Investigação de evolução desfavorável em casos de hanseníase tratada com esquema ROM no HUCFF/UFRJ Viviane Viviane A A Medeiros, Medeiros, Maria Maria Kátia Kátia Gomes, Gomes, C C M M T T Martelli, Martelli, B B G G Bazzo, Bazzo, M M B B Costa, Costa, Juan Juan Piñeiro-Maceira, Piñeiro-Maceira, Maria Maria Leide Leide W W Oliveira Oliveira Serviço de Dermatologia, Serviço de Anatomia Patológica e Curso de Pós-Graduação HUCFF-UFRJ e Faculdade de Medicina - Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública - UFG Introdução O aumento do número de casos de hanseníase PB, com lesão única, sem acometimento neural periférico é conseqüência da política de diagnóstico precoce e tratamento poliquimioterápico imediato, implantada pela OMS à partir da década de 80. Na tentativa de elevar a aderência ao tratamento e consequentemente reduzir a prevalência da doença, foi recomendado em 1997 o esquema ROM (Rifampicina, Ofloxacina e Minociclina), em dose única , para pacientes paucibacilares de lesão única sem acometimento neural periférico. Caso 3/2004: Clínica da intercorrência pós-ROM Materiais e Métodos Foram revisados os casos de 60 pacientes com hanseníase PB/lesão única, selecionados por critérios clínico, baciloscópico e histopatológico, tratados com o esquema ROM/dose única no HUCFF / UFRJ, 01 dos centros de recrutamento da Coorte Multicêntrica ROM no Brasil. Estes pacientes foram acompanhados regularmente por 36 meses após o tratamento e ainda permaneceram vincu-lados ao serviço, para que retornassem, em qualquer tempo, caso surgissem CASO CLÍNICO DESCRIÇÃO DA LESÃO EVOLUÇÃO lesões ou sinais suspeitos de atividade da doença. São apresentados 5 casos MHI, com lesões de tamanhos variados, de até 5 cm.. No intervalo entre 2 e 6 anos apósdose única ROM, esses pacientes evoluíram de forma desfavorável (1 neurite ulnar esquerda, 1 reação reversa-MHBT, 1 MHBB e 2 MHBV), indicando a necessidade de retratamento com os esquemas de poliqui-mioterapia habituais e/ou uso de corticóide sistêmico. CONDUTA CASO 1 1998: Mácula hipocrômica, de limites mal definidos, de 2,5cm de diâmetro, em face lateral do MIE ROM em 1998. Seis anos após (2004), mácula discretamente eritematosa de limites mal definidos no mesmo local da anterior, de 12cm > diâmetro. HP compatível com MHBL Wade positivo PQT/MB CASO 2 1998: Mácula hipocrômica de 3cm de diâmetro, com limites bem definidos, em face interna do MID ROM em 1998. Quatorze meses após (1999), surgiram 2 placas eritêmato-infiltradas, uma no dorso nasal e outra em região malar esquerda. Cada uma com aproximadamente 3cm de diâmetro, além de reaparecimento da lesão inicial, com as mesmas características. Baciloscopia negativa e HP compatível com Reação Reversa Feitos 3 ciclos de prednisona, na dose inicial de 1mg/kg/dia, sem regressão das lesões. Foi então iniciada PQT/PB também sem resposta clínica. Iniciada PQT/MB, ainda em curso CASO 3 1998: Mácula hipocrômica de 3,5cm de diâmetro, com limites bem definidos em MSD ROM em1998. Seis anos após (2004), quadro de reação mista: placa eritêmato-infiltrada com cerca de 12cm de diâmetro, em MSD (no mesmo local da lesão anterior), lesões nodulares em face e edema das mãos. Biópsia compatível com MHBL. Baciloscopia positiva PQT/MB Reação mista: prednisona (1mg/kg/dia) +e talidomida 200mg/ dia, com excelente resposta clínica CASO 4 1998: Mácula hipocrômica de cerca de 2cm de diâmetro, com limites bem definidos, em MSE ROM em 1998. Dois anos após (2000): placa eritematoinfiltrada, de limites externos espraiados, com tendência à cura central, em cotovelo de MSE. Baciloscopia negativa. Biópsia compatível com MHBV com Wade positivo PQT/MB CASO 5 1997: Mácula hipocrômica ROM em 1997. de 8cm de diâmetro, com Trinta dias após, apresentou neurite de nervo limites bem definidos, em ulnar face interna de MSE (trajeto do nervo ulnar). Sem neurite ao diagnóstico Tratamento com prednisona 1mg/Kg/dia, com resolução completa da neurite. Reavaliada em 2004, apresentando somente mácula hipocrômica residual, hipoestésica , na mesma área-MSE, com grau zero de incapacidade física Discussão/Conclusão Nossos resultados reiteram a recomendação do Grupo de Estudo da Coorte Multicênctrica ROM no Brasil e do Ministério da Saúde de que este esquema ROM/dose única permaneça em Unidades de Referência com manutenção de vínculo com os Serviços de Saúde que possibilite a detecção imediata de evolução desfavorável para formas clínicas MB, episódios de neurites periféricas e/ou reações reversas. E-mail: [email protected] Caso 1/2004: Clínica da intercorrência pós-ROM Apoio: Caso 2/2004: Clínica da intercorrência pós-ROM Caso 3/2004: Clínica da intercorrência pós -ROM Bibliografia Caso 3/2004: Após início da PQT -MB e tratamento da reação mista 1. Gomes MK. Características clínicas, epidemiológicas e imunológicas dos pacientes com hanseníase PB/lesão única tratados com ROM/dose única: coorte multicêntrica. Rio de Janeiro, 1999 (Tese de Mestrado). Rio de Janeiro: Faculdade de Medicina da UFRJ, 1999. 2. Martelli CMT, Stefani MM, Gomes MK, Rebello PF, Peninni S, Narahashi K et al. Single lesion paucibacillary leprosy: baseline profile of the Brazilian Multicenter Cohort Study. Int J Lepr Other Mycobact Dis 2000;68(3):247-57. 3. Costa MB, Cavalcanti Neto PF, Martelli CM, Stefani MM, Maceira JP, Gomes MK, et al. Distinct histopathological patterns in single lesion leprosy patients treated with single dose therapy (ROM) in the Brazilian Multicentric Study. Int J Lepr Other Mycobact Dis 2001;69(3):177-86. 4. Gomes MK. Pacientes com hanseníase PB/lesão única tratados com ROM/dose única: avaliação de progressão da doença em coorte multicêntrica (1997-2001), Rio de Janeiro, 2004 (Tese de Doutorado). Rio de Janeiro: Faculdade de Medicina da UFRJ, 2004. HUCFF-UFRJ