Cultura 39 Projeto reúne narrativas orais amazônicas e subsidia pesquisas nas áreas de letras, literatura, antropologia, sociologia e psicologia, entre outras Valda Rocha “Aquele não era um doente comum... Contavam os pescadores lá do alto Amazonas... Tinha dois pescadores, pescavam juntos. Quando foi um dia, aconteceu que um dos pescadores feriu o boto. Estavam pescando. Aí, passou uns dias, ... aconteceu que nesse dia, o outro não foi com ele pescar. Ele foi só. Aí, então, ele estava muito longe, e aí veio aquela canoa cheia de soldado. Aí, encostou na canoa junto dele e disse: - Mas por quê? O que eu fiz? - Não sei o quê, mas você está preso, e vamos logo. Aí, ele embarcou na canoa e saiu, quando chegou no meio do rio, aí, ele disse: - Agora feche os olhos. Aí, ele fechou o olho, e quando mandaram ele abrir, diz que tinha um palácio. Aí, mas tudo era boto...” dez|2002 40 Cultura O trecho na página anterior, de uma das muitas lendas contadas sobre o boto, é uma pequena amostra do rico universo do imaginário popular da região amazônica. Sua construção é conseqüência da miscigenação cultural que marca a história do Brasil, com presença marcante de mitos greco-latinos, indígenas e africanos. Ao constatar as muitas influências dos mitos na cultura da Amazônia paraense, Maria do Socorro Simões, do Centro de Letras e Artes (CLA) da Universidade Federal do Pará (UFPA) idealizou o projeto “O Imaginário nas Formas Narrativas Orais Populares da Amazônia”, em 1995. O Ifnopap nasceu com o propósito de reunir em um banco de dados o maior número possível de histórias contadas na região, mas, “à medida que as narrativas chegavam às nossas mãos, ficávamos deslumbrados com as possibilidades de análise em níveis e abrangência diferenciados”, conta Maria do Socorro. O projeto previa, desde o início, o contato direto com a população. Para realizar a coleta de material, a equipe da UFPA contou com a participação de professores e alunos dos oito campi avançados da Universidade, situados nos municípios de Abaetetuba, Altamira, Bragança, Cametá, Castanhal, Marabá, Marajó e Santarém, além dos pesquisadores do CLA do campussede, que fica em Belém. O regis- Até o momento, foram reunidas 5.300 narrativas, contadas por cerca de 2.000 informantes tro foi realizado em fitas cassete e, em alguns casos, de vídeo. Para a transcrição do material gravado, o principal procedimento adotado foi a manutenção de todas as características da fala do informante, respeitando o vocabulário, a construção de frases e a pontuação, entre outras. De 1995 até hoje, foram reunidas cerca de 5.330 narrativas, de aproximadamente dois mil informantes. Falta ainda a finalização dos trabalhos de coleta em dois campi: Cametá e Marajó. Pesquisa Tendo como matéria-prima o banco de dados criado pelo Ifnopap, já foram publicados nove livros; dois CD-ROMs; e 14 dissertações de mestrandos da UFPA, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade de São Paulo (USP), além de quatro teses de doutorado desenvolvidas nas universidades federais de Pernambuco e de Minas Gerais e na Unicamp. As histórias cadastradas também subsidiaram monografias de cursos lato sensu, artigos e trabalhos de conclusão de cursos de graduação. Muitos desses trabalhos obtiveram financiamento; porém, atualmente o projeto está sem o apoio de órgãos de fomento. O Ifnopap subsidia pesquisas nas áreas de antropologia, psicologia, métodos e técnicas de ensino, lingüística, sociolingüística, dialetologia, letras, literatura brasileira e literatura comparada. Um desses trabalhos, desenvolvido nas subáreas de semiótica e narrativa, fez interessantes descobertas sobre as diferenças nas formas de contar histórias. Intitulado “Análise Estrutural de Narrativas”, o estudo foi coordenado por Maria do Socorro e Christophe Golder e pretendia encontrar, por meio da análise da tipologia de gênero das histórias amazônicas, algo que as distinguisse da estrutura clássica da narrativa. Depois de quatro anos de trabalho, que somou análises morfológicas (escrita formal das palavras), sintáticas (disposição das palavras na frase e das frases no discurso) e lexicais (repertório de palavras), não foram encontradas muitas variações em relação às fórmulas do conto tradicional, definidas pelo lingüista russo Vladimir Propp no livro “A Morfologia dos Contos Maravilhosos” (veja quadro na pág. 3). No entanto, algo chamou a atenção da equipe de pesquisadores. Foi o que os semioticistas chamam de “elementos periféricos de um texto”, ou seja, tudo o que não faz parte efetivamente da estrutura básica da narrativa, mas sim de uma dez|2002 Cultura A fórmula dos contos O lingüista russo Vladimir Propp criou, a partir da análise de contos infantis russos, uma fórmula estrutural para as narrativas, que descreveu no livro “A Morfologia dos Contos Maravilhosos”. Na concepção de Propp, os contos contêm três seqüências, subdivididas em 31 funções (que estão ligadas às ações dos personagens no desenrolar da trama). De acordo com a fórmula, nem todos os contos contêm as 31 funções; porém, são sempre divididos em três seqüências. Maria do Socorro Simões idealizou o projeto ao constatar as muitas influências dos mitos na cultura da Amazônia paraense Na seqüência preparatória ou inicial, as funções são sete: afastamento/ausência (um dos membros da família se afasta de casa); interdição/proibição (ao herói impõe-se uma proibição ou regra); transgressão; interrogação (o agressor tenta obter informações); informação; engano (o agressor tenta enganar sua vítima para se apoderar dela ou de seus bens); e cumplicidade involuntária (a vítima se deixa enganar e ajuda assim seu inimigo sem saber). A seqüência seguinte é composta por mais 11 funções: malfeitoria e falta (o agressor faz mal a um dos membros da família; falta qualquer coisa a um dos membros ou este deseja possuir algo); envio em socorro (a notícia da malfeitoria ou da falta é divulgada e dirige-se ao herói um pedido ou uma ordem. Este é mandado em expedição ou deixa-se que parta por sua própria vontade); empreendimento reparador (o herói aceita ou decide agir contra o agressor); partida; prova imposta pelo doador (o herói é testado, interrogado, colocado à prova e, como resultado, recebe um objeto ou um auxiliar mágico); reação (o herói reage às ações do futuro doador); posse do objeto mágico; transferência (o herói é transportado até perto do local onde se encontra o objetivo da sua demanda); combate (o herói e seu agressor defrontamse); marca (o herói recebe uma marca); vitória (o agressor é agredido); e reparação (da malfeitoria inicial ou falta). A seqüência final é dividida em 12 partes. São elas: volta (do herói); perseguição; socorro; chegada incógnita (o herói chega incógnito à sua casa ou a outro país); pretensões falsas (do falso herói); tarefa difícil (proposta ao herói); tarefa cumprida; reconhecimento; descoberta (o falso herói é desmascarado); transfiguração (o herói recebe uma nova aparência); punição (o falso herói ou agressor é punido); e casamento (o herói casa-se e sobe ao trono). Alguns pesquisadores acreditam que a adoção dessas invariantes estabelecidas pelo lingüista russo ajudam a compreender a estrutura das obras infantis, bem como permitem entender as convergências e divergências entre os personagens infantis dos contos para adultos e as personagens infantis das histórias para crianças. Fotos Alexandre Moraes dez|2002 Maria do Socorro (ao centro, de chapéu) e a coordenação do Ifnopap, a bordo do Catamarã Pará 41 42 Cultura variedade lexical particular de cada região. Os contadores trazem consigo uma espécie de dialeto próprio, resultado de um repertório composto a partir das influências dos colonizadores e do contexto e paisagem em que vivem. É comum, por exemplo, nas histórias de príncipes e princesas, os protagonistas dormirem em rede e os castelos estarem situados às margens dos rios que cortam a região. A coordenadora da pesquisa conta também que, com muita freqüência, encontram-se resquícios da fala do colonizador português em expressões confundidas com “a maneira de falar da população amazônica”,como é o caso de “obra de”,“ilharga”,“carecer”e“enrascado”. E por falar em enrascado, quem ficou nessa situação foi o pescador, do começo da reportagem, que se viu em um mundo de boto, sem saber o porquê. “...Só era boto, e chegou lá no quarto, estava o boto lá deitado. Estava doente com ferimento, e disse: - Você está vendo esse boto, aí? É aquele que, aquele dia, que você andava pescando, você furou. Acertou ele.Ele está doente. Você vai tratar dele, se ele ficar bom, você volta, se ele não fica, você vai ficar aqui. Tinha uma velha, se deu com ele, aí, ensinava remédio pra ele. Aí, tudo o que a velha ensinava ele fazia, né, e, aí, o boto foi se recuperando. E deixa, que, lá, a falta do pescador... Aí, foram perseguir o outro, para dar conta do amigo, né, que pescavam junto. E, sem ele saber, foi preso esse rapaz. Quando ninguém mais lembrava, ele apareceu. Aí, contava a história. Amarelo, cabeludo, aí, contava: Olha, eu estava tratando daquele boto. Contava pra eles que nós estava pescando, aí acertamos ele. E eu só voltei porque ele ficou bom, se ele não tivesse ficado bom, eu tinha ficado lá.” Imaginário sensual Lendas como as do Boto, da Iara, da Vitória Régia e das Amazonas percorrem os muitos cantos do Brasil, envolvendo o imaginário popular em uma atmosfera de pura sensualidade. Da descrição física dos personagens às situações narradas, elas denotam a beleza e a sensualidade como características irrefutáveis das narrativas. No caso do Boto, por exemplo, a lenda sempre vem acompanhada da descrição de um rapaz bonito, elegantemente vestido em linho branco, de chapéu na cabeça e que, por ser altamente sedutor, conquista mulheres jovens e bonitas, casadas ou não, em festas que freqüenta às margens dos rios. As histórias contam também que muito da sedução do Boto está ligada ao olhar, e é por isso que o olho do boto é usado como amuleto na arte da conquista pelos moradores da região amazônica. A versão feminina do boto, Iara, mantém a tradição e é conhecida também pelo encantamento que exerce sobre os homens através do olhar. Iara é uma linda mulher mo- rena, de cabelos negros e olhos castanhos. Os homens que a vêem nua a banhar-se nos rios não conseguem dominar seus desejos e atiram-se às águas. Muitos não voltam e, os que o fazem, vêm assombrados, descrevendo castelos, séquitos e cortes de encantados. Para a coordenadora do Ifnopap, muito desse imaginário deve-se ao clima tropical do país, cheio de sol e umidade, somado à presença de corpos morenos e ao encanto da paisagem. “Além disso, é difícil dissociar esses fatores da herança deixada por um colonizador romântico, apaixonado e movido por uma sexualidade extremada.” dez|2002 Cultura 43 A volta das grandes expedições Objetivo das viagens do Catamarã Pará é conhecer e discutir in loco as manifestações culturais Como nos tempos da colonização, o Ifnopap trouxe de volta ao Brasil as “grandes expedições”. As atuais são realizadas a bordo do navio Catamarã Pará. Segundo Maria do Socorro, a escolha pelo uso de um navio foi a melhor maneira de levar os pesquisadores aos lugares onde estão os maiores repertórios de histórias amazônicas. “O nosso acervo é, em sua grande parte, vindo do interior; portanto, os encontros acadêmicos promovidos pelo Ifnopap tornaram-se muito mais legítimos com as visitas às populações ribeirinhas, tanto do ponto de vista da paisagem quanto pela convivência com o homem dessas regiões”, explica. Essa convivência é facilitada pela organização de uma série de eventos, que atendem tanto à demanda dos pesquisadores já envolvidos e convidados, como também da população local, já que, na programação dos encontros, há espaço para atividez|2002 dades acadêmicas, mas também acontecem gincanas, festas folclóricas e exposições de artesanato, como forma de resgate das manifestações culturais locais. Caminho encontros consecutivos no Centro de Letras e Artes (CLA), com a participação de profissionais das áreas de psicologia, antropologia, sociologia, lingüística, teoria da literatura e outras disciplinas afins. O tema foi “Narrativa oral e imaginário amazônico”. Esse contato direto com a A partir de 1999, a coordenapopulação ribeirinha é fruto de ção do projeto considerou funum processo que começou no momento em que os pesqui- damental percorrer os rios da sadores e alunos envolvidos no Amazônia. Assim teve início a projeto desde o início viram-se às voltas com determinados conceitos não ligados especificamente à área de letras. Então, notaram que era hora de interagir com outras áreas do conhecimento, para ampliar Projeto resgatou festa folclórica no município o enfoque das pes- de Oriximiná. À direita, torre da igreja de Santo quisas desenvolvi- Antônio (padroeiro da cidade) enfeitada para a das a partir do acer- homenagem ao santo. À esquerda, o Catamarã vo do Ifnopap. Fo- Pará iluminado para a procissão do Círio ram realizados dois Noturno Fluvial 44 Cultura Contato com populações ribeirinhas surgiu a partir da necessidade de interação com outras áreas do conhecimento participação do Catamarã Pará. O navio, a cada encontro, acolhe cerca de 140 pessoas durante oito dias, percorrendo um dos rios que compõem a bacia fluvial da Amazônia. A embarcação foi cedida ao projeto pelo Governo do Estado do Pará. Para a realização dos encontros, existe uma parceria entre a UFPA, o Governo do Estado e a Eletronorte (concessionária de energia elétrica que atende o Estado do Pará). A primeira expedição percorreu o médio Amazonas até o rio Tapajós, em Santarém. No ano seguinte, o grupo rumou para Oriximiná, cidade às margens do rio Trombetas. Ao grupo de pesquisadores convidados dessa expedição, somaram-se profissionais da área de biodiversidade e, às discussões acadêmicas, foram incorporadas as questões ligadas ao impacto sobre as manifestações culturais da Amazônia, tendo em vista as agressões sofridas pelo meio ambiente, enfocadas a partir de então em todos os encontros anuais. A pauta desse encontro reservou espaço também para a preservação de uma tradição. A coordenação do Ifnopap foi informada de que havia uma prática muito particular daquela região que estava quase extinta. O Círio Noturno Fluvial, uma festa em homenagem a Santo Antônio, padroeiro da região, não mais contava com a participação popular como anteriormente. O Círio é uma procissão, realizada sempre no segundo domingo do mês de agosto, para a qual os moradores da cidade confeccionam pequenas “barquinhas”, a partir de pedaços de tronco de miriti (uma palmeira da região cuja madeira flutua). As embarcações são colocadas sobre as águas do rio, tendo ao centro uma vela acesa e, em torno dela, papel de seda colorido para proteger a chama do vento. Elas seguem à frente do cortejo, levadas pela brisa. Sabendo do desinteresse da população por essa festa folclórica, uma equipe do Ifnopap esteve no local durante todo o primeiro semestre de 2000, antes da realização do IV Encontro, nos meses de julho e agosto. O objetivo foi visitar escolas e mobilizar os professores de educação artística, para que estimulassem as crianças a fazer suas próprias barquinhas e participar do Círio. “Foi uma belíssima surpresa. Mais de cinco mil barquinhas iluminadas participaram da homenagem em 2000, propiciando uma imagem indescritível”,emociona-se Maria do Socorro. Seqüência A expedição chegou, em 2001, ao arquipélago de Marajó, onde é possível encontrar resquícios da presença do colonizador português, como, por exemplo, nas ladainhas e outras manifestações religiosas típicas. Os profissionais do Ifnopap atestam que os moradores fazem as apresentações das ladainhas em latim. Quem ensinou? “Isto é resultado do aprendizado que passa de geração a geração, desde o tempo da colonização”, conta a coordenadora. Em 2002, os participantes do VI Encontro percorreram o rio Xingu, com saída do porto da capital do Pará e chegada no campus da UFPA localizado na cidade de Altamira. No desembarque, pesquisadores, alunos e professores participaram de palestra com técnicos da Eletronorte . O tema foi a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Xingu, e o desafio de ter ou não afetadas as manifestações culturais presentes na região, devido à instalação de 20 turbinas, entre outras grandes alterações. Segundo Maria do Socorro, os participantes ficaram convencidos de que a construção da usina pode constituir um projeto importante para o desenvolvimento da região. “Porém, não perdemos de vista a necessidade de estarmos atentos para o impacto ambiental que pode ser ocasionado”, avisa. dez|2002 Cultura Frutos do imaginário caboclo O projeto Ifnopap, que inicialmente tinha a proposta de mapear e registrar as histórias, lendas e mitos que fazem parte do cotidiano da população da Amazônia paraense, tornou-se um meio para o desenvolvimento de atividades muito diversificadas. Entre seus inúmeros frutos estão as três coletâneas da série “O Pará conta...”, nas quais é possível conhecer as narrativas, nos títulos “Abaetetuba conta...”, “Santarém conta...” e “Belém conta...”. Extensão E o imaginário caboclo também entrou na era digital... Está funcionando, em fase experimental, o Portal da Amazônia na Internet, onde os visitantes podem encontrar um grande número de informações sobre a região. A equipe do Ifnopap transformou o próprio Portal em um laboratório. O programa de inserção de conteúdos está sendo viabilizado por um grupo de técnicos, professores e bolsistas que têm se dedicado a criar ferramentas adequadas às necessidades dos materiais a serem disponibilizados. “A finalidade é facilitar a relação do usuário com o conteúdo, tanto para consulta quanto para download, ou mesmo com a inserção de material”, complementa a coordenadora do projeto. Também os professores da rede pública estão participando do chamado Laboratório de Apoio Pedagógico em Letras (Lapel). A proposta é contribuir com a qualificação de três mil docentes nas áreas de línguas e códigos, língua estrangeira moderna, arte e educação, por meio de ações que vão de palestras a cursos de especialização e aperfeiçoamento. O Lapel é fruto de uma parceria entre a UFPA e a Secretaria de Educação do Estado do Pará. O Ifnopap desenvolve também trabalhos de extensão universitária. O projeto leva a alunos do ensino fundamental e médio exposições, oficinas, palestras, conferências e mesas-redondas, enfocando sempre as manifestações culturais da Amazônia paraense. Essas atividades são realizadas durante os encontros anuais do projeto, promovidos nos municípios onde aportam os tripulantes e passageiros do Catamarã Pará. Projeto desenvolve atividades com alunos e professores do ensino fundamental e médio. Na foto, oficinas de máscaras e de desenho e pintura Próxima parada O encontro deste ano irá seguir o curso do rio Tocantins, que atravessa grande parte da Amazônia paraense. O caminho a percorrer de 25 de julho a 2 de agosto será Belém-AbaetetubaCametá-Tucuruí. Informações podem ser obtidas nos telefones (91) 211-2017 ou 211-1501. dez|2002 Quanto ao futuro, a coordenadora revela um sonho: transformar o Catamarã Pará em campus flutuante, levando o ensino, a pesquisa e a extensão aos cantos mais distantes do Pará. Ela afirma que, sempre que um pesquisador vai a campo, em busca do registro de elementos do imaginário caboclo, tem-se uma nova oportunidade para novos informantes, novas narrativas em novas circunstâncias, assim como possibilidades de desenvolver atividades que resgatem a cultura da Amazônia. “Dessa forma, tem-se como certo que a prática de contar não vai desaparecer. Haverá sempre um bom contador, disposto a fazer seus relatos, e ouvintes atentos às saborosas histórias”. 45