Anais do XIV Seminário Nacional Mulher e Literatura / V Seminário Internacional Mulher e Literatura
VOZES EM UNÍSSONO: O SILÊNCIO HISTÓRICO
DAS MULHERES MESSINIANAS1
Francisco Cláudio Alves Marques2
“Si sentiva distinto il ronzio d´una mosca che si sbateva
contro i vetri aperti cercando invano l´uscita...”
(Maria Messina, La casa nel vicolo)
Em seu livro Quel mondo dei guanti e delle stoffe, Paola Blelloch
observa que, ao contrário dos escritores, que usam conceitos e argumentos
metafísicos para representar a alienação ou o sofrimento de seus
protagonistas, muitas escritoras da primeira fase do “Novecento” italiano
utilizam descrições do ambiente para evocar a experiência da sufocante
clausura em que vivem. Ítalo Svevo, por exemplo, utiliza as doenças
psicossomáticas como metáfora da condição do homem moderno; Luigi
Pirandello, a busca impossível da identidade; Alberto Moravia, as regras da
burguesia etc. As escritoras, de preferência, escolhem símbolos concretos
que se tornam metáfora da condição psicológica feminina; imagens-símbolo
representativas do silêncio, da incomunicabilidade e da clausura3.
A escritora siciliana Maria Messina (1887-1944), não raro, emprega
elementos da realidade circundante, como “casa no beco”, “beco fundo e
escuro”, “porta fechada”, para (re)presentar o estado psíquico das mulheres
submetidas ao regime patriarcal na Sicília. Outras vezes, a escritora recorre
às técnicas básicas usadas pelo romance psicológico, como o “monólogo
interior indireto” e à “descrição onisciente”, na apresentação do fluxo de
consciência das personagens. Em muitas de suas novelas, quase sempre,
atrofias físicas e psíquicas aparecem correlacionadas e uma leitura rápida
de sua biografia nos permite identificar traços autobiográficos inseridos e
transformados no texto.
1 Participação financiada pela Fundação para o Desenvolvimento da UNESP – FUNDUNESP.
2 Doutor pela Universidade de São Paulo. Professor no Departamento de Letras Modernas
da UNESP – Assis. (e-mail: [email protected])
3 Paola Blelloch, Quel mondo dei guanti e delle stoffe. Verona: Essedue Edizioni, 1987, p. 143.
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Maria Messina surge no cenário literário italiano aos 22 anos de
idade, com a coletânea de novelas Pettini-fini, de 1909. Contudo, começa
a escrever numa época em que as portas dos círculos literários italianos
encontram-se praticamente fechadas para as mulheres que se aventuram
na arte de narrar. A mentalidade é hostil às escritoras, como demonstra,
entre outros, o artigo “Letteratura femminile” de Luigi Capuana, publicado
na revista Nuova Antologia di Scienze, Lettere ed Arti, de 1907. Capuana
introduz o referido artigo questionando se os consagrados escritores
masculinos devem realmente se preocupar “dell´invadente concorrenza”4
das mulheres no mercado literário, acrescentando que elas existem porque
os “intelectuais masculinos” lhes abriram o caminho. Mais adiante, relata de
um encontro com o escritor Camillo de Meis, ocasião em que discutem sobre
os romances da escritora Matilde Serao. Capuana reproduz alguns trechos da
fala de De Meis com o intuito de colocar em pauta a opinião corrente acerca
da inserção das mulheres no mercado literário italiano da época. De Meis
acredita que as mulheres podem se sair muito bem na realização de tarefas
que não requeiram “grandes reflexões” e “intelecto imaginativo”, porque
esta faculdade pertence ao mundo dos homens. No mais, o máximo que
podem fazer é infiltrar na arte “um elemento todo particular, a feminilidade”,
“como o perfume sutil que exala do cálice das flores”, de modo que “não
criarão nada de novo: será uma eterna repetição”5.
Em 1911, num artigo intitulado “Il pericolo roseo”, publicado no
Corriere della sera, Luciano Zuccoli levanta mais uma vez a discussão
acerca da inserção das mulheres na arte de narrar. Mostrando-se bastante
preocupado que a literatura venha a “cair na mão das mulheres”, ele se
pergunta sobre “a real contribuição desse álacre enxame”, visto que, até
então, as mulheres italianas haviam permanecido reclusas no interior de
suas casas e submetidas aos ditames da moral burguesa, sem qualquer
experiência da vida. Zuccoli acredita que “o perigo cor de rosa culminará
4 No contexto, o termo “invadente” dá a medida da rejeição da figura feminina no mercado
literário da época, haja vista que no léxico italiano a expressão significa “Che si occupa troppo
di ciò che non lo riguarda, che si intromette nelle faccende altrui”. “Aquele que se preocupa
demais com o que não lhe diz respeito, que se intromete nos negócios alheios”.
5 Luigi Capuana. “Letteratura femminile”. Nuova antologia di scienze, lettere ed arti, nº 211,
gennaio 1907, pp. 105 e ss.
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com a decadência das formas literárias italianas”6. Assim, diante de um
sistema literário codificado, a mulher que escreve encontra dificuldades de
exprimir suas próprias experiências porque imersa numa cultura privada de
uma significativa tradição por assim dizer “feminina”, tendo que permanecer
representando o papel que lhe fora reservado pela tradição, o de “rainha do
lar”7.
As dificuldades encontradas Por Messina para adentrar o mundo dos
intelectuais masculinos ficaram documentadas nas muitas cartas escritas
a Giovanni Verga, nas quais ela se ressente reiteradamente dos ásperos
e dolorosos caminhos da arte de escrever. Caminhos que, segundo ela,
“afinam o espírito, embora o despojando das mais belas ilusões”. Ela define
seu trabalho de escritora como algo “atormentado e tormentoso”. Mas a
questão não está centrada apenas na dificuldade em adentrar o mundo
dos homens, pois a escritora logo cedo começou a apresentar os sintomas
de uma doença que lhe impediria gradativamente de escrever, esclerose
múltipla, razão pela qual se queixava a Verga de ter deixado e retomado seu
trabalho várias vezes em meio a “profundos desânimos”. Não raro, nas cartas
endereçadas ao editor Enrico Bemporad, apelava para a sua compreensão
em atrasar a entrega dos originais de suas novelas e romances, relatando
seu drama pessoal a fim de comovê-lo, fosse para publicar seus escritos ou
obter uma melhor remuneração por eles.
Maria Messina tinha a escrita como uma função terapêutica, e
chegava a se angustiar quando tinha períodos de bloqueio para escrever,
impedida pelas dores e pelo atrofiamento das mãos. Em 1924 escreve a
Bemporad dizendo que suas pernas estão cada vez mais fragilizadas, mas
que está esperando melhorar para concluir algo de bom. Annie Messina,
sua sobrinha, recorda que a tia vivia através da escritura, na qual tinha
encontrado a razão de viver e de redimir-se.
Ecos do drama pessoal da escritora podem ser ouvidos nas
entrelinhas de seus escritos, nos fornecendo elementos suficientes para
6 7 Luciano Zuccoli. “Il pericolo roseo”. Corriere della sera, 24 marzo 1911.
“L´angelo del focolare”.
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um estudo psicobiográfico de sua obra narrativa. Conduzindo uma vida
de clausura e solidão, Messina falará de si, operando uma espécie de
ficcionalização da sua dor: “existem horas na juventude em que a alma é tão
frágil que não consegue suportar a solidão. E a solidão parece uma criatura
visível: um fantasma que nos aperta o peito com as suas mãos abertas”
(La casa nel vicolo). No romance Un fiore che non fiorì, Messina identificase com uma das figuras femininas mais tristes criadas por ela. Trata-se de
Franca que, recentemente separada do marido Stefano, retorna ao interior
da Toscana onde, isolada social e culturalmente, torna-se uma “vencida”
pelo destino, moral e fisicamente. Acometida de uma doença semelhante à
de Messina, relata ao médico que não pode mais trabalhar porque “A mão
se nega, como se não tivesse músculos. [...] Queria sarar, caminhar, correr.
Não existe coisa mais bela no mundo do que poder caminhar sobre as duas
pernas”.
A estratégia textual de Messina revela a capacidade que tinha
a escritora para fazer de sua escrita encenações de sofrimento pessoal,
apresentando um aspecto sedutor no sentido de atrair o leitor para o drama
vivido por seus personagens e talvez por ela, como fazia ao escrever a Verga
e Bemporad, relatando suas agruras com a finalidade de comovê-los. Nas
tramas messinianas a clausura do ambiente acaba limitando também as
ações das personagens, de modo que entre os muros da casa não ocorrem
grandes aventuras. A autora demonstra um maior interesse pela psicologia
das mulheres que vivem enclausuradas sob o domínio do marido, tecendo
uma narrativa “interna” que acompanha e revela o estado de espírito de
cada uma. Mais que à descrição de acontecimentos, o leitor assiste às
reações que tais acontecimentos provocam.
Um exemplo dessa técnica narrativa pode ser visto na novela “La
porta chiusa”, constante da coletânea de novelas Le briciole del destino, de
1918. O enredo é muito simples: dona Jenna sofre de paralisia há muitos
anos e, um dia, sua vida muda para sempre, quando descobre que seu
marido a traía com a empregada. O único “golpe de cena” tem lugar quando
ela decide romper as barreiras impostas pelo marido. Subindo ao andar de
cima, onde havia sido proibida de entrar, abre a porta do quarto e descobre
“no meio do quarto, uma pequena mesa aparelhada com dois pratos, dois
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copos e dois talheres”. Apesar do desejo de “quebrar, devastar, despedaçar
tudo com os pés”, ela “contorcia as mãos sob o xale, ao ponto de machucálas, para não tocar em nada”8. Diante da descoberta, nenhuma reação
exteriorizada, nenhuma explosão de sentimentos, nenhum desabafo: raiva,
dor e decepção são internalizadas.
O episódio leva o leitor a inferir que a paralisia física de dona Jenna
é representativa de seu estado psíquico. Isolada no andar de baixo, ela
é privada de sua identidade e de sua vontade, restando-lhe observar o
mundo lá fora pela janela. A narração lenta e rítmica reflete a monotonia
cotidiana:
Hoje passa como ontem, amanhã passará como hoje. Agora dona
Jenna aguardará a noite, por trás dos vidros da janela, com o rosário
entrelaçado entre os dedos sem contudo rezar. Logo passará o acendedor
de lampiões com sua escada. No céu as estrelas brilharão, uma após a outra.
No longo silêncio se ouvirá Grazia cantando nana nenê para seu filhinho,
com sua voz grave. Esta noite como ontem, amanhã como hoje... 9
A descoberta da traição não muda nada exteriormente. Dona Jenna
continua a observar o mundo e as pessoas sempre a partir do lugar que lhe
foi reservado pela “paralisia”/tradição: prisioneira do seu pequeno quarto e
do silêncio ali reinante. À consciência de sua mísera condição vem juntarse a raiva represada na garganta; e à incapacidade de mover-se, aquela da
expressar-se; ao tédio vem juntar-se a angústia:
Seus dias mostravam-se tristes, sem esperança, iluminados apenas
pela pálida luz da sua inconfessável dor. Sabia que continuaria vivendo
assim, sem um rumo certo, como se estivesse a bordo de um barquinho à
deriva em alto mar.
Por isso chorava. E chorando, o seu sofrimento se intensificava,
porque dona Jenna sabia que todas aquelas lágrimas eram inúteis ...10
8 9 Maria Messina, Le briciole del destino. Palermo: Sellerio, 1996, p. 48.
Idem, p. 46.
10 Idem, p. 52.
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Maria Messina conclui a novela de dona Jenna com uma elipse.
O tom reticente indica que a dor da pobre mulher findará somente com a
morte. Enquanto isso, ela viverá como uma “mosca presa na garrafa”, como
um inseto que, na sua fragilidade, se debate contra os vidros da janela sem,
contudo, poder externar sua dor.
Em condições semelhantes vivem as irmãs Nicolina e Antonietta, de
La casa nel vicolo (1921), obedecendo cegamente às vontades e impropérios
de Don Lucio, marido desta. A metáfora da “mosca presa na garrafa”11
serve à pesquisadora italiana Mariella Muscariello como ponto de partida
do tema da claustrofobia e da incomunicabilidade na obra narrativa de
Maria Messina. A idéia de personagens assim enclausuradas, emprestada
ao teatro pirandelliano, teria sugerido a Muscariello, por associação, uma
imagem semelhante no romance La casa nel vicolo, imagem que Messina
teria inserido com sutileza, como é seu estilo, no quadro triste e asfixiante
da casa onde convivem Antonietta e Nicolina: “Ouvia-se um inconfundível
zumbido de uma mosca que se debatia contra os vidros abertos, procurando
inutilmente a saída [...]”12.
Na casa silenciosa situada em um beco “fundo e escuro como
um poço vazio”, Maria Messina segue, por um arco de tempo, a esquálida
existência das duas irmãs: Antonietta (“pobre criatura sem disposição”);
Nicolina (“já velha sem ter desfrutado a vida”). O poder e o autoritarismo do
marido de Antonietta, Don Lucio, pesam silenciosamente sobre toda a casa
e seus habitantes. Ele considera a família uma propriedade a ser governada
de acordo com as suas regras. Tudo ali é metodicamente estabelecido,
obedecendo a um ritual absurdo, onde o “ditador”, tranquilamente, desfruta
a devoção da esposa “de manso e meigo temperamento, feito para ser
moldado como argila fresca”.
O mesmo pensamento estende-se à figura da cunhada, Nicolina.
Contudo, ambas, infelizes, reconhecem e aceitam a superioridade de Don
11 Mariella Muscariello, “Vicoli, gorghi e case: reclusione e/o identità nella narrativa de Maria
Messina”, in: Les femmes écrivains en Italie (1870-1920): ordres et libertes. Paris: Chroniques
Italienes, Université de la Sorbonne Nouvelle, 1994, pp. 229-346.
12 Maria Messina, La casa nel vicolo, p. 68.
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Lucio, e passam os seus dias no ambiente fechado da Casa nel vicolo,
envolvidas por um profundo senso de mistério e de tristeza. Nicolina sofrerá,
sem reagir, a sedução do soberano, mas a ternura inicial se transformará em
“horror e repulsa”, restando-lhe apenas pensamentos amargos e “lágrimas
represadas”. A relação entre Don Lucio e a cunhada, “esposa sem aliança
e sem marido”, configura-se um elemento inevitável, previsível, aceitável,
na lógica do domínio, da posse, do homem sobre a mulher, a quem tudo é
devido.
O relacionamento entre as duas irmãs, inicialmente de grande
afeto, vai se deteriorando gradativamente, de modo irremediável, até o ódio
áspero e triste, passando a ser vivido como “castigo”. Descoberta a relação
incestuosa entre Don Lucio e Nicolina, Antonietta intima a irmã a deixar a
casa. Nicolina prepara sua autodefesa com base no fato de ser mulher:
Você me arruinou e agora quer me expulsar? Não vou. Estraguei
aqui a minha fresca e tranqüila juventude como um véu que se lança sobre
os espinhos. Você me expôs ao perigo. Entorpecida pelo egoísmo, você me
deixou sozinha, dias inteiros, para servi-lo. Ir embora, como um trapo velho
que não serve mais? Como um limão espremido que se joga na estrada!13
As irmãs são “duas culpadas presas na mesma gaiola”, submissas
a um mesmo senhor e às mesmas regras que regem o patriarcado siciliano
na época em que Maria Messina escreve. Continuarão assim, numa espécie
de consórcio, como haviam feito as primeiras escritoras italianas: sempre
apelando para a condescendência dos homens. Embora a discussão
feminista tenha ganhado força tardiamente na Itália, lá pela década de 70
do século XX, por razões políticas e até geográficas, mulheres como Maria
Messina, Matilde Serao, Sibilla Aleramo, Gemma Ferruggia, Gina Lombroso,
dentre tantas outras, foram as grandes responsáveis pela elaboração de
um discurso pioneiro no tocante à questão da emancipação das mulheres
na península.
13 Idem, p.99.
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Bibliografia
Obras de Maria Messina.
Novelas
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____________. Piccoli gorghi. Palermo: Sandron, 1911.
____________. Le briciole del destino. Milano: Treves, 1918.
____________. Il guinzaglio. Milano: Treves, 1921.
____________. Personcine. Milano: A. Vallardi, 1921.
____________. Ragazze siciliane. Firenze: Le Monnier, 1921.
Romances
MESSINA, Maria. La casa nel vicolo. Milano: Treves, 1921.
______________. Alla deriva. Milano: Treves, 1920.
______________. Primavera senza sole. Napoli: Giannini, 1920.
______________. Un fiore che non fiorì. Milano: Treves, 1923.
______________. Le pause della vita. Milano: Treves, 1926.
______________. L´amore negato. Milano: Ceschina, 1926.
Cartas
AGOSTA, Giovanni Garra. Un idillio letterario inedito verghiano (Lettere inedite di
Maria Messina a Giovanni Verga). Catania: Greco, 1979.
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Anais do XIV Seminário Nacional Mulher e Literatura / V Seminário Internacional Mulher e Literatura
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3. Bibliografia contemporânea: reedições a partir de 1970.
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bastimenti, a cura di Paolo Crespi e Luciano Guidobaldi. Milano: Mondadori, 1980.
______________. Casa paterna, a cura di Leonardo Sciascia, Palermo, Sellerio, 1981;
in: Racconti italiani del Novecento, a cura di Enzo Siciliano, Milano: Mondadori, 1983.
______________. La casa nel vicolo. Palermo: Sellerio, 1982.
______________. Piccoli gorghi, a cura di Annie Messina. Palermo: Sellerio, 1988.
______________. Gente che passa. Palermo: Sellerio, 1989.
Anais do XIV Seminário Nacional Mulher e Literatura / V Seminário Internacional Mulher e Literatura
______________. “Le scarpette”, in: Racconti d´amore del ´900, a cura di Paola
Decina Lombardi, Milano: Mondadori, 1990.
______________. L´amore negato. Palermo: Sellerio, 1993.
______________. Il guinzaglio. Palermo: Sellerio, 1996.
______________. Le briciole del destino. Palermo: Sellerio, 1996.
______________. Pettini-fini. Palermo: Sellerio, 1996.
______________. “Luciuzza”, in: Il Novecento. Antologia di scrittrici italiane del primo
ventennio, a cura di Anna Santoro. Roma: Bulzoni, 1997.
_____________. Ragazze siciliane. Palermo: Sellerio, 1997.
_____________. “Demetrio Càrmine” e “Casa paterna”, in: Novelle d´autrice tra Otto
e Novecento, a cura di Patrizia Zambon. Roma: Bulzoni, 1998.
_____________. Dopo l´inverno, a cura di Roswitha Schoell-Dombrowsky. Palermo:
Sellerio, 1998.
_____________. Personcine. Palermo: Sellerio, 1998.
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vozes em uníssono: o silêncio histórico das mulheres