8 Brasil Econômico Segunda-feira, 13 de outubro, 2014 PROJETOS DE MARKETING ESPECIAL VAREJO DIGITAL ENTREVISTA WAGNER PINHEIRO DE OLIVEIRA Presidente dos Correios “ESTAMOS NA LIDERANÇA E QUEREMOS MUITO MAIS” O crescimento acelerado do e-commerce nativo não seria viável sem a participação dos Correios. Hoje, nada menos do que seis em cada dez produtos vendidos pela internet no mercado local são entregues aos seus compradores pela estatal. Mais: cerca de 45 mil comerciantes virtuais se valem, direta ou indiretamente, dos serviços da empresa. “Os Correios se consolidaram, há tempos, como o grande parceiro do comércio eletrônico nacional. Adotamos uma estratégia específica para o segmento quando o mercado ainda começava a se aquecer no Brasil”, comenta o presidente Wagner Pinheiro de Oliveira. A primeira investida ocorreu em 2000, com a criação do e-Sedex, exclusivo para o envio de itens comercializados na web. Dois anos à frente, foi lançada a encomenda econômica PAC, muito utilizada por pequenos vendedores. Ainda na primeira dé- cada do século, a companhia diversificou sua atuação na área, oferecendo serviços de hospedagem de lojas eletrônicas, por meio do CorreiosNet Shopping, e de logística reversa pós-consumo. O cardápio foi reforçado em 2013 – com uma nova opção de pagamento para consumidores e a extensão dos serviços a sites intermediadores – e deve ganhar mais novidades em breve, algumas voltadas a negócios com mais musculatura. “Para as micro e pequenas empresas, nosso apoio no comércio eletrônico representa a oportunidade de ter à mão uma solução completa, nacional e internacional, expressa e econômica, para o envio e logística reversa dos seus produtos. Agora, também pretendemos estender esse leque para companhias de maior porte”, assinala Oliveira, que concedeu entrevista exclusiva ao Brasil Econômico. Thelma Kai/Correios Quantas empresas de comércio eletrônico operam com os Correios e quais os serviços mais demandados? “ Em caráter piloto, estamos usando terminais de autosserviço para recebimento e postagem de encomendas. A ideia é que fiquem em locais de fácil acesso, como shoppings” Mais de 6 mil lojas virtuais possuem contrato direto conosco. Outros 40 mil vendedores do comércio eletrônico utilizam nossos serviços por meio dos sites que atuam como intermediadores. No ano passado, o Sedex representou 61,51% do total de encomendas do comércio eletrônico nos Correios, cabendo ao PAC 38,49% dos envios. Quais as projeções para os próximos anos? 1,18 bilhão. Além disso, contratamos mais de 20 mil trabalhadores. Até 2017, pretendemos investir R$ 900 milhões na modernização do nosso parque de tratamento. Estamos adquirindo novas máquinas de triagem, criando polos de logística em locais estratégicos, firmando parcerias para aprimorar o transporte aéreo e agregando tecnologia aos nossos serviços. Somos líderes de mercado, mesmo nesse setor concorrencial, no Brasil. No último ano, fizemos mais de 40% das entregas do comércio eletrônico. Estamos falando de mais de 56 milhões de encomendas vendidas pela internet. Nosso objetivo é manter a liderança e ampliar nossa participação, acompanhando o crescimento do mercado, na casa dos 25% ao ano. Que novidades estão sendo desenvolvidas para o segmento? Entre os novos projetos temos o serviço de encomenda prépaga via internet. Ele vai permitir a compra e o pagamento de Sedex e PAC pelo nosso site, o Portal dos Correios, com muita praticidade e comodidade. Temos também a Interatividade Postal, em que o cliente vai receber SMSs para acompanhamento de suas encomendas e poderá interagir conosco para agendar a entrega ou alterar o endereço. Outros projetos são o Aviso de Recebimento Eletrô- nico, com as informações do recebedor disponibilizadas na internet, e a consolidação e ampliação do serviço de Intermediação de Comércio Eletrônico, que hoje está em fase piloto. Também em caráter piloto, estamos usando terminais de autosserviço para recebimento e postagem de encomendas. Eles funcionam em horário estendido e a ideia é que fiquem em locais de fácil acesso, como shopping centers e estações de metrô. Os Correios têm planos para atrair empresas de médio e grande porte? Temos pelo menos dois grandes projetos para ampliar a participação dos Correios junto a esse segmento. Estamos desenvolvendo um novo serviço para os clientes de grande porte que possuem demanda superior a 1.500 objetos por dia para um único Estado de destino. Para os clientes de médio porte, um novo modelo de classificação de cidades e de precificação também está sendo desenvolvido. Essas novidades serão concluídas e divulgadas até o final do primeiro semestre de 2015. Para fazer frente ao forte crescimento do comércio eletrônico no Brasil, que investimentos foram e serão realizados? Nos últimos três anos o investimento total, principalmente na infraestrutura, foi superior a R$ Recentemente, os Correios firmaram um acordo com a Alibaba.com, para abrir as portas dos mercados chinês e norte-americano a pequenas empresas brasileiras. Por conta da parceria, a estatal anunciou planos de investir em dois armazénsno exterior, na Ásia e na Américado Norte.Em que fasese encontramesses projetos? Iniciamos conversa com operadores dos dois mercados. No momento, ainda estamos em fase de estudo para implementação desses dois armazéns. A previsão para essa iniciativa ser concretizada é para o primeiro semestre do ano que vem. Dario Palhares