MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA INVERSÃO TRANSICIONAL DE EMULSÕES FORMADAS A PARTIR DE PETRÓLEO E ÁGUA DE PRODUÇÃO LUIZ ROBERTO DE SOUZA JUNIOR CURITIBA 2013 LUIZ ROBERTO DE SOUZA JUNIOR INVERSÃO TRANSICIONAL DE EMULSÕES FORMADAS A PARTIR DE PETRÓLEO E ÁGUA DE PRODUÇÃO Relatório Final apresentado ao Programa Interdisciplinar em Engenharia de Petróleo e Gás Natural – UFPR/PRH – ANP/MCT nº24, como requisito para a conclusão da ênfase curricular oferecida pelo programa. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Agnes de Paula Scheer LUIZ ROBERTO DE SOUZA JUNIOR CURITIBA 2013 À Géssica, minha esposa, e a minha irmão Gisele e sobrinha Rafaela. Ao meu pai Luiz e em especial a minha mãe (in memoriam). Por todo o amor, por quem sou e pelos pequenos quinhões que alcancei na vida. AGRADECIMENTOS À Deus, pela vida, benção e proteção. Aos professores do Departamento de Engenharia Química, sobretudo, a professora Agnes de Paula Scheer pela orientação, apoio, incentivos e confiança. Aos amigos e colegas Bruno, Priscila, Ezequiel, Luana e Vitor, pela amizade, acolhida e incentivo no término deste trabalho. Agradeço ao meu querido pai Luiz, por quem tenho profunda admiração, pelo carinho, amor, respeito, por sempre estar ao meu lado cantando a sinfonia do incentivo, do direcionamento, da orientação e, sobretudo da retidão. À minha querida mãe Lene, pelo amor, paciência, dedicação, incentivo e especialmente por ter me ensinado a ser um homem de bem. À minha querida Irmã Gisele, pelo amor, torcida, incentivo e por ter trazido a minha linda sobrinha Rafaela, um sopro de esperança. Agradeço a minha adorável e amada mulher Géssica, pelos anos dedicados ao nosso relacionamento, pela sustentação que sempre me deu nos momentos de adversidade, pelos sorrisos fraternos, incentivos, brincadeiras e, sobretudo amor. À Universidade Federal do Paraná e seus professores que muito contribuíram para a minha formação acadêmica, em especial à Professora Agnes de Paula Scheer por orientar-me no estágio e na iniciação científica. Por fim, à todos do Programa Interdisciplinar em Engenharia de Petróleo e Gás Natural da UFPR (PRH-24) pelo apoio financeiro e pelas oportunidades a mim confiadas. RESUMO As emulsões, dispersões coloidais de líquidos imiscíveis, são encontradas em quase todos os processos de produção e recuperação de petróleo, desde reservatórios até o abastecimento. Na produção, especificamente, é comum a formação de emulsões do tipo A/O, ou seja, gotículas ricas em água encontram-se dispersas em uma fase oleosa. Estas são, em geral, estáveis e altamente viscosas sendo favorecidas pela estrutura do óleo e em virtude das altas taxas de cisalhamento. O incremento de resistência ao escoamento tem como consequência a redução da produção de poços, onerando os custos de produção. Com isto, tornase indispensável o desenvolvimento de alternativas que aumentem a eficiência do transporte destes óleos. O uso de emulsões inversas (O/A) tem se apresentado como opção viável, pois acarreta diminuição da viscosidade. Foi estudado o processo transicional para promover a inversão de fases em amostras de quatro petróleos, com características distintas. A inversão transicional ocorreu sob frações constantes de água e óleo, com adição de um tensoativo à emulsão. Amostras de petróleo, solução salina e tensoativo foram homogeneizadas em laboratório para simular condições de campo. Análises quanto à viscosidade e estabilidade (viabilidade produtiva) foram realizadas. Resultados indicam que o uso dos tensoativos, ainda em quantidade elevada, resultam em emulsões inversas estáveis, com redução da viscosidade de até 10 vezes. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE EMULSÕES ............................................................................... 12 FIGURA 2 - RELAÇÕES DE CAUSA E EFEITO ENTRE AS VARIÁVEIS, FENÔMENOS E PROPRIEDADES DAS EMULSÕES............................................................................................................................................... 15 FIGURA 3 - MECANISMOS DE DESESTABILIZAÇÃO DE EMULSÕES ................................................................. 16 FIGURA 4. PERFIL DE ESTABILIDADE DAS EMULSÕES SEM TENSOATIVO PREPARADAS COM O PETRÓLEO C.... 23 FIGURA 5. COMPARATIVO DO DESEMPENHO DE DIFERENTES TENSOATIVOS EM RELAÇÃO À VISCOSIDADE DAS EMULSÕES A/O OU O/A FORMADAS .......................................................................................................... 25 FIGURA 6 -CURVAS DE VISCOSIDADE PARA AS EMULSÕES DO PETRÓLEO B SEM O USO DE TENSOATIVO ...... 26 FIGURA 7 - CURVAS DE VISCOSIDADE PARA AS EMULSÕES DO PETRÓLEO B COM O USO DE TENSOATIVO ..... 27 FIGURA 8 -CURVAS DE VISCOSIDADE EM FUNÇÃO DA QUANTIDADE DE ÓLEO PARA AS EMULSÕES DO PETRÓLEO B ........................................................................................................................................... 28 FIGURA 9 - CURVAS DE VISCOSIDADE EM FUNÇÃO DA QUANTIDADE DE ÓLEO PARA AS EMULSÕES DO PETRÓLEO C ........................................................................................................................................... 28 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - COMPORTAMENTO DE TENSOATIVOS EM DILUIÇÃO EM ÁGUA ...................................................... 18 TABELA 2 - INDICAÇÕES DE APLICAÇÃO DE TENSOATIVOS ........................................................................... 18 TABELA 3 - ESTABILIDADES DAS EMULSÕES COM 70% DE ÓLEO EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE TENSOATIVO ............................................................................................................................................ 25 TABELA 4 - ESTABILIDADE DAS EMULSÕES COM 70 % DE ÓLEO EM DIFERENTES PETRÓLEOS E CONCENTRAÇÕES DE TENSOATIVO ............................................................................................................ 25 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9 1.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 10 1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO .................................................................................... 10 2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 11 2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS EMULSÕES .................................................................. 12 2.2 INSTALBILIDADE DAS EMULSÕES .................................................................. 13 2.3 EMULSIONAMENTO .......................................................................................... 14 2.4 MECANISMOS DE QUEBRA DE EMULSÕES ................................................... 15 2.6 TIPOS DE TENSOATIVOS ................................................................................. 16 2.7 SELECIONANDO TENSOATIVOS ..................................................................... 17 2.7.1 Balanço hidrofílico lipofílico .............................................................................. 18 2.7.2 Temperatura de inversão de fase (PIT) ............................................................ 19 2.8 EMULSÕES INVERSAS ..................................................................................... 19 3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 21 3.1 MATERIAIS ......................................................................................................... 21 3.2 PREPARO DAS EMULSÕES.............................................................................. 21 3.3 ESTABILIDADE................................................................................................... 21 3.4 COMPORTAMENTO REOLÓGICO .................................................................... 22 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 23 5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 29 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 30 9 1 INTRODUÇÃO As emulsões, de modo geral, são encontradas em quase todas as áreas de atuação da indústria petrolífera, denominadas upstream e downstream que juntas englobam desde a produção e exploração do petróleo, até o abastecimento de derivados no mercado consumidor. Na produção, especificamente, as emulsões são formadas devido ao fato de que quando dois líquidos imiscíveis entre si, como água e óleo, são expostos a uma grande agitação, como no caso do escoamento do petróleo do reservatório até a superfície, o fluido em menor proporção se dispersa no outro, caracterizando uma emulsão, sendo do tipo água em óleo (A/O) no início da produção e de óleo em água (O/A) quando o percentual de água no poço aumenta consideravelmente. Uma emulsão preparada pela mistura de hidrocarbonetos e água é instável, e as fases são facilmente separadas. No entanto, o petróleo possui na sua composição substâncias conhecidas como agentes emulsionantes que fazem parte do grupo de substâncias classificadas como asfaltenos e resinas, além de alguns compostos inorgânicos sólidos, como argila, óxidos e sais que contribuem para a formação de emulsões estáveis, caracterizadas por altas viscosidades e que por isso acarretam no aumento da perda de carga dos sistemas de escoamento, reduzindo a produção dos poços e elevando significativamente os custos de produção. A presença de agentes emulsionantes é tanto maior quanto mais pesado é o Petróleo, deste modo, óleos denominados pesados e ultrapesados são conhecidos por seus elevados teores de asfaltenos e resinas, daí a preferência pela produção de óleos convencionais que além de menos viscosos, fornecem, no processo de refino, maiores rendimento de produtos com alto valor agregado. No entanto, a ocorrência de óleos pesados e ultrapesados vem aumento significativamente e existem previsões que para o ano de 2025, o óleo pesado seja a principal fonte de energia fóssil no mundo. Desde modo, as reservas existentes dos óleos não convencionais necessitam de tecnologia economicamente viável para serem exploradas e incluídas no mercado de petróleo. Muitas propostas têm sido apresentadas e uma delas é o uso de emulsões inversas (O/A) que tem se apresentado como uma forma viável para contornar os problemas mencionados, 10 tendo em vista que elas reduzem a viscosidade de óleos pesados, permitindo o seu transporte através de linhas convencionais. Com este trabalho foi possível entender melhor alguns fatores que influenciam a inversão de emulsões, bem como as características envolvidas durante o fenômeno. Utilizou-se nos estudos petróleos com vários graus API, e tensoativos com diferentes características. Por fim, o texto foi dividido da seguinte maneira: no capítulo 2 consta a revisão bibliográfica, no capítulo 3 os materiais e métodos utilizados, já no capítulo 4 apresenta-se os resultados, bem como a sua análise e por fim, no capitulo 5 consta as conclusões. 1.1 OBJETIVO GERAL Desenvolver metodologia, economicamente viável, para inversão transicional de emulsões formada a partir de óleo pesado e água de formação, em função das características do petróleo estudado e do procedimento adotado para inversão. Desta forma, pretendeu-se levantar os parâmetros que ajudam ou dificultam a inversão da emulsão, sejam eles relacionados às características do petróleo ou parâmetros associados a tecnologia de emulsificação. 1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO As inversões transicionais de emulsões formadas a partir de petróleo e água de formação, foram avaliadas quanto a estabilidade, comportamento reológico e condutividade elétrica, utilizando diferentes concentrações e tipos de tensoativos. 11 2 REVISÃO DE LITERATURA Toda vez que dois líquidos imiscíveis entre si, como óleo e água, são expostos a uma grande agitação, como por exemplo, ao longo do percurso do petróleo desde o reservatório até a superfície, o líquido em menor proporção, no caso a água, se dispersa no outro, gerando gotas de diversos diâmetros. As gotas de diâmetros maiores tendem novamente a se aglutinar, no entanto, as de pequeno (entre 1 µm e 10 µm) não, permanecendo dispersas no meio oleoso, formando uma emulsão (BRASIL et al., 2012). Segundo Pal (1994), a fase que está presente na forma de gotas é referenciada como “fase dispersa” e a fase que as acomodam é chamada de “fase contínua” que, algumas vezes, é referenciada como a fase externa, meio de dispersão ou meio de suspensão. De acordo com Brasil (2012), preparada pela mistura de hidrocarbonetos e água, uma emulsão é instável, as fases são facilmente separadas. Contudo, o petróleo possui na sua composição substâncias conhecidas como agentes emulsionantes, cujas moléculas têm uma parte constituída de heteroátomos com afinidade pela água (polar) e uma maior parte com afinidade pelo óleo (apolar). Devido a essa característica, a parte polar, chamada hidrofílica, tende a se deslocar para a fase água, enquanto a maior parte da molécula (apolar ou lipofílica) tende a permanecer na fase óleo, se acumulando na superfície das gotículas formando uma película que age como uma barreira física que impede a aproximação das gotículas vizinhas de água e, portanto, sua aglutinação e consequente separação. De caráter hidrofílico-lipofílico, essas substâncias são, em geral, moléculas com elevada massa molecular, de ocorrência natural nos petróleos, contendo heteroátomos como o nitrogênio, o enxofre, o oxigênio e metais, usualmente, fazem parte de grupos classificados como asfaltenos e resinas (BRASIL et al., 2012). Segundo Souza (2009), a estabilidade conferida às emulsões devido à presença dos agentes emulsionantes naturais acarreta, em geral, em um incremento significativo na sua viscosidade e quanto menor o grau API do petróleo, mais elevada torna-se a perda de carga nos sistemas de escoamento, o que reduz a produção dos poços, afetando a capacidade dos sistemas produtivos, sobretudo os que estão em águas profundas, elevando, desta maneira, os custos associados. O 12 autor acrescenta que a emulsão formada passa a constituir um importante aspecto da garantia de escoamento da produção e que é fundamental o estudo das propriedades reológicas dos petróleos e suas emulsões, no momento em que são projetados e dimensionados as linhas e equipamentos da produção. 2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS EMULSÕES De acordo com Pal (1994), as emulsões podem ser classificadas em três grandes grupos: as emulsões de água em óleo (A/O), de óleo em água (O/A) e as emulsões múltiplas. As emulsões (A/O) são formadas por gotas de água dispersa na fase contínua de óleo e são as, geralmente, encontradas no início da produção dos poços de petróleo. As emulsões (O/A) são as chamadas emulsões inversas, uma vez que possuem como fase dispersa o óleo e são mais comuns quanto o poço possui elevados percentuais de água. Por fim, emulsões múltiplas que são, na verdade, uma dispersão dentro de outra. Por exemplo, uma emulsão A/O/A é formada por pequenas gotículas de emulsão de água em óleo, dispersa em água. A Figura 1, na sequência, ilustra os tipos de emulsão mencionadas. Figura 1 - Classificação dos tipos de Emulsões Fonte: Schramm (2005) 13 As emulsões também podem ser classificadas de acordo com o tamanho das gotas dispersas em macroemulsões e nanoemulsões. As macroemulsões, ou apenas emulsões, possuem o tamanho de gota normalmente acima de 1 μm. Já as nanoemulsões possuem diâmetro de gotas variando entre 20 e 500 nm (FERNANDEZ et al., 2004; SOLANS et al., 2005). Existem também as microemulsões cuja definição não está associada ao tamanho das gotas da fase dispersa e elas se diferem das nanoemulsões por exibirem estabilidade termodinâmica, além de serem formadas espontaneamente, porém com dependência de temperatura e composição (DALTIN, 2011). 2.2 INSTALBILIDADE DAS EMULSÕES Na ausência de agentes emulsionantes, tensoativos, uma emulsão (dispersão líquido-líquido), de acordo com Daltin (2011), coalesce rapidamente e a velocidade de coalescência é função da diferença de densidade entre as fases, da viscosidade da fase externa e interna e da tensão interfacial entre elas. As principais propriedades que levam à separação de emulsões são apresentadas a seguir: A diferença de densidade entre a fase óleo e a fase água é que propicia a força motriz da separação de fases. Assim, para uma emulsão de óleo em água, quanto menor a densidade do óleo, mais ele tende a se direcionar para a fase superior, impulsionando as gotículas de óleo para cima; A ascensão das gotículas de óleo em uma emulsão, decorrente da diferença de densidade entre as fases, pode ser retardada pela alta viscosidade da fase contínua. Altas viscosidades fazem com que a gota enfrente muito atrito das moléculas da fase contínua para poder subir pela emulsão, retardando o processo; Por fim, quanto maior a tensão interfacial dos dois líquidos que formam a emulsão, maior a energia necessária para a formação das superfícies entre as fases dessa emulsão, já que a formação de gotículas pequenas de óleo em água somente é alcançada com o aumento das superfícies. A fusão de duas gotículas em uma maior (coalescência) reduz esse grande valor de área de superfícies, diminuindo a energia do sistema, e constitui um processo 14 espontâneo. As gotículas pequenas tendem a se reunir em gotículas maiores, o que facilita a ação da diferença de densidades entre as fases, pois a relação entre volume da gotícula e a sua área é aumentada, permitindo assim que essa gota maior vença mais facilmente a resistência da viscosidade da fase contínua. Deste modo, para manter uma emulsão estável por mais tempo, é importante evitar a coalescência das gotículas, utilizar fases com densidades mais próximas e atuar na viscosidade da fase contínua. Além disso, é importante atuar na redução da tensão interfacial para que se possa diminuir o tamanho das gotículas sem que seja necessária a aplicação de quantidade muito grande de energia. 2.3 EMULSIONAMENTO A tecnologia de emulsões compreende uma ampla gama de indústrias e aplicações, cada uma delas com requisitos muito variados. Face ao grande número de variáveis envolvidas na preparação de emulsões, essa tecnologia desenvolveuse essencialmente de modo empírico. A figura 2 ilustra esquematicamente a complexidade da preparação e estabilização de uma emulsão, em que as setas indicam as relações de causa e efeito entre variáveis, propriedades e fenômenos (Daltin, 2011). Na preparação de uma emulsão, pode-se separar os fatores que influenciam os resultados finais em três grupos: variáveis de formulação, de composição e por fim, fatores mecânicos e de fluxo. Segundo Daltin (2011), as variáveis de formulação tratam da natureza do agente emulsionante e das fases aquosa e orgânica, incluindo-se aí a temperatura. O entendimento de características físico-químicas do sistema permite prever como alguns tensoativos podem funcionar em determinados sistemas. As variáveis de composição envolvem a proporção relativa de água e óleo, bem como a concentração do emulsionante. Por fim, os fatores mecânicos e de fluxo estão associados o tipo de equipamento utilizado, intensidade de agitação e procedimento. É no procedimento de emulsionamento que está concentrada a maioria dos 15 conhecimentos empíricos, apesar de haver vários estudos no sentido de entender a sua importância na estabilização de emulsões. Figura 2 - Relações de causa e efeito entre as variáveis, fenômenos e propriedades das emulsões Fonte: Salager (1999) Da Figura 2, um parâmetro que se pode destacar é o tipo de emulsão que pode ser determinada através da medições de condutividade que depende na natureza de cada uma das fases. Quando a água é a fase contínua a emulsão apresentará condutividade alta, uma vez que ela possui eletrólitos dissolvidos. Por outro lado, caso a fase que possui mais eletrólitos seja a fase dispersa, a condutividade será baixa porque não haverá continuidade entre os eletrodos do condutivímetro. Resumindo, na ausência de ou baixa condutividade, o sistema é do tipo (O/A). 2.4 MECANISMOS DE QUEBRA DE EMULSÕES A quebra de emulsões pode ocorrer por vários mecanismos, como os ilustrados na Figura 3. O creaming, sedimentação ou ascensão, ocorre em virtude 16 de diferenças de densidade entre as fases interna e contínua da emulsão. O processo de ascensão é mais comum que o de sedimentação e isso se deve ao fato de que as emulsões de óleo em água (O/A) são mais comuns, portanto o óleo tende a ser o fluido de menor densidade. As gotículas dispersas também podem formar flocos (floculação), mantendo sua característica de gotículas. Figura 3 - Mecanismos de desestabilização de emulsões Para Daltin (2011), a sedimentação, ascensão e floculação são fenômenos que podem ser revertidos pelo processo de agitação moderada e são consideradas estágios iniciais na ocorrência da coalescência, processo no qual as gotículas se unem para formação de gotas maiores. A coalescência pode ser um fenômeno irreversível e provocar a desestabilização da emulsão. 2.6 TIPOS DE TENSOATIVOS Para Daltin (2011), a classificação mais comum para os tensoativos é baseada nas características de seu grupo polar e é dividida em tensoativos aniônicos, catiônicos e não-iônicos, além dos tensoativos chamados de anfóteros e zwitteriônicos. Tensoativos anfóteros se comportam como aniônicos ou catiônicos em função do pH do meio e os zwitteriônicos apresentam os grupos polares aniônico e catiônico simultaneamente na molécula. 17 Nos tensoativos aniônicos os grupos característicos mais comuns são: carboxilato, sulfato, sulfonato e fosfato. Esses grupos podem ser associados a cadeias polioxietilênicas, como no alquil éter sulfato. Quanto aos tensoativos catiônicos, a grande parte apresenta pelo menos um átomo de nitrogênio com uma carga positiva. Tanto aminas como produtos baseados em quaternários de amônio são bastante comuns. Por fim, se tem os tensoativos não iônicos que, segundo Daltin (2011), não se dissociam em íons em solução aquosa e, por isso, são compatibilizados com quaisquer outros tipos de tensoativos, portanto, são utilizados em formulações complexas, tanto que se utilizam esses tensoativos em diversos produtos de uso doméstico e industrial. O mercado de tensoativos não iônicos é dominado pelos etoxilados cujo grupo hidrofílico é formado por uma cadeia de moléculas de óxido de eteno polimerizada (cadeia polioxietilênicas) fixada a uma parte apolar. Exemplos de tensoativos não iônicos em que a cadeia polar não é polioxietilênicas são os éteres de sacarose, ésteres de sorbitan, alquil glucosídeos e os ésteres de poliglicerol, que possuem uma cadeia polar polihidroxílica. Há também combinações de tensoativos polihidroxílicos e polioxietilênicos como o polihidroxílico conhecido com a marca comercial de Span® e o seu produto correspondente etoxilados, Tween®. Neste trabalho foram utilizados os tensoativos não iônicos Span 80, Tween 80, Ultranex NP 150 e Ultrol. 2.7 SELECIONANDO TENSOATIVOS A escolha de tensoativos que farão parte de um sistema emulsionado, de forma que ela seja estável, ou favoreça um tipo de emulsão em detrimento de outro, sempre foi um problema. As emulsões sempre foram preparadas a partir de muito trabalho experimental e pouco teorização sobre os resultados obtidos. O trabalho experimental ainda continua grande, no entanto, muitos cientistas vem trabalhando para facilitar o processo de seleção de tensoativos ou tentar explicar os comportamentos macroscópicos observados (DALTIN, 2011). 18 2.7.1 Balanço hidrofílico lipofílico Uma das ideias básica que norteiam a seleção de tensoativos é que os mais solúveis em água tendem a formar emulsões O/A mais estáveis, e que tensoativos conceito é conhecido como regra de Bancroft e é totalmente qualitativa. Griffin, em 1949, introduziu uma modificação da regra citada com o objetivo de torna-la mais quantitativa e funcional, assim, estabeleceu o conceito de HLB (Hidrofilic Lipofilic Balance) dos tensoativos, que é um balanço quantitativo entre as características hidrofílicas e lipofílicas de uma molécula em solução e pode ser calculado através de relações matemáticas simples. Quanto maior o HLB calculado, mais solúvel em água é o tensoativos (DALTIN, 2011). A Tabela 1 mostra o comportamento esperado na diluição do tensoativos em água em função de uma faixa de HLB. Além disso, como se vê na Tabela 2, o conceito de HLB pode ser usado como uma primeira seleção de tensoativos para uma determinada aplicação. A solubilidade em água ou em óleo é um dos principais parâmetros para serem considerados nessas aplicações. Tabela 1 - Comportamento de tensoativos em diluição em água Faixa de HLB Aparência da diluição em água 1-4 Não dispersível 3-6 Dispersibilidade ruim 6-8 Dispersão leitosa somente após agitação 8-10 Dispersão leitosa estável 10-13 Mistura translúcida Acima de 13 Solução límpida Fonte: Daltin (2011) Tabela 2 - Indicações de aplicação de tensoativos Faixa de HLB Aplicação mais comum 3-6 Emulsionante de água em óleo 7-9 Umectante 8-14 Emulsionante de óleo em água 9-13 Detergente 10-13 Solubilizante Acima de 12 Dispersante de sólido em água 19 2.7.2 Temperatura de inversão de fase (PIT) Tensoativos não iônicos com parte polar formada por cadeias polioxietilênicas são muito dependentes da temperatura, assim, um mesmo tensoativos pode estabilizar uma emulsão de óleo em água em baixas temperaturas e emulsões inversas em altas temperaturas. A temperatura de inversão de fase (PIT, phase inversion temperature) pode ser verificada pela elaboração de uma emulsão de óleo em água com 5% de tensoativos não iônico, agitação manual e com monitoramento da condutividade do sistema, de tal forma que a temperatura é elevada até ocorrer uma mudança abrupta na condutividade do sistema, o que indica a temperatura de inversão de fase, pois a fase contínua passa de água para óleo, que é menos condutor. De modo geral, a PIT depende do tipo de óleo utilizado, quanto mais apolar, maior o seu valor, da concentração e tipo de eletrólito, normalmente o seu valor decresce com a adição de sais à solução, dos aditivos do óleo, quando eles tornam o óleo mais polar, produzem uma considerável redução do PIT e por fim, volumes relativos de água e óleo, quanto maior a fração de água, mais a PIT se aproxima do valor do ponto de névoa do tensoativos. 2.8 EMULSÕES INVERSAS No processo de produção de petróleo é comum a co-produção de água sob a forma emulsionada. Esta água pode se originar da própria formação produtora ou ser a conseqüência da utilização de processos de recuperação. A formação de emulsões tipo água em óleo (A/O), durante o processo de produção, é altamente indesejável tendo em vista o incremento da viscosidade do petróleo. Vários estudos têm sido conduzidos de modo a prevenir a formação desse tipo de emulsão ou mesmo, promover a inversão de fases durante o processo de produção, dando origem a emulsões tipo óleo em água (O/A) de baixa viscosidade. Os processos de inversão podem ser levados a cabo utilizando-se dos conhecimentos apresentados no subitem anterior. Como citado, na produção de petróleo, normalmente se encontra emulsões de A/O, da Tabela 2, pode-se notar 20 que a escolha de tensoativos com HLB na faixa de 8 a 14, favorecem as emulsões de água em óleo que são emulsões conhecidamente menos viscosas que a sua inversa. 21 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS Como fase aquosa foi utilizada solução de água destilada e NaCl 50g.L -1. As fases oleosas utilizadas foram dois tipos de petróleo, designados como B e C, suas especificações são: Petróleo B - API 26,8 e 1,5 % de asfaltenos; Petróleo C – API 19,8 e 3,9 % de asfaltenos Os tensoativos utilizados foram, Span 80, Ultranex, Ultrol e Tween 40. 3.2 PREPARO DAS EMULSÕES As emulsões foram preparadas primeiramente com a dissolução do tensoativo na fase de maior afinidade, seguida da agitação manual por um minuto e agitação em homogeneizador Polytron PT3100D, por três minutos a 8000 rpm e 60°C. As emulsões foram preparadas com 50 e 70 % (v/v) de fase oleosa e a concentração do tensoativo variou entre 0,0625 a 15 % (m/v). Para os testes preliminares as emulsões sem tensoativos foram preparadas usando a mesma metodologia descrita. 3.3 ESTABILIDADE A estabilidade foi observada em tubos cônicos graduados, com 100 mL de amostra, a 25 °C, em 1 e 4 horas após preparo. Nesta análise foram medidos os volumes de fase separados. 22 3.4 COMPORTAMENTO REOLÓGICO O comportamento reológico foi determinado utilizando um viscosímetro Brookfield RVII+Pro, acoplado ao software Rheocalc V3.1-1. As curvas de viscosidade foram determinadas variando a taxa de cisalhamento entre 15 e 56 s-1. 23 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES De acordo com Bradley (2001) a quantidade de água que emulsifica com óleo cru na maioria dos sistemas de produção pode variar de menos de 1 a mais de 60 % em alguns casos. Para verificar o efeito destas diferentes proporções foram avaliadas as estabilidades estáticas de emulsões contendo de 20% até 90%, em volume, de água. A Figura 4 mostra o perfil de estabilidade, relacionando o percentual volumétrico de emulsão estável e a quantidade de óleo adicionada sem o uso do tensoativo. Observa-se que a estabilidade da emulsão a partir de 70% de óleo permanece inalterada durante o período de tempo analisado. No entanto, para os pontos de 10 a 65 % de volume da fase oleosa alguma separação ocorreu. Esta separação é mais significativa, à medida que, aumenta-se a quantidade de água presente. Estes resultados eram esperados, pois como o volume da fase dispersa (água) aumenta, a taxa de coalescência aumenta devido ao aumento da entropia de colisões efetivas entre as gotículas dispersas. Porcentagem de Emulsão Estável 100% 80% 60% 4 Horas 40% 1 hora 20% 0% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Quantidade de Óleo (vol %) Figura 4. Perfil de estabilidade das emulsões sem tensoativo preparadas com o Petróleo C A maioria das emulsões de petróleo apresentam características dinâmicas, transitórias e termodinamicamente instáveis, quando a água dispersa coalesce e se 24 separa, a energia livre total decresce. Apenas pela presença de um filme emulsificante introduz-se uma barreira que previne o processo de quebra ou separação (Schramm, 1992). A seleção deste material que previne a quebra da emulsão baseou-se em testes preliminares com o petróleo E usando mesma quantidade de tensoativos de diferentes características (1% de massa em relação ao volume total da emulsão) a 60°C. No primeiro estudo realizado foram empregados 4 agentes tensoativos, um deles lipofílico (Span 80) e os demais hidrofílicos (Ultranex, Ultrol, Tween 40), em emulsões com frações iguais de petróleo e água. Os dois tensoativos que apresentaram as maiores reduções de viscosidade em relação àquelas sem adição de nenhum agente foram selecionados para uma série de novos testes que proporcionaram o desenvolvimento do presente trabalho. A Figura 5 apresenta este comparativo. Depois da escolha do tensoativo iniciou-se a determinação da concentração necessária para estabilizar a emulsão O/A. Do ponto de vista econômico, seria mais rentável diminuir o tanto quanto possível a quantidade de tensoativo necessária para promover a estabilização completa da emulsão durante as 4 horas de observação. Com estes dados experimentais observou-se que o Ultranex apresentou melhores resultados quanto aos parâmetros estabilidade e viscosidade e, por isso, foi utilizado para as demais etapas deste trabalho. Os resultados de estabilidade com o uso do Ultranex, para o petróleo A são apresentados na Tabela 3 para a proporção de óleo de 70 % e para os demais petróleos nas duas menores concentrações na Tabela 4. Para as amostras com 50 % de óleo não foi possível obter emulsão estável com 1% de tensoativo só com quantidades maiores de até 15% nos tempos estudados. 25 160 Viiscosidade (mPa.s) 140 120 100 SPAN 80 (A/O) SEM SURFATANTE (A/O) 80 TWEEN 40 (O/A) 60 ULTRANEX (O/A) 40 ULTROL (O/A) 20 0 10 20 30 40 50 60 Taxa (s-1) Figura 5. Comparativo do desempenho de diferentes tensoativos em relação à viscosidade das emulsões A/O ou O/A formadas Tabela 3 - Estabilidades das Emulsões com 70% de óleo em diferentes concentrações de tensoativo Quantidade de tensoativo (% m/v) Porcentagem de 1 hora emulsão estável 4 horas 1 100 100 0,5 100 100 0,25 100 100 0,125 100 100 0,0625 86,0 75,0 Tabela 4 - Estabilidade das Emulsões com 70 % de óleo em diferentes petróleos e concentrações de tensoativo PETRÓLEO Tensoativo (% m/v) Porcentagem de 1 hora emulsão estável 4 horas B 0,125 100 100 C 0,0625 99,0 97,2 0,125 100 100 0,0625 100 99,0 Como pode ser observado a estabilidade da emulsão de O/A aumenta à medida que a concentração de tensoativo aumenta. Considerando o caso com 70% de óleo a estabilidade completa foi verificada com a quantidade mínima de tensoativo de 0,125% (m/v) para os dois óleos. Abaixo desta concentração, ou seja, 0,0625% (m/v) ocorreu uma redução na estabilidade das emulsões preparadas. Esta observação é explicada pelo fato de que o aumento da concentração de tensoativo resulta em um aumento do número de moléculas adsorvidas na interface óleo-água. Outro ponto importante de discussão é que à medida que a quantidade de 26 tensoativo aumenta, um aumento nas viscosidades aferidas também é observado. Portanto, além do fator custo o fator viscosidade também nos leva a crer que o uso da quantidade mínima faz com que o processo ocorra no ponto ótimo. Outro fator determinante para a viscosidade de emulsões é a quantidade de fase dispersa emulsionada. Na Figura 6, pode-se observar a variação da viscosidade de emulsões obtidas sem o uso do tensoativo para o petróleo B. O mesmo comportamento foi observado para o petróleo C, com a mesma tendência das curvas, no entanto, com valores mais altos de viscosidade. Figura 6 -Curvas de Viscosidade para as Emulsões do Petróleo B sem o uso de tensoativo Na Figura 7 são mostrados os resultados para a viscosidade utilizando a quantidade mínima de tensoativo para diferentes concentrações volumétricas de óleo para o petróleo B. 27 Figura 7 - Curvas de Viscosidade para as Emulsões do Petróleo B com o uso de tensoativo Nas Figuras 6 e 7 pode-se observar comportamentos contrários das emulsões formuladas com e sem tensoativo. Por um lado, com um incremento da fase oleosa a porcentagem de volume de fase interna diminui e, consequentemente, a viscosidade é reduzida. Por outro, com o uso do tensoativo, as menores viscosidades são obtidas para as emulsões que apresentam menores porcentagens de óleo. Entretanto, o comportamento citado não é válido para todas as frações de óleo. As Figuras 8 e 9 mostram que ocorre uma intersecção entre as curvas referentes a formulação com e sem tensoativo. Deste modo, fica evidente a mudança de comportamento do sistema. 28 Figura 8 -Curvas de Viscosidade em Função da Quantidade de Óleo para as Emulsões do Petróleo B Figura 9 - Curvas de Viscosidade em Função da Quantidade de Óleo para as Emulsões do Petróleo C 29 5 CONCLUSÕES Os fatores como o conteúdo de óleo da emulsão e a concentração do tensoativo, afetam a estabilidade de uma emulsão O/A. O aumento da concentração do tensoativo aumenta a estabilidade da emulsão até um limite. A emulsão inversa O/A, nos petróleos estudados pode ser obtida com até 65 % (v/v) de óleo na mistura e o uso de tensoativo adequado ocasionou uma diminuição da viscosidade de até dez vezes. O comportamento de uma emulsão é largamente controlado pelas propriedades da interface óleo-água e a estabilidade da emulsão depende de vários parâmetros, sendo que muitos deles já são bem entendidos, entretanto, aspectos reológicos, sobretudo de óleos mais pesados, bem como, dos sistemas asfaltenos/ácidos aprofundados. graxos mistos presentes, necessitam de estudos mais 30 REFERÊNCIAS AHMED, N. S., NASSAR, A. M., ZAKI, N. N. Formation of fluid heavy oil-in-water emulsions for pipeline transportation. Fuel, Cairo, Egypt, v. 78, p. 593-600, 1999. AVEYARD, R., BINKS, B. P., CLINT, J.,H. Emulsions Stabilized Solely by Colloidal Particles, Advances in Colloid and Interface Science, Vol. 100-102, p. 503-546, 2003. BRADLEY, H., B. Petroleum Engineering Handbook. Third Printing, Society of Petroleum Engineers Richardson, TX, U.S.A, 2001. BRASIL, N. I. et al. Processamento de Petróleo e Gás. 1ª Edição. Rio de Janeiro: LTC, 2012. CALDERON, F. L., BIBETTE, J., SCHMITT, V. 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