GRANDE LOJA DE SANTA CATARINA MM AA LL & AA RITUAL DE CERIMÔNIA FÚNEBRE MAÇÔNICA Florianópolis – Santa Catarina 1998 5 Venerável Como acabamos de tributar a expressão da mais fraternal amizade e reverência à memória de nosso amado Irmão F........................, e ao Eterno Senhor Absoluto dos Mundos rendemos o penhor de nossa fé, em nome d’Ele – o Grande Arquiteto do Universo – e de São João, nosso Patrono, declaro encerrado este Cerimonial Fúnebre Maçônico. Que a Paz esteja com todos! ( A partir desse momento todos os demais atos fúnebres ficam repassados à Família enlutada, sendo recomendável que os Irmãos permaneçam até o último instante. ) 4 1 ( São dadas três voltas em torno do esquife, com passos lentos. Concluída a terceira volta, todos depositam sobre o caixão mortuário, a começar pelo Venerável e Vigilantes, os ramos de Acácia ou sempre-viva. Ato contínuo, prossegue o Venerável: ) Ó Grande Arquiteto do Universo! Sois nosso Juiz e nosso Guia. Dais vida aos Mundos com um sopro de Vossa Onipotência! Sem Vossa Infinita Bondade o Universo seria Trevas e Caos! 1º Vigilante Ensinai-nos, ó Grande Arquiteto do Universo, o caminho da Virtude em todos os instantes de nossa vida errante, e dai-nos forças para que prossigamos com resignação e alegria cumprindo Vossos sagrados desígnios! 2º Vigilante Recebei nosso Irmão F................. em Vossos braços misericordiosos e dai consolo aos que o pranteiam para que encontrem a paz e o sossego em Vossa Misericórdia! ( Forma-se nesse instante a Cadeia de União, apenas com as mãos dadas, que será rompida a um sinal discreto do Venerável , que dirá: ) Venerável Rompestes, Senhor, a cadeia que nos unia! Bendizei a nova que neste momento formamos (Fecha-se de novo a Cadeia pela mesma forma da anterior. ) para que possamos continuar unidos em Vossa Honra e Glória, enquanto estivermos peregrinando por este Mundo! TODOS Assim seja! INSTRUÇÕES BÁSICAS 1. A Cerimônia Fúnebre Maçônica, também conhecida pelo nome de “Serviço Fúnebre”, ou ainda, “Ritual de Sepultamento de Maçom”, ainda que tenha sido uma disposição de vontade do Irmão e regularmente manifestada à sua Loja, só deverá ser procedida se não houver objeção da Cunhada-viúva, ou, na sua falta, dos parentes mais próximos. Tendo havido a concordância para o Funeral Maçônico, está implícito nela o assentimento para a Cerimônia Fúnebre, pois são dois atos ritualísticos que se realizam no mesmo dia do falecimento. Mesmo assim, porque se trata de momento psicológica e emocionalmente muito delicado, é conveniente que o Venerável, com a devida habilidade, se assegure junto aos familiares quanto a não oposição para essa Cerimônia, e só após estar certo da concordância é que providenciará a devida e urgente comunicação aos Obreiros do Quadro da Loja. 2. Essa Cerimônia deve realizar-se no próprio Cemitério, próximo à tumba onde descansarão os restos mortais e antes da descida do esquife, ou, na impossibilidade, na Capela Mortuária. 3. Os Irmãos deverão paramentar-se em recinto discreto, aquele que mais afastado possa estar das vistas profanas. Cabe ao Mestre de Cerimônias providenciar para que nesse momento também seja entregue a cada Irmão participante da Cerimônia um ramo de Acácia, ou, na sua falta, de sempre-viva. 4. Ao chegar o féretro à entrada do Cemitério será formado o cortejo maçônico por duas alas (à direita e à esquerda), posicionando-se elas à frente dos que estarão conduzindo o cadáver. Entre essas duas alas e na frente delas estarão, no centro, o Venerável, à sua esquerda o 1º Vigilante, e à sua direita o 2º Vigilante, todos os três também portando o seu correspondente ramo de Acácia ou sempreviva. 5. Chegado e colocado o esquife à beira do túmulo, os Irmãos posicionam-se em semicírculo (“meia-lua”) em torno do caixão, sem que profanos ou familiares fiquem entremeados. pondo-se o Venerável ao lado dos pés do falecido. E aí, então, executa-se o seguinte 2 3 RITUAL Venerável 1º Vigilante Meus Irmãos: De acordo com a tradição da Maçonaria e vontade de nosso Irmão F...................., cuja morte estamos a deplorar, e consentimento de sua digna e enlutada Família, aqui nos reunimos em volta de seu ataúde para oferecer à sua memória uma última prova de nosso amor fraternal. ( Apontando para o cadáver: ) Vede o que é a Vida! Todas as classes se nivelam, todas as distinções desaparecem exatamente como se esvai a fumaça ao soprar do vento! Nada fica, nada resta neste nosso Mundo senão as boas ações praticadas. Que este exemplo nos sirva de poderoso estímulo, no caminho da Virtude, para que nele prossigamos sempre com fé e resignação! Ninguém escapa à lei inexorável do aniquila-mento material. Buscamos fama, sabedoria, glória, como únicos bens que podem perdurar. Buscamos riquezas e outros bens materiais, que, no entanto, não passam à porta da Eternidade. 2º Vigilante Havendo se servido o Supremo Senhor do Universo, em Sua Infinita Bondade, retirar o nosso Irmão F................ das penas e cuidados desta Vida para levá-lo a uma existência eterna, sem dúvida alguma enfraqueceu-se a cadeia que nos unia; mas os que a ele estão sobrevivendo deverão ser mais fortes e perseverantes para reforçar os sublimes vínculos de nossa Ordem Maçônica. Venerável Meus Irmãos: Tornarás à terra da qual foste formado! Como já disse, do pó nasceste e em pó te converterás! Na tumba depositamos teu corpo, enquanto tua alma se evola ao Infinito. Dignai-Vos, ó Grande Arquiteto do Universo! Dignai-Vos, em Vossa insondável Misericórdia, determinar que a alma imortal de nosso Irmão F.............. goze da glória imorredoura que, desde o princípio dos séculos, ofereceis aos bons e aos justos! Meus Irmãos, façamos nossa peregrinação em torno de nosso pranteado Irmão. Nós viemos ao Mundo e dele, um dia, sairemos. Cumpre-se a divina sentença: Tu és pó e ao pó voltarás! Bendito seja o nome do Grande Arquiteto do Universo! Neste instante, meus Irmãos, dignos Familiares, Senhoras e Senhores, observemos quão incerta é a vida humana! Apesar das incessantes advertências da Morte; apesar das contínuas provas de seu império formidável sobre a Criação, fazemos tudo para esquecer que nascemos para morrer. Passamos de um desígnio a outro, de uma esperança a outra. Traçamos vastos planos, mas, quando menos esperamos, somos surpreendidos pela Morte, justamente no momento em que julgávamos ser ainda muito dilatada a nossa existência! Que significação têm o fausto do Poder, a honra da Ciência, o brilho da Virtude, o orgulho da Riqueza, os encantos da Beleza, quando chega o instante de pagar o tributo contraído com a Natureza?