
86
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
que não dispensam tudo aquilo que necessita
de eletricidade para funcionar. Em termos sociais, no caso de uma catástrofe prolongada,
esqueça as classes tal e qual como as conhece
hoje: o dinheiro não serve para comer nem beber, deixando por isso de ter valor. Prepare-se
antes para trocar água por alimento, alimento
por medicamentos, etc. As regras de boa conduta que constituem a base da sociedade são
um mero fator psicológico, facilmente esquecido quando surgir o pânico e o stress. A falta de comida e de água e a competição pelos
mesmos irá quebrar a barreira ética entre o
bem e o mal, uma vez que quase todos entrarão em “modo sobrevivência”.
AS RAZÕES PARA SE PREPARAR
Acha que estar preparado para uma eventualidade é coisa de filmes? Ou porque vive num país
de “brandos costumes” não necessitará de o fazer? Pois pense de novo. Os “brandos costumes”
do nosso país não o tornam imune ao descalabro
económico que vivemos, às tensões religiosas
entre povos, à nova “guerra fria” a que assistimos entre o Ocidente e o Oriente e muito menos
às recentes notícias vindas do espaço: segundo a
NASA, o ano de 2013 será extremamente perigoso devido a grandes explosões e tempestades solares, que poderão fazer colapsar a rede elétrica.
Sabendo nós que os computadores controlam
praticamente tudo hoje em dia e que os mesmos
precisam de eletricidade para funcionar, já pensou na tragédia que podemos ter à espreita? O
Senado dos E.U.A. elaborou recentemente um
documento em que chama a atenção da população para a necessidade de se preparar para este
tipo de situações, nomeadamente para os efeitos
das tempestades solares. No nosso país parece
que as autoridades não estão preocupadas, aparentemente somos mais organizados e temos
mais recursos do que os E.U.A.
Para começar, precisa apenas das seguintes
dicas:
COMO SE PREPARAR
Mesmo uma preparação mínima já lhe dará
uma vantagem substancial sobre todos os outros, que estarão pouco sensibilizados para estas questões. Não necessita de um bunker, um
armazém de comida e um arsenal de armas de
guerra.
Alimentação: Dos estudos que realizei sobre
eventuais catástrofes, cheguei à conclusão que
numa situação realmente grave deve ter comida em casa pelo menos para um mês. Mas não
pense que é fazer as compras que faz normalmente para esse período de tempo e já está,
pois esquecemo-nos de muitas coisas básicas.
Você terá uma arca cheia de carne e sentir-se-á
seguro, no entanto essa carne estará estragada
em poucos dias assim que ficar sem eletricidade. Assim sendo, que comida deve escolher?
Idealmente aquela que não necessite de refrigeração, com boa relação volume/valor nutricional (especialmente calórico), longo prazo
de validade e não necessite de água nem de ser
cozinhada. Não se esqueça que também existem vegetais enlatados, embora não tenham a
quantidade de vitaminas e outros nutrientes
importantes que os frescos têm.
OS FATORES PSICOLóGICOS E SOCIAIS
A robustez psicológica, que tende a ser desvalorizado, tem um papel importantíssimo para sabermos lidar com uma situação como esta. Os
escoteiros e campistas frequentes (por exemplo) habituados a viver por alguns dias sem as
mordomias e os equipamentos modernos, terão
uma vantagem psicológica sobre todos os outros
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
87
S.O.S.
Sobrevivência Urbana
O
s meus artigos anteriores sobre
sobrevivência a catástrofes centraram-se na eventualidade de abandonarmos a cidade para um local
mais calmo e seguro. Se acha que
esta é uma opção mais válida para si, então não
deixe de ler os referidos artigos. No entanto, nem
toda a gente está preparada psicologicamente
para abandonar a cidade e os seus pertences
e muitos não o podem fazer por várias razões,
principalmente por terem familiares acamados
ou com mobilidade reduzida. Para estes grupos,
que se manterão na cidade, será então necessário ter algumas noções de sobrevivência urbana.
Gostava de salientar que esta é a minha visão do
tema, havendo outras tão válidas como a descrita neste artigo. O mesmo não pretende ser um
guia exaustivo, apenas alertar para a problemática e dar dicas importantes que poderão fazer a
diferença. Estas dicas são válidas para qualquer
tipo de catástrofe que altere radicalmente o cenário e a rotina a que estamos habituados, de
origem natural, económica ou outras.
S.O.S.
Uma forma de contornar este problema será
aproveitar a água dos mesmos, bebendo-a se for
necessário. Prove primeiro este tipo de produtos
alimentares antes de comprar grandes quantidades, para não correr o risco de ficar um mês a
comer produtos de que não gosta. Não se esqueça também de ter a maior variedade possível ou
de ter em atenção se alguém do seu agregado
familiar tem uma dieta especial. Deve fazer e
manter um inventário desta comida atualizado
(só ocupa algum tempo no início depois é fácil
de gerir) e consumir pela ordem de prazo de
validade, adicionando posteriormente a mesma
quantidade daquela que consumir.
Água: É tão importante que merece estar destacada da alimentação em geral. O ser humano, dependendo de vários fatores, aguentará em
média 3 dias sem água. Deverá ter 1,5 litros de
água por pessoa e por dia só para hidratação. A
partir do momento em que a rede elétrica entre
em colapso, não confie na água da rede pública,
pois o seu tratamento está muitas vezes automatizado e pode deixar de ser realizado. No entanto aproveite para armazenar o máximo que
possa para higiene, por exemplo enchendo uma
banheira com a mesma, porque ela não vai durar muito tempo. O stock de água engarrafada
deve ir sendo consumido mesmo que não exista
nenhuma calamidade, para promover a rotatividade e não deixar acabar os prazos de validade.
Cada vez que for às compras, reponha o stock
em falta. Identifique locais com água nos arredores (lagos, poços, etc.) e tenha sempre maneira de a desinfetar (por exemplo com pastilhas purificadoras), não vá a situação manter-se
quando esgotar o seu stock.
Ferramentas e equipamento: A falta de luz
em casa causa-nos enormes transtornos mesmo
sendo de pouca duração. Imagine um mês sem
luz. Tenha sempre reserva de pilhas adequadas
para as lanternas que tiver (de preferência LED,
que são mais económicas), mas se puder tenha
um carregador solar e pilhas recarregáveis. É
importantíssimo ter duas ou três lanternas de
dínamo, pois mesmo que acabem totalmente as
pilhas, vai ter sempre luz garantida. Também
é boa ideia ter lanternas frontais de colocar na
cabeça, que dão muito jeito para ter ambas as
mãos livres para qualquer tarefa que necessite
realizar.
Mantenha um kit com as ferramentas essenciais, um multifunções, uma corda resistente,
cordel ou similar, fita-cola larga e de boa qualidade, meios de fazer fogo e aprenda alguns nós
úteis. Se possível tenha um fogão portátil com
algumas botijas de gás para o mesmo, porque de
vez em quando uma refeição quente é bom para
a moral. Algo que parece menos importante,
mas que a médio prazo fará a diferença é ter algum tipo de entretenimento, como por exemplo
jogos de tabuleiro tipo Monopólio, que também
levantará a moral e ajudará a passar o tempo.
Higiene e saúde: Mantenha um kit de primeiros socorros o melhor equipado possível, tendo
o cuidado de verificar periodicamente as datas
de validade. Em termos de medicamentos o
mesmo deve conter no mínimo Ibuprofeno (que
é um 3 em 1: Anti-pirético, anti-inflamatório e
analgésico) e antibióticos de largo espectro. Não
se esqueça de ter um stock adequado de medicamentos que use com alguma regularidade ou
que tome diariamente para doenças crónicas.
88
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Numa situação extrema a recolha de lixo não
funcionará e as condições degradar-se-ão de tal
maneira que começam a aparecer este tipo de
animais, que podem ser extremamente perigosos: a sua urina transmite Leptospirose aos humanos (uma infecção bacteriana que pode ser
fatal) e a sua dentada pode transmitir tétano,
raiva e outras doenças.
Luís Varela
Formador Certificado
Instrutor de Bushcraft e Sobrevivência na Escola do Mato
www.luisvarela.pt | www.escoladomato.com
Foto: Equinócio
Proteção e segurança: Como referi acima, o
pânico e o stress poderão alterar a forma como
as pessoas reagem normalmente. Prepare-se em casos mais extremos para tentativas de
roubos e pilhagens na sua própria casa. Esteja
atento, porque estas pessoas não aparecerão em
blusões de cabedal e montadas em motos ruidosas como nos filmes. Esta pessoa pode ser o
seu vizinho do lado, que atingiu uma situação
de desespero. A nossa legislação em termos de
armas é muito restritiva, por isso não vamos
abordar este aspeto, mas deve usar o bom senso
e a imaginação para defender os seus bens e a
sua família. Provavelmente será bom começar a
cumprimentar e a ser simpático para os seus vizinhos, porque em situações extremas uma pequena comunidade obtém melhores resultados
do que as pessoas ou famílias isoladas.
De certeza já ouviu o ditado “não deixe para
amanhã o que pode fazer hoje”. Deve pensar seriamente nestas questões e começar a preparar-se assim que possível, antes que seja tarde demais. Não tenha dúvidas que apenas ao seguir
as dicas deste artigo passará muito menos dificuldades do que a restante população. Informe-se, procure formação, mantenha livros em casa
sobre este assunto e imprima tudo o que tenha
importância extrema, pois provavelmente não
poderá consultar o computador nem a internet.
Para terminar lembre-se que tudo isto não é um
estilo de vida de alguns loucos mas sim uma necessidade… e uma necessidade cada vez mais
atual. Sobreviver não é uma questão de sorte
mas sim uma questão de preparação. ø
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
89
S.O.S.
Sobrevivência Urbana
Tenha sempre pacotes de toalhitas e bastante álcool, pois à falta de água ajudam a manter uma
higiene aceitável, servindo o álcool não só para
desinfetar o corpo e utensílios, mas também
como combustível, se necessário. Por estranho
que lhe pareça, guarde em sítio seguro uma forma de exterminar ratos, baratas e afins.
Descobrir
 Livro Aventura
livro
“alma de viajante”
M
ais do que um relato de viagem,
este livro é uma viagem de emoções. De histórias. Relata momentos ímpares vividos no desconforto
da estrada durante a primeira volta ao mundo levada a cabo pelo cronista-viajante
Filipe Morato Gomes, o estado de permanente
descoberta, a empatia das amizades efémeras, os
cheiros, os sabores, os sorrisos, a magia das coisas
simples, enfim, o prazer inigualável da liberdade.
Mas relata também experiências emocionalmente
arrasadoras, para as quais seria impossível estar
preparado, como o tempo passado na Tailândia e
no Sri Lanka nos dias seguintes ao devastador maremoto do oceano Índico e consequente tsunami.
Sobre todas as incidências da volta ao mundo, Fi-
lipe Morato Gomes foi escrevendo, semanalmente, ao longo dos catorze meses que durou a odisseia, nas páginas da revista Fugas - o suplemento
de viagens do jornal Público. São essas crónicas
que se encontram no livro Alma de Viajante, em
versões pontualmente alteradas, a que se adicionaram alguns escritos nunca antes publicado em
papel e uma seleção de fotografias que retratam,
elas próprias, à sua maneira, os catorze meses de
viagem.
"Alma de Viajante" é o primeiro livro do autor. O
texto de uma das crónicas foi já adaptado para teatro pela DançArte – Companhia residente no Teatro S. João, Palmela, para um espetáculo intitulado
“Segredo do Chá”.
Como tudo começou
“Um dia despeço-me e dou uma volta ao mundo”
– disse várias vezes perante a incredulidade da
minha companheira, cúmplice, amiga de todas as
horas e desde um dia também minha mulher.
Não tenho noção precisa sobre a altura em que a
ideia começou a tomar forma na minha cabeça.
Talvez tenha sido durante uma prolongada hibernação profissional numa empresa em lenta e
inexplicável agonia.
Antes, viajar era já uma obsessão, mas nunca
como nessa altura tinha sentido tamanha vontade,
desejo, necessidade de explorar o mundo de forma mais profunda, independente, livre, como que
sedento de contactar realidades diferentes, outras
culturas, pequenos lugares, tantas pessoas...
Tenho para mim que viajar é naturalmente enriquecedor. Relativiza a importância das coisas, esculpe mentalidades, fermenta o autoconhecimento. O curioso é que, quanto mais viajava, melhor
me apercebia de quão pouco conhecia do mundo
e melhor noção tinha de que seriam precisas infinitas “férias de verão” – durante todo o tempo de
uma vida – para sentir verdadeiramente o pulsar
do planeta. E muito, muito mais dinheiro do que
fazendo uma ou várias voltas ao mundo... ø
Filipe Morato Gomes
90
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
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Fotos: Filipe Mourato Gomes
Descobrir
Livro Aventura
Descobrir
 Livro Aventura
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Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Quem é o
filipe morato
gomes?
Viaja por paixão e profissão. Na pele de cronista e fotógrafo de viagens, percorre o mundo em
busca de histórias e pessoas que dão vida às suas
reportagens. Colabora com a agência Nomad, liderando viagens de aventura no Irão.
É fundador do projeto Alma de Viajante
(www.almadeviajante.com), um portal sobre
viagens em português. E orienta workshops sobre Escrita de Viagens e outras temáticas relacionadas com a arte de viajar. É apaixonado pelo
complexo mundo da comunicação, incluindo a
fotografia, o design e a publicidade.
Entre as suas múltiplas viagens, contam-se
duas voltas ao mundo de longa duração. Em
2004/2005, deu uma volta ao mundo em solitário
durante 14 meses, viagem que acabou vertida
no referido livro “Alma de Viajante”. Em 2012,
embarcou numa segunda volta ao mundo, desta
feita em família, incluindo a sua filha então com
5 anos de idade (www.pikitim.com).
Prefere aldeias sem asfalto aos grandes centros
urbanos, gosta de experimentar comidas estranhas mas não resiste à simplicidade de um bom
peixe grelhado. Desde que não esteja confinado
a um resort, sente-se bem tanto na selva amazónica como no deserto central do Irão, numa
praia caribenha como nas montanhas do Nepal,
ou até numa cidade art-deco europeia. Já visitou
mais de 80 países.
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
93
Descobrir
desafios a dois
Uma história de amor a correr...!
O Telmo Veloso e a Susana Simões são dois atletas de Trail Running e Triatlo que
adoram participar em provas exigentes, que desafiem as suas capacidades e que
os obriguem a superar-se. Nesses eventos participam sempre os dois porque,
segundo eles, “os bons momentos da vida devem ser partilhados com quem mais
gostamos”. Não estranhamos portanto que o seu lema seja “Desafios a Dois”.
94
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Descobrir
Desafios a dois
N
a sua opinião, o facto de participarem
nas mesmas provas
e terem os mesmos
objetivos
facilita
o entendimento entre ambos
(“não é necessário arranjar tempo para o outro porque o outro
está sempre ao nosso lado nos
treinos”) e ajuda na própria preparação, especialmente quando
um deles se sente desmotivado e
sem vontade de treinar.
Este casal, bastante conhecido
no “mundo” do trail e do triatlo, alcançou alguma projeção
mediática com a participação na
Marathon des Sables (Maratona
das Areias) em 2012. Foi o concretizar de um sonho que se torNo
nou possível após ambos vencerem a Isostar Desert Marathon
final da Ma(110kms) em 2011. O prémio
ratona das Areias a
era a oferta da inscrição na
classificação foi excelente
Marathon des Sables, o equivalente a 3.500€ por atleta.
uma vez que a Susana obNa Marathon des Sables
teve o 6º lugar entre as mutiveram de correr 250kms
lheres (120 participantes) e
no Deserto do Sahara
durante 1 semana em autoo Telmo foi 13º da geral
nomia total (na mochila
entre os 850 atletas que
tiveram de transportar todos
iniciaram a avenos mantimentos, roupa, sacotura.
-cama, colchão…). No final da
Maratona das Areias a classificação foi excelente uma vez que
a Susana obteve o 6º lugar entre
as mulheres (120 participantes)
e o Telmo foi 13º da geral entre
os 850 atletas que iniciaram a
aventura.
Conheceram-se em 2005 no clube Porto Runners, onde ambos
começaram a treinar corrida de
uma forma lúdica e a participar
em algumas provas de estrada.
Em 2006, já depois de várias
meias-maratonas e 1 maratona, decidiram experimentar um
duatlo (Moimenta da Beira) e
depois 1 triatlo (Quarteira). Nessa altura ficaram com um vício
tão forte em triatlo que em 2006
e 2007 fizeram quase todas as
provas realizadas em Portugal
e algumas em Espanha. A amizade entre ambos foi crescendo,
crescendo, crescendo….
A “febre” pelo triatlo teve o ponto mais alto em 2009 com a conclusão do Ironman de Frankfurt.
Foi o realizar de um objetivo que
tinham desde que se iniciaram
no triatlo e o culminar de 4 anos
de preparação física e mental.
Após o Ironman já tiveram a
possibilidade de participar num
Campeonato da Europa e num
Campeonato do Mundo de Triatlo Longo, onde obtiveram sempre resultados interessantes,
com destaque para o 3º lugar
da Susana no Camp. Europa no
escalão dos 35-39 anos.
Depois de algumas participações
em pequenos trails decidem, em
2010, aventurar-se no mundo do
ultra-trail. Aproveitando umas
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
95
Descobrir
férias nos Pirenéus inscreveram-se na “Volta ao
Aneto”, um trail com 98kms. Decidem percorrer
todo o percurso em conjunto uma vez que estavam receosos com a distância e porque como estavam de férias queriam estar juntos. No final, para
além de terem superado o desafio, ficaram com
vontade de fazer mais. Desde esse dia têm participando em inúmeros trails de longa distância.
Após o gosto por correr na montanha é tal que,
em 2011, aquando do seu casamento decidiram
“gozar” a lua-de-mel a atravessar os Alpes. Inscreveram-se na Transalpine-Run e em vez do tradicional bikini e praia foram correr cerca de 300kms
nos Alpes durante 8 dias e passando por 4 países
(Alemanha, Áustria, Suíça e Itália). A particularidade deste ultra-trail é ser disputado por equipas
de 2 elementos que nunca se podem afastar mais
de 100 metros e por isso foram “obrigados” a estar
sempre juntos.
O nome “Desafios a Dois”, que começou por ser o
nome da equipa com que correram na lua de mel a
Transalpine, começou a ser falado entre os outros
atletas de trail e eles decidiram adotá-lo como o
nome oficial do seu “projeto de vida desportiva”.
Para tal construíram um site www.desafiosadois.
com e criaram um logotipo que os identifica.
Os Desafios a Dois previstos para 2013 passam
pelo Ultra-trail da Madeira (115kms), pelo Trans
D´Havet - Camp. Europa Ultra Sky Running
(80kms), pelo Grand Raid Pyrinneus (166kms) e
pelo Tri-Iberman (Ironman). Para 2014, o sonho
deste casal é voltarem outra vez ao deserto e se
possível levarem com eles 2 equipas oficiais, uma
de homens portugueses e outra de mulheres. Um
projeto difícil por causa dos apoios necessários...
mas fica lançado o repto. ø
Telmo Veloso
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Julho_Agosto 2012 OUTDOOR
Descobrir
Desafios a dois
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
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Kids
campos de férias
campo jovem
O CAMPO JOVEM situa-se em Tomar (centro do país)
e foi distinguido como o Campo de Férias n.º1 em Portugal devido à qualidade dos seus Campos de Férias de
verão e Programas Escolares, e às excelentes instalações que apresenta.
O nosso plano de atividades é bastante rico pelo que nos
propomos a conceber e executar actividades que, para
além da componente lúdica, têm também uma componente educacional. Pretendemos que estas crianças e
jovens, ao mesmo tempo que se estão a divertir e a realizar atividades dinâmicas e estimulantes, desenvolvam
algumas competências relacionais e sociais, tais como
a capacidade de trabalhar em equipa, de saber ouvir e
de bem comunicar ou interagir com os seus colegas, de
partilhar ideias e gerar consensos, assim como desenvolvam o sentido de responsabilidade e compreendam
a importância da partilha e da solidariedade entre todos. Acreditamos que nessas atividades, os nossos monitores fazem a diferença.
Contactos
Local: Tomar
Telefone: Tel: +351 218 155 690 | 962 785 998
Email: [email protected]
Promotor: Campo Jovem
98
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Aceita o desafio descobre Pena Aventura…
O Pena Aventura dispõe dois espaços únicos para o
teu campo de férias, o Pena Aventura Park e Ecopark
Azibo.
Adrenalina e Aventura | Pena Aventura Park
Emoção e Natureza | Ecopark Azibo
A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam.
Das atividades por nós desenvolvidas, cuja informação detalhada disponibilizamos na nossa página
destacamos a realização da descida no maior Fantasticable do Mundo e o alucinante Salto negativo.
As nossas atividades são muitas e diversificadas
como: Canoagem; Paddle surf; Catamaran; Paintball;
Escalada; Segway; Snorkel e muito mais….
Atreve-te na mais louca aventura de sempre! Junta
os amigos e parte à aventura...
Contactos
Local: Ribeira de Pena
Telefone: Tel: +351 259 498 085 | 935 010 875
Email: [email protected]
Promotor: Pena Aventura Park
bodyboard&Aventura
Colónia externa lúdico-pedagógica que promove
multiatividades na grande área de Lisboa, com partida entre as 8h30 e as 9h00 de pontos centrais em
Lisboa e regresso entre as 17h30 e as 18h00.
Uma semana de férias inesquecível, recheada de actividade e de novas amizades para crianças e jovens
dos 6 aos 12 anos!
As manhãs são de Praia com a Iniciação ao Bodyboard. As tardes desafiam-te com attividades Lúdico-pedagógicas: Mega Aventura - Circuito de Cordas
Altas, Bowling&Lasermaze – Jogos de perícia, Score 100 – Jogos de orientação estratégica; LaserTag
- Jogo tipo Paintball mas com um sistema inofensivo de laser, e ainda uma Grande Viagem ao Jardim
Zoológico de Lisboa! Almoço, Lanche, Materiais,
Entradas e Seguros incluídos.
Contactos
Local: Lisboa
Telefone: Tel: +351 210 155 139 | 962 785 998
Email: [email protected]
Promotor: Equinócio
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
99
Kids
Campos de Férias
pena aventura park
campo de férias património
Inscreva o seu filho num Campo de Férias divertido e
pedagógico!
No campo de Férias Património pretendemos levar as
crianças e jovens a descobrir outra forma de estar... em
ambiente rural levamo-las a relacionarem-se com o
património; a experimentar as tradições rurais; a conhecerem a vida no campo; a participarem em jogos
tradicionais... tudo num ambiente descontraído mas
super divertido!!!
Recebemos as crianças numa casa tipicamente alentejana em Beja, no Monte da Corte Negra. O Monte fica a
8km de Beja e está rodeado de olivais a perder de vista,
planície sem fim e toda a vida pura do campo. Aqui, as
crianças poderão aprender tudo o que se pode fazer na
terra, ter contacto com os animais da quinta e brincar
num espaço dedicado inteiramente a elas.
Quem pode participar?
Crianças e jovens dos 6 aos 13 anos
Quando?
- 14 a 20 de julho de 2013
- 21 a 27 de julho de 2013
Contactos
Onde: Campo Férias Património – Beja
e-mail: [email protected]
Telef: +351 284 475 413/ + 351 913 417 599
Promotor: Campo de Férias Património
campo de férias sniper
Os programas de Campo de férias do Parque Aventura Sniper destacam-se pelos seus desafios arrojados e únicos, levando os participantes a experienciar
situações novas de vários níveis de dificuldade que
lhes permite ganhar confiança, determinação e agilidade. Todos estes desafios estão acompanhados de
diversão, emoção e histórias inesquecíveis.
São muitas e variadas as atividades que constituem
o programa do Campo de Férias: atividades de Desporto Aventura, paintball, slide, rappel, pontes de
cordas, escalada, tiro com arco, percursos pedestres
e de orientação, matraquilhos humanos, caça ao tesouro, jogos de dinâmicas de grupo, karaoke, gincanas, jogos de códigos, acampamento exterior em
tenda e em abrigo improvisado, jogos de sobrevivência, etc., etc..
O Parque Aventura Sniper associa ao programa de
Campo de Férias uma componente lúdica, mas tam
bém uma forte componente pedagógica e cultural.
Contactos
Local: Parque Aventura em Bucelas
Telefone: +351 912 426 118
Email: [email protected]
Telef: +351 219 694 778
Promotor: Sniper
100
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam.
Kids
Kids
Festas Aniversário
festas de aniversário
poneilândia
Desde o espaço às animações, preparamos tudo aquilo que
precisar. Mostre aos seus filhos que existem prendas diferentes das habituais e ofereça-lhes um dia único e inesquecível!
Permitindo que cada cliente organize a festa de acordo com
os seus objetivos e possibilidades, a Poneilândia isolou as
várias opções para que o cliente possa escolher apenas o
que pretende para a sua festa!
Tão depressa não irão esquecer estes Momentos Mágicos
Temos igualmente um Pack com atividades já incluídas e
ofertas. Opções dos 0 aos 16 anos de idade. Podemos deslocar-nos a sua casa
Animações: Póneis; Mini cursos Infantis (Póneis ou Cães
e outros); Charrete de Póneis; Pinturas Faciais; Insuflável;
Karts; Tiro com arco; Slide; Paintball; Mascote Panda e outros; Feira Medieval Kids; Recordações.
- Os convites são OFERTA para festas realizadas nos nossos espaços; Diploma de Participação no Mini-Curso com
fotografia
Contactos
Local: Algueirão Mem Martins - Parque Poneilândia
Email: [email protected]
Telefone: +351 932849199
Promotor: Poneilândia
conquista ao castelo dos mouros
As equipas irão saber como as tropas de D. Afonso Henriques, Conquistaram o Castelo dos Mouros, sem guerra e
sem sangue.
Pelos verdejantes trilhos da floresta, vem conhecer esta Vila
e a sua História (e a de Portugal), envolta em mistério, onde
a imaginação pode ganhar forma de realidade.
Contactos
Local: Sintra
Email: [email protected]
Telefone: +351 967 021 248
Promotor: Muitaventura
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
101
Atividades Outdoor
red tour buggies e segways
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canyoning nível fácil gerês
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rafting no rio paiva
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102
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
aventura do dia da mãe
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Descida do rio Alva
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coasteering pedra furada
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caminhada Sanabria e seus Lagos
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sintra fantasmagórica
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Paintball nas termas do vimeiro
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OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
103
Atividades Outdoor
tour em buggy
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canoagem rio tâmega
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Caminhada na serra de Montejunto
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104
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
pela costa atlântica
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curso intensivo de bushcraft
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fantasticable
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Atividades Outdoor
Rota do românico
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canyoning no rio arado
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gruta/Labirinto
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canoagem no dão
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kayak aventura
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SCENIC STAND UP PADDLE (SUP) EXPERIENCE
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OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
105
Desporto Adaptado
hipoterapia
O
s efeitos terapêuticos da interação
com o cavalo surgem desde a época de Hipócrates
(458-370 a.C.), que indicava a
equitação como forma de regenerar a saúde. É conhecido
e admirado o valor do cavalo
na vida do homem e o quanto
tem sido útil no progresso da
humanidade associado à nossa
evolução.
O cavalo foi utilizado como
meio de conquista, imigração,
106
transporte, trabalho, veneração, na mitologia, na fabricação de soro e vacina, no lazer
e no desporto. Nos dias de hoje
passa a ter destaque como
instrumento de reabilitação e
educação.
A Hipoterapia, segundo a ANDE-Brasil, consiste num dos
programas básicos da Equoterapia. Neste método o cavalo
é utilizado como ferramenta
terapêutica sendo o que o distingue de outros métodos terapêuticos alternativos e/ou
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Cátia Valente
complementares à clínica. Para
além das características psicológicas deste magnífico animal,
o mesmo executa uma série de
movimentos
multidimensionais naturais que permitem ao
praticante de Hipoterapia uma
estimulação
multissensorial
riquíssima de um modo geral
não encontrada através de outros animais ou máquinas.
Os cavalos utilizados nestas
sessões deverão ser devidamente selecionados, com as
características físicas e mentais desejadas para cada caso.
químicos; stress e depressões; hiperatividade; dificuldades de aprendizagem; timidez; défices de
coordenação-motora; postura; alguns problemas
ortopédicos; distúrbios visuais e/ou auditivos.
Em Portugal, este método é ainda recente em
comparação com o Brasil, França e Inglaterra.
Estudos realizados nestes países pioneiros confirmam ser um método educacional que favorece a alfabetização, socialização e o desenvolvimento global de praticantes com necessidades
educativas especiais.
Contra-indicações: lesões graves da coluna vertebral; luxações de quadril; síndroma de Down
com excesso de afrouxamento nas primeiras
vértebras cervicais; pouca sensibilidade na região das coxas.
Desporto Adpatado
Hipoterapia
Carece obrigatoriamente de técnicos especializados em Hipoterapia com formação nas áreas
da saúde ou educação, desporto e equitação,
funcionando em equipa multidisciplinar.
Antes de iniciar as sessões o praticante passará
por uma avaliação técnica (psicólogo, fisioterapeuta, Hipoterapeuta) para indicação ou contra
indicação da terapia. Após indicação a equipa
multidisciplinar estruturará um programa específico e individual para cada praticante, adaptando-o às suas necessidades, visando atingir-se
os objetivos terapêuticos estipulados.
Não existe limite mínimo ou máximo de idade
para os praticantes.
A Hipoterapia também se realiza sem o “ato de
montar”. A simples interação Homem-Animal
oferece uma série de estímulos e benefícios gerais.
O objetivo principal das sessões consiste em
proporcionar a TODOS os praticantes o seu desenvolvimento biopsicossocial, estimulando as
suas potencialidades, respeitando os seus limites e visando a integração e inserção social.
Seguem-se alguns dos benefícios deste método:
A terapeuta em sessão de Grupo
- Quinta Pedagógica de Portimão
Benefícios Físicos: permite o desenvolvimento
do equilíbrio, da noção de espaço e postura; a
tonificação da musculatura; melhorias ao nível
da voz e da pronúncia de palavras devido a uma
respiração correta.
Benefícios Psicológicos: permite o aumento da
autoestima, confiança e autonomia; desenvolvimento da sociabilidade; diminuição da agressividade e da intolerância à frustração; estimular
a autonomia, independência na condução e interação com o cavalo; bom equilíbrio emocional.
Benefícios Cognitivos: permite um aumento de
vocabulário em crianças, melhorando o desempenho em sala de aula; estimulação da atenção
seletiva e concentração; introduzir e reforçar
aprendizagens pedagógicas.
Encontra-se indicada em: paralisia cerebral; acidentes vasculares cerebrais; traumas crânio-encefálicos; diversos tipos de psicoses infantis;
autismo; síndroma de Down; dependência de
Aluno de “Unidade de Multideficiência”
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
107
Desporto Adaptado
Terapeuta Marisa
Recursos
Humanos
normalmente utilizados em Hipoterapia:
• Terapeuta (especializado em Hipoterapia; formado em áreas
da saúde, educação)
• 1 Auxiliar Guia (conduzirá o cavalo)
• 1 ou 2 Auxiliar(es)
Lateral(is) (quando se
justificar; de modo a
garantir a segurança
do praticante)
• 1 Instrutor de Equitação
(responsável
pelo treino, selecção e manutenção dos animais)
• Médico
Avaliação das Sessões:
A equipa técnica multidisciplinar acompanhará
as diversas fases de implementação e execução
do programa específico estipulado para cada
praticando, devendo reunir-se semanalmente
ou mensalmente para avaliação das atividades,
sugerindo adaptações e modificações necessárias ao cumprimento dos objetivos propostos. ø
Ana Marisa Brito
Psicóloga Clínica
Formada nos curso Básico e Avançado em Equoterapia
[email protected]
www.anamarisabrito.com
1º Testemunho:
Chamo-me Cátia Valente, tenho 27 anos e diagnóstico de Paralisia Cerebral porém, não pensem que não luto por aquilo que mais gosto pois
A minha incapacidade é apenas física.
Jamais esquecerei a experiência pois resultados
foram surpreendentes. O meu sonho é (Re)iniciar brevemente as sessões de hipoterapia.
Desejo que os portugueses passem a dar mais
valor a estas terapias para que seja possível ajudar muitas mais pessoas como eu.
Cátia Valente
2º Testemunho:
Sou mãe de uma linda e divertida menina, a
Beatriz, que tem Paralisia Cerebral.
Desde que a minha filha iniciou sessões de Hipoterapia e Terapias Assistidas Por Animais que
noto melhorias no seu desenvolvimento. Ela
adora o contato com os animais, montar a cavalo e até em termos de postura corporal a minha
filhota tem revelado melhoras também.
Acredito na magia destes animais que, apesar de
inicialmente me assustarem um pouco pela sua
imponência e tamanho, constatei que na verdade são verdadeiros “doutores” claro que, sempre acompanhados pela técnica especializada.
Já havia experimentado a interação com cavalos
num outro local mas, a experiência não foi semelhante pois, faltava aquele pormenor técnico
que considero importante por isso, deixo o conselho de apenas procurarem sessões de Hipoterapia com técnicos formados na área.
Felizmente o município de Portimão oferece estes serviços a custos simbólicos senão seria muito difícil para mim suportar as despesas.
A minha filha está feliz, melhorou, adora lá estar
e isso para mim é muitíssimo importante. Recomendo.
Maria Lopes
Completei o 12ºano de Humanidades e há cerca de 4 anos iniciei sessões de Hipoterapia com
a Dr.ª Ana Marisa Brito. Podem crer que evoluí
imenso quer física quer psicologicamente.
Foi uma surpresa, até para mim mesma! Pois,
com uma amplitude de abertura de pernas tão
reduzida, elevada espasticidade, cada vez que
montava a cavalo ainda que, em modo “saco
de batatas” passei a relaxar imenso e, um ápice
montei a cavalo como uma verdadeira cavaleira. Com dois meses de sessões de Hipoterapia,
uma vez/semana já montava e iniciava o trote.
108
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Beatriz
Desporto Adpatado
Hipoterapia
Carol,
a menina diferente, que é normal!
Ainda em comemoração do Dia Internacional
da Síndrome de Down, a outdoor encontrou a
Carolina uma menina de 12 anos, portadora de
Síndrome de Down fã de atividades outdoor e
praticante de hipoterapia. Paula Teixeira, mãe de
Carol, conta-nos tudo…
Outdoor: Com que idade começou a Carol
a praticar atividades outdoor?
PAULA TEIXEIRA: A Carolina começou com as
atividades outdoor com apenas 5 anos.
Quais as atividades que começou por praticar?
Começou pela Hipoterapia, mais tarde teve contacto com o Surf , nas férias faz sempre arborismo e slide (num circuito júnior) e atualmente
também faz patinagem/patins em linha.
Como foi o primeiro contacto com os cavalos?
Ao início teve algum receio, principalmente do
pêlo do cavalo e da altura dele! Achava que não
ía conseguir subir para a cela.
Depois familiarizou–se de tal forma com ele que
já executava pequenas acrobacias. No fim da
aula levava o cavalinho para a box e ajudava a
lavar e pentear o mesmo. Perdeu o medo de lhe
tocar bem como de montar.
Rapidamente passou das aulas de volteio para
passar a controlar o cavalo sozinha e passou de
trote para galope. Tomou gosto por senti-lo a andar mais rápido - como ela mesma dizia!
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
109
Desporto Adaptado
Quais os benefícios físicos, psicológicos
e cognitivos notados com a hipoterapia?
Foram imensos os benefícios, desenvolveu a
confiança quer no cavalo, quer na sua capacidade de controlar um animal de grande porte.
Enquanto estava nas aulas era notória a satisfação dela e o orgulho que sentia em nos mostrar
as suas conquistas – trabalhou muito a sua auto
– estima, a responsabilidade (quer em cumprir
os exercícios quer em tomar conta de outrem),
a persistência, a paciência, a capacidade de concentração, o equilíbrio, a motricidade geral, o
raciocínio, etc.
Os resultados foram francamente bons !!!
As melhorias descritas começaram a ser
visualizadas com quantas sessões?
A partir das 5 ou 6 sessões já se notavam diferenças significativas e daí por diante foi só somar conquistas e divertir-se muito.
Para além da hipoterapia, quais as atividades desportivas preferidas da Carol?
A Carolina adora dança, faz patins em linha e
neste momento está apaixonada pelo Kickboxing, faz 3 vezes por semana, 1h30 por dia. É
um treino muito intenso mas ela adora!! Para
110
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
relaxar e compensar um pouco, pratica Yoga comigo.
O desporto faz parte do dia-a -dia da Carol?
Sem dúvida!! E no que depender de nós , irá
sempre fazer!
Quais os conselhos que dão aos pais com
filhos portadores de síndrome de Down?
Aconselho a falar sempre dos seus filhos com
muito orgulho e a partilhar experiências. Foi
esse o meu objetivo quando aceitei responder a
estas questões.
Só assim podemos ajudar a quebrar preconceitos e a mostrar que as pessoas portadoras de
síndrome de Down são pessoas capazes e autónomas desde que sejam muito Amadas e Estimuladas diariamente.
Nunca desistam dos vossos filhos pois em dias
mais difíceis, muitas vezes são os seus sorrisos
iluminados que nos levantam e nos dizem que o
que nos parece complicado….é tão simples !!!!
Bem haja a todos e estarei sempre disponível
para trocar vivências, angústias, vitórias, dificuldades, etc. ø
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
111
Espaço APECATE
Certificação de Activos
em Turismo de Ar Livre:
RVCC ou Reconhecimento
APECATE??
Em números anteriores da Revista Outdoor, noticiámos a entrega à ANQEP da proposta de criação da qualificação de Técnico de Turismo de Ar
Livre e os conteúdos do novo Plano de Formação
de Activos da APECATE. Agora que a qualificação
está oficialmente criada e publicada no Catálogo
Nacional de Qualificações, Área Turismo e Lazer,
nível 5, é chegado o momento de analisarmos o
que poderemos esperar relativamente à certificação de activos.
nas áreas de trabalho mais desenvolvidas pelo
conjunto do sector.
Missão cumprida? Ainda não.
Gostávamos de poder dizer: a partir daqui é fácil, missão quase cumprida! Mas não podemos
fazê-lo. A criação da qualificação foi um passo
decisivo mas representou apenas uma, entre
muitas, das batalhas que teremos que travar até
este assunto estar totalmente resolvido.
É difícil vislumbrar a eventual racionalidade
desta situação e, também, entender o que impede que um CET, que está obrigatoriamente
organizado por UFCD – Unidades de Formação
de Curta Duração, não seja compatível com um
processo de formação modular avulsa, conforme seria adequado a profissionais no activo.
Mas é o que se passa.
Quando investimos neste trabalho, o que nos
moveu foi a necessidade que têm as empresas de turismo de ar livre de poder contar, no
seu país, com uma formação certificada nestas
áreas. Esta vertente está adquirida com a criação do CET.
Mas, como sempre afirmámos, moveu-nos também a consciência de que esta certificação é,
cada vez mais, uma exigência dos clientes, realidade que aprofunda a urgência de levarmos o
processo de reconhecimento de activos até às
suas últimas consequências. Quem está já no
mercado de trabalho e não pode frequentar um
CET tem que ter o direito de ver reconhecidas as
competências adquiridas e de poder completar a
sua formação nas áreas onde sentir esta necessidade.
A primeira condição está criada: está aprovado
oficialmente um perfil de competências à luz do
qual os activos podem ser avaliados, pelo menos
112
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Falta a segunda: operacionalizar a aplicação do
instrumento denominado RVCC - Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências, que nunca foi considerado para o nível 5.
Reside aqui o grande problema. Porquê esta lacuna que nos tem aparecido como um obstáculo
sistemático às nossas pretensões?
Considerando que o melhor a fazer seria propor uma solução, apresentámos à Direcção da
ANQEP a proposta que, em nosso entender, nos
competia dinamizar: a criação de uma equipa
ANQEP – APECATE com a missão de implementar uma experiência piloto de RVCC, adequado a
este nível profissional e às exigências específicas da profissão.
Sabíamos que não receberíamos qualquer resposta enquanto não estivessem consumadas
algumas alterações em curso no que respeita à
formação profissional e predispusemo-nos a algum tempo de espera.
Surgiu entretanto o requisito que nos parecia o
mais determinante para este processo: os CNO
– Centros Novas Oportunidades foram extintos
e substituídos formalmente pelos CQEP – Centros para a Qualificação e o Ensino Profissional.
Nas suas funções, mantém-se o RVCC. Reza o
Espaço APECATE
Turismo Bicicleta
Certificação
Activos
Foto:Javsport
artigo 3º do diploma que os institui – Portaria
nº 135-A/2013 –, que faz parte das atribuições
dos CQEP, “c) O desenvolvimento de processos
de RVCC, nas vertentes escolar, profissional ou
de dupla certificação, com base nos referenciais
do Catálogo Nacional das Qualificações (CNQ)”.
Não se consagram excepções.
Uma vez que o nosso referencial está no CNQ,
seria legitimo considerar que, resolvidas as
questões formais, poderíamos ter esperança
numa resposta positiva à nossa proposta. Informações obtidas posteriormente levam-nos a
pensar que tal poderá não acontecer em tempo
útil.
E agora? Esperamos ou avançamos?
Neste quadro, a pergunta seguinte só pode ser
uma: o que fazer? ficar à espera ou avançar,
promovendo nós, enquanto associação do sector, um processo autónomo de reconhecimento,
validação e certificação das competências dos
nossos activos?
A nossa resposta é avançar. O método do RVCC
está testado e sabemos como adaptá-lo ao nosso
sector. Tudo se resume a: definir os pré-requisitos de candidatura; criar as unidades de competência que permitam uma avaliação objectiva
dos requisitos do perfil de saída do referencial
do CET; definir o processo de avaliação; constituir júris de avaliação credíveis, reconhecidos
pelo sector e, também, formal ou informalmente, pelas entidades que consideramos dever envolver neste processo.
Como condição prévia de tudo isto, disponibilizaremos muito em breve os necessários percursos formativos para todos aqueles que quiserem,
antes de se candidatarem ao reconhecimento,
colmatar algumas lacunas de formação.
Será um trabalho de monta. Mas não nos assusta. Quando se conta com o apoio de empresários-formadores e outros especialistas, que
aceitaram ser autores do referencial aprovado,
trata-se apenas de mais um desafio que estamos
empenhados em vencer.
Que validade terá este reconhecimento por uma
associação sectorial? Não será uma perda de
tempo e um investimento inútil?
A nossa resposta é clara: este reconhecimento
terá a validade que os empregadores e, através deles, o conjunto do mercado lhe reconhecerem.
E não é uma perda de tempo nem um investiOUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
113
Espaço APECATE
mento inútil, pelo contrário. O que nos diz a experiência é que avançar com rigor, coerência e
competência é o método mais eficaz de pressionar a solução de problemas.
Neste caso, é sempre ganhar tempo. Só há dois
fins à vista para este processo, ambos de sinal
positivo: ou, depois de implementado, é reconhecido e adoptado pelo Estado, ganhando assim a sua plena validade; ou mantém-se como
reconhecimento sectorial e constitui, na óptica
de um qualquer outro futuro, uma etapa formativa útil para quem decidir participar nele.
Esta garantia podemos dar: todos aqueles que se
formarem em função de unidades de competência seleccionadas por nós e forem reconhecidos
pela APECATE, serão seguramente aprovados
em qualquer processo de RVCC que venha a ser
implementado, seja ele de que natureza for. ø
Ana Barbosa
Presidente da Direcção da APECATE
Foto:Vertente Natural
ortográfico.
114
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Foto:Caminhos da Natureza
A pedido da autora este texto encontra-se escrito com o antigo acordo
Foto:Equinócio
[email protected]
Publireportagem
A
Garmin lançou a
nova série Oregon
600 e 650. Os novos
equipamentos
da
marca
apresentam
melhorias significativas ao nível
da performance: novas funcionalidades, um ecrã tátil aperfeiçoado, e duas vezes mais brilhante
que os modelos anteriores, que
oferece grande legibilidade na
sombra e sobre intensa luz solar. Ainda devido ao sistema de
navegação GPS + GLONASS, a
nova série oferece maior precisão, velocidade e potência.
São várias as melhorias que as
novas séries 600 e 650 incorporam. As melhorias no processador permitem um nível superior
de interação do utilizador com os
mapas de alta qualidade da Garmin, potencializando o zoom in,
o arrastar e a rotação da imagem
através do ecrã tátil, mesmo com
uso de luvas. E o tempo útil da
116
bateria não é afetado com o aumento das funcionalidades, oferecendo por isso mesmo maior
performance para aventuras
mais duradouras.
Maior precisão e rapidez de
navegação
A sua bússola eletrónica de três
eixos, com inclinação compensada e acelerómetro, mostra para
onde os utilizadores se dirigem.
O seu altímetro barométrico regista as alterações na pressão
para identificar a que altitude
os utilizadores se encontram (e
inclusive para traçar a pressão
barométrica ao longo do tempo,
ajudando-os a estarem atentos a
alterações climatéricas.
O receptor GPS de alta sensibilidade com WAAS/GLONASS e
HotFix® aponta a localização do
utilizador de forma extremamente rápida e precisa, mesmo
em locais de difícil cobertura.
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Esta performance só é possível
porque o Oregon recebe a informação de satélites GLONASS,
conseguindo uma rapidez de
localização 20 por cento maior
(com mais 24 satélites) do que só
usando um sistema GPS.
Interface intuitiva e maior
tempo útil de bateria
Outra das novidades dos novos
Oregon é a funcionalidade full
track view que permite uma visualização mais abrangente e
de alta qualidade dos mapas no
display do equipamento. Pesando apenas 199 gramas, os Oregon 650 e 650t trazem de origem
uma bateria NiMH recarregável
(opcional para os Oregon 600 e
600t), oferecendo um sistema de
bateria dupla de ultima geração.
A bateria tem uma autonomia de
até 16 horas, sendo que para uma
viagem mais longa aconselha-se
levar duas pilhas AA como backup.
PubliReportagem
Série Oregon Garmin
Registar memórias para partilhar com amigos ou para
mais tarde recordar
Os novos Oregon possuem câmara fotográfica integrada de 8
megapixéis com digital zoom e
flash automático (nos modelos
Oregon 650 e 650t), e botões personalizáveis para uma rápida e
fácil captura de imagem. Assim
é possível registar os melhores
momentos das aventuras outdoor. Outra vantagem é, cada
foto da aventura de Geocaching
ser etiquetada com a localização
onde foi tirada, facilitando no futuro o acesso a esse exato local.
Com esta funcionalidade, os
geocachers podem registar digitalmente as geocaches – e de
forma personalizada - sem terem de recorrer a papel para
fazer as anotações. Outra grande vantagem trazida pelo novos
upgrades é sem dúvida a capacidade de quando conectado
com um smartphone, através da
aplicação gratuita Garmin Basec
Camp, os utilizadores do Oregon
poderem ligar-se a outros utilizadores, partilhar dados, procurar novas aventuras registadas
por outros fãs do outdoor, ajudando a organizar o seu futuro
percurso.
Este software gratuito para planear as viagens, ajuda os utilizadores a organizarem as suas
aventuras no Garmin Adventures, a nova comunidade online de
partilha de aventuras, facilitando
a gravação de fotos à medida que
vão traçando os percursos para
depois poderem construir o seu
álbum online e partilhar com
quem quiserem. O software BaseCamp disponibiliza mapas em
2D ou 3D no display do computador, incluindo linhas de contorno
e perfis de elevação.
A nova série foi desenvolvida
para ser a melhor ferramenta de
navegação para diferentes atividades outdoor, com equipamentos que se posicionam como os
melhores companheiro sdos fãs
de aventuras ao ar livre. Desta
forma, os modelos Oregon “t”
oferecem uma excelente cartografia topográfica para a Europa
(escala de 1:100K) e permitem
acrescentar novos mapas topográficos, náuticos, de estradas, e
inclusive a cartografia BirdsEye,
de acordo com as necessidades
dos utilizadores.
Equipados com conectividade
Graças à capacidade de conexão por Bluetooth, os utilizadores podem transferir ficheiros
de grandes dimensões por wireless, como fotos, aventuras
e mapas personalizados entre
equipamentos Oregon de série
600. Com um smartphone com
Bluetooth, os utilizadores poderão também partilhar dados da
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
117
Publireportagem
sua atividade outdoor, nomeadamente pontos de referência, caminhos e estradas com amigos e
família e encontrar as aventuras
disponíveis mais próximas através do Garmin Adventures.
escolhidos pelo utilizador. O kit
(também opcional) de Auto Navigation adiciona à oferta uma
ventosa para suster o equipamento no tablier e um carregador para automóvel.
Os Oregon vêm assistidos com
sistema wireless ANT+™, tornando a experiência ainda mais
completa graças aos acessórios
banda de frequência cardíaca,
cadência, chip e sensores tempe.
Na bicicleta
Ideal para treinos em trilhos, os
Oregon são ultra leves e compatíveis com monitores de ritmo
cardíaco e sensores de cadência/
ritmo da Garmin. Um acessório
de montagem para o guiador da
bicicleta torna mais fácil o transporte do Oregon para verificar a
velocidade, a distância, elevação
e localização à medida que avança.
Para caminhadas
Os mapas de alta qualidade
TOPO da Europa oferecem detalhes topográficos do mais alto
nível (escala de 1:25K), onde se
podem encontrar detalhes de
grande qualidade como rios, lagos, contornos de terreno, e outros pontos geográficos.
Na estrada
O City Navigator (opcional) oferece mapas detalhados de ruas,
milhões de pontos de interesse pré-carregados e direções
turn-by-turn até aos destinos
No mar
Os mapas adicionais BlueChart®
g2 oferecem tudo o que o utilizador pode precisar para uma
aventura no mar, incluindo contornos de profundidade e portos.
Geocaching ilimitado
O Oregon consegue gerir um
elevado número de geocaches
e suporta ficheiros GPX de to-
Para mais informações sobre os equipamentos
outdoor da Garmin e outros serviços aceda a:
www.garmin.com/pt-PT
www.garmin.blogs.com
twitter.com/garmin
118
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
das as plataformas existentes de
Geocaching, como por exemplo
OpenCaching.com para download de geocaches e de detalhes
diretamente para o equipamento. Ao utilizar esta forma de gestão - sem papel - de Geocaching,
os utilizadores estarão não apenas a ajudar a conservar o meio
ambiente, como também a aumentar a eficiência da sua gestão
de aventuras outdoor.
Os Oregon armazenam e facultam informações chave, nomeadamente localizações, terrenos,
dificuldades, dicas e descrições.
Os Oregon até conseguem filtrar as caches dos utilizadores
para tornar a busca mais leve e
conectar com as caches Chirp®
disponíveis.
Preço e disponibilidade
Os Oregon estão disponíveis no
mercado a um PVP disponível
de 379 euros (600), 449 euros
(600t), 449 euros (650), 519 euros (650t). IVA incluído em todos
os valores. ø
Garmin Portugal
Equipamento
LYNX TRAIL
RUNNER 10+5
1/2 ZIP HI-TECH TANK
Descrição:
Devido às suas caraterísticas
garante um maior conforto,
mobilidade e leveza:
Fio Coolmax Fresh FX (antibacteriano)
Costuras termo seladas
Mesh respirável
Logos Refletores
PVP – €49,99 - disponível nas
Lojas Sport Zone: C.C Vasco da
Gama, Colombo e Norteshopping (nas restantes lojas sob
encomenda)
Mais informações: Berg
Descrição:
Capacidade: 10+5 litros
2 suportes para garrafas
3 fivelas para aplicar cinto
EK Intervale
leather ventilated
Peso: 320gr
Inclui saco água 1,5lt
Garrafas não incluidas.
PVP – €69,99 - disponível nas Lojas
Sport Zone: C.C Vasco da Gama, Colombo e Norteshopping (nas restantes lojas sob encomenda)
Descrição:
Sapato desportivo com forro em PET reciclado, placa TPU
anti-torsão, sola intermédia integral em EVA para um
maior amortecimento e absorção de choque, sola exterior
com gripstick e green rubber.
Mais informações: Berg
TIMEX ®Crono
Alarm Timer
PVP – €113,00
Mais informações: Timberland
Descrição: Relógios desportivos Timex® com um look descontraído, disponíveis em 5 cores (preto, branco, verde tropa, multicor e laranja),
estes modelos dispõem de: Cronógrafo até 100 horas com registo de
voltas/ intervalos; Temporizador até 24h com stop e repeat; 3 alarmes
(diário, dias úteis ou fins de semana); 2 fusos horários; Luz Noturna
INDIGLO® com Função NIGHT-MODE® e Resistência à água até 50 metros.
PVP – €54,99
Mais informações: Timex
120
Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR
Descrição:
O Mix Master Road Glide é um modelo feminino desenhado para a corrida em asfalto que proporciona uma passada mais
suave.
Com uma sola de 8 mm na zona do calcanhar e 4 mm na parte dianteira do pé,
o Mix Master Road Glide permite uma
melhor sensação do terreno ao mesmo
tempo que oferece um amortecimento
melhorado. A gáspea em rede garante a
circulação de ar mantendo os pés secos e
leves nesta primavera-verão.
Mix Master Tuff
Descobrir
Equipamento
Mix Master Road Glide
Descrição:
Sinta a liberdade de uma maior conexão
com o terreno sem ter de sacrificar a durabilidade com o resistente Mix Master
Tuff da MERRELL. Este modelo minimalista para homem combina montanhismo
com corrida, com uma inclinação da sola
de 4 mm e um amortecimento otimizado,
tornando-o num hibrido para conquistar
terrenos difíceis. O design do Mix Master
Tuff faz dele um modelo super leve, que se
encontra entre os ténis tradicionais e o Barefoot, tornando-o na escolha perfeita para
quem se está a iniciar em equipamentos
outdoor que o aproximam do terreno.
Mais informações: Merrell
Approach S2
Descrição:
O Approach S2 é um relógio
de golfe com GPS elegante e
confortável com um recetor de
GPS de alta sensibilidade que
apresenta distâncias precisas
para a frente, trás e meio dos
greens. O S2 tem a capacidade de medir a distância das
pancadas e também inclui um
odómetro de campos para medir a distância percorrida total
durante a sua ronda.
É semelhante ao nosso popular
modelo Approach S1, mas o S2
sobe a parada com distâncias
para layups e doglegs e cartão
de pontuação digital.
Mais informações: Garmin
OUTDOOR Abril_Maio_Junho 2013
121
A fechar
corrida forúm montijo
A 12 de maio chega a primeira edição da prova criada a
pensar em toda a família: correr ou caminhar dez quilómetros para jovens e adultos; Corrida do Gui para crianças dos 5 aos 11 anos.
A correr ou a caminhar... venha participar na 1ª edição da
Corrida Fórum Montijo!
Sabe mais em www.portalaventuras.pt
app portal aventuras
A Aplicação Portal Aventuras para smartphones e iPad
apresenta-se como um guia de sugestões sobre as temáticas de Turismo Ativo, Atividades ao Ar livre, Desporto
e Natureza. Para onde for, ou onde estiver não pode deixar de consultar as sugestões do Portal Aventuras.
Já disponível no teu smartphone e iPad!
Sabe mais em www.portalaventuras .pt
lisboa madrid em btt
Esta é uma das maiores aventuras de BTT na Europa!
Uma viagem, uma travessia, uma aventura. Dois países,
duas capitais e 15 montanhas a separá-las com cerca de
28000m de desnível acumulado de subida! A travessia
decorre de 8 a 22 de junho.
Todos os ingredientes estão reunidos para que esta seja
uma espetacular aventura em BTT para 2013. Inscreve-te!
Sabe mais em www.portalaventuras.pt
II Feira Náutica do Tejo em Algés
Decorrerá nos dias 17 a 19 e 24 a 26 de maio de 2013, em
dois fins de semana consecutivos, a segunda edição da
Feira Náutica do Tejo.
Com entrada gratuita para os visitantes, o evento tem
lugar no Centro Náutico de Algés, à beira rio, e conta
com o apoio da Câmara Municipal de Oeiras e Lisboa.
Sabe mais em www.portalaventuras.pt
122
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Depois da sétima, a oitava. 2013 promete apresentar a
melhor edição de sempre da EDP 8ª Meia Maratona do
Douro Vinhateiro, afirmando cada vez mais que na mais
antiga região demarcada do planeta tem lugar A MAIS
BELA CORRIDA DO MUNDO. Os 21 quilómetros da EDP
8ª Meia Maratona correm-se no dia 19 de maio de 2013.
Sabe mais em www.portalaventuras.pt
edições da revista outdoor
Sabias que podes consultar todas a edições da Revista
Outdoor, e sim desde o número 0. Não percas esta oportunidade de estar a par de todas as reportagens, entrevistas e novos conteúdos.
Boas Aventuras!
Sabe mais em www.revistaoutdoor.pt
passatempos portal aventuras
O Portal Aventuras tem constantemente passatempos
com ofertas de atividades, equipamentos, bilhetes de
parques zoológicos, aventura, corridas, maratonas e
muitos mais!
O que esperas? Concorre já ao passatempo em vigor e
habilita-te a ser o vencedor!
Sabe mais em www.portalaventuras.pt
agenda outdoor
Encontre no Portal Aventuras alguns percursos de pequenas rotas que pode realizar no nosso país… De norte
a sul, venha descobrir Portugal a caminhar.
Junte um grupo de amigos e parta a aventura!
Boas Aventuras!
Sabe mais em www.portalaventuras.pt
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
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A Fechar
meia maratona do douro vinhateiro
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