Proposta de Projeto Est r a da s com a ra u c á ria s 3 ÍNDICE . Introdução.........................................................................................3 . O Projeto “Estradas com Araucárias”...............................................8 . Objetivos...........................................................................................9 3.1 3.2 .Objetivo geral........................................................................9 Objetivos específicos.............................................................9 . Justificativa......................................................................................10 . Abrangência do projeto....................................................................11 6. Ações de execução.........................................................................14 7 Estímulo à adesão de produtores rurais.........................................14. 8 Interação do projeto “Estradas com Araucárias” com.......... ........14 o projeto “Caminhadas na Natureza – Paraná” 8.1. Detalhes do Projeto Caminhadas na Natureza...................14 8.2. Transversalidade entre os Projetos “Caminhadas..............16. na Natureza” e “Estradas com Araucária” 9. Captação de recursos na execução (Venda de serviços ambientais).17 9.1 .Créditos de Carbono..........................................................17. 9.2. Inserção do projeto no processo de neutralização dos......19 GEE pela Copa do Mundo de 2014 9.3. Leilão de paisagens............................................................21 10. 11. Estrutura necessária......................................................................22 Fonte de recursos (Financiamento do projeto)..............................22. 12. Orçamento 2010 a 2014.................................. ..............................22 12.1. Patrocinadores....................................................................22 12.2. Venda de serviços ambientais............................................22. 12.3. Contrapartida de cada Municípios......................................22 12.4. Contrapartida do Proprietário Rural....................................22 12.5. Contrapartida de Instituições Federais e Estaduais...........23 13. Potenciais parcerias para o desenvolvimento do projeto..............23 14. Coordenação Geral no Estado do Paraná.....................................23 4 PLANTIO DE ARAUCÁRIA EM DIVISAS ENTRE PROPRIEDADES E ESTRADAS 1. Introdução Uma estrada de rodagem pode causar um grande número de impactos ambientais, com repercussões diretas nos meios físico e biótico de sua área de influência. Em muitos segmentos rodoviários, as características ambientais originais da região de entorno apresentam-se bastante descaracterizadas, devido a ações decorrentes do antropismo, inclusive com a introdução de espécimes vegetais exóticos. Neste contexto, a arborização e o projeto paisagístico têm muito a contribuir tanto na recuperação de paisagens degradadas e, portanto, servindo de medida compensatória à supressão de vegetação, quanto na preservação de um patrimônio paisagístico da faixa de domínio e das áreas lindeiras (BRASIL, 2005). O DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes) apresenta em BRASIL (2005) instruções de proteção ambiental destas áreas, pela reconstrução de corredores ecológicos, considerando a arborização e o tratamento paisagístico por diferentes aspectos, incluindo o funcional e estrutural, procurando integração ambiental e ecológica da rodovia nos ecossistemas em que ela se insere. As instruções indicam o tratamento paisagístico e ambiental das faixas de domínio e lindeiras das rodovias federais mediante a implantação de arborização adequada, de forma a harmonizar o 5 campo visual e colaborar para que a rodovia se integre na paisagem e transmita conforto e segurança aos usuários. Este tratamento, em termos específicos visa: a) Auxiliar na manutenção e no enriquecimento da cobertura vegetal ao longo da faixa de domínio, recompondo, na medida do possível, pequenas amostras de vegetação nativa; b) Promover a recomposição das formações ciliares na faixa de domínio, reconstituindo corredores, ecológicos existentes e oferecendo proteção adicional contra o assoreamento e condições propícias à fauna aquática e terrestre; c) Contribuir com a segurança rodoviária utilizando o potencial da vegetação como sinalização viva, como barreira vegetativa na segurança rodoviária, pois o plantio de módulos de arbustos serve para redução da velocidade dos veículos, que por acidente rodoviário saem da pista em direção a parte livre da faixa de domínio; d) Como medida compensatória da perda do patrimônio biótico das áreas de uso do canteiro de obras, devido ao desmatamento necessário em obras rodoviárias; e) Como barreira vegetativa na redução do escoamento da drenagem superficial de proteção da estrada; Na região de ocorrência natural da araucáuria (Araucaria angustifolia (Bert.) O. Kuntze), as áreas lindeiras a diversas estradas têm exemplares desta espécie, promovendo grande beleza cênica (Figuras 1 a 5). Brasil. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. Diretoria de Planejamento e Pesquisa. Coordenação Geral de Estudos e Pesquisa. Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Instruções de proteção ambiental das faixas de domínio e lindeiras das rodovias federais. 2. ed. Rio de Janeiro, 2005. 161p. (IPR. Publ., 713). 1. Rodovias - Projetos - Manuais. I. Série. II. Título. 2005 6 Figura 1. Araucárias em divisa da Embrapa Florestas com BR 476. 7 Figura 2. Araucárias em acesso de propriedade com pastagem degradada (BR 476, Colombo, PR). 8 Figura 3. Araucárias com 20 anos de idade em via interna da Embrapa Florestas. Figura 4a. Araucárias na BR 116 no Estado de Santa Catarina. 9 Figura 4b. Araucárias na BR 116 no Estado de Santa Catarina. Fonte: http://www.flickr.com Figura 5. Estrada rural na Serra Gaúcha, Rio Grande do Sul. 10 2. Projeto Estradas com Araucárias O projeto busca reflorestar com araucária (Araucaria angustifolia (Bert.) O. Kuntze) divisas entre propriedades rurais e faixas de domínio de estradas (federais, estaduais, municipais e particulares). Este reflorestamento aumentará a população de araucária, melhorando e valorizando a paisagem, estimulando o turismo rural, auxiliando a reabilitação de ecossistemas, além de produzir pinhão para consumo humano e da fauna. Conservação da biodiversidade, proteção de solos, beleza cênica regulação das funções hídricas, produção de oxigênio e seqüestro de carbono são alguns dos serviços ambientais que podem ser prestados pelas araucárias. Mesmo assim, há muitos anos tem sido insignificante a quantidade de árvores que é plantada com esta espécie, que consta na lista do IBAMA de espécies ameaçadas de extinção. Visando contribuir para a mudança desta realidade, a Embrapa Florestas, Emater, IAP, SEMA, SEAB, UFPR, e outros parceiros diretamente relacionados com questões ambientais, com a coordenação do IAP no Paraná, UDESC e FATMA em SC e SEMA no RS, apresentam proposta para a realização de um trabalho de estímulo ao plantio de araucárias em divisas entre propriedades e estradas. Trata-se do projeto “Estradas com Araucárias”. Espécie símbolo de muitas cidades e mais querida pela população do sul do Brasil, a araucária, além de produzir pinhões, é de extrema beleza ornamental. Plantada ao lado de estradas elas constituirão corredores verdes, agregando valor paisagístico e ecológico às estradas. 3. Objetivos 3.1. Objetivo geral 11 Reflorestar com araucária divisas de propriedades rurais lindeiras às faixas de domínio de estradas dos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. 3.2. Objetivos específicos • Aumentar a população de araucária • Estimular o paisagismo e turismo rural • Auxiliar a reabilitação de ecossistemas por meio do plantio de araucárias • Contribuir, por meio da captura de Gases de Efeito Estufa, com as demandas da Lei No 12.187 que, instituiu a Política Nacional sobre Mudança do Clima. • Promover ações de educação ambiental • Produzir pinhão para consumo humano e da fauna • Estabelecer bancos de germoplasma de araucária • Formar populações para seleção de genótipos para programas de melhoramento genético. 4. Justificativa A construção de rodovias gera uma série de impactos no seu entorno. O estabelecimento de rodovias implica a existência de áreas de domínio, cujo uso é regulamentado, permitindo o plantio de espécies arbóreas como forma de compensação ambiental pelos impactos da construção. A reconstituição da vegetação nativa ao longo de uma malha viária de um município pode acarretar na constituição de “corredores verdes”, agregando valor paisagístico e ecológico às estradas (Figura 6). Regiões onde o turismo rural já é uma atividade econômica estabelecida podem ser ainda mais valorizadas pelo paisagismo em áreas lindeiras às estradas. 12 Figura 6. Modelo com fileira simples de araucária A araucária, espécie símbolo de muitas cidades do Paraná, é uma espécie totalmente adequada a este papel, pois além de ser conhecida pela produção de pinhões, apresenta um componente ornamental único devido à sua forma e dimensões. Um projeto contemplando o plantio de araucárias em divisas de propriedades terá impacto direto nos seguintes itens: • Paisagismo e turismo rural • Educação ambiental • Formação e conservação de banco de germoplasma 13 • Produção de pinhão para consumo humano e da fauna • Restauração ambiental • Serviços ambientais, destacando-se captura de GEE. 5. Abrangência do projeto O projeto deverá abranger toda a área de ocorrência natural da araucária na Região Sul do Brasil (Figura 6). Figura 6. A coloração verde-escura mostra área de ocorrência natural da Araucária angustifólia. O Circuito Italiano de Turismo Rural, no Município de Colombo e o Município da Lapa serão os primeiros locais a receber o projeto (Figura 7). Depois o trabalho será ampliado para outros municípios do Paraná. A Serra Catarinense e Serra Gaúcha são fortes pólos de Turismo Rural, onde o projeto também deverá ser implantado (Figura 8). 14 Figura 7. Circuito Italiano de Turismo Rural de Colombo, PR. 15 Figura 8. Serras Catarinense e Gaúcha: Turismo Rural e tradição da araucária 16 6. Ações de execução • Estabelecer parcerias com escolas, associações, empresas, cooperativas, prefeituras e órgãos estaduais, • Identificar as matrizes de araucária para coleta de sementes, • Coletar sementes e produzir em viveiro, mudas de araucária, • Elaborar instruções de plantio e de monitoramento do crescimento, • Contatar pessoalmente os produtores rurais, estimulando-os a participar do projeto, • Desenvolver atividade de educação ambiental associada ao plantio de araucária e recuperação paisagística de estradas. 7. Estímulo à adesão de produtores rurais • Sorteio de prêmios aos participantes (TV, computador, forno microondas, etc) • 8. Entrega de certificados e medalhas Interação do projeto “Estradas com Araucárias” com o projeto “Caminhadas na Natureza – Paraná” 8.1. Detalhes do Projeto Caminhadas na Natureza O Projeto CAMINHADAS NA NATUREZA (Figura 9) é uma proposta para estimular e promover o desenvolvimento territorial sustentável atuando dentro dos conceitos adotados pela política da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento-PR. Internacionalmente conhecido como “Esportes Populares”, a idéia nasceu na França após a Segunda Guerra Mundial com o objetivo de estimular as atividades comerciais no interior das províncias, na periferia das cidades grandes, destruídas pela guerra. Com o crescimento da atividade turística, tais atividades começaram a ser utilizadas como fator de integração entre as populações regionais em função dos diversos 17 atrativos de uma determinada área geográfica. É denominada “popular” porque pode ser praticada por todos (segmentos econômicos, faixas etárias, classes sociais, pessoas com necessidades especiais e em grupos ou individualmente), o que fortalece o processo de inclusão social no pós-guerra. Hoje, as Caminhadas são praticadas em 39 países, abrangendo 16 milhões de caminhantes no mundo, mas sempre organizadas localmente em circuitos, regionalmente em federações, nacionalmente em confederações e com a normalização internacional do Internacionaler Volksporter Verbunder – Federação Internacional dos Esportes Populares – IVV, com sede na França. No Brasil, a atividade é praticada desde 2000, sendo que em 2006 fundou-se, no estado do Rio de Janeiro, a ANDA BRASIL, Confederação Brasileira de Esportes Populares, Caminhadas na Natureza e Inclusão social. Atualmente possui mais de 180 circuitos cadastrados em todo o Brasil, sendo que o estado do Paraná possui 20 circuitos cadastrados, frutos da Oficina Estadual das Caminhadas na Natureza, realizada em 2007 pela SEAB em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário-MDA. Considerando o potencial das atividades de Turismo Rural e as diretrizes para o desenvolvimento no Programa Estadual de Turismo Rural, as Caminhadas na Natureza podem se transformar no fator diferencial competitivo do Turismo Rural na Agricultura Familiar, pois possibilita: • Ampliar a cultura do associativismo no ambiente rural; • Manter o caráter complementar dos produtos e serviços do Turismo Rural em relação às demais atividades tipicamente agrícolas; • Dar qualidade ao produto turístico; • Diversificar a oferta turística; • Estruturar os destinos turísticos; • Ampliar e qualificar o mercado de trabalho; • Aumentar a inserção competitiva do produto turístico no mercado nacional e internacional; • Aumentar a taxa de permanência e gasto médio do turista. Fonte:http://www.seab.pr.gov.br/arquivos/File/deagro/caminhadasPR_projeto.pdf, acessado em 20/08/2010 18 8.2. Transversalidade entre os Projetos “Caminhadas na Natureza” e “Estradas com Araucária” Muitas ações do Projeto “Caminhadas na Natureza” possuem transversalidade com o projeto “Estradas com Araucárias”, em especial às ligadas à educação ambiental. Nestas ações serão fortalecidos elementos ligados à “Araucária”, sua história, importância ecológica e potencialidades econômicas com serviços ambientais. Entre as ações previstas para os Caminhantes destacam-se: • Envolver os proprietários de empreendimentos comerciais dos circuitos no projeto. • Atuação de Grupos de Educação Ambiental nos pontos de saída e chegada • Plantio de mudas de araucária.pelos caminhantes (com georeferenciamento, registro e “adoção” da árvore plantada) • Breves paradas em trechos do trajeto com araucárias plantadas • Contatos com proprietários • Estimulo à participação e divulgação do projeto 19 Figura 9. Caminhadas na Natureza no Paraná (Etapa Ivaiporã, ago/2010) 9. Captação de recursos na execução (venda de serviços ambientais): 9.1. Neutralização de Carbono: As árvores, durante seu crescimento, absorvem o dióxido de carbono (CO2) da atmosfera através da fotossíntese e o fixam na matéria orgânica. A neutralização é um mecanismo voluntário de compensação de emissões de gases de efeito estufa de empresas ou indivíduos através de plantios de árvores ou restauros florestais. O plantio de araucárias é estratégico e traz vários benefícios. Além de recuperar uma espécie ameaçada de extinção, traz o benefício direto do seqüestro de CO2 através da retirada de dióxido de carbono da atmosfera e a conversão do mesmo em biomassa florestal. Há ainda muitos benefícios indiretos como a melhoria do ciclo hidrológico, o embelezamento cênico, a melhoria do micro clima, e o aumento da biodiversidade. Há ainda um benefício indireto, e talvez o mais importante, é a educação ambiental. A mudança de comportamento em relação ao meio ambiente representa a única maneira possível de revertermos sua degradação e, no processo de neutralização, a mudança de comportamento se faz presente em todas as etapas. Cada vez mais, mais empresas estão percebendo que o cuidado ambiental constitui um forte componente de competitividade de seus serviços e produtos. Assim, as empresas ambientalmente mais pró ativas estão incorporando o pagamento do serviço ambiental nas ações da empresa para atender um público consumidor cada vez mais consciente e exigente. Os pagamentos pelo serviço do carbono podem constituir uma fonte significativa de recursos para custear as atividades do presente projeto, bem como para estimular a participação dos produtores proprietários. O ponto de partida para a neutralização é a elaboração de um inventário de emissões da empresa. Nesse inventário são 20 caracterizadas as emissões de GEE da empresa, instituição ou do evento em análise. A elaboração do inventário é conduzida por normas internacionais, sendo o GHG Protocol1 a mais utilizada. Durante a elaboração do inventário, todas as fontes de emissão de GEE são identificadas e quantificadas. Essa etapa é o ponto de partida para a adoção de medidas conhecidas como os 3Rs: Redução de consumo, Reutilização e Reciclagem de materiais. Desta forma, o objetivo principal da neutralização deve ser a identificação possibilidades para tornar o sistema em análise cada vez mais ambientalmente eficiente e economicamente viável. A neutralização é apenas uma compensação provisória do que já foi emitido. A partir do inventário e da adoção das medidas dos 3Rs, a quantidade de CO2 que será neutralizada é definida. Utilizando metodologias aprovadas pela UNFCCC, sigla em inglês para Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, é determinada então a quantidade de árvores necessárias para, durante o seu crescimento, absorver o CO2 a ser neutralizado. A estimativa de absorção de carbono da atmosfera pelo crescimento das árvores é feita a partir da determinação do estoque de carbono potencial da espécie de árvore ou tipo de floresta que será restaurada. Cada espécie de árvore e tipo de floresta possui quantidades diferentes de carbono por indivíduo e por hectare, que é proporcional à quantidade e tamanho de suas árvores. Uma vez determinada a quantidade de árvores adultas para a compensação das emissões, inicia-se a fase de implantação ou simplesmente compra-se o carbono contido no número de árvores já plantadas e pegas para a neutralização. As árvores serão vendidas para uma e única determinada empresa ou evento. O pagamento do serviço do carbono pode se dar pela quantidade de carbono seqüestrado ao preço de mercado do dióxido de carbono no momento da compra. O Projeto deve-se entregar um certificado de 1 Esta norma é fruto de uma parceria entre empresas, ONG’s e governos de diversos países e foi estabelecido pelo World Resources Institute (WRI), com o objetivo de desenvolver um padrão internacionalmente aceito de contabilização de emissões de GEE e promover sua ampla adoção. 21 neutralização de carbono com as especificações da quantidade de carbono vendido, da quantidade de araucárias plantadas e do local do plantio georreferenciado. É importante ressaltar que, pelo fato das árvores serem implantadas nas divisas das propriedades com as estradas, para efeito de demarcação, embelezamento e conservação, é esperado que as mesmas permaneçam por longo tempo indeterminado. Entretanto, é previsto e facultado ao proprietário o desbaste ou a retirada de algumas árvores para manejo. Porém, em caso de corte de árvores, cujo carbono já tenha sido vendido é necessário que o projeto monitore rigorosamente e reponha o carbono com o plantio de outras árvores a fim de manter o estoque de carbono já vendido. 9.2. Inserção do projeto no processo de neutralização dos GEE pela Copa do Mundo de 2014 A Copa no Brasil deverá movimentar R$ 142,39 bilhões adicionais no período 2010-2014, gerando 3,63 milhões de empregos por ano e R$ 63,48 bilhões de renda para a população, com efeitos multiplicadores em toda a economia. Este valores indicam a possibilidade de implicações em impactos ambientais fortíssimos. Medidas preventivas devem ser adotadas, como as do Ministério do Planejamento que regulamentou a utilização de critérios sustentáveis na aquisição de bens e na contratação de obras e serviços pelos órgãos do governo federal. As regras que abrangem os processos de extração ou fabricação, utilização e o descarte de produtos e matérias-primas constam da Instrução Normativa Nº1 publicada no Diário Oficial da União. As obras públicas - incluindo toda a infraestrutura para a Copa de 2014 - serão elaboradas visando a economia da manutenção e operacionalização da edificação, a redução do consumo de energia e água, bem como a utilização de tecnologias e materiais que reduzam o impacto ambiental. (Fonte: http://www.copa2014.org.br, acessado em 11/08/2010) A "pegada" de carbono estimada para a Copa de 2014 é 2,75 milhões de toneladas de CO2 equivalente, sendo 67,4% devido a transporte 22 (internacional, entre e dentro das cidades) e uso adicional de energia, energia gasta nas acomodações e construção de estádios. Considerando que duas das doze cidades-sede são da Região Sul (Curitiba e Porto Alegre), esta Região poderiam neutralizar uma quantidade muito significativa dos GEE por meio da Implantação do “Projeto Estradas com Araucárias”. Caso exista a possibilidade de liberação de recursos para esta finalidade, instituições envolvidas com os programas de controle de emissão de GEE nos três estados da Região Sul apresentarão um projeto de MDL, com detalhes metodológicos e cálculos da captura de carbono que estas araucárias permitirão. Considerando-se que as duas sedes da Região Sul seriam responsáveis por 16,7 % do total das emissões (458 mil ton. de CO2 eq.), tomando-se por base os resultados apresentados na Figura 9, para compensar este total de carbono em 15 anos, seriam necessárias 985 mil araucárias. Para compensar em 20 anos seriam necessárias 655 mil araucárias e em 25 anos 520 mil araucárias. 1 Espaçam. 8m. 0,9 0,8 CO2 eq. 0,7 0,6 Espaçam. 4m. 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 0 5 10 15 20 25 Idade (anos) 30 35 40 45 23 Figura 9. Carbono (CO2 equivalente) estocado em média por araucária plantada em linha isolada, espaçamentos de 8m e 4m, em condições adequadas, conforme software SisAraucária. 9.3. Leilão de paisagens: As paisagens constituídas por margens que deverão ser arborizadas serão ofertadas a compradores (pessoas físicas e jurídicas) tendo um preço mínimo a partir do qual serão feitos lances. Cada trecho de estrada, estrada inteira, conjunto delas, ou mesmo regiões com vários segmentos de estradas serão ofertados separadamente.. Os leilões poderão ser “Fechados”, ou seja, os lances serão apresentados simultaneamente ao leiloeiro em envelopes fechados. Vence o melhor lance, a partir do preço de reserva. Os valores básicos das paisagens levarão em conta os custos de implantação e manutenção das árvores e valor de marketing do local. É recomendável que sejam agrupadas estradas de maior visibilidade de marketing com outras de pouca expressão, com poucas chances de serem arrematadas, mas não menos importantes ambientalmente. Placas com destaques como “Esta estrada está arborizada com araucárias com o patrocínio da Empresa X” poderão ser apresentadas nos locais. Parte do valor recebido será utilizado para custear as atividades do projeto e parte será pago aos proprietários em dinheiro pela contribuição com o plantio e manutenção das araucárias em suas propriedades. Este pagamento é conhecido como Pagamento de Serviço Ambiental – PSA2, e é cada vez mais utilizado para incentivar práticas que contribuem para a conservação e conscientização ambiental . Além do incentivo em dinheiro, quando os serviços são vendidos, os proprietários percebem retornos diretos oferecidos pelas próprias araucárias, como produção de pinhões e valorização da propriedade pelo embelezamento da paisagem. Aplicação dos recursos: 2 • Custear a implantação de araucárias já realizadas; • Implantação de novas áreas em locais de acesso restrito. Os serviços ambientais oferecidos pelas árvores (florestas) são múltiplos, sendo as mais conhecidos: serviço da melhoria do ciclo hidrológico, serviço do carbono, serviço da beleza cênica, serviço da biodiversidade, e serviço da melhoria do micro clima e da qualidade do ar. 24 • Custeio da produção de materiais temáticos (impressos, chaveiros, adesivos, camisetas, banners etc) ligados ao projeto • Pagamento de custos fixos do projeto (contratação de técnicos, manutenção de veículos, etc) • Subsídios à deslocamentos de proprietários para dias de campo. 10. Estrutura necessária • Viveiros • Insumos e material de consumo • Veículos para deslocamento de equipes de campo e transporte de mudas • Equipes de campo com bolsistas para coleta de sementes, GPS, contato com produtores e assistência nos plantios 11. Fonte de recursos (Pessoas Jurídicas) para a estrutura básica do Item 10 • Grandes Empresas • Fundações • DNIT e DER • Concessionárias de pedágio 12. Orçamento 2010 a 2014 12.1. Patrocinadores (sem exclusividades): R$ 10 milhões • Custeio com pessoal, bolsas para estagiários, combustível, mudas, insumos, material de instrução e divulgação. • • 12.2. Venda de serviços ambientais: R$ 20 milhões 12.3. Contrapartida de cada Municípios: Técnico com formação em ciências agrárias e turismo Veículo para deslocamento de equipe de campo e transporte de mudas 25 • Base física para apoio e controle operacional, com telefone e computador. 12.4. Contrapartida do Proprietário Rural • Mão-de-obra para implantação e manutenção das mudas. • Efetivo cuidado com cada araucária em sua propriedade. 12.5. Contrapartida de Instituições Federais e Estaduais • Setenta técnicos com 30% de tempo de dedicação • Veículos para deslocamento do pessoal envolvido • Estrutura física para treinamentos e suporte • Treinamento de técnicos para dar assistência no plantio das mudas e manutenção das árvores. 13. Potenciais parcerias para desenvolvimento do projeto EMBRAPA FLORESTAS, IAP, SEMA, SEAB, UDESC, EMATER, UFPR, TNC, SPVS, FUNDAÇÃO O BOTICÁRIO, IDS 14. Coordenação Geral no Estado do Paraná. Instituto Ambiental do Paraná (IAP) Interfaces com as diretorias do IAP DIBAP • Formação de banco de germoplasmas • Corredores ecológicos • SISLEG DIRAM • Licenciamento de empreendimentos na região da FOM – Vincular ao projeto • Cadastro e licenciamento para futuro corte Registrar plantios no IAP visando: • entre árvores Desbastes para melhores espaçamentos 26 • Corte por riscos de acidentes (queda de galhos ou da árvore) • Corte por justificativas da existência de prejuízos à propriedade DIDEF • Produção de mudas – viveiros- iniciar com Guatupê • Escritórios regionais do IAP • ERCBA – Projetos piloto em Colombo, PR e na Lapa, PR.