BRASÍLIA-DF, SEXTA-FEIRA, 19 DE SETEMBRO DE 2008 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 9 | Número 2116 Sonia Baiocchi Frente da Agricultura quer derrubar veto a juros menores para correção da dívida | 3 Em julho de 2005, agricultores organizaram um “tratoraço” em frente ao Congresso para pedir refinanciamento das dívidas escutas telefônicas | 4s Laudo da PF entregue à CPI mostra que equipamentos da Abin não grampeiam Luiz Cruvinel ACESSIBILIDADE | 2 Como parte das comemorações do Dia Nacional das Pessoas com Deficiência (21 de setembro), a Câmara recebe hoje 20 alunos com deficiência visual de uma escola pública de Brasília. Eles farão uma visita às dependências da Casa e conhecerão a maquete tátil do Congresso (foto), inaugurada em abril. A visita também integra as ações do programa de acessibilidade da Câmara, que tem entre seus objetivos proporcionar aos portadores de deficiência um maior acesso aos ambientes real e virtual da Casa e aos produtos e serviços que ela oferece. 2 Brasília, 19 de setembro de 2008 Projeto consolida leis da Assistência Social as normas contidas da Criança e do Adona Constituição de lescente, o Estatuto 1988 e, entre outros do Idoso e as normas pontos, definiu a asjurídicas que deverão sistência social como compor o Estatuto da política voltada à Pessoa com Deficiênproteção da família, cia devem ser mantidos da maternidade, da como legislação espeadolescência e da cífica, pois são mais do velhice, concedenque legislação de caráter do amparo aos caassistencial; trata-se de rentes e buscando verdadeiras cartas de meios de prover sua direitos civis”, explicou. integração ao merTambém ficaram fora cado de trabalho. da consolidação as norRita Camata Leis de fora - Rita mas relativas à Política Camata preferiu deixar fora do projeto Nacional de Assistência Social contidas de consolidação normas de caráter es- em uma resolução do Conselho Naciopecífico. “Entendemos que o Estatuto nal de Assistência Social; e ao Sistema Diogenis Santos A Câmara analisa o Projeto de Lei 3800/08, da deputada Rita Camata (PMDB-ES), que consolida a legislação relativa à assistência social. Em 72 artigos, a proposta condensa em um só texto os dispositivos de nove leis que estão hoje em vigor, a fim de evitar confusão de normas contraditórias e eliminar preceitos ultrapassados. O projeto, originário do Grupo de Trabalho de Consolidação das Leis, instalado em outubro de 2007, não faz mudanças no mérito da legislação, apenas revisa e organiza as leis já existentes sobre o mesmo assunto. Para elaborar a proposta de consolidação, a deputada se baseou na Lei Orgânica da Assistência Social (Loas - Lei 8.742/93), que disciplinou Único de Assistência Social (Suas), que é detalhado por meio de uma norma operacional básica (NOB). A proposta revoga vários dispositivos de leis ligadas à assistência social que tinham caráter transitório e perderam a eficácia ou que tenham sido declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal. Tramitação - O projeto de lei de consolidação tem tramitação especial: será analisado simultaneamente pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e pelo Grupo de Trabalho de Consolidação das Leis. Após aprovação nas duas instâncias, será votado pelo Plenário, com preferência de inclusão na Ordem do Dia. Câmara recebe hoje alunos com deficiência visual Visita marca Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência Em comemoração ao Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, a Câmara dos Deputados recebe hoje, às 14h30, 20 alunos com deficiência visual da Escola Classe 410 Sul, de Brasília. A visita monitorada faz parte das ações do Programa de Acessibilidade da Câmara dos Deputados e do Senado. Os alunos do ensino fundamental, entre 7 e 12 anos, seguirão um roteiro passando pela Chapelaria, Salão Verde, Plenário da Câmara e Gabinete da Presidência da Câmara, onde terão acesso a presentes protocolares, terminando na maquete tátil do Congresso, inaugurada em abril. A supervisora pedagógica da escola, Silvia Teixeira, considera o projeto essencial para mostrar aos alunos que são cidadãos e têm direitos. “Esta é uma oportunidade única para os alunos e ficará marcada pelo resto de suas vidas. Queremos mostrar com a visita que eles são importantes e podem lutar por seus direitos”. Para a coordenadora do Programa de Acessibilidade, Adriana Jannuzzi, a visita ajudará a mostrar às crianças o que a Câmara vem fazendo e ainda pretende fazer pela inclusão das pessoas com deficiência, além de colher opiniões e sugestões para aperfeiçoar o programa. Acessibilidade - O Programa de Acessibilidade da Câmara dos Deputados tem como finalidade planejar, implementar e promover ações integradas para proporcionar às pessoas com deficiência (servidores, parlamentares, visitantes, telespectadores e internautas) uma maior acessibilidade aos ambientes real e virtual da Casa e aos produtos e serviços por ela oferecidos. Com isso, espera-se contribuir para eliminar preconceitos, combater as desigualdades sociais, disseminar o respeito às diferenças e tornar a Câmara um exemplo de responsabilidade social na Administração Pública. O programa tem implementado diversas adaptações na Câmara para atender as necessidades das pessoas com deficiência, eliminando barreiras arquitetônicas e de comunicação, além de capacitar funcionários que atuam no atendimento a esse público. Dentre as ações já realizadas, destacam-se: adaptação e sinalização de sanitários e plenários; rebaixamento de meios-fios; aquisição e instalação de equipamentos (plataforma elevatória, terminais de auto-atendimento bancá- A maquete tátil do Congresso, inaugurada em abril último, será o último ponto de visita dos alunos hoje rio, impressora braile, cadeiras de rodas e triciclos motorizados para visitantes); reserva de vagas nos estacionamentos; palestras e cursos de capacitação e sensibilização; adaptação das páginas do Portal da Câmara na Internet; disponibilização da Constituição Federal e Presidente: Arlindo Chinaglia (PT-SP) www.camara.gov.br Suplentes Manato (PDT-ES), Arnon Bezerra (PTB-CE), Alexandre Silveira (PPS-MG) e Deley (RJ-PSC) Ouvidor Parlamentar Carlos Sampaio (PSDB - SP) Procurador Parlamentar Alexandre Santos (PMDB - RJ) Diretor-Geral Sérgio Sampaio de Almeida Secretário-Geral da Mesa Mozart Vianna de Paiva outras leis em áudio (Estatuto do Idoso e Leis de Acessibilidade); contratação de intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para eventos; aquisição e instalação da maquete tátil do Congresso Nacional para a visitação institucional, no Salão Verde. SECOM - Secretaria de Comunicação Social Mesa Diretora da Câmara dos Deputados - 53a Legislatura 1º Vice-Presidente Nárcio Rodrigues (PSDB-MG) 2º Vice-Presidente Inocêncio Oliveira (PR-PE) 1º Secretário Osmar Serraglio (PMDB-PR) 2º Secretário Ciro Nogueira (PP-PI) 3º Secretário Waldemir Moka (PMDB-MS) 4º Secretário José Carlos Machado (DEM-SE) Luiz Cruvinel Secretário: Roberto Seabra (61) 3216-1500 [email protected] Jornal da Câmara Diretora Amneres Pereira Editora-chefe Rosalva Nunes Editoras Maria Clarice Dias Renata Tôrres Editor de fotografia Reinaldo Ferrigno Diagramadores Guilherme Rangel Barros José Antonio Filho Roselene Figueiredo Ilustrador Renato Palet Projeto gráfico Ely Borges e equipe do jornal Câmara dos Deputados - Anexo I - Sala 1508 - 70160-900 Brasília DF [email protected] | Fone: (61) 3216-1666 | Disque-Câmara - 0800 619 619 Impresso na Câmara dos Deputados | DEAPA / CGRAF Disque - Câmara 0800 619 619 3 Brasília, 1º de setembro de 2008 Frente quer derrubar veto à lei da dívida agrícola Edson Santos Maria Clarice Dias A Lei 11.775/08, que prevê a renegociação da dívida agrícola de cerca de 85% dos produtores rurais do País, foi publicada ontem no Diário Oficial da União com veto a uma das principais mudanças feitas pela Câmara à MP 432/08, que originou a lei. Em agosto, ao aprovar a MP, os deputados substituíram a Taxa Selic (hoje fixada em 13,75%) pela Taxa de Juros de Longo Prazo (6,25%) como indexador da dívida ativa rural renegociada no âmbito da MP. O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Valdir Colatto (PMDB-SC) já antecipou que a frente se mobilizará para derrubar o veto do presidente Lula. A mudança foi incluída no projeto de lei de conversão do deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS) por meio de uma emenda de Colatto, para quem o veto é um desrespeito a uma decisão legítima do Congresso e fere a autonomia do Poder Legislativo. “O Congresso Nacional representou os interesses da nossa agricultura e sua vontade precisa ser respeitada. Se o presidente não leva em consideração uma decisão legítima, para que serve o Parlamento?”, contestou. A Lei 11.775 renegocia R$ 75 bilhões da dívida total de R$ 87,5 bilhões do setor rural. Segundo Colatto, a Taxa Selic é extorsiva. “Ela penaliza o agricultor e inviabiliza o pagamento de seus débitos”, analisou. Alto custo - A possibilidade de o Executivo vetar o item já tinha sido anunciada pelo líder do governo, deputado Henrique Fontana (PT-RS), na aprovação da matéria pela Câmara. Ontem, o deputado Zonta (PP-SC) avaliou que o veto é preocupante quanto ao custo da renegociação. Zonta, que entrou em contato com o Ministério da Fazenda, adiantou que o governo fará algumas concessões. “Por exemplo, no mês de liquidação, em vez de considerar a Selic mais 1%, será considerado apenas o 1%”, explicou. Essa compensação, disse o deputado, freia a elevação de custo. “O importante é que existe a lei, que esse capítulo se encerre, que mais de 2,6 milhões de famílias de agricultores, das quais 1,8 milhão de Os deputados aprovaram em agosto, com emendas, MP que renegocia débitos agrícolas pequenos agricultores, consigam sanear seus problemas financeiros”, afirmou. Prazo maior - Foram mantidas na lei, porém, outras mudanças feitas pelos deputados, como o aumento de cinco para dez anos no prazo de pagamento da dívida, e de R$ 1 mil para R$ 1,2 mil no desconto fixo a ser aplicado nas dívidas de saldo renegociado entre R$ 10 milhões e R$ 50 milhões. No caso dos débitos de R$ 50 milhões a R$ 100 milhões, esse desconto passou de R$ 6 mil para R$ 6,2 mil. Em todas as faixas foi diminuído o percentual de desconto variável, aplicado antes do fixo, que passará de 40% a 75% para 38% a 70%. ENTREVISTA// RODRIGO ROLLEMBERG “Estamos destruindo a uma taxa aceleradíssima um bioma que tem uma das maiores biodiversidades do mundo” Incluída pelo presidente Arlindo Chinaglia entre as prioridades de votação, a Proposta de Emenda à Constituição 115/95, a PEC do Cerrado, torna esse bioma patrimônio nacional, juntamente com a caatinga, para protegê-lo da devastação. Pesquisa da Embrapa indica que o Cerrado poderá desaparecer daqui a 40 anos se o nível de devastação não diminuir, pois 40% da área já foram substituídos por plantações de soja, cana de açúcar e pastagens. Defensor da PEC, o deputado Rodrigo Rollemberg (PSBDF) disse em entrevista à TV Câmara que o Cerrado é fundamental para o ecossitema nacional e que sua aprovação não prejudica o agronegócio. Por que é importante o reconhecimento do Cerrado como patrimônio nacional? Rodrigo Rollemberg: O Cerrado é responsável por 70% das águas que abastecem as bacias do Tocantins, do Paraná e do São Francisco, tem uma biodiversidade imensa, com cerca de 10 mil espécies de plantas, das quais 4.400 são endêmicas. Portanto, nós estamos destruindo a uma taxa aceleradíssima, de 1,5% ao ano, um bioma www.camara.gov.br que tem uma das maiores biodiversidades do mundo, e não conhecemos nem 1% dela, que pode ser utilizada para a produção de fármaco, para melhoria de plantas e de alimentos mais resistentes ao estresse hídrico a altas temperaturas. ma de qualquer interesse privado. Esse é o primeiro passo. O que se faz em seguida? Rollemberg: A bancada do Distrito Federal apresentou a proposta de criação de uma rede de pesquisas sobre o Cerrado. É importante que haja recursos significativos para que possamos ampliar o conhecimento sobre toda essa biodiversidade, sobre o ciclo das águas no Cerrado e o seu solo. Assim, poderemos, cada vez mais, tornar esse bioma produtivo sem precisar destruí-lo, ou seja, utilizando-o de forma sustentável. Alçar o Cerrado à condição de patrimônio nacional é o suficiente para preservá-lo? Rollemberg: Nós precisamos mobilizar a classe política e a sociedade, não apenas do Centro-Oeste mas de todo o Brasil, para a importância de preservar o Cerrado. É um princípio o fato de que o Cerrado, com toda a importância que tem para o País, para as futuras gerações, seja considerado patrimônio nacional, para que o interesse público esteja aciRodrigo Rollemberg O senhor não acha que a fiscalização é precária nessa área? Rollemberg: Muito. Hoje, a área é desmatada e as árvores são queimadas em carvoarias ilegais, sobretudo nos estados da Bahia e de Minas Gerais, para abastecer siderúrgicas que estão na ilegalidade. Ou seja, uma fiscalização rigorosa, com o fechamento de algumas siderúrgicas, com multas altas, com a prisão de pessoas que estão desmatando ilegalmente, sem dúvida contribuiria para desacelerar esse processo de destruição. A aprovação da PEC pode diminuir o desenvolvimento do agronegócio no Cerrado? Rollemberg: De forma alguma. Nós temos a Embrapa e um sistema nacional de pesquisas a partir das universidades. As empresas estaduais de pesquisa já detêm conhecimento capaz de aumentar muito a produtividade das áreas já desmatadas. Existe tecnologia, como a da integração lavoura/agropecuária, que pode articular numa época do ano a lavoura, e na outra a criação de gado de forma mais intensiva, aumentando a produtividade e reduzindo custos numa mesma área. Temos 50 milhões de hectares de pastagens degradadas no Cerrado. Qualquer ocupação agrícola de aumento da produção de alimentos, de água e de energia deve priorizar as áreas de pastagens degradadas. Disque - Câmara 0800 619 619 4 Brasília, 19 de setembro de 2008 ESCUTAS TELEFÔNICAS Domingos Dutra critica retenção de verbas para sistema carcerário Paulo Roberto Miranda O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Carcerário, deputado Domingos Dutra (PT-MA) criticou o contingenciamento de verbas do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) feito pelo governo federal. Segundo dados do Funpen, faltando poucos meses para o fim do ano, apenas 5% dos recursos do fundo foram gastos, sendo que o programa destinado à reforma de prisões estaduais não recebeu recurso algum até agora. O governo federal investiu R$ 10,7 milhões do Orçamento do Funpen de 2008. Domingos Dutra destacou que o contingenciamento dos recursos federais foi um dos problemas constatados pela CPI, encerrada no início de julho, depois de cerca de nove meses de trabalho. “Todo mundo sabe do caos do sistema carcerário. A causa disso tudo é que, infelizmente, o sistema carecerário não é prioridade na agenda institucional do País, porque a grande maioria dos que estão lá são pobres e, por isso, não têm atenção do poder público”, avaliou. Dutra destacou que, no relatório, a CPI propôs um projeto de lei proibindo o governo federal de reter recursos do Fundo Penitenciário Nacional. “As recomendações são cerca de 41, para os estados e para a União, e têm como objetivo não só obter mais recursos para o sistema, mas evitar que as verbas destinadas a um setor tão importante para a segurança pública fiquem retidas”, explicou. O parlamentar lembrou que os integrantes da CPI também aprovaram uma recomendação ao Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para que faça não só o censo carcerário para medir e qualificar a população carcerária, mas também analise o índice de desenvolvimento humano (IDH) dos presidiários. O relator informou que a CPI também propôs que o repasse de recursos da União aos estados para o sistema prisional seja feito nos moldes do Fundo de Participação dos Municípios. www.camara.gov.br Polícia Federal informa à CPI que equipamentos da Abin não grampeiam Idhelene Macedo Laudo da Polícia Federal enviado ontem à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas Clandestinas atesta que os equipamentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não poderiam ter gravado uma conversa entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Segundo o presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), o laudo da PF confirma que nenhum dos três equipamentos periciados tem capacidade para interceptar telefones celulares. Agora, ele aguarda o envio de laudo feito pelas Forças Armadas para compará-lo com o documento da PF. O deputado quer também uma perícia independente, feita por técnicos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “São equipamentos de var- Gilberto Nascimento Luiz Couto Luiz Couto destaca relatório da ONU sobre violência no Brasil O relatório do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) foi destacado ontem pelo deputado Luiz Couto (PT-PB), para quem o documento merece toda a atenção do poder público e “não a desqualificação, como vem ocorrendo”. O relatório ataca as políticas de segurança do Brasil e chama a atenção para a violência policial e as execuções extrajudiciais no País. De acordo com o relatório, ocorrem, no Diógenis Santos Marcelo Itagiba redura e um equipamento específico de escuta ambiente, cujo uso seria indevido por parte da Abin”, entende o parlamentar. “Precisamos saber quais outros equipamentos foram comprados pelo Ministério da Defesa em Washington para a Abin, para, a partir da daí, fazermos nossa perícia independente em todos esses equipamentos.” Convocação de Jobim – Marcelo Itagiba não descartou nova convocação do ministro da Defesa, Nelson Jobim, o qual afirmou em depoimento que a Abin adquiriu equipamentos com capacidade de interceptação. “O ministro Jobim, no momento, ficou de encaminhar a relação dos demais equipamentos que foram comprados. Após essa análise e a perícia, verificaremos que passo deveremos dar. No momento, vamos ouvir o general Jorge Felix [ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República]”, acrescentou o parlamentar. Felix será ouvido na próxima semana. Também está previsto o depoimento do ex-agente do Sistema Nacional de Informações (SNI) Francisco Ambrósio do Nascimento. Ele colaborou com as investigações da Operação Satiagraha, da Polícia Federal, mas negou a autoria de grampos em depoimento nesta quartafeira (17) à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência. Brasil, aproximadamente 48 mil mortes recomendou reformas no serviço de por ano, fazendo que o País possua uma segurança pública brasileiro (Polícia das maiores taxas de homicídios no munCivil, Polícia Militar, Corregedoria de do. Dados de 2006 apontam que a taxa no Polícia, medicina legal, ouvidorias, País é cerca de duas vezes superior à média Promotoria Pública, Judiciário e adminismundial, com 25 homicídios para cada 100 mil tração carcerária), Luiz Couto defendeu habitantes. A média mundial é de 8,8 mortos novas medidas para o combate do crime por 100 mil habitantes, não incluindo organizado. Segundo ele, não se acaba mortes relacionadas às guerras. com as estruturas criminosas apenas De acordo com Couto, o usando a polícia. Na sua relator especial sobre Execuavaliação, são necessárias O documento ções Arbitrárias, Sumárias ou políticas públicas eficazes Extrajudiciais da ONU, Philip e instrumentos competentes merece toda a Alston, autor do documento, atenção do poder de combate à violência. “É inspecionou o Brasil por dez preciso começar acabando público e não a com a impunidade”, afirdias em novembro de 2007, desqualificação, mou. quando esteve com autoridades, representantes de Polícia infiltrada – Ao como vem comunidades e visitou favelas registrar a prisão de Pedro ocorrendo e presídios. A conclusão foi Quinca de Sá Filho, agente que “o assassinato não é uma da Polícia Civil paraibana, técnica aceitável nem eficaz de controle flagrado na saída de Campina Grando crime e que a violência policial no de com 273 quilos de maconha, Luiz Brasil é tolerada pelos governantes e Couto disse que, desde a Comissão por boa parte da população”. A princiParlamentar de Inquérito (CPI) do Narpal crítica de Alston, disse o deputado, cotráfico, em 2000, vem alertando sobre é em relação às mortes de pessoas já a infiltração de bandidos na polícia da capturadas por policiais. No documento, Paraíba. Segundo ele, já entregou relao relator diz que a prática de classificar ção com nomes de agentes suspeitos os assassinatos cometidos por policiais às autoridades, mas os mesmos conticomo meros “autos de resistência” dá nuam em suas funções, porque gozam aos agentes “carta branca para matar”. de impunidade graças à proteção que Luiz Couto criticou o governador do recebem de determinados agentes púRio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), blicos. Entre os protetores, Luiz Couto que rebateu Alston e desmereceu o recitou expressamente o desembargador latório justificando que “só há violência Júlio Paulo Neto, corregedor-geral de porque os bandidos não entregam as Justiça do estado. “Esse homem [Júlio armas sem o confronto”. Paulo] também é acusado de prática Ao comentar que o relator especial de tortura”, informou. Disque - Câmara 0800 619 619