PARTICIPAR – “As crianças que fazem a lição de casa diariamente se tornam mais seguras. Acompanhe as atividades de casa. O retorno positivo e o encorajamento são muito bem-vindos. O pai pode levar a criança a querer fazer a atividade de forma diferente, percebendo a dificuldade”. PÁGINA 3 RELATIVIZAR – “Então, uma tal de `pós-modernidade` bateu na porta lá de casa e entrou sem que eu tivesse chance de permitir ou não. E ela foi me dizendo que agora não se tem apenas uma verdade absoluta sobre alguma coisa e que precisamos considerar as várias maneiras de se olhar o mundo”. PÁGINA 8 POUPAR – “Incentive seu filho a sonhos altos e diga que o sucesso, tão desejado por milhões, não cai do céu, porque depende de planejamento, muito esforço e dedicação. Fale com seu filho sobre poupança, fale com sua família sobre poupança, fale com seus amigos sobre poupança”. PÁGINA 9 ‘‘A educação é um privilégio que a vida confere à família. Ano II • nº 14 • Agosto de 2013 (PÁGINA 13) No Alto da Boa Vista, José de Alencar recebeu Castro Alves Leia o que o autor de “Iracema” escreveu para Machado de Assis: “No alto da Boa Vista, quando se descortina longe, serpejando pela várzea, a grande cidade réptil, onde as paixões pululam, a alma que se havia atrofiado no foco do materialismo, sente-se homem. Embaixo era uma ambição; em cima contemplação. Transposto esse primeiro estádio, além, para as bandas da Gávea, há um lugar que chamam Vista Chinesa. Este nome lembra-lhe naturalmente um sonho oriental, pintado em papel de arroz. É uma tela sublime, uma decoração magnífica deste inimitável cenário fluminense. Dir-se-ia que Deus entregou a algum de seus arcanjos o pincel de Apeles, e mandou-lhe encher aquele pano de horizonte. Então o homem sente-se religioso. Finalmente, chega-se ao Pico da Tijuca, o ponto culminante da serra, que fica do lado oposto. Daí os olhos deslumbrados vêem a terra como uma vasta ilha a submergir-se entre dois oceanos, o oceano do mar e o oceano do éter. Parece que estes dois infinitos, o abismo e o céu, abrem-se para absorver um ao outro”. PÁGINAS 6-7 No Borel, projeto mostra que crianças também podem sonhar R ivaldo Santana olha para as crianças do Borel, onde mora, e acredita que pode contribuir para tenha uma vida melhor. Ele fica cheio de esperança, quando se lembra da história de um menino de 9 anos. – Cada uma das crianças é um retrato de superação. Mas teve uma criança que vivia em uma família de- sestruturada. Ele começou a participar do projeto no ano passado. Vivia problema de drogas, nas ruas, violência, crack, etc. Tinha 9 anos. A própria mãe não tinha mais esperanças de reavê-lo. Não sabia ler, nem escrever seu nome. Não estava matriculado em escola. Fomos de encontro dele, para tentar resgatá-lo. E a Tijuca entrou no mapa de novo Você já esteve na banca do Mário? A Banca do Mário fica na praça Saens Peña, perto de onde a Conde de Bonfim se encontra com a general Roca. A Banca do Mário é um oásis. No sábado, já tem gente ligando para saber se o jornal de domingo já chegou, para nao sair à toda de casa. Leia o perfil do Mário na PÁGINA 12 A Força Nacional ocupou a rua Conde de Bonfim. E não foi pelos motivos de antigamente. Era para a segurança do papa Francisco, em direção à Ordem Terceira. Mesmo na chuva, as pessoas se aglomeraram para ver seu carro passar. PÁGINAS 4-5 2 TECNOLOGIA TIJUCA EM FOCO Uma publicação da Igreja Batista Itacuruçá para a Tijuca e também para Andaraí, Alto da Boa Vista, Grajaú, Maracanã, Rio Comprido, Vila Isabel e adjacências Agosto de 2013 Editor: Israel Belo de Azevedo (RP 4.493/MG) Editor-Adjunto Roberto Francellino Equipe: Camilla Viccari, Dalton Lopes (fotos), Elenice Magalhães, Geraldo Machado (diagramação), Paulo Campos e Ruth Amorim (revisão) IGREJA BATISTA ITACURUÇÁ Rua José Higino, 416 Praça Barão de Corumbá, 49 -- Tijuca 20510-170 -- Rio de Janeiro, RJ www.itacuruca.org.br [email protected] Twitter @jtijucaemfoco Facebook /tijucaemfoco (21) 3344-9700 Gráfica: Newstech - 21 (3552-0580) Tiragem: 15.000 exemplares (distribuição gratuita) Privacidade e Internet II N a edição passada falei da ilusão de privacidade na internet. Retomando o tema, a novidade do momento é o PRISM, programa de espionagem do governo dos EUA, do qual participam gigantes da internet, como o Yahoo!, Microsoft, Apple e Facebook. O PRISM é mantido pela agência de segurança nacional (NSA) dos Estados Unidos desde 2007. O programa tem como objetivo o monitoramento e a avaliação de mídias eletrônicas, de maneira a possibilitar não apenas a recuperação de informações armazenadas sobre um alvo específico em potencial, mas também a vigilância de comunicações em tempo real. O procedimento é o seguinte: após uma breve confirmação, por exemplo, de que um usuário do Facebook está envolvido em atividades terroristas ou com a proliferação de armas nucleares, um analista da NSA recebe acesso total às opções de busca da corporação. Fábio Cunha Já para usuários do Skype basta apenas uma ligação para que a vigilância seja ativada. Os bancos de dados de fotos, chaves de busca digitadas, dados do Gmail e do Google Drive estariam também sob vigilância da NSA. O jornal The Washington Post informa que o PRISM é “a principal fonte primária de inteligência usada nos relatórios de análise da NSA”. Obviamente, todas as empresas citadas trataram de negar seu envolvimento com um programa desse tipo, garantindo “total respeito à proteção da privacidade de seus usuários”. É claro que tudo isso não deve nos atingir, reles mortais, que usamos a internet simplesmente para compartilhar com a “família distante” as fotos da festinha do filho. Afinal, não é sobre isso que você fala na internet? Mais informações sobre o PRISM em http://bit.ly/1cC4vo2 3 ENTREVISTA E DU C A R PA R A A V I D A O prazer de estudar F orme em sua casa um ambiente mais acolhedor para os estudos, visando fomentar nas crianças o prazer de estudar e de aprender. Assim, valorize o momento dos estudos, em especial o momento da atividade de casa, facilitando o aprendizado e encorajando seus filhos a assumirem condição ativa, com recursos que os levem a pesquisar, opinar, debater e serem desafiados a descobertas. Tenha em sua casa um local para a criança guardar sua mochila e seus livros e crie um ambiente favorável para ela estudar. Pais e filhos podem partilhar uma mesma experiência agradável no momento dos estudos. A criança descobrirá, desde cedo, que estudar é prazeroso. Esse momento precisa ser natural, espontâneo, tranquilo e significativo, para que, aos poucos, possa se solidificar e ganhar espaço na vida das crianças. Não faça dos momentos de estudos um campo de concentração, com brigas, gritos e insistência para que pare de brincar ou ver televisão, usar o tablet, etc. Se você passa por essa situação, chame a criança para um bate-papo, e diga a ela que, até então, o momento do estudo tinha acontecido dessa forma. Nesse momento, relembre as experiências negativas e desrespeitosas ocorridas. Faça-a entender os novos combinados para o momento dos estudos. Estimule a criança a expressar suas dificuldades em quaisquer âmbitos da sua vida; ouça, dê atenção a ela, pois esta é a maneira de formar pessoas seguras e felizes. É preciso ensinar a criança a ter uma rotina, para que ela se organize. Como ainda não é capaz de estabelecer uma rotina sozinha, a criança não tem autonomia para organizar o seu dia e os seus compromissos, lidar com horários, distribuir o tempo para brincar, fazer a atividade de casa, tomar banho e se alimentar, precisando da ajuda dos pais nesse processo de construção da autonomia. Ajude a criança a criar um plano de estudos, designando o que estudará a cada dia, de acordo com a sua maturidade, estabelecendo um horário para os estudos. O ideal é que a criança tenha um ambiente próprio para fazer a atividade: um local ventilado, uma mesa adequada, espaçosa, local onde possa guardar todo o seu material escolar, e que seja um espaço definido para realizar as tarefas. Fazer a atividade de casa assistindo TV, ou no pátio do colégio, sem capricho, às pressas, para se ver livre do compromisso, não contribui de forma efetiva para a elaboração dos conceitos. Acredite! Já ouvi a frase: “professora, não sei mais o que fazer, pois meu filho não gosta de estudar”. Se as crianças apresentam resistência, comece, devagar, a incentivá-las a estudar. Ofereça pequenas doses diárias de conversa motivadora, agradável, inicialmente sentando junto da criança, sem forçar, mas com naturalidade, desenvolvendo na criança um hábito que poderá acompanhá-la pela vida afora. Mas, saiba também a hora de deixá-la seguir sozinha. Você não estará com ela no momento das avaliações que acontecem por toda a vida, para ajudá-la. Diga que você acredita nela, melhorando a imagem que ela tem de si mesma, e que ela é capaz de estudar sozinha, também. ENVOLVA-SE As pesquisas comprovam que crianças que fazem a lição de casa diariamente se tornam mais seguras. Acompanhe as atividades de casa e participe da vida escolar de seu filho. O retorno positivo e o encorajamento são muito bem-vindos durante o estudo. Entre- tanto, diante do erro da criança, esteja atento para oferecer novas oportunidades, sem esquecer-se de oferecer motivação e não conhecimento – os pais não são responsáveis por lançar conteúdos. Você pode levar a criança a querer fazer a atividade de forma diferente, percebendo a dificuldade. Sinalize a dificuldade para a escola e não banalize a dúvida da criança, pois a dúvida pode e deve estimular o conhecimento. Motive na solidão! A criança com grande dificuldade escolar vive uma espécie de dupla solidão. Sente-se sozinha para enfrentar a escola, já que não CONSELHOS PRÁTICOS PARA OS PAIS • Crie um ambiente favorável para os estudos • Organize o tempo do seus filhos • Motive • Comece devagar • Acompanhe as lições de casa • Não desanime conta com a ajuda dos seus pais. Estes devem participar da vida escolar, ainda que de longe, sem dúvida. Portanto, converse sobre o que a criança aprendeu na escola e demonstre curiosidade em relação à sua rotina de estudos, se você passa o dia fora de casa. A atividade de casa é, sobretudo, um exercício que o aluno deve fazer sozinho, justamente para que os professores descubram quais são as suas dificuldades. Caso a criança tenha dificuldade, o JOvANA NUNES responsável deve sinalizar na agenda, ou na própria atividade, quais foram as dificuldades percebidas. Certa vez, ouvi um pai dizer que seu filho não estava aprendendo nada na escola, pois não sabia fazer as atividades de casa sozinho. Sobre esse assunto, pense nas formas de a criança apreender o conceito trabalhado em sala: a criança na subaprendizagem está em contato com o assunto, mas não presta atenção e, portanto, não assimila o conteúdo trabalhado em sala de aula. Na aprendizagem simples, a criança entra em contato com o assunto, presta atenção, mas ainda não memorizou o assunto. Na superaprendizagem ou aprendizagem ideal, a criança entra em contato com o assunto, presta atenção, assimila e memoriza o conteúdo trabalhado. Em todas as formas o conteúdo precisa ser exercitado. Aconselho a não desanimarem diante de tantos desafios. Educar não é uma tarefa fácil, porém é realizável, à medida que investimos tempo. Tenho visto, através das minhas próprias experiências como mãe, que, à medida que as crianças crescem, elas adquirem conhecimentos e assimilam conceitos que até nos surpreendem. Vale a pena participar da educação dos nossos filhos e sermos mediadores na construção do conhecimento. Nossa intervenção como pais e responsáveis precisa ser algo grande. Então, invista tempo na educação de seus filhos. Invista para obter o retorno desejado. *Jovana Nunes, Pedagoga, pós-graduada e mestranda em Educação. Coordenadora Pedagógica do Ensino Fundamental I do Colégio Batista Shepard 4 E N T R E V I S TA ROBERTO FRANCELLINO Funcionando há dois anos no Morro do Borel, o projeto Projeto Vida Renovada (Provir) vem rendendo bons frutos à comunidade. Coordenado pela Igreja Cristã Vida Renovada, fundada pelo pastor Rivaldo Santana e sua esposa Eliude Santana, o projeto atende a 60 crianças atualmente, com reforço escolar, aulas de xadrez, teatro, musicalização, entre outras atividades. Pastor há 20 anos, Santana, que chegou ao Borel em 1991, diz que sente uma satisfação pessoal em poder ajudar o próximo. “Poder mostrar a essas crianças que existe um outro caminho e sermos correspondidos nos anima”, conta. Conheça mais sobre o projeto na entrevista abaixo concedida ao Tijuca em Foco. Provir: restaurando vidas desde 2011 que vivia em uma família desestruturada. Ele começou a participar do projeto no ano passado. Vivia problema de drogas, nas ruas, violência, crack, etc. Tinha 9 anos. A própria mãe não tinha mais esperanças de reavê-lo. Não sabia ler, nem escrever seu nome. Não estava matriculado em escola. Fomos de encontro a ele, para tentar resgatá-lo. O inscrevemos no Provir. Com muita perserverança, oração, prontidão, começou um resultado muito legal. Ele começou a se adequar, até mesmo às normas e à contuda dentro do Provir, de não agressão, violência, que haja respeito entre eles. Ele foi tomando prazer pela leitura, pela escrita. Começou a escrever o nome dele, a ler. Ele pediu à mãe para ser matriculado numa escola porque todos no Provir estudavam. A mãe foi percebendo que ele começou uma busca dele mesmo. O que é o projeto Provir? Significa Projeto Vida Renovada. Surgiu para atender uma demanda da comunidade pelo ensino de crianças, jovens e adolescentes. Temos aulas de teatro, dança, xadrez e o apoio escolar. Essas aulas ocorrem de segunda a sexta-feira e atende a 60 crianças, divididas em dois turnos, manhã e tarde. Quando começou? Nessa formatação de agora, em 2011. Mas como igreja sempre fizemos um trabalho nesse sentido. Estamos há duas décadas na comunidade do Borel, desenvolvendo esse tipo de trabalho. Como igreja, sempre percebemos essa necessidade de fazer um trabalho de cunho social. Quem coordena o projeto? É a nossa Igreja Cristã Vida Renovada. A Igreja Batista Itacuruçá é nossa parceira. Ela nos ajuda com lanches, sempre que pode, a irmã Elvira nos consegue coisas para o bazar, como lápis, cadernos e o material escolar em geral necessário para fazer o apoio. Como foi a ideia de criar o projeto na formatação atual? Esse projeto surgiu de Deus, que colocou em nosso coração, de a gente fazer esse trabalho. Como igreja, vamos percebendo a necessidade, pela graça de Deus, de tirar as pessoas dos maus ca- Projeto no Morro do Borel ajuda crianças a abandonar maus caminhos e se inserirem na sociedade minhos, inseri-las em uma vida estruturada na sociedade. A educação (pública) em nosso estado, no Brasil, é precária. Então o apoio escolar vem a calhar para suprir essa demanda. Entendemos que isso faz parte do “ide a todo mundo e pregai o evangelho”. Pregamos tanto às crianças quanto a seus familiares. Como funciona essa junção de atividades escolares e pregação do evangelho? Não pregamos todo o tempo o evangelho. Nós fazemos atividades. Temos recreação e leitura. Nessa leitura, é a ocasião em que eles podem ter contato com literatura infantil de cunho cristão. Além disso, a igreja tem suas atividades, como por exemplo, o departamento de dança, teatro, etc. Não é obrigatório que a pessoa que participa do projeto se converta a Cristo. O objetivo não é impor nada a ninguém nesse sentido. Mas naturalmente, a conduta ensinada dentro do projeto, do respeito, do não xingamento, leva a pessoa a Cristo. Como são as outras atividades do projeto? Além do reforço escolar, temos o teatro, a dança, uma oficina de xadrez, de musicalização, de informática e aulas de inglês. Qual é a história mais especial do projeto que você consegue lembrar agora? Cada uma das crianças é um retrato de superação. Mas teve uma criança E hoje, como está essa criança? Está matriculado em uma escola, está crescendo bastante como pessoa, também integrado à igreja. A comunidade mesmo não acredita que hoje ele é um ser humano. Porque o tinham como bicho. Andava descalço, passava as noites pelos becos do morro, dormindo pelos cantos, próximo a esgoto. Era uma vida de animal. Alguns o chamavam de cachorro vira-lata. Hoje você vê uma mudança radical. Não tem mais contato com droga, está estudando, fala normalmente, tem uma conduta legal. Isso para nós é um exemplo muito edificante e que nos estimula, apesar de tantas dificuldades que temos. 5 E N T R E V I S TA O que é necessário para criar um projeto como esse? Você tem de ter no seu coração, primeiramente, a disposição de ajudar o ser humano. Se você não tem essa disposição, você não vai deixar sua casa, seu apartamento para subir o morro. Quais são as principais dificuldades enfrentadas pelo projeto? A dificuldade maior é a de manter o projeto. De ter os recursos necessários, sejam eles financeiros ou materais, que atendam à demanda. Nós atendemos 60 crianças. Mais percebemos uma demanda próxima de nós de outras 60 crianças que precisam ser alfabetizadas. Temos uma sala, estamos buscando parcerias para adequá-la. E para pagar um professor. Como o projeto é sustentado? Fazemos bazares, tem ajuda da igreja, das ofertas, pessoas que voluntariamente nos procurarm e fazem suas contribuições. Quantas pessoas estão envolvidas no projeto? Eu sou o presidente, temos uma coordenadora, que é a Eulide, dois professores no turno da manhã, dois a tarde, dois professores de informática, um de musicalização, um de inglês, um de xadrez. Ao todo são 11 pessoas envolvidas. Todos voluntários. Todos são membros da igreja? Temos dois que não são. O professor de xadrez nem cristão é. Mas é uma pessoa que tem um coração muito bondoso. E que sobe o morro toda sexta-feira. Esse trabalho dele em particular tem sido maravilhoso. Ajuda a desen- volver o raciocínio lógico das crianças. Qual a satisfação que traz esse trabalho? Nos sentimos muito felizes em fazer um trabalho como esse porque os resultados superam e muito qualquer quantia que a gente pudesse ganhar. Tirar uma criança dessas de uma conduta de drogas, violência, e de outros que poderiam estar seguindo este caminho, como seus familiares, é muito prazeroso. Poder mostrar a essas crianças que existe um outro caminho e sermos correspondidos nos anima mais ainda. É esse resultado que nos impulsiona a continuar esse trabalho. A sociedade é pouco engajada nesse tipo de projeto? Talvez por falta de conhecimento. Se ela souber que a missão de ajudar o próximo muito alegra a Deus, ela vai se prontificar. Uma outra coisa é a pessoa conhecer um trabalho que realmente esteja fazendo a diferença. Afinal de contas, queremos sempre nos envolver em projetos que dão resultado. É o caso do professor de xadrez que soube de nós por um terceiro, nos ligou e veio ajudar. Ele ficou muito impressionado com o que viu e disse que vinha há anos procurando um projeto como esse. Se alguém quiser ser voluntário, como deve fazer? Pode me procurar diretamente, no telefone (21) 8537-2773 ou me mandar um e-mail para [email protected]. Aí pensamos como encaixá-lo no projeto. 6 HISTÓRIA ALTO DA BOA VISTA: Um passeio por sua história JOSÉ MAURICIO CUNHA DO AMARAL C ercado por uma das maiores florestas urbanas do mundo, a uma altitude média de 300 metros acima do nível do mar, com suas cascatas, uma exuberante flora e fauna que ainda preserva diversas espécies nativas como macacos, gambás, preguiças, tatus e outros animais silvestres, além de uma enorme quantidade de pássaros e com o clima mais ameno da cidade, inclusive no verão, o Alto da Boa Vista é considerado um bairro aristocrático, sobretudo por sua localização privilegiada. Integrante do maciço da Tijuca, que divide a cidade em zonas (Norte, Sul, Oeste e Centro), o bairro começa no largo da Usina e se estende até a descida para a Barra da Tijuca, passando pela comunidade Maracaí. É, sem dúvida, um recanto do Rio que vale a pena ser visitado. Entrecortado por várias estradas que dão acesso a diversos pontos turísticos da cidade, como a Cascatinha, Vista Chinesa, Mesa do Imperador, Capela Mayrink, o Cristo Redentor, dentre outros, o Alto da Boa Vista tem sua história que começa no século XIX. Pintores famosos como Rugendas, Debret e Nicolas Taunay ajudaram a formar um magnífico acervo e documentação pictóricos de um tempo em que não existia a fotografia. Taunay, ao chegar no Brasil numa missão em 1816, lecionou na Academia Imperial das Belas Artes, deixando várias pinturas de paisagens da região. Construiu uma cabana no Alto da Boa Vista, num lugar até hoje conhecido como Cascatinha de Taunay, na estrada do Imperador, tornando-se seu primeiro habitante. O nome do bairro tem sua origem na bela paisagem que se admira das suas encostas e que no início era uma serra, onde mais tarde vieram as plantações de café, cujos fazendeiros desmataram os morros e alteraram a vazão de rios da região, influindo no abastecimento dos bairros da planície, antes do reflorestamento. D. Pedro II determinou o reflorestamento das matas da região da Tijuca. O plantio foi iniciado em 1861 e durou 13 anos, sob a direção do Major Manuel Gomes Archer e do administrador Thomás Nogueira da Gama, resultando no plantio de cerca de 80 mil mudas de espécies variadas de árvores, nativas e exóticas. Thomás Nogueira da Gama recuperou durante 25 anos as matas do Sumaré e das Paineiras, com mais de 20 mil mudas de árvores. Além disso, melhorou as trilhas e acessos à região, contribuindo para o aumen- to do número de visitantes. Ao final, estava reflorestado o maior parque urbano do mundo, inaugurando uma nova atração no Rio de Janeiro, que permitia à população da cidade fazer piqueniques desfrutando das belezas da Mata Atlântica. Dentre os ilustres moradores do bairro destacam-se o romancista José de Alencar, cearense, nascido em 1829, autor de diversas obras como “Lucíola”, “A Viuvinha”, “O Guarani” e “Iracema”, sua obra clássica, dentre outros estrangeiros que para ali vieram atraídos pelo clima e a beleza da região. A partir das décadas de 1980 e de 1990, o bairro experimentou um processo de esvaziamento, especialmente por parte dos mais ricos. Isso explica o acentuado número 7 HISTÓRIA de mansões vazias e muitas outras que se transformaram em grandes casas para festas e recepções. A ocupação de suas encostas, num pequeno processo de favelização, levou as autoridades a rediscutirem, a partir de 2010, os atuais termos de utilização do solo. A legislação urbanística prevê novas construções somente em terrenos que integrem no mínimo 10.000 m2 de área. Outro fator que contribuiu para esse esvaziamento foi o crescimento de outros bairros, como a Barra da Tijuca, com melhor infraestrutura de comércio, transporte e lazer. O Alto da Boa Vista é considerado parte da Grande Tijuca assim como era conhecido em tempos passados, inclusive no século XIX. Hoje em dia, a população do bairro é relativamente pequena, estimada em cerca de 20 mil habitantes (dados de 2010). José de Alencar escreve sobre a Tijuca e o Alto Leia a seguir trechos de uma carta de José de Alencar a Machado de Assis, em que apresenta um (então) desconhecido poeta: José de Alencar. “Tijuca [Rio de Janeiro], 18 de fevereiro de 1868. Ilmo Sr. Machado de Assis. Recebi ontem a visita de um poeta. O Rio de Janeiro não o conhece ainda; muito breve o há de conhecer o Brasil. Bem entendido, falo do Brasil que sente; do coração e não do resto. (...) Felizmente estava eu na Tijuca. O senhor conhece esta montanha encantadora. A natureza a colocou a duas léguas da Corte, como um ninho para as almas cansadas de pousar no chão. Aqui tudo é puro e são. O corpo banha-se em águas cristalinas, como o espírito na limpidez deste céu azul. Respira-se à larga, não somente os ares finos que vigoram o sopro da vida, porém aquele hálito celeste do Criador, que bafejou o mundo recém-nascido. Só nos ermos em que não caíram ainda as fezes da civilização, a terra conserva essa divindade do berço. Elevando-se a estas eminências, o homem aproxima-se de Deus. A Tijuca é um escabelo entre o pântano e a nuvem, entre a terra e o céu. O coração que sobe por este genuflexório, para se prostrar ao pés do Onipotente, conta três degraus; em cada um deles, uma contrição. No alto da Boa Vista, quando se descortina longe, serpejando pela várzea, a grande cidade réptil, onde as paixões pululam, a alma que se havia atrofiado no foco do materialismo, sente-se homem. Embaixo era uma ambição; em cima contemplação. Transposto esse primeiro estádio, além, para as bandas da Gávea, há um lugar que chamam Vista Chinesa. Este nome lembra-lhe naturalmente um sonho oriental, pintado em papel de arroz. É uma tela sublime, uma decoração magnífica deste inimitável cenário fluminense. Dir-se-ia que Deus entregou a algum de seus arcanjos o pincel de Apeles, e mandou-lhe encher aquele pano de horizonte. Então o homem sente-se religioso. Finalmente, chega-se ao Pico da Tijuca, o ponto culminante da serra, que fica do lado oposto. Daí os olhos deslumbrados vêem a terra como uma vasta ilha a submergir-se entre dois oceanos, o oceano do mar e o oceano do éter. Parece que estes dois infinitos, o abismo e o céu, abrem-se para absorver um ao outro. E no meio dessas imensidades, um átomo, mas um átomo-rei, de tanta magnitude. Aí o ímpio é cristão e adora o Deus verdadeiro”. 8 SAÚDE EMOCIONAL Essa tal pós-modernidade... “ Os limites da linguagem representam os limites de meu mundo. ” L. Wittgenstein H á tempos que percebo que lá em casa a coisa funciona diferente. No meu tempo de criança e adolescente eu não debatia com meus pais sobre o que eu pleiteava. Apenas pedia algo e ouvia “sim” ou “não”. No máximo perguntava o porquê e ouvia novamente “porque sim” ou “porque não” de meus pais. O diálogo era: – Mãe, posso ver TV até mais tarde um pouquinho? – Não. – Por que não? – Porque não. Era simples assim e ao mesmo tempo irritante. Atualmente não venço fácil qualquer que seja o pedido de meus filhos. O diálogo agora transcorre desse jeito: – Mãe, posso ver aquele programa de TV? – Não. – Não, mas por quê? – Porque não. – Mas “não” não é resposta. – É, sim. – Não, não é. Naquele outro dia você deixou. Por que hoje não deixa? – Naquele dia deixei porque você não tinha que acordar cedo no dia seguinte... – Mas quem vai acordar cedo sou eu. Eu é que vou ficar com sono! – Pois é, vai ficar com sono e não vai render nada na escola! – Mas quando eu chegar da escola eu durmo um pouquinho... – Dorme um pouquinho e aí não vai conseguir estudar e ir para o curso à tarde... Bom, não preciso dizer que o assunto se estendeu ao infinito. E o que me chama atenção é a vastidão de argumentos, de tentativas, de explicações, todas plausíveis e consideráveis que nossos filhos têm. Mas que fenômeno é esse que a gente vive que leva os jovens a argumentarem tin tin por tin tin cada tema e de forma infinita? Uma tal de “pós-modernidade” bateu na porta lá de casa e entrou sem que eu tivesse chance de permitir ou não. E ela foi me dizendo que agora não se tem apenas uma verdade absoluta sobre alguma coisa e que precisamos considerar as várias maneiras de se olhar o mundo, pois os significados das coisas estão associados a contextos e a contingências. A todo momento co-construímos nossas relações e significados de vida. É a partir da linguagem, que não é inocente (Tom Andersen), que vamos produzindo realidades e se antes eu pensava para falar, agora eu falo enquanto penso. Não existe uma realidade igual para todo mundo. Existem sim muitas formas de abordar um problema. Como disse Marcelo Pakman, vir ao mundo é entrar em uma festa que já começou, por isso, somos constituídos e constituímos. O que sabemos ou pensamos que sabemos está em constante mudança, pois o conhecimento é socialmente construído a todo instante. Não nos construímos sozinhos, as pessoas vão se construindo nas relações. Será que é por isso que nossos filhos insistem tanto em seus argumentos? Cristiane Fiaux Resta-me então como mãe, mais do que nunca, participar ativamente da vida e da educação de meus filhos, promovendo parcerias no pensar, criando novos olhares para os antigos problemas e novos significados para as situações, consequentemente, novas maneiras de agir. Só não posso perder de vista que a lei continua a existir. E pode ser que a última palavra tenha mesmo que ser minha, como mãe e como autoridade que sou. Se meu filho não aprender a ouvir a última palavra de mim, vai dolorosamente ter que aprender a ouvir do futuro chefe, por exemplo. E como terapeuta, resta-me então possibilitar a emergência das histórias lá no meu consultório, sem cristalizar aquele que vem em busca de ajuda, acreditando que ele pode ser várias possibilidades e se transformar para o melhor e mais saudável. A propósito, você não precisa concordar comigo neste texto. Discordar também é um processo reflexivo característico da pós-modernidade. Bem vindo a ela! 9 DE BEM COM O DINHEIRO A importância de poupar em uma sociedade desigual É notório que o nível educacional de nossa imensa população não condiz com a posição de sexta maior economia do mundo. Lamentavelmente os governos (federal, estadual e municipal) não dão a atenção necessária e constitucional que o tema merece. O resultado traduz-se em um contingente enorme de brasileiros que não assinam, mas desenham seus nomes e outros tantos milhões que não conseguem interpretar o que leem. Triste. O Brasil, segundo a consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), ocupa a 39ª posição dentre 40 nações e fica atrás de vizinhos como Chile, Argentina, Colômbia e México. Assim, fica fácil de entender o abismo que separa, em pleno século 21, pobres e ricos e uma classe política tão distante da realidade, sem projetos de nação e voltadas para o interesse próprio. Também fica fácil entender a horripilante diferença de tratamento dada pelo poder público às ruas da zona sul e da zona norte e também da baixada Fluminense e de cidades do interior. Fica fácil também entender termos um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano. O Brasil ocupa a 85ª posição dentre os 187 países pesquisados pela ONU, atrás de quatro países da América do Sul – Chile (40º lugar), Argentina (45º), Uruguai (51º) e Peru (77º). Entre outros vizinhos, fica na frente de Equador (89º) e Colômbia (91º). A ausência de políticas públicas que promovam o desenvolvimento da pessoa não é decorrente da falta de recursos. Exemplo recente mostra que temos dinheiro de sobra, haja visto o elevado investimento voltado à Copa do Mundo de Futebol de 2014 – hoje estimado R$ 28 bilhões, mas há que diga que será muito mais – e às Olimpíadas de 2016. Enquanto isso, nossas crianças frequentam escolas públicas e privadas de baixo rendimento, que oferecem muito pouco e adotam pedagogias descontextualizadas com a realidade onde atuam. Como esperar então por um futuro próspero, se no presente não se investe em uma cultura de poupança, característica de países de primeiro mundo? Nossas crianças são sugadas pelo poderoso e inescrupuloso mote “consumo logo existo”. Bem, é certo que essa grande luta não será vencida se forças do bem não se unirem. Os pais precisam fazer primeiramente sua parte, ensinando, não só com palavras, mas acima de tudo com atitudes, que o desperdício é pecado contra Deus, a família, a sociedade e o planeta. Precisam ensinar que poupar é saudável e de que o melhor prazer é aquele que não tira o sono no dia seguinte e também não compromete o futuro. Precisam incentivar seus filhos a uma vida que valorize as pessoas e não as coisas das pessoas. Precisam ensinar que o amor está acima da posse desse ou daquele modelo ou marca de celular, de roupa, tênis, etc. Dessa forma, ficará mais fácil para a escola fazer sua parte, contribuindo de forma decisiva para a formação educacional e cultural. O Brasil, segundo a consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), ocupa a 39ª posição dentre 40 nações e fica atrás de vizinhos como Chile, Argentina, Colômbia e México Marcos Lima Como disse Albert Einstein, “a única finalidade da educação consiste em preparar indivíduos que ajam e pensem como pessoas independentes e livres”. Também será mais fácil para as igrejas construírem um projeto educacional que reforce a verdade de que não somos apenas corpo, mas também temos uma alma que necessita de um encontro com seu Criador. Enfim, ser a sexta economia do planeta ajuda, mas se não cuidarmos da educação com muita seriedade, em breve este posto será de outro. Cuide de seu filho. Converse com ele sobre essas questões. Incentive-o a sonhos altos e diga que o sucesso, tão desejado por milhões, não cai do céu, depende de planejamento, muito esforço e dedicação. Fale com seu filho sobre poupança, fale para seu cônjuge sobre poupança, fale com sua família sobre poupança, fale com seus amigos sobre poupança... poupe. 10 G astr oCULTURA n o mia Porque o frio pede uma massa REGINALDO MACEDO DE ALMEIDA O inverno chegou. E, com ele, o frio, que pede uma boa massa italiana. Por isso, a sugestão do mês é o Restaurante Fiorino. Instalado numa bela casa na Av. Heitor Beltrão, o local é referência tijucana e carioca de cozinha italiana de alto nível. Com atendimento rápido e cordial, o estabelecimento tem ainda serviço de manobrista e estacionamento. Grande parte das massas do cardápio é produzida no próprio restaurante, o que dá um toque especial e personalizado ao ambiente. Uma sugestão do cardápio é o Paglia e Fieno com rúcula e abobrinha ou um Raviolone de queijo brie com pignole (pinhão italiano) e rúcula selvagem. Outra pedida é o Gamberetti, umas trouxinhas de massa bem delicada recheadas com camarão. Estes são só alguns exemplos. O cardápio é amplo e variado e traz numerosas outras deliciosas opções. Os pratos são individuais e os preços variam entre R$ 25 e R$ 45. A casa aceita apenas dinheiro ou cheque, portanto, vá preparado. Restaurante Fiorino Av. Heitor Beltrão, 126 Tel: (21) 2567-4476 11 ARTE Os benefícios do canto coral TEATRO ZIEMBINSKI Programação com grandes novidades em agosto ELENICE MAGALHÃES Idealizado pelo ator e diretor Walmor Chagas, o Teatro Ziembinski foi inaugurado em 1988. Naquela época o projeto tinha como maior objetivo divulgar os autores e autores da cidade. O nome do teatro é uma homenagem ao diretor polonês, Zbgniew Ziembinski, que fugiu das tropas de Hitler e chegou ao Brasil em 1939. Em 1992 o Teatro Ziembinski passou a ser administrado pela Prefeitura. Uma grande reforma que aconteceu em 2009 e 2010, deixou o teatro fechado por quase dois anos e o bairro órfão de espetáculos teatrais. Desde 2012 a direção artística da casa está a cargo da Companhia Teatral – Os Ciclomáticos que estão administrando artisticamente o teatro, organizando sua programação, promovendo espetáculos, cursos e atividades de artes em geral. A Cia os Ciclomáticos é formada por uma grande equipe de profissionais de diversas áreas, como atores, diretores, dramaturgos, cenógrafos, figurinistas, iluminadores e maquiadores. Os espetáculos tem preços populares e uma programação bem diversificada, aumentando a oferta de espetáculos e apresentando peças que estão fora do circuito à montagens premiadas. No mês de agosto o Zimba, como é carinhosamente chama- Ramon Chrystian de Almeida Lima N ão é à toa que muitas empresas, como a Petrobras, Rede Globo, SBT, IBGE e BNDES adotam e incentivam a prática do canto coral por seus funcionários. Certo dia estava conversando sobre este assunto com o professor Dr. Eduardo Lackschevitz (Unirio) que desenvolve trabalhos há anos na área coral, inclusive em empresas. Conversamos sobre os elementos que envolvem a prática e vimos o quão importantes são em uma sociedade cujas empresas esperam cada vez mais de seus empregados. Na coluna de hoje, proponho refletirmos sobre dois benefícios advindos da prática Sociológico: Cada vez mais as empresas percebem o valor dos bons relacionamentos. do, está repleto de novidades. Além dos espetáculos em cartaz “Vestido de Noiva”, “ Meu Caro Vizinho” e “ Cartas” , o teatro ainda terá o show “ Caminhos e andanças” com o cantor e ator Getúlio Nascimento. Este show faz parte do novo projeto Música no Ziembinski, abrindo espaço para talentos da música. Para a criançada o conhecido e imperdível espetáculo “O Mágico de OZ” completa a programação do mês de agosto. Serviço: Teatro Municipal Ziembinski Residência Artística – Os Ciclomáticos Rua Heitor Beltrão, s/n Tijuca Ingressos: R$ 10,00 (inteira) R$ 5,00 (meia) Não adianta ser um exímio profissional e, ao mesmo tempo, ser antipático, incapaz de conversar e se relacionar. No canto coral, o coro deve agir com uma integração tal que seu som soe como se fosse uma só pessoa cantando. O corista deve aprender a ouvir e perceber o que está ao seu redor. Além disso, no coro podem estar juntos gerentes, diretores e estagiários. Anula-se a barreira da hierarquia, favorecendo uma maior integração na empresa. Psicológico: Matéria publicada do Jornal do Brasil afirma “(...)a música diminui o estresse e reforça o sistema imunológico, reduzindo os sentimentos de ansiedade, solidão, e depressão, males que atingem a sociedade moderna, principalmente os idosos. (...) a música é capaz de trazer a leveza para as adversidades do dia a dia. Outro detalhe muito importante, é que através dos exercícios vocais, muitas pessoas conseguem diminuir ou até mesmo abandonar o uso do fumo, álcool, e drogas. Agentes, que prejudicam os pulmões e os reflexos auditivos e visuais.” Poderia citar diversos outros benefícios, como o desenvolvimento da proatividade, liderança, desenvolvimento cognitivo, motor, etc. Enfim, várias das virtudes procuradas pelas empresas nos profissionais podem ser desenvolvidas através da atividade coral. E você, o que está esperando para começar a cantar? 12 PERFIL Banca do Mário: a história por trás de jornais e revistas Q CAMILLA VICCARI uem nunca a usou de ponto de encontro? Quem nunca foi diretamente a ela quando precisou de uma revista ou jornal especial? Ou aquela apostila para concurso? Há décadas, a famosa Banca do Mário deixou de ser uma simples banca de jornais para se tornar referência na Tijuca. O estabelecimento já existia fazendo parte de uma associação de vários jornaleiros na qual os irmãos Mário e Pasquale trabalhavam e, em 1968, foi comprada por eles dessa associação. Em 45 anos no meio da movimentada Praça Saens Peña, o que não falta são casos divertidos que segundo Mônica – filha de Mário – daria para escrever um bom livro! A marca registrada é sempre o bom humor do atendimento e conhecimento de tudo o que é vendido. “Fazemos amigos aqui. Tentamos sempre ajudar os conhecidos: guardamos exemplares encomendados por telefone, encomendamos números atrasados, o pessoal liga no sábado pra saber se o jornal de domingo já saiu pra não sair à toa”. Na parte administrativa, a eficiência prevalece. Trabalham com um sistema específico para bancas de jornais e um estoque fora para recebimento e controle de produtos. Além disso, foi feito um website além de perfil no Facebook para estreitar ainda mais o contato com seus clientes. Mais uma vez comprovado um dos segredos para o sucesso: o respeito, simpatia e comprometimento com seus clientes sempre! Em 45 anos no meio da movimentada Praça Saens Peña, o que não falta são casos divertidos 13 E DU C A Ç Ã O Para melhor entender a educação (III) PAULO CHRISTIANO MAINHARD A educação visa ao desenvolvimento individual e social da pessoa. Ela é realizada, a princípio pela família mas, logo em seguida, pela sociedade. A família tem o privilégio de gerar a pessoa, introduzi-la no mundo físico e social e, sobretudo, orientá-la na assunção da sua individualidade e da sua condição de ser social. A educação é um privilégio que a vida confere à família, mas jamais deve ser usada como instrumento de posse ou de cerceamento da pessoa. Cabe à família “ensinar a criança no caminho em que deve andar”, porém consciente de que a liberdade pessoal faz parte da essência do ser humano. A família, a escola, a sociedade, a igreja, etc., ensinam a criança, mas não podem obrigá-la ou constrangê-la a adotar os seus valores. Denominamos de informal a educação dada pela família, pela igreja, pelas instituições sociais que não a têm como finalidade essencial e de formal a educação dada pelas escolas, que são instituições criadas, mantidas e organizadas pela sociedade. É importante entendermos com clareza como se estrutura a educação formal brasileira, suas finalidades e os seus objetivos em cada etapa. 1. Estrutura da educação formal brasileira A nossa educação formal possui duas grandes divisões: a) A educação básica, que deve cuidar do educando do nascimento até os 17 anos; e b) A educação superior, que deve ser ministrada a partir dos 17/18 anos. 2.A educação básica, como já diz o nome, deve ser a base da qual necessitamos não apenas para integração na sociedade, como também para a assimilação do conhecimento que basicamente vai nos permitir com- preender a realidade física e social. A educação básica é organizada em três segmentos, a saber: a. Educação Infantil, que compreende a Creche e visa a atender a criança do nascimento até os 5 anos de idade, iniciando o processo de alfabetização, trabalhando a sua socialização e desenvolvendo a sua capacidade motora; b.O Ensino Fundamental, que tem por escopo desenvolver a alfabetização como instrumento de leitura e comunicação da realidade e estudar e ensinar os fundamentos da realidade física e social, em crianças e pré-adolescentes dos 6 aos 14 anos de idade; e c. O Ensino Médio, que objetiva aprofundar o conhecimento da realidade física e social dos adolescentes, dos 15 aos 17 anos, explorando a crescente capacidade crítica que se desenvolve nessa fase. O Ensino Médio é frequentemente visto como preparatório ao curso superior porque ministra e aprofunda conhecimentos necessários à compreensão das ciências específicas. Contudo a grande finalidade dele é reforçar o conhecimento básico, preparando o educando para a educação superior e/ou dando-lhe uma formação técnica. d.A Educação Superior, que recebe essa designação não por ser mais importante que as outras fases, mas por usar eminentemente a razão. Os cursos superiores, que variam de duração, são cursos que analisam de modo crítico conhecimentos referentes a diferentes áreas e métodos e técnicas que se aplicam no trato de cada área específica. Desta forma, por exemplo, num Curso de Medicina são estudados todos os aspectos relativos à estrutura e funcionamento do corpo humano e todas as técnicas a serem utilizadas no enfrentamento dos males e doenças. Num curso de Direito, a organização social e os princípios e normas que devem norteá-la e as regras que devem ser seguidas nos diferentes segmentos da ordem da sociedade. O ensino superior forma profissionais para áreas específicas, necessárias à vida humana, e ao domínio do conhecimento, de modo a se aprofundar cada vez mais o conhecimento e o domínio das diferentes áreas. Na educação superior destacam-se três atividades desenvolvidas pelas universidades: a) a atividade de ensino, que consiste na transmissão, em nível crítico e racional, do conhecimento já dominado e comprovado; b) a atividade de pesquisa, que consiste na busca e descoberta de novos conhecimentos na área que está sendo estudada; e c) a atividade de extensão, que consiste na maior socialização possível dos conhecimentos estudados e descobertos. No afã de aprofundar cada vez mais o conhecimento, encontramos na educação superior as atividades de graduação e pós-graduação. 14 NCULTURA O TA 10 MAIS QUE ESPETÁCULO ALEGRIA RETRÔ Voltou a funcionar no estacionamento ExtraTijuca o PointKar, um autorama de 20 metros, com capacidade de até seis carros simultâneos. POESIA EM CONCURSO O concurso de poesias do Alma Tijuca teve prorrogadas as suas inscrições. Agora os organizadores recebem poemas até o dia 26 de agosto de 2013. As mudanças são possíveis? A pergunta serve para todos os palcos, sejam eles os nossos corações ou as ruas de nossas cidades. As mudanças são possíveis se as desejamos. O desejo deve ser forte o suficiente para nos mover a pagar o preço por elas, se for o caso. O fácil também não existe. As mudanças são possíveis se não temos delas. O medo, geralmente baseado em experiências negativas anteriores, é pior que bomba de efeito moral ou mesmo de gás paralisante. As mudanças devem começar dentro dos nossos corações. Se queremos o fim da corrupção, precisamos começar avaliando nossas próprias atitu- QUINTANA O sempre citado poeta gaúcho Mário Quinta estaria fazendo 107 anos por estes dias. Para homenageá-lo, a Biblioteca Municipal da Tijuca (ou Biblioteca Popular Municipal Marques Rebelo) oganizou uma exposição. Serão avaliados os seguintes itens: beleza; originalidade; criatividade e correção gramatical. O primeiro lugar recebe, além de medalha e certificado, um vale-livro no valor de R$ 300,00, a ser resgatada na Livraria Eldorado Tijuca. Há prêmios também para o segundo e terceiro lugares. Inscreva seu poema escrevendo para [email protected]. des, se também não são corruptas ou corruptoras. Se queremos o respeito pelos outros, devemos olhar, com sinceridade, para nós mesmos e nos avaliar: respeitamos os outros, mesmo que suas opiniões neguem as nossas? Se queremos o fim das desigualdade, precisamos refletir sobre como tratamos os outros ao nosso redor: como radicalmente iguais a nós? Devemos saber que as mudanças são possíveis se persistimos nos esforços para que aconteçam. Não se dão de uma hora para a outra. Podem até começar com passeatas, em si mesmas insuficientes. Fora disto, os gestos pelas mudanças não passam de espetáculos. (IBA) Vai até o dia 31 de julho. EM MARÇO A biblioteca fica na escondida rua Guapeni, 61. (Telefone 2204-0752). O QUE VALE VEM DA LEITURA Com tantos eventos na cidade, o pessoal da Bienal do Livro vai ter que correr para divulgar a feira, que acontece no Riocentro, de 29 de Agosto a 8 de Setembro. Marketing à parte, eis uma excelente oportunidade para escolas e igrejas levarem os mais novos, porque ainda hoje “uma pessoa vale pelo que diz, diz pelo que pensa, pensa pelo que lê”. As inscrições para visitação escolar estão esgotadas. Assim mesmo, o estudante que estiver identificado vai entrar, pagando R$ 7.00. As ruas Clovis Bevilacqua e Itacuruçá/ Dona Delfina já estão liberadas ao tráfego depois de mais de dois anos interditadas para as obras do metrô. Os transtornos praticamente acabaram. Em março, os tijucanos poderão usar os cinco acessos (um na Dona Delfina, dois na Itacuruçá e dois na Conde de Bonfim) da estação. Só mesmo a rua Uruguai não terá acesso, embora o conjunto leve o seu nome. ESPERAR PARA VER Por R$ 300 milhões, a Prefeitura da cidade está construindo cinco piscinões na Tijuca, visando pôr fim às inundações no bairro. Os dois principais (com capacidade de 125 milhões de litros) ficam nas praças Varnhagem (na av. Maracanã, com Major Ávila) e Niterói (entre a Dona Luzia e Santa Luzia). LIVROS MAIS VENDIDOS NA TIJUCA - JULHO 2013 TÍTULO, AUTOR (EDITORA), MESES 1. “O inferno”, de Dan Brown (Arqueiro) - 2 OUTROS VENTOS 2. “O Inferno de Gabriel”, Sylvain Reynard (Arqueiro) - Nada de novo, na lista dos mais vendidos, que a maioria deles esteja vinculado a filmes em cartaz. O novo (ou quase, depois de Paulo Leminsky) é uma coletânea de Sonetos estar entre os quatro mais vendidos. Nem tudo está perdido. 3. “Gélido”, de Tess Gerritsen (Record) - Y4. “Cinco séculos de sonetos portugueses: de Camões a Fernando Pessoa”, de Cleonice Berardinelli, org (Casa da Palavra) 5. “No Coração do Mar”, de Nathaniel Philbrick (Cia das Letras) - A CIDADE AGRADECE 6. “A vida de Francisco: o papa do povo”, de Evangelina Himitian (Objetiva) - Já está disponível o serviço de consultas a multas de trânsito. Basta acessar http://www0.rio.rj.gov. br/multas. Se você não tiver cometido alguma infração, vai ganhar um elogio: NÃO HÁ MULTAS PARA A PLACA (***). PARABÉNS! A CIDADE AGRADECE 7. “Bruxos e Bruxas”, de James Patterson (Novo Conceito) 8. “Sedução ao amanhecer”, de Lisa Kleypas (Arqueiro) 9. “O silêncio das montanhas”, de Khaled Hosseini (Globo) - 2 10. “O substituto”, de David Nicholls (Bertrand) Fonte: Livraria Eldorado ISRAEL BELO DE AZEVEDO, com colaboradores Envie sua colaboração para [email protected] 15 HOMINI Café da manhã marca fundação do Homini Projeto com Homens busca contribuir para construção de um homem relevante na sociedade U ROBERTO FRANCELLINO m grupo de quase 60 homens se reuniu no dia 6 de julho no anexo do Colégio Batista para marcar a fundação do ministério Homini com um delicioso café da manhã. A palavra em latim significa homem, e, como o próprio nome diz, esse projeto, com homens da Igreja Batista Itacuruçá, visa a contribuir na construção e promoção de um homem relevante no contexto atual do mundo, a partir dos ensinamentos e valores do cristianismo. O evento de fundação do Homini contou com palestra do doutor Edson Lanes, que por meio da Palavra de Deus e de conhecimentos de psicologia e psiquiatria, deu conselhos práticos sobre o comportamento e o papel do homem no mundo de hoje. Lanes contou também deliciosas histórias sobre o comportamento de homens dos nossos dias. O ministério Homini, em seus encontros, tratará de temas como preparação para a aposentadoria, educação dos filhos, relacionamento conjugal, vida profissional, valores religiosos, saúde sexual e vida familiar. Os assuntos serão debatidos, sempre que possível, com o apoio de especialistas. A criação do Ministério com Homens vem a calhar no momento em que vive o homem na sociedade contemporânea, pautada pelo individualismo, consumismo e imediatismo. O resultado tem sido pessoas cada vez mais oprimidas e estressadas. Vive-se num tempo em que tudo é para ontem. Até as refeições, pautadas pelo delírio do fast food e dos restaurantes por quilo, embutem estresse. Essa loucura se reflete na saúde do homem. As consequências mais visíveis são o aumento do colesterol, hipertensão, baixa libido e fadiga excessiva. Em um mundo assim, o homem passa a ter dificuldade de perceber sua importância e relevância na sociedade e na família, porque o trabalho passou a família na lista de prioridades. É visando trazer este homem de volta ao papel que realmente lhe pertence que o Homini pode fazer um trabalho bastante significativo. Além de ser uma oportunidade de integração e construção de novos laços de amizade e companheirismo. “Esse desafio de apontar alternativas que tragam o homem de volta a seu lugar no mundo torna-se motivador e desafiador”, afirma o coordenador do projeto, Marcos Lima.