SOCIEDADE BRASILEIRA DE FITOPATOLOGIA FITOPATOLOGIA BRASILEIRA Brazilian Phytopathological Society Fundada em 22 de julho de 1966 Founded in July 22, 1966 Endereço/Address: SGAS 902 Edifício Athenas – Bloco B, Salas 102/103 70390-020 Brasília, DF Fone: 61 - 3225.2421, E-mail: [email protected] http://www.sbfito.com.br DIRETORIA/STAFF MEMBERS Presidente/President Luiz Eduardo Bassay Blum Universidade de Brasília, Brasília, DF Vice-Presidente/Vice President Armando Bergamin Filho Brazilian Phytopathology Revista Oficial da Sociedade Brasileira de Fitopatologia Official Publication of the Brazilian Phytopathological Society ISSN 0100-4158 Comissão Editorial/Editorial Committee (2006 - 2008) Endereço/Address: Cx. Postal 3066, 37200-000, Lavras, MG Fone: 35 - 3829.1479, e-mail: [email protected] http://www.sbfito.com.br/fb Presidente/President Ludwig H. Pfenning Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG Editores Adjuntos/Assistant Editors ESALQ, Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP Carlos R. Casela Diretor Administrativo/Administrative Director Renato de Oliveira Resende Mario Lucio V. de Resende Universidade de Brasília, Brasília, DF Tesoureiro/Treasurer Juvenil Enrique Cares Universidade de Brasília, Brasília, DF Secretário/Secretary José Luiz Bezerra Comissão do Plano da Lavoura Cacaueira, Itabuna, BA CONSELHO FISCAL/COUNCIL Luadir Gasparotto Embrapa Amazônia Ocidental, Manaus, AM Sami Jorge Michereff Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE Ailton Reis Embrapa Hortaliças, Brasília, DF Edson Ampélio Pozza Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG Valmir Duarte Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas, MG Univ. Federal de Lavras, MG Editores Associados/Associate Editors Álvaro M. Rodrigues Almeida, Embrapa Soja, Londrina, PR David de Souza Jaccoud Filho, Univ. Estadual de Ponta Grossa, PR Erlei Melo Reis, Univ. de Passo Fundo, RS Francisco F. Laranjeira, Embrapa Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas, BA Francisco Murilo Zerbini, Univ. Federal de Viçosa, MG Gary Odvody, Texas A&M University, Corpus Christi, EUA Gilvan Pio-Ribeiro, Univ. Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE John C. Sutton, University of Guelph, Canadá José Luís Bezerra, Comissão do Plano da Lavoura Cacaueira, Itabuna, BA José Maurício C. Fernandes, Embrapa Trigo, Passo Fundo, RS Laércio Zambolim, Univ. Federal de Viçosa, MG Luadir Gasparotto, Embrapa Amazônia Ocidental, Manaus, AM Luis Eduardo Aranha Camargo, ESALQ - USP, Piracicaba, SP Marciel João Stadnik, Univ. Federal de Santa Catarina, SC Marcos Paz S. Câmara, Univ. Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE Marisa A.S.V. Ferreira, Univ. de Brasília, DF Nilceu R.X. Nazareno, Inst. Agronômico do Paraná, Curitiba, PR Regina Maria D.G. Carneiro, Embrapa Recursos Genéticos, Brasília, DF Reginaldo da Silva Romeiro, Univ. Federal de Viçosa, MG Robert W. Barreto, Univ. Federal de Viçosa, MG Romero M. Moura, Univ. Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE Valmir Duarte, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS Wagner Bettiol, Embrapa Meio Ambiente, Jaguariúna, SP Wolfgang Osswald, Technical University Munich, Alemanha Fitopatologia Brasileira/Sociedade Brasileira de Fitopatologia - v.1, n.1, (1976) - Brasília: SBF, 1976Bimestral Trimestral Quadrimestral Título anterior: Revista da Sociedade Brasileira de Fitopatologia, v.1-0. 1967-1976. Anual. ISSN 0100-4158 1. Patologia Vegetal - Periódico. 2. Fitopatologia - Periódico. I. Sociedade Brasileira de Fitopatologia. CDD 632.05 Editoração e arte/Composition Peterson Cavalin Impressão e acabamento/Printing Gráfica e Editora Clichetec Ltda. Fone: 44 3224.9828, Maringá PR Data da Impressão/Printing Date 16 de julho de 2007 / July 16th, 2007 Tiragem/Printed copies 1400 cópias / 1400 copies Scientific Electronic Library OnLine: http://www.scielo.br Indexado em / indexed in: Agrícola (USDA - NAL) Binagri - Agrobase (MAPA) Biological Abstracts Biosis Previews CAB Abstracts CAS Databases DOAJ - Directory Open Access Journals ISI Latindex VOL. 32 SUPLEMENTO Agosto / August 2007 SUMÁRIO / CONTENT XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia XL Annual Meeting of the Brazilian Phytopathological Society PALESTRAS - SIMPÓSIOS .................................................................................................................................................................. 007 RESUMOS .............................................................................................................................................................................................. 109 ÍNDICE AUTORES - PALESTRAS E SIMPÓSIOS ........................................................................................................................... 333 ÍNDICE DE AUTORES .......................................................................................................................................................................... 335 ÍNDICE DE HOSPEDEIROS ................................................................................................................................................................ 359 ÍNDICE DE PATÓGENOS .................................................................................................................................................................... 361 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia XL Annual Meeting of the Brazilian Phytopathological Society Maringá, PR - 13 a 17 de agosto de 2007 Maringá, PR - August 13th - 17th, 2007 COMISSÃO ORGANIZADORA / ORGANIZATION COMMITTEE Presidente João Batista Vida Universidade Estadual de Maringá Comitê Cultural e Social Sônia Lúcia Maciel Universidade Estadual de Maringá Maristela Dalla Pria Vice-Presidente Dauri José Tessmann Universidade Estadual de Maringá Tesoureiros Wilson Story Venâncio Universidade Estadual de Ponta Grossa Dauri José Tessmann Universidade Estadual de Maringá Secretários Eliezer Rodrigues de Souto Universidade Estadual de Maringá Sônia Lúcia Maciel Universidade Estadual de Maringá Comitê Técnico Científico Kátia Regina Freitas Schwann Estrada Universidade Estadual de Maringá William Mário de Carvalho Nunes Universidade Estadual de Maringá Maria Júlia Corazza Nunes Universidade Estadual de Maringá David Jaccoud Souza Filho Universidade Estadual de Ponta Grossa Marcelo Giovanetti Canteri Universidade Estadual de Londrina Nilceu R.X. de Nazareno IAPAR Comitê de Captação de Recursos Wilson Story Venâncio Universidade Estadual de Ponta Grossa Dauri José Tessmann Universidade Estadual de Maringá Marçal Zuppi da Conceição ANDEF Comitê de Informática e Logistíco Claudia Regina Dias Arieira Universidade Estadual de Maringá William Mário de Carvalho Nunes Universidade Estadual de Maringá Universidade Estadual de Ponta Grossa Comitê de Divulgação Ademir Assis Henning Embrapa Soja Álvaro Figueiredo dos Santos Embrapa Florestas Áurea Tomoko M. Kamikoka Universidade Estadual de Ponta Grossa Cacilda Márcia Duarte Rios Faria Universidade Estadual do Centro Oeste Celso Auer Embrapa Florestas Claudia Vieira Godoy Embrapa Soja Débora Cristina Santiago Universidade Estadual de Londrina Francislene Angeloti Embrapa Semi-Árido Louise Larissa May de Mio Universidade Federal do Paraná Martin Homechim Universidade Estadual de Londrina Odair Mazia EMATER Rafael Moreira Soares Embrapa Soja Regina Maria Villas Boas de Campos Leite Embrapa Soja Rui Pereira Leite Júnior IAPAR Solange Maria Bonaldo Faculdade Integrado de Campo Mourão Solange M. de T. P.G. Carneiro IAPAR Y.R. Metha IAPAR COMISSÃO DE APOIO Alessandra Tenório Costa Aline Maria Orbolato Gonçalves Anderson Graciano Feliciano Antonio Augusto Lazarini Barbosa Carlos Alexandre Zanutto Claudia Regina Scapin Daniela Alves dos Santos Morita Fernanda Santos Marcuz Francielli Gasparotto José Junior Severino José Petruise Ferreira Junior Júlio César Tocacelli Colella Leonardo Bertonha Luciana Tezin Marcelo Paes Penharbel Marcos de Araújo Rodovalho Marilda Pereira Caixeta Mauro José Moreira Patrícia Rosin Carnelossi Ronilda Lana Aguiar Rosa Gabriella Vargas Tatiane Cristina Albuquerque Alves PALESTRAS E SIMPÓSIOS § XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia PALESTRA DE ABERTURA § 13/08/2007 AGRICULTURA, FITOPATOLOGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Armando Bergamin Filho. ESALQ, Universidade de São Paulo, Caixa Postal 9, 13418-900 Piracicaba-SP. E-mail: abergami@ esalq.usp.br. Agriculture, plant pathology and sustainable development. RESUMO Sustentabilidade é definida dentro de um contexto sistêmico e não em relação a apenas alguns componentes do sistema, como doenças, culturas ou inputs. Sistemas sustentáveis caracterizam-se por apresentar, dentro de um período de tempo suficientemente longo, comportamento dentro de faixas normais de operação quando alimentados por inputs estáveis. Possíveis ameaças à sustentabilidade de um sistema podem ser classificadas como (i) ameaças internas ou (ii) ameaças externas. Ambas levam à insustentabilidade mas as ameaças internas são mais sérias que as ameaças externas. Agricultura sustentável implica na habilidade de sistemas agrícolas permanecerem produtivos a prazos suficientemente longos, com custos econômicos e ambientais socialmente aceitáveis. Agricultura sustentável pode ser definida num sentido estrito e num sentido pragmático. O primeiro é baseado no conceito de Fator Social Total de Produtividade (do inglês Total Social Factor Productivity - TSFP), tem sentido absoluto e definição operacional difícil. O segundo, por outro lado, permite a conceituação de agroecossistemas com diferentes graus de sustentabilidade e considera mais sustentáveis aqueles sistemas que, dados inputs e outputs semelhantes, (i) usam menos inputs não-renováveis e/ou (ii) usam menos inputs externos renováveis. De acordo com esta abordagem, portanto, é mais razoável tentar reduzir o número e o impacto das ações insustentáveis do que pretender atingir um estado absoluto de sustentabilidade que, na prática, pode não existir. Em vista disso, no contexto do manejo de doenças de plantas, o caminho para a sustentabilidade passa pela abordagem do manejo integrado de pragas e doenças (do inglês Integrated Pest and Disease Management - IPDM). SISTEMAS SUSTENTÁVEIS Sistemas estáveis caracterizam-se por apresentar variação de comportamento dentro de sua faixa normal de operação, mesmo que tal ocorra com o uso de inputs crescentes. Sistemas sustentáveis, por sua vez, também implicam em comportamentos dentro de faixas normais de operação, mas, diferentemente dos sistemas estáveis, pressupõem inputs estáveis. Sistemas devem ser modelados de forma a permitir a definição clara tanto das características como das configurações de seus elementos que levam à sua sustentabilidade ou à sua insustentabilidade. As possíveis ameaças à sustentabilidade de um sistema podem ser classificadas de duas formas: (i) ameaças internas e (ii) ameaças externas. Ambas levam igualmente à insustentabilidade, mas a visão sistêmica do processo, principalmente sob o ponto de vista do projeto e da operação de sistemas, permite julgar a importância relativa dos dois tipos de ameaça: as internas são mais sérias que as externas. Há autores, inclusive, que não consideram eventuais disfunções do sistema devidas a fatores externos como indicadoras de insustentabilidade. Além desses, três pontos adicionais merecem ser discutidos: (i) sistemas não têm delimitação natural; a delimitação depende do problema que a abordagem sistêmica espera resolver; (ii) tanto o conceito de sustentabilidade quanto o de estabilidade pressupõem a dimensão tempo; sua duração depende do sistema estudado e do objetivo do estudo; (iii) sistemas sustentáveis implicam na possibilidade de ocorrência de disfunções bem definidas, que podem levar o sistema a comportamentos fora de sua faixa normal de operação; não se pode, assim, chamar de sustentável um sistema incapaz de falhar, seja por motivos lógicos, seja por motivos físicos. AGRICULTURA SUSTENTÁVEL Agricultura sustentável pode ser conceituada de diversas maneiras, assim como há diversos caminhos para chegar até ela. Serão considerados Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 neste trabalho os conceitos de agricultura sustentável no (i) senso estrito, no (ii) senso amplo e no (iii) senso pragmático. Quanto aos caminhos, serão abordados o (i) manejo e o (ii) projeto (ou design) de sistemas. O conceito de agricultura sustentável no senso estrito baseia-se no conceito de sustentabilidade discutido no item anterior. Sistemas sustentáveis, como apresentado, são aqueles que exibem comportamentos dentro de sua faixa normal de operação quando alimentados por inputs estáveis. Assim, tanto os inputs do sistema (área física, mão-de-obra, máquinas, sementes, fertilizantes, defensivos, energia, etc.) como seus outputs (produção, principalmente) são relevantes na conceituação de agricultura sustentável. Para tal, a relação entre índice de output e índice de input precisa ser calculada. Essa relação é chamada de Fator Total de Produtividade (na língua inglesa, Total Factor Productivity - TFP). Mais abrangente que o TFP é o chamado Fator Social Total de Produtividade (Total Social Factor Productivity TSFP) que, além dos fatores já mencionados, considera também o que os economistas chamam de externalidades do sistema, ou seja, outros outputs além da produção, quase sempre indesejáveis, como, por exemplo, a erosão ou a contaminação de mananciais de água por pesticidas. Agricultura sustentável no senso estrito, portanto, implica em tendência não-negativa do TSFP durante o período de tempo considerado. Tendo em vista que esse período de tempo deve ser suficientemente longo e levando em conta a dificuldade de obtenção de dados reais de campo com inputs conhecidos e estáveis, a quantificação do TSFP é mais facilmente feita nos chamados experimentos de longo prazo, como, por exemplo, aqueles conduzidos na Rothamsted Experimental Station, no Reino Unido, desde 1856 até nossos dias. O conceito de agricultura sustentável no senso amplo, porém, como o próprio nome indica, deve incluir outros critérios de sustentabilidade. Assim, além de biologicamente sustentável, o agroecossistema deve ser também física, econômica e socialmente sustentável, além de não provocar poluição tanto interna quanto externamente ao sistema. Adicionalmente, deve ser capaz de, pelo menos, manter a produtividade e a qualidade atuais. Atingir esses objetivos não é e não será tarefa fácil. Por outro lado, a sustentabilidade econômica não é nem necessária e nem suficiente para que um sistema alcance a sustentabilidade biológica. A análise ficará, certamente, mais complexa quando a sustentabilidade social for também considerada. Em vista das dificuldades ainda insuperáveis para definir operacionalmente o agroecossistema sustentável no senso amplo, faz mais sentido defini-lo no senso pragmático. A tarefa, agora, é mais fácil, como acontece sempre que determinado problema é simplificado. Um dos caminhos para tanto é admitir que sustentabilidade não é um atributo absoluto de sistema. Assim, seguindo essa linha de pensamento, sustentabilidade pode existir em diferentes graus e, conseqüentemente, os agroecossistemas podem ser mais ou menos sustentáveis. Quando dois sistemas com inputs e outputs semelhantes são comparados, será mais sustentável aquele que (i) fizer menor uso de inputs não-renováveis e/ou (ii) fizer menor uso de inputs externos renováveis. Essa maneira pragmática de encarar o conceito de sustentabilidade tem o mérito de facilitar o processo de tomada de decisão, tanto do ponto de vista estratégico como do ponto de vista tático, fugindo assim de discussões abstratas e estéreis sobre sustentabilidade no sentido amplo e absoluto. A agricultura sustentável no senso pragmático também tem implicações na sempre presente polêmica entre os defensores do manejo do agroecossistema atual, de um lado, e os defensores de um novo projeto (ou design) para o agroecossistema. Os primeiros acreditam que o modelo atual de agricultura é bom e com alguns ajustes pode vir a ser sustentável. O segundo grupo acredita que o modelo atual está esgotado e que a hora é chegada de tudo mudar. Neste segundo grupo têm-se destacado principalmente os defensores da chamada agricultura de low-input e da agricultura orgânica: apesar de contar com defensores fervorosos, entusiasmados e muitas vezes ruidosos, seu número ainda não é relevante, o que indica que a sociedade como um todo ainda não está disposta a trocar a ainda segura sustentabilidade econômica por uma não testada sustentabilidade ecológica. DOENÇAS, MANEJO E AGRICULTURA SUSTENTÁVEL O controle de doenças na agricultura, seja ela sustentável ou não, diz a literatura, deve ser feito segundo a filosofia do manejo integrado de pragas e doenças, conhecida pela sigla IPDM (do inglês, Integrated Pest and S9 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia O limiar de dano econômico, também diz a literatura, é a pedra fundamental do manejo integrado. No entanto, apesar de toda essa unanimidade, tanto o IPDM quanto seus limiares raramente encontraram o caminho que os levaria até os campos dos produtores. A despeito disso, o uso generalizado do manejo integrado no futuro é visto por muitos como uma verdade inescapável. A seu favor, e contra a drástica abordagem que prega um novo projeto de agricultura, a pergunta colocada a seguir é de difícil refutação: por que um projeto novo se o manejo do projeto antigo ainda não foi explorado? human kind, through natural intoxication or biological weapons. A better knowledge of these poisons soon appeared necessary in order to develop methods for detection or detoxification. On the other hand, some of these active molecules proved very useful, when properly used, as medicinal substances (1, 2). Among the first toxins to be discovered, in 1888-1990, were three bacterial toxins responsible for severe pathologies: diphtheria, tetanus and botulism respectively (3). Because these toxins, as well as most bacterial toxins identified so far, were small modified peptides, the word “toxin” in bacteriology was restricted to the biological poisons of proteinaceous nature. In other fields of biology, where toxins are mainly low molecular weight compounds with a wide range of chemical structure, the word “toxin” refers to any toxic organic molecule of biological origin. SUSTENTABILIDADE E IPDM FUNGAL TOXINS Nos locais do mundo onde tem sido utilizado persistentemente há vários anos o IPDM tem se mostrado um sistema sustentável, robusto internamente, capaz de indefinidamente manter as doenças em níveis suficientemente baixos. Convencer os agricultores a respeito da superioridade do IPDM em relação a táticas de controle menos holísticas, como aquela baseada num calendário fixo de aplicação de pesticidas, é, talvez, o maior desafio a ser enfrentado pelo fitopatologista de hoje. Para atingir esse objetivo e levar a filosofia do IPDM a ser praticada no campo em larga escala, determinadas medidas são propostas a seguir, algumas de fácil implementação, outras dependentes de suporte governamental, outras ainda a necessitar maior esforço da pesquisa: (i) determinar limiares de dano econômico mais dinâmicos, mais precisos, mais fáceis de serem atualizados, específicos para cada situação de produção; (ii) levar em conta o patossistema múltiplo, aplicando a abordagem da área foliar verde remanescente da planta; (iii) introduzir o efeito de externalidades no cálculo do limiar de dano econômico, o que acarretará um menor uso de pesticidas; (iv) por meio de pesquisas mais holísticas, reduzir a dependência do agroecossistema em pesticidas; (v) reduzir o volume de aplicação de pesticidas, mesmo que por meios legais, como já vem sendo feito em alguns países europeus; (vi) priorizar os serviços de extensão, relegados ao abandono em várias partes do mundo; (vii) agilizar a avaliação das variedades transgênicas resistentes a pragas e doenças para que, caso liberadas, possam ser pesquisadas com maior ênfase e colocadas à disposição dos agricultores. Researches on secondary metabolites produced by filamentous fungi were developed with the objective to discover useful bioactive substances such as antibiotics or herbicides but also to face the problem of parasitism in plants (4). Some toxin-producing fungi developing on plants or plant-derived products may represent a serious threat as contaminants of the food chain, causing intoxication in humans or animals. The word “mycotoxins” describes secondary metabolites of low molecular weight, toxic for vertebrates, and produced by filamentous micromycetes (which excludes toxins from macromycetes). So far, more than 300 mycotoxins have been listed, from which only a dozen, belonging to 3 main genera (Aspergillus, Penicillium and Fusarium), are regularly involved in human or animal intoxications (Table 1). Whether or not the mycotoxins produced by plant-hosted fungi are also determinants of pathogenicity in the host plant is not always very clear (5). However, progresses in the cloning of genes involved in the mycotoxins biosynthesis pathways, together with techniques of gene disruption, should allow demonstrating the role of each toxin in phytotoxicity. Disease Management). Mesmo as multinacionais de pesticidas não ousam discordar desse paradigma, defendido num sem-número de publicações antigas e modernas. 13/08/2007 | Tarde Sessão A1: Fitoxinas Microbianas Phytotoxins can be divided into two categories, based on selectivity (= specificity): non-host-selective and host-selective toxins. Non-hostselective toxins are involved in a broad range of plant-fungus interactions, and will therefore not usually determine the host range of the pathogen producing them. Although they generally act as virulence factors and intensify the symptoms severity, they are not absolutely required for establishing the disease (6). Host-selective toxins (HSTs), are both determinants of pathogenicity (the purified toxin is able to induce the disease) and host-range (the purified toxins share the same host range as the organisms that produce them). Several reviews on HSTs are available (7-9). In many pathosystems, disease occurs only in the absence of either the pathogen avirulence gene or the corresponding plant resistance gene, following the famous gene-for-gene theory. The product of the avirulence gene is referred to as “agent of incompatibility”. In contrast, in the case of HST-producing pathogens, the toxin can be referred to as “virulence factor or “agent of compatibility” in the sense that it triggers pathogenicity by inducing host cell death, for the physiological benefit of the pathogens (7, 9). Host cell death therefore is a common feature to both interaction types, but while it occurs as a resistance mechanism in one case (hyper-sensitive reactions), it is causal of the disease in the other case. FUNGAL PHYTOTOXINS; STORY-CASE OF CASSIICOLIN, A NEW PROTEINACEOUS HOST-SELECTIVE TOXIN FROM Corynespora cassiicola. Valérie Pujade-Renaud1, Frédéric de Lamotte2, Philippe Barthe3, Christian Roumestand3. 1CIRAD-UMR DAP, TA 80/03, Avenue Agropolis, 34398 Montpellier cedex 5, France. 2INRAUMR DAP, 2 place Viala, 34060 Montpellier Cedex, France. 3Centre de Biochimie Structurale, UMR 5048 CNRS/UM1 - UMR 554 INSERM/ UM1, 29 rue de Navacelles, 34090 Montpellier Cedex, France. Most phytopathogenic fungal toxins are low-molecular weight secondary metabolites of widely diverse chemical structures, including cyclic peptides, terpenoids, polyketides,…(Tables I and II). They are assembled by large enzymatic complexes encoded by co-regulated clustered genes, including non ribosomal synthetase or polyketide synthase. In rare cases, HSTs can be proteins encoded through classical ribosomal synthesis. Their mode of action can be as varied as their chemical structure, although it remains still largely unknown in most cases. TOXINS: FOR THE WORST AND THE BEST CASSIICOLIN, A NEW PROTEIN HOST-SELECTIVE TOXIN, CAUSAL AGENT OF THE CORYNESPORA LEAF FALL DISEASE IN RUBBER TREE. Por fim, é imperioso lembrar que sustentabilidade, conceito da moda e utilizado em tantos contextos diferentes como uma verdade absoluta, não é a única característica desejável de um agroecossistema. Deve-se ter em mente que, com muita freqüência, uma solução de compromisso poderá ser necessária, seja para manter a produtividade indispensável à sobrevivência, seja para caminhar em direção à eqüidade social tão procurada e cada vez mais distante. Toxins are poisons produced by natural organisms that disturb the normal functioning of other organisms, by altering specific target molecules usually at low concentrations. Bacteria, viruses, fungi, algae, plants or animals, most genera include species able to produce toxins, which generally confer a physiological advantage to the organisms that produce them. The scientists’ interest for natural poisons has largely increased for the past 4 decades for two reasons: On one hand, toxins can be a threat for S 10 Corynespora cassiicola is a phytopathogenic ascomycete with a wide host range (390 records for Corynespora cassiicola in the SBML Fungus-Host Distributions database), including economically important crops such as rubber tree, tomato, cucumber, cotton, soybean, tobacco, cocoa…. It generates necrotic lesions on most Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia organs of target species, affecting growth, yield, and in severe cases leading to the death of the plant. In rubber tree, Corynespora Leaf Fall Disease (CLFD) is characterized by necrotic lesions developing along the leaf veins and giving a typical “fish-bone” appearance (16). Both young and mature leaves can be affected, leading to massive defoliation. First reported in India and Malaysia, CLF disease has sprayed rapidly since and is now a major problem in most Asian and African rubber producing areas where it accounts for up to 25% of yield loss. Although many plants can be affected by C. cassiicola, each isolate has a specific range of host species, and even a specific range of host genotypes within species. Various strains of Corynespora display symptoms of various severity depending on the host genotype, going from HR(“hypersensitive response”)-like responses in resistant interactions, with a very limited necrotic spot at the infection site, to the development of water-soaked necrosis through the whole leave. Tolerant interactions display intermediate symptoms. It soon appeared that a toxic substance was produced by the fungus, since crude filtrates from C. cassiicola cultures were able to induce disease symptoms. We have purified this toxin, named cassiicolin, from the supernatant of a C. cassiicola culture (strain CCP, isolated from rubber tree in Philippines). Our optimized protocol involved one step of reverse phase chromatography on GE Healthcare Source 15 RPC columns, followed by size exclusion chromatography on a GE Healthcare Superdex 30 Prep-Grade column (14). The toxicity of the fractions was monitored on detached rubber tree leaves of the sensitive genotype PB260. Exogenous application of purified toxin and fungal inoculation induced identical cellular damages in rubber tree leaves, including plasmolysis and chloroplast alterations. Cassiicolin behaves like a typical host-selective toxin, sharing the same host range as the fungus strain it originates from (15, 17). The structure of cassiicolin was determined by mass spectrometry, amino acid sequencing (Edman) and NMR spectroscopy (14, 15). Cassiicolin is a small peptide of 27 amino acids, with 6 cysteins involved in 3 disulfide bounds and 2 post-translationally modified residues: an Nterminal pyroglutamatic acid and a threonine with a single methyl-mannose in the second position. Cassiicolin shares no sequence homology with any previously described peptide or protein. Its over-all fold consists of three strands arranged in a right-handed twisted, antiparallel ß-sheet knitted by the three disulfide bonds. Comparative analysis of the 3D structure, using the FAT-CAT server (http://fatcat.burnham.org/), revealed a similar fold within a family of small trypsin-like protease inhibitors isolated from grasshoppers (18). However, cassiicolin shares no sequence homology with these protease inhibitors and lacks their characteristic substrate binding loop. Probably, this simple, compact, and well organized structural motif represents one of the few highly stabilized “minimal” scaffold – with a high sequence permissiveness – that nature has selected to evolve over different phylla and to support different functions. So far, the action mechanism of cassiicolin remains unknown. Among the fungal Host-Selective Toxins (HSTs) characterized so far, very few are proteins (Table 2). The first and best characterized protein HST is Ptr ToxA, produced by Pyrenophora tritici-repentis, causal agent of Tan (or yellow) spot in wheat (19-21). It is encoded by a single gene (22). Ptr toxA is imported into toxA-sensitive but not –insensitive mesophyll cells, probably following a mechanism similar to the vitronectin-integrin internalization system in mammalian cells (12, Manning, 2005 #1873). Once internalized, Ptr ToxA interacts with a chloroplast-localized protein (23). Virulence of the fungus requires both the production of Ptr ToxA and the presence in the wheat genome of a dominant susceptibility gene, Tsn1 (24, 25). Sensitivity to the purified toxin collocates to the same genetic locus as susceptibility to the disease. Recently, a gene sharing 99.7% similarity with Ptr ToxA was discovered in the genome of Stagonospora nodurum, another major wheat pathogen. Sn ToxA, like Ptr ToxA, interacts with the sensitivity locus Tsn1 in wheat. The ToxA gene from S. nodurum may have been transferred to P.tritici-repentis by horizontal gene transfer (26). Ptr ToxB, an other HST produced by P. tritici-repentis, is also a protein, encoded by a multi-copy gene, ToxB (13, 27, 28). Interestingly, a related gene, toxb, was identified from a non pathogenic isolate. Until then, HST genes had been found exclusively in pathogenic isolates with no corresponding allele or locus in non pathogenic isolates. ToxB and toxb genes differ in their transcriptional regulation Although Pyrenophora tritici-repentis represents an interesting model as the first described phytopathogenic fungus producing proteinaceous HSTs, it does not provide clues about the putative function of cassiicolin, which is structurally unrelated to Ptr toxins. Table 1. The main mycotoxins. Review (5). Ph.: phytotoxicity Toxin Fungus Chemical structure Ph Trichothecenes (T-2 toxin, Fusarium spp Cyclic sesquiterpenes Yes Fumonisins (B1, B2, B3, B4) Fusarium moniliforme Amino polyalcohols. Yes Aflatoxines (B1, G1) A.s flavus, A. parasiticus Polyketides (Bisfuranocoumarins) Yes Ergot alkaloids Claviceps purpurea Alkaloids derived from amino nivalenol, deoxinivalenol) acids and isoprenoids precursors (Clavine, ergotamine) Zearalenones Fusarium graminearum. Poliketides Ochratoxines Aspergillus and penicillium spp. Chlorinated cyclic pentaketides Eniatins Fusarium spp Cyclic depsipeptides Beauvericins Fusarium spp Cyclic depsipeptides Moniliformin Fusarium spp Cyclobutane derivative Yes Patuline (clavacine) Aspergillus and Penicilium spp. Cyclic tetraketide Yes Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 Yes S 11 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia Table 2. Fungal host-selective toxins. Reviews (9, 10) Toxin Fungus (pathotype) Chemical structure Ref. Victorin T-Toxins HC-Toxins HS-toxins AAL-toxin AK-toxin ACT-toxin AF-toxin ACTG-toxin ACRL-toxin AM-toxin Maculosin AS-toxin Destruxin B PM-toxin Peritoxins (A, B) SV-toxin Ptr-Tox A Ptr-Tox B Cassiicolin Cochliobolus victoriae Cochliobolus heterostrophus Cochliobolus carbonum Bipolaris sacchari Alternaria alternata (tomato) A. alternata (japanese pear) A. alternate (tangerine) A. alternata (strawberry) A. alternata (tangerine) A. alternata (rough lemon) A. alternata (apple) A. alternate (spotted knapweed) A. alternata (sunflower) Alternaria brassicae Phyllosticta maydis Periconia circinata Stemphylium versicarium Pyrenophora tritici-repentis Pyrenophora tritici-repentis Corynespora cassiicola Cyclic pentapeptide (halogenated) Linear polyketols Cyclic tetrapeptides Glycosylated sesquiterpenes Aminopentol esters Epoxy-decatrienoic esters Epoxy-decatrienoic esters Epoxy-decatrienoic esters Terpenoid Terpenoid Cyclic tetrapeptide Diketopiperazine cyclo(-L-Pro-L-Tyr-) Peptide Cyclic hexadepsipeptide Linear polyketols Cyclized peptide /chlorinated polyketide Partially characterized 13,2 kDa protein 6.6 kDa protein 2.9 kDa polypeptide (9) (9) (9) (9) (10) (10) (10) (10) (10) (10) (10) (10) (10) (10) (9) (9) (11) (9, 12) (9, 13) (14, 15) CONCLUSION Cassiicolin is a new host-selective toxic protein, sharing no homology with any previously described protein, which suggests a new mechanism of aggression in plants. The structural characterization of cassiicolin opens the way to cloning of the corresponding gene. The analysis of its diversity and/ or differential regulation among various isolates, together with the search for the target molecule in the host plant, will help understanding the interaction mechanisms and host-selectivity of the toxin. Another question to address will be the importance of the sugar moiety for toxicity. Post-translational modifications are known to play a key role in the activity of some toxic molecules. As an example, deglycosylation of a phytotoxin associated with sheath blight disease in rice, via an extracellular α-glucosidase from Trichoderma viride, resulted in the inactivation of the toxin (29). The structural characterization of cassiicolin also provides a new basal motif that could be used for the design of analogue proteins with novel functions, including antagonists. REFERENCES 1. Ménez A, Gillet D, Grishin E. 2006. 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O fato é que plantas são reservatórios abundantes de nutrientes e a produção de fitotoxinas é um das muitas e sofisticadas ferramentas de que o patógeno dispõe para combater os mecanismos de defesa da planta e poder utilizar esses nutrientes. Do ponto de vista do fitopatógeno, se é que ele tem um, a planta é apenas mais um habitat ou um nicho repleto de nutrientes que ele pode utilizar se conseguir (Abramovitch & Martin, 2004). A seguir será feita uma abordagem clássica sobre fitotoxinas produzidas por bactérias que incitam doenças em plantas e o significado biológico e fitopatológico dessas mesmas fitotoxinas, mas sem incursões na área de Biologia Molecular nem abordagens detalhadas em nível de Genômica ou Proteômica. A PESQUISA COM FITOTOXINAS EM SEUS PRIMÓRDIOS Talvez o primeiro relato seja de Anton de Bary que, por volta de 1886, teria postulado que doenças de plantas têm a haver com toxinas produzidas por patógenos. A maioria dos trabalhos que vieram a seguir, no final do século XIX e início do século XX, concentravam-se em estudos com filtrados de culturas. Gaümann (1954), marcou época ao afirmar que microrganismos só são patógenos se toxogênicos. Um avanço importante foram os trabalhos do pesquisador japonês Tanaka (1933), o qual levantou o conceito de especificidade de hospedeiro, ao trabalhar com a toxina de Alternaria kikuchiana e variedades de pêra japonesa resistentes e suscetíveis ao patógeno. O estudo de fitotoxinas produzidas por fitopatógenos e seu verdadeiro papel no fenômeno de patogênese continua sendo, nos dias que correm, um tema continuamente investigado e de grande interesse. SER OU NÃO SER UMA FITOTOXINA Compostos sintetizados por patógenos e que são tóxicos ao hospedeiro podem ser úteis para explicar os sintomas de doenças (Strange, 2007). Se qualquer composto com essas características pode ou deve ser considerado uma toxina é uma questão de conceito. Afinal, filtrados e, ou, sobrenadantes de cultura de quase qualquer microrganismo, se aplicado em plantas, pode exibir algum grau ou sintoma de fitototxidez. No contexto deste trabalho, não se está considerando como toxina: proteínas efetoras codificadas pelo agrupamento hrp, enzimas de qualquer natureza nem exopolissacarídeos capsulares, embora esses três aspectos sejam brevemente abordados, a seguir: a) Proteínas efetoras como fatores bacterianos de virulência e patogenicidade - Bactérias fitopatogênicas usam o Sistema Secretório Tipo III (SSTT) para injetar proteínas efetoras (PE) em células do hospedeiro e a existência do SSTT e das PE é essencial para que a bactéria infecte e se multiplique nos tecidos da planta (Nomura et al., 2006). Essas PEs são codificadas pelo agrupamento gênico hrp. CONCEITO DE FITOTOXINAS Qualquer fitopatógeno cultivado em meio líquido de cultura vai produzir algum tipo de substância tóxica plantas. A possibilidade de se obterem mutantes não toxogênicos de patógenos tem se transubstanciado em uma ferramenta útil para se investigar o real papel de substâncias aparentemente tóxicas a hospedeiros como toxinas. Por exemplo, no patossistema cana de açúcar- Xanthomonas albilineans, o patógeno produz albicidinas, que são tidas como fitotoxinas. Demonstrou-se Zhang & Birch (1997), que o agente de biocontrole Pantoea dispersa, isolamento SB1403, é capaz de metabolizar albicidinas e que mutantes de incapazes de metabolizar albicidinas, não eram eficientes agentes de biocontrole. Mutantes de Pseudomonas syringae, isolamento B728a, não produtores da toxina siringomicina, quando inoculados em feijoeiro, não causavam lesões (Kitten et al., 1998). Em conclusão, uma boa definição para fitotoxina tem sido a de Durbin (1981), para o qual fitotoxinas seriam substâncias orgânicas, de origem microbiana, não enzimáticas e que, atuando em baixas concentrações, ocasionam alterações mórbidas e deletérias a tecidos de plantas, estando claramente associadas com patogenicidade e virulência. FITOTOXINAS E SUA CLASSIFICAÇÃO Fitotoxinas bacterianas encompassam um grupo heterogêneo de substâncias que têem em comum o fato de se constituírem em mecanismos de ataque a plantas. Classificá-las conforme a estrutura química é difícil face à heterogeneidade e quanto ao modo de ação também, pois uma mesma fitotoxina pode atuar de várias formas ao mesmo tempo. Contudo, pelo menos de três formas elas podem ser agrupadas, como discutido a seguir. a) Fitotoxinas bacterianas e o tamanho de suas moléculas – a maioria das fitotoxinas como tabtoxina, siringomicina, faseolotoxina e coronatina são moléculas pequenas (Durbin, 1991), com massa molecular menor que 1000 Daltons. Contudo, Strobel (1977), assim como Romeiro & Miura (1989), mencionam fitotoxinas de natureza glicoproteica produzidas por subespécies de Clavibacter michiganensis capazes de induzir murcha em tomateiro. b) Fitotoxinas bacterianas e efeitos deletérios mais comuns em plantas – as mais diversas alterações mórbidas em plantas podem ser causadas por fitotoxinas. Por exemplo, existem fitotoxinas tipicamente causadoras de murcha como glicoproteínas fitotóxicas sintetizadas por subespécies de C. michiganensis (Romeiro & Miura, 1989; Strobel, 1977). A tabtoxina é uma típica causadora de clorose (Kimura et al., 2001), assim como a coronatina (Bender, 1999) ao passo que a siringomicina é uma causadora de necrose (Strange, 2007). c) Fitotoxinas bacterianas e especificidade de hospedeiro – toxinas produzidas por fitopatógenos podem ou não apresentar especificidade de hospedeiro (Durbin, 1981). Dentro deste espírito, a toxina com especificidade de hospedeiro só é capaz de causar danos aos tecidos de hospedeiros compatíveis e mesmo dentro de uma espécie de hospedeiro, variedades suscetíveis ao patógeno são muito mais sensíveis aos efeitos da fitotoxina que as resistentes. A maioria das fitotoxinas produzidas por fitobactérias como tabtoxina, coronatina, albicidina, etc. não exibem especificidade de hospedeiro (Bender, 1998). b) Enzimas - Algumas bactérias fitopatogênicas incitam podridões moles e a maneira pela qual o fazem é relativamente bem estudada e conhecida. Quando a fitobactéria pectolítica penetra o órgão vegetal, como mecanismo de ataque, ela produz pectinases, que são enzimas que degradam a pectina (Goodman et al., 1986). As pectinases dissolvem enzimaticamente a lamela média, fazendo com que o tecido perca sua rigidez, tornando-se mole. Neste trabalho, enzimas pécticas, embora importantes no processo de patogênese, não estão sendo consideradas toxinas. ALTERAÇÕES MÓRBIDAS EM PLANTAS PELA AÇÃO DE FITOTOXINAS BACTERIANAS c) Exopolissacarídeos - A cápsula bacteriana é de composição tipicamente polissacarídica e esse polissacarídeo, por ser o mais externo à célula, costuma ser denominado exopolissacarídeo ou EPS (Stanier et al., 1986). Algumas pesquisas em Fitobacteriologia têm atribuído uma possível função de toxina para o EPS capsular, embora isso não possa ser considerado verdade para todas as bactérias fitopatogênicas e só esteja comprovado para o caso de algumas espécies (Athayde & Romeiro, 1983; Goodman et al., 1976; Kelman, 1954). Segundo muitos autores Bender et al.(1999), Strange (2007), fitotoxinas bacterianas podem, do ponto de vista visual, causar as mais diferentes alterações em plantas como necroses, cloroses, murchas, enfezamento, malformação de órgãos, etc. Podem também causar alterações histológicas, citológicas e mesmo afetar a estrutura e a funcionalidade de organelas do hospedeiro como cloroplastos, mitocôndrios, vacúolos, sistema de membranas e assim por diante. Podem também interferir com processos vitais da planta como fotossíntese, respiração e transporte bem como provocar o acúmulo de substâncias tóxicas como amônea. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 S 13 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia PRINCIPAIS MODOS DE AÇÃO DE FITOTOXINAS Dentre os principais modos de ação das fitotoxinas sintetizadas por bactérias fitopatogênicas, podem-se mencionar os que se seguem. 1. Alterações na permeabilidade de membranas Bactérias fitopatogênicas são típicos parasitas extracelulares, multiplicando-se por entre células, no fluido existente nos espaços intercelulares (Romeiro, 2005). Muitas fitotoxinas ocasionam alterações na permeabilidade do sistemas de membranas do hospedeiro (Goodman et al., 1986). Em decorrência, há o que se denomina vazamento eletrolítico, com saída mais que usual de nutrientes do interior da célula para os espaços intercelulares e comprometimento de funções vitais do tecido infectado. Já foi demonstrado (Backman & Devay, 1971), que a siringomicina, tipicamente causadora de necrose, induz a formação de poros na membrana plasmática da célula do hospedeiro. A molécula da siringomicina insere-se na camada dupla de fosfolipídeos da membrana originando poros que permitem o livre fluxo de K+, H+, Ca++ o que acarreta a morte das células da planta. 2. Interferência com a fotossíntese Muitas toxinas bacterianas induzem clorose, o que evidencia interferência com o processo de fotossíntese. A coronatina, por exemplo, induz uma clorose generalizada em diversas plantas. Se a planta necessita de ATP para a síntese de moléculas de defesa, o bloqueio do processo fotossintético afigura-se como um mecanismo de ataque de patógenos bacterianos. Tecidos de tomateiro expostos a coronatina possuem cloroplastos menores, que se coram mais intensamente e parecem ter sua estrutura alterada (Palmer & Bender, 1995). A tabtoxina parece induzir danos à membrana dos cloroplastos e provocar o desacoplamento da fotofosforilação (Turner & Debbage, 1982). 3. Danos a organelas Danos à membrana dos cloroplastos são causados pela tabtoxina (Turner & Debbage, 1982), assim como a coronatina parece ocasionar um acúmulo de material protéico em vacúolos de células de tomateiro e o espessamento da parede celular. Johnson & Strobel (1970), descreveram um glicopeptídeo fitotóxico produzido extracelularmente por C. michiganensis subsp. sepedonicus que danifica a estrutura do sistema de membranas de plantas. Rott et al. (1996), relatam que albicidina bloqueia a diferenciação de cloroplastos em cana de açúcar. 4. Síndrome de transporte (Murcha) Algumas fitotoxinas bacterianas podem causar murcha, como a glicoproteína descrita por Johnson & Strobel (1970). Também Romeiro & Miura (1989), estudaram glicoproteinas fitotóxicas sintetizadas por C. michiganensis subsp. michiganensis que causavam murcha em tomateiro. King et al. (2001), relatam que a taxtomina A, uma fitotoxina sintetizada por Streptomyces scabies, causa murcha em plântulas de diversas espécies. 5. Inibição de enzimas do hospedeiro A faseolotoxina, produzida por P. syringae pv. phaseolicola, é um inibidor competitivo da ornitina-carbamil-transferase (OCTase). OCTase é uma enzima crítica no ciclo da uréia, responsável pela conversão da ornitina juntamente com carbamil-fosfato em citrulina e sua inibição ocasiona um acúmulo anormal de ornitina nos tecidos e deficiência de arginina, o que resulta em clorose. 6. Gênese e acúmulo de metabólitos tóxicos Tabtoxina é uma β-lactana monocíclica produzida por patovares de P. syringae como “tabaci”, “coronafaciens” e “garcae”, dentre outros. Quando a bactéria a sintetiza e libera no interior dos tecidos, aminopeptidases da planta a hidrolizam, originando treonina e tabtoxina-β-lactana (TBL) que é a região biologicamente ativa da molécula da fitotoxina. TBL, por sua vez, inibe irreversivelmente glutamina-sintetases, com dois efeitos altamente danosos para os tecidos infectados. Primeiramente, a síntese de glutamina nos tecidos cessa, bloqueando a síntese exata de certas proteínas e, em segundo lugar, glutamina-sintetases são o principal mecanismo em plantas para detoxificar amônea. Acúmulo de amônea resulta em necrose, danos a cloroplastos, interferência com a fotofosforilação e assim por diante. S 14 7. Bloqueio de defesas da planta As rotas de sinalização do ácido salicílico (SA) assim como as de jasmonatos (JA) e de etileno coordenam respostas de defesa de plantas a ataques de patógenos (Kunkel & Brooks, 2002). Essas rotas interagem entre si, modulando-se reciprocamente e às vezes uma inibindo a outra, via interações bioquímicas extremamente complexas. Por exemplo, a sinalização de JA inibe respostas dependentes da sinalização de SA tanto em Arabidopsis como em tomate (Zhao et al., 2003). Wasternack & Parthier (1997), chamaram a atenção para semelhança estrutural e funcional entre a fitotoxina coronatina (COR) e metil-jamonato (MeJA). Quando aplicados, tanto MeJA como COR induzem respostas semelhantes em plântulas de Arabidopsis e tem-se sugerido que COR funciona como uma imitação molecular de MeJA (Uppalapati et al., 2005). Feys et al.(1994) obtiveram um mutante (coi1) de Arabidopsis insensível a COR e que se mostrou também insensível a MeJA, o que sugere possuírem os dois compostos um modo semelhante de ação. No entender de Abramovitch & Martin (2004), COR ativa a rota de sinalização de JÁ a qual, através de mecanismos ainda pouco conhecidos, inibe a rota de sinalização de SA suprimindo as defesas por ela governadas. IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DE FITOTOXINAS 1. Fitotoxinas bacterianas como herbicidas King et al. (2001), trabalharam com 11 taxtominas que são fitotoxinas sintetizadas por S.scabies visando seu uso potencial como herbicidas. Como plantas-teste a serem controladas empregaram Helianthus annuus (HELAN), Ipomoea hederacea, Echinochloa crusgalli e Avena fatua. A Taxtomina-A era a mais ativa biologicamente, comportando-se como conhecidos inibidores da síntese de celulose como Diclobenil e Isoxaben. 2. Fitotoxinas bacterianas como ferramentas de seleção para resistência Goodman et al. (1978), trabalhando com a queima da macieira e da pereira (E. amylovora), constataram que o EPS capsular, quando isolado e purificado, possuía a função de toxina, e, mais ainda, uma toxina com especificidade de hospedeiro. Desenvolveram então um bioensaio em que utilizavam a amilovorina purificada para a seleção para resistência. Quando galhos jovens do suscetível eram mergulhados em soluções do EPS purificado, os galhos de plantas suscetíveis murchavam muito mais rapidamente que os de plantas resistentes. 3. Fitotoxinas bacterianas como ferramentas auxiliares na diagnose e na identificação de fitobactérias No passado, quando as espécies de Pseudomonas sp. ainda eram divididas em fluorescentes e não fluorescentes, a capacidade de sintetizar siringomicina e toxinas semelhantes permitia diferenciar P. syringae pv. syringae e patovares estreitamente relacionados como P. syringae pv. atrofaciens e P. syringae pv. aptata, com base em um bioensaio de antibiose, posto que essas toxinas eram capazes de inibir fungos como Geotrichum candidum e Rhodotorula pilimanae, em baixas concentrações. Assim, Kairu (1997), utilizou a sensibilidade de G. candidum a siringomicina para diferenciar P. syringae pv. syringae de P. syringae pv. garcae. Gross & Devay (1977), utilizaram a mesma técnica para estudar tendências populacionais de P. syringae pv. syringae em filoplano. 4. Fitotoxinas bacterianas e melhoramento de plantas por transgenia Tem-se dado importância à obtenção de plantas transgênicas expressando resistência a fitotoxinas bacterianas. Existe a possibilidade de se construírem plantas transgênicas expressando resistência a fitotoxinas bacterianas e alguns casos já foram estudados. Faseolotoxina, uma fitotoxina tripeptídica, é produzida por P. syringae pv. phaseolicola e atua como inibidora da enzima ornitinacarbamil transferase (OCT). Um produto da hidrólise da faseolotoxina pela ação de aminopeptidases, a octicidina, é um inibidor ainda mais potente e irreversível da OCT (Templeton et al., 1985). Os genes que codificam para a síntese de faseolotoxina localizam-se no cromossoma principal da bactéria, em um agrupamento chamado tox. Contíguo a tox está outro agrupamento Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia gênico chamado argK que codifica para a única OCT conhecida que não é inibida por faseolotoxina e, ou, octicidina. Ao transformarem plantas de fumo com argK, dois laboratórios distintos Fuente-Martinez et al. (1992) e Hatziloukas & Panopoulos (1992), obtiveram plantas transgênicas resistentes a faseolotoxina e a octidina. 5. Fitotoxinas e biocontrole de enfermidades de plantas Se um patógeno é produtor de uma fitototoxina que é um determinante de patogenicidade e, ou, virulência, é possível, pelo menos em princípio, encontrar um agente de controle biológico que atue detoxificando a fitotoxina produzida. Segundo Zhang & Birch (1997), o isolamento SB1403 de P. dispersa é um eficiente agente de controle biológico da enfermidade e promotor da degradação enzimática de albicidinas. Mutantes que não detoxificam albicidinas mostraram-se menos resistentes a albicidinas e menos efetivos como agentes de biocontrole que o tipo selvagem. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ABRAMOVITCH, R.B. & MARTIN, G.B. Strategies used by bacterial pathogens to suppress plant defenses. Current Opinion in Plant Biology 7:356-364. 2004. ATHAYDE, J.T. & ROMEIRO, R.S. Atividade biológica do exopolissacarídeo capsular de Xanthomonas campestris pv. manihotis. Fitopatologia Brasileira 8:485-449. 1983. BACKMAN, P.A. & DEVAY, J.E. Studies on Mode of Action and Biogenesis of Phytotoxin Syringomycin. Physiological Plant Pathology 1:215-233. 1971. BENDER, C.L. Bacterial phytotoxins. Methods in Microbiology 27:169175. 1998. BENDER, C.L. Chlorosis-inducing phytotoxins produced by Pseudomonas syringae. European Journal of Plant Pathology 105:1-12. 1999. BENDER, C.L., ALARCON-CHAIDEZ, F. & GROSS, D.C. 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Plant Journal 36:485-499. 2003. 13/08/2007 | Tarde Sessão A2: Fitonematóides MANEJO DE FITONEMATÓIDES. Vicente P. Campos1.; Juliana R. C. Silva2.; Hercules D. Campos2. & Luis H, C. Pereira2. 1) UFLA–DFP. C. P. 3037, 37200-000 Lavras, MG. [email protected]. 2) FESURV. C.P. 104, 75901-970, Rio Verde, GO, [email protected]. Management of plant parasitic nematodes. A agricultura evoluiu muito nas últimas décadas na busca da maior produtividade e respeito ao meio ambiente criando sistemas sustentáveis. O fitonematologista precisa conhecer um pouco desses sistemas e adequá-los ao manejo de fitonematóides. Por exemplo, o plantio direto concorre para o aumento de fitonematóides numa área de plantio? A integração, lavoura-pecuária, pode constituir-se em tática relevante no controle de fitonematóides? Por outro lado, as táticas de controle de fitonematóides também evoluíram muito nas últimas décadas criando alternativas ao controle químico, o qual imperou após a década de 40 a 50 e despertou a opinião pública para o problema da degradação ambiental nos anos 60 com o livro da Rachel Carson no início dos anos 60 (primeira publicação em 1962) que marcou o movimento ambientalista. Mas as táticas de controle têm características importantes para a sua eficácia que precisam ser do conhecimento do produtor e do fitonematologista. Além disto, sua aplicação no tempo em relação a cultura a estabelecer é importante para o planejamento do manejo de fitonematóides. Por exemplo, quais as táticas que podem ser utilizadas no plantio, antes ou depois dele. São várias as táticas de controle de fitonematóides: 1 – Manejo de fitonematóides com plantas: várias práticas culturais antigas e modernas envolvidas nos sistemas de sustentabilidade agrícola têm sido justificadas pelo seu papel na conservação de solos, cobertura morta, controle de pragas etc; porém, podem, também, controlar fitonematóides. a) Rotação de culturas: a alternância de culturas no plantio de verão numa mesma área de plantio conduz a reciclagem de resíduos de fertilizantes no solo, possibilita o controle de pragas, incorpora nitrogênio ao solo, quando as plantas empregadas são fixadoras de nitrogênio do ar, além de diversificar a microbiota do solo. Entretanto, quando o objetivo é o controle de fitonematóides, na rotação de culturas, as plantas a serem empregadas necessitam de análise quanto a hospedabilidade ao nematóide de importância econômica que se encontra na área de plantio. E quando o elenco de plantas hospedeiras à determinada espécie de nematóide é grande entre as espécies vegetais de importância agrícola, como M. incognita e M. javanica que têm extensa gama de hospedeiros, diminui o número de plantas candidatas à rotação. O critério empregado na seleção das plantas candidatas a rotação deve-se basear no estatos do hospedeiro, isto é, a capacidade do hospedeiro em propiciar a reprodução do nematóide da área de plantio S 16 nos seus tecidos. Um bom hospedeiro fornece nutrientes para elevada população de nematóides nos seus tecidos enquanto um hospedeiro ruim a população de nematóides declina após o plantio. Por outro lado as plantas não hospedeiras impossibilitam o parasitismo. b) Consórcio de plantas: é um sistema de cultivo que envolve o plantio de duas ou mais espécies numa mesma área, de modo que uma das culturas conviva com a outra (ou outras) durante todo o seu ciclo ou, pelo menos, parte dele. O consórcio de plantas pode ser direcionado para o controle de fitonematóides, sendo alguns deles criados estritamente para o controle desses patógenos. Neste caso a cultura semeada na entre-linha não pode ser hospedeira do nematóide de importância econômica na área e o ciclo mais longo do que a cultura principal, de forma que o sistema radicular da cultura principal morra antes da cultura na entre-linha. Assim os fitonematóides migrarão para a cultura da entre-linha, porém, não estabelecerão locais de alimentação. No consórcio milho e crotalárias ou mucunas para o controle de Meloidogyne sp, as mucunas ou crotalárias não são hospedeiras e o milho não é bom hospedeiro comparado com tomate e quiabo. Em muitas fazendas têm sido utilizados os consórcios de Brachiaria sp e milho, e Brachiaria sp e soja, continuando Brachiaria sp como cultura de cobertura e formação de palhada para o plantio direto da próxima cultura em setembro/ outubro. A Brachiaria sp tem sido semeada junto com o adubo de cobertura do milho. Na plantação de soja a Brachiaria sp é semeada no início do amadurecimento da soja. As folhas que caem formam cobertura vegetal para propiciar a germinação da Brachiaria sp. Este consórcio leva a redução populacional dos mais danosos fitonematóides nas lavouras de grãos, pois B. decumbens promove boa cobertura da área, além de ser resistente aos nematóides de galhas (Meloidogyne incognita e M. javanica), Pratylenchus brachyurus e Heterodera glycines (Dias et al. 2007). Em culturas perenes invertem-se os papéis, com a cultura da entre-linha morrendo antes da cultura principal, o que torna ineficaz o consórcio para a redução populacional de nematóide, pois a cultura perene continua propiciando locais de alimentação para o nematóide de importância econômica. c) Plantas de cobertura e plantio direto: a cobertura vegetal no período de outono/ inverno, se bem planejada, concorre para a melhora da textura, fertilidade e retenção de água, além da reciclagem de nutrientes e melhoria da microbiota do solo. Várias plantas têm sido selecionadas para plantio como cobertura vegetal e adubo verde (Hernani et al. 1995), destacando-se, entre elas, o nabo forrageiro (Raphanus sativus L. sear. oleiferus Metzg.) e aveia preta (Avena strigosa Schieb). A seleção das plantas de cobertura resistentes aos fitonematóides de importância econômica na área de plantio constituirá em boa tática de controle de fitonematóides. Dentro do conceito de agricultura sustentável surgiu o plantio direto, o qual foi introduzido no Brasil no início da década de 70 (Eltz, 1997) e baseou-se em três pilares: não revolvimento do solo, cobertura vegetal constante e rotação de cultura. Com o plantio direto veio a necessidade de formação de palhada para a semeadura da cultura em setembro/ outubro. A planta fornecedora dessa palhada, se selecionada quanto a resistência ao fitonematóide de importância econômica na área de plantio, constitui em boa tática de controle de fitonematóides. Deve-se enfatizar que no Brasil ocorrem, na região sul e no Estado de Mato grosso do Sul o inverno chuvoso enquanto que em grande parte do território nacional o inverno é seco. Esse aspecto altera a sobrevivência no campo do inóculo de fitonematóide resultante da lavoura de verão. A partir de 1990 iniciaram-se pesquisas visando à integração agricultura e pecuária principalmente na região do cerrado visando à produção de grãos, forragem para a entressafra e palhada para o sistema de plantio direto. A limitação hídrica, a partir de maio até setembro, limita o crescimento de muitas plantas forrageiras. Contudo, Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia a braquiária, nessas condições, desponta como forrageira de boa adaptabilidade e boa palhada para o plantio direto, tendo aceitação generalizada entre criadores de gado do cerrado (Portes et al., 2003). Após as colheitas das culturas de verão, a braquiária serve de pasto para o gado e um mês antes da época de plantio de milho ou de soja a braquiária é “dessecada”, isto é, pulverizada com herbicida que após a seca forma a palhada para o plantio direto da cultura subseqüente. A redução no preço do herbicida na última década viabilizou seu uso neste sistema. A Brachiaria decumbens, neste sistema, conduz a redução de população de Meloidogyne incognita, M. javanica e Pratylenchus brachyurus. Entre os plantios de verão os produtores realizam, a sucessão de culturas, principalmente no centro-oeste, isto é, o plantio tardio de outra cultura chamada de “safrinha” que pode ser milho, sorgo, mileto etc. as quais servirão também, de cultura formadora de palhada para o novo plantio de setembro/ outubro. Essas culturas, se selecionadas quanto a resistência ao nematóide de importância econômica na área, pode contribuir para a redução populacional até o plantio da nova cultura em setembro/ outubro. Outras táticas: 2) medidas de exclusão, 3) nematicidas, 4) uso de cultivar resistente, 5) nematicidas naturalmente encontrados em plantas e agentes indutores de resistência, 6) controle biológico e uso de silício, 7) alqueive, 8) arranquio e queima de restos culturais, 9) impedimento à disseminação de fitonematóides, 10) plantio em local não infestado, 11) inundação ou ressecamento do solo, 12) alteração de época de plantio e de colheita. APLICAÇÃO DAS TÁTICAS DE CONTROLE DE ACORDO COM O PLANTIO Três aspectos norteiam a recomendação de táticas no controle de fitonematóides: a incidência de fitonematóides de importância econômica, a densidade populacional e o ciclo de cultura a ser estabelecida na área. Já se foi o tempo em que a fotografia ampliada de um fitonematóide de corpo e estilete volumosos, como Xiphinema sp, encontrado na amostra assustava o produtor e assim vendiam-se nematicidas e o produtor aplicava, muito das vezes, desnecessariamente. A partir das espécies de fitonematóides listadas pelo laboratório de análises das amostras de campo o produtor investigará quais deles têm real importância para a cultura e ser estabelecida consultando fitonematologistas, Agrônomos e consultores agrícolas. Também é objeto de análise a densidade populacional de cada espécie encontrada no laudo emitido pelo laboratório. É prudente que o consultor investigue por quanto tempo o produtor tem plantado consecutivamente cultura suscetível na área do novo plantio. Se ocorrem plantios de verão em dois anos consecutivos e existe nematóide de importância econômica de alta capacidade reprodutiva (Meloidogyne sp) no terceiro plantio o produtor necessitará da aplicação de táticas de controle. No planejamento do plantio de culturas anuais deve o produtor diminuir a população do fitonematóide sem se preocupar com a sua erradicação. Já as culturas chamadas de perene ou de ciclo longo merecem outras considerações. Essas culturas ficam no campo por um período muito longo permitindo a conclusão de diversos ciclos de vida dos nematóides de importância econômica. Aplicação das seguintes táticas de controle de acordo com o período de plantio: 1) manejo com plantas, 2) nematicidas, 3) alqueive seco e úmido, 4) destruição das plantas atacadas, 5) alteração de época de plantio e de colheita, 6) inundação ou ressecamento do solo, 7) plantio em local isento de nematóide, 8) uso de material de propagação isento de nematóide, 9) emprego de métodos para diminuir a disseminação ou evitar a recontaminação de área, 10) uso de porta-enxerto resistente. Nas culturas anuais a ser estabelecidas em local infestado as táticas acima listadas serão assim recomendadas: a) antes do plantio da cultura de interesse econômico, aplicar-se-ão as táticas: 1, 3, 4, 5, 6, 7 e 8, (referem-se às táticas citadas acima); b) no plantio, aplicar-se-á a tática 2; c) após o plantio, nenhuma tática a usar (zero). Nota: Recomenda-se a tática no 9 apenas para culturas perenes, pois pensa-se aqui apenas na disseminação dentro de um único talhão, o que é mais relevante preocupar-se com a disseminação em cultura Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 que permanece no campo por mais tempo como o café. A tática no 10 pouco se aplica em cultura anual. Observa-se na análise anterior sobre aplicação de táticas em cultura anual que a grande maioria delas tem sua aplicação ou decisões tomadas anteriores ao plantio, o que indica a necessidade de planejamento da propriedade para o manejo de fitonematóides. No plantio da cultura aplica-se nematicida. Entretanto, após o plantio de cultura nada pode ser feito com relação ao controle de fitonematóides, mesmo porque o efeito da população inicial do nematóide será danoso às plantas no primeiro mês de crescimento e como conseguência reduzirá a frutificação ocasionando sérios prejuízos na colheita. Nas culturas perenes a serem estabelecidas em locais infestados as táticas acima listadas serão assim recomendadas: a) antes do plantio aplicar-se-ão as táticas 1, 4, 7 e 8 (referem-se às táticas citadas acima); b) no plantio, aplicar-se-á a tática; 10; c) após o plantio, aplicar-se-ão as táticas 2 e 9. Nota: As táticas 3 e 6 levam apenas a redução populacional dos nematóides tendo aplicação imediata em culturas anuais. Em apenas certos casos, a aplicação das táticas 3 e 6 podem ser auxiliares para a implementação de outras táticas em cultura perenes, como o café, cujo plantio enxertado em área infestada por Meloidogyne sp necessita de redução prévia do nível de inóculo no solo, pois a resistência do porta enxerto não é elevada (Campos & Villain, 2005). Observa-se na análise anterior sobre a aplicação de táticas em cultura perene que novamente grande número delas têm também sua aplicação e decisões tomadas anteriormente ao plantio. Porém aqui, deve-se ressaltar que as táticas aplicadas devem levar à erradicação do nematóide de importância econômica da área, caso na cultura não exista porta-enxerto resistente. Entretanto, após o plantio de cultura perene suscetível, caso ocorra a constatação de fitonematóide durante o período da cultura no campo, restam ainda a aplicação das táticas 2 e 9. Por falta, muitas vezes, de opções de áreas não infestadas ou mesmo por dificuldade na erradicação do patógeno, produtores optam por plantar culturas perenes suscetíveis em áreas infestadas. Nesta situação, desde o plantio e durante o ciclo da cultura, táticas serão usadas para diminuir a pressão de inóculo no sistema radicular e reduzir prejuízos na colheita sem erradicar o nematóide. A economicidade desta exploração agrícola dependerá dos custos do manejo do fitonematóide, produtividade e preço do produto colhido. Opções futuras serão o uso de cultivares resistentes, porta-enxerto resistente, mudança de área de plantio ou finalmente mudar de cultura para outra que não manifeste prejuízo com o ataque do fitonematóide presente na área. LITERATURA CITADA ELTZ, F. L. F. 1997. Ensino de plantio direto pg 39 – 42. IN: PEIXOTO, R. T. G.; AHRENS, D. C. & SAMAH, M. J. (Eds). Plantio direto, o caminho para uma agricultura sustentável. IAPAR – PRP/PG, Ponta Grossa, PR. Brasil. 275p. PORTES, T. A.; CARVALHO, S. I. C. & KLUTHCOUSKI, J. 2003. Aspectos fisiológicos das plantas cultivadas e análise de crescimento da braquiária consorciada com cereais pgs.303 - 329. In.: KLUTHCOUSKI, J.; STONE, L. F. & AIDAR, H. (Eds). Integração lavoura-pecuária. EMBRAPA Arroz e Feijão, Santo Antônio de Goiás, GO, Brasil. 570p. HERNANI, L. C.; ENDRES, V. C.; PITOL, C. & SALTON, J. C. 1995. Adubos verdes de outono/ inverno no Mato Grosso do Sul. EMBRAPA-CPAO, Dourados, MS. 93p. CAMPOS, V. P. & VILLAIN, L. 2005. 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Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia PqEB final W/5 norte, CP 02372 Asa Norte – Brasília – DF 70770-900, Brasil, Universidade Católica de Brasília-Brasília-DF. e-mail: [email protected], Os fitonematóides são responsáveis por prejuízos que ultrapassam 125 bilhões de dólares anuais (Bakhetia et al., 2005) e a maioria dos danos são atribuídos aos endoparasitas sedentários obrigatórios, representados pelos nematóides dos cistos (Heterodera spp. e Globodera spp.) e pelos formadores de galhas nas raízes (Meloidogyne spp.), sendo o M. incognita o fitopatógeno mais prejudicial para a agricultura mundial. Estes são capazes de induzir a formação de sítios de alimentação nas raízes das plantas hospedeiras, onde se estabelecem como forma sedentária, e chegam a atingir um alto nível de fecundidade (Lilley et al., 1999). O parasitismo de plantas por nematóides possui longa história evolutiva, ainda difícil de ser interpretada devido ao limitado conhecimento sobre a origem e a distribuição das especializações morfológicas, bioquímicas, genéticas e comportamentais, que transformaram organismos de vida livre, em parasitas altamente adaptadas a diversos tecidos e espécies vegetais (Baldwin et al., 2004). Diversos estudos genômicos têm mostrado, principalmente para os fitonematóides sedentários, o importante papel dos produtos das glândulas de secreções destes parasitas como glucanases, xilanases, pectinases, no processo de invasão dos tecidos das plantas hospedeiras(Vanholme et al., 2004). A expressão de outros genes glandulares tem sido relacionada com o controle dos processos celulares da planta hospedeira, levando a formação dos sítios de alimentação. Neste caso podemos destacar a corismato mutase de Meloidogyne javanica (Mj CM-1), que expressa em raízes de soja, levou a uma diminuição dos níveis de auxinas e a desdiferenciação celular (Doyle & Lambert., 2003). Este evento pode estar relacionado com a etapa de iniciação da célula gigante. A liberação desta proteína pelo nematóide no citoplasma da planta também pode levar a inibição da resistência da mesma(Bekal et al., 2003). Posteriormente, outros peptídeos como o HG-SYV46 expresso em plantas de Arabidopsis, levou a efeitos fenotípicos como a terminação prematura do meristema apical, após a regulação negativa da expressão do fator de transcrição WUSCHEL (Wang et al.,2005). Adicionalmente, a expressão de um peptídeo de seqüência pioneira (16D10) de M. incognita em plantas de Arabidopsis, provocou proliferação anormal das raízes, podendo estar relacionado com o processo de formação do sítio de alimentação (Huang et al., 2006). A importância deste peptídeo para o parasitismo foi confirmada pela expressão de 16D10 dsRNA em Arabidopsis, levando a resistência a M. incognita por RNA de interferência (Huang et al.,2006). Recentemente esta técnica tem sido empregada para obter plantas transgênicas resistentes a meloidoginoses (Bakhetia et al., 2005; Huang et al., 2006). Estas plantas expressando RNAi são capazes de silenciar a expressão de genes essenciais ao fitoparasitismo. Portanto, o objetivo deste trabalho, foi obter plantas de tabaco resistentes a M. incognita, pela expressão de dsRNA contra transcritos do gene Mipsg18. Para a obtenção de cDNA de fêmeas, plantas de tomateiro com cerca de 40 dias após inóculo foram processadas, segundo a metodologia prescrita por Hussey e Barker (1973). As fêmeas foram coletadas em uma peneira de 100 µM e em seguida separadas em um tubo eppendorf para posterior extração de RNA e síntese de cDNA. CLONAGEM DO GENE MIPSG18 EM VETORES PARA EXPRESSÃO DE DSRNA EM PLANTAS. A partir de um banco de cDNAs de M. incognita produzido em nosso laboratório, foram selecionados diversos genes potencialmente envolvidos no fitoparasitismo e altamente expressos nas glândulas esofagianas de secreção deste fitonematoide. Uma destas seqüências, Mipsg18 foi utilizada para a obtenção de plantas transgênicas resistentes a M.incognita. Para isto, um fragmento de aproximadamente 450pb do gene Mipsg18 foi clonado a partir de um produto de PCR em vetores do sistema GATEWAY até o vetor destino pk7GWIWG2(I), para a expressão de dsRNA em plantas. Os oligos utilizados contendo os sítios attB1 (Foward) e attB2 (Reverse) foram: Mi 18 F: 5’–GGG GAC AAG TTT GTA CAA AAA AGC AGG CTT AGT GAA TAC AGG CAT TCC GAG C. Mi 18 R: 5´-GGG GAC CAC TTT GTA CAA GAA AGC TGG GTC TTA GTT CAT CAT ATT TTT GC e a construção obtida para a transformação das plantas de fumo foi designada pk7Mipsg18(Figura 1). pk7Mipsg18 A construção pk7Mipsg18 bem como o vetor pk7GWIWG2(I) foram introduzidos em Agrobacterium tumenfasciens (EHA 105) por eletroporação e posteriormente para plantas de fumo pelo método da co-cultura de discos foliares (Horsch et al., 1985). Os transformantes foram identificados pela resistência a canamicina e confirmados por PCR. As plantas transgenicas foram aclimatadas em casa de vegetação para serem testadas quanto à resistência a M. incognita. Os inóculos para o desafio das plantas transgênicas de fumo foram feitos em casa de vegetação, onde os transformantes primários (T0), plantados em jarros com 3 kg de solo, foram inoculados com 10000 ovos de M.incognita, enquanto as progênies (T1) das linhagens T0 resistentes, acondicionadas em jarros com 400 gramas de substrato, foram desafiadas com 3000 ovos dos nematóides. Passados 45 dias, as raízes foram removidas e coradas com flocsina, um corante usado para a visualização das massas de ovos. Os ovos totais de cada raiz foram extraídos com hipoclorito 0,5% e contados em microscópio com o auxílio de uma câmara de Piters. Para a avaliação da resistência a M. incognita de todas as plantas, foi determinado o número total de ovos por grama de raiz, onde foram comparadas as plantas contendo a construção pk7Mipsg18 com as plantas transformadas com o vetor comercial pk7GWIWG2(I). O gene Mipsg18 foi selecionado como potencial alvo para o controle de M. incognita devido a sua alta e específica expressão na glândula dorsal do parasito, visto por hibridização in situ (Figura 2A), apesar da não similaridade desta seqüência com qualquer outro grupo de genes conhecidos. Plantas transgênicas de fumo mostraram níveis elevados de resistência a M.incognita, apresentando em média 86% de redução no número de ovos em relação às linhagens controle transformadas com o vetor (Figura 2B), sendo que algumas plantas pk7Mipsg18 não apresentaram galhas, massas de ovos ou ovos (Figura 2D), enquanto os controles apresentaram muitas massas de ovos na superfície das raízes reveladas com o corante flocsina(Figura 2C). Estes resultados foram confirmados para os transformantes primários (T0) e para linhagens das progênies (T1), 45 dias após os inóculos. A introdução de dsRNA em nematóides parasitas de plantas tem sido feita desde 2002 pelo método de soaking (Urwin et al., 2002) e atuamente alguns genes Figura 1. Construção pk7Mipsg18 para expressão de dsRNA em plantas de Nicotiana tabaccum. LB- borda esquerda, NPTII - gene da neomicina fosfotransferase II, T35S – terminador do promotor CaMV 35S , attB1 – sítio de recombinação, Mipsg18 – gene Mipsg18, attB2 – sitio de recombinação, Intron – seqüência formadora do “loop” do dsRNA p35S - promotor CaMV 35S, RB borda direita. S 18 Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia de espécies de Meloidogyne, já foram silenciados (Shingles et al., 2006; Rosso et al., 2005 Fanelli et al.,2004;Bakhetia et al., 2005). A eficiência do RNAi para o controle de fitonematóides foi confirmada in vivo, com fumo(Yadav et al., 2006) e Arabidopsis (Huang et al., 2006). No primeiro trabalho, plantas transgênicas de fumo expressando dsRNA contra uma integrase e um fator de splicing de M. incognita, apresentaram controle total do patógeno. Plantas de Arabidopsis expressando dsRNA contra o gene 16D10 de M. incognita apresentaram resistência de até 90% (Huang et al.,2006), indicando que a expressão de dsRNA em hospedeiros nos dá indicativos melhores da eficiência do RNAi para o controle dos fitonematóides, do que o ensaio in vitro (soaking), que demonstrou no máximo 70% de controle do parasita. Este fato pode ser resultado da constante ingestão do dsRNA e siRNA da planta pelo nematóide, enquanto que no soaking, a ingestão se dá em um único momento. Considerando, a alta resistência a M. incognita obtida neste estudo podemos concluir que o gene Mipsg18 é essencial para o parasitismo de M.incognita. Portanto, a expressão de dsRNA em plantas surge como uma excelente ferramenta para o controle de fitonematóides. É de grande interesse para a economia agrícola, a criação de cultivares transgênicos com alta e ampla resistência a nematóides. A introdução de um dsRNA em plantas nos permite silenciar até grupos gênicos em pragas ou patógenos, desde que sejam selecionadas regiões conservadas das seqüências. Os resultados obtidos neste trabalho, indicam que a expressão em plantas do dsRNA para o gene Mipsg18 pode ser uma boa estratégia a ser aplicada em cultivares de grande importância agronômica e que são extremamente afetadas por espécies do gênero Meloidogyne. A exemplos podemos salientar o café, o algodão e a cana-deaçucar. Além disso, serão realizadas avaliações de risco do dsRNA em campo e em mamíferos, assim como ensaios de citotoxidade. Este trabalho, abre caminho para a utilização de outros genes de parasitismo de fitonematóides, como alvos para a criação de plantas transgênicas resistentes expressando dsRNA. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAKHETIA, M.; CHARLTON, W.; ATKINSON, H.J.; MCPHERSON, M.J. RNA interference of dual oxidase in the plant nematode Meloidogyne incognita. Molecular Plant-Microbe Interactions, 10:1099-106. BALDWIN, J.G.; NADLER, S.A.; ADAMS, B.J. Evolution of plant parasitism among nematodes. Annual review phytopathology, 42: 83-105. 2004. ELBASHIR S.M.; HARBORTH J.; WEBER K;, TUSCHLA; T. Analysis of gene function in somatic mammalian cells using small interfering RNAs. Methods 26: 199–213. 2002. FANELLI, E. et al. Analysis of chitin synthase function in a plant parasitic nematode, Meloidogyne artiellia, using RNAi. Gene 349, 87-95. 2005. GOODRIDGE, H.S.; DEEHAN, M.R.; HARNETT, W.; HARNET, M.M. Subversion of immunological signaling by a filarial nematode phosphorycholine-containing secreted product. Cellular Signalling, 17: 11-16, 2005. HUANG, G.; ALLEN, R.; DAVIS, L.E.; BAUM, T.J.; HUSSEY. R.S. 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Cada planta foi desafiada com 10000 ovos de M. incognita, o gráfico mostra as médias dos números de ovos/ grama de raiz para as plantas Mipsg18 positivas e para os controles transformados com o vetor. Raízes de Nicotiana tabaccum após 45 dias de inóculo com 10.000 ovos de M. incognita, onde as raízes da planta controle (C) se encontram repletas de massas de ovos reveladas pelo corante flocsina e as das plantas transgênicas não apresentam aparentemente nenhuma massa de ovos(D). Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 ROSSO, M.N.; FAVERY, B.; PIOTTE, C.; ARTHAUD, L.; DE BOER, J.M.; HUSSEY, R.S.; BAKKER, J.; BAUM, T.J.; ABAD, P. Isolation of a cDNA encoding a beta-1,4-endoglucanase in the root-knot nematode Meloidogyne incognita and expression analysis during plant parasitism. Molecular plant microbe interaction, 12(7):585-91. 1999. S 19 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia 13/08/2007 | Tarde Sessão B: Workshop sobre Colletotrichum NEW CONCEPTS IN THE SYSTEMATICS OF Colletotrichum Ludwig H. Pfenning, Mirian Salgado & Cristiano S. Lima. Departamento de Fitopatologia, Universidade Federal de Lavras, Cx. Postal 3037, 37200-000 Lavras MG, Brasil, e-mail: [email protected]. Novos conceitos na sistemática de Colletotrichum. INTRODUCTION A number of 660 reports in the Index Fungorum illustrates well the great variability and plasticity of fungi belonging to the genus Colletotrichum. However, in the evaluation of von Arx (1957), these names would represent about 16 species. With regard to the sexual stage of Colletotrichum, known as Glomerella, the situation is not quite different. The Index reports 97 names, among species, varieties and forms. Since 40 years ago it became evident that the main challenge would be to define the more appropriate and suitable species concept. The advances in this area could have been bigger, when considering that Colletotrichum is an important plant pathogen, mainly in tropical and subtropical areas, causing the disease known as anthracnose in a large number of crops in the field, and in the post-harvest stage of fruits its deteriogenic effect is undesired. In studies about endophytic fungi, Colletotrichum is found in high frequency, representing in some cases of tropical plants the main inhabitant of the inner part of the investigated plants (Rayner, 1948; Cannon & Simmons 2002; Lu et al., 2004). This fungal genus challenges the researchers not only with regard to the definition of species and characterization of population, but also with respect to the definition of its “life-style”, since this fungus, considered a important plant pathogen, occurs in crops and in natural vegetation without causing any apparent disease symptoms. DIVERSITY OF FORMS AND THE SPECIES CONCEPT In mycology three distinct species concepts are applied, i.e. morphological species, biological species and phylogenetic species, with the application of scientific names to representatives of all three concepts. As the name used to define a specific fungal population brings about all the information linked to the name, the absence of a clear idea about the concept applied in each particular case can lead to an erroneous interpretation of the data and could make invalid the information. The best examples of morphological species in the field of plant pathology, where the names are still broadly used are Fusarium oxysporum, Fusarium solani, Colletotrichum acutatum and Colletotrichum gloeosporioides. Behind each of these names there is a great variety of fungal populations with distinct biological and agronomic characteristics, which, in some cases, are separated by reproductive barrier. As in the majority of the cases these populations can not be characterized and differentiated through morphological markers alone, so it is needed to use other markers. Due to the intensification of the international commerce of vegetal germplasm and agricultural products, and the increasing preoccupation of countries in protecting its own agriculture, a high demand on rapid procedures to detect plant pathogens, mainly the ones considered of quarentenary importance, emerged. With the advent of molecular biology techniques also a considerable quantity of publications describing specific PCR primers turned up that supposedly allow for a rapid and secure detection of the presence of specific plant pathogens. However the specificity can be assured only when there is a complete knowledge of the real genetic diversity of the population of the target organism. Thus, for species or names, where only the morphological species concept is applied, it is impossible to develop a method for specific detection, unless that such morphological species also proved to be phylogenetic species. CHARACTERIZATION OF COLLETOTRICHUM The morphological characterization, including the evaluation of structures produced by the fungus in natural substrata, the description of cultures in culture media and the carefully evaluation of the micromorphology always should be the first step. However the great plasticity of morphological characteristics in morpho-species, such as C. gloeosporioides and C. acutatum, showed to be insufficient in delimiting the populations with distinct agronomic or biologic traits. Among the biological approaches, the determination of vegetative compatibility groups (VCG) proved to be a suitable marker for populations with predominantly asexual reproduction (González et al., 2006). On the other hand, populations that are heterothallic and can undergo sexual reproduction, the detection or induction of the teleomorph stage Glomerella enables the unequivocal and reliable identification of a particular biological species, i.e., mating population (Table 1). The design of specific PCR primers for the determination of mating type represents a significant advance to the induction of teleomorphic stages in vitro (Guerber & Correll, 2001; Guerber et al., 2003; Armstrong-Cho & Banniza, 2006). The application of molecular techniques such as the phylogenetic analysis of specific DNA sequences of the genome or the analyses of fingerprinting, e.g. AFLP, help to characterize fungal populations, mainly the ones that are complex and variable like in C. acutatum, a non-specific pathogen with a large range of plant hosts (Guerber et al., 2003; Du et al., 2005; Sreenivasaprasad & Talhinhas, 2005; Whitelaw-Weckert et al., 2007). As several Colletotrichum spp. are important plant pathogens and some varieties and forms are considered specific, the use of cross inoculation can bring up relevant information. The confirmation of specificity is crucial when is desired to use the forma specialis or variety designation, e.g. in the case of Colletotrichum gloeosporioides var. cephalosporioides, considered to be the causal agent of ramulosis in cotton. PATHOGEN VERSUS ENDOPHYTE Besides causing disease with well-defined symptoms, species of Colletotrichum can be found in plants of the natural vegetation and in crops without the apparent manifestation of symptoms. If in a certain way this fact generate problems in the definition of what should be considered a plant pathogen, on the other hand made this fungus a model for studies that tried to elucidate the events and conditions that determine the pathogenicity, Table 1. Well documented anamorph - teleomorph relationships Colletotrichum Anamorph Glomerella Teleomorph Host Reference C. acutatum p.p. C. destructivum C. gloeosporioides p.p. C. falcatum C. graminicola C. lindemuthianum C. orbiculare C. phormii C. truncatum G. acutata G. glycines G. cingulata G. tucumanensis G. graminicola G. lindemuthiana G. lagenaria G. phormii G. truncata Several Fabaceae etc. Several Saccharum Poaceae Phaseolus Curcubitaceae, Asteraceae Agavaceae Fabaceae Guerber & Correll 2001. Myc. 93:216. Lehman & Wolf 1926. J. Agr. Res. 3:381. Spauld. & Schrenk 1903. Science 7:751. Arx & Müller 1954. Beitr. Krypt. Fl. Schw. 11:195. Politis 1975. Myc. 67:56. Shear 1913. Bull. Bur. Pl. Industry USDA 252:46. Stevens 1931. Myc. 23: 138. Farr et al. 2006. MR 110:1395. Armstrong-Cho & Banniza 2006. MR 110:951. S 20 Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia and also studies about the biological function and practical importance of the endophytic fungi (Perfect et al., 1999; Redman et al., 2001). Examples of the action of Colletotrichum in the post-harvest stage are the rot of banana, mango and papaya fruits, caused by forms of C. gloeosporioides and C. acutatum (Peres et al., 2002). As it can be assumed that the fungus colonizes the plant tissue previously, the challenge consists in delaying the development and the manifestation of symptoms and damage to the fruits in the phase of storage, transport and commercialization. PERSPECTIVES The delimitation of populations and the definition of species in the Colletotrichum – Glomerella species complex did not present significant advances as occurred in Fusarium – Gibberella species. Due to the outstanding importance of the genus Colletotrichum as plant pathogen and endophyte in tropical and sub-tropical regions, we point out the necessity to adopt some crucial procedures when studying Colletotrichum; i. the morphological characterization based on rigorously standardized cultivation procedure, since plasticity of morphological structures leads to the production of variations in the appearance of cultures and in shape of conidia which are not a reflex of genotypic differences; ii. the application of names, following well-established criteria, mainly with regard to infra-specific categories; iii. the sequencing and combined phylogenetic analyses of other regions of the genome (multi-gene phylogenies) than the internal transcribed spacer (ITS) of the ribosomal DNA; iv. the use of monosporic cultures, due to the possibility that multiple colonization both by plant pathogens and endophytes, or even different pathogenic forms may occur; v. the study of vegetative compatibility groups; vi. the analyses of populations employing the AFLP technique that presents both a high resolution and reproducibility; vii. the elucidation of the connection between the anamorphic and teleomorphic stages, determining mating types and identifying and describing mating populations; viii. the evaluation of the pathogenicity and specificity through pathogenicity tests and crossinoculations; ix. the detailed labeling and public deposit of reference material; x. the deposit of cultures linked to DNA sequence data in culture collections, enabling the access to reference material and the comparison of results for all researches. 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Traditionally, the identification of species of Colletotrichum has been based on morphological and cultural criteria. Von Arx initially carried out a comprehensive survey of Colletotrichum, using a morphological species concept that was based mainly on conidial shape, size and host range, with less emphasis given to cultural characteristics. Von Arx (1970) later reduced 700 species of Colletotrichum to 13, placing more emphasis on cultural features. The current systematic arrangement within Colletotrichum is problematic for many reasons as many morphological criteria often overlap. Furthermore, there are many species “complexes” in Colletotrichum whereby a group of very genetically diverse isolates all have a similar morphology (Cannon, 2000). Molecular studies have helped to resolve relationships within the genus Colletotrichum. Much of the initial molecular work to characterize species diversity was based on the ITS region; although ITS resolved a lot of questions about the phylogenetic position of some species of Colletotrichum, phylogenetic analysis based on ITS region was problematic. A more current and robust approach with fungi involves a phylogenetic species concept, whereby species boundaries are further delineated based on sequence analysis of multiple unlinked loci (Taylor et al, 2000). Sequence analysis of multiple loci can be used to infer the phylogenetic relationships among Colletotrichum species (Crouch et al, 2006; Du et al, 2005; Guerber et al, 2003; Liu et al, 2007). The objective of the present study was to evaluate the effectiveness of two different introns [in the glutamine synthetase (GS) gene and the glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase (GPDH) gene] for making phylogenetic inferences in a range of Colletotrichum species and to evaluate the 1 kb GS intron as a diagnostic species tool in Colletotrichum. Genomic DNA was extracted from the mycelium of the individual isolates. The forward primer GSF1 (5’-ATGGCCGAGTACATCTGG-3’) and the reverse primer GSR1 (5’-GAACCGTCGAAGTTCCAC-3’) were used to amplify a 1-kb intron region of the GS gene. The forward primer GDF1 (5’-GCCGTCAACGACCCCTTCATTGA -3’) and the reverse primer GDR1 (5’-GGGTGGAGTCGTACTTGAGCATGT-3’) were used to amplify a 200-bp intron region of the GPDH gene. The methodology of the amplification, RFLP digestion, gel electrophoresis, and sequencing has been described (Guerber et al., 2003; Liu et al, 2007). To evaluate the linkage between the two introns within the two genes, two representative isolates of Glomerella acutata (anamorph: C. S 21 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia acutatum), A38 (mtDNA haplotype C1) and 56816 (mtDNA haplotype J4), were crossed in a mating test, and 23 F1 random ascospore progeny were recovered from the cross. All F1 ascospore progeny were chosen to examine segregation using RFLPs and sequence analysis of 1-kb GS and 200-bp GPDH introns. Molecular data showed that the 1-kb GS intron and the 200-bp GPDH gene were in unlinked genes and they segregated independently (Table 1). Parsimony (MP), Maximum Likelihood (ML) and Neighbor Joining (NJ) using PAUP* 4.0beta 10 (Sinauer Associates, Sunderland, Massachusetts). The overall tree topologies by the three methods were similar based on both intron sequences. As the MP tree derived from the combined sequence dataset of the 1-kb and 200-bp introns possessed the same topology as the individual trees, only combined data were shown (Fig. 1). In addition, each phylogenetic species was strongly supported by high bootstrap values (100%) (Fig. 1). Table 1. Segregation of parental and recombinant in the F1 progeny Of the total 1932 characters in the alignment of the combined sequence dataset of the 1-kb and 200-bp intron, 590 were phylogenetically informative in the Maximum Parsimony analysis (Fig. 1). The tree length was 1516 steps, consistency index (CI) was 0.7744, homoplasy index (HI) was 0.2256, CI excluding uninformative characters was 0.7062, HI excluding uninformative characters was 0.2938, retention index (RI) was 0.9333 and rescaled consistency index (RC) was 0.7227. The high consistence index (CI) and low homoplasy index (HI) indicated a low level of homoplasy, which strongly supported that both intron fragments were highly phylogenetic informative for the Colletotrichum species examined (Fig.1). parent P1/P1 6 P2/P2 4 recombination Χ P1/P2 5 0.6837* P2/P1 8 2 P1= RFLP haplotype as A38. P2 = RFLP haplotype as 56816. “*”indicate that the observed ratio does not significantly differ from 1:1 at the p = 0.001 level. Phylogenetic trees were generated based on the 1-kb GS and 200-bp GPDH intron sequence alignment by the method of Maximum Fig. 1. Maximum Parsimony (MP) tree based on the combined 1-kb GS and 200-bp GDPH intron sequences showing the relationship of Colletotrichum. MP trees scores were as followings 1932 total characters, tree length = 1516, CI = 0.7744, HI = 0.2256, RI =0.9333, RC = 0.7227. Bootstrap values are labeled on the branch of the tree. Scale bar represents the number of transformations from one character to another. S 22 Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia The 1-kb intron fragment was also digested by a three-enzyme combination (HindIII+HinfI+HaeIII) and the RFLP band pattern was used to draw the cluster dendrogram using UPGMA of the Numerical Taxonomy and Multivariate Analysis System for personal computer (NTSYS-pc) version 2.02j (James Rohlf, State Univ. of New York, Stony Brook, NY 11794-5245, USA). Comparison of RFLP profiles indicated that the isolates of the same species always clustered together, which suggested that the RFLP of the 1-kb intron could be used for quickly differentiating species of Colletotrichum (Fig. 2). Furthermore, the specific digested fragment sizes can be readily be used to characterize species as well as subgroups (haplotypes) within a species complex such as C. acutatum and C. gloeosporiodes and can be a helpful diagnostic approach, particularly if sequencing capabilities are not readily available (Table 2). GPDH gene introns were present in all species of Colletotrichum examined and the primers used for amplification worked for all species tested to date. The sequence data from both introns indicated that they were statistically robust for inferring phylogenetic relationships within and between species of Colletotrichum. In addition, the data indicate that RFLP profiles of the 1-kb GS intron can serve as a diagnostic tool to aid in species and haplotype identification with Colletotrichum. It is anticipated, that as more species and isolates of Colletotrichum are examined, the inter- and intra-specific phylogenetic relationships among the more traditional species will become more evident and, as a result, improve our understanding of the biology of these important pathogens. The current study demonstrated that the 1-kb GS and 200-bp Fig. 2. Similarity dendrogram of representative isolates in different Colletotrichum species based on the presence or absence of the bands for the 1-kb GS intron digested with the enzyme combination HindIII + HinfI + HaeIII. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 S 23 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia Table 2. The approximate base pair fragment size of the GS intron PCR product digested by the restriction enzyme combination HindIII+HinfI+HaeIII. Species Haplotype (isolate) Fragment size (bp) 350 C acutatum A1 (A38) A2 (56816) A3 (HO27) A4 (PJ5) A5 (PJ9) A6 (PJ13) A7 (PJ16) A8 (PT3) A9 (A138) 260-240 235-220 210 x C. gloeosporiodes B1 (NC329) B2 (GW12) B3 (MD36) B4 (960) B5 (NC246) B6 (NC211) C. .orbiculare C C. lindemuthianum D C. trifolii E C. malvarum F C. dematium G C. magna H C. sublineolum I x x x x x x x x x x x x 190 180 160 150 140 x x* x x x* x x x x x x x x x x x x* x* x* x x x x x x 130 120 x x x x x x x* x* x x x x 110-105 95-90 80 x x x x x x x x x* x x x x x x x x* x x x x x x* x* x* 50 45 x x x x x x x x x x x x x x x x x x* 55 x x x x x x 60 x x x x x x* x x 70 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x* x x x x * Two fragments with equal molecular weights existed in the digested band patterns. LITERATURE CITED ARX, J. A. VON. A revision of the Fungi classified as Gloeosporium. Bibl. Mycol. 24:1-203. 1970. CANNON, P., BRIDGE, P. D. Linking the past, present and future of Colletotrichum systematics. 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Email: [email protected] Currently, most disease management programs rely on calendarbased protective applications of fungicides. To make Wilson’s model applicable for timing funigicide applications for disease control in the field, daily wetness intervals and average temperature during wetness periods were calculated from weather data collected over past seasons. The objective was to establish a baseline infection threshold below which no fungicide applications would be needed with the goal of reducing fungicide sprays. A second threshold allowed infections that could be eliminated by curative fungicide applications. This second threshold would be met on days when conditions for disease development were particularly favorable. Ultimately, a low threshold of 15% and a higher threshold of 50% infection incidence were chosen to time fungicide applications. It has been also observed that the current levels of anthracnose are the best predictor of future anthracnose in a field. Thus, we applied fungicide in some treatments only when disease was present. We compared these treatments to the recommended calendar treatment to control anthracnose (captan early season and pyraclostrobin late season), the recommended calendar treatment without pyraclostrobin, and to an untreated control using the anthracnose susceptible cultivar Camarosa. Using model thresholds to determine application times after symptoms, only the captan alone treatment failed to reduce disease incidence below that of the control (Table 1). Inclusion of pyraclostrobin in spray programs was effective at reducing disease for model-timed sprays after symptom appearance. Most of the model-timed spray programs that included applications prior to symptom development or included pyraclostrobin after symptom development reduced disease incidences below the levels observed in the control plots. The best treatment was the one using the model in which captan was applied at low thresholds and pyraclostrobin at higher thresholds. This treatment utilized only 10 sprays versus 16 sprays required for the currently recommended calendar spray program. Another spray program that was especially effective was one that included captan sprays at a low threshold and pyraclostrobin sprays after symptoms were observed. The control achieved by this treatment was close to that of the recommended calendar spray program, but only required 6 sprays. Strawberry and citrus are affected by two serious diseases caused by Colletotrichum acutatum J.H. Simmonds, anthracnose and postbloom fruit drop, respectively. One focus of my studies has been to investigate the factors affecting disease severity and develop models to predict disease and assist in timing of fungicide applications. STRAWBERRY ANTHRACNOSE Disease and causal organism Strawberry anthracnose is one of the most serious diseases in commercial strawberry production. Losses due to anthracnose fruit rot can exceed 50% when conditions favor disease development. Although several species of Colletotrichum cause anthracnose on strawberry, C. acutatum is the most prevalent pathogen causing fruit rot. The fungus can attack virtually all parts of the plant including the crown, leaves, petioles, flowers, and immature and mature berries, and also causes a root necrosis leading to stunting of the plants. Disease cycle The disease is likely introduced into plantings on contaminated transplants as symptomatic or quiescent infections (Fig.1). Conidia of C. acutatum are produced in acervuli on petioles and fruit tissues and are dispersed locally by splashing water. Additional dispersal may occur by pickers spreading conidia from infected to healthy fruit when brushing their hands through the canopy searching for ripe fruit. C. acutatum can also survive and reproduce on the surface of leaves without causing symptoms through a process called microcyclic or secondary conidiation. This means of survival may have serious implications for disease management because infested plants can escape detection prior to planting and the pathogen may build up to high levels in the field undetected. POSTBLOOM FRUIT DROP OF CITRUS Disease and causal organism Postbloom fruit drop (PFD), produces orange-brown lesions on petals of citrus flowers and induces the abscission of fruitlets. Persistent calyces from these flowers, commonly called buttons, remain for the life of the twig and are diagnostic for the disease. PFD is widely distributed in the humid tropics of the Americas and has important effects on yields, especially in areas where trees may flower at any time of the year, such as Central America, eastern Mexico, and the Caribbean. PFD causes sporadic yield losses when rains occur during the bloom period. Yield losses can vary from none to nearly 100% depending on inoculum availability and weather conditions during the bloom period. Disease models Wilson et al. (1990) found that the optimum temperature for infection on immature and mature fruit was between 25 and 30oC on the cultivar Midway, with greater than 80% incidence occurring after 13h of leaf wetness. Predictive curves for estimating the incidence of fruit infection as a function of the duration of berry wetness and temperature were developed and these adequately predicted infection in experimental field plots, with about 75% of the variation in disease incidence explained by these equations. Table 1. Effect of different systems for timing fungicide applications for control of anthracnose fruit rot on strawberries (cultivar Camarosa) Treatment No. of sprays Anthracnose (%) Yield (g) Untreated control 0 14.3 a 5874 b Model 15% infection threshold Sprays begun only when symptoms visible 5 9.4 ab 6164 b Model 15% infection threshold 9 5.5 bc 7691 a Model 15% infection threshold - captan Model 50% infection threshold - pyraclostrobin Sprays begun only when symptoms visible 6 4.7 cd 7366 a Weekly calendar sprays – captan only 16 3.9 cd 7611 a Weekly calendar sprays – captan early, pyraclostrobin late 16 3.1 cd 7294 a 10 2.1 d 8086 a Model 15% infection threshold - captan Model 50% infection threshold - pyraclostrobin Values followed by the same letter are not significantly different (P > 0.001) based on the Waller-Duncan k-ratio t test. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 S 25 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia of flower infection 3 to 4 days in advance considering the availability of inoculum and the amount of rainfall for the last 5 days. Temperature and relative humidity were not major factors but the duration of leaf wetness had a small, but significant, effect on disease development. Fungicide applications timed according to the model reduced flower infection and the number of persistent calyces, and increased yields up to 500% compared to the non treated control (Timmer & Zitko, 1996). The Florida PFD model was modified subsequently to include the duration of leaf wetness following rainfall events. A new system, the PFD-FAD, postbloom fruit drop-fungicide application decision, was developed to be more widely applicable in different citrus-producing regions and included risk factors such as the previous history of PFD in the grove, the susceptibility of the citrus variety, and the stage of the bloom, as well as the factors used in the PFD model (Peres et al, 2002). The PFD-FAD system was implemented in Java servlet, and it can be accessed at http://infotech.ifas.ufl.edu/disc/pfd/. Fig. 1. Disease cycle of anthracnose fruit rot of strawberries caused by Colletotrichum acutatum (illustrations by Lynda E. Chandler). Reprinted from Peres, et al. (2005). Disease cycle Conidia are produced in acervuli on infected petals and are dispersed by rain splash during the bloom period (Fig.2). Conidia deposited on leaves and other vegetative tissues germinate and form appressoria that serve as survival structures between flowering periods. When bloom begins the next season, appressoria of C. acutatum germinate and produce a few conidia on the leaf surface. These conidia are splashed onto the first flowers of the new season to continue the cycle. Disease models A predictive model was developed in Florida for timing of fungicide applications (Timmer & Zitko, 1993). The model forecasts the percentage Fungicide applications according to the Florida PFD model were compared to sprays applied according to a phenology-based program at early bloom and peak bloom, and according to the grower’s assessment of the need for applications. The new PFD-FAD advisory system was tested and compared to the above programs (Peres et al., 2004). The PFD model and the PFD-FAD were effective for avoiding sprays that were not necessary when the conditions are not favorable for disease development. The use of the PFD model and the PFD-FAD helped to avoid sprays in 3 of the 4 years compared to the phenology-based spray program that is usually recommended in Brazil and also saved sprays based on the decisions of a grower experienced in dealing with the disease. We have made considerable progress in determining the factors that affect the severity of these two important diseases and developed models that effectively predict disease and assist in the timing of fungicide applications. In future work, we hope to further refine the models and supply the information to growers in a readily applicable form in order to reduce the number of fungicide applications and lower production costs. LITERATURE CITED Peres, N.A.R., Kim, S., Beck, H.W., Souza, N.L., and Timmer, L.W. 2002. A fungicide application decision (FAD) support system for postbloom fruit drop of citrus (PFD). Online. Plant Health Progress doi: 10.1094 PHP2002-0731-01-RV Table 2. Effect of different systems for timing of fungicide applications for control of postbloom fruit drop of citrus (cultivars Pera and Valencia) Year Treatmentsv 2001 2002 No. of sprays AUCw Persistent calycesx Fruit Control 0 4204 a 90 a 24 b Phenology based program 2 707 cd 46 b 30 a Grower’s choice 3 618 c 46 b 31 a Florida PFD model 2 1211 c 45 b 33 a PFD-FAD system 1 2138 b 54 b 29 a Control 0 150 a 25 c 14 Phenology based program 2 7c 16 d 15 Grower’s choice 2-3 6c 24 c 14 z Florida PFD model 1 130 b 42 a 13 PFD-FAD system 1-2 115 b 33 b 14 NS w Area under the curve for the number of diseased flowers; xAverage number of persistent calyces or fruit on 12 branches per tree; average of 20 trees per location; zValues fol- lowed by the same letter are not significantly different (P > 0.05) based on the Waller-Duncan k-ratio t test; NS = not significant. S 26 Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia types; 80% prefer carioca beans, 16% black beans and about 4% prefer other bean colors. Fig. 2. Disease cycle of postbloom fruit drop on citrus caused by Colletotrichum acutatum (illustrations by Lynda E. Chandler). Reprinted from Peres, et al. (2005). Peres, N.A.R., Souza, N.L., and Timmer, L.W. 2004. Evaluation of systems for timing of fungicide sprays for control of postbloom fruit drop of citrus in Brazil. Plant Disease 88: 731-735. Peres, N. A., L. W. Timmer, J. E. Adaskaveg, and J. C. Correll. 2005. Life styles of Colletotrichum acutatum. Plant Disease 89: 784-796. Timmer, L.W., and Zitko, S.E. 1993. Relationships of environmental factors and inoculum levels to the incidence of postbloom fruit drop of citrus. Plant Dis. 77:501-504. Timmer, L.W., and Zitko, S.E. 1996. Evaluation of a model for prediction of postbloom fruit drop of citrus. Plant Dis. 80:38-383. Wilson, L.L., Madden, L.V., and Ellis, M.A. 1990. Influence of temperature and wetness duration on infection of immature and mature strawberry fruit by Colletotrichum acutatum. Phytopathology 80:111-116. AN INTEGRATED APPROACH FOR THE MANAGEMENT OF COLLETOTRICHUM DISEASES OF COMMON BEAN WITH EMPHASIS ON EFFECTIVE FUNGICDE MANAGEMENT. M.A. Pastor-Corrales. Soybean Genomics and Improvement Laboratory. USDA-ARS, Beltsville Agricultural Research Center, Beltsville, MD, 20705, USA, e-mail: [email protected] The common bean (Phaseolus vulgaris L.) is in Brazil an agricultural product of major socio-economic importance; Brazil is the largest producer and consumer of dry beans in the world, dry beans are grown in nearly every Brazilian state and millions of Brazilians work full and part-time on dry bean production. Dry beans are a most important food component in the daily diet of the Brazilian population, providing an inexpensive and excellent source of protein, complex carbohydrates, fiber, folate and minerals in the diet of millions of Brazilians. Dry bean production is concentrated in about ten Brazilian states (Parana, Minas Gerais, Bahia, Goias, Sao Paulo, Ceará, Santa Catarina, Rio Grande de Sul, and Pernambuco) which produce over 80 % of the dry beans. This production occurs in three distinct seasons; about 40 % of the production occurs in the first or wet season (safra das aguas), 30 % in the second or dry season (safra da seca), and 30% during the third or winter season (safra de inverno). About 60% of the first and second seasons’ production occurs in small farms. Although many dry bean classes are grown in Brazil, consumers have a strong preference for a few bean Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 Common bean anthracnose. The common bean is notoriously susceptible to many diseases, particularly in the tropics. Accordingly, many diseases diminish common bean production in Brazil; disease such as bean golden mosaic, anthracnose, angular leaf spot, rust, white mold, common bacterial blight, web blight, charcoal rot, Fusarium wilt, and root rots. Anthracnose is one the most widespread and economically important bean diseases in Latin America and Africa, including Brazil. Anthracnose in Brazil occurs during all three planting seasons (wet, dry and winter) affecting bean seed yield and pod and seed quality. Anthracnose is often recurrent in southeastern Brazil and it is particularly important in the southern part of the State of Minas Gerais, where it can make dry bean production unfeasible. Anthracnose also tends to be severe in areas where dry beans are under irrigation which increases the humidity that favors infection of the anthracnose pathogen and the development and the amount and dispersal of the inoculum in the field. Anthracnose is caused by the hemi-biotrophic fungus Colletotrichum lindemuthianum (Sacc. & Magnus) Lambs.-Scrib. Under favorable environmental conditions for anthracnose development, such as moderate to cool temperature (between about 14o to 25oC with an optimum of 17oC), high humidity (greater than 90%) and susceptible common bean varieties, yield and pod and seed quality losses caused by the anthracnose disease can be devastating reaching 100 percent. Factors Affecting Bean Anthracnose Management. There are many methods to manage plant diseases including common bean anthracnose. Regardless of the methods or the overall management strategy used, for an effective management of common bean anthracnose, it is necessary to have a basic knowledge of the common bean, the anthracnose pathogen and of the anthracnose disease epidemiology. The Common Bean Host. The common bean is native to the Americas. The cultivated common bean as we now it today was domesticated from wild beans growing as vines. Long before the domestication, wild P. vulgaris had already diverged into two separate and distinct major gene pools distributed in two different geographic regions, one in Mesoamerica and the other in the Andes. The Mesoamerican gene pool includes wild bean populations distributed in a region that includes what is today Mexico, Central America, Northern Colombia and Western Venezuela. The Andean gene pool comprises wild bean populations distributed in the highlands of the Andes region of Southern Peru, Bolivia and Argentina. Contrasting morphological, biochemical, and molecular attributes, as well as incomplete reproductive isolation, differentiate these two wild bean gene pools. Separate domestications of the wild beans in Mesoamerica and Andean led to two separate and different cultivated gene pools also denominated the Mesoamerican and the Andean gene pools. The partition of the genetic diversity of the cultivated common bean in two gene pools is a reflection of the diversity of their wild bean ancestors. Most of the divergent morphological traits, agronomic characteristics, biochemical and molecular attributes that separate the wild Andean from the Mesoamerican beans, such as phaseolin seed proteins, isozymes, mitochondrial, chloroplast, and genomic DNA, also differentiate the cultivated Andean from the Mesoamerican gene pool. The common bean is not native to Brazil and most dry bean varieties planted in Brazil are small-seeded bean cultivars (especially of the carioca and black seeded types) that belong to the Mesoamerican gene pool. Anthracnose occurs in both gene pools and it can be as severe in both pools. The Bean Anthracnose Pathogen. Although C. lindemuthianum can infect other species closely related to P. vulgaris, this is primarily a pathogen of common bean. Although the teleomorphic stage of the anthracnose pathogen has been reported, it appears that only the anamorphic stage is responsible for the anthracnose disease. Since 1911 it is known that some common bean cultivars are resistant to anthracnose while others are susceptible and that the anthracnose pathogen has, and benefits from, extensive virulence diversity. More recent virulence and genetic diversity studies using differential cultivars and molecular techniques revealed that the diversity of some common bean pathogens segregates into two distinct groups that mirror the diversity of their common bean host. These pathogens include Colletotrichum lindemuthianum, Phaeoisariopsis griseola, the causal agent of angular leaf spot, and Uromyces appendiculatus, the bean rust pathogen. The two groups of isolates of these pathogens have been S 27 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia also named Andean and Mesoamerican because they have been associated with the Andean and Mesoamerican gene pools of the common bean. Andean races (virulence phenotypes) of the anthracnose (as well as of the angular leaf spot and rust pathogens) are invariable isolated from large-seeded beans that belong to the Andean gene pool. Conversely, Mesoamerican races of these pathogens are usually, but not always, isolated from small or mediumseeded beans belonging to the Mesoamerican gene pool. More importantly, Andean races are compatible only or mostly with Andean beans (Table 1). In contrast, Mesoamerican races are compatible with Mesoamerican and Andean beans, but tend to be more virulent on Mesoamerican beans. In addition, Mesoamerican races of these pathogens exhibit considerable greater virulence diversity than the Andean races. The genetic diversity of these three pathogens, revealed using molecular markers, especially of the angular leaf spot and rust pathogens, also segregates into two different groups, one Andean and one Mesoamerican. Common beans from the Mesoamerican gene pool also have greater genetic diversity than bean cultivars from the Andean gene pool. It has been posited that Andean and Mesoamerican races of these pathogens have evolved separately with the Andean and Mesoamerican common bean gene pools, respectively. Since most common bean varieties grown in the most important bean producing states of Brazil are small-seeded carioca or black varieties of the Mesoamerican gene pool. Most races of C. lindemuthianum reported from Brazil also belong to the Mesoamerican pool. Epidemiology of Bean Anthracnose. The bean anthracnose pathogen can survive in the seed or infected crop residue. Survival in the seed and infected pods is influenced considerably by temperature and humidity (moisture). Infection by C. lindemuthianum is favored by moderate temperatures between 14 and 25oC with an optimum of 17oC to 23oC. Humidity of more than 92% free moisture is required for infection and development of all stages of conidium germination, incubation and subsequent sporulation. Moderate rainfalls at frequent intervals, especially when accompanied by wind or splashing rain are essential for local dissemination of conidia and for the development of severe anthracnose epidemics. Rain dissolves the watersoluble gelatinous matrix in which the conidia reside in the acervulus. Bean Anthracnose Management. Methods to manage bean anthracnose comprise those that exclude, reduce or eradicate the pathogen from the host, methods that use or improve host resistance, and methods that directly protect the plant from the pathogens. Methods that exclude, reduce, and eradicate the pathogen from the host. These methods include clean or pathogen-free seed, crop rotations, and field sanitations. The anthracnose pathogen is seed borne and it is easily and effectively disseminated on infected seed from one location to another. Sowing anthracnose-infected seed will result in poor emergence and seedling with reduced vigor. In addition, disease seedlings are a source of anthracnose inoculum for adjacent pants by splashing rains. More importantly, anthracnoseinfected seed can introduce new C. lindemuthianum races into new area or new fields. Races 7 and 73 were introduced in this manner for the first time to Michigan, race 73 to North Dakota in the United States and races and races 7 and 93 to Ontario, Canada. The introduction of these new races that overcame the previously resistant Co-2 anthracnose resistance gene (formerly known as the ARE gene) resulted in anthracnose epidemics. Utilization of anthracnose-free seed is a very important component of any strategy to avoid losses caused by anthracnose and other diseases caused by seed borne pathogens. Anthracnosefree seed was successfully used to control anthracnose in the United States. Pathogen free-seed of susceptible cultivars was produced in the state of Idaho, a semiarid region, using furrow or surface irrigation. The low humidity and high temperatures of this area are unfavorable for infection and survival of the anthracnose pathogen. Crop rotations of two to three years are suggested for the management of anthracnose. The pathogen usually can’t survive on infected debris for more than two years. Heavily anthracnose-infected plant debris should also be removed from the field soon after harvest. Methods that use or improve host resistance. Host resistance, when available, it is probably the easiest method for farmers to use and the most effective method for the management of bean anthracnose. However, several released varieties with anthracnose resistance have succumbed to C. lindemuthianum soon after their release. Released anthracnose resistant varieties with single resistance genes have had their share of failures, because, as noted before, the anthracnose pathogen benefits from extensive virulence diversity and races of C. lindemuthianum often vary in time and space. This is why bean varieties that are resistant in one location or year may be susceptible in another. Failed varieties often succumb to anthracnose because they had not been adequately tested against all the races of C. lindemuthianum present in the area where they were released. In other cases, the introduction of a new race of C. lindemuthianum in imported seed was responsible for the failure of these varieties, as it occurred with several varieties carrying the Co-2 gene in Brazil, the United States and Canada. Although there are 11 reported genes for resistance to C. lindemuthianum (see Table1), none of them are effective against all known races of C. lindemuthianum. The Co-10 anthracnose resistance gene not shown in Table 1 was reported occurring in Brazilian cultivar Ouro Negro. Some Table 1. Differential bean cultivars, their resistance genes, host gene pool and the binary number of each differential bean cultivar used to name races of Colletotrichum lindemuthianum, the causal agent of anthracnose of common bean. Selected races from Brazil and Ecuador recently reported in the literature are shown Selected Races from Differential Cultivar1 Host Resistance Genes Gene Pool1 Binary Number2 Brazil4 65 73 81 337 Ecuador5 7 12 13 Michelite MDRK P. Marrow Co-11 Co-1 Co-13 MA A A 1 2 4 + - + - + - + - + - + + - + + + C. 49242 Widusa Kaboon Mexico 222 PI 207262 TO TU AB 136 G 2333 Co-2 Co-15 Co-12 Co-3 Co-43, Co-9 Co-4 Co-5 Co-6, co-8 Co-42, 3Co-52, Co-7 MA A A MA MA MA MA MA MA 8 16 32 64 128 256 512 1024 2048 + - + + - + + - + - - - + + - + - - - - + - 1 Bean differential cultivars belong to the Middle American (MA) or the Andean (A) gene pools. Highlighted cultivars are Andean; the others are Middle American. 2Binary number: 2n, n is equivalent to the place of the cultivar within the series. The sum of cultivars with susceptible reaction will give the binary number of a specific race. 3 Tentative. 4 Damasceno, K.J.,et al.,2007.J. Phytopathology 155:241-247. 5Awale, H., et al., 2007. Ann. Rep. Bean Improv. Coop. 50: 85-86. S 28 Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia anthracnose resistance genes confer resistance to a broader gamut of races of C. lindemuthianum than others. The Co-42 gene found originally in G 2333 and Co-12 present in Kaboon, are recognized as the genes with the broadest range of resistance to races of C. lindemuthianum in the Mesoamerican and Andean gene pools of the common bean, respectively. This author had shown since the early 1980’that bean anthracnose resistance genes from Mesoamerican bean cultivars are very effective against Andean races of C. lindemuthianum. On the other hand, resistance genes from Andean beans are very effective against many Mesoamerican races of the anthracnose pathogen. Therefore, the most effective bean anthracnose resistance method is to combine (pyramid) Andean and Mesoamerican anthracnose resistance genes into a single bean variety. The most effective combination of these genes should be determined by the population structure of the pathogen that the released bean variety will confront. For example, an effective combination of bean anthracnose resistance genes throughout the world would include the Andean gene Co-12 and the Middle American gene Co42. The Co-42 gene is effective against all known Andean races and against most Middle American races of C. lindemuthianum but it susceptible to some races from Costa Rica and Mexico. On the other hand, Co-12 is effective against most Middle American races of C. lindemuthianum including those that overcome Co-42. However Co-12 is susceptible to some Andean races to which Co-42 is resistant. Therefore including Co-12 and Co-42 in a combination of several anthracnose resistance genes will result in effective resistance to all presently known races of C. lindemuthianum. Other resistance methods, such as, induced resistance (using plant activators) and transgenic plants with resistance to pathogens have been reported as effective in some host plant interactions. For example, transgenic common beans with resistance to bean golden mosaic in Brazil were reported in 2007. These methods have not been reported for the management C. lindemuthianum. Methods that directly protect the plant from the pathogens. When none of the other bean anthracnose management methods discussed above can’t prevent yield, losses, anthracnose-infected seed and losses in pod and seed quality caused by the anthracnose disease, then plants can be directly protected with fungicides, foliar sprays and seed treatments. Most fungicides either inhibit the germination of the spores, growth and multiplication of the pathogen or simply kill the pathogen. There are many fungicides available in the market with different modes of action, efficacies, etc, but fungicides must be first registered for use on common beans. There are two groups of fungicides, the triazoles and the strobirulins, that currently are probably the most popular and used in agriculture for the management of many diseases caused by foliar fungal pathogens. The triazoles’ mode of action is demethylation of C-14 during ergosterol biosynthesis leading to accumulation of C-14 methyl sterols. The biosynthesis of these ergosterols is critical to the formation of cell walls of fungi and lack of normal sterol production slows or stops the growth of the fungus, effectively preventing further infection and/or invasion of host tissues. These fungicides are considered to be fungistatic or growth inhibiting rather than fungicidal. Killing. The triazole fungicides include epoxiconazole, triadimenol, propiconazole, cyproconazole, tebuconazole and flusilazole. The strobilurin fungicides were extracted from the fungus Strobilurus tenacellus and they they inhibit electron transfer in mitochondria, disrupting energy metabolism and preventing growth of the target fungi. They are part of the larger group of QoI inhibitors, which act to inhibit the respiratory chain at the level of Complex III. Strobilurin fungicides penetrate the leaf, move through tissue into the waxy layer of the epidermis. This translaminar movement allows for the protection of both leaf surfaces, providing plant disease protection that may last for weeks. Some strobilurins are azoxystrobin, kresoxim-methyl, picoxystrobin, fluoxastrobin, oryzastrobin, dimoxystrobin, pyraclostrobin and trifloxystrobin. Utilization of foliar fungicides and seed treatments for the effective control of anthracnose and as component of an integrated strategy, that also includes cultural practices and host resistance, to manage anthracnose and other common bean diseases caused by fungi will be discussed during the oral presentation. Some conclusions about bean anthracnose management. Host resistance, cultural practices (particularly crop rotation), sanitation and fungicides applied to bean plants or seed are the most utilized and effective individual methods to manage common bean anthracnose. However the best overall strategy to control anthracnose and other bean diseases, is an integrated approach combining various methods that includes clean or fungicide-treated seed, an adequate level or resistance (or avoidance of extreme susceptible varieties) and whenever necessary, a judicious use of fungicides. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 SELECTED REFERENCES Alzate-Marin, A.L., M.R. Costa, K.M. Arruda, E.G. de barros, and M.A Moreira. 2003. Characterization of the anthracnose resistance gene present in Ouro Negro (Honduras 35) common bean cultivar. Euphytica 133: 165-169. Balardin, R.S., Jarosz, A.M., and Kelly, J.D. 1997 Virulence and molecular diversity in Colletotrichum lindemuthianum from South, Central and North America. Phytopathology 87: 1184–1191. Beebe, S. And M. A. Pastor-Corrales.1991. Breeding for Disease Resitance. pp. 561-617. In A.van Schoonhoven and O.Voysest (eds.), Common Beans: Research for Crop Improvement. C.A.B. 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COLLETOTRICHUM EM SEMENTES DE SOJA E ALGODÃO – DETECÇÃO E CONTROLE QUÍMICO. Augusto C. P. Goulart. Embrapa Agropecuária Oeste, C.P. 661, Dourados, MS. CEP: 79.804970. e-mail: [email protected] Colletotrichum Seed Diseases of Soybean and Cotton Crops – Detection and Chemical Management INTRODUÇÃO A semente constitui a base de cultivo, sendo considerada uma das vias mais eficientes de transporte de fitopatógenos e transmissão de doenças. Do ponto de vista sanitário, a semente ideal seria aquela livre de qualquer microorganismo indesejável. Porém, isso nem sempre é possível, uma vez que a qualidade das sementes é altamente influenciada pelas condições climáticas sob as quais são produzidas e armazenadas. A maioria das doenças de importância econômica que ocorrem nas culturas da soja e do algodoeiro é causada por patógenos que são S 29 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia transmitidos pelas sementes, merecendo destaque os fungos Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides (causador da ramulose do algodoeiro) e Colletotrichum truncatum (causador da antracnose da soja). Dentre as medidas de controle desses patógenos, o tratamento de sementes com fungicidas é uma das mais eficazes e econômicas, sendo ainda utilizado para garantir boa emergência, quando a semeadura coincide com períodos adversos, evitando, na maioria das vezes, a necessidade do replantio. DESCRIÇÃO DOS FUNGOS Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides (C.g.c.) – causador da ramulose do algodoeiro Identificador: A.S.Costa [Anamorfo] Sinonímia: Glomerella gossypii Edgenton [Teleomorfo] Detecção: substrato papel O patógeno é transmitido tanto externa quanto internamente pelas sementes de algodão, que são o mais eficiente veículo de disseminação do mesmo. O papel das sementes na transmissão do patógeno fica evidente ao constatar-se a doença em áreas novas. As taxas de transmissão de C.g.c planta-semente e semente-planta são bastante elevadas e por esta razão, a utilização de sementes portadoras do patógeno torna-se um sério risco de sua introdução em áreas novas (taxa de transmissão do patógeno das sementes para a parte aérea do algodoeiro é de aproximadamente 3:1, o que significa que 3 sementes com C.g.c. representa 1 planta no campo com ramulose). Em condições de clima favorável (temperatura de 25 a 30ºC e umidade elevada), a doença avança na lavoura 1 m a cada cinco dias. Este microorganismo pode ainda sobreviver de um ano para outro em solo contaminado e em restos culturais. Este fungo pode provocar também o tombamento de pré e pós-emergência, reduzindo o estande. Lesões deprimidas, pardo-escuras, atingindo grande extensão do colo e da raiz das plântulas são os sintomas característicos provocados por este patógeno. É identificado pela presença de colônias acinzentadas, pouco densas, acérvulos com setas altas e da presença quase constante de micélio aéreo. Os conídios, uma vez produzidos, permanecem aderidos uns aos outros nas extremidades das setas, tornandose brilhantes sob a luz. Os acérvulos apresentam-se com setas escuras, as vezes com conídios no ápice. Em meio de cultura células conidiogênicas podem ser formadas diretamente em micélio vegetativo. Conídios hialinos, unicelulares, retos com extremidades arredondadas e medindo 12-17 x 3-4,5 micra. Até algum tempo, apenas se relatava a presença de C. gossypii nas sementes analisadas, não se fazendo menção a C. gossypii var. cephalosporioides, embora ambos pudessem estar ocorrendo. Ocorria então que, em função da grande semelhança das estruturas desses patógenos nas sementes, a distinção entre eles tornava-se muito difícil pelos métodos rotineiros. Atualmente, com o desenvolvimento de novas técnicas de análise baseadas no hábito de crescimento dos fungos nas sementes, desenvolvidos por Tanaka et al. (Summa Phytopathologica, v. 22, n°2, p.116-122, 1996 e Bragantia, v. 15, n° 1, p. 95-104, 1996), a identificação precisa desses dois patógenos já é possível em testes de sanidade de sementes. Conforme estes autores, a reprodutibilidade do método (fácil execução e baixo custo) foi demonstrada, o que permite a preconização do mesmo para ser utilizado como rotina em testes de sanidade de sementes de algodoeiro. Entretanto, torna-se imprescindível que sejam feitos testes de aferição com diversos laboratórios e treinamento dos analistas para não haver erro no diagnóstico. A distinção entre C. gossypii e C. gossypii var. cephalosporioides exige do analista um treinamento específico. Colônias de C. gossypii são mais compactas, com setas mais curtas, com abundante esporulação e estruturas do fungo desenvolvidas rente ao tegumento das sementes com ausência de micélio aéreo. Freqüentemente as cadeias de conídios cobrem completamente as setas, dificultando sua visualização. Colônias de C. gossyppi var. cephalosporioides apresentam-se com abundante micélio aéreo e aspecto menos compacto. Colletotrichum truncatum – causador da antracnose da soja Identificador: (Schwein.) Andrus & W.D. Moore [Anamorfo] Sinonímia: Colletrotrichum dematium f. truncatum (Schwein.) Arx Vermicularia truncata Schwein. Detecção: substrato papel S 30 Capaz de atacar todas as partes da planta, durante a fase vegetativa, floração, frutificação e sementes, sendo considerada a principal doença na fase inicial de formação das vagens. Em condições de elevada precipitação e altas temperaturas, comuns na região dos cerrados, pode causar perda total. É comum causar redução acentuada no número de vagens e retenção foliar e haste verde. Esse fungo pode causar deterioração da semente, morte de plântulas e infecção sistêmica em plantas adultas; tem nas sementes o mais eficiente veículo de disseminação. Sementes infectadas apresentam manchas deprimidas de coloração castanho-escura. É comum o aparecimento de sintomas nos cotilédones, caracterizado pele necrose dos mesmos, logo após a emergência da plântula. De maneira geral, a incidência desse patógeno nas sementes é baixa, sendo que dificilmente obtém-se um lote de sementes com níveis elevados de C. truncatum. Entretanto, com a expansão da cultura da soja para outras regiões do Brasil, tem-se observado, em algumas safras, aumento considerável da presença desse fungo nas sementes de soja. O patógeno, uma vez introduzido por sementes infectadas, sobrevive na entresafra em restos de cultura. Com relação à perda de viabilidade desse patógeno nas sementes durante o armazenamento, trabalhos recentes demonstraram que esse fungo é mais persistente que Phomopsis spp. e Fusarium semitectum, apesar de sua incidência diminuir quando as sementes são armazenadas em condições ambientes, por um período de seis meses. A principal característica utilizada para a identificação do patógeno nas sementes, após o período de incubação, é a presença de acérvulos típicos da espécie (freqüentemente com abundante exudação), onde são observadas inúmeras setas escuras, medindo 60-300 x 3-8 micra. Os conídios do fungo são hialinos, unicelulares, curvos, medindo 17-31 x 3-4,5 micra. Os conídios geralmente produzem tubos germinativos curtos. DETECÇÃO EM SEMENTES Existem vários testes de laboratório que podem ser utilizados para caracterizar o estado sanitário das sementes de algodão e de soja, sendo que a seleção de um método em particular dependerá do patógeno a ser detectado, da espécie de semente e do próprio objetivo do teste. No caso específico dos fungos Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides (causador da ramulose do algodoeiro) e Colletotrichum truncatum (causador da antracnose da soja), o principal método utilizado para sua detecção nas sementes é o papel de filtro (“blotter”). A experiência tem comprovado que este método é perfeitamente viável e o mais eficaz para estas culturas. A seguir, esse método será descrito, detalhadamente. Método do papel de filtro (“blotter test”) Segundo Neergaard (1979), este método consiste na utilização de sementes, sem assepsia superficial, semeadas em placas de Petri ou caixas Gerbox (20 sementes por recipiente), contendo três folhas de papel de filtro previamente esterilizadas, embebidas numa solução de 2,4-D (2,4 - diclorofenóxiacetato de sódio), a 0,02% do produto comercial (1.000 ml de água destilada esterilizada + 2 ml do herbicida 2,4-D) para a cultura do algodoeiro. No caso da soja, adiciona-se a esta solução de 2,4-D, ágar diluído (10 g de ágar/1.000 ml de água) para facilitar a fixação das sementes no substrato, conforme Goulart (1984). Em seguida, os recipientes contendo as sementes são incubados em ambiente controlado, com temperatura entre 22 e 26°C, sob regime de 12h de luz (negra “NUV” e/ou branca fluorescente tipo “luz do dia”)/12 h de escuro. O objetivo da utilização da luz é o de estimular a esporulação da maioria dos fungos. Após um período de incubação de sete dias, as sementes são examinadas, uma a uma, sob microscópio esterescópico e os microorganismos são identificados e anotados. A identificação é feita com base na esporulação dos fungos. Para cada amostra recomenda-se a utilização de 200 a 400 sementes, que devem ser tomadas ao acaso. O resultado do teste é expresso em percentagem de cada fungo detectado. A utilização do 2,4-D tem por finalidade inibir a germinação das sementes, a fim de facilitar a leitura do teste. Este tratamento leva à morte do embrião, sem causar efeito negativo na flora fitopatogênica. Método do papel de filtro com congelamento (“deep freezing method”) Este método consiste em pequena variação do anterior, no qual elimina-se a germinação, não pelo uso do 2,4-D, mas pela exposição das sementes à temperatura de -20°C (Neergaard, 1979). As sementes são Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia semeadas em placas de Petri ou caixas Gerbox contendo três folhas de papel de filtro previamente esterilizadas e embebidas em água destilada esterilizada (algodão) ou em ágar diluído (10 g de ágar/1.000 ml de água) no caso da soja. Em seguida, são incubadas, sob as mesmas condições já descritas no teste anterior, nas primeiras 24 horas. Após esse período, os recipientes são retirados e colocados em um freezer a -20°C, por 24 horas. Posteriormente, voltam ao ambiente normal de incubação por cinco dias, perfazendo assim os sete dias, quando então é realizada a avaliação. O choque de frio, após as sementes absorverem água nas primeiras 24 horas de incubação, prejudica a germinação normal. Os microorganismos desenvolvem-se normalmente durante a incubação e a avaliação fica facilitada, uma vez que não ocorre a germinação das sementes. CONTROLE QUÍMICO O controle químico destes patógenos nas sementes deverá ser realizado através do tratamento das sementes com fungicidas. A ação combinada de fungicidas sistêmicos com protetores tem sido uma estratégia das mais eficazes no controle desses fungos presentes nas sementes, uma vez que o espectro de ação da mistura é ampliado pela ação de dois ou mais produtos. O tratamento químico de sementes de soja e algodão com fungicidas é um dos métodos mais simples, de custo relativamente baixo e resulta em reflexos altamente positivos para a sustentabilidade da cultura. Quando se analisa a questão ambiental, apresenta a vantagem ainda de não alterar a biologia do solo, pois a quantidade por hectare é mínima, sendo rapidamente diluída e degradada no solo. Além disso, dentre os demais defensivos, os fungicidas são os que apresentam o menor impacto negativo no ambiente. A cada ano, um grande número de fungicidas são testados com o objetivo de verificar sua eficiência no controle dos principais patógenos presentes nas sementes. Os fungicidas registrados para tratamento de sementes nestas culturas e atualmente disponíveis no mercado pertencem a dois grandes grupos – os sistêmicos e os protetores. Para o controle de Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides (causador da ramulose do algodoeiro) os fungicidas mais utilizados são vitavax-thiram, vitavax-thiram + carbendazin, difenoconazole, tolylfluanid + pencycuron + triadimenol, fludioxonil + mefenoxan + azoxystrobin No caso de Colletotrichum truncatum (causador da antracnose da soja), os fungicidas mais utilizados são carbendazin + thiram, vitavaxthiram, fludioxonil + mefenoxan, thiram, captan e tolylfluanid. Dados de pesquisa têm demonstrado que a eficiência de um determinado fungicida está relacionada diretamente com o nível dos fungos nas sementes, sendo maior em lotes de baixa infecção. Nesse contexto, o ideal e recomendável do ponto de vista epidemiológico, seria fazer o tratamento com fungicidas em sementes com baixos níveis de infecção/ contaminação, pois nelas o controle é mais efetivo. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BARNETT, H.L. & HUNTER, B.B. Illustrated genera of imperfect fungi. 3.ed. Minneapolis. Burgess. 1972. GOULART, A.C.P. Avaliação do nível de ocorrência e efeitos de Phomopsis sp. e Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary em sementes de soja (Glycine max (L.) Merrill). Dissertação de Mestrado. Lavras MG. Escola Superior de Agricultura de Lavras. 1984. GOULART, A.C.P. Doenças iniciais do algodoeiro – identificação e controle. In: Zambolim, L. (Ed.) Sementes: qualidade fitossanitária. Viçosa MG. UFV, DFP. 2005. pp. 425-449. GOULART, A.C.P. Efeito de fungicidas no controle de patógenos em sementes de algodão (Gossypium hirsutum L.). Summa Phytopathologica 18:173-177. 1992. GOULART, A.C.P. Eficiência do tratamento químico de sementes de soja no controle de Colletotrichum dematium var. truncatum. Revista Brasileira de Sementes 13:1-4. 1991. GOULART, A.C.P. Fungos em sementes de soja: detecção, importância e controle. Dourados MS. Embrapa Agropecuária Oeste. 2005. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 HENNING, A.A. Testes de sanidade de sementes de soja. In: Soave, J. & Wetzel, M.M.V. da S. (Ed.) Patologia de sementes. Campinas SP. Fundação Cargill: ABRATES, COPASEM. 1987. pp. 441-454. MACHADO, J. da C. Patologia de sementes: fundamentos e aplicações. Brasília DF. MEC: ESAL: FAEPE. 1988. NEERGAARD, P. Seed pathology. London. MacMillan. 1979. Vol. 1. PIEROBOM, C.R. & DEL PONTE, E.M. Manual de sanidade de sementes: ficha de descrição de microorganismos e patógenos. Disponível em: <http:// faem.ufpel.edu.br/dfs/patologiasementes/cgi-bin/sementes/procura.cgi>. Acesso em: 21 maio 2007. TANAKA, M.A.S.; MENTEN, J.O.M. & MACHADO, J. C. Hábito de crescimento de Colletotrichum gossypii e C. gossypii var. cephalosporioides em sementes de algodoeiro. Bragantia 55:95-104. 1996. TANAKA, M.A.S.; PIZZINATTO, M.A. & SOAVE, J. Método para identificação de Colletotrichum gossypii e C. gossypii var. cephalosporioides em sementes de algodoeiro baseado no hábito de crescimento. I Avaliação em laboratório. Summa Phytopathologica 22:116-122. 1996. MANEJO DA ANTRACNOSE EM SOJA. Maurício Conrado Meyer & Dirceu Klepker. Embrapa Soja, caixa postal 131, CEP 65800-000, Balsas, Maranhão. E-mail [email protected]. Management of anthracnose on soybean crop. A antracnose, causada por Colletotrichum dematium (Pers. ex Fr.) Grove var. truncata (Schw.) Arx [sin. C. truncatum (Schw.) Andrus & Moore], é uma das mais importantes e freqüentes doenças da soja nos cerrados. Sob condições de alta temperatura e umidade, principalmente em anos chuvosos, causa acentuada redução do número de vagens, podendo induzir a planta à retenção foliar e haste verde. Os níveis de perdas podem chegar a 100% em casos excepcionais de ambiente favorável (Almeida et al., 2005). Seu principal sintoma é a queda e o apodrecimento de vagens. As vagens em início de formação (R4 - R5.1), quando infectadas, adquirem coloração castanho-escura a negra, abortam a formação de grãos e ficam retorcidas. Nas vagens em granação (R5.1 - R6), as lesões se iniciam por pontos de anasarca e evoluem para manchas negras, geralmente com expansão circular, constituídas pelo aglomerado de acérvulos. Outras partes da planta também são infectadas por C. truncatum. Nas hastes, pecíolos e racemos florais a doença se manifesta através de manchas negras, ligeiramente deprimidas e brilhantes. Nas folhas geralmente são observadas lesões necróticas pretas ou castanho-escuras, sobre as nervuras. É importante atentar para o correto diagnóstico da antracnose, principalmente observando-se a prevalência da coloração negra das lesões e a presença de acérvulos com setas negras características, pois ainda têm sido comuns algumas confusões com os sintomas causados por Cercospora kikuchii, Corynespora cassiicola e queimaduras de sol. Sementes infectadas apresentam manchas deprimidas, de coloração castanho-escura. O percentual de sementes infectadas aumenta consideravelmente quanto maior for o índice de chuvas na colheita. As plântulas originadas de sementes infectadas apresentam necrose dos cotilédones, que pode se estender para o hipocótilo e causar o tombamento. Esta situação é mais intensa quando o período de emergência é sucedido de chuvas abundantes e houver elevada fonte de inóculo em restos de cultura. O fungo também pode causar o apodrecimento da semente no solo, antes da emergência (Henning et al., 2005). Ocorre uma acentuada redução da infecção de sementes de soja por C. truncatum durante o período de armazenamento em condição ambiente. É também possível que C. truncatum seja um dos principais causadores da necrose da base do pecíolo cuja etiologia ainda não está esclarecida. As principais fontes primárias do patógeno são as sementes e restos de cultura da safra anterior à soja. Os conídios são dispersos principalmente por respingos de gotas de chuva que incidem nos acérvulos, fragmentando a massa gloióide de esporos. S 31 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia O fungo coloniza o interior do tecido cortical e pode permanecer em forma latente até o final do ciclo da soja sem expressar a doença, dependendo muito das condições ambientais e do estado nutricional das plantas. As maiores reduções de produtividade da soja atribuídas à antracnose têm ocorrido quando a cultura passa por algumas situações de estresse, provocando debilidades fisiológicas nas plantas e favorecendo a expressão da doença. Os fatores de estresse mais comuns são excesso ou falta de chuvas, baixa fertilidade de solo, ocorrência de doenças radiculares e ataque de pragas, principalmente percevejos sugadores. Os tecidos dessas plantas debilitadas, principalmente as vagens que tiveram o processo de formação de grãos interrompido, são rapidamente colonizados e decompostos por C. truncatum. O controle da antracnose é mais eficiente através da adoção de medidas como rotação de culturas, utilização de sementes sadias, tratamento de sementes com fungicidas adequados, manejo adequado da fertilidade do solo, principalmente com relação à adubação potássica, manejo físico do solo para que as plantas tenham o melhor desenvolvimento radicular possível, espaçamento entre as linhas variando de 45 a 55 cm, população adequada à cultivar (200 a 250 mil plantas/ha), manejo eficiente de pragas (principalmente percevejos) e de plantas invasoras. Observações a campo têm mostrado que a incidência de antracnose é menos severa em sistemas de semeadura direta e em áreas com cobertura morta originária de plantas não hospedeiras do patógeno. Estudos de nutrição da soja conduzidos em solos com diferentes texturas no Piauí (25% de argila) e Maranhão (60% de argila), revelaram o efeito do potássio na redução da incidência de antracnose causando podridão de vagens da cultivar de soja BRS Sambaíba. Em experimento com nutriente faltante e parcelas subdivididas com e sem pulverização de fungicidas (trifloxiztrobin 56 g i.a. ha-1 + ciproconazole 24 g i.a. ha-1 em R2 e R5.1) foi observado que a supressão do fornecimento de potássio para as plantas causou o aumento da incidência de antracnose em mais de duas vezes os valores observados para os demais tratamentos, independentemente do efeito fungicida (Figura 1). Figura 2. Incidência de antracnose (Colletotrichum truncatum) causando apodrecimento de vagens em soja cv. BRS Sambaíba, em experimento de doses e épocas de aplicação de potássio, instalado em Bom Jesus, Piauí na safra 2000/01 e avaliado em 2004/05. Médias seguidas das mesmas letras (maiúsculas para as subparcelas tratadas com fungicidas e minúsculas para as não tratadas) não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Experimentalmente, tem sido observada a eficiência de controle com alguns fungicidas do grupo das estrobilurinas em mistura com triazóis, assim como de tiofanato metílico isoladamente ou em seqüência de aplicação com triazóis ou estrobilurinas, e de alguns triazóis isoladamente. Os fungicidas flutriafol + tiofanato metílico (60 + 300 e 70 + 350 g i.a. ha-1), tiofanato metílico (300 g i.a. ha-1), azoxystrobin + ciproconazole (60 + 24 g i.a. ha-1) e pyraclostrobin + epoxiconazole (66,5 + 25 g i.a. ha-1), pulverizados em duas épocas sobre a cultivar M-SOY 6101 nos estádios R2 e R5.1, respectivamente, foram eficientes no controle da antracnose (Campos et al., 2005 a). Também foi demonstrado a eficiência de controle de duas aplicações em R2 e R5.1, respectivamente, dos fungicidas pyraclostrobin + epoxiconazole (66,5 + 25 g i.a. ha-1), azoxystrobin + ciproconazole (60 + 24 g i.a. ha-1), trifloxistrobin + ciproconazole (56,2 + 24 g i.a. ha-1), as seqüências de flutriafol / carbendazin (62,5 / 250 g i.a. ha-1), epoxiconazole / tiofanato metílico (42 / 360 e 35 / 300 g i.a. ha-1) e a aplicação de pyraclostrobin + epoxiconazole (66,5 + 25 g i.a. ha-1) em R2 e epoxiconazole / tiofanato metílico (50 / 300 g i.a. ha-1) em R5.1 (Campos et al., 2005 b). Avaliações realizadas no Maranhão e Tocantins confirmaram o melhor controle químico da antracnose com duas aplicações de misturas de estrobilurinas com triazóis e alguns triazóis isoladamente (Figuras 3 e 4) (Meyer & Rodacki, 2005). Figura 1. Incidência de antracnose (Colletotrichum truncatum) causando apodrecimento de vagens em soja cv. BRS Sambaíba, em experimento de nutriente limitante em Bom Jesus, Piauí. Médias seguidas das mesmas letras (maiúsculas para as subparcelas tratadas com fungicidas e minúsculas para as não tratadas) não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Outro experimento onde se avaliou o efeito de níveis e épocas do suprimento de potássio para soja BRS Sambaíba, em parcelas subdivididas com e sem pulverização de fungicidas, foi observado que os tratamentos com fornecimento constante do nutriente apresentaram as menores porcentagens de incidência de antracnose, independentemente do efeito fungicida, não havendo efeito residual da aplicação de potássio nos primeiros anos de cultivo sobre o controle da doença, neste tipo de solo (Figura 2). A variabilidade genética de cultivares de soja tem sido estudada e várias fontes de resistência a antracnose já foram identificadas, mas não há indicação de nenhuma cultivar resistente atualmente no Brasil. Um estudo realizado com inoculação de C. truncatum em sementes comparou o índice de infecção em plântulas, identificando maior nível de resistência nas cultivares M-SOY 8001, MGBR 46 (Conquista), M-SOY 8400, Emgopa 315, BRSMG 68 (Vencedora), Emgopa 313, BRSMG Garantia e BRS 133 (Galli, et al., 2006). S 32 Figura 3. Efeito de duas aplicações de fungicidas em soja cv. BRSMT Uirapuru (estádios R1 e R5.1) na redução da incidência de antracnose (Colletotrichum truncatum). Riachão, Maranhão, safra 2006/07. O número após o nome do fungicida refere-se à dose em g i.a. ha-1. Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. Nem todos os fungicidas citados nesta apresentação possuem registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento - MAPA para controle de C. truncatum, havendo necessidade de confirmação antes de receitá-los. Nas últimas safras, vários experimentos de controle químico da antracnose em soja não têm alcançado resultados consistentes em função da dificuldade de distribuição homogênea de inóculo e falhas Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia da metodologia de avaliação de incidência e severidade da doença. Outro fator que tem contribuído para a escassez de resultados é a ocorrência de outras doenças mais agressivas, como a ferrugem da soja (Phakopsora pachyrhizi), dificultando a distinção do efeito de cada uma. Figura 4. Efeito de duas aplicações de fungicidas em soja cv. BRS Sambaíba (estádios R3 e R5.2) na redução da incidência de antracnose (Colletotrichum truncatum). Riachão, Maranhão, safra 2004/05. O número após o nome do fungicida refere-se à dose em g i.a. ha-1. Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. 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Avaliação da resistência de variedades de soja a Colletotrichum dematium var. truncata. In: Congresso Brasileiro de Soja, 4, 2006, Londrina. Resumos. Londrina: Embrapa Soja, 2006. p.101. HENNING, A.A.; ALMEIDA, A.M.R.; GODOY, C.V.; SEIXAS, C.D.S.; YORINORI, J.T.; COSTAMILAN, L.M.; FERREIRA, L.P.; MEYER, M.C.; SOARES, R.M.; DIAS, W.P. Manual de identificação de doenças de soja. Londrina: Embrapa Soja, 2005. 72p. (Embrapa Soja, Documentos, 256). MEYER, M.C.; RODACKI, M.E. Efeito de duas aplicações de fungicidas no controle da ferrugem da soja, DFC e antracnose no Maranhão e Tocantins. In: Reunião de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil, 27, 2005, Cornélio Procópio. Resumos. Londrina: Embrapa Soja, 2005. pp. 201-202. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 DISCUSSÃO E PROPOSTAS PARA A REDUÇÃO DE RISCOS NO MANEJO DE DOENÇAS CAUSADAS POR COLLETOTRICHUM SPP., W. S. Venancio. Universidade Estadual de Ponta Grossa, Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade, Ponta Grossa, PR, 84035-130, Brasil, e-mail: [email protected] Nosso objetivo ao propor este workshop foi o de reunir profissionais de todo o país que, de uma forma ou outra, trabalhem com culturas nas quais o gênero Colletotrichum seja importante ou potencialmente importante. Existe uma preocupação grande por parte dos profissionais que atuam na agricultura com relação ao manejo deste patógeno com produtos químicos, visto tratar-se de um fungo cosmopolita, patogênico a diversas culturas de interesse econômico e que apresenta grande variabilidade genética. As culturas em que o patógeno é o agente principal de doença não ocupam grandes áreas de terra contíguas, daí se encontrar ainda uma relativa facilidade de manejo. Na agricultura brasileira os problemas aumentam de intensidade conforme aumentam as áreas plantadas com uma determinada cultura. Haja visto o exemplo da soja, que atualmente é cultivada em quase todo o território nacional, criando uma ponte verde que se perpetua ao longo do ano, propiciando condições de desenvolvimento e multiplicação a todos os patógenos que dela se alimentam. Teoricamente estamos fornecendo os dois principais ingredientes para uma epidemia, o patógeno e o hospedeiro, aguardando que o ambiente complete o triângulo. Desta forma, a soja que até o início da década de 90, não conhecia fungicida foliar em seu sistema de produção, atualmente recebe uma carga de até oito pulverizações foliares por conta das “novas” doenças, com uma média de 2 a 4 pulverizações por safra, dependendo da região e do clima. Com esta extensão de plantio, estoma-se que um problema localizado, como a antracnose no cerrado brasileiro, só necessita de tempo para adaptação, e logo poderá estar ambientada em todo o território nacional, onerando ainda mais o custo de produção desta oleaginosa. Outro fator de extrema importância neste cenário é a utilização de fungicidas específicos, que atuam em um único sítio de ação para manejo deste gênero de fungo, destacando-se entre eles as estrobilurinas, já encaixadas em algumas culturas em substituição aos fungicidas estanhados, cujo grupo recebe forte pressão de órgãos oficiais do governo e organizações não governamentais para ser retirado do mercado, já ocorrendo restrições nos registros existentes e dificuldade de novos registros. Esta situação compromete o arsenal disponível para manejo das doenças provocadas pelo gênero Colletotrichum, podendo para algumas espécies ocorrer elevados riscos de resistência do patógeno a estas novas moléculas, a exemplo da ramulose na cultura do algodão, causada pelo fungo C. gossypii (South) var. cephalosporioides A. S. Costa, sobre o qual já existe suspeita de resistência a estrobilurina. É expectativa deste encontro que se inicie uma discussão sobre manejo de Colletotrichum nas diferentes culturas, enfatizando a preservação das ferramentas químicas disponíveis principalmente através da utilização de estratégias anti-resistência. Quando se enfatiza a utilização destas estratégias anti-resistência visa-se a redução da pressão de seleção exercida por determinado fungicida na população do patógeno alvo. Para tanto se deve, em todas as pulverizações, utilizar a dose correta recomendada do fungicida, sempre que possível reduzir a freqüência de aplicação, utilizar misturas de fungicidas e, em programas com mais de uma pulverização, procurar realizar a alternância de fungicidas com diferentes mecanismos de ação. A base para que estas ações anti-resistência realmente sejam efetivas se fundamenta desta forma na redução da pressão de seleção, que só se viabiliza através do monitoramento, da interação entre os segmentos produtivos, da recomendação técnica e, principalmente da adoção de técnicas de manejo integrado, reduzindo a responsabilidade do fungicida no sistema de produção. S 33 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia 13/08/2007 | Tarde Sessão C2: Toxinas Microbianas A ênfase dada a Fusarium verticillioides (= F. moniliforme, teleomorfo Gibberella moniliformis) em milho justifica-se pela importância no mundo globalizado. MICOTOXINAS EM GRÃOSARMAZENADOS: MONITORAMENTO E CONTROLE NA PERDA DE QUALIDADE PÓS-COLHEITA HIROOKA, E.Y.*; ONO, E.Y.S.; ITANO, E.; HOMECHIN, M.; KAWAMURA, O. GARCIA, G.T.; BERND, L.P.; SILVA, M.; SILVA, R.T.V.; FUJII, S.; HAYASHI, L.; SANTOS, J.S.; SCHIABEL, V.C.; MORENO, E.C.; SCHOLZ, M.B.S.; KADOZAWA, P.; FIGUEIRA, E.L.Z.; MARSARO Jr, A.L.; FUNGARO, M H P; ONO, M.A.; OLIVEIRA, T.C.R.M.; GERAGE, A.C. * - Depto Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Estadual de Londrina. Campus Universitário. Cx.Postal 6001. CEP 86051-990, Londrina-Paraná, Brasil. Email: [email protected] / [email protected] ASPECTOS RELEVANTES DA MICOTOXICOLOGIA EM MILHO E CAFÉ A globalização exige qualidade com segurança e competitividade em toda a cadeia produtiva (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle - HACCP, Avaliação de Risco). O fornecimento de matéria-prima isenta de agrotóxicos, deterioração e micotoxinas produzidas nos cereais são um assunto prioritário (FAO/WAO, 2001). O monitoramento da contaminação fúngica e micotoxinas, associado à interação de condições climáticas e armazenagem, permitiu o mapeamento de zonas de milho com baixo risco de contaminação (Hirooka et al., 1996; Ono et al., 2004), iniciado com o estudo de intoxicação animal desde a década de 80 (Sydenham et al., 1992). Os dados (Tabela 1) indicaram ampla ocorrência de fumonisinas produzidas por F. verticillioides, porém baixa ocorrência de aflatoxinas no Estado do Paraná, dados estes essenciais para análise da tendência de perigo, decisivo na comercialização de produtos agrícolas. Por outro lado, a baixa contaminação por aflatoxinas/fungos micotoxigênicos na armazenagem constituiu perfil importante sob o ponto de vista comercial, conferindo margem de segurança ao milho brasileiro. Elevada contagem fúngica (Aspergillus spp., Penicillium spp. e Fusarium spp.), com a predominância de F. verticillioides (Figura 1) tem sido detectados no monitoramento de contaminação natural de milho comercial (safra 1991, 1995, 1997, 2003, 2004), porém observou-se tendência decrescente na concentração de fumonisinas no decorrer dos anos. INTRODUÇÃO A intensa globalização exige qualidade com segurança e alta competitividade na cadeia produtiva, principalmente no país cuja base da economia centra-se na agropecuária. O controle de micotoxinas, aliado a métodos nanotecnológicos, é um assunto prioritário na defesa contra metabólitos tóxicos em grãos. O contínuo monitoramento executado com metodologia analítica confiável garantiria o direcionamento de controle empregando modelos preditivos, manejo, mecanismos de defesa natural na planta conferida por cultivares resistentes, com base à caracterização regional. Abordam-se os aspectos relevantes e perspectivas sobre micotoxinas em grãos na região produtora, com ênfase ao milho e café. Tabela 1. Contaminação por fumonisinas e aflatoxinas em milho recém colhido da região Centro-Sul, Centro-Oeste e Norte do Estado de Paraná. Amostras positivas/total concentração Região média faixa FB AF FBa (µg/g) AFb (ng/g) FB (µg/g) AF (ng/g) Centro-Sul 25/27 0/27 1,14 ND 0,096-2,88 - Centro-Oeste 85/86 17/86 5,08 191 0,44-22,0 38,0-460,0 Norte 37/37 0/37 9,85 ND 0,74-22,6 - FB: Fumonisinas b Limite de detecção de AF: 5 ng/g AF: Aflatoxinas ND: não detectada Limite de detecção de FBs: 93 ng/g a Figura 1. Freqüência absoluta de níveis de fumonisinas em amostras de milho das Regiões Norte (27 amostras, safra 1991; 37 amostras, safra 1995; 37 amostras, safra 1997) e Centro-Sul (27 amostras, safra 1995) do Paraná. S 34 Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia Tabela 2. Ocorrência natural de OTA em amostras de café da região Norte do Paraná (safra 2003) analisado por CLAE e ic-ELISA. Local Total de amostra Positivob CLAE Ic-ELISA Fazendas locais 16 12 1.20 – 4.70 3.32 10 3.90 – 7.30 5.28 IAPAR 52 3 0.84 – 1.07 0.95 n.d. n.d. n.d. 68 15 0.84 – 4.70 2.85 10 3.90 – 7.30 5.28 OTA (ng/g)a Faixa Média Positivob a b Limite de detecção de FBs: 93 ng/g Limite de detecção de AF: 5 ng/g CLAE: cromatografia líquida de alta eficiência, ic-ELISA: imunoensaio ELISA competitivo indireto. OTA (ng/g)a Faixa Média ND: não detectada Tabela 3. Contaminação fúngica e níveis de fumonisinas em 37 híbridos de milho da região Norte do Paraná (safrinha de 1997). Contagem fúngica (UFC/g) Fusarium spp. Penicillium spp. FB1 + FB2 Híbrido Total BR205 7,5x105 4,0x105 - Aspergillus spp. - Cladosporium spp. - Leveduras 3,5x105 (µg/g) 2,67 AS3466 2,4x106 2,4x106 - - - - 1,07 XL345 3,2x105 2,2x105 5,0x104 - - 5,0x104 0,43 ZEN8501 1,8x105 5,5x104 5,0x103 - 5,0x103 1,0x105 0,39 EXCELLER 4,9x105 4,5x105 4,0x104 - - - 0,33 BR3123 1,9x104 1,7x104 5,0x102 - 1,0x103 - 0,32 FT9006 3,5x105 3,3x105 - - - 1,0x104 0,21 SG150 1,5x106 1,1x106 - - 5,0x103 3,6x105 0,10 XL360 5,6x105 - - - - 5,6x105 0,10 P3071 1,2x105 3,5x104 - - 5,0x103 7,5x104 0,09 AS32 6,5x103 - 2,5x103 5,0x102 - 1,0x103 0,08 P3041 2,2x106 2,1x106 2,5x104 - - - - AG122 9,5x105 9,0x105 - - - 5,0x104 - DINA1000 9,0x105 8,5x105 - 5,0x104 - - - AG5011 1,5x105 - - - - 1,3x105 - C333 1,2x105 - 3,0x103 - 5,0x103 - - MASTER 1,2x105 1,5x104 - - 1,0x104 9,0x104 - DINA556 3,5x104 2,6x104 5,0x102 - - 8,5x103 - P3027 3,1x104 - - - 3,0x104 6,0x102 - C435 2,7x104 1,0x103 5,0x103 - - 8,0x103 - BR206 1,0x103 1,5x102 1,0x102 - 5,0x102 4,0x102 - AG3010 2,3x105 2,0x105 5,0x103 - - 2,2x104 1,54 DINA769 3,7x105 2,1x105 1,5x104 - 1,5x104 1,3 x105 0,80 XL220 7,4x104 5,4x104 - - - 2,0x104 0,58 XLEXP9663 1,2x106 7,0x105 4,0x105 - - 1,0x105 0,49 DINA766 1,6x106 - 5,0x104 - - 3,5x105 0,33 C901 9,0x104 3,0x104 1,0x104 - - 3,5x104 0,29 AGX9682 1,0x106 5,0x105 3,5x105 - - 1,5x105 0,16 ZEN8490 7,6x104 4,5x104 - - - 3,1x104 0,15 DENSUS 1,5x106 9,5x105 - - 5,0x105 5,0x104 0,08 C701 6,7x104 6,7x104 - - - - 0,05 XL221 1,5x106 9,5x105 1,0x105 - 4,0x105 - - ZEN8202 3,3x105 9,5x104 2,0x104 - - 2,1x105 - FT9043 1,2x105 - 9,0x104 - - 3,0x104 - ZEN8392 7,6x104 4,0x103 - - - 7,2x104 - AGX9632 4,9x104 2,4x104 - - - 2,5x104 - C625 4,5x103 8,0x102 3,0x102 - 5,0x10 3,5x103 - Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 S 35 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia Assim, o monitoramento seqüencial em três pontos da cadeia produtiva, campo, recepção e pré-secagem de duas safras consecutivas (2003 e 2004) da Região Norte do Estado do Paraná detectou fumonisinas com níveis variando de 0,07 a 15,32 μg/g em amostras de campo, 0,03 a 15,90 μg/g (recepção) e 0,02 a 18,78 μg/g (pré-secagem), com menor nível na safra-2004. Considerando 4,00 μg/g como máximo recomendado ao consumo humano, 351 amostras (80,7%) da safra-2003 e 430 (98,8%) da safra-2004 estariam adequadas ao processamento de massas. Os níveis de fumonisinas aumentaram gradualmente de μ 5,00 μg/g para 18,78 μg/g com o aumento do intervalo colheita/pré-secagem de 3,2 para 8,9 horas (p<0,05), indicando importância de secagem rápida aliada a constante monitoramento para atender a qualidade fitossanitária às recomendações comerciais. Em relação ao café, na análise de 68 amostras de Norte do Paraná, a OTA foi detectada em 15 amostras (22,1%) por CLAE (0,84 a 4,70ng/g) e 10 (14,7%) pelo ic-ELISA (3,90 a 7,30ng/g) (tabela 2). O monitoramento indicou baixa contaminação de OTA, com negatividade para ambos os métodos em 53 amostras (77,9%). Em estudo paralelo, 70% pertenceram ao gênero Aspergillus, sendo que conforme análise molecular, a secção Nigri representou 35% do total de Aspergillus spp., com A. niger (24%), A. tubingensis (10%) e A. carbonarius (1%). A. ochraceus secção Circundati representou 17%, evidenciando a importância de monitoramento de OTA, em consideração ao potencial toxigênico de A. niger, A. ochraceus e A. carbonarius (Fujii, et al., 2006). As práticas agrícolas do setor produtivo possibilitam o constante contato e interação no contexto de biodiversidade, considerando contínua rotação de cultura, i.e. plantio de substratos (culturas) suscetíveis à contaminação fúngica sob condições climáticas diversas. Salientamse os dados referentes a 37 amostras de milho safrinha-1997 (Tabela 3), pertencentes a híbridos cultivados na estação experimental do Instituto Agronômico do Paraná. Estes apresentaram contagem total de bolores na faixa de 103 a 106 UFC/g e freqüente contagem de F. verticillioides na faixa de 104 a 105 UFC/g, ou seja, com contaminação fúngica similar aos casos de intoxicação animal (Sydenham, 1992; Ono et al., 2004). Não obstante, 16 amostras apresentaram-se com níveis não detectáveis de fumonisinas, enquanto que 21 amostras positivas continham níveis baixos desta toxina (0,05 a 2,67 µg/g) e apenas duas amostras apresentavam Aspergillus spp. Por outro lado, monitorando o perfil de contaminação fúngica e fumonisinas relacionado às condições de plantio em três safras (2001, 2002 e 2003) perante sistema de cultivo (plantio direto e convencional suplementados com N2, K+ e/ou Ca++), o milho submetido ao plantio direto apresentou nível de fumonisina (10,64 µg/g) superior ao convencional (0,04 µg/g), com aumento progressivo no decorrer de anos consecutivos. Estes dados demonstram a necessidade de investigar o comportamento de agentes fúngicos (genética, fisiologia e dinâmica de metabolismo biossintético), acoplado à modelagem matemática visando determinar eventos preditivos nos pontos críticos da cadeia produtiva. Modelagem com ênfase a F. verticillioides e perda de qualidade em milho foi realizada para descrever o efeito de umidade e temperatura, com análise ajustada para 15, 20 e 25% (umidade) e 20, 25 e 30ºC (temperatura) por 20 dias. Os dados in vitro deste planejamento experimental permitiram a elaboração de modelos matemáticos para a predição do crescimento de Fusarium spp., Penicillium spp. e total de bolores e leveduras no 20º dia subseqüente, assim como avaliação deste efeito na qualidade físico-química e fisiológica de milho. A maior produção da fumonisina ocorreu em milho mantido a 25% de umidade sob 20ºC, sendo que a temperatura exerceu maior efeito em comparação à umidade (p<0.05). Os perfis cromatográficos apontaram uma variabilidade nos picos, sugerindo participação ativa de uma extensa variedade de compostos oriundos da atividade metabólica, principalmente de F. verticillioides, sendo estes não observados nas condições ótimas para produção de fumonisinas. A modelagem matemática poderia auxiliar na compreensão da dinâmica da produção de micotoxinas durante a colheita e estocagem de grãos e, conseqüente tomada de decisões para direcionar o destino da matéria-prima. A compreensão sobre micologia, associada à metodologia analítica confiável para metabólitos tóxicos, seriam fundamentais para a garantia de qualidade. Um sistema permanente de controle requer eficiência aliada a baixo custo e prioridade ao diagnóstico rápido vinculado à medida de controle inócua ao ecossistema, capaz de atender desde as comunidades produtoras, entidades comerciais até o consumidor final. O monitoramento de micotoxinas em milho paranaense nos últimos 10 anos foi possível S 36 devido ao suporte técnico oferecido por intercâmbio, que evoluiu para o fornecimento de hibridomas produtores de anticorpos contra fumonisina, ocratoxina A, aflatoxina B1 e M1, deoxinivalenol e zearalenona. O fato resultou em uma economia de tempo espetacular, isto é, anos de avanço no desenvolvimento de reagentes biotecnológicos. Salienta-se a necessidade de atender os requisitos cada vez mais exigentes de países importadores direcionados à análise de resíduos tóxicos baseado em nanotécnicas. O fato contrasta-se com a realidade nacional, pela impossibilidade de implantação imediata destes avanços tecnológicos, assim como preparo de profissionais em nível de competência capaz de executar análise residual. Com o objetivo de superar a dificuldade, a tecnologia da produção de anticorpo monoclonal-mAb empregando hibridoma fornecido pelo intercâmbio está em desenvolvimento. I.e., atender a comunidade produtiva e setor de saúde, minimizando a dependência da importação de kits imunoquímicos para análise avançada de resíduos tóxicos na rotina laboratorial. A coluna de immunoafinidade empregando mAb IgG acoplado à silica-hidrazida (IAC-Hertz), assim como Affi-Gel 10 destinado a cleaning-up de matrizes alimentares para análise quantitativa por espectrofluorimetria ou cromatografia líquida de alta eficiência-CLAE está em fase de desenvolvimento. Ainda restam muita etapa para atingir eficácia equivalente à CIA comercial, mas os resultados iniciais incentivam e desafiam adicional set-up a nano-análise como uma prioridade na agroindústria, para a detecção de contaminantes em nível residual. Estas ferramentas, aliadas à elucidação das vias biossintéticas de micotoxinas, efetivamente contribuiriam na segurança e qualidade de alimentos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FAO/WHO. Safety evaluation of certain mycotoxins in food. In: Fiftysixth meeting of the Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives (JECFA), World Health Organization, Geneva, 2001. 700 pp. FUJII, Simone; ONO, E Y S; FUNGARO, M H P; ITANO, E N; OLIVEIRA, T C R M; PRETE, C E C; TANIWAKI, M H; KAWAMURA, O; UENO, Y; HIROOKA, ELISA YOKO. Indirect competitive ELISA and HPLC for ochratoxin A detection in coffee and molecular identification of Ochratoxin A producing Aspergillus strains. In: Mycotoxins and Phycotoxins, ed. The Netherlands, Wageningen Academic Publishers, v.1, p. 61-71, 2006. HIROOKA, E. Y.; YAMAGUCHI, M. M.; AOYAMA, S.; SUGIURA, Y.; UENO, Y. The natural occurrence of fumonisins in Brazilian corn kernels. Food Add. & Contaminants, v.13, n.2, p.173 - 193, 1996. ONO, E.Y.S.; FUNGARO, M.H.P.; SOFIA, S.H.; FIGUEIRA, E.L.Z.; GERAGE A.C.; ICHINOE, M.; SUGIURA, Y.; UENO, Y; HIROOKA, E.Y. Trends of fumonisin contamination and animal intoxication through monitoring 1991 to 1997 corn crop in the State of Paraná, Brazil. Mycopathologia, v.158, p.451 - 455, 2004. SYDENHAM, E.W.; MARASAS, W.F.O.; SHEPHARD, G.S.; THIEL, P.G.; HIROOKA, E.Y. Fumonisin concentration in Brazilian feeds associated with field outbreaks of confirmed and suspected animal mycotoxicoses.. J. Agric. & Food Chemistry. , v.40, n.6, p.994 - 997, 1992. AGRADECIMENTO PELO APOIO Ao Fundo Paraná/SETI, CNPq, Fundação Araucária, FINEP, JICA-JP. MICOTOXINAS EM PRODUTOS VEGETAIS IN NATURA. Sergio Paulo Severo de Souza Diniz. Universidade Estadual de Maringá, Av. Colombo, 5790. CEP. 87020-900, Maringá, Paraná, Brasil, e-mail: [email protected]. Mycotoxins in vegetal products in natura. Os microorganismos são componentes extremamente numerosos e amplamente distribuídos e ativos em todos os ambientes. A ocorrência deles Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia no ar, solo, água, organismos vivos projetam a importância dos mesmos sobre nossas vidas. A compreensão desta importância só teve início com os experimentos de Louis Pasteur, a partir de 1860. Até esta data o homem sofria os efeitos dos microorganismos sem compreendê-los. A partir de então, progressivamente iniciou-se os estudos que tem permitido um entendimento melhor e amplo destes seres vivos. No decorrer da história humana, por vezes, o homem caçador, agricultor, sofreu com as alterações microbianas que afetavam diretamente a conservação dos alimentos. Paralelamente, a este fato, as intoxicações alimentares ceifaram muitas vidas. Progressiva e empiricamente, o homem observou que determinados procedimentos permitiam a manutenção das condições de consumo dos alimentos. Destes podemos ressaltar a auto-estabilização dos produtos, através do salgamento, defumação e armazenamento em gelo (Diniz, 2002). Micotoxina é o termo usado para descrever as substâncias tóxicas formadasdurante o crescimento de fungos, o que está associado às alterações na natureza física dos alimentos, no sabor, odor e aparência. O termo micotoxina é derivado da palavra grega mikes, que significa fungo e da palavra latina toxicum, que significa veneno. A terminologia micotoxinas reúne uma série diversificada de compostos, originários de diferentes precursores e vias metabólicas, reunidos segundo o grau e tipos de toxicidade ao homem e aos animais. O envenenamento causado por micotoxinas é denominado de micotoxicose. Sendo os órgãos mais afetados, o fígado, rins, cérebro, músculos e sistema nervoso. Os sintomas vão desde náuseas e vômitos até a falta de coordenação dos movimentos, denominada ataxia e a morte (Bottalico, 1999). Os produtos que geralmente podem veicular micotoxinas para o homem ou animais são os seguintes, (a) produtos vegetais: cereais, sementes, oleaginosas, frutos, hortaliças; rações industrializadas; (b) produtos de origem animal: leite e derivados, carnes, embutidos; queijos curados por fungos; produtos e alimentos obtidos por fermentação.A contaminação de alimentos por fungos pode ocasionar, além de problemas de saúde, perdas econômicas irreparáveis que compreendem, perdas diretas de produtos agrícolas; perda de animais por morte; doenças humanas e diminuição da produtividade de animais; custos indiretos dos sistemas de controle de algumas micotoxinas; custos de desintoxicação, para tornar o produto aceitável; rejeição do produto pelo mercado importador (Pozzi et al., 1995). A intoxicação pode proceder-se de forma direta ou indireta. A forma direta ocorre quando o produto é diretamente utilizado na alimentação humana ou de animais. Enquanto a forma indireta resulta, quando subprodutos e derivados contaminados são empregados. Os cereais e as sementes oleaginosas são freqüentemente afetados por estes metabólitos secundários de fungos, durante a colheita, armazenamento e industrilização. Os fungos que produzem micotoxinas dividem-se, de modo geral, em dois grupos: aqueles que atacam antes da colheita, comumente chamadas fungos de campo, e aqueles que ocorrem somente após a colheita, chamadas fungos de armazenamento. Há três tipos de fungos toxicogênicos de campo: (a) agentes patogênicos de plantas, como Fusarium graminearum (deoxinivalenol, nivalenol); (b) fungos que crescem em plantas senescentes ou estressadas, como as do Fusarium moniliforme (fumonisinas) e às vezes Aspergillus flavus (aflatoxinas) e (c) Fungos que inicialmente surgem na planta antes da colheita e predispõe o produto à contaminação de micotoxina depois da colheita, como a Penicillium verucossum (ocratoxina) e a Aspergillus flavus (aflatoxina). Em todos esses casos há uma associação mais ou menos bem definida entre os fungos e a planta hospedeira. As espécies Aspergillus e Fusarium são provavelmente os mais significativos fungos de campo, produtores de micotoxinas encontradas em paises tropicais em desenvolvimento. A pesquisa sobre micotoxinas só intensificou-se a partir de 1960, quando aproximadamente 100 mil perus jovens morreram em granjas na Inglaterra, após a ingestão de ração de semente de algodão contaminada com aflatoxina. Posteriormente, constatou-se que a aflatoxina é uma das mais potentes micotoxinas que podem estar presentes em grãos e derivados. Sendo responsável pelo surgimento de um tipo de câncer hepático, denominado de hepatoma (Gourama e Bullerman, 1995; Bosque, 1996). Atualmente uma série de aflatoxinas são conhecidas e bem estudadas, as cinco mais importantes micotoxinas, no tocante aos alimentos são: aflatoxina, deoxinivalenol, nivalenol, zearalenona e fumonisinas. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 Paralelamente, outras micotoxinas foram pesquisadas, isoladas e caracterizadas bioquimicamente. Dentre estas estão a patulina, citrulina, ácido fusárico, citrinina, ácido penicílico, ocratoxinas, rubratoxinas, esterigmatocistina e tricotecenos (Tabela 01). Além da produção de toxinas outros danos causados pela ação dos fungos em grãos são (a) redução do potencial de germinação; (b) descoloração; (c) geração de focos de aquecimento e de migração de umidade na massa de grãos; (d) aceleração das trocas químicas; (e) redução da quantidade de matéria seca. Tem sido registrada uma série de enfermidades em animais e humanos resultantes de micotoxicoses. A leucoencefalomalacia, uma doença fatal e neurotóxica têm dizimado muitos eqüinos, sendo causada pelas fumonisinas de Fusarium moniliforme. Tabela 1. Alimentos e produtos afetados por micotoxinas Alimentos e produtos Micotoxinas Trigo, aveia, arroz, pão, milho, milho pipoca, banana Aflatoxina,citrinina,ocratoxina, esterigmacistina, fumonisina, Toxina T-2, patulina, ácido penicílico, nivalenol, deoxinivalenol, zearalenona. Amendoim, nozes Aflatoxinas,ocratoxina, patulina, esterigmatocistina, Micotoxinas Tremorgênicas Frutas Patulina , Ocratoxina Pimenta do reino e pimenta vermelha Aflatoxinas, ocratoxina Feijão, soja, milho, sorgo, cevada, café, algodão e derivados de soja Aflatoxinas, ocratoxina, patulina, ácido penicílico, esterigmatocistina, citrinina, griseofulvina, alternariol, altenuene, altertoxina Alimentos mofados, de supermercado Ácido penicílico, toxina T-2 As principais micotoxinas encontradas em diferentes regiões do mundo, são as seguintes: grupo das aflatoxinas (B1, B2, G1, G2, M1 e M2); ácido fusárico, ácido penicílico, os alcalóides de ergot (ergocristina, ergocornina, ergotamina, ergosina, ergonovina e ergocriptina); citrinina, esterigmatocistina, as fumonisinas A e B, a patulina, as rubratoxinas A e B, zearalenona e o grupo dos tricotecenos que inclui o nivalenol, deoxinivalenol e a toxina T-2 (Diniz, 2002; Butler, 1974; Jiménez e Mateo, 1997). A despeito dos esforços que são feitos para evitar a contaminação dos alimentos por micotoxinas, por vezes isso ocorre. A detoxicação pode ser realizada através da remoção do material contaminado ou pela destruição da micotoxina (Scott, 1995). A remoção física, pode ser executada manualmente, eletronicamente, por densidade, microscopia, através da luz ultra-violeta ou polimento. No caso da remoção manual dos grãos contaminados, são separados os grãos ou sementes de coloração e tamanhos diferentes, e que se apresentam danificados. No entanto, poderão haver sementes sem alteração visível e que estejam contaminadas. A remoção eletrônica, é feita através da seleção por equipamento que avalia e separa cores alteradas de grãos normais. A remoção por densidade, baseia-se que as sementes contaminadas são menos densas. Uma corrente de ar, é usada para a remoção destas sementes. A remoção por microscopia, permite detectar colônias de fungos nos grãos por microscopia. Este método é simples e efetivo. Sendo uma metodologia usada para a inspeção de lotes agrícolas. A remoção por luz UV, baseia-se na fluorescência azul esverdeada emitida pela matéria contaminada, quando na presença de radiação ultra-violeta. A remoção por polimento, que se faz pela retirada da camada externa, considerando que as toxinas estão principalmente na superfície S 37 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia do grão. O polimento reduz a contaminação. Por exemplo, arroz polido tem menos toxinas que arroz integral; o milho seco tem mais toxina que a farinha, pois essa é desprovida de pericarpo e gérmen. A remoção química, baseia-se na extração química das aflatoxinas. Neste caso, podem ser usados diferentes tipos de sistemas de solventes. Estes sistemas, podem ser polares, como os constituídos por acetona, benzeno, clorofórmio, etanol e metanol. A limitação está que eles não conseguem extrair a toxina completamente. Há a possibilidade do emprego de misturas de solventes, por exemplo, acetona e água (10%). O uso de misturas azeotrópicas, apresenta a vantagem de remover quase que totalmente a toxina com pouca possibilidade de formar produtos de atividade fisiológica adversa. Muitos outros produtos já foram usados na tentativa de uma eficaz remoção da toxina, citando-se o emprego do isopropanol com 20% a 60% de água, cloreto de cálcio 1% e dimetil éter. A elevação da temperatura amplia a eficiciência da extração por solventes, sendo sugerido 48ºC como ideal. A remoção por adsorção, é feita por materiais adsorventes com alta afinidade por micotoxinas. Dentre estes materiais citamos os HSCAS (hidrated sodium calcium alumino silicates) e argila (bentonita). No caso dos agentes sequestrantes de aflatoxinas em rações, estes causam redução no seu efeito intoxicante no animal, pois impossibilitam a toxina de ser absorvida pelo organismo. Logo, esses adsorventes funcionam como esponjas químicas. A destruição ou inativação de toxinas pode ser realizada por métodos físicos, químicos e biológicos (Scussel,1998; Diniz, 2002) . A destruição por agentes físicos, pode ser realizada pela ação do calor, microondas, raios gama, raios X e luz UV. A destruição por agentes químicos, requer um sistema hábil em converter a toxina em derivados não tóxicos, sem mudanças prejudiciais para a matéria prima. Os compostos que tem sido empregados são agentes oxidantes, ácidos inorgânicos, bases e ácidos orgânicos e aldeídos. A destruição biológica, através da detoxicação microbiana, foi estudada em vários produtos utilizandose cerca de 100 microorganismos, entre fungos, leveduras, esporos de fungos, bactérias, algas e actinomicetos (Scussel, 1998). Foi testada, a capacidade destes microorganismos em destruir ou transformar aflatoxinas B1 e G1. Somente o Flavobacterium auranticum MRRL-B184 removeu a toxina, metabolizando-a. O procedimento de remoção biológica é muito usado em produtos com alto teor de água, por exemplo, no caso de bebidas, leite, pastas de amendoim e óleo. Concluindo, podemos afirmar que a condução de estudos sistemáticos sobre as toxinas em alimentos se faz continuamente necessário objetivando conhecer a origem, modo de ação e problemas que possam ocasionar ao homem e a outros animais. Partindo desse conhecimento, poderemos sugerir novas rotinas e métodos adequados para a boa conservação dos alimentos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BOSQUE, L.A.R.1996. Impact of agronomic factors on aflatoxin contamination in preharvest field corn in northeastern Mexico. Plant Disease 80:122-129.1996. BOTTALICO, A.A. 1999. Mycotoxins in foods with possible human health implication. Part. I–Aflatoxins. Igiene-Moderna, 111: 133-169.1999. BUTLER, W. H. Aflatoxin, Mycotoxin, I.F.H. Purchase (Ed), New York: Elsevier Scientific Publishing CO.1974. DINIZ, S.P.S.S. (2002). Micotoxinas.. Livraria e Editora Rural, Campinas, 1974. GOURAMA, N.E. & BULLERMAN, L.B. Aspergillus flavus and Aspergillus parasiticus: Aflatoxigenic fungi of concern in foods and feeds: A review. Journal of Food Protection, 58: 1395-1404. 1995. JIMÉNEZ, M. & MATEO, R. Determination of mycotoxins produced by Fusarium isolates from bananacfruits by capillary gas chromatography and highperformance liquid chromatography. J. Chromatography, 778: 363-372, 1997. POZZI, C.R.; CORREA, B.; GAMBALE, W.; PAULA, C.R.; CHACONRECHE, N.O. & MEIRELLES, M.C.A. Postharvest and stored corn in Brazil: Mycoflora interaction, abiotic factors and mycotoxin occurrence. Food Additives and Contaminants, 12: 313-319.1995. SCOTT, P.M. Mycotoxin methodology. Food Additives and Contaminants, 12: 395-403, 1995. SCUSSEL, V.M. Micotoxinas em alimentos. Ed. Insular, Florianópolis, 1998. S 38 14/08/2007 | Manhã Sessão A: Simpósio sobre Phytopthora CARACTERIZAÇÃO MORFOFISIOLÓGICA E ESTRUTURAÇÃO DA COLEÇÃO BRASILEIRA DE PHYTOPHTHORA. Edna.Dora M. N. Luza; Álvaro F. dos Santosb; Stela Dalva V. M. Silvaa & Jorge T. de Souzac. aCEPLAC/CEPEC, Seção de Fitopatologia, 45600-970 Ilhéus, BA, e-mail [email protected]; bEmbrapa Florestas, Cx. P. 319, 83411000 Colombo-PR; cUniversidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Centro de Ciências Agrárias Ambientais e Biológicas, 44380-000 Cruz das Almas, BA. Morphophysiological Characterization and organization of the Brazilian Phytophthora Collection. O gênero Phytophthora, fazendo jus a denominação recebida de Anton de Bary, engloba patógenos considerados entre os maiores destruidores de plantas no planeta Terra, cuja importância econômica é, portanto, sobejamente conhecida. Os estudos relativos à taxonomia dentro do gênero datam de 1876, ano da descrição de Phytophthora infestans. A partir de então, a cada nova espécie descoberta eram incluídos novos critérios de classificação. Wilson (1914) foi, segundo os relatos científicos, o primeiro cientista a contestar a descrição de novas espécies, antes que fossem estabelecidos critérios taxonômicos dentro do gênero. Isto, provavelmente, motivou Rosenbaun (1917) a realizar um estudo comparativo de 11 das espécies até então descritas visando estabelecer uma chave taxonômica para estas espécies. Ele constatou a variabilidade apresentada por um mesmo isolado em meios de cultura e temperaturas de crescimento diferentes, fixando então os primeiros cinco caracteres morfológicos considerados como bons para diferenciar espécies. A chave de Tucker (1931) com mais 13 outras espécies então descritas utilizou 13 critérios incluindo além de características morfológicas, as temperaturas cardinais para crescimento e patogenicidade a hospedeiros específicos. Leonian (1934) compôs uma chave para Phytophthora incluindo 22 espécies e chamou atenção para a variabilidade existente entre isolados dentro das espécies e também para a possibilidade de posterior invalidação de várias espécies, o que não aconteceu na escala por ele esperada (das 22 espécies ele achava que seriam válidas apenas três: P. infestans, P.cactorum e P. palmivora). Sua suposição baseava-se no fato de algumas espécies estarem definidas com base em diferenças sutis em alguns dos caracteres morfológicos empregados. Leonian considerou os critérios de Tucker, adicionando o crescimento em verde Malaquita e a produção de esporângios em caldo de ervilha e posterior transferência para água. Outras chaves taxonômicas e estudos sobre o gênero Phytophthora envolvendo a classificação de espécies foram publicados na África do Sul, na Argentina, na Inglaterra e na Alemanha (Waterhouse et al. 1983), especialmente para as espécies que ocorriam naqueles países. No entanto, quem realmente contribuiu de forma mais marcante para a sistemática de Phytophthora foi a micologista inglesa Grace Waterhouse. Sua chave (Waterhouse, 1963), categorizou as espécies em seis grupos morfológicos baseados em uma série de parâmetros morfológicos e fisiológicos que até o momento são aceitos. As chaves posteriores, ambas tabulares, (Newhook et al, 1978 e Stamps et al, 1990), mantiveram a divisão em grupos adotada por Waterhouse (1963) incluindo ou eliminando alguns parâmetros taxonômicos, espécies e grupos. Com o surgimento dos métodos moleculares como: padrões de proteínas totais, isoenzimas e posteriormente RAPD, RFLP e AFLP que subsidiaram o esclarecimento de alguns problemas taxonômicos e validação de espécies dentro do gênero, houve necessidade de uma chave mais natural, combinando os caracteres morfológicos e moleculares. Os primeiros a discutir este assunto foram Brasier & Hansen (1992). Estudos posteriores usando SSR e análises de seqüências da região ITS do DNA ribossômico e de outros genes nucleares e mitocondriais permitiram o estudo das relações filogenéticas dentro do gênero Phytophthora (Cooke et al, 2000, Kroon et al, 2004). Constatou-se que espécies que faziam parte de alguns grupos adotados nas chaves baseadas em caracteres morfométricos não estavam próximas nos clades filogenéticos construídos com base molecular. Isto demonstra a necessidade de uma revisão geral na sistemática do gênero e construção de chaves levando em consideração morfologia, fisiologia, patogenicidade e a filogenia molecular das espécies de Phytophthora. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia Na Tabela 1 estão relacionados os critérios morfológicos e fisiológicos em uso na classificação das espécies de Phytophthora, de acordo com Erwin & Ribeiro (1996) e a nossa experiência própria. Nas dimensões consideradas na Tabela 1, devem ser levados em consideração a média e os limites encontrados. Tabela 1. Critérios Morfológicos e Fisiológicos em uso na classificação de Phytophthora CRITÉRIOS MORFOLÓGICOS Esporângios Não papilados, semipapilados ou papilados; Persistência ou caducidade e comprimento do pedicelo; Forma e dimensões; presença ou ausência de plug basal; Relação comprimento-largura; largura do poro apical e profundidade da papila para os papilados e simipapilados. Esporangióforos Não ramificado, irregularmente ramificado, em simpódio simples, em simpódio composto ou umbelado; Formação interna (proliferação) de novos esporângios. Oogônios Dimensões e forma; Ornamentação da parede. Anterídios Anfígenos, paráginos ou ambos; Unicelular e/ou bicelular; Forma e dimensões. Oósporos Diâmetro e espessura das paredes; Ornamentação da parede. Sexualidade Homotálica ou heterotálica. Clamidósporos Presentes ou ausentes; dimensões; terminais, laterais, intercalares ou sésseis. CRITÉRIOS FISIOLÓGICOS Temperaturas cardinais Mínima, ótima e máxima para crescimento e esporulação em meio de cultura Produção de pigmento Meio de caseína hidrolisada e tirosina Crescimento em meio com adição de verde malaquita Presença ou ausência Aspecto das colônias em meio de cultura Petalóide, estrelar, roseta, irregular, cotonoso, com glúmulos, zonada ou setoriada, com micélio colapsado, radiada ou concêntrica. Aspecto do micélio Presença de hifas intumescidas de forma: simples, catenuladas ou em clusters. PATOGENICIDADE Hospedeiros Especificidade ou vários hospedeiros. Em alguns casos a patogenicidade a determinados hospedeiros foi levada em consideração para divisão de táxons. ESTRUTURAÇÃO DA COLEÇÃO BRASILEIRA DE PHYTOPHTHORA Existem várias coleções de isolados de Phytophthora em diversas instituições de ensino e pesquisa no Brasil. A mais antiga é a do Instituto Biológico de São Paulo, hoje denominada Coleção Victória Rossetti em homenagem a notável pesquisadora brasileira, pioneira em estudos com Phytophthora no Brasil. Esta coleção hoje tem como curador o Dr. Eduardo Feichtenberger e abriga principalmente, isolados de Phytophthora patógenos de citros, embora disponha também de outras culturas importantes. A segunda é a do Centro de Pesquisas do Cacau (CEPLAC/CEPEC) que teve início com o Dr. Arnaldo G. Medeiros e consta hoje de mais de mil isolados obtidos de cacaueiro, seringueira, mamoeiro, pupunheira e outras culturas brasileiras. Existem ainda coleções em várias universidades e em Centros de Pesquisa da Embrapa, notadamente no de Hortaliças (CNPH), Florestas (CNPF), Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 Cultivos Tropicais (CPATU), Cajueiro (CNPC), Mandioca e Fruticultura (CNPMF) além de outras pequenas coleções. A grande dificuldade existente é a preservação destes isolados. Os métodos mais adequados de preservação são dispendiosos e não existe uma política institucional de apoio às coleções. Com a aposentadoria dos pesquisadores tende a haver uma descontinuidade na manutenção destas coleções. Este tem sido o principal motivo de luta para a estruturação de uma Coleção Brasileira de Phytophthora que poderia vir a tornar-se uma fonte de recursos genéticos do gênero Phytophthora no país, à semelhança da Coleção de espécies de Phytophthora (PSC) na Universidade da Califórnia Riverside (UCR). O objetivo é criar um banco de dados interativo sobre todos os isolados existentes nas instituições brasileiras com o máximo de informações disponíveis sobre cada um deles que permita a realização de buscas sobre espécie, código do S 39 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia isolado nas outras coleções, localização, origem (fazenda, município, Estado), coletor, data da coleta, caracterização morfológica, fisiológica e molecular, dados de patogenicidade e outras propriedades do isolado do acervo, incluindo, quando possível as referências bibliográficas de estudos com aquele acesso. Estes dados seriam atualizados continuamente. A coleção pode ser descentralizada, com cada instituição mantendo o seu acervo ou com um núcleo central como receptor e mantenedor de todos os isolados destes patógenos. Este será um dos aspectos a serem discutidos na oportunidade do Simpósio. Ressaltamos a necessidade de uma organização conjunta de todas as instituições para a captação de recursos. Manter um patrimônio genético em forma de coleção é bastante dispendioso e requer uma série de ações constantes. Segundo dados da http://phytophthora. ucr.edu a manutenção da coleção deles com cerca de 6.500 isolados requer um custo anual aproximado de US$30,000.00. Outro aspecto a ser discutido é a forma de preservação dos isolados. Os métodos mais usados para Phytophthora são o de imersão em óleo mineral estéril e o de Castelani por serem mais econômicos e permitirem a preservação por mais de um ano. No entanto, existe a possibilidade de mudanças no comportamento dos isolados preservados por longo tempo em óleo mineral. Isto implica na revitalização periódica (um ano e meio a dois) inoculando-os no hospedeiro para garantir sua patogenicidade e, portanto, em mão-de-obra especializada para manuseio dos isolados. As coleções micológicas especializadas (ATCC e PSC-UCR) estão adotando a criopreservação em Nitrogênio líquido a –196oC usando a imersão das amostras em uma solução crioprotetora que pode ser o DMSO, glicerol ou leite desnatado mais glicerol. Este método requer o uso de equipamento especializado e caro, a vigilância constante sobre a aparelhagem, espaço físico para os refrigeradores e a reposição periódica de N, porém, conserva o acervo da coleção mantendo sua integridade genética por vários anos. diplóides e filogeneticamente relacionados às algas e a alguns dos organismos eucarióticos anteriormente conhecidos como protistas. Estas relações filogenéticas só foram estabelecidas através do uso de técnicas de análise de ácidos nucléicos e proteínas. Apesar dos avanços obtidos recentemente, muitos dados ainda deverão ser obtidos para que a taxonomia do grupo, principalmente em categorias taxonômicas superiores, seja esclarecida. O gênero Phytophthora é composto por mais de 70 espécies (Kroon et al., 2004) e todas são patogênicas a plantas. Espécies do gênero Phytophthora são responsáveis por doenças que causam prejuízos tanto a culturas de interesse econômico quanto a vegetação nativa. A classificação de espécies de Phytophthora através da taxonomia tradicional emprega características como tamanho e estrutura do esporângio (papilado, não-papilado ou semi-papilado), a forma do anterídio (anfígeno ou parágino) e o modo de reprodução (homotálicas ou heterotálicas). Entretanto, devido a variabilidade das características morfológicas e culturais, a taxonomia tradicional do gênero Phytophthora encontrou limitações. Essas dificuldades taxonômicas para a classificação e identificação de espécies de Phytophthora é reconhecida por vários autores (Waterhouse et al., 1983; Brassier & Hansen, 1992). Esperamos que as discussões sejam profícuas e que um passo a mais na concretização da estruturação da Coleção Brasileira de Phytophthora possa ser dado durante o XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIER, C. M. & HANSEN, E. M. Evolutionary biology of Phytophthora. Part II: Phylogeny, speciation, and population structure. Annu. Rev. Phytopathol. 30: 173-200. 1992. COOKE, D. E. L.; DRENTH, A.; DUNCAN, J. M.; WAGELS, G. & BRASIER, C. M. A molecular phylogeny of Phytophthora and related Oomycetes. Fungal Genetics and Biology 30:17-32. 2000. Figura 1. Árvore filogenética construída com caracteres morfológicos e genéticos mostrando a localização do grupo Stramenopile entre os eucariotos. (Adaptado de McFadden, 2001). ERWIN, D.C. & RIBEIRO, O.K. (ed) Phytophthora diseases worldwide. APS Press, St. Paul, Minn. 562p. 1996 USO DE FERRAMENTAS MOLECULARES NA TAXONOMIA DE PHYTOPHTHORA. Jorge T. de Souzaa, Edna Dora M.N. Luzb, Marcia C. Paimb & Ademilde O. Cerqueirab. aUniversidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Centro de Ciências Agrárias Ambientais e Biológicas, 44380-000 Cruz das Almas, BA, e-mail: jorgetdes@yahoo. com.br; bCEPEC/CEPLAC, Setor de Fitopatologia, 45600-970 Ilhéus, BA. The use of molecular tools in Phytophthora taxonomy. Os integrantes do gênero Phytophthora já foram considerados fungos, mas atualmente, com os avanços da biologia molecular, são classificados como pertencentes ao clado Straminopile (Figura 1) de uma categoria taxonômica superior denominada Chromalveolata (Adl et al., 2005). Os termos Stramenopile, Chromista e Heterokonta foram usados no passado por muitos autores para designar diferentes grupos de organismos. A última classificação dos organismos eucarióticos considera os grupos Chromalveolata e Stramenopile como categorias taxonômicas hierarquicamente elevadas, mas não as classifica como reino ou filo (Adl et al., 2005). A denominação Oomicetos, que significa fungos com oogônios bem desenvolvidos, também é comumente associada a diversos organismos e dentre estes, ao gênero Phytophthora. Entretanto, com a separação deste grupo do reino Fungi, o emprego do termo Oomiceto deverá ser reexaminado. Os organismos pertencentes ao grupo Stramenopile são S 40 O desenvolvimento dos métodos moleculares permitiram o estudo das relações filogenéticas tanto dentro do gênero Phytophthora quanto deste com outros organismos. Várias técnicas moleculares como: padrões de proteínas totais, isoenzimas, RAPD (Random Amplified Polymorphic DNA), RFLP (Random Fragment Length Polymorphism), SSCP (Single Strand Conformation Polymorphism), AFLP (Amplified Fragment Length Polymorphism), SSR (Simple Sequence Repeats) e análises de seqüências da região ITS do DNA ribossômico (rDNA) e de outros genes nucleares e mitocondriais têm sido úteis para determinar diferenças genéticas ou semelhanças entre as espécies. Estas técnicas, mas principalmente a análise de seqüências de DNA, combinadas com dados morfológicos, subsidiaram a solução de diversos problemas na sistemática do gênero. No Brasil, foram identificadas 19 espécies de Phytophthora causando danos em 68 culturas (Luz & Matsuoka, 2001). Em estudos taxonômicos de espécies de Phytophthora patogênicas ao cacaueiro realizados no Brasil, foram utilizados dados morfológicos combinados com testes de patogenicidade, testes fisiológicos, RAPD e análises filogenéticas de seqüências de três genes nucleares: região ITS do rDNA, β-tubulina e fator de elongação e transcrição 1-α. Estas análises permitiram a solução de alguns dos problemas taxonômicos das espécies P. capsici, P. palmivora e P. citrophthora. Phytophthora palmivora foi considerada uma espécie com um grau relativamente baixo de diversidade genética, pelo menos quando os isolados são obtidos de uma mesma espécie de planta hospedeira. No caso de P. capsici, foi constatada uma grande diversidade genética em uma coleção de aproximadamente 100 isolados desta espécie provenientes de hospedeiros cultivados em regiões temperadas e tropicais. A espécie P. capsici mostrou ser bastante diversa, com a formação de subpopulações Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia não correlacionadas com a origem geográfica, hospedeira de origem, patogenicidade a diversas hospedeiras, morfologia, fisiologia, padrões de RAPD e seqüências de três genes nucleares. Estes resultados contradizem os obtidos por Aragaki & Uchida (2001), que utilizaram dados morfológicos, crescimento a 350C e testes de patogenicidade ao pimentão para descrever uma nova espécie, P. tropicalis, a partir de isolados de P. capsici com estas características. Segundo estes autores, P. tropicalis não apresenta patogenicidade ao pimentão, cresce a 350C, produz clamidósporos, possui esporângios mais afilados e comprimento do pedicelo do esporângio acima de 50 μm. Entretanto, no estudo aqui relatado, nenhuma das características citadas como diferenciadoras entre as espécies mostrou-se consistente, apesar de vários dos isolados usados por Aragaki & Uchida (2001) terem sido utilizados em nosso estudo, incluindo a espécie tipo de P. tropicalis (Figura 2). Portanto, P. tropicalis não deve ser considerada como uma espécie válida. Phytophthora citrophthora é um patógeno comumente associado a plantas cítricas em todo o mundo. No Brasil esta espécie, além de associada a citros, é também patogênica ao cacaueiro, sendo, nesta hospedeira, a mais patogênica dentre as espécies que ocorrem no país. Análises de seqüências de DNA revelaram que os isolados de P. citrophthora de cacau e de citros são mais distantes filogeneticamente entre si do que de uma outra espécie, P. capsici (Paim et al., 2006, Figura 2). Estas análises demonstraram que P. citrophthora de cacaueiro deverá ser classificada como uma nova espécie. Além disso, inoculações cruzadas demonstraram que os isolados de cacaueiro não são patogênicos a citros e vice-versa, os isolados de citros formam poucos clamidósporos, enquanto que os de cacau sempre produzem estas estruturas em grandes quantidades. O fato dos isolados do cacaueiro se comportarem como estéreis e de serem próximos a P. capsici sugere que estes podem ser híbridos interespecíficos entre P. citrophthora de citros e P. capsici. Da mesma forma, alguns isolados atípicos de P. capsici também se comportam como híbridos entre P. capsici e P. palmivora. Entretanto, apesar da hibridação interespecífica ser bastante comum no gênero Phytophthora (Brasier, 1992), outros estudos devem ser conduzidos para confirmar estas hipóteses. Figura 2. Árvore filogenética baseada no alinhamento de seqüências de um fragmento da região ITS do rDNA de espécies de Phytophthora. Os números nas ramificações indicam os “bootstraps” com valores superiores a 70%. A escala indica o número de substituições por sítio. Problemas taxonômicos semelhantes aos aqui relatados foram solucionados ao redor do mundo com o subsídio das técnicas moleculares. Entretanto, para que este processo seja eficiente, é necessário que haja uma disponibilidade de seqüências das espécies descritas de Phytophthora nos bancos de dados públicos e de coleções de culturas organizadas que representem as espécies do gênero. A primeira parte do problema já está solucionada, pois Phytophthora conta com diversas seqüências de grande parte das espécies descritas nos bancos de dados públicos. A disponibilidade de seqüências publicamente disponíveis torna possível que pesquisadores de todo o mundo façam a identificação de isolados de interesse. Por outro lado, a inexistência de uma coleção de culturas completa e organizada de Phytophthora dificulta o estudo destes patógenos. Felizmente, está sendo organizada nas dependências do CEPEC/CEPLAC, a coleção Brasileira de Phytophthora, que certamente contribuirá para o avanço no estudo deste gênero no Brasil. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ADL, S.M., SIMPSON, A.G.B., FARMER, M.A., ANDERSEN, R.A., et al. The higher level classification of Eukaryotes with emphasis on the taxonomy of protests. Journal of Eukaryotic Microbiology 52:399-451. 2005. ARAGAKI, M. & UCHIDA, J.Y. Morphological distinctions between Phytophthora capsici and P. tropicalis sp. nov. Mycologia 93:137-145. 2001. BRASIER, C.M. Evolutionary biology of Phytophthora. 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Bartnicki-Garcia, and P. H. Tsao, (eds.) American Phytopathological Society, St. Paul, Minn. p. 139-147. 1983. DOENÇAS EMERGENTES CAUSADAS POR PHYTOPHTHORA NO BRASIL. Álvaro Figueredo dos Santos1 & Edna Dora Martins Newman Luz2. 1Embrapa Florestas, Cx. P. 319, 83411-000 Colombo-PR. [email protected] ; 2CEPEC/CEPLAC/SEFIT, Cx. P. 07, 45600-000 Ilhéus-BA. Diseases caused by Phytophthora in Brazil. Bolsistas CNPq. O gênero Phytophthora está amplamente distribuído em todas as áreas geográficas do mundo e ataca culturas de grande importância econômica, assim como muitas plantas nativas. Atualmente mais de 80 diferentes espécies de Phytophthora são relatadas na literatura, sendo que várias são consideradas inválidas e outras precisam ser validadas. No Brasil, de acordo com Luz (2006), até 2005 foram relatadas 22 espécies de Phytophthora. No presente trabalho são discutidas, ainda que sucintamente, as doenças causadas por Phytophthora em dois hospedeiros arbóreos, acácia-negra e pupunheira, que, apesar de sua importância florestal no Brasil, têm recebido pouca atenção fitopatológica. Nos últimos cinco anos, com a expansão e agravamento das doenças causadas por Phytophthora spp., diversos trabalhos de pesquisa foram realizados (Santos, 2006). É mencionada ainda outra enfermidade, com potencial destrutivo para a floricultura brasileira causada por P. citrophthora em antúrio. ACÁCIA-NEGRA A acácia-negra (Acacia mearnsii De Wild.), considerada a principal fonte de casca para a indústria de taninos vegetais no mundo, cultivada no Rio Grande do Sul, é a terceira entre as espécies florestais mais plantadas no país, compondo um dos maciços florestais daquele estado. A gomose de Phytophthora é o principal problema fitossanitário da acácia-negra no Brasil. Avaliações em plantios comerciais em idade de corte (sete anos) demonstraram que existem até 48% de indivíduos atacados (Santos, A.F. dos. - dados não publicados). Essa doença acarreta prejuízos econômicos relevantes à acácia-negra, por danificar a casca, principalmente na porção basal do tronco, e, em casos mais extremos, pode causar a morte das árvores. Essa doença é também importante nas regiões produtoras da África do Sul (Roux & Wingfield, 1997). S 41 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia Mesmo sendo plantada comercialmente há mais de 50 anos, há poucos registros sobre a gomose nas plantações brasileiras de acácianegra. No entanto, em 1959 (Goulart, 1959) e na década de 1970 alguns autores (Schuch, 1975; Schuch & Pederzolli, 1975) relataram a presença desta doença, inclusive com descrição de sintomas, associando-a a diversas causas. Em 2005 (Santos et al., 2005) identificaram Phytophthora nicotianae = P. parasitica como o agente causal da gomose da acácia-negra no Brasil e, subsequentemente, em 2006, uma outra espécie, P. boehmeriae, também foi associada ao complexo gomose (Santos et al., 2006). Na África do Sul, três espécies de Phytophthora já foram associadas à gomose: P. nicotianae, P. meadii e P. boehmeriae (Roux & Wingfield, 1997). Estas espécies estão localizadas no grupo II das chaves taxonômicas de Waterhouse (1963) e de Newhook et al. (1978), diferenciando-se entre si pelas seguintes características morfo-fisiológicas: tamanho de pedicelo (P. boehmeriae: 5 μm ou menos; P. meadii: 10-20 μm); pela caducidade (os esporângios de P. nicotianae são persistentes, enquanto os de P. boehmeriae e P. meadii são caducos); pelo homotalismo (P. boehmeriae e P. meadii são homotálicas enquanto P. nicotianae é heterotálica); e pela temperatura de crescimento (P. boehmeriae não apresenta crescimento a 32oC, os isolados de P. meadii crescem até a temperatura de 33oC, enquanto os de P. nicotianae crescem a 35oC). privada está incentivando a pesquisa no sentido de se obter métodos de controle adequados para tratamento nos viveiros e material resistente entre os genótipos disponíveis. A podridão do estipe ataca plantas jovens e adultas de pupunheira, sendo freqüente em viveiros e em plantios com até um ano de idade. As plantas doentes caracterizam-se pelo amarelecimento da folha bandeira, seguido do amarelecimento e seca das demais folhas, podendo chegar a provocar a morte da planta-mãe e, às vezes, dos perfilhos e de toda a touceira. Ao se realizar cortes longitudinal e transversal no estipe da pupunheira observa-se o escurecimento dos tecidos internos e uma podridão generalizada. As plantas doentes encontram-se distribuídas esparsamente nos plantios (Santos et al., 2004). Em avaliações feitas por Tomita et al. (2004) em plantio comercial de pupunheira em Goiás, constatou-se a incidência de até 50% de indivíduos atacados. Na Bahia, em viveiros, constatou-se acima de 70% de plantas infectadas e mortas por P. palmivora (Bezerra, J.L.; Luz, E.D.M.N.; Oliveira, M.L. – dados não publicados). Em relação à etiologia da podridão do estipe, será preciso investigar se outra espécie além de P. palmivora está envolvida. As lesões exsudativas ou não da gomose ocorrem na região basal dos troncos das árvores. No entanto, tem-se observado lesões não exsudativas ocorrendo de forma generalizada nas porções superiores do tronco. Santos & Luz (2006) observaram dois padrões de gomose nas plantações brasileiras: 1) gomose basal, associada a P. nicotianae, e 2) gomose generalizada, associada a P. boehmeriae. P. nicotianae é o principal agente da gomose da acácia-negra no Brasil, enquanto P. boehmeriae encontra-se em uma área limitada. Phytophthora nicotianae é, entre as espécies de Phytophthora que ocorrem no Brasil, a que apresenta maior número de hospedeiros já relatados e aprentemente com uma distribuição generalizada em território brasileiro (Luz, 2006) enquanto que P. boehmeriae, encontrada apenas em poucas regiões de acácia-negra no Rio Grande do Sul, é considerada praga de importância quarentenária ao território brasileiro (Mendes et al., 2004). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Ainda em relação à etiologia da gomose será preciso investigar se P. meadii ou outra espécie de Phytophthora, também estão associadas à gomose nas plantações brasileiras de acácia-negra. BENCHIMOL, R.L.; ALBUQUERQUE, F.C. & MULLER, C.H. Podridão da base do estipe da pupunheira causada por Phytophthora palmivora. Fitopatologia Brasileira, 23(2): 181. 1998. PUPUNHEIRA PARA PALMITO GOULART, C. T. Informações preliminares sobre adubação da acácianegra. Agronomia Sulriograndense 4: 65-68. 1959. O palmito é um produto de alto valor nos mercados interno e externo. Com raras exceções, sua obtenção exemplifica o imediatismo econômico e traz, como conseqüência, a depredação de nossos recursos naturais. A quase extinção da juçara ou palmiteiro (Euterpe edulis) em meados do século XX foi devida à destruição acelerada da Mata Atlântica, que foi acompanhada pela dizimação das populações do palmiteiro e a eliminação de condições para sua regeneração natural. O cultivo da pupunheira (Bactris gasipaes Kunth. gasipaes Henderson) para produção de palmito vem despertando o interesse de agricultores de todo o Brasil. Nos últimos anos vem aumentando a área plantada da pupunheira para a produção de palmito na Bahia, no Espírito Santo, no Rio de Janeiro, em Tocantins, em São Paulo, e, mais recentemente, no Paraná e em Santa Catarina. Nestes estados a demanda pelo seu uso deu-se em virtude das vantagens que a espécie apresenta em relação a outras palmeiras como precocidade de corte, plasticidade genética, perfilhamento abundante, ausência de oxidação do palmito produzido (escurecimento) e alta produtividade. Essa espécie apresenta-se como alternativa de produção sustentável e economicamente viável, à medida que as populações naturais de palmiteiro vão se esgotando. ANTÚRIO O antúrio (Anthurium andraeanum Lindl.) é uma planta ornamental muito apreciada e atualmente é comercializada em grande escala pelo valor de suas inflorescências (Paim et al. 2006). A expansão do seu cultivo no estado da Bahia tem despertado a atenção para os seus problemas fitossanitários. Em 2004, foi observada em um viveiro na região de ItuberáBA, a ocorrência de queima em folhas e inflorescências. O patógeno foi identificado como P. citrophthora (Paim et al. 2006), e, em decorrência da alta virulência desta espécie ao cacaueiro na região teme-se a possibilidade de uma epidemia nos viveiros de antúrio no sul da Bahia. LUZ, E. D. M. N. O gênero Phytophthora no Brasil. Fitopatologia Brasileira, v. 31(Suplemento): 80-81. 2006. MENDES, M.A.S.; FELIX, A.A.A.; SANTOS, M. de F.;GUTIÉRREZ, A.H. Fungos quarentenários para o Brasil. Brasília, EMBRAPA/CENARGEN. 2004. 325p. NEWHOOK, F.J.; WATERHOUSE, G.M. & STAMPS, D.J. Tabular key to the species of Phytophthora de Bary. 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No Brasil, a podridão do estipe da pupunha, associada a P. palmivora, já foi relatada no Pará (Benchimol et al., 1998), Tocantins (Uesugi et al., 2003), em Goiás (Tomita et al., 2006), em Pernambuco (Tavares et al., 1998), na Bahia (Paim et al., 2006), em São Paulo (Pizzinatto et al., 2002), no Paraná (Santos et al., 2004) e, em 2007, em Santa Catarina (Santos et al., 2007). Na Bahia, a enfermidade tem causado sérios danos e como a cultura está em expansão, principalmente no sudeste do Estado, a iniciativa SANTOS, A. F. dos & LUZ, E. D. M. N. Distribuição de Phytophthora nicotianae e P. boehmeriae nas plantações brasileiras de acácia-negra. Fitopatologia Brasileira 31: 398-400. 2006. S 42 SANTOS, A. F. dos. O impacto das doenças em plantações florestais da região sul do Brasil. Fitopatol. Bras. 31(Supl.): 46-48. 2006. SANTOS, A. F.; AUER, C. G.; GRIGOLETTI JR., A. Caracterização Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia de tipos de gomose da acácia-negra (Acacia mearnsii) no sul do Brasil. Boletim de Pesquisa Florestal 37: 31-40. 1998. SANTOS, A. F. dos; LUZ, E. D. M. N. & SOUZA, J. T. Phytophthora nicotianae: agente etiológico da gomose da acácia-negra no Brasil. Fitopatologia Brasileira 29: 680-682. 2004. SANTOS, A. F. dos; LUZ, E. D. M. N. & SOUZA, J. T. First report of Phytophthora boehmeriae on black wattle in Brazil. Plant Pathology 55: 813. 2006. SANTOS, A.F. DOS; LUZ, E.D.M.N.; FINATO, P.D.; TESSMANN, D.J. & VIDA, J.B. Primeiro relato da podridão do estipe da pupunheira, causado por Phytophthora palmivora, no Estado do Paraná. Fitopatologia Brasileira 30: 81-84. 2005. SCHUCH, S. L. C. Sintomatologia da gomose da acácia-negra (Acacia mollissima Wild.) no Rio Grande do Sul. Agronomia Sulriograndense 11 (1): 129-137. 1975. SCHUCH, S. L. C. & PEDERZOLLI, R. C. D. Ocorrência da gomose da acácia- negra (Acacia mollissima Wild.). Agronomia Sulriograndense 11 (2): 313-317. 1975. TAVARES, S.C.C. de H.; NASCIMENTO, A.R.,; LIMA, J.A.S.; MENEZES, W.A. & CRUZ, S.C. Doenças da pupunha em áreas irrigadas na região do submédio São Francisco. Fitopatologia Brasileira 23(Supl.): 286. 1998. TOMITA, C.K.; LIMA, M.A. & UESUGI, C.H. Levantamento de perdas econômicas causadas por Phytophthora palmivora em cultura de pupunha (Bactris gasipaes Kunth.) na região geo-econômica de Padre Bernardo-GO. Fitopatologia Brasileira 31(Supl.): 296. 2006. UESUGI, C.H.; SANTOS, G.R.& CAFÉ FILHO, A.C.C. Ocorrência de Phytophthora palmivora em pupunheira no Estado de Tocantis. Fitopatologia Brasileira 28 (Supl.):225. 2003. WATERHOUSE, G.M. Key to the species of Phytophthora de Bary. Commonwealth Mycological Institute. Mycol. Pap., 92. 1963. PRINCIPAIS ESPÉCIES DE PHYTOPHTHORA EM HORTALIÇAS NO BRASIL. Ailton Reis. Centro Nacional de Pesquisa de Hortaliças/Embrapa Hortaliças, Caixa Postal 218, CEP 70359-970, Brasília – DF. [email protected]. br, Bolsista do CNPq. Main species of Phytophthora on vegetables in Brazil. A classe dos Oomicetos pertence ao Reino Stramenopila e Filum Oomycota Alexopoulos et al. (1996). Esta classe contém famílias com alguns gêneros com espécies fitopatogênicas. Dentro dos Oomicetos destacam-se como patógenos de plantas dois gêneros, Phytophthora e Pythium que são intimamente relacionados (Luz et al., 2001; Erwin & Ribeiro, 1996). O gênero Phytophthora é o que mais se destaca como patógeno de plantas por apresentar o maior número de espécies fitopatogênicas e o que mais causa mais prejuízos à agricultura (Erwin & Ribeiro, 1996). O gênero Phytophthora apresenta mais de 80 espécies, sendo estas em sua maioria fitopatogênicas e responsáveis por danos severos em culturas economicamente importantes no Brasil e no mundo. Apresenta algumas espécies muito importantes como patógenos de hortaliças, tais como P. infestans, P. capsici e P. nicotianae. Estas espécies são heterotálicas, ou seja, para que haja reprodução sexuada há a necessidade de haver o cruzamento entre isolados do grupo de compatibilidade A1 com A2 (Erwin & Ribeiro, 1996; Luz et al., 2001). PHYTOPHTHORA SPP. EM HORTALIÇAS NO BRASIL 1. Phytophthora infestans Esta espécie, além de ter dado origem ao gênero Phytophthora, sendo portanto a espécie tipo, também é a que causa maiores prejuízos à agricultura. Por esses motivos, P. infestans é a espécie de Phytophthora mais estudada mundialmente e é um dos patógenos com maior destaque na literatura mundial. Causa a requeima ou mela, principal doença do Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 tomateiro e da batateira (Erwin & Ribeiro, 1996). No Brasil, esta espécie está relatada apenas como patógeno de tomate e batata (Mendes et al., 1998). Ambos grupos de compatibilidade de P. infestans estão presentes no Brasil. Isolados do grupo A2 têm sido encontrados apenas atacando batata, enquanto os do grupo A1 estão associados principalmente ao tomate. Cada um dos grupos de compatibilidade coincide com uma linhagem clonal do patógeno. Uma linhagem clonal é composta por isolados que descendem de um único indivíduo (genótipo), através de reprodução assexual. Assim, no Brasil temos as linhagens US-1 que pertence ao grupo A1 e a linhagem BR1 que pertence ao grupo A2 (Reis et al., 2003). Os isolados da linhagem US-1 estão bem adaptados ao tomateiro e os isolados da linhagem BR1 à batateira (Suassuna et al., 2004). Entretanto, mais recentemente no Estado do Rio Grande do Sul, tem sido encontrados isolados A1 bastante adaptados à batata, sugerindo a presença de uma terceira linhagem clonal ou da ocorrência de uma população recombinante do patógeno nesta região (Santana, 2006). Quanto à resistência a fungicidas, a maioria dos estudos tem sido feita em relação ao fungicida metalaxyl, que é o mais utilizado no controle da requeima em tomate e batata. Existe isolados resistentes tanto na linhagem US-1 como na BR-1, não existindo uma associação entre linhagem clonal e resistência ao metalaxyl. Não se encontrou isolados resistentes aos fungicidas protetores mancozeb, clorotalonil e cymoxanil no Brasil (Reis et al., 2005). Phytophthora infestans apresenta várias raças no Brasil, sendo muitas delas bastante complexas, o que inviabiliza o uso de cultivares de tomate e batata com resistência do tipo qualitativa (Vertical). 2. Phytophthora capsici A espécie P. capsici causa a requeima do pimentão, bem como murchas e podridões de frutos em outras hortaliças solanáceas e em cucurbitáceas (Silva et al., 2004). Em pimentão, P. capsici causa a doença denominada de requeima, cujos sintomas caracterizam-se por podridão de raiz e colo (canela-preta) e murcha da planta. Sob condições de alta umidade relativa, pode ocorrer também podridão de fruto e queima foliar (Lopes e Ávila, 2003). Já em cucurbitáceas, este fungo causa podridão de colo e de hastes, murcha da planta e podridões de frutos. A espécie P. capsici apresenta várias hospedeiras, estando a maioria delas nas famílias Solanaceae e Cucurtabitaceae (Luz et al., 2001; Lopes e Ávila, 2003). No Brasil, esta espécie já foi relatada atacando pelo menos 13 hospedeiras (Tabela 1). Entre as principais hospedeiras solanáceas de P. capsici estão o pimentão, as pimentas do gênero Capsicum, o tomateiro e a berinjela. Entre as hospedeiras cucurbitáceas destacam-se as abóboras, o pepino e a melancia (Mendes et al., 1998). Muitas invasoras também são hospedeiras de P. capsici e isto tem importância epidemiológica, pois estas mantêm e até multiplicam o inóculo do patógeno no solo (French-Monar, 2006). Nesta espécie, os dois grupos de compatibilidade também estão presentes no Brasil, mas parece não haver especialização por hospedeiro entre os dois grupos. Isolados de P. capsici de solanáceas parecem ser tão agressivos em cucurbitáceas quanto nos seus próprios hospedeiros. A presença de ambos os grupos de compatibilidade em lavouras comerciais de hortaliças não tem sido observada, evidenciando a falta de ocorrência de reprodução sexuada nesta espécie no Brasil. A resistência ao fungicida metalaxyl parece ser rara nas populações de P. capsici no Brasil, o que pode ser devido a uma falta de pressão de seleção na população do patógeno devido ao pouco uso do fungicida para controle desta espécie. 3. Phytophthora nicotianae Phytophthora nicotianae também é considerada uma espécie muito freqüente em diversas regiões do Brasil, parasitando 22 hospedeiras. Em hortaliças, a espécie P. nicotianae é conhecida principalmente por causar a podridão ‘olho-de-veado’ em tomate e podridões de raiz e frutos em outras solanáceas, como a berinjela e o jiló (Lopes et al., 2005; Mendes et al., 1998; Silva et al., 2004; Henz et al., 2003). A espécie P. nicotianae apresentam várias hospedeiras; entretanto, em hortaliça sua importância é bem menor do que a da espécie P. capsici. As S 43 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia principais hortaliças hospedeiras de P. nicotianae são o tomateiro, a berinjela, o jiló e a cebola. Esta espécie também pode causar podridão de colo e de fruto em pimentão e causar tombamento de mudas e podridões de colo em salsa (Tabela 1). Em frutos de tomate existe uma doença, a podridão ‘olhode-veado’, provocada por diferentes espécies de Phytophthora, entre elas P. nicotianae. Ocorre com mais freqüência em tomateiro rasteiro, onde os frutos ficam mais sujeitos ao contato com o solo. Esse patógeno pode também estar envolvido no tombamento de mudas e na podridão do colo e da raiz de tomate e pimentão (Lopes et al. 2005). Em berinjela e jiló, a espécie P. nicotianae também provoca podridão de frutos, semelhante àquela do tomateiro. Em anos chuvosos, a incidência da doença pode ser alta e causar muitos prejuízos em pré e pós-colheita (Henz et al., 2003; Silva et al., 2004). Poucos estudos têm sido desenvolvidos visando o estudo da população de P. nicotianae que ataca hortaliças no Brasil. Alguns trabalhos iniciaram-se recentemente na Embrapa Hortaliças e tem-se observado a presença de ambos os grupos de compatibilidade. Em tomate e berinjela tem sido observada a predominância de isolados do grupo A2, enquanto em jiló do grupo A1. A presença dos dois grupos em um mesmo campo de produção parece ser rara. Aparentemente, não há especialização por hospedeiros entre os isolados de P. nicotianae coletados em hortaliças no Brasil. A resistência ao metalxyl também é muito rara nesta espécie, provavelmente devido ao não uso do mesmo para seu controle nestas hortaliças. O gênero Phytophthora continua sendo da mais alta relevância para a produção de hortaliças no Brasil, como batata e tomate, além de causar perdas significativas em hortaliças de menor expressão econômica, como jiló e berinjela. Estudos sobre sua incidência, epidemiologia e a identificação das espécies e os respectivos grupos de compatibilidade são fundamentais no estabelecimento de estratégias de manejo da doença e na incorporação de resistência genética em programas de melhoramento. REFERÊNCIAS ALEXOPOULOS, C.J., MIMS, C.W. & BLACKWELL, M. Introductory mycology. New York, John Wiley & Sons, Inc., 4ª ed., 1996. 869p. ERWIN, D.C. & RIBEIRO, O.K (eds.). Phytophthora diseases worldwide. St. Paul, APS Press. 1996. 562p. FRENCH-MONAR, R.D.; JONES, J.B.; ROBERTS, P.D. 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MENDES, M.A.S.; SILVA, V.L.; DIANESE, J.C.; FERREIRA, M.A.S.V.; SANTOS, C.E.N.; GOMES NETO, E.; URBEN, A.F.; CASTRO, C. Fungos em Plantas no Brasil. Brasília: Embrapa Cenargen, 1998. 569p. Tabela 1. Hortaliças hospedeiras de Phytophthora spp. no Brasil Espécie de Hospedeira Referência Phytophthora Nome comum Nome Científico P. infestans P. infestans P. capsici P. capsici P. capsici P. capsici P. capsici P. capsici P. capsici P. capsici P. capsici P. capsici P. capsici P. capsici P. capsici P. capsici P. nicotianae P. nicotianae P. nicotianae P. nicotianae P. nicotianae P. nicotianae P. nicotianae P. nicotianae P. nicotianae P. nicotianae Batata Tomate Pimentão Pimenta-de-cheiro Pimenta-malagueta Abóbora Moranga Abobrinha Pepino Melancia Melão Tomate Berinjela Jiló Cebola Mandioca Tomate Berinjela Jiló Pimentão Cebola Salsa Gengibre Gengibre Mandioca Ervilha Solanum tuberosum Solanum lycopersicon Capsicum annuum Capsicum chinense Capsicum frutescens Cucurbita moschata Cucurbita maxima Cucurbita pepo Cucumis stivus Citrullus lanatus Cucumis melo Solanum lycopersicom Solanum melongena Solanum jilo Allium cepa Manihot sculenta Solanum lycopersicom Solanum melongena Solanum jilo Capsicum annuum Allium cepa Petroselinum crispum Zingiber aromaticum Zingiber officinale Manihot sculenta Pisum sativum S 44 Mendes et al., 1998 Mendes et al., 1998 Mendes et al., 1998 Paz Lima, 2006 Paz Lima, 2006 Mendes et al., 1998 Mendes et al., 1998 Paz Lima, 2006 Mendes et al., 1998 Paz Lima, 2006 Mendes et al., 1998 Mendes et al., 1998 Mendes et al., 1998 Mendes et al., 1998 Silva et al., 2004a Mendes et al., 1998 Silva et al., 2004 Silva et al., 2004 Silva et al., 2004 Paz-Lima, 2006 Silva et al., 2004 A. Reis - Não Publicado Mendes et al., 1998 Mendes et al., 1998 Mendes et al., 1998 Mendes et al., 1998 Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia PAZ LIMA, M.L. Caracterização fenotípica e molecular de Phytophthora capsici de hortaliças e expressão e prospecção da resistência em Cucurbitaceae e Solanaceae. Universidade de Brasília, 2006. Tese de Doutorado em Fitopatologia. 207pp. REIS, A.; RIBEIRO, F.H.S.; MAFFIA, L.A. & MIZUBUTI, E.S.G. Sensitivity of Brazilian isolates of Phytophthora infestans to commonly used fungicides in tomato and potato crops. Plant Disease, 89: 1279-1284, 2005. REIS, A., SMART, C.D., FRY, W.E., MAFFIA, L.A. & MIZUBUTI, E.S.G.. Characterization of isolates of Phytophthora infestans from Southern and Southeastern regions of Brazilfrom 1998 to 2001. Plant Disease, v.87, p.896-900. 2003. SANTANA, F.M. Distribuição e caracterização de isolados de Phytophthora infestans (Mont.) 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DETECTION, DIAGNOSIS AND MAPPING OF NATIVE AREAS INFESTED BY PHYTOPHTHORA SPECIES IN WESTERN AUSTRALIA. Giles E.St.J. Hardy1, Kevin Vear2 Emer O’Gara1 Nari Williams1 and Philip A O’Brien1. 1Centre for Phytophthora Science and Management, School of Biological Sciences, Murdoch University, Western Australia 6159. Department of Environment and Conservation, Kensington, Western Australia. e-mail: [email protected]. Phytophthora cinnamomi Rands is an exotic soilborne plant pathogen that is thought to have entered Australia with the early European settlers. It is now widespread across southern Australia, and along the east coast into the subtropics. It causes the most serious epidemic impacts on plant communities across a range of ecosystems. These include those areas with a Mediterranean climate where mean annual rainfall exceeds 600 mm (southwestern Australia, South Australia and southern Victoria); the temperate uniform, low elevated regions of Victoria and New South Wales; and in the winter-dominant rainfall areas in maritime climates of coastal and submontane Tasmania. For example, in the south-west botanical province of Western Australia approximately 2284 of the 5710 described plant species are susceptible to P. cinnamomi. In those areas where it causes epidemics it is considered a ‘biological bulldozer’ as it also impacts on many vertebrate and invertebrate fauna. Due to its threat to biodiversity and general ecosystem function it is considered by the Commonwealth Government’s Environmental Protection and Biodiversity Conservation Act 1999 as a ‘Key Threatening Process’ to Australia’s biodiversity. Although Phytophthora cinnamomi is the predominant species, there are at least 32 other species of Phytophthora which have been identified throughout Australia, with 14 recorded in the wild. Of these, only P. cinnamomi, P. cryptogea and P. megasperma cause significant impact in natural ecosystems. This paper provides an overview of the detection, diagnosis and mapping of Phytophthora species in Western Australia. There are a number of ways that Phytophthora can be managed in native ecosystems. These include (a) eradication by chemical treatments, (b) reducing its rate of spread through hygiene and quarantine, (c) reducing Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 its activity either by biological control or by reducing its food base, (d) altering the physical conditions for the pathogen, and (e) use of chemicals like phosphite (neutralised phosphorous acid). However, before any of these can be implemented it is critical to know where the pathogen is present or absent in the landscape. In some plant communities its presence can be easily ascertained by the presence of dying and dead susceptible (or ‘indicator’) species. In other areas its presence can be extremely ‘cryptic’ and difficult to determine due to the absence of ‘indicator’ species. This can be further exacerbated by recent wildfires, drought, salinity and presence of other plant pathogens such as Armillaria species. Also in the post-epidemic period few susceptible species may be present. In many infested landscapes P. cinnamomi has been present for long periods of time and its autonomous movement or movement by anthropogenic means has resulted in a mosaic of disease and disease-free landscape across millions of hectares. This increases the complexities associated with determining where the pathogen is present and accurately mapping it. Accurate maps that precisely locate the boundaries between Phytophthora infested areas and those free of the pathogen are extremely valuable for land managers and agencies that are required to manage the pathogen through hygiene and quarantine restrictions. However, across a large landscape there are difficulties associated with effective sampling regimes, high costs of mapping and the fact that the presence of P. cinnamomi may be difficult to detect. Soil sampling for diagnostic purposes is also expensive. Accurate mapping of the presence and absence of the pathogen using Geographical Information System (GIS) platforms overlayed with vegetation, soil, climate, and fire history maps to name a few also allow managers to make informed decisions. For example, determining which areas might be ‘protectable’ from the autonomous and anthropogenic spread of the pathogen, and the threat posed on communities of rare and endangered flora and fauna all allow for informed decisions regarding the management of the pathogen to be made. In turn, this ensures that limited available funding is spent wisely in key and strategic areas with considerable emphasis placed on the accurate mapping of the pathogen. In Western Australia, considerable resources are spent on ‘dieback interpreters’; those staff who are specifically trained in field based interpretation of dieback infestations. Dieback interpreters are specifically trained to have strong skills in the identification of plant species, knowledge of susceptible species, description and mapping of vegetation, soil and landform types across a range of ecosystems (forests, woodlands, heathlands), and the ability to read maps and aerial photographs. They are also expected to interrogate databases and interface the reporting of field based data with GIS platforms to generate or contribute to management plans. The information generated is the basis for the development of longterm management systems of hygienic access to areas of land identified as ‘protectable’ areas. Protectable areas are those that have been mapped free of disease symptoms and are amenable to management to restrict disease introduction in the future. High management priority may also be given to infested areas with special conservation values due to the presence of communities of rare/endangered flora or fauna that will benefit from treatment with phosphite, a chemical that induces defence responses in susceptible plant species (Hardy et al., 2001). An important tool that is used to enhance the efficiency and accuracy of disease interpretation is 230mm-format large-scale aerial colour, shadowless photography (nominally 1:4,500 scale). Skills in the observation and interpretation of aerial photography and knowledge of disease patterns in different vegetation types are critical. If the time of photography captures reasonable disease expression, a trained interpreter can make accurate decisions about the disease status of an area. The area can then be visited to verify the observations and decisions made from the photographs. Interpreters place their emphasis on determining those areas that are (a) infested with Phytophthora cinnamomi, (b) uninfested or free of P. cinnamomi, (c) uninterpretable or where the presence or absence of the pathogen cannot be ascertained, (d) unprotectable or areas that are either infested or are free of the pathogen but will become infested within a short time frame, and (e) protectable or free of P. cinnamomi and will remain so in the distant future. Once an area has been aerially mapped, the interpreter will visit the area and interpret it in a logical fashion using factors that S 45 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia indicate whether the pathogen is present or absent, or whether the plant deaths observed on aerial photographs are due to other factors such as fire, drought, and other pathogens. Usually, emphasis is placed on identifying key species known to be susceptible to the pathogen. There are numerous ‘indicator’ species that are used to determine the presence of P. cinnamomi. The distribution of these will vary with vegetation types. Deaths associated with these are termed ‘indicator species deaths’ (ISDs), and are species which are reliably susceptible to P. cinnamomi. Indicator species deaths can be grouped into classes as follows (a) isolated ISDs, (b) scattered ISDs, (c) groups or clusters of ISDs, and (d) multiple ISDs. The larger the number and range of species dead in an area the greater the probability of P. cinnamomi being the cause of deaths. Where there are many susceptible plant species dying, there will frequently be a clearly defined ‘disease front’ delimited by a zone of healthy susceptible species alongside dead and dying susceptible species. Once on site, the environmental conditions that either favour or disfavour the growth and spread of the pathogen need to be explored as well all aspects of the disease triangle to aid the interpretation process (Shearer and Tippett 1989). The photographs are interpreted and the interpreters mark the edge of the disease front with coloured tape. A buffer of between 10-20 m into the ‘uninfested’ side is taped. In the forest, if areas are to be mined, logged or managed in any way that causes disturbance, trees will be ‘blazed’. Blazing involves removing bark at head height on 3 sides of the tree and painting these yellow. The non-blazed side denotes the uninfested area. Subsequent on-ground activities which involve earth moving, road building or mining ensures that machinery and vehicles do not move from infested areas across the ‘blazed’ line without adequate hygiene protocols such as vehicle wash down to ensure the pathogen is not spread. All of the information gathered in the field is transferred to aerial photographs and maps for eventual databasing on GIS platform. Normally, these ‘dieback’ maps have a three year life, before the area has to be remapped. Diagnostic analysis of soil and plant material is used to confirm or clarify the interpretation of symptom expression in the field and is particularly important in the interpretation of cryptic sites in which there is little or no clear expression of the disease. Soil, root and stem samples are collected from under dying and dead plants and returned to the laboratory for confirmation of Phytophthora species in the laboratory. In the laboratory, the soil and plant samples are (a) baited (bioassays using susceptible plant material), (b) direct plating of plant material onto Phytophthora selective agar media, or (c) processed for molecular analyses. Currently in Australia, ‘baiting’ is the primary diagnostic method for Phytophthora in commercial laboratories. Baiting relies on the physical isolation of the pathogen from samples and as a result has many widely acknowledged limitations including: low sensitivity; labour intensiveness and; high cost. Detection of Phytophthora species within the soil is complicated by several factors including the presence of different structures; oospores, chlamydospores, sporangia and zoospores, and differences in the ability of these to germinate or be recovered by standard assays. The emergence of DNA based technology offers methods which overcome these inconsistencies by targeting the DNA of the pathogen and are independent of the structural composition of the population. This has led to the development of numerous PCR based protocols for the detection of Phytophthora species from soil (Ippolito et al. 2002). To date, the application of DNA based detection technology has been focussed on agricultural and horticultural applications in which the soil and plant species are relatively uniform and the population density of the pathogen more consistent due to the abundance of host plant species with consistent susceptibility to the pathogenic species. In contrast, infestations of native ecosystems by P. cinnamomi are characteristically heterogeneous with considerable variation in the host species, geological substrate, hydrology and soil structure. Consequently the pathogen population is likely to be low and variable, and recoveries by both traditional and DNA based techniques are often inconsistent and patchy. This is further compounded by the variability in microhabitat within and between sites and the diversity of Phytophthora species present. Recent work in Western Australia comparing detection by baiting and PCR based protocols has shown good promise for the application of this technology to management of Phytophthora species in a limited number of native ecosystems. However, the key to ongoing effective application of DNA based diagnostics relies S 46 on critical assessment of detection across the range of habitats which are infested by the pathogen habitats. Continued developments in DNA diagnostic technology such as the introduction of quantitative PCR (qPCR) coupled with improvements and simplification of DNA extraction technology have led to the widespread adoption of DNA diagnostic technologies in disease management (Wang et al. 2006). On site DNA detection has become a reality with simplification of the qPCR process (Tomlinson et al. 2005). Increased application of this technology to disease management will significantly enhance our understanding of the movement and viability of pathogens such as P. cinnamomi in soil. Remote sensing tools such as hyperspectral and digital multispectral imagery are being explored as possible tools to accurately map the presence of the pathogen through disease expression as well as mapping rates of spread. In the future these and other such tools may well facilitate the processes described above. In summary, the diagnosis, detection and mapping of Phytophthora species across complex and heterogeneous plant communities in natural ecosystems is complex, time consuming, costly and on-going. Expert knowledge is required about the biology and ecology of the pathogen, plant species susceptibility and environmental conditions that drive the disease process. Tools and methodologies including those at strategic (policy) and operational levels are now in place to effectively map the pathogen. However, as new technologies become available such as molecular tools, these can be incorporated into existing management structure to ensure ‘best practice’ is maintained. REFERENCES HARDY, G.E.S., BARRETT, S, & SHEARER B.L. The future of phosphite as a fungicide to control the soilborne plant pathogen Phytophthora cinnamomi in natural ecosystems. Australasian Plant Pathology 30: 133-139. 2001. HUSSAIN S., LEES A.K., DUNCAN J.M., COOKE D.E.L., Development of a species-specific and sensitive detection assay for Phytophthora infestans and its application for monitoring of inoculum in tubers and soil. Plant Pathology 54: 373-382. 2001. IPPOLITO A., SCHENA L, NIGRO F Detection of Phytophthora nicotianae and P. citrophthora in citrus roots and soils by nested PCR. European Journal of Plant Pathology 108: 855-868. 2002. LEES A.K., WALE S.J., VAN DE GRAAF P., BRIERLEY J.L. The use of molecular diagnostics to investigate the epidemiology of potato diseases. 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O gênero Phytophthora, em soja, pode causar apodrecimento de plântulas em pré e pós-emergência, tombamento de plântulas ou podridão radicular e de haste em plantas adultas. O agente causal é o oomiceto Phytophthora sojae Kaufmann & Gerdemann (Kaufmann & Gerdemann, Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia 1958). Tem, como sinonímia, P. megasperma var. sojae Hildebr., P. megasperma Drechs f. sp. glycinea Kuan & Erwin e Phytophthora sojae f.sp. glycines Faris et al. (CPC Datasheet, 2007). A podridão por fitóftora é uma das doenças mais destrutivas de soja, podendo causar reduções de rendimento de grãos de até 100% em cultivares altamente suscetíveis. As perdas são decorrentes de falhas de estande e da redução de peso e de produção de grãos. (Schmitthenner, 1999). Esteve situada em segundo lugar entre doenças de soja que representaram maiores prejuízos de produção nos EUA entre 1996 e 1998, com perda média anual estimada em mais de 12 milhões de toneladas (Wrather et al., 2001). Wilcox & St. Martin (1998) registraram redução na produção de grãos entre 65% e 93%, comparando o rendimento de isolinhas de soja suscetíveis e resistentes. Esta doença foi observada em soja pela primeira vez nos Estados Unidos da América (EUA) em 1948, no estado de Indiana, e prejuízos severos ocorreram em 1951, em Ohio. Atualmente, já foi descrita em vários países, como França, Hungria, Itália, antiga União Soviética, Eslovênia, Suíça, Ucrânia, China, Japão, Paquistão, Argentina, Brasil, Canadá, Chile, EUA e Austrália (CPC Datasheet, 2007). No Brasil, foi identificada na safra 1994/95 no Rio Grande do Sul (Costamilan et al., 1996; Costamilan, 2001), em Santa Catarina (Pacheco, 1998), no Paraná (Yorinori, J.T.; Almeida, A.M.R.; Soares, R.M., informação pessoal), (J.T. Yorinori, A.M.R. Almeida, R.M. Soares, comunicação pessoal) e em Mato Grosso do Sul (Bertagnolli, P.F., informação pessoal) (P.F. Bertagnolli, comunicação pessoal). A doença era constatada em lavouras isoladas, não causando perdas significativas até a safra 2005/06, quando ocorreu em várias lavouras do Rio Grande do Sul e do Paraná, causando tombamento de plantas pós-emergência em locais de solo compactado, levando à falhas de estande, à ressemeadura de áreas extensas e à morte de muitas plantas adultas. Os sintomas podem ser observados em plantas de soja em qualquer fase de desenvolvimento, sendo que as mais jovens são mais suscetíveis e morrem mais rapidamente. Em plantas adultas, os sintomas dependem da suscetibilidade relativa ou da tolerância da cultivar. Durante a préemergência, ocorre apodrecimento de sementes ou flacidez na radícula, que adquire coloração marrom. Sementes infectadas germinam lentamente e, quase sempre, as plântulas morrem durante a emergência, com hipocótilo com aspecto de anasarca e coloração escurecida. Na fase de emissão de folha primária, a extremidade da raiz principal torna-se flácida e marrom. Essa descoloração estende-se e envolve o hipocótilo até o nó cotiledonar, ocorrendo o colapso do tecido. Na seqüência, as folhas tornam-se amareladas, murcham e a planta seca e morre. Plantas mais desenvolvidas morrem lentamente, apresentando folhas com amarelamento e seca de tecido entre as nervuras, seguindo a murcha completa e a seca dos tecidos, permanecendo as folhas presas às plantas. Há destruição quase completa de raízes secundárias e apodrecimento da raiz principal, que adquire coloração marrom escura. O sintoma característico é o aparecimento, no exterior da haste, de tecido de cor marrom escura, que circunda a mesma desde o solo e, freqüentemente, progride ao longo desta e das hastes laterais em direção ao topo da planta, por vezes alcançando até o décimo nó. Os tecidos apodrecidos da raiz e da haste permanecem firmes. Plantas afetadas ocorrem entre plantas sadias, geralmente em locais de solo mais compactado, como bordas de lavouras. Freqüentemente, o tecido escurecido na haste fica recoberto de micélio, principalmente de Fusarium spp., levando à confusão na identificação do agente causal. e 28ºC. Os meios de cultura mais comuns são P10VP, PARPH e PBNIC (Schmitthenner, 1999). Anterídios são díclinos, principalmente paráginos. Oogônios são grandes, de diâmetro variando entre 29,0 e 58,0 µm, esféricos ou subesféricos, de paredes finas. O diâmetro de oósporos varia entre 19,2 e 38,8 µm, e são rapidamente formados após fertilização do oogônio, em meio de cultura ou em tecido infectado. A temperatura ideal para sua formação e germinação é de 24ºC. Os esporângios são, tipicamente, obpiriformes, não papilados, prolíferos, de dimensões extremamente variáveis (42,0-65,0 µm x 32,0-53,0 µm). Podem germinar diretamente, atuando como conídios, ou indiretamente, pela extrusão de zoósporos. A temperatura ideal para germinação direta é de 25ºC e, para germinação indireta, de 14ºC. Zoósporos são ovóides, afinados em uma ou ambas extremidades e achatados dos lados, com dois flagelos, um anterior e outro posterior, quatro a cinco vezes maior que o anterior. A temperatura ótima para sua produção é de 20ºC. Podridão por fitóftora, em soja, é uma doença monocíclica. Oósporos remanescentes, no solo, ou recém-formados em tecido vegetal, durante a safra, podem sobreviver por muitos anos na ausência do hospedeiro. Formam esporângios em temperaturas próximas a 25ºC, que se acumulam até que ocorra encharcamento do solo, quando liberam zoósporos, que nadam em direção a raízes de soja, atraídos por isoflavonóides (genisteína e daidzeína) produzidos pelas raízes de soja e pelas sementes em germinação. Quando encontram tecido vegetal, os zoósporos fixam-se, encistam, germinam e penetram, dando início à doença. Por isso, a podridão de fitóftora é favorecida por qualquer fator que mantenha água livre disponível no solo, como textura muito argilosa, compactação e prolongados períodos de saturação de umidade, que provocam a liberação e a disseminação de zoósporos. O desenvolvimento da doença é mais rápido em temperatura igual ou superior a 25ºC. Práticas culturais como preparo reduzido de solo, plantio direto, monocultura de soja e aplicação de altas doses de fertilizantes orgânicos ou com potássio, imediatamente antes da semeadura, podem tornar a doença mais severa (Schmitthenner, 1999; Workneh et al., 1999). A doença é predominantemente controlada através de resistência genética. Os tipos resistência raça-específica (completa), resistência parcial (limitando a colonização do patógeno e o dano à planta) e tolerância (não há perdas significativas de rendimento, em plantas infectadas), já foram relatados. A resistência completa é obtida através do uso do gene dominante Rps. Atualmente, são relatados 14 genes Rps em oito loci, com uma série alélica em dois destes loci: Rps1 (1a, 1b, 1c, 1d, 1k), Rps2, Rps3 (3a, 3b e 3c), Rps4, Rps5, Rps6, Rps7 (Dorrance et al., 2004), além de Rps8 (Burnham et al., 2003). Todos os genes descritos, exceto Rps2 (ligado à expressão de resistência apenas em raízes), limitam completamente o crescimento de P. sojae através de reação de hipersensibilidade no hipocótilo. Até 2004, havia mais de 55 raças descritas. Patótipos ou fórmulas de virulência são preferíveis para descrever padrões de virulência baseados em reações em conjuntos de diferenciais (Dorrance et al., 2004). No Brasil e na Argentina, os isolados descritos na década de 90 pertenciam à raça 1, ou seja, mostravam reação compatível ao gene Rps7 (Barreto et al., 1995; Costamilan & Bonato, 1996). Em avaliação preliminar realizada em 2007, isolados do Rio Grande do Sul e do Paraná foram compatíveis aos genes Rps1a e Rps7. Schmitthenner et al. (1999) estimaram entre oito e quinze anos o período de efetividade da resistência de uma cultivar de soja à podridão por fitóftora. O número exato de genes envolvidos na resistência parcial não é conhecido, embora dois QTLs tenham sido identificados na cultivar Conrad e quatro na linhagem V71-370. A combinação de uso de gene Rps e de resistência parcial é recomendada (Mideros et al., 2007). Tolerância, também referida como resistência de campo ou resistência por taxa reduzida, é identificada quando não há diferença significativa entre o rendimento de cultivares com sementes tratadas ou não com fungicida ou entre cultivares inoculadas e não inoculadas com o patógeno. Em cultivares menos suscetíveis ou altamente tolerantes, os danos podem ficar restritos às raízes, sendo que as plântulas apresentam clorose e menor desenvolvimento, sintomas esses similares à leve deficiência de nitrogênio ou devidos a solo encharcado. Em plantas adultas, os sintomas ficam restritos ao apodrecimento de raízes secundárias e, ocasionalmente, ocorrem lesões longas, lineares, levemente aprofundadas e de cor marrom, em apenas um dos lados da haste, muito parecidas com sintoma de cancro da haste, causado por Diaporthe phaseolorum var. meridionalis. Em algumas situações, as plantas afetadas desenvolvem raízes secundárias mais superficiais, tentando compensar a perda da raiz principal, originando plantas debilitadas, com desenvolvimento mais lento que o normal e mais suscetíveis a estresses hídricos. Esse conjunto de sintomas, denominado “dano oculto”, pode reduzir o rendimento em até 40%. O controle químico é efetivo em cultivares que apresentem elevado grau de tolerância. Os princípios ativos eficazes são metalaxil e mefenoxam (Schmitthenner, 1999). Altas doses de metalaxil controlam a doença em cultivares com baixa tolerância, mas não em condições severas de doença. O tratamento pode ser realizado via semente ou diretamente na linha de semeadura, no solo. Há relatos da ocorrência de resistência a metalaxil, nos EUA (Yang, 2002). P. sojae é homotálico, e o micélio é cenocítico em colônias novas. A temperatura ótima para crescimento da maioria dos isolados é entre 25 Controle integrado, combinando alta tolerância de cultivares, melhoria nas condições físicas do solo, especialmente pela drenagem e Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 S 47 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia pela descompactação, é tão efetivo quanto resistência completa ou uso de fungicida, na maioria dos ambientes. Rotação de culturas pode ser usada para evitar aumento do nível de inóculo no solo (Schmitthenner, 1999). Evitar longos períodos de alta umidade livre no solo é essencial, já que zoósporos são produzidos apenas em solo saturado. Se os solos não ficarem saturados no início da safra de soja, variedades com resistência parcial poderão escapar da doença e permanecer sadias durante a estação de cultivo (Dorrance et al., 2002). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARRETO, D., STEGMAN DE GURFINKEL, B. & FORTUGNO, C. Races of Phytophthora sojae in Argentina and reaction of soybean cultivars. Plant Disease 79:599-600. 1995. BURNHAM, K.D., DORRANCE, A.E., FRANCIS, D.M., FIORITTO, R.J. & ST. MARTIN, S.K. Rps8, a new locus in soybean for resistance to Phytophthora sojae. Crop Science 43:101-105. 2003. COSTAMILAN, L.M. A podridão de raiz e de haste de soja. In: Luz, E.D.M.N., Dos Santos, A.F., Matsuoka, K. & Bezerra, J.L. (Ed.) Doenças causadas por Phytophthora no Brasil. Campinas. Rural. 2001. pp. 678-730. Não foi citado no texto. COSTAMILAN, L.M. & BONATO, E.R. Identificação de raça de Phytophthora sojae e avaliação da resistência de cultivares de soja à podridão da raiz e da haste. Fitopatologia Brasileira 21(Supl.):353. 1996. 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A sustentabilidade da agroindústria sucroalcooleira sempre dependeu e dependerá ainda mais do controle das principais doenças da cana-de-açúcar. Num momento em que o Brasil assume o papel de principal fonte potencial para a produção de energia renovável a partir de cana-de-açúcar, havendo perspectivas de aumento de 50% da área cultivada com esta cultura nos próximos 10 anos, é bastante oportuna uma reflexão sobre as principais conquistas do passado e os desafios que ainda estão por vir. Apesar de as principais cultivares comerciais utilizadas atualmente possuírem boa resistência às principais doenças, com exceção do Raquitismo-da-soqueira (Leifsonia xyli subsp. xyli) e das Podridões causadas por Colletotrichum falcatum e Fusarium subglutinans, que exigem técnicas específicas de controle, o trabalho deve ser continuado. Porém, muito pouco ou nada está sendo investido na obtenção de cultivares resistentes, na produção de mudas garantidamente sadias e no manejo integrado das doenças da cana-deaçúcar. Não podemos viver do passado. Há que se capacitar pesquisadores e técnicos para atuarem nas usinas para evitar assim as perdas decorrentes das doenças da cana-de-açúcar e dar sustentabilidade aos anseios do setor sucroalcooleiro. Mãos à obra. SUCESSO NA SELEÇÃO E USO DE CULTIVARES RESISTENTES Ao final do século XIX, cientistas holandeses estabelecidos em Java se incumbiram de atuarem contra um desconhecido problema biológico que estava afetando seriamente os canaviais daquela colônia, a cujo mal se deu o nome de “sereh” (Stevenson, 1965). Uma das estratégias adotadas por eles foi se tentar conseguir formas resistentes a tal anomalia a partir de cruzamentos interespecíficos. No decorrer do tempo, os métodos e as estratégias para a seleção de cultivares resistentes evoluíram sobremaneira e hoje a grande maioria das cultivares comerciais possuem resistência à maioria das doenças. Um breve histórico sobre a obtenção de cultivares resistentes ao Mosaico, Carvão, Ferrugem e Escaldadura das Folhas é suficiente para ilustrar esse passado de glórias e conquistas. 1. Obtenção de cultivares resistentes ao mosaico da cana-deaçúcar (Sugarcane mosaic virus). O Mosaico da cana-de-açúcar é de etiologia viral, sendo o seu principal agente um potyvirus o “Sugarcane mosaic virus” (SCMV). Nas décadas de 20 e 30 houve a ruína de muitas indústrias açucareiras no Brasil e no mundo e somente a obtenção de cultivares resistentes é que permitiu a recuperação do setor. Apesar de ser hoje uma doença que causa danos restritos a nível mundial (Matsuoka, 1999), continua sendo potencialmente importante, especialmente nas regiões subtropicais, de forma que a resistência genética é obrigatória em qualquer nova cultivar. A seleção para resistência ao mosaico ocorre na fase intermediária do fluxograma do programa de melhoramento, sob inoculação por revólver de pressão (Matsuoka, 1979) e na fase final em um teste de campo, sob condições de inoculação natural (Matsuoka & Dodson, 1975), com avaliação em planta e soca, onde então se leva em conta a disposição do clone à infecção natural pelo pulgão e também a sua capacidade ou não de se recuperar, proporcionou enormes ganhos à canavicultura nacional. A grande maioria dos cultivares apresenta alta resistência ao mosaico. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia 2. Obtenção de cultivares resistentes ao carvão da cana-de-açúcar (ustilago scitaminea) O Carvão da Cana-de-açúcar, causado pelo fungo basidiomiceto (Ustilago scitaminea), chegou nos canaviais brasileiros em 1946 (Arruda & Tòffano, 1951). Nos anos 80, o carvão atingiu níveis epidêmicos, devido ao cultivo excessivo e descuidado de uma cultivar com resistência intermediária, a NA56-79, em função da expansão do Proálcool (Tokeshi, 1982). Os métodos de inoculação e seleção de genótipos resistentes ao carvão evoluíram e respeitam os mecanismos de infecção e a resistência de campo (Giglioti, 1993). Como exemplo, o plantio da RB72454, cultivar mais utilizada hoje, já foi proibido no Estado de São Paulo, pois não se tinha considerado o seu alto nível de resistência de campo. Erros e acertos à parte, através do pré-teste de carvão e mosaico nas fases intermediárias do programa, com o método artificial de inoculação por punctura das gemas, os clones suscetíveis são descartados (Matsuoka et al., 1979). Durante as fases subseqüentes do programa, os clones são também observados em condições de campo e, se necessário, clones intermediários, mas com excelente potencial produtivo e riqueza em açúcar devem ser submetidos a estudos epidemiológicos específicos para se avaliar o risco potencial oferecido pelo carvão (Giglioti, 1993). Atualmente, a grande maioria das cultivares comerciais são resistentes, sendo difícil encontrar focos das doença a níveis alarmantes, graças ao árduo trabalho dos fitopatologistas e melhoristas da cana-de-açúcar. 3. Obtenção de cultivares resistentes à ferrugem da cana-deaçúcar (puccinia melanocephala) Logo após a sua entrada no Estado de São Paulo, em 1986, a ferrugem (Puccinia melanocephala) causou significativa redução de produtividade da NA56-79 e SP70-1143, cultivares mais plantados na ocasião. Com a imediata incorporação de métodos de avaliação da resistência à ferrugem nos programas de melhoramento, a freqüência de genótipos suscetíveis e intermediários é inferior a 20% (PMGCA, 1999). Essa conquista foi decorrente de avanços nos conhecimentos essenciais e práticos que racionalizam os métodos de inoculação do patógeno e de avaliação da doença (Giglioti & Tokeshi, 1993; Giglioti et al., 1999), permitindo, assim, chegar-se efetivamente a cultivares de bom nível de resistência a baixos custos. 4. Obtenção de cultivares resistentes à escaldadura das folhas cana-de-açúcar (xanthomonas albilineans) A Escaldadura-das-folhas (LSD), causada pela bactéria Xanthomonas albilineans (Ashby) Dows., é também uma das doenças mais danosas dessa cultura, sendo primeiramente observada no Brasil na década de 40 (Arruda, 1944), quando inviabilizou o cultivo de uma importante cultivar. A estratégia de sucesso utilizada para a seleção de cultivares resistentes é a inoculação precoce que consiste em propiciar o contato entre o patógeno e a planta o mais cedo possível, para que ambos interajam o maior tempo possível e nos mais variados ambientes (Hoffmann, 1989; Matsuoka et al., 1999). Com isso se eliminaria o acaso e a resistência a campo tem chance de se manifestar plenamente. Após a adoção dessa estratégia, a porcentagem de clones suscetíveis nas fases finais do programa de melhoramento diminuiu drasticamente e hoje a grande maioria das cultivares apresentam resistência ou tolerância à LSD. III. EVOLUÇÃO DOS MÉTODOS DE DETECÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE PATÓGENOS EM FOLHAS E COLMOS DE CANA-DE-AÇÚCAR A adaptação e o desenvolvimento de técnicas mais precisas para detectar os patógenos da cana-de-açúcar têm contribuído e revolucionado a obtenção e certificação de mudas garantidamente sadias e a obtenção de cultivares resistentes. O método “Tissue Blot Enzyme Immunoassay” permite a quantificação do número de vasos colonizados por Leifsonia xyli subsp. xyli em colmos de cana-de-açúcar e tem sido utilizado em larga escala para a obtenção de cultivares resistentes ao Raquitismo-da-soqueria (Giglioti et al., 1999). A densidade populacional de Xanthomonas albilineans também tem sido utilizada para avaliar a resistências a Escaldadura-dasfolhas, através de contagem de colônias em meio seletivo (Rott & Davis, Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 2000). Apesar da facilidade e baixo custo, essas técnicas não tem sido utilizadas rotineiramente no Brasil, por falta de investimentos e profissionais capacitados. Essa afirmativa é também válida para a indexação de mudas. Uma alternativa interessante de amostragem para diagnose baseada em PCR (Polymerase Chain Reaction) consiste na coleta e conservação das amostras em “cotton swabs” comercialmente conhecidos como hastes flexíveis com pontas de algodão (Diaz et al., 2003). Essa técnica tem sido amplamente utilizada na medicina humana e veterinária. Recentemente, foi introduzida no Brasil e em Cuba para detecção simultânea e individual de Xanthomonas albilineans e Leifsonia xyli subsp. xyli. IV. OS DESAFIOS PARA O CONTROLE DAS DOENÇAS DA CANADE-AÇÚCAR 1. Exploração dos resultados do genoma da cana-de-açúcar (SUCEST) e da Lefsonia xyli subsp. xyli. O Brasil decididamente adquiriu know how em genômica e engenharia genética. Com o advento do Projeto Genoma da Cana (SUCEST) financiado pela FAPESP (Vettore et al., 2003). É preciso investir numa estratégia que efetivamente possa contribuir para o melhor entendimento da complexa relação entre cana-de-açúcar-patógenos, para auxiliar os programas de melhoramento. Inicialmente, é necessário uma força tarefa em estudos de genômica funcional para estudar a expressão gênica diferencial em cultivares resistentes e suscetíveis desafiadas ou não pelos patógenos. Os genes de resistência identificados poderão então ser utilizados como marcadores moleculares para seleção assistida de cultivares resistentes e também para corrigir a suscetibilidade de cultivares através de transformação genética. Outro aspecto muito interessante é que também foi seqüenciado o genoma completo de Leifsonia xyli subsp. xyli, o agente causal do Raquitismo-da-soqueira (Van Sluys et al., 2003). Não podemos perder a oportunidade de entender os mecanismos que levam à resistência pelo lado do hospedeiro e a patogenicidade pelo lado da bactéria e, assim, ter um modelo para esclarecer as doenças bacterianas vasculares. 2. Uso de mudas sadias para a nova expansão do setor sucroalcooleiro Vários trabalhos têm demonstrado que cultivares suscetíveis ao Raquitismo-da-soqueira chegam a apresentar perdas superiores a 40%, sob determinadas condições, sendo que as cultivares intermediárias apresentam perdas também significativas de pelo menos 5% . Dentre 25 cultivares comerciais brasileiras, avaliadas em um ensaio de resistência ao RSD, nenhuma restringiu completamente a colonização pela bactéria Leifsonia xyli subsp. xyli (Ros, 2004), indicando a necessidade de um programa de controle eficiente do RSD dentro de cada unidade produtora. Esta situação indica um alto grau de gravidade e componente de perdas na atual expansão da cultura. Na grande maioria dos casos, os canaviais estão sendo formados com a multiplicação de colmos obtidos em canaviais comerciais, sem nenhuma medida para o controle de doenças, principalmente o RSD. Apesar dos bilhões de dólares que estão sendo investidos nos novos canaviais e usinas e destilarias, muito pouco tem sido feito para a produção de mudas sadias. A agroindústria sucroalcooleira está perdendo uma excelente oportunidade de iniciar novos plantios com mudas garantidamente sadias. O desafio aqui é a conscientização dos usineiros de que investimento em projetos individuais ou em networking para a produção de mudas sadias deve estar inserido já no seu Plano de Negócio. Por outro lado, projetos específicos dirigidos para obtenção de cultivares resistentes ao RSD devem ser adotados pelos programas de melhoramento genético. Estas estratégias já foram sugeridas há 10 anos atrás (Giglioti, 1997). 3. Manejo integrado de pragas para o controle do complexo broca podridrões As perdas decorrentes do ataque pelo Complexo broca-Podridões (CBP), causado pelo inseto Diatraea saccharalis e pelos fungos Fusarium subglutinans e Colletotrichum falcatum, estão assustando novamente os produtores de cana-de-açúcar. Descendo de Andradina, no noroeste do Estado de São Paulo, até o norte do Estado do Paraná, a maioria das unidades produtoras apresentam índices de infestação S 49 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia do CBP em torno de 10%, representando uma perda de mais de R$ 10 milhões por ano em cada unidade de 25 mil hectares plantados com canade-açúcar (Giglioti, 2007). Alguns fatores, tais como o desequilíbrio da população da praga e de seus inimigos naturais, ineficiência no controle e negligência quanto à importância do problema são citados como causas do insucesso do controle e ressurgirmento das perdas. Porém, o principal problema é que não se está aplicando o verdadeiro exercício do Manejo Integrado de Doenças e Pragas, faltando assim inteligência na estratégia de se controlar. Inimigos naturais e produtos químicos são apenas armas. O difícil é definir onde, quando e como controlar. Esse é o grande desafio. Técnicas para isso existem, faltando apenas utilizá-las (Giglioti et al., 1998). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Arruda, S.C. A escaldadura das folhas, doença da cana-de-açúcar nova no Brasil. Arq. Inst. Biol., v.15, p. 141-149, 1944. Arruda, S.C.; Tòffano, W.B. O carvão da cana no Estado de São Paulo. O Biológico, v.17, p. 155-165, 1951. Diaz, M.R.; Peralta, E.L.; Iglesia, P.B., Ros, P.B; Lagazzi, G.; Gagliardi, P.R.; Camargo, L.E.A. & Giglioti, E.A. SWABs absorption: a new tool for detection of Xanthomonas albilineans in sugarcane extracts by n-PCR. Summa Phytopathologica v.25, p. 125-132, 2003 Giglioti, E.A. 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Fisiologia Vegetal, C.P. 6109, 13083-970 Campinas, SP. E-mail: [email protected]. History and current concepts on sugarcane yellow leaf syndrome. A síndrome do amarelecimento foliar da cana-de-açúcar, popularmente referida como amarelinho, tornou-se um problema para a cultura canavieira a partir do início da década de 1990, no Brasil e no Havaí, acompanhado por danos na produção de até 40% (Vega et al., 1997; Comstock et al., 1994). Posteriormente, a doença foi relatada na maioria dos países produtores de cana-de-açúcar, causando significativo declínio no rendimento de alguns cultivares importantes. No Brasil, a variedade SP71-6163, altamente produtiva e uma das mais plantadas até o aparecimento da doença, foi a primeira a apresentar os sintomas característicos, atingindo danos de produção próximos a 50% (Vega et al., 1997). A incidência do amarelinho assumiu proporções epidêmicas no estado de São Paulo, devido às extensas áreas plantadas com a SP71-6163, ocasionando a sua rápida substituição por outras variedades, por vezes menos produtivas. Devido à rápida evolução da doença e ao impacto econômico causado na indústria canavieira mundial, foi gerado um grande volume de informações sobre o amarelecimento foliar nos últimos anos, e a pesquisa continua em andamento, voltada principalmente para o melhor conhecimento da epidemiologia e progresso da doença, visando oferecer medidas de controle cada vez mais efetivas. Os sintomas da síndrome variam no tipo e principalmente na intensidade, de acordo com a variedade de cana infectada, porém são similares em todas as regiões onde a doença ocorre. Nas variedades mais suscetíveis, as plantas afetadas apresentam amarelecimento da nervura central das folhas na face abaxial, e em seguida no limbo foliar. As folhas mais velhas, a sexta ou a sétima a partir do ápice, eventualmente apresentam uma coloração vermelha na face adaxial da nervura central e, posteriormente, amarelecimento ou perda de pigmentação distribui-se pelo limbo foliar, progredindo do ápice para a base, seguidos pela necrose do tecido. As raízes e os colmos apresentam crescimento reduzido, podendo ocorrer encurtamento dos entrenós terminais, conseqüentemente, a produção é significativamente prejudicada (Gonçalves et al., 2005). Plantas jovens normalmente são assintomáticas no campo, porém, ocasionalmente, podem apresentar sintomas característicos em casa-de-vegetação, quando sob condições de estresse. As plantas afetadas apresentam redução no teor de sacarose nos colmos e acúmulo de açúcares e amido nas folhas, aparentemente devido a alterações no floema dificultando o transporte de açúcares das folhas (Vega et al., 1997; Gonçalves et al., 2005). Outros efeitos secundários da infecção consistem em reduções nas concentrações dos pigmentos fotossintéticos, na razão clorofila a/clorofila b, nas taxas de troca líquida de CO2 e na eficiência quântica fotoquímica, refletindo no menor rendimento fotossintético das plantas (Gonçalves et al., 2005). O termo síndrome do amarelecimento foliar foi adotado no início da década de 1990, quando a doença começou a atingir grandes proporções econômicas, porém ainda desconhecia-se o seu agente causal. Várias hipóteses foram levantadas na tentativa do estabelecimento da etiologia da doença, desde fatores edafoclimáticos à infestação por patógenos diversos, como fungos, nematóides, vírus e fitoplasmas. As investigações nos países onde a doença provocou grandes perdas mostrou a associação com um vírus. Vega et al. (1997) mostraram a presença de alterações no floema de plantas com sintomas que sugeriram o envolvimento de um provável luteovirus associado a esse tecido condutor. Partículas virais foram visualizadas ao microscópio eletrônico de transmissão em cortes ultrafinos no floema de folhas afetadas e testes de microscopia eletrônica de imunoadsorção (ISEM) denotaram uma fraca reação serológica do vírus com o Barley yellow dwarf virus (BYDV), pertencente à família Luteoviridae. Testes de “Tissue-Printing” e “PTA-ELISA” com anti-soro para o BYDV também indicaram relação serológica entre os dois vírus. O vírus foi então denominado Sugarcane yellow leaf virus (ScYLV). Gonçalves & Vega (1997) obtiveram elevadas concentrações de partículas virais isométricas de ca. 25 nm de diâmetro, purificadas a partir de plantas com sintomas. As partículas virais apresentam uma proteína principal de 27 kDa e proteínas secundárias de 17 e 58 kDa (Scagliusi & Lockhart, 2000). A caracterização molecular parcial de um isolado brasileiro do vírus e as análises Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia das seqüências deduzidas de aminoácidos dos genes da proteína capsidial (CP), da proteína de movimento (MP) e da polimerase (RdRp – “RNA-dependent RNA polymerase”) mostraram que o ScYLV possui alta porcentagem de identidade de nucleotídeos com membros da família Luteoviridae, com a seqüência da RdRp mais próxima aos membros do gênero Polerovirus (Maia et al., 2000). Trabalhos conduzidos nos Estados Unidos e na Austrália possibilitaram o seqüenciamento do genoma completo e a determinação da organização genômica do ScYLV (Figura 1), confirmando os resultados iniciais e estabelecendo-o como uma espécie definitiva do gênero Polerovirus, família Luteoviridae (Moonan et al., 2000; Fauquet et al., 2000). As comparações de seqüências de nucleotídeos e as análises filogenéticas revelaram que o ScYLV provavelmente originou-se de um evento de recombinação de RNAs entre outros vírus da família Luteoviridae. Figura 1. Organização genômica do Sugarcane yellow leaf vírus (ScYLV), gênero Polerovirus, família Luteoviridae. As “Open Reading Frames” (ORFs) são representadas por retângulos e a proteína ligada covalentemente à porção 5’ do genoma viral (VPg) é representada entre linhas pontilhadas, dentro da ORF 1. O RNA genômico viral é representado por uma linha contínua em negrito. PROT: Protease; RdRp: “RNAdependent RNA polymerase”; MP: “Movement protein”; CP: “Capsid protein”; RTD: “Readthrough protein”. ORF 0: possível fator de replicação ligado à membrana. Atualmente, há evidências para afirmar que existem dois agentes causais da síndrome do amarelecimento foliar, embora os sintomas sejam praticamente idênticos. Apesar de na maior parte do globo o agente causal ser considerado o ScYLV, na África do Sul (Cronjé et al., 1998), Ilhas Maurício (Aljanabi et al., 2001) e Cuba (Arocha et al., 2005) há relatos consistentes da associação da doença com um fitoplasma, denominado sugarcane yellow leaf phytoplasma (SCYLF), constituindo um provável novo grupo 16Sr de fitoplasmas (Arocha et al., 2005). No Brasil, um fitoplasma foi detectado em plantas apresentando sintomas da doença (Silva et al., 2006), porém, faltam estudos adicionais para afirmar que este patógeno constitui um agente causal do amarelecimento foliar em condições brasileiras. O ScYLV é propagado através de toletes infectados, que constituem uma das maneiras mais importantes de disseminação da doença. De modo semelhante aos demais membros da família Luteoviridae, não ocorre transmissão mecânica com extratos de plantas infectadas. O ScYLV é transmitido de modo semi-persistente pelas espécies de afídeos Melanaphys sacchari, conhecido como pulgão da cana e Rhopalosiphum maidis (Scagliusi & Lockhart 2000). No Brasil, o pulgão amarelo da cana, Sypha flava, também se mostrou eficiente na transmissão em testes realizados em laboratório (Lopes et al., 1997). As três espécies de afídeos são de comum ocorrência no Brasil (Tabela 1), porém M. sacchari é o vetor mais eficiente do vírus. Recentemente, em Cuba, a cigarrinha Saccharosydne saccharivora foi descrita como vetora do sugarcane yellow leaf phytoplasma, atribuído como responsável por uma das formas do amarelecimento foliar (Arocha et al., 2005). Dentre as espécies do gênero Saccharosydne, apenas S. saccharivora coloniza a cana-de-açúcar, com incidência na América Central, Caribe e Índia (CAB International, 2001), não havendo relatos até o momento desta cigarrinha no Brasil (Sergio Ide, Instituto Biológico, comunicação pessoal). Este fato pode explicar a ocorrência do fitoplasma restrita a algumas regiões do globo, apesar da grande possibilidade da sua disseminação por meio do intercâmbio de material propagativo utilizado no melhoramento genético de variedades. Este fato pode explicar o relato do fitoplasma em plantas com sintomas de amarelecimento no Brasil, apesar da não ocorrência da cigarrinha vetora. Atualmente, as técnicas serológicas mais comumente empregadas no diagnóstico do ScYLV são o DAS-ELISA e o “Tissue blot immunoassay” (TBIA) com anti-soros específicos para o vírus. Apesar do seu uso rotineiro, os testes de detecção serológica nem sempre oferecem o nível de sensibilidade e especificidade requerido. Com o conhecimento das seqüências nucleotídicas do genoma do ScYLV, técnicas para detecção altamente sensíveis e específicas foram desenvolvidas e otimizadas, como a RT-PCR , o AmpliDet RNA e a TaqMan (Gonçalves et al., 2002; Korimbocus et al., 2002). O diagnóstico baseado em ferramentas de biologia molecular, além de ser altamente sensível, oferece maior versatilidade, pois permite a análise de um grande número de amostras de uma maneira rápida e eficiente. No entanto, essas técnicas possuem os inconvenientes do alto custo inicial de implantação e do preço elevado dos reagentes. É importante observar que o diagnóstico da doença baseado somente em sintomas não é confiável, uma vez que muitas variedades assintomáticas apresentam-se infectadas com o vírus. Diversas variedades de cana-de-açúcar diferem na expressão de sintomas, tolerância e resistência à doença, portanto a medida mais indicada de controle consiste na seleção e emprego de variedades resistentes. Atualmente, os programas de melhoramento genético de canade-açúcar levam em consideração a incidência do vírus na avaliação de novos clones promissores. Uma seleção eficiente de variedades resistentes deve considerar também a existência de possíveis estirpes do ScYLV, com diferenças na virulência e na capacidade de infecção. Uma alternativa para o aproveitamento de clones elite, porém susceptíveis ao vírus, é o uso da engenharia genética para introdução, em um curto espaço de tempo, de genes que conferem resistência ao ScYLV. Uma vez que a principal forma de disseminação da doença é o plantio de toletes infectados, o uso de mudas sadias é essencial. Além disso, mudas infectadas podem servir como fonte de inóculo, uma vez que os principais afídeos vetores estão presentes em nossos campos e podem disseminar o vírus, aumentando gradativamente a porcentagem de infecção no decorrer de plantios e cortes sucessivos. Por este motivo, o uso da cultura de tecidos e de viveiros protegidos para propagação de mudas é altamente recomendado no controle do vírus. Convém assinalar que, apesar da principal causa das epidemias do amarelecimento foliar da cana-de-açúcar ocorridas no Brasil durante a década de 1990 ser o ScYLV, o fitoplasma foi relatado no país, introduzido provavelmente por meio de intercâmbio de genótipos infectados. Além desses patógenos, variações edafoclimáticas, portanto sem caráter patogênico, podem provocar sintomas semelhantes aos da síndrome do amarelecimento foliar em plantas sob condições de estresse. Tabela 1. Contaminação por fumonisinas e aflatoxinas em milho recém colhido da região Centro-Sul, Centro-Oeste e Norte do Estado de Paraná. Patógeno Ocorrência Vetores Ocorrência Sugarcane yellow leaf virus Todos os principais países produtores Melanaphys sacchari; Rhopalosiphum maidis; Sypha flava; outros2 Todos os principais países produtores Sugarcane yellow leaf phytoplasma África do Sul; Cuba; Ilhas Maurício; Brasil1 Saccharosydne saccharivora América Central; Caribe; Índia 1 2 Não há dados de seqüência confirmando se o fitoplasma encontrado em plantas de cana-de-açúcar no Brasil é o ScYLF. Existem outros afídeos vetores do ScYLV menos eficientes na transmissão e de ocorrência menos comum em cana-de-açúcar. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 S 51 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALJANABI, S., PARMESSUR, Y., MOUTIA, Y., SAUMTALLY, S. & DOOKUN, A. Further evidence of the association of a phytoplasma and a virus with yellow leaf syndrome in sugarcane. Plant Pathology 50:628-636, 2001. 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However, previous to the year 2000, very few people were aware of it due to its very low incidence. The disease is caused by the fungal pathogen S 52 Puccinia kuehnii (W. Kruger) E.J. Butler (Magarey, 2000) and is distributed in Pacific-rim countries such as Papua New Guinea, Indonesia, Philippines and Australia. In the 1990s, the high yielding cultivar Q124 became widely planted, dominating the cultivar scene in several regions of Queensland; 85% of the central Queensland district was cropped with Q124. In January 2000, Q124 crops began to display rust-like symptoms and farmers reported an orange coloration on their clothing when they walked through affected crops. The symptoms did not match brown rust (caused by Puccinia melanocephala) and BSES pathologists identified P. kuehnii as the pathogen associated with Q124 rust symptoms. The disease was quickly identified in the far north, Herbert, Burdekin and Southern regions (Magarey et al., 2001a). In 2000, central Queensland crops quickly became heavily diseased; almost all crops of Q124 in that year appeared brown (rather than green). Production estimates plummeted and the final harvest figures were greatly reduced compared to the previous 4-5 years. Orange rust contributed to the worst yields experienced for many years in a number of these districts (Magarey et al., 2004b). Table 1 provides details on the relative yields in the central district of all resistant cultivars compared to Q124 for the 1994-1998 vs 2000 seasons; this suggests Q124 yielded 22% less because of orange rust - sugar content (CCS) losses in Q124 were up to 2 units. In the Mackay (central Queensland) area, the 1994-98 yields averaged 99.1 tonnes cane / ha while in the 2000 season, the figure was 56.1. Table 1. The relative performance (tonnes cane / ha) in Q124 (rated as 100) compared with the average performance of resistant cultivars comprising more than 2% of the area in Mackay district mills (1996 and 1997 average vs. 2000 season data). Seasons Relative performance Q124 Resistant cultivars 1996-97 2000 Difference 100.0 100.0 89.5 111.5 22.0% Orange rust yield loss estimates were also obtained from breeding selection trial data. The resistance of clones in these trials was compared to their yield using regression analysis (Magarey et al., 2003; Magarey et al., 2004a; Magarey et al., 2004b). Data from breeding trials suggested that: (i). orange rust caused losses in the 1999 season, even before the disease was first recognized. Losses were of the order of 10% (Magarey et al., 2004a). (ii). in the year 2000 where severe disease prevailed, losses averaged 38% (Magarey et al., 2004a). Losses in other parts of Queensland, affected to a lesser degree, were around 15% (Magarey et al., 2003). (iii). Losses in years since then have been lower, but still significant (Magarey et al., 2004a). The reduction in crop yields experienced in the year 2000 had a very significant economic effect on the whole industry, and on the communities located in affected regions. Effects were felt by individual cane farmers, harvesting contractors, factories and the service industries within local communities. Individual farmers suffered severe direct financial losses (Magarey et al., 2001b). The need to plough-out susceptible crops of Q124 necessitated additional replanting costs – adding extra financial burdens. Direct diseaserelated crop losses were estimated to have cost the central Queensland industry around $US30-60m in the 2000 season. Crops affected by orange rust were not only poorly grown, but stalks were ‘rubbery’ and often pencilthin. Lower fibre levels resulted in low fuel supplies for the sugar factories and manufacturing costs increased due to the need to purchase additional fuel. Low yields resulted in the temporary closure of one mill in the central district. Low crop yields meant that harvest contractors had to travel over much larger areas to harvest the same crop tonnage; harvest ground speeds and distances increased with consequent higher harvesting costs per unit product weight. With no increase in contract harvesting payments (per unit harvested crop) returns were significantly down for contractors. The orange rust epidemic was the most severe disease outbreak in the history of the Australian sugar industry. Other serious disease epidemics have occurred, but because orange rust spread to every major sugar district Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia within 12 months, and the leading Australian cultivar was susceptible, the direct yield losses were very large. This created a very urgent need for control options. An orange rust task force was quickly established in the central Queensland district (where the disease had the greatest effect) with the aim of rapidly providing control options. With local industry representatives involved (political, grower groups, research, agribusiness and service industries), the task force assisted growers to locate planting material of alternative resistant cultivars, decide which new cultivars were worth releasing earlier than normal, and assisted in obtaining temporary registration for commercial fungicide application. Fungicide control was required because farmers were unable to quickly replant their whole farms with resistant sugarcane cultivars. A fungicide screening program was initiated early in the control campaign with initial trials identifying fungicides with activity against P. kuehnii. Later experiments identified economic spray schedules. The commercially most promising fungicides were tebuconazole (‘Folicur®’, a triazole fungicide) and mancozeb (a dithiocarbamate). Propiconazole (‘Tilt®’, ‘Bumper®’ or ‘Aurora®’) was also tested along with cyproconazole (‘Alto®’). Cyproconazole was the most active but was never fully registered. Emergency use permits were obtained for tebuconazole, and temporarily mancozeb, and this allowed farmers to apply fungicide to 2001 and 2002 crops. Recommended spray schedules included two sprays of the systemic tebuconazole spaced at two-weekly intervals (two sprays only) early in the disease development cycle. Appropriate application strategies led to good control of the disease. Relatively high world sugar prices in 2001 enabled economic fungicide application, but a price slide in 2002 hindered subsequent applications. Fungicide was applied to over 30,000 ha of crops in central Queensland in 2001. Magarey et al., (2002) compared the best fungicide control treatments with unsprayed control plots and orange rust losses were estimated at around 40% (tonnes cane / ha). 2002 experiments suggested lesser responses (Staier et al., 2003), a result of the timing of disease onset. As with all sugarcane industries around the world, cultivar resistance is a key disease control strategy. Methods for assessing clones in the breeding selection program were developed; the resistance of parents and promising unreleased clones were assessed using diseased leaf area estimation (Magarey et al., 2003). The results showed excellent resistance was present in the Australian sugarcane germplasm (Magarey et al., 2001a; Figure 1). Over 70 international cultivars have been rated for orange rust susceptibility but only a few have been rated as susceptible. The susceptible international cultivars include NCo310, RB72-454, SP72-4728 and R84-0472. RB72-454 has been a major cane in Brazil and orange rust must be considered an important quarantine risk for countries where orange rust does not yet occur. Research into disease aetiology focussed on spore germination experiments so that weather data could be used to predict disease occurrence (Staier et al., 2004). There appeared to be good agreement between hours of ‘conducive conditions’ and disease development in the field (Staier et al., 2004) in the different districts. Disease prediction was important in the Mackay area for farmers considering fungicide application. Knowledge of district disease levels, coupled with predictions of disease development, enabled more targeted and economic fungicide application. The orange rust epidemic has again highlighted that minor diseases may rapidly escalate to drastically effect crops yields, especially when a single cultivar is grown over an extensive area. The orange rust outbreak occurred in Australia because the pathogen mutated and gained the ability to infect the previously resistant and widely grown cultivar, Q124 (Magarey et al., 2002). A further change in strain is considered unlikely for two reasons: (i). There is no cultivar currently as dominant as was Q124 in the Australian sugar industry, (ii). the pathogen does not have a history of rapid mutation – so the chances of a new strain developing appear small. Data obtained by BSES on foreign cultivars suggest that most are resistant to the disease. This does not remove the disease threat but it is highly likely that orange rust will not affect other industries as it has in Australia - unless one cultivar dominates production. Losses due to orange rust in recent years have become very minor, simply because susceptible cultivars are no longer grown in significant quantities. Orange rust has now assumed minor status from a cane farmer’s perspective. The disease retains concern from a breeding perspective; each year 5-10% of susceptible clones in the selection program are discarded, and restrictions are in place on the use of orange rust susceptible parents. REFERENCES MAGAREY, R.C. Orange Rust. In: A Guide to Sugarcane Diseases. Eds. P. Rott, R.A. Bailey, J.C. Comstock, B.J. Croft, and A.S. Saumtally. La Librairie du CIRAD, Montpellier, France, pp121-125. 2000. MAGAREY, R.C., CROFT, B.J. & WILLCOX, T.G. An epidemic of orange rust on sugarcane in Australia. Proceedings of the International Society of Sugarcane Technologists. 24: 410-416. 2001a. MAGAREY, R.C., WILLCOX, T.G., CROFT, B.J. & CORDINGLEY, A. Orange rust, a major pathogen affecting crops of Q124 in Queensland in 2001. Proceedings of the Australian Society of Sugarcane Technologists. 23: 274-280. 2001b. MAGAREY, R.C., STAIER, T. & WILLCOX, T.G. Fungicides for control of orange rust in the 2001 Queensland crop. Proceedings of the Australian society of Sugarcane Technologists. 24. 2002. Figura 1. The number of parent clones in each disease level category (% leaf area diseased) in an assessment of parent canes at BSES Meringa in early 2001. Several resistant cultivars released in other Queensland cane growing regions were released earlier than planned in central Queensland. These included Q170A and Q190A. Other resistant canes were sourced from several districts; for instance large quantities of Q157 were transported around 450km from the Herbert district. Disease-free plant sources of locally-grown resistant cultivars were also established using normal hot water treatment procedures (for ratoon stunting disease / chlorotic streak control). The local sugar manufacturer (Mackay Sugar Limited) developed a loan scheme enabling farmers to borrow money for replanting operations; this assisted growers to replant with resistant cultivars. A considerable proportion of the Mackay district (25%) was replanted in 2001; replanting continued until susceptible crops of Q124 were replaced. The replanting operation highlighted the value of previously underutilized cultivars such as Q135 and Q138; on other occasions resistant cultivars were planted on soils and in areas that were sub-optimal and lower yields resulted. The rapid replanting operation led to speedy disease control. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 MAGAREY, R.C., BULL, J.I. & NEILSEN, W.A. Yield losses caused by several endemic diseases in Queensland. Proceedings of the Australian Society of Sugarcane Technologists, 25. 2003. MAGAREY, R.C., BULL, J.I., NEILSEN, W.A., CAMILLERI, J.R. & MAGNANINI, A.J. Relating cultivar resistance to sugarcane yield using breeding trial analyses – orange rust and yellow spot. Australian Journal of Experimental Agriculture (In Press). 2004a. MAGAREY, R.C., NEILSEN, W.A. & BULL, J.I. The effect of orange rust on sugarcane yield in breeding selection trials in central Queensland: 19992001. Proceedings of the Australian Society of Sugarcane Technologists. 26. 2004b. STAIER, T., MAGAREY, R. & WILLCOX, T.G. Control of orange rust in sugarcane with fungicides. Proceedings of the Australian Society of Sugarcane Technologists, 25. 2003. STAIER, T.N., MAGAREY, R.C. & NEILSEN, W.A. Meteorological data collection, analysis and sugarcane disease forecasting for orange rust. Proceedings of the Australian Society of Sugarcane Technologists, 26. 2004. S 53 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia 14/08/2007 | Tarde Sessão A1: Questões Legais Relacionadas com a Fitopatologia A LEI DE ACESSO AO PATRIMÔNIO GENÉTICO E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O FITOPATOLOGISTA. Vera Lúcia de Almeida Marinho (Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Laboratório de Quarentena Vegetal/ Estação Quarentenária Nível 1, CP. 02372, CEP 70770-900, Brasília – DF, Brasil. e-mail: [email protected]). Laws governing genetic resources access and their implications for plant pathologists. O Brasil é o país de maior diversidade biológica do mundo e estima-se que detemos entre 15 a 20% de toda a biodiversidade do planeta. Em 1992 o Brasil sediou a ECO-92, assinando a Convenção da Diversidade Biológica que foi ratificada em 1994 pelo Congresso Nacional. Em 1995, baseados em discussões de cientistas, militantes sócio-ambientalistas, empresários e lideranças populares sobre o tema, foi apresentado um projeto de lei que regulamentava especialmente os artigos 8 e 15 desta Convenção que tratava da Conservação in situ e do Acesso aos Recursos Genéticos, respectivamente. Na mesma época, também se multiplicava o debate junto às comunidades tradicionais que detêm o conhecimento sobre a fauna e a flora. Todo este interesse crescente da sociedade brasileira estava articulado com o debate e as negociações internacionais que giravam em torno da Convenção e também de outros acordos, como o Tratado sobre direitos de Propriedade Intelectual relacionado ao Comércio Internacional (TRIPS). Para assegurar um regime sui generis para a proteção dos conhecimentos tradicionais associados a recursos genéticos, o governo propõe emendas ao artigo 27.3b do TRIPS, no âmbito das negociações junto à Organização Mundial do Comércio (OMC). Propõe um mecanismo legal internacional de controle e repressão à “biopirataria”, bem como o instrumento do “Consentimento Prévio Informado” como condição para que se realizasse acesso junto às comunidades tradicionais, sejam índios, agricultores ou outras comunidades. Atropelando o debate que vinha sendo feito no Congresso, o Executivo Federal apresentou, em 29 de junho de 2000, a Medida Provisória (MP) n0 2.186-16 que foi republicada pela última vez em 23 de agosto de 2001. Esta MP regulamenta o inciso II dos parágrafos 10 e 40 do art. 225 da Constituição, os artigos 10 e 80, alínea “j”, 100, alínea “c”, 150 e 160, alíneas 3 e 4 da Convenção sobre Diversidade Biológica que dispõe sobre: o acesso ao Patrimônio Genético (PG), a proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado, a repartição de benefícios e o acesso à tecnologia e a transferência de tecnologia para sua conservação e utilização. Parte desta MP foi regulamentada pelo Decreto nº 3.945, 28/09/2001, criando o Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN). Este decreto estabelece que o acesso ao PG existente no país só poderá ser feito após autorização da União, por intermédio do CGEN, e terá seu uso, comercialização e aproveitamento para quaisquer fins, submetidos à fiscalização, restrições e repartição de benefícios nos termos e nas condições previstos na MP e em seu regulamento. A MP considera infração administrativa contra o PG ou ao conhecimento tradicional associado toda ação ou omissão que viole as normas por ela estabelecidas e demais disposições pertinentes. Define-se como “Patrimônio Genético” (PG): a informação de origem genética, contida em amostras do todo ou de parte de espécime vegetal, fúngico, microbiano ou animal, na forma de moléculas e substâncias provenientes do metabolismo destes seres vivos e de extratos obtidos destes organismos vivos ou mortos, encontrados em condições in situ, inclusive domesticados, ou mantidos em coleções ex situ, desde que coletados em condições in situ no território nacional, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva. Define-se como “acesso”: a obtenção de amostra de componentes do PG para fins de pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico ou bioprospecção, visando a sua aplicação industrial ou de outra natureza. Define-se como “coleta”: obtenção de organismos ou amostra de material biológico. Entende-se como “acessar”: isolar, identificar ou utilizar informação de origem genética, na forma de moléculas e substâncias provenientes do metabolismo dos seres vivos e de extratos obtidos destes organismos. S 54 O CGEN tem, entre outras, as seguintes atribuições: Estabelecer normas técnicas pertinentes à gestão do Patrimônio Genético, definir critérios para concessão de autorização de acesso e remessa do PG, definir diretrizes para elaboração de contratos de utilização e de repartição de benefícios do PG, deliberar sobre o credenciamento de instituição pública federal de gestão para autorizar outra instituição nacional, pública ou privada, que exerça atividade de pesquisa nas áreas biológicas e afins para acessar e remeter amostras do PG e deliberar sobre credenciamento de instituições, pública nacional de pesquisa, como fiel depositário de amostra do PG. Este órgão foi criado no âmbito do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e é integrado por representantes dos Ministérios, da Ciência e Tecnologia, das Relações Exteriores, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, da Saúde, da Justiça, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Defesa e da Cultura. Assim como por órgãos e entidades da administração pública federal, entre elas o IBAMA, CNPq, INPA, Embrapa e Funai. O CGEN conta ainda com a colaboração de representantes de diversos setores da sociedade civil, como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O CGEN, através do seu credenciamento, delegou ao IBAMA competência para autorizar qualquer instituição nacional, pública ou privada, que exerça atividade de pesquisa e desenvolvimento nas áreas biológicas e afins (ex; Universidades e Instituições de pesquisa), a acessar amostra de componente do PG para fins de pesquisa científica, e a remeter ou transportar essa amostra para outra instituição nacional, pública ou privada, ou para instituição sediada no exterior, também para fins de pesquisa científica. Se a finalidade do acesso for bioprospecção, desenvolvimento tecnológico ou qualquer outra finalidade comercial ou industrial, o acesso só será autorizado pelo CGEN. O acesso ao conhecimento tradicional associado, ainda que a finalidade seja de pesquisa científica, também será atribuição do CGEN. Muitas discussões têm ocorrido entre pesquisadores, principalmente os fitopatologistas, sobre o processo burocrático que envolve o intercâmbio de material de pesquisa. Em 25 de julho de 2006, o CGEN aprovou a proposta do Ibama para descaracterizar algumas pesquisas científicas como acesso ao patrimônio genético. A SBPC declarou, durante a reunião, apoio à proposta, seguida de manifestações favoráveis do Ministério da Agricultura, do Instituto Evandro Chagas, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong). Mesmo não integrando o CGEN, representantes da Sociedade Botânica do Brasil, da Sociedade Brasileira de Microbiologia, da Associação Memoria Naturalis, do Museu Nacional e da USP compareceram à reunião para apoiar a proposta do Ibama. Outras instituições, como a Sociedade Brasileira de Zoologia, Sociedade Brasileira de Ornitologia e Jardim Botânico do Rio de Janeiro, também enviaram notas favoráveis. Em 31 de agosto de 2006, a Resolução n0 21 do Ministério do Meio Ambiente/CGEN, considerando que a finalidade dessas pesquisas e atividades, assim como seus resultados e aplicações não interferem no principal objetivo da MP n0 2.186-16, de 2001, resolveu que elas não se enquadram sobre o conceito de acesso ao PG. Assim sendo, estão dispensadas da obtenção de autorização de acesso a componentes do PG: (i) pesquisas que visem elucidar a história evolutiva de uma espécie ou de grupo taxonômico a partir da identificação de espécie ou espécimes, da avaliação de relações de parentesco, da avaliação da diversidade genética da população ou das relações dos seres vivos entre si ou com o meio ambiente; (ii) os testes de filiação, técnicas de sexagem e análises de cariótipos que visem à identificação de uma espécie ou espécime; (iii) as pesquisas epidemiológicas ou aquelas que visem à identificação de agentes etiológicos de doenças, assim como a medição de concentração de substâncias conhecidas cujas quantidades, no organismo, indiquem doença ou estado fisiológico; (iiii) as pesquisas que visem à formação de coleções de DNA, tecidos, germoplasma, sangue ou soro. O critério estabelecido nesta resolução tem a finalidade exclusiva de orientar o enquadramento destas atividades sob a MP, sem prejuízo do atendimento das exigências estabelecidas em outros instrumentos legais (ANVISA, MAPA, Receita Federal e outros), bem como em tratados internacionais onde o Brasil seja signatário (FAO, OMC e outros). É importante lembrar que para o intercâmbio de material vegetal, sadio ou infectado/infestado com pragas (bactérias, fungos, nematóides, vírus, fitoplasmas, viróides e fitomonas), assim como a praga, ela mesma (isolado, cepa, estirpe, patovar, etc...), para pesquisa, continua sendo Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia atribuição do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), seguindo as normas da Instrução Normativa MAPA n0 01, de 15 de Dezembro de 1998. Essa IN estabelece os critérios e procedimentos para a importação de vegetais e suas partes, produtos e subprodutos, organismos biológicos e solo para fins experimentais ou científicos. A IN n0 01, após reformulações e submissão do texto à consulta pública (Portaria N° 316, de 27 de novembro de 2006) está em fase de conclusão e será republicada futuramente. Destaca-se que as remessas de material biológico para o exterior necessitam da assinatura do Termo de Transferência de Materiais (TTM), quando a responsabilidade sobre a amostra for repassada à instituição destinatária (Resoluções n0 13, 14 e 16 do CGEN) ou Termo de Responsabilidade para Transporte de Material (TRTM), quando a responsabilidade sobre a amostra permanecer com a instituição remetente (Resolução n0 15, do CGEN). Mais recentemente, em 11 de outubro de 2006, o Ministério do Meio Ambiente publicou a Instrução Normativa n0 119 instituindo o Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade (Sisbio) que tem entre suas atribuições facilitar a coleta, transporte, recebimento e envio de material biológico para pesquisa. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA Azevedo, C. M. A. 2005. A regulamentação do acesso aos recursos genéticos e aos conhecimentos tradicionais associados no Brasil. Biota Neotropica, v5 (n1) - BN00105012005 Cristiane Derani. 2002. Patrimônio Genético e Conhecimento Tradicional Associado: Considerações Jurídicas sobre seu Acesso. Publicação da Faculdade de Direito da USP. Cristiane Derani. 2002. Tutela jurídica da apropriação do meio ambiente e as três dimensões da propriedade. Publicação da Faculdade de Direito da USP. Medida Provisória nº 2.186-16, de 23de agosto de 2001. Publicada no D.O.U. de 24.08.2001, Seção I-E, pág. 11. Ministério do Meio Ambiente. 2003. O papel da instituição fiel depositária e critérios para o seu credenciamento. Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN) Ministério do Meio Ambiente, Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN). 2004. Resolução nº13, de 25 de Março de 2004. Ministério do Meio Ambiente, Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN). 2004. Resolução nº14, de 27 de Maio de 2004. Ministério do Meio Ambiente/IBAMA. 2005. Cartilha sobre acesso ao Patrimônio Genético e remessa de amostra do Patrimônio Genético. Ministério do Meio Ambiente/IBAMA. 2006. Instrução Normativa nº 119. Diário Oficial da União-seção 1, n° 197, 13 de outubro de 2006. Ministério do Meio Ambiente. 2006. Resolução nº 21, de 31 de agosto de 2006. Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN). Ministério do Meio Ambiente, 2005. Regras para o acesso legal ao patrimônio genético e conhecimento tradicional associado. Departamento do Patrimônio Genético. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 1998. Instrução Normativa MAPA n0 01, de 15 de Dezembro de 1998. 14/08/2007 | Tarde Sessão A2: Marcadores Moleculares na Resistência Genética a Fitomoléstias PROBLEMAS E PROGRESSOS NO MELHORAMENTO DE PLANTAS VISANDO RESISTÊNCIA ÀS DOENÇAS ASSISTIDO POR MARCADORES MOLECULARES João Bosco dos Santos, Departamento de Biologia, UFLA, C.P. 3037, Lavras, MG, E. mail: [email protected] , Problems and Progress of Marker Assisted Breeding for Plant Disease Resistance. INTRODUÇÃO O controle das doenças de plantas por meio de resistência é a medida de controle desejada em qualquer espécie cultivada. Por isso o melhoramento de plantas visando resistência às doenças é sempre um dos objetivos mais importantes nos programas de melhoramento. Para atingir esse objetivo vários fatores estão envolvidos, entre eles o tipo de resistência, a facilidade de manejo do patógeno e a espécie hospedeira. Inúmeras cultivares resistentes vêm sendo obtidas em diversas espécies utilizando-se principalmente os procedimentos clássicos de melhoramento. Eles consistem, no geral, em transferir alelos de resistência de genitores doadores, por meio de cruzamentos e retrocruzamentos e seleção dos genótipos resistentes nas populações segregantes, a partir da indução de doenças com a incidência natural ou por inoculação do patógeno. Deve ser lembrado que quase sempre o melhorista seleciona não apenas o genótipo resistente, mas aquele que reúne também os fenótipos favoráveis para os caracteres agronômicos importantes. Isso implica que mesmo para seleção de resistência específica à raça ou vertical, que geralmente é monogênica, a inclusão de outros caracteres torna o melhoramento complexo. Por isso é que o melhorista sempre procura por procedimentos experimentais que aumentem a eficiência da seleção. O advento dos marcadores moleculares, especialmente os de DNA, nas décadas de 1980 e 1990, constituiu em uma promessa para agilizar e aumentar significativamente os processos de seleção. Entretanto, os resultados de ganho com a seleção, não atenderam às enormes expectativas dos melhoristas, especialmente quando se considera a seleção assistida dos caracteres quantitativos, entre eles a resistência não específica às raças ou horizontal (Young 1999). Vale mencionar que os marcadores ainda são uma tecnologia recente, uma vez que nesse período inúmeros tipos vêm sendo desenvolvidos, aumentando a sua eficiência e sua contribuição para o melhoramento. Se considerarmos o melhoramento em si que se iniciou cientificamente em meados do século XIX, portanto há mais de um século e meio, um considerável tempo ocorreu até que ganhos significativos tenham sido conseguidos. Além disso, os procedimentos de melhoramentos vêm sendo otimizados até hoje. Para se ter uma avaliação geral dos sucessos e das dificuldades da seleção assistida visando à resistência a doenças, será considerada as contribuições gerais que os marcadores podem oferecer para o melhoramento, tanto da resistência vertical monogênica, quanto da horizontal. CONTRIBUIÇÕES DOS MARCADORES MOLECULARES NA SELEÇÃO ASSISTIDA http://www.mapa.gov.br http://www.ibama.gov.br http://www.mma.gov.br/port/cegen http://www.lclark.edu/org/ielp/brazilgenetic.html http://www.biodiv.org http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2186-16.html http://www.biotaneotropica.org.br A maioria dos marcadores de DNA utilizados no melhoramento corresponde ao RFLP, a PCR e principalmente duas variações como o RAPD e o SCAR, além dos microssatélites também conhecidos com SSR e o AFLP (Schlotterer 2004). Ampla variação de marcadores surgiu, especialmente associando a PCR com as enzimas de restrição. Mais recentemente novas classes vêm sendo desenvolvidas, especialmente os denominados marcadores funcionais, os quais visam identificar o próprio alelo de interesse (Masi et al. 2003, Bagge et al. 2007, Iyer-Pascuzzi e Mc Couch 2007). Muitos deles se baseiam nas centenas de milhares de ESTs obtidos para várias espécies cultivadas importantes, dentro dos quais vem sendo identificados SSR intragênicos e principalmente os SNPs. Além dos ESTs, inúmeras seqüências gênicas já estão disponíveis em bancos públicos de dados e, em quase todos os casos esses marcadores podem ser acessados por PCR (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/ , Raghavan et al. 2007). Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 S 55 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 2006. Portaria n0 316, de 27 de novembro de 2006 (Consulta Pública). XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia De um modo geral os marcadores são utilizados para identificar alelos de interesse principalmente no caso dos alelos de resistência vertical, ou de regiões genômicas como na identificação de QTLs que explicam a resistência horizontal. Em ambos os casos são imprescindíveis se trabalhar com população em desequilíbrio de ligação, como a F2, as populações de retrocruzamento, ou a população de linhagens recombinantes, todas originadas de um cruzamento biparental. Além dessas, pode-se também utilizar as gerações derivadas por autofecundação em autógamas, ou por cruzamento de um testador em alógamas (Michelmore et al. 1991, Moreira 2004, Collard et al. 2005). No caso dos marcadores que se recombinaram com os alelos de resistência a uma freqüência de mais de 30%, eles são praticamente inúteis para auxiliar na seleção. Por exemplo, para o marcador (OPAC15) ligado ao alelo de resistência ao oídio, se forem selecionadas na F2 todas as plantas com este marcador, espera-se que 18,3% sejam suscetíveis. Comparando este resultado com um marcador independente, que na verdade não é um marcador, entre todas as plantas F2 selecionadas com o mesmo, 25% seriam suscetíveis. Portanto, como era esperado, quanto mais distante estiver o marcador do alelo de resistência, menor será a sua eficiência para se praticar a seleção indireta, sem o uso de inoculação. Na identificação de um alelo de resistência um dos procedimentos mais eficientes é o método denominado de bulks segregantes (Michelmore et al. 1991). No caso de se utilizar a F2, inicialmente extrai-se o DNA de cada planta. Posteriormente, as famílias F2:3 ou derivadas deverão ser inoculadas para se identificarem aquelas homozigóticas para o alelo de resistência e também para o alelo de suscetibilidade, bem como as famílias segregantes. De posse desses resultados identificam-se as plantas F2 homozigóticas para os dois tipos de alelos, respectivamente, resistente e suscetível. Utilizandose os DNA de 10 a 20 plantas resistentes, procede-se a mistura eqüitativa dos mesmos obtendo-se, assim, o bulk das plantas resistentes. Igualmente obtém-se o bulk de DNA das plantas suscetíveis. No melhoramento visando resistência às doenças, em geral transferese o alelo de resistência de fontes que são normalmente mal adaptadas, para cultivares elites, por meio do retrocruzamento. Este procedimento é particularmente exigente dos marcadores intimamente ligados ou dentro dos alelos de resistência para que a seleção assistida seja eficiente (Dudley 1993). Isso ocorre porque durante o processo de transferência é quando se tem as maiores oportunidades de recombinação e separação do marcador em relação ao alelo de resistência. Isso foi constatado durante a transferência do alelo Co-5 de resistência do feijão ao C. lindemuthianum, a partir do genitor doador mexicano G2333 por meio de dois retrocruzamentos (Couto et al. 2005). A autora verificou que entre 32 linhagens selecionadas por meio de inoculação e portadoras do alelo Co-5, apenas uma reteve o marcador SCAR SAB03, que segundo alguns autores dista do alelo de 5,8 cM e de acordo com outros dista de 12,98 cM (Miklas www.css.msu.edu/bic ). Procede-se a análise dos bulks utilizando-se o marcador de DNA de interesse. Quando se obtém um resultado semelhante ao apresentado na Tabela 1, a banda (B) deve estar ligada ao alelo de resistência, porque ela só ocorre no genitor 1 e no bulk resistente. Isso significa que quando as plantas F2 foram separadas por meio da reação de resistência para construir este bulk, o alelo de resistência foi acompanhado da banda B. Tabela 1. Resultado hipotético dos genitores, F1 e dos dois bulks, analisados com um marcador dominante. Marcador Genitor 1 Genitor 2 Resistente Suscetível A ■ B ■ C ■ F1 Bulk Bulk Resistente Suscetível ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ Com este marcador analisa-se toda a população e obtêm-se então as proporções para presença ou ausência da banda B, bem como as proporções de plantas resistentes e suscetíveis. Estes resultados são analisados geralmente por meio do método da máxima verossimilhança (Allard 1956, GQMOL www.ufv.br), obtendo-se a freqüência de recombinação entre o marcador e o alelo de resistência. Pode-se estimar também a freqüência de recombinação e a distância genética por meio de vários outros softwares como, por exemplo, o MAPMAKER (Lander et al. 1987). Utilizando o método dos bulks segregantes foram identificados marcadores ligados a diferentes alelos de resistência em feijão (Tabela 2). Nota-se entre todos os marcadores que aquele amplificado pelo primer OPL04, identificando o alelo Co-42 é o ideal, pois, não se separou do alelo de resistência. Isto implica em 100% de eficiência na seleção de plantas resistentes, por meio do marcador. Alguns com freqüências de recombinação entre 5% e 15% são parcialmente eficientes. Isso é o caso daquele amplificado pelo primer OPF10, ligado ao alelo Co-5, o qual conduz a um erro de 7,2% para seleção de plantas em uma geração F2, isto é, a seleção de todas as plantas com o marcador implica na ocorrência de 7,2% suscetíveis. Durante a condução do programa de retrocruzamento pode-se estimar o parentesco das plantas das populações segregantes, também por meio dos marcadores moleculares, objetivando-se selecionar aquelas mais semelhantes ao recorrente para se proceder a novo retrocruzamento. Com esse procedimento consegue-se reduzir o número de retrocruzamentos para se recuperar os alelos favoráveis do genitor recorrente (Hagiwara et al. 2001). Há uma enorme quantidade de marcadores de alelos resistência, como os publicados para feijão (Miklas www.css.msu.edu/bic ), bem como para outras espécies, embora muitos deles tenham se mostrado inúteis no melhoramento visando resistência às doenças, especialmente quanto se utiliza o retrocruzamento. Por essa razão é que grande ênfase vem sendo dada atualmente aos marcadores localizados dentro de genes comumente referidos como marcadores funcionais (Masi et al. 2003, Bagge et al. 2007, Iyer-Pascuzzi e Mc Couch 2007). Em arroz, por exemplo, sucesso vem sendo conseguido com a seleção assistida e piramidação de alelos de resistência vertical contra a Magnaporthe grisea (Jia et al. 2003), bem como vários marcadores funcionais de alelos de resistência à Xanthomonas oryzae (Iyer-Pascuzzi e Mc Couch 2007). Em tomate, primers para PCR foram desenvolvidos dentro do alelo Mi de resistência ao nematóide causador de galhas (Hwang e Williamson 2003) e, especialmente para patógeno como esse, de difícil avaliação fenotípica da resistência, é que os marcadores funcionais são significativamente úteis. Vale também mencionar que, mesmo nos casos de avaliação fenotípica mais simples da resistência, a seleção assistida oferece grande contribuição ao melhoramento, como na piramidação de alelos de resistência, em que a operação fica muito simplificada. A resistência horizontal (RH) é teoricamente controlada por mais de um gene e é sempre parcial. Neste caso, os marcadores moleculares também podem ser utilizados para identificar regiões genômicas, ou locos, onde ocorre um ou mais alelos de resistência e são denominados de QTLs ou QRLs (Brunelli et al. 2002). Deve-se tomar o cuidado neste caso de se trabalhar com populações segregantes onde não ocorram alelos verticais contra o mesmo patógeno, ou utilizar uma raça que vença o alelo vertical por ventura presente. Também é necessário a utilização de uma população Tabela 2. Alelos de resistência do feijão identificados com marcadores RAPD, freqüência de recombinação e tamanho da banda em pares de bases (pb). Doença Alelo Primer Recomb.(%) Banda (pb) Literatura Antracnose Co-4 Co-42 Co-5 Alelo dom. OPC08 OPL04 OPF10 OPAC15 13,3 0 11,5 32,8 1059 1000 912 2239 Castanheira et al. 1999 Silva e Santos 2001 Castanheira et al. 1999 Rezende et al. 2001 Oídio S 56 Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia segregante em desequilíbrio de ligação. Como a avaliação da reação fenotípica para RH nem sempre é eficiente ao nível de planta individual, deve-se dar preferência por populações estruturadas em famílias ou progênies, de tal forma que cada uma possa ser avaliada em experimentos com repetições e, preferencialmente, em diferentes ambientes. Moreira, J.U.V. Tese Dr. Agornomia/genética e melhoramento de planas, ESALQ/USP, 2004. Para identificar QTLs, inicialmente é necessário obter um grande número de marcadores segregantes na população, os quais devem ser mapeados e um dos procedimentos geralmente usado é por meio do software MAPMAKER (Lander et al. 1987). Após a obtenção do mapa molecular realiza-se a identificação dos QTLs e, para isso, existem vários procedimentos, sendo os mais usados atualmente o método por intervalo composto, o estendido para vários ambientes ou o método por intervalo múltiplo (Jansen 1993, Zeng 1994, Jiang e Zeng 1995, Kao et al. 1999). Apesar dos procedimentos de detecção de QTL estarem ficando mais eficientes, ainda há limitações na explicação da variação fenotípica por meio dos marcadores de QTLs, devido principalmente à precisão de avaliação fenotípica, o tamanho da população segregante utilizada, a interação QTLs por ambientes e a insaturação dos mapas moleculares (Bernardo 2002, 2007). Consequentemente, as magnitudes da variação fenotípica explicada pelos marcadores é quase sempre menor do que a herdabilidade da RH. Essa é a razão porque, até o momento, ainda são poucos os casos de uso de seleção assistida com sucesso maior do que a seleção direta (Moreira 2004). Assim, os casos mais comuns de seleção assistida por marcadores de QTLs vêm ocorrendo para aqueles de grande efeito, como constatado para resistência parcial à Xanthomonas axonopodis em feijão, em que foi identificado um QTL que explica 70,34% da variação fenotípica (Yu et al. 2004). Rezende, V.F., Santos, J.B. dos, Ramalho, M.A.P., Ferreira, D.F. Crop Breeding and Applied Biotechnology, v. 1, n. 1, p. 11-21,2001. Raghavan, C., M.E.B. Naredo, H. Wang, G. antieza, B. Liu, F. qin, K.L. McNally, H. Leung. Molecular Breeding, v. 19, p. 87-101, 2007. Scchlotterer, C. Nature Reviewws gtenetics, v. 5, p. 63-69, 2004. Silva, M.V. da., J.B. dos Santos. Ciência e Agrotecnologia, v. 25, n. 5, p. 1097-1104, 2001. Slade, A.J., v.C. Knanf. Transgenic Research, v. 14, p. 109-115, 2005. Young, N.D. Molecular Breeding, v. 5, p. 505-510, 1999. Yu, K. S.J. Park, B. Zhang, M. Haffner, V. Poysa. Euphytica, v. 138, p. 89-95, 2004. Zeng, Z.B. Genetics . v. 136, p. 1457-1466, 1999. MAPEAMENTO GENÉTICO PARA RESISTÊNCIA A DOENÇAS EM CITROS. Marcos A. Machado, Marines Bastianel, Mariângela CristofaniYaly. Centro APTA Citros Sylvio Moreira, IAC, Caixa Postal 04, 13490-970, Cordeirópolis, SP. E-mail: [email protected]. Genetic mapping for disease resistance in citrus. REFERÊNCIAS Allard, R.W. Hilgarida, v. 24, p. 235-258, 1956. Bagge, M., X. Xia, T. Lubberstedt. Current Opinion in Plant Biology, v. 10, p. 211-216, 2007. Bernardo, R. Breeding for quantitative traits in plants. Minessota, Stema Press, 2002. Bernardo, R. Breeding for complex traits. In: 40 Congresso Brasileiro de Melhoramento de Plantas, 2007. Brunelli, K. R., H.P. silva, L.. E. A. Camargo, Fitopatologia Brasileira, v. 27, p. 134-140, 2002. Castanheira, A.L.M., J.B. dos Santos, D.F. Ferreira, L.C. Melo. Genetics and Molecular Biology, v. 22, n. 4, p. 565-569, 1999. Collard, B.C.Y., M.Z..Z. Jahufer, J.B. Brouwer, E.C.K. Pang. Euphytica, v. 142, p. 169-196, 2005. Couto, M.A., J.B. dos Santos, A. de F.B. de Abreu. Crop Breeding and Applied Biotechnology , v. 5, p. 324-331, 2005. Dudley, J.W. Crop Sci. v. 33, p. 660-668, 1993. Hagiwara, W.E., J.B. dos Santos, S.L.M. do Carmo. Crop Breeding and Applied Biotechnology, v. 1, n. 4, p. 355-362, 2001. Hwang, C.F., V.M. wlliamson. The Plant journal, v. 34, p. 585-593, 2003. Iyer-Pascuzzi, A.S., S.R. McCouch. 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Apesar de o gênero Citrus apresentar uma grande diversidade de espécies, um pequeno número de cultivares é utilizado comercialmente. A laranja Pêra (Citrus sinensis L. Osb.) é a cultivar mais plantada (34,8%), seguida pela Valência (32,9%), Natal (14,8%), Folha Murcha (4,5%), Westin (2,1%) e Valência Americana. O histórico da citricultura brasileira é marcado por uma sucessão de pragas e doenças causadas por diferentes agentes etiológicos. Uma das estratégias utilizadas para superar os problemas relacionados a doenças, em especial nas variedades de porta-enxertos, tem sido a substituição da variedade suscetível por outra mais tolerante ou resistente. Tal estratégia tem possibilitado a manutenção da citricultura em diferentes regiões do mundo, e não é diferente no Brasil. Quando se considera a resistência ou a suscetibilidade a fatores bióticos, deve ser lembrado que muitas doenças e pragas são exclusivas da parte aérea da planta (copa), outras do sistema radicular (porta-enxerto), e algumas estão associadas à interação entre eles, como resultado do processo de enxertia. Na busca por fontes de resistência a um determinado patógeno essas interações devem ser sempre consideradas. Os citros são plantas perenes, de longo ciclo vegetativo, isto é, necessitam muitos anos para iniciarem o florescimento e produção, o que torna o melhoramento genético tradicional um processo longo e trabalhoso. Além desta, existem outras características botânicas e genéticas do grupo que dificultam os programas de melhoramento genético via hibridação e seleção recorrente, tais como: alta heterozigosidade, o que acarreta em grande segregação genética para a maior parte das características de interesse; poliembrionia nucelar adventícia, onde há a formação de um grande número de embriões de origem nucelar simultaneamente com a formação do embrião sexual, portanto, com a mesma constituição genética da planta mãe; juvenilidade, com alterações morfológicas de folhas, frutas e padrão de crescimento. Por outro lado, a grande facilidade com que indivíduos de diferentes espécies e/ou gêneros se cruzam e a ampla diversidade genética apresentada pelos citros, ampliam as perspectivas de melhoramento genético via cruzamentos dirigidos. Embora os desafios na obtenção de progênies em cruzamentos dentro do gênero Citrus e entre gêneros próximos sejam consideráveis, existem várias fontes de resistência a fatores bióticos e abióticos que S 57 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia podem ser potencializadas na obtenção de indivíduos com características agronômicas e industriais desejáveis. Essa abordagem é particularmente importante quando a ela se agregam ferramentas que auxiliam na seleção de indivíduos zigóticos, na obtenção de marcadores, no mapeamento genético, culminando com a seleção assistida por marcadores e a clonagem de genes baseada em mapeamento, etapas essas ainda em processo de incorporação aos programas de melhoramento de citros. resistência/tolerância a tristeza dos citros (CTV), clorose variegada dos citros (CVC), gomose de Phytophthora, leprose e mancha de alternária. Recentemente, o programa genoma citros (CitEST) permitiu o estabelecimento de um dos maiores bancos de dados com milhares de seqüencias EST depositadas. Conseqüentemente, este banco tornou-se uma fonte praticamente inesgotável de marcadores moleculares, sejam microssatélites ou TRAPS (Target Region Amplification Polymorphism). A utilização destes marcadores em todas as progênies tem permitido o desenvolvimento de mapas mais densos em marcadores assim como estudos de sintenia e construção de um mapa consenso de citros. Tendo em vista a importância de se obter variabilidade como forma de superar problemas, uma das metas do programa de melhoramento do Centro APTA Citros Sylvio Moreira / IAC tem sido a obtenção de híbridos de porta-enxertos e copas, que visam ampliar o conhecimento sobre a herança da resistência ou suscetibilidade assim como o número de variedades utilizadas na citricultura. A realização de cruzamentos com variedades contrastantes para resistência a doenças, obtenção de progênies numerosas, a avaliação fenotípica nas populações de híbridos, o mapeamento de QTLs associados à resistência e os estudos de expressão diferencial de genes nos genitores e híbridos contrastantes estão sendo realizados visando a confirmação de genes e vias metabólicas associadas com as característica fenotípicas avaliadas. Estas abordagens genéticas e moleculares permitirão entender os mecanismos de resistência dos citros a diferentes patógenos. Estes estudos permitirão a seleção segura de materiais genéticos de qualidade para variedades comerciais e/ou para dar continuidade aos programas de melhoramento. Como resultado desse programa, foram obtidas até o momento cerca de 1318 novas combinações de híbridos (Tab.1). Oito mapas de ligação gênica foram desenvolvidos a partir dos seguintes cruzamentos: laranja doce cv Pêra (C. sinensis) vs tangerina Cravo (C. reticulata), tangerina Sunki (C. sunki) vs Poncirus trifoliata cv Rubidoux, laranja doce cv Pêra vs tangor Murcott (C. sinensis x C. reticulata) e limão Cravo (C. limonia) vs citrumelo Swingle (C. paradisi x P. trifoliata). Regiões genômicas associadas às características quantitativas e qualitativas foram localizadas nestes mapas tais como: Tabela. Mapas de ligação obtidos através de diferentes cruzamentos no programa de melhoramento do Centro APTA Citros Sylvio Moreira do IAC. Poncirus trifoliata Tamanho da população mapa Tangerina Sunki Tangor Murcott Laranja Pêra Laranja Pêra Tangerina Cravo Limão Cravo citrumelo Swingle 314 314 150 150 72 72 94 94 Tipos de marcadores RAPD, SSR, AFLP RAPD, SSR, AFLP RAPD, SSR, AFLP RAPD, SSR, AFLP RAPD, SSR, AFLP RAPD, SSR, AFLP RAPD, SSR, AFLP RAPD, SSR, AFLP Quantidade de marcadores 221 221 1:1 α168 3:1 α445 1:1α117 3:1α239 1:1α51 3:1α239 1:1* α138 3:1**α Número de grupos de ligação 9 10 10 11 11 10 X X X X X CTV CVC leprose mancha marrom de alternária mancha marrom de alternária CVC Mapa integrado Características mapeadas gomose CTV 14/08/2007 | Tarde Sessão B: Ferrugem Asiática da Soja CONSIDERAÇÕES EPIDEMIOLÓGICAS NA AVALIAÇÃO DE RISCO E MANEJO DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA. Emerson M. Del Ponte & Paul D. Esker. Departamento de Fitossanidade, Faculdade de Agronomia, Av. Bento Gonçalves, 7712, Porto Alegre, RS, Brasil, email: [email protected]. Epidemiological considerations for risk assessment and management of Asian soybean rust Desde que o fungo Phakopsora pachyrhizi Syd. & P. Syd. foi detectado na América do Sul no final da safra de 2001/02, a ferrugem asiática da soja teve uma rápida dispersão para praticamente todas as principais regiões produtoras de soja do Brasil nas safras subseqüentes (Yorinori et al., 2005). No entanto, epidemias severas de ferrugem asiática, ou seja, aquelas em que ocorre uma rápida dispersão da doença no tempo e no espaço não foram verificadas em todas as regiões e safras no Brasil, na Argentina e S 58 CTV nos Estados Unidos onde esta foi detectada. O que tem se observado no Brasil são situações de maior pressão de inóculo e ambiente mais favorável, em contraste com situações onde as variações climáticas, de um ano para outro, como período de estiagem, somado às práticas de manejo, ou mesmo ausência de inóculo, tem afetado a dispersão e desenvolvimento da doença, que esteve sob controle em algumas regiões. Em contraste, uma certa constância no comportamento da doença, até o presente, tem sido mais evidente na Argentina e nos Estados Unidos, se consideramos o seu impacto nas principais regiões produtoras em três a quatro anos de convívio com a doença. Na Argentina, a doença é normalmente detectada, ou se dispersa mais rapidamente atingindo um maior número de locais, no final da safra, se comportando como doença de final de ciclo de evolução lenta sem causar danos significativos, com algumas exceções em lavouras da região mais ao norte do país (Ivancovich, 2005). Já nos Estados Unidos, a doença tem sido detectada precocemente na região sul daquele país, de forma localizada, infectando hospedeiros alternativos, como o kudzu (Pueraria lobata L.), e alguns cultivos de soja, porém mostrando uma movimentação lenta em direção ao norte, atingindo um pequeno número de lavouras da região sul do meio-oeste americano, já no final da safra e em plantios tardios (Christiano Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia & Scherm, 2007). Algumas perguntas surgem a partir de tais evidências. Do lado dos cientistas, como explicar e prever o comportamento da doença em todas as regiões com base no conhecimento epidemiológico atual, seja ele empírico ou fundamental? Do lado do agricultor, a preocupação é distinta para dois grupos: o primeiro tem que se aperfeiçoar no manejo de uma doença que aparece todos os anos de maneira mais ou menos agressiva e quer saber quando e quantas vezes fazer a pulverização; o segundo tem a incerteza de se e quando terá que lidar com uma doença que ainda não é importante na sua região. Uma das estratégias é valer-se dos métodos quantitativos, buscados no terreno da epidemiologia, para se tentar elucidar os componentes e mecanismos que governam o processo epidêmico nas condições naturais. Diversos são os fatores que afetam a dinâmica da dispersão e o desenvolvimento de qualquer doença de planta em níveis locais a regionais, sendo estes basicamente relacionados ao ambiente, patógeno, hospedeiro e práticas de manejo, os quais devem ser bem compreendidos. A seguir, se comentará sobre alguns aspectos relacionados ao ambiente e ao inóculo nas epidemias de ferrugem asiática, sendo estes os fatores chave normalmente usados em avaliações e previsões de risco da doença. Há muito é sabido que as condições ambientais são fator chave na epidemiologia da ferrugem asiática. Estudos em ambiente controlado permitiram quantificar o período mínimo requerido de horas de molhamento contínuo para que a infecção ocorresse sob diferentes faixas de temperatura (Marchetti et al., 1976; Melching et al., 1979). Já nas condições de campo, a associação chuva x epidemias tem sido demonstrada por meio da observação de parâmetros da doença e sua correlação com variáveis com base na precipitação que afetam o progresso da doença e, conseqüentemente, os níveis máximos de severidade (Tan et al., 1996; Del Ponte et al., 2006b). Para tornar ainda mais complicado, do ponto de vista do manejo, chuvas freqüentes afetam a eficiência das aplicações de fungicidas, seja por impedirem que estas sejam feitas no momento ideal, ou diminuindo a eficiência do produto. O papel da precipitação no processo epidêmico ainda não está totalmente elucidado, mas sugere-se que logicamente prolongue a duração do molhamento nas folhas, necessário para a infecção; promova turbulência no dossel, a qual facilitaria a liberação e dispersão dos esporos das urédias para as camadas superiores e também a depressão de temperatura no dossel. Tais evidências levaram recentemente a proposição de um modelo distinto para o patossistema ferrugem asiática (Bergamin Filho, 2006), uma vez que existem dados que mostram a formação de novas urédias ao redor do sítio de infecção inicial por longo período, situação análoga à expansão de lesões. Com base nessa teoria, tal processo aconteceria sem a estrita dependência de variáveis como molhamento foliar e temperatura, típico de ferrugens de clima temperado, e tem suporte nas evidências empíricas de mais alta correlação das epidemias no campo com somente variáveis de chuva (Del Ponte et al., 2006), as quais teriam papel mais decisivo na liberação e dispersão do inóculo produzido nas novas urédias (Bergamin Filho, 2006). Quanto à temperatura, é sabido da sua influência, em interação com o molhamento, na eficiência de infecção e isoladamente na duração do período latente, conforme observado em condições controladas (Alves et al., 2006). No campo, entretanto, a temperatura parece não ser tão limitante uma vez que na maioria das regiões tropicais e subtropicais no período de cultivo de safra normal soja, esta se encontra na faixa de conforto para o patógeno, aparentemente não causando estresse significativo, conforme verificado em um estudo com 34 epidemias no Brasil que mostrou fraca correlação entre a severidade máxima da doença e a temperatura média durante o desenvolvimento da epidemia (Del Ponte et al., 2006). Logicamente que altas temperaturas em período seco é desfavorável à doença, o que pode não sê-lo em condições de alta precipitação. A diferença da temperatura do ar e no interior do dossel pode ajudar a explicar o fato de epidemias serem extremamente agressivas no cerrado brasileiro onde se tem abundância de chuvas e temperatura máximas diárias do ar atmosférico freqüentemente bem acima dos níveis estabelecidos em estudos controlados. Com a alta freqüência de precipitação e menor número de horas de luminosidade nos trópicos, se tem um maior período de dias nublados durante a safra e menor exposição à radiação solar, a qual tem sido verificada como letal aos esporos afetando significativamente a sobrevivência dos mesmos (Isard et al., 2006). P. pachyrhizi é um patógeno biotrófico e, como tal, necessita do hospedeiro vivo para sobreviver e se multiplicar. Relatos na literatura mostram que o fungo tem várias dezenas de espécies de plantas hospedeiras (Rytter et al., 1984). A importância e o papel de hospedeiros alternativos, soja voluntária e plantios de safrinha, embora difícil de ser quantificado na Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 prática, reside no fato destes manterem o inóculo no período da entressafra servindo de fonte precoce de inóculo para a safra normal. A sua eliminação ou o uso de medidas que impedem o plantio de soja no período da entressafra (vazio sanitário) pode contribuir para a redução da pressão do inóculo. Sendo uma doença policíclica, e tendo o inóculo uma dispersão rápida pelo vento, níveis muito baixos de inóculo podem, sob condições ideais, levar a epidemias severas, conforme já verificado em algumas regiões do Brasil. Atualmente tal comportamento parece ser menos provável devido ao fato de que cada vez mais os técnicos e produtores, principalmente no Brasil, conhecem melhor a doença e estão aprendendo a lidar com a mesma de forma mais efetiva. Por outro lado, a presença precoce do inóculo na região, em hospedeiros alternativos, não tem significado sempre um alto risco em diversas situações, uma vez que existem vários relatos no sul do Brasil, Argentina e Estados Unidos de ausência de epidemias sérias, embora o inóculo estando presente localmente por vários meses, desde o período de inverno. Nessas regiões, especialmente de alta latitude na América do Norte, o inóculo é totalmente eliminado durante o rigoroso inverno, e novas infecções serão dependentes de inóculo originado em fontes distantes, a partir das regiões de sobrevivência. A presença de esporos do fungo detectados em armadilhas durante o período da safra nem sempre pode significar alto risco da doença, dependendo da região. A afirmação é baseada no fato de que esporos de P. pachyrhizi foram capturados em armadilhas do tipo coletor de chuva (e identificados por PCR em tempo real) em alguns locais no meio-oeste e norte dos Estados Unidos, e a doença não foi detectada nesses locais, possivelmente por não estarem viáveis ou ausência de ambiente favorável para a infecção (Krupa et al., 2006). Todo este conhecimento epidemiológico gerado através da observação das epidemias no campo e em experimentos sob condições controladas, tem dado subsídios para a formulação de diferentes estratégias de previsão do comportamento da doença. A série de trabalhos, em ambiente controlado, conduzidos por pesquisadores americanos na década de 70 e 80, citados acima, inspirou o desenvolvimento de modelos de simulação e sistemas de previsão com base em períodos críticos à infecção para alertar quanto ao risco em tempo real na safra ou para mapear zonas de favorabilidade com base em registros históricos de clima (Yang et al., 1991; Canteri et al., 2004). Por outro lado, os modelos empíricos, como aqueles com base na chuva, podem ser usados em determinadas situações para avaliação do risco potencial ou futuro, seja pelo uso de registros históricos de clima para se estimar a probabilidade de ocorrência de epidemias severas em determinadas regiões ou previsões climáticas para a safra com base em modelos numéricos de previsão de chuva (Del Ponte et al., 2005). Em recente revisão, foram apresentados detalhes de doze modelos matemáticos na literatura para a simulação e previsão de diferentes componentes da epidemia usando diferentes métodos modelagem e conjuntos de dados, e é possível que outros modelos estejam em desenvolvimento (Del Ponte et al., 2006c). Embora se disponha de modelos de previsão, ainda não se pode dispensar as atividades de monitoramento da dispersão da doença e divulgação dos focos, ou mesmo da presença do inóculo no local, informação ainda crucial para a avaliação do risco em tempo real na safra, devido ao fato de que os modelos que se dispõe até o momento têm uma limitada capacidade de corretamente estimar a presença e concentração do inóculo que irá iniciar as epidemias, embora pesquisas futuras possam identificar padrões de comportamento para determinadas regiões. Pode-se dizer que houve considerável avanço no conhecimento epidemiológico e as tentativas de aplicação deste na previsão graças aos diversos esforços para se tentar compreender a doença desde que essa chegou nas principais regiões produtoras do mundo. O uso dos modelos na prática, se pensarmos em geração de informação de risco para orientar tomada de decisão no campo, ainda está aquém do desejado e as razões e dificuldades para tal não diferem muito do que acontece com modelos para outros patossistemas. Ainda são necessários mais investimentos em pesquisas epidemiológicas para a análise dos aspectos quantitativos da dispersão e progresso da doença, que poderão gerar informações úteis para a identificação dos padrões e os fatores que governam as epidemias sob as mais diversas situações. As tecnologias computacionais e de informação devem ser cada vez mais usadas para se integrar os dados em sistemas de informações geográficas (SIG), bases de dados históricas e de previsões numéricas de clima de médio prazo, variáveis ambientais estimados a partir S 59 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia de modelos de mesoclima, imagens de satélites, dentre outras, de forma a expandir os domínios da previsão no tempo e no espaço. TAN, Y.J., YU, Z., YANG, C.Y. Soybean rust. Beijing, China. China Agricultural Press. 1996. 99p. Certamente, uma convivência menos dolorosa com uma doença importante como a ferrugem asiática somente será possível com esforços coordenados em diferentes frentes visando à integração de medidas que minimizem ao máximo o risco da doença associado a tomadas de decisões com base em estimativas científicas do risco da doença. Nesse sentido, além da busca por variedades resistentes, o conhecimento epidemiológico e a forma como esse é utilizado para a resolução de questões práticas do manejo, tanto no curto como no médio no longo prazo, assume fundamental importância no processo para que se diminuam as incertezas daqueles dois grupos de produtores: os que convivem com o problema e os que ainda não sabem se, quando e de que forma se preparar para enfrentá-lo. YANG, X. B., DOWLER, W. M., TSCHANZ, A. T. A simulation model for assessing soybean rust epidemics. Journal of Phytopathology 133: 187-200. 1991. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ALVES, S.A.M., FURTADO, G.Q., BERGAMIN FILHO, A. Influência das condições climáticas sobre a ferrugem da soja. In: Zambolim, L. (Org.). Ferrugem Asiática da Soja, Visconde do Rio Branco: Suprema Gráfica e Editora. 2006. pp. 37-59. BERGAMIN FILHO, A. Epidemiologia comparativa: ferrugem da soja e outras doenças. In: Zambolim, L. (Org.). Ferrugem Asiática da Soja, Visconde do Rio Branco: Suprema Gráfica e Editora. 2006. pp. 15-35. CANTERI, M. G., CARAMORI, P., TSUKAHARA, R., SILVA, O. C., FARIA, R., GODOY, C. V. A system to map risk of infection by Phakopsora pachyrhizi for Parana State, Brazil. Phytopathology 95:S16: 2005. CHRISTIANO, R.S.C, SCHERM, H. Quantitative aspects of the spread of Asian soybean rust in the southern United States, 2005 to 2006. Phytopathology (aceito em 3 de maio de 2007). DEL PONTE, E.M., LI, X., YANG, X.B. 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The first detection of a pathogen related to the Phakopsora genus in Brazil occurred in 1899 and was reported by Ule & Henning as Aecidum crotalariicola in Santa Cataria, on 1904 as Phakopsora meibomiae in São Paulo state by Arsene Puttemans, both on Crotalaria (Carvalho & Figueiredo, 2000). In 1936 on Crotalaria striata, as Phakopsora crotalariae (Müller, 1940) and afterwards Viegas (1961) reported the species P. pachyrhizi over three different plants species, both of them quoted by Deslandes (1979), who had detected Phakopsora pachyrhizi on soybean and other hosts in Minas Gerais. In 1979 the pathogen was also detected on Lablab purpureus, Phaseolus lunatus and Glycine wightii in São Paulo as will as in Espírito Santo states. In 1980, Charcar detected the fungi over several soybean cultivars in Goiás (Zambolim et al., 1983). Later, in 1981, the disease was observed at soybean commercial crops in Alto Paranaíba, Minas Gerais by Chaves et al. (1982) and at other regions (Yorinori & Deslandes, 1984). In the 1987/1988 crop season Phakopsora pachyrhizi was reporter as the cause of economic losses in São Gotardo, Minas Gerais (Yorinori, 1989). In Paraná, Jaccoud Filho et al., (2001) reported soybean rust in commercial crops on the Campos Gerais region since the 1998/1999 crop season and the disease reached epidemic level at the 2000/2001 crop season in production regions of Paraná and Paraguay (Yorinori et al., 2001). As a biotrophic fungus, P.pachyrhizi, depends on alive host plants to its surviving and multipling. The presence of alternative hosts is crucial to the development and surviving of this species in agricultural areas, working as a “green bridge” between the normal crop seasons and also it may cause damage to important agricultural crops. The increase of the disease severity at soybean crops, cultivated after the winter soybean under irrigation systems in some regions, led to the implementation of a sanitation measure which prohibited the soybean planting during this period. Since the previous detection of the genus Phakopsora abroad and in Brazil, several publications described this fungus occurrence in host plants, infecting more than 95 host species of plants over more than 42 genera (Sinclair & Dhingra, 1975; Sinclair, 1977; Yang, 1977; Deslandes, 1979; Bromfield, 1984; Carvalho & Figueiredo, 2000; Mendes et al., 2000; Consórcio Anti-Ferrugem, 2006). On Tables 1 and 2, descriptions of the Phakopsora genus occurrence over different hosts and regions of Brazil, and on Table 3, the results of inoculations tests carried out in potentials host plants. Field surveys detected the Phakopsora pachyrhizi in commercial common beans (Preto and Carioca) producting areas in Campos Gerais region of Paraná on the 2003/2004 crop season (Jaccoud Filho et al., 2005). On the underside of beans leaflets, pustules (uredia) with intense urediniospores liberation similar to sugar crystals and with those of Phakopsora pachyrhizi fungus were observed. Similar symptoms were also observed in kudzu, lab lab, desmodium and perenial soybean nearby Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia Table 1. Natural occurrence of the genus Phakopsora in host plants in Brazil Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 S 61 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia the commercial soybean crops in Paraná and São Paulo states. By using PCR and specific primers designed by Frederick et al. (2002) to detect Phakopsora pachyrhizi (Ppa 1/Ppa2) or P. meibomiae (Ppm1/Pme2), the presence of P. pachyrhizi were confirmed by Jaccoud Filho & Dabul (2006) in soybean, common bean and kudzu leaves and, P. meibomiae in lab lab ones (FIG. 1). Urediniospores collected over perennial soybean did not amplify any DNA bands when both pairs of specific primers were used. Further research, by using scanning eletronic microscopy, have being carried out (Jaccoud Filho & Granado, 2007). The disease detection over an important crop as common bean has led Brazilian researchers to evaluate the resistance levels of several common beans (Phaseolus vulgaris) cultivars to the Asian rust (Phakopsora pachyrhizi). By using the diagrammatic scale developed to soybean, Nunes Junior et al., (2006) evaluated common bean cultivars in Goiás, Fernandes-Carrijo et al., in Minas Gerais (2006), while in Paraná by Passini & Jaccoud Filho, (2006) with the development and validation of a new diagrammatic specific scale to the disease in common beans (FIG. 2). The evaluation of 23 common beans commercial cultivars (Passini et al. 2006) under natural infection conditions with the use of the new diagrammatical scale, made possible the identification of cultivars with good resistance levels to (Table 4). Table 2. Potential host plants to Phakopsora pachyrhizi. ferrugem da soja no Brasil. Summa Phytopathologica, V. 26, 197-200p. 2000. Due to the fungus Phakopsora pachyrhizi charactheristics and its great virulence in soybean crops, more studies and information about potential hosts plants, specially those of the economic importance as common beans, seems to be necessary for the agricultural communities. CHAVES, G. M.; ZAMBOLIM, L. & VALE, F. X. R. Ferrugem da soja em lavoura comercial na região do Alto Paranaíba, Minas Gerais. Fitopatologia Brasileira Vol. 7, No. 3, 482p. (Resumo 037). 1982. REFERENCES CONSÓRCIO ANTI-FERRUGEM / FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA, Ministério da Agricultura e Abastecimento. CD. 2006. BROMFIELD, K. R. Soybean rust. Monograph 11. APS. St. Paul, Minnesota, 63p. 1984. CARVALHO Jr., A. A. & FIGUEIREDO, M. B. A verdadeira identidade da S 62 DESLANDES, J. Ferrugem da soja e de outras leguminosas causadas por Phakopsora pachyrhizi no Estado de Minas Gerais. Fitopatologia Brasileira Vol. 4. 337-339p. 1979. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia FERNANDES-CARRIJO, F. R.; NOGUEIRA, S. R.; COSTA, B. V. et al. Reação de genótipos de feijoeiro (Phaseolus vulgaris) ao agente causal da ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi Sydow & P. Sydow). Fitopatologia Brasileira Vol. 31 (Suplemento, Res. 0904), S348. 2006. 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PCR reaction of urediniospores coletected over soybean, common beans, kudzu and lab lab leaves and amplyfied with specific primers to the detection of Phakopsora pachyrhizi or P. meibomiae (Jaccoud Filho & Dabul, 2006). Figura 2. Diagrammatical scale to evaluate the Phakopsora pachyhrizi severity level on common beans (Passini & Jaccoud Filho, 2006). Table 4.Common beans cultivars reaction to the Phakopsora pachyrhizi under natural infection conditions in the Campos Gerais region of Paraná (Passini et al., 2006) S 64 Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia MONITORAMENTO DAS VARIÁVEIS AMBIENTAIS PARA CONTROLE DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA. Marcelo G. Canteri1, Rodrigo Y. Tsukahara2, Olavo C. Silva2. 1Universidade Estadual de Londrina, CCA/Dep. Agronomia, Rodovia Celso Garcia Cid, PR 445, km 380, CEP 86051-990, Londrina, Paraná. e-mail: [email protected]. 2Fundação ABC para Assistência e Divulgação Técnica Agropecuária. Monitoring environmental variables aiming to control asian soybean rust. O controle de doenças de plantas utiliza-se do conhecimento sobre o hospedeiro, patógeno e ambiente para evitar epidemias. Enquanto não são lançadas variedades com níveis significativos de resistência à ferrugem da soja (Phakopsora pachyrhizi Sid & P. Sid), torna-se importante o estudo e a definição de estratégias de manejo que influenciem a população do fungo e também o conhecimento das condições ambientais favoráveis ao progresso da doença. O controle químico, ferramenta que tem evitado reduções de produtividade na presença da doença, pode ser orientado de acordo com estas informações. Excelente trabalho vem sendo realizado pelo Consórcio Antiferrugem (Godoy, 2005), que reúne Instituições de Pesquisa, Fundações e Universidades de todo o país afim de dar indicativo da eficiência de produtos registrados para o controle da doença. Os estudos realizados pelo Consórcio também permitem refinamentos regionais para otimizar o número e intervalo de aplicações, onde, dependendo da safra e da região foram relatadas variações de uma a sete pulverizações, por ciclo vegetativo para se controlar a doença. EFEITO DO AMBIENTE O progresso da ferrugem sofre influência do ambiente e o monitoramento das variáveis ambientais pode orientar a tomada de decisão sobre medidas de controle. Marchetti et al. (1976) estudaram sob condições controladas o efeito da temperatura e duração do período de molhamento no processo de infecção. No Brasil, recentemente Alves et al. (2006) obtiveram resultados semelhantes utilizando-se isolados coletados no país. Canteri et al. (2005) utilizaram-se da informação sobre favorabilidade para infecção para mapear zonas de risco de epidemias para o Estado do Paraná. A determinação de regiões geográficas com condições mais favoráveis para ocorrência da ferrugem asiática da soja foi estimada através dos modelos matemáticos de infecção adaptados de Marchetti et al. (1976). A validação, feita de forma qualitativa e visual através da comparação dos mapas de ocorrência da ocorrência de ferrugem nas safras, desde 2002 até 2006, indicou acerto para a maioria das regiões, exceto para a região centro/sul do Estado do Paraná. Nesta região o processo infecção, simulado com dados de temperatura e molhamento não foram suficientes para explicar a epidemia ou a ausência da mesma. Explicações para o fato podem estar associadas ao maior período latente associado às temperaturas mais amenas observadas na região. Também pode-se utilizar outras variáveis ambientais na simulação. Um trabalho publicado recentemente, com análise de dados de 34 epidemias observadas no Brasil, permitiu concluir ser a chuva uma importante variável para determinar a severidade final das epidemias de ferrugem asiática, mais importante que a temperatura, e com potencial para previsão de níveis de epidemias (Del Ponte et al., 2006). Figura 1. Severidade de ferrugem asiática prevista pelo modelo descrito por Del Ponte et al. (2006), baseado em precipitação acumulada em período de 30 dias, para a região oeste do Estado do Paraná. indicava que caso o fungo estivesse presente desde 1999/2000 a região teria tido mais de 50% das safras com epidemias severas da doença. A vantagem de se utilizar a precipitação está associada à facilidade de obtenção dos dados quando comparados à necessidade de coletas horárias para monitorar temperatura e horas de molhamento. Como citado por Bergamin Filho (2006), a chuva provavelmente permite a perfeita sincronização para ocorrência da infecção por favorecer a liberação dos urediniósporos, fornecer água líquida para a germinação e sob condições tropicais manter a temperatura para infecção próxima ao ideal. Podese acrescentar a estes fatores o vento associado à ocorrência da chuva, favorecendo a disseminação da doença, além da nebulosidade que protege os esporos da radiação solar. CHUVA E RADIAÇÃO SOLAR Durante a safra 2004/2005 foi observada baixa precipitação pluviométrica na região de Londrina nos meses de fevereiro e março, respectivamente 26,5 e 69,5 mm. Ensaios conduzidos na Fazenda Escola da Universidade Estadual de Londrina receberam irrigação por aspersão para suprir a necessidade de água para a cultura da soja. O horário escolhido para a irrigação foi o final da tarde, com uma lâmina de água diária de 50 mm, visando assim prolongar o período de molhamento foliar e favorecer o progresso da doença. Mesmo sob condições que simulavam o efeito da chuva, em áreas sob semeadura tardia, com alta pressão de inóculo, a doença atingiu apenas cerca de 20% ao final do ciclo da cultura. A explicação para o fato pode estar no trabalho de Isard et al. (2006). Os autores constataram que a exposição à radiação solar reduz a germinação de esporos de P. pachyrhizi. Ou seja, a irrigação não substituiu a chuva no processo infeccioso da ferrugem asiática e o tempo sem nebulosidade pode ter esterilizado os esporos que estavam sobre as folhas. MONITORAR O CLIMA OU A POPULAÇÃO DO PATÓGENO? CHUVA Até o momento, dados relacionados à precipitação pluviométrica são os que melhor têm explicado epidemias de ferrugem da soja. Del Ponte et al. (2006) demonstraram a relação entre a precipitação acumulada durante 30 dias e a severidade máxima de ferrugem. Estes dados foram úteis para alertar os agricultores sobre a possibilidade de ocorrência de epidemias mais intensas na safra 2006/2007, na região Oeste do Estado do Paraná, o que realmente foi constatado após a conclusão da safra. A Figura 1 apresenta a estimativa de severidade da doença prevista pela precipitação acumulada. Vale lembrar que a barra correspondente a safra 2006/2007 não estava presente no início da safra e a experiência dos agricultores com as últimas três safras de soja havia sido de baixa severidade da doença. Ou seja, a região, depois de constatada a ferrugem asiática na safra 2001/2002 não havia presenciado condições climáticas favoráveis à doença, associada à presença do inóculo. Este estudo permitiu alertar aos agricultores que a safra 2006/2007 poderia não seguir o mesmo padrão de baixa quantidade de doença das três safras anteriores, pois a simulação Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 Qual dos dois fatores exerce maior influência sobre epidemias de ferrugem asiática? Segundo Bergamin Filho & Amorim (1996) as epidemias das doenças típicas de patossistemas tropicais são mais influenciadas pela quantidade de inóculo inicial do que pelo clima, ou seja, ao contrário de patossistemas temperados onde o clima é a principal variável que regula a velocidade e a quantidade final de doença, nos trópicos esta variável é o inóculo inicial. Bergamin Filho (2006) relata que P. pachyrhizi em soja apresenta características que permitem classificá-lo como um patossistema tropical. Neste caso, a redução da quantidade de inóculo inicial seria uma estratégia eficiente para manejar adequadamente a doença. Na última safra, 2006/2007 foram constatadas evidências da influência da população do patógeno sobre o progresso da ferrugem. Em Estados que adotaram o vazio sanitário, principalmente em Mato Grosso, houve atraso no início da epidemia quando comparado aos anos anteriores, reduzindo consideravelmente o número de pulverizações necessárias para controlar a doença (Siqueri, 2007, Informações pessoais). Este atraso pode ser atribuído à redução na quantidade do inóculo inicial no início S 65 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia da safra. Apesar da não exclusão de outros fatores que também podem ter contribuído para a menor severidade da doença, como a antecipação do plantio na região em cerca de 20 dias comparando-se às safras anteriores, além de um período seco em novembro, que pode ter contribuído para a redução na quantidade de inóculo. Outra evidência da influência da população do patógeno sobre o progresso da ferrugem pode ser obtida analisando-se o efeito de épocas de semeadura sobre o progresso da doença (Tabela 1). Tabela 1. Efeito da época de semeadura sobre a incidência de ferrugem asiática no estágio R3 e sobre a produtividade esperada. Londrina, 2005/2006. Época de semeadura Antecipada Normal Tardia Incidência (%) em R3 Redução na produtividade (%) 14% 22% 49% 36% 69% 62% Quando o clima no transcorrer da safra foi relativamente uniforme, semeaduras tardias apresentaram maior severidade da doença e maior redução na produtividade enquanto semeaduras antecipadas, com menor população de esporos do patógeno, apresentaram menor severidade e menor redução na produtividade. Estudos conduzidos por Igarashi (2006, Informações pessoais) demonstraram o incremento na quantidade de esporos coletados em armadilhas caça-esporos no transcorrer da safra. EVIDÊNCIAS E COMPROVAÇÕES Os trabalhos citados acima comprovam a relação do ambiente com epidemias de ferrugem asiática, porém em alguns casos apontam novas evidências que necessitam comprovação. Novas frentes estão abertas para demonstrar cientificamente a relação entre ambiente e epidemias de ferrugem e assim explicar o comportamento da doença. Torna-se importante delinear ensaios com boa metodologia para esclarecer pontos como: a) por que o monitoramento da chuva é mais importante do que o monitoramento da duração do período de molhamento associado à temperatura? O efeito é na disseminação? Na infecção? Devido à nebulosidade? Devido ao vento? ; b) a maior duração no período de incubação em regiões com clima úmido com temperaturas mais amenas pode explicar atrasos na epidemia? c) qual o real peso da quantidade de inóculo inicial e da favorabilidade climática (dias de chuva) para o progresso de epidemias? d) A doença realmente apresenta distribuição em agregado (focos) no início da safra e quando o clima está favorável há homogeneização de sua distribuição? e) Como utilizar de forma prática, no campo as informações sobre clima para controlar eficientemente a doença? Muitas das respostas podem ser dadas de forma empírica por analogia, porém a ainda há carência de comprovação científica em muitos itens citados acima. CONCLUSÕES Até o momento os trabalhos demonstraram que a chuva exerce forte influência sobre a epidemia de ferrugem asiática (Del Ponte et al., 2006). Previsões sobre o comportamento do clima na safra, principalmente em relação à chuva (”El niño”, “La niña”) auxiliam na definição das estratégias para o controle da doença. Porém não é apenas o clima ou o ambiente que regulam as epidemias da doença. A ferrugem asiática apresenta características de patossistema tropical (Bergamin Filho, 2006), sendo, portanto seu progresso fortemente influenciado pela quantidade de inóculo inicial, o que explica a grande variação na quantidade de doença em semeaduras antecipadas ou tardias e abre perspectivas de sucesso para o manejo da doença com a implementação do vazio sanitário. A Fundação ABC vem realizando um trabalho de monitoramento que envolve fitopatologistas e agrometeorologistas da Universidade Estadual de Londrina, Embrapa, Iapar, Fundação ABC, Simepar, Universidade Estadual de Ponta Grossa, além da iniciativa privada e outras instituições, desde a safra 2001/2002, com o apoio do CNPq, Fundação Araucária e FINEP. O monitoramento regional da presença do fungo, em conjunto com o monitoramento climático por uma rede de estações agrometeorológicas tem apresentado resultados satisfatórios para definir quando se torna necessário aplicar fungicidas eficientes para controlar a doença. S 66 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, S.A.M., FURTADO, G.Q., BERGAMIN FILHO, A. Influência das condições climáticas sobre a ferrugem da soja. In: Zambolim, L. (Org.). Ferrugem Asiática da Soja, Visconde do Rio Branco: Suprema Gráfica e Editora. 2006. pp. 37-59. BERGAMIN FILHO, A. & AMORIM, L. Doenças de Plantas Tropicais: Epidemiologia e Controle Econômico. Ceres, São Paulo. 1996. BERGAMIN FILHO, A. Epidemiologia comparativa: ferrugem da soja e outras doenças. In: Zambolim, L. (Org.). Ferrugem Asiática da Soja, Visconde do Rio Branco: Suprema Gráfica e Editora. 2006. pp. 15-35. CANTERI, M. G., CARAMORI, P., TSUKAHARA, R., SILVA, O. C., FARIA, R., GODOY, C. V. A system to map risk of infection by Phakopsora pachyrhizi for Parana State, Brazil. Phytopathology 95:S16: 2005. DEL PONTE, E.M., GODOY, C.V., LI, X., YANG, X.B. Predicting severity of Asian soybean rust epidemics with empirical rainfall models. Phytopathology 96:797-803. 2006. GODOY, C.V. Ensaios em rede para controle de doenças na cultura das soja. Safra 2004/2005. Londrina, Embrapa Soja, 2005. 183 p. ISARD, S. A., DUFAULT, N. S., MILES, M. R., HARTMAN, G. L., RUSSO, J. M., DE WOLF, E. D., MOREL, W. The effect of solar irradiance on the mortality of Phakopsora pachyrhizi urediniospores. Plant Disease 90:941-945. 2006. MARCHETTI, M. A., MELCHING, J. S., BROMFIELD, K. R. The effects of temperature and dew period on germination and infection by urediospores of Phakopsora pachyrhizi. Phytopathology 66: 461-463. 1976. SOYBEAN RUST RESISTANCE EVALUATION AND GERMPLASM SCREENING. Monte R. Miles1, Glen L Hartman1, Morris R. Bonde2 and Reid D. Frederick2, 1USDA-ARS, National Soybean Research Center, University of Illinois, Urbana, IL 61801, 2 Foreign Disease-Weed Science Research Unit, USDA-ARS, Ft. Detrick, MD, 21702, e-mail: [email protected]. Soybean rust resistance evaluation and germplasm screening Soybean rust, caused by Phakopsora pachyrhizi (H. Sydow & Sydow), occurs in all major soybean production areas of the world. Yield losses associated with this disease range from 40% to 60% with losses up to 80% in experimental plots (Hartman et al., 2005). In many areas the management of this disease has had an impact on soybean production, as current commercial varieties are considered to be susceptible and applications of fungicide have added an additional cost to production. Field evaluations in Taiwan and India identified soybean accessions that were resistant to P. pachyrhizi (Bromfield, 1984). Four single dominant genes identified as Rpp1 (Hartwig and Bromfield, 1983; McLean and Byth, 1980), Rpp2 (Bromfield and Hartwig, 1980; Hartwig and Bromfield, 1983), Rpp3 (Bromfield and Hartwig, 1980; Singh and Thapliyal, 1977), and Rpp4 (Hartwig, 1986) have been reported to confer resistance. However, each of the four genes condition resistance to a limited set of specific P. pachyrhizi isolates (Bonde et al., 2006; Bromfield et al., 1980). There are three reactions associated with soybean rust: the two resistant reactions, immune (I) and reddish-brown (RB) lesions, and the susceptible tan (TAN) lesions (Bromfield, 1984; Bromfield and Hartwig, 1980). The immune reaction, where no visible symptoms are observed, has only been reported with Rpp1 when inoculated with a few isolates, including India 73-1 (Bonde et al., 2006; Bromfield, 1984). These single gene sources have not been durable when used in commercial cultivars and have not been effective when challenged with additional isolates of P. pachyrhizi ( Bonde et al., 2006; Hartman et al., 2005). The United States Department of Agriculture–Agricultural Research Service (USDA-ARS) Soybean Germplasm Collection was evaluated for resistance to soybean rust by inoculating seedlings with a mixture of four P. pachyrhizi isolates in the USDA-ARS Foreign Disease-Weed Science Research Unit (FDWSRU) Biosafety Level 3 containment greenhouses (Miles et al., Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia 2006). Severity was evaluated on a 1 to 5 scale, where 1 = an immune reaction, no visible symptoms, 2 = light infection with few lesions present, 3 = moderate infection, 4 = severe infection, and 5 = very severe infection. Lesion types were also recorded as RB, TAN or Mixed (both RB and TAN on the same leaflet). The evaluation was performed using two stages, an un-replicated preliminary evaluation followed by a second replicated evaluation. In the preliminary evaluation over 16,0000 cultivars and accessions were screened as single plant entries in sets of 800 to 1100 accessions. The plants were inoculated with a mixture of four isolates of P. pachyrhizi collected in 2001 from Brazil, Paraguay, Thailand and Zimbabwe. There were 3,512 accessions with severity scores less than 2 or with RB lesions that were included in the second-tier evaluation. In the second-tier evaluation, sets consisted of 300 to 340 accessions that were evaluated using three replications. Mean severity for these accessions ranged from 1.0 to 5.0 with the majority falling between 3.0 and 3.6. Eight hundred and five accessions were selected for further evaluation, based on low mean visual severity assessment or the presence of an RB reaction in the seedling assay (Fig 1). Among these accessions were 486 that produced RB or mixed lesion types, and 319 accessions that produced the TAN lesion type. Of the accessions with RB lesions, 321 had a severity of greater than 3.0, while most of the accessions with the TAN lesion type had severity ratings from 2.0 to 2.9. Five hundred thirty soybean accessions from maturity groups (MG) III through IX, selected as potential sources of resistance to soybean rust in greenhouse seedling screens were evaluated for rust resistance in a replicated field trial at Centro Regional de Investigación Agrícola in Capitán Miranda, Itapúa, Paraguay during the 2005-06 growing season. The accessions were blocked by maturity and planted in 1 m plots with 1 m alleys with a pair of inoculated spreader rows of a susceptible cultivar every 10 rows. Maturity groups were evaluated at the beginning of pod development, then again after pods and seed were fully developed. The mean soybean rust severities of the accessions ranged from 1.0 (resistant) to 9.0 (susceptible) and tended to be normally distributed, with higher severity in the second evaluation. There were 18 of 249 accessions with mean severities of 4.0 or less in MG VI, VII, VIII, and IX. In MG III, IV and V, evaluated later in the growing season, there were 43 of 277 accessions with a mean severity of 4.0 or less after the second evaluation. These accessions may be candidates to identify partial resistance to soybean rust. The observation of the resistant RB lesions within individual accessions was inconsistent in the 2005-06 assessment. Ten accessions with severities of 2.0 or less on the first assessment date were subsequently evaluated in greenhouse and field trials in the 2006-07 seasons (Table 1). PI 587886 and PI 594754 were rated as Immune in the 2005-06 field evaluations, since no soybean rust uredinia were found on any of the trifoliates evaluated. However, RB lesions with little or no sporulation were observed on both accessions in the subsequent evaluations. Low soybean rust severities and RB lesions with reduced sporulation were observed in the subsequent greenhouse and field evaluations of PI 567099A, PI 567102B, PI 567145C, PI 587880A, PI 594760B, PI 594767, and PI 605779E. Table 1. Soybean rust severity, lesion type and sporulation level of ten accessions selected for low severity in the adult plant field evaluation at Centro Regional de Investigación Agrícola, Capitán Miranda, Itapúa, Paraguay during the 2005-06 growing season when re-evaluated in the greenhouse and field screens during the 2006-07 growing season. a. Greenhouse seedling assessments made on the first and second trifoliates of six plants, 14 days after inoculation. b. Field evaluation from four replications, with assessments made on 5 trifoliates sampled from mid-canopy after pods and seed were fully developed. c. Assessments were made using a 1 to 9 scale with 1 indicating no soybean rust present, 2 = 1-30 lesions per leaflet, 3 = 31-75, 4 = 76-150 lesion per leaflet, up to 1% of the leaf surface affected, 5 = 151-300 lesions per leaflet, up to 2.5% of the surface affected, 6 = 301-750 lesions per leaflet, up to 5 % of the surface affected, 7 = 751-1500 lesions per leaflet, up to 10% of the lesions affected, 8 = 1501-3000 lesions, up to 20% of the leaf surface affected and 9 = over 3000 lesions per leaflet and over 20% of the leaf surface affected. Individual lesions were not counted, but samples were compared to a prepared figure that had known counts. d. Lesion type classified as the resistant reddish-brown lesion (RB), the susceptible tan colored lesion (TAN), where both RB and TAN lesions were observed on an individual leaf the reactions was mixed (MIX). e. Sporulation within lesions was evaluated on a 1 to 5 scale with a rating of 1 = no sporulation, 2 = sporulation equal to 25% of a fully sporulating susceptible TAN lesion, 3 = sporulation equal to 50% of a fully sporulating susceptible TAN lesion, 4 = sporulation equal to 75% of a fully sporulating susceptible TAN lesion and 5 = sporulation equal to a fully sporulating TAN lesion. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 S 67 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia Partial resistance to P. pachyrhizi, also referred to as rate reducing resistance, has been described in soybean (Wang and Hartman, 1992). In field evaluations in Asia and India, accessions were identified as moderately resistant that had fewer lesions when compared to accessions identified as susceptible (Bromfield, 1984; Hartman et al., 2005; Wang and Hartman, 1992). In greenhouse evaluations, the soybean - P. pachyrhizi combinations that resulted in RB reactions tended to have longer latent periods, lower rates of increase in pustule number over time, and smaller lesions compared with combinations that resulted in a TAN reaction (Bromfield, 1984; Marchetti et al., 1975). Average number of uredinia per lesion and average uredinia diameter were used to compare the virulence of P. pachyrhizi isolates from Asia, Africa and South America on soybean accessions containing the known Rpp genes (Bonde, et al., 2006). Uredinia size ranged between 70 and 152 μm while the number of uredinia per lesion ranged between 0 and 5.3. Combinations of soybean accessions and P. pachyrhizi isolates that resulted in RB lesions tended to produce smaller and fewer uredinia per lesion, 14 days after inoculation, compared to combinations that resulted in TAN lesions (Table 2). RB lesions, in addition to being reddish brown, were sometimes dark chocolate brown, or even light brown. Whereas RB lesions generally had sparse sporulation, there were a few instances in which RB lesions sporulated prolifically. These lesions were identified as intermediate and indicate that there is a spectrum of lesion types between RB and TAN. The Immune reaction was observed with Komata (PI 200492) when inoculated with the isolates Australia 791 and India 73-1 as previously reported (Bromfield et al., 1980) and Hawaii 94-1. The immune reaction was also observed on ‘Tainung 4’ with the same isolates. Komata is one parent of ‘Tainung 4’ (Chan et al., 1971). Uredinia size and number per lesion, combined with areaunder-disease-progress curves for the number of sporulating lesions, should be useful traits for identifying soybean accessions with partial resistance to P. pachyrhizi. BROMFIELD, K. R. 1984. Soybean Rust. Monograph No. 11. American Phytopathological Society, St. Paul. BROMFIELD, K. R., & HARTWIG, E. E. 1980. Resistance to soybean rust [Phakopsora pachyrhizi] and mode of inheritance. Crop Sci. 20:254-255. BROMFIELD, K. R., MELCHING J. S., & KINGSLOVER, C. H. 1980. Virulence and aggressiveness of Phakopsora pachyrhizi isolates causing soybean rust. Phytopathology 70:17-21. CHAN, K. L., CHENG, Y. W., & CHEN, S. H. 1971. The breeding of ‘Tainung 4’ soybean. J. Taiwan Agric. Res. 20:1-15. HARTMAN, G. L., MILES M. R., & FREDERICK, R. D. 2005. Breeding for resistance to soybean rust. Plant Dis. 89:664-666. HARTWIG, E. E. 1986. Identification of a fourth major gene conferring resistance to soybean rust. Crop Sci. 26:1135-1136. HARTWIG, E. E., & BROMFIELD, K. R. 1983. Relationships among three genes conferring specific resistance to rust in soybeans. Crop Sci. 23:237-239. MCLEAN, R., & BYTH, D. E. 1980. Inheritance of resistance to rust (Phakopsora pachyrhizi) in soybean. Aust J. Agric. Res. 31:951-956. MILES, M. R., FREDERICK, R. D., & HARTMAN, G. L. 2006. Evaluation of soybean germplasm for resistance to Phakopsora pachyrhizi. Plant Health Progress: doi:10.1094. PHP-2006=0104-01-RS. SINGH, B. B., and THAPLIYAL, P. N. 1977. Breeding for resistance to soybean rust in India. p. 62-65. In R. E. Ford and J. B. Sinclar (ed.) Rust of soybeans, the problem and research needs. Int.Agric.Pub., INTSOY Ser. No. 12, Univ. Illinois, Urbana. WANG, T. C., & HARTMAN, G. L. 1992. Epidemiology of soybean rust and breeding for host resistance. Plant Protection Bulletin (Taiwan) 34:109-124. LITERATURE CITED BONDE, M. R., NESTER S. E., AUSTIN, C. N., STONE, C. L., FREDERICK, R. D., HARTMAN, G. L., & MILES, M. R. 2006. Evaluation of virulence of Phakopsora pachyrhizi and P. meibomiae isolates. Plant Dis. 90:708-716. Table 2. Numbers of uredinia per lesion, uredinia diameters, urediniospore production area per lesion, and reaction types for two isolates of Phakopsora pachyrhizi. a. Mean of 25 lesions (uredinia/lesion) and 50 uredinia (uredinia diameter), from leaflets excised 14 days after inoculation, fixed, cleared, stained in 0.01 % cotton blue in lactophenol, and examined microscopically (10X) to determine numbers and diameters of uredinia. b. Reaction evaluated 14 days after inoculation, TAN = susceptible tan reaction, RB = resistant reddish-brown reaction, MIX = TAN and RB on the same leaflet and INTER = intermediate reaction, between TAN and RB. S 68 Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia 14/08/2007 | Tarde Sessão C1: Produção Integrada e o Manejo de Doenças PRODUÇÃO INTEGRADA NO BRASIL – ESTADO DA ARTE. José Rozalvo Andrigueto1, Luiz Carlos B. Nasser1, José Marurício A. Teixeira1, G. Simon1. 1Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Coordenação Geral de Sistemas Produção Integrada e Rastreabilidade, Departamento de Sistemas de Produção e Sustentabilidade, Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, Esplanada dos Ministérios, Bloco “D”, Ed. Anexo B, Sala 130 – Brasília – DF – Brasil, CEP 70.043-900 Telefone: (0xx61) 3218 2390 – 3225 4538, Fax: (0xx61) 3323 5053. e-mail: jrozalvo@agricultura. gov.br, [email protected], [email protected], [email protected]. Integrated production in Brazil – State of Art. HISTÓRICO DA PRODUÇÃO INTEGRADA Em 1954 pesquisadores norte americanos publicaram um artigo sobre “Controle de insetos e balanço da natureza”, incorporando uma nova visão no controle de pragas, reação contra o uso de agrotóxicos com base em calendários, onde se utilizava produtos com amplo espectro de ação, e em doses crescentes devido ao aparecimento de resistências por parte das pragas e doenças. O conceito do Controle Integrado de Pragas foi definido em 1959, combinando para isto medidas de controle químico e biológico. Com a publicação do livro “Primavera Silenciosa” em 1962 a bióloga e jornalista Rachel Carson descreveu a situação da produção e utilização de agrotóxicos na agricultura da América do Norte, a qual resultava em contaminação ambiental, humana e desequilíbrio ecológico mundial. Estas iniciativas acarretaram uma grande discussão e preocupação da sociedade e entidades governamentais no sentido de estabelecer critérios para a correta utilização dos agrotóxicos na agropecuária e a necessidade de pesquisar, desenvolver e implementar novas tecnologias buscando o manejo integrado de pragas e doenças.A Proteção Integrada ou Manejo Integrado de Pragas – MIP popularizou-se na década de 70 nos EUA, Canadá, Austrália e Europa Ocidental, sendo que no período de 1967 a 1974 a FAO formulou as bases para entendimento do conceito atual do sistema de manejo integrado de pragas e doenças como a combinação de técnicas aplicadas de forma compatível e com a visão global dos problemas fitossanitários em uma determinada área e espécie de planta cultivada. Desta forma, a partir deste esforço, o termo “Manejo Integrado de Pragas – MIP” foi consolidado e difundido no mundo. No ano de 1977 técnicos europeus, sob influência de ações da FAO, fundaram a Organização Internacional de Luta Biológica – OILB, na cidade Suíça de Ovrannaz, e estabeleceram as diretrizes iniciais da Produção Agrícola Integrada. A partir de 1980, com a difusão do termo Agricultura Sustentável, surgiu na Europa nos anos 90 o conceito atualmente aceito de Produção Integrada e as primeiras “Normas Técnicas de Produção Integrada”. Em Lisboa, a realização de um curso sobre sistemas sustentáveis de produção agrícola gerou a publicação em 1982 do livro “Introdução a Proteção Integrada”, o qual serviu como guia para o desenvolvimento e orientação de atividades em Produção Integrada. Após 20 anos da declaração de Ovrannaz - Suíça, em 1998, integrantes da OILB publicaram o artigo “Integrated Production In Europe, 20 years After The Declaration of Ovrannaz”, analisando a história da Produção Integrada na Europa, os métodos e dificuldades para a sua efetiva aplicação. Países da Comunidade Européia como Espanha, França, Itália, dentre outros, apoiados nos preceitos da OILB, desenvolveram o conceito de Produção Integrada, visando atender as exigências dos consumidores e das cadeias de distribuidores e supermercados, em busca de alimentos sadios e com ausência de resíduos de agrotóxicos, ambientalmente corretos e socialmente justos, motivados por ações de órgãos de defesa dos consumidores. Recentemente, a Lei de Bioterrorismo estabelecida nos EUA (junho/2002), em resposta à possibilidade de uso de alimentos como via de contaminação microbiológica/química, estabeleceu uma série de rigorosas regras para comercialização e importação de alimentos destinados ao uso humano e animal. A introdução dessas contaminações pode ocorrer em Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 qualquer etapa da cadeia alimentar, tornando-se essencial à existência de um controle adequado ao longo da mesma. Em novembro de 2005, a Missão DG Sanco da União Européia visitou os sistemas produtivos da maçã – SC, RS, PR e do mamão – ES, BA, com o objetivo de conhecer o programa de controle oficial do governo brasileiro para garantir a rastreabilidade e a inocuidade destas frutas exportadas para a Europa. Essa missão ao conhecer áreas sob Sistema de Produção Integrada de Frutas - PIF verificou os procedimentos adotados e concluiu que os mesmos eram suficientes para cumprir as exigências da União Européia, que atualmente é o maior cliente brasileiro de frutas frescas e derivados. Em outubro de 2006, o Ministro da Agricultura recebeu a visita do Comissário Europeu para Assuntos Sanitários e Segurança do Consumidor, o qual também frisou as exigências quanto á rastreabilidade e inocuidade dos produtos agropecuários exportados para o mercado europeu, assegurando que em 2007 serão auditadas as cadeias produtivas de frutíferas, carnes, mel, pescados, e outros vegetais, sendo que as principais preocupações são contaminações/resíduos de hormônios, medicamentos de uso veterinário, agrotóxicos e micotoxinas. 2 – Situação atual da Produção Integrada No estágio atual, o Sistema PIF já atingiu a consolidação de 14 espécies frutíferas em 16 Estados da Federação, estando em andamento 23 projetos de fruticultura com o envolvimento de aproximadamente 500 instituições públicas e privadas, destacando a participação e parcerias de instituições, tais como: EMBRAPA, CNPq, INMETRO, Universidades, Instituições Estaduais de Pesquisa, SEBRAE, SENAR, CEAGESP, Associações de Produtores, Cooperativas, Certificadoras, entre outros. Os projetos PIF em andamento em vários ecossistemas do Brasil colaboraram com o Ministério do Meio Ambiente/MMA, para junto a FAO, aprovar recursos para Brasil desenvolver o projeto “Conservação e Manejo de Polinizadores para a Agricultura Sustentável através de uma Abordagem Ecossistêmica”. A nova Instrução Normativa nº 38, de 17/11/2006, publicada em 20/11/2006 no DOU, da Secretaria de Defesa Agropecuária que regulamenta o Certificado Fitossanitário de Origem - CFO, base técnica e legal para a emissão da Permissão de Trânsito Vegetal - PTV, que por sua vez embasa a emissão do Certificado Fitossanitário para exportação, reconheceu os documentos de acompanhamento (cadernos de campo e pós colheita) da Produção Integrada de Frutas - PIF como equivalentes ao Livro de Registro utilizado pelo do Responsável Técnico pela emissão do CFO, ou seja, o produtor que estiver sob sistema PIF terá reconhecido seus controles de caderno de campo e pós colheita como suficientes para a emissão do CFO pelo Responsável Técnico da produção, não necessitando de outros controles. Para a adequação da comercialização e pós-colheita das frutas dentro dos princípios e normas da PIF estão sendo implementados dois projetos sobre Logística e Manejo Pós-Colheita (Embrapa/RS) e Logística de Comercialização (CEAGESP – Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). Em 2006 houve um aumento de 4.889 ha (incremento de 35.000 ha para 39.889 ha de área total) de área sob regime PIF, com 1.521 produtores envolvidos diretamente com a produção total de 1.065.527 toneladas de frutas. Dentre outros benefícios do PI Frutas podemos comprovar o aumento da produtividade, a alta qualidade da fruta produzida, diminuição do uso de fertilizantes em até 40%, economia do uso da água na irrigação em até 50%, aumento de infiltração de água no solo e conseqüente elevação do lençol freático, diminuição dos processos erosivos, incremento na diversidade e população de inimigos naturais das pragas e doenças e manutenção das áreas de reservas naturais. O Brasil possui seu Marco Legal da Produção Integrada composto de Diretrizes Gerais e Normas Técnicas Gerais para a Produção Integrada de Frutas regulamentadas por intermédio da Instrução Normativa Nº 20, de 20/09/2001, publicada no Diário Oficial da União-DOU, no dia 15 de outubro de 2001, Regulamento de Avaliação da Conformidade-RAC, Definições e Conceitos-PIF, Regimento Interno da Comissão Técnica-CTPIF, Formulários de Cadastro-CNPE e outros componentes de igual importância, documentos S 69 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia estes, resultantes da parceria entre o MAPA e o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). As Normas Técnicas Específicas para várias espécies frutíferas (maçã, uva de mesa, manga, mamão, caju, melão, pêssego, citros, coco, banana, figo, maracujá, caqui e goiaba) já foram concluídas e publicadas pelo MAPA no Diário Oficial da União-DOU, tornando-as institucionalizadas e aplicáveis para implantação. A próxima fruta a ser validada e pólos consolidados nesse 2007 é o abacaxi. O efeito econômico da racionalização das intervenções químicas no sistema PIF pode ser referenciado principalmente no ano de 2002, pela diminuição da freqüência na aplicação de ditiocarbamatos em 8.660 ha de cultura de maçã, onde se registrou a redução do montante de aplicação de 600 toneladas, que ao custo de R$ 15,00/kg representa a significativa economia de R$ 9 milhões, sem considerarmos os efeitos relacionados com a preservação de recursos naturais como a água, ar, solo e a biodiversidade. A produção integrada de frutas garantiu racionalização de agrotóxicos em diversas frutas (Tabela 1). Os Selos de Conformidade, contendo códigos numéricos, além de atestarem o produto originário de PIF ao serem aderidos às embalagens das frutas, possibilitam a toda cadeia consumidora obter informações sobre: (i) procedência dos produtos; (ii) procedimentos técnicos operacionais adotados; e (iii) produtos utilizados no processo produtivo, dando transparência ao sistema e confiabilidade ao consumidor. As frutas poderão ser identificadas desde a fonte de produção até o seu destino final, a comercialização. O modelo preconizado e consolidado da Produção Integrada de Frutas – PIF foi utilizado como referência pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, através da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo /Departamento de Sistema de Produção e Sustentabilidade/DEPROS, para instituir o Sistema Agropecuário de Produção Integrada - SAPI. O Sistema Agropecuário de Produção Integrada-SAPI, coordenado pelo MAPA, tem como meta o estabelecimento de Normativas Reguladoras de Produção Integrada no Brasil, baseado na aplicação de Normas de Controle e Certificação de terceiro porte (ISO 65) e no estabelecimento dos Regulamentos da Produção Integrada, unificando e padronizando o sistema para todo o Território Nacional. A implantação do SAPI será gradual e estruturada com a efetiva participação dos agentes envolvidos na cadeia produtiva. O principio básico que rege o SAPI está amparado numa gestão participativa por meio de parcerias públicas e privadas na implantação de Boas Práticas Agrícolas, de Fabricação e de Higiene, na construção, elaboração e desenvolvimento de Normas Técnicas adotadas de comum acordo entre os agentes de pesquisas e ensino, órgão Federais e Estaduais, extensão rural e assistência técnica, produtores, empresários rurais, associações de produtores, cooperativas e agroindústrias. A Produção Integrada está sendo implementada nos pólos de produção utilizando uma metodologia de projetos pilotos instalados em propriedades rurais das diversas cadeias produtivas, sob coordenação de pesquisadores/professores de instituições governamentais, contando para isto com a parceria firmada entre o MAPA e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Científico – CNPq, sendo os recursos financeiros oriundos do MAPA e disponibilizados ao CNPq, que contrata os projetos junto aos coordenadores, sob supervisão geral do MAPA/ CNPq. Nestes projetos estão envolvidas equipes multidisciplinares de suporte tecnológico, constituídas através de um comitê que elabora as normas técnicas de produção, as quais são testadas, validadas e aplicadas em propriedades selecionadas. Neste sistema são utilizadas as melhores e mais adequadas tecnologias agropecuárias, buscando a racionalização de produtos agroquímicos, o monitoramento da água, do solo, do ambiente, da cultura ou espécie, da pós-colheita e a necessária implantação de registros em todas as fases de produção para a obtenção da rastreabilidade. Além dos projetos de PIF estão implantados e em andamento os projetos de Produção Integrada de Soja no Paraná; Arroz Irrigado no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins; Café Arábica em Minas Gerais; Amendoim em São Paulo, Ceará e Paraíba; Tomate Indústria em Goiás e Minas Gerais; Tomate Mesa no Espírito Santo; Batata em Minas Gerais; Bovinos de Leite no Paraná; Bovinos de Corte no Mato Grosso do Sul e São Paulo; Bovino de Corte (Integração Lavoura/Pecuária) em Goiás, Caprinos/ Ovinos no Ceará e Apicultura em Santa Catarina. Especificamente no Estado do Paraná estão em andamento os projetos de Produção Integrada de Pêssegos e Ameixas, Produção Integrada de Uva, Produção Integrada de Bovinocultura de Leite, Produção Integrada de Soja e Produção Integrada de Citros. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ABPM. Informações sobre a situação da PIM e comercialização de maçãs em PIF - com selo de qualidade. 2003. AGROBRASIL, Revista. Balanço Brasileiro do Agronegócio 2004. ALMANAQUE RURAL nº 5 ANO II 2004. ANDRIGUETO, J. R.; KOSOSKI, A. R. (Org.). Marco Legal da Produção Integrada de Frutas do Brasil. Brasília, DF: MAPA-SARC, 2002. 60p. ANDRIGUETO, J. R.; KOSOSKI, A. R. (Org.). Artigos e Publicações nos mais diversos meios de comunicação escrita e falada. 2002/03/04. Brasília/ DF. MAPA. ANDRIGUETO, J. R.; KOSOSKI, A. R. (Org.). Documento de Estruturação e Composição da Política de PI e do Sistema Agropecuário de Produção Integrada. 2004/05. Brasília/DF. MAPA. ANDRIGUETO, J. R; NASSER,L.C.B; TEIXEIRA,J.M.A. Avanços da Produção Integrada no Brasil, Vitória/ES, 2006. Anais do V Seminário Brasileiro de Produção Integrada de Frutas. ANDRIGUETO, J. R; NASSER,L.C.B; TEIXEIRA,J.M.A. Produção Integrada de Frutas: Conceito, Histórico e a Evolução para o Sistema Agropecuário de Produção Integrada - SAPI, In: Agronegócio e Exportação, Fortaleza/CE, 2006. 13ª Semana Internacional da Fruticultura, Floricultura e Agroindústria – FRUTAL 2006. ANDRIGUETO, J. R;NASSER,L.C.B; TEIXEIRA,J.M.A. Sistema Agropecuário de Produção Integrada, Joinville/SC, 2006. Anais do XVII Reunião Internacional ACORBAT. RAMON, R.C.; Introdución a la Produción Integrada. Editora Phitoma. 2004 Tabela 1. Indicadores de Racionalização do Uso de Agrotóxicos em percentagem de redução dos projetos da PIF. Fonte: DEPROS/SDC/MAPA-18/12/2006 S 70 Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia MANEJO DAS DOENÇAS DA VIDEIRA NO SISTEMA DE PRODUÇÃO INTEGRADA. Lucas da R. Garrido1; Mirtes Freitas de Lima2 & Paulo Roberto Coelho Lopes2. 1Embrapa Uva e Vinho. CP 130, Rua Livramento 515, Bento Gonçalves, RS, 95700-000, E-mail: [email protected]; 2 Embrapa Semi-Árido. CP 23, Rodovia BR 428, Km 152, Petrolina, PE, 56302970. E-mail: [email protected] . Grapevine Disease Control for the Integrate Yield System. A viticultura tropical vem se expandindo em várias regiões do Brasil apresentando características que a diferem da praticada nas regiões temperadas. O texto a seguir apresenta e discute as principais características de duas regiões produtoras de uvas finas de mesa, a do Norte do Paraná e a de Petrolina, PE / Juazeiro, BA. Embora distantes apresentam similaridades quanto as cultivares plantadas e a certas práticas de manejo adotadas. Diferenças também são observadas como, por exemplo, o destino da produção e a importância de certas doenças em cada região. A região produtora de uva fina de mesa do Norte do Paraná, apresenta uma área de aproximadamente de 3000 ha, com aproximadamente 1884 produtores e uma produção de 49.177 t. Encontra-se situada acima do paralelo 23ºS, caracterizando-se como uma região vitícola tropical, com possibilidade de duas safras anuais. O clima da região apresenta temperatura máxima, mínima e média de 27,6ºC, 15,3ºC e 20,7ºC, respectivamente, umidade relativa média anual de 73% e precipitação anual de 1596 mm, distribuídas ao longo do ano com concentração maior de chuvas nos meses de outubro a abril. Os vinhedos são instalados sob Latossolo roxo e Nitossolos. Os municípios de Marialva e Uraí apresentam área plantada de 1350 e 175 ha, respectivamente. As principais cultivares plantadas são do grupo Itália (Itália, Rubi, Benitaka, Brasil), além de novos plantios de cultivares de uvas sem sementes (BRS Clara e BRS Morena). Os principais destinos da produção são a Ceagesp, Ceasas e redes de supermercados. Os vinhedos da região estão sujeitos ao ataque de diversos fungos fitopatogênicos, os quais reduzem a quantidade e a qualidade da uva produzida, podendo em muitos casos, inviabilizar a cultura. As principais doenças fúngicas da videira encontradas são: míldio (Plasmopara viticola); oídio (Uncinula necator); antracnose (Elsinoe ampelina), escoriose (Phomopsis viticola); podridão cinzenta da uva (Botrytis cinerea); podridão da uva madura (Glomerella cingulata); mancha das folhas (Pseudocercospora vitis), podridão descendente (Botryodiplodia theobromae) e a ferrugem (Phakopsora euvitis). Dentre estas, o míldio da videira é considerado a doença mais importante, apresentando os maiores danos e perdas, quando não controlada adequadamente, principalmente durante a safrinha (janeiro a maio). O míldio também é responsável pelo maior número de pulverizações e gastos com o controle, enquanto que durante a safra (agosto a dezembro) a doença ocorre com menor intensidade. As principais dificuldades existentes quanto ao manejo das doenças nos vinhedos do Norte do Paraná, tanto nas áreas de produção integrada quanto produção convencional, residem nos seguintes aspectos: • Alta precipitação pluviométrica durante a safrinha, comprometendo a eficácia dos fungicidas aplicados; • Provável existência de isolados de Plasmopara viticola resistentes a determinados fungicidas utilizados; • Escalonamento da poda proporcionando tecido verde suscetível durante a safra toda; • Alto retorno financeiro do produto em relação ao custos com o controle; • Existência de tecnologia de aplicação deficitária em algumas propriedades; • Pouca organização dos produtores visando superação de problemas comuns; • Presença de pequenas propriedades com pouco capital para investimento; • Riscos de ocorrência de danos severos da doença; O manejo integrado das doenças da videira é parte integrante das Boas Práticas Agrícolas e também da Produção Integrada procurando lançar mão dos diferentes métodos de controle como os químicos, físicos Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 e biológicos para reduzir populações de patógenos e minimizar seus danos econômicos. Para um bom manejo o técnico deve conhecer o ciclo de vida dos patógenos, os isolados que ocorrem na região, o comportamento do hospedeiro frente aos patógenos e a magnitude do efeito do ambiente sobre ambos. Com base nestes conhecimentos, ajusta-se os métodos de controle a fim de otimizar o seu efeito conjunto. Para que se reduzam as condições favoráveis ao desenvolvimento dos principais fungos que atacam a videira, algumas medidas tem sido recomendadas como: a escolha do local (exposição solar, aeração e insolação, proteção de ventos, inclinação do terreno); a seleção de cultivares (adaptação, resistência a doenças e estado sanitário); sistemas de condução e espaçamento (teor de umidade do ambiente, sistemas de sustentação alto, aeração e insolação); distribuição dos ramos; vigor da cultivar; sistematização do plantio de cultivares; limpeza do vinhedo, poda verde, poda seca, monitoramento; escolha do momento da aplicação e a escolha dos produtos para controle. Nem todas as variáveis são passíveis de escolha, devido a falta de opções mais adequadas. Entretanto isto deve ser restrito a poucas variáveis, a fim de que não se perca o controle do sistema. O monitoramento das doenças e das pragas é uma ferramenta chave para o acompanhamento da evolução das mesmas, correlacionando com as condições meteorológicas. O que se propõe é um rígido acompanhamento do vinhedo a fim de determinar o momento a partir do qual os fungicidas ou produtos alternativos devem ser aplicados. Uma vez identificada a necessidade da aplicação de determinado fungicida, recomenda-se a escolha por produtos menos tóxicos e a utilização correta da tecnologia de aplicação. Esse último é um fator que vem sendo negligenciado na maioria dos casos. Um dos objetivos do programa de melhoramento genético da videira conduzido pela Embrapa Uva e Vinho, é o desenvolvimento de cultivares de uvas sem sementes com resistência a doenças, em especial o míldio. Entretanto, enquanto não se encontram disponíveis materiais com alto nível de resistência, a adoção do cultivo protegido pode representar uma grande avanço para a região, reduzindo significativamente a necessidade de pulverizações com fungicidas e conseqüentemente, redução do impacto ambiental causado pelos mesmos, com melhoria da qualidade da uva produzida. Avanços no controle das doenças da videira foram obtidos nos últimos anos graças a iniciativa de técnicos locais que participaram de treinamentos, desenvolveram ações de pesquisa paralela às atividades de assistência, incluíram nas recomendações produtos menos tóxicos como os fosfitos de potássio, a utilização de fungicidas mais eficazes em rotação visando minimizar o surgimento de resistência de fungos à fungicidas, estão monitorando doenças e pragas e adotaram práticas como o chapéu chinês para reduzir o molhamento dos cachos. Já o Submédio do Vale São Francisco, compreendendo o pólo Petrolina-PE/Juazeiro-BA, é a principal região produtora e exportadora de uvas finas de mesa do Brasil. As suas condições edafoclimáticas aliadas à irrigação e à intensificação das técnicas de cultivo favoreceram a expansão da viticultura, propiciando a obtenção de 2 safras/ano e colheita em qualquer época, além de produtividades elevadas e frutos de alta qualidade, competitivos nos mercados interno e externo. A área plantada com uva nesta região é de cerca de 10.000 ha, dos quais 90% encontram-se em fase de produção. As principais variedades são Itália (incluindo as suas mutações: Benitaka, Brasil e Itália melhorada), Red Globe e as variedades apirênicas Superior, e Thompson. A produtividade média fica em torno de 22 t/ha/safra podendo chegar a 50 t/ha/safra. A região participa das exportações brasileiras de uvas finas de mesa, contribuindo com 95% do total exportado. O clima da região é semi-árido, com temperaturas médias mensais de 24,2º a 28,1ºC, que estão compreendidas dentro do intervalo ótimo ao cultivo de uvas de mesa, que é de 20º-30º C. As médias mensais de temperatura máxima e de mínima estão entre 29,3-33,8ºC e 18,0-22,1ºC, respectivamente. Julho é o mês mais frio do ano e outubro o mais quente. As médias mensais de umidade relativa variam de 52% em outubro a 70%, em abril. A região possui baixo regime de chuvas com média anual de 400-550 mm e o período chuvoso está compreendido de novembro a abril. A região recebe alta luminosidade em 300 dias do ano, totalizando 3.000 h de sol. Os solos são apresentam baixa fertilidade e baixos teores de matéria orgânica, nitrogênio e fósforo, e com menor freqüência, de cálcio, magnésio e potássio. O cultivo da uva é feito em solos com diferentes características fisico-químicas como latossolo vermelho amarelo, podzólico vermelho amarelo, vertissolo, bruno não cálcico, areias quartzosas e solos aluviais, nos quais altas produtividades S 71 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia podem ser obtidas dependendo da tecnologia utilizada. No período chuvoso, os problemas fitossanitários são verificados quando a umidade relativa média mensal é maior que 65%. As principais doenças são a morte descendente - Lasiodiplodia theobromae (Pat.) Griffon & Maubl.; o míldio - Plasmopara viticola (Berk. & Curtis) Berrl & de Ton; a antracnose - Elsinoe ampelina (de Bary) Shear; o mofo cinzento - Botryotinia fuckeliana (de Bary) Whetzel; o oídio - Uncinula necator (Schw.) Burr.; a ferrugem - Phakopsora euvitis Ono; e o cancro bacteriano - Xanthomonas campestris pv. viticola (Nayudu) Dye. A morte descendente ocorre, principalmente, em plantas submetidas a estresse, condição que as predispõe à infecção. A incidência da doença pode ser bastante variável, com registro de 6-100% em plantas das variedades Festival e Itália. O míldio, a antracnose e o mofo cinzento são doenças mais freqüentes no primeiro semestre, quando temperaturas amenas e alta umidade relativa são registradas. Para o míldio, os maiores prejuízos são verificados em plantas infectadas nos estádios de desenvolvimento vegetativo e de floração. O mofo cinzento ocorre em parreirais com alta densidade de copa e reduzida aeração. Em variedades suscetíveis e sob condições favoráveis à infecção, as perdas na produção podem chegar a 50%. A antracnose afeta todos os órgãos da parte aérea da planta, principalmente, os tecidos jovens. Quando a infecção é severa, as plantas podem apresentar redução da produtividade e da qualidade dos frutos, além de redução de vigor. O oídio é favorecido em condições de baixa umidade relativa do segundo semestre. A ocorrência da infecção antes ou logo após a floração pode interferir no pegamento e desenvolvimento dos frutos, afetando a qualidade e a produtividade. Observam-se também redução da área fotossintética das folhas e abortamento de flores. A ferrugem é uma doença de ocorrência recente na região, tendo sido observada em variedades de mesa e de vinho. Causa redução da área fotossintética e queda de folhas, afetando a produção e podendo comprometer as safras seguintes. O cancro bacteriano é mais comum no período chuvoso, que favorece a disseminação da bactéria e o desenvolvimento da infecção. Em variedades suscetíveis como a Red Globe, as perdas podem chegar a 100% quando a poda coincide com o período chuvoso. O manejo adequado da doença e o escalonamento da produção para o segundo semestre, reduz as perdas de maneira significativa. O Programa de Produção Integrada de Uvas (PI uva) foi implantado na região em 2000 com a participação inicial de 14 empresas. Atualmente, 161 empresas participam da PIF, abrangendo 3.679,40 ha e representando 35% da área total de uvas de mesa. O monitoramento, base do manejo integrado de doenças, é um dos principais componentes da PI uva. Este sistema é implantado nas propriedades em delineamento experimental e as amostragens são realizadas aleatoriamente dentro da área de plantio, para o registro da ocorrência de doenças em plantas das unidades experimentais em diferentes estádios fenológicos da cultura. Esta avaliação é realizada semanalmente, no tronco, ramos, folhas, inflorescências e frutos das plantas, entre outros, segundo o tipo de doença avaliado. Os resultados são comparados aos níveis de ação, previamente determinados, baseado no nível de incidência de cada doença. Estas avaliações são realizadas por técnicos capacitados pela PIF da Embrapa Semi-Árido. Para auxiliar nas avaliações, foi elaborado o manual “Monitoramento de Doenças da Videira” que contém informações sobre a metodologia utilizada nas amostragens e fotos de sintomas das doenças. Os resultados obtidos com o monitoramento associados aos dados climáticos registrados em estações meteorológicas que assessoram as atividades do monitoramento, torna possível à orientação quanto à tomada de decisão para o emprego de medidas de controle. A avaliação da PI uva na região indicou um índice de impacto ambiental positivo e uma eficiência tecnológica significativa, propiciada, entre outros fatores, pela racionalização de 47,5%, 55,6% e 82,8% no uso de defensivos agrícolas, respectivamente, em 2002, 2003 e 2004. Entretanto, há algumas dificuldades no PI uva. O programa ainda não conta com uma grade de defensivos registrados que propicie a sua certificação, o que pode acarretar em uma redução no volume de exportações. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ARAÚJO, J.L.P.; CORREIA, R.C. Avaliação dos impactos ambientais do sistema de produção integrada de uva de mesa na região do Submédio São Francisco. In: SEMINARIO BRASILERIO DE PRODUCAO INTEGRADA DE FRUTAS, 6., 2004. 2-14. Petrolina, CD-ROM. S 72 HAJI, F.N.P.; LOPES, P.R.C.; SANTOS, C.A.P.; SANTOS, V.F.C.; MENEZES, C.A.F. Produção integrada de uvas finas de mesa (PI-UVA), na região do Submédio do Vale do São Francisco. In: SEMINARIO BRASILERIO DE PRODUCAO INTEGRADA DE FRUTAS, 6., 2004. 205. Petrolina, CD-ROM. LIMA, M.F.; TAVARES, S.C.H.; MOREIRA, W.A. Monitoramento de doenças na cultura da videira. Petrolina. Documentos da Embrapa SemiÁrido. Nº163. 2001. 28p. LIMA, M.F.; LOPES, D.B.; TAVARES, S.C.C.H.; TESSMANN, D.J.; MELO, N.F. Principais doenças da cultura da uva e alternativas de controle. In: LIMA, M.F. Uva de mesa: Fitossanidade. 2 ed. Brasília, 2007 (in press). LOPES, P.R.C.; HAJI, F.N.P. Situação da produção integrada de frutas no Vale do São Francisco. In: SEMINARIO BRASILERIO DE PRODUCAO INTEGRADA DE FRUTAS, 6., 2004. 1-27. Petrolina-PE. CD-ROM. TEIXEIRA, A.H.C. Exigências climáticas da cultura da videira. In: LEÃO, P.C.S.; SOARES, J.M. A viticultura no semi-árido brasileiro. p. 35-44. NITROGÊNIO E POTÁSSIO EM RELAÇÃO AO MANEJO DE DOENÇA EM ROSÁCEAS DE CAROÇO. Antonio C. V. Motta1, Louise Larissa M. De-Mio1, Renato Tratch2 Marcos A. Dolinski2, Beatriz M. Serrat1, Inês Tutida2, Silvana R. de Souza2, 1Universidade Federal do Paraná, 2Pontificia Universidade Católica do Paraná, e-mail: mottaacv@ufpr. br. Nitrogen and potassium related to disease management of stone fruit. Atualmente tanto na agricultura convencional como na Produção Integrada de Frutos (PIF) os produtores rurais não são meros fornecedores de alimentos, mas os principais responsáveis pela qualidade destes, assim como pela qualidade dos recursos naturais, onde estão inseridos o solo, a água e o ar, do qual toda a sociedade usufrui. A adubação em doses elevadas, sem critérios técnicos, tem sido apontada como responsável por vários problemas ambientais (Serrat et al., 2004). O controle da dose de adubo não só é importante nas questões ambiental resultados diretamente dos elementos aplicados, mas também quanto a possibilidade de levar as plantas ao desequilíbrio nutricional e aumentar a sua suscetibilidade às doenças, o que leva a um aumento no uso de defensivos. Os nutrientes minerais podem aumentar ou diminuir a resistência das plantas às doenças devido ao seu efeito no padrão de crescimento, na morfologia, na anatomia, e particularmente na sua composição química, exercendo funções específicas no metabolismo vegetal (Marschner, 1995). Ainda, o efeito da nutrição sobre a resistência às doenças pode variar em função do elemento, sendo o N e K reconhecidamente como mais importantes promotores e mitigadores nessa suscetibilidade, respectivamente. Sendo, ainda que esses efeitos dos nutrientes são mais visíveis quando aplicado em doses elevadas, como N, provocando desbalanço. Mas, este desbalanço pode ser atenuado com aplicação conjunta de N e K, isto porque normalmente ocorre interação entre estes elementos nas plantas. Ainda, o desenvolvimento das doenças pode variar em função do agente causal e parte da planta afetada. Doenças de fruto têm grande importância visto que comprometem a comercialização tanto na propriedade quanto no período de prateleira no comércio varejista e, doenças nas folhas podem interferir no desenvolvimento das plantas. Assim, a partir de 2002, iniciaram-se trabalhos com fruteiras de caroço na região de Curitiba, a fim de verificar o efeito da adubação nitrogenada e potássica sobre a incidência e severidade de doenças, em pomares comerciais. Na cultura da ameixeira, cultivar ‘Reubennel’ foram avaliados os efeitos da adubação de N e K sobre a incidência e severidade da sarna (Cladosporium carpophilum), no furo de bala (Wilsonomyces carpophilus) e na podridão parda (Monilinia fruticola), durante três safras consecutivas. Para a podridão as duas maiores doses de nitrogênio utilizadas acarretaram um aumento na incidência da doença para o segundo ano de avaliação (Figura 1). O segundo ano foi o de maior incidência da doença, sugerindo que outros fatores como clima podem afetar a interação do N doenças. Contrariando a expectativa, o K também elevou a incidência da podridão parda para os dois primeiros anos avaliados, o aumento da incidência da doença pelo uso da maior dose de potássio utilizada (110 kg ha-1 ano-1), ocorreu em condições de altos teores de K no solo (0,59 cmolc/dm3) e na planta (teor foliar de 26,1 g K kg-1). Sendo um alerta Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia para que não se ultrapasse a dose adequada de elementos reconhecidamente controladores de doenças, devendo-se estar atento ao suprimento para as plantas com base nos teores foliares e de solo. Figura 1. Incidência de frutos com podridão parda em ameixeira ‘Reubennel’, safra 2004/05, sob diferentes doses de nitrogênio, no Município de Araucária - PR Os frutos foram também avaliados em relação à sarna, onde se constatou uma diminuição na severidade da doença apenas na safra 2004/05, para a dose mais alta de potássio, e aumento, nos maiores níveis de N. Todavia, a dose de N não afetou o parâmetro incidência de sarna no fruto, indicando ser a severidade mais sensível na avaliação desta doença, sendo por isso mais recomendado na avaliação do efeito da adubação. Folhas de ameixeira foram avaliadas por dois anos para a incidência e severidade do furo de bala, quando se constatou um aumento na doença a partir da dose de 120 kg N ha-1 ano-1 (Figura 2) apenas para o segundo ano de avaliação, quando foi utilizada dose acima da recomendada pelo PIF. O potássio não interferiu na incidência e severidade da doença furo de bala, dado provavelmente aos elevados valores desse elemento no solo e na planta. No experimento de ameixeira das cinco doses de nitrogênio utilizadas, três estavam acima da dose recomendada pelas normas do PIF, sendo que em geral as duas maiores doses (160 e 200 kg ha-1ano-1) mostraramse mais preocupante no aumento da incidência ou severidade das três doenças avaliadas. Logo, o uso da dose recomendada pelo PIF tem um efeito importante no decréscimo da incidência de doenças, neste caso. Ainda, os teores de N e K foliar estavam normais a alto respectivamente, o que indica um bom estado nutricional do pomar avaliado. A coloração verde intensa, maior quantidade de ramos retirados na poda verde e maior sombreamento da entre linha nas maiores doses de nitrogênio são indicativos que estas doses proporcionaram condições predisponentes às doenças. Embora os teores foliares apresentassem diferenças significativas, mantiveram-se na faixa de interpretação normal independente da dose de N utilizada (26,6 g kg-1). O efeito do aumento na doença em função da adubação variou em função do ano e doença, sendo que em anos de condições climáticas favoráveis, com maior incidência da doença, foi constatado o efeito da adubação no aumento da doença. Não sendo detectada interação entre o nitrogênio e o potássio nas doenças testadas. O efeito da adubação nitrogenada nas doenças do pessegueiro, cultivar ‘Chimarrita’, conduzido sob PIF em solo com pouco tempo de uso, elevado teor de matéria orgânica também foi estudado. A análise foliar das plantas constatou teores de N e K entre 32,8 – 42,7 e 20,9 – 24,0 g kg-1, sendo também considerados médio e altos, respectivamente. As diferentes doses de nitrogênio utilizadas não afetaram significativamente a incidência de cancros (Botryospheria dothidea) no período pósfloração por dois anos e de furo de bala. Já, a avaliação de severidade da ferrugem (Tranzschelia discolor) por dois anos, indicou que para o segundo ano (safra 2003) a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) para severidade de ferrugem foi 20,7 % inferior na maior dose de N utilizada em relação a menor dose, entretanto sem reflexos sobre a desfolha (Figura 3). A maior dose utilizada, 160 kg ha-1, que proporcionou decréscimo na severidade da ferrugem representa o dobro da preconizada pela PIF, 80 kg ha-1. Figura 3. Severidade de ferrugem AACPD (Área abaixo da curva de progresso da doença), em pessegueiro ‘Chimarrita’, safra 2003, sob diferentes doses de nitrogênio, no Município da Lapa - PR A porcentagem de frutos com podridão parda na colheita do pêssego foi independente da dose de N utilizada. Já para avaliação em pós-colheita, após cinco dias em prateleira, a incidência de frutos com podridão parda na maior dose de N utilizada foi 36,4% superior quando comparada a menor dose (Figura 4), sugerindo uma maior contaminação dos frutos pelo patógeno e/ou suscetibilidade dos frutos que receberam maior dose de N. Figura 4. Porcentagem de frutos com Podridão parda em pós colheita (após cinco dias de prateleira), em pessegueiro ‘Chimarrita’, safra 2003, sob diferentes doses de nitrogênio, no Município da Lapa - PR Figura 2.Incidência e severidade de furo de bala em ameixeira ‘Reubennel’, safra 2005/06, sob diferentes doses de nitrogênio, no Município de Araucária – PR. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 Estudo com pessegueiro da mesma cultivar em outra área, com características semelhantes de clima e apresentando diferentes de solo (apresentando baixo teor de matéria orgânica), indicou que o aumento da adubação nitrogenada promoveu redução na severidade da ferrugem, ao utilizar doses de até 200 kg ha-1 ano-1 (Figura 5). Mas, a adubação potássica não interferiu na incidência e severidade da ferrugem do pessegueiro com teores foliares de K em nível considerado alto (21,9 g kg-1), sem que o experimento apresentasse interação entre as adubações nitrogenadas e potássicas Neste caso, mesmo na maior dose utilizada, 200 kg ha-1, os teores foliares de N ainda estavam abaixo do considerado normal (27,8 g kg-1). S 73 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia Figura 5. Porcentagem de incidência de ferrugem em janeiro (A) e fevereiro (B) de 2006; Porcentagem de desfolha no período de 21/01 a 04/03/06 (C) e área abaixo da curva do progresso da ferrugem – AACPF (D) em pessegueiros cultivar Chimarrita submetidos a doses de adubação nitrogenada, Lapa-PR, safra 2005/06. Conclui-se que o aumento da adubação nitrogenada pode promover redução na severidade da ferrugem do pessegueiro em plantas que apresentem baixo teor foliar deste elemento. Embora o nitrogênio se mantivesse em geral na mesma faixa de interpretação, houve relação entre as quantidades de nitrogênio aplicadas no solo e os teores foliares, bem como a severidade ou com a intensidade das doenças avaliadas, nos três pomares, em pelo menos uma das safras. Para o potássio não foi encontrada a relação (ou correlação ou interação) entre a quantidade aplicada no solo e os teores foliares, que sempre se mantiveram em valores altos, isto se deve a alta quantidade do elemento encontrada no solo (análise 2004 : 3,7; 3,38 e 2,3 na saia, projeção e rua, respectivamente). Respostas para adubações potássicas foram observadas sob teores foliares bem abaixo dos observados nesses trabalhos (10 g kg-1), sob essas condições (Cummings, 1989 e Magnani et al., 1984). A falta de interação com o nitrogênio também pode ser explicada pelos valores altos do K foliar, mesmo para a menor dose utilizada. Ao utilizar os parâmetros de crescimento, níveis foliares e análise de solo, é possível manter as doses de adubo em quantidades que permitam a manutenção da planta em condições normais, evitando seu desequilíbrio e susceptibilidade às doenças. REFERENCIAS CUMMINGS, G.A. 1989. Effect of soil pH and calcium amendments on peach yield, tree growth and longevity. Acta Hort. (ISHS). 254:179-184. MAGNANI, M.; FREIRE, C.J.S.; MORAES, E.C. 1984. Manejo de NPK em pessegueiro (Prunus persica (L.) Batsch, In: VII Congresso Brasileiro de Fruticultura. Anais. 4: 1105-1123. S 74 MARSCHNER, H. Mineral Nutrition of Higher Plants. 2. ed.. San Diego: Academic Press, 1995. 889p. SERRAT, B.M.; REISSMANN, C.B.; MOTTA, A.C.V.; MARQUES, R. Nutrição Mineral de Fruteiras de Caroço. FRUTEIRAS DE CAROÇO: Uma visão ecológica. 2004. p. 71 - 96. CONTROLE DE DOENÇAS DO ABACAXIZEIRO EM POMARES CONDUZIDOS EM SISTEMA DE PRODUÇÃO INTEGRADA. Aristoteles P. de Matos1, Nilton F. Sanches1, Fernando A. Teixeira2 & José Elias Júnior3. 1Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, 2Cooperativa Agropecuária de Pedro Afonso & 3Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Tocantins. E-mail: [email protected]. Control of pineapple diseases in orchards conducted under integrated production system. A Produção Integrada de Frutos é um sistema de produção baseado na sustentabilidade, preservação de recursos naturais e regulação de mecanismos para a substituição de insumos poluentes, utilizando instrumentos adequados de monitoramento dos procedimentos e a rastreabilidade de todo o processo. Assim sendo, pode ser definida como um sistema de produção de frutos com qualidades comerciais, priorizando métodos que sejam os mais seguros ao meio ambiente e à saúde humana. Por essas características, é considerada o sistema de produção do futuro, e o sistema convencional não será capaz de competir com ela. É um programa dinâmico, baseado na melhoria contínua do sistema, tendo como objetivo maior a produção ecologicamente correta de alimento seguro. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia A abacaixicultura mundial de maneira geral, e brasileira em especial, é atacada por várias pragas e doenças com conseqüências negativas na produtividade e qualidade dos frutos. Anomalias de causas abióticas são também responsáveis por perdas significativas na produção. Para controlar as doenças que afetam o abacazixeiro deve-se utilizar as técnicas de manejo integrado, priorizando o uso de métodos naturais e biológicos. Causada pelo fungo Fusarium subglutinans, a fusariose continua sendo o fator limitante à exploração dessa cultura. A movimentação de mudas infectadas é o principal fator de disseminação da fusariose, tanto de uma região produtora para outra quanto dentro de uma mesma região. Insetos, chuva e vento também desempenham papel de importância na disseminação da doença, especialmente dentro de uma mesma região produtora. Além do envolvimento de agentes bióticos, a incidência de fusariose do abacaxizeiro sofre a influência de forte efeito sazonal, resultando em perdas variáveis na produção de frutos, a depender da época de produção. Considerando essas características da doença, o controle integrado da fusariose do abacaxizeiro envolve o emprego simultâneo ou seqüencial de diversas ações que permitem a exploração econômica e sustentável da cultura do abacaxizeiro. Entre elas, destacam-se as seguintes: 1) eliminar os restos de cultura do plantio anterior, promovendo sua incorporação ao solo; 2) utilizar mudas sadias para a instalação dos novos plantios obtidas de áreas onde a incidência da fusariose nos frutos foi baixa ou nula; 3) durante o desenvolvimento vegetativo, proceder ao monitoramento da incidência da doença, mediante inspeções mensais, a fim de identificar e erradicar as plantas infectadas, que deverão ser queimadas ou enterradas; 4) realizar a indução floral em períodos que possibilitem o desenvolvimento da inflorescência sob condições desfavoráveis à incidência da fusariose; 5) proteger as inflorescências em desenvolvimento mediante pulverização com fungicidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento, sempre que a incidência da doença durante o ciclo vegetativo for superior a 1%. Em havendo necessidade da implementação do controle químico, de acordo com o monitoramento, as pulverizações devem ser iniciadas após a indução floral, quando do aparecimento da inflorescência no centro da roseta foliar, e encerradas ao final da floração, obedecendo a intervalos de sete dias. A podridão-do-olho, causada por Phytophthora nicotianae var. parasitica, é uma das principais doenças do abacaxizeiro no mundo, principalmente em plantios instalados em solos sujeitos a encharcamento, em regiões onde ocorrem precipitações pluviométricas elevadas ou sob condições em que o suprimento da água de irrigação é feito em excesso. A podridão-do-olho ocorre em dois momentos do ciclo do abacaxizeiro: i) após o plantio, provocando a morte das plantas; e ii) após o tratamento de indução floral, causando a morte do “olho”. Devido a essas características, além do monitoramento de sua incidência durante o ciclo vegetativo da cultura, a podridão-do-olho do abacaxizeiro requer a implementação de diversas práticas culturais para o seu controle: 1) dar preferência a áreas com boa capacidade de drenagem para a implantação do novo plantio; 2) dar preferência às mudas do tipo filhote ou rebentão; 3) efetuar o plantio em camalhões de maneira a promover uma drenagem mais rápida, entretanto esta prática deve ser adotada com restrições em regiões onde ocorre período seco definido, situação em que a irrigação torna-se imperativa; 4) durante o controle das plantas infestantes, evitar a colocação das mesmas sobre os abacaxizeiros; 5) em áreas com histórico de incidência da podridão-do-olho, implementar o controle químico duas semanas antes da colheita das mudas; 6) de maneira similar, três a quatro semanas após o plantio, deve-se aplicar um fungicida sistêmico, dirigindose o jato sobre a planta; e 7) se indicado pelo monitoramento, proceder a pulverização do fungicida uma semana após a indução floral, tendo como alvo o olho da planta. A podridão-negra, também conhecida por podridãomole, causada por Chalara paradoxa, é uma doença de pós-colheita que pode causar perdas significativas, tanto em frutos destinados ao mercado de frutas frescas, quanto à indústria. Para controlar a podridão-negra é necessária a integração das medidas a seguir: 1) colher o fruto com uma parte do pedúnculo de cerca de 2 cm de comprimento; 2) manusear os frutos adequadamente na pós-colheita de maneira a prevenir ferimentos na superfície dos mesmos; 3) em épocas favoráveis ao desenvolvimento da doença, tratar os ferimentos com fungicidas registrados para este fim; 4) eliminar os restos culturais nas proximidades dos locais onde os frutos são processados e/ou armazenados; 5) reduzir ao mínimo o período entre a colheita e o tratamento dos frutos; e 6 ) armazenar e transportar os frutos sob condições de refrigeração, temperatura em torno de 9oC. É obrigatória Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 a manutenção dos registros de todas as operações (agrotóxicos utilizados, substância ativa, dose, método de aplicação, operador), incluindo a data e o local de aplicação, juntamente com o receituário agronômico. A manipulação de agrotóxicos deve ser efetuada somente em local adequado e de acordo com as recomendações técnicas sobre manipulação e operação de equipamentos, conforme legislação vigente. 14/08/2007 | Tarde Sessão C2: Plantas e Homeopatia EFFECTS OF HOMEOPATHIC DILUTIONS ON PLANTS AND THE POTENCIAL USE OF HOMEOPATHY ON PLANT DISEASES. Lucietta Betti1, Grazia Trebbi1, Lisa Lazzarato1, Maria Grazia Fantino1, Daniele Nani2. 1Department of Agroenvironmental Sciences and Technologies, Bologna University, Italy; 2Società Italiana Medicina Antroposofica, Milano, Italy. E-mail: [email protected] Most criticism about homeopathy concerns the lack of a scientific basis and theoretical model. Plant-based bioassays could provide a suitable tool for basic experimentation in homeopathy because they overcome the main disadvantages of clinical trials, such as placebo effects, ethical difficulties, consumption of time, low number of replications, high costs [1]. Scientific literature on the effects of homeopathy on plants provides a limited number of papers. An extensive and critical review on this topic was written in 1984 by Scofield [2], therefore only subsequent literature will be here considered and divided into “germination/growth models”, “phytopathological models” and “field trials” (table 1). Many of the reported plant-based bioassays have a good methodological structure, are supported by statistical analyses and generally show significant results, at least with some of the treatments tested. Unfortunately some papers, cited in different articles and concerning both germination/growth models [3-5] and phytopathological ones [6-12], are hard to find and for this reason they are not included in table 1. GERMINATION/GROWTH MODELS Among the numerous plant model systems studied, the classic test of germination and growth has been quoted as a basic model for research on homeopathy since the pioneering work of Kolisko on wheat [13] and many experiments have been performed with this species [1420]. Moreover, wheat germination is the theme jointly investigated by the Betti and Baumgartner research groups: reproduction trials were performed resulting in significant but opposite effects [19; 20]. Experiments on other species have been carried out, evaluating growth parameters [21-34] and biochemical responses [22-24; 28]. A stable and reliable test system is represented by in vitro growth of yeast [31-34], which seem to react to certain potentised substances by changing its growth kinetics [34]. PHYTOPATHOLOGICAL MODELS Most of available papers focussed on fungal infections [35-41]: following homeopathic treatments, a decrease of disease symptoms, postharvest losses, fungal germination and respiration rate of germinating spores were evidenced. A few studies took into account viral infections [42-44] and in this case, too, a weaker symptomathology was observed. In particular, in blind, randomized experiments using tobacco plants, carrying tobacco mosaic virus (TMV) resistant gene N, inoculated with TMV, a significant enhancement of plant resistance was obtained following As2O3 dH 5 and 45 potencies [44]. As far as nematode infection is concerned, a few papers are available as well [45-47]: plants treated with homeopathic preparations showed improved growth (in terms of shoot and root length) and reduced nematode infection (in terms of root gall number and nematode population S 75 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia dH, cH, McH = decimal, centesimal, hundred thousand hannemanian potency; dK = decimal korsakovian potency; PC = potentized control (as additional control); IAA = indole acetic acid; IBA = indole butric acid • = Justitia pectoralis; •• = Alternaria alternata, Colletotrichum gloeosporioides, Fusarium roseum, Gloeosporium psidii, Pestalotia mangiferae, Pestalotia psidii; *= Sulphur, Arnica montana, Chamomilla, Bryonia alba, Euphrasia officinalis, Pulsatilla; ** =Kali iodatum, Arsenicum album, Blatta orientalis, Thuja occidentalis; ***= Arsenicum album, Calcarea, Cuprum, Ferrum metallicum, Lycopodium, Natrum, Phosphorus, Selenium, Silicea, Sulphur; **** = Kali iodatum, Lachesis trigonocephalus, Staphysagria, Sulphur, Oidium lycopersici + = stimulating or increasing effect; - = inhibiting or decreasing effect; +/- = different effects according to the potency used or plant physiological conditions S 76 Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia in root and soil). Root- and leaf-protein content and root-water content are also affected by homeopathic treatments. FIELD TRIALS Scientific literature provides very few and outdated descriptions of field trials. Aside from two studies on trees affected by virus [48] or fungus [49], the only paper easily available is that of Kayne [50], who reported the results of a field trial on rye grass. The application of homeopathic sprays (cH Sulphur and mixture of cH Sulphur, Silicea and Carbo vegetalis) did not give significant effects on plant growth, however some methodological hints for testing homeopathic treatments emerged: the choice of remedy, potency and frequency of application is crucial and should be made with great care to ensure the best chance of success. As there are no guidelines for plants like those of Materia Medica for humans much more experimentation is needed. The reduction of copper salts in organic agriculture following European directives (Commission Regulation EC no. 473/2002) provided the context for a 3 year project (2003-2006), financed by the Marche region (Italy), on biological control of Alternaria leaf spot caused by Alternaria brassicicola in cauliflower. The disease appears on the leaves and cauliflower heads as dark brown spots. In order to evaluate the effects of homeopathic treatments on fungus infection, experiments in phytotron and a field trial were carried out. Plants were artificially inoculated by spraying a fungal suspension (1x107 conidia ml-1) on the leaves. The effect of homeopathic treatments was compared with those of copper oxiclorure at different concentrations (0.3, 1, and 3 g/l), the control being water treatment. All these treatments were sprayed weekly on the leaves 3 times before and 4 times after fungal inoculation. In phytotron, treatments with As2O3 dH 35 and 45, AgNO3 dH 35, 36, 45 and 46, Sulfur dH6, cH5 and 201, Cuprum dH5, isopathic cH4 were tested. Statistical analysis (ANOVA) did not show any significant result; nevertheless, the more marked reduction of leaf symptoms vs. control was observed in both measurements (13 and 18%, respectively) in plants treated with As2O3 dH 35 (Figure 1A). Copper oxiclorure treatments induced a significant reduction (p<0.05 or p<0.01, ANOVA followed by Dunnett’s post-test) of disease severity at all concentrations. In field trial [51], each treatment (As2O3 dH 35, copper oxiclorure 0.3, 1 and 3 g/l and water as a control) was replicated four times in a randomized complete block design. Disease assessments on cauliflower heads, performed in 3 successive times (Figure 1B), showed in the last measurement a significant reduction (46%, p<0.05) of disease symptoms for both As2O3 dH 35 and copper oxiclorure 3 g/l. Since fungal inoculation was performed on the leaves before flowering, we can hypothesize that homeopathic treatment As2O3 dH 35 induced a plant resistance increase to fungal infection. The similar symptom reduction due to copper oxiclorure 3 g/l could be explained as a inhibiting effect of the treatment on fungal spore germination. These results need further investigations but they seem to support the possibility of an agricultural application of homeopathy. The privileged target of agrohomeopathy could be small farms (and in particular, those of nutraceutical and herbalist sectors) practicing organic and sustainable agriculture that strive to be environmentally responsible, economically viable, and socially just. CONCLUSIONS AND PERSPECTIVES The literature on homeopathy and plants is limited in comparison with medical studies and not as easily available. Nevertheless, interest in this field appears to be growing in recent years and several projects are in progress, mainly in Central and South America. In general, the potential prospects for homeopathic treatments in agriculture can be considered promising, but much more work is needed especially at a field level, since the influence of environmental and agronomical factors (temperature, drought, humidity, plant cultivars and so on). might significantly change the quality of yields and thus the results of successive experimentations. Finally, we must stress that results of all research and projects, whether successful or not, should be made widely available so that others can learn from these, thus avoiding duplication and inefficiency. Moreover, replication of results and multicentre trials should be performed, to be published in international journals with an impact factor or wide circulation, to gain credibility and facilitate funding. REFERENCES 1) Betti L, Borghini F, Nani D. 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Entretanto, Hahnemann afirmava em seus relatos que: “se as leis da natureza que proclamo são verdadeiras, então elas podem ser aplicadas a todos os seres vivos”. Está aí o aval dado pelo próprio idealizador da homeopatia para que se possa utilizar a ciência homeopática em qualquer organismo vivo, inclusive em vegetais. Há alguns anos atrás vários pesquisadores no mundo inteiro, principalmente na Europa e Índia e mais recentemente no Brasil iniciaram a pesquisa estudando os efeitos de produtos homeopáticos no crescimento e desenvolvimento vegetal, controle de pragas e doenças, enfim, em todos os segmentos da agricultura. Um dos primeiros trabalhos sobre o uso de substâncias ultradiluídas foi apresentado no G.I.R.I. na Bélgica por Betti e colaboradores (1997 e 2003). Estes estudaram os efeitos biológicos das diluições homeopáticas e propuseram um modelo de estudo em plantas. Entre as pesquisas feitas foram estudados a germinação e o desenvolvimento de cotilédones de sementes de Triticum durum “in vitro”, estudo da geminação de pólen de monocotiledôneas (pastagens) e crescimento do tubo polínico, respostas à hipersensibilidade de discos de folha de tabaco ao vírus do mosaico do fumo (VMP). Dos resultados apresentados, o mais digno de nota foi a modificação na geminação de sementes de trigo (Triticum durum) causadas em várias dinamizações de Arsenicum album (As2O3). As dinamizações 40D, 42D e 45D promoveram incremento na germinação das sementes de trigo, previamente estressadas com As2O3 (fenômeno de Hormese). Já na dinamização 35D, a germinação foi inibida. Outros trabalhos relativos a homeopatia em vegetais bastante interessantes foram publicados na Índia. Verma et al., (1989) utilizaram Lachesis e Chimaphila (C200), visando o controle do vírus do mosaico do tabaco (VMT), o qual reduz progressivamente a produtividade das plantas infectadas. As soluções homeopáticas aplicadas antes e depois da incubação do vírus reduziram 50% o conteúdo de vírus nos discos de folhas. Khanna e Chandra (1976) também obtiveram resultados surpreendentes no controle da “podridão dos frutos” (Fusarium roseum) em tomate, utilizando-se dos produtos homeopáticos Kali iodatum (iodeto de potássio) na C149 e Thuya occidentalis na C87. A aplicação destes produtos teve ação preventiva e curativa. O controle de microrganismos patogênicos, de produtos armazenados (Aspergillus parasiticus) responsável por várias contaminações em produtos armazenados também já foi o escopo de alguns pesquisadores internacionais. Sinha e Singh (1983) utilizando-se de vários produtos homeopáticos verificaram que dentre os estudados, o Sulphur (C200) inibiu em 100% o crescimento do fungo e a produção da toxina aflatoxina (toxina que causa danos hepáticos em animais e humanos). A Silicea e a Dulcamara também reduziram o crescimento do fungo em 50% e a produção de toxina em mais de 90%. O Phosphorus teve pouco efeito na inibição do crescimento do fungo (menos de 10%), mas surpreendentemente reduziu em quase 30% a produção de aflatoxina (B2). Na França, Nitien (1969) e colaboradores demonstraram a ação de preparados homeopáticos de sulfato de cobre na 15CH (ou seja, diluição na ordem de 1030) sobre a desintoxicação de plantas de ervilha previamente intoxicadas com este sal em doses ponderais. Esta homeopatia foi capaz de desintoxicar as plantas de ervilha com excesso de cobre. No Brasil o uso da homeopatia em vegetais ainda é incipiente, mas está crescendo ano após ano. Em 1993, Brunini e Arenales relataram algumas experiências sobre a utilização de Staphysagria em hortaliças e plantas ornamentais. A aplicação de Staphysagria aumentou a resistência das plantas aos pulgões e melhorou as condições gerais das plantas. No Brasil os primeiros resultados do efeito dos medicamentos homeopáticos foram obtidos em rabanete, beterraba e cenoura (Castro e Casali, 2001). Paralelamente, iniciou-se também a pesquisa em plantas medicinais, sendo o chambá (Justicia pectoralis), a primeira espécie a ter seu metabolismo estudado após a aplicação de preparados homeopáticos. No primeiro experimento citado, a aplicação de Phosphorus em dinamizações centesimais, em plantas de rabanete, contendo ou não fertilizante orgânico, incrementou Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 a massa seca das raízes, proporcionalmente ao aumento nas dinamizações nos dois tratamentos. Nos experimentos com Justicia pectoralis percebeu-se que os produtos homeopáticos alteram o metabolismo primário, secundário e o campo eletromagnético da planta medicinal (Andrade e Casali, 2001). O teor de cumarina aumentou em aproximadamente 77% quando se aplicou, a própria planta, o Phosphorus, a Arnica montana, o Sulphur e o Ácido húmico. Esta alteração foi acompanhada pela modificação no padrão eletromagnético da planta medicinal. A aplicação das soluções homeopáticas (Planta-matriz, Ácido húmico e Sulphur) nas dinamizações C3, C12, C30, C200 e C1000, afetaram a produção de óleo essencial da parte aérea de plantas de capim-limão. A utilização da planta matriz, na dinamização C12 incrementou a produção de óleo essencial em 25 % quando comparado ao controle. Paralelamente aos trabalhos acima citados, foram feitos vários outros na Universidade Estadual de Maringá, com resultados animadores. Entre os trabalhos desenvolvidos estão; o efeito de preparados homeopáticos (Sulphur, Phosphorus, Mercurius solubilis, Natrum muriaticum, Argentum nitricum e Auxina) no crescimento inicial de plântulas de rabanete e milho; o efeito do medicamento Sulphur na respiração em ápices radiculares de milho e outros (Moretti et al., 2002; Rocha et al., 2003 e Bonato, 2004; Bonato e Silva, 2004). Mais recentemente outros trabalhos foram publicados no controle de doenças (Bonato et al. 2006a, 2006b), no metabolismo das plantas (Silva et al., 2006a, 2006b, Rigon, 2007) e também no controle do mosquito transmissor da Dengue (Aedes aegypti) (Cavalca, 2007). No Brasil, nos últimos anos está crescendo muito o uso de preparados homeopáticos no controle de doenças. Rolim et al. (2001a), em ensaio realizado em casa-de-vegetação, para controle de oídio do tomateiro, revelou aumento significativo no número de folíolos, promovido pelo bioterápico do patógeno Oidium lycopersici e redução da incidência da doença por Kali iodatum 100CH. Em mudas de macieira, duas pulverizações de Staphysagria 100CH em intervalos de 12 dias reduziram a incidência de oídio, causado por Podosphaera leucotricha (Rolim et al.,2001b). Em ensaio realizado em tomateiro, os bioterápicos de Xanthomonas campestris foram eficientes em reduzir a severidade da doença quando aplicados via irrigação nas dinamizações 24CH e 6CH (Rossi, et al.,2004). ESTRESSE E O MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO EM VEGETAIS As plantas freqüentemente apresentam estresse; condições externas que adversamente afetam o crescimento, o desenvolvimento e/ou a produtividade. Os estresses podem ser bióticos, impostos por organismos, ou abióticos, devido ao excesso ou deficiência no ambiente físico ou químico (Buchanan et al., 2002). Dentre as condições ambientais que causam danos estão; o alagamento, a seca, a baixa ou alta temperatura, a salinidade, a deficiência mineral no solo, e também o excesso ou falta de luz. Compostos fitotóxicos como o O3 (ozônio) podem também causar danos nos tecidos de plantas. A resistência ou sensitividade ao estresse depende da espécie, do genótipo e da idade de desenvolvimento das plantas. Em geral, o estresse dispara uma ampla resposta nas plantas, que vai desde a alteração da expressão gênica e do metabolismo celular a alteração da taxa de crescimento e da produtividade das culturas. A resposta das plantas ao estresse vai depender da duração, da severidade, do número de exposições e da combinação dos fatores estressantes (Figura 1). As características das plantas, incluindo tipo de órgão e tecido, idade de desenvolvimento e Figura 1. Esquema mostrando as características do estresse em plantas. S 79 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia genótipo, também influenciam na resposta das plantas ao estresse. A resposta pode ser disparada diretamente por estresse, tal como seca, alagamento, ou pode ser o resultado da injúria induzida por estresse, tais como a perda da integridade da membrana celular. Algumas respostas claramente capacitam as plantas de se aclimatarem ao estresse, enquanto que outras, não são aparentes. Em conseqüência do estresse as plantas podem apresentar resistência ou suscetibilidade, o que pode repercutir em sobrevivência ou morte, respectivamente. Mas qual seria a relação entre os estresses descritos até agora e os medicamentos homeopáticos propriamente ditos? Os medicamentos homeopáticos quando aplicados racionalmente e no momento oportuno, e principalmente obedecendo à lei dos semelhantes, aumenta a sobrevivência e reduz a morte das plantas. Para a ciência homeopática, qualquer distúrbio causado na planta, tanto por fatores bióticos como abióticos, primeiramente agem na autoregulação (sistêmica) da mesma. Assim, toda vez que a planta é submetida a um determinado estresse (biótico ou abiótico), está a rigor com sua autoregulação desequilibrada e conseqüentemente fora de sua homeostase natural. Hahnemann descobriu e fundamentou a homeopatia pelo princípio de que os “semelhantes curam os semelhantes”. Foi traduzindo a matéria médica de Cullen, em 1790, que iniciou a marcha para o sistema médico e que viria a ser conhecida mais tarde como Homeopatia. Em seu livro, Cullen afirmava que o quinino, substância extraída da quina, presente na casca da cinchona, era um bom tratamento para a malária. Hahnemann resolveu investigar e verificou que ao ingerir o quinino começou a manifestar os mesmos sintomas da malária, apesar de não estar com a doença (Plasmódio). Após exaustivas experimentações verificou que realmente os semelhantes curavam os semelhantes (Similia similibus curantur). A Lei dos semelhantes é uma aplicação natural da Lei de causa e Efeito ou da Ação e Reação. Já era conhecida por Hipócrates (460 a.C.), e confirmado como verdadeira por grandes figuras da medicina antiga como Paracelso, Sthal, Van Helmont, Trosseau, etc. Hipócrates (460 a.C.), médico Grego considerado Pai da medicina, naturalista por excelência já afirmava: “A doença é produzida pelos semelhantes e pelos semelhantes que se façam o paciente tomar, ele retorna da doença a saúde. A febre é suprimida pelo que a produz e a febre é produzida pelo que a suprime”. Já Galeno, médico Grego do século II (131 a 201 a.C.) era defensor das “Leis dos contrários”. Preconizou que a saúde pode ser restabelecida pelo que é contrário a doença (contraria contraris curantur). Os contrários se curam com os contrários. Estes conceitos Galênicos são conhecidos hoje como Alopatia ou Enantiopatia. Para os vegetais a Lei dos semelhantes também é verdadeira, uma vez que os princípios fundamentais em que Hahnemann se orientou para estabelecer as bases da homeopatia são leis da natureza, como já descrito anteriormente. Se estas leis são da natureza, são imutáveis e aplicáveis a todos os seres vivos. Abaixo está ilustrado um diagrama mostrando como funcionaria o medicamento homeopático pela Lei dos Semelhantes em plantas (Figura 2). Observa-se que os fatores bióticos e abióticos acarretam desequilíbrio na autoregulação, dependendo dos itens já relacionados anteriormente (Figura 1). Este desequilíbrio na homeostase ao somatizar-se resulta em planta doente ou no mínimo com distúrbio fisiológico. Este distúrbio pode levar a planta à morte ou reduzir a produtividade da mesma, dependendo obviamente da plasticidade biológica da espécie estudada. Entretanto, quando se aplica um medicamento homeopático capaz de produzir os mesmos sintomas na planta, a resultante será o restabelecimento ou minimização dos efeitos maléficos acasionados na homeostase causados pelos fatores bióticos e abióticos. Do ponto de vista das alterações da molécula de água causada pela diluição e sucussão e seu efeito no sistema biológico das plantas, existem algumas hipóteses. Sukul & Sukul (2004) descrevem que as configurações específicas, adquiridas durante o método de dinamização (dinamização + sucussão), mantém a identidade das substâncias originais e a informação de sua dinamização, além de modificar as propriedades físico-químicas da molécula da água. As informações passadas para a água, junto com as alterações de suas propriedades provocam modificações estruturais na membrana plasmática da célula, inclusive na regulação das aquaporinas, podendo alterar o padrão informacional na célula. Bastide (1998) conclui em dezenas de experimentos utilizando imunomoduladores homeopatizados em animais, que a informação é dependente do estado de equilíbrio do organismo receptor e que a informação de moléculas endógenas dinamizadas é reconhecida automaticamente pelo organismo. Segundo a mesma autora, a substância original dinamizada se comporta de certa forma como se estivesse presente fisicamente, fenômeno este que denominou de mimetismo. Este mimetismo pode se ativo ou passivo. No primeiro caso, o efeito é positivo e similar àquele em que se utiliza a substância de forma ponderal. No mimetismo passivo acontece o oposto, ou seja, o agravamento da doença ou patogenesia. COMPORTAMENTO DAS PLANTAS A DIFERENTES DINAMIZAÇÕES DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS Kolisko e Kolisko (1978) foram os primeiros a estudarem a resposta das plantas as dinamizações progressivas e sucessivas de várias soluções ultradiluídas (entidades infinitesimais). Estes autores verificaram que ao tratarem as plantas com dinamizações crescentes de preparados ultradiluídos e sucussionados, obtiveram padrões em curvas, similares as ondas eletromagnéticas. As respostas em forma de ondas apresentavam vários picos de máximo e de mínimo. Assim, as respostas no crescimento inicial de plântulas poderiam ser maiores ou menores do que o controle, ou seja, incrementar ou retardar o crescimento das plântulas ou até mesmo não ter efeito. Tais comportamentos cíclicos no crescimento das plantas podem ser o reflexo da dinâmica interna da substância do qual se está dinamizando (Kolisco e Kolisco, 1978) e de sua similitude com o organismo vegetal estudado. A planta, desta forma, poderia ser um modelo do biorritmo dinâmico da substância a ser utilizada (Patogenesia). Já na área animal este comportamento também foi observado por Davenas e colaboradores (1988), em trabalho sobre degranulação de basófilos disparado por anti-IgE. Estes autores verificaram que as respostas às dinamizações também eram rítmicas e na forma de ondas, ora estimulando a produção de histamina, ora reduzindo. Em praticamente todos os trabalhos publicados observa-se este comportamento. Algumas dinamizações incrementam os valores das variáveis mensuradas enquanto que outras demonstraram efeito supressor. Figura 2. Fatores que interferem na biologia da planta e atuação do medicamento homeopático pela “Lei dos semelhantes”. S 80 Outro fato considerado em nossos experimentos, comprovando os resultados obtidos por Kolisko e Kolisko (1978) é que dependendo do medicamento homeopático e da planta estudada as respostas na forma de onda, podem ser de maneira: horizontal, ascendente ou descendente como demonstrado na Figura 3 abaixo. Dependendo da dinâmica e da similitude entre o organismo e o medicamento as respostas poderiam ser das 3 maneiras sugeridas anteriormente, mas independentemente do caso, as respostas são sempre na forma de ondas. Entretanto, tudo deve ser mais estudado e pesquisado, e as respostas de como acontecem estes movimentos rítmicos ainda é uma incógnita para os pesquisadores. A física quântica talvez possa em futuro próximo elucidar estes e, outros fenômenos que acontecem na homeopatia. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia BRUNINI, C.; ARENALES, M. C. Staphysagria. In: BRUNINI, C.; SAMPAIO, C. (Ed.). Matéria médica homeopática. v. 3. São Paulo: Mythus, 1993. p. 165-180. BUCHANAN, B. B.; GRUISSEM, W.; JONES, R. L. Biochemistry & molelular biology of plantas. American Society of Plant Physiologists. Rockville, Maryland. 1367p. 2000. CASTRO, D. M. C, CASALI, D. M. Perspectivas de utilização da homeopatia em hortaliças. In II Seminário Brasileiro sobre Homeopatia na Agropecuária Orgânica. Pinhal –SP. p. 27-34, 2001. DAROLT, M. R. Agricultura orgânica: inventando o futuro. Londrina: IAPAR, 2002. p. 17-59. 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A cana-de-açúcar pertence ao gênero Saccharum L, que é parte da família Poaceae (gramíneas) e da tribo Andropogonae, que abrange somente espécies poliplóides. A espécie domesticada de referência para a cana-de-açúcar é Saccharum officinarum (também conhecida como cana nobre). Ela compreende um grupo de canas grossas e suculentas que eram cultivadas no Sudeste da Ásia e nas ilhas do Pacífico onde serviam como alimento, antes de se espalhar pelos trópicos entre 1500 e 1000 AC (Daniels e Roach, 1987). No fim do século 19, a Saccharum spontaneum, uma espécie selvagem com colmos finos, que não acumula açúcar, assim como algumas canas originárias do Norte da Índia foram utilizadas na ilha de Java e na Índia em programas de introgressão visando superar o aparecimento de doenças que afetavam as variedades de S. officinarum. A hibridização interespecífica foi a grande descoberta do melhoramento moderno desta cultura, resolvendo diversos problemas de doenças, proporcionando aumentos na produção, uma grande melhora na capacidade de rebrota das soqueiras e uma melhor adaptabilidade para o crescimento sob várias condições de estress (Roach, 1972). A origem dos cultivares modernos é bem conhecida. Entretanto, sua estrutura genomica correta só foi elucidada recentemente, graças principalmente a citogenética molecular. Os cultivares modernos são derivados de diversos cruzamentos interespecíficos artificiais entre S. officinarum, usado como fêmea e S. spontaneum e, em menor quantidade, S. barberi utilizados como doadores de pólen. Os híbridos F1 eram então retrocruzados com S. officinarum para recuperar um tipo de cana com alto teor de açúcar (Bremer, 1961). S 82 Nem sempre a importância econômica que a cana-deaçúcar e seus produtos apresentam para muitos países em regiões tropicais e sub-tropicais do mundo, é reconhecida a través de investimentos significativos para a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias que apóiem os programas de melhoramento e o desenvolvimento da genética da cana-de-açúcar. Uma das razões para esta situação é provavelmente a natureza complexa do genoma da cana e as dificuldades encontradas para selecionar novos cultivares mais produtivos nos longos programas de seleção, que podem durar até 15 anos. Com o aparecimento das técnicas de genomica, as novas ferramentas tornaram-se disponíveis e surgiu um interesse renovado na genética de cana (Butterfield et al 2001). O enorme genoma desta planta, em que, na média, a cópia de cada gene é representada por dez alelos, representa um desafio para a análise genética. As coleções de etiquetas de seqüências expressas (ESTs) podem contribuir significativamente para análises funcionais e de evolução e identificar genes candidatos, associados com características agronômicas importantes tais como tolerância a estresses bióticos e abióticos, nutrição mineral, conteúdo de açúcar. Existem diversas coleções de ESTs de cana-de-açúcar no mundo, mas a maior é, sem dúvida, a do projeto SUCEST, desenvolvido no Brasil (Vettore et al, 2003). A coleção de ESTs do SUCEST foi organizada em 43.141 transcritos denominados SAS (sugacane assembled sequences) por técnicas de bioinformática (http://sucest.lbi.ic.unicamp.br/public). Em outro projeto, um índice de genes de cana-de-açúcar (SoGI) foi criado, onde as seqüências públicas de ESTs de cana-de-açúcar (inclusive as do SUCEST) foram montadas em transcritos virtuais (http://compbio.dfci.harvard.edu/tgi/cgi-bin/tgi/gimain.pl?gudb=s_ officinarum). Como resultado do aparecimento destas coleções, inúmeros estudos vêm descrevendo as seqüências e discutindo seus papéis. Em todos os casos, por volta de 30% dos transcritos identificados não tem correspondência com seqüências de outros organismos encontradas nos bancos de dados. A identificação das funções destes genes exclusivos de um organismo tão complexo é uma tarefa muito difícil. Os estudos em andamento procuram avaliar o perfil de expressão dos genes em tecidos diferentes, em variedades que apresentam diferenças no acumulo de açúcar e variedades submetidas a diferentes estresses bióticos e abióticos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BREMER, G. Problems in breeding and cytology of sugar cane. Euphytica 10:59-78 1961. BUTTERFIELD, M.K., D’HONT, A., & BERDING, N. The sugarcane genome: a synthesis of current understanding, and lessons for breeding and biotechnology. Proc. Soc. Afr. Sugarcane Technol. Assn. 75:1-5 2001. DANIELS, J. & ROACH, B.T. 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VETTORE, A.L., DA SILVA, F.R., KEMPER, E.L., SOUZA, G.M., DA SILVA, A.M., FERRO, M.I., HENRIQUE-SILVA, F., GIGLIOTI, E.A., LEMOS, M.V., COUTINHO, L.L., NOBREGA, M.P., CARRER, H., FRANCA, S.C., BACCI-JUNIOR, M., GOLDMAN, M.H., GOMES, S.L., NUNES, L.R., CAMARGO, L.E., SIQUEIRA, W.J., VAN SLUYS, M.A., THIEMANN, O.H., KURAMAE, E.E., SANTELLI, R.V., MARINO, C.L., TARGON, M.L., FERRO, J.A., SILVEIRA, H.C., MARINI, D.C., LEMOS, E.G., MONTEIROVITORELLO, C.B., TAMBOR, J.H., CARRARO, D.M., ROBERTO, P.G., MARTINS, V.G., GOLDMAN, G.H., DE OLIVEIRA, R.C., TRUFFI, D., COLOMBO, C.A., ROSSI, M., DE ARAUJO, P.G., SCULACCIO, S.A., ANGELLA, A., LIMA, M.M., DE ROSA JUNIOR, V.E., SIVIERO, F., COSCRATO, V.E., MACHADO, M.A., GRIVET, L., DI MAURO, S.M., NOBREGA, F.G., MENCK, C.F., BRAGA, Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia M.D., TELLES, G.P., CARA, F.A., PEDROSA, G., MEIDANIS, J. & ARRUDA, P. Analysis and functional annotation of an expressed sequence tag collection for tropical crop sugarcane. Genome Res. 13, 2725-35 2003. 15/08/2007 | Manhã Sessão B: Patologia de Sementes SITUACION MUNDIAL DE LA SANIDAD DE LA SEMILLA DE PAPA. Luis F. Salazar. Agdia, Inc. 30380 County Road 6, Elkhart, IN 46514, USA, e-mail: [email protected] . World health situation of potato seed La preocupación por las enfermedades que afectan al cultivo de la papa empezó apenas al poco tiempo de ser este introducido a nuevos lugares desde su hábitat en los Andes. Entre los hongos y bacterias no ha habido muchos cambios a través de los últimos tiempos. Phythopthora infestans, especialmente el nuevo tipo de apareamiento A2 continua siendo el mas problemático (G. Forbes, CIP, pers. comm.) y entre las bacterias Ralstonia solanacearum aparentemente se ha diseminado en muchos países siendo su incidencia mas grave en África sub -sahariano. Sin embargo, las enfermedades más importantes y difíciles de controlar están aquellas causadas por los virus. Al principio solo los síntomas fueron la única indicación de la “degeneración” de los cultivares. Con el transcurrir de los años, algunos de los virus fueron identificados y se desarrollaron métodos para su detección. Este proceso en realidad nunca termina ya que muchos virus “nuevos” o emergentes son continuamente hallados en el cultivo. En los últimos 15 a 20 años la situación viral del cultivo, en una perspectiva mundial ha cambiado en forma importante. Una nueva variante de PVY (PVY-NTN) fue descubierta antes de 1990 y se diseminó a través de Europa y con la semilla allí producida a otros como Canadá, USA, Brasil y recientemente a Australia, solo para nombrar algunos de los países afectados. Este virus y las variantes asociadas a producción de necrosis en los tubérculos se han constituido sin lugar a dudas en los más importantes del cultivo al presente. En surveys recientes en Brasil se ha encontrado que este virus PVY-NTN y/o PVY N:O fue hallado en mas de 80% de las muestras probadas (Dr. C.A. Avila, EMBRAPA, pers. comm.). PVYNTN solo se ha hallado presente en cultivares nativos en los Andes peruanos sugiriendo que este virus se originó del “pool” de PVY/ potyviruses que existen en la papa en su centro de origen. Además de las variantes de PVY hasta ahora reportadas otras formas patológicas de este virus existen en la región andina (G. Canessa, pers. comm.). Alrededor de 1997, se detectó la diseminación del virus del amarillamiento de las venas (“Potato yellow vein virus”, PYVV) desdeColombia y Ecuador hacia Venezuela y Peru, respectivamente. Esta diseminación ocurrió definitivamente con la semilla infectada. Luego debido a la diseminación y establecimiento de su vector, la mosca blanca Trialeurodes vaporariorum y la capacidad del virus de infectar muchas especies de malezas ha dado lugar a que PYVV se convierta en una amenaza real al cultivo donde pueden desarrollarse grandes poblaciones del vector, preferentemente a altitudes superiores a los 1000 metros. Casi al mismo tiempo un nuevo problema viral llego a ser evidente en los cultivos de papa al sur del Peru. Esta enfermedad designada com SB26/29 es aparentemente causada por un virus que es transmitido por el psilido Russelliana solanicola. Existe una alta correlacion entre la diseminación de la enfermedad y las poblaciones del vector. Este virus putativo puede ser transmitido con dificultad por inoculación mecánica y solamente particulas isométricas han sido halladas en plantas sintomáticas. La reducción del rendimiento en plantas infectadas varia entre 40 a 80% dependiendo del cultivar y no se han hallado accessiones de papa resistentes entre 1,500 accessiones probadas de la Coleccion Mundial de papa. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 Apariciones repentinas del mop top de la papa (Potato mop-top virus, PMTV) fueron observadas en los Estados Unidos y Canadá en el 2002. Evaluaciones recientes en 21 cultivares mas sembrados de los Estados Unidos han demostrado que los sintomas tipicos llamados “spraing” u otras reacciones necroticas internas en los tubérculos no se desarrollan en estos cultivares en condiciones de los Andes donde el virus es endémico. Mas bien, en estos experimentos una gran cantidad de tubérculos infectados exhibieron una reticulacion necrótica externa. La razón del porque no se desarrollan los sintomas tipicos de PMTV en los Andes parece estar relacionado a la poca variación de temperatura en el suelo en 24 horas. Una enfermedad alarmante de la papa cultivada en zonas mas calurosas del Sudoeste de los Estados Unidos, Mexico y Guatemala apareció alrededor de 1992 la cual aparentemente ha seguido diseminándose. Esta enfermedad es conocida con el nombre de “zebra chip” (chips tipo zebra) y causa grandes perdidas en las papas que se utilizan para la industria. Los sintomas se observan en el follaje y en los tubérculos. En el follaje aparece un enrrollamiento generalizado mientras que en los tubérculos se observan numerosos puntos o estrias necróticas del tejido interno. La identificación de este agente hasta ahora elusivo es una de las principales prioridades de varios grupos de patólogos en los Estados Unidos. Hasta el momento no se ha podido aislar algun agente que se asocie a la enfermedad. Sin embargo, parece conclusivo que existe una asociación grande con la presencia del psilido Bactericera (Paratrioza) cockerelli en los cultivos de papa. Debido al incremento de poblaciones de moscas blancas (especialmente Bemisia tabaci biotipos A and B, y mas recientemente B.afer) en Peru, plantas que muestran mosaicos intensos estan siendo observados. Estos sintomas que asemejan a los causados potato yellow mosaic begomovirus son asociados aparentemente a Tomato yellow leafcurl virus (TYLCV). Otra enfermedad viral y cuyos sintomas se asemejan a los causados por Beet curly top virus (BCTV, “broto crespo”en papa) se observa hoy en dia en varios cultivos no solo en Brazil pero tambien en otros lugares del mundo, sin embargo, esta enfermedad no parece ser muy diseminada aun ni su etiologia ha sido confirmada. Otro virus que aparece frecuentemente en algunos cultivos de Brazil, Peru, China y las Filipinas es Tomato spotted wilt virus (TSWV) u otros tospovirus relacionados aunque estos no han alcanzado aun incidencias alarmantes. Algunos otros agentes virales como Potato latent virus, Papaya mosaic virus o Pepino mosaic virus tambien han sido reportados en el cultivo en los ultimos años, sin embargo estos no se consideran una amenaza inmediata para el cultivo. En algunas regiones del mundo como el centro-oeste de Iran y otros paises vecinos Eggplant mottle dwarf virus continua siendo un problema esporadico. Todos los virus emergentes aqui reportados podrían tener gran influencia en el desarrollo del cultivo en el futuro. La diseminación de aquellos como PYVV o SB26/29 va a depender exclusivamente del desarrollo, diseminación y establecimiento de sus vectores. Afortunadamente tambien hay buenas noticias para el cultivo. Algunos virus que anteriormente eran prevalentes en los cultivos, como Potato aucuba mosaic virus, la variante C de PVY y Potato yellow dwarf virus ya no se observan como problemas serios en los cultivos de papa de muchos países y esperamos que ésta situación continúe. SANIDADE DE SEMENTES DE HORTALIÇAS. Arildo Mariano Rego. Seminis do Brasil Produção e Comércio de Sementes Ltda. Rua Sampainho, 438 – Cambui – CEP 13025-300 - Campinas – SP, e-mail: [email protected]. Vegetable Seed Health Hortaliças apresentam grande diversidade de espécies, as quais são cultivadas o ano inteiro, sob diferentes condições climáticas e sistemas de plantio. Consequentemente, é grande a quantidade de S 83 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia fungos, vírus, bactérias e nematóides que incidem sobre elas, sendo muitos deles transmissíveis por sementes. Associado a isso, o alto custo por área, para a maioria dos cultivos, destaca a importância da sanidade de sementes no negócio. Por outro lado, é comum o cultivo em pequenas áreas ou hortas familiares de subsistência, onde utiliza-se baixa tecnologia. Também, tratos culturais intensos tais como produção de mudas, transplante, capina manual, poda, amarrio, desbrota, colheitas múltiplas, frequência e sistema de irrigação e plantios sucessivos podem ocasionar perdas significativas com o uso de sementes contaminadas. Além do prejuízos diretos por perda da cultura, eles podem ainda ser maiores quando inviabiliza a área para produções futuras por vários anos, dependendo do patógeno, como por exemplo Clavibacter michiganensis pv. michiganensis em tomate ou Acidorovax avenae pv citrulli em melancia e melão. Por estas razões, os produtores de sementes tem responsabilidade muito grande na sanidade de sementes: disponibilizando sementes sadias aos agricultores e produtores de sementes e, respeitando os requisitos fitossanitários nacionais e internacionais. Diante da globalização, a disseminação de patógenos a longa distância por sementes é a forma mais eficiente. Eles conseguem sobreviver desde a colheita ao plantio, por períodos mais ou menos longo, dependendo do patossistema. Por outro lado, em função do comércio internacional e da maior exigência dos produtores a sanidade de sementes é essencial para definir o destino do lote: venda imediata, tratamento ou descarte. O transporte e sobrevivência de patógenos por sementes é o meio mais importante pelas seguintes razões: a eficiência independe da distância e são comercializadas em muitas partes do globo. O inóculo permanece viável por mais tempo, uma vez que as sementes protegem os propágulos (micélio e esporos de fungos, células bacterianas, partículas virais e nematóides) contra as adversidades climáticas. Por outro lado, as sementes são armazenadas sob condições adequadas para preservar a viabilidade dos propágulos. Nestas condições, os patógenos mantém a patogenicidade por mais tempo por estar constantemente associado ao tecido do hospedeiro, não passando pela fase saprofítica. A análise de sanidade é essencial por evitar que as sementes sirvam como inóculo primário, causando maiores perdas uma vez que a doença inicia mais cedo nos cultivos; evitar a introdução de novas doenças em áreas isentas, especialmente com o comércio internacional e elucidar causa de baixa germinação e/ou vigor em lotes de sementes, uma vez que o desenvolvimento de patógenos afetam diretamente esses dois componentes de qualidade (RAS, 1992). Programas de certificação de sementes ocorre em vários países, a exemplo de Acidorovax avenae em melancia e melão. Nos Estados Unidos a agência CCIA – California Crop Improvement Association, entidade sem fins lucrativos ligado a Universidade de Davis, certifica as sementes com base num programa de certificação que inicia com treinamento das pessoas envolvidas na produção em várias partes do mundo; seguido de inspeções programadas, conforme estágio fenológico das culturas; coleta de amostras, quando encontrado sintomas suspeitos; análise de tecidos vegetais e sementes em laboratórios credenciados e emissão de etiquetas de controle, que acompanham o produto até sua chegada ao consumidor final. Todo esse trabalho é feito sob supervisão de órgãos governamentais, reconhecido pelas leis de sementes daquele estado e está dentro de um esquema internacional de certificação. Os métodos para detecção de patógenos em sementes variam desde a simples observação visual a microscopia eletrônica e serologia. Em vários patossistemas mais de um método é utilizado com o objetivo de aumentar a confiabilidade, reduzindo o risco de resultados falsos. De maneira geral, métodos altamente sensíveis são adotados dado a importância em se detectar traços de inóculo nas sementes. Porém, eles devem simples, rápido, reproduzíveis, confiáveis e associados com a performance da semente no campo. S 84 A escolha dos patógenos a serem testados dependerá da sua importância na transmissão por sementes e da capacidade dele causar danos econômicos nos campos de produção (Agarwal & Sinclair, 1987). A análise de sanidade traz valiosa informação ao produtor de sementes, permitindo a ele tomar importante decisão quanto a destinação dos lotes comerciais ou de sementes básicas. No melhoramento, ele pode usar a análise para excluir amostras contaminadas, enviando para outras partes somente aquelas que passaram nos testes ou, quando possível, fazer tratamento erradicante antes de despachar as amostras. Esse procedimento assume maior importância quando enviam-se amostras de sementes básicas ou de fundações (pré-básicas) para multiplicação em outras áreas livres de doenças. Por segurança, mesmo que a análise apresente resultados negativos é recomendável fazer tratamento preventivo nas sementes. Os testes, de maneira geral, são mais fáceis de serem realisados quanto menor for a quantidade de sementes testadas necessárias para detectar o patógeno. Ou seja, quanto maior a taxa de transmissão pelas sementes, mais simples será o teste. Caso, contrário mais sensível terá que ser o método para detecção. Por esta razão, é importante conhecer a biologia do patógeno, sua transmissão e taxa de crescimento da doença no campo (Jafarpour et al., 1979; Dinant & Lot, 1992). Por exemplo, LMV em alface, com 0,1% de sementes infestadas pode causar incidência em 100% das plantas. Por esta razão, a tolerância é zero em 30.000 sementes testadas. O mesmo acontece com Clavibacter e PepMV em tomate e Acidorovax em cucurbitáceas. A análise de sanidade compreende duas etapas: a primeira no campo onde são realizadas inspeções em determinados pontos críticos, fazendo coleta de amostras e utilizando Kits de diagnose rápido e a segunda, no laboratório, com testes em amostras de tecido vegetal ou nas sementes. Para várias doenças os sintomas podem ser vistos desde a produção das mudas, como ocorre para Acidorovax em cucurbitaceas. Tobamoviroses em pimentão e tomate e Didymella em melancia e melão. Daí, a diagnose precoce é decisiva no manejo da doença e consequentemente, na prevenção de patógenos transmissíveis por sementes. No Brasil, a análise de rotina em sanidade de sementes de hortaliças ainda é insignificante e não atendem as necessidades do setor sementeiro. Apenas estão descritos métodos para fungos em cebola, couve-flor e repolho, cenoura, ervilha e feijão-vagem. Para todos eles o método é papel de filtro com ou sem congelamento, incubação por sete dias a 20ºC ± 2, sob regime de 12 h luz/12h escuro e, são analisadas 400 sementes. Para detecção de Sclerotinia sclerotiorum em ervilha e feijão sugere-se prolongar a incubação por 30 dias a temperatura de 5 a 7ºC sob escuro contínuo. E, como alternativa para os demais patógenos em feijão, como exeção para Alternaria e Isariopsis, semear em rolo de papel e incubar nas mesmas condições (RAS, 1992). Internacionalmente existem, basicamente, duas entidades que trabalham intensamente na harmonização de métodos: ISHI-Veg ( The International Seed Health Initiative for Vegetable crops) sem fins lucrativos, com início das atividades em 1993 e sede na Holanda. E, ISTA (International Seed Testing Association), organização independente, fundada em 1924 com o objetivo de desenvolver e padronizar procedimentos de amostragem e análise de sementes (germinação, umidade, pureza física, tetrazolium, sanidade, vigor e outras), conta com aproximadamente 160 laboratórios associados em mais de 70 países. A análise de sanidade é uma ferramenta para o gerenciamento do risco de doenças transmissíveis por sementes e é parte de todo um programa preventivo de controle, que inicia com a escolha da área livre do patógeno ou plantio em épocas desfavoráveis ao desenvolvimento de doenças em questão, especialmente para bactérias (Araújo et al., 2003; Araújo et al., 2004). Antes da instalação da cultura também são recomendadas rotações de cultivos por três Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia safras com espécies pertencentes a famílias distintas. Quando a produção é feita sob estufa, o que ocorre para produtos de alto valor, como tomate e pimentão, a fumigação é a melhor alternativa. Ainda, antes do plantio deve ser feito treinamento com o pessoal, alertando sobre a necessidade de serem adotadas medidas preventivas tais como da proibição do fumo e alimentos que possam transmitir doenças, uso de roupas apropriadas, desinfestação de equipamentos com cloro, uso de luvas descartáveis e trabalho por setor, entre outras. Nesse momento, deve ser apresentados materiais visuais para familiarização com os sintomas da doenças em questão. Durante o ciclo da cultura, ao encontrar alguma planta com sintoma suspeito deve ser usado Kits de diagnose para testes rápidos, se disponível e se der positivo, são coletadas amostras, enviadas a laboratório para confirmação. Plantas sintomáticas devem ser ensacadas, arrancadas, retiradas para fora da área de produção e queimadas. Se confirmado em laboratório e dependendo da incidência, a área deve ficar isolada e todas as plantas destruídas. Nessa fase, outras medidas são adotadas como manter a área livre de ervas daninhas e plantas voluntárias, evitar movimentação de pessoal entre culturas velhas e novas, uso de desinfestantes nas mãos durante as operações de desbrota, poda, polinização e colheita; evitar contato de equipamentos de pulverização e irrigação com as plantas; restringir a movimentação de trabalhadores de uma área a outra e desinfestar todos os equipamentos pelo menos uma vez por semana. Durante a produção das mudas, quando for o caso, antes da semeadura toda a estufa deve ser desinfestada com solução a 1% de cloro ativo, por exemplo, e a mesma solução é usada nos pedilúvios colocados nas estradas das estufas. A sementeira deve estar isolada da área de produção e somente bandejas plásticas deverão ser usadas e mesmo assim, devem ser desinfestadas antes do semeio por imersão a 15 minutos em solução de cloro ativo a 1%. Evitar tocar nas mudas e para isso semeia-se uma semente por célula, evitando o raleio. Se alguma muda apresentar sintomas de doenças, eliminá-la colocandoa em saco plástico sem tocar as mudas sadias adjacentes. No transporte das mudas, desinfestar o veículo que irá transportar com a referida solução de cloro assim como, as mãos antes do transplante e aplicar fungicidas e inseticidas após o término dessa operação. Deve ser levado em consideração que várias viroses transmitidas por sementes necessita de um inseto vetor para disseminação na cultura. Então, o controle de pragas constitui medida fundamental no controle de tais doenças. Na colheita e extração usar somente contentores plásticos por facilitar a desinfestação entre colheitas. Todas esses medidas fazem parte do manejo de doenças, que ajudará na decisão das análises a serem feitas e escolha dos métodos mais confiáveis a serem adotados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGARWAL, V.K. & SINCLAIR, J.B. Principles of Seed Pathology – Volume II. 1987. Boca Raton. CRC Press, Inc. 168 p. ARAUJO,J.S.P.; ROBBS, C.F. & RIBEIRO, R.L.D. 2003. Manejo integrado de bactérias de importância econômica no Brasil. Parte 1. Revisão Anual de Patologia de Plantas 11:107-131. ARAUJO,J.S.P.; ROBBS, C.F. & RIBEIRO, R.L.D. 2004. Manejo integrado de bactérias de importância econômica no Brasil. Parte 2. Revisão Anual de Patologia de Plantas 12:145-200. DINANT, S. & LOT, H. 1992. Lettuce mosaic: Review. Plant Pathology 41:528-542. JAFARPOUR, B.; SHEPHERD, R.J. & GROGAN, R.G. 1979. Serological detection of bean common mosaic and lettuce mosaic virus in seed. Phytopathology 69:1125-1129. RAS - Regras de Análises de Sementes. 1992. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária-Coordenação de Laboratório Vegetal - CLAV. 365 p. 15/08/2007 | Manhã Sessão C SEQUENCES OF MORPHOLOGICAL AND PHYSIOLOGICAL RESPONSES OF SNAPDRAGON (Antirrhinum majus L.) INOCULATED WITH Pythium aphanidermatum. John C. Sutton1, Noe Ortiz-Uribe2, and Bernard Grodzinski2. 1Department of Environmental Biology and 2Department of Plant Agriculture, University of Guelph, Guelph, Ontario, N1G 2W1, Canada, e-mail: [email protected]. Seqüências de respostas morphológicas e fisiológicas em boca-de-leão (Antirrhinum majus L.) inoculado com Pythium aphanidermatum. Detection of disease at early stages of epidemics is important for timely application of control measures, especially when epidemics develop rapidly. Early detection facilitates critical timing of microbial treatments, fungicide applications and other measures while pathogen density is low and disease easier to manage. A case in point is root rot caused by Pythium aphanidermatum (Edson) Fitzp. in many hydroponic crops. Successful control of Pythium root rot by means of microbial agents depends on establishing adequate populations of agents in the root zone while disease severity is low (Sutton et al., 2006). However, practical methods for early detection of the disease in crops have not been developed. Direct examination of roots for visible symptoms is normally not practical because the roots are difficult to access and observe without injuring the plants. Foliar symptoms such as yellowing or wilting are not useful for early detection of root disease because they develop only after root rot has become severe (Sutton et al., 2006). Early detection of root rot may be possible based on an understanding of physiological and growth responses of the host plants to root infection by P. aphanidermatum (Johnstone et al., 2005). Reduced growth of aerial plant parts is a common response to root infection by the pathogen (Johnstone et al., 2005; Sutton et al., 2005), but real-time patterns of growth reduction and associated physiological changes are not well-understood. The present report summarizes observations of early responses of snapdragon (Antirrhinum majus L.) following inoculation of the roots with P. aphanidermatum (Ortiz-Uribe, 2007). The investigations employed snapdragon ‘Maryland White Ivory’ grown in single-plant hydroponic units, each filled with 1.8 L of aerated nutrient solution. Each plant was supported in lightweight expanded clay aggregate (Leca) contained in a small plastic basket mounted in the lid of a hydroponic unit. The plants were kept in a growth chamber in which irradiance at plant height was 450 μmol.m-2.s-1 during daily 12-h photoperiods. The day/night temperature regime was 24°/18°C until 3 days before inoculation and subsequently raised to 30°/24°C to favor infection and root rot. Relative humidity was 45-55% and ambient CO2 was 365 μL.L-1. The growing conditions provided consistent growth of the snapdragons over time. To account for possible effects of host development on responses to root infection, the snapdragons were inoculated at three sequential stages of development which, taken together, comprised the principal period of vegetative growth and initial reproductive growth. Plants of developmental stages I, II, and III, respectively, were inoculated at 42, 46, and 52 days after sowing. For inoculation, the roots were immersed for 30 min in a suspension of 6.2 x 103 zoospores mL-1 water. Conventional and new methods were used to compare growth and physiological responses of inoculated and non-inoculated plants after the time of inoculation. In destructive analyses, the number of leaves, leaf area, length of the longest root, and dry mass of leaves, stems, and roots were quantified per plant at the time of inoculation and subsequently at intervals of 1 to 2 days. It these analyses, successive measurements required different sets of plants, but in other methods plant responses were measured nondestructively and continuously using the same sets of plants. Elongation of the stem tip was measured with rotary motion sensors (RMS; Pasco Scientific, Roseville, CA, USA). In this method, a string was tied to the developing stem tip and connected to the sensing pulley of the RMS, which was positioned above the plant. Resolution of measurements was 20 μm, and the data were recorded on a data logger. RMS measurements necessitated handling of plants, which potentially influenced physiological responses. However, noninvasive methods that do not require plant handling were also used. One non-invasive tool was a laser camera system (LCS; Neptec Design Group Ltd., Ottawa, Canada) that employs autosynchronous Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 S 85 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia triangulation scanning to capture three-dimensional images of objects. The LCS was previously applied by NASA to capture images on the International Space Station and on Space Shuttle vehicles to inspect the thermally-protective exterior ‘tiles’ while the vehicles were in orbit. In the present work, the LCS was mounted in front of a growth chamber to periodically measure dimensions of the leaf canopy of snapdragon plants inside the chamber while the chamber door was momentarily open. A continuous wave laser source of the LCS measures the intensity and range of objects in a 300 x 300 field of view and with precision near 0.5 mm. A second non-invasive tool was a whole-plant net CO2 exchange system in which net carbon exchange rates (NCER) of inoculated and control plants were measured continuously in sealed gas analysis chambers with critically controlled temperature (30°C day/24°C night), relative humidity (50%), CO2 (375 μL.L air) and photosynthetically active radiation (450 μmol.m-2.s-1) (Dutton et al.,1988). Within the chambers, plants in hydroponic units were positioned on analytical balances that recorded weight loss due to transpiration every 4 min. A FluorImager (Technologia Ltd., Colchester, UK) was used to measure chlorophyll fluorescence parameters of the most recently matured leaf on each plant, and thus the efficiency of photosynthesis. Parameters estimated were maximum quantum efficiency of photosystem II (Fv/Fm), the maximum photochemistry efficiency when all photosystem II reaction centers were open and active (Fv1/Fm1), and non-photochemical quenching (NPQ), which indicated the proportion of energy absorbed by the chlorophyll that was lost as heat. Figura 1. Change in total dry mass of snapdragon plants of developmental stages I, II, and III following inoculation with Pythium aphanidermatum (closed symbols) compared to non-inoculated control plants (open symbols). The rotary motion sensors detected a reduction in the rate of stem elongation of stage I plants within 8 h after inoculation, and statistically reduced stem length by 13 h. Growth of stems during 60 h after the time of inoculation was about 20% less in inoculated plants compared to control plants. When measured with a ruler or by the LCS, stem length was significantly less in inoculated plants only at 44 h. Correlations between measurements by ruler and the LCS were strong (r = 0.92 – 0.95). The LCS detected significantly lower leaf area in inoculated compared to control plants by 25 h after inoculation (Figure 3). However, based on standard errors, trends in reduced leaf area were evident at 8 h. Figura 3. Increase in whole plant leaf area of snapdragon after inoculation with Pythium aphanidermatum (closed symbols) compared to non-inoculated control plants (open symbols) as measured with a laser camera system. Measurements in the gas analysis chambers indicated that wholeplant NCER in stage I plants was reduced within 4 to 6 h after inoculation compared to values of the controls (Figure 4). In successive light periods, photosynthetic uptake of carbon by control plants continued to increase as the canopy grew, but failed to increase and sometimes declined in inoculated plants. During 60 h after inoculation, carbon gain by inoculated plants and control plants, respectively, was 0.072 g and 0.113 g per plant. In stage II plants, whole-plant NCER was reduced within 24h after inoculation. Photosynthetic rates of inoculated plants were reduced on a per plant basis but not when expressed per unit leaf area. Transpiration rates increased in control plants of stages I and II when expressed on a per plant or leaf area basis, and were reduced after inoculation only in stage I plants. The measurements of chlorophyll fluorescence showed that the quantum efficiency of photosystem II was not changed following inoculation, but that the NPQ increased. A principal early response of the snapdragon plants after inoculation with P. aphanidermatum was cessation or near-cessation of growth of the roots and shoot. This contrasted with continued and rapid growth in the control plants. Observations in the destructive analyses indicated that, after inoculation, little or no dry mass accumulated in whole plants of developmental stages I, II, or III (Figure 1). Dry mass accumulation in roots, stems and leaves was reduced in patterns similar to those of the whole plants. Dry mass of inoculated plants of stages I and II was lower than the controls by 2 to 3 days after inoculation (DAI), compared to 4 DAI for stage III plants. The longest roots of stage III plants failed to grow after inoculation, while those of stages I and II decreased in length on account of severe necrosis. In contrast, roots of control plants continued to lengthen rapidly. The leaf area in plants of all stages generally failed to increase after the roots were inoculated, but continued to grow rapidly in the controls (Figure 2). Taken together, the observations indicated that growth of roots, stems, leaves and whole plants of snapdragon at the various developmental stages declined within a few hours after the roots were inoculated with P. aphanidermatum. The responses of the shoots to root infection were possibly mediated by interference with signals such as abscisic acid, ion fluxes, and cytokinins that are transmitted from the roots to the shoots. We conclude that growth rates based on size and mass measurements or carbon uptake have substantial potential as predictive markers of Pythium root rot, and for quantifying effectiveness of disease control measures. Observations of photosynthetic rates, however, do not appear to have value for detecting root rot. New tools such as cost-effective versions of the LCS may facilitate measurement of canopy growth and root health in commercial crops. Figura 2. Total leaf area of snapdragon plants of developmental stages I, II, and III following inoculation with Pythium aphanidermatum (closed symbols) compared to non-inoculated control plants (open symbols). Figura 4. Effect of root inoculation with Pythium aphanidermatum on net carbon exchange rate expressed per plant (A) and per unit area of leaf (C), and corresponding values for carbon gain (B and D) S 86 Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia REFERENCES DUTTON, R.G., JIAO, J., TSUJITA, J. & GRODZINSKI, B. Whole plant carbon dioxide exchange measurements for nondestructive estimation of growth. Plant Physiology 86:324-328. 1988. JOHNSTONE, M.B., CHATTERTON, S., SUTTON, J.C. & GRODZINSKI, B. Net carbon gain and growth of bell peppers, Capsicum annuum ‘Cubico’, following root infection by Pythium aphanidermatum. Phytopathology 95:354-361. 2005. ORTIZ-URIBE, N. Morphological and physiological changes of snapdragon (Antirrhinum majus L.) after inoculation with Pythium aphanidermatum. Ph.D. thesis, University of Guelph, Ontario, Canada. 2007. SUTTON, J.C., SOPHER, C.R., OWEN-GOING, T.N., LIU, W., GRODZINSKI, B., HALL, J.C. & BENCHIMOL, R. Etiology and epidemiology of Pythium root rot in hydroponic crops: current knowledge and perspectives. Summa Phytopathologica 32: 307-321. 2006. 15/08/2007 | Tarde Sessão A1: Patologia Florestal THE DYNAMICS AND MANAGEMENT OF PHYTOPHTHORA IN THE JARRAH (Eucalyptus Marginata) FOREST OF WESTERN AUSTRALIA. Giles E. St. J. Hardy, Daniel Hüberli, William Dunstan & Bernard Dell. Centre for Phytophthora Science and Management, School of Biological Sciences, Murdoch University, Western Australia 6150. e-mail: [email protected]. and Fabaceae, which together make up a large component of the jarrah forest understorey and shrub layer (Shearer and Tippett, 1989). The death of understorey species together with jarrah result in an irreversible decline in the diversity of vegetation on infested sites, and this in turn impacts on the jarrah forest ecosystem and its overall function. Species that remain on the impacted sites include the resistant grasses and sedges and tree species such as Corymbia calophylla and Eucalyptus megacarpa. The first indication that the pathogen has spread into a new previously disease-free area is the death of some of the susceptible understorey species. For example, Banksia grandis (Proteaceae) is a particularly good ‘indicator’ species of disease. This is because it is large and obvious, widely distributed across the high rainfall zone of the jarrah forest and dies rapidly once infected. Frequently, an obvious line of dead and dying banksias marks the ‘infection front’ along the edge of the diseased areas as well as other susceptible Banksia species, Xanthorrhoea spp. and Macrozamia riedlei. Jarrah is considered moderately resistant to P. cinnamomi compared to B. grandis which is highly susceptible. Jarrah exhibits a range of symptoms on infested sites, depending on soils types and weather. Trees of all age classes can suddenly collapse and die in groups or individually. Reshooting from epicormic buds along the trunk and major branches often occurs, but these frequently do not survive. Often, surviving trees express varying degrees of health. Usually there is a gradual decline in the crowns of the trees, beginning with leaf chlorosis and death of primary leaf-bearing branches. New leaves formed from epicormic buds tend to be reduced in size and thus the canopy cover of the tree declines. This decline in tree vigour can occur over a few years to decades prior to death. In addition, the effects of sublethal infections that reduce root development and decrease jarrah growth rates are little understood. Estimates of the effect of the pathogen on tree growth are imprecise because of the difficulty in separating out confounding effects on tree growth including disease caused by pathogens other than P. cinnamomi, rainfall, soil, topography, tree vigour, tree age, dominance class and genetic variation in growth potential, and resistance to P. cinnamomi (Shearer and Tippett, 1989). The jarrah (Eucalyptus marginata Donn. ex Smith) forest in Western Australia is a tall dry sclerophyll forest with a uniform overstorey dominated by jarrah. The forest extends over most of the south-western corner of Australia, with a Mediterranean climate, covering approximately 64 000 km2 (Shearer and Tippett, 1989). Jarrah ranges in height from 15-50 m and 3 m in diameter across most of its range. Jarrah has the ability to dominate a wide range of sites, especially lateritic catenas. The jarrah forest has a high level of endemism in plants. There are approximately 1200 species found over its range, including many species in the Myrtaceae, Fabaceae and Proteaceae (Shearer and Tippett, 1989). Jarrah has, and will, continue to be an important timber species because of its durability and suitability for furniture, shipbuilding, wharves, telegraph poles and structural timber in house building. Jarrah is an important ‘keystone’ species of the jarrah forest and any threats to its health and viability will have important economic, environmental and ecological consequences. The most significant threat to jarrah is the introduced soilborne plant pathogen Phytophthora cinnamomi Rands. All of the symptoms discussed so far are ‘secondary’ symptoms. Primary symptoms include fine feeder root loss or a general decrease in canopy vigour. The pathogen can spread from fine roots into coarse woody roots and finally into large roots and the collars of trees. Removal of the bark on the roots and collars of the trees will reveal lesions in the phloem and cambium. These lesions can girdle the roots and stem collar, and when the latter occurs the tree will die. Lesions are usually evident as discoloured and water-soaked areas although asymptomatic infection has been observed (O’Gara et al., 1997). As the numbers of roots colonised by the pathogen increase, the tree looses ability to acquire nutrients from the surface soil layers and water from deeper in the soil profile, which leads to decline and death of the host. Symptom development depends on a range of factors, including temperature, moisture, mineral nutrition, soil characteristics and the physiological status of the host. Mass deaths can occur after some summer rainfall events. In Australia, P. cinnamomi is listed by the Commonwealth’s Environmental Protection and Biodiversity Conservation Act 1999 as a ‘Key Threatening Process to Australia’s Biodiversity’. It causes major epiphytotics in the Mediterranean areas of the continent receiving more than 600 mm of rainfall. In the south-west botanical province of Western Australia over 2,285 native plant species of the 5,710 described are susceptible to P. cinnamomi (Shearer et al., 2004). The indirect effects of P. cinnamomi in terms of botanical impact through the loss of vertebrate and invertebrate pollinators, and loss of canopy and litter cover have yet to been determined. However, recent studies indicate that the pathogen is impacting on native fauna due to loss of litter, understorey and overstorey canopy cover, food resources and refugia (Garkaklis et al., 2004). Despite many years of research, there is still much to be understood about the disease dynamics of P. cinnamomi in the jarrah forest. The environment plays an important role on sporulation, dispersal, survival, infection, and disease expression. P. cinnamomi requires warm temperatures (12-30°C with optimum between 25-30°C) and moist conditions for the asexual sporangium-zoospore cycle to produce large numbers of infectious spores. These conditions occur in the jarrah forest in autumn-early winter (April-June) and spring (September to November). The motile zoospores which are attracted to roots are considered the main form of reproduction and dispersal in the jarrah forest. Once roots are colonised and conditions remain conducive, additional sporangia can be rapidly produced from the roots to release more zoospores. The first European settlers probably introduced P. cinnamomi into Australia. Disease symptoms caused by this pathogen were first recorded in Western Australia in the jarrah forest in 1921. However, it was not until 1964 that the cause of jarrah deaths was recognised to be caused by P. cinnamomi (Podger et al., 1965). Jarrah is the only Eucalyptus species of the jarrah forest that is killed by P. cinnamomi as well as many substorey and understorey plant species. Many susceptible species belong to the families Proteaceae, Epacridaceae, Dilleniaceae, Xanthorrhoeaceae In addition to warm and moist conditions, sporangium production by P. cinnamomi also requires stimulatory factors, that are influenced by soil type and associated soil flora, to be present. In the jarrah forest, sandy loam and sandy gravel soils from specific vegetation types in the upland forest stimulate sporangial production more than red loam soils from river valleys. However, for all soil types, the capacity to stimulate sporangia formation does change with season and tends to be greatest in summer and least in winter. Sporangia production also tends to be greatest under susceptible Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 S 87 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia plant species than under resistant plant species. Whether these differences are due to specific microflora, root exudates or combinations of both is still to be full ascertained, and still remains one of the least known aspects affecting sporulation in the jarrah forest. Little is also known of how P. cinnamomi sporulates from different hosts, although, the highly susceptible B. grandis is known to contribute to the build up of inoculum in the soil. Dispersal of zoospores is either active or passive. Zoospores can swim for short distances in standing water or in water within soil pores, or can be transported by the mass flow of surface or subsurface water. Passive dispersal is a significant contributor to the movement of the pathogen. The movement of soil and infected plant material by human means is considerable. For example, infected gravel collected for road building from under dead jarrah between 1921 and 1964, prior to the discovery of the causal agent of disease, contributed significantly to the spread of the pathogen to many areas of the jarrah forest. Any activities that disturb and move soil, such as those associated with forestry, mining, and recreation, particularly during wet periods, have considerable potential to move the pathogen long distances. Little is known about the role of the resting spores, chlamydospores, in survival of the pathogen over the long dry summers and in the absence of susceptible hosts; there is still debate about their role in the jarrah forest (McCarren et al., 2005). P. cinnamomi requires two mating types (A1 and A2) in order to undergo sexual reproduction to produce long-lived oospores. In the jarrah forest, only the A2 mating type is present. Recent work has shown that under Acacia pulchella, a resistant species, oospores are produced by selfing (Jayasekera, et al., 2007). This observation raises many interesting questions about the possible role of the long-term survival of the pathogen, especially as it has been shown to be a poor saprophyte in jarrah forest soils (McCarren et al., 2005). Management of P. cinnamomi remains a daunting task as we have few tools available to reduce the extension, spread and impact of the pathogen and the diseases it causes. Additionally, management is underpinned by our current understanding of the pathogen’s biology, ecology and epidemiology. Management strategies must include components of prevention, treatment, restoration and conservation. Monitoring is a major tool for successful management. Initial activities involve the use of 230mm-format large scale aerial photography (nominally 1:4,500 scale) to identify areas of dying vegetation. Trained dieback ‘interpreters’ validate aerial photography interpretation by ground survey. If necessary, soil and plant samples are taken and tested to confirm the presence of the pathogen. The interpreters map areas that are (a) infested with the pathogen, (b) are free of P. cinnamomi, (c) cannot be interpreted, as the presence or absence of the pathogen cannot be ascertained, (d) unprotectable – areas which are infested and those areas where it is judged that autonomous spread of the pathogen will occur within 50 years, and (e) protectable – free of the pathogen and likely to remain so. Field data that has been recorded onto photographs or working maps is then transferred to a base map and subsequently into Geographical Information Systems (GIS). This information is then the basis for compiling disease location maps, determining management strategies and deploying risk mitigation tactics, including hygiene and quarantine management to control the disease (Dell et al., 2005). Management of the pathogen in the jarrah forest places huge emphasis on intensive pre-operation planning of any activities involving earth moving or the potential to move soil. These include mining, road building or maintenance, timber harvesting, vehicle movement along gravel roads, and construction of gas and powerlines. Major activities are planned to be conducted during the dry summer months to reduce the risk of soil movement. Vehicle wash-down facilities are put in place where necessary and, if appropriate, roads and in some instances walk tracks are rerouted or closed. Overlying all of these activities is a monitoring and auditing process to assist in assessing the effectiveness of the plans. More recently the low cost and low toxicity chemical phosphite (neutralised phosphorous acid) has been used very effectively, applied as a trunk injection or low or high volume foliar spray, to control the rate of spread and impact of P. cinnamomi (Hardy et al., 2001). It induces a host defence response in many susceptible plant species. The protective effect can last between 6 months and 6-8 years. The mechanisms behind phosphite’s mode of action remain to be determined. However, it does provide a very strategic tool to manage rare or threatened plant species and or plant communities as well as preserve iconic trees, until we find more S 88 effective and persistent methods to control the pathogen. In summary, P. cinnamomi is a major threat to the jarrah forest and the different ecosystems it contains. It has considerable direct impacts on many plant species and its indirect impacts on resistant flora, fauna and ecosystem function remain largely unexplored or understood. Considerable work is being undertaken on (a) developing eradication methods, (b) improving the efficacy of phosphite, (c) understanding at a molecular and biochemical level the mechanisms of action of phosphite, (d) how host physiology at time of phosphite application effects its ability to contain the pathogen, (e) use of Digital Multispectral imagery to map disease caused by P. cinnamomi, (f) developing effective rehabilitation strategies, and (g) selection of resistant plant genotypes for rehabilitation purposes. Without continued integration of targeted research with strategic and operational management options P. cinnamomi will continue to have a major impact on ecosystem health and function in Australia. REFERENCES DELL, B., HARDY, G., & VEAR, K. History of Phytophthora cinnamomi management in Western Australia. Proceedings 6th National Conference of the Australian Forest History Society Inc. (eds. Michael Calver et al.). Millpress, Rotterdam. 2005. GARKAKLIS, M.J., CALVER, M.C., WILSON, B.A. & HARDY, G.E.ST. J. Habitat alteration caused by an introduced plant disease, Phytophthora cinnamomi: a potential threat to the conservation of Australian forest fauna. In: Conservation of Australia’s Forest Fauna. 2nd edition. (ed. Daniel Lunney). Royal Zoological Society of New South Wales. 899-913. 2004. HARDY, G.E.S., BARRETT, S, & SHEARER B.L. The future of phosphite as a fungicide to control the soilborne plant pathogen Phytophthora cinnamomi in natural ecosystems. Australasian Plant Pathology 30:133-139. 2001. JAYASEKERA, A.U., MCCOMB, J.A., SHEARER, B.L. & HARDY, G.E.ST.J. In planta selfing and oospore production of Phytophthora cinnamomi in the presence of Acacia pulchella. Mycological Research 111:355-362. 2007. MCCARREN, K.L., MCCOMB, J.A., SHEARER, B.L. & HARDY, G.E.ST.J. The role of chlamydospores of Phytophthora cinnamomi- a review. Australasian Plant Pathology 34:333-338. 2005. O’GARA, E., MCCOMB, J.A., COLQUHOUN, I.J. & HARDY, G.E.ST.J. The infection of non-wounded and wounded periderm tissue at the lower stem of Eucalyptus marginata by zoospores of Phytophthora cinnamomi, in a rehabilitated bauxite mine. Australasian Plant Pathology 26:135-141. 1997. PODGER, F.D., DOEPEL, R.F. & ZENTMYER, G.A. Association of Phytophthora cinnamomi with a disease of Eucalyptus marginata forest in Western Australia. Plant Disease Reporter 49:943-947. 1965. SHEARER, B.L. & TIPPETT, J.T. Jarrah Dieback: the Dynamics and Management of Phytophthora cinnamomi in the jarrah (Eucalyptus marginata) Forest of South-western Australia. Department of Conservation and Land Mangement, Research Bulletin No. 3. 76 pages. 1989. SHEARER, B.L., CRANE, C.E. & COCHRANE, A. Quantification of the susceptibility of the native flora of the South-west botanical province, Western Australia, to Phytophthora cinnamomi. Australian Journal of Botany 52: 435-443. 2004. PROBLEMAS EMERGENTES EM EUCALIPTOCULTURA NO BRASIL DE 2006 E 2007 -Francisco Alves Ferreira. Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Fitopatologia, CEP 36571-000 – Viçosa, MG; E-mail:[email protected] Em 2006 e 2007, nenhuma doença biótica surgiu, até então, como novidade para a eucaliptocultura do sudeste brasileiro. Entretanto, problemas sérios, relativos à área social e, ou, das relações das empresas eucaliptocultoras Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia & comunidades, têm-se intensificado, e muito, exigindo cada vez mais atuações rápidas e preventivas por parte dos respectivos departamentos de relação com a(s) comunidade(s) de cada empresa eucaliptocultora. Por outro lado, com relação às doenças abióticas ou de causas não parasitárias, emergiram-se novidades. Em 2006, em algumas empresas eucaliptocultoras que operam em regiões de cerrado do estado de MG, surgiram sintomas esdrúxulos em plantas clonais de Eucalyptus grandis nos estágios fenológicos A, B e C ,(ver livro de diagnose.do autor, pág. 19, 2002, para nomes de estágios, fenológicos), causados por déficit de cobre, que surpreenderam profissionais florestais e até mesmo os nutricionistas de eucalipto. Ainda em 2006, verificaram-se reboleiras de até cerca de meia hectare cada, com mortalidade de árvores clonais de Eucalyptus grandis, no final do estágio fenológico B e no C, causadas por raio. A diagnose de incidência de raio em árvores adultas é facilitada pela presença de trincamento de casca, aprofundadamente, que leva ao surgimento de cancro longitudinal. Para as diagnoses de reboleiras de árvores mortas por raio, nos estágios fenológicos B e C, exige-se constatar os seguintes sintomas in loci: Cavacamento do chão rodeante ao colo da(s) árvore(s) afetadas; explosão de súber e até mesmo de casca. Completa-se a diagnose fazendo-se, corte(s), inclinadamente, do(s) tronco(s) para se observar dois xilemas formados, antes e após a incidência do estresse raio nos troncos. A constatação desses dois xilemas seqüenciais significa que o evento estressante (raio) incidira há um ou poucos meses. RESISTÊNCIA GENÉTICA EM PATOSSISTEMAS FLORESTAIS. Acelino Couto Alfenas1 & Lúcio Mauro da Silva Guimarães. 1 Departamento de Fitopatologia/Bioagro, Universidade Federal de Viçosa, 36570-000 Viçosa, MG. e-mail: [email protected]. Genetic resistance in forest patossistemas. MINIMIZAÇÃO DE RISCOS DE DOENÇAS EM PLANTAÇÕES FLORESTAIS Tendo em vista a ampliação das áreas florestais plantadas e a introdução freqüente de novos materiais genéticos, tem sido comum a incidência de doenças em viveiro e campo, sendo algumas de grande impacto econômico em virtude das perdas provocadas. Até a década de 1970, a área plantada com eucalipto no Brasil era relativamente pequena e concentrada nos Estados de São Paulo e Minas Gerais. Até então, as plantações eram consideradas praticamente livres de doenças. Todavia, a expansão das áreas plantadas, o emprego de materiais mais produtivos sem prévio conhecimento de sua resistência, a implementação de novas técnicas de manejo da eucaliptocultura e os ciclos sucessivos numa mesma área de plantio têm favorecido o surgimento de várias epidemias, cujos agentes etiológicos encontravam-se endemicamente presentes ou foram acidentalmente introduzidos nessas regiões (Alfenas et al., 2004; Alfenas e Zauza, 2007). Dentre essas enfermidades, merecem destaque o cancro (Crysophorte cubensis), a ferrugem do eucalipto (Puccinia psidii), as manchas foliares e a desfolha (Cylindrocladium spp., Rhizoctonia spp. e Xanthomonas axonopodis), a murcha bacteriana (Ralstonia solanacearum), a murcha-de-ceratocystis (Ceratocystis fimbriata) e o anelamento da haste e manchas foliares de Quambalaria (Quambalaria eucalypti). Em viveiros, o controle de enfermidades é feito por meio de práticas integradas de manejo, que visam erradicar parcial ou totalmente as fontes de inóculo, favorecer o desenvolvimento da planta e reduzir as condições propícias à infecção. No campo, o controle de doenças é feito através do plantio de genótipos resistentes multiplicados por via seminal e, principalmente, pela propagação vegetativa a partir do enraizamento de estacas. A heterogeneidade dos plantios seminais e os prejuízos advindos da incidência de cancro na década de 1970 motivaram o desenvolvimento da clonagem por estaquia de eucalipto no Brasil, tida hoje como referência mundial no controle de doenças de espécies arbóreas (Alfenas et al., 2004). Dentre os cerca de três milhões de hectares plantados com eucalipto no Brasil, em torno de um milhão é constituído por 362 clones oriundos de espécies puras ou principalmente híbridos interespecíficos, estabelecidos em áreas de 10 a 34.000 hectares/clone/empresa (T. F. Assis, assisteo@terra. com.br, informação pessoal). Em virtude da homogeneidade da matéria prima e dos ganhos em produtividade, ultimamente, a maioria dos novos Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 plantios tem sido clonal. A maior parte dos clones comerciais plantados hoje no Brasil é híbrida de E. grandis x E. urophylla, em geral com base genética relativamente estreita. Por isso, é fundamental a introgressão de genes de resistência de outras espécies, a fim de ampliar a base genética, e concomitantemente a obtenção de materiais com alto grau de resistência e de amplo espectro para controle de várias doenças (Figura 1). Para controle eficaz, é necessário efetuar monitoramento sistemático das doenças em viveiro e campo, incluindo plantios comerciais, testes clonais e de progênies. Isso permite, a fim de detectar possíveis doenças endêmicas ou epidêmicas ainda não observadas previamente, implementar antecipadamente medidas de controle e evitar perdas de grande impacto econômico na cultura. Além disso, a avaliação da resistência deve ser feita continuamente nos novos materiais genéticos, antes de estes serem recomendados para plantio comercial. Apesar dos riscos inerentes aos plantios homogêneos, a clonagem é uma ferramenta valiosa para multiplicação comercial de materiais superiores resistentes a doenças. Nesse contexto, é fundamental a geração constante de novos clones contendo diferentes combinações gênicas, obtidas principalmente a partir de cruzamentos entre espécies contrastantes para diferentes características silviculturais e tecnológicas de interesse comercial, incluindo resistência a doenças (Alfenas et al., 2004). Para seleção rápida e precisa de genótipos resistentes, é essencial o desenvolvimento de métodos de inoculação e avaliação, em condições controladas. Para isso, urge otimizar os protocolos de inoculação e conhecer as condições ótimas para o desenvolvimento da doença, como a biologia do patógeno e os estádios fenológicos do hospedeiro mais suscetíveis à infecção, no intuito de embasar a escolha dos componentes de resistência. Além da seleção de genótipos resistentes, é preciso conhecer a base genética da resistência e a variabilidade na população do patógeno, visando orientar os programas de melhoramento genético (transferibilidade da resistência) e predizer a durabilidade/estabilidade da resistência. O mapeamento de regiões genômicas (QTLs) e, ou, a identificação de genes que conferem resistência poderão auxiliar a seleção precoce de materiais promissores e o entendimento dos mecanismos de resistência. Serão discutidos a seguir resultados de estudos sobre a resistência em alguns patossistemas. Figura 1. Fluxograma com as etapas do programa de melhoramento destinado à obtenção de materiais genéticos resistentes a doenças. S 89 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia EUCALYPTUS - PUCCINIA PSIDII Puccinia psidii é um patógeno biotrófico que infecta várias espécies da família Myrtaceae (Alfenas et al., 2004; Coutinho et al., 1998). A preferência do patógeno em colonizar tecidos jovens está associada às etapas de pré-penetração; em folhas completamente expandidas, a germinação de urediniósporos e a formação de apressórios são muito baixas e não há penetração. A resistência à penetração pode estar associada ao aumento da espessura e à alteração da composição da cutícula que ocorre ao longo do desenvolvimento da folha (Xavier et al., 2001). Além da resistência ontogenética, existe variação no nível de resistência inter e intra-específica de eucalipto. A existência de genótipos resistentes, disponíveis em diversas espécies do gênero, torna a resistência genética a melhor opção de controle dessa doença. Uma das formas de resistência à ferrugem é determinada por um gene dominante denominado Ppr-,1 mapeado em uma progênie de E. grandis e que se encontra fortemente ligado ao marcador RAPD AT9917 (Figura 2) (Junghans et al., 2003). Entretanto, em razão das limitações inerentes à técnica de RAPD, o uso da informação de ligação tem ficado restrito ao pedigree utilizado para o mapeamento, limitando o compartilhamento inter-experimental de dados e a possibilidade de validação do gene - aspecto absolutamente fundamental para seleção assistida por marcadores. Atualmente, encontra-se em andamento na UFV o mapeamento de grande número de marcadores microssatélites altamente transferíveis e polimórficos próximo a Ppr1, com a finalidade de usar um par de microssatélites ligados ao gene. Espera-se que o uso desses marcadores torne eficiente a seleção de plantas, contendo o Ppr1, de outras procedências, progênies, espécies de Eucalyptus, o que permitiria a introgressão e seleção assistida. Além do mapeamento genético com microssatélites, o mapeamento físico e a clonagem de Ppr-1 estão em andamento. A clonagem desse gene permitirá a sua transferência para genótipos suscetíveis, e o seqüenciamento do gene e das regiões adjacentes permitirá o desenvolvimento de marcadores robustos para seleção assistida, assim como para a busca de novas fontes de resistência distintas de Ppr-1. Aparentemente, a resistência à ferrugem está associada ao desencadeamento da resposta de hipersensibilidade, uma vez que, em materiais resistentes, visualiza-se a necrose das células localizadas no sítio de penetração do patógeno (Xavier et al., 2001). Postula-se que Ppr-1, a exemplo do que ocorre com outros genes de resistência, codifique para uma proteína que reconheça direta ou indiretamente o patógeno, desencadeando o processo de defesa. Além da proteína que ativa o mecanismo de defesa, proteínas envolvidas na transdução de sinais e proteínas que atuam diretamente sobre o patógeno (resposta de defesa propriamente dita) também são fundamentais para a resistência. A importância do produto de outros genes na resistência é evidente, pela variação na extensão da colonização do patógeno em plantas que expressam Ppr-1. fimbriata, é atualmente uma das principais enfermidades em plantios comerciais de eucalipto (Alfenas et al., 2004). A resistência genética como opção para controle de C. fimbriata tem sido utilizada com sucesso em Mangifera (Rossetto et al., 1997), Coffea (Castilla, 1982) e Crotalaria (Ribeiro et al., 1977). De modo semelhante, em Eucalyptus existem genótipos resistentes à doença (Zauza et al., 2004). A seleção de genótipos superiores tem sido realizada, permitindo a obtenção de clones comerciais resistentes à doença. No entanto, até o presente não se conhece o padrão da herança da resistência das interações EucalyptusC. fimbriata. Esse conhecimento é fundamental para direcionar as estratégias de melhoramento genético visando à obtenção de materiais resistentes. Embora haja algumas evidências a favor da hipótese de que poucos genes podem controlar a resistência a C. fimbriata, como a nãosegregação em algumas progênies oriundas dos cruzamentos de genitores contrastantes e altos valores de herdabilidade, a existência de vários níveis intermediários de resistência e de segregações transgressivas na população F1 sugere também a presença de genes de efeitos menores influenciando a resistência. Esforços estão sendo conduzidos no sentido de gerar novas opções de avaliação da resistência, de forma a evidenciar mecanismos de defesa potencialmente envolvidos e minimizar variações no processo de inoculação e avaliação. Em plátano (Platanus sp.), genótipos resistentes a C. fimbriata f. sp. platani apresentam maior acúmulo de fitoalexinas em relação a genótipos suscetíveis (Modafar et al., 1995), e uma glicoproteína isolada a partir do fungo atua como elicitor da produção de tais compostos (Alami e Clerivet, 1998). Ceratocystis fimbriata é produtor de toxinas que induzem necrose da célula vegetal (Pazzagli et al., 1999); essas toxinas podem ser essenciais à patogênese, e a capacidade da planta em neutralizar tais toxinas poderia constituir importante mecanismo de resistência. Outro aspecto importante a ser considerado é a variabilidade genética na população do patógeno, o que pode tornar vulneráveis os materiais resistentes selecionados para plantio. EUCALYPTUS - CYLINDROCLADIUM PTERIDIS A mancha foliar e a desfolha provocada por C. pteridis têm se mostrado um fator limitante ao crescimento de povoamentos de Eucalyptus spp. durante épocas favoráveis ao desenvolvimento do patógeno (Alfenas et al., 2004). Esta doença tem sido observada, principalmente, em procedências de E. camaldulensis, E. cloeziana, E. grandis, E. saligna, E, tereticornis, E. urophylla e híbridos de E. grandis x E. urophylla, entre outros, sendo o plantio de clones, progênies, procedências ou espécies resistentes a melhor estratégia de controle (Alfenas et al., 2004). Graça (2007), estudando a penetração e as condições favoráveis à infecção de C. pteridis em eucalipto, verificou que a penetração ocorre tipicamente por estômatos e que em estudos desse patossistema deve-se empregar suspensão de inóculo a 1x104 conídios/mL, tempo de câmara de nevoeiro de 48 h e aferir a desfolha em ramos do terço basal de plantas com mais de 120 dias de idade. Observações de infecções naturais de C. pteridis em nível de campo em Eucalyptus spp. e inoculações do patógeno conduzidas em casa de vegetação indicam a existência de variabilidade para a resistência entre espécies, progênies e genótipos de Eucalyptus spp. e que a resistência parece ser do tipo quantitativa, sendo afetada pela idade dos tecidos e fertilidade do solo. Essas características dificultam a separação de materiais genéticos quanto à resistência. EUCALYTPUS – CRYSOPHORTE CUBENSIS Figura 2. Mapa de ligação contendo o gene Ppr-1 e quatro marcadores em acoplamento. (Fonte: Junghans et al., 2003.) EUCALYPTUS - CERATOCYSTIS FIMBRIATA Devido à sua natureza letal, variada gama de hospedeiros e ampla distribuição geográfica, a murcha-de-ceratocystis, causada por C. S 90 O cancro causado por C. cubensis é uma doença que ocorre praticamente em todas as regiões tropicais e subtropicais do mundo onde o eucalipto é plantado (Alfenas et al., 2004). Embora ocorra em quase todas as regiões eucaliptocultoras de todo o Brasil, é epidemiologicamente importante em regiões onde a temperatura média da maioria dos meses do ano é superior a 23ºC e a precipitação anual é superior a 1.200 mm (Alfenas et al., 2004; Hodges et al., 1976). Nessas condições, graves perdas pela doença podem ocorrer, caso não se estabeleçam plantios iniciais ou reformas de povoamentos com procedências ou clones de eucalipto resistentes à doença. A técnica de clonagem de genótipos superiores foi motivada pela elevada Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia incidência de cancro causado por C. cubensis em plantio seminais, sendo responsável por perdas significativas no passado. A existência de resistência a este patógeno em genótipos de eucalipto tornou possível o seu controle por meio de seleção e clonagem de plantas resistentes. O plantio de genótipos resistentes permitiu a recuperação da eucaliptocultura nas áreas onde a ocorrência de cancro era severa (Ferreira, 1989). Entretanto, não há estudos sobre o controle genético da resistência. Inoculações artificiais em diferentes progênies de E. grandis x E. urophylla resultaram em distribuição contínua quanto ao tamanho da lesão, apresentando desde indivíduos imunes até indivíduos com lesões de até 60 cm, sugerindo ser a resistência a C. cubensis uma característica quantitativa. REFERÊNCIAS Alami, I., Mari, S., Clerivet, A. A glycoprotein from Ceratocystis fimbriata f. sp. platani triggers phytoalexin synthesis in Platanus x Acerifolia cell suspension cultures. Phytochemistry 48: 771-776, 1998. Alfenas, A.C., Zauza, E.A.V., Mafia, R.G., Assis, T.F. Clonagem e doenças do eucalipto. Viçosa, MG: Editora UFV, 442p. 2004. Alfenas, A.C., Zauza, E.A.V. Doenças na cultura do eucalipto.Viçosa, MG: SIF, 164p. 2007. Castilla, Z.J. Production de una selección resístanse a llaga macana Ceratocystis fimbriata (Ell. and Halst.) Hunt con relacion a las variedades Tipica y Bordon. Cenicafe 33: 53-66, 1982. Coutinho, T.A., Wingfield, M.J., Alfenas, A.C., Crous, P.W. Eucalyptus rust: a disease with the potential for serious international implications. Plant Disease 82: 819–925, 1998. Ferreira, F.A. Patologia Florestal – Principais doenças florestais no Brasil. Viçosa, MG: SIF, 570p, 1989. Graça, R.N. Penetração e condições favoráveis à infecção de Cylindrocladium pteridis em eucalipto. (Dissertação de Mestrado) Universidade Federal de Viçosa, 38p, 2007. Hodges, C.S., Reis, M.S., Ferreira, F.A., Henfling, J.D. M. O cancro do eucalipto causado por Diaporthe cubensis. Fitopatologia Brasileira 1: 129-170, 1976. Junghans, D.T., Alfenas, A.C., Brommonschenkel, S.H., Oda, S. Mello, E.J.; Grattapaglia, D. 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Plum pox virus e os riscos da introdução da enfermidade da sharka no brasil. Plum pox virus (PPV) is a member of the genus Potyvirus in the family Potyviridae that causes sharka, one of the most serious diseases of Prunus species (López-Moya et al., 2000). Estimated costs associated with sharka management worldwide in the last 30 years exceed 10.000 million euros (Cambra et al., 2006b). Sharka disease has serious agronomic and sociological consequences because it causes both important direct economic losses and significant indirect losses due to restrictions in the domestic and international trade of plant material. Sharka was first described as a viral disease in Bulgaria in 1932. Since then, the virus has progressively spread to a large part of the European continent, around the Mediterranean basin and to the near and Middle East. It has been found in Asia (Kazakhstan, China and Pakistan) and in South and North America (Chile, USA, Canada, and Argentina) (Roy and Smith, 1994; García and Cambra, 2007). The presence of sharka disease in America is a serious threat for the prunus industry located in the South of Brazil. Illegal traffic and insufficiently controlled exchanges of infected yet symptomless propagative plant material has been the main pathway of spread of sharka over long distances, and could be the way of PPV introduction in Brazil. Then, once sharka has become established in an orchard, PPV is transmitted in the field by local aphid species in a non-persistent manner. In addition to fruiting Prunus species, several ornamental and wild Prunus species have been identified as natural and/or experimental hosts for PPV that is also able to infect some woody species that do not belong to the genus Prunus, and a number of herbaceous hosts. The genome of PPV, consists of one molecule of positive sense ssRNA, which is encapsidated in flexuous and rod-shaped particles of ~660-750 nm in length and ~12.5-20 nm in width. The PPV genomic RNA, which is 9786 nt in length in most isolates, has a 5’ terminal protein (VPg) and a 3’ poly A tail. The molecular biology of PPV and of the interactions between the virus and its hosts, as well as the function of the PPV gene products, has advanced notably in recent years (Salvador et al., 2006). The availability of several full-length genome sequences (García and Cambra, 2007) and many partial ones has enabled PPV isolates to be classified into six subgroups or strains: Dideron (D), Marcus (M), Cherry (C), El Amar (EA), Winona (W) and recombinants between D and M isolates (Rec) (Candresse and Cambra, 2006). Most PPV isolates belong to the subgroups M and D. PPV M and D strains differ in their ability to infect peach cultivars. M isolates appear to cause, in general, faster epidemics and more severe symptoms in peach flowers, leaves and fruits than D isolates. Both D and M types causes severe damages in apricot and European and Japanese plum cultivars. Cherries were considered non-hosts of PPV for a long time. However, a number of PPV isolates infecting sour and sweet cherry trees have now been identified in several European countries and Turkey. All these isolates form a distinct monophyletic group, which has been defined as PPV-C strain. PPV El Amar and PPV W317 are atypical PPV isolates that were isolated from apricot in Egypt and plum in Canada, respectively. Their genome sequences largely diverge from each other and from isolates of other PPV strains, suggesting that they constitute independent evolutionary lineages. Virus virulence depends on the ability of the virus to use specific host factors for its replication and propagation and to escape from innate and virus-induced resistance mechanisms raised by the host. Sharka symptoms may appear on leaves, petals, fruits and stones. They are particularly clear on leaves in springtime: mild light green discoloration, chlorotic spots, bands or rings, vein clearing or yellowing, or even leaf deformation. Flower symptoms can occur on the petals (discoloration) of some peach cultivars or in other Prunus species. Infected fruits show chlorotic spots or lightly S 91 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia pigmented yellow rings or line patterns. Fruits may become deformed or irregular in shape and develop small brown or necrotic areas. Diseased fruits may show internal browning and gummosis of the flesh and reduced quality. In some cases the diseased fruits drop prematurely from the tree. In general, early cultivars are much more sensitive for symptom expression on fruits than late cultivars. Stones from diseased apricot fruits show typical pale rings or spots. The virus can be present in symptomless plants and consequently laboratory tests must be performed to assess the sanitary status of a given plant material, especially when this material constitutes the origin of a large vegetative propagation. Appropriate sample selection is critical for biological, serological or molecular detection. If typical symptoms are present, flowers, leaves or fruits showing symptoms must be collected. In symptomless plants, the standard sampling involves 5 old growth shoots with mature leaves or 10 fully expanded leaves collected around the canopy of each individual adult tree from the middle of each scaffold branch, until the outcome of high temperatures at the beginning of summer. Preferably, plant material should be selected from the internal structure of the tree. Samples in springtime can be flowers, young shoots with fully expanded leaves or small fruits. Mature leaves can be collected for analysis in autumn. The skin of mature fruits collected from the field or in packinghouses can also be used for analysis. A European Protocol for detection and characterization of PPV has been developed. The recommended methods include: biological indexing, serological and molecular tests (EPPO, 2004). An update of this protocol incorporating real-time PCR amplification, sequencing and other novelties is being prepared by the International Plant Protection Convention governed by the Interim Commission on Phytosanitary Measures hosted by the FAO. Detection of all PPV isolates can be achieved using biological tests based on the graft inoculation of GF305 or Nemaguard peach seedlings, or Prunus tomentosa. Universal detection of any PPV isolate can be achieved using either monoclonal antibody 5B-IVIA (Cambra et al., 1994) or polyclonal antibodies in double-antibody sandwich indirect (DASI) or in double-antibody sandwich (DAS) ELISA assays (EPPO, 2004; Cambra et al., 2006a). Molecular techniques based on different PCR assays, have been developed for the detection of PPV or for the simultaneous detection and typing of PPV isolates (EPPO, 2004). Different systems of viral target preparation prior to PCR have been developed based on immunocapture or, without the need of extract preparation, on print or squash capture (Olmos et al., 1996). All these serological and molecular systems were validated in international ring tests (EPPO, 2004). In addition, real-time RT-PCR assays have been developed to detect and quantify PPV targets in plant material and individual aphids (Olmos et al., 2005; Varga and James, 2005) with a sensitivity higher than that obtained by the previously described methods and, in some cases, without the need of RNA purification. Reverse transcription loop-mediated isothermal amplification (RT-LAMP) (Varga and James, 2006) and nucleic acid sequence-based amplification (NASBA) coupled with fast flow-through hybridisation (Olmos et al., 2007), have recently demonstrated to be suitable molecular methods for PPV detection. A number of techniques and reagents are available for PPV identification or characterisation. Given the variability of PPV, all techniques other than sequencing or some PCR-based assays may provide erroneous answers on the typing of a small percentage of isolates (Candresse and Cambra, 2006). However, discrimination between the main D and M groups of PPV is possible in routine by using a variety of techniques that basically include: 1) different serological patterns or reactions with D- or M-specific monoclonal antibodies (Cambra et al., 2006a), and/or 2) PCRbased methods (Olmos et al., 2006) including real-time PCR using SYBR green and TaqMan chemistries. Many of the PPV isolates characterized as D or M type by the serological or molecular techniques based on the detection of CP or the amplification of the CP coding sequence, could actually belong to the PPV-Rec type (James and Glasa, 2006). Control measures against PPV are basically focused on two strategies: prophylaxis designed to reduce or to eliminate the viral inoculum in the environment (quarantine measures, eradication programs, use of certified virustested planting material, etc.) and efforts at breeding for resistance. Eradication schemes are labour intensive and require technical, political (including economic compensatory measures) and fruit-growers supports. Two different S 92 programs are being conducted in extensive areas of the USA and Canada, which started in the year 2000, with the aim of eradicating PPV (Gottwald, 2006; Thompson, 2006). In addition an eradication program has been recently established in Argentina. A complement to quarantine and eradication measures is the use of certified, virus-tested or virus-free planting material. In parallel with these control measures, important efforts are also focused on the development of PPV-resistant Prunus cultivars in many countries. These programs have explored both classical breeding approaches (screening of germplasm to identify resistance sources) and biotechnological approaches. Extensive screening of germplasm has failed to identify sources of resistance within the peach species, by contrast in apricot and plum, resistance sources have been identified (Badenes and Llácer, 2006; Decroocq et al., 2006). Genetic transformation to create PPV-resistant transgenic plants through the use of different RNA silencing-related strategies was successful in Prunus species (Scorza and Ravelonandro, 2006). Efficient genetic constructs are therefore available, some of which have been successfully validated in field tests (Malinowski et al., 2006). In addition, novel approaches to interfere with the proteolytic processing of the viral polyprotein (Wen et al., 2004) and to immunomodulate host-PPV pathogen interactions by expression of antibody genes in plants (Esteban et al., 2003) have emerged, but these possibilities have still not been transferred to Prunus cultivars. Improvement on the genetic transformation and regeneration systems from mature tissues of commercial Prunus cultivars will be required to develop plants with agronomic interest. For decades there has been no awareness or reliable PPV detection methods suitable for large-scale application. Consequently, sharka disease has easily escaped visual inspections and other inefficient control methods employed, spreading worldwide through the international trade of plant material. Today there is not excuse because tremendous progress has been made on PPV diagnosis and epidemiology, enabling significant improvements in disease management and control. Surveys and inspections must be performed in Brazil in order to assess, if possible in early stages, the presence or not of PPV in plant material introduced in collections or for commercial purposes. REFERENCES BADENES, ML. & LLÁCER, G. Breeding for resistance: breeding for Plum pox virus resistant apricots (Prunus armeniaca L.) in Spain. 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Os vírus de plantas são transmitidos por vetores, em sua maioria insetos, que os introduzem diretamente no interior das células do hospedeiro. Dependendo da gama de hospedeiros do inseto vetor, os vírus podem ser introduzidos em espécies de plantas com características genéticas e moleculares diversas, sendo assim obrigados a se adaptar a diferentes hospedeiros. A capacidade de um determinado vírus em se adaptar rapidamente a um novo hospedeiros pode levá-lo a prevalecer na natureza, em comparação a outros vírus menos capazes. LÓPEZ-MOYA, JJ., FERNÁNDEZ-FERNÁNDEZ, MR., CAMBRA, M. & GARCÍA, JA. Biotechnological aspects of plum pox virus. J. Biotechnology 76: 121-136. 2000. MALINOWSKI, T., CAMBRA, M., CAPOTE, N., ZAWADZKA, B., GORRIS, MT., SCORZA, R. & RAVELONANDRO, M. Field trials of plum clones transformed with the Plum pox virus coat protein (PPV-CP) gene. Plant Disease 90: 1012-1018. 2006. OLMOS, A., DASÍ, MA., CANDRESSE, T. & CAMBRA, M. 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Fontes2 e Murilo Zerbini2. 1Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, 2Universidade Federal de Viçosa. Rua Embrapa, s/nº. - Cruz das Almas, BA - Brasil - CEP 44380-000, e-mail: [email protected] Identification of genetic determinants involved in induction of symptoms for virus. Na natureza, os organismos devem se adaptar a diferentes ambientes e condições que surgem ao longo do tempo. Da mesma maneira, os patógenos são obrigados a se adaptar a seus hospedeiros, que constantemente evoluem buscando maior capacidade de resistência a fatores bióticos e abióticos. Essa co-evolução entre patógeno e hospedeiro leva a um aumento progressivo da variabilidade genética das populações do hospedeiro e do patógeno, e aqueles indivíduos mais adaptados tendem a prevalecer na população. No caso de vírus, a co-evolução e a consequente variabilidade genética que ela Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 Os vírus da família Geminiviridae, gênero Begomovirus incluem as espécies que possuem um pequeno genoma de DNA fita simples circular, compreendendo um ou dois componentes, denominados DNA-A e DNA-B, de aproximadamente 2.600 nucleotídeos, encapsidados em uma partícula icosaédrica geminada (Stanley et al., 2005). No DNA-A encontram-se os genes que codificam as proteínas necessárias para a replicação viral e encapsidação. O DNA-B possui os genes codificadores das proteínas responsáveis pelo movimento do vírus na planta (Hanley-Bowdoin et al., 1999). Os begomovírus são transmitidos pela “mosca branca” Bemisia tabaci (Homoptera:Aleyrodidae) e infectam espécies dicotiledôneas. Possuem grande importância econômica, principalmente em regiões tropicais e subtropicais, sendo uma das maiores ameaças à agricultura nestas regiões (Briddon, 2003; Morales & Anderson, 2001; Were et al., 2004). No Brasil, assim como em outros países das Américas, uma das culturas mais afetadas pela disseminação de begomovírus é o tomateiro (Morales & Jones, 2004; Ribeiro et al., 2003). Atualmente no Brasil, o tomateiro é infectado por um complexo viral composto por pelo menos sete espécies virais (Ribeiro et al., 2003). No estado de Minas Gerais já foram descritas três novas espécies: Tomato rugose mosaic virus (ToRMV) (Fernandes et al., 2006), Tomato chlorotic mottle virus (ToCMoV) (Andrade et al., 2002) e Tomato yellow spot virus (ToYSV) (Calegario et al., 2006). Dentre estas, o ToYSV é uma espécie que desperta interesse, pois apesar de ter sido isolado do tomateiro, possui características moleculares e filogenéticas mais semelhantes às de begomovírus isolados de Sida sp. Essa relação é especialmente evidente ao se compararem as sequências de aminoácidos das proteínas responsáveis pelo movimento viral na planta, NSP (nuclear shuttle protein) e MP (movement protein), do ToYSV e do Sida micrantha mosaic virus (SimMV) (Calegario et al., 2006): o nível de identidade é superior a 90%. Além do seu papel direto no movimento viral, essas proteínas estão envolvidas na adaptação de begomovírus ao hospedeiro e na indução de sintomas (Petty et al., 2000;). Além das diferenças moleculares, o ToYSV possui características biológicas distintas em comparação a outras espécies de begomovírus de tomateiro, como por exemplo ToRMV. O ToYSV quando inoculado em tomateiro e em Nicotiana benthamiana induz sintomas precoces e severos em comparação ao ToRMV (Tabela 1). Ensaios de cinética da infecção mostraram uma maior rapidez do ToYSV em infectar a planta sistemicamente, em relação ao ToRMV. Estas diferenças na precocidade e na severidade dos sintomas pode ser devida a diferenças nas características moleculares relatadas acima, conferindo um maior grau de adaptação do vírus ao hospedeiro. Um vírus mais adaptado a determinado hospedeiro pode ser capaz de se replicar em uma taxa maior, e/ou de se movimentar célula-a-célula e a longa distância de forma mais rápida e eficiente, invadindo diferentes tecidos além do floema, no qual o vírus é inicialmente introduzido pelo inseto vetor (uma propriedade conhecida como tropismo de tecido) (Morra & Petty, 2000; Tyler & Fields, 1996). Para se avançar no entendimento dos fatores virais envolvidos na indução de sintomas, foram conduzidos estudos para se avaliar o papel dos componentes da infecção: acúmulo viral, taxa de replicação e tropismo de tecido durante o processo de infecção do tomateiro e N. benthamiana pelo ToYSV e ToRMV, objetivando identificar diferenças envolvidos na precocidade e na indução diferencial de sintomas. Tabela 1. Infectividade e período latente observado em plantas de tomateiro e N. benthamiana inoculadas com o ToYSV e ToRMV isoladamente ou em infeção mista. a Número de plantas inoculadas/ número de plantas infectadas. S 93 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia O acúmulo de DNA viral foi estimado em plantas aos 14 e 28 dias após a inoculação (dpi) de clones infecciosos via biobalística. Em tomateiro, o acúmulo do ToYSV é inicialmente superior ao do ToRMV, entretanto o acúmulo de ambos os vírus se torna semelhante aos 28dpi. Em N. benthamiana o acúmulo do ToYSV é bem superior ao do ToRMV durante toda a infecção. Para saber se o maior acúmulo do ToYSV era devido a uma maior taxa de replicação na célula infectada, foram realizados ensaios de replicação em protoplastos de Nicotiana tabacum. Estes ensaios mostraram que ambos os vírus replicam na mesma taxa. Como replicam a taxas semelhantes, outra possibilidade para explicar o maior acúmulo foi analisar o tropismo de tecido de cada vírus nos hospedeiros estudados. Em tomateiro, apenas células dos feixes vasculares apresentaram-se infectadas por ambos os vírus. Já em N. benthamiana o ToYSV foi detectado em células do mesófilo e dos feixes vasculares, enquanto o ToRMV permaneceu restrito ao floema, indicando que a maior severidade dos sintomas induzidos e o maior acúmulo de DNA pelo ToYSV nesse hospedeiro pode estar relacionado com sua capacidade de invadir diferentes tecidos, alcançando um maior número de células. Como ambos os begomovírus objeto deste estudo foram isolados de tomateiros em Minas Gerais e estão presentes no campo, é importante saber se no caso de infecções mistas entre eles pode ocorrer sinergismo, conforme já demonstrado para begomovírus que infectam mandioca (Vanitharani et al., 2004). O sinergismo ocorre quando uma planta infectada por dois vírus simultaneamente apresenta sintomas mais severos em comparação aos sintomas induzidos por cada vírus separadamente. O sinergismo pode levar a um maior acúmulo de pelo menos um dos vírus envolvidos. Para testar esta possibilidade, plantas de tomateiro e N. benthamiana foram inoculadas com os dois vírus simultaneamente, analisando-se a severidade dos sintomas e o acúmulo de DNA viral. Os sintomas em tomateiro ocasionados pela infecção mista se apresentaram pouco mais severos aos observados na infecção pelos vírus isolados. O acúmulo de DNA viral do ToYSV foi mais elevado e se manteve inalterado nas duas avaliações, contratando com a infecção isolada, na qual se observa uma diminuição no acúmulo viral aos 28dpi, enquanto que não houve diferença no acúmulo de DNA viral do ToRMV. Em N. benthamiana, os sintomas induzidos foram semelhantes aos induzidos pelo ToYSV, já extremamente severos. O acúmulo de DNA de ambos os vírus não se alterou de foram significativa, podendo-se verificar que para o ToRMV a concentração de DNA aos 28dpi foi maior que em comparação à infecção isolada. Esta mudança de acúmulo foi acompanhado de uma mudança no tropismo de tecido do ToRMV, que foi capaz de invadir o mesófilo em N. benthamiana com infecção mista. Com o objetivo de mapear os determinantes genéticos virais responsáveis pela maior adaptação (precocidade e severidade) do ToYSV em relação ao ToRMV, genomas híbridos entre os dois vírus foram construídos e avaliados quanto ao ganho ou perda das características analisadas (componentes da infecção). Foram construídos dois recombinante recíprocos, o primeiro baseado no ToRMV contendo os genes MP e NSP do ToYSV, e o segundo baseado no ToYSV porém contendo os genes MP e NSP do ToRMV. Em tomateiro, o ToRMV recombinante induziu sintomas e acumulou DNA de forma similar ao ToRMV. Em N. benthamiana o recombinante foi capaz de induzir sintomas mais severos e acumular mais DNA em relação ao ToRMV, porém os sintomas foram bem menos severos em relação ao ToYSV. O ToRMV recombinante, mesmo contendo as proteínas de movimento do ToYSV permaneceu restrito ao floema em N. benthamiana. O ToYSV recombinante, quando inoculado em tomateiro, induziu sintomas mais atenuados e acumulou menos DNA em comparação ao ToYSV, porém os sintomas foram mais severos em relação ao ToRMV. Similarmente, quando inoculado em N. benthamiana induziu sintomas menos severos do que o ToYSV, porém mais severos que o ToRMV. Apesar de induzir sintomas menos severos em relação ao vírus selvagem, o ToYSV recombinante foi capaz de invadir e infectar células do mesófilo em N. benthamiana. Os resultados sugerem que os genes MP e NSP estão envolvidos na adaptação do ToYSV ao tomateiro e N. benthamiana, porém outros genes e/ou regiões reguladoras também devem estar envolvidos. Além disso a contribuição dos genes MP e NSP na adaptação de begomovírus é dependente do hospedeiro e do background genético do vírus. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS STANLEY, J.; BISARO, D.M.; BRIDDON, R.W.; BROWN, J.K.; FAUQUET, C.M.; HARRISON, B.D.; RYBICKI, E.P.; STENGER, D.C. Family Geminiviridae. pp.301-326 In: FAUQUET, C.M.; MAYO, M.A.; MANILOFF, J.; DESSELBERGER, U.; BALL, L.A. (Eds.) Virus Taxonomy. Eighth Report of the International Committee on Taxonomy of Viruses. San Diego: Elsevier Academic Press. 2005. HANLEY-BOWDOIN, L.; SETTLAGE, S.B.; OROZCO, B.M.; NAGAR, S 94 S.; ROBERTSON, D. Geminiviruses: Models for plant DNA replication, transcription, and cell cycle regulation. Critical Reviews in Plant Sciences, v. 18, p. 71-106, 1999. BRIDDON, R.W. Cotton leaf curl disease, a multicomponent begomovirus complex. Molecular Plant Pathology, v. 4, p. 427-434, 2003. MORALES, F.J.; ANDERSON, P.K. The emergence and dissemination of whitefly-transmitted geminiviruses in Latin America. 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Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia de doenças, pragas e plantas daninhas. O uso intensivo e indiscriminado destas substâncias tem causado diversos problemas no meio ambiente como a contaminação de águas, solo, animais e alimentos; intoxicação de agricultores; eliminação de microrganismos responsáveis pela degradação de matéria orgânica ou de organismos utilizados em programas de controle biológico; e seleção de fitopatógenos, pragas e plantas daninhas insensíveis a certos defensivos, entre outros. Visando minimizar os efeitos negativos do uso de pesticidas e aumentar a produção de alimentos de melhor qualidade, propiciando assim o desenvolvimento de uma agricultura alternativa e/ou sustentável, têm-se buscado novas medidas de proteção das plantas contra as doenças. A agroecologia preconiza o uso do controle alternativo de doenças de plantas, que inclui o controle biológico, a indução de resistência em plantas e o uso de produtos naturais com atividade indutora de resistência e/ou com atividade antimicrobiana direta. Trabalhos exemplificando o uso de extratos de plantas em ensaios in vitro, os mecanismos estruturais e bioquímicos de defesa das plantas envolvidos e os resultados no controle de doenças em nível de campo serão abordados. CONTROLE DE DOENÇAS COM EXTRATO DE PLANTAS Nos últimos anos muitos extratos de plantas vêm sendo estudados e utilizados para o controle ou manejo de doenças de plantas devido à presença de substâncias presentes no tecido destas que podem apresentar ação biológica diretamente contra os patógenos ou induzir resistência, nas plantas em que são aplicados, contra uma ampla gama de patógenos. Neste contexto Daayf et al. (1995) e Konstantinidou-Doltsinis & Schmidt (1998) trataram plantas de pepino com extrato de Reynoutria sachalinensis e observaram drástica redução da severidade de Sphaerotheca fuliginea, agente causal do míldio, associada a aumentos na produtividade. Na literatura internacional e, principalmente na indiana, há muitos trabalhos desse tipo. No Brasil diversas pesquisas têm sido feitas para identificar plantas cujos extratos apresentem substâncias com ação biológica contra patógenos de plantas ou que induzam resistência (Balbi-Peña et al., 2006a,b; Carré et al., 2006; Schwan-Estrada et al., 2003; Motoyama et al., 2003a,b; Fiori et al., 2000; Stangarlin et al., 1999). Franzener et al. (2003) controlaram a mancha marrom (Bipolaris sorokiniana) em trigo usando extrato aquoso de Artemisia camphorata (cânfora). Carneiro (2003) verificou o controle do oídio (Oidium lycopersici) do tomateiro pelo óleo emulsionável de Azadirachta indica (nim). Bonaldo et al. (2004) observaram o controle da antracnose (Colletotrichum lagenarium) em pepino pelo extrato de Eucalyptus citriodora. Rodrigues et al. (2006) observaram que sementes de trigo, naturalmente infectadas com Bipolaris sorokiniana, quando tratadas com pó de folhas secas de Ocimum gratissimum (alfavaca-cravo), apresentaram velocidade e porcentagem de emergência, altura, massa fresca e seca de plântulas semelhantes ao tratamento com fungicida. Rodrigues et al. (2007) estudaram o controle do mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum) em alface por Zingiber officinalis (gengibre). Franzener et al. (2007) verificaram a atividade indutora de fitoalexinas em sorgo, antifúngica contra Alternaria brassicae e antibacteriana contra Xanthomonas campestris pv. campestris pelos hidrolatos das plantas Helietta apiculata (canela-de-veado), Conyza canadensis (buva) e Cymbopogon nardus (citronela). Em trabalho de Santos et al. (2007), os extratos aquosos de casca de café, de folha de café com ferrugem e de lobeira (Solanum lycocarpum) infectada com Crinipellis perniciosa reduziram o progresso de doenças foliares em cafeeiro orgânico. Vigo-Schultz et al. (2006), trabalhando com tintura etanólica de guaco (Mikania glomerata), verificaram in vitro inibição da multiplicação de Xanthomonas campestris pv. campestris, e que em plantas de couve-flor houve redução da severidade apenas em folhas tratadas com 100 e 500 mg/L de tintura, aplicada concomitantemente à inoculação, comportamento este semelhante ao da calda bordaleza, indicando o controle desta doença por atividade antimicrobiana direta. Kuhn et al. (2006), estudando o efeito de Curcuma longa (cúrcuma ou açafrão) em Xanthomonas axonopodis pv. manihotis, verificaram que in vitro, o extrato apresentou ação bactericida para concentrações que variaram de 10 a 20%, dependendo da procedência dos rizomas, mas, no entanto, in vivo, nas concentrações utilizadas, não houve efeito curativo em manivas de mandioca infectadas com o patógeno. Embora se observe resultados que demonstrem proteção contra Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 fitopatógenos, poucos são os trabalhos que são correlacionados com produtividade ou qualidade da produção. Alguns trabalhos desenvolvidos pelo grupo de pesquisa ‘Controles Biológico e Alternativo em Fitossanidade – COBALFI’ (Unioeste – campus de Mal. Cândido Rondon/PR) têm enfocado a produtividade em patossistemas submetidos ao controle por indução de resistência, conforme descritos a seguir. Balbi-Peña et al. (2006b) trabalharam com extrato de C. longa (cúrcuma) e solução de curcumina para controle de Alternaria solani em tomateiro em cultivo protegido, utilizando como tratamentos controle acibenzolar-S-metil (ASM – 125 mg i.a./L), um fungicida protetor (oxicloreto de cobre – 1100 mg i.a./L) e um fungicida sistêmico (azoxystrobin – 80 mg i.a./L). Todos os tratamentos apresentaram valor de área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) estatisticamente menor do que a testemunha. Dentre os mesmos, o tratamento com ASM foi o menos eficiente, mas não diferindo estatisticamente de cúrcuma 10% e curcumina 100 mg/L. Cúrcuma 1%, curcumina 50 mg/L e oxicloreto de cobre apresentaram melhor nível de controle, mas ainda inferior estatisticamente ao obtido pelo fungicida azoxystrobin. Não houve diferenças estatísticas na produção e no número de frutos comerciais, nem na massa fresca média de frutos entre tratamentos. Quanto ao tamanho dos frutos, o tratamento de curcumina 50 mg/L foi o único que apresentou menor porcentagem de frutos pequenos e maior de frutos grandes em relação à testemunha. Não houve diferença significativa entre os tratamentos com relação à porcentagem de frutos de tamanho médio. Outro trabalho é o de Becker et al. (2004), com extratos de Cymbopogon citratus (capim-limão), C. longa e Rosmarinus officinalis (alecrim) para controle de doenças de final de ciclo (Septoria glycines e Cercospora kikuchii) e oídio (Microsphaera diffusa) em soja em condições de campo. O tratamento com curcumina a 50 mg/L proporcionou peso total de sementes de soja 29% maior que o obtido com o tratamento padrão com o fungicida pyraclostrobin + epoxiconazole (0,6 L p.c./ha). Extratos de C. citratus e C. longa a 5% proporcionaram o mesmo nível de controle de DFC que o fungicida utilizado para comparação. C. citratus e R. officinalis a 5% e C. longa a 5 e 10% foram tão eficientes quanto o fungicida no controle de oídio. Alguns extratos, como o de C. longa a 10%, além do eficiente controle de DFC e oídio em soja, permitiu obter uma produtividade 16% maior (equivalente a 535 kg a mais por ha) em relação ao tratamento com o fungicida. Röder (2006) conduziu ensaios em condições de campo (cultivo orgânico) com dois cultivares de morangueiro, ‘Camarosa’ e ‘Dover’, para controle de Rhizopus sp. e Colletotrichum fragariae, utilizando extratos aquosos de alecrim e arruda (Ruta graveolens). Verificou-se para ‘Camarosa’ que os tratamentos com alecrim reduziram em média 51% a quantidade de doença quando comparados com a testemunha (água). Esse valor foi similar àquele obtido com o tratamento com calda bordaleza (tratamento padrão utilizado pelo produtor em sistema orgânico de cultivo), no qual a redução na incidência de doença foi de 52%. Para os tratamentos com arruda a redução de doença foi de 39% em média. Isto se refletiu diretamente na produção de morangos, onde os tratamentos com alecrim permitiram incremento médio de 214% na produção em comparação com a testemunha e de 58% em relação ao tratamento com calda bordaleza. Para arruda, o incremento médio foi de 223% em relação à testemunha e de 67% em relação à calda bordaleza. No caso específico dos extratos de alecrim e arruda a 10% o incremento na produção foi em torno de 326%. O tratamento com calda bordaleza incrementou em 156% a produção em relação à testemunha. Para ‘Dover’ os tratamentos com alecrim permitiram incremento médio de 127% na produção em comparação com a testemunha. Para arruda, o incremento médio foi de 131% em relação à testemunha. O tratamento com calda bordaleza incrementou em 154% a produção em relação à testemunha. Estes trabalhos demonstram o potencial de extratos de plantas para controle de fitomoléstias. 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Silicon (Si) is the second most abundant mineral element in soil and comprises approximately 28% of the earth’s crust (Elawad and Green, 1979). Many plants are able to uptake Si. Depending upon the species, the content of Si accumulated in the biomass can range from 1 to greater than 10% (Elawad and Green, 1979; Epstein, 1991). Plant species are considered Si accumulators when the concentration of Si (in dry weight basis) is greater than 1% (Epstein, 1999). Relative to monocots, dicots such as cucumber, soybean, and are poor accumulators of Si with values less that 0.1% of Si in their biomass. Dryland grasses such as wheat, oat, rye, barley, sorghum, corn, and sugarcane contain about 1% of Si in their biomass, while aquatic grasses have Si content up to 5% (Jones and Handreck, 1967; Epstein, 1991, 1999). Silicon is taken up at levels equal to or greater than essential nutrients such as nitrogen and potassium in plant species belonging to the families Cyperaceae, Equisetaceae and Poaceae (Savant et al., 1997). Although Si has not been considered an essential element for crop plants for lack of supportive data, species such as Equisetum and some diatomaceas cannot survive without an adequate level of Si in their environment (Epstein, 1999). The beneficial effects of Si, if direct or indirect, to plants under biotic and/or abiotic stresses have been reported to occur in a wide variety of crops such as barley, cucumber, oat rice, sugarcane and wheat (Liang et al., 1996; Savant et al., 1997; Hodson and Sangster, 2002). The most significant effect of Si to plants, besides improving their fitness in nature and increasing agricultural productivity, is the restriction of grazing and parasitism (Bélanger et al., 1995; Datnoff et al., 1997; Savant et al., 1997; Rodrigues & Datnoff, 2005). Besides the many agronomic benefits gained by maintaining adequate levels of Si in the soil, this element has reduced the intensity of many diseases in important crops such as corn, cucurbits, grape, rice and wheat. The majority of research with Si to control plant diseases has been conducted with rice. Suzuki (1935) reported that Si application to paddy soils enhanced rice resistance to blast (Magnaporthe grisea (anamorph Pyricularia grisea)). Volk et al. (1958) observed that the number of blast lesions on leaves of Caloro rice cultivar decreased linearly as the Si content in leaf blades increased. Datnoff et al. (1991) noted a significant reduction of neck blast in rice plants growing in a Si-deficient Histosol in southern Florida amended with 5, 10, and 15 Ton ha-1 of calcium silicate slag. Additional studies conducted with calcium silicate slag revealed that finely ground grades were more effective than more coarsely ground grades at reducing the intensity of neck blast (Datnoff et al., 1992). Datnoff and Snyder Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia (1994) demonstrated that reductions in the severity of neck blast brought about by the application of 0.4 Ton Si ha-1 did not differ significantly from those achieved by applying a labeled rate of the fungicide benomyl. Studies conducted by Seebold et al. (2004) revealed that Si alone at 0.1 Ton ha-1 was as effective as labeled rates of fungicides edifenphos and tricyclazole for the control of leaf and neck blast at low levels of intensity. Furthermore, application of Si plus a 10-25% rate of fungicide provided control equal to the full rate of fungicide under conducive conditions for leaf and neck blast development. Indeed, a single application of Si had a significant effect in controlling leaf and neck blast in the next rice season. At one experimental area in eastern Colombia, Seebold et al. (2000) found that application of Si reduced the severity of rice blast in a partially resistant cultivar to levels of severity observed in a resistant cultivar not amended with Si. Rodrigues et al. (2001) showed that Si can decrease the severity of sheath blight in both tropical japonicas and an indica rice types. The authors noted that Si reduced the intensity of sheath blight of two susceptible (Lemont and Labelle) and two moderately susceptible (Drew and Kaybonnet) rice cultivars to levels of intensity observed in two cultivars (Jasmine and LSBR-5) with high partial resistance to sheath blight but not amended with Si. The application of Si to a Si-deficient typic acrustox red yellow latosol significantly reduced the total number of sheath blight lesions on sheaths, the total area under the relative lesion extension progress curve, the severity of sheath blight, and the highest relative lesion height on the main tiller by 37, 40, 52, and 24%, respectively, in six rice cultivars as the rate of Si increased from 0 to 8 Ton ha-1 (Rodrigues et al., 2003c). Rodrigues et al. (2003b) studied the effect of Si and rice growth stages on tissue susceptibility to sheath blight and observed that as the rates of Si increased in the soil, the intensity of sheath blight was significantly reduced at all rice growth stages. Brown spot (Cochliobolus miyabeanus), stem rot (Magnaporthe salvinii), leaf scald (Monographella albescens), and grain discoloration (caused by a complex of insects and fungus species) are other diseases controlled by Si (Datnoff et al., 1991, 1992; Deren et al., 1994; Savant et al., 1997; Seebold et al., 2000). For bacterial diseases, Chang et al. (2002), reported reduction in lesion length of bacterial leaf blight (Xanthomonas oryzae pv. oryzae) from 5 to 22% among four rice cultivars upon Si application. Silicon also shows potential to control diseases in other plants besides rice. The application of Si in the form of potassium or sodium silicates to recirculating nutrient solutions reduced the severity of powdery mildew (Sphaerotheca fuliginea) in cucumber (Menzies et al., 1991). Foliar sprays of potassium silicate at and above 17 mM (1000 ppm) were also effective to control powdery mildew on muskmelon and zucchini (Menzies et al., 1992). Chérif and Bélanger (1992) found that 1.7 mM (100 ppm) of potassium silicate significantly reduced plant death, root decay, and yield loss caused by Pythium ultimum on cucumber. The incidence of cucumber plants attacked by P. aphanidermatum also decreased by adding Si to the nutrient solution (Chérif et al., 1992). Fusarium wilt of cucumber is another disease controlled by application of Si to the soil (Miyaki and Takahashi, 1983). Bowen et al. (1992) reported that application of potassium silicate to soil at 1.7 mM did not reduce the number of colonies of powdery mildew (Uncinula necator) on grape leaves while foliar sprays of potassium silicate at the same rate reduced the number of powdery mildew colonies on inoculated leaves by more than 60%. Powdery mildew (Blumeria graminis f.sp. tritici) on wheat has been efficiently controled by application of Si (Rodgers-Gray & Shaw, 2000). Wheat plants amended with Si in field and greenhouse trials showed reduced severity of leaf blotch (Septoria tritici) and foot rot (Fusarium spp.) (Rodgers-Gray & Shaw, 2000). Silicon also reduced the incidence of corn stalk rot caused by P. aphanidermatum and Fusarium moniliforme (Sun et al., 1994). The epidemic rate of some diseases can be dramatically affected by Si. In the rice-M. grisea pathosystem, Seebold et al. (2000) found that application of Si to a Si-deficient soil significantly reduced the epidemic rate of blast on a highly susceptible rice cultivar than in the same cultivar not amended with Si. Based upon these results, it was hypothesized that one or more components of rate-reducing or partial resistance (Parlevliet, 1979) were affected by Si. In a subsequent study, Seebold et al. (2001) evaluated the effect of Si on several components of resistance in four rice cultivars with different levels of resistance to race IB-49 of M. grisea grown in Si- Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 deficient soil amended with 0, 2, 5, and 10 Ton Si ha-1. The authors found that the number of sporulating lesions was the component of resistance most affected by Si. When Si was applied as calcium silicate slag at 10 Ton ha-1 to rice cultivars M201 (susceptible), Rosemont (partially resistant), or Lemont (partially resistant), the number of sporulating lesions was reduced by more than 70%. The lower number of sporulating lesions represents a reduction in the production of conidia by M. grisea, and, consequently, a decrease in the epidemic rate which will become important when rice is grown under conducive conditions for blast development. Many theories have been proposed in the past regarding how Si confers resistance to plant diseases. In the rice-M. grisea pathosystem, increased resistance through Si treatment has been associated with the density of silicified buliform, long, and short cells in the leaf epidermis that act as a physical barrier to impede penetration by M. grisea (Ito and Hayashi, 1931). This physical barrier hypothesis is strengthened by the findings of Yoshida et al. (1962), who reported the existence of a layer of silica of approximately 2.5 µm thick beneath the cuticle of rice leaves and sheaths. Rodrigues et al. (2003a) provided the first cytological evidence that Si-mediated resistance to M. grisea in rice correlated with specific leaf cell reaction that interfered with the development of the fungus. The accumulation of an amorphous material that stained densely with toluidine blue and reacted positively to osmium tetroxide was a typical feature of cell reaction to infection by M. grisea in samples from plants amended with Si. Rodrigues et al. (2004) found also that leaf extracts from plants inoculated with M. grisea and amended with Si showed higher levels of momilactone phytoalexins than leaf extracts obtained from inoculated plants not amended with Si or non-inoculated plants amended or not with Si. In conclusion, that Si plays an important role in the mineral nutrition of many plant species is not in doubt nor is its ability to efficiently control several diseases. Effective, practical means of application and affordable sources of Si are needed for use in row crop agriculture in particular. As the need for environmentally friendly strategies for management of plant diseases increases, Si could provide a valuable tool for use in crops capable of its accumulation. The use of Si for controlling plant diseases would be well-suited for inclusion in integrated pest management strategies and would probably permit reductions in fungicide use. As researchers and growers become aware of Si and its potential in agriculture, it is likely that this often overlooked element will be recognized as a viable means of sustainably managing important plant diseases. LITERATURE CITED Bélanger, R. R., Bowen, P. A., Ehret, D. L. & Menzies, J. G. 1995. Soluble silicon: its role in crop and disease management of greenhouse crops. Plant Disease 79:329-336. Bowen, P., Menzies, J., Ehret, D., Samuels, L. & Glass, A. D. M. 1992. Soluble silicon sprays inhibit powdery mildew development on grape leaves. J. Amer. Hort. Sci. 117:906-912. Chang, S. J., Tzeng, D. D. S. & Li, C. C. 2002. Effect of silicon nutrient on bacterial blight resistance of rice (Oryza sativa L.). Pages 31-33 in: Second Silicon in Agriculture Conference. T. Matoh, ed. Press-Net, Kyoto, Japan. Chérif, M. & Bélanger, R. R. 1992. Use of potassium silicate amendments in recirculating nutrient solutions to suppress Pythium ultimum on long english cucumber. Plant Dis. 76:1008-1011. 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Utilization of Trichoderma sp. on the biological control of plant diseases, the soybean model. A utilização do controle biológico no mercado mundial é demasiadamente tímida em relação a expectativa de cientistas, fabricantes e consumidores, mesmo levando-se em consideração, os claros beneficios inerentes a esta técnica. Segundo dados apresentados em um workshop realizado em Nova Jersey em 1998, o mercado de produtos biológicos no final da década de 90 era de cerca de US$ 380 milhões, ou seja apenas 1,4% dos US$ 28 bilhões gastos com defensivos no mercado mundial. Deste universo cerca de US$ 308 milhões eram provenientes somente do mercado de produtos derivados de Bacillus thuringiensis. Atualmente, no mercado mundial, o controle biológico vem sendo relegado a nichos específicos com alto valor agregado, e mesmo assim, vem perdendo espaço para os produtos transgênicos ou defensivos químicos “ecologicamente corretos”. Acreditamos que um dos principais objetivos do controle biológico seja lutar para diminuir a utilização de defensivos químicos na agricultura, no entanto, esta meta não esta sendo atingida. Em parte, podemos explicar que esta realidade é ocasionada pelos problemas de produção e comercialização destes produtos, e que é difícil seguir o modelo adotado pelas indústrias químicas, voltado principalmente para utilização em grandes culturas com custos reduzidos de produção e prolongada vida de prateleira. No Brasil a situação não é diferente, embora tenhamos no mercado dezenas de produtos baseados em fungos e bactérias, a sua utilização, principalmente em grandes culturas como a soja e o algodão, é muito restrita. C Cabe a nós refletirmos sobre dois pontos de vista, o do empresário e o do consumidor. O primeiro sofre com toda a burocracia, tempo e custo elevado do processo de registro dos produtos, além de uma carência de pesquisa, objetivando colocar no mercado um produto melhor, seja relacionada a produção, formulação ou tecnologia de aplicação. Já o consumidor perde a credibilidade em produtos que não são registrados, normalmente onerosos e que muitas vezes não apresentam a eficiência prometida, seja por problemas de perda de viabilidade do antagonista ou falha na sua aplicação. Além do mais o consumidor não distingue a diferença entre os diversos produtos biológicos, terminando assim, a denegrir o nome do controle biológico como um todo. O Laboratório de Biocontrole Farroupilha esta provando que a utilização do controle biológico para grandes culturas é viável tanto tecnicamente quanto economicamente rentável. Esta empresa pertence Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia ao grupo Sementes Farroupilha®, localizado em Patos de Minas, região do Alto Paranaíba de Minas Gerais. Fundado no ano de 2006 o laboratório tem como objetivo a pesquisa e a produção de organismos de biocontrole de doenças e pragas. A Sementes Farroupilha® possui 15.000 ha plantados dos quais 8.500 cultivados com soja, 4.500 com o algodão além de 2.500 ha com feijão e milho. Por ser elevado o volume de defensivos agrícolas utilizados anualmente onerando o custo de produção, e devido a todo benefício sócio-ambiental, a empresa decidiu investir no controle biológico. Convênios foram formados com diversos centros de pesquisas e ensino, no Brasil e no exterior, os quais muito auxiliaram na seleção do isolado a ser produzido, na construção e na logística de funcionamento e manutenção do laboratório. Atualmente esta sendo produzido majoritariamente o fungo Trichoderma asperellum. Este isolado demonstra comportamento endofítico, pois foi isolado do interior de uma árvore na mata atlântica. Atualmente o laboratório processa 500 kg de substrato por dia, totalizando uma produção média de 10.000 kg/mês. Toda a produção é consumida pela empresa, porém o objetivo futuro é comercializar o produto, após obtenção do registro. A busca pela melhoria na sua qualidade é constante, tanto por meio de testes com novas formulações como pela avaliação de diferentes métodos de aplicação. Ensaios também são conduzidos objetivando aprimorar a recomendação do produto, quanto a melhor dosagem, compatibilidade com defensivos químicos, intervalo e horário de aplicação. Os resultados obtidos no campo com a aplicação de T. asperellum são muito animadores, principalmente para as culturas da soja (Figura 1), algodão e feijão. INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA EM PLANTAS - CUSTO ENERGÉTICO PARA O HOSPEDEIRO. Sérgio F. Pascholati* & Odair J. Kuhn**. *Setor de Fitopatologia, Esalq/USP, C. Postal, 09. CEP 13418-900 Piracicaba, S.P.; **Centro de Ciências Agrárias, UNIOESTE,CEP 85960-000 Mal.Cândido Rondon, PR. E-mail: [email protected]. Induced resistance in plants: costs for the host. A indução de resistência envolve a ativação de mecanismos de defesa latentes existentes nas plantas em resposta ao tratamento com agentes bióticos ou abióticos (Bonaldo et al., 2005; Guzzo & Harakava, 2007; Hammerschmidt & Dann, 1997; Pascholati & Toffano, 2007). Do ponto de vista evolucionário as plantas desenvolveram um sistema de defesa latente, que pode ser ativado, com a finalidade de economizar energia, ao contrário da resistência constitutiva que representa um custo real para a planta, uma vez que independente da presença do patógeno a planta investe seus recursos na produção destes fatores. Os custos são definidos por Heil & Baldwin (2002), como “all negative effects on plant fitness that result from the expression of a defence trait when a plant grows under evolutionarily relevant conditions”. Dessa maneira, a resistência induzida em condições naturais representará custo apenas na presença do patógeno (Heil, 2002). O custo é compensado pelo atraso temporal na expressão da defesa para que recursos sejam somente alocados para este propósito quando necessários (Bostock, 2005). De acordo com a hipótese de alocação de recursos, é previsto que quando os patógenos estão presentes o investimento em defesa deve valer a pena e as plantas induzidas serem beneficiadas (Coley et al, 1985). Porém, plantas que investem seus recursos para se defenderem na ausência de patógenos arcarão com custos que irão se refletir na produtividade, uma vez que as alterações metabólicas que levam a resistência possuem um custo adaptativo associado, o qual pode pesar mais do que o benefício (Iriti & Faoro, 2003; Kuhn & Pascholati, 2007). Embora a abordagem da presente palestra envolva os custos da indução, os benefícios do fenômeno não devem ser esquecidos (Castro et al., 2007; van Hulten et al., 2006; Shama, 2007), O custo da indução de resistência é difícil de ser mensurado, pois seria necessário um hospedeiro suscetível no estado inteiramente não induzido (Purrington, 2000). Porém, quando uma plântula começa a interagir com o ambiente que a rodeia, genes começam a ser ativados ou reprimidos em função deste ambiente. O trabalho de Sahashi et al. (1989) é um claro exemplo onde se demonstrou que plantas de cevada crescidas em ambiente livre de microrganismos exibiam aumento na suscetibilidade ao oídio. Dessa maneira, os autores sugeriram que na natureza a resistência pode ser induzida pela interação da planta com os microrganismos que a circundam, portanto, plantas no campo sempre estariam em um estado intermediário de indução (Hatcher & Paul, 2000). Este assunto é abordado na revisão de Walters & Boyle (2005). Figura 1. Avaliação da produtividade de sacas de soja em função do tratamento de sementes e/ou sulco com Trichoderma asperellum e tratamento químico. A- Quando aplicado, T. asperellum somente em tratamento de semente; B- T. asperellum aplicado também no sulco. Barras seguidas de mesma letra não se diferem pelo teste de Scott-Knott a 5%. O sucesso do programa é creditado ao aumento do stand de plantas, devido à redução de tombamento ocasionado por patógenos de solo como Fusarium sp. e Rhizoctonia solani, ao efeito fitotônico, que promove um maior vigor as plantas, e também a sensível redução na incidência e na severidade de Sclerotinia sclerotiorum, reduzindo a utilização de fungicidas químicos. Portanto, o custo de produção no geral foi reduzido, tanto pelo aumento da produtividade, quanto pela redução da utilização de defensivos químicos. O diferencial expresso pelo produto esta no isolado altamente eficiente e em toda a tecnologia empregada na sua formulação e aplicação. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 Devido à dificuldade de se mensurar o custo total das defesas induzidas, pesquisadores geralmente determinam apenas os custos de um indutor entre plantas induzidas ou não (Purrington, 2000). Isto faz com que surjam erros quando se comparam os resultados de diferentes pesquisadores, observando-se assim resultados contraditórios, como os enumerados por Walters & Boyle (2005). Divergências podem ser geradas quando se comparam espécies ou variedades diferentes de plantas, bem como variações ambientais. A influência da variação ambiental foi claramente demonstrada por Dietrich et al. (2005), os quais aplicaram acibenzolar-S-metil (ASM) em Arabidopsis cultivado em diferentes condições de fornecimento de água e nitrogênio e por Heil et al. (2000), que trabalhando com trigo, observaram que o custo é dependente do fornecimento de nitrogênio, bem como do estádio fenológico em que as plantas são induzidas. Portanto, variações sutis no planejamento experimental e no indutor usado, associado com a variação entre diferentes interações planta/patógeno e o uso de alta densidade de inóculo, podem influenciar profundamente o resultado e a interpretação destes (Bostock, 2005). Dessa forma, para se comparar diferentes sistemas e se extrapolar para as condições naturais, deve-se considerar a concentração do elicitor, o método de aplicação, a ausência de outros elicitores que possam estar presentes em fluídos extracelulares do microrganismo desafiante, a espécie da planta hospedeira e o estádio de crescimento da mesma (Bostock, 2005). A diferença de custos pode estar associada à ativação de diferentes rotas sinalizadoras (Guzzo & Harakava, 2007). Cada rota pode ser ativada S 99 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia separadamente por elicitores específicos (Pieterse et al., 2005), sendo que cada uma induzirá a expressão de um conjunto específico de genes, o que representa um custo adaptativo para a planta (Heil, 2001). Dentre estes genes, podem ser expressos genes não relacionados à defesa (Heil & Baldwin, 2002). Por exemplo, Guzzo (2004) observou em cafeeiro tratado com ASM a expressão adicional de 302 genes, dos quais apenas 16% referiam-se a mecanismos de resistência. Além do custo associado a uma única rota sinalizadora, podem ocorrer interações entre rotas, cujo resultado pode ser positivo quando o benefício for maior do que o custo; negativo quando ocorrer aumento do custo metabólico, sem que isso resulte em proteção, ou ainda comportar-se de forma neutra (Bostock, 2005). Neste contexto é preciso considerar ainda que quando uma planta induzida é desafiada, com a inoculação de um patógeno, a magnitude da expressão gênica é aumentada, bem como, outros genes são expressos em comparação com uma planta não induzida e desafiada (Hammerschmidt, 2005; Walters & Boyle, 2005). Isso pode aumentar a dificuldade para se planejar um experimento objetivando avaliar o custo da indução de resistência. Embora o custo diretamente relacionado à expressão de genes seja importante, é preciso considerar que a produção de compostos tóxicos com o intuito de barrar o agente agressor, como as fitoalexinas ou mesmo explosões oxidativas, podem causar danos com conseqüente redução da produtividade (Heil, 2001). Compostos antimicrobianos podem também causar um custo ecológico ao interferir no relacionamento mutualístico entre plantas e simbiontes como micorrizas ou rizóbios, impedindo que a planta receba os benefícios dessas interações (Kuhn et al., 2006). Vieira & Romeiro (2007) abordaram a possibilidade do uso de microrganismos residentes de filoplano como eliciadores de resistência em plantas. Nesse sentido, nossos trabalhos com o indutor biótico (Bacillus cereus) e um abiótico (ASM) em feijoeiro têm mostrado que à medida que se aumenta o número de aplicações de ASM diminui-se a massa seca da planta, bem como a produtividade, porém não acontecendo o mesmo com o indutor biótico, embora, ambos indutores causem aumentos na respiração das plantas (Kuhn, 2007; Kuhn et al., 2005). Resultados semelhantes foram observados por Elmer (2006), envolvendo a redução da massa seca em plantas de ciclame (Cyclamen persicum) tratadas com ASM e não inoculadas. Di Piero et al. (2005) salientam que o efeito negativo na produtividade ocorre principalmente onde indutores químicos são utilizados repetidas vezes ou em doses mais elevadas, principalmente na ausência do patógeno. Dessa forma, os autores sugerem que para se tirar melhor proveito dos indutores de resistência, o número de aplicações e as dosagens precisam ser otimizados, bem como os estádios fenológicos das culturas que melhor respondem à indução de resistência precisam ser definidos. Em vista do exposto, considerando os aspectos comentados resta concordar com Bostock (2005), o qual afirma que em alguns casos podemos estar caminhando sobre uma estreita linha entre custo e benefício, onde a cura pode ser tão ruim quanto a própria doença. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BONALDO, S.M., PASCHOLATI, S.F., ROMEIRO, R.S. Indução de resistência: noções básicas e perspectivas. In: CAVALCANTI, L.S.; DI PIERO, R.M.; CIA, P.; PASCHOLATI, S.F.; RESENDE, M.L.V.; ROMEIRO, R.S. Indução de resistência em plantas a patógenos e insetos. Piracicaba: FEALQ, p. 11-28. 2005. BOSTOCK, R.M. Signal crosstalk and induced resistance: straddling the line between cost and benefit. Annual Review of Phytopathology 43: 545580. 2005. 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Florida, Lake Alfred, FL 33850; 2USDAARS, USHRL, Fort Pierce, FL 34945; 3United States Sugar Corporation, Clewiston, FL 33440, email: [email protected] The Florida Citrus Industry is currently dealing with two major epidemics of destructive exotic diseases. The first epidemic is citrus canker, a fruit and leaf spotting disease caused by bacterium Xanthomonas axonopodis pv. citri (Xac). Canker had been under eradication in Florida since 1986 but tree removal has been suspended since the disease was spread widely from infected foci after four hurricanes in 2004 and 2005. Canker is now endemic in citrus areas in south and central Florida. The second epidemic disease is Huanglongbing (HLB, synonym=citrus greening), caused by a phloem-limited bacterial disease spread by the psyllid leafhopper Diaphorina citri. HLB is considered the most destructive disease of citrus worldwide. HLB can be caused by different strains of Candidatus Liberibacter species, Candidatus Liberibacter asiaticus (Las), Ca. L. africanus, and Ca. L. americanus (Lam). The disease is widespread in Asian countries, the Indian subcontinent, and southern Africa. Prior to 2004, HLB had never been reported from the American continent. Early in 2004, leaf and fruit symptoms of a HLB-like disease were observed in citrus from São Paulo, Brazil. Since then, both Las and Lam have been reported in Brazil. In September 2005, the presence of HLB was confirmed for the first time in the United States in Dade County in several locations and since has been reported in several counties in south and central Florida. To date, only Las has been detected in Florida. OCCURRENCE AND CURRENT STATUS OF THE EPIDEMICS The spread of canker in Florida increased greatly after hurricanes in 2004 and 2005. Exposure of 80,000 acres as a result of the 2004 storms and the potential exposure of another estimated 180,000 acres after a 2005 hurricane led to the suspension of the removal of exposed tress under the Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 1900-ft. law in January 2006. Many factors have contributed to the spread of canker; however, the 2004 hurricane season appears to have been the most important for the widespread infections discovered in early 2005 and 2006. Geospatially referenced infection data from infections discovered after the 2004 hurricanes were examined in relation to wind and rain conditions during the hurricanes and used to develop a predictive model to explain storm-related spread of citrus canker (Irey et al. 2006a). The model incorporates a “threshold” concept for wind and rains, the most biologically significant weather parameters. When applied to three distinct areas of the state, the predictive model accounted for approximately 80% of the hurricane related and subsequent secondary spread of citrus canker over the next 14 months. Based on this model, the impact of 2005 Hurricane Wilma on the dissemination of Xac and subsequent disease development was examined (Gottwald & Irey, 2007). Predictions for the areas into which Xac was likely to have further spread from known sources of infection were developed. An inverse power law function for dissemination was also used to describe regional dispersal from point source foci of Xacinfection. Alternative eradication distances to the 1900 ft. (579-m) protocol were examined to evaluate the effect of eradication distance on predicted ‘impacted area’. The results of these analyses were used by Florida Department of Agriculture and Consumer Services (FDACS), the federal regulatory agency USDA-APHIS, and commercial citrus producer groups to evaluate the feasibility of continued canker eradication. The decision in January 2006 was to suspend enforcement of the 1900ft. law and the law was repealed in the months following. In Florida, HLB was first discovered by FDACS on August 24, 2005 during a routine survey in a commercial tropical fruit nursery in Dade County, FL. Presumptive PCR positive samples were sent to the USDAAPHIS diagnostic lab which confirmed Candidatus Liberibacter asiaticus as the causal agent in September. The discovery immediately prompted a survey to delimit the infection. East-west transects were surveyed every 8 km northward on the eastern coast of Florida and HLB distribution was quickly confirmed to extend 193 km to the Fort Pierce residential area. Suspect samples from selected commercial plantings nearest to the known residential distribution along the southeast Florida coast confirmed the presence of HLB in two commercial groves. This prompted a state-wide targeted survey of the commercial citrus industry and residential areas. Based on this assumption the southeastern Florida residential area is the source and the commercial plantings first discovered are approximately 90145 km distant, the presumption is that HLB arrived in the south Florida commercial plantings via psyllid vector dissemination and transmission. This is further suspected because HLB symptomatic trees are most prevalent in the southeastern portion of this planting proximal to the residential area and separated from it by a citrus-free area of Everglades and residential areas. Possible long distance movement of HLB to commercial areas by transport of infected psyllid vectors is most likely to have occurred by air masses during hurricane or tropical storms that have affected Florida. USDA-ARS has developed a Multi-Pest Survey (MPS) for both canker and HLB based on the known GIS distribution of commercial plantings and citrus cultivar susceptibility. At present, USDA-APHIS has deployed the MPS twice as an initial and second sweep across Florida and is initiating a third survey of the commercial industry that is intended to be completed within a 3-month period. The survey also may be employed by the other US citrus producing states to survey for HLB. At this time, the known HLB distribution includes 22 counties in the southern half of the Florida peninsula. DISEASE MANAGEMENT APPROACHES As canker has become endemic in commercial citrus areas of south Florida, the principle management practices have quickly shifted to bactericidal sprays to limit fresh fruit blemishes and canker-induced fruit drop. Control of citrus canker in Brazil and Argentina is based on an IPM approach that foremost relies on planting of resistant varieties. In Florida, the fresh fruit and processing industries are heavily based on susceptible grapefruit and Hamlin orange, respectively, which makes it necessary to rely more on the use of other IPM measures. In South America this includes the use of windbreaks and bactericidal copper sprays to suppress the bacterium and prevent spread to non-infested areas. In Brazil trials, copper products, even at rates as low as 1.0 kg metallic copper per hectare, are consistently effective for control of canker and substantially reduce fruit disease and S 101 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia premature drop on moderately susceptible orange varieties (Graham et al., 2006). Unfortunately, testing of other materials such as topically applied inducers of systemic resistance in Brazil have failed to provide alternative activity for bacterial control (Graham & Leite 2004). More recently, the systemic insecticide imidacloprid applied as a soil drench for control of citrus leafminer feeding on leaves to reduce wounding and exacerbation of canker infection, has been discovered to have direct activity against the canker in the field. The mode of action of soil applied imidacloprid against canker has been established to be systemically acquired resistance (SAR). The most recent findings from trials in Florida on 1 and 3 yr-old trees substantiate that SAR induction by soil applied imidacloprid is sustained enough to control canker on foliage and fruit in the field. Therefore, optimization of the disease control benefit of imidacloprid in conjunction with insect control on young trees is under active investigation. diseases based on symptomatology alone. This makes it necessary to confirm tentative field identifications with some type of laboratory testing. Multiple PCR-based methods have been used to detect and differentiate Liberibacter species of the HLB pathogens Although PCR methods are sensitive and specific, consistent detection of HLB pathogens in infected plants is generally thought to be problematic, presumably because of the low concentration and the uneven distribution of the pathogen in host plants. It is generally accepted that the most reliable PCR results are obtained from samples collected from symptomatic tissue and the feasibility of testing asymptomatic trees is as yet unproven. In a south Florida grove study, visual surveys were compared to the testing of trees with a PCR-based assay (Irey et al., 2006b). Initial results indicate that the incidence of infection based on PCR testing may be up to two times the incidence of infection estimated by visible symptoms alone. An overall strategy for HLB control/management is based on the experience of citrus producers and phytosanitary agencies in control of HLB in Asia and Brazil. The major recommendations are: In October, 2006, Southern Gardens Citrus Corporation, in cooperation with IFAS, University of Florida, opened up a testing facility available to all growers to test samples for the presence of Las. In the first 28 weeks of operation, the facility has tested 16,722 samples with an average throughput of 597 samples per week. The average turn around time from receipt of the sample to the reporting of results during this period was 16 days. Results are reported directly back to the grove owners and summary reports are turned in to the FDACS and USDA-APHIS to be incorporated into databases maintained by both agencies. Any findings of regulatory significance are re-sampled and retested by both agencies before being released as official findings. • Isolation of certified sources of budwood from major citrus producing areas • Isolation of nursery production from major citrus producing areas • Requirement that all citrus nursery production be conducted in secure insect proof screenhouses • Control of insect vectors by chemical insecticides and, where applicable, biocontrol to reduce HLB transmission in commercial plantings • Removal of HLB infected trees to reduce HLB inoculum HLB-free budwood and nursery propagation: FDACS has augmented the existing budwood nursery certification program with expanded testing for HLB and movement of certified budwood sources to a greenhouse location in northern Florida outside of the commercial production area. In the last 2 years the Florida nursery industry has faced severe challenges.. After the 2004 hurricanes the canker eradication program removed approximately 60% of the commercial nursery industry in the effort to eradicate the disease state-wide. FDACS regulations developed in 2006 (Florida Statutes rule 5B62B) require that field-grown nursery production cease and that no citrus nursery trees produced under the existing practices be sold after January 2008. Additionally, all new nursery trees must be propagated from HLB tested sources in insect-proof greenhouses or screenhouses with a requisite 1-mile buffer where no HLB-infected commercial or residential citrus has been detected. At this time citrus nurseries are developing new infrastructure at existing nursery sites, and in some cases, acquiring new land for nursery production outside of the commercial citrus area. Chemical control of the vector: The simplest of the HLB control strategies to implement is chemical control of HLB psyllid vectors. Although there is much information on control of psyllids with various soil- and topically-applied insecticides, the effect of this practice on HLB increase and spread is largely anecdotal. The challenge in Florida is the large population of HLB positive residential citrus trees where removal of trees and chemical control is not an option. Roguing as a control strategy: The efficacy of rouging (removal of diseased trees), as a control option is dependent on the latency of HLB infection. In general, the recommendation is to remove visually symptomatic trees, but asymptomatic, infected trees probably exist in the near vicinity. Depending on the timeliness of the disease survey and removal trees after detection of visual symptoms, these early stage infections may contribute more or less inoculum to the epidemic. Roguing may be more effective if the “subclinical” population of infected trees is taken into account and a threshold is developed beyond which entire blocks of commercial citrus are removed because of the estimated greater infection than visually detected. Regional prevalence of HLB: Since the first detection of HLB in Florida citrus groves, intensive survey efforts by mostly larger citrus companies in Florida have been undertaken to determine the extent of infection within a local production area. The survey has been based largely based on the presence of visual symptoms and confirmatory testing using molecular approaches. The non-specific nature of foliar symptoms makes the disease difficult to distinguish from nutrient deficiencies or other plant S 102 LITERATURE CITED Gottwald, T. R., and Irey, M. 2007. 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Comparison of visual assessment and polymerase chain reaction assay testing to estimate the incidence of the Huanglongbing pathogen in commercial Florida citrus. Proc. Fla. State Hort. Soc. 119:89-93. HUANGLONGBING – HLB (EX-GREENING) NO BRASIL: SITUAÇÃO ATUAL. Helvécio Della Coletta Filho. Centro APTA Citros Sylvio Moreira, IAC, CP 04, CEP 13490-970, Cordeiropolis,SP. e-mail: [email protected]. The actual situation of Huanglongbing – HLB (ex-greening) in the Brazil. A termo “Huanglongbing” referindo-se a doença que ocorre no citros foi oficializado em 1995 durante a 13th IOCV (International Organization of Citros Virologists), porém popularmente no Brasil, dada a facilidade, tem-se adotado a denominação “greening”. Neste trabalho será utilizado a denominação HLB. Dentre as inúmeras doenças que ocorre nos citros, o huanglongbing (HLB) é uma das mais sérias e destrutivas. Os primeiros relatos científicos sobre o HLB foi registrado em 1919, que descreveu na China a doença do ramo amarelo (“yellow shoot”) dos citros (Bové, 2006). A partir deste outros se sucederam ao logo do tempo, em muitos outros países dos continentes Asiático e Africano, na Oceania e agora recentemente, no início do século 21, no continente Americano, Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia justamente nos dois principais centros produtores de citros, Brasil (São Paulo) e Estados Unidos (Flórida), somando-se ao todo próximo a 40 países onde a doença se faz presente (Bové, 2006). Embora não se tenha estudos publicados quantificando as perdas econômicas ocasionadas pelo HLB, na literatura pode se encontrar menções de perdas catastróficas no número de plantas cítricas nos países asiáticos onde a doença é endêmica (da Graça, 1991). Na África do Sul, em algumas áreas com alta incidência, as perdas variaram de 30 a 100% (Schwarz, 1967, citado por le Rouxs et al., 2006). Portanto, pode-se concluir que a viabilidade econômica da citricultura é inversamente proporcional a incidência do HLB. Muito embora o postulados de Kock não tenha sido concluído para o HLB devido a não possibilidade de isolamento do agente associado à doença em meio de cultura artificial, é consenso que o HLB é causado por uma bactéria, Candidatus Liberibacter (o termo Candidatus é usado para espécies de bactérias que não podem ser cultivadas), que habita os vasos do floema das plantas doentes. Este “consenso” esta muito bem suportado nos trabalhos de microscopia eletrônica desenvolvidos pela Dra. Monique Garnier (Garnier et al., 1984) e nos trabalhos envolvendo genômica das regiões conservadas do 16S do DNA ribossomal (Jagoueix et al., 1994). A BACTÉRIA CANDIDATUS LIBERIBACTER SP. Exaustivas inserções através de microscopia eletrônica mostraram que células de Ca. Liberibacter apresentam-se na forma de bastonetes, com a presença de membrana e triplice parede celular caracterizando-a como uma bactéria Gram-negativa (Garnier & Bové, 1996). Posteriormente, através de comparações de seqüências da região 16S do DNA ribossomal, concluiu-se que esta bactéria pertence a subdivisão α das Proteobactérias (Jagoueix et al, 1994). Três espécies de Liberibacter estão associadas ao HLB dos citros; Ca. Liberibacter asiaticus, Ca. Liberibacter africanus e Ca. Liberibacter americanus, sendo as duas últimas discutidas mais detalhadamente durante este trabalho por serem as espécies de ocorrência no Brasil. Ca. Liberibacter pode ser transmitida através de material vegetal contaminado tal como demonstrado pelo pesquisador chinês L.K. Hsiang já em 1956 (ver Bové, 2006) e naturamente, planta-a-planta, através de insetos vetores conhecidos como psilídeos. Experimentalmente, Ca. Liberibacter sp. pode ser transmitida para Vinca (Cataranthus roseus) e para tabaco (Nicotiana tabacum), através de uma planta parasitária conhecida como cuscuta (Cuscuta campestris) (Garneir & Bové, 1983). Duas são as espécies de psilídeos associadas à transmissão de Ca. Liberibacter, Diaphorina citri de ocorrência na Asia e América (no Brasil existe relatos desde 1960) e Trioza erytreae presente na África. D. citri esta associada à transmissão das espécies asiatica e americana de Liberibacter, enquanto T. erytreae à espécie africana. Experimentos conduzidos em condições controladas assim como as observações de campo mostraram que o HLB africano ocorre somente em temperaturas inferiores a 32ºC, com ótimo de expressão de sintomas a 25ºC. Similar condição é necessária para o desenvolvimento do vetor T. erytreae. Já os sintomas do HLB asiático podem se expressar tanto em temperaturas amenas (22-24ºC) quanto altas (30 – 32ºC) (Bové et al., 1974). D. citri também ocorre nestas temperaturas. Para maiorres detalhes sobre psilideos ver a revisão de Halbert & Manjunath (2004). Todos os relatos na literatura apontam para uma não existência de fontes de resistência ao HLB e Ca. Liberibacter sp. nos citros comerciais, dentro do gênero Citrus e até mesmo em outros gêneros da família Rutaceae (Haltert & Manjunath, 2004). O método mais usado para diagnosticar Ca. Liberibacter sp. é o baseado na PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), tendo-se como DNA alvo principalmente seqüências da região 16S do rDNA (Jagoueix et al., 1994) ou sequencias do operon rplKAJL-rpoBC (Hocquellet et al., 1999). O HLB NO BRASIL O primeiro relato de HLB no Brasil data de junho de 2004, onde o Centro APTA Citros “Sylvio Moreira” (IAC) e o Fundecitrus relataram simultaneamente a ocorrência da doença em plantas localizadas próxima ao município de Araraquara, São Paulo. Porém, relatos de produtores levam a crer que esta doença já estava em nossas condições a pelo menos 10 anos sem ter-se dado atenção a sua existência. Em 2007, oficialmente, já somam-se 123 municípios Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 paulistas onde plantas com HLB foram relatadas (Figura 1), o que revela o alto poder de dissiminação desta doença. Somado a estes, segue um município do Estado de Minas Gerais, localizado da divisa leste com o Estado de São Paulo. Figura 1. Municípios paulistas onde plantas com HLB foram encontradas e a Ca. Liberibacter spp. diagnosticada através da PCR. Em São Paulo foi constato a ocorrência de duas espécies de Liberibacter associadas ao HLB, a já conhecida Ca. Liberibacter asiaticus (Coletta- Filho et al., 2004) e uma nova espécie, Ca. Liberibacter americanus (Teixeira et al., 2005). Confirmando se tratar de uma nova espécie, sequencias da região extremamente conservada como o 16S do rDNA destas duas espécies revelaram, em Ca. Liberibacter americanus, a ocorrência de duas regiões de deleções, uma com 13 e outra com 3 nucleotídeos assim como outros eventos de mutações ao longo de 1124 nucleotídeos analisados (Coletta-Filho et al., 2005). Primers específicos para ambas espécies de Liberibacter foram desenhados, tendo-se como base estas diferenças genômicas, e são utilizados em diagnóstico de rotina. Também, baseados nestes INDELs, primers e probes para PCR em tempo real específicos para ambas espécies de Liberibacters foram desenhados e validados. Quanto a freqüência destas duas espécies de Liberibacters em plantas com HLB em São Paulo, numa análise de mais de 3500 amostras, em 88% foram diagnosticas Ca. Liberibacter americanus, 5% Ca. Liberibacter asiaticus e em 7% ambas as espécies (informação pessoal). Ultimamente, embora não se tenha dados tão extensos quanto ao apresentado acima, tem se constatado nos diagnósticos um aumento significativo da freqüência de plantas infectadas pela espécie asiática de Liberibacter. Os sintomas de HLB, tanto para a forma asiática quanto americana, embora em algumas situações possam ser confundidos com outros problemas de ordem biótica ou abiótica, nas laranjas doce [Citrus sinenis (L.) Osb.] exibem características próprias que podem ser facilmente identificadas a campo. Iniciam-se com o aparecimento de ramos amarelos setorizados que se destacam do verde da copa. Ondas de frio também pode levar a emissão de ramos amarelos, porém, nestes casos, poderá ser observado de forma generalizada no pomar. No caso de HLB, nos ramos amarelos, nas folhas maduras destes ramos amarelados, inicia-se um mosqueamento assimétrico em relação a nervura central da folha onde manchas amareladas, de um lado do limbo foliar, se contrastam com o verde normal do outro lado. Posteriormente, estes ramos amarelos podem aparecer por toda a copa e não mais setorizados. Também, com o tempo, ocorre queda prematura das folhas destes ramos sintomáticos, onde novas folhas podem surgir, porém serão menores, os internódios serão curtos e muitas vezes também exibindo deficiência de zinco. Os frutos dos ramos afetados desenvolvem de forma assimétrica em relação do eixo central e muitas vezes nem se desenvolvem. Cortando-os longitudinalmente observa-se feixes amarelados que saem do pedunculo, assim como a presença de sementes abortadas. Estes sintomas são facilmente identificados em laranjas doces, nas tangerinas e principalmente nos limões podem ocorrer de forma não muito caracteristica, necessitando da confirmação do agente causal. A transmissão de Ca. Liberibacter americanus tal como descrita acima para outras Liberibacters também já foi demonstrada de citros para citros através de borbulhas e psilídeo (D. citri) e de citros para Vinca, através da cuscuta. Porém, a taxa de infecção via enxertia ou borbulhia desta nova S 103 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia espécie de Liberibacter é bem menor quando comparada a espécie asiática. Embora possa admitir que não existe condições climáticas restritivas ao desenvolvimento do HLB americano em São Paulo devido a sua ampla distribuição no Estado, estudos detalhados sobre temperaturas ótimas para expressão de sintomas e multiplicação do patógeno estão em andamento. De forma semelhante ao que ocorre para Liberibacter asiaticus, todo o gênero Citrus é também hospedeiro de Liberibacter americanus, inclusive a planta ornamental conhecida como Murraia, Murraya paniculata, um hospedeiro preferencial de D. citri (ver Bové, 2006) Absolutamente não existe um metodo curativo para o HLB. Tudo que se pode fazer é prevenir. Se instalado, combate-lo através da eliminação constante de fontes de inóculo (plantas doentes), assim como diminuir ao máximo possível a população do vetor, D. citri. Atualmente esta em vigor no Estado de São Paulo a Instrução Normativa no. 32 de 29 de setembro de 2006, onde os citricultores são obrigados a inspecionar seus próprios pomares para a ocorrência de HLB, assim como eliminar as plantas doentes, enviando relatórios semestrais à Coordenadoria de Defesa Agropecuária. Esta, por sua vez, irá inspecionar as propriedades, altuando e até multando as que não realizarem as inspeções e erradicações, se houver. Porém, deve se deixar claro que todo esforço de conteção do HLB deve ser em conjunto de modo que os citricultores vizinhos possam se unir em “verdadeiros” condomíneos agrícolas. Ações isoladas poderão levar ao insucesso no controle no HLB uma vez que para o vetor não existe limites de propriedades. Quanto aos outros Estados produtores de citros no Brasil, é absolutamente importante um rigoroso conhecimento desta doença por parte de seus técnicos e extensioanistas de forma inspecionar a ocorrência desta doença, uma vez que a contenção da mesma esta condicionada a sua identificação precoce e atitudes rápidas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOVÉ, J.M. 2006. Huanglongbing: a destructive, newly-emerging, century-old disease of citrus. Journal of Plant Pathology, 88:7-37. BOVÉ, J.M., CALAVAN, E.C., CAPPOR, S.P., CORTEZ, R.E. & SCHWARZ, R.E. 1974. Influence of temperature on symptoms of California stubborn, South Africa greening, India citrus decline, and Philippines leaf mottling diseases. Proceeding of 6th Conference of International Organization of Citrus Virologists, University of California, Richmond, CA, pp. 12-15. COLETTA-FILHO, H.D., TAKITA, M. A., TARGON, M. L. P. N. & MACHADO M. A. 2005. Analysis of the 16S rDNA sequences from citrushuanglongbing bacteria reveal a different “Ca. 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VARIABILIDAD DEL AGENTE CAUSAL DE LA TRISTEZA DE LOS CÍTRICOS: AVANCES Y PERSPECTIVAS. Pedro Moreno, José Guerri, Luis Rubio, Carmen Vives, Adrián Sambade, Susana Martín, Patricia Moya & Silvia Ambrós. Instituto Valenciano de Investigaciones Agrarias, Cra. Moncada-Náquera Km. 4.5, Moncada, 46113-Valencia, España, e-mail: [email protected]. Variability of the causal agent of citrus tristeza: advances and prospects. Citrus tristeza virus (CTV), miembro del género Closterovirus, familia Closteroviridae, es el agente causal de varias enfermedades de gran impacto en la citricultura mundial. El virus se ha introducido en la mayoría de las zonas citrícolas mediante la propagación de yemas infectadas y a nivel local se dispersa por distintas especies de pulgones, siendo Toxoptera citricida y Aphis gossypii los vectores más eficientes. Los viriones de CTV son partículas flexuosas de 2000 x 11 nm, compuestas por una molécula de RNA genómico (RNAg) de cadena sencilla y polaridad positiva, con un tamaño de unas 20 kilobases, y dos proteínas de cápsida de 25 y 27 kDa. La primera de ellas cubre el 95% de la longitud del virión, mientras que la segunda encapsida los ~630 nt 5’ terminales del RNAg, dando al virión una estructura polar semejante a una serpiente de cascabel. Se conoce la secuencia nucleotídica completa del RNAg de al menos nueve aislados de CTV y en todos los casos se ha comprobado la presencia de 12 marcos de lectura, que codifican (de 5’ a 3’) las proteínas de la replicasa, p33, p6, p65, p61, p27, p25, p18, p13, p20 y p23, y zonas no codificantes (UTR) en los extremos 5’ y 3’. Mientras el gen de la replicasa, que ocupa la mitad 5’ terminal del genoma, se expresa a partir del RNAg, la expresión de los 10 genes restantes se efectúa a partir de otros tantos RNAs subgenómicos (RNAsg) 3’ co-terminales con el RNAg. Los genes p6, p65, p61, p27 y p25 forman parte de un módulo conservado en todos los closterovirus que codifica proteínas implicadas en el ensamblaje y movimiento de los viriones. Éstas incluyen una proteína transmembrana (p6), otra homóloga de la familia HSP70 de chaperonas de plantas (p65), dos copias divergentes de la proteína de cápsida (p27 y p25) y otra proteína que también se considera una copia divergente de la proteína de cápsida (p61). La proteína p20 se acumula en las inclusiones amorfas de las células infectadas y p23 es una proteína de unión a RNA que está implicada en la producción de síntomas y controla además la acumulación asimétrica de las cadenas positiva y negativa durante la replicación de RNA. Las proteínas p23, p20 y p25 funcionan como supresores del silenciamiento de RNA en plantas de Nicotiana tabacum y N. benthamiana. Las funciones de p33, p18 y p13 son aún desconocidas. Se han caracterizado numerosos aislados de CTV que difieren en propiedades biológicas como la transmisibilidad por pulgones o los síntomas que inducen en distintas especies o combinaciones patrón/injerto. Estas propiedades son responsables en gran medida de los daños causados por el virus en cada región. Los principales síndromes inducidos por CTV incluyen i) decaimiento y muerte de las plantas propagadas sobre patrón naranjo amargo (tristeza), ii) enanismo, acanaladuras en la madera y baja producción y calidad de la fruta de algunos cultivares con independencia del patrón, y iii) amarilleo y enanismo en plantas de semilla de pomelo, limonero o naranjo amargo, un síntoma de invernadero que no suele observarse en campo. Los determinantes genéticos responsables de cada uno de estos síntomas son aún desconocidos, lo que supone una limitación importante para evitar la propagación en vivero de los aislados más agresivos de CTV. Como ocurre con otros virus de RNA, los aislados de CTV están Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia formados por una población de variantes de secuencia resultante de: i) mutaciones originadas por la ausencia de mecanismos de corrección de errores en las RNA polimerasas dependientes de RNA, ii) sucesos de recombinación, iii) inoculaciones sucesivas en campo, iv) deriva genética favorecida por los cuellos de botella que ocurren en los procesos de transmisión, y v) distintas fuerzas selectivas. La manifestación de síntomas en las plantas infectadas depende probablemente de la composición de estas poblaciones y en particular de la frecuencia de las variantes de secuencia más virulentas. En los últimos años se ha avanzado en el estudio de la estructura de las poblaciones de CTV y de los factores que afectan su evolución. La acumulación de mutaciones en distintas zonas del gRNA es variable, probablemente debido a las distintas presiones selectivas que les afectan. Así, la diversidad genética del gen p25 en aislados de California y España es 0.038 aproximadamente, mientras que la diversidad de estos mismos aislados en una región del gen de la replicasa es 0.137 (Rubio et al., 2001), y la de un grupo de aislados de Argentina, Brasil, Córcega, España, Florida, Israel y Japón en el gen p33 es 0.132. Cuando se analizan separadamente la diversidad en posiciones sinónimas (dS) y en no sinónimas (dNS) se observa que la mayoría de los cambios ocurren en las primeras y los valores dNS/dS son en todos los casos inferiores a 1, lo que sugiere presiones selectivas en contra de los cambios de aminoácidos (Rubio et al., 2001). Una de las zonas más conservadas del genoma es la región 3’UTR, que presenta más del 96% de identidad nucleotídica en todos los aislados comparados. Por el contrario, la región 5’UTR presenta la máxima variabilidad, si bien ésta no se distribuye al azar sino que las variantes de secuencia se agrupan en tres tipos (I, II y III) con identidades nucleotídicas superiores al 88% dentro de cada grupo y muy inferiores (entre 44 y 64%) entre grupos (López et al., 1998). Curiosamente en los aislados menos agresivos las secuencias tipo III son predominantes, si no las únicas detectadas, mientras que en los más agresivos predominan las de tipo II (Ayllón et al., 2001; Ruiz-Ruiz et al., 2006). Análisis recientes de la acumulación de mutaciones en una población clonal han mostrado que ésta es muy lenta en algunas especies huésped y relativamente rápida en otras, lo que sugiere un posible papel de estas últimas en la generación de variabilidad. La recombinación homóloga es una vía de generación de variabilidad más rápida que la acumulación progresiva de mutaciones, y por tanto, un factor evolutivo importante en algunos virus de RNA. La replicación y transcripción del gRNA de CTV da lugar a numerosas especies de RNAsg virales en las células infectadas y facilita los sucesos de recombinación tanto homóloga como no homóloga. Cuando las secuencias parentales son suficientemente divergentes la recombinación homóloga puede detectarse con facilidad (Vives et al., 2005). Recientemente, el análisis de varias regiones genómicas en aislados de distintos orígenes geográficos y características patogénicas ha puesto de manifiesto: i) que los sucesos de recombinación son relativamente frecuentes en CTV, y ii) que CTV parece haber evolucionado en al menos dos (y posiblemente tres) genotipos diferentes. Por otra parte, la recombinación no homóloga es muy frecuente en CTV y da lugar a las presencia de RNAs defectivos, que contienen los dos extremos del RNAg pero carecen de una porción de tamaño variable de la región central. La acumulación de algunos RNAs defectivos podría modular la expresión de síntomas como ocurre en otros virus, si bien esta posibilidad no está plenamente demostrada en CTV. El largo período que los cítricos permanecen en el campo (frecuentemente más de 30 años) hace probable que cada planta reciba múltiples inoculaciones por pulgones, a veces portadores de variantes de secuencia muy divergentes, como se ha comprobado en varias ocasiones (Rubio et al., 2001; Ayllón et al., 2006). Dependiendo de su eficacia biológica relativa, la población inicial puede quedar esencialmente inalterada, o alguna de las nuevas variantes puede hacerse predominante, cambiando la estructura e incluso las propiedades biológicas de dicha población. Distintas evidencias indican que frecuentemente las variantes más virulentas tienden a desplazar a las menos agresivas (Sambade et al., 2002, 2007). Por otra parte, la transmisión de CTV a un nuevo huésped, en particular la transmisión por pulgones, somete la población viral a un cuello de botella que reduce su tamaño efectivo. Ello puede dar lugar a fenómenos de deriva genética que alteran la estructura de la población viral y a veces las propiedades patogénicas de ésta (Albiach-Martí et al., 2001; Ayllón et al., 2006). La distribución irregular de las variantes de secuencia Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 en las plantas infectadas y la adquisición y/o transmisión preferencial de algunas variantes por los pulgones son factores que pueden contribuir a esta deriva (D’Urso et al., 2000). La transmisión preferente de las variantes más agresivas cuando los pulgones adquieren el virus de plantas co-infectadas con variantes agresivas y no agresivas ha sido documentada (Brlansky et al., 2003; Sambade et al., 2007). Finalmente, además de las presiones selectivas que distintos huéspedes pueden ejercer sobre las poblaciones de CTV, cambios en las condiciones ambientales pueden afectar el sistema de defensa de la planta y por tanto la estructura de la población de CTV. En el futuro es previsible que el movimiento internacional de yemas infectadas con distintas variantes de secuencia y la posterior dispersión local por pulgones cause nuevos problemas y pérdidas económicas en distintas áreas citrícolas. El control global de CTV es un importante reto técnico que requerirá herramientas apropiadas para caracterizar las poblaciones de CTV y sus interacciones con huéspedes y vectores. Actualmente hay métodos sensibles y fiables para la detección del virus, pero ninguno de ellos permite la identificación inequívoca de variantes potencialmente peligrosas para cultivares o combinaciones específicas, a pesar de la amplia información generada en la última década sobre la biología, epidemiología y características moleculares de CTV. Para formular estrategias de control apropiadas será necesario comprender los mecanismos que inducen la enfermedad y los determinantes genéticos de la patogenicidad y transmisibilidad por vector de CTV. En este sentido, el reciente desarrollo de sistemas genéticos basados en la obtención y manipulación de clones infecciosos de cDNA del genoma completo de CTV abre perspectivas prometedoras para la localización dichos determinantes, y por tanto, para el desarrollo de métodos apropiados para la detección y control de los aislados potencialmente más agresivos. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBIACH-MARTI, M.R., GUERRI, J., HERMOSO DE MENDOZA, A., LAIGRET, F., BALLESTER-OLMOS, J.F. & MORENO, P. Aphid transmission alters the genomic and defective RNA populations of citrus tristeza virus isolates. Phytopathology 90:134-138. 2000 AYLLÓN, M.A., LÓPEZ, C., NAVAS, C.J., GARNSEY, S.M., GUERRI, J., FLORES, R. & MORENO, P. Polymorphism of the 5’ terminal region of Citrus tristeza virus (CTV) RNA: incidence of three sequence types in isolates of different origin and pathogenicity. Archives of Virology 146:27-40. 2001. AYLLÓN, M.A., RUBIO, L., SENTANDREU, V., MOYA, A., GUERRI, J. & MORENO, P. Variations in two gene sequences of citrus tristeza virus after host passage. Virus Genes 32:119-128. 2006. BRLANSKY, R.H., DAMSTEEGT, V.D., HOWD, D.S. & ROY, A. Molecular analyses of Citrus tristeza virus subisolates separated by aphid transmission. Plant Disease 87:397-401. 2003. D’URSO, F., AYLLÓN, M.A., RUBIO, L., SAMBADE, A., HERMOSO DE MENDOZA, A., GUERRI, J. & MORENO, P. Contribution of uneven distribution of genomic RNA variants of citrus tristeza virus (CTV) within the plant to changes in the viral population following aphid transmission. Plant Pathology 49:288-294. 2000. LÓPEZ, C., AYLLÓN, M.A., NAVAS, C.J., GUERRI, J., MORENO, P. & FLORES, R. Molecular variability of the 5’- and 3’-terminal regions of citrus tristeza virus RNA. Phytopathology 88:685-691. 1998. RUBIO, L., AYLLÓN, M.A., KONG, P., FERNÁNDEZ, A., POLEK, M., GUERRI, J., MORENO, P. & FALK, B.W. Genetic variation of Citrus tristeza virus isolates from California and Spain: evidence for mixed infections and recombination. Journal of Virology 75:8054-8062. 2001. RUIZ-RUIZ, S., MORENO, P., GUERRI, J. & AMBRÓS, S. The complete nucleotide sequence of a severe stem pitting isolate of Citrus tristeza virus from Spain: comparison with isolates from different origins. 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Adhemar Pereira de Barros, 201, Araraquara, SP. A doença clorose variegada dos citros (CVC) foi observada pela vez no Brasil em 1987, no norte e noroeste do estado de São Paulo e no sul do Triângulo Mineiro. Essa doença é causada pela bactéria Xylella fastidiosa que, ao colonizar o xilema, provoca interrupção do fluxo de água e sais minerais para a copa, induzindo sintomas característicos em folhas e frutos e graves reflexos na produção das laranjeiras, principalmente nos estágios mais avançados da doença, onde perdas de até 80% podem ocorrer devido à redução do peso do fruto (Ayres, 2000). O cinturão citrícola do estado de São Paulo e Triângulo Mineiro compreende 212 milhões de laranjeiras e 659 mil hectares, localizados em 367 municípios das regiões sul, sudoeste, central, norte e noroeste de São Paulo e sul do Triângulo Mineiro. Levantamentos amostrais feitos pelo Fundecitrus nestas regiões indicam que a incidência da CVC cresceu de 22% para 43%, no período de 1996 para 2005. Em algumas regiões a situação é mais preocupante, como o norte, noroeste e centro do estado de São Paulo, onde em 2005, respectivamente, 69,74%, 56,25% e 51,96% das laranjeiras estavam afetadas pela doença. Por outro lado, a intensidade de CVC nas regiões sul e sudoeste do estado de São Paulo são de 4,72% e 9,50%, respectivamente (www.fundecitrus.com.br). Essa menor gravidade da doença é atribuída às condições climáticas mais amenas dessas regiões que induzem a menor severidade dos sintomas da CVC, ao menor inóculo presente nessas áreas e à menor população das cigarrinhas vetoras. A CVC é a doença que mais prejuízos têm ocasionado na citricultura paulista nos últimos anos. Estimativas recentes indicam que pelo menos cerca de 6 milhões de plantas (3% do total) têm sido eliminadas anualmente devido aos sintomas severos da CVC, que representa um prejuízo de 120 milhões de dólares. Além disso, perdas significativas de produção têm ocorrido com o incremento da severidade da doença e o menor tamanho dos frutos. Em 1996, quando a CVC era relativamente amena, eram necessárias cerca de 270 laranjas para se encher uma caixa de 40.8 kg, enquanto que em 2006 foram necessários 300 frutos por caixa de 40.8 Kg. Isso representa uma quebra de produção de 34,8 milhões de caixas de laranjas sobre os 348 milhões de caixas efetivamente produzidos. Considerando-se o valor de 3,50 dólares por caixa, a CVC causou aos citricultores um prejuízo de 121,8 milhões de dólares. A bactéria da CVC é disseminada por cigarrinhas da subfamília Cicadellinae (Hemiptera: Cicadellidae). São doze espécies sendo quatro (Acrogonia citrina, Bucephalogonia xanthophis, Dilobopterus costalimai e Oncometopia facialis) as predominantes em árvores cítricas. As demais se alimentam preferencialmente em gramíneas (Ferrariana trivittata, Macugonalia leucomelas, Plesiommata corniculata e Sonesimia grossa), ou apresentam baixa densidade populacional (Acrogonia virescens, Homalodisca ignorata e Parathona gratiosa). Dentre as espécies que preferem citros, B. xanthophis predomina em pomares nos dois primeiros anos de vida da planta, sendo o principal vetor nessa idade (Yamamoto et al. 2001), e A. citrina, D. costalimai e O. facialis predominam em pomares em produção (Yamamoto & Lopes 2004). As cigarrinhas têm ciclo de vida longo, com períodos de incubação dos ovos de 9,6 a 11,8 dias, dependendo da espécie. A maioria apresenta 5 estádios ninfais com duração de 44 a 76 dias (Almeida & Lopes, 1999; Paiva et al., 2001). A longevidade para O. facialis, D. costalimai e A. gracilis foi de 15,5; 36,4 e 72,4 dias, S 106 respectivamente (Paiva et al. 2001). Embora a primavera e verão sejam as estações em que ocorrem maiores populações, devido à maior brotação das laranjeiras e condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento desses insetos (Roberto 1998, Yamamoto & Lopes 2004), as cigarrinhas podem ser capturadas o ano todo. Em anos em que ocorre atraso no início das chuvas, o pico populacional pode ocorrer no outono ou inverno (Roberto & Yamamoto 1998), como verificado em 1995. No estado de São Paulo as cigarrinhas são mais abundantes e diversas no norte do estado (Bebedouro, Barretos e Olímpia). Isto pode estar associado mais à prevalência de temperaturas mais elevadas do que qualquer outro fator, visto que na região sul, onde as temperaturas médias são mais baixas, existe melhor distribuição de chuvas e menor déficit hídrico, favorecendo, portanto a brotação das plantas, fontes de alimentos desses insetos. As cigarrinhas podem adquirir a bactéria alimentando-se por somente 1,5 h em plantas doentes. Maiores taxas são observadas com os insetos se alimentando por 48 horas ou mais (P. T. Yamamoto, dados não publicados). Quanto à transmissão, a eficiência também aumenta com períodos mais prolongados de alimentação nas plantas sadias. A eficiência de transmissão é baixa, variando de 0,3% (H. ignorata) a 17,3% (M. leucomelas) (Lopes 1999). Deve se considerar que mesmo pouco eficientes este insetos são importantes por ocorrerem em grandes populações nos pomares. O controle da CVC requer a adoção conjunta de três medidas que envolvem: i) plantio de mudas sadias, ii) poda de ramos com sintomas iniciais da CVC e erradicação de plantas com sintomas generalizados e iii) controle dos vetores. Devido à CVC, existe, desde 2003, uma norma governamental que obriga a produção de mudas em viveiros protegidos (estufas com telas contra cigarrinhas). Em decorrência da mudança do sistema de produção de mudas e do controle mais efetivo das cigarrinhas nos pomares, pode se observar uma redução da incidência da CVC nos pomares jovens, com idade inferior a 3 anos, de 12 a 19% no período de 1996 a 1998 para 3% no ano de 2005. A disseminação da CVC para outros estados do Brasil e o surgimento do huanglongbing (greening) em São Paulo em 2004, torna imperativa à necessidade de produção de mudas em ambiente protegido em todo o território nacional. A poda é uma medida eficaz no controle da CVC, desde que adotada em plantas com idade superior a 3 anos e com sintomas iniciais da doença, ou seja, quando somente algumas folhas sintomáticas forem observadas na extremidade de um dos ramos da copa. Neste caso, recomenda-se remover o ramo sintomático, cortando-o a uma distância de pelo menos 70 cm abaixo da última folha basal com sintomas. Por outro lado, recomendase a eliminação de plantas contaminadas com idade inferior à 3 anos, independente da severidade dos sintomas, ou das plantas com idade superior a esta, mas com sintomas em mais de um ramo principal ou de ocorrência generalizada na copa. A poda é uma prática com o objetivo de recuperar a sanidade da planta e reduzir a fonte de inóculo da doença. O controle químico das cigarrinhas vetoras da CVC é uma medida eficaz na redução da taxa de disseminação da doença. Existem vários inseticidas efetivos, sistêmicos e de contato, disponíveis no mercado. Doses e formas de aplicação são indicadas pelos fabricantes. A efetividade no sucesso do controle químico vai depender da observância dos aspectos sobre a biologia e dinâmica populacional dos vetores. De maneira geral, os inseticidas sistêmicos são aplicados nas mudas no próprio viveiro, antes do plantio. Essa prática proporciona a proteção das mudas no campo por período aproximado de 90 dias. Após este período, os inseticidas sistêmicos devem continuar em uso nos períodos de chuva e até o momento em que as plantas atinjam 3 anos de idade. A partir daí, e nos períodos de estiagem, independente da idade, por uma questão técnica e de custo, recomenda-se o uso de produtos de contato. Diferentemente da maioria das doenças de plantas, a resistência genética contra a CVC não tem sido explorada com sucesso na citricultura. Isto se deve à inexistência de variedades com níveis satisfatórios de resistência que possam substituir os materiais suscetíveis atualmente plantados. Logo após a primeira descrição da doença e antes mesmo da causa ter sido comprovada em condições experimentais, levantamentos de campo indicavam que todas as variedades de laranjas doces cultivadas (Pêra Rio, Natal, Hamlim e Valência, etc) eram suscetíveis à doença. As tangerinas Ponkan e tangor Murcott, os limões e a lima ácida Tahiti, por não manifestarem os sintomas típicos da CVC, foram caracterizados como resistentes. Estes resultados foram confirmados em diversos experimentos de campo e mais Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia recentemente em estudos conduzidos em condições controladas de casa de vegetação, onde as plantas foram inoculadas artificialmente com culturas puras da bactéria (Garcia, 2007; Lopes et al, 2005). Existe uma tendência de redução da intensidade e importância da CVC em médio prazo. Isto está fundamentado em uma série de fatores favoráveis dentre os quais se destacam: i) a citricultura está migrando para a região sudoeste do estado de São Paulo onde a pressão de inóculo e a população de cigarrinhas são menores e ii) têm aumentado o percentual de citricultores maiores e mais tecnificados que controlam efetivamente a doença. É essencial para manutenção da supremacia e competitividade da citricultura brasileira o fortalecimento dos investimentos em pesquisa com objetivo de encontrar uma solução definitiva para CVC e outras sérias doenças que afligem a citricultura, tais como o “ huanglongbing” (“greening”) e o cancro citrico. LITERATURA CITADA Almeida, R. P. P.; Lopes, J. R. S. 1999. Desenvolvimento de imaturos de Dilobopterus costalimai Young, Oncometopia facialis (Signoret) e Homalodisca ignorata Melichar (Hemiptera: Cicadellidae) em citros. An. Soc. Entomol. Brasil, v. 28, n. 1, p. 179-182. Ayres, A. J. 2000. Intensidade da clorose variegada dos citros em pomares comerciais de laranja do estado de São Paulo e sul do triângulo mineiro. Dissertação de mestrado. Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Campus de Jaboticabal, Jaboticabal, SP, 59p. Garcia, A. L. 2007. Caracterização patológica e morfológica da resistência das limas, tangerinas e do limão cravo a Resistência clorose variegada dos citros. Dissertação de mestrado. Universidade de Ribeirão Preto, Departamento de Biotecnologia, Ribeirão Preto, SP, 47p. Lopes, J. R. S. 1999. Estudos com vetores de Xylella fastidiosa e implicações no manejo da Clorose Variegada dos Citros. Laranja, Cordeirópolis, v. 20, p. 329-344. Lopes, S. A.; Teixeira, D. C.; Fernandes, N. G.; Ayres, A. J.; Torres, S. C. Z.; Barbosa, J. C.; Li, W. B. 2005. An experimental inoculation system to study citrus-Xylella fastidiosa interactions. Plant Disease, v. 89, p. 250-254. Paiva, P. E. B.; Benvenga, S. R.; Gravena, S. 2001. Aspectos biológicos das cigarrinhas Acrogonia gracilis (Osborn), Dilobopterus costalimai Young e Oncometopia facialis (Signoret) (Hemiptera: Cicadellidae) em Citrus sinensis L. Osbeck. Neotropical Entomology, v. 30, n.1, p. 25-28. Roberto, S. R.; Yamamoto, P. T. 1998. 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Plantas medicinais apresentam potencial no controle de fitopatógenos, tanto por sua ação fungitóxica direta, quanto pela capacidade de induzir resistência através do acúmulo de fitoalexinas. Este trabalho teve por objetivo verificar o uso do óleo essencial (OE) de Cymbopogon citratus na indução de fitoalexinas em sorgo e soja. Em sorgo, mesocótilos excisados foram colocados em tubos contendo 1 mL de cada tratamento: OE nas concentrações 0, 100, 250, 500, 750, 1000 e 1500 µL/L. Foram incubados por 60h a 25oC sob luz constante. Os 2,5 cm superiores do mesocótilos foram submersos em 1,4 mL de metanol 80% por 96 h. Determinouse a absorbância a 480 nm. Em soja, as mesmas concentrações do óleo foram aplicadas em um corte em forma de cunha na superfície interior dos cotilédones e mantidos a 25oC no escuro. Após 20h, os cotilédones foram colocados em água esterilizada e mantidos sob agitação por 1h. A absorbância foi determinada a 285 nm. Em sorgo foi verificada maior produção de fitoalexina na concentração 100 µL/L do óleo, enquanto que em soja a maior produção foi na concentração de 1000 µL/L. 0002 Escalas diagramáticas para quantificação da severidade da requeima em tomateiro. Corrêa1*, F.M.; Souza1, I.A.; Carmo1*, M.G.F.; Bueno Filho2*, J.S.S. 1Departamento de Fitotecnia – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 2Universidade Federal de Lavras *Bolsista-CNPq. Email: [email protected]. Diagramatics scales for quantification of the severity of late blight in tomato Escalas diagramáticas são ferramentas importantes para avaliação da severidade de doenças no campo. Estas devem representar a área lesionada de folhas ou parte de plantas, nos seus diferentes níveis de severidade. Como não existe metodologia bem definida para avaliação da requeima, causada por Phytophthora infestans em tomateiro, o presente trabalho teve como objetivo estabelecer o uso de uma escala diagramática que represente o desenvolvimento da requeima em plantas de tomateiro. Foram avaliadas três escalas, James (1971-modificado) com valores de 1, 5, 10, 16, 32 e 50%, escala proposta-simplificada (3, 12, 22, 40, 60 e 77%) e escala proposta-detalhada (3, 6, 12, 22, 40, 60, 77 e 90%). A precisão e acurácia das avaliações com base nas três escalas foi determinada com o auxílio de 10 avaliadores, em duas sessões com 50 fotos em diferentes níveis de severidade, seguido de análise de regressão linear simples. Os avaliadores, quando utilizaram a escala de James (1971-modificado) foram imprecisos e pouco acurados, independente da avaliação. Contudo, quando os avaliadores utilizaram as escalas propostas, simplificada ou detalhada, os mesmos apresentaram respostas mais precisas e acuradas. Conclui-se que as escalas propostas (simplificada ou detalhada) podem ser utilizadas em trabalhos de rotina para quantificações da severidade da requeima em tomateiro no campo. 0003 Metodologia de análise para seleção de genótipos de tomate resistentes a Phytophthora infestans (Mont) de Bary. Corrêa1*, F.M.; Bueno Filho2*, J.S.S.; Carvalho, A.O.1; Carmo1*, M.G.F. 1Departamento de Fitotecnia – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 2Universidade Federal de Lavras *Bolsista-CNPq. E-mail: [email protected]. Analyze methodology for selection of resistant tomato the Phytophthora infestans (Mont) de Bary. A AACPD, calculada por meio da soma de Riemann ou pela integração a partir das equações ajustadas por modelo linear ou não linear é utilizada em trabalhos de seleção de genótipos resistentes a doenças ou para avaliar o efeito de tratamentos no seu controle. O presente trabalho teve como objetivo comparar três metodologias de análises para avaliar genótipos de tomate cereja quanto a resistência à requeima, causada por Phytophthora Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 infestans. O experimento foi conduzido na UFRuralRJ, no Depto. de Fitotecnia, entre maio a setembro de 2006. Utilizaram-se 63 linhagens em testes na UFRuralRJ, o híbrido ‘Super Sweet’, suscetível, e os genótipos Perinha-A e Perinha-B, resistentes. O delineamento utilizado foi de blocos incompletos com 33 plantas por bloco e uma planta por parcela, num total de 20 blocos, sendo os efeitos de blocos e genótipos considerados aleatórios. Para quantificar a severidade da doença, efetuaram-se avaliações semanais, utilizando-se a escala modificada de James (1971), nas folhas número três, quatro e cinco de cada planta, ao longo de 54 dias. Nas análises, foram utilizadas três metodologias de cálculo da AACPD: a soma Riemann, análise da soma de Riemann para cada parcela e integração a partir de equação do modelo logístico. A correspondência das análises foi determinada através da correlação de Pearson. A análise da soma de Riemann para cada parcela e a integral calculada a partir do modelo logístico, permitiram um ajuste adequado dos dados e melhor discriminação dos genótipos quanto a resistência à requeima, quando comparado à soma de Riemann. A correlação dos valores de AACPD calculados pela análise da soma de Riemann para cada parcela e integração a partir de equação do modelo logístico foi de r = 0,97. 0004 Avaliação da resistência de cultivares comerciais de tomateiro à mancha-fuliginosa de cercospora, em condições de cultivo protegido. Halfeld-Vieira, B.A.; Nechet, K.L.; Souza, G.R.; Embrapa Roraima, BR 174, km 8, CP 133, 69301-970. E-mail: [email protected]. Evaluation of commercial tomato cultivars to resistance to black leaf mold in protected cultivation conditions. A mancha-fuliginosa do tomateiro (Lycopersicon esculentum), causada por Pseudocercospora fuligena, é uma doença incomum no Brasil e não há muitas informações dos danos ocasionados pela sua incidência. A identificação de materiais resistentes, cultivados regularmente por um grande número de produtores, é uma medida que pode auxiliar no manejo integrado da doença e auxiliar em programas de melhoramento. O objetivo deste trabalho foi verificar, dentre as cultivares de tomateiro Débora plus, Duradoro, IPA 6, Santa Clara e San Vito, quais apresentavam maior grau de resistência à mancha-fuliginosa em condições de cultivo protegido. Foi estabelecido um experimento em delineamento de blocos casualizados, com 10 plantas por parcela e 5 repetições, avaliando-se periodicamente a severidade da doença. Para as análises estatísticas foram calculadas as Áreas Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD) e realizado contraste de médias por teste Fisher-LSD a 5%. As cultivares Duradoro e San Vito apresentaram maior resistência à doença, enquanto Débora Plus maior grau de suscetibilidade. 0005 Reação de cultivares comerciais de tomateiro à mancha fuliginosa de cercospora. Halfeld-Vieira, B.A.; Nechet, K.L.; Souza, G.R.; Embrapa Roraima, BR 174, km 8, CP 133, 69301-970. E-mail: halfeld@cpafrr. embrapa.br. Reaction of commercial tomato cultivars to black leaf mold. A mancha fuliginosa do tomateiro, causada por Pseudocercospora fuligena foi constatada causando danos significativos, no ano de 2005 em Boa Vista, Roraima. O objetivo deste trabalho foi identificar, dentre as cultivares de tomateiro Débora plus, Duradoro, IPA 6, Santa Clara e San Vito as que apresentam maior resistência à doença. Utilizaram-se como parâmetros os seguintes componentes: severidade (Sev), período de incubação (PI) e período latente (PL). O experimento foi conduzido em casa-de-vegetação, com temperatura variando de 25 a 30 oC, em delineamento inteiramente casualizado, com 10 repetições, sendo cada repetição constituída por uma planta por vaso. Os PI foram determinados ao serem observados os primeiros sintomas e os PL ao ser verificada presença de esporos sobre as manchas, com auxílio de uma lupa de aumento de 10x. A severidade da doença para cada cultivar foi estimada 20 dias após a inoculação. O contraste de médias foi obtido por diferença mínima significativa (FisherLSD) a 5%. Para o parâmetro Sev, somente a cultivar Débora plus se destacou, com maiores valores, possuindo também os menores valores de PI e PL, configurando-se a mais suscetível dentre as demais. As cultivares Duradoro e San Vito, apresentaram maior grau de resistência, havendo significativamente maiores PI e PL. S 111 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia 0006 Eficácia de fungicidas no controle da ferrugem da soja. Neves1, D.L; Ribeiro1, G.C; Pagnocelli1, A; Campos1, H.D; Silva1, L.H.C.P; Secco1, M.D. 1Universidade de Rio Verde – FESURV. E-mail: [email protected]. Efficacy of fungicides in the rust soybean control. Com o objetivo de avaliar o efeito de fungicidas no controle da ferrugem soja, um experimento foi realizado em Rio Verde, GO. Dentre os tratamentos, além da testemunha não tratada, utilizaram-se diferentes dosagens do fungicida trifloxistrobina em mistura com tebuconazol, protioconazol ou ciproconazol, com ou sem a adição de óleo metilado de soja. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso em quatro repetições. Avaliaram-se a severidade da doença, desfolha, rendimento e seletividade. Na última avaliação todos os tratamentos que receberam aplicação controlaram significativamente a severidade da doença em relação à testemunha, tanto na metade inferior quanto superior da planta. A severidade da doença na testemunha chegou a 100% na metade inferior e a 59% na metade superior. Nos tratamentos que receberam aplicação de fungicidas, a severidade foi inferior a 2,92% e 0,60% para as metades inferior e superior das plantas, respectivamente. Não foi observado efeito de dose ou da adição de óleo nesta avaliação. Enquanto a desfolha na testemunha foi de 80%, nos tratamentos com fungicidas, esta foi inferior a 17,62%. Ao se avaliar o rendimento da cultura, verificou-se que todos os tratamentos apresentaram maiores pesos de mil grãos e produtividade em relação à testemunha. A partir do estádio R5.4, foram verificados sintomas leves de fitotoxidez nos tratamentos contendo trifloxistrobina + protioconazol, na maior dosagem, e trifloxistrobina + tebuconazol, quando da adição de óleo. 0007 Eficácia dos fungicidas flutriafol + tiofanato metílico e tiofanato metílico no controle da antracnose na cultura da soja. Neves1, D.L; Marcório2, G.C; Ribeiro1, G.C; Campos1, H.D; Silva1, L.H.C.P. 1Universidade de Rio Verde – FESURV. 2Engenheiro Agrônomo. E-mail: [email protected]. Efficacy of flutriafol + thiophanate methyl and thiophanate methyl in the soybean anthracnose control. Com o objetivo de avaliar a eficácia dos fungicidas flutriafol + tiofanato metílico e tiofanato metílico, no controle da antracnose soja, um experimento foi realizado em Montividiu, GO. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso em 4 repetições. A eficácia dos fungicidas foi realizada com base na incidência da doença, peso de mil grãos e produtividade. Plantas tratadas com fungicidas apresentaram menor incidência em trifólios em relação à testemunha não tratada. Ao se avaliar a incidência da doença nas vagens, apenas os tratamentos que receberam aplicação dos fungicidas flutriafol + tiofanato metílico, independente da dosagem utilizada, e tiofanato metílico na maior dose, diferiram significativamente da testemunha. Em relação ao rendimento da cultura, ao se avaliar o peso de mil grãos observou-se que não houve diferenças significativas entre os tratamentos contendo flutriafol + tiofanato metílico, nas doses de 60+300 e 70+350 g i.a./ha, tiofanato metílico, na menor dose, epoxiconazol + pyraclostrobina e ciproconazol + azoxytrobyna que produziram significativamente mais que a testemunha. A produtividade na testemunha foi de 2529,88 kg/ha e nos melhores tratamentos variou de 2797,00 kg/ha (tiofanato metílico na menor dose) a 2892,82 kg/ha (flutriafol + tiofanato metílico na dose de 60+300g i.a./ha). Não observou sintomas de fitotoxidez. 0008 Contribuição do tratamento de sementes de soja no manejo da ferrugem asiática. Togni1*, D.A.J.; Menten1, J.O.M.; STASIEVSKI2, A. 1ESALQ/USP, LEF/Setor de Fitopatologia, Piracicaba/SP. *CNPq. Email: [email protected]; 2Arysta Life Science. Contribution of soybean seed treatment on asiatic rust management. O tratamento de sementes de soja com produtos eficazes pode contribuir no manejo da ferrugem asiática. Assim, objetivou-se comparar diferentes produtos fitossanitários, aplicados via tratamento de sementes, no manejo da ferrugem asiática da soja (FAS), por meio do período residual dos mesmos e da diminuição da severidade da doença. Sementes de soja, S 112 cultivar Conquista, foram tratadas com carboxim+tiram (50+50g i.a./100kg sementes) e diferentes produtos (ciproconazol+azoxistrobin (10+25); epoxiconazol (2,5); difenoconazol (48); fluquinconazol (50); flutriafol (10); flutriafol TS (5); flutriafol+tiofanato metílico (10+50); tebuconazol (10); tebuconazol+trifloxistrobin (10+5); tetraconazol (10); triticonazol (25); acibenzolar-S-methyl (2,5) e pó de rocha (2%). As sementes foram semeadas em campo (15 sem/m). Verificou-se que cipoconazol+azoxistrobin e epoxiconazol foram fitotóxicos, diminuindo a germinação das sementes. Fluquinconazol, flutriafol TS, flutriafol+tiofanato metilico, tebuconazol, te buconazol+trifloxistrobin, triticonazol, acibenzolar-S-methyl e pó de rocha, mostraram efeito residual sobre a FAS até os 61 dias após a semeadura, diminuindo a severidade da doença. Tebuconazol+trifloxistrobin diminuiu a desfolha da planta. Tebuconazol e tebuconazol+trifloxistrobin reduziram a área abaixo da curva de progresso da doença. 0009 Ocorrência do nematóide foliar Aphelenchoides em orquídea no Estado do Rio de Janeiro. Klein, E.H.S.¹, Nascimento, R.S.¹, Brioso, P.S.T², Pimentel, J.P.². ¹Mestrando do Programa de Fitossanidade e Biotecnologia Aplicada, UFRRJ. E-mail: [email protected]; ²Área de Fitopatologia/DEF/IB/UFRRJ. BR 465, Km 47 Seropédica, RJ, CP 74585, 23.851-970. Occurrence of foliar nematodes Aphelenchoides in orchids in the State of Rio de Janeiro. As orquídeas são plantas de alto valor agregado, usadas como flor de corte, ou como plantas envasadas. Em 2006 foi coletada em Teresópolis (RJ), plantas de Cattleya híbrida, com lesões locais amareladas, evoluindo para necrose de toda a lâmina foliar. Observando-se folhas dissecadas sintomáticas em microscópio ótico, constatou-se, nos tecidos lesionados, grande quantidade de nematóides. Objetivando identificar e testar a patogenicidade dos mesmos, procedeu-se a extração mediante a trituração de folhas sintomáticas seguida de peneiramento e calibração do inóculo para 1200 indivíduos.ml-1 sendo inoculadas folhas de Cattleya, asplênio, begônia, crisântemo, violeta africana e azaléia. Parte dos nematóides foram fixados e identificados ao microscópio ótico. Das plantas inoculadas, foi possível demonstrar a patogenicidade e multiplicação em orquídea, crisântemo e asplênio com sintoma de necrose e, que o patógeno era do gênero Aphelenchoides. Tais dados demonstram a importância deste patógeno, para o mercado de floricultura. 0010 Avaliação de diferentes tipos de cobertura de canteiro no controle de viroses em alface. Borges1, L.M.; Pavan2, M.A.; Silva3, N.; Sakate2, R.K.; Albuquerque4, F.A.; Echer3, M.M. 1Engenheira Agrônoma, Maringá, PR; 2Depto. de Defesa Fitossanitária, UNESP/FCA, BotucatuSP; 3Depto. de Agricultura e Melhoramento de Plantas, UNESP/FCA, Botucatu-SP; 4Dpto. de Agronomia, Universidade Estadual de Maringá, PR. E-mail: [email protected]. Evaluation of different mulch types in lettuce viruses control. Com o objetivo de avaliar o efeito de diferentes coberturas de canteiro no controle de fitoviroses na cultura da alface (Lactuca sativa L.) tipo lisa, foi realizado um experimento na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Produção São Manoel, pertencente à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP, Campus Botucatu, no período de primavera/ verão. Foram avaliados quatro tipos de cobertura: palha de arroz, solo nu, túnel plástico e túnel telado. A operação de colheita foi realizada aos 35 dias após o transplantio. Avaliou-se a incidência de Lettuce mosaic virus (LMV-II), Lettuce mottle virus (LeMoV) e Tospovirus através da contagem do número de plantas com sintomas e da coleta de amostras, que foram submetidas a testes moleculares, testes de inoculação mecânica em hospedeiras diferenciadas e análise de microscopia eletrônica. Constatou-se, nos diferentes tratamentos, as seguintes porcentagens de plantas com virose; 8,48% (palha de arroz), 10,84% (solo nu), 5,14% (túnel plástico) e 8,89% (túnel tela). Confirmou-se, nas amostras coletadas, a presença de LeMoV (3,84%), Tospovírus (16,16%) e LMV-Common (60,82%). Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia 0011 Avaliação de progênies F5 de alface para tolerância a fitoviroses. Borges1, L.M.; Pavan2, M.A.; Silva3, N.; Sakate2, R.K.; Albuquerque4, F.A.; Echer3, M.M. 1Engenheira Agrônoma, Maringá, PR; 2Depto. de Defesa Fitossanitária, UNESP/FCA, Botucatu-SP; 3Depto. de Agricultura e Melhoramento de Plantas, UNESP/FCA, Botucatu-SP; 4 Depto. de Agronomia, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, PR. E-mail: [email protected]. Evaluation of F5 progenies for tolerance to virus in lettuce. Com o objetivo de avaliar dezoito progênies de alface geração [(Brasil 303 x Tinto) Elisa] F5 RC1, previamente selecionadas para tolerância a “Lettuce mosaic virus”-(LMV-II), “Lettuce mottle virus (LeMoV) e Tospovirus, foram realizados dois experimentos na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Produção São Manoel, pertencente à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP, Campus Botucatu, em duas épocas do ano (outono/inverno e primavera/verão). A operação de colheita foi realizada aos 41 e 35 dias após o transplantio, respectivamente para o primeiro e segundo experimento. Constatou-se que duas das dezoito progênies testadas apresentaram maior tolerância a fitoviroses e características agronômicas equivalentes à cultivar comercial Elisa, utilizada como referência. Observou-se ainda que no experimento de outono/inverno apenas 3,65% das plantas avaliadas apresentaram sintomas de fitoviroses, enquanto no experimento de primavera/verão o número médio de plantas com sintomas aumentou para 8,89%. 0012 Avaliação in vitro do efeito de Annona crassiflora Mart e Annona coreacea Mart sobre a germinaçao de uredosporos do fungo Phakopsora pachyrhizi causador da ferrugem asiática na soja. Lima, V.S.; Magnani.Zambenedetti, E.B.; Marques, C.A.G.; Laboratório de Fitopatologia, Universidade Estadual de Mato Grosso. E-mail: [email protected]. Evaluation in vitro of the effect of Annona crassiflora Mart and Annona coreacea Mart on urediniospore germination Phakopsora pachyrhizi of the causal agent of the asiatic rust. A ferrugem Asiática é atualmente considerada a principal doença na cultura da soja, seu controle é altamente dependente do uso de produtos químicos. O uso indiscriminado desses produtos vem acarretando sérios problemas ao meio ambiente. Com o objetivo de realizar o controle alternativo de Phakopsora phakirhizi, na soja, os extratos hexânicos de Annona coreacea e Annona crassiflora foram utilizados em bioensaios para avaliar seu efeito protetor, através da inibição na germinação de uredósporos do patógeno. O trabalho foi desenvolvido no laboratório de fitopatologia do Campus da Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT, em Tangará da Serra. Os extratos foram obtidos a partir da coleta de frutos de Annonaceae em área de Cerrado. O experimento foi inteiramente casualizado com cinco tratamentos mais duas testemunhas, uma de água e uma com hexano, com 4 repetições. As concentrações do óleo utilizadas foram: 0,1%; 0,2%; 0,4%; 0,8% e 1,6%, que foi solubilizado em hexano na proporção de 1:1. Essas concentrações foram adicionadas em meio de cultura Agar-água e colocado em 10 ml da mistura em cada placa de petri, logo após foi inoculado os uredósporos e incubados em BDO por um período de 8 hs. As avaliações foram realizadas após o período de incubação e os esporos foram considerados germinados quando tubo germinativo apresentava duas vezes o seu tamanho. Nas concentrações de 0,8% e 1,6% houve inibição da germinação em 91,13% e 93,88% respectivamente para o extrato de A.crassiflora e de 96,13% e 96,25% para o extrato de A.coriacea. Estas espécies apresentaram ação fungicida no combate à ferrugem, podendo ser uma ferramenta para o manejo desta doença no campo. 0013 Avaliação in vitro do extrato hexânico de Annona crassiflora Mart e Annona coreacea Mart sobre o fungo Alternaria solani (Ell. & Martin) Jones & Grout, causador da pinta-preta em tomateiro. Marques, C.A.G.; Zambenedetti, E.B.; Lima, V.S.; Zambenedetti, G. B.; Soupinski, J. Laboratório de Fitopatologia, Universidade Estadual de Mato Grosso. E-mail: [email protected]. Evaluation in vitro of the hexanic extract of Annona crassiflora Mart and Annona coreacea Mart on Alternaria solani (Ell. & Martin) Jones & Grout, causal agent of the black spot in tomato. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 O principal fator limitante à cultura do tomate é a ocorrência de doenças, tendo a pinta preta do tomateiro Alternaria solani como problema fitossanitário limitante a produção da cultura. O uso de fungicidas em pulverizações semanais tem aumentado o custo de produção e representa riscos para produtores, consumidores e meio ambiente. Diante do exposto este trabalho tem como objetivo avaliar o efeito in vitro do extrato hexânico de Annona crassiflora e Annona coreacea sobre o crescimento do fungo A. solani. O trabalho foi desenvolvido no laboratório de fitopatologia do Campus da Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT, em Tangará da Serra. Os extratos foram obtidos a partir da coleta a campo de frutos destas anonáceas. O experimento foi inteiramente casualizado com quatro tratamentos mais duas testemunhas, uma de água e uma com hexano, com quatro repetições. Os extratos de A. crassiflora e A. coreacea foram incorporados em meio de cultura BDA nas concentrações de 0,5%, 1,0%, 1,5% e 2,0%, e o tween à 2,0%. A testemunha continha apenas o meio de cultura. Um disco de 8,0mm de diâmetro contendo o micélio de Alternaria solani foi colocado no centro de cada placa de petri e avaliou-se o crescimento micelial do fungo. O extrato de A. crassiflora reduziu o crescimento micelial do fungo entre 15,42% a 26,02%, de acordo com o aumento das concentrações. O extrato de A. coreacea inibiu o crescimento micelial entre 12,42% e 17,56%. O agente dispersante tween causou efeito no crescimento micelial do fungo e deve ser substituído por outro dispersante. 0014 Utilização de extrato de gengibre no controle micelial de Curvularia eragrostidis in vitro. Brito¹, N.M; Nascimento¹, L.C.; Araújo¹, E.; Araújo¹, E.R.; Souto¹, F.M. ¹Departamento de Fitotecnia, Laboratório de Fitopatologia, Universidade Federal da Paraíba. E-mail: britonoelma@ yahoo.com.br. Use of extract of Zingiber officinale on mycelial control of Curvularia eragrostidis in vitro. O gengibre (Zingiber officinale) é uma das plantas medicinais utilizadas no controle de várias doenças bacterianas e fúngicas de plantas. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito fungitóxico do extrato vegetal de gengibre no controle micelial de Curvularia eragrostidis, isolado de folhas de inhame, in vitro. Discos de micélio do fungo foram incubados em placas de Petri, contendo BDA com o extrato de gengibre nas concentrações de 5, 15, 25, 35 e 45%. Avaliou-se o crescimento micelial de C. eragrostidis, através da medição do fungo em dois sentidos diametralmente opostos com a utilização de uma régua milimetrada a cada 24 horas. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado com as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os melhores resultados no controle do fungo foram observados nos tratamentos utilizando extrato de gengibre na concentração a partir de 15%, não mostrando diferenças significativas entre as médias destes tratamentos. Os resultados obtidos indicam o grande potencial deste extrato vegetal no controle micelial de C. eragrostidis in vitro. 0015 Incidência de fungos associados a sementes de algodão (Gossypium hirsutum L. r. latifolium). Brito¹, N.M.; Nascimento¹, L.C.; Araújo¹, E.; Araújo¹, E.R.; Souto¹, F.M. ¹Departamento de Fitotecnia, Laboratório de Fitopatologia. Universidade Federal da Paraíba. E-mail:[email protected]. Incidence of fungus associated with Gossypium hirsutum L. r. latifolium seeds. O algodão (Gossypium hirsutum L. r. latifolium Hutch) é uma das espécies mais cultivadas mundialmente, devido ao uso de sua fibra e óleo. O trabalho teve como objetivo detectar e identificar a micoflora fúngica em sementes de algodão, cultivar BRS200. Dois grupos de sementes, não tratadas e tratadas com hipoclorito de sódio a 2,5% por 3 minutos, foram distribuídas em placas de Petri contendo meio BDA, na proporção de 10 sementes/ placa, totalizando 100 unidades por grupo. Após incubação por um período de sete dias (25 ± 2 °C e fotoperíodo de 12 horas), as sementes foram avaliadas sob microscópio estereoscópio para verificação da incidência de fungos, sendo os resultados expressos em percentagem de sementes infectadas. Nas sementes sem tratamento foram detectados os seguintes fungos: Aspergillus sp (30%), A. flavus (30%), A. niger (27%), Fusarium sp (9%), Penicillium sp (3%), enquanto que as sementes submetidas ao tratamento com hipoclorito de sódio a 2,5%, a micoflora foi constituída por A. flavus (22%), A. niger (5%), Cladosporium sp (11%). No tratamento com hipoclorito de sódio a 2,5% observou-se redução da incidência de fungos nas sementes de algodão, nas condições testadas. S 113 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia 0016 Quantificação de danos causados pelo cancro cítrico sobre a produção de laranjeira doce. Theodoro1, G.F.; Belasque Jr.2, J.; Maringoni3, A.C.; Herbes4, D.H.; 1UFMS/CPCS, C.P. 112, 79560-000, Chapadão do Sul, MS; 2Fundecitrus, 14807-040, Araraquara, SP.; 3FCA/UNESP, C.P.237, 18603-970, Botucatu, SP; 4 Unochapecó, C.P. 747, 89809-000, Chapecó, SC; E-mail: [email protected]. Quantification of damages caused by citrus canker on sweet orange yield. O cancro cítrico, causado por Xanthomonas axonopodis pv. citri, é uma das principais doenças das plantas cítricas e tem sido uma séria ameaça à citricultura mundial. Os danos causados pelo cancro cítrico (CC) foram quantificados sobre a produção de laranjeiras doces, cv. Valência, enxertadas sobre limoeiro ‘Cravo’, com 12 anos de idade, no município de Guatambu, SC, na safra 2004/05. Foram marcadas 50 plantas no pomar e, no período de colheita, houve a avaliação do número de frutos por planta (NF), produção de frutos por planta (P), incidência do CC nos frutos (IFR) e a incidência (IFL) e severidade (SV) do CC em 80 folhas/laranjeira, empregando-se escalas diagramáticas (Belasque Jr. et al. Fitop. Bras., v. 30, p. 387, 2005). Constataram-se plantas com grande variação de SV (0,0 a 1,1 %), IFL (0,0 a 56,3 %) e IFR (0,0 a 56,1 %). Notouse significância (P<0,01) e correlação positiva (Pearson) apenas entre SV e IFL (0,90), SV e IFR (0,65), IFR e IFL (0,76) e P e NF (0,87). Não houve diferença significativa (P>0,05) entre as médias de IFL estimadas em diferentes quadrantes da copa das laranjeiras (N, S, L e O). 0017 Detecção de Curtobacterium flaccumfaciens pv. flaccumfaciens em sementes de feijoeiro utilizadas em Santa Catarina. Herbes1, D.H.; Theodoro2, G.F.; Maringoni3, A.C.; Dal Piva4, C.A. & Abreu1, L.; 1 Unochapecó, C.P. 747, 89809-000, Chapecó, SC; 2UFMS/CPCS, C.P. 112, 79560-000, Chapadão do Sul, MS; 3FCA/UNESP, C.P.237, 18603-970, Botucatu, SP; 4Epagri/Cepaf, C.P. 791, 89801-970, Chapecó, SC. E-mail: [email protected]. Detection of Curtobacterium flaccumfaciens pv. flaccumfaciens in common bean seeds used in Santa Catarina. Foi avaliada a presença de Curtobacterium flaccumfaciens pv. flaccumfaciens (Cff) em 37 amostras de sementes de feijoeiro, dos grupos preto e carioca, coletadas nos municípios catarinenses de Chapecó, Lajeado Grande, Cunhataí e Palmitos, produzidas nas safras 2004/2005 (2,7 %) e 2005/2006 (97,3 %). Foi empregado o meio de cultura semi-seletivo MSCFF (Maringoni et al. Seed Science and Technology 34:117, 2006) e, para a comprovação da identidade dos isolados bacterianos obtidos, avaliaram-se a morfologia, coloração diferencial de Gram, tolerância a NaCl a 7% e patogenicidade em cultivares suscetíveis de feijoeiro. Detectou-se a presença de Cff em 23 amostras (62,2%), indicando a elevada disseminação deste patógeno, por sementes, em Santa Catarina. 0018 Mancha foliar causada por Septoria sp. em Genipa americana. Nechet1, K.L.; Halfeld-Vieira1, B.A.; Barreto, R.W.2. 1Embrapa Roraima, CP 133, 69301970, Boa Vista; 2Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Fitopatologia, CEP 36571-000, Viçosa-MG. E-mail: [email protected]. br. Leaf spot caused by Septoria sp. on Genipa americana. Manchas foliares foram observadas em plantas de jenipapeiro (Genipa americana; Rubiaceae) em área de cerrado no estado de Roraima. O objetivo deste trabalho foi identificar o agente causal associado ao sintoma e comprovar sua patogenicidade. Observaram-se lesões anfígenas, concêntricas, de coloração marrom com margem avermelhada e circundadas por um halo amarelado, variando de 0.3-1,2 cm. O patógeno apresentou frutificação anfígena, mas abundante na superfície superior das folhas; micélio interno, septado, hialino e 2,5 µm; conidioma globoso, imerso, 52-164 x 52-156 µm, marrom, ostiolado; conidióforo cilíndrico, 13-39 x 2,6 µm hialino, liso, 1-3 septos, ramificado,; célula conidiogênica cilíndrica, reta, hialina, lisa, 5-18 x 2,6 µm; conídio reto, falcado ou curvado, 13-47 x 2-2,5 µm, hialino com um septo, liso, gutulado. Pelas características observadas o agente causal foi identificado como Septoria sp.. O fungo em BDA apresentou colônia vermelha e crescimento lento, atingindo 1,38 cm após 30 dias a 25º C. A patogenicidade foi comprovada em plantas de jenipapo inoculadas com suspensão de 7,5 x 105 conídios/ml após nove dias. Este é o primeiro relato de Septoria sp. causando mancha foliar em jenipapeiro no Brasil. S 114 0019 Efeito de estádios fenológicos do feijão-caupi na severidade da mela. Nechet1, K.L.; Halfeld-Vieira1, B.A. 1Embrapa Roraima, CP 133, 69301970, Boa Vista, Roraima. E-mail: [email protected]. Effect of cowpea phenological states on web blight severity. A severidade da mela, causada pelo fungo Rhizoctonia solani (teleomorfo Thanatephorus cucumeris), foi avaliada em quatro estádios fenológicos do feijão-caupi (Vigna unguiculata) em casa-de-vegetação. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado em arranjo fatorial de 2 isolados x 4 estádios fenológicos x 5 repetições, sendo cada repetição um vaso com duas plantas. As plantas foram inoculadas com uma suspensão de 1x105 microescleródios/ml nos estádios 1-folhas primárias, 2-folhas trifoliadas, 3-flores abertas e 4-enchimento de vagem. Avaliou-se, semanalmente, a porcentagem de área foliar lesionada e a partir dos dados foi calculada a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD). Observou-se diferença significativa entre os estádios avaliados. Os maiores valores de AACPD foram observados nos estádios 3 e 4 seguidos do estádio 2. As plantas inoculadas no estádio 1 apresentaram pequenas manchas que não influenciaram no seu crescimento. Não houve diferença de AACPD entre os isolados testados, com exceção do estádio 1. Os resultados indicam que plantas de feijão-caupi a partir do estádio de flores abertas são mais suscetíveis à mela. 0020 Controle biológico de Rhizopus stolonifer em maracujazeiro amarelo Bomfim1, M.P.; São José2, A.R.; Rebouças2, T.N.H. 1Doutoranda em Fitopatologia - UFRPE - Recife, [email protected]; 3Doutores em Fitotecnia - UESB/DFZ, Vitória da Conquista - BA. Cx Postal, 95 CEP. 45 083 900. Podridão floral ou podridão mole do maracujazeiro trata-se de uma recente doença causada pelo fungo Rhizopus stolonifer. Até recentemente, a associação Rhizopus-maracujá era restrita apenas na fase pós-colheita, causando podridão de frutos. O presente trabalho teve por objetivo estudar a potencialidade antagônica de espécies de Trichoderma spp. in vitro e in vivo a Rhizopus stolonifer agente causal da podridão floral do maracujazeiro em campo. O experimento foi conduzido em pomar comercial de maracujazeiro amarelo (Passiflora edullis Sims f. flavicarpa Deg), com sete meses de idade em período de floração. Foram estudados cinco tratamentos, T1 Testemunha; T2 - Trichoderma viride; T3 - T. harzianum; T4 - T. stromaticum e T5 - T. virens, com cinco repetições sedo 50 flores por repetição em um delineamento em blocos casualizado. Após a abertura das flores foi realizada a polinização manual, em seguida as flores foram identificadas com fita plástica. A pulverização foi realizada com o auxilio de um pulverizador manual, sendo aplicada em cada flor 1mL da suspensão 2x 108 conídios/mL a testemunha foi pulverizada com água destilada. Após a pulverização as flores foram protegidas com sacos de papel, sendo retirados no dia seguinte pela manhã. As avaliações foram realizadas aos 15 e 30 dias, onde foi avaliado o número médio de frutos efetivos em porcentagem, através do vingamento dos frutos. Todos os isolados de Trichoderma spp. forma eficientes no controle da podridão floral do maracujazeiro em condições de campo quando comparados com a testemunha, obtendo-se um vingamento entre os antagonistas em estudo de 74% para os tratamentos T3 - Trichoderma harzianum e T5 - T. virens, e os tratamentos T2 - T. viride e T4 - T. stromaticum obtiveram um porcentual de 75% já a testemunha controle obteve um percentual de 42%. 0021 Resinose do coqueiro na Bahia. Silva, S. D. V. M.1; Moura, J. I. L.2; Cerqueira, A. R. R. N. 1CEPLAC/CEPEC 1Seção de Fitopatologia, Caixa Postal 07, CEP. 45.600-970, Itabuna, BA – e-mail: [email protected]; 2 Estação Experimental Lemos Maia, Una, BA. Stem bleeding of coconut in Bahia. Na Bahia, no município de Una foram constatados alguns coqueiros com os seguintes sintomas: aparecimento de um líquido marrom-avermelhado que escorre através de rachaduras no tronco, que ao secar adquire uma coloração vermelho-escura a enegrecida; redução na freqüência de emissão de folhas e no tamanho das mais novas; afinamento do tronco na região próxima à copa; folhas amarelo-pardacentas frágeis e sujeitas à quebra; cachos e inflorescências enegrecidos e frutos amarronzados. Objetivando identificar Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia o patógeno, amostras do tecido lesionado foram isoladas em BDA e iscas de cenoura. Com base nas características das culturas e das estruturas observadas em microscópio ótico, e também na formação de peritécios no tecido lesionado submetido a câmara úmida, o fungo foi identificado como Thielaviopsis paradoxa (anamorfo Ceratocystis paradoxa). Este patógeno causa a “resinose do coqueiro”, cuja manifestação como doença foi registrada em 2004 no Brasil e desde então, tem se disseminado gradualmente aumentando o número de plantas infectadas e de focos da doença que vem dizimando a cultura do coqueiro. O estado da Bahia como produtor de côco corre sérios riscos com a disseminação da doença, para a qual ainda não existe um controle eficaz. Os coqueiros também ficam vulneráveis ao ataque de Rhinostomus barbirostris (Coleoptera:Curculionida). Todavia, sua ação é secundária, pois a planta quando debilitada pelo fungo libera substâncias voláteis atraindo-os. 0022 Murcha-de-Ceratocystis em cacaueiros na Bahia. Silva, S. D. V. M1.; Mandarino, E. P. 2; Damaceno, V. O. 1; Santos Filho, L. P dos. 3CEPLAC/ CEPEC 1Seção de Fitopatologia e 3 Seção de Sócio-Economia, Cx.Postal 07, 45.600-970, Itabuna, BA- e-mail: [email protected]; 2Almirante Centro de Estudos de Cacau, Cx.Postal 55, 45.630-000, Itajuípe, BA. Ceratocystis wilt disease on cocoa in Bahia. Dando continuidade aos trabalhos de seleção de cacaueiros resistentes à murcha-de-Ceratocystis (Ceratocystis cacaofunesta) foi realizada uma inoculação artificial nos genótipos: BV 20, FB 76, FG 110, FO 30.09, MAC 01, MO 01, Moeda 01, PS 1.6, PS 10.30, PS 13.19, PS 40.07 e Theobahia. Plântulas com 6 meses de idade foram inoculadas com uma incisão acima do primeiro internódio do coleto, inserindo-se um disco de papel filtro embebido em uma suspensão de 3,0 x 104 UFC/ml do isolado Cf 20, reforçando com mais 30 µl da mesma suspensão. A área inoculada foi coberta com algodão umedecido e vedada com fita plástica. O delineamento foi de blocos completamente casualisados com 12 tratamentos, 4 repetições e 10 plântulas por parcela. A avaliação foi realizada aos 60 dias, pelo número de plântulas vivas por parcela e altura da lesão. Os dados foram analisados através da ANOVA e dos testes de Dunnett e Tukey a 5%. Os genótipos FG 110, BV 20 e FB 76 diferiram significativamente ao nível de 5% da testemunha suscetível Theobahia somente para a variável altura de lesão. Em relação às plantas vivas, os genótipos não foram significativos a nível de 5%, embora MO 01 tenha apresentado 83% de plantas vivas, contrastando com PS 1030 e PS 4007 com 35 e 30%, respectivamente. Nas condições deste ensaio, nenhum dos genótipos testados pode ser considerado resistente. 0023 Resistência de genótipos de feijão-caupi à Xanthomonas axonopodis pv. vignicola. Souza, G.R.; Halfeld-Vieira, B.A.; Nechet, K.L. Embrapa Roraima, BR 174, km 08, CP 133, 69301-970, Boa Vista, RR; e-mail: [email protected]. Resistance of cowpea genotypes to Xanthomonas axonopodis pv. vignicola. O feijão-caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.] é uma cultura importante em Roraima, principalmente cultivado por pequenos produtores. Visando reduzir perdas causadas por Xanthomonas axonopodis pv. vignicola foi realizado experimento em casa-de-vegetação com os genótipos: Amapá, Bragança, Guariba, Gurguéia, Mazagão, Milênio, Patativa, Pitiúba, Tracuateua e Vita-7. Avaliou-se o período de incubação e severidade da doença. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 4 repetições, sendo cada repetição 1 vaso com 2 plantas. Gurguéia e Vita-7 não apresentaram sintomas 25 dias após a inoculação, tendo maior nível de resistência. Dos demais, Mazagão e Milênio tiveram significativamente maior período de incubação (11 dias) e Mazagão, menor severidade. Amapá e Pitiúba tiveram maior severidade sendo considerados os mais suscetíveis. 0024 Monitoramento de doenças da soja na safra 2006 em Roraima. Mattioni1, J.A.M.; Souza1, G.R.; Nechet1, K.L.; Halfeld-Vieira1, B.A. 1Embrapa Roraima, CP 133, 69301970, Boa Vista, Roraima. E-mail: [email protected]. Survey of soybean diseases in Roraima yield 2006. O levantamento das doenças da soja na safra 2006 foi investigado em seis Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 plantios de soja, distribuídos nos municípios de Boa Vista, Alto Alegre, Bonfim, Cantá e Mucajaí representando 60% das propriedades de soja do Estado. A cultura foi inspecionada nos estádios Vc (estádio cotiledonar), V2-V3 (2º a 3º nó trifólio completamente desenvolvido), R2 (floração completa), R6-R7 (formação de sementes completas a início da maturação). No estádio R7, plantas aleatórias foram coletadas para contagem de número total de vagens/planta, número de grãos/vagem, número de vagens com incidência de doença e número de grãos manchados. Os principais problemas verificados foram o apodrecimento de sementes causado pelos fungos Rhizoctonia solani e Fusarium oxysporum, a mela causada por R. solani nos estádios V2-V3 até R2, as doenças de final de ciclo, crestamento foliar (Cercospora kikuchii) e mancha-alvo (Corynespora cassiicola) e a incidência de antracnose (Colletotrichum truncatum) e mancha causada por C. kikuchii nas vagens. Observou-se uma incidência de até 62% de grãos com mancha-púrpura (C. kikuchii). Confirmou-se mais uma safra sem a ocorrência da ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) nos plantios de Roraima. 0025 Influência do clima no progresso da ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi) sob condições de campo. Tsukahara R. Y1*; Hikishima M.2; Canteri M. G.2. 1Departamento de Agrometeorologia - Fundação ABC. 2Departamento de Agronomia, Universidade Estadual de Londrina, CEP 86051990, Londrina, PR, Tel. (43)3371-4555. E-mail: [email protected]. Influence of the climate in the progress of the asian soybean rust (Phakopsora pachyrhizi) under field conditions. O trabalho objetivou estudar, sob condições de campo, a influência do clima sobre o progresso da ferrugem da soja (Phakopsora pachyrhizi). Dois ensaios foram conduzidos na safra 2005/2006 nas regiões de Castro e Arapoti, Paraná. Dividiu-se a epidemia em três períodos: semeadura até primeiros sintomas da doença, do início da doença até severidade de 20% e severidade de 20% até severidade máxima. Os sintomas da ferrugem apareceram em Castro aos 78 dias e em Arapoti aos 82 dias após a semeadura. A maior duração do período de molhamento foliar - Dpm (18 horas) foi observada em Castro. No segundo período da epidemia, Arapoti apresentou taxa aparente de infecção-r (0,18), maior do que observado em Castro (0,12). Durante mesmo período foram observados maiores valores de precipitação (10,2mm) e maior número de dias de chuva – Ndc (1,0 dia), quando comparados à Castro. No período final, em Arapoti obtevese severidade final de 99,9% e em Castro 96%. Observou-se relação entre Dpm com o aparecimento dos primeiros sintomas e também relação entre dados de precipitação e Ndc com o progresso da epidemia. As condições ambientais foram mais favoráveis à doença em Arapoti, onde foi observado maior valor da AACPDp (38,2) e menos favoráveis para Castro (30,4). 0026 Relações entre severidade da ferrugem (Phakopsora pachyrhizi), medidas de refletância e produtividade na cultura da soja. Hikishima, M, Canteri, M.G., Silva, A.J. Da. Departamento de Agronomia, Universidade Estadual de Londrina, CEP 86051-990, Londrina, PR, Tel. (43)3371-4555. E-mail: [email protected]. Relationships between soybean rust severity, measures of reflectance and yield of soybean crop. Avaliações visuais de severidade demandam tempo e nem sempre são suficientemente acuradas. O uso de medidas de refletância tem demonstrado bons resultados na avaliação de tratamentos de doenças. Com o objetivo de comparar medidas de refletância com avaliações de severidade da ferrugem e produtividade em soja, foi conduzido um experimento na Fazenda da UEL. O delineamento experimental foi blocos ao acaso, com 8 tratamentos (diferentes estádios de aplicação do fungicida) e 4 repetições. Utilizou-se o cultivar BRS 133 e o produto piraclostrobina + epoxiconazol. A partir das avaliações de severidade, calculou-se a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD). Leituras de refletância foram feitas com 8 comprimentos de onda (de 460 a 810, em intervalos de 50 nm). Foi calculado o índice vegetativo da diferença normalizada (NDVI) e também a área abaixo da curva de progresso de refletância (AACPR) e produtividade. O coeficiente de determinação (R2), foi de 83,17% entre as variáveis AACPD x produtividade, 89,80% entre AACPR x produtividade e 87,02% entre AACPD x AACPR. S 115 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia Os coeficientes de variação dos resultados da produtividade, AACPD e AACPR foram 11,67, 9,69 e 1,14% respectivamente. Os resultados indicam que medidas de refletância, baseadas no NDVI, podem ser utilizadas para avaliar o efeito da ferrugem da soja na produtividade, com a vantagem da rapidez e menor variabilidade. 0027 Meios de cultura para produção de escleródios de Sclerotinia sclerotiorum. Garcia*, R.A.; Juliatti, F.C.; Alves, T.C. Av. Amazonas, S/Nº, Bl 2E, Sala 27, LAMIP, Campus Umuarama, 38400-902, UberlândiaMG. *Bolsista CNPq. E-mail: [email protected]. Culture media for sclerotia production of Sclerotinia sclerotiorum. Para a realização de estudos envolvendo Sclerotinia sclerotiorum é necessário a obtenção de inóculo. O objetivo deste trabalho foi avaliar onze meios de cultura na presença e ausência de fubá na formação de escleródios. Os tratamentos foram: cenoura, tomate, ábobora, repolho, soja, feijão, girassol, batata, batata-doce, vagem e couve-flor complementados ou não de fubá. O delineamento utilizado foi o de blocos casualizados com dois fatores (meios e adição de fubá) e quatro repetições. Os frascos de Erlenmeyers contendo os meios foram autoclavados à 120ºC durante 20 minutos e a seguir receberam três discos de micélio de 6 mm. Posteriormente os frascos foram incubados à temperatura de 22 a 25ºC com fotoperíodo de 12 horas luz e 12 horas escuro, por 30 dias consecutivos. A maior formação de escleródios ocorreu no meio de cultura feijão, seguido de girassol e soja. Os meios complementados com fubá foram melhores que os não complementados, com exceção do meio tomate que não diferiu do complementado com fubá. 0028 Atividade antifúngica de óleo de Azadirachta indica a Sclerotinia sclerotiorum. Garcia1*, R.A.; Barbosa2, K.A.G.; Juliatti1, F.C.; 1Av. Amazonas, S/Nº, Bloco 2E, Sala 27, LAMIP, Campus Umuarama, 38400902, Uberlândia-MG. 2ILES/ULBRA, Itumbiara-GO. *Bolsista CNPq. E-mail: [email protected]. Antifungal activity of oil from Azadirachta indica to Sclerotinia sclerotiorum. A podridão branca da cultura da soja causada por Sclerotinia sclerotiorum vêem tornando-se importante para diferentes sistemas de produção. O objetivo deste trabalho foi avaliar a interferência do óleo de Azadirachta indica no crescimento micelial de S. sclerotiorum. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial 7 X 2 com 5 repetições, sendo os tratamentos compreendidos pelas seguintes dosagens: 0 (testemunha), 0,5, 1,0, 2,0, 4,0, 8,0 e 16,0 %. As doses de óleo foram incorporadas em BDA antes ou após autoclavagem. A avaliação consistiu em medições do diâmetro diário (cm.dia-1) das colônias incubadas à temperatura de 22 a 25º Celsius, por três dias. Quando as culturas fúngicas da testemunha atingiram toda a placa finalizou-se o ensaio. Os resultados demonstraram que o aumento das doses do óleo de nim resultou em um decréscimo no crescimento micelial de S. sclerotiorum. A autoclavagem não interferiu na eficiência do controle de S. sclerotiorum. 0029 Avaliação da Clorose Variegada dos Citros (CVC), no noroeste do Paraná, por meio de modelos não-lineares. Ueda1,2, C.M.; Yamagata-Yamamoto1,2, A.; Nunes2, W. M. C.; Scapim3, C. A.; Guedes4, T. A..1Programa de PósGraduação em Agronomia – PGA, 2Núcleo de Pesquisa em Biotecnologia Aplicada – NBA, 3Departamento de Agronomia, 4Departamento de Estatística, Universidade Estadual de Maringá, 87020-900, Maringá, Paraná, Brasil. Email: [email protected]. Evaluation of the citrus variegated chlorosis (CVC) in the northwest of Paraná State, through nonlinear models. O presente estudo objetivou determinar um modelo único que pudesse substituir as m+1 equações de regressão não-lineares ajustadas aos m conjuntos de dados parciais e ao conjunto total de dados de incidência da Clorose Variegada dos Citros (CVC). A avaliação dos sintomas da CVC foi feita em um talhão de laranja pêra com oito anos de idade, com 946 plantas, dispostas em 10 linhas de plantio, em um pomar comercial no noroeste S 116 do Estado do Paraná. O talhão foi dividido em quadrats de tamanho 2x2 sendo que os dados parciais foram obtidos tomando-se aleatoriamente o número mínimo de quadrats em cada uma das avaliações. Foi ajustado o modelo logístico y(t)= a/(1+exp(b-ct)) aos dados de todo o talhão e das dez amostras. Os parâmetros a, b e c do modelo foram calculados no TableCurve 2D e refinados no proc nlin do SAS. Pelo uso de proc nlin do SAS obtevese as estimativas de soma de quadrados de resíduos da regressão (SQRR) necessárias para realizar o teste estatístico. Os resultados do teste F dado por F={(SQRRp – SQRRc)/(2K-2)}/(SQRRc/(N-2K)) para as hipóteses sobre igualdades de parâmetros leva a conclusão de que as onze equações não diferem estatisticamente. Assim, a equação comum y(t)=1,0047/ (1+exp(0,6985-0,000529t)), pode ser usada para todas as amostras e para o modelo completo. 0030 Uma abordagem matemática do cancro cítrico no noroeste do Estado do Paraná. Yamagata-Yamamoto1,2, A.; Ueda1,2, C.M.; Nunes2,3, W.M.C.; Scapim3, C.A.; Guedes4, T.A.. 1Programa de Pós-Graduação em Agronomia – PGA, 2Núcleo de Pesquisa em Biotecnologia Aplicada – NBA, 3Departamento de Agronomia, 4Departamento de Estatística, Universidade Estadual de Maringá, 87020-900 Maringá, Paraná, Brasil. E-mail: [email protected]. Mathematical approach of the citrus canker in northwest of Paraná State. O objetivo deste trabalho foi determinar se o progresso da doença cancro cítrico em um talhão pode ser descrito por meio de um modelo de regressão não linear, avaliando-se apenas uma parte aleatória dele. As avaliações foram realizadas em um pomar comercial de laranja “Natal”, com 460 plantas, localizada na região noroeste do Estado do Paraná, Brasil, com oito anos de idade. Todas as plantas do talhão foram avaliadas, quanto a incidência da doença no período de 2000 a 2004, no total de 40 avaliações. O talhão foi dividido em quadrats e avaliado, calculando-se a proporção de plantas doentes e ajustando a um modelo de regressão não linear. Em cada avaliação determinou-se o número mínimo de quadrats a serem avaliados, para obtenção de uma amostra. Foram feitas 10 amostras, ajustando-se para cada uma delas e para os dados de todo o talhão o modelo de Gompertz y(t)=a.exp(-exp(b – ct)). Os parâmetros a, b e c do modelo bem como as estimativas de soma de quadrados de resíduos da regressão (SQRR) necessárias para realizar o teste estatístico foram calculados no proc nlin do SAS. Os resultados do teste F dado por F={(SQRRp – SQRRc)/(2K2)}/(SQRRc/(N-2K)) para as hipóteses sobre igualdades de parâmetros leva a concluir que as onze equações não diferem estatisticamente, sendo que pode ser substituído por um modelo comum. 0031 Tratamento de sementes de mamona: efeitos na emergência e microrganismos associados. Marroni. I. V.1; Ueno. B.2; Moura. A. B.1. 1Universidade Federal de Pelotas, Depto. de Fitossanidade, C.P. 354, 96010-900, Pelotas, RS; 2Embrapa Clima Temperado, C.P. 403, 96001-970, Pelotas, RS. E-mail: [email protected]. Castor bean seed treatments: effect on emergence and associate microorganisms. O objetivo foi avaliar o efeito dos tratamentos químico e biológico sobre a emergência, vigor e plântulas de mamona, além do controle de microrganismos associados em sementes de duas cultivares: Al Guarani-AG e Lyra-L. Os produtos testados foram: Derosal Plus – DP, Vitavax-Thiram 200 – VT e Ecotrich (base de Trichoderma) - EC, usando, respectivamente, as seguintes doses: 200 e 400; 250 e 500; 200 e 400 mL/100 kg de sementes. O ensaio de emergência de plântulas teve três repetições, com delineamento inteiramente casualizado, totalizando 60 sementes por tratamento, semeadas em sacos plásticos contendo solo. A avaliação ocorreu 27 dias após a semeadura. O ensaio de patologia de semente foi realizado pelo teste de Blotter, aplicando-se os mesmos tratamentos do ensaio anterior. A incubação foi a 24ºC, fotoperíodo de 12 horas e a avaliação no 7º dia. No tratamento químico, os melhores resultados foram para DP e VT, na dose de 400mL e 250 mL/100 kg de sementes, respectivamente, enquanto o tratamento biológico EC melhorou os valores de emergência na cv. L, porém inferior ao tratamento químico. O ensaio de patologia mostrou que: a cv. AG apresentou maior incidência de microrganismos em relação ao L; Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia o tratamento químico foi 100% eficiente no controle de fungos, mas não para bactérias; o uso de EC não reduziu a incidência de microrganismos nas sementes. Os resultados mostraram que o uso de fungicidas é importante para redução de fungos fitopatogênicos associados às sementes de mamona. 0032 Qualidade sanitária de sementes de mamona usadas em programa de incentivo ao biodiesel no Rio Grande do Sul. Marroni. I. V.1; Ueno. B.2; Moura. A. B.1 1Universidade Federal de Pelotas, Depto. de Fitossanidade, C.P. 354, 96010-900, Pelotas, RS; 2Embrapa Clima Temperado, C.P. 403, 96001970, Pelotas, RS. E-mail: [email protected]. Sanitary quality of castor bean seed used in the biodiesel program incentive in Rio Grande do Sul State. A cultura da mamona tem apresentado alto potencial, devido à possibilidade de mais uma alternativa para os agricultores de base familiar no estado. Entretanto, como ela é uma cultura nova na região, a falta de sementes tem sido limitante para a sua expansão. Com isso, o uso de grãos comerciais, em vez de sementes certificadas, vem se tornando uma prática comum. Para verificar a qualidade desse material utilizado, sementes de duas cultivares (Mirante 10 e IAC 80), usadas por um dos programas de biodiesel, foram testadas quanto à qualidade sanitária pelo teste de Blotter. Colocou-se 25 sementes em cada caixa gerbox, forrada com dois papéis-filtro umedecidos, incubados a 25ºC, fotoperíodo de 12 horas. Foram feitas oito repetições por cultivar e a avaliação realizada no sétimo dia. Na cv. Mirante 10, os fungos mais freqüentes foram: Cladosporium (100%), Trichotecium (99%), Rhizopus (88%) e Aspergillus (50%); na cv. IAC 80: Cladosporium (95%), Trichotecium (92,5%), Rhizopus (1%) e Aspergillus (6%), além da presença de actinomicetos em 100% das sementes. Os resultados revelaram um quadro bastante preocupante em relação à qualidade fitossanitária das sementes de mamona, mostrando necessidade da produção de sementes certificadas em quantidade suficiente para atender a demanda. 0033 Comparação do progresso da ferrugem asiática entre cultivares de soja suscetível e resistente. Koga1*, L.J.; Canteri1, M.G.; Calvo2, E.S.; Harada2, A. Kiihl2, R.A.S. 1Centro de Ciências Agrárias – CCA, Universidade Estadual de Londrina; 2Tropical Melhoramento & Genética – TMG. *Cnpq. E-mail: [email protected]. Comparison of the progress of the asian soybean rust between susceptible and resistant cultivars. A estratégia mais eficiente e econômica para o controle da ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) é o uso de cultivares resistentes e/ou tolerantes à doença. Com o objetivo de comparar o progresso da doença entre a cultivar suscetível BRS 133 e a Linhagem CB06-953/963, que possui o gene de resistência Rpp 4, foi conduzido um experimento à campo na safra 2006/07. Foram feitas aplicações do fungicida pyracl ostrobin+epoxiconazole em diferentes estádios e realizadas avaliações quinzenais da severidade com auxílio de uma escala diagramática. Os primeiros sintomas de ferrugem foram observados aos 56 e 63 dias após o plantio e a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) atingiu valores de 781,3 e 291,4 no tratamento sem nenhuma aplicação e 476,2 e 142,5 no tratamento Controle com três aplicações (R2, R4, e R5.5) na cultivar BRS133 e na Linhagem, respectivamente. Os dados demonstraram atraso no início do desenvolvimento da doença e redução significativa do seu progresso na Linhagem. A Linhagem manteve a média de AACPD semelhante ao Controle quando recebeu uma aplicação no estádio R5.1. Já a cultivar BRS 133, para apresentar AACPD semelhante ao Controle teve que receber uma aplicação de fungicida em R4. Esse resultado reforça que a presença de gene de resistência atrasa o início da doença e reduz sua evolução, possibilitando diminuir o número de aplicações de fungicida com conseqüente redução nos custos de produção. 0034 Efeito in vitro de dióxido de carbono e etileno nos eventos de prépenetração de Phyllosticta psidii em goiaba. Escanferla1, M.E; Pezolato2, G.C.; Moraes1, S.R.G.;. Trevisan2, M.J.; Jacomino2, A.P.; Massola Júnior1, N.S. 1Setor de Fitopatologia, 2Setor de Pós-Colheita, Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – Universidade de São Paulo. E-mail: [email protected]. In vitro effects of carbon dioxide and ethylene on the pre-penetration events of Phyllosticta psidii on guava. O presente trabalho, realizado no Laboratório de Pós-Colheita da ESALQ/ USP, objetivou o estudo in vitro da influência dos gases etileno (C2H4) e dióxido de carbono (CO2) nos eventos de pré-penetração do fungo P. psidii, causador da mancha preta em goiaba. Em cada recipiente hermético de 1,7L foi depositada uma placa de poliestireno. Em cada placa foram depositadas 3 gotas de 40µL de suspensão 105 conídios de P. psidii/mL. Foram utilizados 4 recipientes por tratamento. Para CO2 foram testadas concentrações 0, 3, 6 e 12% e para C2H4 concentrações 0, 1, 3 e 6 ppm, ajustadas com os aparelhos Dansensor e Cromatógrafo a gás, respectivamente. Os recipientes permaneceram em temperatura ambiente (25°C ±1ºC) por 12 horas. Transcorrido o tempo, a germinação dos conídios foi interrompida adicionando-se 15µL de lactoglicerol em cada gota. Em microscópio óptico foram contados 100 conídios por gota, avaliando-se as porcentagens de conídios germinados, de apressórios formados e de apressórios melanizados. Com o aumento das concentrações de CO2 observou-se o decréscimo das porcentagens das três variáveis avaliadas. Não foi possível verificar alterações nas porcentagens das mesmas variáveis avaliadas com o aumento das concentrações de C2H4. 0035 Efeito da temperatura e duração do molhamento na pré-penetração de Phyllosticta psidii em goiaba. Escanferla1, M.E; Massola Júnior1, N.S. 1Setor de Fitopatologia, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – Universidade de São Paulo. E-mail: [email protected]. Effects of temperature and wetness period on the pre-penetration of Phyllosticta psidii on guava. O presente trabalho objetivou avaliar o efeito da temperatura e duração do molhamento na pré-penetração do fungo Phyllosticta psidii em frutos de goiaba em maturação plena. Os frutos foram desinfestados com hipoclorito de sódio 0,5% por 10 minutos e lavados em água corrente. Em cada fruto foi depositado, na sua superfície, uma gota de 30µL de suspensão 105 conídios de P. psidii/mL. Foram utilizados 5 frutos por tratamento que foram colocados em câmara úmida e acondicionados em BOD nas temperaturas de 10, 15, 20, 25, 30, 35 e 40ºC e períodos contínuos de molhamento de 6, 12 e 24 horas, em escuro contínuo. Após os períodos de incubação, as amostras de tecido inoculadas foram retiradas com auxílio de bisturi e tratadas para análise sob microscópio eletrônico de varredura. Foram contados 100 conídios por fruto, avaliando-se a porcentagem de conídios germinados e apressórios formados. Os resultados indicaram um aumento gradual da porcentagem de germinação e formação de apressório à medida que se aumentaram temperatura e período de molhamento, atingindo o máximo a 25ºC e período de molhamento de 24 horas. Nessa combinação de temperatura e período de molhamento, observaram-se valores de 45,6% de conídios germinados e 11,2% de apressórios formados. A partir de 25oC, houve decréscimo nas variáveis avaliadas. 0036 Influência de fungos na qualidade fisiológica de sementes de Cedrela fissilis(Vell.). Leite¹, M.T.; Muniz¹, M.F.B.; Martens¹, S.G.; Pedroso¹, V.V.; Blume, E. ¹Departamento de Defesa Fitosanitária, CCR, UFSM. E-mail: [email protected] Influence of fungi on fisiological quality of Cedrela fissilis(Vell.) seeds. Objetivou-se neste trabalho avaliar a influência dos fungos e dos tratamentos na qualidade fisiológica de sementes de cedro. Utilizou-se o método do papel filtro, com 7 tratamentos, sendo 2 químicos( Sialex e Rovral) e 5 naturais extraídos de Zanthoxylum rhoifolium(Lam), testemunha, extrato aquoso, infusão casca, infusão folha, pó-da-folha. Foram encontrados os seguintes fungos: Chaetomium spp., Fusarium spp., Phomopsis spp., Plenodomus spp., Penicilium spp., Rhizotonia spp., Aspergilus spp. e Alternaria spp.. Os fungos não influenciaram na percentagem de sementes mortas e os diferentes tratamentos não influenciaram no vigor e no comprimento das plântulas. No peso fresco, apenas a testemunha e o extrato aquoso tiveram acréscimo, evidenciando uma influência negativa dos demais tratamentos. S 117 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia 0037 Bioensaio para avaliação dos componentes da resistência parcial à ferrugem da soja (Phakopsora pachyrhizi). Juliatti, F.C.1; Corrêa da Silva, J.V.2.; Pimenta, C.B.¹, 2LAMIP-Laboratório de Micologia e Proteção de Plantas, ICIAG, Av. Amazonas Bloco 2E - Uberlândia MG, e-mail: [email protected]. 1Bolsista CNPq. Bioassay for studies from partial resistance components on soybean asian rust. Este estudo foi realizado com o objetivo de propor um novo método de avaliação dos componentes da resistência parcial (horizontal) para a ferrugem da soja em linhagens e populações segregantes. O método consiste na utilização de três folíolos destacados colocados em gerbox contendo três folhas de papel toalha umedecidas com 20 mL de água destilada esterilizada. Foram utilizadas folíolos do segundo e terceiro trifólio de linhagens com diferentes níveis de resistência parcial. A incubação das folhas nos gerbox ocorreu após a inoculação de urediniosporos de Phakopsora pachyrhizi, na concentração de 100.000.mL-1, adicionados o espalhante adesivo Tween 20 (0,01%). Após a inoculação incubou-se os gerbox (cinco repetições) com três folíolos sob temperatura de 22 a 25o Celsius. Avaliaram-se o período de incubação (PI), período de latência (PL), número de pústulas.cm-2 e nota para severidade média nos três folíolos (0 a 100%). Com a análise multivariada agrupou-se os genótipos com o mesmo grau de resistência. Este procedimento/metodologia poderá ser útil aos programas de melhoramento no Brasil para seleção de linhagens/populações segregantes nas fases iniciais de seleção em campo ou casa de vegetação.Ganhos para resistência à ferrugem da soja poderão ser obtidos inclusive com aplicação de métodos de seleção recorrente. 0038 Podridão de carvão do caule de soja (Macrophomina phaseolina), fatores químicos do solo e ocorrência de Pratylenchus, Helicotylenchus e Rotylenchulus reniformis. Juliatti, F.C.1*. 1LAMIP-Laboratório de Micologia e Proteção de Plantas, ICIAG, Av. Amazonas Bloco 2E Uberlândia MG. *Bolsista CNPq. E-mail: [email protected]. Charcoal rot (Macrophomina phaseolina), soil chemical factors and Pratylenchus, Helicotylenchus and Rotylenchulus reniformis. A podridão de carvão de soja (Macrophomina phaseolina) foi associada na safra 2006-7 a possível fitotoxidade do fungicida tebuconazole nos campos de produção, gerando dúvidas entre produtores e empresas de agroquímicos. Realizou - se coletas amostras de solo na camada de 0-20 cm e posterior envio aos Laboratórios de Nematologia e Solos da UFU. Obteve-se análises dos nematóides, pH, macro e micronutrientes, matéria orgânica e saturação de bases. Foram analisadas 20 amostras de solo dos municípios de Goiatuba - GO, Bom Jesus-GO e Pedrinópolis - MG. Dez plantas com e sem sintomas da podridão foram usadas para confirmação do patógeno via isolamento em BDA, pH 5,5. Foram incubados cinco fragmentos/planta, dos caules amostrados em campo, a 25o C e após 10 dias de incubação avaliou-se a porcentagem de isolamentos positivos para o patógeno. No presente estudo não foi encontrada nenhuma relação da incidência do patógeno em relação aos nematóides encontrados, bem como com os fatores químicos do solo. Os sintomas de necrose foliar (carijó semelhante à fitotoxidade de tebuconazole) foram associados à presença de Macrophomina no solo. Ocorreu um longo verânico de mais de 20 dias no mês de março que pode ter contribuído para a maximização dos sintomas em cultivares convencionais e RR. 0039 Mecanismos de transmissão de Xanthomonas vesicatoria da planta para sementes de tomate. Sá¹*, J.M.; Silva², D.A.G; Carvalho, A.O.³; Carmo³, M.G.F.; 1Departamento de Fitotecnia do Instituto de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. *PIBIC. E-mail: jerusamai@ hotmail.com. Mechanisms of transmission of Xanthomonas vesicatoria from plants for seeds in tomato. A “mancha bacteriana” do tomate, causada por Xanthomonas vesicatoria (Xv.), pode causar sérios prejuízos à cultura. A fitobactéria pode ser transmitida por semente que se constitui na principal fonte de inóculo primário. Com S 118 o objetivo de estudar o mecanismo de transmissão de Xv. da planta para sementes de tomate e de se desenvolver métodos de inoculação para estudar este processo compararam-se quatro métodos de inoculação: atomização das flores, injeção na placenta de frutos verdes e de frutos maduros, injeção no mesocarpo em três regiões de isolamento. Os resultados indicaram que a inoculação por injeção de suspensão bacteriana na placenta de frutos verdes é o mais adequado. A fração do fruto que propiciou melhor recuperação de bactérias foi a resultante da mistura da água, resultante da lavagem da semente, contendo o líquido placentário e da água resultante de lavagem da semente, após remoção da placenta. Não se recuperou a fitobactéria a partir das estruturas internas das sementes, indicando que, provavelmente a bactéria, nestas amostras, não se encontravam no interior das sementes. 0040 Efeito de fungicidas na germinação de esporos e de escleródios de Amphobotrys ricini. Sussel1*, A.A.B.; Castro1, H.A.; Pozza1, E.A.; Amaral2, D.C.; Santoucy1, S.G. 1UFLA. 2Unilavras. *Fapemig. E-mail: [email protected]. Fungicides effect on spores and sclerotium germination of Amphobotrys ricini. Foi observado o efeito de quatro fungicidas na germinação de esporos e de escleródios de Amphobotrys ricini, agente etiológico do mofo cinzento da mamoneira. Foram avaliados oxicloreto de cobre (12,5, 1,25 , 0,125 e 0,0125 mg.L-1), procimidone (0,75, 0,075, 0,0075 e 0,00075 mg.L-1), tiofanato metílico (10, 1 , 0,1 e 0,01 mg.L-1) e azoxistrobin (100, 10, 1 e 0,1 mg.L-1), sendo as três maiores doses testadas para controle da germinação dos escleródios, e as três menores doses para controle da germinação dos esporos. Os escleródios, previamente cultivados em meio BDA, foram retirados das colônias, imersos na solução de fungicida por 5 minutos, plaqueados em agar-água (2%) e mantidos a 24 ± 1ºC por 5 dias. Para germinação dos esporos, os fungicidas foram misturados à meio ágar-água fundente e vertidos em placas de Petri. Sobre o meio foram adicionados 2 mL da suspensão de esporos (105 esporos.ml-1). As placas foram mantidas em BOD por 6 horas a 24 ± 1ºC. Após este período, foi adicionado 5 mL de sulfato de cobre (1M) para matar os esporos, procedendo-se em seguida a contagem dos esporos germinados. Ambos os ensaios foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições. Apenas o azoxistrobin inibiu a germinação de mais de 20% dos escleródios nas doses utilizadas. Para a germinação dos conídios foram obtidas as seguintes DL50: oxicloreto de cobre 2,52 mg.L-1, procimidone 0,0039 mg.L-1, tiofanato metílico 0,147 mg.L-1 e azoxistrobin 0,197 mg.L-1. 0041 Eletromicrografias da parede celular em casca de mangas pós-colhidas tratadas com indutores de resistência e inoculadas com Lasiodiplodia theobromae. Lins1, S.R.O.; Oliveira1, S.M.A.; Santos1, A.M.G.; 1 Laboratório de Patologia Pós-colheita. Universidade Federal Rural de Pernambuco. E-mail: [email protected]. Eletromicrografies of the cellular wall of peel of postharvest mangos treated with resistance inductors and inoculated with Lasiodiplodia theobromae. Mangas após a colheita estão propensas a uma série de doenças causadas por fitopatógenos, e dentre essas, a podridão peduncular cujo agente etiológico é Lasiodiplodia theobromae, que tem merecido atenção. Visando diminuir a utilização de produtos químicos nas frutas, buscamse alternativas para o controle da doença por meio da indução de resistência. Este trabalho objetivou estudar respostas de defesa em casca de frutas tratadas com indutores, focando possíveis respostas na parede celular. Os tratamentos foram: extrato de alecrim, pimenta e CaCl 20%. Frutas das cv. Tommy Atkins e Haden foram imersas por 5 min. em cada solução. Em seguida, foram colocadas em bandejas plásticas e secas à temperatura ambiente. Após 24 horas, fizeram-se ferimentos e inoculou-se 10 µL da suspensão de conídios de L. theobromae. Seis dias após, coletou-se amostras e preparou-se para análise em microscopia eletrônica de transmissão. Nas frutas tratadas, houve concentração de pontos escuros na parede celular, indicando uma possível defesa pelo aumento de cálcio. No entanto, não foram realizadas análises bioquímicas desses compostos, necessitando-se de mais estudos para a confirmação dos resultados. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia 0042 Influência da luz ultravioleta em mangas inoculadas com Lasiodiplodia theobromae. Lins1, S.R.O.; Oliveira1, S.M.A.; Santos1, A.M.G.; 1 Laboratório de Patologia Pós-colheita. Universidade Federal Rural de Pernambuco. E-mail: [email protected]. It influences of the light violet ultra in mangos inoculated with Lasiodiplodia theobromae. vegetação, após quatro dias, foram inoculadas com o patógeno desafiante X. c. pv. vesicatoria (A540= 0,4). Como tratamento controle foram atomizadas três plantas com Fegatex (5 mL i.a. L-1) e, como testemunhas, plantas atomizadas com água. Quando do aparecimento dos sintomas, a quantificação da severidade de doença foi feita pelo uso do software Severity Pro. A podridão peduncular cujo agente etiológico é Lasiodiplodia theobromae, tem merecido atenção pelas perdas eminentes na comercialização de mangas, e o controle da doença tem sido feito basicamente por fungicidas. Estudos recentes têm sido focados na indução de resistência como medida alternativa para o controle da doença. O objetivo desse estudo foi verificar a ação da luz ultravioleta sob a germinação de conídios de L. theobromae em manga. Mangas da cv. Tommy Atkns foram submetidas a 30, 90 e 120 minutos sobre UV. Após 24 horas inoculou-se suspensão do patógeno, 106 conídios.mL-1, em ferimentos realizados na casca das frutas. Seis dias após, foram coletadas amostras do local da inoculação e preparadas para microscopia eletrônica de varredura. Verificou-se possível resistência das frutas quando submetida a 30 minutos sobre UV. Períodos mais prolongados promoveram queima na casca das frutas e favoreceram a colonização do patógeno. 0045 Colonização de meloeiro por Acidovorax avenae susbp. citrulli. Oliveira1, A.; Oliveira1, J.C.; Silveira1, E.B.; Mariano1, R.L.R.; 1Departamento de Agronomia; Universidade Federal Rural de Pernambuco. E-mail: aldeoli@ hotmail.com. Colonization of melon plants by Acidovorax avenae susbp. citrulli. 0043 Um meio semi-seletivo para Xantomonas campestris pv. vesicatoria com base em resistência múltipla constitutiva a antibióticos e testes de sua repressividade. Lanna-Filho1, R.; Ferraz1, H. G. M.; Romeiro1, R.S.; Freitas1, M. A.; Souza1, A. N.; Garcia1, O. A. F.; 1Laboratório de Bacteriologia de Plantas e Controle Biológico-LBPCB, Universidade Federal de Viçosa. CNPq. E-mail: [email protected]. A semiselective medium for Xantomonas campestris pv. vesicatoria based on multiple constitutive resistance to antibiotics and tests on its repressiveness. Visando desenvolver um meio semi-seletivo para um isolado de X. campestris pv. vesicatoria (Xcv), foram realizados antibiogramas qualitativos com 56 antibióticos, pelo método de discos, havendo-se selecionado 17 aos quais Xcv era insensível. Antibiogramas quantitativos (orifícios no gel) permitiram a seleção final de três antibióticos: Estreptomicina (Est), Cefalexina (Cef), Cefadroxil (Cfx), os quais não inibiram Xvc nem a 2.048 µg.mL-1. Para confirmar os resultados e detectar possível repressividade por sinergismo, os três antibióticos foram adicionados ao meio 523, juntos, a 100 µg.mL-1, estudando-se a curva de crescimento, por turbidimetria e encontrando-se que o meio era muito repressivo. Os antibióticos foram então combinados, nas 4 combinações possíveis: Est+Cef, Est+Cfx, Cef+Cfx e Est+Cef+Cfx e novo estudo da curva de crescimento realizado, concluindo-se que a combinação Cef/Cfx é inibitória a Xcv e que o meio seletivo há que ser idealizado evitando-a. Estudos da supressividade do meio assim idealizado estão sendo realizados posto que ele se destina a monitorar tendências populacionais de Xcv em filoplano de tomateiro. 0044 Seleção de procariotas residentes de filoplano para o biocontrole da mancha bacteriana (Xanthomonas campestris pv. vesicatoria) do tomateiro. Lanna-Filho, R1.; Ferraz, H. G. M.1; Romeiro, R.S.1; Freitas, M. A1.; Souza, A. N1.; Garcia, O. A. F1.; 1Laboratório de Bacteriologia de Plantas e Controle Biológico-LBPCB, Universidade Federal de Viçosa. CNPq. E-mail: [email protected]. Selection of prokaryote phylloplane residents of for the biocontrol of tomato bacterial spot. Trezentos isolados bacterianos foram obtidos de folhas sadias de tomateiro, pelo método de ultra-som. O isolamento das populações procariotas foram obtidos com a transferência de dois folíolos para Erlenmeyer de 200 mL contendo 50 mL de solução tampão PBS (0,1M; pH=7,0) estéril contendo 0,5% de Tween 80, e submetidos a ultra-som a 60 Hz por 20 min., o extrato sofreu uma diluição seriada (fator de diluição = 1:10). Cem microlitros de cada diluição foram semeados em placas de Petri contendo meio 523 (Kado & Heskett, 1970), sendo as alíquotas espalhadas com alça de Drigalsky seguindo-se incubação a 28ºC. Com a obtenção das culturas puras, prepararam-se suspensões de propágulos de cada isolado, sendo dispensados via atomização (A540= 0,4) em plantas de tomateiro, cultivar Santa Cruz “Kada”, com 45 dias após germinação, com três repetições para cada isolado. As plantas foram mantidas em casa-de- Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 Acidovorax avenae susbp. citrulli causa a mancha-aquosa, importante fitobacteriose em meloeiro. A capacidade de colonização dessa bactéria em folhas e ramos de meloeiro foi estudada utilizando um mutante resistente a rifampicina (Aac1Rif). Meloeiros com 20 dias, cultivados em casa de vegetação, tiveram seu primeiro par de folhas verdadeiras pulverizadas com suspensões do mutante na concentração 3,4 x 107 UFC mL-1, sendo submetidas a câmara úmida de pré e pós-inoculação por 24 horas. A intervalos de três dias, amostras e folhas e ramos coletadas de forma ascendente até o ponto de florescimento, foram fragmentadas, maceradas e processadas para isolamento pelo método de diluição, sendo as populações de Aac1Rif determinadas em UFC g-1 de amostra. Aos 30 dias após a inoculação, foi detectada colonização pelo mutante até a décima folha com população de 1,33 x 103 UFC g-1 de folha. Nesse mesmo período, observou-se colonização pelo mutante no segmento de ramo compreendido entre a décima e décimaprimeira folha com população de 4 x 102 UFC g-1 de ramo. O mutante não foi detectado nas flores. Respectivamente pelas técnicas de “imprint” e desinfestação/centrifugação, comprovou-se a colonização do mutante epifiticamente nas folhas e endofiticamente nos ramos de meloeiro. 0046 Atividade antifúngica de extratos vegetais e óleos essenciais sobre Glomerella cingulata em frutos de mamão. Felix1, K.C.S.; Silva2, J.C.; Carnaúba1, J.P.; Oliveira, A.2; Amorim2, E.P.R. 1Fitossanidade, Agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, 2 Agronomia, CECA/UFAL. E-mail: [email protected]. Antifungal activity of vegetal extracts and essential oils on Glomerella cingulata on papaya fruits. O efeito inibitório “in vitro” sobre o crescimento micelial (CM) e esporulação (E) de Glomerella cingulata (Colletotrichum gloeosporioides) foi avaliado usando-se extratos aquosos (EA) de cravo-da-Índia (Syzygium aromaticum), canela (Cinnamomum zeylanicum), alho (Allium sativum), produto comercial a base de biomassa cítrica (Ecolife®) e óleos essenciais de eucalipto (Eucalyptus citriodora) e citronela (Cymbopagon nardus), nas concentrações 5, 10, 15 e 20% para EA; 0,25; 0,5; 0,75 e 1% para Ecolife® e 1,25; 2,5; 3,75 e 5% para óleos essenciais. O extrato de cravo a 20% inibiu totalmente o CM e, em todas as concentrações, 100% da esporulação. O Ecolife® a 0,75% inibiu totalmente o CM e E. O extrato de alho a 20% controlou em 71,6% o CM e a 5% inibiu em 100% a E. O extrato de canela a 20% inibiu em 31,7% o CM e em todas as concentrações impediu totalmente a E. Os óleos essenciais de eucalipto e citronela inibiram totalmente o CM e E do patógeno. A inibição total ou parcial do CM e E de G. cingulata pelos extratos aquosos e óleos essenciais obtidos de plantas medicinais, indica a existência de compostos com ação antifúngica (fungitóxica) possibilitando um novo método alternativo no tratamento da antracnose de pós-colheita em frutos de mamão. 0047 Levantamento da ocorrência do raquitismo-da-soqueira em cana-de-açúcar no noroeste do Paraná. Marcuz, F. S.; Vieira, R. A.; Marrafon, M. A.; Roncar, R.R.; Barboza, A. A. L.; Souto. E. R. Universidade Estadual de Maringá, Av. Colombo, 5790, CEP 87020-900 - Maringá-Pr. E-mail: fernandamarcuz@yahoo. com.br. Survey of Leifsonia xyli subsp. xyli, the causal agent of ratoon stunting disease of sugarcane in the northwest region of Paraná State. O raquitismo-da-soqueira da cana-de-açúcar é considerado como uma das S 119 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia mais importantes doenças na cultura, desde sua descrição na Austrália em 1950. No Paraná, a área plantada vem aumentando significativamente nos últimos anos, e levantamentos sobre a ocorrência de patógenos na cultura é de extrema importância para a adoção de medidas de controle visando o incremento da produção. Neste trabalho foi realizado um levantamento em áreas de produção de duas usinas do noroeste do Paraná, utilizando o método de detecção sorológica “Dot Blot”, para se verificar a incidência da bactéria Leifsonia xyli subsp. xyli, causadora do raquitismo-da-soqueira. As amostras foram obtidas em 50 talhões de 32 propriedades, cultivados com 8 variedades e 2 clones, de plantas com diferentes épocas de corte, perfazendo um total de 1395 amostras. A presença da bactéria na região foi constatada através da sua detecção na variedade SP77-5181 com uma incidência de 23% na área examinada. Através dos ensaios de PCR, utilizando oligonucleotídeos específicos, a presença da bactéria nessa variedade foi confirmada. Os resultados obtidos indicam que Leifsonia xyli subsp. xyli está presente no noroeste do Paraná, e aparentemente, não está amplamente disseminada. 0048 Epidemias de pinta preta e requeima em tomateiro e batateira cultivados em diferentes densidades de plantio. Batista1*, D.C.; Lana2, D.H.; Maffia2 , L.A.; Mizubuti2 , E.S.G.; 1EMBRAPA Semi-Árido, 2UFV. *E-mail: [email protected]. Early and late blight epidemics in tomato and potato cultivated at different planting densities. Seis experimentos foram realizados entre 2002/06 para avaliar o efeito de espaçamentos, com ou sem aplicação de clorotalonil, na epidemia de pinta preta (Alternaria solani) e requeima (Phytophthora infestans) em tomateiro e batateira. Três espaçamentos foram avaliados para tomateiro (0,8 x 0,4 m; 1,0 x 0,5 m; 1,2 x 0,6 m) e batateira (0,64 x 0,32 m; 0,8 x 0,4 m; 0,96 x 0,48 m). A severidade da requeima ou a taxa de progresso (r) decresceram quando o espaçamento foi aumentado. A razão da área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) da requeima da batateira entre as parcelas densa e espaçada, não pulverizada, foi de 2,49 e de 1,15 nas cvs. Bintje e Monalisa, respectivamente. Nenhuma diferença foi detectada para AACPD de pinta preta em tomateiro ou batateira. Nos tratamentos nos quais foram aplicados clorotalonil houve significativa melhora da produção de batata, exceto para requeima sob espaçamento denso em 2003 e pinta preta em espaçamento denso e regular em 2005 e 2006. Clorotalonil não controlou a pinta preta em batateira e tomateiro sob condições ambientais favoráveis. Estes estudos demonstraram que a requeima da batateira pode ser manejada com menor densidade de plantas. 0049 Sobrevivência de Alternaria solani em restos de cultura de tomateiro e quantificação de conídios do patógeno no ar. Batista1*, D.C.; Silva2, C.H.O.; Lana2, D.H.; Maffia2, L.A., Mizubuti2, E.S.G.; 1EMBRAPA SemiÁrido, 2UFV. *E-mail: [email protected]. Survival of Alternaria solani in crop debris and quantification of pathogen conidia in the air. A sobrevivência de Alternaria solani (AS) em folíolos e hastes de tomateiro infectado (2003/04 e 2005/06) e a relação entre a concentração de conídios no ar e as variáveis climáticas (2005/06) foram estudadas sob condições de campo. Amostras de folíolos e hastes, em saco de malha plástica, foram mantidas na superfície (Sp) ou a 20 cm de profundidade (Ent) e avaliadas periodicamente. A sobrevivência de AS declinou rapidamente quando o material vegetal estava Ent: a esporulação de AS em folíolos após 90 dias foi 10 e 1,14 vezes menor do que os mantidos na Sp, em 2003/04 e 2005/06, respectivamente. Na Sp, o tempo máximo de sobrevivência foi 242 e 272 dias em folíolos e hastes, respectivamente. A probabilidade de AS sobreviver em hastes e folíolos foram estudadas por regressão logística, p=ey/(1+ey), usando o tempo (T) e a decomposição (Pr) como variáveis independentes. Os modelos y = ln (p/1-p) =1,5243 -0,0217T + 0,0152Pr – 0,00007T2 + 0,000796TPr e y = 0,1326 – 0,0117T – 0,00006T2 – 0,000317Pr2 + 0,000713TPr, foram desenvolvidos para folíolos na Sp e Ent, respectivamente. Enquanto em hastes na Sp e Ent foram os modelos y = - 0,1031 + 0,0195T + 0,1766Pr - 0,00013T2 e y = - 0,4682 – 0,0262T + 0,0611Pr, respectivamente. Todos os coeficientes de correlação entre probabilidade observada e predita pelos modelos foram > 90%. Muitos S 120 dos conídios dispersos pelo ar (>10 conídios/m3 ar) foram coletados entre a primavera e verão e o maior pico (62 conídios/m3) foi observado em Outubro. A quantidade de conídios capturados foi negativamente correlacionada com umidade relativa-UR e números de horas de UR > 90%, mas positivamente correlacionada com números de horas de UR < 70% e temperatura acima de 25º C. 0050 Incidência de Mycosphaerella fragariae em dois cultivares de morangueiro, na região de Maringá, PR. Albuquerque1, F.A.; Barbosa2, A.P.; Borges3, L.M.; Moleiro2, J.A.C.; Yagushi3, J.T.; Betioli Junior3, E; Borges2, A.F. 1Dpto. de Agronomia, Universidade Estadual de Maringá, PR. 2 Acadêmico de Agronomia, UEM, Maringá, PR. 3Engenheira Agrônoma, Maringá, PR. E-mail:[email protected]. Incidence of Mycosphaerella fragariae in two strawberry cultivars in Maringá, PR. Com o objetivo de avaliar a incidência de mancha de Mycosphaerella (Mycosphaerella fragariae) em cultivo de morango conduzido em sistema orgânico na região de Maringá, PR, foram plantadas as cultivares Camino Real e Camarosa. As mudas de morangueiro, provenientes do Chile, foram transplantadas em maio de 2006. O ensaio foi conduzido em blocos casualizados, com dois tratamentos e 15 repetições, sendo cada parcela constituída por um canteiro com 200 plantas e coberto com “mulch” prata. Aos 75 dias após o plantio das mudas, avaliaram-se todas as plantas de cada parcela, contando-se o número de folíolos com sintomas de mancha de Mychosphaerella. Até esta fase da cultura não foi realizada nenhuma aplicação de fungicidas. Constatou-se que as plantas da cultivar Camino Real apresentaram um número médio de folíolos com mancha de Mycosphaerella 301,35% maior do que as plantas da cultivar Camarosa, indicando uma maior suscetibilidade daquela cultivar à doença. 0051 Incidência de Mycosphaerella fragariae em morangueiro, com mudas de diferentes procedências. Albuquerque1, F.A.; Barbosa2, A.P.; Borges3, L.M.; Moleiro2, J.A.C.; Yagushi3, J.T.; Betioli Junior3, E; Borges2, A.F. 1 Dpto. de Agronomia, Universidade Estadual de Maringá, PR. 2Acadêmico de Agronomia, UEM, Maringá, PR. 3Engenheira Agrônoma, Maringá, PR. E-mail: [email protected]. Incidence of Mycosphaerella fragariae in strawberry, with transplants of different origins. Com o objetivo de avaliar a influência da procedência das mudas na incidência de mancha de Mycosphaerella (Mycosphaerella fragariae) em morangueiro conduzido em sistema orgânico na região de Maringá, PR, foi instalada uma área experimental com a cultivar Camarosa, em maio de 2006. Comparou-se o desempenho de mudas importadas do Chile com mudas produzidas na propriedade a partir de matrizes de morangueiro obtidas pelo processo de cultura de meristemas e micropropagação. O ensaio foi conduzido em blocos casualizados, com dois tratamentos e 15 repetições, sendo cada parcela constituída por um canteiro com 200 plantas e coberto com “mulch” prata. Aos 75 dias após o plantio das mudas, avaliaram-se todas as plantas de cada parcela, contando-se o número de folíolos com sintomas de mancha de Mychosphaerella. Até esta fase da cultura não foi realizada nenhuma aplicação de fungicidas. Constatou-se que as plantas oriundas de mudas importadas do Chile apresentaram um número médio de folíolos com mancha de Mycosphaerella 343,36% maior do que as plantas oriundas de mudas produzidas na propriedade, indicando a necessidade de maiores cuidados fitossanitários com as mudas importadas. 0052 Controle de oídio na cultura de gérbera com o uso de leite de vaca in natura. Jasper1, M.; Dalla Pria1, M.; Silva1, A.A. 1Universidade Estadual de Ponta Grossa, PR. E-mail: [email protected]. White powdery mildew control in gerbera using in natura cow milk. A gérbera (Gerbera jamesonii) é uma das mais populares plantas ornamentais do mundo, tanto como flor de corte como de vaso, de importância econômica considerável. Grande parte da produção de gérberas é feita em cultivo protegido, o que pode propiciar condições muito favoráveis a determinadas Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia doenças que podem ser muito destrutivas, como é o caso do oídio (Erysiphe cichoracearum). Existem diversos produtos alternativos viáveis para seu controle, mas há necessidade de estudos para estabelecer sua eficiência e freqüência de pulverização, bem como as dosagens adequadas. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do leite in natura sobre a incidência e severidade de oídio na cultura da gérbera. Foram utilizadas duas concentrações de leite (8 e 16%), com e sem adição de adjuvante (óleo vegetal), além de três fungicidas (fenarimol - 6 g i.a./100 L H2O, chlorothalonil - 150 g i.a./100 L H2O e azoxystrobin - 10 g i.a./100 L H2O) e a testemunha. Através dos dados de severidade, foi calculada a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD), de cada tratamento. Os menores valores tanto de AACPD como de incidência ficaram com os tratamentos de fenarimol, azoxystrobin e leite + adjuvante, sem diferença estatística entre eles. 0053 Antagonismo de Trichoderma spp. e Trichotecium roseum a fungos de solo. Hilgemberg1, P.; Dalla Pria1, M.; Duda1, L.; Sandini1, F.; Kamikoga1, A.; 1Universidade Estadual de Ponta Grossa, PR. E-mail:[email protected]. Antagonism of the Trichoderma spp. and Trichotecium roseum to soil fungi. O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de antagonistas no crescimento micelial e produção de metabólitos sobre fitopatógenos. Os antagonistas foram Trichoderma sp. (Agrotrich), Trichoderma harzianum, Trichotecium roseum e os fitopatógenos: Sclerotinia sclerotiorum, Sclerotium rolfsii, Rhizoctonia solani e Fusarium sp. Utilizou-se o método do pareamento de colônias em placas (meio BDA), colocando-se um disco de micélio do fitopatógeno e no lado oposto, disco do antagonista. Observou-se a formação de halo de inibição e de escleródios. Realizou-se também o teste de produção de metabólitos não voláteis, pelo método do papel celofane em placas (meio BDA). Sobre o papel foi repicado um disco do micélio do antagonista. Após 72 h, retirou-se o celofane com os antagonistas, e transferiram-se os patógenos. Avaliou-se o diâmetro das colônias e comparou-se com o diâmetro do crescimento normal. O Trichoderma sp. afetou o crescimento de R. solani e S. sclerotiorum, formando halo de inibição, e produziu metabólitos a S. sclerotiorum, R. solani e Fusarium sp. O isolado de T. roseum afetou o crescimento micelial de S. sclerotiorum, R. solani e Fusarium sp. e juntamente T. harzianum produziu metabólitos a todos os patógenos. 0054 Reação de genótipos de soja (Glycines max) a Pratylenchus brachyurus. Rodacki1, M.E.P.; Silva1, G.S.; Meyer2, M.C.; Lambert2, E.S.; 1Universidade Estadual do Maranhão. 2Embrapa Balsas. E-mail: marcelo_rodacki@yahoo. com.br. Reaction of soybean genotypes to Pratylenchus brachyurus. Este trabalho teve como objetivo avaliar a reprodução de Pratylenchus brachyurus em diferentes genótipos de soja, em condições de casa de vegetação. As sementes foram semeadas em vaso com 1 L de solo previamente autoclavado e, após a germinação, as plantas foram inoculadas com 200 espécimes de P. brachyurus obtidos de soja ‘Sambaíba’ e multiplicados no mesmo hospedeiro. Sessenta dias após a inoculação, o experimento foi avaliado, calculando-se o fator de reprodução (FR = população final ⁄ população inicial). Os genótipos BRS Sambaíba e MABR 02-1876 diferiram dos demais, com FR iguais a 13,23 e 11,65, seguidos de MABR 02-2147, MABR 02-1029, MABR 02-1151 com FR 7,14, 6,58 e 5,80, respectivamente. Quanto aos genótipos MABR 00-437, MABR 99- 14773, MABR 01-13273, MABR 00-17024, MABR 99-17406, BRS Barreiras, MABR 02-1954, BRS Carnaúba e BRS Candeia, o FR variou entre 3,93 a 2,10, formando um grupo intermediário de resistência. Os materiais MABR 02-1198, MABR 02-2145, MABR 02-1159, MABR 99-15102, BR 02-41196 e BRS Pirarara apresentaram os menores fatores de reprodução, variando de 1,90 a 1,32 sendo, portanto, os mais resistentes a P. brachyurus. 0055 Supressão de Meloidogyne incognita em tomateiro utilizando vedélia (Sphagneticola trilobata). Silva1,G.S.; Silva1, K.C.; Pereira1, A.L.; 1Universidade Estadual do Maranhão. E-mail: [email protected]. Suppression of Meloidogyne incognita in tomato using wedelia (Sphagneticola trilobata). Vedélia ou picão da praia [Sphagneticola trilobata (Syn.:Wedelia trilobata)] Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 é uma Asteraceae tropical, com ampla distribuição nas áreas costeiras do Brasil. É utilizada como planta ornamental e possui atividade contra insetos e alguns fungos do solo. Neste trabalho, avaliou-se o seu efeito antagônico sobre Meloidogyne incognita em tomateiro. O experimento foi conduzido em condições de casa de vegetação, em um delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial com dois tratamentos, três períodos de pré-plantio e oito repetições. As mudas de vedélia foram cultivadas, durante 30, 45 e 60 dias, em vasos contendo solo autoclavado e infestado com 5000 ovos de M. incognita. Tomateiros foram utilizados como testemunhas. Após cada período de pré-plantio, as vedélias foram retiradas dos vasos para os quais foram transplantadas mudas de tomateiro ‘Santa Cruz’. Trinta dias após, o experimento foi avaliado, adotando-se como parâmetros os índices de galhas e de massas de ovos nas raízes dos tomateiros e o número de juvenis (J2 ) de M. incognita no solo. O pré-plantio de vedélia, independente do período de cultivo, suprimiu o nematóide, não sendo encontradas galhas nem massas de ovos nas raízes do tomateiro e nem juvenis no solo, em contraste com a testemunha cujos índices foram muito elevados, bem como o número de J2 no solo. Esses resultados sugerem que vedélia pode vir a ser uma alternativa para o manejo dos nematóides das galhas. 0056 Eficiência de métodos de transmissão de Xylella fastidiosa em plantas cítricas. Salibe1 A.B., Mourão Filho2 F.A.A., Laranjeira3 F.F., Machado4 M., Braga1 G.C, Gazola1 D., Reolon1 C.A.; 1UNIOESTE, Campus de M. C. Rondon, PR, 85.960-000, 2Departamento de Produção Vegetal, ESALQ, Piracicaba-SP, C.P. 9, 13418-900, Brasil, 3Embrapa Mandioca Fruticultura, Cruz das Almas, Bahia, CP. 007, 44380-000, 4Centro APTA Citrus, Cordeirópolis, CP. 04, 13.490.970. [email protected]. Efficiency of Xylella fastidiosa transmission methods to citrus plants. O uso de variedades resistentes é a alternativa mais eficiente no controle da doença CVC causada pela Xylella fastidiosa. Estudos de resistência de variedades são sucessivamente realizados exigindo um método de transmissão do patógeno eficaz. Neste sentido, objetivou-se estudar dois diferentes métodos, sendo eles o de encostia de mudas de laranja ‘Valência’ contaminadas e o de injeção no tronco da planta com suspensão bacteriana em 31 variedades da sub-família Aurantioideae. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com 10 repetições para cada variedade cítrica. Na avaliação da incidência da doença, utilizou-se de dados qualitativos, positivos ou negativos, através de avaliações mensais por PCR. Os métodos utilizados para infectar as plantas hospedeiras com a bactéria influenciaram sobre a resposta à presença do patógeno, sendo o mais eficiente o de injeção no tronco. A variedade Tângelo Orlando foi determinada pelo teste PCR como hospedeira da bactéria quando o método de transmissão foi o de injeção no tronco e não-hospedeira para o de encostia. As plantas experimentais contaminadas por encostia resultaram em falso positivo devido ao contínuo fluxo da bactéria na planta hospedeira. 0057 Relações entre espectroscopia de fluorescência, fotossíntese e severidade do cancro cítrico. Gasparoto1, M.C.G.; Amorim1, L.; Belasque Júnior2, J.; 1Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola, ESALQ/USP; 2FUNDECITRUS. E-mail: [email protected]. br. Relationships between fluorescence spectroscopy, photosynthesis and severity of citrus canker. O cancro cítrico (Xanthomonas axonopodis pv. citri) é uma das mais importantes doenças dos citros e seu controle é feito com medidas de exclusão e erradicação do patógeno. Os objetivos do presente trabalho foram verificar as características espectroscópicas de folhas com cancro cítrico e correlacioná-las às alterações na eficiência fotossintética do tecido foliar doente e relacionar severidade da doença à eficiência fotossintética. Os perfis espectroscópicos e a eficiência fotossintética de plantas das espécies Citrus sinensis (‘Hamlin’), Citrus reticulata (‘Ponkan’) e Citrus limonia (‘Cravo’) foram avaliados antes e após a inoculação com Xanthomonas axonopodis pv. citri. O modelo y = (1 – x)ß, onde y representa a assimilação líquida relativa de CO2 e x, a severidade da doença, foi ajustado aos dados por meio de regressão não-linear. O modelo monomolecular foi ajustado à relação entre assimilação líquida relativa de CO2 e razões espectroscópicas da região do S 121 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia vermelho, também por regressão não-linear. Concluiu-se que a doença afeta a eficiência fotossintética de ‘Ponkan’ e ‘Hamlin’. Em ‘Hamlin’, a doença não apenas reduz a área foliar, mas também reduz a fotossíntese do tecido verde remanescente. Há relação positiva entre as razões espectroscópicas da região do vermelho e a fotossíntese nas variedades testadas. 0058 Métodos alternativos associados ou não à atmosfera modificada passiva no controle da podridão de melão Cantaloupe. Sá1, C.R.L.; Terao2, D.; Silva3, E.O. 1Secretaria de Agricultura do Ceará. 2Embrapa Semi-Árido. 3 Embrapa Agroindústria Tropical. E.mail: [email protected]. Alternative methods associated or not to the passive modified atmosphere, in the control of Cantaloupe melon rot. As podridões pós-colheita ocasionam graves perdas ao melão. Várias estratégias de controle alternativo têm sido avaliadas, visando reduzir, também, os resíduos de agrotóxicos, dentre elas: 1-MCP, Permanganato de potássio (KMnO4), Cera de Carnaúba e Funginat, associados ou não à atmosfera modificada. Melões Cantaloupe var. Torreon, previamente inoculados com Fusarium pallidoroseum, foram embalados em caixas de papelão de 10 Kg. Metade dos frutos inoculados foram submetidos a atmosfera modificada, promovida pela sacola plástica de PEDV X-Tend®, e a outra metade foi armazenada apenas na caixa de papelão. Os frutos foram, então, armazenados a 3 ± 2ºC e 85 ± 2% UR, onde permaneceram por 14 dias. Após esse período retirou-se o X-tend, e os frutos foram armazenados em temperatura ambiente (23 ± 2ºC e 90 ± 2% UR). Observou-se, aos 15 dias que os tratamentos com 1-MCP, Cera de Carnaúba e Funginat protegeram os frutos contra a podridão, diferindo estatísticamente da testemunha, independente do uso da atmosfera modificada. Com relação à aparência geral do fruto, destacaramse os tratamentos com 1-MCP, Permanganato de Potássio e Cera, sendo favorecidos pela associação com a atmosfera modificada. Assim, os resultados sugerem que, os tratamentos em pós-colheita avaliados associados à atmosfera modificada favorecem a conservação pós-colheita de melão Cantaloupe. 0059 Indução de resistência em plantas e frutos de meloeiro var. Orange flesh utilizando-se Acibenzolar-S-methyl. Gondim1, D.M.F., Terao2, D.; Martins-Miranda1, A.S.; Vasconcelos1, I. M.; Oliveira1, J. T. A. 1 Universidade Federal do Ceará. 2Embrapa Semi-Árido. E.mail: daniel. [email protected]. Induction of resistance in melon plant and fruit var. Orange flesh with Acibenzolar-S-methyl. O melão tem grande importância na exportação de frutas frescas brasileiras, sendo fundamental o controle de suas doenças em pós-colheita. Este trabalho avaliou o efeito do Acibenzolar-S-methy (BTH) nas respostas bioquímicas da defesa do melão e do meloeiro. Os melões foram mergulhados em soluções de BTH (concentrações de 0,5; 1,0; e 2,0 mM de ingrediente ativo) e o Controle em água destilada estéril (ADE). Após 60 horas foram inoculados com o Fusarium pallidoroseum. Amostras foram retiradas aos 3, 7 e 10 dias após inoculação e armazenadas à -84ºC. Plantas do melão de 8 dias foram borrifadas com 300 µL de BTH nas concentrações de 0,3; 0,5, e 1,0 mM e o Controle com ADE. As folhas secundárias foram colhidas em 2, 4, 6, 8, 10, 12, e 14 dias após tratamento. Observou-se que o BTH não reduziu significativamente a incidência e a severidade da podridão e nem modificou as atividades de enzimas relacionadas à defesa do fruto. Por outro lado, nas plantas, aumentou a atividade da Peroxidase, β-1-3-glucanase e da Superóxido dismutase, mas não modificou a Fenilalanina amônia liase e inibiu o Ascorbato peroxidase. Nas concentrações testadas, o BTH não funcionou como um indutor de defesas bioquímicas no melão, mas induziu respostas de defesa nas plantas. Contudo sugere-se que a proteção de frutas contra a podridão causada pelo F. pallidoroseum poderia ser feita por meio da indução de defesa da planta, que, provavelmente, seria transferida aos frutos. 0060 Espectro de ação de bactérias biocontroladoras quando usadas na microbiolização de sementes de diferentes cultivares de feijão. Corrêa1, B. O.; Moura2, A. B.; Soares3, V. N., Ludwig4, J .; 1Doutoranda/DFs, 2DFs/ FAEM/UFPel, 3Bolsista PIBIC-CNPq, 4Doutoranda CNPq. Universidade S 122 Federal de Pelotas. E:mail: [email protected]. Action of spectrum of bacteria biocontrollers when used in the microbiolization of seeds of different cultivate of bean. O objetivo do experimento foi avaliar a ação dos tratamentos com DFs093 (Bacillus sp.), DFs513 (Pseudomonas veronii), DFs769 (B. cereus), DFs831 e DFs842 (Pseudomonas sp.), DFs843 e DFs912 (Rhodoccocus fascians) e as combinações M01 (DFs093 + DFs769 + DFs831), M02 (DFs093 + DFs769 + DFs842) e M03 (DFs093+DFs769+DFs348) sobre 23 cultivares de feijão. Sementes foram microbiolizadas (5h/10ºC) em salina, para cada tratamento bacteriano, com 24h de crescimento, cuja concentração foi ajustada para OD540=0,5. Cinco sementes foram semeadas em substrato comercial esterilizado. Após a germinação, as plantas foram desbastadas deixandose 2 plantas por parcela. O isolado Xap28 (OD540=0,2), foi usado para inoculação, por incisão em folhas cotiledonares ou trifolioladas, Avaliou-se incidência, severidade e índice da doença (incidência x severidade) após 2, 4, 6, 8 e 10 dias. Observou-se que todos tratamentos apresentaram amplo espectro de ação. No entanto, a combinação M01 e os isolados DFs831, DFs912 e Dfs842 foram os que apresentaram maior espectro de ação sobre as cultivares, para os dois estádios de desenvolvimento das folhas. As cultivares que proporcionaram as melhores médias de controle, considerando os dois estádios vegetativos, foram Guateian 6662, carioca, IAPAR 31, Chocolates com 43,8; 39,6; 38,5 e 33,2%, respectivamente. 0061 Espectro de ação de agentes bioprotetores sobre diferentes estirpes de Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli. Corrêa1, B. O.; Moura2, A. B.; Soares3, V. N., Ludwig4, J .1Doutoranda/DFs, 2DFs/FAEM/UFPel, 3 Bolsista PIBIC-CNPq, 4Doutoranda CNPq. Universidade Federal de Pelotas. E-mail: [email protected]. Action spectrum of agents bioprotectors on different Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli strains. O objetivo do ensaio foi avaliar o espectro de ação dos tratamentos DFs093 (Bacillus sp.), DFs513 (Pseudomonas veronii), DFs769 (B. cereus), DFs831 e DFs842 (Pseudomonas sp.), DFs843 e DFs912 (Rhodoccocus fascians) e as combinações M01 (DFs093 + DFs769 + DFs831), M02 (DFs093 + DFs769 + DFs842) e M03 (DFs093+DFs769+DFs348) sobre as 16 estirpes de Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli. Sementes de feijão (BRS Valente) foram microbiolizadas (5h/10ºC) em salina para cada tratamentos bacteriano (OD540=0,5). As sementes foram semeadas em solo esterilizado e as plantas originadas tiveram suas folhas cotiledonares, destacadas e inoculadas por incisão com suspensão de cada estirpe do patógeno (OD540=0,2), sendo avaliadas quanto à incidência, severidade e índice (severidade x incidência). Todos os tratamentos apresentaram potencial em reduzir a incidência, severidade ou o índice da doença. Alguns tratamentos não foram capazes de reduzir uma, duas, ou nenhuma das variáveis usadas para quantificar uma determinada estirpe de Xap. O menor espectro foi proporcionado pelo isolado Dfs843, que controlou apenas 4 das 16 estirpes. A redução máxima encontrada foi de 80, 78 e 94% de controle da severidade, incidência e índice da doença, respectivamente. Merece destaque a combinação M01 que apresentou atividade biocontroladora de maior espectro, sendo efetiva contra todas as estirpes testadas, bem como apresentando maior média geral de controle. 0062 Caracterização morfológica de isolados de Monilinia fructicola. Casarin1, J. V; Coila1, V. H. C; Rosseto1, E. A; 1 Depto de Fitossanidade, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas-RS. E-mail: [email protected]. Morphological characterization of isolates Monilinia fructicola. O Rio Grande do Sul é o principal produtor de pêssegos (Prunus persica L. Batch). A podridão parda causada por Monilinia fructicola (Wint) Honey é o principal agente causador de danos a cultura. Sendo assim, o presente trabalho teve como objetivo comparar as características morfológicas de sete isolados de Monilinia fructicola. A caracterização das colônias envolveu a pigmentação, elevação, forma e margem das colônias. Foram utilizados três meios de cultura, Batata Dextrose Agar (BDA), pagnocca e meio de suco de pêssego. Foram retirados discos de 8 mm de diâmetro e colocados no centro de cada placa e incubadas sob fotoperíodo de 12 horas a 25ºC. Foi Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia utilizado o delineamento experimental com seis repetições. Verificou-se que as características de coloração de micélio apresentavam-se de verde oliva a cinza claro para os isolados em meio BDA, rosa esbranquiçado para o meio de suco de pêssego e branco para o meio pagnocca; para o meio BDA a margem das colônias apresentou-se ondulada a lobada e ondulada para os meios de suco de pêssego e pagnocca; nos três meios as colônias cresceram de forma circular; a elevação variou de elevada a plana em todos meios. Dessa forma, a variação das características morfológicas pode ser atribuída à variabilidade existente entre os meios de cultura utilizados. 0063 Influência de meios de cultura no crescimento micelial de Monilinia fructicola. Casarin1, J. V; Coila1, V.H.C; Garibaldi1, N.L; Rossetto1, E. A.; 1Depto de Fitossanidade, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas-RS. E-mail: [email protected] Culture media influence on Monilinia fructicola growth. A podridão parda causada por Monilinia fructicola (Wint) Honey é considerada uma das mais importantes doenças do pessegueiro. Com vistas a produção micelial do fungo, estudou-se a influência de alguns meios de cultura em isolados de frutos de pêssego do cultivar El Dourado, proveniente do município de Pelotas (Cascata). Os meios testados foram: V8, BDA (batata-dextroseágar), Pagnocca e meio de suco de pêssego. Discos de BDA com 8 mm de diâmetro colonizados pelo patógeno, foram colocados no centro de cada placa, com 8 ml do meio de cultura e incubadas sob fotoperíodo de 12 horas a 25ºC. O delineamento foi inteiramente ao acaso com seis repetições. Houve diferenças de médias entre os tratamentos (Tukey, P<0.05), onde o meio de suco de pêssego e Pagnocca apresentaram melhores resultados com o isolado testado, seguidos dos meios V8 e BDA. Estes resultados demostram que existem diferenças entre os meios e que o meio de suco de pêssego proporcionou melhores condições para o desenvolvimento do isolado testado. 0064 Inibição do crescimento micelial de Monilinia fructicola (Wint) Honey pelo uso de extratos de Eucaliptus sp. Coila1, V.H.C; Marques1*, M.W; Lopes1, R.A.M ; Casarin1, J.V.; Rossetto1, E.A. 1Departamento de Fitossanidade, Universidade Federal de Pelotas. *Capes E-mail: [email protected]. Monilinia fructicola (Wint) Honey micelial growth inibition by use of Eucaliptus sp. Extracts. A Podridão parda causada por Monilinia fructicola é considerada a mais importante doença do pessegueiro cuja principal medida de controle envolve o uso de fungicidas. Este trabalho teve como objetivo estudar a influência de extratos de folhas de eucalipto na inibição de crescimento micelial de M. fructicola. Os extratos foram obtidos pela trituração de 100g de folha em 250 mL de: solução alcoólica, solução pura de água, filtrado em papel filtro. Para o ensaio foram testadas quatro formas de processamento dos extratos: fervido, fervido e autoclavado, autoclavado e cru. Discos de 8 mm do fungo foram colocados no centro de cada placa com BDA nas concentrações: 2%, 6%, 10%, 14% e 20% v/v de extratos e incubados à 25ºC com fotoperíodo alternado de 12h luz-escuro. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com três repetições. Para o tratamento extrato de eucalipto fervido autoclavado não foi constatado efeito significativo sobre a inibição micelial. No entanto tratamentos com extratos: fervido, autoclavado e extrato cru foram encontrados diferenças significativas, (Tukey <0.05). Nas maiores concentrações (14 e 20% v/v) foi constatado inibição até 97.8% em relação a testemunha com BDA. Dessa forma extratos mais purificados e concentrados tem perspectiva de serem utilizados como mais uma alternativa para o manejo desse patógeno. 0065 Avaliação de genótipos de macieira à Colletotrichum gloeosporioides no Banco Ativo de Germoplasma da Epagri/Estação Experimental de Caçador, SC. Furlan1*, C.R.C.; Dantas2, A.C. M.; Denardi3, F.; Becker3, W.F.; Mantovani1, A.; 1Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, Departamento de Fitotecnia. 2Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC, Departamento de Bioquímica. 3Estação Experimental de Caçador - EPAGRI. E-mail: carlinha_furlan@ Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 hotmail.com. Evaluation of apple tree genotypic to the Colletotrichum gloeosporioides in the Active Bank of Germoplasma of Epagri/ Experimental Station of Caçador, SC. Uma das prioridades atuais do programa de melhoramento genético de macieira no sul do Brasil é a obtenção de cultivares resistentes a Mancha-Foliar-da-Gala, doença essa causada principalmente pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides e que tem causado elevadas perdas na produção. Para tanto, o primeiro passo é a identificação do material vegetal que fornecerá os genes de resistência. No presente trabalho foram utilizados 3 isolados de C. gloeosporioides provenientes de diferentes regiões produtoras de maçã, e 217 acessos pertencentes ao BG de macieira da E. E. de Caçador, Epagri, SC. Para a inoculação em tecido foliar, a concentração dos conídios foi ajustada para 103 esporos.ml-1. Após 72 horas de incubação à temperatura de 25ºC foi realizada a avaliação da incidência com presença e ausência de sintomas e severidade, utilizando-se de uma escala diagramática. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com três repetições. As diferenças de severidade entre os acessos foram testadas através da Anova não-paramétrica Kruskal Wallis. Entre os acessos testados 185 foram resistentes e 32 susceptíveis. Dentre os susceptíveis houve diferenças significativas quanto à severidade (Hgl=32; n=99 = 56,29; p= 0,005). Os resultados indicam ampla variação presente entre os acessos quanto à patogenicidade do fungo. Estes dados servirão de subsídio na elaboração de um programa de cruzamentos que possibilite uma seleção estabilizadora e direcional. 0066 Controle biológico de doenças da parte aérea do arroz irrigado, pela microbiolização de sementes: safra 2005/06. Ludwig1,2, J.; Moura1, A.B.; Correa1,3, B.O., Torchelsen1, G.M. 1Laboratório de Bacteriologia Vegetal, Universidade Federal de Pelotas. 2Doutoranda CNPq. 3Doutoranda. E-mail: [email protected]. Biological control of leaf diseases in irrigated rice by seed microbiolization. Objetivou-se verificar o potencial de biocontrole dos isolados DFs185 (Pseudomonas synxatha), DFs223 (P. fluorescens), DFs306 (não identificado), DFs416 e DFs418 (Bacillus sp.) microbiolizados às sementes de arroz cv. El Passo L144 comparadas às testemunhas, imersa somente em solução salina (T) ou em salina + fungicida carboxin+thiran (T+F). Todos os tratamentos foram agitados por 30 minutos a 10ºC. Na fase do emborrachamento, as plantas foram inoculadas com Bipolaris oryzae (mancha parda) ou Gerlachia oryzae (escaldadura), separadamente. A severidade foi avaliada aos 7, 14 e 21 dias após a inoculação, sendo os dados utilizados para o cálculo da área abaixo da curva de progresso da doença. Foram determinados o número de panículas e de perfilhos, bem como o peso de grãos. O isolado mais eficiente em controlar a mancha parda foi o DFs306 que reduziu a severidade em relação à T em 59%, no entanto, ao se avaliar a produção, o isolado DFs185 incrementou esta em 30% em relação à T e em 46% em relação à T+F, sendo eficiente também, em aumentar o número de perfilhos e panículas. Quanto à escaldadura, o isolado DFs185 foi o mais eficiente em reduzir a doença, chegando a 76%, com produção 20% maior que T. Por outro lado, os isolados DFs416 e DFs306 resultaram em aumento do peso dos grãos, em relação à T, em 42 e 38%, respectivamente, bem como o número de perfilhos e panículas. 0067 Atividade de peroxidase em plantas de arroz tratadas com biocontroladores e inoculadas com Bipolaris oryzae ou Gerlachia oryzae. Ludwig1,2, J.; Moura1, A.B.; Bacarin1,3, M.A.; Falqueto1,4, A.R,; Corrêa1,5, B.O. 1Universidade Federal de Pelotas, 2Doutoranda CNPq, 3Pesquisador CNPq, 4Doutorando CAPES, 5Doutoranda. E-mail: [email protected]. Peroxidase activity in rice plants treated with biocontrollers and inoculated with Bipolaris oryzae or Gerlachia oryzae Avaliou-se a atividade da peroxidase em folhas de arroz tratadas com os antagonistas DFs185 (Pseudomonas synxatha), DFs223 (P. fluorescens), DFs306 (não identificado), DFs416 e DFs418 (Bacillus sp.). Sementes de arroz cv. El Passo L144 foram microbiolizadas com estes antagonistas e S 123 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia como testemunhas, foram utilizadas sementes imersas em solução salina (T) e em salina mais carboxin+thiran (T+F). No estádio de emborrachamento as plantas foram inoculadas, separadamente, com esporos de B. oryzae ou G. oryzae. No momento anterior à inoculação e 7 dias após, foi retirada a folha imediatamente abaixo da folha bandeira e armazenada a -80ºC até o momento do processamento. A atividade específica da peroxidase foi determinada pelo método do guaiacol. Não foi observado efeito da inoculação com B. oryzae sobre a atividade da peroxidase, no entanto, mesmo antes da inoculação, folhas tratadas com o isolado DFs306 já exibiam maior atividade da enzima, sendo este o único tratamento diferente de T, podendo associar este comportamento à redução da doença . Observou-se aumento da atividade da enzima após a inoculação com G. oryzae, bem como pelo isolado DFs223 em relação à T. No entanto, nesse caso, não foi observada relação entre a atividade da enzima e redução da doença. 0068 Uso de extrato de pimenta vermelha e vinagre como método alternativo no controle da micoflora de sementes de feijão. Lopes1*, R.A.M; Antunes2, I.F; Rossetto1, E.A; Ribeiro1, L.S, Marques1, M.W; Coila1, V.H.C.; Casarin1, J.V.; 1Departamento de Fitossanidade, Universidade Federal de Pelotas. *Capes. 2 Embrapa Clima Temperado. E-mail: [email protected]. Red pepper extract and vinegan as alternative methods for fungi control in common bean seeds. Na cultura do feijão ocorrem perdas consideráveis na produção, muitas vezes por baixa qualidade das sementes. O uso de produtos alternativos no tratamento das sementes vem sendo estudado, já que estes não apresentam riscos para o ambiente e saúde humana e apresentam baixo custo para o produtor. Este trabalho objetivou testar extratos de pimenta vermelha (Capsicum baccatum) variedade Pendulum, em diferentes concentrações, e meios extratores (água e vinagre), sendo água a testemunha, no tratamento de sementes de feijão. Os extratos foram elaborados sete dias antes da utilização. Foram utilizadas 200 sementes de feijão de grãos pretos, oriundas de produtor, em 4 repetições de 50 sementes. Estas foram imersas nos extratos de Pimenta-vinagre, 0,1% e 1%, Pimenta-água, 0,1% e 1%, Vinagre 0,1% e 1% e incubadas pelo método do papel filtro. Após sete dias os resultados não demonstraram controle para Aspergillus sp. e Penicillium sp., sendo este último estimulado na presença dos extratos. Fusarium sp. foi significativamente controlado em todos os tratamentos, e tanto Rhizopus sp. como Alternaria sp. apresentaram uma queda na presença dos extratos, indicando que os extratos testados em diferentes concentrações podem ser utilizados para o controle de alguns patógenos presentes na semente de feijão. 0069 Patogenicidade de isolados de Fusarium sp. obtidos de rizosfera de bananeira Prata-Anã no Norte de Minas Gerais. Silveira1, E. K. C. P.; Xavier1, A.A.; Ribeiro1, R.C.F.; Mizobutsi1, E.H.; Gomes2, L.I.S; Nietsche1, S.; Matos, A.P.3 1Universidade Estadual de Montes Claros; 2 Mestrando/UFLA. 3Pesquisador EMBRAPA/Mandioca e Fruticultura Tropical. E-mail: [email protected]. Pathogenicity of Fusarium sp. isolates of banana Prata-Anã on North of Minas Gerais. Fusarium oxysporum é um fungo habitante natural do solo podendo ocorrer na forma saprofítica e patogênica. A patogenicidade e agressividade destes isolados são variáveis que devem ser estabelecidas em inoculações no hospedeiro. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar a patogenicidade de 125 isolados de Fusarium sp. obtidos de rizosfera de bananeira PrataAnã. Os isolados foram multiplicados em meio areia: fubá (3:1 v/v), previamente esterelizado, e mantidos a 25ºC e escuro contínuo por 15 dias. Mudas micropropagadas de banana Maçã foram inoculadas adicionando-se ± 10 g do meio + fungo. As mudas foram mantidas em casa de vegetação e foram irrigadas diariamente e adubadas com 100 mL de Ouro Verde®. Aos 65 dias foi realizada nova inoculação, e 174 dias após a primeira inoculação o rizoma das mudas foi seccionado e a severidade da doença avaliada utilizando-se a escala de avaliação do INIBAP (INIBAP Techinical Guidelines 7, 2003). Dos 125 isolados, 28% foram patogênicos a banana Maçã. O teste de Tukey mostrou dois grupos distintos para agressividade, um grupo com 68,57% dos isolados apresentando descoloração até 1/3 do rizoma e 31,43% com descoloração entre 1/3 e 2/3 do rizoma. S 124 0070 Avaliação in vitro do extrato aquoso de folhas de nim no crescimento e esporulação de Fusarium oxysporum f. sp. cubense. Silva1, L.S.; Aguiar1*, F.M.; Santos1*, M.G.; Xavier1, A.A.; Ribeiro1, R.C.F.; Mizobutsi1, E.H. 1Unimontes/Janaúba-MG. *PROBIC/FAPEMIG. E-mail: adelica@ unimontes.br. Evaluation of aqueous extracts of nim leaf in the mycelial growth of Fusarium oxysporum f. sp. cubense. O Mal-do-Panamá causado por Fusarium oxysporum f. sp. cubense (FOC) é um dos problemas fitossanitários mais sérios da bananeira. O nim (Azadiracta indica A. juss) tem apresentado resultados promissores no controle de fitopatógenos. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito do extrato aquoso de folhas de nim no crescimento micelial (CM) e esporulação (ES) de FOC. Para o preparo do extrato as folhas foram secadas à sombra e moídas. Adicionaram-se 200 g do pó à 1L de água destilada e a mistura foi mantida em repouso, no escuro sob temperatura ambiente por 24 h, sendo posteriormente filtrado. Alíquotas do extrato foram adicionadas a 100 mL do meio BDA de forma que meio atingisse as concentrações de 1,05; 0,6; 0,3 e 0,22% e posteriormente autoclavado e vertido em placas. A testemunha constou apenas do meio BDA. Um disco de 5 mm de diâmetro da colônia de FOC foi disposto no centro de placas as quais foram incubadas por sete dias a 25ºC e escuro contínuo. O delineamento utilizado foi DIC constituído por cinco tratamentos e cinco repetições. Avaliaram-se o diâmetro das colônias e a produção de microconídios. Houve uma tendência de redução do CM e aumento do número de ES com o aumento das concentrações testadas. Na maior concentração houve inibição de 19% de CM e estímulo da produção de conídios em 87% em relação à testemunha. 0071 Incidência de fungos em espécies de forrageiras. NIENOW, J.A.1, DENARDIN, N.D.2, CARDOSO, A. de C. FAMV-Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS. CEP: 99001.970. Apoio Fapergs. [email protected]. Incidence of fungus in species of forage. A semente é uma das formas mais eficientes de disseminação e transmissão de patógenos, muitas vezes servindo de fonte de inóculo inicial de uma epidemia, reduzindo a qualidade fisiológica das sementes e a produtividade da cultura. O objetivo desse estudo é relatar a freqüência e ocorrência de fungos em cinco espécies de forrageiras. Para as análises utilizou-se 400 sementes, distribuídas em 16 placas de petry, para cada espécie, usando meio de cultura BDA. As sementes foram distribuídas no meio de cultura e incubadas em sala climatizada com Tº de 22ºC e fotoperíodo de 12 horas. Após sete dias fez-se a análise para verificar a fitossanidade dos materiais. Portanto, podemos concluir de acordo com cada espécie que houve diferenças na incidência de fungos, sendo elas: Para Estilosantes (Aspergillus 1,25%; Colletotrichum 0,25%; Sclerotium 0,25%) em Brachiaria ruziziensis – Padrão Comercial (Aspergillus 31,25%; Fusarium 22,50%; Epicoccum 27,75; Drechslera 3,50%; Phoma 2,25; Penicillium 12,25% e Alternaria 8,25%); em Brachiaria brizantha cv. Toledo (Epicoccum 58,75%; Fusarium 47,75%; Bipolaris 21,25%; Phoma 1%; Aspergillus 12%; Penicillium 25% e Alternaria 36,25%), em Brachiaria brizantha cv. Marandu (Fusarium 41,50%; Epicoccum 58%; Bipolaris 21,75%; Drechslera 8,50%) e em Brachiaria decumbens cv. Basilisk (Epicoccum 63,50%; Bipolaris 21,50%; Drechslera 8,25%; Alternaria 30%; Penicillium 23,50%; Aspergillus 14,25%). 0072 Variation of resistance among races and isolates of Colletotrichum sublineolum of sorghum to antagonist Streptomyces spp. strains. Bressan, W.1*; Figueiredo, J.E.F.1. 1Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas, MG. Email: bressan@cnpms. embrapa.br. Variação da resistência entre raças e isolados de Colletotrichum sublineolum do sorgo à isolados antagonistas de Streptomyces spp. Anthracnose of sorghum (Sorghum bicolor (L.) Moench) caused by the fungus Colletotrichum sublineolum Ces. Wils. has been reported in most sorghum growing regions of Brazil. The high genetic variability of the fungus becomes one of the most important factor for its control by sorghum genetic resistance. The effectiveness of Streptomyces spp. strains to control sorghum races and isolates of C. sublineolum from different locations in Brazil was Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia evaluated “in vitro” and in sorghum seeds. The treatments included nine C. sublineolum physiologic races (31A, 15A, 31B, 30B, 15B, 13B, 31C, 30C, 29E), four C. sublineolum isolates (51, 57, 126, 148) and four Streptomyces spp. strains (DAUFPE 11470, DAUFPE 14632, CMS 2A, CMS 4A). The effectiveness of Streptomyces spp. strains to control C. sublineolum races and isolates, in vitro, was evaluated by the diameter of the inhibition halo formed by these strains. The early coleorhizal protusion was the germination criterion. Percentage of C. sublineolum in seeds was evaluated by steriocospic microscopy. Seed treatments with C. sublineolum races and isolates and/or Streptomyces spp. strains did not affect seed germination. The resistance of C. sublineolum to the control by Streptomyces spp. strains varied among the races and isolates and Streptomyces spp. strains. The Streptomyces spp. strain DAUFPE 11470 was the most efficient in controlling all C. sublineolum races and isolates. The reduction in the fungus incidence by this strain ranged from 88.5% to 99.1%, respectively for the most virulent race and less virulent isolate. No control was detected by isolates CMS 4A e CMS 2A. The results indicate that Streptomyces spp. strains have potential as biological control activity against C. sublineolum, however their effectiveness depends on the strains to be used as biological control agent. 0073 Relação entre seca da haste e populações de plantas de soja CD 213 RR. Gava, F.; Casa, R.T.; Nerbass Junior, J.M.; Kuhnem Junior, P.R.; Bolzan, J.M. Universidade do Estado de Santa Catarina, CAV/UDESC, Lages, SC, e-mail: [email protected]. Relation between stem blight and CD 213 RR soybean plant population. A seca da haste causada pelo complexo Phomopsis têm sido frequentemente relatada em lavouras do sul do Brasil. Este trabalho teve como objetivo avaliar diferentes populações de plantas na incidência da seca da haste, uma vez que as indicações da pesquisa recomendam a mesma população sem considerar aspectos morfofisiológicos das cultivares e condições edafoclimáticas das regiões. O ensaio foi conduzido em lavoura comercial no município de Muitos Capões, RS, na safra agrícola 2006/2007, com a cultivar CD 213 RR. Os tratamentos utilizados foram 12, 18, 24, 30 e 36 plantas/m2, distribuídos em blocos ao acaso, com quatro repetições. As parcelas constaram de 10 linhas de semeadura, espaçadas 0,45m entre si, com 10m de comprimento, variando a distância entre plantas na linha. Houve correlação positiva e significativa entre o aumento na população de plantas e o incremento na incidência da doença, sendo: y= 2,25 + 1,0833x R2= 0,97 p= 0,002722; y= 5,25 + 1,7083x R2= 0,97 p= 0,002352; y= 1,75 + 2,3333x R2= 0,97 p= 0,002192; y= 5,25 + 2,5208x R2= 0,98 p= 0,001256 e y= 5,75 + 1,9375x R2= 0,98 p= 0,001659, respectivamente para os estádios de 10% da granação (R5.1), maioria das vagens entre 75% e 100% da granação (R5.5), 100% da granação e com folhas verdes (R6), início do amarelecimento de folhas (R7) e entre o início e 50% do amarelecimento de folhas (R7.1). Os resultados mostraram que o manejo adequado da população de plantas contribui para o controle da seca da haste. 0074 Relação entre podridões radiculares e populações de plantas de soja CD 213 RR. Gava, F.; Casa, R.T.; Nerbass Junior, J.M.; Kuhnem Junior, P.R.; Bolzan, J.M. Universidade do Estado de Santa Catarina, CAV/UDESC, Lages, SC, e-mail: [email protected]. Relation between root rots and CD 213 RR soybean plant population. As podridões radiculares da cultura da soja têm exigido maior atenção dos pesquisadores, uma vez que danos causados têm sido crescente e os métodos de controle existentes não tem obtido sucesso satisfatório. Pouco estudo é encontrado sobre variações da população de plantas sobre a intensidade de podridões radiculares. Como regra as informações técnicas tem indicado de 25 a 33 plantas/m2. Este trabalho teve como objetivo quantificar a incidência de podridões radiculares em cultivar de soja CD 213 RR e sua relação com diferentes populações de plantas. O ensaio foi conduzido em lavoura comercial no município de Muitos Capões, RS, na safra agrícola 2006/2007. Os tratamentos utilizados foram 12, 18, 24, 30 e 36 plantas/m2, distribuídos em blocos ao acaso, com quatro repetições. As parcelas constaram de 10 linhas de semeadura, espaçadas 0,45m entre si, com 10m de comprimento, variando a distância entre plantas na linha. O percentual de incidência Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 das podridões radiculares foi 50,8%, 55,7%, 60,4%, 61,5% e 65,3% respectivamente para populações de 12, 18, 24, 30 e 36 plantas/m2. Houve correlação positiva e significativa entre o aumento na população de plantas e o incremento na incidência de podridões radiculares, sendo: y= 44,88 + 0,575x R2= 0,96 e p= 0,00012. Estes resultados permitem concluir que as podridões radiculares ocorrem mesmo em baixa população de plantas, sendo maiores índices nas populações acima do indicado pela pesquisa. 0075 Incidência de patógenos em sementes de salsa e sua transmissão para plântulas. Moraes1, M.H.D.; Tremocoldi,1 A.R.; Moro1, G.; Salomão1, K.; Menten1, J.O.M. 1ESALQ/USP, C.P.09, 13418-900, Piracicaba-SP, [email protected]. Incidence of pathogens in parsley seeds and its transmission to seedlings. Sementes de salsa importadas têm trazido associados a elas patógenos importantes para a cultura, podendo causar danos ao aumentar o inóculo de doenças já existentes na área ou introduzir novas doenças. O objetivo deste trabalho foi verificar o transporte e a transmissão de patógenos através das sementes de salsa do tipo Lisa Grande Portuguesa, variedade Neapolitanum de origem dinamarquesa, segundo rótulo do fabricante. Essas sementes foram submetidas aos testes de sanidade, pelo método do papel de filtro com congelamento, e de transmissão pelo teste do tubo de ensaio. Constatou-se incidência de 18,5% de Septoria petroselini e 36,0% de Stemphylium radicinum, patógenos da cultura. Pelo teste do tubo de ensaio verificou-se que houve transmissão de S. radicinum (52%) para as plântulas que se desenvolveram; não foi constatada transmissão de S. petroselini. Neste teste também foi possível observar sementes mortas com crescimento de S. radicinum. 0076 Podridões radiculares do feijoeiro comum em sistema plantio direto. Kuhnem Júnior, P.R.; Casa R.T.; Bogo, A.; Gois, O.J.B; Gava, F. Universidade do Estado de Santa Catarina, CAV/UDESC, Lages, SC, e-mail [email protected]. Root rot at commom bean in no-till system. O objetivo deste trabalho foi quantificar a incidência de podridões radiculares e os danos no rendimento de grãos em feijoeiro comum cultivares BRS Campeiro, BRS Valente e IPR Uirapuru. O trabalho foi realizado em lavoura comercial no município de Muitos Capões, RS, na safra 2006/07, em área de plantio direto com feijão semeado em rotação ao milho no verão e em sucessão ao trigo no inverno. Na colheita de cada cultivar foi retirado todas as plantas de cinco metros lineares em cinco pontos da lavoura, determinando-se o número total de plantas e o número de plantas com podridão radicular (doente). Com base no peso de grãos das plantas sadias e doentes calculou-se o rendimento real, potencial e os danos para cada cultivar, conforme metodologia de Reis et al. (2004). As incidências de podridões radiculares foram 13,7, 34,4 e 17,8% para cultivares BRS Campeiro, IPR Uirapuru e BRS Valente. Para estes níveis de incidência, os valores percentuais de danos no rendimento de grãos foram 1,6, 2,2 e 3,4% respectivamente. Os principais patógenos identificados com base nos sintomas ou sinais e por meio de isolamento de fragmentos de tecidos radiculares infectados em meio de cultura BDA foram espécies de Fusarium seguidos de Macrophomina phaseolina nas três cultivares. Os danos relativamente baixos podem ser atribuídos ao tipo de manejo de solo e ao sistema de rotação e sucessão de culturas. 0077 Área abaixo da curva de progresso da severidade de doenças foliares sobre o rendimento de grãos, massa de mil grãos e peso do hectolitro em aveia branca UPFA 20 Teixeirinha e UPFA 22 Temprana. Nerbass Junior, J.M; Casa, R.T.; Kuhnem Júnior, P. R.; Gava, F.; Paterno, R.R. Universidade do Estado de Santa Catarina, CAV/UDESC, Lages, SC, e-mail [email protected]. Area under severity progress curve of leaf diseases on the yield, mass of one thousand grains, and weigh of hectoliter in white oat UPFA 20 Teixeirinha and UPFA 22 Temprana. Objetivou-se neste trabalho correlacionar a AACPD, calculada pela severidade foliar em diferentes estádios fenológicos da cultura, com valores S 125 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia de rendimento de grãos (RG), massa de mil grãos (MMG) e peso do hectolitro (PH). O ensaio foi conduzido na área experimental do CAV/UDESC, na safra agrícola 2006/07 com as cultivares UPFA 20 e UPFA 22. Durante o ensaio gerou-se o gradiente da ferrugem da folha e da helmintosporiose nos diferentes estádios fenológicos através do uso de doses crescentes e número de aplicações do fungicida piraclostrobina + epoxiconazole. Os ensaios constaram de 10 tratamentos distribuídos em blocos ao acaso, com quatro repetições. Houve correlações negativas entre AACPD (S%) com RG, MMG, e PH, indicando redução significativa das variáveis produtivas em virtude da maior severidade de doenças foliares, sendo: UPFA 20 (RG x AACPD y= 5.705,3 - 4,4771x R²= 0,39 P= 0,0521; MMG x AACPD y= 44,005 - 0,0307x R²= 0,79 P= 0,0005; PH x AACPD y= 48,163 - 0,0112x R²= 0,82 P= 0,0003) e UPFA 22 (RG x AACPD y= 5.422,7 - 11,688x R²= 0,55 P= 0,0144; MMG x AACPD y= 38,576 - 0,0442x R²= 0,87 P= 0,000084; PH x AACPD y= 49,247 - 0,0478x R²= 0,78 P= 0,00064). 0078 Grãos ardidos: detecção em amostras de milho destinadas ao preparo de rações e fungos predominantes. Nerbass, F.R.; Casa, R.T.; Nerbass Junior, J.M.; Ângelo, H.R.; Agostineto, L. CAV/UDESC, CP 281, 88520-000, Lages, SC, e-mail: [email protected]. Grains rot: detection of maize samples destination to rations prepare and fungi predominate. Este trabalho teve como objetivo quantificar grãos ardidos em amostras de milho recebidas em agroindústria da região de Florianópolis, SC, em agosto, setembro e outubro de 2005 e determinar os fungos presentes. A percentagem de grãos ardidos foi obtida pela separação manual dos grãos sintomáticos dos grãos regulares. Para o teste de patologia separou-se 400 grãos ardidos ao acaso, sendo retirados 20 grãos de 20 amostras. Os grãos foram desinfestados em hipoclorito de sódio a 1%. Posteriormente plaqueados em meio de cultura de batata-dextrose-ágar + antibiótico. Foram mantidos em câmara de crescimento com temperatura de 25ºC e fotoperíodo de 12 horas, durante dez dias. Foram realizadas classificações em 87 amostras de milho sendo 11 no mês de agosto, 40 em setembro e 27 em outubro. Em agosto 100% das amostras estavam com percentagem de ardidos acima de 6% sendo superior ao tolerado pela indústria, setembro 50% e outubro 55,5%. A maior incidência média de grãos ardidos foi verificada em agosto com 14,8%, seguida de outubro com 7,3% e setembro com 6,9%. Os principais fungos identificados e quantificados nos grãos ardidos foram Stenocarpella maydis, S. macrospora, Aspergillus flavus, Fusarium verticillioides, Nigrospora spp. e Rhizopus spp. O fungo com maior incidência foi A. flavus com 30%, seguido por F. verticillioides com 11%. Os dados demonstraram que os grãos adquiridos pela agroindústria não apresentaram boa sanidade. 0079 Teores de gordura bruta e proteína bruta em grãos ardidos comparados a grãos regulares de milho. Nerbass, F.R.; Casa, R.T.; Paterno, R.R., Bolzan, J.M. CAV/UDESC, CP 281, 88520-000, Lages, SC, e-mail:[email protected]. Contend of total fat and total protein in grain rot compared with regular maize grain. Os grãos ardidos oriundos de podridões da espiga no campo causadas principalmente por fungos do gênero Stenocarpella e Fusarium, além de afetar o rendimento de grãos, também reduzem a qualidade destes, afetando o valor econômico do grão e nutricional da ração. Este trabalho teve como objetivo determinar a perda de proteína bruta e gordura bruta de grãos ardidos em relação a grãos regulares de milho, destinados ao consumo animal. O experimento foi conduzido no Laboratório de Análises Físico-Químicas de uma agroindústria da região de Florianópolis, SC. Para a quantificação das perdas foram avaliadas amostras de cinco fornecedores com base na metodologia de Weende. Separaram-se os grãos regulares (sem nenhum sintoma de ataque por fungos, insetos, mofos, sem perda de coloração característica) dos classificados como sintomáticos (ardidos). As perdas de gordura bruta variaram de 9,62% a 48,03%. A percentagem média de gordura em grãos regulares foi 7,07% e em ardidos 5,03%, com perda relativa média de 28,85%. As perdas de proteína variaram de 1,84% a 5,96%. A média da proteína em grãos regulares foi 7,73% e 7,46% em ardidos, com perda relativa média de 3,5%. Estes valores demonstram que o teor de gordura dos grãos foi a fração mais afetada nos grãos ardidos possivelmente pelo fato de ser uma fonte rica em energia. S 126 0080 Relação entre área abaixo da curva de progresso da incidência de doenças foliares sobre o rendimento de grãos, massa de mil grãos e peso do hectolitro em aveia branca UPFA 20 Teixeirinha e UPFA 22 Temprana. Nerbass Junior, J.M.; Casa, R.T.; Gava, F.; Nerbass, F.R.; Bolzan, J.M.; Sacon, C.A.T. Universidade do Estado de Santa Catarina, CAV/UDESC, Lages, SC, e-mail [email protected]. Relation betweem area under incidence progress curve of leaf diseases on the yield, mass of one thousand grains, and weigh of hectoliter in white oat UPFA 20 Teixeirinha and UPFA 22 Temprana. A ferrugem da folha e a helmintosporiose comum podem causar danos na produção de aveia branca. O objetivo deste trabalho foi correlacionar a AACPD, quantificada pela incidência em diferentes estádios fenológicos da cultura, com o rendimento de grãos (RG), massa de mil grãos (MMG) e peso do hectolitro (PH). O ensaio foi conduzido na área experimental do CAV/ UDESC, na safra agrícola 2006/07 com as cultivares UPFA 20 e UPFA 22. Durante o ensaio gerou-se o gradiente das doenças nos diferentes estádios fenológicos através do uso de doses crescentes e número de aplicações do fungicida piraclostrobina + epoxiconazole. Os ensaios constaram de 10 tratamentos distribuídos em blocos ao acaso, com quatro repetições. Detectaram-se correlações negativas significativas da AACPD (I%) com o RG, MMG e PH para as duas cultivares, sendo: UPFA 20 (MMG x AACPD y= 47,102 - 0,0018x R²= 0,95 P= 0,0000014; PH x AACPD y= 49,086 - 0,0006x R²= 0,80 P= 0,0004) e UPFA 22 (RG x AACPD y= 6.001,3 - 0,4329x R²= 0,64 P= 0,0055; MMG x AACPD y= 40,46 - 0,0015x R²= 0,87 P= 0,000072; PH x AACPD y= 51,622 - 0,0018x R²= 0,92 P= 0,000013), exceto para (RG x AACPD y= 5.908,9 - 0,1874x R²= 0,24 P= 0,1485), na cultivar UPFA 20. 0081 Modelo de ponto crítico para estimar danos causados por doenças foliares em aveia branca UPFA 22 Temprana. Nerbass Junior, J.M.; Casa, R.T.; Gava, F.; Bogo, A.; Gois, O.J.B. Universidade do Estado de Santa Catarina, CAV/UDESC, Lages, SC, e-mail [email protected]. br. Point critical model for estimate damage caused by leaf diseases in oat white UPFA 22 Temprana. A realização deste trabalho teve como objetivo a obtenção das equações da função de dano para o patossistema múltiplo na aveia branca, através da relação entre rendimento de grãos e incidência de doenças foliares em diferentes estádios fenológicos da cultura. O ensaio foi conduzido na área experimental do CAV/UDESC, na safra agrícola 2006/07, com a cultivar UPFA 22. As equações foram obtidas gerando-se o gradiente das doenças, a campo, através da utilização de doses crescentes e número de aplicações do fungicida piraclostrobina + epoxiconazole. O ensaio constou de 10 tratamentos, distribuídos em blocos ao acaso, com quatro repetições. As parcelas constaram de cinco linhas de semeadura, espaçadas em 0,17m, com 5m de comprimento. Foram realizadas sete avaliações de incidência foliar durante todo o ciclo da cultura, desde o final do perfilhamento até grão massa dura. As equações de regressão lineares geradas e ajustadas para tonelada da aveia colhida foram: R= 1.000 - 16,074 I; R= 1.000 - 3,402 I; R= 1.000 - 3,136 I; R= 1.000 - 3,66 I; R= 1.000 - 5,855 I; R= 1.000 - 2,653 I e R= 1.000 - 2,175 I, respectivamente para os estádios final perfilhamento, início alongamento, final alongamento, emborrachamento, grão aquoso, grão em massa mole e grão em massa dura. De posse destas equações contendo os coeficientes de dano, pode-se calcular o limiar de dano econômico para o patossistema múltiplo em aveia branca. 0082 Falso carvão da tamareira no estado de Minas Gerais. Daniel D.C. Carvalho*; Lahyre I.S. Gomes; Cristiano S. Lima; Francisco A.C. Rabelo Filho; Ludwig H. Pfenning; Departamento de Fitopatologia, UFLA, CEP 37200-000, Lavras-MG. *E-mail: [email protected]. False smut of date palm in Minas Gerais State. O falso carvão é uma importante doença da tamareira (Phoenix dactylifera) no Brasil. No ano de 2006, plantas de P. dactylifera apresentando manchas amareladas em ambas as faces das folhas foram observadas em tamareiras no município de Lavras, Minas Gerais. As manchas amareladas tornavam-se necróticas, na forma de soros, apresentando longas hifas brancas e filiformes Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia quando observadas em microscópio estereoscópico. Em microscopia de luz, foram observados corpos de frutificação subepidérmicos, com perídio externo (1-4 mm de diâmetro), com hifas filiformes ao centro e grande quantidade de basidiósporos hialinos e verrucosos com 3,0–6,0 (4,7) x 2,5–4,5 (3,4) µm, produzidos em basidiocarpos cilíndricos, dos quais basídias globosas foram produzidas em cadeias. O fungo foi identificado como Graphiola phoenicis (Moug.) Poiteau, um basidiomiceto da ordem Exobasidiales, família Graphiolaceae, relatado em várias regiões tropicais e sub-tropicais do mundo. Este fungo pode ser de difícil identificação por sua morfologia peculiar. G. phoenicis foi relatado nos Estados de Pernambuco, Espírito Santo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal. Esse é o primeiro relato em Minas Gerais. Devido a ampla distribuição do fungo no Brasil, medidas fitossanitárias devem ser tomadas para que a produção comercial de tâmaras não seja afetada. Financiamento: CAPES, CNPq e FAPEMIG. 0083 Seleção de extratos vegetais com propriedades tóxicas a Alternaria alternata em placas de ELISA. Carvalho1*, D.D.C.; Camargos1, R.B.; Alves1, E.; Oliveira2, D.F.; Scolforo3, J.R.S. 1Departamento de Fitopatologia, 2Departamento de Química, 3Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Lavras, CEP 37200-000, Lavras-MG. *E-mail: [email protected]. ELISA plates to screening of toxic plant extracts against Alternaria alternata. A utilização de placas de ELISA consiste em uma importante metodologia para a determinação das propriedades tóxicas de extratos vegetais (EV) a fungos fitopatogênicos. Com vistas a selecionar extratos com tal efeito, este trabalho objetivou testá-los sobre a germinação e posterior desenvolvimento de A. alternata do citros em placas ELISA. Para tanto, EV (2 mg) foram dissolvidos em 0,5 mL de Tween 80 a 1% (g/mL) e em seguida, 100 µL de suspensão de esporos a 2,6 - 3,0 x 105 esporos/mL foi adicionada. Da suspensão obtida, retiraram-se 4 alíquotas de 20 µL por tratamento. Em cada furo da placa foram antes adicionados 130 µL de meio BDA. Após cada furo parcialmente preenchido com BDA solidificado receber 20 µL do extrato vegetal dissolvido mais conídios de A. alternata, as placas foram envolvidas com rolopac e incubadas em BOD a 25oC e fotoperíodo de 12 horas. A avaliação foi realizada após 3 dias e consistiu na observação da germinação e subseqüente crescimento micelial do fungo em cada furo das placas. Dos 36 EV avaliados, apenas o obtido de Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan foi capaz de inibir a germinação e desenvolvimento de A. alternata de forma análoga ao fungicida Dacobre PM (3,5 g/L). Os outros 35 EV foram semelhantes ao controle negativo (esporos em Tween 80 a 1%). 0084 Estudos da biologia de Alternaria alternata de tangor Murcott. Camargos*, R.B.; Carvalho, D.D.C.; Alves, E. Departamento de Fitopatologia, UFLA, CEP 37200-000, Lavras-MG. *E-mail: [email protected]. Biology studies of Aternaria alternata of Murcott tangor. Muitos estudos da biologia in vitro de Alternaria alternata são realizados visto a importância desse patógeno na citricultura. Em decorrência, este trabalho objetivou estudar a produção de conídios de A. alternata baseandose nas características das colônias desse fungo. Para isso, o isolado A-19-01 (2ª repicagem) foi cultivado em BDA durante 7 dias a 25ºC e fotoperíodo de 12h. Após esse período, observou-se a presença de hifas de coloração branca em setores mais centrais da colônia nas placas de Petri e as hifas escuras no restante da placa. Em seguida, foi retirado um disco (9mm Ө) da porção clara e escura, respectivamente, para novo cultivo. Após 7 dias, as colônias foram estressadas com a introdução de estilete de platina no meio de cultura por toda a extensão da placa, sendo que as marcas ficaram a 7mm de distância. Depois de 24h, adicionaram-se 10mL de Tween 80 a 1% (g/mL) nas placas para raspagem das colônias com alça de Drigalsky para obtenção dos conídios. Os ensaios foram conduzidos com 4 repetições e como testemunha empregou-se um isolado com apenas uma repicagem, denominado A-03-04. Dos isolados estudados, obtiveram-se 0,2 x 105 e 2,6 – 3,2 x 105 conídios/mL para as colônias provenientes do micélio branco e escuro de A-19-01, respectivamente. O valor encontrado para A-03-04 foi de 2,6 – 5,0 x 105 conídios/mL. Para a obtenção de conídios, recomenda-se não trabalhar com as áreas mais claras das colônias de A. alternata. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 0085 Inibição do crescimento micelial de Alternaria alternata pela ação de extratos vegetais. Camargos1*, R.B.; Carvalho1, D.D.C.; Alves1, E.; Oliveira2, D.F.; Souza2, L.P. 1Departamento de Fitopatologia, 2 Departamento de Química, Universidade Federal de Lavras, CEP 37200000, Lavras-MG. *E-mail: [email protected]. Inhibition of Alternaria alternata mycelium growth by plant extracts. Extratos vegetais consistem em uma interessante alternativa para o controle de fungos fitopatogênicos. Assim, o objetivo deste trabalho foi selecionar extratos de plantas da região do Alto Rio Grande, no Sul de Minas Gerais, que pudessem inibir o crescimento micelial de A. alternata do citros. Cada extrato (12 mg) foi dissolvido em 3,0 mL de Tween 80 a 1% (g/mL) e em seguida, foi retirada alíquota de 500 µL por placa de Petri (4 placas/tratamento). Um disco de 9 mm de diâmetro de meio de cultura BDA, contendo micélio de A. alternata foi colocado no centro de cada placa de Petri, em posição invertida, e em seguida, as placas foram incubadas em BOD a 25ºC e fotoperíodo de 12 horas. As avaliações foram realizadas aos 3, 5 e 7 dias após incubação. Os diâmetros das colônias foram medidos utilizando a média de duas avaliações medidas em posições diametralmente opostas na colônia da placa. Dos 11 extratos de plantas testados, verificou-se que Artemisia annua inibiu o crescimento micelial do fungo. O índice de crescimento micelial (ICM) do extrato foi estatisticamente semelhante aos observados para os fungicidas Amistar e Dacobre PM sendo, respectivamente, de 70 e 72% para os fungicidas e 76% para o extrato. 0086 Efeito dos extratos aquosos de várias espécies vegetais, aplicados via pulverização foliar, sobre Meloidogyne javanica. Gardiano, C.G.1; Ferraz, S.1; Lopes, E.A.1; Ferreira, P.A1.; Carvalho, S.L.1; Freitas, L.G.1. 1Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]. Effect of the plant aqueous extracts, applied as foliar spray, on Meloidogyne javanica. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a aplicação foliar dos extratos aquosos de diversas espécies de plantas para o manejo de Meloidogyne javanica. O solo foi infestado com 5.000 ovos do nematóide e, em seguida, os vasos foram protegidos com sacos plásticos e as plântulas de tomate foram pulverizadas com água destilada ou com os extratos obtidos a partir de folhas de artemísia (Chrysanthemum parthenium), bardana (Arctium lappa), calopogônio (Calopogonium muconoides), capim-cidreira (Cymbopogon citratus), carqueja (Bacharis trimera), cavalinha (Equisetum sp.), cinamomo (Melia azedarach), hortelã (Mentha sp.), mamona (Ricinus communis), manjericão (Ocimum basilicum), melão-de-São Caetano (Momordica charantia), falso-boldo (Plectranthus barbatus), confrei (Symphitum sp.), feijão-de-porco (Canavalia ensiformis), funcho (Foeniculum vulgare), girassol (Helianthus annus), guandu (Cajanus cajan), guiné (Petiveria alliacea), mentrasto (Ageratum conyzoides), mucuna-cinza (Mucuna pruriens) e nim (Azadirachta indica). Após 60 dias, foram avaliados o peso das raízes, o peso e a altura da parte aérea e o número de galhas e de ovos por sistema radicular. Os extratos de guiné, funcho e girassol reduziram em 61%, 40,4% e 35,6% o número de galhas, respectivamente. Nenhum tratamento promoveu redução significativa no número de ovos. 0087 Efeito dos extratos aquosos de várias espécies vegetais, aplicados ao solo, sobre Meloidogyne javanica. Gardiano, C.G.1; Ferraz, S.1; Lopes, E.A.1; Ferreira, P.A.1; Amora, D.X.1; Freitas, L.G.1. 1Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]. Effect of the plant aqueous extracts, added into the soil, on Meloidogyne javanica. O uso de extratos vegetais com propriedades nematicidas no controle de fitonematóides representa mais uma alternativa para os pequenos produtores. O efeito da adição ao solo dos extratos aquosos de 20 espécies de plantas foi avaliado para controle de Meloidogyne javanica. O solo foi infestado com 5000 ovos do nematóide e, em seguida, foram adicionados 20 mL de água ou dos extratos aquosos obtidos de folhas de artemísia (Chrysanthemum parthenium), bardana (Arctium lappa), capimcidreira (Cymbopogon citratus), carqueja (Bacharis trimera), cavalinha S 127 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia (Equisetum sp.), cinamomo (Melia azedarach), hortelã (Mentha sp.), mamona (Ricinus communis), manjericão (Ocimum basilicum), melãode-São Caetano (Momordica charantia), arruda (Ruta graveolens), falsoboldo (Plectranthus barbatus), confrei (Symphitum officinalis), erva-debicho (Polygonum acre), feijão-de-porco (Canavalia ensiformis), funcho (Foeniculum vulgare), guiné (Petiveria alliacea), mentrasto (Ageratum conyzoides), mucuna-cinza (Mucuna pruriens) e nim (Azadirachta indica). Após 60 dias, foram avaliadas a altura das plantas, o peso da parte aérea e das raízes e o número de galhas e de ovos por sistema radicular. Os extratos de hortelã, bardana e mamona reduziram o número de galhas em 76%, 66% e 54%, e o número de ovos em 82%, 76% e 57%, respectivamente. 0088 Método de obtenção de ascósporos de Microcyclus ulei, agente causal do Mal-das-Folhas da seringueira (Hevea brasiliensis), em condições controladas. Honorato Júnior1, J.; Mattos2, C.R.R.; Cardoso2, S.E. 1 Fazenda Sucupira. E-mail: [email protected]. 2Michelin. Method of obtaining of ascospores of Microcyclus ulei, causal agent of the South American Leaf Blight of Rubber (Hevea brasiliensis), in controlled conditions. A liberação de ascósporos de M. ulei em condições naturais ocorre quando folíolos maduros com estromas estão caídos no solo ou mesmo aderidos a copa das árvores, sendo necessária a presença de água de chuva ou orvalho (Gasparotto et al., 1997). No entanto, em condições controladas isso não acontece facilmente. Com o objetivo de elaborar uma metodologia que permitisse a liberação de ascósporos de estromas de M. ulei em condições controladas, realizou-se o seguinte experimento: Retiraram-se folhas com estromas do terceiro ao sexto lançamento foliar maduro, a partir do ápice, de plantas dos clones FX 3864 e RO 38, naturalmente infectadas. Partes dos folíolos com estromas foram cortadas, lavadas em água corrente e em hipoclorito de sódio a 5%, e enxaguadas com água destilada. Essas partes foram fixadas na parte interior de tampas de placas de petri, com os estromas voltados para baixo, em direção a lâminas de vidro contendo uma camada de ágar, dentro das placas. As placas foram colocadas em refrigerador a 5°C durante 1,5 horas, seguido por um choque térmico de 30°C ou 50°C durante 10 minutos, e logo após, contaram-se os ascósporos liberados. As maiores quantidades de ascósporos foram encontradas nos estromas de folíolos do sexto lançamento foliar, com idade aproximada de 270 dias, independente dos clones utilizados. 0089 Resposta diferencial das cultivares de aveia preta, branca e trigo à Pyricularia grisea da aveia e variabilidade genética entre os isolados. Nunes, M. P.1; Novaes, T. G.1; Lopes, L. P.1; Guarido, R. L.1; Navarro, J. R.1; Oliveira, J. C.1 & Mehta, Y. R.1; 1Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR. E-mail: [email protected]. Differential response of black and white oat and wheat cultivars to Pyricularia grisea of oat and genetic variability between the isolates. Em 2005 os autores verificaram pela primeira vez a ocorrência da brusone (Pyricularia grisea) em áreas comerciais e em campos demonstrativos de aveia preta de diferentes municípios do Paraná. O patógeno foi isolado de lesões foliares e sua patogenicidade foi confirmada. Com o objetivo de identificar fontes de resistência foram avaliados genótipos de aveia preta, aveia branca e trigo. As inoculações foram realizadas com uma mistura de seis isolados mais agressivos em casa de vegetação e a avaliação foi feita através de escala visual sobre a área foliar infectada. O delineamento experimental foi blocos ao acaso com seis repetições. Todas as 16 cultivares de aveia branca foram resistentes, enquanto que nenhuma das 16 cultivares de aveia preta se comportou como resistente. Das 32 cultivares de trigo analisadas, 18 foram suscetíveis, 11 moderadamente suscetíveis e apenas três cultivares apresentaram resistência. Os resultados demonstram a existência de genes de resistência a P. grisea apenas em aveia branca. A análise de agrupamento baseada em marcadores de RAPD, demonstrou que os isolados de aveia comparados a isolados de trigo, arroz e moha, podem ser divididos em três grupos distintos, o primeiro de arroz e moha, o segundo com o isolado de trigo e o terceiro com isolados de aveia. S 128 0090 Qualidade sanitária de sementes de mamona em função da colheita e armazenagem. Fanan1*, S.; Medina1,2, P.F.; Camargo1,3, M.B.P; Ito1,4**, M.F.; Dudienas1,4, C.; Galbieri1, R; 1Instituto Agronômico de Campinas; 2 Jardim Botânico; 3Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Ecofisiologia e Biofísica; 4Centro de Fitossanidade. *Bolsista mestrado FAPESP. E-mail: [email protected]. **Bolsista CNPq. Sanitary quality of castor seeds in function of harvest and storage. O florescimento da mamoneira é simpodial, ou seja, o aparecimento da inflorescência dá-se seqüencialmente, acarretando em colheita parcelada dos racemos à medida que vão amadurecendo. No caso da colheita única, podem ocorrer perdas de qualidade das sementes em função de sua permanência no campo, após a maturidade fisiológica ter sido atingida. Fungos patogênicos transmitidos por sementes podem comprometer a qualidade das sementes colhidas e armazenadas. Com base nesse propósito, este trabalho teve como objetivo avaliar se as épocas de colheita e períodos de armazenagem interferem na qualidade sanitária das sementes de mamona, cultivar IAC-2028. Constatou-se a incidência dos seguintes gêneros de fungos: Acrostalagmus, Alternaria, Arthrobotrys, Aspergillus, Cladosporium, Epicoccum, Fusarium, Gonatobotrys, Helminthosporium, Nigrospora, Penicillium, Periconia, Phoma, Rhizopus e Verticillium. Dentre esses, os fungos Alternaria spp. e Fusarium spp., patogênicos à cultura da mamona, e o de armazenamento, Penicillium spp., foram detectados em todos os tratamentos, mas houve variação na porcentagem de sementes infectadas, em função das diferentes condições ambientais a que as sementes foram expostas no campo e no armazenamento. 0091 Reação de genótipos de algodoeiro à incidência de mancha de Ramularia. Cia1, E.; Galbieri2, R.; Luders1, R.R.; Fuzatto1, M.G.; Oliveira3, A.B.; Michelotto4, M.D. 1Instituto Agronômico-IAC, caixa postal 28, Campinas-SP. 2Instituto Mato-grossense do Algodão-IMA. 3 gência Rural de Goiás. 4DDD Pindorama APTA. E-mail: ragalbieri@ yahoo.com.br. Reaction of cotton genotypes to Ramularia leaf spot. A mancha de Ramularia, atualmente, constitui uma das principais doenças da cultura do algodoeiro. O método mais eficaz para seu controle é a utilização de cultivares resistentes. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar, em condições de campo, a resistência a essa doença, de diferentes genótipos de algodoeiro. Foram instalados, no ano agrícola de 2006/07, três experimentos (Pindorama-SP, Mococa-SP e Palmeiras-GO) com 18 genótipos de algodoeiro, delineados em blocos ao acaso com cinco repetições. A parcela experimental foi constituída por uma linha de cinco metros de comprimento. Para avaliação da doença foram dadas notas de 1 a 5, crescentes com a intensidade dos sintomas. Essas notas foram transformadas em √x para efetuar a análise de variância conjunta dos três experimentos, realizando-se o teste de agrupamento das médias pelo método de Scott e Knott, a 5 % de significância. Os resultados demonstraram diversidade genética para a resposta dos genótipos à incidência do patógeno, com a formação de dois grupos de materiais com amplitude nas notas de 1,79 a 3,96. No menos atacado enquadraram-se os genótipos FIBERMAX 966, IAC 03-2281, CNPA CO 02-9278, IAC 24, FMT 702, IAPAR 01-36, LD CV-2, EPAMIG 99-364, FMT 701, IAPAR 02-307 e FMT 501. No mais afetado ficaram FIBERMAX 993, DELTAOPAL, CNPA GO 2043, LD FREGO, STONEVILLE 8M, CNPA BA 2033 e COODETEC02-621. 0092 Comparação entre nematicida e cultivares no controle de nematóides em algodoeiro. Galbieri1, R.; Machado2, A.C.Z.; Cia3, E.; Lüders3, R.R.; Carvalho3, L.H.; Motta2, L.C.C. 1Instituto Mato-grossense do Algodão - IMA, 2Instituto Biológico/ Campinas-SP. 3Instituto Agronômico de Campinas-SP. E-mail: [email protected]. Comparison between nematicide and cultivars on the control of phytonematodes on cotton. No ano agrícola de 2005/06 foram amostradas parcelas experimentais de algodoeiro no município de Leme-SP, para estudos de densidade populacional de Rotylenchulus reniformis e Pratylenchus brachyurus, Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia utilizando o nematicida carbofuran e três cultivares (Fibermax 966, Delta Opal e IAC 24). As coletas foram realizadas aos 30, 63, 135 e 157 (colheita) dias após a semeadura. O delineamento estatístico foi o de parcelas subdivididas (4 linhas x 5 m), com quatro repetições, sendo 3 cultivares, com e sem carbofuran, totalizando 24 parcelas. As amostras foram compostas de 4 subamostras de solo coletadas à profundidade de 0,0-0,20 m, na rizosfera do algodoeiro, e raízes, embaladas em sacos plásticos, armazenadas em caixas de isopor e levadas ao Laboratório de Nematologia, Esalq/USP, onde foi realizada a extração e quantificação dos nematóides em cada parcela. Os resultados obtidos mostraram que o uso de nematicida causou uma redução média das populações dos nematóides analisados de 27% e que essa redução foi suficiente para aumentar as produções médias de algodão em cerca de 85%, independentemente da cultivar utilizada. 0093 Avaliação da eficiência de fungicidas para o controle da ferrugem asiática da soja, em Pato Branco, PR. Santos, I. dos.; Malagi, G.; Lucini, M; Rodrigues, M.; Fiorese, J. F.; Cieslik, L.; Forner, C.; Talheimer, R.; Coordenação de Agronomia. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. E-mail: [email protected]. Evaluation of the efficiency of fungicides for the control of asian soybean rust, in Pato Branco, PR. No Brasil, a partir da safra 2000/2001 a ferrugem da soja vem causando danos à cultura, resultando em perdas de produtividade. Entre as alternativas existentes para evitar os danos ocasionados pela ferrugem, o controle químico é o mais eficiente e o mais utilizado. A eficiência dos fungicidas para o controle da ferrugem foi testada, na safra 2006/2007, utilizando-se produtos comerciais. O trabalho foi desenvolvido na área experimental da UTFPR-PB, em parcelas de 6 metros de comprimento por 2,25 metros de largura, com quatro repetições. Os fungicidas foram aplicados utilizando-se pulverizador costal com pressão de CO2, bico tipo leque e volume de calda de 200 l.ha-1 nos estádios R2 e R5.1. Foram realizadas avaliações de severidade da doença (estádios R5 e R6), desfolha, produtividade e peso de 100 grãos. A maioria dos tratamentos foi eficiente no controle da doença. O tratamento Domark + Priori + Nimbus destacou-se por apresentar a maior produtividade (3.779,31 kg.ha-1) e a maior eficiência no controle (6,63% de severidade) da doença. Nessa safra, as precipitações pluviométricas regulares condicionaram uma maior intensidade da ferrugem asiática da soja, comparando-se com as safras anteriores no sul do Brasil, o que resultou em menor eficiência dos fungicidas no controle da doença. 0094 Reação de genótipos de soja transgênica e convencional à mancha parda. Guimarães, L.S., Blum, L.E.B., Gilioli, J.L. (UnB, Fitopatologia, 70910-900, Brasília, DF). E-mail: [email protected]. Reaction of common and transgenic soybean genotypes to Brown spot. Um dos problemas fitossanitários na cultura da soja é a mancha parda (Septoria glycines). Em condições de campo pode causar perdas de 8 a 15% a partir de infecção natural. Este trabalho teve como objetivo avaliar a reação de genótipos de soja transgênica e convencional sob infecção natural quanto à severidade à mancha parda. Os experimentos (2) foram realizados na Fazenda Genética Tropical (GT) em Cristalina, GO, em delineamento em blocos ao acaso com 16 genótipos e 3 repetições. Como padrão em cada experimento foram plantados as cultivares Msoy8585 e Msoy 8787 (Moderadamente resistente a DFC), ambas transgênicas. Foram feitas duas aplicações de fungicidas (piraclostrobina + epoxiconazol e tetraconazol – 1° e 2° aplicação respectivamente). A avaliação da severidade foi feita baseado em uma escala de notas (Chester,1950) variando: 0 (parcela com plantas sem sintomas), 1(infecção fraca /0-3%), 2(infecção leve/ 3,1-12%), 3(infecção moderada/ 12,1-25%), 4(infecção pesada/ 25,1-75) e 5(infecção muito pesada/ >75%). Realizaram-se quatro avaliações e para comparação da quantidade média de doença aplicou-se o teste de Scott-Knott. Em ambos os experimentos houve uma separação em dois grupos, porém tanto genótipos transgênicos como convencionais estavam presentes nestes grupos. Os genótipos GT04-8149, GT04-8212 (convencionais) e GT04-8091 (transgênica) apresentaram menor quantidade de doença e maior produtividade. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 0095 Aplicação pré-colheita de fungicidas reduz a incidência da seca das vagens em soja. Guimarães, L.S., Blum, L.E.B., Gilioli, J.L. (UnB, Fitopatologia, 70910-900, Brasília, DF). E-mail: [email protected]. br. Application pré - harvest of fungicides reduces the incidence from Pod and stem blight in soybean. A seca da vagem e da haste tem como agente causal o fungo Phomopsis sojae (Diaporthe phaseolorum var. sojae.) É uma das doenças mais tradicionais da soja e anualmente junto com antracnose é responsável pelo descarte de grande número de lotes de sementes O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de fungicidas aplicados na pré-colheita sobre a seca das vagens. O experimento foi realizado na Fazenda Genética Tropical (GT) em Cristalina, GO. Para a avaliação da porcentagem de vagem seca coletaram-se 10 plantas/parcela e calculou-se a porcentagem através da fórmula: %VS= (número total de vagem seca /número total de vagem na planta)*100. O experimento foi delineado em blocos ao acaso com 8 blocos e 16 genótipos/bloco. A cada 2 blocos aplicou-se um diferente tratamento, total de 4 tratamentos {[Tetraconazol (0,35 l/ha) + tiofanato metílico (0,4 l/ha)]; [(Citocinina + ácido giberélico + ácido indolbutírico) (0,1 l/ha) + Tetraconazol (0,35 l/ha) + tiofanato metílico (0,4 l/ha)]; [Tetraconazol (0,5 l/ ha)] e [Testemunha sem fungicida]}. A média das avaliações foi comparada pelo teste de Scott-Knot, a 5% de probabilidade. Após a análise, pode-se observar que todos os tratamentos com fungicidas reduziram a incidência da doença em relação à testemunha. Entre os tratamentos, o que mais reduziu a %VS foi o tratamento com {[Citocinina + ácido giberélico + ácido indolbutírico] (0,1 l/ha) + Tetraconazol (0,35 l/ha) + tiofanato metílico (0,4 l/ha)}. 0096 Uredinales do Parque Ecológico Gunma, Município de Sta. Bárbara, Pará, Brasil. Fecury, M.1* ; Sotão, H. M. P.1; França, I. F.1; Martins, A.1. *PIBIC, 1Museu Paraense Emílio Goeldi. Email: [email protected]. Uredinales from Gunma Ecological Park, Santa. Bárbara, Pará, Brazil. Os fungos da ordem Uredinales, conhecidos como Ferrugem, são parasitas obrigatórios, pleomórficos e altamente específicos quanto a seus hospedeiros. O objetivo deste trabalho foi realizar coletas e identificar os espécimes de ferrugem procedentes do Parque Ecológico Gunma. Foram realizadas 10 coletas no período de 06/05 a 02/06. O material coletado foi prensado e seco em estufa (ca. 50ºC – 60ºC). A identificação foi baseada nos hospedeiros, análises morfológicas das microestruturas, literatura especializada e comparações com espécimes depositados no herbário MG. Para as observações microscópicas foram preparadas lâminas semipermanentes de soros e esporos, montadas em solução de lactofenol e aquecidas. Foram examinados 53 espécimes, identificados em 19 espécies de Uredinales, classificados em 7 gêneros teleomorfos (Cerotelium, Chaconia, Coleosporium, Porotenus, Puccinia, Uromyces e Sphenospora) e 2 gêneros anamorfos (Aecidium e Uredo). Os espécimes estudados estavam parasitando 20 gêneros, representantes de 16 famílias de plantas hospedeiras. As espécies Puccinia arechavaletae Spegazzini e Chaconia sp. foram as melhores representadas com seis espécimes identificados. Neste trabalho, a espécie Uredo philodendri Pardo-Cardona representa a primeira ocorrência para o Brasil e P. arechavaletae a primeira citação para o gênero de hospedeiro Allophylus sp. 0097 Caracterização molecular parcial do gene da proteína capsidial do Grapevine fanleaf virus. Radaelli1, P.; Fajardo1, T.V.M.; Eiras2, M.; Kuhn1, G.B.; Pio-Ribeiro3, G.; Nickel1, O. 1Embrapa Uva e Vinho, C.P. 130, 95700-000, Bento Gonçalves, RS. 2CPDSV, Instituto Biológico, São Paulo. 3 UFRPE, Recife, PE. E-mail:[email protected]. Partial molecular characterization of the GFLV coat protein gene. A degenerescência da videira é causada pelo Grapevine fanleaf virus (GFLV), pertencente ao gênero Nepovirus (Comoviridae), e constitui-se em importante virose da viticultura mundial. O objetivo deste trabalho foi avançar na caracterização molecular de um isolado de GFLV do Rio Grande do Sul. Primeiramente, o isolado viral foi transmitido mecanicamente da cv. Prosecco para Chenopodium quinoa. O RNA total foi extraído de folhas utilizando-se um kit comercial. Para a síntese do cDNA foi utilizado S 129 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia o oligonucleotídeo C1 (Rowhani et al. Phytopathol. 83:749. 1993) e, na PCR, foram empregados os oligonucleotídeos virais 5’-CP (Brandt et al. Arch. Virol. 140:157. 1995) e EV00N3 (Vigne et al. Transg. Res. 13:165. 2004), resultando na amplificação de fragmentos de DNA com 549 e 504 pb, respectivamente. Os dois fragmentos amplificados foram clonados, seqüenciados e comparados com outras seqüências do banco de dados. O alinhamento dos dois fragmentos resultou em uma seqüência de 505 pb (168 aa) correspondente ao terminal 5´ do gene da proteína capsidial do GFLV (nt 2048-2552, no acesso X16907, CP completa = 1515 bp). As identidades verificadas entre o isolado local de GFLV e outros isolados deste vírus variaram de 88-91%, para nucleotídeos, e de 94-97% para aminoácidos deduzidos. Estão em andamento atividades para a obtenção da seqüência completa deste gene. 0098 Detecção e caracterização molecular do gene da proteína capsidial do Rupestris stem pitting-associated virus. Radaelli1, P.; Fajardo1, T.V.M.; Eiras2, M.; Kuhn1, G.B.; Pio-Ribeiro3, G.; Nickel1, O. 1Embrapa Uva e Vinho, C.P. 130, 95700-000, Bento Gonçalves, RS. 2CPDSV, Instituto Biológico, São Paulo. 3UFRPE, Recife, PE. E-mail:[email protected]. br. Detection and molecular characterization of RSPaV coat protein gene. Rupestris stem pitting-associated virus (RSPaV) pertence ao gênero Foveavirus (Flexiviridae). O vírus afeta o desenvolvimento de videiras causando caneluras que são observadas na superfície do lenho, prejudicando a formação dos vasos condutores de seiva. Os objetivos deste trabalho foram detectar este vírus em videiras provenientes de termoterapia/ cultura de tecidos, de quarentena e em 4 plantas com reação positiva em indexação biológica, bem como caracterizar molecularmente o gene da proteína capsidial (CP). O RNA total foi extraído dos ramos pelo método de adsorção em sílica. Na RT-PCR foram utilizados os oligonucleotídeos RSPaV-V1/C1, desenhados neste trabalho, com base no acesso NC_ 001948, para permitir a amplificação de todo o gene da CP do RSPaV, com 780 pb (nt 7771 ao 8550). Os fragmentos de DNA amplificados de dois isolados do RSPaV foram clonados, seqüenciados e comparados com outras seqüências do banco de dados. As maiores identidades verificadas entre os isolados de RSPaV sequenciados (EF636803, EF636804) e outros isolados deste vírus foram de 97-98%, para nucleotídeos, e de 98% para aminoácidos deduzidos (259 aa). Das 75 plantas avaliadas, somente 8 estavam infectadas: cv. 420A (termoterapia/cult tecido); cvs. Moscato de Hamburgo, Pinot Nero e Moscato Giallo (quarentena) e cv. Cabernet Franc (4 plantas). 0099 Microscopia eletrônica de varredura no estudo de ferrugens causadas por Puccinia spp. em plantas medicinais. Pereira1, R.B.; Lucas1, G.C.; Alves1, E.; Medice1, R.; 1Departamento de Fitopatologia – DFP, Universidade Federal de Lavras - UFLA. E-mail: [email protected]. Scanning electron microscopy in the study of rusts caused by Puccinia spp. in medicinal plants. O isopo santo (Artemisia vulgaris L.) e o ginsen-brasileiro (Pfaffia paniculata (Mart.) Kuntze) são plantas de importância medicinais, tradicionalmente cultivadas em todo o mundo. Tal importância tem incentivado pesquisas relacionadas às doenças destas espécies. Uma das doenças que atacam estas plantas são as ferrugens, causadas pelo gênero Puccinia. O objetivo do presente estudo foi conhecer as características dos patógenos, por meio do uso da microscopia eletrônica de varredura (MEV). Amostras sintomáticas de folhas foram pré-fixadas em Karnovsky, e preparadas seguindo metodologia do Laboratório de Microscopia e Análise Ultra-estrutural da UFLA. Através das imagens foi possível observar a fase ecial de P. pfaffiae em ginsen-brasileiro, e a fase uredinial de P. tanaceti em isopo santo. Em ginsen-brasileiro, foi observado o rompimento da epiderme, formação dos écios alongados, acompanhando o sentido das nervuras das folhas, medindo em torno de 300 x 200µm, com grande número de eciósporos unicelulares, medindo em torno de 18 x 20µm e, numerosas paráfises. Em isopo santo, ocorreu o rompimento da epiderme, com formação dos soros urediniais, de formato alongado a circular, medindo em torno de 30-60 x 30µm, onde são formados urediniósporos unicelulares, globosos e equinulados, medindo 28 x 15µm. S 130 0100 Avaliação de cultivares de feijão e feijão-vagem quanto a resistência ao Meloidogyne incognita Raça 1. Lucas1, G.C.; Pereira1, R.B.; Ferreira2, S.; Santos2, D.C.; Gomes2, L.A.A.; 1Departamento de Fitopatologia – DFP, 2 Departamento de Agricultura – DAG, Universidade Federal de Lavras UFLA. E-mail: [email protected]. Evaluation of bean and snap bean cultivars as the resistance to Meloidogyne incognita Race 1. O feijão-vagem (Phaseolus vulgaris L.) freqüentemente cultivado após o tomateiro, é hospedeiro do nematóide Meloidogyne incognita Raça 1. Cultivos sucessivos com ambas proporcionam o rápido aumento da densidade populacional do nematóide, resultando no declínio prematuro destas. Sendo assim o objetivo do trabalho foi avaliar cultivares de feijão e feijão-vagem quanto à resistência ao nematóide das galhas M. incognita Raça 1. Foram utilizados cultivares de feijão (Aporé, Talismã e Ouro Negro), de feijão-vagem (Macarrão Atibaia, Conquista Rasteiro, Macarrão Rasteiro, Macarrão Trepador, Macarrão Amarelo, Macarrão Favorito e Macarrão Preferido) e, para verificar a eficiência do inóculo foi utilizada uma cultivar de tomate Santa Clara. Aos quinze dias após a semeadura, foi feita a infestação com M. incognita Raça 1 na proporção de 10.000 ovos por vaso. Após 45 dias, avaliou-se em cada planta, o número de galhas (NG) e o número de massa de ovos (NMO) no sistema radicular. Houve diferença significativa entre as cultivares, no NG e NMO. As cultivares Ouro Negro, Aporé, M. Favorito, M. Atibaia, não diferiram entre si, apresentando-se mais resistentes à formação de galhas e massa de ovos nas raízes. No entanto, a cultivar Ouro Negro destacou-se das demais por apresentar o menor NG, e juntamente com o M. Favorito por apresentar menor NMO. 0101 Avaliação da eficiência de diferentes formulações e doses do fungicida tebuconazole no controle de doenças do trigo. Trojan1*, D.G.; Venancio1, W.S.; Van Santen2, M.L.; 1*Mestranda em Agricultura, UEPG. E-mail: [email protected]. 1Professor adjunto, UEPG. 2 Cheminova. Evaluation of efficacy of different formulations and dose of the fungicide tebuconazol in the control of diseases on the wheat. Visando avaliar a eficiência de diferentes formulações de tebuconazole no controle de doenças do trigo foi implantado um experimento, safra de inverno de 2006, localizada na Rodovia PR-140, km 5. O delineamento utilizado foi em blocos ao acaso, com sete tratamentos e quatro repetições, cultivar OR-1. Os fungicidas foram aplicados em duas épocas, a primeira na elongação e outra, 20 dias após. Os tratamentos foram: 1- Testemunha; 2- Tebuconazole 200 EC (0,5 L/ha); 3- Tebuconazole 200 EC (0,6 L/ ha); 4- Tebuconazole 430 SC (0,2 L/ha); 5- Tebuconazole 430 SC (0,25 L/ha); 6- Tebuconazole 430 SC (0,3 L/ha) e 7- Folicur 200 CE (0,6 L/ha). De acordo com os resultados obtidos, concluiu-se que foram observadas diferenças estatísticas entre as diferentes doses e formulações de tebuconazole, para verificar o controle da ferrugem da folha e da mancha amarela quando se compararam as severidades das doenças. As formulações de tebuconazole 200 CE e 200 EC, que se mostraram mais eficientes quando se comparou a AACPD tanto para ferrugem quanto para mancha, com 80% de controle. Para os dados de rendimento, todos os tratamentos com fungicidas diferiram da testemunha, sendo os tratamentos com Tebuconazole 200 EC e Tebuconazole 430 SC aqueles que apresentaram os maiores índices de produção. Não foram observados efeitos fitotóxicos na cultura do trigo. 0102 Efeito in vitro de produtos naturais na germinação de urediniósporos de Phakopsora pachyrhizi, agente causal da ferrugem asiática da soja. Mesquini, R.M1*; Schwan-Estrada, K.R.F1; Nascimento, J.F1; Bonaldo, S.M2; Balbi-Peña, M.I1. 1Universidade Estadual de Maringá, Dpto de Agronomia; 2Faculdade Integrado de Campo Mourão.*Graduação em Agronomia. Email: [email protected]. In vitro effect of natural products on the germination of Phakopsora pachyrhizi urediniospores, causal agent of asian soybean rust. A ferrugem asiática da soja tem sido considerada uma das mais importantes doenças dessa cultura pelo seu alto poder destrutivo. O controle é feito pelo uso de fungicidas, entretanto torna-se necessário o desenvolvimento Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia de métodos alternativos. Com o objetivo de avaliar o efeito de produtos naturais sobre a germinação de urediniósporos, foram utilizados: extrato bruto de Eucalyptus citriodora (1%, 5% e 20 %), biomassa cítrica - Ecolife® (100, 1000 e 5000 ppm), grãos de kefir (20%), autoclavado 60 minutos seqüencialmente, e não autoclavado. Água destilada esterilizada foi utilizada como controle. O teste de germinação in vitro foi feito em placas de Elisa, sendo depositados 10 μL da suspensão de 1x105 urediniósporos/mL com 50 μL de cada um dos tratamentos. Após 4 horas de incubação no escuro a 25ºC, procedeu-se à interrupção do processo germinativo utilizando-se lactofenol. Determinou-se o número médio de urediniósporos germinados e não germinados ao microscópio ótico. Foram considerados germinados os urediniósporos que apresentavam tubo germinativo no início da emissão. Todos os produtos utilizados foram eficientes na inibição da germinação de urediniósporos em relação ao controle, com 85 a 98 % de inibição. 0103 Indução de fitoalexinas em soja e sorgo por lactobacilos autoclavado sequencialmente. Mesquini,R.M1; Schwan-Estrada,KR.F1; Curti,M1; Colella,J. C.T1; Bonaldo,S.M2. 1Depto Agronomia, Universidade Estadual de Maringá.2Faculdade Integrado de Campo Mourão. Email: [email protected]. Induction of phytoalexins in soybean and sorghum by sequentially autoclaved lactobacillus. O interesse por métodos alternativos de controle de doenças englobando os biológicos, orgânicos ou naturais é crescente. O leite fermentado Yakult® é um alimento a base de leite desnatado, fermentado por lactobacilos selecionados. Além de ser utilizado na alimentação humana, atualmente vem aparecendo na área agronômica como um fungicida preventivo. Para verificar o potencial deste composto na indução de fitoalexinas, mesocótilos de sorgo e cotilédones de soja, foram tratados com Yakult® (20%) autoclavado a 10, 20, 30, 40, 50 e 60 min. sequencialmente. Yakult® sem autoclavar foi utilizado como padrão e água destilada esterilizada como controle. Para a produção de deoxiantocianidinas, os mesocótilos foram submersos em 1mL dos tratamentos e incubados por 60h, a 25ºC e luz constante. Após esse período, os mesocótilos foram cortados, pesados e mantidos em metanol por 96h para extração dos pigmentos formados. A absorbância foi medida a 480nm. Para a indução de gliceolina, cotilédones de soja receberam 75µL de cada amostra dos tratamentos e foram incubados por 20h no escuro a 25ºC. Após esse período, foram mantidos em água destilada por 1h para extração da fitoalexina. A absorbância foi determinada a 285nm. Todos os tempos testados induziram o acúmulo de fitoalexinas, sendo que Yakult® sem autoclavar apresentou a maior indução em soja e sorgo. 0104 Resistance induction to Meloidogyne incognita in sugarcane through mineral organic fertilizers. Chaves1, A.; Pedrosa2, E.M.R.; Pimentel3; R.M.M.; Coelho4, R.S.B.; Guimarães2, L.M.P. ; Maranhão2, S.R.V.L. 1Universidade Federal Rural de Pernambuco. E-mail: [email protected]. Indução de resistência em cana-de-açúcar a Meloidogyne incognita através de fertilizantes organominerais. This study was undertaken to investigate under greenhouse the effects of three mineral organic complexes (Coda Radimax, Coda Humus PK and Coda Vit) on the induction of resistance to Meloidogyne incognita in three sugarcane (Saccharum spp.) varieties (RB92579, RB863129, RB867515) through nematode reproduction, plant development and root anatomy analysis, emphasizing the differences of the lignin deposition, and cortex and vascular cylinder proportions. Evaluations took place 90 days after inoculation with 5000 eggs of M. incognita per plant. The three variets were susceptible at M. incognita. Comparing to the untreated control, Coda Radimax significantly decreased final number of eggs per root system in all sugarcane varieties. Coda Humus-PK and Coda Vit were efficient in reducing eggs density in RB867515 but not in RB863129. Coda Radimax significantly increased stalk number in RB92579 and fresh weight of shoots in RB863129 and RB92579. Coda Humus-PK significantly increased plant height in RB92579 and fresh weight of shoots in RB92579 and RB867515 while Based on viewing cross-sections of the roots for each species under a microscope, no significant anatomical changes were observed in the M. incognita inoculated tissues examined using bright field microscopy, compared to corresponding tissues in healthy plants. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 0105 Efeito de extratos vegetais no crescimento e esporulação de Corynespora cassiicola “in vitro”. Silva1, A.M.; Bentes1, J.L.S.; Bezerra1, E.J.S.; Coelho Neto2, R.A. 1Faculdade de Ciências Agrárias–UFAM. 2Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia- INPA. [email protected]. Effect of plant extracts on the growth and spore production of Corynespora cassiicola “in vitro”. A mancha alvo em pepino (Cucumis sativus) vem causando grandes perdas na produtividade no município de Iranduba -AM. Assim, este estudo objetivou avaliar o efeito in vitro de extratos de nim, pimenta-longa e urtiga, no crescimento micelial e esporulação de C. cassiicola.O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso com 4 tratamento e 10 repetições. O fungo foi isolado a partir de folhas de pepino com sintomas da doença. Os extratos foram preparados com 10 g de folhas secas e trituradas de cada espécie em 500 mL de água destilada deixados em repouso por 48 horas e filtrados em gaze, em seguida, adicionados em 500 mL de BDA e autoclavados. Em placas de Petri contendo os diferentes extratos foi depositado um disco de meio de cultura de 5 mm de diâmetro contendo o micélio do patógeno e incubadas à 27ºC. Foi avaliado o crescimento radial da colônia com uma régua milimetrada até que um dos tratamentos atingisse a borda da placa. A produção de esporos foi avaliada pela contagem de esporos em cada tratamento em hemacitômetro. Os extratos de pimenta longa e nim foram os mais eficientes na redução do crescimento micelial do patógeno, diferindo dos demais tratamentos (Tukey 5%), indicando que estes podem ser promissores como método de controle alternativo de C. cassiicola. Quanto à produção de esporos não houve diferença significativa entre os tratamentos e a testemunha (Tukey 5%). 0106 Efeito in vitro de extratos vegetais no crescimento micelial de Sclerotium rolfisii. Bezerra1, E.J.S.; Bentes1, J.L.S.; Silva1, A.M.; Coelho Neto2, R.A. 1 Faculdade de Ciências Agrárias – Universidade Federal do Amazonas. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. Email:[email protected]. Effect in vitro of plant extracts on the micelial grouwth of Sclerotium rolfsii. Na Região Amazônica a murcha de esclerócio em Capsicum annuum, é uma doença que tem causado grandes danos à cultura em cultivo protegido. Tendo em vista a propriedade inibitória de extratos vegetais sobre o desenvolvimento de fungos e a importância do S. rolfsii na região, o presente trabalho objetivou avaliar o efeito in vitro do extrato bruto aquoso de nim (Azadirachta indica), pimenta-longa (Piper anduncum) e urtiga (Urtiga dióica) no crescimento micelial de Sclerotium rolfsii. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 4 tratamentos e 10 repetições. Os extratos foram preparados com 10 g de folhas secas e trituradas de cada espécie em 500 mL de água destilada e deixados em repouso. Após 48 horas foram filtrados em gaze e cada extrato misturados em 500 mL de BDA e autoclavados. Os meios com os extratos foram vertidos em Placa de Petri (9 cm de diâmetro) e após a solidificação, foi transferido um escleródio do fungo para o centro de cada placa, vedadas e deixadas em temperatura ambiente. A avaliação foi feita em dias alternados, medindo-se o diâmetro das colônias com uma régua milimetrada até que um dos tratamentos atingisse a borda da placa. O extrato de urtiga reduziu significativamente crescimento micelial do fungo (Tukey 5%) diferenciando-se dos demais tratamentos, sugerindo que este extrato poderá ser uma alternativa no controle da murcha de escleródio. 0107 Efeito do momento e número de aplicações de fungicidas no controle da ferrugem asiática da soja no Paraná. Tessmann, D.J.1; Moreira, E. M.2; Medeiros, C.A.2; Passos, G.P.2; Vida, J.B.1; Tokomoto, G.T.1; Vieira, R.A.1; Vedana, R.1; Souza, J.F.P.1;1Universidade Estadual de Maringá, Depto. Agronomia, CEP 87020-900, Maringá, PR; 2BASF S.A., Av. Brigadeiro Faria Lima, 3600; 8º. andar, CEP 04538-132, São Paulo, SP. Effect of timing and number of applications of fungicides for controlling asian soybean rust in Parana State, Brazil O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito do momento e do número de aplicações de fungicidas no controle da ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) nas condições de produção da região central do Paraná, na safra 2006-07. O ensaio foi conduzido no município de Luiziana, PR, com a cultivar Embrapa-48, com plantio em 05/11/2006. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com seis tratamentos e quatro repetições. Os seguintes S 131 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia tratamentos foram avaliados: I-testemunha; II-duas aplicações: R3 (primeiros sintomas - 2% inc) e R5.3; III-três aplicações: R2 (preventivo), R5.2 e R5.5; IV-duas aplicações: R2 (preventivo) e R5.2; V-uma aplicação em R3; e VI-duas aplicações: R3 e R5.2. Na primeira e segunda aplicação foi utilizado o fungicida pyraclostrobin+epoxyconazole (Opera®), na dose de 66,5+25 g.i.a/ha (0,5 L/ha p.c.), e na terceira aplicação foi empregado metconazole (Caramba®), na dose de 54 g.i.a./ha (0,6 L/ha p.c.). O tratamento III proporcionou o melhor nível de controle da doença, diferindo significativamente dos demais tratamentos em relação à produtividade. A diferença de produtividade entre o tratamento com maior rendimento (trat. III – 3736 kg/ha – 62,3 sc/ha) e a testemunha (2157 kg/ha = 36,0 sc/ha) e foi de 73%, correspondendo a 26,3 sc/ha). 0108 Adição de uréia e calcário ao solo reduz a incidência de podridão-do-pé (Phytophthora palmivora) em mamoeiro (Carica papaya). Dianese, A. C.; Blum, L. E. B.; Dutra, J. B.; Lopes, L. F.; Sena, M. C.; Freitas, L. F.; Yamanishi, O. K. Embrapa Cerrados/UnB, 73301-970, Planaltina, DF; [email protected]. Adding urea and limestone to the soil reduces foot rot incidence on papaya. A podridão das raízes e dos frutos do mamoeiro, causada por Phytophthora palmivora, é considerada uma de suas principais doenças. O controle da doença é de extrema importância para reduzir perdas e, conseqüentemente, aumentar a produtividade dos plantios. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito que diferentes doses de nitrogênio e calcário adicionadas ao solo tiveram sobre a incidência de P. palmivora em três plantios sucessivos de mudas de mamão. Os testes foram conduzidos em vasos contendo solo naturalmente infestado por P. palmivora, em câmara de crescimento na Estação Experimental de Biologia da Universidade de Brasília. Foram utilizados sete tratamentos: três diferentes doses de nitrogênio e três de calcário. Os tratamentos com 0,25 e 0,51g de nitrogênio com 10,10g de calcário/kg de solo reduziram significativamente a incidência da podridão do pé em relação ao controle (sem adição de nitrogênio ou calcário). 0109 Uso de Trichoderma para o controle da podridão do mamoeiro causada por Phytophthora palmivora. Dianese, A. C.; Blum, L. E. B.; Dutra, J. B.; Lopes, L. F.; Sena, M. C.; Freitas, L. F.; Mello, S. C. – Embrapa Cerrados/UnB, 73301-970, Planaltina, DF; [email protected]. Using Trichoderma for foot rot control on papaya. Trichoderma é um típico antagonista de fungos fitopatogênicos. Neste estudo avaliou-se em casa de vegetação, a atuação de isolados de Trichoderma no antagonismo a Phytophthora palmivora, causador da podridão do pé do mamoeiro. Os isolados cen144, cen203, cen219, cen162, cen266, cen254, cen262, cen151, cen234, cen235 e cen219, todos cedidos pela Embrapa Cenargen, destacaram-se in vitro e foram testados em experimentos em vasos contendo solo naturalmente infestado com P. palmivora. As avaliações foram feitas diariamente e se basearam no número de plantas mortas em cada tratamento (6 plantas/repetição; 4 repetições). No primeiro experimento os isolados cen162 (1,4 plantas mortas) e cen235 (1,1) foram os mais efetivos quando comparados ao controle (2,8). No segundo experimento somente esses dois isolados foram testados. Novamente cen162 (4,3) e cen235 (4,3) foram efetivos e diferenciaram-se significativamente do controle (6,0). Cen162, cen235 e cen144 não inibiram o desenvolvimento das mudas de mamão quando inoculados em solo estéril. 0110 Levantamento de Ditylenchus dipsaci em alho comercializado em diferentes regiões. Dias-Arieira, C.R.; Santos, L.L.; Obici, L.V.; Molina, S.C. UEM-Umuarama, Estrada da Paca, s/n, 87508-210, Umuarama, PR. Email: [email protected]. Survey of Ditylenchus dipsaci in garlic commercialized in different regions. Ditylenchus dipsaci é um importante parasita da cultura do alho (Allium sativum), sendo limitante da produção em diversas regiões. Em geral, sua disseminação ocorre através do plantio de alho-semente infectado. Considerando que no Brasil a produção de alho-semente fiscalizado é limitada, e que o plantio de bulbilhos usados para comercialização é S 132 comum, o presente trabalho teve como objetivo realizar o levantamento deste nematóide em alho comercial de diferentes regiões. Foram avaliadas amostras de alho produzido nos municípios paranaenses de Corbélia, Guarapuava, Ubiratã, Campo Mourão, Foz do Iguaçu, Assis Chatobriant e Umuarama, além de amostras de Caieiras/SP, Curitibano/SC e de alho produzido na Argentina e no Paraguai. Dez gramas de alho foram picados e colocados em 50 mL de água, sendo incubado a 27ºC. Após 24, 48 e 72 horas extraíram-se os nematóides, passando a solução por peneiras de 20 e 400 mesh. As amostras foram avaliadas usando-se câmara de Peters e microscópio óptico. Para cada amostra foram utilizadas três repetições. As três amostras de alho produzido na Argentina e comercializado em Pranchita/PR, Palotina/PR e na Argentina apresentaram números médios de nematóides iguais a 8, 18 e 37 espécimes/amostra, respectivamente. Alho produzido em Campo Mourão e Assis Chatobriant apresentaram números respectivos iguais a 15 e 8 nematóides. Nas demais amostras não foi detectada a presença de nematóides. 0111 Software para estimar áreas foliares e lesionadas. Sachs1, P.J.D.; Neves1, C.S.V.J.; Canteri1, M.J.; Meira2, G.R.N.; Sachs2, L.G. 1Dep. Agronomia - UEL. 2Dep. Biologia - FALM. E-mail: [email protected]. Software to estimate the leaf and injury area. Estimativas de área foliar e lesionada por injúrias são importantes em pesquisas, controle fitossanitário e aspectos comerciais em culturas agrícolas. O objetivo deste trabalho foi testar o software SFP, de distribuição gratuita, em análise de imagens digitais na quantificação de áreas foliares e lesionadas. Para determinação da área foliar foram utilizadas folhas de mangueira, morangueiro e jaqueira e para determinação de área lesionada foi utilizado o terço médio de folhas de milho com mancha de Phaeosphaeria. O software SFP foi comparado com o método gravimétrico para área foliar e com o software APS Assess para área foliar e lesionada. Para obtenção das imagens digitais as folhas foram escaneadas em 24bits com resolução óptica de 300 dpi em contraste com fundo branco ou preto. Para o método gravimétrico, as mesmas folhas foram fotocopiadas em papel com gramatura de 75g/m2, recortadas e “pesadas” em balança analítica. Os valores de r2, sem intercepto, ficaram compreendidos entre 0,986 a 0,999, indicando boa precisão. Os intervalos de confiança dos coeficientes angulares (β) foram de 0,992 a 1,010 (p<0,05), e o maior erro-padrão foi de 0,003. As Raízes Quadradas dos Erros Quadráticos Médios (RMSE) ficaram entre 0,64% a 1,80%. A distribuição dos erros foram aleatórias, indicando que não houve tendências e que o modelo linear de regressão foi adequado. Concluiuse que software SFP apresentou boa precisão e exatidão (acurácia) nas quantificações de áreas foliar e lesionada. 0112 Escala diagramática para mancha de Phaeosphaeria em milho. Sachs1, P.J.D.; Neves1, C.S.V.J.; Canteri1, M.J.; Meira2, G.R.N.; Sachs2, L.G. 1 Dep. Agronomia - UEL. 2Dep. Biologia - FALM. E-mail: [email protected]. Diagrammatic scale for Phaeosphaeria spot in maize. Escalas diagramáticas são importantes para padronizar as estimativas da severidade de doenças em plantas. O objetivo deste trabalho foi desenvolver e validar uma escala diagramática para avaliar a severidade da mancha foliar de Phaeosphaeria em milho. Folhas com diferentes níveis severidade foram coletadas para determinar os níveis mínimos e máximos de severidade. Os níveis intermediários foram obtidos de acordo com a “Lei do estímulo visual de Webber-Fechner”. A escala proposta apresentou os níveis de 1; 3; 6; 13; 25; 43; 63 e 79 % de severidade no terço médio de imagens de folhas. A validação da escala foi realizada com cinco avaliadores inexperientes e cinco experientes, que estimaram a severidade em 50 folhas, com e sem auxílio da escala. Análises de regressão foram utilizadas para avaliar a precisão, acurácia e a reprodutibilidade das estimativas. A avaliação da acurácia indicou que sem o uso da escala sete avaliadores apresentaram desvios sistemáticos nas estimativas, já, com escala, apenas dois. A precisão representada por r2 das regressões, foi de 0,86 a 0,95 para os inexperientes sem escala e 0,91 a 0,98 com escala. Os experientes apresentaram r2 de 0,91 a 0,95 sem escala e 0,94 e 0,98 com escala. A reprodutibilidade (avaliadores combinados aos pares) indicou que sem a escala o índice foi satisfatório Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia (r2≥0,90) para 53% dos casos, já com escala foram 87%. A escala melhorou a precisão, a acurácia e a reprodutibilidade das estimativas, independente da experiência do avaliador. 0113 Análise da diversidade genética entre heterocariontes de Colletotrichum spp. e seus isolados de origem. Hamada1, N.A.; Katsurayama2, Y.; Dantas3, A.C.M. 1Centro Universitário Católico do Sudoeste do Paraná; 2 Epagri – Est. Exp. de São Joaquim; 3Universidade Federal de Santa Catarina. E-mail: [email protected]. Analysis of genetic diversity among heterocarions of Colletotrichum spp. and their original isolates. A parasexualidade em fungos conidiais é considerada um dos mecanismos mais importantes para a geração de varibilidade genética entre estes. Isolados de Colletotrichum gloeosporioides e Colletotrichum acutatum, provenientes de folhas e frutos de macieira foram repicados em meio BDA contendo KClO3 e posteriormente repicados a meio mínimo (MM) para a obtenção dos heterocariontes. Foram obtidos 15 heterocariontes, que mantiveram as características culturais e morfológicas de seus isolados de origem, sendo estas, diâmetro e taxa de crescimento, sensibilidade à benomyl, coloração e características dos conídios (largura, comprimento, forma, relação L/C). A realização da análise da diversidade genética foi baseada em DNA através de 10 iniciadores RAPDs, os quais permitiram separar os heterocariontes em dois grupos, assim como os isolados que lhe deram origem. A similaridade dentro de cada grupo variou de 83 a 86,5% (C. acutatum), e 58 a 97% (C. gloeosporioides), e entre estes e seus isolados de origem variou entre 35 e 50%, respectivamente. Desta forma, constatou-se que a reprodução parassexual em Colletotrichum favoreceu o aparecimento de grande variabilidade genética entre indivíduos da mesma espécie. 0114 Análise da diversidade genética entre isolados de Colletotrichum gloeosporioides e Colletotrichum acutatum. Hamada1, N.A.; Katsurayama2, Y.; Dantas3, A.C.M. 1Centro Universitário Católico do Sudoeste do Paraná; 2Epagri – Est. Exp. de São Joaquim; 3Universidade Federal de Santa Catarina. E-mail: [email protected]. Analysis of genetic diversity among isolates of Colletotrichum gloeosporioides and Colletotrichum acutatum. Os métodos moleculares de identificação de fungos vêm sendo bastante utilizados nos últimos tempos, pois possibilitam uma avaliação mais precisa da variabilidade genética, em relação aos métodos morfológicos. Avaliouse a variabilidade de 39 isolados de Colletotrichum spp. relacionados com a Mancha da Gala e a Podridão Amarga, obtidos na região Sul do Brasil uitlizando-se 10 iniciadores RAPDs. Ao todo foram analisados 120 fragmentos polimórficos, de peso molecular variando entre 0,35 – 2,5 kb. Os iniciadores testados foram capazes de separar geneticamente os isolados, que previamente haviam sidos diferenciados cultural e morfologicamente. Isolados de C. gloeosporioides apresentaram divergência genética de 0 a 9% entre si, e de C. acutatum de 0 a 81,5%. As duas espécies apresentaram similaridade genética de apenas 18,5%. Observou-se uma estreita relação entre os isolados convergentes pela análise molecular e o local de origem destes, a exemplo dos isolados 17 a 21, provenientes do municio de Palmeira/ PR, que ficaram em um mesmo grupo, o que sugere a possibilidade da formação de populações distintas de acordo com cada região. 0115 Ação do óleo de nim, Bion e cobre sobre Pseudomonas syringae pv. tomato, agente causal da pinta bacteriana do tomateiro. Silva1, I. T. da; Lima1, H. E de; Oliveira1, J. R.; Fujinawa1, M. F.; Domiciano1, G. P; Pontes1, N. de C. 1Laboratório de Bacteriologia II - Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]. Effect of neem oil, Bion and copper on Pseudomonas syringae pv. tomato, causal agent of bacterial speck on tomato. Buscando encontrar um produto que possa ser integrado sustentavelmente ao manejo da pinta bacteriana do tomateiro conduziu-se, em casa-de-vegetação, um experimento onde os tratamentos constituíram-se por pulverizações Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 dos produtos com óleo de Bioneem® (20 e 10 mL/L), Bion® (0,05g/L), Oxicloreto de cobre (8g/L), aos 41o e 48o dias após a semeadura. Uma suspensão bacteriana de Pseudomonas syringae pv. tomato (OD540=0,15), em salina 0,85%, foi inoculada por atomização sob pressão, com auxílio de um aerógrafo, 48 h após a segunda pulverização. O delineamento adotado foi o DIC com cinco tratamentos e quatro repetições. Aos 15 dias após a inoculação três avaliações independentes foram realizadas, contando-se o número total de lesões nas três folhas definitivas superiores das plantas de tomateiro. Os dados foram submetidos à análise de variância e comparação das médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Todos os tratamentos diferiram estatisticamente da testemunha, ou seja, reduziram a incidência da pinta bacteriana do tomateiro. O óleo de Bioneem® porém, apresentouse fitotóxico nas concentrações utilizadas. 0116 Ação in vitro do Bioneem® e do Bion® sobre Clavibacter michiganensis subsp. michiganensis e Pseudomonas syringae pv. tomato. Lima1, H. E de; Domiciano1, G. P, Silva, I. T da; Oliveira1, J. R.; Fujinawa1, M. F; Piermann1, L. 1Laboratório de Bacteriologia II - Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]. In vitro effect of Bioneem® and Bion® on Clavibacter michiganensis subsp. michiganensis and Pseudomonas syringae pv. tomato. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do Bioneem® e do Bion®, em diferentes concentrações, sobre o desenvolvimento in vitro de Clavibacter michiganensis subsp. michiganensis (Cmm) e Pseudomonas syringae pv. tomato (Pst). O delineamento experimental foi o DIC, com 10 tratamentos (Bioneem® a 100, 40, 20, 10 e 5 mL/L; Bion® a 10, 4, 2 e 1,33 g/L e água) e cinco repetições. Com o auxílio de uma micropipeta, 100 µL de suspensão bacteriana, após 48h de crescimento em meio 523 líquido, foi adicionado a 100 mL de meio 523 sólido fundente, e este vertido em placas de Petri. Em seguida, discos de papel de filtro, estéreis, com 9 mm de diâmetro foram distribuídos eqüidistantes sobre o meio, recebendo alíquotas de 30 µl dos produtos, nas respectivas concentrações e água. Após permanecerem a 40C/12 h, as placas foram transferidas para incubadora a 280C/72 horas. Foram feitas medições dos halos de inibição do crescimento bacteriano, determinando-se o diâmetro médio dos mesmos. Este ensaio foi repetido três vezes. Houve redução significativa do crescimento de Cmm (Gram+) somente nos tratamentos de Bioneem®, nas concentrações de 100 e 40 mL/L. Para Pst (Gram-) nenhum efeito foi observado. Novos estudos serão conduzidos visando avaliar o potencial do Bioneem® no controle do cancro bacteriano do tomateiro. 0117 Eficiência do fungicida tebuco no controle da pinta preta (Diplocarpon rosae) em roseira. Souza¹, P.E.; Fernandes¹, L.H.M.; Miranda¹, J.C.; ¹Universidade Federal de Lavras. E-mail: [email protected]. Efficiency of tebuco fungicide in the control of black paints (Diplocarpon rosae) in rose. A cultura da Roseira enfrenta grandes problemas com doenças que causam perdas quantitativas e qualitativas onde a Pinta Preta (Diplocarpon rosae) se destaca. O trabalho teve por objetivo avaliar a eficiência do fungicida Tebuco no controle da Pinta Preta na roseira. O experimento foi conduzido sob telado na área do Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Lavras, disposto em 4 blocos com 7 tratamentos cada, totalizando 28 parcelas experimentais ao todo. Cada parcela foi constituída de 6 vasos de 3 litros, onde em cada vaso foi plantada uma rosa da cultivar Bianca. O delineamento foi Blocos ao Acaso. Para análise estatística utilizou-se o teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Os tratamentos utilizados foram: sulfato de cobre tribásico (300 g/100 l), sulfato de cobre tribásico (400 g/100 l), agrimicina (400 g/100 l), tebuconazole (Tebuco) (0,75 l/100 l), tebuconazole (0,75 l/100 l), mancozeb (200 g/100 l) e testemunha. Foram realizadas sete avaliações, determinando-se a porcentagem de área foliar lesionada (PAFL). O fungicida Tebuco, quando aplicado na concentração de 0,75 l/100 l, apresentou um comportamento eficiente no controle da doença quando comparado aos demais fungicidas padrões utilizados, com exceção ao produto tebuconazole, podendo então ser satisfatoriamente recomendado para o controle da Pinta Preta (Diplocarpon rosae) em roseiras. S 133 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia 0118 Virulência de isolados de Phytophthora infestans obtidos de tomateiro. 1 Miranda, Bruno E. C. de; 2Leonardo B. Castilho; 3Reis, A. 1UnB, Depto de Fitopatologia, Campus Universitário, 70790-900, Brasília, DF; 2 Universidade Católica de Brasília – UCB; 3Embrapa Hortaliças, CP 218, 70359-970, Brasília, DF; [email protected]. Virulence of Phytophthora infestans isolates from tomato. A virulência de 26 isolados de P. infestans foi determinada utilizando-se folíolos de plantas do gênero Lycopersicon. Foram utilizadas plantas dos acessos de L. esculentum CNPH-1538 (cv. ‘New Yorker’) e CNPH-1523 ( cv‘Moboline’) mais o acesso de L. pinpinellifolium CNPH-1124, que possuem os genes de resistência a P. infestans, Ph1, Ph2 e Ph3, respectivamente. Como testemunha foi utilizada a cultivar ‘IPA-5’. Foram feitas inoculações nos folíolos com 30 μl de uma suspensão, contendo 2 x 104 esporângios/mL, na face abaxial. Após a inoculação, as câmaras úmidas (em gerbox) foram mantidas em incubadora BOD a 18±2oC e fotoperíodo de 16h por uma semana. Após este período, os folíolos foram observados sob microscópio estereoscópico para presença ou ausência de esporulação abundante de P. infestans. Verificou-se que quase todos os isolados (93%) apresentavam genes de virulência compatível com o gene Ph1, a maioria deles (79%) com gene Ph2. Somente 23% dos isolados superaram o gene de resistência Ph3. A maioria das raças do patógeno possuía pelo menos dois genes de virulência, sendo a combinação dos genes 1 e 2 a mais comum. Apenas uma raça 0 e uma com os 3 genes de virulência foi encontrada. A presença de raças virulentas aos três genes de resistência do tomate nos campos de cultivo pode tornar inviável o uso de variedades com genes maiores de resistência a requeima no Brasil. 0119 Determinação da resistência ao mefenoxan de isolados de Phytophthora infestans obtidos de tomateiro. 1Miranda, Bruno E. C. de; 2Reis, A. 1UnB, Depto de Fitopatologia, Campus Universitário, 70790-900 Brasília, DF; 2Embrapa Hortaliças, CP 218, 70359-970, Brasília, DF; [email protected]. Level of resistance to mefenoxan in Phytophthora infestans isolates from tomato. A resistência ao metalaxyl-m (mefenoxan) de 33 isolados de P. infestans foi determinada em meio V8, contendo diferentes concentrações do fungicida (0, 5 e 100 ppm). Discos de micélio, com crescimento ativo dos isolados de P. infestans, foram colocados no centro de placas de Petri com o meio de cultura. Foi medido o diâmetro do crescimento micelial aos dez dias. Para determinar a reação dos isolados ao fungicida, o crescimento fúngico nos tratamentos contendo 5 e 100 ppm do fungicida foi dividido pelo crescimento do mesmo isolado a 0 ppm e multiplicado por 100. Isolados que apresentaram crescimento menor que 40% do crescimento da testemunha, foram considerados sensíveis. Isolados que, a 5 ppm, apresentaram crescimento superior a 40% da testemunha, mas que, a 100 ppm, apresentaram crescimento inferior a 40%, foram considerados intermediários. Isolados que apresentaram crescimento superior a 40% do crescimento da testemunha a 5 e 100 ppm foram considerados resistentes. A reação dos isolados ao fungicida foi variável. Dos 33 isolados testados, somente seis (18%) se apresentaram sensíveis, outros oito (24%) se apresentaram intermediárias e 18 (58%) se apresentaram resistentes. A alta percentagem de isolados resistentes ao produto é preocupante, pois o mefenoxan é importante no controle químico da requeima, principalmente quando as condições estão mais favoráveis às epidemias. 0120 Fungos associados a flores e frutos de Erythrina crista-galli L. em diferentes épocas de coleta. Lazarotto, M.; Beltrame, R.; Quadros, K.M.; Garlet, J.; Roman, M.; Muniz, M.F.B.; Blume, E. Depto de Defesa Fitossanitária, UFSM, 97105-900. E-mail: [email protected]. Fungus incident associate with Erythrina crista-galli L. flowers and fruits from different times. A corticeira-do-banhado (Erythrina crista-galli L.) produz, anualmente, grande quantidade de sementes, porém é muito atacada por insetos e fungos, dificultando sua regeneração natural. Este trabalho teve como objetivo avaliar a incidência de fungos em flores e frutos da E. crista-galli. Os testes foram realizados no Laboratório de Fitopatologia da UFSM. As flores S 134 foram coletadas semanalmente, a partir da antese, totalizando três coletas até o surgimento dos frutos, coletados igualmente, no total de três coletas. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições totalizando 40 flores e 40 frutos para cada teste semanal, utilizando-se caixas do tipo “gerbox” e incubação à 25ºC. A identificação dos fungos foi realizada aos sete dias. Os fungos encontrados associados às flores foram: Fusarium sp. com seu pico de ocorrência, de 100%, na terceira semana após a antese, Aspergillus sp. e Penicillium sp., com máxima ocorrência na mesma coleta, 40 e 50%, respectivamente. Nos frutos, foram detectados os patógenos: Fusarium sp., com 65% de ocorrência na quarta semana após antese, Epicoccum sp. (20%) na mesma semana, e Alternaria sp. (20%), na sexta semana. Estes patógenos poderão ser transmitidos para a semente, causando apodrecimento (Aspergillus sp. e Penicillium sp.), ou mesmo, ocasionando tombamento de mudas (Fusarium sp. e Alternaria sp.). 0121 Qualidade sanitária de sementes de Erythrina crista-galli L. e sua relação com germinação e teor de água. Lazarotto, M.; Beltrame, R.; Quadros, K.M.; Garlet, J.; Roman,M.; Muniz, M.F.B.; Blume, E. Depto de Defesa Fitossanitária, UFSM, 97105-900. E-mail: [email protected]. Sanitary quality of Erythrina crista-galli L. seeds and the relation with germination and seed water. A ocorrência de fungos patogênicos em sementes de espécies florestais é freqüente, principalmente, sob altas temperaturas e umidade relativa do ar. Este trabalho visou identificar fungos em sementes de Erythrina crista-galli L. (corticeira-do-banhado) e sua relação com germinação e teor de água das sementes. Foi realizado no Laboratório de Fitopatologia da UFSM. As coletas das sementes foram semanais e ocorreram de outubro a dezembro de 2006, até que as sementes entrassem em processo de dormência, totalizando quatro coletas. O método utilizado foi o do papel-filtro a 25°C, com quatro repetições de 25 sementes para germinação e sanidade. O peso seco foi determinado mantendo as sementes a 70°C por 24 horas. Para a germinação, as contagens foram realizadas aos 7 e 14 dias computando-se plântulas normais, anormais, sementes mortas e duras. O fungo de maior ocorrência foi Fusarium sp. (95%), registrado quando a germinação e o teor de água foram máximos, 50 e 31,6%, respectivamente. Embora a maior ocorrência do Fusarium sp. tenha coincidido com o período de maior teor de água das sementes, a germinação não foi prejudicada. Porém, em períodos em que a ocorrência do fungo foi menor, a germinação foi afetada. Isto se deve ao fato de que as sementes de E. cristagalli adquirem dormência quando teor de água é reduzido, na maturação. 0122 Infecção natural de várias espécies e híbridos de Coffea e uma outra espécie de Rubiaceae pelo vírus da mancha anular de cafeeiro (CoRSV). Kitajima1, E.W.; Chagas1, C.M.; Braghini2, M.T., Fazuoli2, L.C.; Locali-Fabris3, E.. 1 ESALQ, CP 9, 13418-900 Piracicaba, SP; 2Centro de Café Alcides Carvalho, IAC, CP 28, 13102-280 Campinas, SP; 3CAPTA Citros Sylvio Moreira, CP 4, 13490-970 Cordeirópolis, SP. Email: [email protected]. Natural infection of several species and hybrids of Coffea and another Rubiaceae species by the Coffee ringspot virus (CoRSV). O vírus da mancha anular do cafeeiro é um vírus do tipo nuclear, transmitido por ácaros tenuipalídeo Brevipalpus phoenicis. Embora tida como de importância marginal, tem causado prejuízos em áreas produtoras como no Triangulo Mineiro e Sul de Minas. Infecção natural do CoRSV tem sido relatada apenas em Coffea arabica. Em levantamento feito na coleção de germoplasma de Coffea e rubiáceas afins, mantida no C. Café foram encontradas outras espécies e híbridos de Coffea e pelo menos uma outra espécie de rubiáceas com lesões cloróticas ou anulares em suas folhas e/ou frutos associadas a infestações por B. phoenicis. Exames ao microscópio eletrônico de secções das lesões e ensaios de RT-PCR usando “primers” específicos para CoRSV demonstraram casos positivos de infecção pelo CoRSV em: C. kapakata (IAC 4511), C. devewrei cv. Excelsa, C. canephora cv. Robusta, hibrido C. arabica x C. racemosa (H1195-5-6-2), C. arabica x C. dewevrei (Piatã IAC 387), híbrido Timor CIFC 832/1 (possivelmente um híbrido natural entre C. arabica e C. canephora) e Psylanthus ebracteolatus (IAC 3461-7). Assim a gama de hospedeiras naturais do CoRSV se estende a outras espécies de Coffea, híbridos e a outro gênero de rubiácea. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia 0123 Isolado distinto do vírus da mancha anular do cafeeiro (CoRSV). C.M.Chagas1, E.W.Kitajima1 & E. Locali-Fabris2. 1LEF/ESALQ, CP 9, 13418-900 Piracicaba,SP; 2Centro Apta Citros, CP 4,13490-970 Cordeiropolis,SP. [email protected]. A distinct isolate of Coffee ringspot virus (CoRSV) Conhecida desde os anos 30, a mancha anular do cafeeiro teve sua natureza viral demonstrada pelos efeitos citopáticos, transmissão mecânica e pelo ácaro Brevipalpus phoenicis. O CoRSV já foi purificado, com produção de antissoro, tendo o genoma parcialmente seqüenciado, permitindo produzir “primers” específicos para sua detecção molecular. Estudos citopatológico do CoRSV indicam dois padrões distintos: (1) O 1º, aquele prevalente, vírus característico transmitido por Brevipalpus, do tipo nuclear - inclusão nuclear eletro transparente, partículas curtas no núcleo ou citoplasma (CI), quase sempre perpendiculares a membranas do retículo endoplasmático(RE) ou envólucro nuclear, sugerindo processo incompleto de brotação para morfogênese de partículas providas de membrana. Raramente são individualizadas e providas de membrana no lúmen do RE. (2); O 2°, raro, encontrado na cidade de São Paulo, mostra citopatologia em que viroplasmas são praticamente ausentes, as partículas são maiores e providas de membrana, isoladas ou em grupos no lúmen do RE. Às vezes há evidências da morfogênese por brotação no CI como nos Cytorhabdovirus. Métodos moleculares e imunológicos gerados para o tipo 1 reconhecem também o tipo 2. Assim, parecem não diferir muito em seus genomas. É possível que a principal diferença esteja nos genes para as glicoproteínas que afetam o bloqueio ou o processo da morfogênese. Tentativamente o tipo 2 está sendo referido como CoRSV-SP. 0124 Detecção do vírus da mancha anular do cafeeiro nos tecidos do ácaro vetor Brevipalpus phoenicis (Acari: Tenuipalpidae). Kitajima1, E.W. Boari2, A. J.; Chagas1, C.M. 1LEF/ESALQ, CP 9, 13418-900 Piracicaba, SP; 2Embrapa/Amazônia Oriental, CP 48, 66095-100 Belém, PA. Email: [email protected]. Detection of the Coffee ringspot vírus (CoRSV) in the tissues ofthe vector Brevipalpus phoenicis (Acari; Tenuipalpidae) Chagas (1978) demonstrou que o vírus da mancha anular do cafeeiro (Coffee ringspot virus-CoRSV) é transmitido pelo ácaro tenuipalpideo Brevipalpus phoenicis. CoRSV deve pertencer ao mesmo grupo do “Orchid fleck vírus” (OFV), protótipo dos vírus transmitidos por Brevipalpus, do tipo nuclear, e que representaria um novo gênero dentre rhabdovirus (Dichorhabdovirus). A fim de melhor compreender as relações vírus/vetor foram feitos exames em secções ultrafinas de ácaros B. phoenicis coletados de cafeeiros exibindo manchas cloróticas, nas quais o CoRSV foi detectado em exames histológicos. Efeitos citopáticos essencialmente similares aos encontrados nas células parenquimatosas das lesões em folhas e frutos de cafeeiro foram observados em algumas células das glândulas prosomais de ácaros procedentes de plantas infectadas, mas não de plantas sadias ou de colônias mantidas experimentalmente sem acesso a tecidos infectados. Núcleos contendo inclusões (viroplasmas) electron transparentes e partículas curtas, em forma de bastonetes (30-40 nm x 100-110 nm) ocorriam tanto no núcleo como no citoplasma, formando ocasionalmente figuras conhecidas com “roda-de-carroça”. Esta constatação sugere fortemente que CoRSV replica-se nos tecidos do ácaro, e portanto a relação vírus/vetor seria do tipo circulativo/propagativo. 0125 Busca preliminar de viroses de ornamentales en la región de La Plata, Argentina. E. Dal Bo1, E.; Pena2, E.; Fernandéz3, R.; Kubo4, K.; FreitasAstua4, J.; Bedendo5, I.P.; Kitajima5, E.W. 1Fac.Agronomia; 2IBBM, Fac. Cien.Exactas, Univ.La Plata, La Plata; 3Est.Exp.Agropec. San Pedro, INTA, El Pato, BsAs, Argentina; CAPTA Citros, CP 4, 13490-970 Cordeirópolis, SP; 5 ESALQ, CP 9, 134518-900 Piracicaba, SP, Brasil. Email: ewkitaji@esalq. usp.br. Preliminary survey of ornamental viruses in La Plata, Argentina. La Fac. de Agronomia de la Univ. La Plata (ULP) empezó un programa de apoyo a floricultura y una de las actividades es identificar los virus presentes, evaluar su importancia y implementar medidas de su control. Así Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 se desarrolló una busca preliminar de viroses en viveros, áreas de producción y en el mercado de flores, incluyendo-se parques y jardines de la región metropolitana de La Plata. El trabajo se desarrolló cooperativamente con personal de INTA, ESALQ y CAPTA Citros. Para detección de los virus se recorrió a la sintomatología, microscopia electónica y RT-PCR. Fueron los seguientes virus o posibles virus detectados: Stephanotis floribundatospovirus; Hibiscus rosa sinensis- virus de la mancha clorótica de Hibiscus. Hubo co-infección en algunas muestras con un nucleorhabdovirus y el Hibiscus chlorotic ringspot carmovirus (HCRSV). En una muestra se encontró un tymovirus; Brunfelsia pauciflora- vírus del tipo nuclear, transmitido por Brevipalpus; híbrido Oncidium- “Orchid fleck virus” (OFV), Impatiens waleriana- potyvirus, carlavirus, nuclerhabdovirus, AMV y tospovirus; Freesia- Potyvirus (possiblemente FreMV). En una planta de Abelia sp. con enanismo y amarillamiento se constató por PCR que hubo infección por un fitoplasma del grupo I. 0126 Levantamento de fungos em pirênios de Duranta vestita. 1*Rego, S.S.; 2 **Santos, A. F. dos.; 1**Silva, A.J.C.; 1**Brondani, G.E.; 1Nogueira, A.C. 1Universidade Federal do Paraná; 2Embrapa-Florestas. *Bolsista CAPES; **Bolsista do CNPq. E-mail: [email protected]. Survey of fungi in pyrenes of Duranta vestita. Duranta vestita, conhecida como esporão-de-galo, é uma espécie arbóreaarbustiva que ocorre na Floresta Ombrófila Mista, e geralmente é encontrada em bordas de capões. Essa espécie possui característica ornamental e para a sua germinação são usados os pirênios (endocarpos). No entanto, desconhece-se a sua qualidade sanitária para a produção de mudas. Este trabalho teve como objetivo identificar os fungos associados aos pirênios de D. vestita. Os frutos foram coletados em Colombo-PR e após beneficiamento obtiveram-se os pirênios para o estudo. Foram utilizados dois métodos para a detecção de fungos: papel de filtro (PF) e batata-dextrose-ágar (BDA). Para o PF foram utilizados 400 pirênios, distribuídos em gerbox contendo duas folhas de papel de filtro esterilizadas e umedecidas com água destilada esterilizada. Para o BDA foram utilizados 200 pirênios previamente desinfestados com hipoclorito de sódio 1 % durante 1 minuto. Posteriormente os pirênios foram incubados a 12 h luz negra/12 h escuro, na temperatura de 20 ± 1ºC durante 7 dias. Foram encontrados os seguintes fungos: Fusarium sp., Alternaria sp., Phoma sp., Aspergillus sp., Cladosporium sp., Penicillium sp., Pestalotia sp. e Trichoderma sp. Os maiores percentuais de incidência foram de Fusarium sp. (5,5 %) e Cladosporium sp. (5,5 %). Os dois métodos foram eficientes na recuperação de fungos. 0127 Ocorrência de Phytophthora sp. em frutos e sementes de murta (Blepharocalyx salicifolius) coletados no solo. 1*Rego, S.S; 2**Santos, A. F. dos; 1Nogueira, A.C. 1Universidade Federal do Paraná; 2Embrapa Florestas. *Bolsista CAPES; **Bolsista CNPq. E-mail:alvaro@cnpf. embrapa.br. Occurrence of Phytophthora in fruits and seeds of murta (Blepharocalyx salicifolius) collected on soil A murta é uma espécie arbórea nativa que ocorre nas matas ciliares e nas submatas dos pinhais. Seus frutos são apreciados pela avifauna, sendo por isso indicada para plantios em margens dos rios. A demanda e a inacessibilidade dos frutos em árvores de alto porte, para a produção de mudas, levam à obtenção das sementes a partir de frutos caídos no solo como prática rotineira para muitas espécies. Cresce, a cada dia, a procura por sementes de espécies nativas e o intercâmbio entre regiões; no entanto, desconhece-se a sua qualidade sanitária. Este trabalho teve o objetivo de avaliar a incidência de fungos em frutos e sementes de murta coletados de árvores e caídos no solo. Para a detecção de fungos empregou-se o método de papel de filtro. Foram avaliados: a) frutos colhidos das árvores; b) sementes oriundas destes frutos; c) frutos caídos no solo; e d) sementes oriundas destes frutos. Utilizou-se 200 frutos/tratamento. Os frutos e sementes foram incubados a 20 ± 1oC, por 7 dias. Nos frutos e sementes coletados no solo verificou-se a incidência de Phytophthora sp., em valores de 2,5 % e 3,0 %, respectivamente. Não ocorreu Phytophthora nos frutos/sementes colhidos das árvores. Os isolados (fruto e semente) de Phytophthora foram patogênicos aos frutos. Os resultados mostram a necessidade de estratégias de coleta e controle de patógenos em frutos e sementes. S 135 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia 0128 Epidemiologia da mancha bacteriana (Xanthomonas spp.) do tomateiro. Marcuzzo1,3, L.L.; Becker2, W.B.; Fernandes3, J.M.C.; 1Universidade do Contestado – Campus de Caçador; 2EPAGRI/Estação Experimental de Caçador; 3Universidade de Passo Fundo – UPF. E-mail: [email protected]. Epidemiology of tomato bacterial spot. Objetivando conhecer a epidemiologia da mancha bacteriana do tomateiro incitada por Xanthomonas spp. em Caçador/SC, um ensaio a campo foi conduzido com plantas inoculadas antes do transplantio e a cada sete dias monitorou-se a população bacteriana epifítica aliada as condições climáticas, a severidade em folhas e frutos e sua produção total de frutos durante 19 semanas. Constatou-se que o início da epidemia teve concomitância com início da maturação fisiológica dos frutos do primeiro cacho, sendo que 77 dias antes do início da colheita não se constatou sintomas nas folhas. Observou-se que, mesmo em condição de estiagem, houve acréscimo da enfermidade devido ao constante molhamento foliar pelo orvalho, decorrente da oscilação de amplitude térmica diária e períodos de 13 horas contínuas, em média, de umidade relativa ≥90%. A população bacteriana epifítica oscilou nas 10 semanas após o plantio, conforme as condições climáticas, no entanto após o início dos sintomas, manteve-se estável. Não houve correlação entre população epifítica e severidade durante o início dos sintomas. A intensidade da doença em frutos foi além do estimado devido a uma única colheita por semana e ficou em 30,22% e a produtividade total ficou em 117,88 ton. ha-1. Este estudo epidemiológico servirá de um indicativo para o início da epidemia e será usado na validação de um sistema de previsão para a enfermidade em questão. 0129 Validação de um sistema de previsão para a mancha bacteriana (Xanthomonas spp.) do tomateiro. Marcuzzo1,2, L.L.; Fernandes2, J.M.C.; Becker3, W.B.; 1Universidade do Contestado – Campus de Caçador; 2 Universidade de Passo Fundo – UPF; 3EPAGRI/Estação Experimental de Caçador. E-mail: [email protected]. Validation of a forecast system for bacterial tomato spot. Com a finalidade de validar um modelo de previsão com diferentes níveis de severidade, em comparação à pulverização a cada 5 e 7 dias, para a mancha bacteriana (Xanthomonas spp.) do tomateiro um ensaio foi conduzido com os seguintes tratamentos: 1) Sistema Previsão com pulverização baseado no modelo S= 0,0001538*(((x-8)2,4855647*((32-x)0,7091962))*(0,64289/ (1+21,26122*exp(-0,12435*y))), onde, S= Severidade estimada; x= temperatura(Cº); y=molhamento foliar(hs) atribuindo severidade estimada de 0,05; 2) Sistema Previsão com pulverização baseado no modelo com severidade estimada de 0,15; 3) Sistema Previsão com pulverização baseado no modelo com severidade estimada de 0,25; 4) Sistema convencional com pulverização a cada 5 dias; 5) Sistema convencional com pulverização a cada 7 dias. As avaliações da severidade foram realizadas através de escala diagramática e integralizados pela AACPD juntamente com os dados de produção e % de sintomas em frutos. Os resultados mostraram que não houve diferença estatística para produção e porcentagem de sintomas em frutos e para AACPD foi observada uma redução de 25,71% no S=0,15 para o mesmo número de pulverizações realizadas semanalmente que não diferiu estatisticamente do S=0,05. Para S=0,25 foi observada uma redução de 35,29% e 45,83% no número de pulverizações e na AACPD de 9,83% a 19,66%, respectivamente quando comparado a cada 5 e 7 dias respectivamente. 0130 Detecção de Xanthomonas campestris pv. viticola por BIO-PCR em folhas assintomáticas de videira provenientes de áreas de ocorrência do cancro bacteriano. Machado1*, P.R.M.S.; Trindade1, L.C.; Lima2, M.F.; Ferreira1, M.A.S.V.; 1Depto. de Fitopatologia, Universidade de Brasília; 2 Embrapa Semi-Árido, Petrolina, PE. *PIC-UnB. E-mail: [email protected]. Detection of Xanthomonas campestris pv. viticola by BIO-PCR on grapevine asymptomatic leaves from bacterial canker affected areas. O cancro bacteriano causado por Xanthomonas campestris pv. viticola (Xcv) é a principal bacteriose que afeta o cultivo de videira no Submédio S 136 do Vale São Francisco. O trânsito de material vegetal assintomático pode constituir um risco de introdução da bactéria em novas áreas. O objetivo deste estudo foi detectar Xcv por PCR em plantas assintomáticas em áreas com incidência da doença. Em março de 2007 foram coletadas folhas sem sintomas da cv. Red Globe em três áreas distintas localizadas em PetrolinaPE e em Juazeiro-BA. Testaram-se cinco plantas de cada área, tendo como controle positivo folhas inoculadas e exibindo sintomas. Fragmentos de folhas foram lavados sob agitação em água estéril por 1 h. O lavado foi centrifugado (10.000 rpm/1 h), o sedimento foi ressuspendido em 100 µl de água e 50 µl foram depositados em meio 523. Após 48 h, lavou-se as placas com 1 mL de água e fez-se uma diluição 1:10 de cada lavado. Alíquotas de 2 µl foram usadas para PCR com os primers Xcv1F/3R. Das cinco amostras da área 1 de Petrolina, detectou-se Xcv em uma; da área 2, também em Petrolina, detectou-se Xcv em 4 e na área 3, PCR foi positiva para uma amostra. O método de lavagem e sedimentação seguido de BIO-PCR pode, portanto, ser útil para a detecção de Xcv em mudas assintomáticas. 0131 Detecção de Xanthomonas campestris pv. viticola em videira por PCR-direta e BIO-PCR. Trindade, L.C.1, Silva, P.R.M.1*, Lima, M.F.2 & Ferreira, M.A.S.V.1 1Depto. de Fitopatologia, Universidade de Brasília; 2Embrapa Semi-Árido, Petrolina, PE. *PIC-UnB. E-mail: [email protected]. Detection of Xanthomonas campestris pv. viticola on grapevine by direct PCR and BIO-PCR. Xanthomonas campestris pv. viticola (Xcv) causa o cancro bacteriano da videira, a principal bacteriose dessa cultura no Submédio do Vale São Francisco. O objetivo deste estudo foi detectar Xcv em videiras naturalmente infectadas por PCR-direta e BIO-PCR. Amostras de folhas, pecíolos, bagas e hastes de videiras da cv. Red Globe, com e sem sintomas, foram coletadas em duas áreas produtoras em Petrolina-PE, em março/2007. As amostras foram maceradas em 2ml de água estéril. Para a detecção direta via PCR, 1ml do extrato foi centrifugado (2.000 rpm /2 min.) e 90 µl do sobrenadante foram transferidos para novo tubo e fervidos a 100°C/6 min. Para a detecção via BIO-PCR, 50 µl do macerado foram plaqueados em meio 523 sólido e após 48 h de incubação a 28ºC, lavou-se as placas com 1ml de água estéril e fez-se uma diluição 1:10 de cada lavado. Para ambos os métodos alíquotas de 2 µl foram usadas para PCR com os primers RST2/Xcv3R. Os produtos de PCR foram diluídos (1:50) e realizada uma segunda amplificação com o par Xcv1F/Xcv3R. Das 123 amostras com sintomas, 90% foram positivas por BIO-PCR. Das 28 amostras sem sintomas, 50% foram positivas. Utilizando a PCR direta sem enriquecimento em meio de cultura, 80% e 14% das amostras com e sem sintomas, respectivamente, foram positivas. 0132 Efeito de diferentes óleos essenciais no controle de isolados de Erwinia psidii. Specian, V.; Diniz, S. P. S. S.; Coelho, J. da S.; Silva, J. S.; Rosa, G. S.; Núcleo de Estudo em Produtos Naturais – NEPRON, Universidade Estadual de Maringá. E-mail: [email protected]. Essencias oil effect diferent in the control of isolated of Erwinia psidii. A ocorrência de Erwinia psidii, bactéria causadora da seca dos ponteiros da goiabeira, tem causado prejuízos à cultura na região noroeste do Paraná. Seu mecanismo de patogenicidade não está totalmente esclarecido, mas sabe-se que a bactéria pode ocupar os vasos condutores da planta, o que provavelmente cause a seca das hastes e brotações. E por ser uma doença de difícil controle, em que os principais fungicidas utilizados são a base de cobre. Este trabalho teve como objetivo submeter o microrganismo a diversos óleos essenciais, para verificação do controle do seu crescimento pelos mesmos. A Erwinia psidii foi isolada em meio seletivo através de plaqueamento e transferência de cultura até a obtenção de colônias puras, que tiveram seu crescimento observado na presença de óleos essenciais de alecrim, azuleno, cravo, estragão, Mentha arvensis, tomilho e bálsamo de copaíba, para verificação de controle pelos mesmos, na concentração de 10µL/ml em meios BDA e BD. Os resultados obtidos demonstram que emprego de óleos essenciais no controle de patógenos é bastante eficaz visto que dos sete diferentes óleos testados, quatro apresentaram algum efeito inibitório no crescimento da bactéria. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia 0133 Determinação de parâmetros metabólicos na taxa de crescimento de Erwinia psidii em diferentes fontes de carbono. Specian, V.; Diniz, S. P. S. S.;Coelho, J. da S.; Silva, J. S.; Rosa, G. S.; Núcleo de Estudo em Produtos Naturais – NEPRON, Universidade Estadual de Maringá. E-mail: [email protected]. Determination of metabolic parameters in the tax of growth of Erwinia psidii in different carbon sources. A bactéria Erwinia psidii tem sido responsável por grandes perdas na produção de goiaba na região noroeste do Paraná, devido à disseminação da doença conhecida como seca dos ponteiros. A Erwinia sp pode ainda causar problemas em diversas culturas agrícolas, como por exemplo, no abacaxi, batata, cenoura, fumo, girassol, melão, brássicas e orquídeas. Diante disso, este trabalho teve como objetivo caracterizar o crescimento deste patógeno em diferentes fontes de carbono (20 g/litro): glucose; frutose; maltose; manose; xilose; raftose e galactose. O microrganismo foi isolado a partir de ramos jovens de goiabeiras coletados na região de Maringá; através de plaqueamento, transferência de cultura, até obtenção de colônias puras. Estas foram submetidas ao crescimento na presença das diferentes fontes de carbono em meio BD, sendo a sacarose presente no meio original, substituída em cada um dos meios, pelas respectivas fontes de carbono. Os resultados demonstraram que os carboidratos mais facilmente metabolizados por essa bactéria foram a maltose, a glucose e a galactose, podendo portanto serem fornecidos ao meio de cultivo ao trabalharmos com Erwinia psidii. 0134 Influência do período de armazenamento, incidência e taxa de transmissão de fungos em sementes de trigo. Domiciano, G.P1; Lima, H.E1; Alves, A.A1 e Cargnin, A2. 1DFP /Universidade Federal de Viçosa, 2 Embrapa Cerrados. Email: [email protected]. Influence of storage, incidence and rate of transmission of fungi on wheat seeds. O uso de sementes de alta qualidade sanitária e fisiológica é de grande importância na implantação da lavoura de trigo, sendo responsável pelo sucesso do empreendimento. Com o objetivo de avaliar a influência do período de armazenamento e a porcentagem de incidência de fungos sobre a emergência e desenvolvimento de sementes de trigo, dois ensaios foram montados. Três lotes da cultivar Pioneiro e dois lotes da cultivar Embrapa 22 foram avaliados por meio do blotter test (400 sementes/lote) quanto a incidência de fungos. A taxa de transmissão dos fungos e o período de armazenamento foram avaliados pelo teste de emergência de plântulas. O delineamento experimental adotado foi o DIC, sendo os resultados submetidos à análise de variância. O percentual dos principais patógenos e a taxa de transmissão foi comparado pelo teste de Tukey (p≤5%). Os principais fungos encontrados foram Bipolaris sorokiniana, Septoria nodorum, Pyricularia oryzae e Drechslera tritici-repentis. No entanto, a ocorrência desses fungos não afetou a emergência das plântulas. De acordo com a sintomatologia e posterior isolamento, apenas B. sorokiniana foi transmitido das sementes para as plântulas. Assim, medidas de controle devem ser empregadas para garantir o sucesso do empreendimento, além de sementes de lotes novos uma vez que houve redução na emergência em lotes armazenados por longo tempo. 0135 Inheritance of rust (Puccinia psidii) resistance in interspecific crosses of Eucalyptus spp. Alves, A.A1 Alfenas, A.C1; Lau, D2; Guimarães, L.M.S1; Brommonschenkel, S.H1 e Grattapaglia, D3,4. 1DFP/BIOAGROUFV; 2CNPT; 3CENARGEN; 4UCB. Email: [email protected]. br. Herança da resistência à ferrugem (Puccinia psidii) em cruzamentos interespecíficos de Eucalyptus spp. Rust is one of the most-damaging eucalypt diseases in Brazil. Up to date, only a single dominant gene (Ppr-1) conferring resistance was characterized in E. grandis. However, due to monogenic resistance vulnerability in other pathosystems, screening for other resistance genes is necessary. Resistance of 10 interspecific progenies of Eucalyptus spp. (Genolyptus Project) were then assessed trough artificial inoculation. Twenty plants/progeny were inoculated with a spore suspension at 2x104 urediniospores/mL and evaluated by a disease severity scale 20 days after inoculation. Among these families, only DGxUGL and U1xUGL segregated for resistance, being the other families completely susceptible. This preliminary analysis also revealed that the parent Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 DG should be susceptible since, in crosses of DGxC1 and DGxU2 it was only observed susceptible plants. To determine resistance inheritance model, 208 plants of DGxUGL cross were inoculated. The observed segregation pattern adjusts to a 3R:1S model (p=87.3%), indicating the segregation of two independent dominant genes. An alternative hypothesis to explain the segregation pattern is the presence of an epistatic gene that, in recessive homozygose, inhibits resistance. Genetic mapping with SSRs is underway to test the hypothesis of two major independent genes and epistatic interaction. 0136 Caracterização de progênies F2 quanto à resistência ao mosaico severo. Silva, E. K. C.1; Coutinho, A. E.1; Costa, J. C.1; Oliveira, I. D.1; Nascimento, A. V. S.1*; Resende, L. V.1. 1UFRPE, *CNPQ/FACEPE. email: [email protected]. Characterization of F2 lineages how much to the resistance to the severe mosaic. Este estudo teve por objetivo avaliar progênies F2 de feijão caupi, oriundas do cruzamento entre IPA 206 e BR-14 Mulato e IPA 206 e CNC 0434, quanto à resistência ao mosaico severo do feijão-caupi, causado pelo Cowpea severe mosaic vírus (CPSMV). Foram realizadas duas inoculações com intervalo de 48 horas entre ambas para evitar possível escape. A avaliação da resistência da população F2 foi realizada através da inoculação do vírus utilizando extrato vegetal tamponado, contendo tampão fosfato, 0,5 M, pH 7,0 e de sulfito de sódio 0,1% e posterior seleção dos indivíduos resistentes ao CPSMV que não apresentarem sintomas do mesmo. Foi observada infecção sistêmica em 115 plantas F2 oriundas dos cruzamentos entre a cultivar IPA 206 e a cultivar BR-14 Mulato, 108 plantas do cruzamento entre a cultivar IPA 206 e CNC 0434. Os sintomas observados variaram de mosaico suave a mosaico intenso, bolhosidade e deformação foliar. Entretanto, não foi observado sintoma de infecção em 29 plantas F2 (IPA 206 e BR-14 Mulato), 30 plantas F2 (IPA 206 e CNC 0434). Todos os indivíduos F2 obtidos dos dois cruzamentos foram analisadas pelo teste λ2 independentes e se ajustaram á freqüências esperada de 3 plantas suscetíveis:1 planta resistente. 0137 Mapeamento de genes de resistência à murcha de fusário do tomateiro. Silva, E. K. C.1; Ferraz, G. M. G.1; Alves, M. Z.1; Silva, R. L. O.1; Nascimento, A. V. S.1; Amaral, D. J. O.; Silva, M. V.; Resende, L. V.1 1 UFRPE, *CNPq/CAPES/FACEPE. e-mail: [email protected]. Mapping of genes of resistance to the withering of Fusarium of the tomato. Este trabalho objetivou identificar marcadores associados à resistência à murcha do fusário do tomateiro causado por Fusarium oxysporum f. sp. lycopersici, por meio da aplicação da técnica RAPD. Foram utilizadas populações segregantes composta por 25 RIL’s originados a partir do cruzamento entre as cultivares BRH e Viradoro. Amostras de DNA foram extraídas a partir do tecido foliar de cada uma das 25 RIL’s, do genitor resistente e do genitor susceptível. Dos 31 primers testados para análise de marcadores RAPD, 6 foram selecionados para o estudo da identificação de marcadores ligados a genes de resistência do tomateiro e dentre estes o G10 e o OPAH19, foram identificados como associados a característica de resistência. Os primers N15, OPAH18, PC11 e V04, apesar de apresentarem polimorfismo em relação aos pais contrastantes, não se mostraram ligados à característica estudada. 0138 Avaliação do óleo de eucalipto no controle de Colletotrichum acutatum em moragueiro. Ferreira, L.R.; Dias-Arieira, C.R.; Miguel, E.G.; Arieira, J.O. UEM-Umuarama, Estrada da Paca, s/n, 87508-210, Umuarama, PR. Email: [email protected]. Evaluation of the eucaliptus oil in the Colletotrichum acutatum control in strawberry crop. O trabalho teve como objetivo avaliar o potencial do óleo de eucalipto (Eucaliptus citriodora) no controle do fungo Colletotrichum acutatum. Para isto, duas mudas de morangueiro foram transplantadas para vasos de 2 L e após 45 dias iniciou-se a pulverização semanal das plantas com óleo, nas concentrações 0, 0,5 e 1,0%. No início da fase de florescimento, realizouse a inoculação do pedúnculo, botões florais e frutos jovens com suspensão de conídios de 106 esporos/mL. Para cada tratamento, foram inoculados três pedúnculos, botões e frutos jovens. As avaliações se iniciaram sete dias após S 137 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia a inoculação e foram feitas semanalmente, determinando-se: ocorrência de sintomas no pedúnculo e tamanho da lesão, abortamento floral, ocorrência de lesões nos frutos e tamanho das lesões e produtividade. Além disto, avaliou-se a ocorrência natural da doença. Cada tratamento constou de quatro repetições. O delineamento experimental foi DIC e as médias foram comparadas pelo teste Tukey a 5%. As médias de produtividade variaram entre 158 e 168 gramas para os tratamentos de 0 e 0,5%, respectivamente. O tamanho das lesões nos frutos foram de 62, 27 e 65 mm para as concentrações 0, 0,5 e 1,0%, respectivamente, enquanto no pedúnculo foram de 74, 29 e 82 mm, no entanto, não houve diferença significativa entre os tratamentos. 0139 Levantamento de doenças em cultivos comerciais de pimenteira-doreino nos municípios de Cametá, Mocajuba, Abaetetuba e Tomé-Açú no Estado do Pará. Santos, M.F., Thomaz. M.A.A., Pimentel, L., Aviz, P.R.N, Cavalcanti, J.E.F., Lopes, T.P. Rodrigues, E.A. Agência de Defesa Agropecuária do Pará - ADEPARÁ, Tv. Piedade, 651, CEP: 66053210, Belém, PA. [email protected]. Diseases on Piper nigrum in Cametá, Mocajuba and Tomé-Açú, Pará St, Brazil. A pimenteira-do-reino (Piper nigrum L.) foi introduzida no Estado do Pará na década de 1930 por imigrantes japoneses, levando o País a se tornar, em 1982, o maior produtor e maior exportador do mundo. Entretanto, nos últimos anos, a produção não apresentou incremento no Estado. A principal razão é a ocorrência da fusariose, que provocou redução do ciclo de vida da planta de 12 para 6 a 7 anos, desestimulando os produtores a continuarem na atividade e aumentarem as suas áreas de cultivo. De janeiro a abril de 2007, técnicos da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará realizaram o diagnóstico fitossanitário dos pimentais nos municípios de Cametá, Mocajuba, Abetetuba e Tomé-Açú, avaliando 307.788 plantas em 128 propriedades. As principais doenças encontradas associadas às plantas foram Fusarium solani f. sp. piperis, Phytophthora spp., Fusarium oxysporum, Colletotrichum gloeosporioides, Koleroga noxi, Mosaico (CMV-Pn) e Mosqueado-amarelo (PYMV). Aproximadamente setenta e cinco por cento das plantas das propriedades visitadas encontravam-se acometidas pelas doenças avaliadas. 0140 Nematóides associados a plantas ornamentais em viveiros do Norte do Paraná. Molina*, S.C.; Obici*, L.V.; Dias- Arieira, C.R.; Santos, L.L.; Morita, D.A.S.; Machado, M.H. UEM-Umuarama, Estrada da Paca, s/n, 87508-210, Umuarama, PR. E-mail: [email protected].*PIC. Nematodes associated to ornamental plants in greenhouse from Parana North. Nematóides estão associados à redução no valor comercial de algumas plantas ornamentais, por causarem amarelecimento, murcha e nanismo. Devido à carência de informações a respeito desta associação, objetivou-se realizar o levantamento de nematóides em espécies ornamentais. Foram avaliadas amostras de solo e raízes de 11 espécies obtidas em viveiros de Londrina, PR. Para extração de nematóides de solo, 100 cm3 foram processados segundo Jenkins (Pl. Dis., 48:692, 1964). Para as raízes, 10 g foram submetidas à metodologia de Boneti & Ferraz (Fitop. Bras., 6:553, 1981). A identificação dos gêneros e a contagem dos nematóides foram realizadas com auxílio de microscópio óptico e câmara de Peters. Fitonematóides foram encontrados em todas as amostras de solo, sendo o gênero Helicotylenchus o mais freqüente, presente nas amostras de Nerium oleander, Catharanthus roseus, Tradescantia pallida, Iris germanica, Ophiopogon japonicum, Ficus pumila, Strelitzia reginae e Zoysia japonica. Maiores números de espécimes foram observados nas amostras de Z. japonica, com números respectivos de Meloidogyne e Rotylenchulus nas amostras de solo iguais a 977 e 17 e nas raízes 239 e 237. Paratylenchus foi encontrado em número elevado na rizosfera de Dracaena saderiana (240), I. germanica (117), O. japonicum (69) e C. roseus (50). Pratylenchus foi encontrado apenas nas amostras de solo de Ixora coccinea. 0141 Efeito do silício em alguns componentes de resistência a antracnose em linhagens de sorgo. Resende, R.S.1*; Soares, J.M.1; Rodrigues, F.Á.1; Casela, C.R.2; Vale, F.X.R.1; Maffia, L.A.1. 1Universidade Federal de Viçosa, Depto de Fitopatologia, *Bolsista do CNPq. E-mail: [email protected]. 2EMBRAPA- S 138 Milho e Sorgo. Effect of silicon on some components of resistance in sorghum lines to anthracnose. Este trabalho teve como objetivo estudar o efeito do silício (Si) no comportamento de alguns componentes de resistência à antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum sublineolum, em linhagens de sorgo suscetível (BR009) e resistente (BR005) a este patógeno. Plantas das duas linhagens de sorgo foram supridas com cinco doses de Si: 0; 0,06; 0,12; 0,24 e 0,30 g/kg solo utilizando-se a volastonita como fonte desse elemento. As plantas foram inoculadas aos 30 dias após a emergência. Foram avaliados os componentes de resistência: período de incubação (PI), período latente (PL60), freqüência relativa de infecção (FRI), área abaixo da curva do índice da antracnose (AACIA), severidade final (SF) e a severidade estimada (SE) para a porcentagem de área foliar necrótica (AFN) e área foliar pigmentada (AFP) utilizando-se o programa QUANT. O experimento foi conduzido em condições de casa-devegetação e repetido duas vezes. Após o agrupamento dos dados dos dois experimentos observou-se, na linhagem suscetível, efeito quadrático positivo das doses de Si no PI e no PL60 e efeito quadrático negativo das doses de Si nas variáveis FRI, AACPIA, SF e SE para AFN e AFP. Na linhagem resistente não foi observado a presença de acérvulo, conseqüentemente, não foi avaliado o PL60 e a FRI. Além disso, não foi constatado efeito significativo das doses crescentes de Si nas variáveis PI, AACPIA, SF e SE para AFN e AFP. 0142 Respostas bioquímicas de defesa de linhagens de sorgo a antracnose potencializadas pelo silício. Resende, R.S.1*; Soares, J.M.1; Rodrigues, F.Á.1; Casela, C.R2. 1Universidade Federal de Viçosa, Depto de Fitopatologia. *Bolsista do CNPq. E-mail: fabricio@ufv,br. 2EMBRAPAMilho e Sorgo. Biochemical responses of sorghum lines defense to anthracnose mediated by silicon. Objetivando quantificar respostas bioquímicas de defesas envolvidas na resistência de linhagens de sorgo à antracnose, possivelmente potencializadas pelo Si, realizou-se análises dos teores de antocianinas, compostos fenólicos solúveis totais e derivados da lignina-ácido tioglicólico. O experimento foi instalado em delineamento inteiramente casualizado em arranjo fatorial 2x2x2. Os fatores estudados foram: duas doses de Si (0 e 0,3 g/kg de material de solo), duas linhagens de sorgo (suscetível - BR009 e resistente - BR005) e inoculação ou não das plantas. Nas plantas inoculadas e supridas com Si, observou-se um aumento significativo no conteúdo de antocianinas em relação às plantas inoculadas sem Si. O teor de compostos fenólicos solúveis totais foi maior nas plantas da linhagem resistente inoculadas e supridas com Si do que nas plantas inoculadas sem receberem Si. O teor de derivados da lignina-ácido tioglicólico foi significativamente maior nas plantas inoculadas da linhagem suscetível que não receberam Si do que nas plantas da linhagem resistente. Os teores de compostos fenólicos solúveis totais e de derivados da lignina-ácido tioglicólico não explicaram a resistência das plantas à antracnose. No entanto, o teor de antocianinas foi maior em plantas supridas com Si, as quais mostraram ser mais resistentes à doença.t 0143 Ocorrência de armilariose em pínus tropicais na região Sul do Brasil. Silva1, F.B.; Gomes2, N.S.B; Auer3, C.G.; 1Mestranda do Curso de Pósgraduação em Microbiologia, UFPR, Curitiba, PR; 2Depto. de Ciências Agrárias, UFAC, Rio Branco, AC; 3Embrapa Florestas, Laboratório de Fitopatologia, Colombo, PR. E-mail: [email protected]. Occurrence of Armillaria root rot in tropical pine in Southern Brazil. O avanço da cultura do pínus na região Sul do Brasil tem estimulado o plantio de espécies tropicais como Pinus caribea var. hondurensis, Pinus oocarpa, Pinus maximinoi e Pinus tecunumanii, nas regiões de clima mais quente do estado do Paraná. Dentre os problemas fitossanitários, a armilariose (Armillaria sp.) é a principal doença em plantios de pínus no Brasil. Na literatura brasileira, são relatados apenas Pinus elliottii var. elliottii, P. taeda e P. patula como hospedeiros. Um levantamento da ocorrência da armilariose foi feito em plantios dessas espécies tropicais, aos 3 anos de idade, em Santa Maria do Oeste/PR. Avaliouse a ocorrência de armilariose pela análise das árvores mortas e da presença da placa micelial na entre-casca. Todas as espécies avaliadas apresentaram a ocorrência da doença em baixa incidência (menos que 1 %). Este é o primeiro relato de espécies tropicais como hospedeiras de Armillaria sp. no Brasil. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia 0144 Levantamento de agentes causais envolvidos com a mortalidade de árvores jovens de pínus na região Sul do Brasil. Silva1, F.B.; Basílio, P.R.R.2; Auer3, C.G.; Santos3, A. F. dos; 1Mestranda do Curso de Pós-graduação em Microbiologia, UFPR, Curitiba, PR; 2Mestranda do Curso de Pós-graduação em Engenharia Florestal, UFPR, Curitiba, PR; 3Embrapa Florestas, Laboratório de Fitopatologia, Colombo, PR. E-mail: [email protected]. Survey of causal agents involved with death of young tree pine in Southern Brazil. A demanda atual de madeira tem estimulado o aumento da área plantada de pínus (Pinus spp.) na região Sul do Brasil. No entanto, o uso de práticas silviculturais inadequadas tem favorecido ao estabelecimento de plantios deficitários, com o surgimento de alta mortalidade de árvores jovens. Essas plantas caracterizamse por apresentarem estrangulamento do colo e podridão de raízes. Por este motivo, tem-se realizado levantamentos periódicos em plantios de Pinus elliottii var. elliottii, P. taeda, P. caribaea var. hondurensis, P. oocarpa, P. maximinoi e P. tecunumanii, com até 3 anos de idade, nos estados da Região Sul, para se identificar as principais causas bióticas/abióticas envolvidas. No período entre 2002-2007, foram visitados vários plantios e coletadas amostras de plantas sintomáticas para análise no Laboratório de Fitopatologia da Embrapa Florestas. Os fungos Armillaria sp., Sphaeropsis sapinea, Lasiodiplodia theobromae, Fusarium spp. e Phomopsis sp. foram freqüentemente isolados em associação com estes materiais. Conclui-se que, na maioria dos casos, o uso de mudas com má formação do sistema radicular e/ou de métodos inadequados de plantio foram fatores predisponentes para a infecção por esses fungos. 0145 Características culturais de isolados de Alternaria solani de batateira e tomateiro. Silva1, C.F.B.; Maffia1, L.A.; Barreto1, R.W.; Mizubuti1*, E.S.G. 1Departamento de Fitopatologia – DFP, Universidade Federal de Viçosa. *E-mail: [email protected]. Cultural characteristics of isolates of Alternaria solani from potato and tomato. Isolados de A. solani oriundos de batateira e tomateiro foram caracterizados quanto a atributos morfofisiológicos. Quantificaram-se o número de septos transversais e longitudinais, comprimento e largura do corpo, comprimento e número de bicos, formato e coloração dos conídios; textura e coloração das colônias, crescimento micelial, germinação e esporulação. Não houve diferenças significativas para as características morfológicas mensuradas entre os isolados de A. solani. Conídios de A. solani foram similares, com predominância de coloração marrom escuro e formato tipo cone longo. A textura das colônias foi cotonosa com micélio aéreo de coloração amarelo avermelhado (2.5Y e 10YR) a amarelo esverdeado (7.5Y), com predominância deste último matiz. A ausência de pigmentação foi freqüente para isolados de tomateiro. Variações foram constatadas quanto ao crescimento micelial de isolados de A. solani. Os valores da área abaixo da curva de crescimento (AACC) do grupo de isolados de batateira foram menores que os valores de AACC de tomateiro. Para a germinação de conídios, não houve diferenças entre os valores obtidos de isolados de tomateiro e batateira. Em um dos ensaios, a esporulação in vitro de isolados de tomateiro foi maior que a de batateira; entretanto, em geral, nenhuma diferença significativa foi detectada. 0146 Seleção de isolados de Pochonia chlamydosporia para o controle de Meloidogyne javanica. Dallemole-Giaretta, R.; Zooca, R.J.F.; Podestá, G.S.; Neves, W.S.; Ferraz, S.; Freitas, L.G. Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Fitopatologia, CEP 36571-000, Viçosa-MG; e-mail: [email protected]. Selection of Pochonia chlamydosporia isolates for the control of Meloidogyne javanica. O fungo Pochonia chlamydosporia é um parasita facultativo de ovos de nematóides que tem sido amplamente estudado como um agente de biocontrole para o nematóide das galhas. O trabalho teve por objetivo avaliar em casa de vegetação a eficácia de 15 isolados (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 14, 15 e 16) de P. chlamydosporia no controle de Meloidogyne javanica. Os isolados fúngicos foram cultivados em milho triturado por 21 dias a 260C. Os clamidósporos foram extraídos através de filtragem em gaze. Misturaram-se 5.000 clamidósporos por grama de solo que foi acondicionado em recipiente de 300 mL. Uma plântula de Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 tomate Santa Cruz ‘Kada’ foi transplantada por recipiente e, após uma semana, adicionaram-se 1.000 ovos de M. javanica. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com oito repetições/tratamento. Quarenta e cinco dias após a inoculação avaliaram-se o número de ovos e de galhas por sistema radicular. Dos 15 isolados testados destacaram-se os isolados 1, 2, 3, 4 e 9 com reduções de 67, 59, 59, 57 e 51% respectivamente, quanto ao número de ovos e para galhas, os isolados mais eficientes foram o 1, 9, 5 e 3 com reduções de 34, 30, 29 e 28% respectivamente, em relação à testemunha sem o fungo. 0147 Efeito da concentração de clamidósporos de Pochonia chlamydosporia para o controle de Meloidogyne javanica. Dallemole-Giaretta, R.; Freitas, L.G.; Podestá, G.S.; Neves, W.S.; Coutinho, M.M.; Ferraz, S. Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Fitopatologia, CEP 36571-000, Viçosa-MG; e-mail: [email protected]. Effect of concentration of clamydospores of Pochonia chlamydosporia for the control of Meloidogyne javanica. Pochonia chlamydosporia é um antagonista oportunista de ovos e fêmeas do nematóide das galhas, promovendo assim, significativa redução na multiplicação desse fitoparasita. Este trabalho teve por objetivo testar o efeito de diferentes quantidades de clamidósporos de P. chlamydosporia PC – 10 no manejo de Meloidogyne javanica. O antagonista foi cultivado em milho triturado por 21 dias e os clamidósporos foram extraídos através da filtragem em gaze com água de torneira. Ao solo de cada vaso foram misturados 5.000, 10.000, 15.000, 20.000 ou 25.000 clamidósporos g/solo e em seguida, 3.000 ovos de M. javanica. Após uma semana foi transplanta uma plântula de tomate/vaso. O delineamento foi o inteiramente casualizado com oito repetições/tratamento. Aos 45 dias após a inoculação avaliaram-se o número de ovos e de galhas por sistema radicular. Todos os tratamentos testados reduziram o número de ovos de M. javanica, quando comparados com a testemunha, porém maiores reduções ocorreram nas concentrações de 10.000 e 20.000 clamidósporos g/solo, sendo de 56% e 60%, respectivamente. Quanto ao número de galhas não houve reduções significativas. 0148 Efeito de extratos vegetais na germinação de urediniósporos de Phakopsora pachyrrizi. Reis, F. G.1; Souza, P. E.1; Resende, M. L. V1.; Pereira, V. F.1; Toyota, M.1; 1Departamento de Fitopatologia– DFP, Universidade Federal de Lavras. E-mail:[email protected]. Effect of plant extracts on the germination of urediniospores of Phakopsora pachyrrizi. Avaliou-se o efeito direto dos extratos vegetais EFID (folhas de café infectadas com ferrugem) e ECFC (cascas de café) sobre a germinação de urediniósporos de Phakopsora pachyrrizi. Para o teste de germinação, preparou-se uma suspensão com 2,5x104 urediniósporos/mL em água destilada e tween 20 (0,05%). 50 μL dessa suspensão foi espalhada sobre placas de Petri contendo ágar-água 2% com os tratamentos: EFID e ECFC nas doses 0, 25, 50, 75 e 100%, além de um fungicida padrão (epoxiconazol + piraclostrobina). As placas foram incubadas em BOD sob temperatura de 23ºC por 4 horas, em regime de luz. Após esse período, avaliou-se o número de urediniósporos germinados, 200 por placa, com auxílio do microscópio de luz. Foram considerados germinados os urediniósporos que apresentaram comprimento do tubo germinativo superior ao seu menor diâmetro. Não foi observado efeito significativo das doses para nenhum extrato, EFID ou ECFC. A germinação média foi de 53 e 47% para EFID e ECFC, respectivamente, enquanto que para o fungicida foi de 4%. Conclui-se que os extratos testados não tiveram efeito direto sobre a germinação dos urediniósporos de Phakopsora pachyrrizi. 0149 Controle de ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) através da utilização de tetraconazole e azoxistrobina. Costa1*, M.J.N.; Pasquali1, R.M.; Bortolini1, C.G.; Goussain2, M.M. 1Fundação Rio Verde, 2Sipcam Isagro Brasil. *E-mail: [email protected]. Control of asiatic rust (Phakopsora pachyrhizi) through of the fungicide tetraconazol and azoxystrobin. Constatada pela primeira vez, em de maio de 2001, a ferrugem asiática da soja já causou prejuízos na maioria das lavouras do Brasil, mostrando-se agressiva e de difícil controle. A redução das perdas causadas por esta doença requer um conjunto de medidas, as quais abrangem várias estratégias, tais como, programa S 139 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia de fertilidade do solo, perfil de comportamento de variedades em situação regional, monitoramento de condições climáticas e programa de controle químico. Esta última estratégia foi avaliada em um experimento estabelecido no Centro Tecnológico da Fundação Rio Verde (CETEF), no município de Lucas do Rio Verde / MT, utilizando-se 400 mL de tetraconazole / 200 mL de azoxistrobina por hectare. O experimento foi estabelecido em blocos ao acaso, em parcelas de 3,6 m de largura e 6 m comprimento e 4 repetições. Foram avaliadas incidência e severidade da doença, além de desfolha em plantas e rendimento de grãos. A utilização de 400 mL de tetraconazole e 200 mL de azoxistrobina por hectare apresentou uma eficiência de controle (comparação com a testemunha sem fungicida), de até 82,35%. Quanto ao rendimento de grãos, não houve diferença significativa entre os tratamentos, contudo, houve um ganho de 40% se comparado com a testemunha. A associação de 400 mL de tetraconazole e 200 mL de azoxistrobina mostrou-se eficiente no manejo da ferrugem, podendo ser utilizado pelos agricultores. 0150 Controle de mancha parda (Septoria glycines) através da utilização de 400 mL de tetraconazole e 200 mL de azoxistrobina. Costa1*, M.J.N.; Pasquali1, R.M.; Bortolini1, C.G.; Goussain2, M.M. 1Fundação Rio Verde, 2Sipcam Isagro Brasil. *E-mail: [email protected]. Control of brown spot (Septoria glycines) through 400 mL of the fungicide tetraconazol and 200 mL of azoxystrobin. A mancha parda pode causar perdas na cultura da soja acima de 40%, em lavouras localizadas no Médio Norte Matogrossense, região onde é cultivada soja em mais de 1,5 milhões de hectares. O desenvolvimento das plantas pode ser comprometido desde as fases iniciais de desenvolvimento, contudo, geralmente se observam maiores ataques em plantas que se apresentam em estádios a partir do florescimento, que são períodos que coincidem com maiores volumes de chuva e plantas mais suscetíveis. A redução das perdas causadas por esta doença requer um conjunto de medidas, as quais abrangem várias estratégias, tais como, programa de fertilidade do solo, perfil de comportamento de variedades em situação regional, monitoramento de condições climáticas e programa de controle químico. Esta última estratégia foi avaliada em um experimento estabelecido no Centro Tecnológico da Fundação Rio Verde (CETEF), no município de Lucas do Rio Verde / MT, utilizando-se 400 mL de tetraconazole e 200 mL de azoxistrobina por hectare. O experimento foi estabelecido em blocos ao acaso, em parcelas de 3,6 m de largura e 6 m comprimento e 4 repetições. Foram avaliadas incidência e severidade da doença, além de desfolha em plantas e rendimento de grãos. A utilização de 400 mL de tetraconazole e 200 mL de azoxistrobina por hectare apresentou uma eficiência de controle de até 65,19% em relação à testemunha, sendo semelhantes aos demais tratamentos. Quanto ao rendimento de grãos, embora tenha ocorrido também incidência de ferrugem asiática, houve um ganho de 40% se comparado com a testemunha. A utilização de tetraconazole e azoxistrobina pode ser uma importante ferramenta no manejo de doenças. 0151 Variabilidade isoenzimática de populações de Meloidogyne spp. proveniente da região de Araçatuba produtoras de quiabeiro. Souza1, V.L.; Freitas2, L.G.; Souza3, G.T.A.M.; 1APTA - Extremo Oeste - Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Araçatuba. 2UFViçosa. 3FUNEPE Fundação Educacional de Penápolis E-mail: [email protected]. Isoenzymatic variability in Araçatuba populations of Meloidogyne spp. from okra . Os nematóides formadores de galhas Meloidogyne spp. tem causados danos severos no quiabeiro (Abelmoschus esculentus (L.) Moench), na região Extremo Oeste do Estado de São Paulo. Os municípios de Araçatuba, Piacatu, Bilac e Gabriel Monteiro, são responsáveis por cerca de 60% do quiabo produzido no Estado. Oitenta amostras de solo e raízes foram coletadas para a identificação de Meloidogyne spp. Extratos protéicos de fêmeas, macerados foram separados por meio de eletroforese de isoenzimas. Das 80 populações, 58 exibiram fenótipo típico de M. incognita, 22 de M. javanica nas principais áreas produtoras de quiabo. No município de Gabriel Monteiro todas amostras predominaram M. incognita, no município de Piacatu 12 de M. incognita e 8 de M. javanica, no município de Bilac 12 de M. incognita e 8 de M. Javanica. e no município de Araçatuba 14 exibiram fenótipos típicos de M. incognita e 6 de M. Javanica. Neste sentido, conclui que na maior região produtora de quiabo do Estado de São Paulo, há S 140 predominância de M. incognita associada à cultura do quiabeiro. Dados importante para a seleção de isolados de Pasteuria penetrans visando o controle biológico desses fitonematóides na obtenção de solos supressivos. 0152 Avaliação conjunta da resistência genética em genótipos de feijoeiro a Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli e Curtobacterium flaccumfaciens pv. flaccumfaciens. Souza1, V.L.; Souza2, G.T.A.M.; Carbonell3, S.A.M..; Chiorato3, A. F.; 1APTA - Extremo Oeste - Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Araçatuba. 2FUNEPE Fundação Educacional de Penápolis. 3 IAC – Instituto Agronômico de Campinas. E-mail: [email protected]. Evaluation common of resistance in bean genotypes to Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli and Curtobacterium flaccumfaciens pv. flaccumfaciens. O agente causador do crestamento bacteriano comum do feijoeiro, Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli (Xap) e a murcha-de-curtobacterium, Curtobacterium flaccumfaciens pv. flaccumfaciens (Cff) são considerados na atualidade os principais patógenos bacterianos que ocorrem na cultura do feijoeiro em várias localidades do mundo. Tanto Xap como Cff são patógenos de difícil controle, sendo a resistência genética tem sido a melhor opção. Neste sentido, foram avaliados a resistência genética conjunta a Xap e Cff em 200 acessos de feijoeiro do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Agrupados em classes de resistência genética, dois genótipos foram considerados resistentes a Xap e Cff, oito genótipos moderadamente resistentes e cento e noventa genótipos conjuntamente foram suscetíveis a Xap e Cff. 0153 Filogenia de Alternaria solani e estruturação genética de populações por análise de seqüências multilocos. Lourenço Júnior1*, V.; Mizubuti1, E.S.G.; Carbone2, I.; González-Candelas3, F.; Reis4, A.; Moya3, A.; 1Depto. de Fitopatologia, Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]. 2Center for Integrated Fungal Research, Dept. of Plant Pathology, North Carolina State University, Raleigh, USA. 3 Institut Cavanilles de Biodiversitat i Biología Evolutiva, Universitat de València, Valencia, España. 4Embrapa Hortaliças, Brasília, DF. Phylogeny and multilocus sequence typing of populations of Alternaria solani. O entendimento dos processos evolutivos e a reconstrução filogenética são cruciais para a genética de populações de fitopatógenos. Para o estudo de epidemiologia molecular do patossistema Alternaria solani - (AS)/batateira/ tomateiro obtiveram-se isolados, de ambas as hospedeiras, das regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste, e Sul do Brasil. Análises filogenéticas do tipo “multilocus sequence typing” foram conduzidas a partir dos genes da proteína alergênica Alt a1 (Alt a 1), gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase (gpd) e da região ITS, isoladamente ou concatenados (Alt a 1 + gpd + ITS), pelos métodos neighborjoining e bayesiano. Detectou-se associação de isolados de AS conforme a hospedeira de origem com base em árvores dos genes Alt a 1, gpd, e sequências concatenadas. Formaram-se clados distintos entre os isolados oriundos de batateira ou de tomateiro. Para a seqüência ITS, isolados de AS de tomateiro não diferiram de A. tomatophila. Pelo teste de Mantel, não houve correlação (r = -0,17; P=0,91) entre distâncias geográfica e genética para os isolados AS. 0154 Diversidade e evolução molecular de Alternaria solani por análises de genealogia e coalescência de genes. Lourenço Júnior1*, V.; Mizubuti1, E.S.G.; Carbone2, I.; González-Candelas3, F.; Reis4, A.; Moya3, A.; 1Depto. de Fitopatologia, Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]. 2Center for Integrated Fungal Research, Dept. of Plant Pathology, North Carolina State University, Raleigh, USA. 3Institut Cavanilles de Biodiversitat i Biología Evolutiva, Universitat de València, Valencia, España. 4Embrapa Hortaliças, Brasília, DF. Diversity and molecular evolution of Alternaria solani by genealogy and genes coalescence analyses. Para estudar a epidemiologia molecular do patossistema Alternaria solani (AS)/ batateira/tomateiro, foram conduzidas análises de genealogia de genes baseadas na teoria de coalescência para inferir sobre a história e mecanismos evolutivos que atuam na população de AS no Brasil. Quantificaram-se a diversidade de haplótipos e de nucleotídeos a partir dos genes da proteína alergênica Alt a1 Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia (Alt a 1), gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase (gpd) e da região ITS. Houve baixa diferenciação genética entre isolados obtidos de tomateiro e batateira. O número de mutações foi baixo. Por análises de matriz de compatibilidade e de neutralidade, não se detectaram recombinação e seleção, respectivamente. No entanto, detectou-se haver subdivisão e divergência recente das populações de AS em batateira e tomateiro. Há fluxo gênico entre populações, porém com baixo número de migrantes. Há evidências de linhagens clonais de AS em batateira em tomateiro. Fluxo gênico e mutação são os principais mecanismos evolutivos que atuam na população de AS no Brasil. 0155 Abacaxi selvagem é hospedeiro do agente causal da fusariose do abacaxizeiro? Gomes1, L.I.S.; Carvalho1, D.D.C.; Lima1, C.S.; Ventura2, J.A.; Pfenning1*, L.H. 1Departamento de Fitopatologia, UFLA, Lavras, MG; 2INCAPER, Vitória, ES. *E-mail: [email protected]. Is the wild pineapple a host for the causal agent of fusariosis on pineapple? Isolados de Fusarium subglutinans obtidos de plantas assintomáticas de abacaxi selvagem (Ananas microstachys), e de outros hospedeiros, foram testados quanto a patogenicidade em abacaxi cultivado. Foram realizadas inoculações em folhas destacadas de abacaxi ‘Pérola’ (5 por tratamento), as quais foram previamente desinfestadas com álcool 70%. Ferimentos foram feitos com agulha esterilizada na parte basal e aclorofilada das folhas, nos quais foram depositados 100 µL de suspensão com 2 x 106 conídios mL1 de 3 isolados de diferentes hospedeiros, F. subglutinans da mangueira, Fusarium guttiforme (sin.: F. subglutinans f. sp. ananas) do abacaxi e F. subglutinans do abacaxi selvagem; e água estéril como controle. Após a inoculação, as folhas foram mantidas em bandejas a 25 ± 2oC no escuro. Após 2, 4 e 6 dias da inoculação, F. subglutinans da mangueira e F. subglutinans do abacaxi selvagem apresentaram crescimento micelial fraco na base das folhas, porém sem causar lesões. F. guttiforme provocou lesões extensas em todas as folhas inoculadas. Neste trabalho, o isolado de abacaxi selvagem não foi patogênico ao abacaxi cultivado. Para elucidar a origem e a distribuição do agente causal da fusariose do abacaxi cultivado, isolados de Fusarium obtidos de plantas sintomáticas de abacaxi selvagem devem ser obtidos e testados quanto a patogenicidade. 0156 Primeiro relato de Phakopsora jatrophicola em Jatropha gossypifolia no estado do Acre. Batista1*, J.F.; Gomes2, L.I.S.; Lima2, C.S.; Carvalho2, D.D.C.; Pfenning2, L.H. 1Universidade Federal do Acre, Cruzeiro do Sul, AC. 2Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG. *E-mail: [email protected]. First report of Phakopsora jatrophicola on Jatropha gossypifolia in Acre State. O pinhão roxo (Jatropha gossypifolia L., Euphorbiaceae) é usado popularmente como planta medicinal pela sua ação antiinflamatória. Em 2007, no município de Cruzeiro do Sul, estado do Acre foram observadas plantas de pinhão roxo com folhas apresentando pústulas anfígenas. Folhas foram coletadas e examinadas sob microscópio estereoscópico. Preparações microscópicas foram observadas em microscopia de luz. O fungo presente nas folhas apresentava urédias subepidérmicas, amareladas a marrons, com 140 a 200 µm de diâmetro, com paráfises clavuladas e de cor pardo escura. As urédias produziam uredósporos ovais a elípticos, amarelados, levemente equinulados, com poros germinativos equatoriais, medindo 15-20 (18) x 25-30 (27) µm. As fases telial, picnial e ecial não foram observadas. Com base nas características dos uredósporos e paráfises, além da especificidade com o hospedeiro, o fungo foi identificado como Phakopsora jatrophicola (Arthur) Cummins. Esta espécie é relatada no Brasil apenas no estado do Pará. Outro hospedeiro deste fungo é Jatropha curcas. Epidemias da ferrugem do pinhão roxo podem ser um fator limitante ao cultivo desta planta medicinal, devido a depreciação visual das folhas e redução da produtividade da planta. 0157 Reação de porta-enxertos de Passiflora spp. a Nectria haematococca. Fischer1, I.H.; Almeida1, A.M.; Garcia1, M.J.M.; Spadotti2, D.M.A.; Bueno3, C.J. 1APTA Regional Centro Oeste-Bauru; 2Universidade Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 Estadual Paulista-Botucatu; 3APTA Regional Extremo Oeste-Araçatuba. E-mail: [email protected]. Reaction of Passiflora spp. rootstocks to Nectria haematococca. A podridão do colo do maracujazeiro amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa), causada por Nectria haematococca, é um dos principais responsáveis pelo decréscimo da produtividade e constantes migrações da cultura. O controle da doença é basicamente preventivo, visando a não introdução do patógeno na área. O presente trabalho visou avaliar o comportamento, em condições de campo, de maracujá amarelo ‘Afruvec’, ‘IAC 275’ e ‘Maguary’ do tipo péfranco e maracujá amarelo ‘Afruvec’ enxertado em cinco espécies diferentes de Passiflora spp. As plantas foram transplantadas com três meses de idade em uma área com histórico da doença, em Bauru, SP, seguindo um delineamento em blocos casualizados, com 10 repetições (plantas) para cada tratamento. A incidência de plantas murchas e mortas foi avaliada mensalmente através da análise visual e isolamento do patógeno das plantas sintomáticas. Seis meses após o inicio das avaliações, a incidência (%) de plantas mortas nas variedades Afruvec, IAC 275 e Maguary foi de 90, 80 e 70%, respectivamente. Já nas plantas enxertadas em P. morifolia, P. mucronata, P. alata, P. maliformis e P. suberosa, a incidência foi de 100, 80, 50, 30 e 30%, respectivamente. Novas avaliações estão sendo realizadas visando determinar a maior resistência dos porta-enxertos P. maliformis e P. suberosa a N. haematococca. 0158 Ocorrência da mancha foliar de Ophiodothella em pinha (Annona squamosa), no Estado de São Paulo. Fischer1, I.H.; Almeida1, A.M.; Garcia1, M.J.M.; Bertani2, R.M.A. 1APTA Regional Centro Oeste-Bauru; 2APTA Regional Centro Oeste-Marília. E-mail: [email protected]. Ocorrence of Ophiodothella leaf spot on pinha (Annona squamosa) in São Paulo State. Uma severa mancha foliar, causada por Ophiodothella annonae, foi detectada em Pinha (Annona squamosa), em 2004, nos municípios de Cascavel e Pacajus, CE. Os sintomas iniciam-se com pequenas manchas marrons e circulares. Sob elevada umidade as lesões coalescem, alcançando 20 mm de diâmetro e promovendo a queda das folhas. Em fevereiro de 2007, amostras de folhas de pinha, procedentes de Agudos, SP, foram recebidas para análise no Laboratório de Fitopatologia da APTA Regional de Bauru, apresentando lesões marrons, circulares, com pontuações escuras no centro e promovendo a queda de folhas quando severamente atacadas, sintomas semelhantes aos descritos no Ceará. Lâminas de microscopia foram preparadas com porções das lesões cortadas em uma gota de lactoglicerol e observadas em microscopia óptica. Foram observados conídios asseptados, filiformes, hialinos, medindo 11,2-15,2 x 0,8-1,2 µm, produzidos em conidiomas escuros, globosos e ligeiramente salientes. Peritécios pretos, subglobosos e imersos foram observados no centro das lesões. No interior dos peritécios, ascos unitunicados continham oito ascósporos fusiformes, hialinos, levemente curvados, asseptados, medindo 30-40 x 4-5 µm, bigutulados e com uma concentração de citoplasma na região central. Este relato da ocorrência de O. annonae em pinha constituiu-se no primeiro do Estado de São Paulo. 0159 Efeito do tratamento químico sobre microflora em sementes de sabiá (Mimosa caesalpiniaefolia). Araújo¹, E. R.; Silva¹, L. R.; Oliveira¹, M. D. M.; Manfio¹, M.; Nascimento², L. C. 1Mestrandos em Agronomia, Universidade Federal da Paraíba-UFPB, ²Prof. Dr. do Departamento de Fitotecnia. E-mail: [email protected]. Effect of chemical treatment on fungi in Mimosa caesalpiniaefolia seeds. O presente trabalho objetivou analisar eficiência do tratamento químico sobre a incidência de patógenos em sementes de sabiá no estado da Paraíba. Foram utilizadas três amostras de sementes, sendo realizado o “Blotter test”, com 200 sementes tratadas com água destilada esterilizada (ADE) e 200 com dois fungicidas comerciais (oxicloreto de cobre e mancozeb). As análises foram realizadas após o oitavo dia de incubação, realizando-se a identificação e avaliação da incidência dos fungos desenvolvidos sobre as sementes em microscópio estereoscópio. Detectaram-se fungos dos gêneros Aspergillus (40,5%) e Cladosporium (0,5%) nas sementes sem tratamento. Nas sementes tratadas com os fungicidas, pôde-se observar a presença de fungos dos gêneros Aspergilus sp., Cladosporium sp., Fusarium sp., Rhizopus S 141 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia sp. e Penicillium sp.. Em ambos os tratamentos, o fungicida Dithane/ Mancozeb inibiu o crescimento micelial de Aspergillus sp. e Penicillium sp, dois importantes fungos de armazenamento, e para os demais fungos, os fungicidas utilizados não apresentaram diferença significativa entre si. 0160 Análise sanitária de sementes de Jatobá (Hymenaea courbaril L.) coletadas no Estado da Paraíba. Araújo1, E. R.; Oliveira¹, M. D. M.; Brito2, N. M.; Araújo3, E; Nascimento3, L. C. 1Mestrandas em Agronomia, Universidade Federal da Paraíba-UFPB;2Doutoranda em Agronomia, UFPB; 3Prof. Dr. do Programa de Pós-Graduação em Agronomia, UFPB; E-mail: [email protected]. Sanitary analysis of Hymenaea courbaril L. seeds collected in state of Paraiba, Brazil. A preocupação atual com as questões ambientais, e a busca de estratégias para melhoria da qualidade de vida através de implantação de projetos de reflorestamento vem fazendo com que a procura por sementes com qualidade sanitária seja intensificada, logo, os estudos veiculados à análise sanitária de sementes de espécies florestais nativas que possam ser propagadas para o fim de reflorestamento, são de fundamental importância. O presente trabalho objetivou realizar a análise sanitária de sementes de Hymenaea courbaril coletadas no estado da Paraíba. A análise sanitária foi realizada no Laboratório de Fitopatologia da UFPB, através do método do “Blotter test” com 200 sementes de H. courbari. No oitavo dia após a incubação, as sementes foram avaliadas, comparando-se a microflora com literatura especializada e observações em microscópio estereoscópico, bem como a utilização de câmera digital para registro visual dos fungos. A diversidade fúngica em cada semente foi um aspecto considerado, já que, em algumas sementes foram detectados mais de dois fungos. Foi observada a incidência de Aspergillus sp. (33%), Aspergillus niger (15%), Cladosporium sp. (51%), Thielaviopsis sp. (22%), Fusarium sp. (2%) e Curvularia sp. (1%). 0161 Morfologia e aspecto cultural de isolados de Colletotrichum acutatum em frutos de morangueiro. Souza1, C.; Silva1, L.I.; Bonett1, L.P.; Silva1, T.P.; 1Universidade Paranaense – Unipar. E-mail: [email protected]. Morfological and cultural aspect from Colletotrichum acutatum isolates in strawberry. Fungos do gênero Colletotrichum são relatados como o agente causal da doença antracnose no morangueiro, sendo responsável por importantes perdas econômicas em regiões de climas temperados, subtropicais e tropicais. O Colletotrichum acutatum é o principal patógeno que acomete os frutos de morango, embora o Colletotrichum fragariae tenha sido isolado de frutos doentes. Nove isolados de C. acutatum foram obtidos de diferentes frutos do morangueiro, coletados em diversos pontos de comercialização de frutas incluindo as hortas comerciais, os quais foram caracterizados quanto ao crescimento da colônia em dois meios de cultura: BDA (Batata-Dextrose e Ágar) e Aveia (Aveia, Dextrose e Ágar) à temperatura entre 26 e 28°C. O crescimento micelial, coloração e topografia da colônia foram realizados por meio de análise visual. A avaliação do crescimento cultural foi acompanhada diariamente nos dois meios até que uma delas atingisse as extremidades das placas. Verificou-se que meio de aveia proporcionou um maior desenvolvimento micelial. Quanto à coloração das colônias, prevaleceu o tom alaranjado, embora em aveia a coloração tenha variado de alaranjado a rosado. A topografia apresentou altura intermediária nos dois meios. O meio de aveia promoveu um crescimento micelial mais vigoroso. Os apressórios apresentaram formato irregular e os conídios forma cilíndrica e afilada na base, confirmando dados citados na literatura. 0162 Raças de Colletotrichum lindemuthianum isoladas de feijões cultivados na região Oeste do Paraná. Silva1*,L.I.; Shewe1*I.; Bonett1, L.P; Freitas1, M.B.; Marochio1, C.A.; Curso de Ciências Biológicas, 1Universidade Paranaense, E-mail: [email protected]. Colletotrichum lindemuthianum races isolated in common bean plant in the west of Paraná state. Fungos do gênero Colletotrichum são fitopatógenos que causam S 142 antracnose em diversas culturas. C. lindemuthianum (Sacc. & Magn.) é o agente causador da antracnose do feijoeiro, uma das mais importantes doenças desta cultura no Brasil, responsável por prejuízos expressivos, proporcionando perdas enormes. A resistência genética é a forma de controle mais eficaz, entretanto seu emprego é dificultado com o surgimento constante de novas raças do fungo. Para o estudo foram realizadas coletas de vagens com sintomas da doença em cultivos de feijão existentes na região Oeste do Paraná, no ano agrícola de 2004/2005. Após desinfecção inicial com hipoclorito de sódio a 2%, das vagens com sintomas, procedeu-se o isolamento do fungo por meio do plaqueamento das lesões com sintomas característicos em meio BDA. Após a incubação de cinco dias, à temperatura de 280C, realizou-se a contagem, diluição e ajuste da concentração do inóculo para 1,2 x 106 conídios mL-1 e aplicados nas doze cultivares diferenciadoras. Verificou-se que entre os 61 isolados, 22 deles pertencem à raça 52, 11 à raça 65, 11 à raça 321, oito à raça 83, cinco à raça 81 e quatro à raça 337. A raça de maior agressividade foi a 337, infectando o maior número de cultivares. As raças 52, 321 e 65 foram as mais freqüentes, representado 72,10% dos isolados. 0163 Espectro da atividade antifúgica de extratos de Lafoensia pacari. Pereira, W.V1.; Papa, M.F.S1. 1Departamento de Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos, Universidade Estadual Paulista - UNESP. E-mail: [email protected]. Spectrum of the antifungal activity of Lafoensia pacari extracts. Em estudos anteriores constatou-se a ação fungicida de extratos aquosos e hidroetanólicos de folhas de pacari (Lafoensia pacari) sobre Corynespora cassiicola e Colletotrichum spp.. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito desses extratos sobre a germinação de esporos dos fungos: Fusarium oxysporum (Fo), Colletotrichum musae (Cm), Ceratocystis fimbriata (Cf), Cercospora sp. (C), Asperisporium caricae (Ac), Lasiodiplodia theobromae (Lt), Cercosporidium personatum (Cp), Cerotelium fici (Cfi), Phakopsora euvitis (Pe) e Puccinia psidii (Pp). Foram preparadas suspensões de esporos dos fungos acrescidas do extrato e determinou-se a germinação dos esporos. Utilizaram-se as concentrações de 0, 10, 30 e 50% dos extratos em relação ao volume. Foram estimados os percentuais de inibição da germinação de esporos (PIG), de cada fungo e extrato, em relação à testemunha. Os valores das médias dos PIG variaram, entre os fitopatógenos avaliados, de 96 a 67% para o extrato hidroetanólico e de 88 a 58% para os extrato aquoso. Contatouse que Fo, Pe e Ac apresentaram as maiores PIGs; Cf, Lt e Cm apresentaram valores intermediários; Pp, Cp, Cfi e C apresentaram as menores PIG. 0164 Evolução de incidência de cancro da haste e tombamento de plantas causados por R. solani AG-4 HGI. Pereira, W.V.1 Ceresini, P.C. 1Universidade Estadual Paulista – UNESP/FEIS1. E-mail: [email protected]. Evolution of incidence of stem cancker and damping-off of plants caused for R. solani AG-4 HGI Objetivou-se avaliar a incidência de cancro na haste e tombamentos de plantas causados por Rhizoctonia solani (Rhz) AG-4 HGI isolados de batata, beldroega, caruru, juá-de-capote e maria-pretinha. Para isso foi realizado a patogenicidade cruzada entre os isolado. O estudo foi conduzido em condições de casa de vegetação. Vasos contendo solos esterilizados foram infestados com o inóculo de Rhz isolados de batata, caruru, beldroega, juá-de-capote e maria pretinha. Após uma semana da infestação, procedeu-se o plantio e/ou semeadura, sendo que cada espécie de planta invasora foi semeada em 25 vasos, sendo cinco sem inóculo, cinco com Rhz-batata, cinco com Rhz-juáde-capote, cinco com Rhz-beldroega e cinco com Rhz-caruru; os vasos de batata receberam 4 mini-tubérculos cada. Foram feitas observações diárias para detectar emergência de plântulas e ocorrência de tombamento ate o 28o dia após o plantio e/ou semeadura. O delineamento utilizado foi em blocos casualizados num esquema fatorial do tipo 5 x 5 (isolados do patógeno + testemunha x espécies de plantas), com cinco repetições para cada tratamento. Todos hospedeiros apresentaram suscetibilidade aos isolados testados, durante o período de avaliação. Verificou-se que o isolado de caruru é o mais agressivo, por ter apresentado maior percentual de tombamento de plântulas no decorrer do tempo avaliado. Todos os hospedeiros servem como fonte de inóculo aos isolados de Rzc avaliados. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia 0165 Atividade de camomila (Matricaria chamomilla), isolada ou combinada com outras plantas medicinais, sobre o crescimento micelial de Alternaria solani. Santana, S.M.; Dias-Arieira, C.R.; Misse, G.Y.; Sibim, A.C. UEM-Umuarama, Estrada da Paca, s/n, 87508-210, Umuarama, PR. [email protected]. Activity of the Matricaria chamomilla, isolated or combined with other medicinal plants, on the micelial growth of Alternaria solani. Visando buscar formas alternativas para o controle de Alternaria solani, objetivou-se avaliar a bioatividade de extratos de plantas medicinais sobre o crescimento micelial do fungo. Para isto, obteve-se macerado da inflorescência de camomila (Matricaria chamomilla), camomila + folha de citronela (Cymbopogon nardus), camomila + folha de arruda (Ruta graveolens) e camomila + citronela + arruda, todos nas concentrações de 1, 2 e 5 %. Os macerados foram adicionados ao meio BDA e autoclavados, sendo o BDA utilizado como testemunha. Posteriormente, as soluções foram vertidas em placas de Petri com 9 cm de diâmetro e receberam um disco de micélio, com 0,8 cm, do fungo isolado em cultura pura. As placas foram mantidas em BOD a 27ºC e o diâmetro médio das colônias foi medido a cada três dias, durante nove dias. Cada tratamento constou de quatro repetições e as médias foram comparadas pelo teste Tukey 5%. Após três dias de incubação, nenhum dos tratamentos diferiu estatisticamente entre si. No sexto dia, os tratamentos camomila 5%, camomila+arruda 5% e camomila+arruda+citron ela 5% exerceram controle significativo sobre o crescimento micelial. Porém, após nove dias, apenas o tratamento com camomila na concentração de 5% manteve a eficiência em controlar o crescimento do fungo. 0166 Atividade de plantas medicinais no controle in vitro de Alternaria solani. Santana, S.M.; Morita, D.A.S.; Dias-Arieira, C.R. UEMUmuarama, Estrada da Paca, s/n, 87508-210, Umuarama, PR. Email: [email protected]. Activity of medicinal plants in the control in vitro of Alternaria solani. A crescente procura por produtos orgânicos tem promovido um aumento nas pesquisas que visam métodos alternativos para o controle de fitopatógenos. Neste contexto, o potencial das plantas medicinais vem sendo constantemente avaliado. Assim, objetivou-se avaliar a atividade de algumas espécies medicinais no controle do crescimento micelial de Alternaria solani. Extratos obtidos das plantas medicinais citronela (Cymbopogon nardus), cavalinha (Equisetum giganteum), leitosa do Amazonas (Synadenium grantii), arruda (Ruta graveolens), penicilina (Alternanthera brasiliana) e batata do inferno (Jatropha podagrica) foram preparados através da maceração de folhas frescas. O macerado foi adicionado ao meio BDA nas concentrações de 0, 1, 2 e 5%. O material foi autoclavado e, posteriormente, distribuído em placas de 9 cm de diâmetro. Discos de micélio do fungo previamente isolado foram transferidos para as placas, as quais foram incubadas em BOD a 27ºC. O diâmetro médio da colônia foi determinado a cada três dias, durante nove dias. Cada tratamento constou de quatro repetições e as médias obtidas foram comparadas pelo teste Tukey 5%. Redução significativa do crescimento micelial foi observada para os tratamentos citronela 2 e 5% e arruda 5%. Os tratamentos batata do inferno 1% e penicilina 1 e 2% estimularam o crescimento do fungo. Os extratos de cavalinha e leitosa não apresentaram qualquer efeito sobre o fungo. 0167 Modelagem do efeito de umidade e temperatura no crescimento de Fusarium verticillioides e perda de qualidade em milho. Bernd1*, L.P.; Curioni1, A.; Souza1, T.M.; Sobottka1, R.P.; Gerage2, A. C.; Marsaro3, A.; Ono4, E.Y.S.; Hirooka1, E.Y.; 1Depto Ciência e Tecnologia de Alimentos, Universidade Estadual de Londrina; 2Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR, Londrina; 3EMBRAPA/ RR; 4Depto de Bioquímica e Biotecnologia, Universidade Estadual de Londrina. *E-mail: lucianabernd@ hotmail.com. Modelling of the effect of moisture and temperature on growth of Fusarium verticillioides and quality loss in corn. O gênero Fusarium se destaca entre fitopatógenos de interesse mundial na produção de grãos perante redução na qualidade e valor econômico, além de micotoxinas produzidas. Fusarium verticillioides destaca-se entre os fungos envolvidos na pós-colheita de milho, cujo metabólito tóxico principal, as Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 fumonisinas, representam perigo à saúde da população e de animais. O trabalho objetivou desenvolver modelos matemáticos para descrever o efeito de umidade e temperatura no crescimento fúngico no milho, com ênfase ao F. verticillioides, assim como a avaliação do efeito de contaminação na qualidade físico-química e fisiológica desta matéria-prima. Grãos de milho submetidos ou não ao tratamento térmico tiveram a umidade ajustada para 15, 20 e 25%, sendo inoculados ou não com F. verticillioides (cepa 103F), e permaneceram incubados à temperatura de 20, 25 e 30ºC por 20 dias. Os dados in vitro deste planejamento experimental possibilitaram a elaboração de modelos matemáticos para simulação de crescimento fúngico, e demonstraram que o maior crescimento de Fusarium spp. ocorreu em grãos mantidos a 25% de umidade sob 25ºC, sendo que a umidade foi a variável que exerceu maior influência. O teor de proteína, atividade de água e umidade elevaram-se com o aumento de umidade; já o teor de extrato etéreo tendeu a um aumento sob 20% de umidade e 30ºC. Houve reduções no vigor e viabilidade das sementes mantidas por 20 dias nas condições adotadas, sendo as mais acentuadas em milho estocado a 25% de umidade a 25 ºC. Os modelos desenvolvidos podem ser ferramentas úteis na simulação, visando a prevenção do crescimento de Fusarium spp., Penicillium spp., bolores/ leveduras totais no milho. 0168 Efeito do intervalo de tempo entre a etapa de colheita e pré-secagem na contaminação natural de fumonisina em milho da Região Norte do Paraná. da Silva1, M.; Bernd2*, L.P.; Moreno1, E.C.; Garcia,3 G.T.; Fração2, F.; Hirooka2, E.Y.; Ono1, E.Y.S.; 1Depto de Bioquímica e Biotecnologia, Universidade Estadual de Londrina; 2Depto Ciência e Tecnologia de Alimentos, Universidade Estadual de Londrina; 3Integrada Cooperativa Agroindustrial; *E-mail: [email protected]. Effect of harvesting - pre-drying interval on natural fumonisin contamination in corn, Northern Paraná State. O milho é um cereal importante no Brasil por ser componente principal de rações animais e constituir a base de diversos alimentos destinados ao consumo humano. Devido à sua qualidade nutricional torna-se excelente substrato para contaminação por fungos toxigênicos. Com objetivo de avaliar o efeito do intervalo de tempo entre a colheita e a pré-secagem na contaminação por fungos e fumonisinas em milho, 490 amostras foram coletadas em três pontos da cadeia produtiva: campo, recepção de cooperativa e pré-secagem de duas safras (2003 e 2004) da Região Norte do Paraná. As duas safras apresentaram perfis similares quanto à freqüência fúngica, prevalecendo o gênero Fusarium spp. (100%), seguido por Penicillium spp., que foi detectado em 98, 95 e 97% das amostras de campo, recepção e etapa de pré-secagem (safra 2003), respectivamente. As fumonisinas foram detectadas em todas as amostras de ambas as safras, com níveis médios de 2,48 ± 2,89 µg/g em amostras de campo, 2,70 ± 2,65 µg/g em amostras de recepção e 3,61 ± 4,06 µg/g em amostras de pré-secagem na safra de 2003. As amostras de 2004 apresentaram menores níveis de contaminação, com teores médios de 1,02 ± 0,77 µg/g, 1,11 ± 0,99 µg/g e 1,57 ± 2,03 µg/g em amostras de campo, recepção e pré-secagem, respectivamente. Os níveis médios de fumonisinas aumentaram gradualmente de ≤5,00 µg/g para 18,78 µg/g quando o intervalo de tempo entre a colheita e a pré-secagem aumentou de 3,2 para 8,09 horas (safra 2003), apresentando correlação positiva (p<0,05) e sugerindo que o retardo da secagem contribui para o aumento da contaminação por fumonisinas em milho. O mesmo comportamento foi observado na safra de 2004. Portanto, uma conduta adequada pós-colheita é essencial para assegurar a qualidade de milho. 0169 Avaliação da incidência de Fusarium subglutinans em abacaxizeiro em plantios comerciais no Estado da Paraíba. Oliveira, M.D.M¹.; Nascimento, L.C².; Leite, R.P².; F.M Souto, F.M²; Araújo, E. R². ¹Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Agronomia – UFPB; ² Departamento de Fitotecnia, Laboratório de Fitopatologia, Universidade Federal da Paraíba. E-mail: [email protected]. Evaluation of incidence of Fusarium subglutinans f. sp. ananas on pineapple plants in commercial planting on Paraiba´s state, Brazil O abacaxizeiro (Ananas comosus) é uma cultura suscetível a um grande número de patógenos, sendo Fusarium subglutinans f. sp. ananas, agente causal da fusariose, um dos mais destrutivos, uma vez que, em condições S 143 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia favoráveis, o patógeno pode causar perdas elevadas na produção de frutos. O presente trabalho teve como objetivo o monitoramento de áreas de plantio comerciais de abacaxi em sistema de Produção Integrada de Frutas (PIF), no município de Santa Rita, Paraíba, no período de agosto de 2006 à abril de 2007. A amostragem foi realizada pela determinação de linhas em zig-zag, avaliando-se 50 plantas seguidas na linha em cada ponto, num total de 450 plantas por cada hectare. O monitoramento da incidência da doença foi iniciado 90 dias após o plantio, em intervalos mensais, até o tratamento de indução floral, realizado 270 dias após o plantio. Durante o período de avaliação, avaliou-se incidência de fusariose inferior a 1% durante o ciclo vegetativo, não se recomendando a proteção da inflorescência em desenvolvimento mediante pulverização com fungicidas químicos. As plantas que apresentaram sintomas típicos da doença foram eliminadas do local de plantio. 0170 Influência de extratos vegetais no crescimento micelial de Fusarium subglutinans f. sp. ananas in vitro.Oliveira, M.D.M¹.; Nascimento, L.C².; Leite, R.P²; Souto, F.M.². ¹Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Agronomia – UFPB; ²Departamento de Fitotecnia, Laboratório de Fitopatologia, Universidade Federal da Paraíba. E-mail: [email protected]. Influence of naturals extracts on mycelial growth of Fusarium subglutinans f. sp. ananas in vitro. A fusariose do abacaxizeiro, causada pelo fungo Fusarium subglutinans, destaca-se pela freqüência com que ocorre nos plantios comerciais e pelos severos danos causados nas principais áreas produtoras do Brasil. O objetivo do trabalho foi avaliar a influência de extratos vegetais no crescimento micelial de F. subglutinans in vitro. Os extratos de cebola (Allium cepa) e nim (Azadirachta indica), foram testados nas concentrações, 0, 20, 30 e 40% transferindo-se 25µL de cada tratamento para um orifício feito no centro de placas de Petri com BDA. Discos de micélio do fungo foram adicionados sobre esse orifício. As avaliações foram realizadas durante um período de sete dias, através de medição do diâmetro das colônias em dois sentidos opostos, com o auxílio de uma régua milímetrada. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, com cinco repetições, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os resultados mais satisfatórios no controle micelial do fungo foram observados nos tratamentos utilizando os extratos a partir da concentração de 30%, não mostrando diferenças significativas entre as médias destes tratamentos. Os resultados obtidos indicam o grande potencial destes extratos no controle micelial de F.subglutinans in vitro. 0171 Fungos associados ao aguapé (Eichhornia crassipes) no Brasil. Inokuti1, E.M.; Soares1, D.J.; Barreto1, R.W.; 1Departamento de Fitopatologia – UFV, Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]. Fungi associated to waterhyacinth (Eichhornia crassipes) in Brazil. Eichhornia crassipes (Pontederiaceae) é considerada, mundialmente, a pior planta aquática invasora. Atualmente, essa planta ocorre em quase todas as regiões do mundo. A sua multiplicação é explosiva e os prejuízos econômicos são incalculáveis. Em virtude de sua importância muitos programas de controle têm sido desenvolvidos no mundo todo. Dentre estes o controle biológico é considerado o único método ecologicamente sustentável. Tanto insetos quanto fungos têm sido investigados e utilizados. No Brasil, levantamentos pioneiros dos fungos associados a esta planta foram realizados nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Amazonas, no entanto poucos foram os fungos encontrados. Entre junho de 2004 a maio de 2006 um levantamento sistemático dos fungos associados a está planta foi conduzido nos estados do Sul e Sudeste do Brasil, além de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Rondônia a fim de encontrar potenciais agentes de biocontrole. Amostras apresentando diferentes sintomatologias foram conduzidas no laboratório e examinadas sob o microscópio. Foram identificados preliminarmente os seguintes fungos: Acremonium zonatum, Cercospora sp., Dydimella sp., Leptosphaeria sp., Memnoniella subsimplex, Mycosphaerella sp., Myrothecium verrucaria, Pleospora sp., Ramularia sp. e Uredo echhorniae. Com base nos sintomas observados no campo, Leptosphaeria sp. e Uredo eichhorniae parecem ter grande potencial como agentes de controle biológico. S 144 0172 Patogenicidade de Curvularia sp. a três cultivares de Heliconia psittacorum. Sardinha1*, D.H.S.; Rodrigues1, A.A.C.; Catarino1*, A.M.; Silva1*, L.L.S.; Nascimento1, I.O.; Sousa1*, F.A. 1Núcleo de Biotecnologia Agronômica – Universidade Estadual do Maranhão. *PIBIC. E-mail: [email protected]. Pathogenicity of Curvularia sp. in three Heliconia psittacorum cultivars. O cultivo de Flores Tropicais destaca-se por ser uma atividade rentável, fixadora de mão-de-obra no campo e indicada para pequenos e grandes produtores. No Estado do Maranhão esta atividade é relativamente recente e extremamente carente de estudos que possam viabilizar uma produção de alta qualidade, exigida pelo mercado. Este trabalho tem como objetivo comprovar a patogenicidade de Curvularia sp. detectada em áreas produtoras em São Luis, como agente causal de manchas foliares em três cultivares Heliconia psittacorum. O trabalho foi conduzido em casa de vegetação com as cv. Golden Torch, Golden Torch Adrian e Red Opal, o fungo utilizado para o experimento foi cultivado em meio BDA por cinco dias. A inoculação foi feita com e sem ferimento, com a deposição de discos de BDA contendo o fungo sobre a folha previamente limpa com água destilada. Após a inoculação cada folha foi mantida em câmara úmida por 24h. Decorridos 7 dias da inoculação avaliou-se as folhas com sintomas e o tamanho da lesão. O delineamento experimental utilizado foi o fatorial 3x2 com 10 repetições. De acordo com os resultados obtidos 100% das folhas com ferimentos nas 3 cultivares apresentaram os sintomas da doença, já folhas sem ferimentos não apresentaram sintoma em nenhuma das cultivares, o que indica que o patógeno penetra por ferimentos na folha ou aberturas naturais. 0173 Levantamento de fitonematóides em áreas de algodão com diferentes históricos culturais. Alves1, G. C. S; Nery-Silva1, F. A. Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Ipameri. email: [email protected]. Survey of parasit of plant nematodo in áreas of cotton with differents descriptions culturals. Goiás ocupa lugar de destaque na produção nacional e o Sudeste Goiano se destaca, pois além da produtividade elevada consegue produzir pluma de alta qualidade tornando-se referência no setor. Todavia, ocorrem perdas significativas devido à presença de patógenos, e nesse contexto, os fitonematóides podem causar danos diretos e indiretos ao algodoeiro. O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de fazer um levantamento de nematóides em dez diferentes áreas cotonicultoras da região sudeste de Goiás, nos municípios de Ipameri, Cristalina, Catalão e Campo Alegre, sendo 9 cultivadas com a variedade DeltaOpal e uma com a ITA 90. As avaliações foram realizadas no período de abril a junho de 2006. Observou-se a presença de Meloidogyne incognita em áreas de Catalão e Ipameri; de Pratylenchus brachyurus em áreas de Ipameri e Cristalina, e de Rotylenchulus reniforme em Campo Alegre, Ipameri e Catalão. Apenas em duas áreas dos municípios de Catalão e Ipameri observou-se a infestação cruzada de M. incognita e R. reniforme. Das áreas amostradas apenas em três não foi observada a presença de fitonematóides, sendo uma delas em Cristalina cultivada com a variedade ITA 90, e duas em Ipameri com a variedade DeltaOpal. O plaqueamento dos solos amostrados para a contagem de fungos nematófagos, permitiu a observação dos gêneros Monascroporium sp. e Artrobotrys sp. em quatro das áreas amostradas. 0174 Alterações na atividade da fenilalanina amônia-liase, peroxidase e da poligalacturonase em frutos de mamão inoculados com agentes causadores da podridão peduncular. Nery-Silva, F.A.1; Machado, J.C.2; Resende, M.L.V.2 1Universidade Estadual de Goiás, UnU Ipameri. email: [email protected]. 2Departamento de Fitopatologia – UFLA. Changes of phenylalanine ammonia-lyase, peroxidase and polygalacturonase activities in papaya fruits inoculated with fungi associated to stem-end-rot. O processo de infecção de frutos agentes por agentes fúngicos pode levar a uma série de modificações texturais resultantes do processo patogênico e a alteração na atividade de várias enzimas é observada como resposta aos mecanismos de defesa do tecido injuriado. Avaliou-se o padrão de atividade das enzimas peroxidase (POD), poligalacturonase (PG) e fenilalanina Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia amônia-liase (FAL), em frutos de mamão inoculados com fungos causadores da podridão peduncular (Colletotrichum gloeosporioides, Ascochyta caricae, Fusarium solani e Botryodiplodia theobromae). Frutos foram inoculados na região peduncular e em seguida armazenados à 24ºC, e as amostragens de tecido da região inoculada foram realizadas com 0, 2, 4 e 6 dias. Como testemunha utilizaram-se tecidos de frutos sadios e de frutos sadios submetidos ao mesmo ferimento necessário ao processo de inoculação. Para a POD, a atividade enzimática do tecido inoculado apresentou pico aos 4 dias, tendendo a diminuição para todos os fungos, sendo F. solani o que apresentou maior alteração na atividade dessa enzima. Para a PG, observou-se atividade diferenciada em tecidos a partir do segundo dia de inoculação apenas para C. gloeosporioides. E finalmente para a FAL, tecidos inoculados com o fungo A. caricae mostraram alta atividade a partir do sexto dia de inoculação. 0175 Condições favoráveis à germinação de uredósporos em arnica brasileira (Solidago chilensis). Costa, Z.S.1; Cunha Junior, J.O.1; Carvalho, E.M. 1; Pereira, R.C. 1; Brioso, P.S.T.1 1Departamento de Entomologia e Fitopatologia/UFRRJ, CP 74582, 23851-970, Seropédica, RJ. e-mail: [email protected]. Favorable conditions to germination of uredospores of the Solidago chilensis. A temperatura e o fotoperíodo influenciam na germinação de uredósporos, e consequentemente na ocorrência de doenças. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos de diferentes temperaturas associadas à luz e ao escuro na germinação de uredósporos do fungo causador da ferrugem em arnica brasileira (Solidago chilensis). Os uredósporos foram obtidos, raspando-se as pústulas de diferentes folhas escolhidas ao acaso. Em seguida, foram homogeneizados em 2 mL de água estéril e acondicionados em diferentes câmaras de incubação tipo BOD, com as temperaturas ajustadas para 15ºC, 20ºC, 25ºC e 30°C nas condições de luz e escuro. Para determinar a porcentagem de germinação, realizou-se a leitura de 20 uredósporos em cada repetição, nos períodos de 2, 4, 6 e 8 h após o preparo das amostras. Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F (P ≤ 5%) e as médias foram analisadas pelo teste de Tukey para os dados qualitativos e análise de regressão para os dados quantitativos. De maneira geral, houve maior porcentagem de germinação dos uredósporos quando incubados no escuro, exceto na temperatura de 15ºC, havendo um ganho de até 30% aos 20ºC em relação à incubação na presença de luz. Na ausência de luz, entre as temperaturas testadas, a maior germinação ocorreu entre 20º e 30ºC. Enquanto que na presença de luz, observou-se um decréscimo de 13% na germinação a partir de 25ºC. 0176 Quantificação dos danos causados por Ferrugem polissora na cultura do milho safrinha em Lucas do Rio Verde – MT. Meneghetti, R.C.1, Hoffmann, L.L.2, Reis, E.M.3, Nervo, M.A., Gardin, A. 1UFSM, 2Syngenta, 3 UPF. E-mail: laé[email protected]. Damage quantification caused by Puccinia polysora of corn in Lucas do Rio Verde – MT. A ferrugem polissora é considerada a mais destrutiva ferrugem que ataca o milho. Danos na produção de mais de 50% já foram relatados em híbridos suscetíveis. Com o objetivo de determinar o limiar de dano causado pela ferrugem polisora (Puccinia polysora) em milho em condição de safrinha conduziu-se um experimento foi conduzido em Lucas do Rio Verde MT, na safrinha 2006, utilizando o híbrido Speed, suscetível a ferrugem polissora utilizando-se diferentes doses, épocas e número de aplicações do fungicida Azoxistrobin + ciproconazole (200+80g/L) como ferramenta para gerar o gradiente da doença e de dano. Este trabalho foi composto por um total de 12 tratamentos e 4 repetições, cada unidade experimental teve uma área de 7,2 m2. Foram realizadas três aplicações, a primeira 35 dias após a emergência (35DAE), a segunda aplicação foi realizada no estádio de pré-pendoamento (44DAE) e a terceira foi realizada 20 dias após a segunda aplicação. Realizou-se um total de cinco avaliações de intensidade de doença nas folhas -2, -1, e, +1, +2 em 5 plantas marcadas por parcela,, cálculo de índice de área foliar e o rendimento de grãos. Os resultados de severidade obtidos foram submetidos a análise de regressão que gerou a função R = 7152,6 - 281,79*S com R2= 0,7563 e p= 0,000237 (R=rendimento kg.ha-1 Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 e S=severidade %). Este coeficiente de dano foi obtido quando a cultura se encontrava aos 90 DAE. 0177 Tratamento de sementes de soja com fungicidas e Acibenzolar-S-methyl (ASM). Navarini, L.1, Balardin, R.S.1, Moreira, M.T.1; Debona, D.1; Meneghetti, R.C.1; 1UFSM/CCR/DFS. E-mail: [email protected]. Seed treatment with fungicides and Acibenzolar-S-methyl (ASM). O efeito residual do tratamento de sementes com fungicidas em associação com ASM no controle de ferrugem da soja foi avaliado com sementes da cultivar Msoy 8000 semeadas em bandejas plásticas. Os tratamentos foram: Flutriafol, Difenoconazole, Difenoconazole+Cyproconazole, Azoxistrobin, Picoxistrobin e Pyraclostrobin combinados a duas doses de ASM (0,2 e 0,4 g.100 kg de sementes-1) e um tratamento controle sem aplicação no delineamento inteiramente casualizado. As inoculações de esporos de P. pachyrhizi foram realizadas em intervalos de 7 DAE. Foi avaliada a altura de plantas, fitotoxidade (%) e a severidade de ferrugem aos 21 DAE (3 inoculações). O tratamento com Azoxistrobin + ASM na menor dose não apresentou efeito fitotóxico. A menor altura de plantas e a maior fitotoxidade foi verificada nos tratamentos com Difenoconazole + Cyproconazole misturados a ambas as doses de ASM. Os tratamentos com Flutriafol, Difenoconazole + Cyproconazole e Picoxistrobin combinados com ambas as doses de ASM reduziram significativamente a severidade de ferrugem em comparação aos demais tratamentos. 0178 Avaliação do fungicida fluquinconazole, aplicado via tratamento de sementes, na incidência e severidade inicial da ferrugem asiática da soja. Zaccaron, M.L.; Fengler, G.W.; Martelli, T.; Oliveira, J.L. de, Reginato, P.; Gavassoni, W.L.; Bacchi, L.M.A.; Gonçalves, M.C. Faculdade de Ciências Agrárias, UFGD, DouradosMS, E-mail: [email protected]. Evaluation of soybean seed treatment with fluquinconazole on early incidence and severity of asian soybean rust. Phakopsora pachyrhizi é o maior problema fitossanitário da cultura da soja. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o fungicida fluquinconazole (Atento®) aplicado via tratamento de sementes na incidência inicial da ferrugem asiática da soja. O experimento foi instalado em 12/2006, soja cv. BRS 245 RR, em blocos casualizados com 3 tratamentos (250 e 300 g p.c./100Kg de sementes; testemunha sem tratamento) e 6 repetições. Todas as sementes independente do tratamento foram tratadas com fungicida Carbendazim + Tiram (Derosal Plus® – dose 200 ml/100 Kg de sementes) e inseticida imidacloprido (Gaucho® – dose 200 ml/100 Kg sementes. A ferrugem foi identificada em todas as parcelas em 30/01/2007, quando a cultura encontrava-se no estádio V7. A dose mais elevada de fluquinconazole resultou em menor incidência da doença comparada a testemunha não tratada. A incidência inicial da doença foi de 3,3%, 2,2% e 0,6%, nos tratamentos testemunha, 250g e 300g, respectivamente. O tratamento com fluquinconazole, independente da dose, resultou em menor número de lesões e de urédias comparado à testemunha não tratada, na fase inicial de detecção da doença nas parcelas. 0179 Efetividade de genes Pm de trigo a oídio, em 2006. Costamilan1, L.M.; Felício2, J.C.; Dalla Nora3, T., Scheeren1, P.L.; Feksa4, H.R.; Maciel1, J.L.N. 1 Embrapa Trigo; 2IAC; 3Coodetec; 4Fapa. E-mail [email protected]. Effectiveness of wheat Pm genes to powdery mildew, in 2006. A variabilidade de Blumeria graminis f. sp. tritici, causador de oídio de trigo, conduz ao desenvolvimento de patótipos capazes de atacar cultivares resistentes. Para acompanhar a freqüência de virulência em genes de resistência do hospedeiro, foram analisados 16 isolados, de Minas Gerais, Paraná e São Paulo, em 2006, com cultivares da série diferencial, para os genes Pm1, 2, 3a, 3b, 3c, 3d, 4a, 4a+, 4b, 5, 6, 7, 8, 17, e as combinações 2+6, 1+2+9 e 2+4b+8. Vinte e sete patótipos foram identificados. Em seis destes, estão contidas mais de 50% da variação patogênica da população. S 145 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia A fórmula de virulência mais freqüente (21%) foi 2, 3a, 4a, 4a+, 4b, 17, 1+2+9 (genes efetivos, ou seja, sem compatibilidade) / 1, 3b, 3c, 3d, 5, 6, 7, 8, 2+6, 2+4b+8 (genes inefetivos, ou seja, com compatibilidade). As demais fórmulas mais freqüentes foram 2, 3a, 3d, 4a, 4a+, 4b, 7, 17, 1+2+9 (efetivos) / 1, 3b, 3c, 5, 6, 8, 2+6, 2+4b+8 (inefetivos); 2, 4a, 4b, 4a+, 17 (efetivos) / 1, 3a, 3b, 3c, 3d, 5, 6, 7, 8, 2+6, 1+2+9, 2+4b+8 (inefetivos) e 4a, 4b, 4a+, 7, 17 (efetivos) / 1, 2, 3a, 3b, 3c, 3d, 5, 6, 8, 2+6, 1+2+9, 2+4b+8 (inefetivos), cada uma em 8% das amostras. Pm3b, 3c, 5, 6, 2+6 e 2+4b+8 foram totalmente inefetivos, e Pm4a e 4a+ foram totalmente efetivos a todos os isolados. Os genes Pm8 e 1 apresentaram alta ineficiência (compatível em 92% e 83% das amostras, respectivamente), e Pm4b e 17, alta eficiência (compatível em 4% e em 13%, respectivamente). A compatibilidade, para os demais genes, variou entre 44% e 67%. 0180 Diaporthe phaseolorum var. caulivora, primeira ocorrência deste fungo associado ao cancro da haste da soja, no Brasil. Costamilan1, L.M.; Almeida2, A.M.R.; Yorinori3, J.T.; Seixas2, C.D.S.; Binneck2, E. 1Embrapa Trigo; 2Embrapa Soja; 3Aposentado Embrapa Soja. E-mail: [email protected]. D. phaseolorum var. caulivora, first occurrence of this fungus associated with soybean stem canker in Brazil. Plantas de soja, cv. BRS 154, morreram antecipadamente em março de 2006, em Passo Fundo e Coxilha, RS, com folhas secas presas às plantas e regiões escurecidas na porção inferior das hastes (cancros). Foram obtidos 25 isolados com micélio branco-acinzentado típico do gênero Diaporthe. Três destes (CH 07/06, CH 10/06 e CH 40/06) foram selecionados para estudos comparativos da região do rDNA, sendo constatada alta similaridade (100%) com a seqüência depositada para este fungo (GenBank AF0000567), correspondente à espécie D. phaseolorum var. caulivora strain 713. CH 07/06 e CH 10/06 apresentaram padrões de agressividade diferentes de CH 08/89 (isolado padrão da var. meridionalis), não causando morte de plantas em cultivar suscetível à D. phaseolorum var. meridionalis. O patógeno foi reisolado de plantas da cv. BRS 154, causando escurecimento interno na haste no estádio R5, mas não morte. Em condições in vitro, isolados CH 10/06 e CH 40/06 mostraram compatibilidade vegetativa entre si e incompatibilidade com CH 08/89. Em medições de estruturas reprodutivas do isolado CH 40/06, as ascas mediram 32-40 x 5-6 μm e os ascosporos, 8-10 x 2-2,5 μm. As características observadas levaram à identificação de D. phaseolorum var. caulivora como agente associado ao cancro da haste da soja na safra 2005/06, sendo essa a primeira detecção em campo, no Brasil. 0181 Resistência de genótipos de trigo à brusone e caracterização fenotípica de Pyricularia grisea. Maciel1, J.L.N.; Cruz2, M.F.A.; Prestes2, A.M.; Scheeren1, P.L.; Só e Silva1, M. 1Embrapa Trigo; 2Programa de Pós-graduação em Agronomia, UPF; E-mail: [email protected]. Resistance of wheat genotypes to blast and phenotypic characterization of Pyricularia grisea. São muitos os aspectos relacionados à resistência à brusone do trigo e à variabilidade de Pyricularia grisea, agente causal da doença, que ainda são desconhecidos. Uma fonte de resistência à esta doença tem sido atribuída à espécie Aegilops squarrosa, entretanto esta possibilidade também precisa ser melhor investigada. Além disso, não são muitas as informações sobre a potencialidade dos genótipos de trigo desenvolvidos pelo programa de melhoramento da Embrapa Trigo virem a servir como fontes de resistência à brusone, ou mesmo, como genótipos diferenciadores de patotipos de P. grisea. Assim, está sendo desenvolvido na Embrapa Trigo um trabalho que objetiva verificar a reação à brusone de um conjunto de 20 genótipos de trigo denominados de sintéticos, oriundos do cruzamento entre A.squarrosa e Triticum durum, e de 50 genótipos de trigo comum. Quando inoculados no estádio vegetativo (3-4 folhas) com suspensões de esporos do patógeno (2 x 105 esporos/mL), a maioria dos genótipos foi suscetível aos 12 isolados utilizados no experimento. Entretanto, destaca-se a reação da cultivar BRS 229, que foi resistente a 4 isolados do patógeno. Estes resultados são indicativos da existência de componentes de resistência diferenciados na relação P.grisea – trigo, os quais precisam ser melhor estudados e compreendidos. S 146 0182 Efeito de leite e de solução de enxofre sobre a infecção de Pyricularia grisea em plantas jovens de trigo. Maciel1, J.L.N.; Cruz2, M.F.A.; Cavagni3, D.; Prestes2, A.M; Scheeren1, P.L. 1Embrapa Trigo; 2Programa de Pós-graduação em Agronomia, UPF; 3Instituto de Ciências Biológicas, UPF. E-mail: [email protected]. Milk and sulfur solutions effects on Pyricularia grisea infection in wheat seedlings. Plantas jovens de trigo (3-4 folhas), sob condições de casa-de-vegetação, ao serem submetidas à inoculação com Pyricularia grisea, agente causal da brusone, têm sido afetadas pelo oídio, causado por Blumeria graminis f.sp. tritici. A aspersão de leite diluído ou soluções de enxofre nestas plantas tem sido indicada como alternativa de controle do oídio. Entretanto, não se sabe se a aplicação desses produtos interfere na infecção de P. grisea. O objetivo do presente trabalho foi o de verificar o efeito de leite integral diluído (10 %) e de uma solução de enxofre (0,38 g/L de água) sobre o desenvolvimento de P. grisea em plantas jovens de trigo. Sob delineamento inteiramente casualizado, plantas de seis genótipos de trigo, além de serem inoculadas com uma suspensão de um isolado de P. grisea (2 x 105 esporos/mL) foram submetidas a 5 tratamentos, sendo um deles baseado no uso de leite, três no uso de enxofre em diferentes idades de plantas e a testemunha. O tratamento à base de leite reduziu a severidade da brusone nas cultivares BRS Buriti, BRS Camboatá, BRS Louro e OR1, e os tratamentos à base de enxofre em todos os genótipos. O leite também não impediu que a severidade da brusone fosse alta. A expectativa de que o enxofre combinasse eficiência para controlar o oídio com ausência de interferência sobre o desenvolvimento de P. grisea não foi confirmada. 0183 Caracterização de acessos de feijoeiro-comum quanto à resistência à ferrugem asiática da soja. Souza1*, T.L.P.O.; Dessaune1, S.N.; Moreira1,2, M.A.; Barros1,3, E.G. 1BIOAGRO, 2DBB, 3DBG, Universidade Federal de Viçosa. *E-mail: [email protected]. Characterization of common bean accesses in relation to soybean rust resistance. Desde a sua recente constatação no Brasil, o fungo Phakopsora pachyrhizi, agente etiológico da ferrugem asiática da soja (FAS), tem ocasionado severos danos à sojicultura nacional. A alta variabilidade e agressividade deste patógeno, aliadas à ampla gama de espécies hospedeiras que possui, além de sua grande eficiência de disseminação e infecção, dificultam a identificação de fontes com resistência efetiva. A FAS também representa um perigo emergente para outra espécie hospedeira de reconhecida importância social e econômica para o país, o feijoeiro-comum. O objetivo deste trabalho foi identificar fontes de resistência à FAS no feijoeiro-comum, pela caracterização de 45 acessos do banco ativo de germoplasma do feijoeiro da UFV, por meio de inoculações artificiais com o fungo. Entre tais acessos encontram-se fontes de resistência a doenças do feijoeiro, como ferrugem, antracnose e mancha-angular, cultivares comerciais dos grupos carioca, preto e vermelho, e linhagens elite. Foram avaliadas cerca de dez plantas de cada acesso. As inoculações foram realizadas aproximadamente aos 15 dias após a semeadura, e a avaliação da doença, aos 15, 20 e 25 dias após as inoculações. A concentração do inóculo foi de 3,0 x 105 uredosporos/mL. Dos 45 acessos, três foram considerados resistentes, 13 moderadamente resistentes, 13 moderadamente suscetíveis e 16 suscetíveis. Nenhum acesso apresentou imunidade. 0184 Evaluation of aqueous Piper aducum L. extract in the control of damping-off of abóbora seedlings (Cucurbita moschata). Santos, P.C.M.1; Lobato, A.K.S. 1; Oliveira, F.C. 1; Alves, G.A.R. 1; Oliveira Neto, C.F. 1; 1Instituto de Ciências Agrárias, Universidade Federal Rural da Amazônia. E-mail: [email protected]. Avaliação do extrato aquoso de Piper aducum L. no controle de damping-off em plântulas de abóbora (Cucurbita moschata). The objective of this experiment was to verify the efficiency of the aqueous extract of P. aduncum in the R. solani control , evaluating the percentage of seedlings normal, abnormal and/or damping-off of these for the action of this fungus. The experiment was accomplished in green house of the Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia Universidade Federal Rural da Amazônia. The extract of P. aduncum was obtained starting from leaves in the proportion of 30% (p/v). The seeds were treated through total immersion by 5. the inoculation was in the day previous to the I sow, accomplished with 150 mL of suspension of the fungus + EDW, in the concentration of 1x105 propagules/mL. The design experiment was randomized entirely with 6 treatments (0, 10, 20, 30, 40 and 50% of extract of P. aduncum), containing 5 repetitions and each portion constituted by 100 seeds. Being accomplished daily readings, of the 4th to the 14th day. The analyzed variables were the percentage of seedlings normal, abnormal and/or damping-off, being the submitted results the variance analysis the averages of the treatments to the test of Tukey to 5%. The results present significant difference among the treatments, in which it happened the damping-off or formation of abnormal seedling in 57, 52.6, 28.6, 44.4, 43.8 and 42.4% of the seedlings emerged of the seeds treated under the concentrations of 0, 10, 20, 30, 40 and 50% of aqueous extract, respectively. 0185 Atividade fungicida “in vitro” do óleo de Caryocar brasiliense sobre o crescimento micelial de Rhizoctonia solani. Santos, P.C.M.1; Lobato, A.K.S. 1; Oliveira, F.C. 1; Alves, G.A.R. 1; Oliveira Neto, C.F. 1; 1Instituto de Ciências Agrárias, Universidade Federal Rural da Amazônia. E-mail: [email protected]. Fungicide activity “in vitro” of Caryocar brasiliense oil on the micelial growth of Rhizoctonia solani. O estudo possui o objetivo de verificar a atividade fungicida “in vitro” do óleo de Caryoca brasiliense sobre o crescimento micelial de Rhizoctonia solani. O experimento foi realizado no Laboratório de Fitopatologia da Universidade Federal Rural da Amazônia, UFRA-PA. Foi adicionado SDS neutro no óleo e a solução SDS + óleo foi adicionada ao meio BDA até atingir as concentrações utilizadas no experimento. O experimento foi realizado sob delineamento inteiramente casualizado com 6 tratamentos (0, 2, 4, 6, 8 e 10 % de óleo de G. ulmifolia) e 8 repetições, no qual foram postos discos, um em cada placa, com 7 mm de diâmetro no centro das placas de Petri, que foram incubadas a 25ºC e fotoperíodo de 12 hs, sendo avaliado o diâmetro da colônia (mm) de R. solani no período de 1, 2, 3, 4 e 5 dias após a implantação. Os resultados foram submetidos a análise de variância e as médias ao teste de Tukey a 5 % de probabilidade. Ocorreu diferença significativa entre os tratamentos, no qual observou-se nos tratamentos sob as concentrações de 0, 2, 4, 6, 8 e 10 % de óleo de C. brasiliense os diâmetros de 33.66, 0, 0, 0, 0 0 mm, revelando o não crescimento em concentrações acima do controle, além de ser efetivo no controle “in vitro” deste patógeno. 0186 Mancha aureolada causada por Thanatephorus cucumeris, nova doença da mandioca no Brasil. Duarte, M.L.R1*.; Tremacoldi, C.R1.; Albuquerque, A.S1.; Poltronieri, L.S1.; Tabaranã, M.G.F2. Embrapa Amazônia Oriental1, Bolsista CNPq2 . E-mail: [email protected]. Target leaf spot caused by Thanatephorus cucumeris, new disease affecting cassava in Brazil O patógeno Thanatephorus cucumeris é comum na região tropical, onde causa a mancha aureolada em seringueira, citros, mogno e mela em várias culturas. Em agosto de 2006, plantas de mandioca, cultivar Tapuia, cultivadas para consumo, na Base Física da Embrapa Amazônia Oriental, no município de Mojú, Estado do Pará apresentavam lesões difusas nos lóbulos de folhas jovens e lesões características de mancha aureolada em folhas maduras. Após o isolamento e exame ao microscópio das estruturas do fungo associado às lesões, este foi identificado como Thanatephorus cucumeris. Testes de patogenicidade por meio da deposição de discos de cultura em folhas de mudas sadias de mandioca foram positivos, observando-se a formação de lesões característica da doença, três dias após a inoculação. Como a mandioca e a seringueira pertencem à mesma família botânica, inoculações cruzadas em mudas de mandioca e de seringueira com isolados do patógeno obtidos desses hospedeiros mostraram que mudas de mandioca inoculadas com o isolado da seringueira exibiram sintomas da doença sete dias após a inoculação enquanto que mudas de seringueira inoculadas com o isolado da mandioca exibiram sintomas aos três dias (folíolos) e sete dias (folhas maduras). Os resultados mostraram que Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 ambos isolados podem infectar tanto seringueira quanto mandioca. Este é o primeiro relato de Thanatephorus cucumeris afetando mandioca, no Brasil. 0187 Efeito do óleo essencial de nim no controle de patógenos de sementes de feijão. Zanin, D. G.¹, Gonçalves, R. A.¹, Albano, E. M. S.², Furlan, M. R.³. 1- Acadêmicos de Agronomia - UNITAU, 2- Técnica do Laboratório de Tecnologia de Sementes – UNITAU, 3- Professor de Estatística UNITAU. Effect of neem´s essential oil in the control of the bean seeds pathogens. O feijoeiro é hospedeiro de várias doenças, e a maioria é transmitida por sementes. O uso contínuo de defensivos químicos tem provocado seleção de fungos resistentes, além de poluir o ambiente. Portanto, busca de novas medidas de proteção das plantas contra doenças vem se intensificando. O presente trabalho, realizado nos meses de abril e maio no laboratório de Fitopatologia do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade de Taubaté, teve como objetivo avaliar uso do óleo essencial de nim no controle de fungos fitopatogênicos. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, e os tratamentos, com 4 repetições de 100 sementes cada, foram: concentrações do óleo de 2,5%; 5%; 7,5%; 10%; 15% e 20% aplicados em sementes de feijão cultivar Carioca, e que apresentavam incidências de 47% de Fusarium sp e 21% Penicillium sp. O teste de sanidade das sementes foi efetuado em 10 placas de petri, com duas folhas de papel filtro umedecidas com água destilada, com 10 sementes cada e avaliado após 7 dias; e os tratamentos com o óleo foram feitos pelo método do papel filtro em caixa gerbox, umedecendo os papéis com 10ml de solução do óleo em suas respectivas concentrações, e a avaliação da presença de patógenos, com auxílio de lupa, ocorreu 7 dias após aplicação. Os principais resultados foram: para Fusarium sp, concentrações de 5,0; 7,5 e 10% não diferiram entre si pelo teste Tukey a 5%; e 2,5, 15 e 20% tiveram maior incidência do que 7,5%, enquanto que para Penicillium sp, melhores doses foram 10 e 15%, respectivamente, com médias de 3,0 e 1,5 grãos infectados. Conclui-se, portanto, que doses intermediárias proporcionam maior proteção de grãos de feijão contra os fungos. Outras pesquisas, visando confirmação dos resultados, serão realizadas em casa de vegetação. 0188 Avaliação da ação do extrato aquoso da borra da própolis no controle de sanidade de sementes de feijão. Albano, E. M. S.¹, Zaina, T. C.², Zanin, D. G.³, Gonçalves, R. A.³. 1- Técnica do Laboratório de Tecnologia de Semente UNITAU, 2- Técnica do Centro de Estudos Apícolas UNITAU, 3- Acadêmicos de Agronomia UNITAU. Evaluation of propolis dregs aqueous extract in the sanity of bean seeds. O uso do extrato alcoólico da própolis tem sido ampliado em especial por suas características antifúngica e antibactericida provenientes dos seus princípios ativos. Estes se mantêm ainda na borra gerada neste processo de extração como um resíduo. Visou-se desta maneira o uso do resíduo para a extração aquosa, a qual retém parte dos princípios ativos da borra da própolis. Logo, julga-se que o extrato aquoso possa atuar como agente protetor contra patógenos em sementes. O objetivo deste trabalho foi o de avaliar a ação do extrato aquoso da borra da própolis em diferentes concentrações no controle de sanidade em sementes de feijão. O ensaio foi conduzido no Laboratório de Sementes do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade de Taubaté. Realizou-se os seguintes tratamentos: T1- 100% água destilada, T2- 25% de extrato, T3- 50% de extrato, T4- 75% de extrato e T5- 100% de extrato, ambos com 10 repetições contendo 10 sementes cada, posteriormente acondicionadas em placas de Petri contendo como substrato o papel de filtro umedecidos com 3 ml do extrato aquoso nas respectivas concentrações, tendo o T1 como testemunha. As placas foram mantidas em BOD a ± 27ºC com fotoperíodo de 12 h luz + 12 h escuro por 7 dias. Observou-se que com o aumento das concentrações de extrato ocorreu a inibição de patógenos comuns ao processo de armazenamento. 0189 Gene expression profiling of Medicago truncatula in response to the parasitic plant Orobanche crenata. Dita1, M.A.; Die2, J.V.; Román2, B.; Krajinski3, F.; Küster4, H.; Moreno2, M.T.; Cubero2, J.I.; Rubiales6, D. 1 Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, 44380-000, Cruz das AlmasBA, Brazil. 2CIFA Alameda del Obispo s/n, 14080 Cordoba, Spain. 3Institute S 147 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia for Plant Genetics, Hannover University, Germany. 4Institute for Genome Research, University of Bielefeld, Germany. 5Department of Genetic, University of Cordoba, Córdoba Spain. 6Institute for Sustainable Agriculture, 14080 Córdoba, Spain. E-mail: [email protected]. Perfil de expressão gênica de Medicago truncatula em resposta à planta parasita Orobanche crenata. We have applied a microarray approach in order to get the first insight into gene expression profiles of M. truncatula roots in response to infection with the parasite O. crenata. M. truncatula accessions SA27774 (complete resistance) and SA4087 (incomplete resistance) were inoculated with O. crenata seeds. Roots were harvested at 15, 21 and 35 days post inoculation. Array hybridizations revealed several hundred genes up-regulated in response to O. crenata infection. Comparative analysis revealed qualitative and quantitative differences in the gene expression profile between the genotypes in the sampled time-points. In both genotypes up-regulated genes involved in signal transduction, ethylene pathway, abiotic stress, and disease resistance were detected. However, highest numbers of up-regulated genes were found in SA4087. Data analyses also revealed that genes involved in both salicylic and jasmonic acids pathways were simultaneously induced in both genotypes. 0190 Incidência e severidade de doenças em espécies silvestres de mandioca (Manihot esculenta Crantz.). Dita, M.A.; Alves, A.A. Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Cruz das Almas, Caixa Postal 007, 43380-000, Bahia. E-mail: [email protected]. Incidence and severity of diseases on wild species of cassava (Manihot esculenta Crantz.). O controle de pragas e doenças na cultura da mandioca no Brasil é realizado mediante o uso de cultivares resistentes. É reconhecido que as espécies silvestres de Manihot possuem reservatório de genes úteis para ser transferidos para a espécie comercial. Todavia, o número de características de interesse identificadas, como a resistência a doenças, é reduzido diante da grande diversidade existente. Neste estudo, 300 acessos das espécies M. anomala, M. dichotoma, M. flabellifolia, M. peruviana e M. glaziovii foram avaliados quanto à incidência e severidade de doenças nas localidades de São Miguel das Matas (SMM), Tancredo Neves (TN) e Cruz das Almas (CA), no estado da Bahia, e em Petrolina (PT), Pernambuco. Nas localidades da Bahia foi constatada a incidência de antracnose (Colletotrichum gloesporioides f. sp. manihotis), ferrugem (Uromyces spp.), mancha parda (Cercosporidium henningsii), mancha branca (Phaeoramularia manihotis) e queima das folhas (Cercospora vicosae). Todavia, em PT a incidência de doenças se limitou à presença de lesões esporádicas de C. henningsii. A mancha parda foi a doença que teve maior incidência e severidade, sendo os maiores valores de intensidade registrados em SMM, TN e CA, respectivamente. Independentemente do local, acessos de M. glaziovii (‘Maniçoba’) destacaram como as mais suscetíveis à mancha parda e os M. flabellifolia como mais resistentes. 0191 Levantamento das amostras de mosaico ( PRSV-p) e meleira (PMeV) do mamoeiro recebidas pelo Laboratório de Fitopatologia do IncaperCRDR/Nordeste em Linhares durante os anos de 2005 e 2006. Martins, M. V. V.1, Santana, E. N.1 , Costa, H.2, & Ventura, J. A.3. 1Incaper Rod. Br 101, Km 151, Cep: 29900-970, Linhares-ES. 2Incaper /CRDR/Centro Serrano. 3Incaper /Vitória. (E-mail: [email protected]) Survey of Papaya ringspot virus e and Papaya meleira virus samples by Phytopathology Laboratory of Incaper-CRDR/Nordeste in Linhares during 2005 and 2006. Em levantamento realizado no laboratório de Fitopatologia do Incaper/ CRDR-Linhares/ES, quantificou-se o número de amostras de mamoeiro com sintomas de viroses encaminhadas pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (IDAF) no biênio 2005/2006. Foram realizados 348 diagnósticos, confirmando-se que 215 estavam infectadas pelo mosaico do mamoeiro (PRSV-p) e 133 com o vírus da meleira do mamoeiro (PMeV). A análise da distribuição da doença nos municípios produtores de mamão do Estado do Espírito Santo mostrou que Linhares, Pinheiros e Sooretama foram aqueles com maior ocorrência S 148 de ambas as viroses diagnosticadas. Para o mosaico, Linhares e Pinheiros foram os municípios com o maior número de amostras positivas desta virose, com 124 ocorrências, confirmando resultados anteriores realizados pelo MAPA/SFA-ES. Nas amostras dos municípios de Sooretama e Linhares ocorreram 89 diagnósticos de meleira. Conclui-se que a meleira e o mosaico do mamoeiro ocorreram com ampla distribuição nos municípios produtores de mamão no Norte do Espírito Santo, evidenciando a importância e a necessidade da adoção das medidas legislativas (Instrução Normativa No. 4, de 1o de março de 2002 (MAPA)) impostas para o controle dessas viroses. 0192 Levantamento fitopatológico em amostras recebidas pelo laboratório de fitopatologia do Incaper-CRDR/Nordeste em Linhares, durante os anos de 2005 e 2006. Martins, M. V. V.1, Santana, E. N.1, Fanton, C. J.1, Lima, I. M1., Costa, H2. & Ventura, J. A.3. 1Incaper Rod. Br 101, Km 151, Cep: 29900-970, Linhares-ES. 2Incaper/CRDR/Centro Serrano. 3 Incaper/Vitória. (E-mail: [email protected]) Survey of plant diseases on samples received by Phytopathology Laboratory of IncaperCRDR/Nordeste in Linhares during 2005 and 2006. Nos anos de 2005 e 2006 foi realizado o diagnóstico fitopatológico em 493 amostras coletadas na região Norte e Noroeste do Espírito Santo e encaminhadas para o Laboratório de Fitopatologia do Incaper /CRDRNordeste, em Linhares-ES. Das amostras enviadas, destacaram-se as culturas do mamoeiro (72%), cafeeiro (7,5%), citrus (7,3%) e maracujazeiro (5,7%). Constatou-se que a freqüência de mortes ocorridas na região, nas culturas do cafeeiro conilon e maracujazeiro, relacionaram-se aos agentes abióticos como os principais responsáveis pelos sintomas manifestados. Em se tratando dos agentes bióticos, os fungos e os vírus foram os mais freqüentes e responsáveis pelos danos diretos nos seus respectivos hospedeiros. Os vírus do mamoeiro (PRSV-p e PMe-V), a pinta preta dos Citrus (Guignardia citricarpa), a verrugose (Cladosporium herbarum) e a antracnose (Colletotrichum gloesporioides) do maracujazeiro, foram as principais doenças diagnosticadas no laboratório de fitopatologia. Concluise que os diagnósticos fitopatológicos são importantes no manejo adequado das doenças de plantas. 0193 Efeito da mistura comercial de azoxystrobin + cyproconazole no controle da ferrugem polysora do milho em 3 híbridos. Gonçalves, R. A.1, Anselmo, J. L.2, Andrade, D. F. A. A.2. 1- Estudante de Agronomia UNITAU, Taubaté, SP, 2- Fundação Chapadão, Chapadão do Sul, MS. Effect of comercial mixture of azoxystrobin + cyproconazol against polysora corn rust on three hybrids. O presente ensaio teve por objetivo estudar a eficiência de azoxystrobin +cyproconazole, respectivamente, nas doses 24,0 e 60,0 g ha-1 de i.a. no controle da ferrugem polysora (Puccinia polysora) nos híbridos NB7443; A010 e AS1567, semeados em 16/10/2005, no delineamento em blocos ao acaso, com 4 repetições. As parcelas consistiram de 4 linhas de 7,0 m, espaçadas em 0,80 m. Foram feitas duas aplicações do fungicida, uma no início do pendoamento e outra 15 dias após. A avaliação da doença foi feita no estádio de grão leitoso nas duas fileiras centrais das parcelas, em 5 plantas por repetição. Em cada planta atribuiu-se notas para 5 folhas (a da espiga, duas acima e duas abaixo da mesma). Além da severidade, obteve-se, também a produtividade de grãos. A colheita foi feita em 09/03/2006. Os dados obtidos foram comparados pelo esquema fatorial 3 híbridos x 2 níveis de fungicida (com e sem) x 4 blocos. O fungicida reduziu significativamente a severidade da doença, expressa em % de área foliar lesionada, de 5 para 1%, em AS1567 e de 25 para 1%, em A010. Em NB7443, as parcelas com e sem pulverização equivaleramse, com severidades médias inferiores a 0,5%. Quanto às produtividades, AS1567 produziu 192,07 sc ha-1 nas parcelas com fungicida e 169,0 sc há-1 naquelas sem e A010 168,9 sc ha-1 com e 155,0 sc ha-1, sem. No NB7443 não houve diferenças entre parcelas com e sem fungicida. Conclui-se que a mistura mostrou-se eficaz no manejo da ferrugem polysora do milho. O fungicida testado mostrou-se eficaz no manejo da ferrugem polysora do milho nos híbridos AS 1567 e A010. Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia 0194 Susceptibilidade de diferentes variedades de soja à ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi), no município de Taubaté, SP. Gonçalves, R. A.¹, Zanin, D. G.¹, Morateli, R. F.², Furlan, M. R.³. 1- Alunos de Agronomia UNITAU, Taubaté, SP. 2- Aluno de Agronomia UFMS, Chapadão do Sul – MS. 3- Professor de Estatística da UNITAU. Susceptibility of soybean´s varieties at Phakopsora pachyrhizi, in Taubaté, SP. A soja constitui uma importante cultura mundial e as suas doenças causam grandes perdas, sendo as foliares causadas por fungos as mais prejudiciais, e chegam comprometer até 20% do rendimento de grãos da cultura, atingindo valores superiores a 75% quando na presença da ferrugem asiática. Desta forma, o presente ensaio teve por objetivo estudar a susceptibilidade à ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi) de diferentes variedades de soja com diferentes ciclos. A semeadura ocorreu no dia 29 de novembro de 2006 no Departamento de Ciências Agrárias da Universidade de Taubaté. O ensaio foi realizado no delineamento blocos ao acaso, com quatro repetições e os tratamentos foram sete variedades. As parcelas consistiram de 10 linhas de 10 m, espaçadas de 0,50 m. Não foram feitas aplicações do fungicida. A avaliação da doença foi feita nos estádios de R 2 e R 5.2, nas quatro fileiras centrais das parcelas e em 10 trifólios por repetição. Em cada planta atribuiu-se notas conforme a escala diagramática da EMBRAPA, utilizando-se trifólios retirados do terço médio. Os resultados obtidos em R 2 mostraram que as variedades Conquista; BRS 262 e Vencedora foram mais susceptíveis ao patógeno; não diferindo entre si pelo Teste Tukey ao nível de 5% de probabilidade; e as variedades BRS 133 e BRS 184 mostraram-se mais resistentes que as anteriores e menos resistente que a variedade Embrapa 48. No estádio R 5.2 as variedades Embrapa 48 e BRS 133 tiveram resultados positivos, não diferindo entre elas, enquanto que as restantes não diferiram entre si estatisticamente. Conclui-se que com relação à resistência à ferrugem asiática, que variedades semiprecoce sofrem menos com o ataque do fungo, provavelmente por amadurecerem mais rápido no campo. 0195 Comportamento de variedades de abacateiro à Phytophthora cinnamomi inoculadas nas raízes. SUMIDA, C.H.; HOMECHIN, M.; Universidade Estadual de Londrina, UEL. Email: [email protected]. Avocado variety behavior to Phytophthora cinnamomi inoculated in roots. A podridão de raízes do abacateiro causada pelo fungo Phytophthora cinnamomi é identificada como sendo a mais prejudicial dentre as doenças e, diagnosticada em quase todas as partes mundo, inclusive Brasil. Pela importância da doença para a cultura, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a reação de cultivares de abacateiro fortuna, margarida e hass ao P. cinnamomi, inoculado nas raízes. A inoculação foi através de implantação de tecidos vegetais retirados de raízes sintomáticas, lesionadas por P. cinnamomi, tendo sido inoculados quatro raízes por árvore na região da entrecasca, em três pontos diferentes; destas uma raiz testemunha, na qual foi implantado tecido retirado de raízes sadias. A avaliação foi aos 120 dias da inoculação tendo sido observado as raízes externamente, quanto à alteração da coloração e presença de estruturas de patógenos na região da superfície da casca nos pontos inoculados; e internamente, foram removidos as cascas para visualização de possíveis alterações a partir do ponto inoculado e proximidade, observando-se alterações ou não da coloração dos tecidos e mensuração da extensão do escurecimento; e também procedeu-se o isolamento a partir dos tecidos apresentando alterações para comprovação da identidade do agente causal. Os resultados obtidos indicaram menor desenvolvimento de Phytophthora cinnamomi na variedade Hass, indicando maior tolerância desta em comparação as demais, as quais não apresentaram diferença entre si. 0196 Avaliação da persistência de fungicidas com simulador de chuva. Katsurayama1, Y.; Boneti2, J.I.S. 2Epagri – Est. Exp. de São Joaquim; C.P. 81. 88600-000 – São Joaquim, SC. E-mail: [email protected]. Evaluation of fungicide tenacity using rain simulator. Visando avaliar, em bioensaio, a resistência de fungicidas à lavagem por chuva, mudas de macieira em vaso foram pulverizadas com fungicidas de Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007 contato e, após secas, colocadas sob simulador de chuva (18 bicos TLX-3 da Spraying Systems a 1,5 m do chão; 40 lb/pol2). Um dia após, as mudas foram inoculadas com suspensão de conídios de Venturia inaequalis ou Colletotrichum gloeosporioides (48 h a 20ºC e 100% de UR). Na avaliação da severidade da Sarna (V. inaequalis), índices pluviométricos de até 30 mm não afetaram significativamente a performance do fungicida captan (1 g i.a./L), sendo que em alguns casos houve melhora na eficácia devido, provavelmente, à redistribuição do produto. Já com 60 mm de “chuva”, a perda da eficiência variou de 0 a 15,2%. Mesmo com 100 mm, a perda foi mínima (entre 0 e 12,8%) quando houve completo secamento das plantas. Por outro lado, quando o secamento foi incompleto, houve perda de 10,1 a 15,2% com, apenas, 30 mm de chuva. Na avaliação da Mancha da Gala (C. gloeosporioides), a perda da eficácia do mancozeb (1,6 g i.a./L) foi praticamente nula até 60 mm de “chuva”. Índices de controle da Mancha da Gala inferior a 90% só foram observados quando mancozeb (2,4 g i.a./L) foi submetido a 120 mm de chuva. Aparentemente, o ativo remanescente após a lavagem é suficiente para inibir a germinação dos conídios. Deste modo, a perda da eficácia da pulverização, no campo, parece estar mais relacionada à degradação do fungicida e à renovação do tecido vegetal do que à remoção pela chuva. 0197 Sanidade de sementes de Tabebuia chrysotricha (Mart. Ex DC.) Standl. (ipê-amarelo) submetidas a diferentes tratamentos. Roman, M.; Garlet, J.; Lazarotto, M.; Beltrame, R.; Muniz, M.F.B. Depto. de Defesa Fitossanitária, UFSM, 97105-900. E-mail: [email protected]. Seeds health of Tabebuia chrysotricha (Mart. Ex DC.) Standl. submited to diferent treatments. O objetivo deste trabalho foi avaliar a incidência de fungos em sementes de ipê-amarelo submetidas a seis tratamentos. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com quatro repetições, totalizando 600 sementes. As sementes foram colhidas em dezembro de 2006, quando os frutos iniciaram a abertura espontânea. Os tratamentos foram constituídos de extrato aquoso do fruto de Melia azedarach L. (cinamono) em concentrações de 100% (peso/volume) por 30 (T1), 100% por 60 (T2), 50% por 30 (T3), 50% por 60 minutos (T4), fungicida químico Rovral (300g/100kg de sementes) (T5), e testemunha (T6). A sanidade foi avaliada através de incubação em papel filtro, à 25°C por sete dias. Foram encontrados os fungos Alternaria spp. (43%), Rhizopus spp. (4%), Epicoccum spp. (30%), Fusarium spp. (1%), Curvularia spp. (3%), Colletotrichum spp. (1%) e Mucor spp. (5,4%). Os fungos com maior incidência, Alternaria e Epicoccum, tiveram seus picos de ocorrência no tratamento testemunha com 73,5 e 65%, respectivamente, demonstrando que sementes não tratadas são mais suscetíveis à ocorrência de fungos. O tratamento T5 (químico) foi o mais eficiente no controle de fungos, porém não diferiu estatisticamente do T1 (100%/30’), indicando este como uma alternativa ao uso de fungicidas sintéticos, em termos de eficiência de controle. 0198 Influência de diferentes concentrações de extrato de Cinamomo (Melia azedarach L.) sobre a incidência de patógenos em sementes de Ipê-amarelo (Tabebuia crysotricha Mart. Ex DC. Standl). Roman, M.; Garlet, J.; Lazarotto, M.; Karlec, F.; Beltrame, R.; Muniz, M.F.B. Depto. de Defesa Fitossanitária, UFSM, 97105-900. E-mail: [email protected]. Influence of different Melia azedarach L. extract concentrations in the incidence of patogens in Tabebuia crysotricha (Mart. Ex DC.) Standl. seeds. A utilização de extratos vegetais é uma alternativa no controle de patogénos associados a sementes, pela redução de gastos e ausência de impactos ambientais. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do extrato aquoso dos frutos de Cinamomo sobre a sanidade das sementes de Ipê-amarelo. Foram testadas duas concentrações de extrato aquoso com frutos de Cinamomo 50% e 100% (P/V) e dois tempos diferentes de exposição 30 e 60 minutos, tota