SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DA DIVERSIDADE
COORDENAÇÃO DA EDUCAÇÃO DO CAMPO
EDUCAÇÃO DO CAMPO
Falar do conhecimento é falar de como somos e de como nos construímos humanos.
A dimensão humana enquanto característica nossa é que nos fez e nos faz emergir
da natureza: somos capazes de construir conhecimento. Esta habilidade que
desenvolvemos, de modificar o mundo pelo trabalho e, ao modificá-lo, nos
transformarmos, foi e é um constante aprendizado: é a história da construção do
conhecimento... (“Valdir Pereira Duarte – Educador Popular”)
EIXO - 01
O CAMPO DA EDUCAÇÃO DO CAMPO
Vamos assistir e ouvir atentamente um trecho do filme
“Morte e Vida Severina”...
Neste trecho do filme Morte e Vida Severina,
temos como pano de fundo.....????
Temos como pano de fundo, principalmente: a
herança colonial de má distribuição de terra e renda
no país, a luta pela Reforma Agrária, as condições
econômicas do trabalhador do Campo....e o que
mais???? O que a história nos tem a dizer????
Estamos tratando de uma temática essencial
para compreender a Educação do Campo: a
Questão Agrária Brasileira...
Alguns sujeitos acabam se destacando neste contexto
histórico, estes: As comunidades indígenas, os quilombolas,
os trabalhadores rurais temporários, os faxinalenses, os
pequenos produtores, os ilhéus e ribeirinhos, as quebradeiras
de coco, os seringueiros, entre outros. Quem são os sujeitos
do campo que estão presentes em sua escola? Quais são as
estratégias de reconhecimento dos mesmos??? Ou será que
este fato passa despercebido por nós????
A falta de políticas públicas que atendessem os interesses
dos trablhadores do campo, ao longo da história do país,
culminou no surgimento de alguns movimentos sociais, tais
como: o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra,
dos Atingidos por Barragens, dos Trabalhadores da Cana,
das Populações Tradicionais Indígenas e Quilombolas,
sindicatos rurais ligados à Agricultura Familar...entre
outros...
Quais os efeitos da Questão Agrária brasileira podem
ser evidenciadas em nossa realidade??? Existe alguma
iniciativa dos Movimentos Sociais locais ???
Quais????
O Brasil é menos urbano do que parece... “José Eli
da Veiga, 2000”...
O economista José Eli da Veiga, em sua
obra “Cidades Imaginárias” afirmou que o
Brasil é menos urbano do que parece...veja
no quadro a seguir os argumentos....
Veiga, ao debater a dimensão rural do Brasil revelou
que em 2000, de um total de 5. 507 sedes de municípios:
- 3.887 possuiam menos de 10.000 habitantes;
- 1.776 possuiam menos de 2.000 habitantes;
Que em 2001:
- 4.557 não possuiam “Plano Diretor”
- 4.512 estavam sem IPTU
- 4.467 estavam sem instituição de ensino superior
- 4.680 sem varredura de ruas e limpeza
terceirizada
- 4.317 sem coleta de lixo domiciliar terceirizada
Considerando estes números e suas realidades,
para Veiga o “Brasil é mais rural do que
oficialmente se calcula, pois a essa dimensão
pertencem 80% dos municípios e 30% da
população....
O estado do Paraná não foge deste debate,
analisem os mapas a seguir que resultam
de uma pesquisa realizada por Valéria
Villa Verde, do Instituto Paranaense de
Desenvolvimento Econômico e Social
(IPARDES, 2004).
Valéria
definiu
espaços rurais, os
municípios
cuja
população total é de
20 mil habitantes –
baseado
no
demógrafo
George
Martine – e a
densidade
demográfica inferior
a 80 Hab/Km2 .
Há municípios em que
50% da população está
ocupada na economia
agrícola/agroindústria
–
188
municípios
preenchem
essa
condição – 53% da
população
paranaense...
E aí...a partir dos mapas...o que podemos afirmar,
o Paraná é realmente menos urbano do que
parece???? O que compreendemos por urbano e
rural? E a sua realidade?
O IBGE identifica a situação urbana para
domicílios que se localizam nas cidades (sedes
municipais), as Vilas (sedes distritais ou Áreas
Urbanas isoladas...No rural, estão os domícilios
que se localizam fora dos limites acima
definidos...
A lei N° 4.476/97 (IPTU): o artigo 1˚ parágrafo 1˚
considera imóveis urbanos aqueles localizados em
regiões beneficiadas por pelo menos três dos
seguintes serviços públicos: a) meio fio ou
calçamento; b) abastecimento de água
c) Sistema de esgoto sanitário d) rede de iluminação
pública e) Escola de primeiro grau...
Essa mesma lei ainda complementa afirmando que
imóvel urbano também são aqueles que se localizam
em “área urbanizável ou de expansão urbana,
constante de loteamento, destinada à habitação, à
industria ou ao comércio, mesmo localizados fora
das zonas definidas no parágrafo anterior...
Estes conflitos conceituais tem contribuído para a
invisibilização das Escolas e sujeitos do Campo no
Brasil e no Paraná...por isso, estamos diante de um
grande desafio...compreender o campo da Educação
do Campo...A questão agrária brasileira... Sobre o
urbano e o rural...O pano de Fundo da proposta de
Educação do Campo
EIXO – 02
A EDUCAÇÃO DO CAMPO: aspectos
históricos e legais
Não vou sair do campo pra poder ir pra
escola...Educação do Campo é direito e não
esmola....
Vamos ouvir e ler atentamente a letra da música
“Educação do Campo é direito e não esmola” de
Gilvan Santos...
Educação do Campo é Direito e não
esmola...Onde é que isso está escrito???? Será
que realmente é um direito???? Desde
quando??? O que você acha disso???? Vamos
ver o que a história nos diz...
Para compreender a História da Educação do
Campo, podemos dividir o processo em três
períodos: 1) O primeiro período é marcado pela
negação dos sujeitos do campo nas políticas públicas
educacionais realizadas pelo Estado – a Chamada
Educação Rural / 2) O segundo período marcado por
iniciativas de educação popular e de embates dos
movimentos sociais camponeses junto ao Estado/ 3)
O terceiro momento marcando o rompimento com a
Educação Rural e o Surgimento da Educação do
Campo – uma educação que reconhece a identidade
e a cultura dos povos do campo...
1988
Constituiçao
Federal
A Educaçao é
um Direito de
Todos e um
dever do
Estado
1996
LDB 9.394
Art. 28
Adequação à
Educação na
Zona Rural
1997
I Encontro
Nacional dos
Educadores(as)
da Reforma
Agrária
Aparece a
proposta de
Educação do
Campo
1998
I Conferência
Nacional Por
uma Educação
Básica do
Campo
CONTINUE...
2001
É aprovada pelo
Conselho
Nacional de
Educação as
Diretrizes
Operacionais para
uma Educação
Básica nas
Escolas do
Campo (CNE)
2003
Nasce no
MEC a
Coordenação
da Educação
do Campo
2008
É aprovada pelo
CNE as
Diretrizes
Complementares
da Educação
Básica
AGORA..ACOMPANHE A LINHA DA HISTÓRIA
DA EDUCAÇÃO DO CAMPO NO PARANÁ
2000
É realizada a “II
Conferência
Paranaense: por uma
Educação Básica do
Campo”
Nasce a Articulação
Paranaense por uma
Educação do Campo
2003
Nasce na SEED
a Coordenação
da Educação do
Campo
2006
É publicado um
documento
pedagógico: As
Diretrizes
Curriculares da
Educação do
Campo
2010
É aprovada as
Diretrizes
Complementares
para uma
Educação Básica
nas Escolas do
Campo do Paraná
O texto da constituição de 1946 mostra nitidamente que o Estado
não tinha uma preocupação direta com o ensino às populações
rurais:
Art. 168 – A legislação do ensino adotará os seguintes princípios:
III - as empresas industriais, comerciais e agrícolas, em que
trabalhem mais de cem pessoas, são obrigadas a manter ensino
primário gratuito para os seus servidores e os filhos destes
Continue acompanhando...
As constituições de 1967 e 1969 mantém os princípios da
constituição de 1946, seguido pela “obrigatoriedade às
empresas, inclusive agrícolas, com ensino primário
gratuito dos filhos dos empregados, entre os sete e
quatorze anos” (Brasil, 2002, p. 17), o que veio a contribuir
futuramente para promover uma forte distorção idadesérie.
Continue acompanhando...
Em 1961, num período politicamente tenso, próximo do golpe
militar de 1964 é sancionada a Lei 4.024/61, que fixou diretrizes
e bases (LDB) para o ensino e não se referiu à educação voltada
aos povos dos territórios rurais. Somente após a constituição de
1988 é que houve mudanças na LDB que foi promulgada em
1996.
Continue acompanhando...
A Lei 9.394/96 (LDB), como fruto do processo de
redemocratização do país traz em seu Art. 28 : “Na oferta de
educação básica para a população rural, os sistemas de ensino
promoverão as adaptações necessárias à sua adequação à sua
adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região”
Vamos ver o Art. 28 na íntegra
Art. 28 – Na oferta da Educação Básica para a população rural,
os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias
à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada
região, especialmente:
I – conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às
reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural;
II – organização escolar própria, incluindo adequação do
calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições
climáticas
III – adequação à natureza do trabalho na zona rural
Nesse sentido, “ao submeter o processo de adaptação à
adequação, institui uma nova forma de sociabilidade no âmbito
da política de atendimento escolar em nosso país. Não mais se
satisfaz com adaptação pura e simples. Reconhece a diversidade
sociocultural e o direito à igualdade e à diferença, possibilitando
A definição de Diretrizes Operacionais para uma educação rural
sem, no entanto, recorrer a uma lógica exclusiva e de ruptura com
um projeto global de educação para o país” (BRASIL, 2002, p.
28)
Continue acompanhando...
Por isso, o final dos anos de 1990 foi fundamental para o
surgimento da concepção da Educação do Campo que vem
historicamente tentando romper com a lógica da Educação Rural.
Com a realização dos eventos nacionais, como visto na linha do
tempo, em 2001, como resposta a fortes pressões populares e o
engajamento de alguns intelectuais , foram aprovadas pelo
Conselho Nacional de Educação as Diretrizes Operacionais da
Educação do Campo.
Veja o que diz as Diretrizes Operacionais
Art. 2° - Estas diretrizes, com base na legislação educacional,
constituem um conjunto de princípios e de procedimentos que
visam a adequar o projeto institucional das escolas do campo às
Diretrizes Curriculares Nacionais para uma Educação Infantil, o
Ensino Fundamental e Médio, a Educação de Jovens e Adultos, a
Educação Especial, a Educação Indígena, a Educação Profissional
de Nível Técnico e a Formação de Professores em Nível Médio na
modalidade Normal (Brasil, 2002, p. 37)
Continue acompanhando...
Parágrafo Único: A identidade da Escola do Campo é
definida pela sua vinculação às questões inerentes à sua
realidade, ancorando-se na temporalidade e saberes próprios
dos estudantes, na memória coletiva que sinaliza futuros, na
rede de ciência e tecnologia disponível na sociedade e nos
movimentos sociais em defesa dos projetos que associem as
soluções exigidas por essas questões à qualidade social da
vida coletiva no País.
Continue acompanhando...
Numa releitura das Diretrizes Operacionais, em
particular, do parecer da relatora, Fernandes (2005)
complementa afirmando: “O Campo é lugar de vida, onde
as pessoas podem morar, trabalhar, estudar com dignidade
de quem tem o seu lugar, a identidade cultural. O campo é
não é só lugar da produção agropecuária e agroindustrial ,
do latifúndio e da grilagem de terra. O campo é espaço e
território dos camponeses e dos quilombolas. ..Por tudo
isso, o campo é lugar de vida e, sobretudo, de educação.
O
Paraná
acompanha
movimento...vamos ver...
este
No ano de 2008, houve a publicação das Diretrizes
Complementares
para uma Educação Básica nas
Escolas do Campo.
Ambas diretrizes, conjuntamente com a LDB, são
importantes fontes jurídicas que podem subsidiar o
trabalho político e pedagógico na escola, ou ainda, toda
organização do trabalho pedagógico escolar.
Continue acompanhando...
Os efeitos da Educação Rural marcam historicamente o estado
do Paraná: fechamento de escola, a formação de uma forte
rede de transporte escolar, a formação continuada de
professores sem levar em consideração o contexto do campo
em que estão a escola, os conteúdos escolares que deixam os
saberes dos sujeitos à margem dos saberes escolares...Um
movimento que buscasse reverter essa situação tornou-se
necessário...
Continue acompanhando...
Os efeitos da Educação Rural marcam historicamente o estado
do Paraná: fechamento de escola, a formação de uma forte
rede de transporte escolar, a formação continuada de
professores sem levar em consideração o contexto do campo
em que estão localizadas as escolas, os conteúdos escolares
que deixam os saberes dos sujeitos à margem dos saberes
escolares...Um movimento que buscasse reverter essa situação
tornou-se necessário...
Continue acompanhando...
No ano de 2000 houve a II Conferência Paranaense por uma
Educação Básica do Campo. O objetivo geral do evento foi a
de “criar um espaço, de educadores e educadoras do campo,
para uma reflexão de uma Educação Básica vinculada a um
projeto de desenvolvimento do campo. Nesta conferência
saíram diferentes desafios que culminaram num conjunto de
ações, entre os resultados está a criação da Coordenação da
Educação do Campo na SEED/PR.
Continue acompanhando...
A Coordenação da Educação do Campo nasceu dentro da SEED
em 2003, e a partir daí , passou a disseminar a concepção de
Educação do Campo dentro da rede de Educação Básica e a
desenvolver, em parceria com os movimentos sociais de base
popular, com ênfase no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra (MST), experiências afirmativas que demonstram outras
possibilidades de se promover a escolarização...
(como foi visto no vídeo inicial desta oficina);
Continue acompanhando...
Em 2006, foi publicada as Diretrizes Curriculares Estaduais da
Educação do Campo...assim, lança-se um desafio a todos que se
apropriam dessa concepção de educação, que é “considerar a
cultura dos povos do campo em sua dimensão empírica e
fortalecer a educação escolar como processo de apropriação e
elaboração de novos conhecimentos (Paraná, 2006, p. 24).
Continue acompanhando...
O Coletivo que contribuiu na construção das Diretrizes
Curriculares da Educação do Campo no Paraná acredita que
“entender o campo como um modo de vida social contribui para
auto-afirmar a identidade dos sujeitos do campo para valorizar o
seu trabalho, a sua historia, o seu jeito de ser, os seus
conhecimentos, a sua relação com a natureza e como ser da
natureza. Trata-se de uma valorização que deve se dar pelos
Próprios povos do campo, numa atitude de recriação
da história” (PARANÁ, 2006, p. 24)
A LDB, as Diretrizes Operacionais e
Curriculares
se
apresentam
como
documentos importantes para orientar a
organização do trabalho pedagógico escolar.
EIXO - 03
AS DIRETRIZES CURRICULARES DO
ESTADO DO PARANÁ: os eixos temáticos
Vamos assistir um trecho de uma das últimas entrevistas
realizadas com o Prof. Paulo Freire
A partir da entrevista com Paulo Freire, como
podemos avaliar o papel da Educação do Campo no
atendimento dos sujeitos que habitam os territórios
rurais dos municípios paranaenses?
Vamos ver o que as diretrizes curriculares
dizem...
Por isso, as Diretrizes Curriculares da Educação do Campo
propõe o trabalho com Eixos Temáticos. Estes, são
entendidos como problemáticas centrais a serem focalizadas
nos conteúdos escolares. Assim, há uma articulação entre os
conhecimentos produzidos pelos camponeses e os
conhecimentos que historicamente foram construídos e
acumulados historicamente pela humanidade.
Os quadros que seguem apontam os eixos
temáticos da Educação do Campo...
No âmbito da Educação do Campo, objetiva-se que o estudo
tenha a investigação como ponto de partida para a seleção e
desenvolvimento dos conteúdos escolares, de forma que
valorize singularidades regionais e localize características
nacionais, tanto em termos das identidades sociais e políticas
dos povos do campo quanto em valorização da cultura de
diferentes lugares do país (PARANÁ, 2006, p. 27)
Para este trabalho com os conteúdos
escolares, acompanhe o próximo slide...
Os Eixos Temáticos
Eixo Temático
Considerações
Trabalho: Divisão A divisão social e territorial do trabalho. O Brasil,
Social e Territorial desde o período colonial, caracteriza-se como
fornecedor de matéria-prima para a exterior. Nos dias
atuais, o Brasil continua a exportar matéria prima
(madeira, café, soja, trigo, etc.) e importar materiais
industrializados, embora tenha um parque industrial
significativo. Também, no Brasil, cada um dos estados
possui particularidades produtivas que demonstram
uma divisão territorial do trabalho. Como está
organizada a produção do Paraná? Quais são as
características agrárias do estado? O que se produz no
estado e quais produtos vêm de outros locais?
(PARANÁ, 2006, p. 31)
Os Eixos Temáticos
Eixo Temático
Considerações
Cultura e
Identidade
Cultura é entendida, neste contexto, como toda produção
humana que se constrói a partir das relações do ser humano
com a natureza, com o outro e consigo mesmo. Não pode
ser resumida apenas a manifestações artísticas, devendo ser
compreendida como os modos de vida, que são os
costumes, as relações de trabalho, familiares, religiosas, de
diversão, festas, etc. [...] A não inserção desses conteúdos
nas práticas pedagógicas provocou, ao longo da história, a
negação da cultura dos povos do campo. Quando esta é
apresentada, na maioria das vezes, aparece de forma
esteriotipada e preconceituosa. Ex: Festas Juninas.
(PARANÁ, 2006, p. 32)
Os Eixos Temáticos
Eixo Temático
Interdependência
campo-cidade,
questão agrária e
desenvolvimento
sustentável
Considerações
A interdependência campo-cidade ficou evidenciada a
partir do início do século XX, com o início da
industrialização no Brasil. Até então, havia predominância
do campo no âmbito das relações capitalistas e da inserção
do país nas relações econômicas internacionais [...] Houve
a necessidade de atrair trabalhadores campo para as
cidades [...] No Brasil, imensas áreas de terra encontram-se
nas mãos do capital, grandes fazendas produzem para
exportação [...] Segundo dados da FAO/INCRA (2000)
86,89% da Agricultura Familiar detêm 40% das terras
cultiváveis, enquanto que 11,97% não-familiar possuem
60% das terras cultiváveis do Paraná.
Os Eixos Temáticos
Eixo Temático
Interdependência
campo-cidade,
questão agrária e
desenvolvimento
sustentável
Considerações
A Soberania Alimentar é tema que precisa ser destacado no
trabalho com os conteúdos escolares. Quando se discute
campo, é possível pensar ainda o deserto verde – grandes
áreas de pastagem, soja, cana-de-açúcar, entre outros
produtos, com o uso de mecanização moderna e de pouca
mão-de-obra. Como esse sistema tem impactado nossas
vidas, a nossa relação com a natureza? Como campo e
cidade se relacionam diante deste contexto? São inúmeras
as possibilidades para o debate e inclusão destes conteúdos
juntos aos demais conteúdos escolares.
Os Eixos Temáticos
Eixo Temático
Organização
Política,
Movimentos
Sociais e
Cidadania
Considerações
Tratar de Organização Política e Movimentos Sociais é
mais que falar de partidos políticos, de representantes
políticos, de processos eleitorais. É valorizar a organização
da população brasileira, na cidade e no campo.
Historicamente, os povos do campo demonstram sua
organização por meio da reivindicação de condições de
trabalho, divisão social da terra, de forma a garantir a
produção de subsistência, a reforma agrária, a delimitação
territorial das terras dos povos indígenas, a indenização
pelos danos gerados nas áreas de construção de usinas
hidrelétricas.
Os Eixos Temáticos
Eixo Temático
Considerações
Organização
Política,
Movimentos
Sociais e
Cidadania
Exemplo de Movimentos Sociais históricos: Indígenas,
Quilombolas, Ligas Camponesas, Conflito do Contestado,
Revolta dos Colonos no Sudoeste do Paraná, Conflito de
Porecatu, Luta dos Bóias-frias, Movimento dos Atingidos
por Barragens, MST, até a organização de novas faces do
sindicalismo rural, entre outros em prol da reforma agrária.
A organização política se dá no âmbito escolar, nas
características da gestão, que pode ser mais democrática ou
mais autoritária. (PARANÁ, 2006, p. 36).
E aí...conseguiram observar algumas
possibilidades de trabalho com os conteúdos
escolares de suas disciplinas? Como essa
articulação entre conhecimentos pode modificar
o Projeto Político Pedagógico, o Plano Curricular
ou o Plano de Trabalho Docente, as atividades
escolares?
Por fim....sobre os eixos segue uma última
reflexão...
Cabe destacar que a Escola não pode reduzir o processo
pedagógico às discussões da realidade camponesa,
desconsiderando a interdependência campo-cidade, as escalas
regionais, nacionais e globais...vice e versa...buscando sempre,
potencializar a formação e o fortalecimento de um sujeito
crítico e transformador...sujeito de sua historia...
EIXO - 04
AS DIRETRIZES CURRICULARES DO
ESTADO DO PARANÁ: alternativas
metodológicas
Organização dos saberes escolares:
investigação e interdisciplinaridade
como princípios pedagógicos
Que conteúdos dos povos do campo podem estar
presentes na abordagem dos conteúdos
escolares? Como captar estes conhecimentos?
Que tratamento devemos dar aos mesmos?
Vamos continuar olhando...
A INVESTIGAÇÃO E O DIÁLOGO
Com Freire, pensamos que ensinar exige pesquisa,
paciência e respeito. A pesquisa é essencial para
que se desvelem as relações sociais de produção,
os saberes que estão presentes no cotidiano do
trabalho, da organização política, das negociações
economicas, práticas religiosas, festas, entre
outros...
A INTERDISCIPLINARIDADE
Pressupõe um diálogo constante entre os
professores(as) das diferentes disciplinas –
momento de planejamento.
Os professores não podem perder de vista o objeto
de estudo/ensino da ciência/disciplina
ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E DO ESPAÇO
ESCOLAR
A escola é o lugar das relações educativas formais.
Mas é possível agregar outros espaços
educativos...A roça, a mata, os rios ou o mar, as
associações comunitárias, são lugares educativos
que, às vezes, justamente por causa do contato
diário, passam despercebidos (PARANÁ, 2006, p.
41).
ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E DO ESPAÇO
ESCOLAR
Uma aula na mata, na ilha, no acampamento, no
assentamento, na associação comunitária, na roça
ou na cooperativa, dentre tantos outros lugares,
pode levar uma manhã toda, numa sequência de
encontros...
ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E DO ESPAÇO
ESCOLAR
Para que a escola proponha tempos diferentes, é
preciso que o Projeto Político Pedagógico seja
coerente em seus princípios pedagógicos, que cada
planejamento de ensino explicite os objetivos, as
articulações entre disciplinas, os conceitos e
noções a serem desenvolvidas com os alunos.
A partir das alternativas metodológicas, como
instigar e traçar estratégias de mudanças na
organização do trabalho pedagógico na escola,
no tratamento com a produção do conhecimento
e com os sujeitos do campo no processo de
ensino-aprendizagem?
Vamos para um trabalho em grupo...
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ITINERANTE_2010_Educacao do Campo