RETORNA
1
A PRODUÇÃO ACADÊMICA SOBRE A EDUCAÇÃO ESCOLAR DO ALUNOADOLESCENTE: 1981-1995
Carlos Antonio Giovinazzo Jr.
(Doutorando Puc/SP – Educação: História, Política, Sociedade)
1 - A insatisfação dos alunos diante da escola
Este trabalho apresenta alguns resultados da pesquisa realizada com o
objetivo de analisar a relação entre a adolescência e a educação escolar. A seguir são
relatadas as etapas de elaboração do problema de pesquisa. A primeira pergunta foi a
seguinte: como a sociedade tecnológica vem respondendo à questão da crise e do fracasso
da escola e do desinteresse dos adolescentes pela educação escolar, tendo como referência a
resistência que estes oferecem e a necessidade da sociedade formar as novas gerações de
acordo com as próprias necessidades e interesses sociais ?
Um segundo recorte procurou
identificar onde são sugeridas estas respostas e quem as oferece. Parece haver alguns
espaços privilegiados: a) as ciências de referência da educação, notadamente psicologia e
sociologia, e as interpretações derivadas dos dados obtidos pelas investigações acerca da
adolescência; b) as pesquisas realizadas por institutos privados e por instituições oficiais,
tais como a Organização da Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO), a Fundação Internacional das Nações Unidas de Socorro às Crianças
(UNICEF), o Instituto Datafolha de Pesquisas (DATAFOLHA) e o Instituto Brasileiro de
Opinião Pública e Estatística (IBOPE), destinadas à difusão do conhecimento sobre
adolescência. Este conhecimento é, em grande parte, difundido para o público através da
imprensa e da mídia.
Foram destacadas algumas frentes em que a pesquisa poderia se desenvolver,
mas optou-se por mais uma delimitação. Assim, definiu-se que os trabalhos científicos da
área de educação, sobre juventude e adolescência, seriam as fontes primárias desta
pesquisa, apesar do desejo e da necessidade de uma incursão também pela produção da
sociologia e da psicologia sobre o mesmo tema – esta tarefa só não foi realizada devido ao
curto tempo concedido ao trabalho de investigação. A ênfase na produção acadêmica, não
RETORNA
2
significa menosprezo em relação às outras fontes de informação, apenas sugere que é
necessário um outro trabalho que dê conta de todas as possibilidades de pesquisa sobre o
tema. Ainda foi necessário mais um recorte: decidiu-se que seriam analisadas teses e
dissertações que tratassem da adolescência em relação à educação escolar, pois o interesse
gira em torno do papel que a escola vem desempenhando na formação das novas gerações e,
também, na maneira como os adolescentes encaram a educação escolar.
A partir de todas estas delimitações, chegou-se a formulação da seguinte
pergunta: Quais as respostas que a produção acadêmica em educação vem sugerindo para
explicar a insatisfação dos alunos diante da instituição escolar ?
Portanto, as delimitações efetuadas acima, indicam como tema de pesquisa o
modo como tem sido analisado, tratado e discutido o confronto e a tensão estabelecida entre
a adolescência e a educação escolar. O objeto de investigação ficou delimitado, então, não
à produção da área da educação ou às pesquisas de divulgação, mas ao tratamento dado à
adolescência, ou melhor, à interpretação ou interpretações que emergem das produções
acadêmicas e, em particular, as respostas sugeridas para a questão da adolescência.
A principal fonte utilizada para a seleção dos estudos que seriam analisados
foi o catálogo da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação
(ANPED), organizado em CD-ROM. A escolha desta fonte foi decisiva para se determinar
o período que seria focalizado. Inicialmente, a proposta visava analisar a produção
acadêmica em educação, sociologia e psicologia desde 1971, mas devido às dificuldades
encontradas pela falta de catalogação nas áreas de sociologia e de psicologia e, mais uma
vez, pelo pouco tempo disponível para a realização e conclusão do trabalho de pesquisa,
optou-se pela delimitação do período a ser estudado e pela inclusão apenas da produção
acadêmica em educação. De acordo com os critérios que estão expostos logo abaixo,
chegou-se ao número de 47 dissertações e teses. A partir daí, ficou decidido que seriam
analisados integramente apenas os trabalhos pertencentes às instituições que mais
contribuíram na investigação do tema da adolescência no contexto escolar: nove trabalhos
da PUC/SP, oito da UFRGS, sete da PUC/RJ e cinco da UNICAMP, totalizando 29
dissertações e teses das 47 selecionadas inicialmente. No entanto, só foi possível a leitura
de 23 trabalhos, pois alguns não puderam ser encontrados. Portanto foram analisados 47
resumos mais o texto integral de 23 dissertações e teses.
RETORNA
3
Como as fontes desta pesquisa seriam as dissertações e teses defendidas em
programas de pós-graduação em educação, no período de 1981 a 1995, foram realizados
alguns procedimentos para que se chegasse a uma amostra de estudos que pudesse fornecer
as respostas para as questões levantadas sobre o assunto em pauta. Se a preocupação é com
a adolescência no contexto escolar, só poderiam ser selecionados estudos que estivessem
dentro desta perspectiva. A primeira preocupação foi identificar estudos que se utilizaram
da "fala" dos alunos para responder questões ligadas às dificuldades deles próprios e da
escola. Relacionada com esta, também havia a preocupação de identificar estudos que
confrontassem as expectativas e necessidades desses alunos com o que é oferecido pela
escola.
Apareceram termos, conceitos e ênfases que indicam a forma como vem
sendo encarada a adolescência e como vem sendo tratada a própria educação escolar, na sua
condição de objeto de investigação: os autores das dissertações e teses selecionadas
apreenderam as representações sociais dos alunos; levantaram suas aspirações,
necessidades e expectativas; preocuparam-se com a formação psicossocial do sujeito
(formação moral, identidade, visão de mundo, valores etc.) e com a orientação vocacional e
escolha profissional.
Um outro tipo de enfoque, de caráter mais sociológico, investiga as
condições objetivas de vida dos alunos, isto é, leva-se em conta, além de algumas
expectativas e aspirações, o fato de muitos adolescentes serem trabalhadores, pertencerem a
determinada classe social ou a determinados grupos juvenis, ou ainda, que estão inseridos
numa certa realidade sociocultural que, se não determina totalmente sua condição de aluno,
pelo menos influi decisivamente para sua configuração.
É importante esclarecer que a seleção de dissertações e teses não teve como
objetivo tirar, do universo geral da produção acadêmica, uma amostra que fosse
representativa em termos estatísticos, uma vez que a preocupação não é com tendências de
toda a produção sobre adolescência. Como a preocupação é, em grande parte, com a escola
e com as maneiras que ela vem possibilitando ou não a formação aos seus alunos, o
interesse pela adolescência está, desta forma, relacionado e subordinado à educação escolar
e, também, à consciência de que é preciso, na pesquisa em educação, levar em consideração
não só o chamado "discurso oficial" com suas "falas" racionalizadas, mas também o
RETORNA
4
discurso dos que não são "ouvidos", daqueles que muitas vezes acabam "sofrendo" a
educação. Assim, procurou-se selecionar todos os estudos que trataram da adolescência em
relação à escola no período estabelecido, seja do ponto de vista da formação dos sujeitos,
seja do ponto de vista das possibilidades de inserção social que a educação escolar oferece
à sua clientela.
Assim, este estudo teve como objetivo principal contribuir com o debate
sobre o papel da escola na sociedade contemporânea, sob a perspectiva de que a instituição
escolar é de fato um espaço social específico e que sua função deve ser a de resistir à
“barbarização da sociedade”, lutando por uma formação cultural de seus alunos (Adorno,
1995, pp.116-17). No entanto, quando se fala em crise da escola, é preciso ter em mente
não apenas o que se espera dela e o que efetivamente vem realizando, mas também é
necessário compreender, como o sistema de ensino se estrutura, como se relaciona com as
demandas e com os condicionantes sociais. Embora se reconheça que o processo
pedagógico possui uma lógica que lhe é específica, não se pode esquecer que não é
independente das determinações extra-pedagógicas (Adorno, 1995, p.388). Este objetivo já
estava provisoriamente definido antes de se iniciar o trabalho de análise da produção
acadêmica sobre adolescência e se tornou mais claro à medida que avançou o trabalho de
investigação, pois ficou evidente que existe uma grande preocupação, por parte dos
pesquisadores, em entender como a escola vem exercendo sua função de formadora de
novas gerações.
2 - O papel da escola na formação das novas gerações
Afirmou-se anteriormente que a identificação dos aspectos abordados pelas
dissertações e teses em relação à educação escolar confirma que o maior interesse dos
estudos sobre adolescência que concentram sua atenção na escola, reside em pontos que
denotam uma grande preocupação em verificar e discutir o papel da instituição escolar na
formação das novas gerações. Tendo como referência aquilo que os autores analisados
constataram sobre a relação da instituição escolar com seus alunos-adolescentes, alguns
elementos observados, através da análise dos resumos dos estudos selecionados como
amostra, confirmam que a ênfase é dada ao que a escola permite ou não aos seus alunos.
RETORNA
5
2.1 - A escola como obstáculo
A instituição escolar, antes de ser vista como agência educadora, é
considerada como um obstáculo na vida de seus alunos que acabam resignando-se,
diminuindo suas ambições, aceitando seus "destinos" devido à experiência, que lhes é
proporcionada pela escola de maneira geral, e, principalmente, devido ao fracasso escolar.
Um exemplo desta visão da escola é a dissertação de Maria Alves Bruns:
... os efeitos psicológicos da evasão ainda se fazem presentes
na vida dos ex-alunos, que se sentem estigmatizados e
excluídos de outras vantagens sociais por não possuírem a
escolaridade completa, projetando em suas expectativas de
vida futura (...) uma percepção realista das limitações da escola.
(Bruns, 1985)
Assim, a escola é um obstáculo porque interrompe, através do fracasso
escolar, o desenvolvimento que muitos alunos poderiam conseguir. A autora também não
deixa de enfatizar que a escola não pode eximir-se de sua "... parcela de responsabilidade
quanto ao fracasso do aluno". Portanto, mesmo apontando a crise da escola, no seu papel de
instituição formadora das novas gerações, não se deixa de considerar que ela tem um papel
decisivo na vida futura de seus alunos, mesmo quando não possibilita uma formação
considerada adequada, ou seja, quando se omite em relação à evasão e ao fracasso, quando
aceita sem reflexão os valores sociais impostos de fora dela. Em muitos casos, acaba
determinando o tipo de percepção em relação à existência e também, em relação às
condições em que as pessoas que passaram pela escola viverão. Autoras como Ana Rosa
Bonilauri e Marie-Celine Lorthios também ressaltam o caráter decisivo da escola na
formação ou deformação dos adolescentes. Para Bonilauri (1985), os adolescentes
assimilam valores sociais na escola e é
... esta visão de mundo que orientará o adolescente na escolha
de um futuro papel expresso pela profissão pretendida. (...)
família e escola selecionam-se mutuamente, selando um pacto
resguardado por valores sociais compartilhados, em busca de
um papel social para as novas gerações. (Bonilauri, 1985)
RETORNA
6
Ainda considerando o tipo de educação que a escola impõe aos seus alunos,
mesmo que aparente negligência em relação a eles, evadidos ou não, com experiência de
fracasso ou não, Lorthios (1990) salienta que a escola não consegue passar uma imagem
que não esteja vinculada ao ensino e às práticas pedagógicas tradicionais que, segundo ela,
não canalizam as necessidades do aluno que possuem:
... um ímpeto notável para conhecer a si mesmo e a seus
semelhantes, na escola, praticamente nada denotou que esse
aluno tivesse captado a particularidade do seu aqui e agora em
termos étnicos e sociais. (Lorthios, 1990)
Uma outra autora, Diana Maria Noronha, discutindo o gosto pela leitura
entre os jovens chega a conclusão que estes, em geral, gostam de ler, mas que a escola além
de não desenvolver este gosto, acaba fazendo com que seus alunos se afastem da leitura,
pois esta é trabalhada de maneira impositiva. Assim, o que falta e o que os jovens esperam
é um "... efetivo diálogo entre aluno e professor, que favoreceria o trabalho com a leitura"
(Noronha, 1988). Para as autoras citadas, a escola não está cumprindo o seu papel;
inclusive estaria agindo contra uma verdadeira formação ao provocar insatisfação nos seus
alunos.
2.2 - Os alunos reagem à escola
Por outro lado, existe uma tendência que, sem negar que o tipo de
experiência vivenciada na escola é fator determinante da vida futura de seus alunos e sem
desconsiderar o caráter impositivo e restritivo desta experiência, enxerga nas atitudes dos
alunos um potencial de resistência às imposições sociais que são reforçadas e veiculadas
pela instituição escolar. É o caso, por exemplo, da evasão e da violência praticada na ou
contra a escola. Autores como Luís Carlos Sales (1995), Áurea de Carvalho Costa (1995) e
Áurea Maria Guimarães (1990) destacam que a atitude dos alunos diante do quadro que
lhes é apresentado não é de pura passividade. Pelo contrário, a decisão de evadir-se ou de
depredar a escola é uma resposta às promessas não cumpridas da escola. Quando os alunos
tomam consciência dos limites da escola e dos limites que ela impõe a eles próprios, podem
ocorrer movimentos que demonstrem a insatisfação que a escola produz neles. Estes
movimentos não visam a mudança de situação, pois em grande medida acabam adequando
seus agentes a uma realidade já dada, mas é um sinal de que não é só os educadores que
RETORNA
7
percebem as dificuldades que a escola enfrenta numa sociedade de classes e excludente
como a brasileira. Guimarães (1990) enfatiza que os atos de violência praticados na escola
são ambíguos, pois ao mesmo tempo em que são "utilitários", estes atos de depredação são
também "reações frontais" e "resistência passiva" dos alunos que expressam "... o desejo
irreprimível de viver e conviver, ainda que de forma conflitual". Costa (1995) também
ressalta este duplo significado dos fenômenos que ocorrem na escola. Para ela, "... a evasão
é uma das manifestações de improdutividade da escola e um gesto de resistência dos alunos
às pressões decorrentes da disciplina da escola e do mundo do trabalho". Além disso, a
evasão é percebida pelos evadidos como escolha pessoal, já que estes proclamam que "... a
escola não é a única via de ascensão social". Assim, se a escola é improdutiva, ela não
cumpre seu papel e, ainda, reforça a situação vigente de exclusão. No entanto, os alunos
percebem quais os limites que lhes são impostos e reagem a esta situação dentro do que é
previsto e permitido. Já Sales (1995), levantando a percepção de adolescentes que estão
fora da escola, conclui que a evasão é uma decisão que antes de significar resistência é
determinada pelas circunstâncias sociais. Porém, enfatiza que os adolescentes não encaram
passivamente a evasão, pois passam a ter uma "atitude realista" em relação aos estudos e
"elegem o trabalho como alternativa (ou justificativa), para explicar sua decisão de evadirse da escola", isto é, os adolescentes reelaboram sua experiência e a evasão passa de
conseqüência de uma determinada situação para uma atitude consciente diante dos limites
da escola.
2.3 - A defasagem da escola
Existem, ainda, estudos que fazem questão de deixar claro que a escola não
vem atendendo as aspirações, as necessidades e as expectativas de seus alunos,
principalmente (mas não só) no que diz respeito a escolha profissional. Estes estudos
ressaltam a importância de a escola adequar-se às novas exigências sociais, portanto, devem
rever seus objetivos gerais e específicos. Nesse sentido, Nícia Paschoal (1985), analisando
o discurso do adolescente chega às seguintes conclusões:
a.
1 ) modo de educar prevalecente na escola e na família, tal
qual o adolescente o experiencia, não está correspondendo as
a.
suas expectativas; 2 ) a educação na instituição escolar formal
RETORNA
8
está em descompasso com os pensamentos, sentimentos e
aspirações do adolescente. (Paschoal, 1985)
Ainda centrando a atenção ao tipo de educação oferecida pela escola, Maria
de Lourdes Rocha (1995) sugere uma interpretação da mesma natureza:
Verificou-se que a estrutura formal, as atividades rotineiras e os
conteúdos curriculares, fundados em formulações teóricas
ultrapassadas e sem qualquer conexão com as necessidades
individuais e sociais dos alunos, dificultam, quando não
impedem,
a continuidade de seus estudos até a 8
a.
série.
(Rocha, 1995)
Voltados para a questão da escolha de uma profissão e da profissionalização
propriamente dita, mais três estudos sugerem que a escola deve estar voltada para as
necessidades sociais e, portanto, deve orientar seus alunos para que suas escolhas façam
sentido para eles próprios e para a sociedade, pois sua satisfação depende da relevância
social da escolha efetuada. Anais Potier Peixoto (1984) tenta comprovar a "defasagem"
existente entre as "reais aspirações" profissionais dos alunos com as habilitações
profissionais propostas pela escola e pela legislação. Conclui que as profissões mais
valorizadas no mercado "... pouco têm a ver com as habilitações ..." que estavam sendo
implantadas naquele momento (1983/84) nas escolas públicas do Paraná. Wally Fonseca
Pereira (1981), comparando os objetivos do ensino de 2o. grau com as expectativas dos
alunos, ressalta que estes objetivos são aceitos integralmente pela clientela "... que em suas
respostas não retirou nem acrescentou nenhum outro objetivo diferente ...". O problema do
ensino de 2o. grau estaria então, na não efetivação dos objetivos propostos, pois "... esse é o
desejo de sua clientela"; tanto no que se refere à profissionalização quanto à formação
geral, já que os alunos desejam da escola o comprimento de suas promessas. Esta visão do
ensino de 2o. grau coloca em outro nível a defasagem da escola em relação às expectativas
dos alunos, ou seja, mesmo quando os adolescentes aceitam o tipo de educação que é
imposto pela instituição escolar, percebem que nem o que é proclamado é cumprido. Maria
Deusa de Medeiros (1988) objetivando caracterizar as aspirações educacionais e
ocupacionais dos concluintes de 1o. grau pertencentes às camadas populares, conclui que:
RETORNA
9
... as aspirações educacionais não constituem objetivos em si
(...) a educação é buscada como meio para permitir o acesso a
ocupações aspiradas pelos concluintes de baixa renda e por
seus familiares. Daí decorre que para os concluintes oriundos
o.
de camadas populares o ensino de 1 grau não atende as suas
aspirações educacionais e ocupacionais. (Medeiros, 1988)
Portanto, segundo essa interpretação, a escola é problemática porque não
possibilita a ascensão social para os elementos oriundos das classes populares, isto é, a
escola não está em sintonia com a realidade social ou, pelo menos, não consegue cumprir o
que é prometido. Ela deve atender ao objetivo de ascensão social numa sociedade capitalista
cada vez mais competitiva negligenciando a formação mais geral, pois é isto que pode
possibilitar a satisfação presente e futura dos alunos. Neste sentido, o estudo de Karen
Elisabete Nodari (1988) também evidencia que a questão da escolha de uma profissão deve
ser abordada tendo-se em vista uma perspectiva social, pois "... no momento de escolha de
uma profissão, [os alunos] estão mais preocupados com os fatores referentes ao contexto
socio-econômico do que com os fatores relativos ao indivíduo ..." (Nodari, 1988). Nos
estudos mencionados, fica evidente que a escola deve estar a serviço da sociedade e deve
atender aos interesses individuais em harmonia com os interesses sociais. À medida que a
"escolha" dos alunos refletem uma necessidade social, estes se sentem também
contemplados. Seus interesses individuais devem estar subordinados às necessidades
sociais. Essa é a posição que defendem os autores citados, pois a preocupação é com a
preparação das novas gerações para uma realidade que está pronta, deixando-se pouco
espaço para a reflexão e para a crítica.
2.4 – A importância do trabalho na formação das novas gerações
Uma possibilidade para se entender porque existe uma tendência que tenta
responder aos problemas da escola relacionando-os a uma suposta defasagem existente
entre aquela e as necessidades sociais, consiste em verificar qual é a posição que o trabalho
ocupa para os autores que a defendem. É possível que a ênfase que é dada para a
profissionalização como fator fundamental na formação dos indivíduos está ligada à grande
importância atribuída ao trabalho por estes autores nas suas investigações. O processo de
escolha profissional e de profissionalização não é entendido como algo estático, que define
apenas a ocupação futura, mas é um processo em construção que forma os indivíduos e
RETORNA
10
determina, em grande parte, a vida daqueles que tiveram a oportunidade de passar pela
escola. Portanto, um dos maiores problemas da escola é que ela não possibilita e não
permite uma verdadeira escolha por parte de seus alunos. Pode-se citar a dissertação de Ana
Leda Vieira Barreto (1994) como um exemplo da importância que é dedicada ao trabalho.
Sem menosprezar o valor da chamada formação geral, ela salienta que para os jovens
estudantes trabalhadores o trabalho "... ocupa o lugar central e, portanto, assume o
significado de instrumento epistemológico ..." (Barreto, 1994). Outra autora, Rosanna Rita
Silva (1995), investigando a concepção de trabalho entre adolescentes conclui que, tanto
para adolescentes da classe trabalhadora como para adolescentes burgueses, o trabalho
possui um forte conteúdo de busca de prazer, ou seja, é através dele que se atinge a
realização pessoal, seja o trabalho concebido como possibilidade de ascensão e de
sobrevivência pelas classes populares, seja ele entendido como carreira pela burguesia, na
qual entra com mais força o componente da escolha pessoal e com menos força a questão da
ascensão social.
Contudo, ressalte-se que existe uma interpretação distinta dessa em relação
ao trabalho como categoria fundamental para explicar as necessidades e expectativas dos
jovens e dos adolescentes. Com o fenômeno dos grupos juvenis, tenta-se estabelecer a
relação destes com a escola. Segundo tal interpretação, a escola é vista pelos jovens e
adolescentes como adversária, pois pretende promover a inserção do aluno no mundo do
trabalho, com o qual não há mais identificação. Nessa linha está o estudo de Maria Virgínia
de Freitas (1995) que identifica dois grupos de jovens: o primeiro, de origem rural, ainda
"... tem no trabalho um valor fundamental e busca valorizar sua força de trabalho através da
escola ..."; o segundo, de origem urbana, "... tem na rua um espaço privilegiado de
socialização, estabelece uma relação ambígua com a ética do trabalho [e] identifica-se
profundamente com a cultura juvenil ..." (Freitas, 1995). Ainda nessa linha, o estudo de
Maria Ornélia Marques (1995) enfatiza que a escola vive uma nova realidade, pois junto
com alunos trabalhadores (que naturalmente estão incluídos na faixa etária da juventude),
encontram-se alunos que podem ser classificados apenas como jovens, pois ou ainda não
ingressaram no mundo do trabalho, ou mantêm uma relação tensa com este. A autora parece
ir ainda mais longe quando sugere que mesmo entre os alunos que já trabalham, o mundo
do trabalho já não é uma referência central, pois o trabalho é encarado como coisa para o
RETORNA
11
futuro, já que o desejo é viver intensamente o tempo presente (Marques, 1995). Cabe
perguntar, como é possível e o que leva os jovens encararem o trabalho como coisa para o
futuro, se no presente a necessidade de trabalhar se impõe, ou ainda, em que bases este tipo
de interpretação foi construída. Dessa perspectiva, o problema da escola estaria em
desconsiderar esta nova realidade, em desconhecer seus alunos e suas necessidades, na
insistência em valorizar o trabalho como eixo educativo.
Tem-se, portanto, a inversão. Se na primeira interpretação a escola falha por
não preparar adequadamente seus alunos para as condições em que viverão; na segunda, ela
falha por insistir em algo que não diz mais respeito aos alunos e, talvez, a toda sociedade.
Mas, nas duas interpretações evidencia-se a importância da escola estar afinada com a
realidade que a cerca, ou seja, se é o trabalho que trará satisfação para os indivíduos deve-se
valorizá-lo, mas se se vive numa sociedade "pós-industrial", então a valorização do trabalho
pela escola não faz mais sentido.
É importante destacar, ainda, que em nenhum dos dois casos o trabalho
é visto como trabalho alienado. No primeiro, ele é encarado como fundamental para
a formação dos indivíduos, não se mencionando que tipo de trabalho é imposto e que
tipo seria o ideal. No segundo caso, mesmo com a crítica da visão anterior, não se
consegue responder porque as novas gerações não se identificam com o mundo do
trabalho, ficando-se apenas na constatação deste fenômeno. Também não é
caracterizado o tipo de trabalho que está sendo rejeitado.
3 – Considerações a respeito das dissertações e teses sobre adolescência no contexto
escolar
Para finalizar este trabalho, é importante apontar alguns elementos
encontrados que sinalizam para as características da produção acadêmica considerada.
Ficou claro que não existe uma orientação de pesquisa bem definida, mesmo quando se
observa somente os trabalhos produzidos por uma determinada instituição. No entanto,
algumas características comuns estão presente em grande parte da produção considerada. O
caso mais significativo é a presença da Pedagogia Histórico-Crítica ao longo de todo
RETORNA
12
período focalizado. Os autores que a utilizaram como referencial teórico, buscaram na
investigação a confirmação do caráter contraditório do processo pedagógico e da educação
escolar (Paula, 1995, p.143). Diante de uma escola que nada oferece aos seus alunos e que
ainda atua como parte integrante da estrutura social, que aprisiona não apenas as classes
populares, mas também as novas gerações à ordem estabelecida, buscou-se na “fala” dos
próprios sujeitos envolvidos na experiência escolar, indícios de que existe, por conta das
contradições e dos conflitos, espaço para que, na própria instituição escolar, seja construída
a contra-ideologia que irá desmascarar a ideologia dominante e criar uma nova concepção
de mundo (Medeiros, 1988, p.149). Alguns, indo mais além, evidenciaram a possibilidade
de fazer com que a escola se torne um instrumento da transformação social (Attab, 1989,
p.103). Outros ainda, defenderam a necessidade dos educadores atuarem como “intelectuais
orgânicos” das classes subalternas, numa referência ao conceito do autor italiano Antonio
Gramsci, mesmo quando não era citado explicitamente (Souza, 1995, p.76). Portanto, os
autores objetivaram superar as análises baseadas na teoria da reprodução social, apesar dos
dados encontrados ressaltarem a persistência dos elementos da ideologia dominante nas
opiniões, crenças, concepções e representações produzidas pelos sujeitos investigados. A
principal preocupação parece ter sido encontrar “pistas” sobre as formas de resistência
desenvolvidas contra as imposições sociais.
Outro traço comum aparece quando os autores comparam as necessidades,
expectativas e aspirações dos alunos com o tipo de educação que está sendo oferecida pela
escola. Todos concordam que a instituição escolar se encontra distante da realidade e do
cotidiano de sua clientela. Há aqueles que consideram que isso ocorre porque a escola está
defasada em relação às mudanças socioculturais que vêm ocorrendo nos últimos anos
(Guimarães, 1995, p.174). Outros explicam o fenômeno pela falta de compromisso dos
educadores com as classes populares ou com os alunos adolescentes (seres em formação)
(Santos, 1983, p.91 e Paschoal, 1985, pp.10-12). E outros ainda, apontam que a há um
desconhecimento da clientela, ou seja, as práticas pedagógicas são pouco significativas para
os alunos porque são impostas sem a consideração de que os alunos possuem desejos e
aspirações (Costa, 1993, p.203). Dessa forma, o que se propõe é uma adequação da
instituição escolar às necessidades concretas dos indivíduos e da sociedade. Os autores que
criticam o distanciamento da escola em relação ao cotidiano de seus alunos não
RETORNA
13
mencionaram, com exceção de Guimarães (1995) – que sugere à instituição escolar uma
prática que demarque sua diferença e seu espaço em relação à comunidade – qual seria a
distância exata entre as experiências que os adolescentes devem viver na escola e a
realidade que vivenciam em seu dia-a-dia. Desse modo, pode-se supor que, em
contraposição a uma escola completamente alheia ao contexto em que está inserida, sugerese que a instituição escolar permaneça totalmente integrada ao meio, ou seja, os objetivos
devem estar vinculados às necessidades imediatas que a clientela apresenta. No entanto, a
distância da escola em relação ao contexto social pode ser considerada um componente
importante à reflexão, à conscientização e à afirmação da personalidade, pois, a educação
escolar permite o contato com diferentes experiências. A escola deve sim, refletir sobre os
problemas que a sociedade enfrenta – drogas, violência, trabalho alienado etc – mas, deve
também proporcionar uma inserção na cultura, independentemente da classe social a qual
pertencem seus alunos. Por isso, não basta que seja adequada às necessidades de seus
alunos, é preciso que a escola tenha vida própria e que proporcione formação cultural.
Chega-se, então, a outro ponto comum da produção acadêmica analisada: a
escola deve ter como finalidade a satisfação das necessidades individuais e sociais. De
acordo com o que os autores apresentaram, as necessidades são definidas a partir das
experiências concretas e das aspirações manifestadas pelos indivíduos. Assim, pouco se
analisa e discute a forma como são constituídas estas necessidades. Não se valoriza o fato
de serem sempre históricas, ou seja, assim como o próprio gênero humano, as necessidades
são condicionadas pelos interesses sociais e pela dinâmica da sociedade. Não se está, com
isso, negando que existam necessidades vitais, mas chamando a atenção para o fato de que
é preciso considerar os elementos definidores do que é e do que não é necessário. Herbert
Marcuse (1979, p.28), destaca que, na sociedade tecnológica, prevalecem as “necessidades
repressivas”, que são aquelas impostas com o fim de controlar os indivíduos. São
necessidades que, definidas por interesses sociais dominantes, restringem o campo de
escolha. Como exemplo, pode-se citar o desejo de ter uma profissão e, assim, ascender na
escala social. A interiorização desta necessidade é obrigatória, pois do contrário, não há
possibilidade de ser aceito socialmente. Os estudos analisados indicaram que a preparação
para o mundo do trabalho é, para os alunos, a principal atribuição da escola. Sendo assim,
adequar a instituição escolar às necessidades de seus alunos significa priorizar a adaptação
RETORNA
14
ao que está estabelecido em detrimento da verdadeira formação. Por isso, ao se falar em
necessidades, é preciso identificar aquelas criadas pela racionalidade tecnológica, pois a “...
particularidade distintiva da sociedade industrial desenvolvida é a sufocação das
necessidades que exigem libertação ...” (Marcuse, 1979, p.28). A sociedade tecnológica faz
com que os indivíduos permanecem presos ao “reino da necessidade”, pois, a escassez e as
novas necessidades continuam se reproduzindo, apesar da diminuição do tempo que é
preciso para a produção das condições de existência, proporcionada pelo avanço científico
e pelo progresso técnico. E o “reino da liberdade” vai ficando cada vez mais distante,
justamente porque as necessidades produzidas pelo “reino da necessidade” continuam
impedindo aos indivíduos, que conheçam o que é a liberdade, pois, estes estão aprisionados
na ordem estabelecida. A despeito destas considerações, pode-se concluir que as
dissertações e teses analisadas menosprezaram o fenômeno da imposição das necessidades
aos indivíduos. A postura predominante é assumir aquilo que os alunos, suas famílias e a
própria sociedade aspiram da educação escolar, quase sem nenhuma reflexão sobre o
caráter determinado das necessidades.
Para finalizar, é possível dizer que continua sendo importante analisar a
escola e a sua relação com a sociedade, pois é fundamental para se conhecer quais as reais
funções que a instituição escolar desempenha. Antes de se esperar que a educação exerça
determinados papéis é necessário identificar o que, de fato, é possível fazer diante das
condições concretas. Um traço importante apresentado pela produção acadêmica
considerada é a atribuição de finalidades à escola sem que, para isso, os autores tivessem se
debruçado sobre o tipo de relação que a instituição escolar mantém com a totalidade social.
Assim, dizer que é através de uma prática pedagógica compromissada com as
transformações sociais, que se dará emancipação das classes populares é menosprezar os
limites impostos pela própria sociedade. Não que a escola não possa vir a desempenhar um
papel importante no processo de emancipação social, mas o que se está querendo dizer é
que só é possível determinar quais são as reais possibilidades da escola após o
conhecimento da própria lógica em que está inserida, caso contrário, pode-se até defender
posições que não transcendam, mas confirmem e ratifiquem a ordem estabelecida.
Além da necessidade de se investigar como são estabelecidas as relações
entre escola e sociedade, também é importante o conhecimento da própria realidade escolar.
RETORNA
15
O exame das dissertações e teses reafirmou esta necessidade. É preciso orientar a
investigação sobre o fenômeno educativo para o interior da instituição escolar, pois
somente assim se compreende seu funcionamento e o verdadeiro papel que desempenha a
educação em nossa sociedade. O cotidiano escolar pode revelar também como as
experiências dos sujeitos envolvidos influenciam o seu próprio desenvolvimento. Também
é importante que a pesquisa em educação dê mais atenção aos destinatários da educação
escolar. A produção considerada neste trabalho tem o mérito de realizar esta tarefa. No
entanto, ainda é muito reduzido o número de pesquisadores que prestam atenção naquilo
que os alunos têm a dizer sobre a escola e sobre as experiências que vivenciam em seu
interior (as dissertações e teses selecionadas representam apenas 0,8% da produção
acadêmica em educação). Sem dúvida, juntamente com a compreensão dos fenômenos
específicos do cotidiano escolar, o conhecimento das características, das aspirações e das
expectativas expressadas pelos alunos são de extrema importância para o avanço do
conhecimento na área da educação.
Em relação ao papel que os pesquisadores da educação vêm destinando à
escola, é interessante fazer algumas considerações. Se a instituição escolar e os educadores
atuam como um instrumento de alienação e de adaptação das novas gerações à ordem
estabelecida (Adorno, 1995, p.112), caberia à escola e aos educadores a não difusão de
ilusões tanto em relação a própria educação como em relação àquilo que os alunos
encontrarão no momento em que forem chamados a ingressarem no mundo adulto. Theodor
W. Adorno no artigo “Tabus acerca do magistério” (1995, pp.97-117) aponta algumas
daquelas que deveriam ser práticas de uma educação escolar voltada para a
individualização dos sujeitos numa sociedade como a que vivemos. Em primeiro lugar, é
necessária uma auto-reflexão crítica sobre a opressão que ocorre na escola, isto é, perceber
até que ponto a experiência escolar impede “... a liberdade intelectual e a formação do
espírito” (Adorno, 1995, p.116). Em seguida, é preciso que se volte a educação para a
“desbarbarização” dos indivíduos, mesmo sabendo que “... a escola tem apenas condições
mínimas de resistir ...” a barbárie gerada pela sociedade (idem, p.117). Nesse sentido, é
necessário contrapor-se a qualquer tipo de violência, seja ela praticada no interior da
instituição escolar, seja ela praticada pela própria sociedade. É preciso também, que a
educação se volte contra a formação de carrascos, de algozes que, em verdade, estão agindo
RETORNA
16
contra seus próprios interesses (idem, p.139); são pessoas que estão, ao praticarem a
violência, assassinando a si mesmos, pois renunciam à chance de se desenvolverem como
sujeitos autônomos. Para Adorno é possível empreender contra a barbárie “... algo mediante
a educação e o esclarecimento” (idem, p.138).
Se a realidade objetiva empurra os indivíduos para a heteronomia, a
educação não pode sozinha desenvolver sujeitos autônomos e emancipados, mas pode estar,
pelo menos, vislumbrando as possibilidades de sua realização. Contudo, é importante
chamar a atenção para o fato de que se vive em uma sociedade em que os modelos culturais
impõem também as formas de se encarar o futuro, ou seja, apenas como o aperfeiçoamento
do existente. Portanto, fica difícil imaginar o que seria a liberdade, a autonomia e a
emancipação fora da racionalidade tecnológica. Mesmo assim, pode-se tomar como ponto
de partida o próprio projeto burguês de indivíduo que na sua origem previa a libertação da
humanidade de todas as formas de dominação. A educação pode contribuir com a
realização desse projeto, mas desde que, ao mesmo tempo, faça a crítica de seus limites,
denunciando seu fracasso e rompendo com a lógica da sociedade tecnológica e com o
nivelamento proposto pela indústria cultural. Desse modo, a escola poderia assumir um
papel importante na luta contra a dominação, a barbárie e a violência, ao mesmo tempo em
que luta também a favor da autonomia e do esclarecimento, mesmo sabendo-se que tudo
isto só é possível se toda a sociedade se modificar, inclusive na sua base material.
RETORNA
17
Referências bibliográficas
ADORNO, Theodor W. “De la relación entre sociología y psicología” in Actualidad de la
filosofía. Tradução de José Luis Arantegui Tamayo. Barcelona: Paídos, 1991, pp.135204.
__________________. Educação e emancipação. Tradução Wolfgang Leo Maar. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1995.
__________________. Palavras e sinais: modelos críticos 2. Tradução: Maria Helena
Ruschel. Petrópolis: Vozes, 1995A.
__________________. “Teoria da semicultura” in Educação e sociedade, ano XVII, No. 56,
dezembro/1996, pp.389-411.
ADORNO, Theodor W. & HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento. Tradução:
Guido Antônio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1985.
____________________________________________. Temas básicos da sociologia.
Tradução: Álvaro Cabral. 2a. ed. São Paulo: Cultrix, 1978.
MARCUSE, Herbert. A ideologia da sociedade industrial: o homem unidimensional.
Tradução: Giasone Rebuá. 5a. ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1979.
_________________. Cultura e sociedade. Vol. 1. Tradução: Wolfgang Leo Maar, Isabel
Maria Loureiro e Robespierre de Oliveira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
_________________. Eros e civilização. Tradução: Álvaro Cabral. 7a. ed. Rio de Janeiro:
Zahar, 1978.
_________________. “Estudo sobre a autoridade e a família” in Idéias sobre uma teoria
crítica da sociedade. Tradução: Fausto Guimarães. 2a.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1981,
pp.56-59.
RETORNA
18
Dissertações e teses sobre adolescência no contexto escolar
PUC/SP
ATTAB, Jesus José. O mundo da escola rural nas representações sociais de seus egressos:
um estudo de caso em Potirendaba - SP. Dissertação de mestrado. PUC/SP, 1990.
BRAGA, Selma Ambrozina de Moura. O fracasso escolar nas vozes de um grupo de 5a. e 8a.
séries, integrantes de um Clube de Ciências e Cultura. Dissertação de mestrado. PUC/SP,
1995
FAGALI, Eloísa Quadros. Necessidades expressas por estudantes do 1o. grau com sucesso e
insucesso escolar e opinião do corpo orientador da escola sobre as aspirações dos
alunos. Dissertação de mestrado. PUC/SP, 1981.
FINI, Lucila Diehl T. A situacionalidade da psicologia educacional: a adolescência nos
cursos de licenciatura da UNICAMP. Tese de doutoramento. PUC/SP, 1987.
LORTHIOS, Marie-Celine G.R.Flório. A escola reconsiderada a partir do discurso de alunos.
Dissertação de mestrado. PUC/SP, 1990.
MARQUES, Dirce da Glória Cusato. Causas de sucesso e fracasso escolar percebidas por
alunos de 2o.grau: uma análise atribucional. Dissertação de mestrado. PUC/SP, 1987.
PASCHOAL, Nícia. O discurso do adolescente: um enfoque fenomenológico-hemernêutico.
Tese de doutoramento. PUC/SP, 1985.
ROCHA, Maria de Lourdes. O ensino fundamental na escola pública paulista: um estudo da
questão sob a ótica de alunos de 7a. e 8a. séries do 1o. grau. Tese de doutoramento.
PUC/SP, 1995.
SALLES, Leila Maria F. A representação social do adolescente e da adolescência: um
discurso contrastante entre o genérico e o particular - um estudo em escolas públicas do
estado de SP. Tese de doutoramento. PUC/SP, 1993
UFRGS
BEYER, Hugo Otto. O ensaio do sentido da vida do adolescente na escola. Dissertação de
mestrado. UFRGS, 1988.
LACERDA, Miriam Pires C. de. Vida e morte: o drama dos adolescentes - abordagem de um
educador com vistas à educação. Dissertação de mestrado. UFRGS, 1990.
NODARI, Karen Elisabete Rosa. O dilema da escolha profissional: dificuldades, limitações,
perspectivas. Dissertação de mestrado. UFRGS, 1988.
RETORNA
19
NORONHA, Diana Maria Corrêa. A escola e o leitor: um diálogo possível ? Dissertação de
mestrado. UFRGS, 1988.
OLIVEIRA, Cláudia Regina de. O fenômeno da violência em duas escolas: um estudo de
caso. Dissertação de mestrado. UFRGS, 1995.
OLIVEIRA, Valeska Maria F. de. Imaginário social e a escola de 2o. grau: um estudo com
adolescentes. Tese de doutoramento. UFRGS, 1995.
SANTOS, Ana Pujol V. dos. Nível de espírito crítico em adolescentes matriculados na 3a.
série do 2o.grau de escolas públicas de Porto Alegre. Dissertação de mestrado. UFRGS,
1984.
STUMFF, Maria da Conceição Tassinari. A escolha profissional na adolescência: história de
uma opção. Dissertação de mestrado. UFRGS, 1992
PUC/RJ
CASCAES, Ana Maria Ribeiro. Caracterização socio-econômica-educacional do repetente
escolar na 1a. série do 2o. grau no Instituto Estadual de Educação - SC. Dissertação de
mestrado. PUC/RJ, 1981.
COSTA, Isolda Reis Alves da. Os melhores amigos: o uso das drogas e a visão de mundo de
jovens das camadas médias urbanas. Dissertação de mestrado. PUC/RJ, 1993.
GUIMARÃES, Maria Eloísa. A escola, as galeras e o narcotráfico. Tese de doutoramento.
PUC/RJ, 1995.
MEDEIROS, Maria Deusa de. Aspirações educacionais e ocupacionais dos alunos
concluintes de 1o. grau oriundos da camadas populares: análise e interpretação do
processo de sua estruturação e manifestação. Tese de doutoramento. PUC/RJ, 1988.
PAULA, Amélia Medeiros de. O aluno de 5a. e 8a. séries oriundos das camadas populares e
suas representações da escola. Dissertação de mestrado. PUC/RJ.
SOUZA, Gláucia Regina Raposo de. Repetentes e pseudo-desistentes da 1a. série do 2o. grau:
o que pensam, o que pensam deles. Dissertação de mestrado. PUC/RJ, 1995.
SOUZA, Targélia Ferreira B. de. Jovens adolescentes: a expressão do social no cotidiano
escolar. Dissertação de mestrado. PUC/RJ, 1987.
UNICAMP
BASSO, Rita. Representações sociais dos alunos de 2o. grau. Dissertação de mestrado.
UNICAMP, 1984.
RETORNA
20
BRUNS, Maria Alves de Toledo. Evasão escolar: causa e efeitos psicológicos e sociais.
Dissertação de mestrado. UNICAMP, 1985.
CASTRO, Elba Irene Diaz. Representações sociais em estudantes trabalhadores. Dissertação
de mestrado. UNICAMP, 1984.
GUIMARÃES, Áurea Maria. A depredação escolar e a dinâmica da violência.. Tese de
doutoramento. UNICAMP, 1990.
RONCA, Paulo Afonso Caruso. Convivendo com a maconha. Tese de doutoramento.
UNICAMP, 1985.
UFBA
BARRETO, Ana Leda Vieira. O currículo da escola de 1o. grau e o trabalho de jovens
trabalhadores: o significado da construção do conhecimento nesta relação. Dissertação
de mestrado. UFBA, 1994.
MACEDO, Marle de Oliveira. Universidade social e educação de jovens componentes de
bandas musicais na sociedade de massa. Dissertação de mestrado. UFBA, 1995.
NUNES, Antonietta de Aguiar. Lutando para estudar: o aluno e a escola média noturna em
Salvador. Dissertação de mestrado. UFBA, 1995.
USP
MARQUES, Maria Ornélia da Silveira. Os jovens na escola noturna: uma nova presença.
Tese de doutoramento. USP, 1995.
FREITAS, Maria Virgínia de. Jovens no ensino noturno: diversidade de experiências.
Dissertação de mestrado. USP, 1995.
UFPR
PEIXOTO, Anais Potier. A função dialética da escola face as aspirações de estudantes das
últimas séries do 1o. grau. Dissertação de mestrado. UFPR, 1984.
SILVA, Rosanna Rita. A concepção de trabalho entre adolescentes no contexto do pósmodernismo. Dissertação de mestrado. UFPR, 1995
UFES
LOPES, Maria José. O aluno evadido de 2o. grau noturno e a sua percepção da escola: um
estudo de caso. Dissertação de mestrado. UFES, 1985.
ZAMBON, Nagila Jabour. Ensino de 2o. grau: os não-evadidos, suas expectativas e
aspirações. Dissertação de mestrado. UFES, 1986.
RETORNA
21
UFRJ
BARUFFI, Helder. Necessidades dos alunos das escolas do meio rural e periferia urbana da
região do meio-oeste catarinense a serem atendidas pelo orientador educacional.
Dissertação de mestrado. UFRJ, 1984.
PEREIRA, Wally Fonseca Chan. Relação entre os objetivos do ensino de 2o. grau e as
expectativas de sua clientela em escolas do município do RJ. Dissertação de mestrado.
UFRJ, 1981.
UFF
ALVES, Magda Anachoreta. Inscrições murais: um novo grafismo. Dissertação de mestrado.
UFF, 1985.
IESAE
BONILAURI, Ana Rosa Chopard. Relações entre a escolaridade do adolescente e a
antecipação do desempenho de um papel social. Dissertação de mestrado. IESAE, 1985.
UFMG
COELHO, Suzana Lanna Burnier. A disciplina dos indisciplinados: código de normas e
valores de jovens favelados de uma área industrial. Dissertação de mestrado. UFMG,
1992.
UFSCar
COSTA, Áurea de Carvalho. Evasão escolar: as palavras dos alunos e as meias palavras dos
dados oficiais. Dissertação de mestrado. UFSCar, 1995.
UFMS
LIMA, Hélio de. A invasão das "guangues". Dissertação de mestrado. UFMS. 1994.
UFRN
RAMOS, Ana Maria C. Escola X Indústria: o papel da escola na formação da percepção
crítica dos meios. Dissertação de mestrado. UFRN, 1983.
UFPI
SALES, Luís Carlos. Escola, trabalho e mobilidade social. Dissertação de mestrado. UFPI,
1995.
Download

A PRODUÇÃO ACADÊMICA SOBRE A EDUCAÇÃO ESCOLAR DO ALUNO