A Avaliação Institucional e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) Profa. Carla Busato Zandavalli M. Araújo UFMS/GEPPES [email protected] Pontos para exposição... AVALIAÇÃO DE SISTEMAS EDUCACIONAIS NO BRASIL AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL NO SINAES: proposta teórica e implementação EXECUÇÃO DA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL NAS REGIÕES NORTE E CENTRO-0ESTE (2000/2009) AVALIAÇÃO DE SISTEMAS NO BRASIL 1980 – Reforma do Estado 1990 – Reforma do Estado no Brasil Planejamento estratégico Avaliação em grande escala Avaliação na Educação Superior PAIUB – Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras (1993) Sistema Nacional de Avaliação – SNA – Lei n°9131/1995 –institui o Exame Nacional de Cursos (ENC), voltado aos concluintes de cursos de graduação; SNA contou com a inserção gradativa... Questionário sobre condições socioeconômicas do aluno e suas opiniões sobre as condições de ensino do curso freqüentado; Análise das Condições de Ensino (ACE); Avaliação das Condições de Oferta (ACO); Avaliação Institucional dos Centros Universitários Anos 2000 Estruturação da Comissão Especial de Avaliação –CEA (abr. 2003); consultas públicas(abr./set. 2003). Apresentação preliminar (set. 2003), prevendo a utilização do Índice do Desenvolvimento do Ensino Superior (IDES), estruturado a partir de quatro indicadores parciais: de ensino, de aprendizagem, de capacidade institucional e de responsabilidade, sendo atribuído a cada curso e a cada IES. ANOS 2000 MP 147 (dez. 2003) - instituiu o Sistema Nacional de Avaliação e Progresso do Ensino Superior - SINAPES. PROPOSTA TEÓRICA DO SINAES (ago.2003; mar.2004) Lei 10.861(abr.2004) – SINAES Previsão do 1° ciclo (2004-2006) Proposta CEA (2004) IES • AUTOAVALIAÇÃO (PDI, PPI) • AVALIAÇÃO EXTERNA CURSOS • AUTOAVALIAÇÃO (PPP) • AVALIAÇÃO EXTERNA ALUNOS • PAIDÉIA (Processo de Avaliação Integrada do Desenvolvimento Educacional e da Inovação da Área ) AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL... Autoavaliação da instituição Autoestudo; PAIDÉIA; o uso de instrumentos de informação: cadastro e censo da Educação Superior. Avaliação externa organizada pela CONAES e realizada mediante a análise do relatório de autoavaliação; Meta-avaliação análise dos processos de autoavaliação e avaliação externa desenvolvidos pelas IES e pelo MEC, com recomendações da CONAES. Discussões sobre a VIABILIDADE da PROPOSTA TEÓRICA DO SINAES.. CONFRONTO ENTRE O CARÁTER REGULATÓRIO E FORMATIVO; VERACIDADE DOS RESULTADOS DA AUTOAVALIAÇÃO; VIABILIDADE TÉCNICA E FINANCEIRA – IES E MEC/INEP; EFETIVIDADE DA PUBLICIZAÇÃO DE RESULTADOS; RESPEITO À IDENTIDADE INSTITUCIONAL. Viabilidade do SINAES X Características da Educação Superior no Brasil CENSO 2007 – 2.281 IES Número de IES por categoria administrativa e localização. 2007. CAPITAL INTERIOR QUANT. % QUANT. % 825 36 1.456 64 PÚBLICAS 249 PRIVADAS 11 2.032 89 Fonte: Tabela elaborada por Araújo com base nos dados do MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo da Educação Superior. 2007. Número de IES, por organização acadêmica e região REGIÕES ORGANIZAÇÃO ACADÊMICA TOTAL UNIVERSIDADES CENTROS UNIVERSITÁRIOS FACULDADES INTEGRADAS FACULDADES, ESCOLAS, INSTITUTOS CET/FAT CENTRO- 249 OESTE NORDESTE 422 14 11 20 189 15 34 3 8 347 30 NORTE SUDESTE SUL TOTAL GERAL 13 80 42 183 8 81 17 120 5 81 12 126 104 761 247 1648 10 92 57 204 140 1095 375 2.281 Fonte: Tabela elaborada por Araújo com base nos dados do MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo da Educação Superior. 2007. O SINAES em ação... Lei n° 10.861/2004 – ênfase no caráter regulatório LEI N° 10.870 (19/05/2004) – taxa de avaliação in loco; n° de avaliadores, conforme amplitude do curso e/ou da IES Decreto Federal n.º 5.773 (9/05/2006) – ênfase no caráter regulatório e gradativo esvaziamento das funções da CONAES Portaria MEC n°. 1.027(15/05/2006), estabelece os critérios para a criação do banco de avaliadores do SINAES – o BASis - e da Comissão Técnica de Acompanhamento da Avaliação (CTAA), assume funções da CONAES PORTARIA NORMATIVA N° 1 (10/01/2007) – define o calendário da avaliação para o 2° ciclo do SINAES (2007/2009) – avaliações externas previstas para 2007/2008. Reestruturação do SINAES Fortalecimento do ENADE e dos ÍNDICES a partir de 2005... ENADE Prova ( INGRESSANTES E CONCLUINTES); Questionário socioeconômico; Questionário de percepção sobre a prova; Questionário aos coordenadores de curso; BASE PARA A GERAÇÃO DOS ÍNDICES: IDD; CPC e IGC. Índices... IDD – Indicador de diferença entre o desempenho observado e o esperado CPC – Conceito Preliminar de Cursos superiores – Portaria Normativa MEC n° 4 (ago.2008)/ Portaria MEC 821 (ago. 2009) IGC – Índice Geral de Cursos – Portaria MEC n° 12 (set. 2008). IDD É resultante da diferença entre o desempenho médio obtido no Enade pelos alunos concluintes de um curso e o desempenho médio que era esperado para esses mesmos alunos, dadas as informações existentes sobre o perfil dos ingressantes desse curso. Tem o propósito de trazer às instituições informações comparativas dos desempenhos de seus estudantes concluintes em relação aos resultados médios obtidos pelos concluintes das demais instituições que possuem estudantes ingressantes de perfil semelhante ao seu. c = b.i + g .w +d .z +j.pd + l.pm +h. pr + r. f +u.o + u ( 4 ) c : média ponderada das notas de conteúdo específico (0,75) e de formação geral (0,25) no Enade dos concluintes do curso i; i : média ponderada das notas de conteúdo específico (0,75) e de formação geral IDD (0,25) no Enade dos ingressantes do curso i; w: proporção de estudantes ingressantes do curso i cujo pai e/ou a mãe tem nível superior de escolaridade; z : razão entre o número de concluintes e o número de ingressantes no curso i; c = b.i + g .w +d .z +j.pd + l.pm +h. pr + r. f +u.o + u ( 4 ) pd : proporção de docentes no curso i com título mínimo de doutor; pm: proporção de docentes no curso i com título mínimo de mestre; pr : proporção de docentes no curso i com regime de trabalho integral ou parcial; f : proporção de alunos do curso i que avaliaram positivamente um aspecto da infraestrutura do curso; o: proporção de alunos do curso i que avaliaram positivamente um aspecto da organização didático-pedagógica do curso; b,g ,d ,j,l,h, r,u : parâmetros a serem estimados. IDD Variáveis que compunham o CPC Peso INSUMOS 30,0% Enade IDD TOTAL 40,0% 30,0% 100,0% Detalhamento dos Insumos (30%) Questio- Infra-estrutura e instalações físicas - os equipamentos disponíveis nário são suficientes para o número de estudantes (aulas práticas) Recursos didático-pedagógicos - os planos de ensino contêm todos os seguintes aspectos: objetivos; procedimentos de ensino e avaliação; conteúdos e bibliografia da disciplina. Cadastro Corpo docente - percentual de professores (no mínimo) doutores no curso Corpo docente - percentual de professores que cumprem regime parcial ou integral (não horista) no curso Pesos 10,2% 27,1% 38,9% 23,8% Composição CPC – PORTARIA MEC 821/2009 Detalhamento dos Insumos (40%) TITULAÇÃO DE DOUTORES TITULAÇÃO DE MESTRES REGIME DE TRABALHO DOCENTE PARCIAL OU INTEGRAL INFRA-ESTRUTURA QUESTÃO PEDAGÓGICA Detalhamento do ENADE (60%) DESEMPENHO DOS CONCLUINTES DESEMPENHO DOS INGRESSANTES IDD Pesos 20% 5% 5% 5% 5% Pesos 15% 15% 30% PORTARIA MEC 821 (8/08/2009): AVALIAÇÃO EXTERNA – 3 AVALIADORES (1° CICLO AVALIATIVO DO SINAES – 2004/2006); [CONTRARIA A LEI 10.870/2004]. CICLO DA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL (2007/2009) – RESTRITO AOS CURSOS PRESENCIAIS; IGC – REFERÊNCIA PARA A VISITA IN LOCO; CPC – NOVA COMPOSIÇÃO DE INSUMOS; ENADE – APENAS DESEMPENHO DOS CONCLUINTES; RELATÓRIOS AUTO-AVALIAÇÃO – PRAZO ANUAL: 31 MARÇO DE CADA ANO; INTEGRAÇÃO DO BASis ao e-MEC. EXECUÇÃO DA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL (2000-2009) FINANCIAMENTO DOS PROGRAMAS: DO MEC (ÓRGÃO); DO ENSINO SUPERIOR (SUBFUNÇÃO); VINCULADOS À AVALIAÇÃO (PROJETO/ATIVIDADE). MEC % PAGO ANO AUT PAGO S/AUT SUBFUNÇÃO ENSINO SUPERIOR % PAGO AUT PAGO S/AUT %PAGO PROG. AVALIAÇÃO ED. SUP. MEC % PAGO S/PAGO S/ PAGO ENS SUP AUT PAGO ENS SUP 2000 14.359.293.445 11.541.537.213 80,38 6.910.986.366 5.354.643.060 77,48 46,39 16.928.757* 15.051.258 0,281 2001 2002 16.760.031.339 0 13.234.663.146 0 78,97 0 6.776.724.588 0 5.678.667.350 0 83,8 0 42,9 0 19.627.290 0 19.546.684 0 0,344 0 2003 ∑2000 /2003 18.902.856.037 16.570.752.852 87.66 7.651.271.569 6.988.806.667 91,34 42,17 48.167.987 33.060.556 0,473 50.022.180.821 41.346.953.211 82,65 21.338.982.523 18.022.117.077 84,45 43,58 82.676.190 67.658.498 0,375 2004 19.521.090.512 17.157.878.368 87,89 7.363.045.204 6.969.770.169 94,66 40,62 4.000.000** 832.225 0,011 2005 22.329.424.928 18.082.501.460 80,98 9.759.053.856 7.693.836.103 78,84 42,54 500.000 435.706 0,005 2006 24.904.363.112 21.673.566.266 87,03 9.837.725.652 8.672.784.091 88,16 40,01 2.202.285 119.565 0,001 2007 ∑ 2004/ 2007 29.474.812.754 24.625.885.394 83,55 11.471.236.211 9.814.704.726 85,56 39,85 1.501.161 345.356 0,003 96.229.691.306 81.539.831.488 84,73 38.431.060.923 33.151.095.089 86,26 40,65 8.203.446 1.732.852 0,005 2008 2009** ** 34.820.102.236 28.984.386.427 83,24 1.003.404.162 290.850.447 28,99 1,00 4.662.212*** 324.009 0,111 43.524.634.534 22.509.377.150 51,97 772.254.940 137442473 17,80 5.480.186 2.291.207 1,667 ∑ 2008/ 2009 78.344.736.770 51.493.763.577 65,72 1.775.659.102 428.292.920 24,12 0,83 10.142.398 2.615.216 0,610 0,61 Fonte: Tabela elaborada pela autora com base em dados extraídos de: BRASIL. Portal da Câmara dos Deputados. Lei Orçamentária Anual. Banco de dados (versão Acess 97) – Execução . 1996-2009. Disponível em: <http://www2.camara.gov.br/orcamentobrasil/orcamentouniao/loa/loa2002> . Acesso em: 22 set. 2009. Dados do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social. * Não foi possível extrair os dados de 2002 na base de dados da Câmara dos Deputados. (*) 2000 a 2001 consta o programa ESTATÍSTICAS E AVALIAÇÕES EDUCACIONAIS. (**) 2004 a 2007 não há programa específico para avaliação ela aparece na subfunção “Credenciamento dos Cursos de Graduação e de Instituições Públicas e Privadas de Ensino Superior”, no Programa “Universidade para o século XXI”. (***) 2008 a 2009, a avaliação consta como subprograma “Credenciamento dos Cursos de Graduação e de Instituições Públicas e Privadas de Ensino Superior”, no Programa “Brasil Universitário”. . (****)Acumulado até 21/09/2009. EXECUÇÃO DA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL (2002-2009) IES, por ano e região; IES avaliadas, por ano e região; IES avaliadas, por organização acadêmica e região (NORTE E CENTRO-OESTE). EXECUÇÃO DA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL (2002-2009) GRÁFICOS ELABORADAS POR ARAÚJO COM BASE NAS FONTES: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo da Educação Superior. 2002-2007. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Cronograma da avaliação institucional externa/ recredenciamento. Disponível em: <http://avaliaçãohttp://www.inep.gov.br/superior/avaliacao_institucional/ >. Acesso em: 19 set. 2009. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Avaliações realizadas. Avaliação institucional externa. Credenciamento e recredenciamento .2002-2007.Disponível em:INSTITUTO DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Cronograma da avaliação institucional externa/ recredenciamento. Disponível em: <http://avaliaçãohttp://www.inep.gov.br/superior/avaliacao_institucional/> . Acesso em: 19 set. 2009. Número de IES avaliadas por ano e região. 2002-2007 CENTRO-OESTE NORDESTE NORTE SUDESTE SUL 53 38 3132 32 10 1 - 2 2007 6 2006 3 4 2 1 1 2005 - - 2 6 2004 11 2 2 3 2003 6 11 2 - 2002 4 Número de IES por ano e região .20022007. 375 1095 140 422 249 2007 387 1093 370 1051 122 412 388 2006 306 260 SUL SUDESTE 135 243 335 234 2005 1001 938 840 NORTE NORDESTE 118 101 344 83 304 256 215 210 198 2004 2003 2002 CENTROOESTE Número de IES por organização acadêmica Região Norte. 2002-2007. UNIVERSIDADES 109 CENTROS UNIVERSITÁRIOS FACULDADES, ESCOLAS, INSTITUTOS CET/FAT 105 96 92 81 66 13 8 10 2007 13 7 2006 10 12 7 2005 7 12 7 2004 7 12 5 2003 11 3 4 2002 2 Número de IES avaliadas por organização acadêmica - Região Norte 20 UNIVERSIDADES CENTROS UNIVERSITÁRIOS FACULDADES, ESCOLAS, INSTITUTOS CET/FAT 11 1 2007 2 - - - - 2006 - 1 3 2 - - 2005 - - - 2004 - - - 2003 - - - 2002 Número de IES por organização acadêmica Região Centro-Oeste. 2002-2007. UNIVERSIDADES CENTROS UNIVERSITÁRIOS FACULDADES, ESCOLAS, INSTITUTOS 209 14 11 2007 15 204 14 11 2006 14 CET/FAT 197 14 10 2005 13 190 185 13 10 2004 7 12 3 2003 180 5 12 3 2002 3 Número de IES avaliadas por organização acadêmica - Região Centro-Oeste 11 UNIVERSIDADES CENTROS UNIVERSITÁRIOS FACULDADES, ESCOLAS, INSTITUTOS CET/FAT 6 2 2 2 1 - - - 2007 2006 - - - - - - - - 2005 2004 - - 2003 - - 2002 Número de IES com avaliação prevista, por região. 2009-2008. CENTRO-OESTE NORDESTE NORTE SUDESTE SUL 243 74 35 62 17 2009 9 9 8 2008 21 13 Número de IES com avaliação prevista, por organização acadêmica, da Região CentroOeste. 2008-2009. UNIVERSIDADES CENTROS UNIVERSITÁRIOS FACULDADES, ESCOLAS E INSTITUTOS CEFET/FAT 21 7 7 5 0 2009 3 1 0 2008 Número de IES com previsão de avaliação, por organização acadêmica, da Região Norte. 2008-2009. UNIVERSIDADES 12 CENTROS UNIVERSITÁRIOS FACULDADES, ESCOLAS E INSTITUTOS 7 CEFET/FAT 5 0 0 2009 0 1 0 2008 Número de IES Avaliadas e com previsão de avaliação. 2002-2009. Total 756 2002-2007 2008 265 60 2009 431 Aspectos Número de IES Total IES Censo 2007 2.281 Avaliadas 2002/2009 756 % 33,14 Questionamentos das IES sobre a AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL Dissonância entre os resultados das avaliações in loco e os índices; Qualificação/experiência dos avaliadores in loco para realização da avaliação institucional; Mudança abrupta dos instrumentos de avaliação institucional, o que inviabiliza o planejamento das instituições; Alterações das normatizações do INEp; incoerência normativa. Observações gerais sobre o SINAES e a Avaliação Institucional... Distanciamento da proposta teórica elaborada pela CEA Perda da centralidade da avaliação institucional e da autoavaliação, ênfase no ENADE e nos índices Tendências de retorno ao ranqueamento e de simplificação das ações institucionais, nos processos de avaliação Observações gerais sobre o SINAES... continuação... Padronização dos processos autoavaliativos, a partir dos roteiros definidos pelo INEP Processos avaliativos têm conduzido a processos efetivos de supervisão no âmbito de cursos e instituições Ação indutora da Lei 10.861/2004, não permitiu o desenvolvimento da cultura da avaliação em todas as IES, mas abriu caminho para sua realização em número expressivo de IES CONTATOS: [email protected] (67) 9981 6133 UFMS Centro de Educação Aberta e a Distância Cidade Universitária – Cx. Postal 549 CEP 79070-900 Campo Grande, MS (67) 3345 7003 Panorama da implementação do SINAES em MS Estudo realizado no período de 2006 a 2008 (ARAÚJO, 2009). População-alvo:Total de IES de MS (2006) Cadastro da Ed. Superior: 44 Censo da Ed. Superior:43 Referência da pesquisa : 44 instituições. 2 federais, 1 estadual e 41 privadas. Universidades (5), Centros universitários(2), Faculdades integradas (6), Faculdades (24) e Institutos superiores ou escolas superiores(7). A maioria das IES (36 instituições) situa-se no interior do Estado e 8 na capital. Resultados... Projetos... As IES de MS têm perfil compatível com a maioria das IES brasileiras: instituições não-universitárias(84%), privadas (93%), situadas no interior do Estado (82%). A observância dos aspectos legais é parcial na maioria das IES, especialmente no que toca à composição da CPA, à efetivação do seu caráter colegiado, à sua autonomia e às funções que deve exercer. A percepção de avaliação declarada nos projetos (100%) é a avaliação participativa e técnico-burocrática (MACDONALD apud DIAS SOBRINHO, 2003). Em 86% dos projetos é clara a vinculação entre avaliação e gestão . Não há demonstração de vínculo entre avaliação e financiamento. Há destaque à nãopunição e à não-premiação. Quanto a autonomia das IES em relação ao Roteiro de Autoavaliação do INEP... Aspectos Observam as dez dimensões e etapas do Roteiro, de forma completa Observam apenas as dez dimensões e etapas do Roteiro e acrescentam novas dimensões como previsto no próprio Roteiro IES 24 % 65 6 16 Não abrangem as dez dimensões e as etapas do Roteiro Demonstram maior autonomia, mas seguem parcialmente o Roteiro Total 3 8 4 11 37 100 Relatórios... 15 IES apresentaram relatórios iguais ou com os informações semelhantes. 89% das IES apresentam as informações a partir das dez dimensões propostas pelo Roteiro Autodirigido do INEP, complementada pelo histórico da instituição e procedimentos utilizados para a execução da avaliação. 29% das IES fizeram uso parcial de informações de suas bases de dados, ou seja, não abordaram dados concretos da IES em todas as dimensões; 14% utilizaram de forma completa, com apresentação de dados específicos para fundamentar cada aspecto; e 57% não apresentaram essas informações, baseando-se apenas em opiniões da Comissão Própria de Avaliação. 61% das IES apresentaram resultados das opiniões da comunidade acadêmica, 21% apresentaram informações esparsas ou relativas a um único segmento (em geral o discente) e 11% não apresentaram nenhum resultado relativo à coleta de informações na comunidade. 36% dos relatórios fazem o confronto entre os dados coletados na autoavaliação e as proposições presentes no PDI, PPI ou PPs dos cursos; 43% apresentam comparações em apenas algumas dimensões e 21% não realizam a análise comparativa. 61% das IES apresentaram coerência parcial, entre projetos e relatórios, pois não houve cumprimento completo das proposições presentes nos projetos; 36% mantiveram coerência completa entre proposições e a execução descrita nos relatórios e 3% descumpriram a maior parte das proposições apresentadas nos projetos de autoavaliação. Relatórios... A observância das etapas definidas para a execução da autoavaliação e das dez dimensões propostas pelo SINAES ocorreu em 93% dos relatórios, que descrevem explicitamente esses aspectos. 57% das IES não demonstraram, com indicadores de qualidade e/ou quantidade, a execução de ações corretivas e de aprimoramento com base nos resultados da autoavaliação; apenas 14% descreveram a execução de ações concretas e 29% apresentaram indicadores parciais. Não há nos relatórios analisados informações e dados que demonstrem claramente o vínculo entre avaliação, financiamento e gestão. É possível agrupar as 36 IES que encaminharam projetos ao INEP em três grupos: instituições universitárias (17%); instituições situadas na capital do Estado (22%) e; faculdades, institutos e escolas localizados no interior do Estado (72%). GRUPO 1 – IES UNIVERSITÁRIAS... As instituições universitárias, independentemente da localização (capital/interior), dispõem de melhor infraestrutura e pessoal com bom nível de titulação. Possuem, em média, 29 anos de atuação, e 83% iniciaram processos avaliativos anteriores à instituição do SINAES e têm, em média, 18 anos de experiência em autoavaliação. Os coordenadores das CPAs são, em sua maioria (83%), mestres ou doutores. É evidente o peso da qualificação dos profissionais das CPAs sobre a qualidade dos projetos e relatórios. A única IES universitária a apresentar relatório de autoavaliação com informações superficiais e desconexas situa-se no interior do Estado e é coordenada por profissional que não tem cadastro no Currículo Lattes. GRUPO 02IES da capital (22%) Contam com perfil bastante similar ao primeiro, já que 50% delas são IES universitárias. com exceção dos Institutos de Educação Superior (37,5%), as demais IES desenvolvem processos consolidados de autoavaliação, com média de 13 anos de práticas avaliativas e 75% das CPAs são coordenadas por mestres ou doutores. GRUPO 03- Faculdades, institutos e escolas localizados no interior do Estado Congrega 72% das instituições, com tempo médio de atuação de 13 anos; 19% das IES foram criadas nos anos de 1980, 50% nos anos de 1990 e 31% nos anos de 2000. Quanto à realização da autoavaliação, 65% só iniciaram o processo em 2004, cumprindo as determinações legais e apenas 8% na década de 1990. Apresentam seis anos, em média, de desenvolvimento da autoavaliação. o perfil, as características da comunidade acadêmica e o histórico da maioria das instituições de MS dificultam o desenvolvimento da cultura avaliativa e da autoavaliação formativa; a realização da autoavaliação não está vinculada à concretização da qualidade descrita nos projetos de autoavaliação; a autoavaliação, implantada recentemente nas IES, é caracterizada pelo cumprimento burocrático de demandas do MEC, portanto, não têm caráter coletivo ou autônomo; as ações resultantes da autoavaliação privilegiam a infraestrutura das IES em detrimento aos aspectos didático-pedagógicos; centram-se no ensino em detrimento da pesquisa e da extensão. São as IES universitárias e de maior porte, com práticas avaliativas anteriores ao SINAES, que desenvolveram a autoavaliação em uma percepção mais formativa. A proposição do Estado brasileiro, suas determinações em âmbito legal, não propicia, por si só, processos autoavaliativos consistentes, mas ações formais e burocráticas, já que o âmbito deliberativo da maior parte das IES é centralizado e seu foco não é o alcance da qualidade de ensino, entendida como meio de desenvolvimento global das capacidades dos educandos ou emancipação dos sujeitos sociais, mas essencialmente a comercialização de serviços e o lucro. A cultura da avaliação não se constitui por “decreto”, mas se desenvolve em instituições com capital intelectual mais expressivo, campo decisório aberto à discussão e à participação dos vários segmentos, portanto não é possível analisar a autoavaliação institucional como um elemento separado da dinâmica, da história e da configuração das IES, especialmente dos pressupostos defendidos pela sua administração. CONCLUSÕES Os resultados relativos à maioria das IES de MS indicam a impossibilidade de atendimento, neste momento histórico, dos princípios defendidos pela CEA, no documento gerador do SINAES. Demonstram que as mudanças operadas na CONAES e no INEP trouxeram reconfiguração da proposta inicial, com ênfase à função regulatória e de controle do Estado e gradativo retorno ao processo de ranqueamento, por meio do fortalecimento do ENADE. Cada vez mais o SINAES se distancia das proposições iniciais, por esvaziar o elemento central do sistema, ou seja, a autoavaliação de caráter formativo, resultado da ação coletiva das IES. CONCLUSÕES... O SINAES, em sua gênese, é uma manifestação da luta e da resistência dos professores e pesquisadores das IES, especialmente as instituições públicas; em sua formalização e operacionalização, por parte do Estado brasileiro, um exemplo claro do limite do Estado-Nação, em face da força sociometabólica do capital. Resta, no campo conflituoso e contraditório, o trabalho diário, incansável e ininterrupto dos profissionais da Educação Superior, pois, embora a lógica uniformizadora do capital aparentemente não deixe espaços para resistências, é preciso sempre acentuar que o espaço da contradição está presente e pode gerar manifestações de avaliação em uma perspectiva formativa e de redimensionamento da Educação Superior – da lógica mercadológica para a lógica emancipatória.