PARTICIPAR – “As crianças que fazem
a lição de casa diariamente se tornam
mais seguras. Acompanhe as atividades
de casa. O retorno positivo e o encorajamento são muito bem-vindos. O pai
pode levar a criança a querer fazer a atividade de forma diferente, percebendo
a dificuldade”. PÁGINA 3
RELATIVIZAR – “Então, uma tal de `pós-modernidade` bateu na porta lá de casa
e entrou sem que eu tivesse chance de
permitir ou não. E ela foi me dizendo que
agora não se tem apenas uma verdade
absoluta sobre alguma coisa e que precisamos considerar as várias maneiras de se
olhar o mundo”. PÁGINA 8
POUPAR – “Incentive seu filho a sonhos
altos e diga que o sucesso, tão desejado
por milhões, não cai do céu, porque depende de planejamento, muito esforço
e dedicação. Fale com seu filho sobre
poupança, fale com sua família sobre
poupança, fale com seus amigos sobre
poupança”. PÁGINA 9
‘‘A educação é um
privilégio que a vida
confere à família.
Ano II • nº 14 • Agosto de 2013
(PÁGINA 13)
No Alto da Boa Vista, José de
Alencar recebeu Castro Alves
Leia o que o autor de
“Iracema” escreveu para
Machado de Assis:
“No alto da Boa Vista,
quando se descortina
longe, serpejando pela
várzea, a grande cidade
réptil, onde as paixões
pululam, a alma que se
havia atrofiado no foco
do materialismo, sente-se homem. Embaixo era uma ambição; em cima
contemplação.
Transposto esse primeiro estádio, além, para as
bandas da Gávea, há um lugar que chamam Vista
Chinesa. Este nome lembra-lhe naturalmente um
sonho oriental, pintado em papel de arroz. É uma
tela sublime, uma decoração magnífica deste inimitável cenário fluminense. Dir-se-ia que Deus
entregou a algum de seus arcanjos o pincel de
Apeles, e mandou-lhe encher aquele pano de
horizonte. Então o homem sente-se religioso.
Finalmente, chega-se ao Pico da Tijuca, o ponto
culminante da serra, que fica do lado oposto. Daí
os olhos deslumbrados vêem a terra como uma
vasta ilha a submergir-se entre dois oceanos, o
oceano do mar e o oceano do éter. Parece que
estes dois infinitos, o abismo e o céu, abrem-se
para absorver um ao outro”. PÁGINAS 6-7
No Borel, projeto mostra que
crianças também podem sonhar
R
ivaldo Santana olha
para as crianças do
Borel, onde mora, e
acredita que pode contribuir para tenha uma
vida melhor. Ele fica cheio
de esperança, quando se
lembra da história de um
menino de 9 anos.
– Cada uma das crianças é
um retrato de superação.
Mas teve uma criança que
vivia em uma família de-
sestruturada. Ele começou a participar do projeto no ano passado. Vivia
problema de drogas, nas
ruas, violência, crack, etc.
Tinha 9 anos. A própria
mãe não tinha mais esperanças de reavê-lo. Não
sabia ler, nem escrever
seu nome. Não estava
matriculado em escola.
Fomos de encontro dele,
para tentar resgatá-lo.
E a Tijuca entrou no mapa de novo
Você já esteve na banca do Mário?
A Banca do Mário fica na praça Saens Peña, perto de onde a Conde de Bonfim se encontra com
a general Roca. A Banca do Mário é um oásis.
No sábado, já tem gente ligando para saber se
o jornal de domingo já chegou, para nao sair à
toda de casa.
Leia o perfil do Mário na PÁGINA 12
A Força Nacional ocupou a rua Conde de Bonfim. E não foi pelos motivos de antigamente. Era para a segurança do papa Francisco, em direção à Ordem Terceira.
Mesmo na chuva, as pessoas se aglomeraram para ver seu carro passar. PÁGINAS 4-5
2
TECNOLOGIA
TIJUCA EM FOCO
Uma publicação da Igreja Batista Itacuruçá
para a Tijuca e também para Andaraí,
Alto da Boa Vista, Grajaú, Maracanã,
Rio Comprido, Vila Isabel e adjacências
Agosto de 2013
Editor:
Israel Belo de Azevedo (RP 4.493/MG)
Editor-Adjunto
Roberto Francellino
Equipe:
Camilla Viccari, Dalton Lopes (fotos), Elenice Magalhães, Geraldo Machado (diagramação), Paulo
Campos e Ruth Amorim (revisão)
IGREJA BATISTA ITACURUÇÁ
Rua José Higino, 416
Praça Barão de Corumbá, 49 -- Tijuca
20510-170 -- Rio de Janeiro, RJ
www.itacuruca.org.br
[email protected]
Twitter @jtijucaemfoco
Facebook /tijucaemfoco
(21) 3344-9700
Gráfica: Newstech - 21 (3552-0580)
Tiragem: 15.000 exemplares (distribuição gratuita)
Privacidade e Internet II
N
a edição passada falei da
ilusão de privacidade na internet. Retomando o tema, a
novidade do momento é o PRISM,
programa de espionagem do governo dos EUA, do qual participam gigantes da internet, como o
Yahoo!, Microsoft, Apple e Facebook.
O PRISM é mantido pela agência de segurança nacional (NSA)
dos Estados Unidos desde 2007.
O programa tem como objetivo o
monitoramento e a avaliação de
mídias eletrônicas, de maneira a
possibilitar não apenas a recuperação de informações armazenadas
sobre um alvo específico em potencial, mas também a vigilância de
comunicações em tempo real.
O procedimento é o seguinte:
após uma breve confirmação, por
exemplo, de que um usuário do
Facebook está envolvido em atividades terroristas ou com a proliferação de armas nucleares, um
analista da NSA recebe acesso total
às opções de busca da corporação.
Fábio Cunha
Já para usuários do Skype basta apenas uma ligação para que a
vigilância seja ativada. Os bancos
de dados de fotos, chaves de busca digitadas, dados do Gmail e do
Google Drive estariam também
sob vigilância da NSA.
O jornal The Washington Post
informa que o PRISM é “a principal fonte primária de inteligência
usada nos relatórios de análise da
NSA”. Obviamente, todas as empresas citadas trataram de negar
seu envolvimento com um programa desse tipo, garantindo “total
respeito à proteção da privacidade
de seus usuários”.
É claro que tudo isso não deve
nos atingir, reles mortais, que usamos a internet simplesmente para
compartilhar com a “família distante” as fotos da festinha do filho.
Afinal, não é sobre isso que você
fala na internet?
Mais informações sobre o
PRISM em http://bit.ly/1cC4vo2
3
ENTREVISTA
E DU C A R PA R A A V I D A
O prazer de estudar
F
orme em sua casa um ambiente
mais acolhedor para os estudos,
visando fomentar nas crianças o
prazer de estudar e de aprender. Assim, valorize o momento dos estudos,
em especial o momento da atividade de
casa, facilitando o aprendizado e encorajando seus filhos a assumirem condição ativa, com recursos que os levem a
pesquisar, opinar, debater e serem desafiados a descobertas. Tenha em sua
casa um local para a criança guardar
sua mochila e seus livros e crie um ambiente favorável para ela estudar. Pais
e filhos podem partilhar uma mesma
experiência agradável no momento dos
estudos. A criança descobrirá, desde
cedo, que estudar é prazeroso. Esse
momento precisa ser natural, espontâneo, tranquilo e significativo, para
que, aos poucos, possa se solidificar e
ganhar espaço na vida das crianças.
Não faça dos momentos de estudos um campo de concentração, com
brigas, gritos e insistência para que
pare de brincar ou ver televisão, usar
o tablet, etc. Se você passa por essa situação, chame a criança para um bate-papo, e diga a ela que, até então, o
momento do estudo tinha acontecido
dessa forma. Nesse momento, relembre as experiências negativas e desrespeitosas ocorridas. Faça-a entender os
novos combinados para o momento
dos estudos. Estimule a criança a expressar suas dificuldades em quaisquer
âmbitos da sua vida; ouça, dê atenção
a ela, pois esta é a maneira de formar
pessoas seguras e felizes.
É preciso ensinar a criança a ter
uma rotina, para que ela se organize.
Como ainda não é capaz de estabelecer
uma rotina sozinha, a criança não tem
autonomia para organizar o seu dia e
os seus compromissos, lidar com horários, distribuir o tempo para brincar,
fazer a atividade de casa, tomar banho
e se alimentar, precisando da ajuda dos
pais nesse processo de construção da
autonomia. Ajude a criança a criar um
plano de estudos, designando o que estudará a cada dia, de acordo com a sua
maturidade, estabelecendo um horário
para os estudos.
O ideal é que a criança tenha um
ambiente próprio para fazer a atividade: um local ventilado, uma mesa
adequada, espaçosa, local onde possa
guardar todo o seu material escolar, e
que seja um espaço definido para realizar as tarefas. Fazer a atividade de casa
assistindo TV, ou no pátio do colégio,
sem capricho, às pressas, para se ver
livre do compromisso, não contribui
de forma efetiva para a elaboração dos
conceitos.
Acredite! Já ouvi a frase: “professora, não sei mais o que fazer, pois meu
filho não gosta de estudar”. Se as crianças apresentam resistência, comece,
devagar, a incentivá-las a estudar. Ofereça pequenas doses diárias de conversa
motivadora, agradável, inicialmente
sentando junto da criança, sem forçar,
mas com naturalidade, desenvolvendo na criança um hábito que poderá
acompanhá-la pela vida afora. Mas,
saiba também a hora de deixá-la seguir sozinha. Você não estará com ela
no momento das avaliações que acontecem por toda a vida, para ajudá-la.
Diga que você acredita nela, melhorando a imagem que ela tem de si mesma,
e que ela é capaz de estudar sozinha,
também.
ENVOLVA-SE
As pesquisas comprovam que crianças que fazem a lição de casa diariamente se tornam mais seguras. Acompanhe as atividades de casa e participe
da vida escolar de seu filho. O retorno
positivo e o encorajamento são muito
bem-vindos durante o estudo. Entre-
tanto, diante do erro da criança, esteja
atento para oferecer novas oportunidades, sem esquecer-se de oferecer motivação e não conhecimento – os pais
não são responsáveis por lançar conteúdos. Você pode levar a criança a querer fazer a atividade de forma diferente, percebendo a dificuldade. Sinalize a
dificuldade para a escola e não banalize
a dúvida da criança, pois a dúvida pode
e deve estimular o conhecimento.
Motive na solidão! A criança com
grande dificuldade escolar vive uma
espécie de dupla solidão. Sente-se sozinha para enfrentar a escola, já que não
CONSELHOS PRÁTICOS
PARA OS PAIS
• Crie um ambiente favorável para
os estudos
• Organize o tempo do seus filhos
• Motive
• Comece devagar
• Acompanhe as lições de casa
• Não desanime
conta com a ajuda dos seus pais. Estes
devem participar da vida escolar, ainda que de longe, sem dúvida. Portanto,
converse sobre o que a criança aprendeu na escola e demonstre curiosidade
em relação à sua rotina de estudos, se
você passa o dia fora de casa. A atividade de casa é, sobretudo, um exercício
que o aluno deve fazer sozinho, justamente para que os professores descubram quais são as suas dificuldades.
Caso a criança tenha dificuldade, o
JOvANA NUNES
responsável deve sinalizar na agenda,
ou na própria atividade, quais foram as
dificuldades percebidas.
Certa vez, ouvi um pai dizer que seu
filho não estava aprendendo nada na
escola, pois não sabia fazer as atividades de casa sozinho. Sobre esse assunto, pense nas formas de a criança apreender o conceito trabalhado em sala: a
criança na subaprendizagem está em
contato com o assunto, mas não presta atenção e, portanto, não assimila o
conteúdo trabalhado em sala de aula.
Na aprendizagem simples, a criança
entra em contato com o assunto, presta atenção, mas ainda não memorizou
o assunto. Na superaprendizagem ou
aprendizagem ideal, a criança entra em
contato com o assunto, presta atenção,
assimila e memoriza o conteúdo trabalhado. Em todas as formas o conteúdo
precisa ser exercitado.
Aconselho a não desanimarem
diante de tantos desafios. Educar não é
uma tarefa fácil, porém é realizável, à
medida que investimos tempo. Tenho
visto, através das minhas próprias experiências como mãe, que, à medida
que as crianças crescem, elas adquirem
conhecimentos e assimilam conceitos
que até nos surpreendem. Vale a pena
participar da educação dos nossos filhos e sermos mediadores na construção do conhecimento. Nossa intervenção como pais e responsáveis precisa
ser algo grande. Então, invista tempo
na educação de seus filhos. Invista para
obter o retorno desejado.
*Jovana Nunes, Pedagoga, pós-graduada e
mestranda em Educação. Coordenadora Pedagógica do Ensino Fundamental I do Colégio
Batista Shepard
4
E N T R E V I S TA
ROBERTO FRANCELLINO
Funcionando há dois anos
no Morro do Borel, o projeto
Projeto Vida Renovada (Provir)
vem rendendo bons frutos à
comunidade. Coordenado pela
Igreja Cristã Vida Renovada,
fundada pelo pastor Rivaldo
Santana e sua esposa Eliude
Santana, o projeto atende a 60
crianças atualmente, com reforço
escolar, aulas de xadrez, teatro,
musicalização, entre outras
atividades. Pastor há 20 anos,
Santana, que chegou ao Borel
em 1991, diz que sente uma
satisfação pessoal em poder
ajudar o próximo. “Poder mostrar
a essas crianças que existe
um outro caminho e sermos
correspondidos nos anima”,
conta. Conheça mais sobre o
projeto na entrevista abaixo
concedida ao Tijuca em Foco.
Provir: restaurando
vidas desde 2011
que vivia em uma família desestruturada. Ele começou a participar do projeto no ano passado. Vivia problema de
drogas, nas ruas, violência, crack, etc.
Tinha 9 anos. A própria mãe não tinha
mais esperanças de reavê-lo. Não sabia
ler, nem escrever seu nome. Não estava
matriculado em escola. Fomos de encontro a ele, para tentar resgatá-lo. O
inscrevemos no Provir. Com muita perserverança, oração, prontidão, começou
um resultado muito legal. Ele começou
a se adequar, até mesmo às normas e à
contuda dentro do Provir, de não agressão, violência, que haja respeito entre
eles. Ele foi tomando prazer pela leitura, pela escrita. Começou a escrever o
nome dele, a ler. Ele pediu à mãe para
ser matriculado numa escola porque
todos no Provir estudavam. A mãe foi
percebendo que ele começou uma busca dele mesmo.
O que é o projeto Provir?
Significa Projeto Vida Renovada.
Surgiu para atender uma demanda da
comunidade pelo ensino de crianças,
jovens e adolescentes. Temos aulas de
teatro, dança, xadrez e o apoio escolar.
Essas aulas ocorrem de segunda a sexta-feira e atende a 60 crianças, divididas
em dois turnos, manhã e tarde.
Quando começou?
Nessa formatação de agora, em 2011.
Mas como igreja sempre fizemos um trabalho nesse sentido. Estamos há duas décadas na comunidade do Borel, desenvolvendo esse tipo de trabalho. Como igreja,
sempre percebemos essa necessidade de
fazer um trabalho de cunho social.
Quem coordena o projeto?
É a nossa Igreja Cristã Vida Renovada. A Igreja Batista Itacuruçá é nossa parceira. Ela nos ajuda com lanches,
sempre que pode, a irmã Elvira nos consegue coisas para o bazar, como lápis,
cadernos e o material escolar em geral
necessário para fazer o apoio.
Como foi a ideia de criar o projeto
na formatação atual?
Esse projeto surgiu de Deus, que
colocou em nosso coração, de a gente
fazer esse trabalho. Como igreja, vamos
percebendo a necessidade, pela graça de
Deus, de tirar as pessoas dos maus ca-
Projeto no Morro do Borel ajuda
crianças a abandonar maus caminhos
e se inserirem na sociedade
minhos, inseri-las em uma vida estruturada na sociedade. A educação (pública)
em nosso estado, no Brasil, é precária.
Então o apoio escolar vem a calhar para
suprir essa demanda. Entendemos que
isso faz parte do “ide a todo mundo e
pregai o evangelho”. Pregamos tanto às
crianças quanto a seus familiares.
Como funciona essa junção de atividades escolares e pregação do evangelho?
Não pregamos todo o tempo o evangelho. Nós fazemos atividades. Temos
recreação e leitura. Nessa leitura, é a
ocasião em que eles podem ter contato
com literatura infantil de cunho cristão.
Além disso, a igreja tem suas atividades,
como por exemplo, o departamento de
dança, teatro, etc. Não é obrigatório
que a pessoa que participa do projeto
se converta a Cristo. O objetivo não é
impor nada a ninguém nesse sentido.
Mas naturalmente, a conduta ensinada
dentro do projeto, do respeito, do não
xingamento, leva a pessoa a Cristo.
Como são as outras atividades do
projeto?
Além do reforço escolar, temos o teatro, a dança, uma oficina de xadrez, de
musicalização, de informática e aulas de
inglês.
Qual é a história mais especial do projeto que você consegue lembrar agora?
Cada uma das crianças é um retrato de superação. Mas teve uma criança
E hoje, como está essa criança?
Está matriculado em uma escola, está
crescendo bastante como pessoa, também integrado à igreja. A comunidade
mesmo não acredita que hoje ele é um
ser humano. Porque o tinham como bicho. Andava descalço, passava as noites
pelos becos do morro, dormindo pelos
cantos, próximo a esgoto. Era uma vida
de animal. Alguns o chamavam de cachorro vira-lata. Hoje você vê uma mudança radical. Não tem mais contato
com droga, está estudando, fala normalmente, tem uma conduta legal. Isso para
nós é um exemplo muito edificante e que
nos estimula, apesar de tantas dificuldades que temos.
5
E N T R E V I S TA
O que é necessário para criar um
projeto como esse?
Você tem de ter no seu coração, primeiramente, a disposição de ajudar o
ser humano. Se você não tem essa disposição, você não vai deixar sua casa,
seu apartamento para subir o morro.
Quais são as principais dificuldades enfrentadas pelo projeto?
A dificuldade maior é a de manter o
projeto. De ter os recursos necessários,
sejam eles financeiros ou materais, que
atendam à demanda. Nós atendemos 60
crianças. Mais percebemos uma demanda
próxima de nós de outras 60 crianças que
precisam ser alfabetizadas. Temos uma
sala, estamos buscando parcerias para
adequá-la. E para pagar um professor.
Como o projeto é sustentado?
Fazemos bazares, tem ajuda da
igreja, das ofertas, pessoas que voluntariamente nos procurarm e fazem suas
contribuições.
Quantas pessoas estão envolvidas
no projeto?
Eu sou o presidente, temos uma coordenadora, que é a Eulide, dois professores no turno da manhã, dois a tarde,
dois professores de informática, um de
musicalização, um de inglês, um de xadrez. Ao todo são 11 pessoas envolvidas.
Todos voluntários.
Todos são membros da igreja?
Temos dois que não são. O professor de xadrez nem cristão é. Mas é uma
pessoa que tem um coração muito bondoso. E que sobe o morro toda sexta-feira. Esse trabalho dele em particular
tem sido maravilhoso. Ajuda a desen-
volver o raciocínio lógico das crianças.
Qual a satisfação que traz esse trabalho?
Nos sentimos muito felizes em fazer
um trabalho como esse porque os resultados su­peram e muito qualquer quantia que a gente pudesse ganhar. Tirar
uma criança dessas de uma conduta de
drogas, violência, e de outros que poderiam estar seguindo este caminho, como
seus familiares, é muito prazeroso. Poder mostrar a essas crianças que existe
um outro caminho e sermos correspondidos nos anima mais ainda. É esse resultado que nos impulsiona a continuar
esse trabalho.
A sociedade é pouco engajada nesse
tipo de projeto?
Talvez por falta de conhecimento.
Se ela souber que a missão de ajudar o
próximo muito alegra a Deus, ela vai se
prontificar. Uma outra coisa é a pessoa
conhecer um trabalho que realmente esteja fazendo a diferença. Afinal de
contas, queremos sempre nos envolver
em projetos que dão resultado. É o caso
do professor de xadrez que soube de nós
por um terceiro, nos ligou e veio ajudar.
Ele ficou muito impressionado com o
que viu e disse que vinha há anos procurando um projeto como esse.
Se alguém quiser ser voluntário,
como deve fazer?
Pode me procurar diretamente, no telefone (21) 8537-2773 ou me mandar um
e-mail para [email protected].
Aí pensamos como encaixá-lo no projeto.
6
HISTÓRIA
ALTO DA BOA VISTA:
Um passeio por sua história
JOSÉ MAURICIO CUNHA DO AMARAL
C
ercado por uma das maiores florestas urbanas do mundo, a
uma altitude média de 300 metros acima do nível do mar,
com suas cascatas, uma exuberante flora e fauna que ainda
preserva diversas espécies nativas como macacos, gambás, preguiças, tatus e outros animais silvestres, além de uma enorme
quantidade de pássaros e com o clima mais ameno da cidade,
inclusive no verão, o Alto da Boa Vista é considerado um bairro
aristocrático, sobretudo por sua localização privilegiada.
Integrante do maciço da
Tijuca, que divide a cidade
em zonas (Norte, Sul, Oeste
e Centro), o bairro começa no
largo da Usina e se estende até
a descida para a Barra da Tijuca, passando pela comunidade
Maracaí. É, sem dúvida, um
recanto do Rio que vale a pena
ser visitado. Entrecortado por
várias estradas que dão acesso a diversos pontos turísticos
da cidade, como a Cascatinha,
Vista Chinesa, Mesa do Imperador, Capela Mayrink, o Cristo
Redentor, dentre outros, o Alto
da Boa Vista tem sua história
que começa no século XIX.
Pintores famosos como
Rugendas, Debret e Nicolas
Taunay ajudaram a formar
um magnífico acervo e documentação pictóricos de um
tempo em que não existia a
fotografia. Taunay, ao chegar
no Brasil numa missão em
1816, lecionou na Academia
Imperial das Belas Artes, deixando várias pinturas de paisagens da região. Construiu
uma cabana no Alto da Boa
Vista, num lugar até hoje conhecido como Cascatinha de
Taunay, na estrada do Imperador, tornando-se seu primeiro habitante.
O nome do bairro tem sua
origem na bela paisagem que
se admira das suas encostas
e que no início era uma serra, onde mais tarde vieram as
plantações de café, cujos fazendeiros desmataram os morros e alteraram a vazão de rios
da região, influindo no abastecimento dos bairros da planície, antes do reflorestamento.
D. Pedro II determinou o
reflorestamento das matas da
região da Tijuca. O plantio foi
iniciado em 1861 e durou 13
anos, sob a direção do Major
Manuel Gomes Archer e do administrador Thomás Nogueira
da Gama, resultando no plantio de cerca de 80 mil mudas
de espécies variadas de árvores, nativas e exóticas. Thomás
Nogueira da Gama recuperou
durante 25 anos as matas do
Sumaré e das Paineiras, com
mais de 20 mil mudas de árvores. Além disso, melhorou
as trilhas e acessos à região,
contribuindo para o aumen-
to do número de visitantes.
Ao final, estava reflorestado o
maior parque urbano do mundo, inaugurando uma nova
atração no Rio de Janeiro,
que permitia à população da
cidade fazer piqueniques desfrutando das belezas da Mata
Atlântica.
Dentre os ilustres moradores do bairro destacam-se
o romancista José de Alencar,
cearense, nascido em 1829,
autor de diversas obras como
“Lucíola”, “A Viuvinha”, “O
Guarani” e “Iracema”, sua
obra clássica, dentre outros
estrangeiros que para ali vieram atraídos pelo clima e a beleza da região.
A partir das décadas de
1980 e de 1990, o bairro experimentou um processo de
esvaziamento, especialmente
por parte dos mais ricos. Isso
explica o acentuado número
7
HISTÓRIA
de mansões vazias e muitas
outras que se transformaram
em grandes casas para festas
e recepções. A ocupação de
suas encostas, num pequeno
processo de favelização, levou
as autoridades a rediscutirem,
a partir de 2010, os atuais termos de utilização do solo.
A legislação urbanística
prevê novas construções somente em terrenos que integrem no mínimo 10.000
m2 de área. Outro fator que
contribuiu para esse esvaziamento foi o crescimento de
outros bairros, como a Barra
da Tijuca, com melhor infraestrutura de comércio, transporte e lazer.
O Alto da Boa Vista é considerado parte da Grande Tijuca
assim como era conhecido em
tempos passados, inclusive
no século XIX. Hoje em dia,
a população do bairro é relativamente pequena, estimada
em cerca de 20 mil habitantes
(dados de 2010).
José de Alencar escreve
sobre a Tijuca e o Alto
Leia a seguir trechos de uma carta de José de Alencar a Machado de Assis,
em que apresenta um (então) desconhecido poeta: José de Alencar.
“Tijuca [Rio de Janeiro],
18 de fevereiro de 1868.
Ilmo Sr. Machado de Assis.
Recebi ontem a visita de um poeta. O Rio de Janeiro não o conhece
ainda; muito breve o há de conhecer o Brasil. Bem entendido, falo do
Brasil que sente; do coração e não do resto.
(...)
Felizmente estava eu na Tijuca. O senhor conhece esta montanha encantadora. A natureza a colocou a duas léguas da Corte, como um ninho
para as almas cansadas de pousar no chão. Aqui tudo é puro e são. O
corpo banha-se em águas cristalinas, como o espírito na limpidez deste céu azul. Respira-se à larga, não somente os ares finos que vigoram
o sopro da vida, porém aquele hálito celeste do Criador, que bafejou o
mundo recém-nascido. Só nos ermos em que não caíram ainda as fezes
da civilização, a terra conserva essa divindade do berço.
Elevando-se a estas eminências, o homem aproxima-se de Deus. A Tijuca é um
escabelo entre o pântano e a
nuvem, entre a terra e o céu.
O coração que sobe por este
genuflexório, para se prostrar ao pés do Onipotente,
conta três degraus; em cada
um deles, uma contrição. No
alto da Boa Vista, quando se
descortina longe, serpejando
pela várzea, a grande cidade
réptil, onde as paixões pululam, a alma que se havia
atrofiado no foco do materialismo, sente-se homem.
Embaixo era uma ambição;
em cima contemplação. Transposto esse primeiro estádio, além, para as bandas
da Gávea, há um lugar que
chamam Vista Chinesa. Este
nome lembra-lhe naturalmente um sonho oriental, pintado em papel de
arroz. É uma tela sublime, uma decoração magnífica deste inimitável cenário fluminense. Dir-se-ia que Deus entregou a algum de seus arcanjos
o pincel de Apeles, e mandou-lhe encher aquele pano de horizonte. Então
o homem sente-se religioso.
Finalmente, chega-se ao Pico da Tijuca, o ponto culminante da serra,
que fica do lado oposto. Daí os olhos deslumbrados vêem a terra como
uma vasta ilha a submergir-se entre dois oceanos, o oceano do mar e o
oceano do éter. Parece que estes dois infinitos, o abismo e o céu, abrem-se
para absorver um ao outro. E no meio dessas imensidades, um átomo,
mas um átomo-rei, de tanta magnitude. Aí o ímpio é cristão e adora o
Deus verdadeiro”.
8
SAÚDE EMOCIONAL
Essa tal pós-modernidade...
“
Os limites da linguagem
representam os limites
de meu mundo.
”
L. Wittgenstein
H
á tempos que percebo que lá em
casa a coisa funciona diferente.
No meu tempo de criança e adolescente eu não debatia com meus pais
sobre o que eu pleiteava. Apenas pedia
algo e ouvia “sim” ou “não”. No máximo
perguntava o porquê e ouvia novamente
“porque sim” ou “porque não” de meus
pais. O diálogo era:
– Mãe, posso ver TV até mais tarde
um pouquinho?
– Não.
– Por que não?
– Porque não.
Era simples assim e ao mesmo tempo irritante. Atualmente não venço fácil qualquer que seja o pedido de meus
filhos. O diálogo agora transcorre desse
jeito:
– Mãe, posso ver aquele programa
de TV?
– Não.
– Não, mas por quê?
– Porque não.
– Mas “não” não é resposta.
– É, sim.
– Não, não é. Naquele outro dia você
deixou. Por que hoje não deixa?
– Naquele dia deixei porque você
não tinha que acordar cedo no dia seguinte...
– Mas quem vai acordar cedo sou eu.
Eu é que vou ficar com sono!
– Pois é, vai ficar com sono e não vai
render nada na escola!
– Mas quando eu chegar da escola
eu durmo um pouquinho...
– Dorme um pouquinho e aí não vai
conseguir estudar e ir para o curso à tarde...
Bom, não preciso dizer que o assunto se estendeu ao infinito. E o que me
chama atenção é a vastidão de argumentos, de tentativas, de explicações,
todas plausíveis e consideráveis que
nossos filhos têm. Mas que fenômeno é
esse que a gente vive que leva os jovens
a argumentarem tin tin por tin tin cada
tema e de forma infinita?
Uma tal de “pós-modernidade” bateu na porta lá de casa e entrou sem que
eu tivesse chance de permitir ou não. E
ela foi me dizendo que agora não se tem
apenas uma verdade absoluta sobre alguma coisa e que precisamos considerar
as várias maneiras de se olhar o mundo,
pois os significados das coisas estão associados a contextos e a contingências.
A todo momento co-construímos nossas
relações e significados de vida. É a partir
da linguagem, que não é inocente (Tom
Andersen), que vamos produzindo realidades e se antes eu pensava para falar,
agora eu falo enquanto penso.
Não existe uma realidade igual para
todo mundo. Existem sim muitas formas de abordar um problema. Como
disse Marcelo Pakman, vir ao mundo
é entrar em uma festa que já começou,
por isso, somos constituídos e constituímos. O que sabemos ou pensamos
que sabemos está em constante mudança, pois o conhecimento é socialmente
construído a todo instante. Não nos
construímos sozinhos, as pessoas vão se
construindo nas relações. Será que é por
isso que nossos filhos insistem tanto em
seus argumentos?
Cristiane Fiaux
Resta-me então como mãe, mais do
que nunca, participar ativamente da
vida e da educação de meus filhos, promovendo parcerias no pensar, criando
novos olhares para os antigos problemas e novos significados para as situações, consequentemente, novas maneiras de agir. Só não posso perder de vista
que a lei continua a existir. E pode ser
que a última palavra tenha mesmo que
ser minha, como mãe e como autoridade que sou. Se meu filho não aprender a
ouvir a última palavra de mim, vai dolorosamente ter que aprender a ouvir do
futuro chefe, por exemplo.
E como terapeuta, resta-me então
possibilitar a emergência das histórias
lá no meu consultório, sem cristalizar
aquele que vem em busca de ajuda,
acreditando que ele pode ser várias possibilidades e se transformar para o melhor e mais saudável.
A propósito, você não precisa concordar comigo neste texto. Discordar
também é um processo reflexivo característico da pós-modernidade. Bem vindo a ela!
9
DE BEM COM O DINHEIRO
A importância de poupar em
uma sociedade desigual
É
notório que o nível educacional de
nossa imensa população não condiz com a posição de sexta maior
economia do mundo. Lamentavelmente os governos (federal, estadual e municipal) não dão a atenção necessária
e constitucional que o tema merece. O
resultado traduz-se em um contingente enorme de brasileiros que não assinam, mas desenham seus nomes e outros tantos milhões que não conseguem
interpretar o que leem. Triste.
O Brasil, segundo a consultoria
britânica Economist Intelligence Unit
(EIU), ocupa a 39ª posição dentre 40
nações e fica atrás de vizinhos como
Chile, Argentina, Colômbia e México.
Assim, fica fácil de entender o abismo
que separa, em pleno século 21, pobres e ricos e uma classe política tão
distante da realidade, sem projetos
de nação e voltadas para o interesse
próprio.
Também fica fácil entender a horripilante diferença de tratamento dada
pelo poder público às ruas da zona sul
e da zona norte e também da baixada
Fluminense e de cidades do interior.
Fica fácil também entender termos
um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano. O Brasil ocupa a 85ª
posição dentre os 187 países pesquisados pela ONU, atrás de quatro países
da América do Sul – Chile (40º lugar),
Argentina (45º), Uruguai (51º) e Peru
(77º). Entre outros vizinhos, fica na frente de Equador (89º) e Colômbia (91º).
A ausência de políticas públicas
que promovam o desenvolvimento da
pessoa não é decorrente da falta de recursos. Exemplo recente mostra que
temos dinheiro de sobra, haja visto o
elevado investimento voltado à Copa
do Mundo de Futebol de 2014 – hoje
estimado R$ 28 bilhões, mas há que
diga que será muito mais – e às
Olimpíadas de 2016.
Enquanto isso, nossas
crianças frequentam escolas públicas e privadas
de baixo rendimento, que
oferecem muito pouco e adotam pedagogias descontextualizadas com a realidade onde atuam. Como esperar então
por um futuro próspero, se no presente não se investe em uma cultura de
poupança, característica de países de
primeiro mundo? Nossas crianças são
sugadas pelo poderoso e inescrupuloso
mote “consumo logo existo”.
Bem, é certo que essa grande luta
não será vencida se forças do bem não
se unirem. Os pais precisam fazer primeiramente sua parte, ensinando, não
só com palavras, mas acima de tudo
com atitudes, que o desperdício é pecado contra Deus, a família, a sociedade
e o planeta. Precisam ensinar que poupar é saudável e de que o melhor prazer é aquele que não tira o sono no dia
seguinte e também não compromete o
futuro.
Precisam incentivar seus filhos a
uma vida que valorize as pessoas e não
as coisas das pessoas. Precisam ensinar
que o amor está acima da posse desse
ou daquele modelo ou marca de celular, de roupa, tênis, etc. Dessa forma,
ficará mais fácil para a escola fazer sua
parte, contribuindo de forma decisiva
para a formação educacional e cultural.
O Brasil, segundo a consultoria britânica
Economist Intelligence Unit (EIU), ocupa a 39ª
posição dentre 40 nações e fica atrás de vizinhos
como Chile, Argentina, Colômbia e México
Marcos Lima
Como disse Albert Einstein, “a única finalidade da educação consiste em preparar indivíduos que ajam e pensem
como pessoas independentes e livres”.
Também será mais fácil para as igrejas
construírem um projeto educacional
que reforce a verdade de que não somos apenas corpo, mas também temos
uma alma que necessita de um encontro com seu Criador.
Enfim, ser a sexta economia do
planeta ajuda, mas se não cuidarmos
da educação com muita seriedade, em
breve este posto será de outro.
Cuide de seu filho. Converse com
ele sobre essas questões. Incentive-o a
sonhos altos e diga que o sucesso, tão
desejado por milhões, não cai do céu,
depende de planejamento, muito esforço e dedicação.
Fale com seu filho sobre poupança,
fale para seu cônjuge sobre poupança,
fale com sua família sobre poupança,
fale com seus amigos sobre poupança...
poupe.
10
G astr oCULTURA
n o mia
Porque o frio pede uma massa
REGINALDO MACEDO DE ALMEIDA
O
inverno chegou. E, com ele, o
frio, que pede uma boa massa
italiana. Por isso, a sugestão do
mês é o Restaurante Fiorino. Instalado
numa bela casa na Av. Heitor Beltrão,
o local é referência tijucana e carioca
de cozinha italiana de alto nível. Com
atendimento rápido e cordial, o estabelecimento tem ainda serviço de manobrista e estacionamento.
Grande parte das massas do cardápio é produzida no próprio restaurante,
o que dá um toque especial e personalizado ao ambiente. Uma sugestão do
cardápio é o Paglia e Fieno com rúcula
e abobrinha ou um Raviolone de queijo
brie com pignole (pinhão italiano) e rúcula selvagem. Outra pedida é o Gamberetti, umas trouxinhas de massa bem
delicada recheadas com camarão. Estes
são só alguns exemplos. O cardápio é
amplo e variado e traz numerosas outras deliciosas opções.
Os pratos são individuais e os preços variam entre R$ 25 e R$ 45. A casa
aceita apenas dinheiro ou cheque, portanto, vá preparado.
Restaurante Fiorino
Av. Heitor Beltrão, 126
Tel: (21) 2567-4476
11
ARTE
Os benefícios do canto coral
TEATRO ZIEMBINSKI
Programação com grandes
novidades em agosto
ELENICE MAGALHÃES
Idealizado pelo ator e diretor
Walmor Chagas, o Teatro Ziembinski foi inaugurado em 1988.
Naquela época o projeto tinha
como maior objetivo divulgar os
autores e autores da cidade.
O nome do teatro é uma homenagem ao diretor polonês,
Zbgniew Ziembinski, que fugiu
das tropas de Hitler e chegou ao
Brasil em 1939.
Em 1992 o Teatro Ziembinski passou a ser administrado pela Prefeitura. Uma grande
reforma que aconteceu em 2009
e 2010, deixou o teatro fechado
por quase dois anos e o bairro
órfão de espetáculos teatrais.
Desde 2012 a direção artística da casa está a cargo da Companhia Teatral – Os Ciclomáticos que estão administrando
artisticamente o teatro, organizando sua programação, promovendo espetáculos, cursos e
atividades de artes em geral.
A Cia os Ciclomáticos é formada por uma grande equipe de
profissionais de diversas áreas,
como atores, diretores, dramaturgos, cenógrafos, figurinistas,
iluminadores e maquiadores.
Os espetáculos tem preços
populares e uma programação
bem diversificada, aumentando
a oferta de espetáculos e apresentando peças que estão fora do
circuito à montagens premiadas.
No mês de agosto o Zimba,
como é carinhosamente chama-
Ramon Chrystian
de Almeida Lima
N
ão é à toa que muitas empresas, como a Petrobras,
Rede Globo, SBT, IBGE e
BNDES adotam e incentivam a
prática do canto coral por seus
funcionários. Certo dia estava
conversando sobre este assunto com o professor Dr. Eduardo Lackschevitz (Unirio) que
desenvolve trabalhos há anos
na área coral, inclusive em empresas. Conversamos sobre
os elementos que envolvem a
prática e vimos o quão importantes são em uma sociedade
cujas empresas esperam cada
vez mais de seus empregados.
Na coluna de hoje, proponho refletirmos sobre dois benefícios advindos da prática
Sociológico: Cada vez mais
as empresas percebem o valor dos bons relacionamentos.
do, está repleto de novidades.
Além dos espetáculos em cartaz
“Vestido de Noiva”, “ Meu Caro
Vizinho” e “ Cartas” , o teatro
ainda terá o show “ Caminhos e
andanças” com o cantor e ator
Getúlio Nascimento. Este show
faz parte do novo projeto Música no Ziembinski, abrindo espaço para talentos da música.
Para a criançada o conhecido e imperdível espetáculo “O
Mágico de OZ” completa a programação do mês de agosto.
Serviço:
Teatro Municipal Ziembinski
Residência Artística – Os Ciclomáticos
Rua Heitor Beltrão, s/n Tijuca
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) R$ 5,00 (meia)
Não adianta ser um exímio
profissional e, ao mesmo tempo, ser antipático, incapaz de
conversar e se relacionar. No
canto coral, o coro deve agir
com uma integração tal que
seu som soe como se fosse uma
só pessoa cantando. O corista
deve aprender a ouvir e perceber o que está ao seu redor.
Além disso, no coro podem estar juntos gerentes, diretores e
estagiários. Anula-se a barreira da hierarquia, favorecendo
uma maior integração na empresa.
Psicológico: Matéria publicada do Jornal do Brasil afirma
“(...)a música diminui o estresse e reforça o sistema imunológico, reduzindo os sentimentos
de ansiedade, solidão, e depressão, males que atingem a
sociedade moderna, principalmente os idosos. (...) a música
é capaz de trazer a leveza para
as adversidades do dia a dia.
Outro detalhe muito importante, é que através dos exercícios
vocais, muitas pessoas conseguem diminuir ou até mesmo
abandonar o uso do fumo, álcool, e drogas. Agentes, que
prejudicam os pulmões e os reflexos auditivos e visuais.”
Poderia citar diversos outros benefícios, como o desenvolvimento da proatividade,
liderança,
desenvolvimento
cognitivo, motor, etc. Enfim,
várias das virtudes procuradas
pelas empresas nos profissionais podem ser desenvolvidas
através da atividade coral.
E você, o que está esperando para começar a cantar?
12
PERFIL
Banca do Mário: a história
por trás de jornais e revistas
Q
CAMILLA VICCARI
uem nunca a usou de ponto de
encontro? Quem nunca foi diretamente a ela quando precisou
de uma revista ou jornal especial? Ou
aquela apostila para concurso? Há
décadas, a famosa Banca do Mário
deixou de ser uma simples banca de
jornais para se tornar referência na
Tijuca.
O estabelecimento já existia fazendo parte de uma associação de vários
jornaleiros na qual os irmãos Mário e
Pasquale trabalhavam e, em 1968, foi
comprada por eles dessa associação.
Em 45 anos no meio da movimentada
Praça Saens Peña, o que não falta são
casos divertidos que segundo Mônica –
filha de Mário – daria para escrever um
bom livro!
A marca registrada é sempre o bom
humor do atendimento e conhecimento de tudo o que é vendido. “Fazemos
amigos aqui. Tentamos sempre ajudar
os conhecidos: guardamos exemplares
encomendados por telefone, encomendamos números atrasados, o pessoal
liga no sábado pra saber se o jornal de
domingo já saiu pra não sair à toa”.
Na parte administrativa, a eficiência prevalece. Trabalham com um sistema específico para bancas de jornais
e um estoque fora para recebimento e
controle de produtos. Além disso, foi
feito um website além de perfil no Facebook para estreitar ainda mais o contato com seus clientes.
Mais uma vez comprovado um dos
segredos para o sucesso: o respeito,
simpatia e comprometimento com seus
clientes sempre!
Em 45 anos no meio
da movimentada
Praça Saens Peña,
o que não falta são
casos divertidos
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E DU C A Ç Ã O
Para melhor entender a educação (III)
PAULO CHRISTIANO MAINHARD
A
educação visa ao desenvolvimento individual e social da pessoa. Ela é realizada, a princípio
pela família mas, logo em seguida, pela
sociedade. A família tem o privilégio de
gerar a pessoa, introduzi-la no mundo
físico e social e, sobretudo, orientá-la
na assunção da sua individualidade e
da sua condição de ser social. A educação é um privilégio que a vida confere
à família, mas jamais deve ser usada
como instrumento de posse ou de cerceamento da pessoa. Cabe à família
“ensinar a criança no caminho em que
deve andar”, porém consciente de que
a liberdade pessoal faz parte da essência do ser humano. A família, a escola,
a sociedade, a igreja, etc., ensinam a
criança, mas não podem obrigá-la ou
constrangê-la a adotar os seus valores.
Denominamos de informal a educação dada pela família, pela igreja,
pelas instituições sociais que não a têm
como finalidade essencial e de formal
a educação dada pelas escolas, que são
instituições criadas, mantidas e organizadas pela sociedade.
É importante entendermos com
clareza como se estrutura a educação
formal brasileira, suas finalidades e os
seus objetivos em cada etapa.
1. Estrutura da educação formal brasileira
A nossa educação formal possui
duas grandes divisões: a) A educação básica, que deve cuidar do educando do nascimento até os 17 anos;
e b) A educação superior, que deve
ser ministrada a partir dos 17/18
anos.
2.A educação básica, como já diz o
nome, deve ser a base da qual necessitamos não apenas para integração
na sociedade, como também para a
assimilação do conhecimento que
basicamente vai nos permitir com-
preender a realidade física e social.
A educação básica é organizada em
três segmentos, a saber:
a. Educação Infantil, que compreende
a Creche e visa a atender a criança
do nascimento até os 5 anos de idade, iniciando o processo de alfabetização, trabalhando a sua socialização e desenvolvendo a sua capacidade motora;
b.O Ensino Fundamental, que tem por
escopo desenvolver a alfabetização
como instrumento de leitura e comunicação da realidade e estudar e ensinar os fundamentos da realidade
física e social, em crianças e pré-adolescentes dos 6 aos 14 anos de idade; e
c. O Ensino Médio, que objetiva aprofundar o conhecimento da realidade
física e social dos adolescentes, dos
15 aos 17 anos, explorando a crescente capacidade crítica que se desenvolve nessa fase. O Ensino Médio
é frequentemente visto como preparatório ao curso superior porque
ministra e aprofunda conhecimentos
necessários à compreensão das ciências específicas. Contudo a grande
finalidade dele é reforçar o conhecimento básico, preparando o educando para a educação superior e/ou
dando-lhe uma formação técnica.
d.A Educação Superior, que recebe
essa designação não por ser mais
importante que as outras fases, mas
por usar eminentemente a razão. Os
cursos superiores, que variam de
duração, são cursos que analisam
de modo crítico conhecimentos
referentes a diferentes áreas e métodos e técnicas que se aplicam no
trato de cada área específica. Desta
forma, por exemplo, num Curso de
Medicina são estudados todos os
aspectos relativos à estrutura e funcionamento do corpo humano e todas as técnicas a serem utilizadas no
enfrentamento dos males e doenças.
Num curso de Direito, a organização social e os princípios e normas
que devem norteá-la e as regras que
devem ser seguidas nos diferentes
segmentos da ordem da sociedade.
O ensino superior forma profissionais para áreas específicas, necessárias à vida humana, e ao domínio do
conhecimento, de modo a se aprofundar cada vez mais o conhecimento e o domínio das diferentes áreas.
Na educação superior destacam-se
três atividades desenvolvidas pelas universidades: a) a atividade de
ensino, que consiste na transmissão, em nível crítico e racional, do
conhecimento já dominado e comprovado; b) a atividade de pesquisa,
que consiste na busca e descoberta
de novos conhecimentos na área
que está sendo estudada; e c) a atividade de extensão, que consiste na
maior socialização possível dos conhecimentos estudados e descobertos. No afã de aprofundar cada vez
mais o conhecimento, encontramos
na educação superior as atividades
de graduação e pós-graduação.
14
NCULTURA
O TA 10
MAIS QUE ESPETÁCULO
ALEGRIA RETRÔ
Voltou a funcionar no estacionamento
ExtraTijuca o PointKar, um autorama
de 20 metros, com capacidade de até
seis carros simultâneos.
POESIA EM CONCURSO
O concurso de poesias do Alma Tijuca
teve prorrogadas as suas inscrições.
Agora os organizadores recebem poemas até o dia 26 de agosto de 2013.
As mudanças são possíveis?
A pergunta serve para todos os palcos,
sejam eles os nossos corações ou as
ruas de nossas cidades.
As mudanças são possíveis se as desejamos. O desejo deve ser forte o
suficiente para nos mover a pagar o
preço por elas, se for o caso. O fácil
também não existe.
As mudanças são possíveis se não temos delas. O medo, geralmente baseado em experiências negativas anteriores, é pior que bomba de efeito moral
ou mesmo de gás paralisante.
As mudanças devem começar dentro
dos nossos corações. Se queremos o
fim da corrupção, precisamos começar avaliando nossas próprias atitu-
QUINTANA
O sempre citado poeta gaúcho Mário
Quinta estaria fazendo 107 anos por estes dias. Para homenageá-lo, a Biblioteca
Municipal da Tijuca (ou Biblioteca Popular Municipal Marques Rebelo) oganizou
uma exposição.
Serão avaliados os seguintes itens: beleza; originalidade; criatividade e correção gramatical.
O primeiro lugar recebe, além de medalha e certificado, um vale-livro no valor
de R$ 300,00, a ser resgatada na Livraria Eldorado Tijuca. Há prêmios também para o segundo e terceiro lugares.
Inscreva seu poema escrevendo para [email protected].
des, se também não são corruptas ou
corruptoras. Se queremos o respeito
pelos outros, devemos olhar, com
sinceridade, para nós mesmos e nos
avaliar: respeitamos os outros, mesmo que suas opiniões neguem as nossas? Se queremos o fim das desigualdade, precisamos refletir sobre como
tratamos os outros ao nosso redor:
como radicalmente iguais a nós?
Devemos saber que as mudanças são
possíveis se persistimos nos esforços
para que aconteçam. Não se dão de
uma hora para a outra. Podem até começar com passeatas, em si mesmas
insuficientes.
Fora disto, os gestos pelas mudanças
não passam de espetáculos. (IBA)
Vai até o dia 31 de julho.
EM MARÇO
A biblioteca fica na escondida rua Guapeni, 61. (Telefone 2204-0752).
O QUE VALE VEM
DA LEITURA
Com tantos eventos na cidade, o pessoal da Bienal do Livro vai ter que correr
para divulgar a feira, que acontece no
Riocentro, de 29 de Agosto a 8 de Setembro.
Marketing à parte, eis uma excelente oportunidade para escolas e igrejas
levarem os mais novos, porque ainda
hoje “uma pessoa vale pelo que diz, diz
pelo que pensa, pensa pelo que lê”.
As inscrições para visitação escolar estão esgotadas. Assim mesmo, o estudante que estiver identificado vai entrar, pagando R$ 7.00.
As ruas Clovis Bevilacqua e Itacuruçá/
Dona Delfina já estão liberadas ao tráfego depois de mais de dois anos interditadas para as obras do metrô. Os transtornos praticamente acabaram.
Em março, os tijucanos poderão usar os
cinco acessos (um na Dona Delfina, dois na
Itacuruçá e dois na Conde de Bonfim) da
estação. Só mesmo a rua Uruguai não terá
acesso, embora o conjunto leve o seu nome.
ESPERAR PARA VER
Por R$ 300 milhões, a Prefeitura da cidade está construindo cinco piscinões
na Tijuca, visando pôr fim às inundações no bairro. Os dois principais (com
capacidade de 125 milhões de litros) ficam nas praças Varnhagem (na av. Maracanã, com Major Ávila) e Niterói (entre a Dona Luzia e Santa Luzia).
LIVROS MAIS VENDIDOS NA TIJUCA - JULHO 2013
TÍTULO, AUTOR (EDITORA), MESES
1. “O inferno”, de Dan Brown (Arqueiro) - 2
OUTROS VENTOS
2. “O Inferno de Gabriel”, Sylvain Reynard (Arqueiro) -
Nada de novo, na lista dos mais vendidos, que a maioria deles esteja vinculado a filmes em cartaz. O novo (ou
quase, depois de Paulo Leminsky) é
uma coletânea de Sonetos estar entre
os quatro mais vendidos. Nem tudo
está perdido.
3. “Gélido”, de Tess Gerritsen (Record) - Y4. “Cinco séculos de sonetos
portugueses: de Camões a Fernando Pessoa”, de Cleonice Berardinelli, org
(Casa da Palavra) 5. “No Coração do Mar”, de Nathaniel Philbrick (Cia das Letras) -
A CIDADE AGRADECE
6. “A vida de Francisco: o papa do povo”, de Evangelina Himitian (Objetiva) -
Já está disponível o serviço de consultas
a multas de trânsito.
Basta acessar http://www0.rio.rj.gov.
br/multas.
Se você não tiver cometido alguma infração, vai ganhar um elogio: NÃO HÁ
MULTAS PARA A PLACA (***). PARABÉNS! A CIDADE AGRADECE
7. “Bruxos e Bruxas”, de James Patterson (Novo Conceito) 8. “Sedução ao amanhecer”, de Lisa Kleypas (Arqueiro) 9. “O silêncio das montanhas”, de Khaled Hosseini (Globo) - 2
10. “O substituto”, de David Nicholls (Bertrand) Fonte: Livraria Eldorado
ISRAEL BELO DE AZEVEDO,
com colaboradores
Envie sua colaboração para
[email protected]
15
HOMINI
Café da manhã marca fundação do Homini
Projeto com Homens
busca contribuir para
construção de um
homem relevante
na sociedade
U
ROBERTO FRANCELLINO
m grupo de quase 60 homens
se reuniu no dia 6 de julho
no anexo do Colégio Batista
para marcar a fundação do
ministério Homini com um delicioso
café da manhã. A palavra em latim significa homem, e, como o próprio nome
diz, esse projeto, com homens da Igreja
Batista Itacuruçá, visa a contribuir na
construção e promoção de um homem
relevante no contexto atual do mundo,
a partir dos ensinamentos e valores do
cristianismo.
O evento de fundação do Homini
contou com palestra do doutor Edson
Lanes, que por meio da Palavra de
Deus e de conhecimentos de psicologia
e psiquiatria, deu conselhos práticos
sobre o comportamento e o papel do
homem no mundo de hoje. Lanes contou também deliciosas histórias sobre
o comportamento de homens dos nossos dias.
O ministério Homini, em seus encontros, tratará de temas como preparação para a aposentadoria, educação
dos filhos, relacionamento conjugal,
vida profissional, valores religiosos,
saúde sexual e vida familiar. Os assuntos serão debatidos, sempre que possível, com o apoio de especialistas.
A criação do Ministério com Homens vem a calhar no momento em
que vive o homem na sociedade contemporânea, pautada pelo individualismo, consumismo e imediatismo. O
resultado tem sido pessoas cada vez
mais oprimidas e estressadas. Vive-se
num tempo em que tudo é para ontem.
Até as refeições, pautadas pelo delírio
do fast food e dos restaurantes por quilo, embutem estresse.
Essa loucura se reflete na saúde do
homem. As consequências mais visíveis são o aumento do colesterol, hipertensão, baixa libido e fadiga excessiva. Em um mundo assim, o homem
passa a ter dificuldade de perceber sua
importância e relevância na sociedade
e na família, porque o trabalho passou
a família na lista de prioridades.
É visando trazer este homem de volta ao papel que realmente lhe pertence
que o Homini pode fazer um trabalho
bastante significativo. Além de ser uma
oportunidade de integração e construção de novos laços de amizade e companheirismo. “Esse desafio de apontar
alternativas que tragam o homem de
volta a seu lugar no mundo torna-se
motivador e desafiador”, afirma o coordenador do projeto, Marcos Lima.
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No Borel, projeto mostra que crianças também podem sonhar