Anisakiose Humana I. Introdução Antropozoonose Regiões próximas ao litoral -> facilidade de consumo dos produtos do mar crus, mal cozidos, defumados a frio, inadequadamente salgados e refrigerados contaminados com larvas. Família Anisakinae Gêneros: Anisakis, Belanisakis, Pphocanema, Pseudoterranova, Cleoascaris, Contracaecum e Hysterothylacium. Ingestão parasita vivo: diarréia, dor abdominal aguda e vômitos → úlceras gastrintestinais e peritonite. Ingestão parasita morto: reações alérgicas em pessoas sensíveis. Hospedeiro definitivo: mamíferos marinhos Hospedeiro intermediário: peixes Hospedeiro acidental: homem II. Histórico Reconhecida pela primeira vez em peixes - Dr. Strub em 1955 . paciente ingeriu arenque levemente salgado - 24 hrs conduziram à laparotomia presença de larvas do terceiro estágio (L3) de anisaquídeos na luz do intestino e lesão ulcerativas no íleo. Reconhecida pela primeira vez no homem por larvas de Anisakis simplex - Van Thiel em 1955 . presença de uma nematóide no centro do granuloma eosinofílico intestinal de um paciente com fortes dores abdominais. III. Ocorrencia Menos de 10 casos de anisakíase são diagnosticados anualmente nos EUA. Comum no Japão - sushis e sashimis. Brasil - não há notificação de casos, mas há estudos mostrando a existência de peixes contaminados: . dourado (Coryphaena hippurus) . anchova (Patomus saltafrix) . cavalas (Sconber japonicus) . pargos (Pagrus pagrus) . peixe-espada (Trichiurus lepturus) . vieiras (Pecten ziczac) Relatos em bacalhau importado contaminado - Instituto Adolfo Lutz em 1997/1998 IV. Ciclo de Vida Anisakis simplex Larvas na víscera de um pescado V. Sintomas Visulamente: cólicas abdominais e vômitos. Larva em movimento: cova na parede do estômago produzindo ulceração com náusea, vômitos e dor epigástrica, algumas vezes, com hematemese. As larvas migrando para a parte superior ataca a orofaringe - tosse. Intestino delgado: abcessos eosinofílicos, e os sintomas podem ser similares a uma apendicite, enterite regional ou com a doença de Crohn. Raramente atingem o intestino grosso. Diagnóstico da Anisakíase na América do Norte: formigamento ou cócegas na garganta e quando os vermes saem com a tosse ou são extraídos manualmente. Imagem endoscópia A. Simplex no Intestino VI. Resfriamento e congelamento Usados em estudos sobre a sobrevivência de larvas de nemátodes anisaquídeos em peixes. MARQUES em 1995: observou a sobrevivência de larvas de Anisakis, Contracaecum e Phocanema em peixe-espada (Trichiurus lepturus) nas temperaturas de 0°C e –18°C durante algumas horas. Na temperatura de refrigeração (0°C) por 120 horas sobre a massa muscular dos 25 peixes analisados, demonstrou que: . primeiras 24 horas - 99,8% das larvas estavam vivas. . com 48 horas - 99,1% encontravam-se vivas. . com 72 horas - 98,6% encontravam-se vivas. . 96 e 120 horas - 95,6% e 89,1%, respectivamente, encontravam-se vivas. Nos 35 peixes à temperatura de –18°C: . Em 5 horas - 44,9% das larvas sobreviveram . Em 24 horas - 8,4% das larvas estavam vivas. Análise estatística . mortalidade de todos os nematóides dos peixes mantidos a 0°C, seria necessário um tempo de exposição de 34 dias nesta temperatura. E de acordo com esses resultados, conclui-se que: A presença de larvas do gêneros Contracaecum, Phocanema e Anisakis em Trichiurus lepturus, tornam esta espécie de pescado, quando consumida crua, potencialmente perigosa para os consumidores, uma vez que, são causadoras de anisaquíase humana. As larvas de anisaquídeos resistem à temperatura de resfriamento (0ºC) por tempo maior que 120 horas; estatisticamente por até 34 dias. A temperatura de –18°C por 24 horas é insuficiente para a inativação de todas as larvas presentes em T. lepturus. VII. Análise dos alimentos Exame dos peixes em bancada iluminada para fins comerciais, reduz o número de nematódes em determinados peixes de carne branca freqüentemente infectados. Não é totalmente eficaz, nem é muito adequado para remover a maioria dos nematódos dos peixes com a carne pigmentada. VIII.Profilaxia Evitar a ingestão de peixes e frutos do mar crus ou mal cozidos. Temperatura recomendada para a inativação dos parasitas é de 60°C por 10 minutos, ou congelamento por –35°C Obs: AMATO & AMATO já relataou a sobrevivência de larvas de Sulcascaris sulcata em moluscos (Pecten ziczac) após a exposição de temperatura de –35°C a – 40°C por 15 dias. (MARQUES, 1995). Irradiação - método efetivo para matar o parasita. Evisceração dos peixes logo em seguida à pesca para evitar a penetração das larvas das serosas viscerais para os músculos. Quando for comer sushi e sashimi, OLHO NO PEIXE!!! Colocando os filezinhos contra a luz você veria as larvas, mas também estragaria o prato. Que fazer? Comer bastante wasabi (pasta de raiz-forte) e gengibre: são substâncias quentes, fortes e tóxicas para as larvas. FIM