1.ASPECTOS GERAIS País: Moçambique Área: 799.390 km² A pobreza tem estado a reduzir mais nas zonas rurais comparativamente às zonas urbanas – em 16% e 10,5% respectivamente, destacando-se a província central de Sofala onde os resultados mostraram uma redução em mais de 50%, deixando de ser a província mais pobre para a menos pobre do país. População(2007): 20.366.799 Incidência da pobreza: 54% Capital: Maputo Língua Oficial: Português Moeda: Metical (MT) 2.CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DO HIV E SIDA EM MOÇAMBIQUE Taxa de prevalência do país: 16,2% Taxa de prevalência mais alta na Zona Centro do País: 20,4% Mais de 1,5 milhões de Moçambicanos estão infectados pelo HIV Perda de Professores: 9,200 até 2010 Perda de 15% de trabalhadores de Saúde até 2010 Mais de 20,000 mortes de crianças com menos de 5 anos Mais de 320,000 crianças órfãs devido ao SIDA RESULTADO: Projecções demográficas indicam que em 2010, se medidas adequadas não forem tomadas para controlar a pandemia, a esperança de vida à nascença decrescerá para 36 anos, dos actuais 46 anos. Os óbitos causados por SIDA poderão, até esse ano, resultar em 626 mil órfãos maternos e/ou paternos de 0-17 anos de idade. Aumento rápido de mortalidade, Aumento do número de Crianças Órfãs e Vulneráveis, Aumento de pessoas precisando de TARV e pessoas cronicamente doentes. 3.CALAMIDADES e HIV e SIDA = DUPLA EMERGÊNCIA Os efeitos combinados da situação de emergência provocada pelo HIV e SIDA nas 4 Províncias com as taxas mais altas de seropositividade, incluindo os efeitos devastadores do Ciclone Fávio que afectou em grande escala alguns distritos de Inhambane, puseram Moçambique, em particular as 5 províncias, numa situação de DUPLA EMERGÊNCIA, caracterizada por aumento dos factores de risco de infecção do HIV tais como: Mobilidade constante das pessoas; Concentração de várias pessoas nos Centros de Acomodação; Aumento da vulnerabilidade dos jovens, especialmente as raparigas; Ausência total de condições de sobrevivência e de saneamento do meio; Inexistência de disponibilidade de serviços em alguns distritos Alto risco de insegurança alimentar e nutricional com maior gravidade para grupos mais vulneráveis, aumentando a debilidade dos infectados pelo HIV. HIV/SIDA e CALAMIDADES Niassa 11.1% PESSOAS AFECTADAS PELAS CALAMIDADES Necessidade de intervenção conjunta e mais célere nas 5 Províncias Sob coordenação do CNCS, realizou-se um encontro de reflexão conjunta, envolvendo os Governos Locais, Parceiros de Cooperação e Organizações de implementação. Desta reflexão concluiu-se ser importante: 9.2% Nampula Tete 16.6% 4 Províncias da Zona Centro + Inhambane: mais de 444.000 pessoas afectadas pelas calamidades naturais 3.1 Como agir face à situação? Cabo Delgado 8.6% 18.4% Zambezia Manica 19.7% Sofala 26.5% Gaza 19.9% 11.7% Inhambane Juntar esforços combinados para mitigar o impacto da Dupla Emergência nas populações afectadas, Normalizar com URGÊNCIA a vida das populações afectadas e facultar-lhes recursos mínimos para o relançamento sustentável das suas condições de vida, num ambiente mais saudável e de dignidade, reduzindo os riscos de vulnerabilidade à infecção. Desenhar um plano de acção de emergência para mitigar a situação prevalecente e devolver paulatinamente alguma estabilidade e dignidade às pessoas afectadas. 20.7% Maputo 3.2 A resposta à dupla emergência: a) Buscar consensos Um plano foi desenhado para atender a situação desastrosa em que se encontram as mais de 444 mil pessoas afectadas pelas calamidades, que agravam a crítica situação dos índices de pobreza e de HIV e SIDA em que estas pessoas se encontram. Criou-se consensos: Sobre a necessidade de integração de questões ligadas ao HIV e SIDA e calamidades nos programas que guiam a gestão dos centros de acomodação e/ou de reassentamento; Sobre a necessidade de reforçar a vigilância epidemiológica através de medidas de prevenção do HIV e mitigação dos seus efeitos; Sobre a necessidade de buscar de uma resposta inspirada na realidade local e liderada pelos Governos Provinciais; Sobre a importância da mobilização de actores locais para a implementação dos programas; Sobre a necessidade de reforçar a vigilância e prevenção do HIV nos deslocados e nas comunidades acolhedoras; Sobre a necessidade de reforçar a vigilância e prevenção do HIV nos deslocados e nas comunidades acolhedoras; Sobre a importância de assegurar a redução da violência e abuso sexual, factores que aumentam a vulnerabilidade do risco de infecção do HIV; Sobre a necessidade de assegurar a confidencialidade e cumprimento dos direitos humanos dos cidadãos b) Implementar nos centros de acomodação e nos locais de reassentamento; Em menos de 15 dias foi desenhado o plano e respectivo Criou-se consenso sobre a necessidade de elaboração de programas tendo em pacote de actividades, e foram seleccionados 30 impleconta as necessidades específicas dos grupos populacionais afectados em cada mentadores do sector público e da sociedade civil: Província, devendo prestar particular atenção a: Pessoas vivendo com o HIV; Mulheres, em particular aquelas em situação de gravidez ou em amamentação; Crianças; Idosos; Famílias chefiadas por mulheres, crianças ou idosos; Portadores de deficiência. 4.Como foi possível mobilizar e buscar consensos em tão pouco tempo? Harmonização e alinhamento com as prioridades e políticas moçambicanas, tendo em conta os princípios da Declaração de Paris; Reformas e simplificação de políticas e procedimentos dos Parceiros de Cooperação; O CCM do Fundo Global alinhou-se às estruturas locais; Assinatura do MoU e do Código de Conduta (Governo de Moçambique & Parceiros de Cooperação); Memorando de Entendimento: Banco Mundial, GFATM e Bilaterais; Código de Conduta: Acordo de todos os Parceiros de Cooperação Participação activa e responsabilização das lideranças e governos locais. 5.Lições aprendidas É possível agir numa situação de desastres naturais em zonas alta prevalência de HIV, que afectam uma população já em condições de extrema pobreza, o desenho de programas e sua implementação deve ser liderada pelas autoridades locais e suas comunidades. É possível mobilizar vários actores para aumentar o nível e qualidade de intervenções, quando: Há alto um cometimento das lideranças mais altas. Moçambique, é o exemplo em que Chefe do Estado lidera a mobilização de todas as lideranças e actores dos diferentes segmentos da sociedade no combate ao HIV e SIDA, activismo da Srª Primeira Ministra de Moçambique, que é também a Presidente do CNCS (Conselho Nacional de Combate ao HIV/SIDA) tem servido de catalizador para uma maior visibilidade na actuação de todos os actores. O COMETIMENTO DE TODOS Ver acelerada a implementação de actividades de rápido impacto no controlo da epidemia do HIV e SIDA e normalização da vida das populações afectadas pelas calamidades! Stop SIDA, não deixe morrer a esperança