INSTITUTO DE CIÊNCIAS DE SAÚDE FUNORTE/SOEBRAS INSTITUTO AGENOR PAIVA DE PÓSGRADUAÇÃO-IAPPEM PROGRAMA DE ESPECIALIZAÇÃO EM ORTODONTIA VANESSA ARAÚJO CARIBÉ OLIVEIRA EXODONTIA DE INCISIVO INFERIOR, UMA OPÇÃO DE TRATAMENTO ORTODÔNTICO Salvador 2014 1 VANESSA ARAÚJO CARIBÉ OLIVEIRA EXODONTIA DE INCISIVO INFERIOR, UMA OPÇÃO DE TRATAMENTO ORTODÔNTICO Monografia apresentada ao Programa de Especialização em FUNORTE/SOEBRAS Ortodontia – da NÚCLEO SALVADOR, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista. Orientador: Prof. Ms. Marlos Eurípedes de Andrade Loiola Salvador 2014 2 INSTITUTO DE CIÊNCIAS DE SAÚDE FUNORTE/SOEBRAS INSTITUTO AGENOR PAIVA DE PÓSGRADUAÇÃO-IAPPEM PROGRAMA DE ESPECIALIZAÇÃO EM ORTODONTIA VANESSA ARAÚJO CARIBÉ OLIVEIRA EXODONTIA DE INCISIVO INFERIOR, UMA OPÇÃO DE TRATAMENTO ORTODÔNTICO Esta monografia foi julgada adequada à obtenção do título de Especialista em Ortodontia e aprovada em sua forma final pelo Curso de Especialização em Ortodontia do IAPPEM / FUNORTE. Aprovada em 02 / 08 / 2014. Banca Examinadora: Prof. Ms. Marlos Eurípedes de Andrade Loiola Profa. Ms. Elisabete Maria Castro Marques Prof. Dr. João Batista Macedo Sobrinho 3 Dedico esse trabalho a minha família, pelo apoio que sempre me deram para meu crescimento profissional e pessoal. 4 AGRADECIMENTOS A minha família, fonte de inspiração, cujo amor, compreensão e incentivo me inspiraram a seguir com determinação e coragem em busca do melhor. A todos os professores por se dedicaram a transmitir e compartilhar o conhecimento que possuem, sempre com paciência e boa vontade. Aos amigos, pela compreensão sobre a falta de tempo. Aos colegas e amigos de curso pelo carinho e amizade e por tornarem mais agradável esta jornada. Aos funcionários do IAPPEM que de alguma maneira nos ajudaram neste caminho. Aos pacientes do IAPPEM, vocês foram essenciais nesta jornada. 5 “O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis.” José de Alencar 6 RESUMO O tratamento ortodôntico com exodontia de incisivo inferior é eficaz em casos específicos. Porém é necessário que um diagnóstico e plano de tratamento precisos sejam realizados para evitar efeitos colaterais e para se obter sucesso no caso. Diante das dúvidas, anseios e receios dos ortodontistas acerca do assunto, este trabalho teve como objetivo apresentar, através de revisão de literatura, os recursos diagnósticos necessários, indicações, contra-indicações, vantagens e desvantagens da extração do incisivo inferior no tratamento ortodôntico. Os aspectos conclusivos evidenciaram que o tratamento ortodôntico com extração de incisivo inferior é uma abordagem terapêutica eficaz, quando bem indicada, e oferta bons resultados estéticos e funcionais. Observou-se que esta terapêutica é indicada em pacientes com perfil mole harmônico e equilibrado; sobremordida e sobressaliência moderados; maloclusão de classe I com boa intercuspidação posterior, pouco ou nenhum apinhamento superior, apinhamento inferior moderado a severo; leve classe II e leve classe III, com mordida em topo. Para sua correta indicação é necessário observar as condições clínicas, periodontais e a discrepância de Bolton; além da confecção do set-up de diagnóstico, o qual permite a visualização da oclusão final do paciente antes de iniciar o tratamento. As principais vantagens são a simplificação da mecânica, redução dos custos e de tempo de tratamento. As principais desvantagens são a ausência de coincidência da linha média e a formação de triângulos negros. Desvantagens estas que devem ser avisadas ao paciente com antecedência. Recomenda-se o uso de contenção para evitar o risco de recidiva, assim como é recomendada em outras terapêuticas. Palavras Chave: exodontia de incisivo inferior, tratamento ortodôntico, diagnóstico. 7 ABSTRACT The orthodontic treatment with extraction of lower incisor is effective in specific cases. However, it is necessary for an accurate diagnosis and treatment plan is done to avoid side effects and to obtain success in the case. With doubts, anxieties and fears of orthodontists about the subject, this paper aims to present, through literature review, the necessary diagnostic features, indications, contraindications, advantages and disadvantages of lower incisor extraction in orthodontic treatment. Conclusive evidence that aspects of orthodontic treatment with extraction of lower incisor is an effective therapeutic approach, when properly indicated, and offer good cosmetic and functional results. It was observed that this therapy is indicated in patients with soft harmonic profile, patient with balanced soft tissue profile; overbite and overjet moderate; Class I malocclusion with good intercuspal later, little or no upper crowding, mandibular crowding moderate to severe; lightweight class II and class III with mild bite on top. To correct indication is necessary to observe the clinical conditions , periodontal conditions and Bolton discrepancy, apart from making the set-up diagnosis, which allows viewing of the final occlusion of the patient before starting treatment. The main advantages are the simplification of mechanical and reduction of costs and treatment time. The main drawbacks are the lack of coincidence of the midline and the formation of black triangles, these disadvantages that the patient should be advised in advance. Use of restraint to avoid the risk of recurrence, as well as other recommended therapies is recommended. Keywords: extraction of lower incisor, orthodontic treatment, diagnosis. 8 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................9 2. PROPOSIÇÃO......................................................................................................11 3. TRATAMENTO ORTODÔNTICO COM EXODONTIA DE INCISIVO INFERIOR..................................................................................................12 3.1 RECURSOS DIAGNÓSTICOS............................................................................14 3.1.1 Condições clínicas e periodontais.....................................................................15 3.1.2 Discrepância de Bolton.....................................................................................17 3.1.3 Utilização de set-up..........................................................................................19 3.2 APLICAÇÕES......................................................................................................21 4. ASPECTOS RELEVANTES NO TRATAMENTO..................................................26 5. ESTABILIDADE E CONTENÇÃO.........................................................................31 6. DISCUSSÃO..........................................................................................................33 7. CONCLUSÃO .......................................................................................................38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,...............................40 9 1. INTRODUÇÃO Durante a evolução da ortodontia, a extração dentária foi condenada e indicada em diferentes épocas e por diversos autores. Porém com a observância de experimentos e relatos de casos clínicos, notou-se a eficácia desse protocolo em diversos casos, o que possibilitou a popularização do método dentro do meio ortodôntico, como afirmaram Marchioro, Bellato e Hahn (2002, p.17) ao discernirem sobre o assunto escrevendo que: “Historicamente, no início do século 20, as extrações eram absolutamente condenadas. Entretanto, a recidiva, decorrente da expansão dos arcos que ocorria ao se evitar a realização de extrações, tornou clara a necessidade da redução de volume dentário para a obtenção de uma estética agradável, excelente função e estabilidade. A partir dessa constatação, as extrações foram então reintroduzidas na década de 30.” Os dentes mais indicados, comumente, para exodontia nas correções das discrepâncias dento-alveolares num tratamento ortodôntico são os pré-molares, contudo, com o advento novas técnicas para melhor controle da mecanoterapia, outras unidades têm sido indicadas. Estas indicações são as chamadas de “extrações atípicas”, e a exodontia do incisivo inferior encaixa-se nesta perspectiva. O tratamento ortodôntico com exodontia de incisivo inferior é eficaz em determinadas situações e em casos específicos, contudo, para que seja corretamente indicada, é necessário que um diagnóstico preciso e plano de tratamento sejam realizados para evitar efeitos colaterais e para o sucesso do caso. Quando se opta por esta terapêutica, a mecânica é facilitada, uma vez que há menor numero de unidades envolvidas na movimentação dentária, tornando o tratamento mais rápido e com menor custo, durante o tratamento. 10 Contudo a extração de incisivos já citada e descrita na literatura, ainda não se tornou uma abordagem habitual na ortodontia. Visto que os profissionais da área ainda não tem conhecimento dos benefícios advindos deste protocolo e por medo dos efeitos adversos. Diante das dúvidas, anseios e receios dos ortodontistas acerca do assunto, este trabalho teve como objetivo apresentar os recursos diagnósticos necessários, indicações, contra-indicações, vantagens e desvantagens do tratamento ortodôntico com extração d incisivo inferior. 11 2. PROPOSIÇÃO Este trabalho teve como propósito mostrar, através de revisão de literatura, os recursos diagnósticos necessários, as indicações, contra-indicações, vantagens, desvantagens do tratamento ortodôntico conduzido com a exodontia de incisivo inferior. 12 3. TRATAMENTO ORTODÔNTICO COM EXODONTIA DE INCISIVO INFERIOR Silva Filho et al. (2002) advogaram que a extração de dentes no segmento dos incisivos inferiores no tratamento ortodôntico é viável, do ponto de vista mecânico, morfológico e periodontal. E que a extração dentária quando corretamente indicada pelo especialista contribui para promover o alinhamento dentário, bem como favorecer a relação inter-arcos, devolvendo a desejada relação cúspide/ameia por vestibular e cúspide/fossa por lingual. Segundo Taffarel et al. (2009), as extrações dentárias mostraram-se, em alguns casos, necessárias para correção de apinhamentos e para posicionar os dentes corretamente na base óssea, ficando para o ortodontista a decisão crítica de escolher qual dente deve ser extraído. Os dentes mais comumente indicados para extração são os pré-molares, porém há ocasiões em que extrações atípicas, como a extração de incisivo inferior, facilitam a mecânica, diminuindo o tempo de tratamento para que os objetivos do planejamento sejam atingidos. A decisão quanto à necessidade de extrações de dentes durante a terapêutica ortodôntica não está apenas na dependência da falta ou presença de espaços nas arcadas. É necessário avaliar outros aspectos para se conseguir correção adequada da má oclusão, manutenção ou melhora da estética facial e estabilidade dos resultados obtidos (Ruelas et al., 2010). Matsumoto et al. (2010) afirmaram que para o sucesso do tratamento ortodôntico com extração de incisivo inferior, não bastam um preciso diagnóstico e bom planejamento, a habilidade e a experiência clínica do profissional são de grande relevância. Para Gonçalves, Mattos e Werneck (2010) a realização de um bom diagnóstico e plano de tratamento pode evitar problemas como o aumento da sobremordida e sobressaliência, a reabertura do espaço da exodontia, intercuspidação insatisfatória dos segmentos posteriores e perda da papila gengival na região anterior inferior. 13 Levando em consideração um bom diagnóstico e os desejos individuais de cada paciente, deve-se fazer um planejamento minucioso a fim de reduzir ao máximo qualquer problema que por ventura possa ocorrer posteriormente às extrações. A respeito da importância desse planejamento tem-se a opinião de Melo Jr et al. (2011, p.101) quando escreveram que: “É importante salientar a necessidade de um bom planejamento e um preciso diagnóstico em casos em que se pretende extrair um incisivo inferior, visto que sua indicação é limitada e, quando não for bem planejada, poderá acarretar problemas irreversíveis.” Ao se levar em consideração os objetivos terapêuticos e as necessidades individuais de cada paciente, Sobral, Nascimento e Regis (2013) citaram a extração de incisivos e os desgastes interproximais, entre outros recursos, como importantes possibilidades terapêuticas que a serem utilizadas. 14 3.1 RECURSOS DIAGNÓSTICOS Inúmeros recursos diagnósticos devem ser utilizados para justificar a indicação da exodontia de um incisivo inferior. Em um primeiro contato com o paciente, durante o exame clínico, uma rápida análise facial do mesmo já se configura como um importante recurso diagnóstico, visto que esta terapêutica é indicada apenas em pacientes com um bom perfil facial, ou seja, um perfil harmônico, que não necessite de grandes mudanças. Ruelas et al. (2010, p.139) citaram essa valorização da simetria e harmonia facial ao escreverem que: “A tendência atual do diagnóstico ortodôntico é de valorizar mais as características faciais e se prender menos aos valores cefalométricos. Assim, algumas vezes, finaliza-se um caso com incisivos projetados em função de não alterar um perfil satisfatório, podendo-se lançar mão de desgastes interproximais (stripping) para criar espaços que possibilitem uma pequena verticalização desses dentes.” Além da valorização das características faciais, que representa um dos primeiros passos para uma tomada de decisão precisa que venha possibilitar um resultado satisfatório, existem outras características perceptíveis no exame clínico que são relevantes na indicação de uma extração e na decisão crítica de qual incisivo deverá ser extraído, dentre estas estão as condições clínicas e periodontais da unidade dentária. Aliados a estas, outros recursos diagnósticos podem auxiliar nestas escolhas, os quais são a análise da discrepância de Bolton e a utilização de set-up diagnóstico. 15 3.1.1 Condições clínicas e periodontais Segundo Valinot (1994) a decisão de remover um incisivo na presença de defeitos ósseos na área deve ser avaliada com cuidado, uma vez que se o incisivo exibir deiscência na sua gengiva vestibular, este defeito tenderá a permanecer, tornando sua extração contra-indicada. Assim sendo, este autor recomendava a realização da reparação cirúrgica primeiramente, e salientava ainda que, normalmente, o aconselhável seria a remoção do incisivo central mais estreito. Porém em 1996, Canut enumerou algumas considerações relevantes que devem ser observadas na indicação da exodontia de incisivo inferior, incluindo anomalia de número de dentes anteriores e alterações de tamanho dentário; acrescentando que a perda de tecido gengival ou o desaparecimento da lâmina externa alveolar constituem como indicação adicional para a extração do incisivo afetado. Kokich apud Lima, Lacet e Marques (2005) destacou ainda, que para escolha da unidade dentária a ser extraída devem ser observados e priorizados os dentes que sofreram traumas ou que apresentem cáries severas. Azenha & Macluf Filho (2008), enfatizaram que também devem ser observadas a saúde dos dentes próximos e do osso da região da extração. Manne et al. (2012) citaram algumas considerações importantes que são relevantes, quando refere-se na escolha correta de qual incisivo deverá ser submetido a extração; estas considerações incluem as condições periodontais, a presença de recessão gengival e a localização de todas as restaurações, incluindo tratamento endodôntico. 16 Kurten et al. (2012) também citaram a saúde periodontal, posição do dente na arcada, integridade da estrutura dentária, como critérios importantes quanto a escolha do incisivo a ser extraído. E acrescentaram que devem ser levados em consideração outros fatores como a relação da dimensão mesiodistal com as necessidades de espaço e desproporções de volume dentário entre as regiões anteriores dos arcos dentários. Bronzi, Tuma e Araújo (2013) citaram também, as condições periodontais e do dente como fatores que devem ser considerados na decisão de qual dente extrair, somando a estes a quantidade de discrepância anterior, o tamanho do dente e a relação das linhas médias superior e inferior. 17 3.1.2 Discrepância de Bolton A análise de Bolton é uma análise do tamanho dos dentes utilizada para avaliar a existência de discrepâncias dentárias. Esta é executada medindo a largura mesiodistal de cada dente permanente, exceto dos segundos e terceiros molares; e posteriormente, com o auxílio de uma tabela padrão própria desta análise, comparase a soma das larguras dos dentes antero-superiores e antero-inferiores e da largura total superior e inferior, obtendo-se assim a relação proporcional destas larguras entre si (Proffit, 1991). Viazis (1999) afirmou que nos casos em que existam uma discrepância de Bolton acentuada, com dentes antero-inferiores desproporcionalmente maiores que os antero-superiores, o que geralmente ocorre ao final do tratamento com extração de incisivo inferior, é que esta discrepância diminui ou deixa de existir, tornando mais proporcional a relação entre os volumes mesiodistais dos dentes anteriores superiores e dentes anteriores inferiores. Este autor salientou ainda que nos casos em que a discrepância não é suficientemente acentuada e que exista uma intercuspidação normal dos dentes posteriores, a extração do incisivo inferior representaria um comprometimento da guia anterior, pois o raio de curvatura dos dentes antero-superiores seria desproporcionalmente maior do que o raio de curvatura dos dentes antero-inferiores. A sobressaliência ficaria aumentada, e consequentemente os dentes anteriores não seriam capazes de desocluir os dentes posteriores no início da propulsão. Além disso, haveria uma maior tendência de recidiva da sobremordida e sobressaliência. Assim sendo, esta relação da dimensão mesiodistal nas regiões anteriores nos arcos dentários deve ser levada em consideração, quando se cogita extrair um incisivo inferior. Devem ser medidas as larguras mesiodistal de cada incisivo e o valor previsto de movimento dentário, sendo este último determinado pela a análise de Bolton, não esquecendo que, os incisivos centrais inferiores tendem a ser menores que os laterais inferiores. (Manne et al., 2012) 18 A relevância desta análise como recurso diagnóstico e como coadjuvante em outros recursos foi enfatizada por Simão et al. (2013), ao afirmarem que a análise de Bolton deve ser considerada uma etapa preliminar para o set-up diagnóstico, quando se deseja uma avaliação criteriosa da indicação da mecânica com exodontia de incisivo inferior. 19 3.1.3 Utilização do “set-up” “... o “set-up” é especialmente importante, uma vez que a extração de dentes anteriores é incomum e gera algumas dúvidas quanto aos seus benefícios.” (Braga et al 2002, p.168) O “set-up” ou montagem diagnóstica é considerado um importante recurso no planejamento ortodôntico, pois consiste no reposicionamento dos dentes, previamente removidos dos modelos de estudo, sobre a base remanescente dos mesmos (Braga et al., 2002). Além de citar que com a confecção do set-up, tem-se a possibilidade de mostrar ao paciente o resultado final do tratamento proposto, Carvalho em 2005, pontuou que através do set-up pode-se avaliar diversas opções de tratamento para um mesmo paciente, executando diferentes montagens de dentes sobre as bases dos modelos de estudo e que com sua análise é possível observar fatores importantes, desejados no tratamento ortodôntico como, se a sobremordida e a sobressaliência estão corretas, se a intercuspidação dos dentes posteriores ficou excelente e se as distâncias intercaninas e intermolares foram mantidas. Segundo Bayram e Ozerb (2007) a avaliação do set-up permitirá o ortodontista prever o sucesso do plano de tratamento proposto. Simplício et al. (2007) citaram como desvantagem deste o recurso, o tempo necessário para sua confecção. Porém este pormenor não deve se tornar um impedimento para sua aplicação, visto que o set-up traz muitas outras vantagens. Nos casos em que o paciente apresenta discrepância negativa de modelo e em que se planeja tratar com extração de incisivo inferior, o set-up configura um recurso especialmente importante para entre outras coisas, determinar qual incisivo poderá ser extraído, a quantidade de redução de esmalte interproximal nos incisivos 20 superiores, mostrar antecipadamente ao paciente o fechamento do espaço da extração e o provável desvio da linha média (Taffarel et al. 2009). Gonçalves, Mattos e Werneck (2010) salientaram que a montagem diagnóstica não é feita de forma aleatória, mas baseada em conhecimentos de cefalometria, crescimento e desenvolvimento crânio-facial, da movimentação dentária e mecânica ortodôntica. Por este motivo, entre outros, os mesmos advogaram que a confecção do set-up deva ser parte de todo planejamento ortodôntico, a medida que possibilita uma avaliação tridimensional do caso. A partir dos resultados obtidos, pode se modificar ou confirmar o plano de tratamento, especialmente nos casos em que se deseja verificar precisamente, a quantidade e a direção do movimento de cada dente; além da possibilidade de avaliação dos diversos planos de tratamento para um mesmo paciente, quando se realiza diversas montagens dos dentes sobre as bases dos modelos de estudo e de permitir a visualização da oclusão do paciente ao final do tratamento. 21 3.2 APLICAÇÕES Para Valinoti (1994) a exodontia do incisivo inferior é uma valiosa opção ao arsenal do ortodontista, porém os casos devem ser cuidadosamente selecionados. Segundo Valinoti (1994) uma indicação seria casos de Classe II leves, onde a discrepância de modelos seja menor que o tamanho do incisivo, valendo-se do espaço remanescente para correção da chave de canino, com a mesialização do segmento posterior. A extração de um incisivo inferior constitui uma alternativa terapêutica limitada a determinadas situações, como incisivos supranumerários, anomalias de tamanho dentário (laterais superiores conóides), erupção ectópica e maloclusão moderada de Classe III (Canut,1996). Segundo Canut (1996), por proporcionar o movimento lingual dos dentes anteriores, esta abordagem terapêutica ajuda a corrigir más oclusões de Classe III. Está também indicada em casos de mordida cruzada anterior ou uma relação topo a topo dos incisivos, com uma tendência para mordida aberta anterior. Este autor citou como contra-indicação para esta abordagem a sobressaliência acentuada, uma vez que a mesma teria uma tendência de aumento quando ocorresse o fechamento do espaço inferior. De acordo com Viazis (1999), nos casos onde exista uma intercuspidação normal dos dentes posteriores e uma discrepância dentária não suficientemente acentuada, a extração do incisivo inferior comprometeria a guia anterior, pois o raio de curvatura dos dentes antero-superiores seria desproporcionalmente maior do que o raio de curvatura dos dentes antero-inferiores. A sobressaliência estaria aumentada, e consequentemente os dentes anteriores não seriam capazes de desocluir os dentes posteriores no início da propulsão. Além disso, haveria uma tendência de recidiva da sobremordida e sobresaliência. 22 Segundo Silva Filho et al. (2002), a exodontia do incisivo inferior deve ser indicada quando se tem maturidade oclusal, sendo que as melhores indicações para este tipo de tratamento são as maloclusões de Classe I de Angle com boa intercuspidação, com apinhamento inferior significativo, excesso de massa dentária na região anterior inferior ou deficiência de massa dentária na região anterior superior. Na tomada da decisão por esta proposta de tratamento deve-se observar a inclinação dos incisivos superiores e inferiores, uma vez que, se os inferiores estiverem lingualizados, permite-se uma projeção dos mesmos, para que haja uma diminuição da sobressaliência. Entretanto, quando os superiores estiverem verticalizados, deve-se ter prudência, visto que este é um indício de que não se pode contar com a redução de seu diâmetro mesiodistal, uma vez que tal procedimento resultaria em incisivos ainda mais retro-inclinados (kokich apud Lima, Lacet e Marques 2005). Em situações bem selecionadas, a extração de um incisivo inferior pode ser utilizada em casos de Classe I, II ou III. Sendo esta mais indicada em casos de Classe I com boa intercuspidação posterior e apinhamento antero-inferior de magnitude semelhante ao diâmetro de um incisivo (Lima, Lacet e Marques, 2005). Pinto et al. (2006) concordaram que a extração de incisivo inferior é melhor indicada em casos de Classe I de Angle com boa intercuspidação e com apinhamento inferior, contudo acrescentou os casos de Classe III com sobressaliência e sobremordida reduzidas, e discrepância de Bolton. Bayram e Ozerb (2007) afirmaram que a extração do incisivo inferior é uma opção de tratamento eficaz para certos tipos de má oclusão que apresentem discrepância de Bolton. 23 Segundo Taffarel et al. (2009), as principais indicações deste tratamento são os casos com má oclusão Classe I de Angle, com boa intercuspidação na região posterior, apinhamento moderado na região ântero-inferior com pequeno ou nenhum apinhamento no arco dentário superior, sobremordida e sobressaliência moderados, mínimo potencial de crescimento, proximidade entre os ápices dos incisivos inferiores, discrepância de tamanho dentário com excesso dentário ântero-inferior maior que 3 mm, casos de Classe III de Angle com relação anterior de topo e perfil facial agradável. Para Ruelas et al. (2010), o desafio do diagnóstico ortodôntico não está naqueles casos que declaradamente requerem extrações ou naqueles que não as necessitem, mas sim, nos casos limítrofes. Diante de qualquer má oclusão, e principalmente diante destes casos, é necessário avaliar as características dentárias, faciais e esqueléticas do paciente para que se tenha um correto diagnóstico e eficiente plano de tratamento. Tuverson apud Matsumoto et al. (2010) apontaram os casos em que a inserção alta do freio labial inferior poderia causar recessão gengival no incisivo remanescente a ser movimentado para a área do freio, como sendo uma contraindicação para esta terapêutica. Porém esta é uma situação que pode ser contornada ao se indicar uma intervenção cirúrgica nesta região, previamente ao tratamento ortodôntico. Para Asensi (2012), as indicações são bem definidas na maloclusão de Classe I e Classe III. No entanto, este artifício deve ser utilizado com grande cuidado em pacientes em fase de crescimento, pois é preciso estar especialmente atento ao tipo facial e vetor de crescimento. Em casos limítrofes Classe II Divisão 1, este tipo de plano de tratamento é uma alternativa útil, quando feita, com todo o cuidado e com o desenvolvimento de mecânica ortodôntica bem planejada. Segundo Safavi e Namazi (2012), este tipo de abordagem é uma opção de tratamento eficaz para Classe I de Angle com boa oclusão posterior, pouco ou 24 nenhum apinhamento superior, apinhamento moderado a grave na região antero inferior, cujo apinhamento corresponda a aproximadamente a dimensão mesio-distal de um incisivo. Eles acrescentaram ainda, que o paciente deve apresentar um perfil de tecido mole, com aceitável equilíbrio. Safavi e Namazi (2012) sustentam ainda que a extração de um incisivo lateral inferior do lado da Cl II contribui para a correção da relação canino Cl II e alívio de apinhamento na região de incisivo / pré molar. Hamed et al. (2012) afirmaram que esta proposta de tratamento é indicada nas más oclusões com discrepância anterior de tmanho dentário devido a incisivos superiores estreitos e/ou incisivos inferiores grandes, e é contra-indicada em maloclusões sem discrepância anterior, assim como nos casos de mordida profunda com padrão horizontal de crescimento; apinhamento mínimo nos arcos superior e inferior; discrepância de Bolton devido a incisivos inferiores menores e/ou incisivos superiores grandes e sobressaliência pronunciada. Manne et al. (2012) consideraram que a extração de incisivo inferior é mais adequada em pacientes que não necessitem de alterações anteroposteriores nos segmentos bucais, sendo que em pacientes com apinhamento moderado e sem excesso de massa dentária inferior, a redução interproximal poderia ser a melhor alternativa. Manne et al. (2012) acreditavam ainda que a extração de incisivo inferior pode ser uma opção de tratamento eficaz nos casos com más oclusões leves de Classe III, porém afirmavam que não é indicada em má oclusão de Classe III moderada a severa, porque a oclusão bucal não seria corrigida e em pacientes classe II, pois aumentaria significativamente a sobressaliência. Lessa et al. (2013) indicaram este tipo de terapêutica em pacientes que apresentem um perfil de tecido mole harmonioso com mínimo potencial de crescimento, já que nesta fase ocorre a maturidade oclusal. Devendo apresentar uma boa oclusão posterior, apinhamento inferior moderado e pouco ou nenhum apinhamento superior, moderada sobressaliência e sobremordida. 25 Para Lessa et al. (2013) a extração do incisivo inferior está contra-indicada nos casos de mordida profunda com padrão horizontal de crescimento; apinhamento mínimo nos arcos superior e inferior; discrepância de Bolton devido a incisivos inferiores menores e/ou incisivos superiores maiores. 26 4. ASPECTOS RELEVANTES NO TRATAMENTO A exodontia do incisivo inferior no tratamento ortodôntico é indicada em casos cuidadosamente selecionados, especialmente onde os requisitos de espaço e estética facial não exigem maiores movimentos dentários. É aconselhável que em conjunto com extração sejam feitas reduções rigorosas do esmalte mesio-distal dos incisivos centrais superiores, quando indicado (Valinoti,1994). Valinoti (1994) salientava ainda que este tratamento não afeta o perfil facial, porém adverte sobre efeitos que podem ocorrer, como o aumento do trespasse horizontal, abertura de espaço da extração, comprometimento das papilas gengivais e em especial, o aumento da sobremordida anterior. Segundo Canut (1996), em algumas situações clínicas os objetivos terapêuticos devem ser ajustados às necessidades individuais do paciente, mesmo quando isto signifique que a oclusão final alcançada não seja a ideal. Silva e Filho et al. (2002) citaram como principal vantagem da extração no segmento dos incisivos inferiores, a possibilidade de correção da discrepância dente-osso “in locu”, quando não existe indicação para retração anterior, isto é, nos casos com ausência ou suave discrepância cefalométrica. Porém mencionaram que com a eliminação de um dente neste segmento, ocorreria uma alteração na relação inter-arcos na região de incisivos, aumentando o trespasse horizontal e vertical. Lima, Lacet e Marques (2005) citaram a impossibilidade de estabelecer a coincidência das linhas médias dentárias na finalização dos casos tratados com a extração de um incisivo inferior, como uma inconveniência causada nesta forma de tratamento, sendo que os mesmos advertiram que esta consequência deve ser comentada previamente com o paciente, apesar de considerarem que a estética final não seja comprometida. Os autores citaram ainda a perda anti-estética da papila, 27 relacionando-a a situações em que a coroa dos incisivos possuem conformação triangular. Segundo Joondeph e Riedel apud Pinto et al. (2006), dentre as indicações para a extração dos incisivos inferiores, estariam o apinhamento extremo e/ou protrusão, particularmente quando acompanhado de perda de tecido gengival ou perda da tábua óssea vestibular na região das raízes dos incisivos inferiores. Pinto et al. (2006) afirmaram que a extração de um incisivo inferior, proporciona uma terapia rápida, com o mínimo de efeitos colaterais indesejáveis, porém é necessário o planejamento cuidadoso de cada caso, avaliando inclusive o potencial de recidiva para a opção escolhida. O tratamento ortodôntico com indicação de extração no segmento anterior, quando realizado com a interação com o cirurgião, oferece melhores resultados. Esta particularidade minimiza riscos indesejados, o que é essencial para o paciente, visto que qualquer sequela causada por um procedimento cirúrgico mal executado colocaria em risco o sucesso do tratamento. O tempo de tratamento necessário para a recuperação óssea na região seria maior e as limitações estéticas poderiam se fazer presentes (Mazzottini et al., 2006). No tratamento ortodôntico busca-se atingir o maior número possível dos princípios de uma oclusão normal, tais como chave de oclusão de molar e canino, manutenção das distâncias intermolar e intercanino originais, forma do arco ideal, estabelecer pontos de contatos corretos, sobremordida e sobressaliência normais, linhas médias corrigidas e coincidentes, inclinações e angulações axiais corretas, ausência de rotações, relação normal dos planos inclinados oclusais, curva de Spee e Wilson adequadas; porém nesta opção de tratamento nem sempre todos estes objetivos são alcançados, como a coincidência das linhas médias dentárias, em virtude das necessidades individuais de cada paciente (Simplicio et al., 2007). 28 Taffarel et al. (2009) citaram os efeitos indesejáveis que podem ser causados por esta mecânica: sobressaliência e sobremordida aumentadas, recidiva do espaço da extração, oclusão insatisfatória, recorrência de apinhamento entre os incisivos remanescentes e perda de estética da papila gengival interdentária na região da extração, formando triângulos negros. Contudo, citaram a redução do tempo de tratamento e dos custos, a mecânica simplificada, mínima remoção de estrutura dentária, envolvimento de menor numero de dentes, melhora do apinhamento e estética dos incisivos, bom resultado estético e funcional, a manutenção do perfil harmonioso e resultado mais estável na região anterior como importantes vantagens a serem consideradas nesta opção de tratamento. Para Ruellas et al. (2010), a avaliação das estéticas dentária e facial é item importante no processo de diagnóstico e planejamento do tratamento ortodôntico. Um dos maiores desafios está no correto posicionamento das linhas medianas dentárias superior e inferior entre si e em relação à face. Conquanto, a ausência de coincidência entre as linhas médias dentárias e a facial é comumente mais notada quando ocorre na arcada superior, o que torna a estética desagradável, do que quando ocorre na arcada inferior. Segundo Uribe, Holliday e Nanda (2011), a localização incisal do contato pode ser a variável mais importante associada com ameias gengivais abertas, uma vez que os pacientes que terminam o tratamento com a localização do contato interproximal no terço incisal apresentam maior risco para o desenvolvimento ameia gengival aberta do que aqueles que terminaram com o contato no terço gengival. Neste mesmo estudo, Uribe, Holliday e Nanda (2011) encontraram dados que indicam que o sexo não está correlacionado com ameias gengivais abertas; que a idade não é um preditor de formação de ameia gengival aberta após a extração de incisivo inferior; que a extração de um incisivo lateral ou central não faz diferença estatisticamente significativa na presença ou a ausência de uma ameia gengival livre; que todos os pacientes que tiveram ponto de contato interproximal póstratamento localizado no terço incisal teve ameia gengival aberta. 29 Segundo Safavi & Namasi (2012), em vista que a oclusão ideal é o objetivo máximo, o tratamento com extração de incisivo oferece resultados aquém dos quais seriam ideais na ortodontia, fato este que pode levar esta opção de tratamento a ser considerada como comprometida. Porém na ortodontia contemporânea, as expectativas e preferências do paciente, bem como relação custo-benefício devem ser incluídas no processo de planejamento do tratamento, sendo a redução do tempo de tratamento e dos custos, a manutenção do perfil harmonioso e resultado mais estável na região anterior como importantes vantagens a serem consideradas nesta opção de tratamento. Safavi & Namazi (2012) citaram ainda, que possíveis desvantagens ou consequências desta opção de tratamento podem ocorrer, incluindo o desenvolvimento de um triângulo negro no local da extração, a reabertura do espaço, a criação de uma discrepância da linha média e aumento da sobressaliência. Segundo Hamed et al. (2012), a extração de um incisivo inferior melhora o paralelismo entre raízes dos dentes antero-inferiores e que quando se estabelece um adequado alinhamento entre os incisivos restantes, evita-se problemas periodontais com comprometimento estético. Manne et al. (2012) recomendaram que os pacientes adultos sejam informados que um efeito comum da extração de incisivo inferior é a formação de triângulos negros, o qual tem difícil previsibilidade, mas pode ser uma importante consideração estética, especialmente em pacientes mais idosos. O desenvolvimento de triângulos negros está atribuído a diversos fatores, incluindo perda óssea periodontal, contato interproximal mais incisal, incisivos triangulares e angulações radiculares divergentes. Manne et al. (2012) discorreram que, quando do fechamento do espaço da extração, deve ser utilizado o maior arco retangular possível, para se evitar a excessiva inclinação lingual dos incisivos ou dos caninos, devido às forças geradas 30 pela cadeia de elastómeros. Evitando especialmente a inclinação dos incisivos adjacentes à área desdentada, o que poderia aumentar o risco de formação de triângulos negros. Segundo Pithon et al. (2012a), discrepâncias entre os tamanhos dos incisivos restantes resultam em comprometimento estético perceptível, por esta razão, quando se opta por tratamento com extração de incisivo inferior, o ideal é mantê-los, sem qualquer alteração na largura dos três incisivos restantes ou todos os três dentes com o mesmo tamanho. Pithon et al. (2012b) afirmaram que a extração de incisivo inferior envolve uma região de fácil acesso visual e que os resultados ofertados podem ter repercussões negativas quando as extrações são realizadas de forma indevida. O aparecimento de espaços negros é a complicação estética mais comum nestes casos e isto compromete a estética gengival interdental. Estes autores acrescentaram ainda que a opção de extração de incisivo central deve sempre ser descartada quando existem outras opções de tratamento disponíveis. Segundo Bronzi, Tuma e Araújo (2013), a extração de incisivo inferior é uma alternativa de tratamento benéfica, pois diminui o tempo de tratamento e simplifica, muitas vezes, a mecanoterapia, satisfazendo assim, os requisitos de função, estabilidade e estética; sendo que o após o fechamento do espaço da extração, é importante que ocorra paralelismo das raízes, pois se o caso for finalizado com divergência das mesmas, o perceptível espaço poderá ocorre no local da extração. 31 5. ESTABILIDADE E CONTENÇÃO Valinot (1994) acreditava que os casos de extração de incisivo inferior apresentam menor recidiva do apinhamento após a contenção a longo prazo, devido a tensão mínima na ancoragem adjacente durante o fechamento do espaço, deixando todo ou a maioria do espaço adquirido para a correção anterior; e devido à manutenção das posições originais dos dentes mais próximos as pressões musculares são menos propensas a apresentar instabilidade. A estabilidade pós-tratamento é uma preocupação que se deve ter ao planejar um caso. Sendo que por mais que se esmere em conduzir o tratamento com coerência morfológica, a recidiva representa um receio para o ortodontista, independentemente dos elementos dentários extraídos (Silva Filho et al.,1996). Segundo Canut (1996) a estabilidade do alinhamento conseguido no tratamento ortodôntico com extração de incisivo inferior parece ser melhor do que o alcançado em casos submetidos à extração de pré-molares. O mesmo ainda apontava a extração do incisivo mais mal posicionado como uma forma de prevenir à recidiva, uma vez que ao escolhê-lo para extração, limita-se o movimento desnecessário de muitos dentes; tornando assim a correção mais restrita a uma zona específica da dentição. Silva Filho et al. (1996) indicavam o uso de contenção inferior mesmo com a extração na bateria anterior, visto que o planejamento ortodôntico com extração no segmento antero-inferior baseia-se exclusivamente na condição morfológica presente no momento do diagnóstico e planejamento, não estando vinculado com a previsão de estabilidade futura. Lima, Lacet e Marques (2005) afirmavam que a possibilidade de reabertura do espaço, poderia ser minimizada ou resolvida através da obtenção de paralelismo radicular dos incisivos restantes ao final do tratamento. 32 Taffarel et al. (2009) acreditavam que o tratamento ortodôntico com extrações de incisivos inferiores em pacientes adultos tem sua indicação específica e que quando criteriosamente planejado, produz bons resultados estéticos e funcionais, com estabilidade. Segundo Pithon et al. (2012b), a remoção de um incisivo inferior além de resolver problemas de apinhamento dentário, proporciona estabilidade superior no pós-tratamento, quando comparado com os casos envolvendo extrações de prémolares. Para Asensi (2012), como a estabilidade do tratamento com exodontia do incisivo inferior não tem demonstrado ser pior do que em outras modalidades de tratamento e, a contenção deve ser semelhante as usadas nos outros tipos de tratamento. Bronzi, Tuma e Araújo (2013) afirmavam que ocasionalmente, mesmo com o paralelismo das raízes pode ocorrer um perceptível espaço no local da extração, sendo importante a utilização da contenção fixa inferior. Em seus protocolos terapêuticos com extração de um incisivo inferior, Cabrera, Cabrera e Cabrera (2013) sugeriram o uso de contenção 3x3 na arcada inferior, com fixação de resina em caninos e incisivos visando promover a estabilidade antero-inferior. 33 6. DISCUSSÃO Segundo Silva Filho et al. (2002), a extração de dentes no segmento dos incisivos inferiores é viável, do ponto de vista mecânico, morfológico e periodontal. Entretanto, Safavi & Namasi (2012) vão além e citaram, assim como Taffarel et al (2009), a redução do tempo de tratamento e dos custos, a manutenção do perfil harmonioso e resultado mais estável na região anterior como importantes vantagens a serem consideradas nesta opção de tratamento. Valinoti (1994) também mencionaram a manutenção do perfil do paciente, enquanto Pinto et al. (2006) e Bronzi, Tuma e Araújo (2013) mencionaram a redução do tempo de tratamento. Já outros autores acrescentaram que os desejos e necessidades individuais do paciente devem ser levados em conta durante o planejamento (Canut, 1996, Simplício et al., 2007, Melo Jr et al., 2011 , Safavi & Namasi, 2012 e Sobral, Nascimento e Regis, 2013). Gonçalves, Mattos e Werneck (2010) e Melo Jr et al. (2011) afirmaram que é necessário um correto diagnóstico e um planejamento criterioso para evitar efeitos colaterais no tratamento ortodôntico com extração de incisivo inferior. Já Matsumoto et al. (2010) acrescentaram que a habilidade e experiência do profissional são relevantes para o sucesso do tratamento. Inúmeros recursos diagnósticos devem ser utilizados para fundamentar a indicação da exodontia de incisivo inferior. Em relação as condições clínicas, Canut (1996) citou algumas características como relevantes, citando anomalia de número de dentes anteriores, alterações de tamanho dentário e incisivos ectópicos como indicações para esse procedimento. Já Kokich apud Lima, Lacet e Marques (2005) acrescentaram os casos em que esses dentes sofreram traumas ou apresentam cáries severas. Enquanto Manne et al. (2012) incluíram as condições periodontais, a 34 presença de recessão gengival e a localização de todas as restaurações, inclusive de tratamento endodôntico. Bronzi, Tuma e Araújo (2013) e Kurten et al. (2012) também citaram a saúde periodontal, posição do dente na arcada, integridade da estrutura dentária, como critérios importantes quanto a escolha do incisivo a ser extraído, sendo que Kurten et al. (2012) acrescentaram que devem ser levados em consideração outros fatores como a relação da dimensão mesiodistal com às necessidades de espaço e desproporções de volume dentário entre as regiões anteriores dos arcos dentários. Bayram e Ozerb (2007) afirmaram que a extração do incisivo inferior é eficaz para certos tipos de má oclusão que apresentem discrepância de Bolton. Enquanto Viazis (1999) complementou que nos casos em que exista uma discrepância de Bolton acentuada, com dentes antero-inferiores desproporcionalmente maiores que os antero-superiores, o que geralmente ocorre ao final do tratamento com extração de incisivo inferior, é que estes dentes passam a apresentar uma boa proporção de volume mesio-distais. Carvalho (2005) e Gonçalves, Mattos e Werneck (2010), discorreram sobre a importância do set-up como elemento diagnóstico, uma vez que através deste é possível avaliar diversas opções de tratamento para um mesmo paciente, executando diferentes montagens de dentes sobre as bases dos modelos de estudo. Já Simplício et al. (2007) citaram como desvantagem deste o recurso, o tempo necessário para sua confecção. Porém este pormenor não deve se tornar um impedimento para sua aplicação, visto que o set-up traz muitas outras vantagens, como a citada por Carvalho (2005) e Gonçalves, Mattos e Werneck (2010), que é a possibilidade de mostrar ao paciente e aos seus responsáveis o resultado final do tratamento proposto, especialmente nos casos com extração de incisivo inferior, facilitando assim a aceitação por parte dos mesmos. 35 Esta terapêutica é indicada em situações bem determinadas. Taffarel et al. (2009), Safavi e Namazi (2012) e Lessa (2013) citaram o perfil mole harmonioso como uma indicação para este procedimento. A presença de sobremordida e sobressaliência moderadas foram citadas por Pinto et al. (2006), Taffarel et al. (2009) e Lessa et al. (2013), enquanto Hamed et al. (2012), incluíram discrepância de tamanho dos dentes anteriores, devido a incisivos superiores estreitos e / ou incisivos inferiores largos. Canut (1996) citou ainda casos de mordida cruzada anterior ou uma relação topo a topo dos incisivos, com uma tendência para mordida aberta anterior. As melhores indicações para este tipo de tratamento são as maloclusões de Classe I de Angle com boa intercuspidação, com apinhamento inferior (Silva Filho et al., 2002, Lima, Lacet e Marques, 2005, Pinto et al., 2006 e Taffarel et al., 2009) cuja falta de espaço seja de magnitude semelhante ao diâmetro de um incisivo (Lima, Lacet e Marques, 2005 e Safavi e Namazi, 2012). Além da boa oclusão posterior, o paciente deve apresentar um perfil de tecido mole, com aceitável equilíbrio; moderado apinhamento inferior e pouco ou nenhum apinhamento superior. (Lessa et al., 2013 e Sfavi e Namazi, 2012) Silva Filho et al. (2002), Taffarel et al. (2009) e Lessa et al. (2013), citaram ainda o mínimo potencial de crescimento, visto que nesta fase temos a maturidade oclusal. Enquanto Valinoti (1994), Lima, Lacet e Marques (2005), Safavi e Namazi (2012) e Asensi (2012), indicavam a extração de incisivo inferior em casos leves de Classe II, Manne et al (2012) contra-indicavam em pacientes classe II, argumentando que a extração aumentaria a sobressaliência. Canut (1996), Pinto et al. (2006), Taffarel et al. (2009) e Manne et al. (2012), indicaram a extração em casos leves de maloclusão de Classe III, sendo que Taffarel et al. (2009) salientaram aquelas com relação anterior de topo. 36 Hamed et al. (2012) e Lessa (2013) citaram como contra-indicações os casos com pouco apinhamento superior e inferior e os de mordida profunda, enquanto Canut (1996) citou os de sobressaliência acentuada e Lessa et al. (2013) incluíram os casos com discrepância de Bolton em que os dentes antero-superiores são grandes e os inferiores são pequenos. Taffarel et al. (2009), Safavi e Namazi (2012) e Bronzi, Tuma e Araújo (2013), acreditavam que o tratamento ortodôntico com exodontia do incisivo inferior proporciona bons resultados estéticos e funcionais com a aplicação de uma mecânica facilitada. Taffarel et al. (2009), Safavi e Namazi (2012) acrescentaram ainda que esta proposta de tratamento apresenta um resultado mais estável. Simplicio et al. (2007) e Safavi e Namazi (2012), mencionaram que é impossível estabelecer a coincidência das linhas médias dentárias na finalização dos casos tratados com a extração de um incisivo inferior, impossibilidade esta que foi pontuada por Lima, Lacet e Marques (2005) como uma inconveniência causada nesta forma de tratamento, sendo que os mesmos advertiram que esta consequência deve ser comentada previamente com o paciente. Conquanto, a ausência de coincidência entre as linhas médias dentárias e a facial, como enunciada por Ruellas et al. (2010), é comumente mais notada quando ocorre na arcada superior, o que torna a estética desagradável. Todavia, na maioria dos casos de extração de incisivo inferior, a estética final não é comprometida, como referido por Lima, Lacet e Marques (2005). Taffarel et al. (2009) citaram a possibilidade de recorrência do apinhamento anterior, enquanto Valinoti (1994), Taffarel et al. (2009), Safavi e Namazi (2012) e Uribe, Holiday e Nanda (2011) mencionaram a possibilidade de ocorrer a reabertura do espaço da extração. Valinoti (1994), Silva Filho et al. (2002) e Taffarel et al. (2009) afirmaram que esta terapêutica pode resultar no aumento da sobressaliência e da sobremordida, enquanto Safavi e Namazi (2012) citaram o aumento da sobressaliência e Pithon et al. (2012b) citaram o aumento da sobremordida. 37 Valinoti (1994), Lima, Lacet e Marques (2005), Taffarel et al. (2009), Safavi e Namazi (2012), Manne et al. (2012) e Pithon et al. (2012b), concordaram sobre a ocorrência do comprometimento da papila gengival, levando ao surgimento de triângulos negros. Para Lima, Lacet e Marques (2005) a possibilidade de reabertura do espaço, poderia ser minimizada ou resolvida através da obtenção de paralelismo radicular ao final do tratamento. Porém Bronzi, Tuma e Araújo (2013) afirmaram que ocasionalmente, mesmo com o paralelismo das raízes pode ocorrer um perceptível espaço no local da extração, sendo importante a utilização da contenção fixa inferior. Apesar de diversos autores, Valinoti (1994), Canut (1996), Taffarel et al. (2009), Safavi e Namazi (2012) e Pithon et al. (2012b), terem afirmado que o tratamento ortodôntico com exodontia de incisivo inferior apresenta como vantagem o menor risco de recidiva; outros autores como, Silva Filho et al. (2002), Asensi (2009), Bronzi, Tuma e Araújo (2013) e Cabrera, Cabrera e Cabrera (2013), indicaram o uso de contenção para garantir a estabilidade pós-tratamento. 38 7. CONCLUSÃO Atualmente, ao se realizar um plano de tratamento é importante levar em consideração os desejos e necessidades individuais do paciente, inclusive em relação a redução de custos e tempo de tratamento, com uma redução do comprometimento estético. É uma terapêutica que exige uma mecanoterapia facilitada com bons resultados estéticos e funcionais. Deve-se lançar mão de: - Utilização de set-up diagnóstico. - Observação das condições clínicas e periodontais. - Análise de Bolton. - Utilização de contenção no pós-tratamento. Este tratamento é bem indicado em algumas situações: - Paciente com perfil mole equilibrado. - Sobressaliência e sobremordida moderadas. - Maloclusões de classe I com boa intercuspidação posterior, pouco ou nenhum apinhamento superior, apinhamento inferior moderado a severo. - Maloclusões leves de classe II e maloclusões leves de classe III com mordida em topo. Nesta opção de tratamento, alguns efeitos indesejados podem ocorrer e o paciente deve ser avisado: - Ausência de coincidência das linhas médias dentárias. - Surgimento de triângulos negros. 39 Assim sendo, a extração do incisivo inferior deve ser vista como uma opção de tratamento ortodôntico viável, porém é de extrema importância que seja devidamente indicada, para isto é necessário um correto diagnóstico seguido de um bom plano de tratamento, assim como uma precisa execução deste planejamento, para evitar que ocorram efeitos indesejados. 40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ASENSI, J.C. Extraction d’une incisive mandibulaire en orthodontie : indication, plan de traitement et gestion clinique pour différentes malocclusions. Orthod Fr 2012;83:183–200. Article traduit. par Georges Rozencweig, Traduit de l’article : La extracción de un incisivo inferior en ortodoncia : indicaciones, planificación del tratamiento y manejo clinico en las distintas maloclusiones. (Ortod Esp 2009;49:3– 18). 2. 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