Segurança hídrica: incapacidade de conectar a gestão da água, de alimentos, energia e proteção das áreas úmidas Dra Catia Nunes da Cunha Depto Botanica e Ecologia UFMT INCT- Áreas Úmidas ( INAU) CNPq/UFMT [email protected] Convite à Reflexão sobre a nossa incapacidade de inserir no contexto de decisões a proteção ambiental. Órgãos gestores Comunidade Cientifica Sociedade civil e organizada RECURSOS HÍDRICOS NO BRASIL problemas, desafios e estratégias para o futuro (ABC) • Academia Brasileira de Ciências (ABC) importante esforço para contribuir com o debate de políticas públicas no Brasil. • Análises estratégicas da situação dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos no país e perspectivas para o futuro são, portanto, fundamentais para estabelecer políticas públicas, desenvolver e aprofundar pesquisas, formar recursos humanos em vários níveis, e estabelecer condições para o progresso mais rápido e consistente na pesquisa e na gestão. • organização de reuniões e discussões em todo o país, no âmbito do Projeto Prospecção Científica e Tecnológica nas Áreas de Impactos do Clima e Mudanças Climáticas nos Ecossistemas de Águas Interiores, Estuários e Águas Marinhas na América do Sul e Brasil (CTHIDRO–CNPq), desenvolvido durante 2009. Recursos hídricos no Brasil: problemas, desafios e estratégias para o futuro / José Galizia Tundisi (coordenador). – Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciências, 2014. 76 p. A escassez de recursos hídricos: Como evitálo? • A escassez de recursos hídricos gera instabilidade agropecuária, insegurança de produção, de abastecimento de água potável, de saneamento básico, de saúde pública. Reflete-se na vulnerabilidade do crescimento sustentável e na intensificação do desequilíbrio social. É um quadro de caos gradativo. Recursos hídricos, usos múltiplos e projeções Fatores de maior pressão nos usos múltiplos dos recursos hídricos. Grau de urbanização da população humana No Brasil essa urbanização atinge 84% da população total do país (IBGE 2010). Brasil e sua água Áreas especiais no Brasil para RH Usos múltiplos dos recursos hídricos Principais impactos decorrentes das atividades humanas nos recursos hídricos do Brasil. Impactos tem inúmeras consequências econômicas, sociais, ambientais e gera insegurança coletiva nas populações, problemas de saúde pública e deterioração dos recursos hídricos, aumentando o custo de tratamento da água para melhor potabilidade, e custos elevados na recuperação e proteção das reservas das águas superficiais e subterrâneas (Martinelli et al 2010). População urbana atendida com coleta e tratamento de esgotos no Brasil. Fonte: ANA (2009). Os principais problemas críticos que necessitam de imediata ação e prioridades para suporte à pesquisa por parte dos governos e agências financiadoras são: • Nas próximas décadas o Brasil deverá desenvolver um esforço relevante e significante com grandes investimentos para fazer frente às demandas para água potável segura. • Ênfase deve ser posta no gerenciamento integrado, em pesquisa e desenvolvimento, em educação (tecnológica, científica e para o grande público). • A compatibilização de métodos para monitoramento, a organização de banco de dados e de sistemas de informação devem ser postas em prática levando-se em conta a diversidade ecológica, econômica e social do país e suas características regionais. A Segurança Hídrica e as abordagens para os setores de Alimentos, Saneamento e Energia Para tanto, este projeto propõe a realização de três seminários, de acordo com a seguinte sugestão temática: • Segurança Hídrica com enfoque no Setor de Alimentos – “Água e Produção Agrícola” • Segurança Hídrica com enfoque no Setor de Saneamento – “Água e Saneamento” • Segurança Hídrica com enfoque no Setor de Energia – “Água e Energia” A Seção Brasil do Conselho Mundial da Água O que falta em todas as propostas, visões conceituais de Segurança Hídrica????? ESTRATEGIAS DE PROTEÇÃO • Pensar em Conservação das Areas úmidas, nascentes, área de recarga Matas riparias etc • No âmbito dos recursos hídricos, a Lei é Nacional (nº 9.433/97). Também chamada de Código das Águas, essa lei institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e possui em um dos seus instrumentos, denominado de Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), um conjunto de ações para efetivação da gestão de recursos hídricos no Brasil. • Essas ações compõem os programas do PNRH, e seus detalhamentos operativos e aprovações são de responsabilidade do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) (BRASIL 2008). • Agência Nacional de Águas (ANA), não incluírem as AUs conceitualmente em seu escopo de abrangência, não têm obrigações legais e tampouco normatizações a seu respeito. • Em outras palavras, cerca de 20% do território nacional constituído por AUs não tem cobertura adequada pela legislação ambiental brasileira. A deficiência principal dessa lei e desse plano é o fato de que os autores não oferecem uma definição do que eles entendem sob o termo técnico de “recursos hídricos”. Para fechar essa lacuna, propomos a seguinte definição: “Recursos Hídricos abrangem a água de chuva e todos os corpos de água, naturais e artificiais, superficiais e subterrâneos, continentais, costeiros e marinhos, de água doce, salobra e salgada, parados (lagos e águas represadas) e correntes (rios - intermitentes, efêmeros ou perenes - e seus afluentes, hidrovias e canais artificiais) e todos os tipos de áreas úmidas, permanentes e temporárias. ” As Áreas úmidas • As AUs do Brasil não são vistas como potenciais recursos hídricos disponíveis nas bacias hidrográficas. • O manejo dos recursos hídricos concentra seus esforços no uso de rios, lagos e recursos hídricos subterrâneos, para fins domésticos, industriais, irrigação, navegação, produção de energia e para tratamento de esgotos. • Todavia, não se levam em consideração os diversos serviços das AUs, por exemplo, no efeito tampão hidrológico, que diminui os picos de enchentes e secas, fornecendo água para riachos de cabeceira e águas subterrâneas por infiltração. • Nesta concepção política, as AUs não são definidas e o seu manejo e sua proteção são regulados por diversos organismos. Áreas úmidas • “Áreas Úmidas (AUs) são ecossistemas na interface entre ambientes terrestres e aquáticos, continentais ou costeiros, naturais ou artificiais, permanentemente ou periodicamente inundados por águas rasas ou com solos encharcados, doces, salobras ou salgadas, com comunidades de plantas e animais adaptadas à sua dinâmica hídrica.” • AUs devem possuir (1) presença, pelo menos periodicamente, de espécies de plantas superiores aquáticas ou palustres, e/ou (2) presença de substrato/solo hídrico. “A extensão de uma AU é determinada pelo limite da inundação rasa ou do encharcamento permanente ou periódico ou, no caso de áreas sujeitas aos pulsos de inundação, pelo limite da influência incluindo-se das inundações aí, se médias existentes, máximas, áreas permanentemente secas em seu interior, habitats vitais para a manutenção da integridade funcional e da biodiversidade das mesmas. Os limites externos são indicados pela ausência de solo hidromórfico e/ou pela ausência permanente ou periódica de hidrófitas e/ou de espécies lenhosas adaptadas a solos periodicamente encharcados”. Novo Código Florestal POLITICA NACIONAL DE ÁREAS ÚMIDAS Grata!