Curso de Capacitação Conservação Preventiva CAMPINAS PROFª ANDRÉA ZABRIESZACH DOS SANTOS MUSEÓLOGA COREM 139-I MUSEU “Uma instituição permanente, sem finalidade lucrativa, ao serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público e que realiza investigações que dizem respeito aos testemunhos materiais do homem e do seu meio ambiente, adquire os mesmos, conserva-os, transmite-os e expõe-nos especialmente com intenções de estudo, de educação e de deleite.” ICOM - 16ª Assembléia Geral, Haia, 1989 Modificado na 18ª Assembléia Geral, Noruega, 1995 Museu do Louvre: criado como Museu Central das Artes em 1793 Museu do Louvre - França Louvre em 2012: 9,7 milhões de visitantes Exibição permanente: mais de 35 mil obras Monalisa - Louvre Monalisa Este quadro é provavelmente o retrato mais famoso na história da arte, senão, o quadro mais famoso e valioso de todo o mundo. Poucos outros trabalhos de arte são tão controversos, questionados, valiosos, elogiados, comemorados ou reproduzidos. Patrimônio Cultural Cada geração constrói o patrimônio cultural que assimila as obras do passado. É uma característica humana, que todo o resto do mundo vivo – animal ou vegetal – desconhece. Encerra em si o que o homem, sob as formas oral e plástica, sabe transmitir a outros humanos acerca da experiência cultural que teve na vida. São os testemunhos concretos da história e da cultura de uma sociedade são a mensagem viva de um homem para outro homem. Em sentido amplo, é todo testemunho do homem e seu meio, apreciado em si mesmo, sem estabelecer limitações derivadas de sua propriedade, uso, antiguidade, ou valor econômico Objeto/ bem cultural: mensagem que permanece no tempo e no espaço... Tumba de Philippe pot (1428-1493) Louvre Vitória da Samotrácia 220 a.C. Louvre Objeto/ bem cultural: mensagem que permanece no tempo e no espaço... N. Sra da Conceição XVIII MAS-SP Ostensório do IV Congresso Eucarístico 1942 MAS-SP Herança Cultural Herança cultural é aquilo que se transmite de geração em geração. Cada objeto ou conjunto de objetos, que é reconhecido por ter significado artístico ou histórico, tem o direito de salvaguarda como item de valor cultural e como um legado do passado. O reconhecimento desse significado não parece depender de critérios pre-estabelecidos, mas muito mais do desenvolvimento da consciência histórica e da cultura dos povos. As coleções preservadas em museus fazem parte dessa herança e alimentam as atividades museais. Primariamente um recurso não renovável e limitado, elas têm muito em comum com os recursos relacionados ao movimento ecológico, necessitando gerenciamento cuidadoso e conservação. Herança cultural Preservação em museus Reserva Técnica organizada Objetos expostos sem contextualização Conceito de Musealização A musealização está estreitamente ligada à preservação. Devemos pensar e trabalhar na ótica da preservação do patrimônio cultural para construção e reconstrução, individual e coletiva, de nossa memória e identidade. E como fazemos isso? Selecionando e retirando objetos de seu contexto e integrando-os a um acervo, ou selecionando e destacando os objetos in situ em uma casa, no ambiente natural, na escola, em uma oficina de trabalho, etc. Musealização Sarcófagos egípcios Museu do Louvre Museu Casa da Princesa (Casa Setecentista) – Pilar de Goiás (GO) Musealizar... Preservação dos nossos Bens Culturais OS MUSEUS entre outras instituições relacionadas com a cultura, têm como principal tarefa preservar toda a herança histórica, artística, científica e arquitetônica para as gerações futuras. Muitos, no entanto, apresentam situações ou condições inadequadas que põem em risco a preservação de seus acervos. As condições inadequadas para preservação vão desde a localização – áreas poluídas, sem segurança e sujeitas a desastres naturais – até as características arquitetônicas dos edifícios, que contribuem para uma iluminação nociva e para o estabelecimento de níveis impróprios de temperatura e umidade, favorecendo os ataques biológicos. Aí também se incluem sistemas operacionais deficientes, que propiciam o vandalismo, a falta de manutenção e atitudes incorretas na manipulação dos acervos. Ações de Preservação São todas as considerações gerenciais, financeiras e técnicas aplicadas a retardar a deterioração que previnem danos e prolongam a vida útil de materiais e objetos de acervos, para assegurar sua contínua disponibilidade. Essas considerações incluem monitoramento e controle apropriado de condições ambientais; provisão adequada de armazenamento e proteção física; estabelecimento de políticas para exposições e empréstimos e procedimentos adequados de manuseio; acondicionamento, provisão de tratamento de conservação, planos de emergência e uso de reproduções. O museu tem responsabilidade sobre o patrimônio cultural sob sua responsabilidade Acondicionamento Inventário Conservação Preventiva A Conservação Preventiva pode ser entendida como o conjunto de ações destinadas a assegurar a salvaguarda (ou a aumentar a esperança de vida) de uma coleção, ou de um objeto. Conservação na exibição de peças Suporte para exposição Suporte para exposição Conservação na exibição de peças Peça de acervo apoiando outra peça Janela aberta sobre acervo Conservação Preventiva Facilmente se depreende que todo o pessoal do museu e o público em geral, a um nível ou outro, têm responsabilidades na conservação preventiva do patrimônio. Antes de constituir um problema técnico científico é um problema de mentalidade. Estratégia de Conservação – proposta com objetivos gerais: Empreender um trabalho de raiz dando prioridade e destaque à valorização da coleção no seu todo; Criar um Programa de Conservação; Cumprir um plano de higienização, identificação, organização, inventariação e correto acondicionamento de todos os objetos que constituem o acervo do museu; Aplicar estratégias inovadoras de cooperação transversal e valorização do trabalho em parceria que possibilitem rentabilizar recursos e minimizar custos. Conservação preventiva Deve-se partir da consciência de que um objeto, seja qual for a sua materialidade, pode danificar-se ou mesmo destruir-se a qualquer momento, obliterando uma mensagem que o museu, como detentor do patrimônio cultural, tem o dever de transmitir. Patrimônio Cultural no Brasil A preservação da memória de um povo está diretamente relacionada à conservação de seu patrimônio cultural. O processo de tombamento, no entanto, nem sempre é garantia de perpetuidade dessa memória, que muitas vezes se desfaz pela falta de incentivos públicos e privados. A primeira legislação brasileira que normatiza o tombamento do patrimônio cultural é o decreto-lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, que criou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e ainda vigora. IPHAN O IPHAN foi criado em 1937, no governo de Getúlio Vargas, com a colaboração de grandes nomes ligados ao movimento modernista como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, dentre outros. Seu trabalho pode ser reconhecido em cerca de 21 mil edifícios tombados, 79 centros e conjuntos urbanos, 9.930 mil sítios arqueológicos cadastrados, mais de um milhão de objetos, incluindo acervo museológico, cerca de 834.567 mil volumes bibliográficos, documentação arquivística e registros fotográficos, cinematográficos e videográficos, além do Patrimônio Mundial. Patrimônio Cultural O artigo 216 da Constituição Federal define patrimônio cultural brasileiro como sendo os bens de natureza material e imaterial tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade. Patrimônio Material O patrimônio material protegido pelo IPHAN, com base em legislações específicas é composto por um conjunto de bens culturais classificados segundo sua natureza nos quatro Livros do Tombo: arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico; belas artes; e das artes aplicadas. Eles estão divididos em bens imóveis como os núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens individuais; e móveis como coleções arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos. O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. Mosteiro da Luz e Museu de Arte Sacra de São Paulo Bens materiais e imateriais Bens Imateriais: A Constituição Federal de 1988, em seus artigos 215 e 216, ampliou a noção de patrimônio cultural ao reconhecer a existência de bens culturais de natureza material e imaterial e, também, ao estabelecer outras formas de preservação – como o Registro e o Inventário – além do Tombamento, instituído pelo Decreto-Lei nº. 25, de 30/11/1937, que é adequado, principalmente, à proteção de edificações, paisagens e conjuntos históricos urbanos. 1) Saberes: conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades. 2) Formas de expressão: manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas. 3) Celebrações: rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da vida social. 4) Lugares: mercados, feiras, santuários, praças e demais espaços onde se concentram e se reproduzem práticas culturais coletivas. Patrimônio Cultural Acervo do Museu de Arte Sacra de SP Oficina de oleiro: saber fazer Conservação Preventiva A questão da preservação de bens culturais envolve muitos conceitos, que permeiam ações de diversas naturezas. Uma delas é a Conservação Preventiva. A C. Preventiva trata das causas da degradação dos acervos e sua atuação implica ampliar a perspectiva além do objeto isolado, alcançando o ambiente, a arquitetura, os planos de segurança e manutenção, a maneira de usar as coleções. O adjetivo preventivo significa “o que tem por fim impedir, acautelar ou prevenir que alguma coisa desagradável ou indesejável se produza”. Intuitivamente, o ser humano, manteve e desde sempre cuidou as coisas que, de algum modo, lhe eram importantes. A preservação é, nesse sentido, uma atividade de longa data, incluindo conceitos e práticas que só no século XX dariam lugar a um conjunto de atividades cada vez mais especializadas no domínio patrimonial. Meio Ambiente A conservação de objetos, obras de arte e documentos em ambientes museológicos, bibliotecas ou arquivos depende, em grande parte, de um ambiente estável. A maioria dos problemas de degradação que ataca as obras/documentos é decorrente de um ambiente inadequado. Para um melhor controle preventivo é necessário conhecer as causas e os fatores que deterioram os materiais, e desse modo propor medidas de controle. Qualquer material, mesmo que possua todas as propriedades físicas e químicas para durar séculos, sofre influências que prejudicam sua durabilidade. Essas influências são classificadas como: agentes internos, que provêm da matéria-prima e dos métodos de confecção; e agentes externos, que ocorrem a partir do uso e dependem do meio ambiente, da guarda, do manuseio e das intervenções. São nove os agentes de deterioração: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. Forças físicas diretas Roubos, vandalismos e manuseio inadequado Fogo Água Ataque Biológico Agentes contaminantes Iluminação incorreta Temperatura incorreta e Umidade relativa incorreta Danos causados pelos fator humano O manuseio inadequado de uma peça pode ser causador de danos muitas vezes irreparáveis. O objeto de museu seja quadro, escultura, mobiliário, indumentária, é peça frágil que pode sofrer danificações de diferentes ordens, como furos, rasgos, rompimentos, manchas, fissuras e quebraduras. A não observância de critérios técnicos rigorosos quanto à exposição e guarda de objetos, segundo os seus materiais, dimensões e características físicas, pode levar a deteriorações diversas nos acervos museológicos A intervenção restauradora executada por profissional não qualificado para esta tarefa extremamente especializada poderá trazer danos irreversíveis a obra de arte ou ao objeto danificado. A falta de conscientização por parte do público do valor estético e/ou histórico de um objeto ou obra de arte pode levar ao vandalismo gratuito, motivado pelo desrespeito ao bem cultural; atitudes de protesto e atos de loucura também podem provocar ações de ataque e até de destruição dos acervos museológicos que não estejam seguros, nem devidamente protegidos; As guerras e outros conflitos colocam em risco a segurança e a integridade física dos acervos em função de ocorrência de saques, ataques armados, bombardeios aéreos e bombas atômicas. O ambiente é um dos principais agentes de deterioração de bens culturais Os efeitos produzidos pela luz, pela temperatura, pela umidade e pela contaminação atmosférica, isoladamente ou conjugados, estão sistematicamente identificados como agentes de deterioração, sobretudo dos materiais orgânicos. Sabe-se também que as condições microclimáticas, isto é, as características específicas do lugar onde se localizam as coleções, definem em que grau cada um desses elementos interfere na sua conservação. O controle ambiental é uma das principais medidas de Conservação Preventiva das coleções. Poluidores Atmosféricos Ambiente externo: os poluentes contribuem pesadamente para a deterioração dos materiais orgânicos. O dois tipos mais importantes de poluentes são os gases e as partículas. Os gases como Dióxido de Enxofre, Dióxido de Nitrogênio, Monóxido de Carbono, etc que se originam da queima de combustíveis fósseis e de produtos químicos e o ozônio, catalisam reações químicas danosas que levam à formação de ácidos nos materiais. As partículas - sobretudo a fuligem - arranham, sujam e desfiguram os materiais. Ambiente interno: emanações de ácido acético ou formaldeído de vitrines de exposição e outros revestimentos com laminados, poeira de cimento de trabalhos de alvenaria e poeira e solventes de trabalhos de limpeza. Copiadoras eletrostáticas, liberam ozônio Poeira Partículas de poeira dispersas no ar, além de absorverem os poluidores, são higroscópicas e ainda podem exercer função absortiva sobre o material orgânico. O ar contém impurezas em quantidades variáveis, de acordo com o local (cidade, campo ou praia) e estação do ano. Acha-se em suspensão na atmosfera, poeira, areia, fuligem, gases e outros elementos, que se depositam sobre os objetos, atacando-os. A poeira representa três ordens de perigos: o acúmulo de impurezas; o ativação da deterioração mecânica; o ação de agentes bacteriológicos. Poeira: substrato para ataque biológico Danos causados pela poeira Como prevenir contra os poluentes A melhor proteção contra os poluentes atmosféricos é o estabelecimento de procedimentos para: Limpeza constante dos objetos expostos, evitando assim, o depósito de poeira, fuligem e outras impurezas sobre os mesmos ; Nas limpezas de rotina: evitar produtos que volatilizam poluentes; Reserva Técnica: evitar que o acervo fique fora de seus invólucros, manter rotinas de limpeza das instalações, manter portas e janelas fechadas e com boa vedação, usar filtros ou cortinas que absorvam materiais particulados. Sistemas de ventilação: manutenção e limpeza dos dutos, uso de filtros apropriados para poluentes particulados e gasosos. ILUMINAÇÃO Para a Conservação Preventiva, a luz deve ser entendida de várias maneiras: tanto como agente que permite ao observador apreciar uma obra de arte através de suas cores, textura e brilho, como também um dos mais importantes agentes de degradação. A luz é uma forma de energia eletromagnética chamada radiação que se propaga sob a forma de ondas ou partículas eletromagnéticas. As ondas eletromagnéticas são diferenciadas entre si pelo seu comprimento e sua frequência. Espectro Eletromagnético ILUMINAÇÃO De um modo geral, os museus utilizam tanto a luz natural, como a artificial. o Luz natural – sol (radiações visíveis e grande quantidade de ultravioleta e infravermelha). o Lâmpada incandescente : radiações visíveis, grande quantidade de infravermelha (sob a forma de calor) e pouca ultravioleta o Tubo fluorescente: radiações visíveis, pouca radiação infravermelha, grande quantidade de ultravioleta A intensidade da luz é denominada ILUMINÂNCIA (illuminance) e é medida em unidades chamadas LUX. Em geral os diferentes tipos de materiais que compõem as coleções dos museus são afetados pela luz. Como a iluminação danifica A energia da luz é absorvida pelas moléculas que compõem um objeto. Essa absorção da energia da luz pode desencadear várias sequências de reações químicas, todas elas prejudiciais a peça. O termo geral para designar esse processo é deterioração fotoquímica. As principais fontes de energia de ativação das reações químicas responsáveis pela deterioração do material orgânico são a radiação ultravioleta e o calor. Energia da luz Cada molécula de um objeto exige uma quantidade mínima de energia para iniciar uma reação química com outras moléculas. Esta energia mínima denomina-se energia de ativação. Os diversos tipos de moléculas possuem diferentes energias de ativação Se a energia da luz, fornecida pela luz natural ou artificial, se iguala ou excede a energia de ativação de dada molécula, esta fica “excitada” ou disponível para reações químicas. Como a luz danifica? Os comprimentos de onda mais curtos (luz ultravioleta) tem uma frequência maior, bem como contém mais energia que os comprimentos de onda mais longos. Isto significa que eles bombardeiam um objeto com mais energia num tempo mais curto. A energia absorvida da luz infravermelha eleva a temperatura de um objeto. Isto, por sua vez, aumenta a velocidade das reações químicas danosas que já ocorrem dentro do objeto. As reações iniciadas pelos efeitos da luz continuam ocorrendo mesmo depois de removida a causa. Iluminação Reações químicas causam a deterioração de materiais orgânicos. A exposição prolongada à luz pode causar grandes danos aos objetos, principalmente àqueles mais sensíveis: oAMARELAMENTO oRESSECAMENTO oDESCOLORAÇÃO oDESTRUIÇÃO Alguns cuidados indispensáveis na proteção dos objetos contra os efeitos da luminosidade: o Evitar que os raios solares incidam diretamente sobre os objetos, isolando-se o o o o o o vidraças comuns com filtros para radiações ultravioleta (UV) ou com bloqueadores como persianas, painéis etc. As lâmpadas incandescentes devem ser colocadas longe dos objetos expostos e nunca dentro das vitrines; Na iluminação fluorescente, usar filtros ultravioleta; Durante o tempo em que o museu não estiver aberto à visitação, deixar as salas na obscuridade; Observar sempre a luz natural incidente e a posição das janelas, evitando-se que estantes, prateleiras, mesas de estudo e vitrines de exposição recebam os raios solares diretamente (em qualquer hora do dia); Acondicionar os documentos e as obras, quando não expostos, em caixas e envelopes próprios. Partindo-se da informação de que não há um meio seguro de proteger os acervos dos males causados pela luz, uma forma de prevenção é mantê-la apagada sempre que for possível. Controle climático e de iluminação Climatização Janela com anteparo filtrante de raios U.V. e I.V. Controle de iluminação Janela com filtro U.V. Detalhe do tecido preso com velcro Sensibilidade dos Materiais em Relação a Iluminação Materiais extremamente sensíveis:desenhos, papéis, aquarelas, pastéis, livros, pinturas, fotografias, couros tingidos, peles, encadernações, têxteis, tapeçarias, tecidos, indumentária, plumas e penas, espécimes de história natural. Intensidade de iluminação recomendada: 50 lux. Materiais sensíveis: madeira pintada, pinturas a óleo ou têmpera, couro natural, chifre, laca. Intensidade de iluminação recomendada: 150 lux. Materiais pouco afetados: pedras, cerâmicas, metais e ligas metálicas Luxímetro é o instrumento recomendado para medir a quantidade de luz de um ambiente ou qualquer fonte de luz. Iluminação Efeitos da luz Luz solar direta pode atingir 100.000 lux Luz do dia indireta: 10.000 lux Iluminação de escritório direta, normal: 750 lux Uma vela segurada na mão: 1 lux de intensidade Danos causados pela luz Danos causados pela luz e UR alta Umidade Na natureza, o ar sempre contém umidade. Podemos ver isto quando o ar está saturado e existe neblina ou névoa. A umidade existente nos edifícios pode ter fontes localizadas no exterior e no interior. Dentro dos prédios o vapor d’água pode vir da umidade do subsolo, tubulações rompidas, condensação, lavagem de pisos, respiração de visitantes, etc Com relação à estrutura do edifício, deve-se atentar para os problemas de impermeabilização das coberturas, paredes e pisos. Deve-se também evitar a proximidade das instalações hidráulicas nas áreas de depósito de acervo. Deve-se evitar zonas úmidas, próximas a lagos, rios etc., assim como verificar as condições de umidade do terreno, em relação ao nível do lençol freático. Umidade relativa A Umidade Relativa – U.R. – se define como a relação entre a quantidade de vapor de água existente em um volume dado e a quantidade de vapor de água necessário à sua saturação – em uma mesma temperatura. O conhecimento do ambiente real de uma coleção é apenas possível por meio do monitoramento e registro das condições do ambiente. Um princípio básico que é muito importante é que monitoramento não é controle! Monitoramento é o conhecimento das condições ambientais nas quais se encontra uma coleção. Uma vez coletados, organizados e tratados esses dados, é então possível planejar um controle ambiental efetivo. Temperatura e Umidade Relativa Como os objetos sofrem danos causados pela umidade e temperatura, a boa conservação exige uma atmosfera climática relativamente constante, sem modificações bruscas que provocam fenômenos de dilatação e contração dos materiais, reduzindo com o tempo sua elasticidade natural e acelerando seu envelhecimento. Associado à umidade, o ataque biológico ocorre em condições de umidade relativa acima de 70%, patamar em que a proliferação de fungos é elevada. Umidade e Temperatura A temperatura (T) e umidade relativa (UR) altas contribuem para a formação de um clima quente e úmido favorável ao ataque de insetos e desenvolvimento de microorganismos, como bactérias e fungos. O excesso ou a falta de umidade podem provocar: EXCESSO o Entortamento de painéis de madeira e marfim o Amolecimento das colas o Azulamento dos vernizes o Formação de mofos e bactérias o Apodrecimento de telas e madeiras o Corrosão dos metais FALTA o Rachaduras das madeiras, marfins e encadernações o Substâncias adesivas se tornam quebradiças o Levantamento da camada de tinta nos quadros o As fibras arrebentam Umidade Oxidação Edifício adaptado Edifício adaptado Regras de conservação Edifício adaptado Exposição temporária Suporte expositivo AGENTES BIOLÓGICOS Os ambientes úmidos, quentes, escuros e de pouca ventilação são os mais propícios para a vida de microorganismos, insetos e até pequenos roedores. Nos museus, arquivos e bibliotecas de regiões tropicais, onde a UR e a T alcançam níveis elevados, o habitat é ideal para sua moradia e reprodução. A ação destrutiva dos insetos é maior nas regiões de clima tropical, cujas condições de calor e umidade elevadas provocam numerosos ciclos reprodutivos anuais e desenvolvimento embrionário mais rápido. Os grandes predadores se classificam como: Tisanuros (traças), Blattoideas (baratas), Isópteros (cupins) e os Coleópteros (besourinhos, carunchos, brocas). Alcançam os depósitos através de janelas, forros, ralos etc., da mesma forma que podem ser introduzidos por meio de aquisição de acervos, madeirames ou objetos já infestados. Os cupins são insetos sociais com diferentes castas. Ataque devastador pela quantidade de insetos que atacam ao mesmo tempo Animais maiores: os pombos, os morcegos e os ratos são os mais nocivos e comumente encontrados. Além dos excrementos, podem atacar diretamente vários tipos de suporte em sua atividade de alimentação e confecção de ninhos. Fungos Os agentes biológicos que mais comumente atacam a madeira e provocam sua deterioração são os fungos e os insetos. O emboloramento, o manchamento e o apodrecimento da madeira são causados por fungos. Os fungos são plantas primitivas, sem clorofila, que necessitam de substrato orgânico para sua alimentação. Decompõem a celulose, mancham as encadernações, deterioram as colas e os adesivos, atacam os fios, as tintas, o couro e os materiais plásticos e etnográficos. A infestação traduz-se por uma pigmentação de manchas amarelas, marrons ou pretas. Certas espécies formam colônias incolores. De forma geral para que os fungos cresçam é necessário: Um material orgânico para utilizar como substrato (poeira é um ótimo substrato); Falta de circulação de ar; Escuridão; Os ambientes que possuem elevada UR (acima de 65%) favorecem seu crescimento e multiplicação. Em condições ideais de climatização de depósitos, ou seja, temperaturas de 18º e 22º C e UR de 50 a 55%, os microorganismos poderão até se instalar, mas seu desenvolvimento será inibido. Microorganismos Avaliação e controle o Identificação e controle das rotas possíveis de acesso de ataque biológico; o Identificação das coleções ou objetos mais suscetíveis a esse tipo de ataque e definição de um espaço de quarentena para avaliação e controle de objetos que serão introduzidos em áreas de guarda; o Controle de luz, temperatura e umidade em níveis específicos que dificultem a proliferação ou expansão de ataques; o Limpeza cuidadosa e regularmente; o Evitar espaços confinados; o Proibição de comer e beber nas áreas expositivas e de RT. o Promover , através da ventilação, a circulação do ar com limpeza constante do ambiente. Ataque Biológico Ataque Biológico Ataque Biológico Ataque biológico Cupim Ataque biológico Ataque biológico: cupim Ataque biológico: traças Ataque biológico Conservação Preventiva: plano de melhorias para a Gestão de Risco do Acervo EVITAR BLOQUEAR DETECTAR RESPONDER RECUPERAR Reserva Técnica Os acervos de museus, arquivos e demais tipos de instituições culturais passam a maior parte do tempo em áreas de Reserva Técnica. Por isso, é fundamental que esta área seja projetada, planejada, organizada, monitorada e mantida a partir de princípios, conceitos, modelos e paradigmas da Conservação Preventiva. Do projeto arquitetônico aos programas de controle ambiental (monitoramento do clima, da luz, das pragas); da concepção do mobiliário ao desenho dos invólucros; do acesso à segurança; do manuseio à consulta, todas essas questões devem ser levadas em conta na prática institucional de salvaguarda das coleções. Reserva Técnica Reserva Técnica Os acervos devem ser guardados separados dos artigos que não pertencem às coleções, como por exemplo: acessórios de exposições, caixas ou materiais de embalagem, ferramentas, equipamentos, mobiliário, réplicas e demais objetos que não tenham um valor institucional de acervo. A preparação de vitrines para exposição, o emolduramento ou instalação de obras em suporte, a preparação de objetos para viagem, assim como atividades de consulta, marcação de tombamento, testes científicos, restauração ou seleção museográfica não devem acontecer nesse mesmo espaço. O ideal é que seja projetada uma sala de apoio próxima à Reserva Técnica para as atividades eventuais – montagem, seleção, embalagem ou consulta –, e que a instituição possua dependências específicas para as funções regulares de documentação, restauração e pesquisa. Outros materiais na RT Organização o A organização das reservas deve ser feita de acordo com a divisão das coleções, e dentro de cada uma por subtipologias. A ordenação dos subgrupos poderá seguir critérios segundo os materiais, a cronologia, dimensões, forma, peso, origem, etc. o Deve existir uma planta, atualizada periodicamente, com todo o conteúdo das reservas e a localização de cada objeto. Podem ainda ser assinaladas as peças que necessitem de tratamento de conservação e restauro urgente. o Os objetos em reserva devem estar identificados com um número de inventário, visível sem implicar o manuseio do objeto. Reserva Técnica Reserva Técnica Reserva Técnica Armários de Acondicionamento Acondicionamento Reserva Técnica o O tipo, quantidade e disposição do mobiliário (arquivos, estantes, o o o o armários, mapotecas, trainéis, etc) e os equipamentos de controle das condições ambientais e os de climatização devem ser especificados em função da natureza do acervo a ser guardado na reserva. Seu mobiliário deve permitir perfeita aeração. Recomenda-se que o afastamento entre as estantes seja de, no mínimo 75cm, com corredor de acesso de 1m de largura; É importante para a aeração que seja mantido afastamento de 20cm entre as paredes e as estantes; Os objetos devem ser colocados a pelo menos 10 cm do solo, para evitar embates e protegê-los de possíveis inundações As reservas têm também que permitir um acesso lógico e fácil a cada objeto e possuir espaço suficiente para, a qualquer altura, receber novos objetos. Têxteis Mobiliário de Acondicionamento Mobiliário de Acondicionamento Moedeiro Reserva Técnica o Distribuir as zonas climáticas de acordo à natureza das diversas categorias dos objetos conservados; o A luz do dia deve ser excluída e a intensidade luminosa regulada através de dispositivos; o As variações climáticas serão compensadas com o uso de dispositivos automáticos de regulagem térmica e higromêtrica; o Todos os objetos que estão em exposição devem ter igualmente um local reservado para a sua guarda dentro da reserva. Reserva Técnica Controle Climático Trainel Organização e Identificação Reserva Técnica Reserva Técnica Recepção,seleção, triagem o A área de recepção dos objetos adquiridos pela instituição deve contar com uma entrada especial para caminhões de carga, que deve ser coberta, com vistas à proteção contra ventos fortes e chuvas. A área de carga e descarga deve estar a um metro acima do solo para facilitar a descarga dos caminhões, podendo, ainda, contar com um sistema de rampa para acesso de veículos pequenos; o As salas de desembalagem, triagem e seleção de peças devem estar próximas à área de recepção e equipadas com amplas mesas de trabalho e estantes; o A sala para desinsetizar e limpar objetos infestados por insetos deve estar anexa às de recepção, porém isolada destas. Transporte Empresa de transporte qualificada Sala de desembalagem Sala de apoio para embalagem de peça Elaboração de Laudo de Conservação Conservação Preventiva Elaboração de laudo de estado de conservação Laudos de estado de conservação Higienização das peças A higienização deverá ser realizada mediante observação prévia do suporte do objeto e os materiais agregados. No geral, os objetos devem ser limpos com flanela branca e seca ou com pincel de pelo macio. As salas devem ser limpas com aspirador e no caso de passar um pano úmido, este deve estar umedecido em água e álcool, para auxiliar na secagem mais rápida. Os móveis sem policromia devem ser limpos com uma flanela branca seca. A limpeza do acervo deve ser feita por um funcionário que faça parte do corpo do museu. Higienização Higienização Acondicionamento O acondicionamento do acervo devem ser pensado considerando, individualmente, a característica material, funcional, histórica e o estado de conservação de cada peça. O objetivo é preservar o bem cultural protegendo-o com embalagens elaboradas com material neutro que não acelere ou contribua para a degradação da peça. Além disso, que funcione como um dispositivo que impeça a ação dos agentes de deterioração e do meio ambiente. Higienização e manuseio Conservação Preventiva: diagnóstico Na conservação do patrimônio cultural material podem ser utilizados métodos indiretos ou diretos. De um modo geral, os indiretos envolvem a inspeção da coleção, planos de conservação preventiva e de gerenciamento de riscos e de sinistros, métodos adequados para manuseio dos objetos, critérios e condições para embalagem, empréstimo e transporte, entre outros. Os métodos diretos têm como etapa prévia um diagnóstico detalhado e personalizado, a ferramenta principal para a decisão sobre que procedimento utilizar, e envolvem a intervenção direta na peça. Acondicionamento Acondicionamento Acondicionamento Acondicionamento Acondicionamento Acondicionamento Acondicionamento Acondicionamento Acondicionamento Acondicionamento e armazenamento Acervo sem acondicionamento Acondicionamento adequado Acondicionamento: textil Acondicionamento Substituição de embalagem Acondicionamento Acondicionamento em RT Acondicionamento de documentos Acondicionamento Embalagens para acondicionamento Acondicionamento de acervo Acondicionamento Acondicionamento MANUSEIO e TRANSPORTE SEGURO A circulação de objetos museológicos é uma prática que necessita de planejamento, supervisão adequada e de uma apropriada previsão dos riscos plausíveis de ocorrerem na execução desses processos. A conservação preventiva das obras em trânsito deve ser implementada através de um conjunto de operações interdisciplinares que consideram o ambiente climático onde as obras estão acondicionadas ou expostas, o material constituinte da obra, a sua técnica de construção, o seu estado de conservação, o manuseio correto e o tipo de embalagem e transporte empregado Transporte Transporte seguro Transporte Manuseio e transporte: regras gerais o Antes do manuseio, o objeto deve ser observado de forma a identificar os seus pontos frágeis: o objeto não deve ser agarrado por zonas salientes (asas, braços, bordos, pegas, etc.) ou vulneráveis (zonas restauradas, em risco de destacamento, etc.). Deve também ser avaliada a existência de fraturas ou fissuras, para evitar a fragmentação do objeto ao levantá-lo. o É proibido fumar durante o manuseio de obras de arte ou no mesmo local onde elas se encontram. o Não faça nenhum movimento rápido ou desnecessário quando perto de obra de arte. Nunca ande de costas, fique sempre atento para o que há atrás de você e na sua proximidade. Transporte Preparação para transporte Transporte seguro Manuseio Durante o manuseio, deve-se evitar o uso de materiais que possam o o o o manchar, riscar, descolorir, inflamar, a exemplo de canetas (esferográficas e sobretudo hidrográficas), tintas e produtos de limpeza. Recomenda-se o uso de lápis 6B e borracha, em caso de serem feitas anotações próximas às obras; Manuseie os objetos o mínimo possível e com a menor freqüência possível. Nunca se deve escrever, marcar ou fixar papéis, de qualquer forma ou sob qualquer pretexto, no verso de um objeto; Os objetos nunca devem ser arrastados. Antes de mover objetos pesados ou de grandes dimensões deve ser tido em conta o número de pessoas necessário para fazer em segurança; se disponíveis, deve recorrer-se a meios mecânicos (carrinhos, etc.). Manuseie somente um objeto de cada vez, por menor que seja. Use a duas mãos ao carregá-lo. Manuseio e transporte: regras gerais o Mantenha limpas as mãos, sem qualquer loção, creme ou produto semelhante, mesmo usando luvas. UTILIZE SOMENTE LUVAS LIMPAS e sempre manuseie as obras com seu auxílio, a não ser quando o objeto seja muito liso para ser segurado com luvas. A sujeira nas mãos ou a gordura natural das mãos podem ocasionar danos às obras. Mesmo os objetos de metal não podem ser tocados sem luvas, pois impressões digitais corroem o metal. As pedras, por serem materiais porosos, absorvem facilmente poeira e gordura, sendo imprescindível o uso de luvas. Na impossibilidade de luvas, recomenda-se o uso de panos leves de algodão, toalhas de tipo perfex, papel toalha e similares. Objetos pesados e com superfícies em estado bruto devem ser manipulados com luvas grossas. As mãos devem ser lavadas com cuidado, pois qualquer sujeira ou oleosidade dos dedos serão transferidas para a peça, danificando-a, muitas vezes, de forma irreversível. Manuseio irresponsável=perda do patrimônio Manuseio e transporte: regras gerais o Trabalhe devagar. Ande vagarosamente ao carregar objetos ou ao empurrar os carrinhos que contêm obras de arte. o Nunca coloque objetos variados (por exemplo, esculturas e aquarelas, ou vasos e quadros) no mesmo veículo. Nunca transporte objetos de tamanho, peso ou materiais muito diferentes, embora sejam da mesma categoria. o Qualquer objeto, antes de ser transportado, deve ser acolchoado empacotado ou protegido com segurança. o Em caso de queda e fragmentação de um objeto, todos os fragmentos devem ser recolhidos e entregues à Conservadora do Museu; a ocorrência deve ser fotografada e registrada. Manuseio Manuseio e transporte: regras gerais o Nunca coloque objetos variados (por exemplo, esculturas e aquarelas, ou vasos e quadros) no mesmo veículo e nem transporte objetos de tamanho, peso ou materiais muito diferentes. o Lembre que, freqüentemente, os danos ocasionados pelo manuseio sem cuidado não se tornam visíveis até muito tempo depois. Quando a superfície de uma peça leva um golpe, podem passar meses ou anos até que a rachadura e levantamento da tinta apareçam. O nosso dever é proteger um bem cultural que se encontre sob nosso cuidado. o Não faça distinção entre o suposto valor artístico ou monetário dos objetos. Toda obra de arte tem de ser tratada como se fosse a principal peça da coleção. Manuseio e transporte Manuseio e transporte Manuseio e transporte Transporte Embalagem Caixa com dimensões da peça Informações de segurança SEGURANÇA A segurança em museus inclui proteção contra roubo, proteção contra incêndio, proteção ambiental e medidas genéricas de salvaguardas, que devem ser implantadas prontamente, sem que se espere um incidente para se dar início às providências Segurança Câmeras Extintor com sinalização Prevenção de Incêndio Todos os materiais do prédio têm que ser preferencialmente incombustíveis e receber proteção especial retardadora de calor e de chamas. Paredes e pisos devem ter resistência mínima ao fogo de duas horas. É indispensável a proteção dos acessos aos depósitos e às áreas de circulação, inclusive escadas, com portas corta-fogo dotadas de resistência mínima de uma hora. Corredores e escadas de emergência devem ter um mínimo de 1,20 m de largura, e as portas corta-fogo 1,00 m de largura. Tais escadas precisam estar situadas no lado oposto, entre os depósitos e a entrada principal. As portas corta-fogo, segundo a norma, devem ser facilmente empurradas. Prevenção de Incêndio Os extintores manuais, à base de água, CO2 (dióxido de carbono) ou pó químico, devem ser distribuídos pelos depósitos de acordo com as normas vigentes, independentemente da existência de extintores automáticos. Os extintores automáticos, do tipo aspersores ou sprinklers, liberam uma fina névoa de água. Normalmente, quando acionados, não chegam a causar sérios danos ao acervo. Mesmo assim, devem atuar de forma setorizada, excluindo as áreas ainda não atingidas pelo fogo. Plano de Emergência Recomenda-se que cada instituição desenvolva um plano de salvamento e resgate das coleções em casos de desastre, a ser desenvolvido por uma equipe especialmente responsável pelo salvamento do acervo e incumbida da implantação e execução do plano de emergência, o qual estabelecerá a localização do acervo mais vulnerável e mais importante, e preverá o resgate, no caso de danos por fogo ou água. Plano de Emergência É também fundamental identificar e acionar empresas e especialistas que possam colaborar prontamente para recuperar o acervo que porventura seja danificado. A brigada de incêndio da instituição, que atua no combate inicial ao fogo e organiza a evacuação das pessoas que estiverem no prédio, deve também ser treinada para colaborar no salvamento do acervo. Embalagem para empréstimo Embalagem para empréstimo Embalagem para empréstimo Embalagem para Empréstimo Embalagem para Empréstimo Embalagem para Empréstimo Segurança O acervo deve estar sob vigilância em tempo integral, durante o dia e sobretudo à noite, com o patrulhamento da edificação em sistema rotativo. Designar um funcionário para atuar como chefe de segurança responsabilizando-se pelo cumprimento das medidas de segurança permanentes e/ou temporárias. Controle do acervo através da vigilância permanente dos objetos em exposição, os quais não poderão ser tocados ou manipulados; Roubos e vandalismo o Vistoria do acervo em exposição anterior e posterior respectivamente ao horário de abertura e fechamento do museu; o Controle do acesso de funcionários ao museu, por meio do uso de credenciais de identificação; o Controle permanente das áreas de acesso ao público, em especial das salas de exposição; o Vistorias do fechamento correto das portas e janelas após o horário de funcionamento do museu. Vandalismo Segurança Conservação Preventiva - final As ações de Conservação Preventiva devem ser articuladas com os diversos regulamentos e normas internas. O museu deve funcionar como um todo, promovendo a interdisciplinaridade entre as valências e funções dos diversos profissionais. Ela é uma disciplina em evolução, os planos e ações elaborados por cada instituição devem ser periodicamente revistos e adaptados, acompanhando a evolução da própria prática disciplinar e as alterações que se verifiquem nos museus. Marcação de peças - cuidados Marcação da peça Marcação da peça Registro fotográfico Evitar legenda aderida nas peças Peça em exposição sem base e etiqueta aderida CONCLUSÃO A conservação preventiva é também um marco ético na preservação do patrimônio cultural, porque a desaceleração da marcha da deterioração permite que os objetos sejam transmitidos com autenticidade material para o futuro. A autenticidade material é uma das questões mais importantes na transmissão do legado de épocas passadas para o futuro, porque é o que estabelece novas possibilidades de interpretação do passado gerando, com isto, o crescimento cultural. Restauração Restauração Ações de conservação? Ações de conservação? Ações de conservação? Ações de conservação? "Ecce Homo” - Borja, na Espanha FIM “Naquele tempo havia um homem lá. Ele existiu naquele tempo. Se existiu, já não existe. Existiu, logo existe porque sabemos que naquele tempo havia um homem e existirá, enquanto alguém contar sua história. Era um ser humano que estava lá, ‘naquele tempo’, e só seres humanos podem contar sua história porque só eles sabem o que aconteceu ‘naquele tempo’. ‘Aquele tempo’ é o tempo dos seres humanos, o tempo humano. Um homem estava ‘lá’, naquele tempo. Estava lá e não aqui. No entanto, está aqui e permanecerá, enquanto alguém narrar aqui a sua saga. Era um homem quem ‘estava lá’ e, apenas os seres humanos podem situá-lo ‘lá’, pois só eles sabem a respeito de ‘aqui’ e ‘lá’, categorias que constituem o espaço dos seres humanos, o espaço humano.” Agnes Heller Contato Andréa Maria Zabrieszach Afonso dos Santos Museóloga: Corem 139 -I (011) 96520-6767 [email protected]