O VALE “on line”
ANO 2, Edição 27
30 de Junho de 2007
QUINZENAL * Propriedade: GPZ * Editor: Florêncio Papelo * Celular: 825022890; 825024630
Fax: 252 22688 * email: [email protected] * Sede: Av.Eduardo Mondlane—Prédio do BM - Tete
DISP. REG°. /GABINFO-DEC/2006
Boletim Informativo do GPZ
EDITORIAL
VALE DO ZAMBEZE:
AS LIÇÕES DO TRABALHO COM AS COMUNIDADES
Contam já cinco anos que o GPZ está instalado fisicamente nesta rica região do Vale do
Zambeze. São cinco anos de envolvimento directo nas comunidades sobretudo rurais,
onde há registo de lições, passadas e recebidas. São lições impar, muitas delas boas, mas
boas mesmo.
Alguns exemplos de facto não escapam a registo.
Hoje, em algumas comunidades como as do Planalto de Angónia, isto na província de
Tete, o adubo químico que constituía preocupação para muitos camponeses, dado aos
elevados custos para a sua aquisição, deixou de ser. Em seu lugar alguns camponeses
recorrem actualmente a adubação orgânica, também denominado composto orgânico,
que é um preparo resultante de capim, restos de palha dos campos agrícolas ou detritos
vegetais, que alternadamente juntam-se-lhe terra e muita água para provocar apodrecimento. O impacto no aumento da produção não difere de forma alguma com a utilização
do adubo químico, com a vantagem deste ser a custo zero.
Alguns camponeses, de tão bem terem assimilado a tecnologia de preparação de adubação orgânica, ensinada pelos Técnicos do GPZ, se dão ao privilégio de ensinarem outros
compatriotas. Isto constitui de facto um dos exemplos de boas lições.
LEIA NESTA EDIÇÃO:
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ARROZ EM NANTE E MOPEIA—
COM APOIO DO GPZ, CRESCE
RENDA FAMILIAR
ÁGUA POTÁVEL PARA A POPULAÇÃO DE MARÍGOE
EM TSANGANO— CAMPONES
VIRA DONO DE UMA MANCHA
FLORESTAL
SISTEMA DE ACESSO À INTERNET VIA SATÉLITE NA VILA DE
ULÓNGOE
Em outras comunidades também do Vale do Zambeze, igualmente no Planalto de Angónia,
alguns criadores de gado combatem as carraças nos seus animais com recurso a meios
defensivos alternativos naturais, usando solução de alho, sabão picado e água, no
lugar de drogas modernas cujo seu preço tem sido insuportável para muitos deles.
Destes criadores, alguns passaram, de aprendizes para instrutores, ensinando estas técnicas de baixo custo e acessíveis para muitos, que já se revelaram eficientes, a outros
interessados.
As pessoas das comunidades rurais quando sensibilizadas produzem.
As pessoas das comunidades rurais quando sensibilizadas adoptam e com rapidez as
tecnologias de baixo custo para o aumento da sua produção, produtividade e renda familiar.
São cinco anos de aprendizagem mútua. Esses são apenas alguns exemplos resultantes
do trabalho com e para as comunidades rurais. Há tantos outros também dignos de
registo, que não cabem nesta página.
Verdade é, às comunidades rurais se pode ensinar, com elas também se aprende, e muito. Avante Vale do Zambeze.
Aquele abraço
O Editor
Florêncio Papelo
ANO 2, Edição 27
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ARROZ EM NANTE E MOPEIA – ZAMBÉZIA
COM APOIO DO GPZ CRESCE RENDA FAMILIAR
Em Nante e Mopeia, na província da Zambézia, a
produção de arroz continua a conhecer um crescimento significativo, mercê do apoio técnico e em
semente melhorada que o Gabinete do Plano de
Desenvolvimento da Região do Zambeze tem vindo
a proporcionar.
A campanha 2005/2006 que neste momento está
na sua fase de ceifa registou novamente bons resultados. Os camponeses estão felicíssimos, porque
os campos produzidos registaram uma produção
muito satisfatória.
melhorada, 25 toneladas, o que significa que em cada
campo de 1ha se obteve uma renda de 5 toneladas. É
uma cifra bastante satisfatória. Essa semente será distribuída aos camponeses que necessitem, já na próxima campanha.
A ceifa iniciou-se em Maio passado e até a data ainda se encontra muito arroz nos campos. Isto porque muitos camponeses têm mais de três campos e
como a ceifa é manual, não tem sido fácil retirar
todo o arroz. Existem campos que ainda estão
repletos de arroz, apresentando uma imagem amarela, de um autentico arrozal.
Sorte é que quer em Nante, quer em Mopeia, não
tem se registado precipitação nas últimas semanas,
o que tem proporcionado ainda um bom ambiente
para o arroz, ao contrario seria uma catástrofe,
uma vez que o arroz ao suporta muita água.
Em Mopeia, a intervenção do Gabinete do Plano do
Zambeze iniciou-se mais tarde, em 2004, aliás, a boa
experiência de Nante proporcionou um interesse na
implantação em Mopeia, uma vez conhecidas as potencialidades desta zona das margens do rio Zambeze.
Inicialmente, a intervenção em Mopeia visava apenas
prestar serviços de apoio aos camponeses associados
A intervenção do GPZ junto dos camponeses de
Nante iniciou em 2003, depois de um processo de
identificação e auscultação. Seguiram-se trabalhos
de limpeza de alguns diques e canais, principalmente nos regadios de Munda-Munda e Intabo, o
que veio a culminar com ensaios de produção de
sementes melhoradas.
Paralelamente, decorriam campanhas de sensibilização, promoção e formação de Associações de
camponeses, para permitir uma efectiva colaboração.
Dados disponíveis fornecidos pelos camponeses que já
colheram boa parte dos seus campos indicam que a
produção média tem sido de 3.5 toneladas por hectar,
contra 700 a 800 kgs que esses produziam em campos similares antes da parceria e intervenção do GPZ.
Quer em Nante, quer em Mopeia, o processo de assistência com sementes, aos camponeses consiste por
um lado, na venda directa aos interessados e com
capacidade para pagamento em dinheiro, e por outro
lado, mediante entrega a crédito aos camponeses sem
poder de pagamento imediato, devendo estes no final
da campanha pagar em arroz ou também em dinheiro,
caso assim queiram. Para este último grupo existe uma
percentagem cobrada diga-se que simbólica que funciona em forma de juros.
A prontidão no pagamento dos empréstimos, quer em
sementes, quer em serviços de lavoura e gradagem
prestados pelo GPZ é condicionada aos rendimentos
da campanha, o que significa, para casos em que a
campanha é fraca, abre-se excepção para que os devedores paguem uma parte ou quase nada, reservandoNante possui terras ricas, e no passado não muito se para a campanha seguinte.
recente já produziu também arroz de quantidades e
em qualidades reconhecidas a nível nacional. Por exemplo, em Mopeia, para esta campanha de
Outrora funcionou em Nante a empresa de Lopes e 2006/2007, devido às cheias que se abateram sobre
Irmãos, mais tarde a Empresa agrícola do Baixo boa parte dos campos de arrozal, algumas camponeLicungo-Nante, cuja vocação foi sempre a produção ses cujos rendimentos forem baixos, poderão solicitar
de arroz. Para responder à demanda já funcionou para reporem na próxima campanha as suas dívidas.
igualmente aqui uma fabrica de descasque de Mas de uma forma geral, sabe-se que apesar das
arroz. Devido à guerra, tudo ficou destruído e cheias, Mopeia registou igualmente bons resultados na
abandonado, mas felizmente a tradição da cultura colheita de arroz, isto porque logo após o término do
drama, alguns camponeses flexíveis optaram pelo
de arroz apenas adormecera, mas não morrera.
transplante de viveiros.
Na campanha actual, o GPZ produziu nos seus cinco hectares reservados para produção de semente
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ANO 2, Edição 26
Ceifa manual de arroz
Processo de debulha de arroz
Arroz debulhado e ensacado
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ANO 2, Edição 27
ÁGUA POTÁVEL PARA POPULAÇÃO DE MARINGUÉ
GPZ REFORÇA A CAPACIDADE LOCAL
Maringué, por sinal, é um distrito que enfrenta grave escassez de água.
O GPZ, através da sub-região do Baixo Zambeze, no
âmbito do trabalho de auscultação das preocupações mais prementes da população, e com vista a
elaboração do plano de acções que viria a culminar
com sua instalação física nesta parcela, em 2003,
tomou nota considerável da escassez deste precioso
líquido.
Em coordenação com o Governo distrital traçou um
programa de construção de poços melhorados, para
minimizar este sofrimento da população que percorria longas distâncias para obter água, e nalguns
casos, de fontes onde a disputava com animais.
Até à data, o GPZ construiu cinco poços melhorados
e estão todos em pleno funcionamento. Está prevista a construção de mais poços, logo que as condições materiais e financeiras forem criadas, pois a
meta é ter mais fontes de água próximas dos aglomerados populacionais neste distrito, podendo
reduzir o tempo a ser percorrido pelas mães e pelas
raparigas. Sabe-se que em Maringué, à semelhança
de outras partes deste vasto Moçambique, raparigas
há que não podem ir à escola, porque a actividade
de procura de água lhe tira muito tempo, em alguns
casos até não reserva tempo para sequer irem folgadamente às machambas produzir.
Como é sabido, uma insuficiente disponibilidade de
fontes de água potável, tem constituído uma verdadeira
dor de cabeça em muitos pontos deste país, sobretudo
nas zonas rurais, porque através desse drama se assiste com frequência doenças com ele relacionadas.
Por ironia do destino, Maringué não foge à regra. Aqui,
uma considerável percentagem da população consome
água imprópria, para não falar das longas distâncias
que as mães e raparigas percorrem para obter o tal precioso líquido mesmo que impróprio.
Existem aldeias que distam 10 a 15 Kms das fontes de
água, o que consequentemente obriga as mães e raparigas a percorrer toda essa distância para poder colocar
à disposição da família alguns litros.
Com o apoio do GPZ algo está a mudar para algumas
aldeias, sobretudo as contempladas com esses primeiros cinco poços. São poços localizados em aglomerados populacionais de perto de 500 famílias para cada
poço, o que de facto veio a reduzir também o número
de pessoas que vão as fontes não tratadas.
Nesta primeira fase, à semelhança do Planalto de Angónia, o GPZ construiu os cinco poços assumindo os custos de todos materiais, incluindo mão-de-obra. Esperase que na próxima fase, para a construção de outros
poços, sejam as próprias comunidades organizadas a
construir os poços, devendo o GPZ apoiar apenas em
matérias não existentes localmente, como é o caso do
cimento. Trata-se de uma experiência que já resultou
em outros locais.
À
semelhança
de
Maringué, o GPZ vem
construindo
poços
melhorados no Planalto de Angónia, que se
ressente sobremaneira
da escassez de água
potável para as populações
e
nalguns
casos, mesmo para o
abeberamento
do
gado.
A Vila-sede de Maringué localiza-se no
extremo oeste da província de Sofala, a 36
Kms da estrada Centro-Nordeste.
O distrito de Maringué
ressente-se bastante
dos efeitos de escassez de água potável.
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ANO 2, Edição 27
Um outro poço melhorado construído pelas próprias populações com o apoio do GPZ, apenas em cimento.
Este é um outro poço algures no Planalto de Angónia
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EM TSANGANO – TETE
CAMPONES VIRA DONO DE UMA MANCHA FLORESTAL
No distrito de Tsangano, província de Tete, um camponês tornou-se dono de uma considerável cintura
verde, fruto de um trabalho de plantio de árvores
que vem desenvolvendo desde 2003.
à data pelo GPZ, e vezes sem conta afirma estar a contribuir para que se respire um ar puro e saudável
naquela parcela da província de Tete, para alem de que
vive das rendas aqui obtidas.
Tudo começou, quando o Gabinete do Plano do
Zambeze, GPZ, através da sua Sub-região do Planalto de Angónia iniciou a actividade de reflorestamento com o envolvimento das comunidades e
escolas, que compreendia duas vertentes, nomeadamente mudas para as populações e estabelecimento
de manchas florestais diversas.
As árvores do Sr. Mathias já estão bem crescidas e não
passam de vista a qualquer visitante da Vila-sede de
Tsangano.
Uma Associação de Apicultores constituída por mulheres solicitou ao Sr. Mathias para colocar colmeias, das
quais já se extrai mel de qualidade e quantidade. E
tudo está a funcionar maravilhosamente.
No âmbito deste projecto, um camponês de nome
O projecto de reflorestamento comunitário na subregião do Planalto de Angónia, concebido e implementado pelo GPZ teve o seu
início em 2002, tendo-se na
altura privilegiado a cordilheira de Ulongué.
Nos anos seguintes, este
projecto foi sendo reforçado com a aquisição de insumos florestais na vizinha
república do Malawi.
Este projecto consistiu sempre na produção de mudas,
mudas estão distribuídas
mais tarde para as comunidades, incluindo escolas
localizadas naquela área.
O objectivo foi e continua a
fazer face a problemas de
desertificação, de erosão,
mas também de criar sombra sobretudo nas escolas,
dar fruta, e melhorar o
ambiente respiratório através das manchas florestais
Sr. Mathias, na sua mancha florestal e ao lado de uma colmeia
junto
de
aglomerados
populacionais.
Mathias, residente nos arredores da Vila sede do
distrito de Tsangano pediu que fosse contemplado O projecto contava até ao primeiro trimestre do ano em
nas distribuições de rotina, depois de ter exibido a curso com cerca de 14.000 mudas plantadas, e incluía
sua área de cerca de 3 ha, onde já havia plantado a arborização da principal via entre a Vila de Ulongué e
algumas espécies. Este pedido foi aceite e de lá o posto fronteiriço de Calomwé.
para cá foi recebendo algumas espécies entre frutei- Entre as mudas produzidas nos viveiros do GPZ em
ras, arvores de sombra e outras espécies, sobretudo Angónia destacam-se o Pinus, mais conhecido por
Eucaliptos e Pinheiros, sendo por sinal estes ultimos Pinheiro, o Eucaliptos, o Cedro, a Melia Azadarach, a
Papaieira, o embondeiro, a goiabeira e a Uapaka kirkiauma espécie que desenvolve com muita rapidez.
Actualmente o Sr. Mathias é tido como um dos for- na.
necedores de lenha e de troncos de pequeno porte Dada a aderência maciça neste projecto, espera-se que
que servem para construção de casas precárias num período de ate 10 anos a sub-região do Planalto
naquela Vila-sede do distrito.
de Angónia seja detentora de grandes manchas floresMathias orgulha-se bastante pelo apoio prestado até tais, podendo satisfazer algumas indústrias locais de
processamento de madeira.
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A VALZAMBNET LDA, empresa especializada no ramo
da Informática e Telecomunicações, participada pela
SOGIR/GPZ acabou de instalar em 29 de Junho de 2007
um sistema de acesso à Internet via Satélite na Vila de
Ulongué, onde já está disponível um Internet Café com
acesso público.
Esta iniciativa da responsabilidade daquela empresa faz
parte do Programa de “Acesso à Internet—Expansão
para as Zonas Rurais no Vale do Zambeze” e é a continuação do projecto de levar a Internet a todas as capitais de distrito do Vale.
LAZER
Amizades Diferentes
A esposa passou a noite fora de casa. Na
manhã seguinte, explicou ao marido que tinha
dormido na casa de uma amiga.
O marido, então, telefonou para dez amigas.
Nenhuma delas confirmou.
O marido passou a noite fora de casa. Na
manhã seguinte, explicou à mulher que tinha
dormido na casa de um amigo.
IMPRESSIONANTE!
Teste.
COISAS DA MATEMATICA
A matemática tem coisas que nem
Pitágoras explicaria.
Aí vai uma delas...
Pegue uma calculadora porque não
dá para fazer de cabeça..
1. Digite os 3 primeiros algarismos
de seu telemóvel (não considere os
indicativos do país nem da operadora como 258, 351 ou 82, 84,
91,96,93);
2. Multiplique por 80.
A esposa, então, telefonou para dez amigos do
marido. Sete deles confirmaram, e os três restantes, além de confirmarem, garantem que ele
ainda estava lá.
3. Some 1.
4. Multiplique por 250.
5. Some com os 4 últimos algarismos do mesmo telemóvel
6. Some com os 4 últimos algarismos do mesmo telemóvel de novo.
LOCALIZE-NOS:
7. Diminua 250.
SEDE DO GPZ
CIDADE DE TETE
8. Divida por 2.
SUB-REGIÕES:
Reconhece o resultado???????
MÉDIO ZAMBEZE
(MOATIZE)
PLANALTO
(ULONGUÉ-ANGÓNIA)
CHIRE ZAMBEZE
(MUTARARA)
BAIXO ZAMBEZE
(GORONGOSA)
DELTA
(QUELIMANE)
REPRESENTAÇÃO DE
MAPUTO
(MAPUTO)
MOÇAMBIQUE
FICHA TÉCNICA
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EDITOR—Florêncio Papelo
EDITOR ADJUNTO—Armindo Manhiça
ILUSTRAÇÃO—Pascoal Mário João de Carvalho
GRUPO REDACTORIAL
* Florêncio Papelo * Armindo Manhiça * Ambrósio Fonseca * Fernando Mangove
* Nordino Machava * Pascoal Mário João de Carvalho * Alberto Chibaquera
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