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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Dirceu Martins Rodrigues
ANÁLISE DO PADRÃO DE DESLOCAMENTO DE ATLETAS DURANTE UMA
PARTIDA DE FUTEBOL AMADOR.
CURITIBA
2010
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ANÁLISE DO PADRÃO DE DESLOCAMENTO DE ATLETAS DURANTE UMA
PARTIDA DE FUTEBOL AMADOR.
CURITIBA
2010
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Dirceu Martins Rodrigues
ANÁLISE DO PADRÃO DE DESLOCAMENTO DE ATLETAS DURANTE UMA
PARTIDA DE FUTEBOL AMADOR.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso
de Educação Física da Faculdade de Ciências
Biológicas e de Saúde da Universidade Tuiuti do
Paraná, como requisito parcial para obtenção do título
de Bacharel em Educação Física
Professor Orientador: Fabiano Salgueirosa
CURITIBA
2010
3
TERMO DE APROVAÇÃO
Dirceu Martins Rodrigues
ANÁLISE DO PADRÃO DE DESLOCAMENTO DE ATLETAS DURANTE UMA
PARTIDA DE FUTEBOL AMADOR.
Esta dissertação foi julgada e aprovada para obtenção do título de bacharel em Educação Física
no programa de Educação Física da Universidade Tuiuti do Paraná.
Curitiba, 16 de junho de 2010
______________________________
Educação Física
Universidade Tuiuti do Paraná
Orientador:
Ass:_________________________________
Prof. Ms. Fabiano de Macedo Salgueirosa
Universidade Tuiuti do Paraná.
Ass:_________________________________
Prof. Ms. Cynthia Maria Rocha Dutra
Universidade Tuiuti do Paraná
Ass:_________________________________
Prof. Ms. Euza Cagnato
Universidade Tuiuti do Paraná
CURITIBA
2010
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha mãe Sueli Martins e aos meus dois filhos Paulo Francisco
Garrote Rodrigues e Miguel Augusto Garrote Rodrigues, pessoas que amarei por toda a
minha vida.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por estar aqui, a minha família por me apoiar durante
estes quatro anos, aos meus professores e principalmente aos colegas de classe, que sem
eles com certeza eu não teria chegado ao final do curso... Obrigado!
6
LISTA DE TABELAS
TABELA 1- Estatística descritiva da idade, estatura, massa corporal e tempo jogado........... 29
TABELA 2- Estatística descritiva da relação do deslocamento andando e o tempo jogado.. 30
TABELA 3- Estatística descritiva da relação do deslocamento trotando e o tempo jogado.... 31
TABELA 4- Estatística descritiva da relação do deslocamento para trás e o tempo jogado.. 32
TABELA 5- Estatística descritiva da relação do deslocamento lateral e o tempo jogado...... 32
TABELA 6- Estatística descritiva da relação do deslocamento sub máximo e o tempo
jogado....................................................................................................................................... 33
TABELA 7- Estatística descritiva da relação do deslocamento em sprint e o tempo jogado. 34
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LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1- Média em distância (m) dos sprints realizados........................................... 35
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 10
1.1 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 10
1.2 PROBLEMA ............................................................................................................ 11
1.3 OBJETIVO............................................................................................................... 11
1.3.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 11
1.3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO ..................................................................................... 11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 12
2.1 CARACTERÍSTICAS DAS VALÊNCIAS FÍSICAS MAIS EXIGIDAS NO FUTEBOL 12
2.1.1 FORÇA ................................................................................................................. 12
2.1.2 VELOCIDADE ...................................................................................................... 13
2.1.3 RESISTÊNCIA ..................................................................................................... 15
2.1.4 AGILIDADE .......................................................................................................... 17
2.1.5 COORDENAÇÃO MOTORA ................................................................................ 17
2.2 CARACTERÍSTICAS DE UMA PARTIDA DE FUTEBOL ......................................... 17
2.2.1 ESFORÇO FÍSICO ............................................................................................... 17
2.2.2 DISTÂNCIA PERCORRIDA .................................................................................. 18
2.2.3 TIPOS DE DESLOCAMENTOS ........................................................................... 19
2.2.4 CONTATO COM A BOLA...................................................................................... 20
2.3 PERIODIZAÇÃO NO FUTEBOL ............................................................................ 21
2.3.1 PERÍODO PREPARATÓRIO ................................................................................ 22
2.3.2 PERÍODO PREPARATÓRIO I .............................................................................. 22
2.3.3 PERÍODO PREPARATÓRIO II ............................................................................. 23
2.3.4 PERÍODO DE COMPETIÇÃO .............................................................................. 24
2.3.5 PERÍODO TRANSITÓRIO ................................................................................... 25
3 METODOLOGIA ....................................................................................................... 26
3.1 TIPO DE PESQUISA ............................................................................................... 26
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA .................................................................................... 26
3.2.1 POPULAÇÃO ....................................................................................................... 26
3.2.2 AMOSTRA ............................................................................................................ 26
3.3 MATERIAL............................................................................................................... 27
3.4 COLETA DE DADOS ............................................................................................... 27
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................. 29
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 36
6 SUGESTÕES ............................................................................................................. 38
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 39
ANEXOS ...................................................................................................................... 41
9
RESUMO
ANÁLISE DO PADRÃO DE DESLOCAMENTO DE ATLETAS DURANTE UMA
PARTIDA DE FUTEBOL AMADOR.
O presente estudo tem por o objetivo analisar o tempo e a distância em que o atleta atua
em velocidade máxima, trotando ou andando durante uma partida de futebol amador. A
amostra escolhida foi composta por 15 atletas de futebol amador de um time de Campina
Grande do Sul – PR, e teve como instrumento de pesquisa a observação direta. Para a
análise dos dados foi utilizada o teste de Withers et al.(1982), com o intuito de descobrir a
passada específica de cada deslocamento. Os principais resultados mostraram que os
atletas percorreram em média 5253,73m (incluindo o goleiro), durante o jogo, em
diferentes tipos de deslocamentos, sendo que o deslocamento mais utilizado foi o trote e o
menos utilizado foi o sprint. Em relação ao tempo, dos 92 minutos analisados, andaram em
torno de 26,08 %, trotaram 18,74%, deslocaram-se para trás 8,37% , deslocaram-se
lateralmente 8,30%, realizaram deslocamento sub máximo em 3,84% , em sprint 3,84% e
ficaram parados 26,19%. A média da distância dos sprints realizados foi de 14,56m, sendo
que a posição de lateral obteve uma média de 21m, o meio campo 15m, o lateral 12,75, o
atacante 11m e o goleiro 7,5m.
Palavras–chaves: futebol, distância, intensidade, velocidade.
10
1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
O futebol está em constante evolução. Nos primórdios da história predominava o
futebol romântico, onde a classe e a habilidade eram requisitos fundamentais para
qualificar um atleta de alto nível, mas atualmente os jogos estão se tornando cada vez
mais dinâmicos, predominando um forte preparo físico dos atletas. O desenvolvimento
das capacidades físicas mudou totalmente o ritmo das partidas, influenciando até mesmo
nos esquemas táticos. O futebol moderno exige que os atletas realizem vários tipos de
deslocamentos, com muitos movimentos de impacto, e com constantes mudanças de
intensidade, embora predomine a caminhada e o trote. A imprevisibilidade das ações
exige que os atletas estejam em um ótimo condicionamento para reagir aos diferentes
estímulos, então podemos observar que o futebol exige uma atenção especial em relação
aos esforços realizados, bem como uma ótima utilização das fontes energéticas. Portanto
o futebol atual necessita de uma equipe multidisciplinar, envolvendo um bom preparador
físico, nutricionista, fisiologista, com um profundo conhecimento das características
individuais, para que possam elaborar e traçar diretrizes de treinamentos, com o intuito de
obter o máximo rendimento do atleta.
Justifica- se a realização do presente estudo, pela necessidade de detectar os tempos
e os espaços percorridos em velocidade máxima, trotando ou andando, observando de
11
forma exata a distância total e o perfil da velocidade de cada atleta, durante uma partida
de futebol amador.
1.2 PROBLEMA
Qual é o tempo e a distância em que um atleta de um time de futebol amador de
Campina Grande do sul atua em velocidade máxima, trotando ou andando durante uma
partida de futebol amador.
1.3 OBJETIVO
1.3.1 Objetivo Geral
Investigar o tempo e a distância em que um atleta de um time de futebol amador de
Campina Grande do Sul atua em velocidade máxima, trotando ou andando durante uma
partida de futebol amador.
1.3.2 Objetivo Específico
•
Aferir o perfil antropométrico dos atletas;
•
Observar o tempo que cada deslocamento é efetuado;
•
Analisar a distância dos deslocamentos em relação à posição ocupada;
•
Avaliar a média das distâncias dos deslocamentos em velocidade máxima (sprint).
12
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CARACTERÍSTICAS DAS VALÊNCIAS FÍSICAS MAIS EXIGIDAS NO
FUTEBOL
As principais qualidades físicas mais exigidas no futebol são: Força, velocidade,
resistência, agilidade e coordenação motora. Estas qualidades físicas podem ser definidas
como todo atributo treinável de um organismo, portanto passível de adaptações, e toda
adaptação envolve uma qualidade física.
A condição física, que é o nível de desenvolvimento das capacidades motoras,
pode ser melhorada ou desenvolvida através de treinos específicos, o que pode garantir
uma melhor eficácia nos movimentos desportivos, em atividades individuais ou coletivas.
2.1.1 Força
É a qualidade física que permite o músculo ou um grupo de músculos produzir
uma tensão, e vencer uma resistência na ação de empurrar, tracionar ou elevar (TUBINO,
1990).
De acordo com a forma de observação, existem vários tipos de força:
Sob o aspecto do tipo de trabalho do músculo, a força pode ser:
13
• Força Estática: Ocorre quando a força muscular se iguala á resistência não
havendo, portanto movimento (DANTAS, 1998);
• Força Dinâmica: é o tipo de qualidade na qual a força muscular se diferencia da
resistência produzindo movimento (DANTAS, 1998);
• Sob o aspecto das principais formas de exigência motora envolvida, a força pode
ser:
• Força Máxima: Representa a maior força disponível, no qual o sistema
neuromuscular pode mobilizar através de uma contração máxima voluntária.
• Força Rápida: Representa a maior força disponível que o sistema neuromuscular
pode mobilizar através de uma contração máxima voluntária.
• Resistência de Força: Capacidade de resistência á fadiga em condições de
desempenho prolongado de força (WEINECK, 2000).
• Força Explosiva: É a capacidade de desenvolver esforço máximo no mínimo
intervalo de tempo possível (GOMES, 1999);
2.1.2 Velocidade
É a capacidade, com base na mobilidade dos processos do sistema nervoso e a
capacidade de desenvolvimento da força muscular, de completar ações motoras, sob
determinadas condições, no menor tempo possível (WEINECK, 2000).
Podemos dividir velocidade em três tipos:
14
• Velocidade de reação: È a capacidade de reagir a estímulos externos com uma
demora mínima;
• Velocidade acíclica: Movimentos em pequenos espaços, em ações isoladas;
• Velocidade Cíclica: Movimentos repetidos em velocidade ou corridas de
velocidade, em espaços amplos, com ações para se ganhar espaço na forma de
acelerações e de corridas.
A velocidade de movimento com e sem bola, bem como a velocidade de ação, são
aptidões secundárias de suma importância em um jogo de futebol.
A velocidade do jogador de futebol é uma qualidade física complexa formada por
diferentes capacidades parciais psicofísicas (WEINECK, 2000), são elas:
• Velocidade de Percepção: Capacidade de percepção de situação de jogo e sua
modificação no menor espaço de tempo possível;
• Velocidade de antecipação: Capacidade de adiantar-se durante o desenvolvimento
do jogo, de acordo com o comportamento do adversário direto no menor tempo
possível;
• Velocidade de decisão: Capacidade de decidir - se no menor tempo possível por
possibilidade potencial de ação;
• Velocidade de reação: capacidade de reagir na menor unidade de tempo possível a
situações não previstas do desenvolvimento do jogo;
• Velocidade de movimentos cíclicos e acíclicos: Capacidade de realização de
movimentos cíclicos e acíclicos, sem bola em ritmo intenso;
15
• Velocidade de ação: capacidade de realização rápida de ações específicas de jogo
sob pressão por parte do adversário e do tempo;
• Velocidade e habilidade: Capacidade de reagir o mais rápido e eficiente possível no
jogo, com a inclusão de suas responsabilidades cognitivas, técnico- táticas e de
condição física.
Segundo WEINECK (2000), também temos a velocidade de ação com a bola, que
tem como base às capacidades parciais da velocidade, ou seja a capacidade de percepção,
de antecipação, de decisão e de reação, que representa um componente coordenativo /
técnico de velocidade de futebol. Já em contrapartida, temos a velocidade de movimentos
com bola que tem componentes técnicos/ coordenativos como toque de bola e as
habilidades técnicas.
2.1.3 Resistência
Resistência é a qualidade física que permite um esforço proveniente de um
exercício prolongado, durante um determinado tempo. Temos diferentes tipos de
resistências:
• Resistência Muscular Geral: envolve mais de 1/6 de toda a musculatura esquelética
e é limitada principalmente pelo sistema cardiovascular respiratório (WEINECK,
2000);
16
• Resistência Muscular Localizada (RML): Refere-se à capacidade de um
determinado músculo ou grupo muscular suportar repetidas contrações (DANTAS,
1998);
• Resistência Aeróbica: é aquela cuja principal característica é apresentar uma
intensidade pequena e um volume grande, ou seja, um longo tempo de execução da
atividade. É a manifestação global do organismo (DANTAS, 1998);
• Resistência Anaeróbica: É realizada em alta intensidade, porém com pequena
duração. Na resistência anaeróbia, o abastecimento de oxigênio, devido a grande
intensidade da carga é insuficiente para a queima oxidativa, e a energia é obtida
anoxidativamente (WEINECK, 2000);
• Resistência Dinâmica: É a capacidade de resistência ao cansaço durante um
esforço dinâmico com o emprego de mais de 60 a 70% da musculatura total do
esqueleto, durante uma intensidade de movimento superior a 50 % da capacidade
máxima da carga circulatória e com uma duração de carga que oscila entre 3 e 5
minutos.
• Resistência Estática: É a capacidade de permanecer em determinada posição por
determinado tempo. Relaciona com a postura (WEINECK, 2000).
17
2.1.4 Agilidade
Segundo TUBINO (1990), agilidade é a qualidade física que permite mudar a
posição do corpo no menor tempo possível.
No futebol, a agilidade se refere à capacidade de direção de forma rápida e eficaz,
mover-se com facilidade no campo ou fingir ações que enganem o adversário na sua
frente (BOMPA, 2002).
2.1.5 Coordenação Motora
Em geral, sob coordenação compreende-se a ação conjunta do sistema nervoso
central e da musculatura esquelética, dentro de uma sequência de movimento objetivo
(WEINICK, 2000).
As capacidades coordenativas podem ser divididas em capacidades coordenativas
gerais e capacidades coordenativas específicas. As gerais resultam da instrução geral para
a movimentação recrutada em diversas modalidades esportivas. Enquanto que as
específicas, se referem à movimentação específica característica em determinados
esportes.
2.2 CARACTERÍSTICAS DE UMA PARTIDA DE FUTEBOL
2.2.1 Esforço físico
18
Durante o tempo regulamentar em uma partida de futebol, ocorrem muitas ações,
são realizados movimentos de alta intensidade, o que não ultrapassa 7 minutos em média,
o que é considerado um volume baixo de atividades. SOUSA et al (2003) , afirma que os
movimentos de atividade de explosão, ou de alta intensidade são provenientes de sprints,
saltos, arremates, mudança brusca de direção ou de sentido, bem como as acelerações e
desacelerações.
Segundo WEINECK (2000), um jogador de futebol realiza em média algum tipo
de movimento explosivo em até 70 vezes durante uma partida, com uma aceleração
aproximada de 5 a 15 metros, desta forma estimulando muito o sistema neuromuscular,
caracterizando o futebol como uma modalidade fisicamente muito exigente, por realizar
atividades frequentes e bruscas de alta intensidades, exigindo do atleta um forte stress
fisiológico.
2.2.2 Distância percorrida
Um jogador de alto nível percorre em média 11 Km por partida, sendo que no
primeiro tempo se percorre de 5 a 9 % a mais que no segundo período, distância esta
distribuída em vários níveis de intensidade, é o que afirma SHEPARD (1999), segundo
ele um atleta de alto nível percorre 25% do tempo andando, 37% em corrida normal
(trote), 20% em intensidade sub máxima, 11% realizando sprint e 7% andando ou
correndo de costas, este último quase sempre sem a posse da bola.
19
2.2.3 Tipos de deslocamentos
Quanto aos diferentes tipos de esforço realizado no futebol COMETTI (2002)
afirma que durante uma partida de futebol, 35% do tempo o atleta fica em repouso, 40%
do tempo realiza movimentos lentos, 20%realiza atividades de intensidade média e apenas
5% realiza movimentos de alta intensidade ou explosivos. Os tipos de deslocamentos,
podem ser variados em uma partida de futebol, segundo SANTOS et al (1997), apud
BANGSBO (1996), durante os 90 minutos, os atletas ficam parados cerca de 10 minutos,
andam 3,4 Km por 30 minutos, trotam 3,2 Km durante 25 minutos, correm em velocidade
baixa de 2,5 Km por 10 minutos, realizam velocidade moderada de 1,7 Km perto de 5
minutos, em velocidade alta de 700 metros em pouco menos de 1 minuto, e ainda
correndo de costa ou lateralmente em média 200 metros, em pouco menos de 1 minuto.
Os jogadores que compõem o setor de meio campo são os que mais distâncias
percorrem, em velocidade baixa, porém, com uma frequência e duração maior quando
realizam movimentos de alta intensidade, realçando a importância tática que essas
posições ocupam durante o jogo, já os atacantes são os que realizam o maior número de
sprints, porém com distância curta, são também os que percorrem menor distância entre
os demais atletas (com exceção do goleiro), enquanto que os alas ou laterais são os que
mais correm em alta intensidade e em distância maiores, é o que confirma SANTOS et al
(1997), apud BANGSBO (1996) , descrevendo sobre a importância dos variados tipos de
deslocamentos, que cada posição exige.
20
Ainda, segundo SANTOS et al (1997), apud BANGSBO (1996), independente de
ser jogos da primeira ou segunda divisão, os atletas percorrem em média a mesma
distância, Porém os atletas da categoria de elite, realizam atividades de alta intensidade
com mais frequência, o que evidência que quanto maior o nível técnico da partida mais
intenso são os movimentos. Já a distância percorrida com a bola varia entre 1 a 3 % da
distância total percorrida, com uma leve diferença positiva para os atletas da primeira
divisão, que valorizam mais a posse e a condução da bola.
2.2.4 Contato com a bola
O tempo médio que cada jogador fica de posse da bola é de 1,3 minutos, em
equipes de alto nível os jogadores correm com a bola uma vez a cada 30 segundos e
realizam em média 1 sprint (geralmente curto) com posse da bola, de 2 a 3 segundos,
afirmou SHEPARD (1999).
Com relação ao tempo em que a bola permanece em jogo, SHEPARD (1999),
afirma que em um jogo de alto nível ela permanece em média de 52 a 66 minutos, e neste
período cada jogador efetua em média 29 passes, recebe 34 passes, dribla 5 vezes, efetua
2 chutes a gol e realiza cerca de 20 interceptação, e ainda durante uma partida existem de
900 a 1000 ações com bola, na qual estão incluído 350 passes com um toque e 150 com 2
toques, e até alcançar o gol adversário uma equipe realiza em média de 16 a 30 ataques e
realizam de 7 a 10 arremessos ao gol.
21
2.3 PERIODIZAÇÃO NO FUTEBOL
Nos últimos anos o esporte tornou - se um fenômeno social, com um crescente
interesse pela prática esportiva, despertando, nos especialistas a necessidade de planificar
as formas de treinamento o mais adequada para se obter um rendimento mais satisfatório.
Vários sistemas de treinamentos desportivos surgiram nos últimos anos. Porém,
segundo FERNANDES (1994) o mais aceito é o do russo Lév Matvéiv, que através de
estudos complexos, criou entre as décadas de 60 e 70, a periodização do treinamento
desportivo, esquematizando os treinos distribuídos durante uma temporada, onde são
levados em consideração os dias, semanas e meses, que formam períodos, obedecendo um
ciclo com maior ou de menor intensidade. A soma de todos os ciclos de treinos de uma
temporada é denominado macrociclo, enquanto que o mesociclo representa os ciclos que
compõem cada um dos períodos da temporada, por último temos o microciclo, que é a
somatória de treinos da semana.
No futebol, essa teoria é a mais aceita, tanto por estudiosos como para
treinadores. Porém o grande número de competições que acorrem em uma temporada faz
com que esse sistema seja prejudicado, assinala GAMBETTA (1993), ele afirma que é
difícil o atleta manter uma ótima performance por um período longo, já que ao contrário
de outras competições, os campeonatos de futebol são extensos. Já, FORTEZZA (2000),
enfatiza a importância de novos estudos a cerca da periodização, frente aos novos padrões
das exigentes competições modernas, para a construção de novos modelos de treinamento
para a preparação de atletas de alto rendimento.
22
De acordo com a periodização, proposta por Matvéiv, no futebol ela pode ser
simples ou dupla, no primeiro caso se aplica quando no decorrer de um ano existe apenas
um campeonato a ser disputado, no caso de acontecer duas competições anuais, a
periodização pode ser dupla, é o exemplo do que acorre no Brasil, onde no primeiro
semestre ocorrem os campeonatos estaduais e copa do Brasil e no segundo o campeonato
brasileiro.
Segundo Matvéiv (1977) a periodização é dividida em três períodos básicos:
período preparatório, período de competição e período transitório.
2.3.1 Período preparatório
Segundo FERNANDES (1994), o período preparatório tem seu início quando os
jogadores retornam de férias, na reapresentação do grupo, quando reiniciam os
treinamentos para a nova temporada. É o período onde o atleta tem uma base de
sustentação geral e específica, o tempo ideal é de 5 a 6 meses, porém no futebol é
reduzido para 2 ou 3 meses, devido as exigências do calendário. Este período é dividido
em duas fases: período preparatório I e período preparatório II.
2.3.2 Período preparatório I
É o período de adaptação geral, cujo principal objetivo é desenvolver a condição
física geral e a fixação técnica, para que isso ocorra, os trabalhos realizados neste período
23
utilizam cargas que variam de suave a média intensidade, porém com um grande volume.
Para FERNANDES (1994) é nesta fase que são detectados, avaliados e adequados,
possíveis pontos fracos e fortes na equipe. O trabalho precisa ser bem elaborado, pois é o
período em que o atleta vai adquirir a base de conhecimento para o restante da temporada.
Como a metodologia é buscar grande volume, com baixa e média intensidade, usa
se muito nesta fase, corridas contínuas, buscando percorrer altas quilometragens, grandes
números de repetições em exercícios localizados, com ênfase em trabalhos técnicos
individuais, atingindo um percentual de 70% para treinamento geral e 30% para
treinamento específico.
A dinâmica da carga consiste em um crescimento progressivo, tanto no volume
quanto na intensidade, aumentando os tempos parciais dos treinos ou número de
repetições dos exercícios, para atingir um grande volume de trabalho. Estas fases devem
durar de 4 a 6 microciclos.
2.3.3 Período preparatório II
Posterior a fase de adaptação geral, a equipe estará prestes a estrear ou já poderá
estar participando do campeonato, realizando seus primeiros jogos, começa então a fase
de preparação mais intensa, onde o treinamento específico deve predominar
progressivamente, de uma forma que ao final deste período a situação se inverta, ou seja,
30% de treinamento geral e 70% de treinamento específico, que deverá durar de 4 a 5
semanas. Desta forma segundo FERNANDES (1994) deverá ser aumentada a intensidade
24
dos exercícios e diminuído o tempo de execução, sempre procurando adequar os
exercícios o mais próximo da situação de jogo.
Quando o atleta alcançar um nível de aproximadamente 80% de sua forma física,
atingirá um patamar que é chamado de estado primário de condição física. A fase que
antecede a competição é chamada de fase de polimento, que segundo BOMPA (2002), é
um período reservado ao treinamento específico para uma competição importante que se
aproxima, onde o objetivo é remover a fadiga e facilitar a ocorrência da super
compensação, através de um decréscimo das cargas de treinamento.
2.3.4 Período de competição
É o período mais longo da periodização no futebol, com um duração média de
aproximadamente 9 meses. Podendo abranger um campeonato inteiro, caso seja de pontos
corridos, ou 2 campeonatos, divididos nos 2 semestres do ano. Já em outros esportes este
período não é tão longo, o que teoricamente é mais fácil da manutenção da forma
desejada, é o que afirma FERNANDES (1994).
No futebol por haver competição o ano todo, fica difícil manter uma condição
física equilibrada, então se faz necessário uma periodização dupla, onde ocorrerá uma
subdivisão no período de competição, ou seja, ao término de um campeonato, ao final do
semestre, onde o atleta deverá estar em uma ótima condição física, haverá uma
deterioração deste estado, uma perca programada de 10 a 15% do seu condicionamento,
para evitar um acúmulo de fadiga, onde, mais tarde ocorrerá uma reconstrução da
25
condição ideal, fazendo com que o atleta alcance mais um período de competição, que
deverá durar de 4 a 5 meses.
2.3.5 Período transitório
Para FERNANDES (1994), é o período em que se encerra toda uma temporada,
onde o atleta provavelmente vai chegar a uma condição de esgotamento, devido ao
excessivo número de jogos, viagens e longas concentrações.
Nesta fase o atleta passa por um período de recuperação geral, de desgaste físico
e psicológico. Também pode ser chamado de período de descanço ativo, pois não é
recomendada total inatividade neste período, digamos que, este período ocorra ao longo
de 30 dias, o ideal é que nas 2 primeiras semanas sejam destinadas ao descanço total, e os
últimos 15 dias, sejam ocupados com outras atividades físicas de forma recreativa, não
necessariamente com o futebol, cuja finalidade é de manter uma forma mínima de
treinamento. Após o recesso os jogadores retornaram aos seus clubes para reiniciar a
temporada seguinte, e uma nova periodização.
No caso de uma periodização dupla, onde ocorrerá uma deterioração na melhor
fase física e técnica, ao final de um campeonato, também é considerado uma fase de
transição, porém o atleta nunca deverá perder mais de 15% da forma, ao contrário, não
haverá tempo hábil para alcançar a condição ideal adquirida do período anterior.
26
3 METODOLOGIA
3.1 TIPO DA PESQUISA
Esse trabalho se caracteriza como sendo uma pesquisa descritiva segundo Thomas e
Nelson (2002).
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
3.2.1 População
A população do presente trabalho foi formada por jogadores amadores de um time,
que disputou o campeonato municipal de futebol de Campina Grande do sul de 2009.
3.2.2 Amostra
A amostra foi constituída de 15 jogadores, que participaram em tempo integral ou
parcial dos jogos.
27
3.3 MATERIAIS
•
Fichas para anotar dados;
•
Cronômetro;
•
Balança;
•
Trena;
•
Fita métrica;
•
Caneta;
•
Câmera filmadora;
•
Vídeo cassete;
•
Calculadora.
3.4 COLETA DE DADOS
Foram coletados dados antropométricos: massa corporal (kg) e estatura (cm), em
seguida foram submetidos ao teste de WITHERS, MARICIC, WASILEWSIKI e KELLY
(1982).Os jogadores foram filmados, percorrendo uma distância de nove metros , com a
finalidade de determinar o comprimento da passada específica em todos os cinco tipos de
deslocamento: andar (A), trotar (T), correr (C), deslocamento lateral (DL) e deslocamento
para trás (DT). O tamanho da passada específica foi obtida pelo número de passadas
dividido pelo espaço percorrido, de acordo com o protocolo sugerido por WITHERS et
al. (1982). Posteriormente foram filmados 2 jogos de 2 ângulos diferentes, de forma que
28
todo o campo fosse captado pelas câmeras. Os jogos foram analisados um a um, foram
contadas as passadas de cada atleta nos 5 tipos de deslocamentos, para descobrir a
distância percorrida, também foram cronometrados os vários tipos de deslocamentos,
para determinar o tempo de execução de cada atividade.
29
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
Neste capítulo são apresentados os resultados e discussão dos dados. Na tabela 1
pode-se observar os dados de caracterização da amostra. Os jogadores atuaram em média
67,67 minutos nas duas partidas analisadas.
Tabela 1 - Estatística descritiva da idade, estatura, massa corporal e tempo jogado
Tempo jogado
Posição
Idade
Peso (Kg)
Altura (m)
(min)
Goleiro
32±0
85±0
1,85±0
92±0
Lateral
23±2
70,67±8,02
1,73±0,04
61,33±40,07
Zagueiro
19±1,41
82,8±3,96
1,85±0,03
92±0
Meio campo
23,4±6,58
72,8±4,32
1,73±0,06
73,6±34,83
Atacante
22,25±4,35
72,2±4,7
1,77±0,05
46,75±28,1
Média
23,00±5,04
75,43±6,49
1,77±0,07
67,67±31,91
A média de idade dos 15 atletas analisados é de 23 anos, com um desvio padrão de
5,04 anos. A maior idade encontrada foi de 30 anos e a menor de 18. A média de estatura
encontrada foi de 1,76 m, com um desvio padrão de 0,06m. A maior estatura encontrada
foi de 1,87m e a menor 1,69m. A média de massa corporal foi de 75,42 Kg, com um
desvio padrão de 6,45Kg, sendo que a maior massa corporal encontrada foi de 85,6 Kg, e
a menor de 63Kg.
30
Tabela 2 - Estatística descritiva da relação do deslocamento andando e o tempo jogado
Posição
Distância (m)
Distância percorrida (min)
Tempo (%)
Goleiro
963±0
10,47±0
13±0
Lateral
1052±549,48
19,68±5,81
23±1
Zagueiro
1838,5±27,58
19,88±0,3
28±1
Meio campo
1801,4±933,15
22,73±4,7
23±2
Atacante
1191,75±875,84
23,09±5,86
30±6
Total
1438±769,29
18,3±9,68
26±7
Na tabela 2 temos os tempos médios jogados de cada posição. O goleiro e os
zagueiros são os únicos que não foram substituídos, portanto jogaram os 92 minutos. Para
efeito de análise de comparação de dados entre as posições, as variáveis relacionadas ao
goleiro serão desconsideradas, pelo fato dele ficar muito tempo em repouso, portanto
podendo distorcer os resultados finais do estudo. Os laterais são os atletas que menos
andaram, percorrendo um trajeto de 1052m, com uma distância média percorrida de 19,68
m/min. Jogado, utilizando cerca de 23% do tempo em que esteve em campo. Já os
zagueiros foram os que mais andaram, percorrendo uma 1838,5m, correspondendo a 27%
do tempo em que atuaram, porém os atacantes são os que possuíram a melhor média de
distância percorrida, com 23,09 m/min. Jogado, ou 29% do tempo em que jogaram média
de tempos. O tempo em que os jogadores andaram ficou próximo aos números do futebol
profissional, onde segundo SANTOS et al (1997), apud BANGSBO (1996), durante os 90
minutos, os atletas andam por 30 minutos, porém cobrem um percurso de 3,4 km,
enquanto que os amadores, andaram 1438m, justificado pelo baixo preparo físico.
31
Tabela 3 - Estatística descritiva da relação do deslocamento trotando e o tempo jogado
Posição
Distância (m)
Distância
percorrida
(min)
Goleiro
345±0
3,75±0
3±0
Lateral
1616±835,97
30,35±9,2
22±5
Zagueiro
1849,5±43,13
20,1±0,47
17±1
Meio campo
2118,6±1017,05
29,35±2,83
23±2
Atacante
1002,75±770,72
19,28±5,16
16±3
Total
1566,4±917,06
23,93±8,76
19±6
Tempo (%)
Os jogadores que obtiveram o menor percurso trotando foram os atacantes, cobrindo
1002,75m, com uma média de 19,28 m/min. jogado, enquanto que a posição de meio
campo foi a que maior distância percorreu, 2118,6m, ocupando em torno de 23% do
tempo em que estiveram em campo, porém os laterais tiveram a melhor média, com 30,35
m/min. jogado. No quesito trotar o futebol de elite supera em muito o amador, segundo
SANTOS et a l. (1997), os atletas trotam por 3,2 Km, durante 30 minutos.
32
Tabela 4 - Estatística descritiva da relação do deslocamento para trás e o tempo jogado
Posição
Distância (m)
Distância
percorrida (min)
Tempo (%)
Goleiro
361±0
3,92±0
4±0
Lateral
235,67±174,92
4,01±1,08
5±3
Zagueiro
646,5±44,55
7,03±0,48
8±0
Meio campo
574,2±300,33
7,2±1,73
8±1
Atacante
352,5±206,89
7,88±1,37
12±7
Total
442,8±252,09
6,5±2
8±4
Na tabela 4, estão às comparações entre as posições do deslocamento para trás,
Observa-se que os jogadores de marcação são os que mais efetuam este movimento, é o
caso dos zagueiros, em média eles percorrem 646,5 m, utilizando 8% do tempo total
jogado, em contra partida os atacantes obtiveram a melhor média, com 7,88 m/min
jogado. A média deste deslocamento foi mantida independente do nível técnico, pois
segundo SHEPARD (1999), 7% do tempo jogado o atleta anda ou corre de costas.
Tabela 5 - Estatística descritiva da relação do deslocamento lateral e o tempo jogado
Posição
Distância (m)
Distância percorrida
(min)
Tempo (%)
Goleiro
203±0
2,21±0
5±0
Lateral
415±340,63
5,93±2,07
8±1
Zagueiro
628±4,24
6,83±0,05
9±1
Meio campo
450,6±216,3
6,08±0,46
8±2
Atacante
326,5±246,47
6,47±1,57
10±3
Total
417,53±235,24
6±1,55
8±2
33
Em relação ao deslocamento lateral a posição de zagueiro foi a que mais efetuou o
movimento, com uma média de 628m percorridos, utilizando 8% do tempo jogado,
também obteve a melhor média percorrida, com 6,83 m/min. jogado.
Tabela 6 - Estatística descritiva da relação do deslocamento sub máximo e o tempo
jogado
Posição
Distância (m)
Distância percorrida
(min)
Tempo (%)
Goleiro
139±0
1,51±0
2±0
Lateral
1233±715,25
21,77±3,85
12±3
Zagueiro
779,5±85,56
8,47±0,93
7±1
Meio campo
890±340,06
14,5±6,49
9±4
Atacante
774,5±431,23
17,46±2,76
11±2
Total
863±465,58
15,07±6,83
9±3
No deslocamento com velocidade sub máxima a maior média percorrida foi obtida
nas laterais, com uma média de 1233m, com uma média de deslocamento de 21,77m/min.
jogado, utilizando 11% do tempo jogado., como mostra a tabela 6. Segundo SHEPARD
(1999), 20% do tempo jogado, os jogadores realizam deslocamentos em intensidade sub
máxima, percorrendo aproximadamente 1700 m . Já no presente estudo, os jogadores
percorreram praticamente a metade do espaço, cobriram 863 m, ocupando em torno de 8
% do tempo jogado.
34
Tabela 7 - Estatística descritiva da relação do deslocamento em sprint e o tempo jogado
Posição
Distância (m)
Distância percorrida
(min)
Tempo (%)
Goleiro
108±0
1,17±0
1±0
Lateral
559,33±322,13
10,21±2,74
4±1
Zagueiro
494±87,68
5,37±0,95
2±0
Meio campo
629,6±247,61
10,23±4,6
4±2
Atacante
494,75±120,61
13,29±6,39
5±2
Total
526,73±230,18
9,79±5,25
4±2
Na tabela 7, estão as comparações das médias de sprints realizados. Observa-se que
o meio campo realizou a maior média de deslocamentos em sprint com 629,6m, e uma
média de deslocamento de 10,23 m/min. jogado, utilizando 4% do tempo jogado, no
entanto a maior média obtida de deslocamento foi dos atacantes, com 13,29 m/min.
jogado. De acordo com SHEPARD (1999), 11% do tempo jogado os atletas de elite se
deslocam em sprint por cerca de 700 m, já no estudo realizado podemos observar que os
sprints não ultrapassam a 4% do tempo jogado, o que é perfeitamente aceitável devido a
grande diferença das condições físicas dos atletas.
35
No Gráfico 1 estão as médias das distância de cada sprint realizado, de acordo com
as posições em campo. Observa-se que a média de distância do sprint do lateral é de 21m,
com um desvio padrão de 2,64m; a do meio campo é de 15m, com um desvio padrão de
1,22m; a do ataque é de 12,75m, com um desvio padrão de 0,95m; a do zagueiro é de
11m, com um desvio padrão de 1,41m, finalizando o goleiro tem uma média de 7,5m.
36
5 CONCLUSÃO
Apesar das limitações de apenas 2 jogos analisados, os objetivos específicos:
(determinar o perfil antropométrico dos atletas, determinar o tempo que cada
deslocamento é efetuado; determinar a distância dos deslocamentos em relação à posição
ocupada; avaliar a média das distâncias dos deslocamentos em velocidade máxima foram
alcançados. Através da observação das passadas dos atletas de um clube amador de
Campina Grande do Sul, conclui-se que:
A média de idade dos 15 atletas analisados foi de 23 anos, a média de estatura
encontrada foi de 1,76 m, e a média de massa corporal foi de 75,42 Kg.
Os atletas andaram em torno de 26,08 % do tempo jogado, trotaram 18,74%,
deslocaram-se para trás 8,37% , deslocaram-se lateralmente 8,30%, realizaram
deslocamento sub máximo em 3,84% , em sprint 3,84% e ficaram parados 26,19%.
Segundo SANTOS et al (1997), apud BANGSBO (1996), afirma que quanto maior é o
nível técnico, mais intensos são os movimentos, afirmação que explica o baixo
rendimento dos atletas estudados em movimentos sub máximos e de sprints , bem como,
um maior tempo parado ou andando.
O total de distância percorrida em média pelos atletas corresponde a 5253,73 m. Já a
distância percorrida nos diferentes deslocamentos compreendeu que em média os atletas
andaram por 1438m, trotaram por 1566,4m, deslocaram-se para trás por 442,8m,
deslocaram-se lateralmente por 417,53m, realizaram movimentos submáximos por 863m
e se deslocaram em velocidade máxima ou sprint por 526,73m. Sendo que o meio campo
37
é a posição que maior percurso percorreu, entre as posições de linha, enquanto que o
ataque é a posição que menos se deslocou. SHEPARD (1999), afirma que um jogador de
alto nível percorre em média 11 Km por partida, isto, reforça que quanto melhor o nível
dos atletas, maior desempenho terão nos deslocamentos, portanto é compreensível que os
atletas pesquisados tenham tido um desempenho bem abaixo da média, pois se trata de
um time amador, onde os treinos são muito limitados.
A média das distâncias em velocidade máxima, teve no lateral a sua maior média,
ele realizou sprints com mais intensidade, em torno de 21m, seguido pelo meio campo,
que realizou o maior número de sprints, porém curtos, com uma média de 15 m, já o
ataque teve uma média de 12,75m, enquanto que o zagueiro fez seus tiros em torno de
11m, seguido pelo goleiro que tem uma média de 7,5m.
Estes resultados mostram que a diferença da preparação física do futebol amador em
relação ao profissional, é muito grande, e conduzem a necessidade de novos estudos, uma
vez que são escassas as pesquisas desta natureza. Desta forma podemos utilizar dados
referentes ao estudo para desenvolvermos métodos de treinamento específico para cada
tipo de deslocamentos.
38
6 SUGESTÕES
A sugestão é que sejam realizados novos estudos referentes ao assunto, para que
possamos evoluir de uma forma rápida e personalizar o treinamento para cada posição em
campo de acordo com suas exigências.
39
REFERÊNCIAS
BOMPA, T. O. Treinamento de força consciente. São Paulo: Phorte, 2002
COMETTI, G. A preparação Física no futebol. Barcelona. Editorial Paidotribo, 2002
DANTAS, E. H. M. A prática da preparação física. Rio de Janeiro: Shape, 1998
FERNANDES, José Luis. et al. Futebol: Ciência, arte ou...sorte!. 1. ed. São Paulo:
Pedagógica E Universitaria, 1994. 118 p.
FORTEZZA, R. L. A. Entrenamiento Deportivo – Carga, estructura y planificación .
2000.
GAMBETTA, V. Novas tendências na teoria do treino desportivo. Revista Horizonte,
1993
GOMES, A. C. Futebol: Preparação física. Londrina: Treinamento desportivo, 1999
MATVEYEV, L.P. Periodization del entreinamento deportivo, 1977
SHEPARD, R. J. Biologia e Medicina do futebol:Jornal de esportes e ciências, 1999
SANTOS, et al. Capacidade aeróbica em futebolistas de elite em função da posição
específica no jogo. Lisboa : Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 2001
SOUSA, P.
et al. Estatuto posicional, força explosiva dos membros inferiores e
velocidade imprimida á bola no arremate em futebol
.
Lisboa: Revista Portuguesa de
Ciências do Desporto, 2003
THOMAS, J. R; NELSON, J. K; SILVERMAN, S. J. Métodos de Pesquisa em Atividade
Física. Porto Alegre-RS Artmed, 2002.
TUBINO, M. J. G. Metodologia Científica do Treinamento Desportivo. São Paulo: Ibrasa,
1990
WEINECK, J; Biologia do esporte. São Paulo: Manole, 2000
40
WITHERS, R.; MARICIC, Z.; WASILEWSKI, S.; KELLY, L. Match analyses of
Australian profissional soccer players. Journal of Human Movement Studies, London, v.8,
p.159-77, 1982.
41
ANEXOS
Anexo 1- Protocolo de Withers, Maricic, Wasilewsiki e Kelly (1982)
Os atletas foram submetidos ao teste de WITHERS, MARICIC, WASILEWSIKI e
KELLY (1982).Foram filmados, percorrendo uma distância de nove metros , com a
finalidade de determinar o comprimento da passada específica em todos os cinco tipos de
deslocamento: andar (A), trotar (T), correr (C), deslocamento lateral (DL) e deslocamento
para trás (DT). O tamanho da passada específica foi obtida pelo número de passadas
dividido pelo espaço percorrido.
42
Anexo 2 – Termo de consentimento livre e esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu, _____________________________________________, RG _____________________, declaro para
fins de participação em pesquisa, na condição de sujeito objeto da pesquisa, que me foi devidamente
esclarecida, a qual tem por finalidade fornecer dados para o estudo intitulado: ANÁLISE DO
PADRÃO DE DESLOCAMENTO DE ATLETAS DURANTE UMA PARTIDA DE
FUTEBOL, PARA O CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE TUIUTI
DO PARANÁ, trabalho este em processo de desenvolvimento pelo pesquisador DIRCEU MARTINS
RODRIGUES, na Linha de Pesquisa em Futebol amador, do curso de EDUCAÇÃO FÍSICA da
UNIVERSIDADE TUIUTÍ DO PARANÁ, quanto aos seguintes aspectos:
a. que a pesquisa objetiva analisar o padrão de deslocamento de atletas durante uma partida de
futebol amador;
b. que a coleta de informações da pesquisa é feita por meio de avaliações físicas e observações;
c. que estará a mim assegurada a disponibilidade para esclarecimentos sobre a metodologia
aplicada na pesquisa;
d. que para mais esclarecimentos posso contatar o pesquisador (41 – 3672-3594 ou pelo e-mail:
[email protected]);
e. que estará a mim garantida a total liberdade de me recusar a participar ou retirar meu
consentimento, sem penalidade alguma e sem prejuízo algum para mim;
f.
que o uso dos dados por mim fornecido é reservado ao pesquisador do presente estudo, acima
mencionado, sendo preservado o respeito ao meu anonimato, ética e moral;
g. que a informação sobre os dados da pesquisa podem ser divulgados e publicados desde que
cumprido o disposto no item f;
h. que minha participação no presente estudo não acarretará nenhum custo ou ônus
financeiro a mim ou ao pesquisador.
DECLARO, portanto, que após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me
foi explicado, consinto voluntariamente em participar desta pesquisa.
Curitiba, ____ de _______________ de 2010.
_______________________
Dirceu Martins Rodrigues
Autor do Estudo
_________________________
Participante
Nome:
RG:
43
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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Dirceu Martins Rodrigues