16 ESP1006 – Fundamentos de Máquinas Elétricas 2. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DAS MÁQUINAS ROTATIVAS A Conversão Eletromecânica de Energia ocorre quando existe variação no fluxo associado a movimento mecânico. dWe = i.dλ + T.dθmec Nas máquinas rotatitvas, a tensão é induzida nos enrolamentos ou grupos de bobinas por: 1. Rotação mecânica do enrolamento em um campo magnético. 2. Um campo magnético girante que atravessa o enrolamento. 3. Variação da relutância do circuito magnético com a rotação do motor. DEFINIÇÕES: ENROLAMENTO DE ARMADURA OU INDUZIDO) - Grupo de bobinas interligadas de modo que todas as tensões nela geradas contribuem positivamente ao valor final. Pode ser a peça rotativa (rotor), como nas máquinas de C.C. ou a peça estacionária (estator) como nos alternadores. As bobinas são enroladas sobre núcleos de ferro laminado, para que o caminho do fluxo seja o mais eficiente possível e as perdas por Corrente de Foucault menores. ENROLAMENTO DE CAMPO - Grupo de bobinas excitadas, responsáveis pela fonte primária de fluxo. Em máquinas pequenas são usados ímãs permanentes. 2.1 MÁQUINAS ELEMENTARES DE C.A. E DE C.C. A - MÁQUINAS SÍNCRONAS ELEMENTARES PPPrrrooofff... G G m M M Geeeooom maaarrr M M... M Maaarrrtttiiinnnsss D D E C T U M DE ESSSPPP///C CT T///U UFFFSSSM M 17 ESP1006 – Fundamentos de Máquinas Elétricas ENROLAMENTO DE CAMPO - Possui anéis coletores onde são apoiadas as escovas de carvão que permitem alimentar o campo com C.C. É de baixa potência. ENROLAMENTO DA ARMADURA - Colocado no estator em ranhuras estreitas, diametralmente opostas (no caso de dois pólos). DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA INDUÇÃO MAGNÉTICA E TENSÃO INDUZIDA Condições: * Rotor girando à velocidade constante (ω = cte.). * Acionamento por uma fonte de potência mecânica. MÁQUINAS COM 2 PÓLOS: 1 Rotação completa → 1 ciclo de tensão (completo) 1 1 1 = 1 Tmec = 1 Telét f = , T Tmec 2.Telet 1 .f elé t n (rps) = f (ciclos/seg) fmec = 2 60 rps = 60 Hz 60rps . 60 = 3600 rpm θelét = θmec MÁQUINAS COM 4 PÓLOS: PPPrrrooofff... G G m M M Geeeooom maaarrr M M... M Maaarrrtttiiinnnsss D D E C T U M DE ESSSPPP///C CT T///U UFFFSSSM M ESP1006 – Fundamentos de Máquinas Elétricas 18 1 Rotação completa → 2 ciclos de tensão (completo) 1 1 Tmec = 2 Telét Tmec = 1.Telet 2 2.n (rps) = 1/2.felét 2.n (rps) = 60 Hz 2.30 (rps) = 60 Hz 30rps . 60 = 1800 rpm θelét = 4/2 . θmec MÁQUINAS COM ″P″ PÓLOS: 1 Rotação completa → P/2 ciclos de tensão (completo) P/2 x n(rps) = 1 felet P/2 x n/60 (rpm) = 1 felet f = P n . 2 60 (Hz) θ elet = P .θ mec 2 onde: f - freqüência da onda da tensão, em Hz. n - velocidade mecânica em rpm. θelét - ângulo elétrico. θmec - ângulo mecânico. e, W = P/2 .Wmec onde, W - freqüência angular da onda de tensão Wmec - velocidade angular mecânica (rad/s) GERADORES SÍNCRONOS TRIFÁSICOS - Vantagens na geração, transporte e utilização de grandes potências. - Construídos com 1 conjunto de 3 bobinas deslocadas de 120°E no espaço, para uma máquina de 2 pólos (conforme a figura a); 2 conjuntos com 3 bobinas; para máquinas de 4 pólos, P/2 desses conjuntos para máquinas de P pólos. - Fases ligadas em estrela (Y) ou em triângulo (∆). Ex: A figura b abaixo, mostra um gerador com 4 pólos c/ 2 conjuntos de 3 bobinas. O diagrama de ligação aparece na figura c. PPPrrrooofff... G G m M M Geeeooom maaarrr M M... M Maaarrrtttiiinnnsss D D E C T U M DE ESSSPPP///C CT T///U UFFFSSSM M ESP1006 – Fundamentos de Máquinas Elétricas 19 MOTORES SÍNCRONOS A corrente alternada é fornecida ao enrolamento da armadura e a excitação de C.C. é suprida ao enrolamento de campo. A velocidade é: n = 120. f P No motor, o conjugado eletromagnético está no sentido da rotação e equilibra o conjugado oponente exigido para mover a carga mecânica. B - MÁQUINAS ELEMENTARES DE C.C. PPPrrrooofff... G G m M M Geeeooom maaarrr M M... M Maaarrrtttiiinnnsss D D E C T U M DE ESSSPPP///C CT T///U UFFFSSSM M ESP1006 – Fundamentos de Máquinas Elétricas 20 ENROLAMENTO DA ARMADURA - colocado no rotor, onde a corrente é levada por meio de escovas de carvão que deslizam sobre as lâminas do comutador, realizando assim, a retificação da tensão. COMUTADOR - cilindro formado por lâminas de cobre, isoladas umas das outras por meio de mica, montadas sobre o eixo do rotor e dele isoladas. ENROLAMENTO DE CAMPO - montado no estator, e excitado por corrente contínua. DISTRIBUIÇÃO de FLUXO no ENTREFERRO e TENSÃO INDUZIDA Com o rotor girando a velocidade constante, a distribuição de fluxo magnético do entreferro segue uma forma parecida com aquela mostra na figura “a” abaixo. Observa-se que: A forma de onda da distribuição do fluxo é do tipo achatada ao invés da forma senoidal das máquinas C.A. O enrolamento da armadura é colocado no motor para possibilitar a comutação. São válidas as observações quanto ao papel da tensão gerada e conjugado eletromagnético vistos para a máquina C.A. C - MÁQUINAS DE INDUÇÃO ELEMENTARES PPPrrrooofff... G G m M M Geeeooom maaarrr M M... M Maaarrrtttiiinnnsss D D E C T U M DE ESSSPPP///C CT T///U UFFFSSSM M 21 ESP1006 – Fundamentos de Máquinas Elétricas A máquina de indução ou assíncrona é considerada como um TRF generalizado, onde ocorre transformação de potência elétrica entre estator e rotor, com mudança de freqüência e com fluxo de potência mecânico. ENROLAMENTO DO ESTATOR - o mesmo do motor síncrono. ENROLAMENTO DO ROTOR - fechado eletricamente sobre si mesmo. Normalmente sem terminais externos. As correntes são induzidas nele pela ação de transformador do enrolamento do estator. A característica usual de velocidade x conjugado, no motor, possui uma pequena queda de velocidade ao aumentar a carga no eixo. 2.2 TENSÃO GERADA NAS MÁQUINAS ELEMENTARES Definições: ENROLAMENTOS CONCENTRADOS → Todas as espiras do enrolamento estão concentradas em um par de ranhuras. ENROLAMENTOS DISTRIBUÍDOS → As bobinas de cada fase são distribuídas em um n° de ranhuras fazendo melhor uso do ferro e do cobre, melhorando a forma de onda. BOBINA DE PASSO INTEIRO ou PLENO → Possui 2 lados distantes 180°E do centro de 1 pólo até o centro de 1 pólo de polaridade oposta. BOBINA DE PASSO FRACIONÁRIO → Possui os 2 lados a uma distância menor do que 180°E. Tendo como vantagem o uso de menos cobre, porém a tensão induzida é menor. A - MÁQUINA DE C.A. ELEMENTAR DE 2 PÓLOS - Armadura → 1 bobina com N espiras e de passo polar completo (180°E). - Campo → Produz indução magnética B, no estator, através de uma onda espacial senoidal. B = B pico .cosθ onde, PPPrrrooofff... G G m M M Geeeooom maaarrr M M... M Maaarrrtttiiinnnsss D D E C T U M DE ESSSPPP///C CT T///U UFFFSSSM M 22 ESP1006 – Fundamentos de Máquinas Elétricas θ - medido a partir do eixo do rotor. Bpico - valor no centro do pólo do rotor. - Rotor → Gira com velocidade angular ω (rad/s) + Fluxo no entreferro, φ , por pólo: φ = π 2 ∫ B. l. r. dx −π 2 + φ= π 2 ∫B pico .cosθ . l. r . dθ −π 2 φ = 2.Bpico .l.r onde, B - densidade de fluxo (Wb/m2) φ - Fluxo magnético (Wb ou 108 Maxwell) l - Comprimento axial do estator. r - Raio no entreferro. Para uma máquina com P pólos: φ = 2/P.2Bpico .l.r Relação entre o fluxo por pólo e a densidade de fluxo no entreferro. Quando o rotor gira, o fluxo concatenado, ϕ , varia com o co-seno do angulo α entre os eixos magnéticos do estator e rotor: ϕ = N.φ . cos wt Pela lei de Faraday, a tensão induzida na bobina é: e=− dϕ dϕ = w. N .φ . sen wt − N . . cos wt dt dt ↑ Tensão de velocidade ↑ Tensão de transformador Tensão de velocidade - devida ao movimento relativo do campo e da bobina. Tensão de transformador - existe quando a amplitude da onda de indução magnética varia com o tempo. Em regime permanente, a maioria das máquinas possui a onda de fluxo de entreferro constante. A tensão induzida deve-se só à velocidade. e = W.N.φ.sen Wt PPPrrrooofff... G G m M M Geeeooom maaarrr M M... M Maaarrrtttiiinnnsss D D E C T U M DE ESSSPPP///C CT T///U UFFFSSSM M 23 ESP1006 – Fundamentos de Máquinas Elétricas O valor mínimo da tensão induzida é: E maax = W . N .φ = 2.π . f . N .φ e o valor eficaz: E ef = 2. π . N .φ = 4,44 f . N .φ 2 onde, f - freqüência, em Hz. CONCLUSÕES: 1) O movimento relativo de uma bobina e de uma onda espacial de indução magnética com amplitude constante produz o mesmo efeito de tensão (e = ω.N.φ.sen Wt) na máquina que o fluxo variável no tempo associado a bobinas estacionárias num transformador (e = N.dφ/dt). 2) Fatores que interferem na forma de onda da tensão gerada (lembrando que e = 2.π.f.N.φ.sen Wt): a) N° de espiras e modo como são conectadas. b) Forma de onda da distribuição espacial do fluxo magnético no entreferro. c) Rotação da máquina (freqüência da tensão gerada). 3) Tensões trifásicas → usa-se 3 bobinas deslocadas de 120°E no espaço. B - MÁQUINA DE C.C. ELEMENTAR - A tensão gerada na bobina da armadura é alternada devendo ser retificada. - Nas máquinas convencionais, a retificação é provida mecanicamente pelo comutador, sendo de onda completa. Valor médio, ou de C.C. , da tensão entre escovas: PPPrrrooofff... G G m M M Geeeooom maaarrr M M... M Maaarrrtttiiinnnsss D D E C T U M DE ESSSPPP///C CT T///U UFFFSSSM M 24 ESP1006 – Fundamentos de Máquinas Elétricas Fmed = Ea = 1 π 2 π π ∫ W . N .φ.sen Wt . d (Wt ) 0 .W . N . φ Sendo, Welét = Wmec .P/2 (rad/s) Ea = P. N π .Wmec .φ = 2. PN .φ . n 60 onde, n - rotação mecânica, em rpm. Se a máquina possui: Za condutores ativos a caminhos paralelos no enrolamento da armadura então, o n° de espiras N, é: N = Za/2.a (por pólo), logo, Ea = P. Za n .φ . 60 a Exemplo: Um pequeno alternador trifásico de 4 pólos tem o enrolamento de armadura concentrado, de passo pleno, ligado em Y. Cada bobina tem 2 espiras e todas as espiras em qualquer fase são ligadas em série,. O fluxo por pólo é 0,25 Wb e é senoidalmente distribuído no espaço. O rotor é girado à 1800 rpm. Determinar: a) b) c) d) A tensão eficaz gerada, em relação ao neutro. Tensão eficaz de linha: Sistema de equações p/ as tensões de F – N trifásicos no tempo. Equações p/ as 3 tensões de linha (a – b, b – c, c –a). 2.3 Decomposição do campo magnético em série de fourier Efeito dos harmônicos de campo sobre a tensão gerada PPPrrrooofff... G G m M M Geeeooom maaarrr M M... M Maaarrrtttiiinnnsss D D E C T U M DE ESSSPPP///C CT T///U UFFFSSSM M ESP1006 – Fundamentos de Máquinas Elétricas 25 A análise é feita a partir do traçado de um gráfico da densidade de fluxo no entreferro em função do ângulo, para um pólo, tomando-se como valor a média dos valores das linhas de indução no ferro e no entreferro para diversas posições relativas dos pólos e ranhuras. Na figura 1, supõe-se que a densidade de fluxo no entreferro siga a distribuição quadrada: Fig. 2.3.1 - Distribuição p/ passo fracionário Pelas regras conhecidas por séries de Fourier, temos: ∞ a n.π .x n.π .x SF(f) = o + ∑ (an . cos + bn . sen ) 2 n =1 l l onde: an = 0 , e bn = 2l n.π .x dx . ∫ f ( x ). sen l0 l 1°) Tem-se apenas senóides. 2°) Tem-se apenas harmônicas ímpares (função simétrica nos semi-ciclos sucessivos). ∞ n.π .x Æ Série de senos de Fourier. f ( x ) = ∑ bn . sen l n =1 Logo, ∞ B = ∑ Ar . sen( rα ) r =1 Y = f(α) = A1.sen α + A2.sen 2α + A3.sen 3α + ... + Ar.sen r.α + ... + B1.cos α + B2.cos 2α + +B3.3cos α + ... + Br.cos r. α+ ... Sendo PPPrrrooofff... G G m M M Geeeooom maaarrr M M... M Maaarrrtttiiinnnsss D D E C T U M DE ESSSPPP///C CT T///U UFFFSSSM M 26 ESP1006 – Fundamentos de Máquinas Elétricas Ar = 2 π π −γ . ∫γ f (α ). sen( r.α )dα como 0 para 0 < α < γ A para γ < α < π - γ 0 para π - γ < α < π f(α) = Então, Ar = Ar = 2 π π −γ .. ∫γ A. sen(r.α )dα 2 A . .[cos( rγ ) − cos r (π − γ )] ; π r Para valores ímpares de r: cos (rπ − rγ) = - cos rγ Æ Ar = 4A . cos rγ , (para r ímpar). πr Para valores pares de r: cos (rπ − rγ) = cos rγ e Ar = 0, (para r par). Resultando: B= 4A 1 1 1 .[cos γ . senα + . cos 3.γ . sen 3.α + . cos 5γ . sen 5α + ... + cos rγ . sen rα + ...] 3 5 r π CONCLUSÃO: PPPrrrooofff... G G m M M Geeeooom maaarrr M M... M Maaarrrtttiiinnnsss D D E C T U M DE ESSSPPP///C CT T///U UFFFSSSM M 27 ESP1006 – Fundamentos de Máquinas Elétricas A forma de onda quadrada possui apenas harmônicos de ordem ímpar . A amplitude dos harmônicos diminui com a sua ordem: (4A / πr).cos rγ. Se γ = 0, tem-se a distribuição p/ passo inteiro: ∞ a n πx nπx + bn . sen SF (f ) = o + ∑ (an . cos 2 n =1 l l onde: an = nπx 1l dx ∫ f ( x ). cos l −l l bn = nπx 1l dx ∫ f ( x ). sen l −l l ) n = 0, 1, 2, ... n = 1, 2, 3, ... 2.4 REAÇÃO DA ARMADURA Como já foi visto, uma máquina C.A. possui: - 01 Enrolamento de campo (indutor) (em C.C.). - 01 Enrolamento de armadura (induzido). Pode-se fazer duas análises distintas para condições de carga da máquina: A – Máquina funcionando EM VAZIO Existe uma f.m.m. e um fluxo operando na máquina (pólos): φpolar => função (Icampo) f.m.m.polar = 2.Np .Icampo (A.e) onde: φpolar = Fluxo da magnético polar Icampo = Corrente de campo Np = N° de espiras/pólo B – Máquina funcionando COM CARGA Se o gerador é ligado a uma carga, circula uma corrente na armadura. Surge uma onda de fluxo no entreferro (N.Ia) que gira à velocidade síncrona. Este fluxo reage com o fluxo polar resultando um conjugado eletromagnético devido à tendência dos campos magnéticos se alinharem. No gerador, este conjugado se opõe à rotação, e a máquina motriz deve aplicar um conjugado mecânico a fim de sustentar a rotação. O conjugado eletromecânico é o mecanismo através do qual maior potência elétrica de saída exige maior potência mecânica de entrada. PPPrrrooofff... G G m M M Geeeooom maaarrr M M... M Maaarrrtttiiinnnsss D D E C T U M DE ESSSPPP///C CT T///U UFFFSSSM M 28 ESP1006 – Fundamentos de Máquinas Elétricas Assim, existem duas f.m.m.s primárias e dois fluxos operando na máquina: φpolar = função (Icampo) φarmadura = função (NaIa) = 2.Na.Ia onde: φarmadura - Fluxo da armadura. Ia - Corrente de armadura. Na – N° de espiras/enrolamento. O φpolar (fmmpolar) e φarmadura (fmmarmadura) interagem resultando no entreferro φR , o fluxo resultante de entreferro. Quando uma máquina rotativa está sob condições de carga, pode-se decompor a fmmarmadura (a reação da armadura) em 2 eixos: um na linha dos pólos e outro em quadratura. Tem-se uma componente que é magnetizante ou desmagnetizante do fluxo polar e outra que o distorce (magnetizante transversal). Da mesma forma, a corrente de armadura pode ser decomposta segundo os 2 eixos, resultando em duas situações possíveis: 1- Componente transversal da corrente, adiantada: Atinge um máximo 90°E antes. Produz um φA transversal que está no mesmo sentido do φpolar, contribuindo à ação magnetizante dos pólos. 2- Componente transversal da corrente, em atraso: Atinge um máximo 90°E depois de a bobina ter se deslocado. Produz um φA transversal em sentido contrário ao do φpolar , tendo efeito desmagnetizante. Fig. 2.4.1 – Efeitos da corrente da armadura sobre o fluxo resultante A componente em fase da corrente magnetiza ao longo de um eixo entre os pólos fazendo o fluxo principal aumentar nas bordas de saída, dos pólos, e a diminuir nas bordas de entrada. O efeito é a de uma ação magnetizante transversal. A figura 2.4.1, apresenta as condições estudadas. PPPrrrooofff... G G m M M Geeeooom maaarrr M M... M Maaarrrtttiiinnnsss D D E C T U M DE ESSSPPP///C CT T///U UFFFSSSM M ESP1006 – Fundamentos de Máquinas Elétricas 29 2.5 F.M.M. DE ENROLAMENTOS CONCENTRADOS E DISTRIBUÍDOS F.M.M. NAS MÁQUINAS de C.A. A – ENROLAMENTO CONCENTRADO Como visto na figura acima, a onda retangular de f.m.m. de uma bobina tipo concentrada, de passo pleno é distribuída em degraus de amplitude ± N.i/2. Esta onda pode ser desenvolvida em série de Fourier, obtém-se uma fundamental e uma série de harmônicas ímpares. A fundamental é: FA1 = 4 N.i . . cosθ π 2 onde θ é medido a partir do eixo da bobina do estator. B – ENROLAMENTO DISTRIBUÍDO No projeto das máquinas C.A. são feitos sérios esforços para distribuir o enrolamento para produzir, com boa aproximação, uma distribuição espacial senoidal de f.m.m. . Na figura 2.5.2, observa-se que a onda de f.m.m. é uma série de degraus de altura 2.nb.ib , onde ib é a corrente na bobina. Nota-se que é produzida uma onda com melhor aproximação senoidal de f.m.m. do que na bobina concentrada. PPPrrrooofff... G G m M M Geeeooom maaarrr M M... M Maaarrrtttiiinnnsss D D E C T U M DE ESSSPPP///C CT T///U UFFFSSSM M 30 ESP1006 – Fundamentos de Máquinas Elétricas Fig. 2.5.2 – A fmm de uma fase de um enrolamento trifásico A onda de f.m.m. é uma série de degraus de altura 2.nb.ib, onde ib é a corrente na bobina. A f.m.m., de ordem fundamental, resultante vale: Fa1 = N .K d . s .i a cosθ π P 4 onde: Kd – Fator de distribuição (0,85 à 0,95). Ns – N° de espiras em série, por fase. ia = Im . cos wt e Fmáx = N .K d . s .I m P π 4 F.M.M. NAS MÁQUINAS de C.C. A onda de f.m.m. da armadura possui formato triangular devido à presença do comutador. O campo magnético da armadura é perpendicular ao enrolamento de campo, resultando num conjugado contínuo unidirecional, devido às trocas dos enrolamentos pelo comutador. Na figura 2.5.3, tem-se uma máquina de c.c. de 2 pólos, cuja armadura possui dois condutores por ranhura (dupla camada) e passo pleno. A altura de cada degrau de f.m.m.é igual ao número de ampères-espiras 2.nb.ib Ae em uma ranhura. A forma de onda da f.m.m. dependerá sempre do arranjo do enrolamento e da estrutura magnética de cada pólo. Neste caso, a onda de f.m.m. é uma série de degraus de altura 2.nbib. PPPrrrooofff... G G m M M Geeeooom maaarrr M M... M Maaarrrtttiiinnnsss D D E C T U M DE ESSSPPP///C CT T///U UFFFSSSM M 31 ESP1006 – Fundamentos de Máquinas Elétricas Quanto maior o n° de ranhuras por pólo, na armadura, melhor será a aproximação para uma onda triangular. bobina = 12.nb.ib (A.e) Valor de pico em cada pólo: (12/2).nb.ib O valor de pico da f.m.m. é: Fa = 1 Za i a Na . . = .i a 2 P a P onde, a – n° de caminhos paralelos da armadura. Na - n° de espiras em série. ( Na = Za / 2.a ) P – n° de pólos. Za – n° de Condutores Ativos da armadura. Fig. 2.5.3 – F.m.m. de uma máquina de C.C. c/ enrolamento em dupla camada 2.6 CAMPOS MAGNÉTICOS GIRANTES Para compreender a teoria de máquinas de C.A. polifásicas (síncronas e de indução), é necessário estudar a natureza do campo magnético produzido por um enrolamento polifásico. O estudo dos campos girantes pode ser realizado por duas formas diferentes: a Análise gráfica ou o Método Analítico. ANÁLISE GRÁFICA – Consideremos a máquina de C.A. vista na figura 2.6.1, do tipo trifásica, com 3 enrolamentos deslocados uns dos outros de 120°E, ao longo da circunferência do entreferro, marcados pelas bobinas a, -a, b, -b, c, -c. As ondas espaciais senoidais de f.m.m. produzidas são representadas por fasores centrados nos eixos magnéticos de cada fase. Logo, as três ondas de f.m.m. estão deslocadas de 120°E no espaço. Sob condições trifásicas balanceadas, as correntes instantâneas são: PPPrrrooofff... G G m M M Geeeooom maaarrr M M... M Maaarrrtttiiinnnsss D D E C T U M DE ESSSPPP///C CT T///U UFFFSSSM M ESP1006 – Fundamentos de Máquinas Elétricas 32 ia = Im .cos wt ib = Im .cos wt - 120° ib = Im .cos wt + 120° onde Im é o valor máximo da corrente. A f.m.m. da fase a tem seu valor máximo Fmax , para t=0, que é o momento em que a corrente da fase a está no seu valor máximo Im. Assim, p/ wt = 0: Fia = Fmáx Fib = - Fmáx / 2 Fic = - Fmáx / 2 Pode-se estender a análise para outros tempos, resultando: P/ wt = π / 3: ia = ½.Imáx ib = ½.Imáx ic = -Imáx P/ wt = 2π / 3: ia = -½.Imáx ib = Imáx ic = -½ . Imáx PPPrrrooofff... G G m M M Geeeooom maaarrr M M... M Maaarrrtttiiinnnsss D D E C T U M DE ESSSPPP///C CT T///U UFFFSSSM M 33 ESP1006 – Fundamentos de Máquinas Elétricas Fig. 2.6.1 – Enrolamento de um estator trifásico, 2 pólos Conclusão: A medida que o tempo passa, a onda de f.m.m. resultante mantém sua forma senoidal e amplitude (= 3/2 Fmax), e se desloca progressivamente ao redor do entreferro. Ao final de 1 ciclo, a f.m.m. resultante, volta a posição inicial, perfazendo 1 giro completo por ciclo em uma máquina de 2 pólos. Um enrolamento polifásico excitado por correntes polifásicas equilibradas, produz o mesmo efeito que é produzido pela rotação de um ímã permanente em torno de 1 eixo perpendicular ao ímã, ou pela rotação dos pólos de campo excitado por C.C. PPPrrrooofff... G G m M M Geeeooom maaarrr M M... M Maaarrrtttiiinnnsss D D E C T U M DE ESSSPPP///C CT T///U UFFFSSSM M