UNIVERSIDADE POSITIVO IDENTIFICAÇÃO DO POTENCIAL TURÍSTICO PARA O AGROTURISMO: ESTUDO DE CASO DA FAZENDA PADRÃO - MS CURITIBA - PR 2010 MARIA VICTÓRIA BUSCHMANN GONÇALVES IDENTIFICAÇÃO DO POTENCIAL TURÍSTICO PARA O AGROTURISMO: ESTUDO DE CASO DA FAZENDA PADRÃO - MS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Turismo da Escola de Negócios da Universidade Positivo como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Turismo. Orientador: Profª. Msc Valéria de Meira Albach. CURITIBA – PR 2010 DEDICATÓRIA Dedico minha pesquisa a minha família por estar sempre presente nos meus melhores momentos, e ao meu marido, meu companheiro para tudo e meu maior incentivador. 3 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por me fazer capaz de executar esta pesquisa. A minha orientadora Prof. Msc, Valéria de Meira Albach, por estar presente em todos os momentos da pesquisa, pela atenção, dedicação e total apoio. Aos meus colegas de trabalho, por me incentivarem e comemorarem comigo a cada conquista. A todos os meus professores do curso que me ensinaram e me avaliaram durante todo este período de estudo, sem os quais não estaria aqui hoje. Ao Sr. Rubens Carlos Buschmann pela atenção dispensada ao estudo em questão e a completa disponibilidade em sanar todas as dúvidas, assim como o Sr. Cláudio Roberto Buschmann pelas informações essenciais para o desenvolvimento do trabalho e o Sr. Mario Scheide pela atenção ao tema e a disponibilidade em responder todas as questões feitas. A Universidade Positivo, por me dar todos os subsídios necessários para a completa pesquisa científica. A minha mãe Leilane Buschmann, ao meu pai de coração Fabian de la Rúa e aos meus irmãos Fernanda e Rodrigo, que mesmo longe, são a razão de todo meu sucesso. 4 EPÍGRAFE “Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meios de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para conhecer o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver.” Amir Klink 5 RESUMO Com a difusão do turismo, e o aumento de suas atividades nos quatro cantos do mundo, notam-se diversos tipos de segmentações, antes não muito conhecidas e utilizadas, em completo foco. O Agroturismo é uma dessas segmentações que vem trazer novidades e ressaltam a curiosidade das pessoas. O trabalho visa explicar alguns dos segmentos do turismo e diferenciar o que cada um significa, dando ênfase no Agroturismo, pois é principalmente com ele que a Fazenda Padrão pretende atuar. Por estar no estado do Mato Grosso do Sul, tipicamente rural, e em Chapadão do Sul, um município conhecido pelas suas terras e belas fazendas que se torna viável um estudo sobre a implantação do Agroturismo. A Fazenda Padrão, referência em suas atividades, nas tecnologias dispensadas e principalmente na consciência ecológica com que trabalha, com possibilidades de dispor de meios de hospedagem e alimentação aos turistas se torna compatível ao que se procura. PALAVRAS-CHAVE: Agroturismo. Rural. Fazenda Padrão. Consciência Ecológica. 6 RESUMEN Con la difusión del turismo, y el aumento de sus actividades em los cuatro cantos del mundo, se nota diversas segmentaciones, antes no muy conocidas y utilizadas, en completo foco. El Agroturismo es una de esas segmentaciones que traen notícias y resaltan la curiosidad de las personas. El trabajo explica algunos de los segmentos del turismo y diferencia el que cada uno significa, dando énfasis al Agroturismo, pues es principalmente con él que la Hacieda Padrão pretende actuar. Por estar en Mato Grosso do Sul, un estado tipicamiente rural y en Chapadão do Sul, un município conocido por las tierras y bellas haciendas que es viable un estúdio sobre la implantación del Agroturismo. La Hacienda Padrão, referencia en sus actividades, las tacnologias dispensadas y principalmente la conciencia ecológica con que trabaja, con posibilidades de tener medios de hospedaje y alimentación a los turistas se vê compatíble a lo que se procura. PALABRAS-LLAVE: Agroturismo. Rural. Hacienda Padrão. Conciencia Ecológica 7 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................8 2. REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................12 2.1. TURISMO .......................................................................................................12 2.2. TURISMO RURAL ..........................................................................................15 2.3. AGROTURISMO.............................................................................................19 2.4. EMPREENDIMENTOS RURAIS.....................................................................23 3. CHAPADÃO DO SUL E A ESTRUTURA TURÍSTICA .........................................26 3.1. INFRA ESTRUTURA DE APOIO AO TURISMO ............................................29 3.2. SERVIÇOS E EQUIPAMENTOS TURÍSTICOS .............................................30 3.3. ATRATIVOS TURÍSTICOS.............................................................................31 3.4. TURISMO NA REGIÃO ..................................................................................32 3.5. FAZENDA PADRÃO.......................................................................................33 4. APONTUR – ANÁLISE DAS POTENCIALIDADES E OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS TURÍSTICOS ........................................................................................38 4.1. PÚBLICO ........................................................................................................38 4.2. ACESSO.........................................................................................................39 4.3. TRANSPORTE ...............................................................................................39 4.4. SINALIZAÇÃO (Turística e Informativa) .........................................................40 4.5. ATRATIVOS TURÍSTICOS.............................................................................41 4.6. EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS ....................................................................44 4.7. REQUISITOS SÓCIO-CULTURAIS, ECONÔMICOS E AMBIENTAIS...........45 4.8. OUTROS FATORES ......................................................................................46 4.9. OBSERVAÇÕES GERAIS..............................................................................48 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................49 6. REFERÊNCIAS.....................................................................................................52 8 1. INTRODUÇÃO O município de Chapadão do Sul é considerado a capital agrícola do Estado do Mato Grosso do Sul, com área territorial de 3.823.979 km² e população atualmente com cerca de 20.000 habitantes. O estudo feito visou à análise das potencialidades da Fazenda Padrão para a implantação do agroturismo, tornando-a um empreendimento possível para o turista viver em um ambiente rural. A Fazenda Padrão, que antes se chamava Fazenda Santa Luzia do Pouso Alegre, foi adquirida em 1977 pelo até hoje proprietário Rubens Carlos Buschmann. Levando em conta a estrutura que a Fazenda Padrão tem em seu comprometimento profissional com o mercado, é possível perceber a sua importância tanto para os moradores da região quanto para seus consumidores e fornecedores em geral, assim, a visitação pode ser uma forma de agregar valor ao empreendimento e oferecer aprendizagem, conforto, bem-estar e lazer. A pergunta problema da pesquisa foi identificar quais são as possibilidades de implantação do Agroturismo na Fazenda Padrão considerando o potencial turístico da região? A Fazenda Padrão é representativa no que diz respeito aos seus processos de plantação, colheita e armazenamento das sementes, e na pecuária com seu rebanho de primeiro nível, confinamento, procedimentos de cria e recria, entre outros, por isso, as atividades nela implantadas ganham respeito dos moradores do município e região, sendo assim reconhecida nacionalmente como produtora agrícola e pecuária. Com a implantação do agroturismo como uma de suas atividades, é possível gerar conhecimento sobre o trabalho realizado e ainda divulgar a região. Com área de 4.364 hectares, possui escritório dentro da fazenda onde trabalham nove profissionais e um escritório na cidade de Curitiba/PR onde trabalham quatro profissionais. Conta com balança, armazéns, refeitório, alojamento para dezesseis funcionários, garagens para máquinas e implementos, oficina, silos, pensão, dezessete casas para funcionários com família, galpões, mangueiras, confinamento e laboratório. No setor da produção, conta com uma equipe de 30 funcionários efetivos, podendo oscilar para mais nos períodos de plantio e colheita. Uma das atividades da fazenda é a produção pecuária e conta com o sistema de cria, recria e engorda, com um rebanho de gados de aproximadamente 2.500 9 animais criados a campo e/ou confinados. Esses animais são vendidos aos frigoríficos que carneiam e vendem para seus consumidores internos e externos. O criatório de gado P.O. (Puro de Origem) das raças Blonde D'Aquitaine, Simental e Pardo Suíço é atividade de destaque na Fazenda Padrão, com muitas premiações nacionais. A coleta e a venda de sêmem de animais provados, também fazem parte das atividades da fazenda. Tais sistemas de produção resultam em parcerias com grandes empresas como, por exemplo, a Central Jóia da Índia Sêmem e Embriões LTDA., Sete Estrela Embriões e Vic Embriões Ltda. Outra atividade é a agricultura, onde são plantadas sementes de soja, milho, silagem, algodão, girassol e sorgo, sendo destinados ao consumo dentro da propriedade, às indústrias e à exportação. Toda essa infra estrutura agrega valor ao empreendimento por seu comprometimento que tem tanto com seus funcionários quanto com seus consumidores e visitantes. O Turismo Rural é, conforme definido pelo Ministério do Turismo (2008, p.19), “um conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometidas com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade”. Como Chapadão do Sul tem como principal atividade a agropecuária, portanto, um ambiente completamente rural. O município não conta com atrativos turísticos que possam fazer o turista se deslocar de uma cidade muito longe para visitá-los. Tendo em vista essa realidade, percebe-se que normalmente seus visitantes são profissionais que já têm um compromisso agendado. A partir daí, surgiu à idéia de trazer o Agroturismo que, também definido pelo Ministério do Turismo (2008, p.21), como “as atividades internas à propriedade que geram ocupações complementares às atividades agrícolas, as quais continuam a fazer parte do cotidiano da propriedade, em menor ou maior intensidade”, podendo então, trazer turistas para a região, que conheçam e aprendam sobre práticas e técnicas agrícolas e agropecuárias, aproveitando a vida no campo, desfrutando da natureza e da qualidade de vida que uma região rural proporciona principalmente a quem vive em grandes centros urbanos. Com a chegada dos turistas à região, é possível mostrar os atrativos existentes e a importância deles no ambiente nacional. 10 Aproveitando a iniciativa da Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul, onde foi criado um projeto de desenvolvimento do turismo na região do Vale do Aporé onde se situa o município de Chapadão do Sul, pode-se promover parceria com o Governo para a real implantação dessa atividade na região. Mostrando comprometimento, definindo as intenções da implantação dessa atividade e principalmente dando base para que a Fazenda Padrão tenha seus objetivos alcançados e suas metas estabelecidas. A ideia é criar possibilidades de levar turistas para conhecerem como funciona a vida no campo, conhecendo e aprendendo sobre a rotina diária tanto da agricultura quanto da pecuária, planejando uma rotina no campo e fazendo com que eles conheçam tudo o que é feito dentro de uma fazenda, mostrar quais são as formas de trabalho, como são respeitadas as leis ambientais e sociais e mostrar aos turistas como funciona a plantação das sementes e a colheita das mesmas, como é o cuidado dos pastos e dos animais que ficam neles e junto com isso, mostrar tudo que se refere a esta atividade. Com as atividades que serão propostas aos turistas, fazer também uma parceria com a Prefeitura Municipal da cidade para que haja um entrosamento entre a população local e seus visitantes. O objetivo geral do estudo foi identificar o potencial para a implantação do agroturismo na Fazenda Padrão - MS. Os objetivos específicos do estudo foram: a) Reconhecer teoricamente os termos: turismo rural, agroturismo e empreendimentos rurais. b) Verificar as condições de Chapadão do Sul-MS em receber turistas e como o turismo rural pode ajudar no desenvolvimento do município e da região. c) Verificar as condições da Fazenda Padrão para criação de hospedagem, pensão para alimentações, espaço para eventos sociais entre os hóspedes e, atividades de lazer e agroturismo. O presente trabalho baseou-se na realização de pesquisa bibliográfica com relação aos segmentos de turismo possíveis na região e toda a discussão que é feita para se ter uma definição aceita do Turismo Rural. Para uma análise sólida, foi feita uma pesquisa de campo, verificando espaço, qualidade dos estudos e infra estrutura para o acolhimento do turismo. 11 Para a melhoria e complemento da pesquisa, foi realizada também, uma entrevista com o proprietário da Fazenda Padrão, Sr. Rubens Carlos Buschmann para saber quais suas perspectivas diante da visitação na Fazenda e como ele espera que esse empreendimento seja entendido e recomendado. E também com o médico veterinário, Mário Roberto Scheide, responsável pela Fazenda Padrão para verificação das atividades desenvolvidas como diferencial, sendo essas duas feitas informalmente e seu conteúdo apresentado, diluído, no desenvolvimento do trabalho. A partir deste, o segundo capítulo aborda as definições do Turismo, Turismo Rural, Agroturismo e Empreendimentos Rurais, estudos feitos a partir das pesquisas feitas no decorrer do estudo. No terceiro capítulo é um panorama de como é o município de Chapadão do Sul e quais as estruturas turísticas existentes, sendo analisados temas como infraestrutura, serviços e equipamentos turísticos, atrativos turísticos e turismo na região, e ainda é feito um descritivo da Fazenda Padrão, sua estrutura e suas atividades. No quarto capítulo é explicada as análises feitas mediante a planilha APONTUR, elaborada pelo SEBRAE-PR para analisar as potencialidades turísticas dentro do empreendimento. Por fim, no quinto capítulo, explicita as considerações finais, levando em conta o estudo realizado, se as propostas previstas foram atingidas e quais melhorias podem ser feitas para que o empreendimento chegue ao padrão desejado. 12 2. REFERENCIAL TEÓRICO Neste capítulo serão apresentadas as definições sobre Turismo, Turismo Rural e Agroturismo para que se possa analisar qual desses segmentos serão implantados no lugar previsto. O artigo número 180 da Constituição Brasileira de 1988 apresenta: “A União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios promoverão e incentivarão o turismo como fator de desenvolvimento social e econômico”. 2.1. TURISMO Desde muito tempo se estuda uma correta definição para o termo turismo, visto que ele tem diversos segmentos e, por isso, uma ampla possibilidade de conclusão se não for bem definido e empregado. Segundo Mathielson e Wall (apud OMT, 2001): Turismo é o movimento provisório das pessoas, por períodos inferiores há um ano, para destinos fora do lugar de residência e de trabalho, as atividades empreendidas durante a estada e as facilidades são criadas para satisfazer as necessidades dos turistas. Essa definição foi bem formulada, visto que descreve os ambientes e o período máximo de tempo fora do seu local de domicílio e de trabalho, contudo, a definição mais exata e adotada até hoje é a da Organização Mundial do Turismo (OMT, 2001), onde diz que “o turismo compreende as atividades que realizam as pessoas durante suas viagens e estadas em lugares diferentes ao seu entorno habitual, por um período consecutivo inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios e outras”. Essa sim é uma definição que pode ser acatada por todos, pois também informa que o turismo não está necessariamente ligado somente ao lazer, mas também a negócios, a fins religiosos, entre outros. O turismo é, sem dúvida, uma atividade muito praticada pelo mundo todo, inclusive suas ramificações como o Turismo de Aventura, o Ecoturismo, o Turismo de Negócio, o Turismo de Sol e Praia, entre outros, vão sendo cada vez mais aproveitadas pelos interessados. 13 O turista já não é mais o andarilho itinerante à procura do exótico, outrora visto na atmosfera das viagens. Ao contrário, as facilidades turísticas banalizam o exótico e, pela abundância, desaparecem, progressivamente, as diferenças das imagens que desafiam o conhecimento do EU, impunham a presença do “outro” e favoreciam a comparação metafórica. O turismo, ao contrário, favorece a metonímia, os detalhes espaciais flagrados na pose fotográfica, com sua visibilidade demonstrativa aparentemente autêntica ou nos cartões postais que destacam a referência do detalhe urbano, o monumento, a praça. Para o turismo, a parte vale pelo todo e é suficiente para despertar sonhos, lembranças, nostalgias e, sobretudo, o grande fator do mercado: a necessidade de repetir a experiência. Este é o círculo do deslocamento espacial promovido, simbolicamente, pelo turismo (FERRARA apud ZIMMERMANN 1996, p. 49). Segundo dados levantados (NAISBITT apud ZIMMERMANN, 1996, p. 14), para a contribuição da economia global, o turismo não tem rival, considerando os seguintes fatos: • O turismo emprega 204 milhões de pessoas em todo o mundo, ou um em cada nove trabalhadores, totalizando 10,6% da força de trabalho global. • O turismo é o setor que mais contribui para a economia do mundo, produzindo uma inacreditável cifra de 10,2% do produto nacional bruto mundial. • O turismo é o maior gerador de receitas de impostos, no valor de U$ 655 bilhões. • O turismo é a maior indústria do mundo em termos de produção bruta, que se aproxima dos U$ 3,4 trilhões. • O turismo corresponde a 10,9% de todos os dispêndios dos consumidores, 10,7% de todos os investimentos de capital e 6,9% de todos os gastos governamentais. Com bases nesses estudos econômicos, não resta dúvida da movimentação do turismo em todo o mundo, e dos benefícios que ele traz não só para quem usufrui dos serviços, mas também para quem possibilita sua utilização. Trazendo turistas, a economia do município cresce, viabiliza a contratação de mão-de-obra, a qualificação de funcionários, melhora a infra-estrutura já existente e contribui para uma aceitação dos próprios moradores, já que a cidade por si só crescerá (BUSCHMANN, 2010). 14 O produto turístico é intangível, imaterial, ou seja, um produto que não se pode tocar e sim, sentir, e talvez seja por isso que tenha tantos adeptos, pois o que se leva dele é a experiência, a lembrança, a fotografia, a memória dos momentos, da receptividade, do bom atendimento. Para Zimmermann (1996, p. 13 e 14), outras características são necessárias a fim de distinguir o turismo do simples ato de viajar, os quais se relacionam, principalmente, quanto aos objetivos, à natureza temporária do deslocamento, a utilização dos serviços e equipamentos turísticos e, o que é mais importante, a noção de prazer e recreação como fundamental, sendo assim, o turismo rural se encaixa no que diz respeito, principalmente, a atividades de lazer e relaxamento, visto que o ambiente é propício para descanso e tranquilidade. Segundo a OMT (2001), na atividade turística se distinguem quatro elementos básicos, são eles: Demanda, formada por um conjunto de consumidores, ou futuros consumidores de bens e serviços turísticos. Oferta, composta pelo conjunto de produtos, serviços e organizações envolvidas ativamente na experiência turística. Espaço geográfico, que á a base física na qual tem lugar a conjunção ou o encontro entre a oferta e a demanda e em que se situa a população residente. Operadores de mercado, que se constituem nas empresas e organismos, cuja principal função é a de facilitar a inter-relação entre a oferta e a demanda. O conceito de demanda turística está intimamente relacionado ao processo de tomada de decisões que as pessoas realizam constantemente no processo de planejamento de suas atividades de lazer e, portanto, sua escolha depende de numerosos fatores não só econômicos, como também psicológicos, sociológicos, físicos e éticos. (OMT, 2001) Existem vários fatores que levam o turista a viajar ou não como mostra a figura 1. 15 Figura 1 – Condições para o turismo. Fonte: OMT, 2001 Verifica-se então, que a capacidade de atrair os turistas deve ser bem estudada e planejada, fazendo assim com que o turista, independentemente destas condições, não desista de viajar. 2.2. TURISMO RURAL São muitos os conceitos que se têm hoje sobre o Turismo Rural e suas ramificações, principalmente pela diferença de significado de rural e urbano que existe entre os países. Na Europa, segundo Monzonís (CIET, 2001), inicialmente foi utilizado o termo turismo de interior em oposição ao de sol e praia, cuja implantação territorial se corresponde com as áreas litorais. Porém, com a utilização do termo turismo de interior em oposição ao conceito de turismo litoral, pode ser impreciso, por englobar os grandes núcleos urbanos longe das áreas costeiras (PRIESTLEY , apud MONZONÍS, CIET, 1997, p.13). A experiência da União Europeia foi fundamental para estimular e moldar esse tipo de turismo brasileiro. Muitos termos e expressões foram importados e apressadamente utilizados, sem que se fizesse a necessária reflexão para entender seus vários sentidos e suas aplicações às diversas situações próprias daqueles países (TULIK, 2003, p. 58). 16 Por esse motivo muitos autores confrontam ideias e definições para tentar alcançar uma definição exata e nacional para o termo. Pérez de lãs Heras inclui o Ecoturismo no Turismo de Natureza e, neste, o Turismo Rural. Entende essa autora que o Turismo Rural é o conjunto de atividades que se desenvolvem em contato com a natureza e a vida no campo, em pequenos povoados rurais (TULIK, 2003, p. 34). Para a definição exata do que é realmente o Turismo Rural, no ano de 2002, a Organização das Cooperativas do Brasil promoveu, em Brasília, uma Oficina de Planejamento, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo, apoiado pelo Ministério do Esporte e Turismo, através do Instituto Brasileiro do Turismo e do Instituto de Pesquisa Aplicada, com o intuito de definir o conceito do Turismo Rural. Neste evento (TULIK, 2003, p. 74), o conceito geral que se teve sobre esta atividade foi que “o Turismo Rural é um segmento do Turismo que proporciona conhecer, vivenciar e usufruir as práticas sociais, econômicas e culturais próprias do meio rural de cada região de forma sustentável”. Diante desta definição pode-se discutir a respeito de como proporcionar esta segmentação de turismo, gerando emprego, renda e, principalmente, trazendo possibilidades de ânimo para essas regiões que são ainda tão afastadas da sociedade. Frente aos estudos, pode-se destacar que esse é o principal objetivo, contando também com o desenvolvimento local, e neste caso, regional também. Percebe-se que não é somente a cidade que se beneficiará social e economicamente, senão a região toda, visto que estão muito próximas e tem atrativos importantes para os turistas que visitam a região. Segundo BUSCHMANN (2010) a atividade turística rural vem para contribuir para o desenvolvimento do município e principalmente para a divulgação de sua propriedade em âmbito nacional. Monzonís (2002) diz que o ser humano autenticamente rural – com seu modo e estilo de vida própria, suas diferenças culturais e sociais aliado ao seu entorno natural e construído – é quem definitivamente deveria caracterizar o que poderia chamar de patrimônio turístico rural, representativo não somente pela aparência, mas também por sua essência. O Turismo Rural no Brasil nasceu em Lages, no estado de Santa Catarina, na segunda metade da década de 80 e foi considerada pela EMBRATUR como projeto- 17 piloto deste tipo de turismo, e hoje já está espalhado em diversos estados como Minas Gerais, Mato Grosso, Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal, Bahia, entre outros. A receita oriunda do Turismo Rural é além das expectativas, sendo alta e sobrepujando a pecuária. Em apenas dezoito meses de atuação percebe-se que o investimento é promissor em rentabilidade. Da receita, 10% são destinados ao pagamento da mão-de-obra, 30% para as demais receitas, sendo que 60% é lucro líquido. Além disso, há o acréscimo da renda para os moradores da região, pois a mão-de-obra é local, podendo aumentar caso as pessoas passem a produzir artesanato e outros produtos visando à demanda turística. Salientamos que o Turismo Rural em Lages é isento de impostos. Afirmo ainda que os lucros oriundos do Turismo Rural possam ser equiparados sem prejuízos, como os de uma fazenda agropecuária moderna (GALENO apud PORTUGUEZ, 1996, p.43). Diante de uma pesquisa feita na Fazenda do Barreiro, Lages – SC, em março de 1988, uma empresária de 42 anos, vinda do estado de São Paulo diz: Vocês vivem num paraíso, isto sim é qualidade de vida. A paz, a paisagem, o silêncio, a natureza, o ar puro, o céu estrelado e o calor humano oferecido fizeram-me ver coisas e ouvir sons que antes jamais tinha me apercebido. A vida pode ser muito bela. Saio daqui rejuvenescida. Até Breve. Sra. Tânia, proprietária da Fazenda do Barreiro, também em Lages conta: “Em termos de investimento, tudo que foi construído para o Turismo Rural fez uso da receita do próprio Turismo Rural, sendo que, com sua implantação, houve um acréscimo de 50% na receita da fazenda”. Segundo Zimmermann (1996, p. 20) o Turismo Rural é o principal produto turístico voltado para a interiorização do turismo, pois, com certeza, todo município terá alguma propriedade rural com potencial para o turismo. O Turismo Rural tem que seguir alguns princípios básicos, segundo Zimmermann: • Identidade própria (proprietário, local, arquitetura, paisagem, atividades produtivas). • Autenticidade • Harmonia ambiental 18 • Preservação das raízes • Divulgação dos costumes • Atendimento familiar • Oportunidades de nova fonte de renda (proprietário) • Diminuição do êxodo rural • Intercâmbio cultura • Conscientização ecológica • Satisfação dos envolvidos: • Comunidade • Quem oferece (proprietário) • Quem recebe (turista) O turismo no meio rural pode ser beneficiado pelo turismo de eventos, que tem crescido muito nos últimos anos, também por eventos esportivos, feiras, congressos, festas, exposições, rodeios, e estes são muito apreciados pelos moradores do município e região devido aos shows que são levados para lá, entre outras atividades que são programadas para as cidades mais próximas que atraem turistas e ajudam a alavancar o negócio no meio rural. O processo de implantação do Turismo Rural numa propriedade é relativamente simples, porém o que vai lhe dar sustentação, basicamente, é o projeto técnico de viabilidade, o acompanhamento durante sua implantação e o apoio na fase do lançamento (ZIMMERMANN, 1996, p. 61). Diante disso, foi criada a ABRATURR - Associação Brasileira de Turismo Rural – com sede em Lages, com o objetivo de orientar os produtores rurais a implantar o Turismo Rural. O SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – também criou o Projeto Volta ao Campo, onde orienta a respeito da implantação do Turismo Rural. O trabalho vem sendo desenvolvido através da conscientização e sensibilização de que o Turismo Rural representa uma grande oportunidade de desenvolvimento e interiorização e que o investimento feito reverte em forte valor agregado à propriedade, aos proprietários e aos empregados (ZIMMERMANN, 1996, p. 66). De acordo com a figura 1, é necessário seguir algumas etapas para que tudo seja feito pensando no bem da comunidade local e do município em si, que 19 vai aprender e descobrir como o turismo rural engrandece o nome e a economia de uma região. Figura 2 – Processo de implantação do turismo rural. Fonte: ZIMMERMANN, A, 1996, pg. 63 A figura 2 é essencial, pois define todas as etapas, aliando o que se tem fisicamente na área estudada e o diagnóstico levantado. A partir disso, é possível ter consistência no projeto que vai se iniciar, não tendo futuras surpresas e podendo ter grandes chances de sucesso. 2.3. AGROTURISMO O Agroturismo, conforme definição do Ministério do Turismo (2008) se caracteriza por atividades internas à propriedade que geram ocupações complementares às atividades agrícolas, as quais continuam a fazer parte do cotidiano da propriedade, em menos ou maior intensidade. Devem ser entendidas como parte de um processo de agregação de serviços e bens não-materiais existentes nas propriedades rurais (paisagem, ar puro, etc.) a partir do ‘tempo livre’ das famílias agrícolas, com eventuais contratações de mão de obra externa. 20 O Agroturismo teve seu início na Europa e está chegando aos poucos ao Brasil, trazendo novas oportunidades para quem quer e pode agregar valor ao negócio. Conforme as experiências européias, o Agroturismo desenvolveu-se integrado a uma propriedade rural ativa, de organização e gestão familiar, com a presença do proprietário, como forma complementar de atividades e de renda; pressupõe o contato direto do turista com o meio rural, alojamento na propriedade e possibilidade de participar das atividades rotineiras (TULIK, 2003, p. 39). No Brasil, há indícios de que o surgimento do Agroturismo se deu em Venda Nova do Imigrante, no estado do Espírito Santo, a partir da prática de receber familiares e amigos em casa, aproveitando para oferecer os produtos feitos na propriedade (PERIN, 1999). Essa prática foi crescendo e então começaram a comercializar seus produtos, aumentando e profissionalizando a mão-de-obra. Por não oferecerem hospedagem a quem procura seus produtos, fizeram importantes parcerias com proprietários da região, fazendo com que o turismo beneficie a todos (PERIN, 1999). É pequena a representatividade desse tipo de turismo, em virtude da reduzida dimensão das propriedades que pertencem a famílias de posses modestas que não têm condições de atender aos elevados padrões exigidos para o Turismo Rural, além disso, existe certa aversão ao risco econômico, gerando resistência dos proprietários em aderir ao turismo, e muitos temem perder a autonomia e a privacidade pessoal e familiar (RIBEIRO E MANUELA, citado por TULIK P. 218) O Programa do Agroturismo, praticado no estado do Espírito Santo, tem como idéia principal gerar possibilidades para que os produtores e suas famílias aprendam a utilizar o que têm como a paisagem, a produção, a cultura local, a hospitalidade do povo interiorano e a diversificada cultura regional existentes nessas regiões, fazendo dessas riquezas naturais e culturais, atrativos turísticos, gerando renda e fonte de conhecimento. O dinamismo desta ramificação do turismo vem desse entrosamento com a rotina dos trabalhadores, onde podem participar e aprender como são feitos os trabalhos e os mecanismos existentes desde a plantação até a venda, ou desde a engorda do gado, o cuidado que é tido com ele para chegar ao frigorífico e depois ser vendido. 21 O Agroturismo é uma alternativa de renda para pequenos e médios produtores que, com um planejamento viável, estratégias de marketing, boa infraestrutura, treinamento de pessoas, investimentos de empresas do ramo, poder público e empresas privadas, gerando assim emprego e benfeitorias para o município e a região, fazendo crescer o turismo rural de uma forma sustentável e consciente. As atividades do agroturismo merecem consideração sobre a ação de planejadores comprometidos não somente com a conservação dos recursos naturais, como com a geração de renda e melhoria no padrão de vida e equidade social para as comunidades locais (PARRA e SILVA, 2006). Essa atividade é bastante inovadora, pois podem existir parcerias com escolas, universidades e outras com o objetivo de qualificar o aluno que está se formando, obtendo conhecimentos que na teoria não são explanados. Mesmo que em um curto espaço de tempo, o turista busca esse tipo de vivência quer estar em contato com as coisas do campo, e o que leva, normalmente são mais do que a hospedagem ou as fotografias, levam lembranças, hospitalidade, aconchego e uma experiência diferente, autêntica e inesquecível. O tradicional cafezinho, normalmente oferecido, pode ser acompanhado de histórias, “causos” e lembranças do passado que alegram as pessoas e trazem à tona um saudosismo extremamente salutar para os visitantes. Segundo PARRA e SILVA (2006), para o desenvolvimento do agroturismo é preciso que existam princípios a serem seguidos, são eles: - A recepção dos turistas pelos agricultores familiares é parte integrante da atividade do estabelecimento rural; - Os agricultores familiares que recebem turistas desejam mostrar o seu trabalho e o meio ambiente onde vivem (contato com os animais, conhecimento sobre plantas, o ritmo da estação do ano etc.); - A recepção e convívio do agricultor e sua família com o turista ocorre num clima de troca de experiências e de respeito mútuo; - O agroturismo deve praticar preços acessíveis; - O agroturismo se constitui num fator de desenvolvimento local, contribuindo para manter o meio rural "vivo" - demográfica, cultural e ambientalmente – com perspectivas de futuro para os seus jovens; - O agricultor garante a qualidade dos produtos e dos serviços que oferece; 22 - Os serviços de agroturismo são oferecidos em habitações adaptadas, oferecendo conforto, higiene e segurança; - Os serviços agroturísticos são planejados e organizados pelos agricultores familiares. NOGUEIRA e CARVALHO (2003) apontam à região Centro-Oeste, mas precisamente o Mato Grosso do Sul, onde suas atividades começaram em 2005 com o apoio do SEBRAE – MS, como um excelente potencial para o agroturismo. Para que a experiência do turista seja realmente autêntica, é preciso fazer um inventário turístico de tudo o que existe no município e região, tornando assim, a população local, uma incentivadora desta atividade. Quantificar esses atrativos, às vezes desconhecidos por muitos, mas que pelos moradores são descobertas que podem trazer benefícios tanto para o novo empreendimento quanto a eles mesmos que, com conhecimento e disposição, podem até tornar-se parte da equipe que acompanha os turistas para essas rotas até então desconhecidas. O agroturismo é forma de geração de renda no meio rural e ainda promove um contato direto dos turistas com o dia – a – dia nas propriedades agrícolas, e com os costumes do campo havendo assim uma interatividade campo x meio urbano (CEPAGRO, apud PARRA e SILVA, 2007). Sob o aspecto mercadológico, o turismo no espaço rural possibilita um contato direto entre o produtor e o consumidor final, com a venda de hospedagem / serviços, de seus produtos in natura ou beneficiados e até mesmo o artesanato local. Esse contato direto resulta em preços e qualidade melhores para os dois lados, pela ausência de intermediários, transporte, armazenamento, etc. (NOGUEIRA e CARVALHO, 2003). Existem várias entidades governamentais que apóiam o agroturismo no Brasil, mas duas se destacam, são eles o SEBRAE e o SENAR. O Programa SEBRAE do Turismo propõe ações auto-sustentáveis para os municípios brasileiros e também investe na editoração de publicações de apoio ao desenvolvimento do segmento do Turismo no Espaço Rural. O SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – criado em 23 de dezembro de 1991, tem como objetivo organizar, administrar e executar, em todo o território nacional, a Formação Profissional Rural (FPR) e a Promoção Social (PS) de jovens e adultos, homens e mulheres que exerçam atividades no meio rural. 23 O agroturismo hoje em dia vem a ser uma alternativa de renda para pequenos e médios proprietários, quando baseado em um planejamento viável, especificando estratégias de marketing, infra - estrutura, treinamento de pessoas, investimento de empresas no ramo, poder público e empresas privadas, e dessa forma, gerando emprego e benfeitorias para o local, fazendo assim, com que o turismo rural cresça de uma forma sustentável e consciente. 2.4. EMPREENDIMENTOS RURAIS Uma grande escola a céu aberto. Essa pode ser a definição de empreendimentos rurais, onde os turistas, além de apreciar a natureza e todo o modo de vida diferente do seu, vai aprender e ver na prática como fazem os que trabalham com isso. Segundo Zimmermann (1996), existem alguns fatores que são “obrigatórios” para o Turismo Rural, são eles: - Atividade produtiva, sendo o básico para se definir o Turismo Rural verdadeiro; - Gastronomia típica da região, onde leve o hóspede a conhecer tudo de novo que existe neste “novo mundo”; - Paisagem típica da região, com amplos horizontes e, principalmente onde ele consiga enxergar e apreciar a flora e a fauna características; - Hospedagem com atendimento personalizado e sem formalidades, onde o hóspede se sinta o mais perto possível de sua casa, dando um clima intimista ao ambiente; - Acessos com boa conservação; - Cultura, onde possam conhecer os artesãos, os músicos típicos e o folclore presente; - Investir no clima da região, atraindo também por esse motivo, mais turistas; - Lazer, com a participação dos turistas na produção, passeios a cavalo, charretes, apresentações folclóricas, etc.; - Compras, investindo em souvenir do município, da Fazenda, produtos produzidos dentro da Fazenda, artesanato local, onde possa gerar outra fonte de renda para os funcionários e os moradores; 24 - Informações, onde saibam tudo sobre o município, da região e das atividades de produção que são realizadas dentro do empreendimento. Para Tropia (1998, pg.17), planejar um empreendimento nada mais é do que reforçar os efeitos positivos e evitar ou reduzir os efeitos negativos. É fundamental também estar atento a todas as oportunidades e ser criativo, acima de tudo. Para Tropia (1998, p. 28), a procura nacional e internacional de longa distância tem tendência ao crescimento, desde que o empreendimento tenha roteiros interessantes, boa estrutura física, divulgação e estratégias de comercialização. Segundo Zimmermann (1996), também é importante manter a identidade do lugar, respeitando a vocação original e manter a mesma paisagem para construir, não saindo muito do que já existe. Não deixar faltar os costumes naturais da região e nem deixar de mostrar as manifestações culturais do local. Segundo Catai (2006, p. 49): Um empreendedor é um realizador, é aquele que assume riscos e tem a necessidade de realizar coisas novas, pôr em prática idéias próprias. As pessoas que têm necessidade de realizar se destacam porque, independentemente de suas atividades, fazem com que as coisas aconteçam onde quer que estejam. Para que o empreendimento tenha uma boa aceitação, é necessário mostrar ao público tudo o que foi feito de melhorias para que possam sentir-se cuidados. Saber que foi cuidado de todos os detalhes, de como era e como ficou o empreendimento, em como a empresa visa o bom atendimento e a completa satisfação do cliente já traz uma sensação de conforto. O empreendimento necessita de condições básicas como vias de acesso bom e sinalizado dentro e fora da propriedade, atenção e cuidados aos turistas, limpeza, e atividades rurais que instiguem a curiosidade do turista. Nada mais bucólico e, ao mesmo tempo, simpático do que oferecer o espetáculo matinal da ordenha de uma vaca. O café da manhã pode ganhar outro sabor (TROPIA, Fátima, 1998, p. 22). É fator determinante ter diversas atividades, buscando lazer de todos que visitam, sejam famílias ou estudantes sozinhos, oferecendo alimentos da gastronomia local, feitos dentro da propriedade e que os turistas possam participar 25 da sua elaboração, assim como artesanatos feitos por artesãos locais, buscando a valorização da comunidade local. Ter diversidade de frutas e verduras na horta e nos pomares para que o turista possa tirar seu próprio alimento da terra. Oferecer trilhas, cavalgadas, passeios a pé ou de bicicleta, observação da flora e fauna local e participação nos projetos de pesquisa de campo. 26 3. CHAPADÃO DO SUL E A ESTRUTURA TURÍSTICA O município de Chapadão do Sul, criado pela Lei nº 768/87 assinada em 23 de outubro de 1987, localiza-se ao Nordeste do Estado de Mato Grosso do Sul (Figura 1), na região Centro-Oeste do Brasil. Limita-se às cidades de Costa Rica, Água Clara, Cassilândia e Chapadão do Céu, esta já no Estado de Goiás e onde se encontra o Parque Nacional das Emas. A sede municipal tem seu centro com as seguintes coordenadas geográficas: S 18º48'459” e W 52º36'003”. O acesso é estabelecido pela Rodovia MS 306 e BR 158, interligando o município com os Estados de São Paulo e Minas Gerais, importantes mercados consumidores do país e pelo encontro da Rodovia Federal BR 060 (que liga Campo Grande à Brasília) e com a Rodovia Estadual MS 306 (que liga Cuiabá à São Paulo). A distância do município à Campo Grande, capital do Estado, é de 330 km, à Brasília é de 740 km, à São Paulo 910 km e à Curitiba 1.120 km. Essas distâncias possibilitam um seguro e confiável transporte de produtos devido à proximidade de portos. O município tem área de 3.823,979 km e uma população de aproximadamente 20 mil habitantes. Seu clima é o tropical úmido (com estação chuvosa no verão e seca no inverno) com temperatura anual 13 à 28ºC (médias diárias) e precipitação pluviométrica de 1.850mm (média anual). O solo é latossolo vermelho profundo e também solo misto (arenoso/argiloso Liso), sendo que um terço do município compreende um planalto totalmente mecanizável com altitude média de 820m; o restante é formado de áreas mais baixas, 500 à 600m de altitude, levemente onduladas. 27 Figura 3 Fonte: Wikipedia Chapadão do Sul foi escolhido para realização do agroturismo devido ao seu tamanho, propício para atividades rurais e também seu enfoque tecnológico grande, o que ocasiona uma resposta positiva da população local. Esta, normalmente é mais redutível na implantação do turismo, por medo de depredações e mau uso das instalações, porém, por estarmos nos referindo a uma população que é propensa ao divertimento e novidades, podemos concluir que a cidade é um pólo de Agroturismo na região. Para Buschmann (2010), a população local reagiria com muita simpatia e até com bastante interesse para o turismo, pois, a atividade traria inúmeros benefícios à cidade e município, pois, resultaria em nova oportunidade de progresso e geração de empregos em áreas específicas (hotelaria, restaurantes, comercio, transporte, etc.). Segundo Portuguez (2002, p.16) o turismo só estará promovendo o “desenvolvimento” quando for capaz de proporcionar, a melhoria das possibilidades do bem-viver para os núcleos receptores. Antes chamada de Pouso Frio, devido ao seu ar mais fresco e uma altitude mais elevada, a cidade foi descoberta e fundada pelo comendador-comandante Julio Alves Martins, em 1972. Julio Alves Martins ficou fascinado com as terras que viu e resolveu povoar a região. Cerca de noventa dias depois de pousar pela primeira vez por lá, já tinha vendido dezenas de terrenos a fazendeiros vindos principalmente do Sul do Brasil, 28 neste tempo, adquiriu uma área de 2.197 hectares, onde construiu sua fazenda, onde reside até hoje (CUCHIARO, PAULICHI, s/ ano) 1. No ano de 1976, Julio Alves Martins plantou 120 hectares de soja, o que virou notícia, já que ninguém ainda tinha conseguido plantar nada até então. Enquanto conseguia alguns êxitos, chamava amigos, conterrâneos e clientes para juntos, desbravar as terras de Chapadão. Sr. Julio, conseguir colher 46 sacas de soja por hectares nesse plantio inovador, e isso lhe rendeu um registro no IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística como o “Primeiro fazendeiro a plantar soja no Chapadão” (CUCHIARO, PAULICHI, s/ ano). Julio Alves Martins então, sabia que o nome Chapadão dos Gaúchos não era mais propício para a região fértil que se mostrou e resolveu mudar o nome para Chapadão do Sul, em homenagem também aos que contribuíram para o avanço da região, tendo a maioria gaúcha, mas também muitos vindos da região sul do Brasil (CUCHIARO, PAULICHI, s/ ano). Quando fez o loteamento da cidade, Sr. Julio já deixou lotes para beneficiar seus habitantes, onde hoje é a Enersul – distribuidora da Rede Energia em Mato Grosso do Sul com 32.500 metros, o Clube Recreativo com 24.000 metros, o CTG – Centro de Tradições Gaúchas com 1.250 metros, colégios com 16.500 metros, igrejas com 7.100 metros, delegacias de polícia com 1.600 metros, destacamento policial com 468 metros, correios com 468 metros, hospitais com 6.000 metros, centros de saúde com 937 metros, creches com 1.000 metros e prefeitura com 7.500 metros (CUCHIARO, PAULICHI, s/ ano). Em 23 de outubro de 1987, data que se comemora o Dia do Aviador, que serviria também para homenagear o fundador, foi assinada a homologação da lei de criação do município de Chapadão do Sul. Pelo seu comprometimento com a população desde o seu nascimento, a cidade de Chapadão do Sul tem como prioridade a preservação da cultura local e de seus espaços, o que já possibilita a implantação do Turismo Rural na região, fazendo com que os turistas saiam da paisagem urbana para penetrarem dentro de um espaço completamente agrário. Sendo a sede municipal de pequeno porte, dispõe da oferta de equipamentos urbanos essenciais, conforme se verifica a seguir: 1 Pesquisadores sobre a vida do fundador e colonizador do município para sua homenagem. 29 3.1. INFRA ESTRUTURA DE APOIO AO TURISMO Conforme pesquisa no site do município, foi possível levantar os seguintes dados sobre a infra estrutura presente: • Rede Viária: em praticamente toda a cidade possui vias pavimentadas, com boa sinalização e condição de uso. Somente nas áreas mais afastadas é que não tem pavimentação, porém com ruas de fácil acesso. • Sistema Bancário: possui 5 diferentes bancos, sendo eles Banco do Brasil, HSBC, Bradesco, Sicredi e Caixa Econômica Federal. • Aeroporto: projetado para aeronaves de grande porte, com extensão total de 2.500 m. • Comunicação: tem todos os meios de comunicação, telefone fixo, telefone móvel e internet. • Energia: a energia elétrica que impulsiona o desenvolvimento da região e do Município é fornecida pela Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira (CESP). Contudo, o município está se consolidando como grande pólo regional na geração de energia, com a construção de três PCH – Pequenas Centrais Hidrelétricas somente no município. Duas estão fase de construção e uma terceira está na fase de licenciamento ambiental, que juntas gerarão 86 megawatts. A construção de três usinas sucroalcooleiras também garantirá a geração de energia elétrica no município, através do bom aproveitamento dos derivados cana-de-açúcar. • Água: o abastecimento de água tratada atinge 100% da população urbana, contando com 2.879 ligações e 46.812 m de extensão. • Abastecimento de Combustíveis: no perímetro urbano existem 07 postos de combustíveis. • Saúde: conta com 17 estabelecimentos de saúde, incluindo clínicas particulares, hospitais municipais, postos de saúde e laboratórios. Conta também com 09 farmácias. • Educação: a educação é destaque, possibilitando o acesso a mais de 3,5 mil alunos à pré-escola e ao ensino fundamental somente na rede municipal. O setor educacional é o segundo melhor de Mato Grosso do Sul e um dos melhores do País, segundo o IDEB. Conta ainda com o maior Índice de Desenvolvimento Infantil – IDI e 30 um dos menores índices de analfabetismo do Estado. O município é ainda um dos mais expressivos Centros Educacionais e de Conhecimento, com campus de ciências agrárias da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, com quatro cursos – Agronomia, Engenharia Florestal, Biologia e Pedagogia; e uma Faculdade privada com cursos de administração, ciências contábeis e pós-graduação em gestão pública, gestão empresarial com ênfase em RH e gestão sucroalcooleira. • Horário: a hora local possui uma diferença de 1 hora a menos do horário oficial brasileiro (Exemplo: 12 horas em Brasília corresponde a 11 horas em Chapadão do Sul). 3.2. SERVIÇOS E EQUIPAMENTOS TURÍSTICOS Na pesquisa realizada no site da cidade, também foi possível levantar dados de seus produtos oferecidos e equipamentos turísticos presentes: • Rede Hoteleira: conta com 08 estabelecimentos, dos quais 03 (Hotel Casabella, Hotel Guaicurus e Hotel Paraná) oferecem melhores condições de hospedagem. Figura 4 Fonte: Site Prefeitura Municipal de Chapadão do Sul 31 • Locadora de Veículo: existe 01 agência de locação de veículos. • Agência de Turismo: conta com 01 agência (Gávea Tur) que vende passagens e organiza excursões para cidades nacionais e internacionais e cruzeiros marítimos. • Locais de Eventos: Centro de Tradições Gaúchas, que conta com grupos de danças, Centro de Lazer Comunitário, Praça de Eventos e Praça 23 de Outubro. • Alimentação: Existem aproximadamente 15 restaurantes, contando com pizzaria, churrascaria, comida chinesa e lanches. 3.3. ATRATIVOS TURÍSTICOS Conforme pesquisa no site da Fundação Turismo, foi possível visualizar os atrativos presentes no município, sendo eles: • Turismo: município com maior desenvolvimento tecnológico na produção agrícola, tornando-se um importante pólo turístico tecnológico no Estado. Constituído principalmente por gaúchos e paranaenses, é detentor de uma das maiores rendas per capita do Mato Grosso do Sul e as fazendas foram transformadas em verdadeiras empresas de produção agrícola e de desenvolvimento de tecnologia. • Conta com um importante museu, onde se encontram as primeiras máquinas utilizadas na construção da cidade e os aviões utilizados pelo fundador para trazer os imigrantes do sul do país. Figura 5 Fonte: Site Prefeitura Municipal de Chapadão do Sul 32 Eventos: Chapadão Folia (período do carnaval), Tecnoagro, realizada pela Fundação Chapadão, onde são expostas as últimas inovações agropecuárias, Festa do Galeto, realizada pelo Rotary Clube, Baile da Cuca e da Lingüiça, Cavalgada do Chapadão, onde aparecem os cavalheiros com trajes típicos dos pampas gaúchos, Exposul, Exposição Agropecuária e Industrial de Chapadão do Sul, onde ocorrem rodeios, shows e exposições, Festa do Folclore, Semana Farroupilha, Aniversário da Cidade e o tradicional Baile do Havaí. Figura 6 Fonte: Site Prefeitura Municipal de Chapadão do Sul Além dos eventos realizados em Chapadão do Sul, da alta tecnologia utilizada na produção agropecuária, esta cidade chama atenção, também, pela riquíssima arquitetura moderna e arrojada, com construções de casas em alto estilo que torna a cidade uma das mais belas da região nordeste do Estado e da Região do Vale do Aporé. 3.4. TURISMO NA REGIÃO Na região também existem diversas cachoeiras em propriedades privadas, onde, a maioria, é aberta a visitação. Em Costa Rica, cidade vizinha existe a Água Santa, onde acontece o fenômeno da ressurgência, que consiste na subida de águas profundas, muitas vezes ricas em nutrientes, para regiões menos profundas, a Gruta Tope da Pedra contanto com ricas fontes de pesquisas e educação ambiental. 33 Também em Costa Rica, localiza-se o Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari, Parque Nacional das Emas, Parque Natural Municipal Salto do Sucuri onde existe a prática de turismo de aventura como rappel, tirolesa e rafting. Figura 7 Fonte: Site Prefeitura Municipal de Costa Rica Em Cassilândia, o Salto do Rio Aporé também se destaca como ponto turístico da região para visitantes e moradores, visitada desde 1940, onde se encontra edificada uma usina desativada e tombada por lei como Patrimônio Histórico Cultural e Paisagístico do Município. Em Inocência, sua história narrada no conto de Vicente de Taunay, conhecido como Romance Inocência, é o que chama mais atenção. Segundo Buschmann (2010), a própria região pelo seu clima, sua topografia e pela sua estrutura agropecuária (fazendas) hoje existente, aliada aos diversos pontos (rios/cachoeiras) são muito interessantes como atrativos da natureza. 3.5. FAZENDA PADRÃO Em 1977, um grupo de empresas de Cascavel - PR adquiriu terras no município de Chapadão do Sul - MS e, em 1986, a partir da dissolução destas empresas, coube a terra de Chapadão do Sul ao Sr. Rubens Carlos Buschmann pela sua parte societária, que então batizou esta terra como Fazenda Padrão. 34 Figura 8 Figura 9 Fonte: Arquivo Fazenda Padrão Fonte: Arquivo Fazenda Padrão A partir daí deu início as suas atividades somente com plantio de soja, para depois explorar intensivamente várias culturas como o algodão, o milho, o feijão, o sorgo, o arroz, entre outros, e pecuários, com melhoramento genético de gados P.O. – Puros de Origem, vindos da Europa, destinados a pratica de cruzamento industrial para a produção de carne. A Sementes Padrão começou suas atividades no ramo de sementes no início da década de 1970 no Oeste do Paraná, e na pecuária começaram os investimentos também no mesmo local, na Fazenda Rio Cotegipe até meados da década de 90, quando foi transferida toda a estrutura existente para a Fazenda Padrão. Na pecuária, desde o início de suas atividades, praticou o cruzamento industrial utilizando as raças européias Blonde D´Aquitaine, Pardo Suíço e Simental, das raças zebuínas Tabapuã e Nelore. O destaque ficou com a raça Blonde pelo seu potencial para a produção de carnes de qualidade e em quantidade. Segundo Scheide (2010), O confinamento, o cruzamento industrial por nós usado há anos nos traz benefícios quanto ao tempo e qualidade de carnes indiscutíveis, sendo motivo de dias de campo para que outros produtores venham conhecer as técnicas que nos fazem ser diferenciados da maioria, pois primamos por uma alimentação de primeira, silagem, feno, pastagens corrigidas e um gado que fornece uma carne apreciada por todos. No melhoramento animal trabalhamos com Fertilização in Vitro, Inseminação Artificial, Ultrasongrafia em fêmeas para avalição tanto de sexagem como reprodutiva, touros europeus já adaptados por aqui, sempre lembrando que a alimentação é a base de tudo, e isto nós temos de sobra. 35 A excelência da raça Blonde, foi conseguida pela importação de animais vivos, sêmen e embriões dos principais raçadores franceses e canadenses. Figura 10 Fonte: Vaca Blonde Campeã. (site Fazenda Padrão) A Fazenda Padrão conquistou destaque ao fazer campeões da raça Blonde D´Aquitaine, que deixaram um legado genético de seus descendentes que garantem a multiplicação e melhoramento da raça tanto na Fazenda Padrão quanto em outras propriedades através do fornecimento de reprodutores, matriz, sêmen e embriões. Em 2008 implantou o Boitel, um sistema de confinamento de animais de terceiros, tratados com silagem de primeira qualidade, preparados com milho altamente produtivos e rações especiais aliadas a modernas técnicas, garantindo aumento de peso e lucro certo ao pecuarista. Na Fazenda Padrão, todos os investimentos são realizados mantendo-se a qualidade do meio ambiente, a fertilidade do solo, o potencial genético dos seus animais e sementes de soja ali produzidas. Na safra 2008/2009, a Sementes Padrão adquiriu uma fazenda no município de São Gabriel do Oeste, onde passou a operar excelentes instalações de beneficiamento no preparo e armazenamento de sementes de soja. 36 A Sementes Padrão, através de suas propriedades rurais, multiplicam sementes dos principais órgãos de pesquisas, onde têm técnicas adequadas para manter as características de cada variedade, o que garante fidelidade genética dos materiais aos produtores rurais. Figura 11 Fonte: O autor. As plantações são diariamente monitoradas e na colheita, segue-se com rigor para se sustentar a qualidade do que é produzido. As sementes são analisadas no laboratório da Fazenda Padrão, onde é verificado o vigor e a germinação de cada lote. Após a venda de sementes, oferece também técnicos especializados à disposição dos produtores rurais para sanar eventuais dúvidas quanto a época de plantio, espaçamento, regulagem da plantadeira e profundidade das sementes de cada variedade comercializada. Também realizam encontros técnicos para transmissão de conhecimentos através de dias de campo e palestras informativas. A partir dessas informações é possível perceber que existe visitantes todo o tempo na fazenda, sejam produtores rurais a procura de sementes ou animais, ou alunos de escolas que buscam a fazenda para conhecer um pouco sobre a fauna e a flora local. A população local também procura a fazenda para eventos festivos na cachoeira, onde se realizam normalmente almoços e até piqueniques. 37 Segundo Scheide (2010) há um tempo atrás, tiveram a idéia de fazer em Chapadão um Turismo de Tecnologia, aonde as pessoas iriam para aprender algo inovador sobre agropecuária. Este turismo não é tanto voltado para o esporte e sim para o conhecimento, tanto de estudantes da área, agronomia e outros cursos afins, bem como produtores ligados ao campo que sobrevivem deste e querem conhecer técnicas inovadoras que fazem Na Fazenda Padrão para conhecimento próprio e para usar em suas fazendas tanto aqui no Brasil como em outros países. A partir da figura 12, é possível observar como é divida, hoje, a área da entrada da Fazenda Padrão. Figura 12 Fonte: Google Earth Entrando na fazenda desde a rodovia, se percorre por uma estrada de terra, porém nivelada, rodeada por plantações, chegando no escritório, é possível ver os armazéns de silagem e a direita já algumas casas de funcionários. No final do que podemos chamar de vila, se vê a Casa Sede, com um pomar do lado direito. Da onde está a pensão e o campo de futebol, é por onde se pode ir ao confinamento, a cachoeira e a pecuária. 38 4. APONTUR – ANÁLISE DAS POTENCIALIDADES E OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS TURÍSTICOS O APONTUR é um documento criado pelo SEBRAE-PR – Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa do Paraná, que visa avaliar as potencialidades turísticas de empreendimentos nascentes ou que já existem, mas que pretendem melhorar suas atividades. O estudo é um descritivo de tudo que interfere na atividade do empreendimento, conseguindo ter um panorama melhor do que está bom e o que é preciso melhorar, ou até mesmo, em como fazer um novo empreendimento de sucesso. O documento usado não dá uma resposta conclusiva sobre o que fazer e como agir, mas sim analisa os pontos fortes e fracos da área, município ou região, o que traz uma confiabilidade melhor de como agir. O diagnóstico do documento foi feito in loco na Fazenda Padrão, que é objeto de estudo e foi analisado em nove tópicos principais, verificando as condições que o empreendimento tem para a viabilidade do estudo. Ao final, é gerado um gráfico mostrando uma porcentagem parcial de sua viabilidade, tornando o documento um forte aliado na implantação do negócio. 4.1. PÚBLICO Estudantes de agronomia, veterinária, zoologia, botânica e biologia são públicos efetivos na Fazenda, desenvolvendo pesquisas e aprendendo sobre novas tecnologias ali desenvolvidas e a população local tem sua contribuição para a divulgação da fazenda, pois muitos fazem confraternização, principalmente na cachoeira que ocupa uma área para eventos e piqueniques. Já os turistas em potencial são, inicialmente, pessoas que vem de estados próximos e têm interesse em participar da rotina de uma fazenda, desde suas atividades mais simples, como tirar leite de uma vaca como as atividades mais elaboradas como é o caso das análises das sementes plantadas, cultivadas e comercializadas. Além dos turistas que estão em cidades próximas, com o sucesso do empreendimento, é possível que venham turistas de cidades mais distantes ou até 39 mesmo de outros países para conhecer as terras e atividades desenvolvidas em solo brasileiro. 4.2. ACESSO As principais vias de acesso para a Fazenda Padrão são a BR 163 na saída para Cuiabá até Capim Verde, a BR 060 que passa por Camapuã até Chapadão do Sul e a MS 306 que cruza a cidade. À distância para Campo Grande, que é o principal centro emissor é de 348 km sendo toda pavimentada e com boas condições de uso. Desde a saída da MS 306 até o escritório da Fazenda Padrão sua estrada não é pavimentada, porém, seu acesso é muito bom devido à patrola, uma máquina utilizada para a manutenção de estradas, passada regularmente para que suas condições de uso estejam sempre boas condições. A ACESSO Acesso mais utilizado Terrestre NOTA A.1 Quanto ao principal acesso (mais utilizado) 2 1 3 4 5 6 7 8 9 FALSO FALSO FALSO ####### FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO A.2 Qualidade do principal acesso (quando terrestre e à partir do principal centro emissor). Considerar tipo de pavimento Peso 4 A.2.1 - até o local: 2 1 3 4 5 ####### 6 7 8 9 FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO 4 A.2.2 - dentro da área: 2 1 3 4 5 6 7 8 9 FALSO FALSO FALSO ####### FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO 2 1 ####### 3 4 5 6 7 8 9 FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO 4 4 A.3 Distância do Centro Emissor (pelo principal tipo de acesso ou na somatória deles) 56 Figura 13 - Acesso Fonte: APONTUR SEBRAE Neste item, como mostra a figura 13, são analisadas as principais vias de acesso ao empreendimento e ao município em que o mesmo se encontra, verificando também a qualidade do acesso desde o principal centro emissor e qual a distância entre os dois. 4.3. TRANSPORTE O meio de transporte mais utilizado é o rodoviário. O público efetivo usa muito os automóveis particulares, apesar de a cidade ser pequena e os pontos não serem tão longes dentro da cidade, as fazendas, onde é o local de trabalho de muitos 40 moradores, são mais distantes do centro, o que torna o acesso mais facilitado com esse tipo de transporte, e táxi que apesar de pouco utilizado, também é um meio de transporte alternativo. Conforme mostrado na figura 14, o meio de transporte terrestre é o mais utilizado, sendo a alternativa que muitos preferem, com estradas boas tanto dentro do município quanto dentro do empreendimento. B TRANSPORTE Tipo de transporte mais utilizado B.1 Veículos particulares NOTA Modal (considerando apenas o principal) Ferroviário ou Aquático 1 FALSO B.2 Tipo (do principal meio de transporte) 2 FALSO Peso Aéreo 3 FALSO Único/vários terceirizados 4 FALSO 5 FALSO Rodoviário 6 FALSO Vários e misto 7 FALSO 8 9 ####### FALSO 2 Único e próprio 8 9 ####### FALSO FALSO FALSO 2 1 3 4 5 6 7 8 9 FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO ####### 2 Custo/Preço (do total dos meios de transporte utilizados) 2 1 3 4 5 6 7 8 9 FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO ####### 3 Atratividade (em si) 2 1 3 4 5 6 7 8 9 FALSO FALSO ####### FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO 2 1 FALSO B.3 Qualidade (do principal meio de transporte) B.4 B.5 2 FALSO 3 FALSO 4 FALSO 5 FALSO 6 FALSO 7 FALSO 3 90 Figura 14 – Transporte Fonte: APONTUR SEBRAE Também são utilizadas as bicicletas e motocicletas (que também são utilizadas como táxi), meio de transporte para dentro do município e também de moradores da zona rural. Além destes, ainda existem ônibus municipais que fazem o trajeto da zona rural para a zona urbana. Existe também, em dois dias durante a semana e nos finais de semana, um trenzinho que passa pelos principais pontos da cidade, e que pode ser caracterizado como transporte turístico, onde é cobrada uma taxa de R$ 5,00, e no dia das crianças, a Prefeitura Municipal aluga este trem e leva as crianças para passear. 4.4. SINALIZAÇÃO (Turística e Informativa) A sinalização é muito importante para que tanto a população local quanto os turistas possam saber onde estão e para onde está indo. Conforme analisado na figura 15, nos arredores do município existem diversas placas que informam quais são as cidades próximas e a quantos 41 quilômetros se encontram. Dentro do município, as placas também informam bem aonde são os principais pontos. Pela formação alinhada do município, é fácil se localizar e encontrar aonde deseja chegar. Para chegar à Fazenda Padrão, existe um grande luminoso à beira da Rodovia e dentro do empreendimento também existem placas tanto de sinalização quanto de preservação ambiental. C SINALIZAÇÃO (Turística e Informativa) NOTA Peso C.1 De acesso (até o local) 2 1 3 4 ####### 5 6 7 8 9 FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO 3 C.2 Dentro do local 2 1 3 4 ####### 5 6 7 8 9 FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO 1 C.3 Até os Atrativos e Equipamentos e Serviços Serviços (do entorno Imediato - até 30 minutos do local) 2 1 3 4 ####### 5 6 7 8 9 FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO 2 30 Figura 15 – Sinalização Fonte: APONTUR SEBRAE Como o município não tem apelo turístico, as placas existentes são informativas, já que as placas turísticas seguem normas e critérios específicos. A sinalização turística será necessária e efetiva a partir do momento que existir um apelo forte ao turismo no município e região. 4.5. ATRATIVOS TURÍSTICOS Conforme mostrado na figura 19, dentro da propriedade existe uma cachoeira que é muito utilizada pelo público efetivo, sem cobrança de taxas, principalmente por escolas e confraternizações de empresas. Muito bem conservada e com placas indicativas para a preservação da natureza faz dela muito especial na região. 42 Figura 16 Fonte: O autor Além disso, atividades do meio rural também são atrativos turísticos da Fazenda Padrão, como a visita a uma anta que foi carinhosamente apelidada pelos funcionários da Fazenda de Tonico, e virou atração certa para os visitantes. Dentre as várias atividades da fazenda, assistir o parto de uma vaca, castramento de bois, comitivas, plantio, colheita e secagem das sementes, são atividades que não podem ser deixadas de lado. Além disso, percorrer o campo de plantação de girassóis, algodão e milho são um atrativo à parte, e também a espera de um animal selvagem, como as onças pintadas ou até mesmo cruzar com emas, tatus ou uma revoada de araras azuis ou tucanos são momentos que ficam pra sempre. 43 Figura 17 Fonte: O autor Figura 18 Fonte: Site Prefeitura Municipal de Chapadão do Sul 44 Na cidade, existe o terminal de Chapadão do Sul da Ferronorte, onde atualmente são carregados e descarregados os grãos, e é aberto ao público que gosta de saber como o trabalho é feito. Na Fazenda Campo Bom passa o Rio Aporé, que desemboca em uma cachoeira que é bastante visitada. Neste rio, existe uma pequena usina que gera a energia utilizada na fazenda. No município de Costa Rica, a 60 km de Chapadão do Sul, também existe o Salto do Rio Sucuri, onde são realizadas diversas atividades de turismo de aventura. D ATRATIVOS TURÍSTICOS Cachoeira Principais Parque Nacional Do Sucuri Complementares D.1 Principais Atrativos Turísticos D.1.1 - Qualidade (atratividade e conservação) D.1.2 - Proximidade NOTA Peso 2 1 3 4 5 6 7 8 9 FALSO FALSO FALSO ####### FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO 3 9 FALSO 2 2 1 3 4 5 6 7 8 9 FALSO FALSO FALSO FALSO ####### FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO 2 FALSO 1 FALSO 2 FALSO 3 FALSO 4 ####### 5 FALSO 6 FALSO 7 FALSO 8 FALSO D.2 Atrativos Turísticos Complementares D.2.1 - Qualidade (atratividade e conservação) D.2.2 - Proximidade Mais de 30 minutos Menos de 30 minutos Dentro da área 2 1 3 4 5 6 7 8 9 FALSO FALSO FALSO FALSO ####### FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO 2 33 Figura 19 – Atrativos Turísticos Fonte: APONTUR SEBRAE Além disso, existem as atrações culturais e folclóricas, como a Festa de São Pedro realizada no Salão Paroquial, a Semana Farroupilha que é realizada dentro do galpão do CTG – Centro de Tradições Gaúchas que tem uma grande atividade dentro do município, onde seus grupos de dança ganharam diversos prêmios estaduais e nacionais. O Chapadão Folia, o Baile do Hawai, o Baile da Cuca e da Lingüiça são outras festas que acontecem anualmente. 4.6. EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS O número de equipamentos e serviços turísticos, mostrados no capítulo 3.2., são compatíveis ao tamanho do município, visto que a tendência é sempre ter mais, diante do crescimento rápido com que o município se desenvolve. O atendimento oferecido é de qualidade e está sempre em busca inovações. 45 E EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS Telefone, internet e televisão a cabo Principais Chalés para acomodação dos turistas e ambiente para eventos sociais Complementares NOTA E.1 Serviços de Alimentação E.1.1 - dentro da área E.1.2 - no entorno Tipo: Pensão para todas as refeições E.2 Tipo: Hotéis Meios de Hospedagem E.2.1 - dentro da área E.2.2 - no entorno Peso 2 1 3 4 5 6 7 8 9 ####### FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO 2 FALSO 3 FALSO 4 FALSO 5 FALSO 6 FALSO 7 FALSO 8 FALSO 3 9 ####### 2 2 1 3 4 5 6 7 8 9 ####### FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO 3 2 1 3 4 5 6 7 8 9 FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO ####### 2 63 FALSO 1 FALSO Figura 20 – Equipamentos e Serviços Fonte: APONTUR SEBRAE Conforme verificado na figura 20, a Fazenda Padrão ainda não dispõe de equipamentos e serviços turísticos porque ainda não atua nesta atividade, porém, como os equipamentos utilizados para suas atividades são de tecnologia de ponta, e estão sempre em busca do que há de mais moderno, para o turismo não será diferente já que a fazenda conta com boa estrutura e espaço para a implantação de hospedagem assim como alimentação e espaço para eventos e confraternizações. 4.7. REQUISITOS SÓCIO-CULTURAIS, ECONÔMICOS E AMBIENTAIS Como se observa na figura 21, o empreendimento cumpre, na medida do possível, os quesitos da acessibilidade, porém, em algumas áreas torna-se desconfortável para quem necessita devido a terra e cascalhos. A Fazenda Padrão não é atuante em programas de turismo, podendo estar mais integrados a eles para poder administrar melhor o atrativo que o empreendimento se tornará. F F.1 F.2 REQUISITOS SÓCIO - CULTURAIS Acessibilidade ( Portadores de Mobilidade Reduzida - PMR) Participação nos Fóruns Locais e Regionais de Desenvolvimento NOTA Peso 2 1 3 4 5 6 7 8 9 FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO ####### FALSO FALSO FALSO Obs: 2 2 1 3 4 5 6 7 8 9 FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO ####### FALSO 2 28 Obs: Figura 21 – Requisitos Sócios-Culturais, Econômicos e Ambientais Fonte: APONTUR SEBRAE 46 A partir da figura 22, é possível perceber que no quesito econômico, é imprescindível fazer um Plano de Negócio, onde poderá saber exatamente em que e por que investir, tornando a iniciativa mais correta e menos arriscada. Nas estratégias de marketing, o empreendimento como está atualmente já é grande em proporção nacional. Já existe uma homepage onde é possível verificar todas as atividades da Fazenda, bem como os produtos e serviços que comercializa, dentro das atividades que realiza, tendo a possibilidade do Agroturismo, a homepage já existente seria uma maneira mais fácil de divulgar a nova atividade. G REQUISITOS ECONOMICOS NOTA Peso G.1 Plano de Negócios Obs: Controle de Qualidade 2 1 3 4 5 6 7 8 9 ####### FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO Obs: 3 G.2 2 1 3 4 5 6 7 8 9 FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO ####### 2 G.3 Estratégias de Marketing Quais: FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO ####### FALSO FALSO FALSO 2 1 3 4 5 6 7 8 9 2 30 Figura 22 – Requisitos econômicos Fonte: APONTUR SEBRAE Conforme a figura 23, a Fazenda Padrão tem como princípio básico o incentivo à proteção da natureza e está sempre atualizada com as leis ambientais, sendo fiscalizadas regularmente pela Guarda Ambiental e pela Polícia Florestal. H H.1 REQUISITOS AMBIENTAIS Licenciamento Ambiental NOTA Peso 2 1 3 4 5 6 7 8 9 FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO ####### FALSO 2 16 Qual Figura 23 – Requisitos ambientais Fonte: APONTUR SEBRAE Diante destes fatores analisados, verifica-se que a Fazenda está dentro dos padrões comerciais, mas que ainda é preciso adequar-se para o turismo. 4.8. OUTROS FATORES Existem ainda outros fatores que podem influenciar diretamente na atividade turística como é o caso dos meios de comunicação, conforme figura 24. 47 I I.1 OUTROS FATORES Telefonia Fixa I.2 Telefonia Celular I.3 Internet I.4 Serviços Postais I.5 Segurança Física I.6 Segurança Pública NOTA Peso 2 1 3 4 5 6 7 8 9 FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO ####### FALSO FALSO FALSO Obs: Oi, Vivo, Tim,Claro 2 2 1 3 4 5 6 7 8 9 FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO ####### FALSO Obs: Chapnet e 2 2 1 3 4 5 6 7 8 9 FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO ####### FALSO FALSO FALSO FALSO Obs: Correio 2 2 1 3 4 5 6 7 8 9 FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO ####### FALSO FALSO FALSO Obs: 2 2 1 3 4 5 6 7 8 9 FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO ####### 3 Obs: Brasil Telecom Obs: 2 1 3 4 5 6 7 8 9 FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO FALSO ####### FALSO 3 101 Figura 24 – Outros fatores Fonte: APONTUR SEBRAE Existe uma companhia de telefonia fixa, e para a telefonia móvel, todas as principais operadoras tem sinal no município e região, assim como dentro da Fazenda Padrão. Quanto à internet, os sinais também são bons e inclusive existem dois provedores que distribuem o sinal. A cidade possui um canal regional de televisão, assim como dois jornais que circulam pelo município, atualizando as informações completas semanalmente. Para serviços postais, o funcionamento é bom e eficaz, levando em conta que as correspondências que são para o empreendimento são colocadas em sua caixa postal. A segurança física dos turistas e da população é sempre bem preservada, visando o aproveitamento sem quaisquer prejuízos. Dentro da Fazenda, a segurança dos funcionários e de seus visitantes está sempre em primeiro lugar, tendo sempre profissionais muito bem qualificados atendendo a qualquer tipo de solicitação e a segurança pública é eficaz. Apesar de existirem casos de violência na região, a maioria é doméstica ou de passantes, ou seja, de pessoas que vêm da fronteira e passa pela cidade somente como um meio de fuga, e não para represálias. 48 4.9. OBSERVAÇÕES GERAIS É possível ter como premissa, um município organizado e seguro, onde a maioria da população é fazendeira ou trabalha para eles ativa ou passivamente. Hoje existem pessoas de fora morando na cidade devido a Fachasul – Faculdade de Chapadão do Sul que oferece cursos de Ciências Contábeis e Administração e a um Campus da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul que se instalou no município devido à grande produtividade que tem na região, então como conseqüência um lugar bom para se estudar in loco o que se aprende na sala de aula. Apesar de longe de grandes centros, os turistas potenciais encontrarão lá o ambiente ideal para aprendizado e lazer, podendo estabelecer uma ligação mais forte com o local. 89% Requisitos Ambientais Requisitos Sócio - Culturais 100% 78% Equipamentos e Serviços 100% 70% 100% 41% Atrativos Turísticos 100% 56% Sinalização 83% Transporte Acesso Resultado Obtido Figura 25 – Gráfico dos resultados parciais Fonte: APONTUR SEBRAE 100% 100% 39% Resultado Esperado 100% 100% 48% Requisitos Econômicos 0% 100% 80% Outros Fatores 70% 49 RESULTADO GERAL 100% 62% Resultado Esperado 0% Resultado Obtido 70% Figura 26 – Gráfico do resultado geral Fonte: APONTUR SEBRAE Diante dos gráficos apresentados nas figuras 25 e 26, pode-se observar o resultado da avaliação que o esperado era 70% e a nota obtida foi 62%, mostrando que a Fazenda Padrão e a região ainda tem que se adequar para o ideal desenvolvimento turístico. 50 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o estudo realizado, pôde-se perceber que, diante de tantas segmentações, hoje existe um crescimento muito grande para o estudo das mesmas, causando também a curiosidade de muitos, tanto para estudos quanto para implantações dessas atividades em empreendimentos já existentes e em empreendimentos futuros. Nessa pesquisa, foi possível observar claramente qual a diferença de cada segmento e poder definir qual atividade a ser realizada. Foi possível analisar que o município de Chapadão do Sul, apesar de poucas iniciativas para o Turismo até hoje, tem condições de suportar turistas e de oferecer todos os serviços. São necessárias algumas modificações com relação à sinalização turística e marketing turístico, mas o município, pela sua estrutura moderna, e seu potencial de crescimento tem grandes possibilidades de crescer nesse segmento. Já na Fazenda Padrão, objeto de estudo desta pesquisa, foi verificado in loco que não existe um enfoque turístico nas suas atividades, mas que a área que a fazenda ocupa e com a participação efetiva do proprietário e funcionários, é possível tornar ela um atrativo turístico para o município, região e, mais a frente, nacionalmente. As atividades realizadas na fazenda, já são atrativas, visto que podem ser utilizadas para que o turista possa ver como são realizadas. Diante do crescimento do Turismo e suas segmentações, as pesquisas acadêmicas têm crescido muito, o que acaba gerando uma profissionalização no setor, promovendo a capacitação na área e a busca da sustentabilidade. O produtor rural, com a instabilidade na economia, gerando dúvida com relação a sua produtividade acaba por investir no turismo em sua propriedade, gerando outras fontes de rentabilidade e propiciando conhecimento e lazer a quem o procura. Com o crescimento deste segmento, outros produtores resolveram então, seguir o mesmo exemplo, aumentando sua renda e, consequentemente, gerando empregos e melhorando a economia do seu município e região, ocorrendo mudanças organizacionais internas nas propriedades rurais. Abrir as porteiras para estranhos desfrutarem daquilo que mais se orgulham não é tarefa das mais fáceis. Atualmente essas dificuldades estão sendo vencidas, 51 com exceção da escassez de recursos monetários e a falta de crença dos agentes de turismo com relação à prestação de serviços no espaço rural. Contudo, a participação mais freqüente das entidades governamentais e a utilização de estudos acadêmicos têm contribuído para o crescimento do Agroturismo no Brasil. Pode-se também levar em conta o receio que os próprios produtores rurais têm com essa atividade nova, onde muitas vezes são comedidos e não querem arriscar seu negócio que dá certo com uma atividade que possa prejudicar sua atividade primária, sem perceber que o Agroturismo vem contribuir para um lucro maior e talvez uma produtividade também maior. 52 6. REFERÊNCIAS ABAV-MS. Disponível em www.abavms.com.br> Acesso em 03/10/2010. ALMEIDA E RIEDL, Turismo Rural: ecologia, lazer e desenvolvimento. Bauru, SP: EDUSC, 2000. Buenos Aires : CIET - Centro de Investigaciones y Estudios Turísticos, 2001, Estudios y perspectivas en turismo. BUSCHMANN, Rubens Carlos. Entrevista concedida em 17/09/10. Cassilândia. Disponível em www.cassilandia.ms.gov.br> Acesso em 06/05/2010. CATAI, Henrique (org); Simonato, M. F.; Molina, S. R.; Schnorr, R. T. D. M.; Bulzoni, M.; Oliveira, E., textos selecionados (organizador Henrique Catai). O Ambiente Rural é Turístico. CHAPADÃO DO SUL. 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PARRA E SILVA, Revista Científica Eletrônica Turismo – Periodicidade Semestral, Ano III Ed. 5 – Junho de 2006. Disponível em: http://www.revista.inf.br> Acesso em 29/05/2010. 53 PERIN, Vera Inez & HOSKEN, Fábio M. Agroturismo – Um Novo Conceito de Negócio – Viçosa, CPT, 1999. Portal de Turismo. Disponível em: www.ferias.tur.br> Acesso em 01/06/2010. PORTUGUEZ, Anderson Pereira. Agroturismo e desenvolvimento regional. 2ª ed. São Paulo: HUCITEC, 2002. PORTUGUEZ, Anderson Pereira... [et al.]. Turismo no espaço rural: enfoques e perspectivas – São Paulo : Roca, 2006. SCHEIDE, Mario Roberto. Entrevista concedida em 21/10/10. SEBRAE-PR, APONTUR – Avaliação de Potencialidades Turísticas, 2009. TROPIA, Fátima. Turismo no meio rural / 2.ed. / Ilustrações de Mirella Spinelli – Belo Horizonte: Autêntica Editora, 1998. SO p. (Coleção Pequena Empresa, 6). TULIK, Olga. Turismo Rural. São Paulo: Aleph, 2003. Wikipédia. Mapa de Chapadão do Sul. 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