VVII SSEEMMIINNÁÁRRIIOO TTÉÉCCNNIICCOO DDEE PPRROOTTEEÇÇÃÃOO EE CCOONNTTRROOLLEE 1 2277 ddee sseetteemmbbrroo aa 0022 ddee oouuttuubbrroo ddee 11999988 -- NNAATTAALL -- RRNN . PARTIDA SUAVE PARA MOTORES DE INDUÇÃO MICROCONTROLADA José Álvaro de Paiva, Andrés Ortiz Salazar, Alberto Palacios Pawlovsky DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA, UFRN, CAMPUS UNIVERSITÁRIO – CEP 59072-970 NATAL, RN – BRASIL DEPARTMENT OF CONTROL & SYSTEMS ENGINEERING – TOIN UNIVERSITY OF YOKOHAMA KANAGAWA-255, YOKOHAMA-SHI, MIDORE-KA, KUROGANE-CHO 1614 - JAPAN [email protected], [email protected], [email protected] 1. RESUMO Este trabalho objetiva a construção de um sistema microprocessado de partida e parada suave, de baixo custo, para motores de indução. A idéia principal é fazer o controle do ângulo de condução de um conjunto de tiristores de tal forma que varie a tensão eficaz entregue à máquina durante a partida e/ou parada. O controle é efetuado por um microcontrolador de 16 bits. Através das entradas Analógicas/Digitais do microcontrolador são monitorados os sinais de tensão, corrente. As saídas digitais são utilizadas para o disparo dos tiristores. O programa de controle possibilita, também, uma interface com o usuário para entrada dos parâmetros de partida e parada. 2. INTRODUÇÃO O processo de partida e parada em motores de indução é uma operação de considerável risco tanto para a vida útil destes como para evitar perturbações no sistema de alimentação, uma vez que os níveis de correntes nos enrolamentos das máquinas durante o transitório de partida e parada pode exceder os limites de segurança para um bom funcionamento do sistema. Para evitar sobrecorrentes durante a partida das máquinas de indução existem equipamentos que limitam as amplitudes das correntes envolvidas no processo [1]. O método de acionamento mais conhecido é a comutação de tensão através de chaves estrela/triângulo. Como o próprio nome indica, a chave estrela/triângulo comuta os enrolamentos da máquina de estrela para triângulo após decorrido um tempo preestabelecido em que a corrente se mantenha dentro de um nível aceitável para a segurança do sistema. Um dos efeitos indesejáveis do acionamento com chaves estrela/ triângulo é a variação instantânea do torque aplicado ao rotor, além de picos de corrente no momento da comutação, fazendo com que o motor sofra sobressaltos instantâneos, em que para alguns tipos de carga, este efeito é inaceitável. Com o desenvolvimento dos dispositivos semicondutores, é cada vez maior o número de equipamentos que utilizam as vantagens por eles oferecidas. Um dos equipamentos mais utilizados atualmente, principalmente na indústria, é o inversor de freqüência que possibilita um controle efetivo durante a partida e parada e podem ser aplicados em vários tipos de cargas. A grande desvantagem do inversor de freqüência é o preço bastante elevado. Para reduzir os custos envolvidos na montagem dos sistemas de acionamento vem se consolidando no mercado um equipamento conhecido como chave estática de partida e parada microprocessada ou Soft-Starter, que tem o objetivo de fornecer uma aceleração progressiva e uma parada controlada aos motores de indução, com a realização simultânea de monitoramento da corrente na carga e funções de controle. Estas chaves possuem características como: Ajuste da tensão de partida e parada por um tempo prédeterminado, manutenção da corrente em um determinado valor por um tempo preestabelecido, monitoramento de funções, proteção contra falta de fase, diagnóstico de falhas, proteção contra sobrecorrente e subcorrente, proteção eletrônica contra sobrecarga e outras características inerentes ou tipo do máquina a ser acionada. RUA JOÃO DIAS N0 745, BAIRRO BARRO VERMELHO – NATAL/RN – FONE: (084) 222-7568 71. Para a realização do controle utiliza-se o microcontrolador de 16 bits 68HC16Z1 da motorola (Freddom 16 - Mite) que trabalha a uma freqüência de 16,8MHz e dispõe de canais Analógico/Digitais e saídas digitais dentre outros recursos [3]. No sistema proposto utiliza-se os canais A/D para a conversão dos sinais de tensão e corrente de fase em sicronismo com a rede, e as saídas digitais para o envio dos pulsos aos tiristores. Este trabalho tem o objetivo de construir um sistema eficiente, compatível com o que é oferecido no mercado e de baixo custo, uma vez que os elementos empregados são de fácil manutenção e reposição. 3. CARACTERÍSTICAS DA MÁQUINA DE INDUÇÃO O motor de indução é, provavelmente, o mais comum de todos os motores. Como toda máquina elétrica, o motor de indução consiste de um estator e um rotor, estando o ultimo montado em mancais e separado do estator por um entreferro [6]. O núcleo, feito de laminações, contém condutores alojados em ranhuras. Estes condutores são conectado de uma forma predeterminada e constituem os enrolamentos da armadura. A corrente alternada é entregue aos enrolamentos do estator, e as correntes nos enrolamentos do rotor são induzidas pelo campo magnético produzido pelas correntes do estator. A máquina de indução opera devido a iteração entre as correntes induzidas no estator e o campo magnético no entreferro. Se o rotor é levado a girar sob o conjugado desenvolvido por esta iteração, a máquina operará como um motor. Por outro lado, o rotor pode ser acionado por uma fonte externa além de uma certa velocidade, de forma a desenvolver potência elétrica, esta máquina funcionará como gerador de indução. Os motores de indução classificam-se em motores com rotor do tipo gaiola cuja forma é cilíndrica e possui barras condutoras unidas por anéis de curto-circuito, e motores do tipo rotor bobinado em que os enrolamentos possuem anéis coletores para conexões externas. 3.1 – MODELO E RESPOSTA TRANSITÓRIA DA MÁQUINA DE INDUÇÃO Para o estudo do comportamento transitório, podese considerar um motor de indução com constantes de tempo mecânica muito maior que as constantes de tempo elétricas [7]. O motor encontra-se em repouso quando é subitamente alimentada por tensões senoidais balanceadas. Como conseqüência da diferença entre as constantes de tempo, o transitório se extingue antes que o motor comece a girar. Assim a análise será feita para velocidade nula. Sejam as tensões de fase dadas por: (1) Vs1 = 2Vs sen ωt Vs 2 = 2Vs sen( ωt − 120 0 ) (2) Vs 3 = 2Vs sen(ωt + 120 0 ) (3) onde Vs é a tensão eficaz de fase e ω é a freqüência elétrica da rede. Aplicando a transformada de PARK [7] chegamos a (4) Vs α = 3 Vs cos ωt Vs β = 3 Vs sen ωt (5) onde: - v S+ - Tensão em componentes simétricas [7]; iS+ - Corrente em componentes simétricas do estator; - i R+ - Corrente em componentes simétricas do rotor; - - RS, RR - Resistências do estator e rotor, respectivamente; - LS, LR - Resistências do estator e rotor, respectivamente; - p= d (Operador de derivação no tempo); dt - Velocidade do referencial d após a transformação de - ψ PARK[7]; - θ - Velocidade angular do eixo do motor; - mSR - Indutância mútua entre estator e rotor; Após manipulações matemáticas pode-se representar o modelo da máquina em componentes simétricas. Seja o modelo do motor em componentes simétricas instantâneas. ) ) mSR (p + jψ iS+ vS+ RS + LS (p + jψ 0 = mSR (p + jψ − jθ) RR + LR (p + jψ − jθ)iR+ Como o motor encontra-se em repouso = Colocando-se o referêncial no estator tem-se ψ Assim p.mSR iS+ vS+ RS + pLS 0 = ) R + pL i − jθ p . mSR (p + jψ S R R+ (6) θ = 0 . 0. (7) O modelo está representado pelo circuito da Figura 1. 72. RS v S+ p(LS − mSR ) p(LR − mSR ) v S+ = + mSR i R i S+ FIGURA 1 – Modelo do motor de indução com todos os parâmetros referidos ao primário. e l S = LS − m SR (8) l R = L R − m SR (9) VS+ i 3 2 V S (cos ω t + j sen ω t ) (16) 3 V e jωt 2 S (17) 3 VS 2 ( s + jω ) (18) vS+ = logo v S+ (s ) = i S+ (s ) = RR + S (15) Levando-se (18) em (14) obtem-se : plR plS ( v Sα + v Sβ ) assim as dispersões primária e secundária respectivamente, como lS e lR são muito menores que mSR, a presença desta ultima indutância será ignorada. Assim o circuito adquire a configuração representada na Figura 2. RS 2 RR v S+ = Sejam 1 FIGURA 2 – Modelo simplificado do motor de indução 3 VS 2 l 1 (s + jω )(s + R ) l (19) Aplicando a transformada inversa de Laplace obtem-se a expressão (20). O modelo então passa a ser: v S+ = ( R S + R Seja R )i S+ + p ( l S + l R )i S+ R = RS + RR R jωt − t VS 3 e − e l 2 ( R + jωl ) (10) iS+ ( t ) = (11) R + jωl = R 2 + ω 2 l 2 e jφo onde e φo = tg l = lS + lR (12) iS + ( t ) = (13) Aplicando a transformada de Laplace, obtém-se: (21) (22) Assim Assim v S+ = RiS+ + p l iS+ ωl R (20) 3 VS 2 R 2 + ω2l 2 j( ωt − φo ) − Rl t − jφo − e .e e (23) Por outro lado iSd ( t ) = 2 IR iS + ( t ) = parte real de iS+ Assim iS+ (t ) = 3 i S + (s ) = v S+ 1 R l s + l (14) R − t l ω φ − + cos( ) .cos(−φo ) t e o 2 2 2 R +ω l VS (24) 73. As correntes das outras fases têm comportamento idêntico com defasagem de 1200 entre si. Como pode-se observar, para uma partida direta a corrente assume valores acima da nominal durante o transitório e, dependendo da carga, estas correntes podem atingir de cinco a oito vezes o valor da corrente nominal. Por esta razão, faz-se necessária a aplicação de um dispositivo que controle os níveis de corrente nos enrolamentos da máquina. mas, [i ] Sd 3 = iS1 2 (25) Então a expressão da corrente na fase 1 é dada por iS1( t ) = 2 R − t l − + ω φ cos( t ) e .cos(−φo ) (26) o 2 2 2 R +ω l VS 4 – DESCRIÇÃO DO SISTEMA Para observarmos o comportamento da corrente na fase 1 quando a máquina é alimentada em partida direta, arbitremos os valores de R e de l, substituindo na Equação (26) e simulando no programa Matlab, obtemos a corrente no transitório e em regime permanente, para estes parâmetros, como mostra a Figura 3. O sistema microprocessado de partida e parada suave pode ser representado de acordo com o esquema mostrado figura 4 . Para a montagem deste sistema, estabelecemos as seguintes condições: • Consideramos o sinal trifásico da rede equilibrado; • Descartamos os efeitos da carga sobre o funcionamento do microcontrolador; • Mantivemos limites de segurança máximos e mínimos para o ângulo α para evitar pulsos em regiões indesejadas do sinal de entrada e possíveis perdas de sincronismo; • Utilizamos uma mesma saída digital para cada par de tiristores; • Consideramos o limite máximo de corrente como 3 vezes a corrente nominal dos tiristores; Na partida, durante o regime permanente e na parada, o microcontrolador faz a conversão Analógico-Digital dos sinais de tensão da rede e da corrente de fase com o propósito de obter o sincronismo e monitorar os picos de corrente na partida, mantendo o controle do tempo de disparo dos tiristores de forma automática. Sobrecorrente na partida Máquina em regime FIGURA 3 – Comportamento da corrente de fase durante a partida direta. VA ∼ VB ∼ M OTOR VC ∼ S e n s o r d e C o r r e n te C ir c u ito d e d is p a r o P o t e n c iô m e t r o s d e A j u s t e s d o s P a râ m etro s d e E n tra d a C ir c u i t o a b a ix a d o M ic r o c o n t r o la d o r R ESET FO NTE 5V D C T . P a r t id a P a rtir T . P arada % d e P e d e sta l P a ra r FIGURA 4 – Diagrama representativo do Sistema Im a x 74. Ao iniciar o sistema, o ângulo de disparo (α) dos tiristores é colocado próximo de 180 graus e, dependendo do valor da corrente nos enrolamentos da máquina este ângulo é reduzido até um valor mínimo aumentando valor eficaz da tensão nos enrolamentos da máquina. A entrada dos parâmetros da máquina e operação de partida será realizada pelo operador do sistema através de potenciômetros de precisão e de push botons de partida e parada, respectivamente. Todo o programa de controle está gravado em uma memória FLASH EPROM acoplados ao módulo do microcontrolador. 5. PARÂMETROS DE CONTROLE DE PARTIDA E PARADA SUAVE A chave estática para motores CA pode ser monofásica ou trifásica, dependendo do tipo de máquina a ser empregado. O princípio básico das chaves estáticas está no controle da tensão eficaz aplicada aos enrolamentos do motor no momento da partida. Este controle é realizado através do parâmetro α, conhecido como ângulo de disparo do tiristor.Para a determinação de α no momento da partida e/ou parada, o operador deve programar alguns parâmetros de entrada no sistema, de forma a estabelecer o modo de variação deste ângulo. Os parâmetros de entrada do sistema são: • Tempo de partida(tP) - É o tempo que é fixado no sistema para que o ângulo α parta de um valor máximo (estabelecido pelo operador) e seja decrementado até o valor mínimo necessário para o sistema entrar em regime. • Tempo de parada (ts) - É o tempo que se estabelece para que o ângulo α saia do valor mínimo de regime e atinja o valor máximo que garanta a total desenergização do sistema. • Porcentagem de tensão de pedestal (Pd) - É um nível mínimo de tensão necessário para que se garanta a partida suave e segura. • Corrente de pico máxima (Ip) - É o valor máximo da corrente permitido para que se habilite o aumento da tensão eficaz no momento da partida 6. DESCRIÇÃO DO ALGORITMO DE CONTROLE O algoritmo de controle do ângulo α para o processo de partida pode ser descrito da seguinte forma: • Para uma dada porcentagem de pedestal é fixado o ângulo de α inicial. • A cada intervalo de amostragem realizado pelo microcontrolador são lidas as tensões das fases que alimentam os tiristores; • Ao ser detectado um cruzamento por zero, inicia-se a temporização do atraso de α graus para todas as três fases respeitando a defasagem entre elas; • Ao ser atingido o ângulo α, é enviado o pulso de disparo para o par de tiristores correspondente àquela fase, conduzindo o tiristor que estiver diretamente polarizado; • É realizada a leitura da corrente de carga, se esta tiver abaixo da corrente de pico máxima, o ângulo α pode ser decrementado (de acordo com o tempo de partida), senão mantêm-se o ângulo até que a corrente diminua a amplitude. • Quando o ângulo α atinge o valor mínimo, ele mantémse neste valor até que seja iniciado o processo de parada controlada. O processo de parada é realizado de forma similar, alterando apenas o sentido de variação de α, ou seja, α será incrementado até atingir o valor máximo estipulado para o corte na alimentação da máquina, respeitando o tempo de parada fornecido pelo programador do sistema. 6.1. DETERMINAÇÃO TEMPORIZAÇÃO INTERNAS DAS EQUAÇÕES DE DAS VARIÁVEIS Para a temporização das variáveis internas, tomamos como base o período de amostragem que é função direta da freqüência de interrupção. Para obtermos este período, medimos experimentalmente o sinal de interrupção e calculamos o número de interrupções em um semi-ciclo de 60 Hz. De acordo com o número de interrupções, foram definidos contadores específicos para cada variável de temporização. 6.1.1.Cálculo do número de interrupções para temporização dos tempos de partida e parada Os números de interrupções para a partida e parada são calculados de forma análoga, diferenciando apenas os tempos especificados pelo programador e os ângulos inicial e final no momento da partida e parada, respectivamente. Para a partida, o número de interrupções é obtido em função do ângulo de disparo inicial (pedestal), do tempo especificado e do número de interrupções em um semi-ciclo de 60 Hz. Para a parada, o número de interrupções depende do tempo de parada, do ângulo final de corte dos pulsos e do número de interrupções em um semi-ciclo de 60Hz. Podemos descrever o método de temporização da seguinte forma: Em um ciclo de 60 Hz nós temos 1 s , logo, em t segundos teremos N = 60. t ciclos (27) 75. Para um pedestal de α graus devemos calcular quantos graus se decrementa em um ciclo para podermos atingir zero graus no final do tempo t. x= α graus N (28) Também devemos calcular quantos graus corresponde o decremento em cada interrupção. Para cada ciclo temos Nimax interrupções, assim em uma interrupção teremos: y= 360 graus N imax (29) Desta forma, efetuamos a seguinte regra: Se em cada ciclo nos decrementamos x graus e em cada interrupção nós decrementamos na partida ou incrementamos na parada y graus, teremos um número de ciclos dado por: y Nc = (30) x Para encontrarmos o número total de interrupções fazemos: N int = N imax . Nc (31) • Nimax é o número máximo de interrupções em um semiciclo; • αintmax é o número máximo de interrupções que corresponde ao ângulo α de pedestal. Desta forma, é possível fixar o ângulo inicial de disparo de 0 a 180 graus, fazendo o decremento do ângulo α ser efetuado em função do tempo de Para garantir a magnetização dos enrolamentos da máquina e manter uma margem de segurança contra sobrecorrente, estamos utilizando porcentagens de pedestal na faixa de 25% à 80% na partida, e para parada estamos mantendo um ângulo máximo para o corte de alimentação de 150 graus que eqüivale a uma porcentagem de 16,67%. 7. RESULTADOS OBTIDOS EM TEMPO REAL No decorrer do desenvolvimento de todo o projeto analisou-se o comportamento do motor para diferentes parâmetros de partida e parada. As curvas que estão apresentadas a seguir ilustram o comportamento das tensões e correntes de fase no momento da partida, durante a aceleração, durante a desaceleração, respectivamente. A figura 5 mostra a tensão entregue ao motor no instante da partida: Efetuando as substituições das variáveis chegamos a: N int = 360 . 60 . t α (32) Utilizando equação 32 podemos obter os números de interrupções tanto para a partida como para a parada, bastando para isto aplicar o ângulo inicial e final correspondente aos tempos de partida e parada, respectivamente. 6.1.2 - Cálculo do ângulo de disparo (α) no momento da partida Para o cálculo do ângulo de disparo, tomamos a porcentagem de pedestal fornecida pelo programador do sistema e o número de interrupções em um semi-período, da seguinte forma: Porc = 100 − Ped(%) α int max Porc. N imax = 100 (33) (34) onde: • Ped é a porcentagem de pedestal fornecida pelo programador do sistema; • Porc é o complemento da porcentagem de pedestal para o posicionamento do ângulo α desejado; FIGURA 5 - Tensão de fase no motor no instante da partida para α inicial de 1350. Como pode-se comprovar, no instante de partida os pulsos posicionam-se a 135 graus do cruzamento de zero, ou seja , 25% de pedestal. A escolha do pedestal inicial é feito pelo operador, o que possibilita um ajuste diferente para cada tipo de máquina. A Figura 6 mostra a tensão entregue ao motor durante a aceleração: 76. 4A/DIV Tensão de fase no motor durante a aceleração. FIGURA 8 – Comportamento da corrente para uma partida direta Conforme a figura 6, a tensão senoidal é gradualmente entregue à máquina, o que representa uma rampa de aceleração de 1 segundo. A figura 7 mostra a tensão entregue ao motor durante a desaceleração: Com a finalidade de diminuir o efeito da sobrecorrente nos enrolamentos do motor utiliza-se a chave microprocessada de partida e parada suave que irá fazer o controle de tensão eficaz aplicada à máquina. Está ilustrado na figura 9 o comportamento da corrente de uma das fases durante uma partida controlada pela soft starter com tempo partida de 1 segundo e pedestal de 25% . FIGURA 6 - 4 A/DIV FIGURA 7 - Tensão de fase no motor durante a desaceleração. FIGURA 9 – Comportamento da corrente durante o processo de partida controlada. Da mesma forma que a aceleração, a desaceleração tem seu tempo controlado e, o corte na alimentação é feito com um ângulo máximo de 120 graus onde a tensão já está em um nível seguro para a desernegização da maquina. Numa partida direta, a corrente nos enrolamentos da máquina tende a ser muito elevada devido à inércia do eixo, fazendo com que a vida útil do motor diminua. Na Figura 8 pode-se observar o comportamento da corrente para uma partida direta com a máquina operando em vazio. A amplitude da corrente na fase é da ordem de oito vezes o valor de regime. Este aumento súbito de corrente pode provocar um sobreaquecimento nos enrolamentos danificando seu isolamento, principalmente para cargas elevadas. Pode-se observar então que, apesar de não esta sendo realizado o controle de corrente, a amplitude desta é significativamente menor que a amplitude da corrente em uma partida direta, o que comprova a eficácia da chave estática de partida e parada suave. 8 – CONCLUSÕES O projeto de sistema de partida e parada suave de baixo custo e de simples operação foi o objetivo principal deste trabalho, uma vez que este tipo de dispositivo ainda é pouco aplicado quando comparado aos inversores. Os aspectos relevantes observado durante a realização deste trabalho foram os seguintes: • Grande simplicidade na utilização do microcontrolador Freedom 16-Mite da Motorola, principalmente no que diz respeito à programação e manipulação de portas digitais e analógicas; 77. • Utilização de circuitos de interface com baixo custo e fácil implementação; • Boa performance do sistema na partida, em regime e durante a desaceleração; Apesar do sistema de partida em parada ter apresentado um bom desempenho, observou-se algumas limitações como, por exemplo, a dependência da freqüência de amostragem com o número de instruções presentes na rotina de interrupção, ocasionando perda momentânea de pulsos no cruzamento entre duas fases. Em uma análise global, o sistema de partida e parada suave atingiu os objetivos a que se propunha. Após a conclusão deste trabalho verificou-se a importância de projetos com estas características para o surgimento de novas alternativas e soluções de problemas na área de acionamento de máquinas elétricas. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1]. KENLY, W. L. e BOSE, B. K. “ Triac Speed Control od Three-Phase Induction Motor with Phase-Locked Loop Regulation” ,IEEE Trans. Industrial Application, Vol IA-12,pp.492-498, Sept/Oct. 1976. [2]. SSW-01 - Chave de partida microprocessada para motores, “Manual Técnico”(1996) – WEG do Brasil. [3]. Manual de instruções do microcontrolador 68HC16; [4]. “An introduction to C Using the DDS MICRO-C Compiler” Copyrigth 1988-1996 Dave Dunfield. [5]. “A ‘C’ compiler for the 6816 microprocessor family” , Technical Manual. Copyrigth 1988-1996 Dave Dunfield. [6]. NASAR, SAYED ABU. (1984) “ Máquinas Elétricas ”, Tradução de Heloi José Fernandes Moreira , São Paulo/SP – McGraw-Hill do Brasil. [7] BARBI, I .(1985) “ Teoria Fundamental do motor de indução”, Florianópolis /SC, Editora da UFSC/ELETROBRÁS. 10. APOIO FINANCEIRO • • • UFRN/FUNPEC TRANSNOR TRANSFORMADORES NORDESTE LTDA. ELETROBRÁS DO