Curso de Capacitação
Conservação Preventiva
CAMPINAS
PROFª ANDRÉA ZABRIESZACH DOS SANTOS
MUSEÓLOGA
COREM 139-I
MUSEU
“Uma instituição permanente, sem finalidade lucrativa, ao
serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao
público e que realiza investigações que dizem respeito aos
testemunhos materiais do homem e do seu meio ambiente,
adquire os mesmos, conserva-os, transmite-os e expõe-nos
especialmente com intenções de estudo, de educação e de
deleite.”
ICOM - 16ª Assembléia Geral, Haia, 1989
Modificado na 18ª Assembléia Geral, Noruega, 1995
Museu do Louvre: criado como Museu Central das Artes em 1793
Museu do Louvre - França
Louvre em 2012: 9,7
milhões de visitantes
Exibição permanente: mais
de 35 mil obras
Monalisa - Louvre
Monalisa
Este quadro é
provavelmente o retrato
mais famoso na história
da arte, senão, o quadro
mais famoso e valioso
de todo o mundo.
Poucos outros trabalhos
de arte são tão
controversos,
questionados, valiosos,
elogiados,
comemorados ou
reproduzidos.
Patrimônio Cultural
 Cada geração constrói o patrimônio cultural que assimila as obras
do passado. É uma característica humana, que todo o resto do
mundo vivo – animal ou vegetal – desconhece.
Encerra em si o que o homem, sob as formas oral e plástica, sabe
transmitir a outros humanos acerca da experiência cultural que teve
na vida.
São os testemunhos concretos da história e da cultura de uma
sociedade são a mensagem viva de um homem para outro homem.
Em sentido amplo, é todo testemunho do homem e seu meio,
apreciado em si mesmo, sem estabelecer limitações derivadas de sua
propriedade, uso, antiguidade, ou valor econômico
Objeto/ bem cultural: mensagem que permanece no tempo e no
espaço...
Tumba de Philippe pot
(1428-1493) Louvre
Vitória da Samotrácia 220
a.C. Louvre
Objeto/ bem cultural: mensagem que permanece no tempo e no
espaço...
N. Sra da Conceição XVIII
MAS-SP
Ostensório do IV Congresso
Eucarístico 1942 MAS-SP
Herança Cultural
 Herança cultural é aquilo que se transmite de geração em geração.
Cada objeto ou conjunto de objetos, que é reconhecido por ter
significado artístico ou histórico, tem o direito de salvaguarda como
item de valor cultural e como um legado do passado. O
reconhecimento desse significado não parece depender de critérios
pre-estabelecidos, mas muito mais do desenvolvimento da
consciência histórica e da cultura dos povos.
 As coleções preservadas em museus fazem parte dessa herança e
alimentam as atividades museais. Primariamente um recurso não
renovável e limitado, elas têm muito em comum com os recursos
relacionados ao movimento ecológico, necessitando gerenciamento
cuidadoso e conservação.
Herança cultural
Preservação em museus
Reserva Técnica
organizada
Objetos expostos sem
contextualização
Conceito de Musealização
A musealização está estreitamente ligada à preservação.
Devemos pensar e trabalhar na ótica da preservação do
patrimônio cultural para construção e reconstrução,
individual e coletiva, de nossa memória e identidade.
E como fazemos isso?
Selecionando e retirando objetos de seu contexto e
integrando-os a um acervo, ou selecionando e destacando
os objetos in situ em uma casa, no ambiente natural, na
escola, em uma oficina de trabalho, etc.
Musealização
Sarcófagos egípcios
Museu do Louvre
Museu Casa da Princesa (Casa
Setecentista) – Pilar de Goiás (GO)
Musealizar...
Preservação dos nossos Bens Culturais
OS MUSEUS entre outras instituições relacionadas com a cultura,
têm como principal tarefa preservar toda a herança histórica,
artística, científica e arquitetônica para as gerações futuras. Muitos,
no entanto, apresentam situações ou condições inadequadas que
põem em risco a preservação de seus acervos. As condições
inadequadas para preservação vão desde a localização – áreas
poluídas, sem segurança e sujeitas a desastres naturais – até as
características arquitetônicas dos edifícios, que contribuem para
uma iluminação nociva e para o estabelecimento de níveis
impróprios de temperatura e umidade, favorecendo os ataques
biológicos. Aí também se incluem sistemas operacionais deficientes,
que propiciam o vandalismo, a falta de manutenção e atitudes
incorretas na manipulação dos acervos.
Ações de Preservação
São todas as considerações gerenciais, financeiras e
técnicas aplicadas a retardar a deterioração que
previnem danos e prolongam a vida útil de materiais e
objetos de acervos, para assegurar sua contínua
disponibilidade.
Essas considerações incluem monitoramento e
controle apropriado de condições ambientais; provisão
adequada de armazenamento e proteção física;
estabelecimento de políticas para exposições e
empréstimos e procedimentos adequados de
manuseio; acondicionamento, provisão de tratamento
de conservação, planos de emergência e uso de
reproduções.
O museu tem responsabilidade sobre o patrimônio cultural sob sua
responsabilidade
Acondicionamento
Inventário
Conservação
Preventiva
A Conservação
Preventiva pode ser
entendida como o
conjunto de ações
destinadas a assegurar
a salvaguarda (ou a
aumentar a esperança
de vida) de uma
coleção, ou de um
objeto.
Conservação na exibição de peças
Suporte para exposição
Suporte para exposição
Conservação na exibição de peças
Peça de acervo apoiando
outra peça
Janela aberta sobre
acervo
Conservação
Preventiva
Facilmente se
depreende que todo o
pessoal do museu e o
público em geral, a um
nível ou outro, têm
responsabilidades na
conservação preventiva
do patrimônio. Antes de
constituir um problema
técnico científico é um
problema de
mentalidade.
Estratégia de Conservação – proposta com
objetivos gerais:
 Empreender um trabalho de raiz dando prioridade e destaque à
valorização da coleção no seu todo;
 Criar um Programa de Conservação;
 Cumprir um plano de higienização, identificação, organização,
inventariação e correto acondicionamento de todos os objetos que
constituem o acervo do museu;
 Aplicar
estratégias inovadoras de cooperação transversal e
valorização do trabalho em parceria que possibilitem rentabilizar
recursos e minimizar custos.
Conservação
preventiva
Deve-se partir da
consciência de que um
objeto, seja qual for a
sua materialidade, pode
danificar-se ou mesmo
destruir-se a qualquer
momento, obliterando
uma mensagem que o
museu, como detentor
do patrimônio cultural,
tem o dever de
transmitir.
Patrimônio Cultural no Brasil
 A preservação da memória de um povo está diretamente relacionada à
conservação de seu patrimônio cultural. O processo de tombamento, no
entanto, nem sempre é garantia de perpetuidade dessa memória, que
muitas vezes se desfaz pela falta de incentivos públicos e privados. A
primeira legislação brasileira que normatiza o tombamento do
patrimônio cultural é o decreto-lei nº 25, de 30 de novembro de 1937,
que criou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan) e ainda vigora.
IPHAN
 O IPHAN foi criado em 1937, no governo de Getúlio Vargas, com a
colaboração de grandes nomes ligados ao movimento modernista como
Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira e Carlos
Drummond de Andrade, dentre outros. Seu trabalho pode ser
reconhecido em cerca de 21 mil edifícios tombados, 79 centros e
conjuntos urbanos, 9.930 mil sítios arqueológicos cadastrados, mais de
um milhão de objetos, incluindo acervo museológico, cerca de 834.567
mil volumes bibliográficos, documentação arquivística e registros
fotográficos, cinematográficos e videográficos, além do Patrimônio
Mundial.
Patrimônio Cultural
 O artigo 216 da Constituição Federal define patrimônio cultural
brasileiro como sendo os bens de natureza material e imaterial tomados
individualmente ou em conjunto, portadores de referência à
identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da
sociedade.
 Patrimônio Material
 O patrimônio material protegido pelo IPHAN, com base em legislações
específicas é composto por um conjunto de bens culturais classificados
segundo sua natureza nos quatro Livros do Tombo: arqueológico,
paisagístico e etnográfico; histórico; belas artes; e das artes aplicadas.
Eles estão divididos em bens imóveis como os núcleos urbanos, sítios
arqueológicos e paisagísticos e bens individuais; e móveis como
coleções
arqueológicas,
acervos
museológicos,
documentais,
bibliográficos,
arquivísticos,
videográficos,
fotográficos
e
cinematográficos.
O Poder Público, com a
colaboração da
comunidade, promoverá
e protegerá o patrimônio
cultural brasileiro, por
meio de inventários,
registros, vigilância,
tombamento e
desapropriação, e de
outras formas de
acautelamento e
preservação.
Mosteiro da Luz e Museu de Arte
Sacra de São Paulo
Bens materiais e imateriais
Bens Imateriais: A Constituição Federal de 1988, em seus artigos 215 e 216, ampliou a
noção de patrimônio cultural ao reconhecer a existência de bens culturais de natureza
material e imaterial e, também, ao estabelecer outras formas de preservação – como o
Registro e o Inventário – além do Tombamento, instituído pelo Decreto-Lei nº. 25, de
30/11/1937, que é adequado, principalmente, à proteção de edificações, paisagens e
conjuntos históricos urbanos.
 1) Saberes: conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades.


2) Formas de expressão: manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas.

3) Celebrações: rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da
religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da vida social.

4) Lugares: mercados, feiras, santuários, praças e demais espaços onde se concentram e
se reproduzem práticas culturais coletivas.
Patrimônio Cultural
Acervo do Museu de Arte
Sacra de SP
Oficina de oleiro: saber
fazer
Conservação Preventiva
 A questão da preservação de bens culturais envolve muitos
conceitos, que permeiam ações de diversas naturezas. Uma delas é a
Conservação Preventiva. A C. Preventiva trata das causas da
degradação dos acervos e sua atuação implica ampliar a perspectiva
além do objeto isolado, alcançando o ambiente, a arquitetura, os
planos de segurança e manutenção, a maneira de usar as coleções.
 O adjetivo preventivo significa “o que tem por fim impedir,
acautelar ou prevenir que alguma coisa desagradável ou indesejável
se produza”. Intuitivamente, o ser humano, manteve e desde
sempre cuidou as coisas que, de algum modo, lhe eram importantes.
A preservação é, nesse sentido, uma atividade de longa data,
incluindo conceitos e práticas que só no século XX dariam lugar a
um conjunto de atividades cada vez mais especializadas no domínio
patrimonial.
Meio Ambiente
 A conservação de objetos, obras de arte e documentos em ambientes
museológicos, bibliotecas ou arquivos depende, em grande parte, de um
ambiente estável. A maioria dos problemas de degradação que ataca as
obras/documentos é decorrente de um ambiente inadequado. Para um
melhor controle preventivo é necessário conhecer as causas e os fatores que
deterioram os materiais, e desse modo propor medidas de controle.
 Qualquer material, mesmo que possua todas as propriedades físicas e
químicas para durar séculos, sofre influências que prejudicam sua
durabilidade.
 Essas influências são classificadas como: agentes internos, que provêm da
matéria-prima e dos métodos de confecção; e agentes externos, que
ocorrem a partir do uso e dependem do meio ambiente, da guarda, do
manuseio e das intervenções.
São nove os agentes de deterioração:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
Forças físicas diretas
Roubos, vandalismos e manuseio inadequado
Fogo
Água
Ataque Biológico
Agentes contaminantes
Iluminação incorreta
Temperatura incorreta e
Umidade relativa incorreta
Danos causados pelos fator humano





O manuseio inadequado de uma peça pode ser causador de danos muitas vezes
irreparáveis. O objeto de museu seja quadro, escultura, mobiliário, indumentária, é peça
frágil que pode sofrer danificações de diferentes ordens, como furos, rasgos,
rompimentos, manchas, fissuras e quebraduras.
A não observância de critérios técnicos rigorosos quanto à exposição e guarda de objetos,
segundo os seus materiais, dimensões e características físicas, pode levar a deteriorações
diversas nos acervos museológicos
A intervenção restauradora executada por profissional não qualificado para esta tarefa
extremamente especializada poderá trazer danos irreversíveis a obra de arte ou ao objeto
danificado.
A falta de conscientização por parte do público do valor estético e/ou histórico de um
objeto ou obra de arte pode levar ao vandalismo gratuito, motivado pelo desrespeito ao
bem cultural; atitudes de protesto e atos de loucura também podem provocar ações de
ataque e até de destruição dos acervos museológicos que não estejam seguros, nem
devidamente protegidos;
As guerras e outros conflitos colocam em risco a segurança e a integridade física dos
acervos em função de ocorrência de saques, ataques armados, bombardeios aéreos e
bombas atômicas.
O ambiente é um dos principais agentes de
deterioração de bens culturais
 Os efeitos produzidos pela luz, pela temperatura, pela umidade e
pela contaminação atmosférica, isoladamente ou conjugados,
estão sistematicamente identificados como agentes de
deterioração, sobretudo dos materiais orgânicos. Sabe-se
também que as condições microclimáticas, isto é, as
características específicas do lugar onde se localizam as coleções,
definem em que grau cada um desses elementos interfere na sua
conservação.
 O controle ambiental é uma das principais medidas de
Conservação Preventiva das coleções.
Poluidores Atmosféricos
Ambiente externo: os poluentes contribuem pesadamente para a
deterioração dos materiais orgânicos. O dois tipos mais importantes de
poluentes são os gases e as partículas. Os gases como Dióxido de
Enxofre, Dióxido de Nitrogênio, Monóxido de Carbono, etc que se
originam da queima de combustíveis fósseis e de produtos químicos e o
ozônio, catalisam reações químicas danosas que levam à formação de
ácidos nos materiais.
As partículas - sobretudo a fuligem - arranham, sujam e desfiguram os
materiais.
Ambiente interno: emanações de ácido acético ou formaldeído de
vitrines de exposição e outros revestimentos com laminados, poeira de
cimento de trabalhos de alvenaria e poeira e solventes de trabalhos de
limpeza. Copiadoras eletrostáticas, liberam ozônio
Poeira
Partículas de poeira dispersas no ar, além de absorverem os
poluidores, são higroscópicas e ainda podem exercer função
absortiva sobre o material orgânico. O ar contém impurezas
em quantidades variáveis, de acordo com o local (cidade,
campo ou praia) e estação do ano. Acha-se em suspensão
na atmosfera, poeira, areia, fuligem, gases e outros
elementos, que se depositam sobre os objetos, atacando-os.
A poeira representa três ordens de perigos:
o acúmulo de impurezas;
o ativação da deterioração mecânica;
o ação de agentes bacteriológicos.
Poeira: substrato para ataque biológico
Danos causados pela poeira
Como prevenir contra os poluentes
A melhor proteção contra os poluentes atmosféricos é o estabelecimento de
procedimentos para:
Limpeza constante dos objetos expostos, evitando assim, o depósito de poeira,
fuligem e outras impurezas sobre os mesmos ;
Nas limpezas de rotina: evitar produtos que volatilizam poluentes;
Reserva Técnica:
 evitar que o acervo fique fora de seus invólucros,
 manter rotinas de limpeza das instalações,
 manter portas e janelas fechadas e com boa vedação,
 usar filtros ou cortinas que absorvam materiais particulados.
Sistemas de ventilação: manutenção e limpeza dos dutos, uso de filtros
apropriados para poluentes particulados e gasosos.
ILUMINAÇÃO
 Para a Conservação Preventiva, a luz deve ser entendida de
várias maneiras: tanto como agente que permite ao
observador apreciar uma obra de arte através de suas cores,
textura e brilho, como também um dos mais importantes
agentes de degradação.
 A luz é uma forma de energia eletromagnética chamada
radiação que se propaga sob a forma de ondas ou partículas
eletromagnéticas. As ondas eletromagnéticas são
diferenciadas entre si pelo seu comprimento e sua
frequência.
Espectro Eletromagnético
ILUMINAÇÃO
De um modo geral, os museus utilizam tanto a luz natural, como a
artificial.
o Luz natural – sol (radiações visíveis e grande quantidade de
ultravioleta e infravermelha).
o Lâmpada incandescente : radiações visíveis, grande quantidade
de infravermelha (sob a forma de calor) e pouca ultravioleta
o Tubo fluorescente: radiações visíveis, pouca radiação
infravermelha, grande quantidade de ultravioleta
 A intensidade da luz é denominada ILUMINÂNCIA (illuminance) e
é medida em unidades chamadas LUX.
 Em geral os diferentes tipos de materiais que compõem as coleções
dos museus são afetados pela luz.
Como a iluminação danifica
A energia da luz é absorvida pelas moléculas que compõem
um objeto. Essa absorção da energia da luz pode
desencadear várias sequências de reações químicas, todas
elas prejudiciais a peça.
O termo geral para designar esse processo é deterioração
fotoquímica. As principais fontes de energia de ativação
das reações químicas responsáveis pela deterioração do
material orgânico são a radiação ultravioleta e o calor.
Energia da luz
Cada molécula de um objeto exige uma quantidade mínima
de energia para iniciar uma reação química com outras
moléculas. Esta energia mínima denomina-se energia de
ativação. Os diversos tipos de moléculas possuem
diferentes energias de ativação
Se a energia da luz, fornecida pela luz natural ou artificial,
se iguala ou excede a energia de ativação de dada molécula,
esta fica “excitada” ou disponível para reações químicas.
Como a luz danifica?
Os comprimentos de onda mais curtos (luz
ultravioleta) tem uma frequência maior, bem como
contém mais energia que os comprimentos de onda
mais longos. Isto significa que eles bombardeiam
um objeto com mais energia num tempo mais
curto. A energia absorvida da luz infravermelha eleva a
temperatura de um objeto. Isto, por sua vez,
aumenta a velocidade das reações químicas
danosas que já ocorrem dentro do objeto.
As reações iniciadas pelos efeitos da luz continuam
ocorrendo mesmo depois de removida a causa.
Iluminação
Reações
químicas
causam a deterioração
de materiais orgânicos.
A exposição prolongada
à luz pode causar
grandes
danos
aos
objetos, principalmente
àqueles mais sensíveis:
oAMARELAMENTO
oRESSECAMENTO
oDESCOLORAÇÃO
oDESTRUIÇÃO
Alguns cuidados indispensáveis na proteção dos objetos
contra os efeitos da luminosidade:
o Evitar que os raios solares incidam diretamente sobre os objetos, isolando-se
o
o
o
o
o
o
vidraças comuns com filtros para radiações ultravioleta (UV) ou com
bloqueadores como persianas, painéis etc.
As lâmpadas incandescentes devem ser colocadas longe dos objetos expostos e
nunca dentro das vitrines;
Na iluminação fluorescente, usar filtros ultravioleta;
Durante o tempo em que o museu não estiver aberto à visitação, deixar as salas
na obscuridade;
Observar sempre a luz natural incidente e a posição das janelas, evitando-se
que estantes, prateleiras, mesas de estudo e vitrines de exposição recebam os
raios solares diretamente (em qualquer hora do dia);
Acondicionar os documentos e as obras, quando não expostos, em caixas e
envelopes próprios.
Partindo-se da informação de que não há um meio seguro de proteger os
acervos dos males causados pela luz, uma forma de prevenção é mantê-la
apagada sempre que for possível.
Controle climático e de iluminação
Climatização
Janela com anteparo
filtrante de raios U.V. e I.V.
Controle de iluminação
Janela com filtro U.V.
Detalhe do tecido preso
com velcro
Sensibilidade dos Materiais em Relação a
Iluminação
Materiais extremamente sensíveis:desenhos, papéis, aquarelas,
pastéis, livros, pinturas, fotografias, couros tingidos, peles,
encadernações, têxteis, tapeçarias, tecidos, indumentária, plumas e
penas, espécimes de história natural. Intensidade de iluminação
recomendada: 50 lux.
Materiais sensíveis: madeira pintada, pinturas a óleo ou têmpera,
couro natural, chifre, laca. Intensidade de iluminação recomendada:
150 lux.
Materiais pouco afetados: pedras, cerâmicas, metais e ligas
metálicas
Luxímetro é o instrumento recomendado para medir a quantidade de
luz de um ambiente ou qualquer fonte de luz.
Iluminação
Efeitos da luz
Luz solar direta pode
atingir 100.000 lux
Luz do dia indireta:
10.000 lux
Iluminação de
escritório direta,
normal: 750 lux
Uma vela segurada na
mão: 1 lux de
intensidade
Danos causados pela luz
Danos causados pela luz e UR alta
Umidade
Na natureza, o ar sempre contém umidade. Podemos ver isto
quando o ar está saturado e existe neblina ou névoa.
A umidade existente nos edifícios pode ter fontes localizadas no
exterior e no interior. Dentro dos prédios o vapor d’água pode vir da
umidade do subsolo, tubulações rompidas, condensação, lavagem de
pisos, respiração de visitantes, etc
Com relação à estrutura do edifício, deve-se atentar para os
problemas de impermeabilização das coberturas, paredes e pisos.
Deve-se também evitar a proximidade das instalações hidráulicas nas
áreas de depósito de acervo.
Deve-se evitar zonas úmidas, próximas a lagos, rios etc., assim como
verificar as condições de umidade do terreno, em relação ao nível do
lençol freático.
Umidade relativa
 A Umidade Relativa – U.R. – se define como a relação entre a
quantidade de vapor de água existente em um volume dado e a
quantidade de vapor de água necessário à sua saturação – em uma
mesma temperatura.
 O conhecimento do ambiente real de uma coleção é apenas possível por
meio do monitoramento e registro das condições do ambiente. Um
princípio básico que é muito importante é que monitoramento não é
controle! Monitoramento é o conhecimento das condições ambientais
nas quais se encontra uma coleção. Uma vez coletados, organizados e
tratados esses dados, é então possível planejar um controle ambiental
efetivo.
Temperatura e Umidade Relativa
Como os objetos sofrem danos causados pela umidade e
temperatura, a boa conservação exige uma atmosfera
climática relativamente constante, sem modificações
bruscas que provocam fenômenos de dilatação e contração
dos materiais, reduzindo com o tempo sua elasticidade
natural e acelerando seu envelhecimento. Associado à
umidade, o ataque biológico ocorre em condições de
umidade relativa acima de 70%, patamar em que a
proliferação de fungos é elevada.
Umidade e
Temperatura
A
temperatura (T) e
umidade relativa (UR)
altas contribuem para a
formação de um clima
quente e úmido
favorável ao ataque de
insetos e
desenvolvimento de
microorganismos, como
bactérias e fungos.
O excesso ou a falta de umidade podem provocar:
EXCESSO
o Entortamento de painéis de madeira e marfim
o Amolecimento das colas
o Azulamento dos vernizes
o Formação de mofos e bactérias
o Apodrecimento de telas e madeiras
o Corrosão dos metais
FALTA
o Rachaduras das madeiras, marfins e encadernações
o Substâncias adesivas se tornam quebradiças
o Levantamento da camada de tinta nos quadros
o As fibras arrebentam
Umidade
Oxidação
Edifício adaptado
Edifício adaptado
Regras de conservação
Edifício adaptado
Exposição temporária
Suporte expositivo
AGENTES BIOLÓGICOS
Os ambientes úmidos, quentes, escuros e de pouca
ventilação são os mais propícios para a vida de
microorganismos, insetos e até pequenos roedores. Nos
museus, arquivos e bibliotecas de regiões tropicais, onde a
UR e a T alcançam níveis elevados, o habitat é ideal para
sua moradia e reprodução.
A ação destrutiva dos insetos é maior nas regiões de clima
tropical, cujas condições de calor e umidade elevadas
provocam numerosos ciclos reprodutivos anuais e
desenvolvimento embrionário mais rápido.
Os grandes predadores se classificam como:
Tisanuros (traças), Blattoideas (baratas), Isópteros (cupins) e os
Coleópteros (besourinhos, carunchos, brocas). Alcançam os depósitos
através de janelas, forros, ralos etc., da mesma forma que podem ser
introduzidos por meio de aquisição de acervos, madeirames ou objetos
já infestados.
Os cupins são insetos sociais com diferentes castas. Ataque devastador
pela quantidade de insetos que atacam ao mesmo tempo
Animais maiores: os pombos, os morcegos e os ratos são os mais
nocivos e comumente encontrados. Além dos excrementos, podem
atacar diretamente vários tipos de suporte em sua atividade de
alimentação e confecção de ninhos.
Fungos
Os agentes biológicos que mais comumente atacam a
madeira e provocam sua deterioração são os fungos e os
insetos. O emboloramento, o manchamento e o
apodrecimento da madeira são causados por fungos. Os
fungos são plantas primitivas, sem clorofila, que necessitam
de substrato orgânico para sua alimentação. Decompõem a
celulose, mancham as encadernações, deterioram as colas e
os adesivos, atacam os fios, as tintas, o couro e os materiais
plásticos e etnográficos. A infestação traduz-se por uma
pigmentação de manchas amarelas, marrons ou pretas.
Certas espécies formam colônias incolores.
De forma geral para que os fungos cresçam é necessário:
Um material orgânico para utilizar como substrato (poeira
é um ótimo substrato);
Falta de circulação de ar;
Escuridão;
Os ambientes que possuem elevada UR (acima de 65%)
favorecem seu crescimento e multiplicação. Em condições
ideais de climatização de depósitos, ou seja, temperaturas
de 18º e 22º C e UR de 50 a 55%, os microorganismos
poderão até se instalar, mas seu desenvolvimento será
inibido.
Microorganismos
Avaliação e controle
o Identificação e controle das rotas possíveis de acesso de ataque
biológico;
o Identificação das coleções ou objetos mais suscetíveis a esse tipo de
ataque e definição de um espaço de quarentena para avaliação e
controle de objetos que serão introduzidos em áreas de guarda;
o Controle de luz, temperatura e umidade em níveis específicos que
dificultem a proliferação ou expansão de ataques;
o Limpeza cuidadosa e regularmente;
o Evitar espaços confinados;
o Proibição de comer e beber nas áreas expositivas e de RT.
o Promover , através da ventilação, a circulação do ar com limpeza
constante do ambiente.
Ataque Biológico
Ataque Biológico
Ataque Biológico
Ataque biológico
Cupim
Ataque biológico
Ataque biológico: cupim
Ataque biológico: traças
Ataque biológico
Conservação Preventiva: plano de melhorias para a Gestão de Risco do
Acervo
EVITAR
BLOQUEAR
DETECTAR
RESPONDER
RECUPERAR
Reserva Técnica
Os acervos de museus, arquivos e demais tipos de
instituições culturais passam a maior parte do tempo em
áreas de Reserva Técnica. Por isso, é fundamental que esta
área seja projetada, planejada, organizada, monitorada e
mantida a partir de princípios, conceitos, modelos e
paradigmas da Conservação Preventiva. Do projeto
arquitetônico aos programas de controle ambiental
(monitoramento do clima, da luz, das pragas); da
concepção do mobiliário ao desenho dos invólucros; do
acesso à segurança; do manuseio à consulta, todas essas
questões devem ser levadas em conta na prática
institucional de salvaguarda das coleções.
Reserva Técnica
Reserva Técnica
Os acervos devem ser guardados separados dos artigos que não
pertencem às coleções, como por exemplo: acessórios de exposições,
caixas ou materiais de embalagem, ferramentas, equipamentos,
mobiliário, réplicas e demais objetos que não tenham um valor
institucional de acervo.
A preparação de vitrines para exposição, o emolduramento ou
instalação de obras em suporte, a preparação de objetos para viagem,
assim como atividades de consulta, marcação de tombamento, testes
científicos, restauração ou seleção museográfica não devem acontecer
nesse mesmo espaço. O ideal é que seja projetada uma sala de apoio
próxima à Reserva Técnica para as atividades eventuais – montagem,
seleção, embalagem ou consulta –, e que a instituição possua
dependências específicas para as funções regulares de documentação,
restauração e pesquisa.
Outros materiais na RT
Organização
o A organização das reservas deve ser feita de acordo com a
divisão das coleções, e dentro de cada uma por subtipologias. A ordenação dos subgrupos poderá seguir
critérios segundo os materiais, a cronologia, dimensões,
forma, peso, origem, etc.
o Deve existir uma planta, atualizada periodicamente, com
todo o conteúdo das reservas e a localização de cada objeto.
Podem ainda ser assinaladas as peças que necessitem de
tratamento de conservação e restauro urgente.
o Os objetos em reserva devem estar identificados com um
número de inventário, visível sem implicar o manuseio do
objeto.
Reserva Técnica
Reserva Técnica
Reserva Técnica
Armários de Acondicionamento
Acondicionamento
Reserva Técnica
o O tipo, quantidade e disposição do mobiliário (arquivos, estantes,
o
o
o
o
armários, mapotecas, trainéis, etc) e os equipamentos de controle
das condições ambientais e os de climatização devem ser
especificados em função da natureza do acervo a ser guardado na
reserva.
Seu mobiliário deve permitir perfeita aeração. Recomenda-se que o
afastamento entre as estantes seja de, no mínimo 75cm, com
corredor de acesso de 1m de largura;
É importante para a aeração que seja mantido afastamento de 20cm
entre as paredes e as estantes;
Os objetos devem ser colocados a pelo menos 10 cm do solo, para
evitar embates e protegê-los de possíveis inundações
As reservas têm também que permitir um acesso lógico e fácil a
cada objeto e possuir espaço suficiente para, a qualquer altura,
receber novos objetos.
Têxteis
Mobiliário de Acondicionamento
Mobiliário de Acondicionamento
Moedeiro
Reserva Técnica
o Distribuir as zonas climáticas de acordo à natureza
das diversas categorias dos objetos conservados;
o A luz do dia deve ser excluída e a intensidade
luminosa regulada através de dispositivos;
o As variações climáticas serão compensadas com o
uso de dispositivos automáticos de regulagem
térmica e higromêtrica;
o Todos os objetos que estão em exposição devem ter
igualmente um local reservado para a sua guarda
dentro da reserva.
Reserva Técnica
Controle Climático
Trainel
Organização e Identificação
Reserva Técnica
Reserva Técnica
Recepção,seleção, triagem
o A área de recepção dos objetos adquiridos pela instituição
deve contar com uma entrada especial para caminhões de
carga, que deve ser coberta, com vistas à proteção contra
ventos fortes e chuvas. A área de carga e descarga deve
estar a um metro acima do solo para facilitar a descarga dos
caminhões, podendo, ainda, contar com um sistema de
rampa para acesso de veículos pequenos;
o As salas de desembalagem, triagem e seleção de peças
devem estar próximas à área de recepção e equipadas com
amplas mesas de trabalho e estantes;
o A sala para desinsetizar e limpar objetos infestados por
insetos deve estar anexa às de recepção, porém isolada
destas.
Transporte
Empresa de transporte
qualificada
Sala de desembalagem
Sala de apoio para embalagem de peça
Elaboração de Laudo de Conservação
Conservação Preventiva
Elaboração de laudo de
estado de conservação
Laudos de estado de
conservação
Higienização das peças
A higienização deverá ser realizada mediante observação
prévia do suporte do objeto e os materiais agregados. No
geral, os objetos devem ser limpos com flanela branca e
seca ou com pincel de pelo macio.
As salas devem ser limpas com aspirador e no caso de
passar um pano úmido, este deve estar umedecido em água
e álcool, para auxiliar na secagem mais rápida. Os móveis
sem policromia devem ser limpos com uma flanela branca
seca. A limpeza do acervo deve ser feita por um funcionário
que faça parte do corpo do museu.
Higienização
Higienização
Acondicionamento
O acondicionamento do acervo devem ser pensado
considerando, individualmente, a característica material,
funcional, histórica e o estado de conservação de cada peça.
O objetivo é preservar o bem cultural protegendo-o com
embalagens elaboradas com material neutro que não
acelere ou contribua para a degradação da peça. Além
disso, que funcione como um dispositivo que impeça a ação
dos agentes de deterioração e do meio ambiente.
Higienização e manuseio
Conservação Preventiva: diagnóstico
Na conservação do patrimônio cultural material podem ser
utilizados métodos indiretos ou diretos. De um modo geral, os
indiretos envolvem a inspeção da coleção, planos de conservação
preventiva e de gerenciamento de riscos e de sinistros, métodos
adequados para manuseio dos objetos, critérios e condições para
embalagem, empréstimo e transporte, entre outros.
Os métodos diretos têm como etapa prévia um diagnóstico
detalhado e personalizado, a ferramenta principal para a
decisão sobre que procedimento utilizar, e envolvem a
intervenção direta na peça.
Acondicionamento
Acondicionamento
Acondicionamento
Acondicionamento
Acondicionamento
Acondicionamento
Acondicionamento
Acondicionamento
Acondicionamento
Acondicionamento e armazenamento
Acervo sem acondicionamento
Acondicionamento adequado
Acondicionamento: textil
Acondicionamento
Substituição de embalagem
Acondicionamento
Acondicionamento em RT
Acondicionamento de
documentos
Acondicionamento
Embalagens para acondicionamento
Acondicionamento de acervo
Acondicionamento
Acondicionamento
MANUSEIO e TRANSPORTE SEGURO
A circulação de objetos museológicos é uma prática que
necessita de planejamento, supervisão adequada e de uma
apropriada previsão dos riscos plausíveis de ocorrerem na
execução desses processos. A conservação preventiva das
obras em trânsito deve ser implementada através de um
conjunto de operações interdisciplinares que consideram o
ambiente climático onde as obras estão acondicionadas ou
expostas, o material constituinte da obra, a sua técnica de
construção, o seu estado de conservação, o manuseio
correto e o tipo de embalagem e transporte empregado
Transporte
Transporte seguro
Transporte
Manuseio e transporte: regras gerais
o Antes do manuseio, o objeto deve ser observado de forma a
identificar os seus pontos frágeis: o objeto não deve ser
agarrado por zonas salientes (asas, braços, bordos, pegas,
etc.) ou vulneráveis (zonas restauradas, em risco de
destacamento, etc.). Deve também ser avaliada a existência
de fraturas ou fissuras, para evitar a fragmentação do
objeto ao levantá-lo.
o É proibido fumar durante o manuseio de obras de arte ou
no mesmo local onde elas se encontram.
o Não faça nenhum movimento rápido ou desnecessário
quando perto de obra de arte. Nunca ande de costas, fique
sempre atento para o que há atrás de você e na sua
proximidade.
Transporte
Preparação para
transporte
Transporte seguro
Manuseio
 Durante o manuseio, deve-se evitar o uso de materiais que possam
o
o
o
o
manchar, riscar, descolorir, inflamar, a exemplo de canetas
(esferográficas e sobretudo hidrográficas), tintas e produtos de limpeza.
Recomenda-se o uso de lápis 6B e borracha, em caso de serem feitas
anotações próximas às obras;
Manuseie os objetos o mínimo possível e com a menor freqüência
possível.
Nunca se deve escrever, marcar ou fixar papéis, de qualquer forma ou
sob qualquer pretexto, no verso de um objeto;
Os objetos nunca devem ser arrastados. Antes de mover objetos
pesados ou de grandes dimensões deve ser tido em conta o número de
pessoas necessário para fazer em segurança; se disponíveis, deve
recorrer-se a meios mecânicos (carrinhos, etc.).
Manuseie somente um objeto de cada vez, por menor que seja. Use a
duas mãos ao carregá-lo.
Manuseio e transporte: regras gerais
o Mantenha limpas as mãos, sem qualquer loção, creme ou produto
semelhante, mesmo usando luvas. UTILIZE SOMENTE LUVAS
LIMPAS e sempre manuseie as obras com seu auxílio, a não ser quando
o objeto seja muito liso para ser segurado com luvas. A sujeira nas
mãos ou a gordura natural das mãos podem ocasionar danos às obras.
 Mesmo os objetos de metal não podem ser tocados sem luvas, pois
impressões digitais corroem o metal. As pedras, por serem materiais
porosos, absorvem facilmente poeira e gordura, sendo imprescindível o
uso de luvas.
 Na impossibilidade de luvas, recomenda-se o uso de panos leves de
algodão, toalhas de tipo perfex, papel toalha e similares. Objetos
pesados e com superfícies em estado bruto devem ser manipulados com
luvas grossas. As mãos devem ser lavadas com cuidado, pois qualquer
sujeira ou oleosidade dos dedos serão transferidas para a peça,
danificando-a, muitas vezes, de forma irreversível.
Manuseio irresponsável=perda do patrimônio
Manuseio e transporte: regras gerais
o Trabalhe devagar. Ande vagarosamente ao carregar objetos
ou ao empurrar os carrinhos que contêm obras de arte.
o Nunca coloque objetos variados (por exemplo, esculturas e
aquarelas, ou vasos e quadros) no mesmo veículo. Nunca
transporte objetos de tamanho, peso ou materiais muito
diferentes, embora sejam da mesma categoria.
o Qualquer objeto, antes de ser transportado, deve ser
acolchoado empacotado ou protegido com segurança.
o Em caso de queda e fragmentação de um objeto, todos os
fragmentos devem ser recolhidos e entregues à
Conservadora do Museu; a ocorrência deve ser fotografada e
registrada.
Manuseio
Manuseio e transporte: regras gerais
o Nunca coloque objetos variados (por exemplo, esculturas e
aquarelas, ou vasos e quadros) no mesmo veículo e nem
transporte objetos de tamanho, peso ou materiais muito
diferentes.
o Lembre que, freqüentemente, os danos ocasionados pelo
manuseio sem cuidado não se tornam visíveis até muito tempo
depois. Quando a superfície de uma peça leva um golpe, podem
passar meses ou anos até que a rachadura e levantamento da
tinta apareçam. O nosso dever é proteger um bem cultural que
se encontre sob nosso cuidado.
o Não faça distinção entre o suposto valor artístico ou monetário
dos objetos. Toda obra de arte tem de ser tratada como se fosse a
principal peça da coleção.
Manuseio e transporte
Manuseio e transporte
Manuseio e transporte
Transporte
Embalagem
Caixa com dimensões da
peça
Informações de segurança
SEGURANÇA
A segurança em museus inclui proteção contra
roubo, proteção contra incêndio, proteção
ambiental e medidas genéricas de salvaguardas,
que devem ser implantadas prontamente, sem que
se espere um incidente para se dar início às
providências
Segurança
Câmeras
Extintor com sinalização
Prevenção de Incêndio
Todos os materiais do prédio têm que ser preferencialmente
incombustíveis e receber proteção especial retardadora de
calor e de chamas. Paredes e pisos devem ter resistência
mínima ao fogo de duas horas. É indispensável a proteção dos
acessos aos depósitos e às áreas de circulação, inclusive
escadas, com portas corta-fogo dotadas de resistência mínima
de uma hora.
Corredores e escadas de emergência devem ter um mínimo de
1,20 m de largura, e as portas corta-fogo 1,00 m de largura.
Tais escadas precisam estar situadas no lado oposto, entre os
depósitos e a entrada principal. As portas corta-fogo, segundo
a norma, devem ser facilmente empurradas.
Prevenção de Incêndio
Os extintores manuais, à base de água, CO2 (dióxido de
carbono) ou pó químico, devem ser distribuídos pelos
depósitos de acordo com as normas vigentes,
independentemente
da
existência
de
extintores
automáticos.
Os extintores automáticos, do tipo aspersores ou
sprinklers, liberam uma fina névoa de água. Normalmente,
quando acionados, não chegam a causar sérios danos ao
acervo. Mesmo assim, devem atuar de forma setorizada,
excluindo as áreas ainda não atingidas pelo fogo.
Plano de Emergência
Recomenda-se que cada instituição desenvolva um
plano de salvamento e resgate das coleções em
casos de desastre, a ser desenvolvido por uma
equipe especialmente responsável pelo salvamento
do acervo e incumbida da implantação e execução
do plano de emergência, o qual estabelecerá a
localização do acervo mais vulnerável e mais
importante, e preverá o resgate, no caso de danos
por fogo ou água.
Plano de Emergência
É também fundamental identificar e acionar
empresas e especialistas que possam colaborar
prontamente para recuperar o acervo que porventura
seja danificado.
A brigada de incêndio da instituição, que atua no
combate inicial ao fogo e organiza a evacuação das
pessoas que estiverem no prédio, deve também ser
treinada para colaborar no salvamento do acervo.
Embalagem para empréstimo
Embalagem para empréstimo
Embalagem para empréstimo
Embalagem para Empréstimo
Embalagem para Empréstimo
Embalagem para Empréstimo
Segurança
O acervo deve estar sob vigilância em tempo integral,
durante o dia e sobretudo à noite, com o patrulhamento da
edificação em sistema rotativo. Designar um funcionário
para atuar como chefe de segurança responsabilizando-se
pelo cumprimento das medidas de segurança permanentes
e/ou temporárias.
Controle do acervo através da vigilância permanente dos
objetos em exposição, os quais não poderão ser tocados ou
manipulados;
Roubos e vandalismo
o Vistoria do acervo em exposição anterior e posterior
respectivamente ao horário de abertura e fechamento do
museu;
o Controle do acesso de funcionários ao museu, por meio do
uso de credenciais de identificação;
o Controle permanente das áreas de acesso ao público, em
especial das salas de exposição;
o Vistorias do fechamento correto das portas e janelas após o
horário de funcionamento do museu.
Vandalismo
Segurança
Conservação Preventiva - final
As ações de Conservação Preventiva devem ser
articuladas com os diversos regulamentos e normas
internas. O museu deve funcionar como um todo,
promovendo a interdisciplinaridade entre as
valências e funções dos diversos profissionais. Ela é
uma disciplina em evolução, os planos e ações
elaborados por cada instituição devem ser
periodicamente revistos e adaptados, acompanhando
a evolução da própria prática disciplinar e as
alterações que se verifiquem nos museus.
Marcação de peças - cuidados
Marcação da peça
Marcação da peça
Registro fotográfico
Evitar legenda aderida nas peças
Peça em exposição sem base e etiqueta aderida
CONCLUSÃO
A conservação preventiva é também um marco ético
na preservação do patrimônio cultural, porque a
desaceleração da marcha da deterioração permite
que os objetos sejam transmitidos com autenticidade
material para o futuro. A autenticidade material é
uma das questões mais importantes na transmissão
do legado de épocas passadas para o futuro, porque é
o que estabelece novas possibilidades de
interpretação do passado gerando, com isto, o
crescimento cultural.
Restauração
Restauração
Ações de conservação?
Ações de conservação?
Ações de conservação?
Ações de conservação?
"Ecce Homo” - Borja, na Espanha
FIM
“Naquele tempo havia um homem lá. Ele existiu naquele
tempo. Se existiu, já não existe. Existiu, logo existe
porque sabemos que naquele tempo havia um homem e
existirá, enquanto alguém contar sua história. Era um ser
humano que estava lá, ‘naquele tempo’, e só seres
humanos podem contar sua história porque só eles sabem
o que aconteceu ‘naquele tempo’. ‘Aquele tempo’ é o
tempo dos seres humanos, o tempo humano.
Um homem estava ‘lá’, naquele tempo. Estava lá e não
aqui. No entanto, está aqui e permanecerá, enquanto
alguém narrar aqui a sua saga. Era um homem quem
‘estava lá’ e, apenas os seres humanos podem situá-lo
‘lá’, pois só eles sabem a respeito de ‘aqui’ e ‘lá’,
categorias que constituem o espaço dos seres humanos, o
espaço humano.”
Agnes Heller
Contato
Andréa Maria Zabrieszach Afonso dos Santos
Museóloga: Corem 139 -I
(011) 96520-6767
[email protected]
Download

Conservação Preventiva