Unidade 1 Texto complementar 1 Palavras-chave: substância elementar, Tabela Periódica dos Elementos, metais, semi-metais, não-metais, grupos, períodos, série dos elementos lantanóides, série dos elementos actinóides. A descoberta dos elementos ao longo do tempo foi, de facto, a descoberta de substâncias elementares, de que são exemplos o metal ferro, Fe (s), e o gás cloro, Cl2 (g), correspondentes aos elementos ferro, Fe, e cloro, Cl, respectivamente. No final deste texto encontra-se uma tabela sobre a descoberta dos elementos. Recorde-se, contudo, que o mesmo elemento pode estar presente em substâncias elementares diferentes. É o caso do elemento oxigénio, O, nas substâncias elementares oxigénio, O2 (g), e ozono, O3 (g). Em meados do século XIX eram conhecidas 59 substâncias elementares, e pouco se sabia sobre os átomos para além das suas massas relativas (recorde-se que a descoberta de uma estrutura nuclear para os átomos data de 1910). Assim, as primeiras tentativas de sistematização e racionalização dos conhecimentos neste campo – que culminariam na criação da Tabela Periódica dos Elementos – basearamse, naturalmente, nas características de substâncias elementares. Duas grandes classes de substâncias elementares logo emergiram: os metais e os não-metais. Depois, viria a identificar-se um pequeno conjunto de substâncias elementares que não cabiam em qualquer destas categorias, exibindo algumas características intermédias ou, em simultâneo, características de ambas: os semimetais, de que o silício, Si (s), e o arsénio, As (s), são dois exemplos. As semelhanças de propriedades reconhecidas nas famílias de substâncias elementares reflectem semelhanças entre os respectivos elementos, por sua vez decorrentes de semelhanças nas estruturas dos correspondentes átomos. A cada família corresponde, assim, uma coluna de átomos na Tabela Periódica. Estas colunas estão colocadas lado a lado, de forma a respeitar-se uma ordem crescente de número atómico, dispondo os metais à esquerda e os não-metais à direita (inicialmente atendeu-se à ordem crescente das massas atómicas, que, com poucas excepções, viria a identificar-se com a ordem crescente da carga nuclear). Esta forma de organizar os elementos traduz a maneira como as respectivas propriedades variam regularmente com o número atómico, repetindo-se, no essencial, perante certas diferenças neste número. Por isso se fala de período e de propriedades periódicas dos elementos. Na Tabela Periódica, as colunas designam-se por grupos e as linhas designam-se por períodos (Fig. 1). 12Q – QUÍMICA 12.º ANO 1 Fig. 1 Grupos e períodos na Tabela Periódica. Na sua forma moderna, a Tabela Periódica tem 18 grupos, começando nos metais alcalinos e acabando nos gases raros. O hidrogénio (Z = 1), dadas as suas características especiais, não se inclui em nenhum deles, enquanto o hélio (Z = 2) é o único elemento do 1.o período. Os dois períodos seguintes contêm oito elementos cada um. Isto quer dizer que, de Z = 2 até Z = 20, as propriedades, no essencial, se repetem de oito em oito no valor do número atómico (Fig. 2). Fig. 2 Excerto da Tabela Periódica. Com o potássio, K (Z =19), inicia-se um período mais longo, de 18 elementos, até ao krípton, Kr (Z = 36). Segue-se mais um período de 18 elementos até ao xénon, Xe (Z = 54), e ainda outro que, no entanto, apresenta um salto de Z = 57 para Z = 72. Esta descontinuidade corresponde a uma sequência de 14 elementos (do cério, 58Ce, até ao lutécio, 71Lu), que se seguem ao lantânio, La (Z = 57), todos com propriedades muito semelhantes entre si. Constituem a chamada série dos elementos lantanóides, lantanídeos, ou terras raras. Semelhante descontinuidade verifica-se a seguir ao actínio, Ac (Z = 89), com a série dos elementos actinóides, ou actinídeos, onde se inclui o urânio, U (Z = 92). 12Q – QUÍMICA 12.º ANO 2 Datas de descoberta dos elementos químicos mais importantes 12Q – QUÍMICA 12.º ANO 3